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III Jornada de Serviço Social do INCA Direitos Sociais e Integralidade em Saúde Prática do Serviço Social com Grupos Eliane da Silva Estalino Marcele Gulão Pimentel Julho/2011

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III Jornada de Serviço Social do INCA

Direitos Sociais e Integralidade em Saúde

Prática do Serviço Social com Grupos

Eliane da Silva Estalino

Marcele Gulão Pimentel

Julho/2011

Serviço Social na Saúde

“ Compreender os aspectos sociais, econômicos, culturais que interferem no processo saúde-doença e a busca de estratégias para o enfrentamento

destas questões”.

(Bravo, Matos, 2007)

Intervenção do Serviço Social em Oncologia

Atuar na perspectiva da saúde como direito;

Compreender a dimensão do câncer na vida dos sujeitos, identificando os determinantes sociais que possam intervir no processo de adoecimento e tratamento;

Tratamento do câncer enquanto processo sistemático e contínuo que afeta substancialmente a dinâmica da vida dos usuários;

Estabelecer estratégias compartilhadas para o seu enfrentamento e para garantia de manutenção do tratamento;

Instrumentalizar os usuários para acessar os direitos sociais.

Histórico da prática do Serviço Social com Grupos

Em 1947 foi introduzido no currículo das Escolas de Serviço Social do Brasil o método de Serviço Social de Grupo “ que era utilizado em uma perspectiva educacional, na medida em que se procurava fortalecer a personalidade individual, através da ênfase dada à capacidade de

liderança, à tomada de decisão e ao aspecto psicossocial. Dentro desta perspectiva, pode-se dizer que o Serviço Social de Grupo ajudavam os indivíduos a se auto-desenvolverem e a se ajustarem aos valores e normas vigentes no contexto social em que estavam inseridos.”

(Andrade, 2008)

Histórico da prática do Serviço Social com Grupos

Continuando, Andrade (2008) infere que “as bases do Serviço Social de Grupo estão intimamente ligadas ao movimento de auto-ajuda... O enfoque “terapêutico” e disciplinador dado ao trabalho desenvolvido junto a grupos facilita o processo de integração-adaptação, porque ele contém o comportamento do homem inadequado, desequilibrado, sem, no entanto, rever questões sociais mais profundas. Neste sentido o

problema social está no homem, não na sociedade.”

Histórico da prática do Serviço Social com Grupos

Em contraposição a tendência anterior, segundo Abreu e Cardoso (2009), evidencia-se, nas últimas três décadas, após a consolidação do Movimento de Reconceituação do Serviço Social

na década de 80, a construção de práticas educativas consubstanciadas no estabelecimento de vínculos e

compromissos com a perspectiva societária das classes subalternas, fundadas nas conquistas emancipatórias da classe trabalhadora – base do projeto ético-político profissional do

Serviço Social, consolidado a partir da década de 90.

Histórico da prática do Serviço Social com Grupos

Para Mioto (2009) atualmente “concebe-se que a lógica das ações socioeducativas, realizada no escopo dos processos

socioassistenciais, está centrada nos usuários, enquanto sujeitos de Direitos. Nesta lógica, desenvolve-se, por meio das relações que se estabelecem entre assistentes sociais e usuários, um

processo educativo que possibilita aos usuários, a partir de suas individualidades, apreender a realidade de maneira crítica e consciente, construir caminhos para o acesso e usufruto de seus direitos (civis, políticos e sociais) e interferir no rumo

da história de sua sociedade.”

Ações Socioeducativas

Socialização de informações Processo reflexivo

(Mioto,2009)

Nos termos de Mioto (2009) “a socialização das informações estápautada no compromisso da garantia do direito à informação, como direito fundamental de cidadania.” Porém ressalta “que o direito àinformação não está restrito apenas ao conhecimento dos direitos e do legalmente instituído nas políticas sociais. Inclui-se o direito dos usuários de usufruírem de todo conhecimento socialmente produzido, especialmente daqueles gerados no campo da ciência e da tecnologia, necessário para a melhoria das condições e qualidade de vida ou para que os usuários possam acessar determinados bens ou serviços em situações específicas.”

Ações SocioeducativasSocialização de Informações

“Característico das ações socioeducativas, se desenvolve no percurso que o assistente social faz com os usuários para buscar respostas para as suas necessidades, imediatas ou não... Ele tem como objetivo a formação da consciência crítica. Esse objetivo somente se realiza à medida que são criadas as condições para que os usuários elaborem, de forma consciente e crítica sua própria concepção de mundo.”

(Mioto, 2009)

Ações SocioeducativasProcesso Reflexivo

Objetivos do Trabalho com Grupos no HC I/INCA

Potencializar espaços coletivos

Coletivizar a discussão do cotidiano

Publicizar os direitos sociais permitindo, sobretudo, a coletivização das expressões da questão social na saúde e das estratégias para o seu enfrentamento

Estimular a participação social/controle democrático dos usuários nas práticas em saúde

Atividades Educativas em Grupo Serviço Social - HCI

Encontros com o Serviço Social

Grupo de Sala de Espera

Grupo de acompanhantes de pacientes internados

Objetivo

Socializar as informações sobre direitos sociais, fluxo institucional e incentivo ao controle democrático.

Temáticas abordadas

Políticas Públicas

Direitos Sociais

Legislação específica para portador de doença crônica

Programas e Projetos Institucionais

Controle democrático

Atividades Educativas em Grupo Serviço Social - HCI

ResultadosPossibilita o empoderamento para efetivação de direitos sociais;

Estimula multiplicadores, emancipação humana e controle democrático;

Transforma a informação em conhecimento (Vasconcelos, 2007);

Usuário com melhor compreensão dos direitos sociais, maior aprofundamento e aproveitamento do espaço do atendimento individual (ambulatório/enfermaria);

Visibilidade do trabalho do Serviço Social;

1ª Colocação do III Prêmio Visibilidade das Políticas Sociais e do Serviço Social do CRESS na categoria “experiências profissionais de assistentes sociais ou de equipes de Serviço Social” em 2009. Atividade de Sala de Espera.

Obrigada!

Serviço Social – HCI

[email protected]

BibliografiaANDRADE, M. A. R.A. O metodologismo e o desenvolvimentismo no Serviço Social brasileiro – 1947 a 1961. Revista Serviço Social e Realidade, Franca, SP, v.17, n 1, p.268-299, 2008.

ABREU, M.M.; CARDOSO, F.G. Mobilização social e práticas educativas. In: CFESS/ABEPSS. Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais- Brasília: CFESS, ABEPSS, 2009. p. 593-608.

MIOTO, R.C. Orientação e acompanhamento social a indivíduos, grupos e famílias. In: CFESS/ABEPSS. Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais- Brasília: CFESS, ABEPSS, 2009. p. 497-512.

VASCONCELOS, A.M. Serviço Social e práticas democráticas na saúde. In: MOTA, A.E. et al. (Org.). Serviço Social e Saúde: formação e trabalho profissional. São Paulo: Cortez, 2007. p. 242-272.

BRAVO, M.I.S; MATOS, M.C. Projeto ético-político do Serviço Social e sua relação com a reforma sanitária: elementos para o debate. In: MOTA, A.E. et al. (Org.). Serviço Social e Saúde: formação e trabalho profissional. São Paulo: Cortez, 2007. p. 197-217.