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•', ••' ' -' .'" i !¦• ¦ ¦¦/ ¦ ¦*•- ¦ ' v- "" ^MytyiS <&?&> <y ' ¦ ¦'¦X •4 &'£:.¦¦ 'yfifi. ¦,'.;'.; 7 -v */'¦**¦ -%--j-' *'--?-aí«E'c ¦•- " iiiai ii iiotmm wmim bímimiii PUBLICAÇÃO QUINZENA! % II El O II Brazil -* Kio ito Janeiro 1884 Junho 15 H. »S ~r^~ EXPEDIENTE I*el« (SU|M'l*.ll»IHI<l«llCÍ« «le matéria IV» ni os oh rigados a «lae e*te iiiüiiero «lo nossa lo- lha com inata pagina* do <|»ie o lemos até agora feit». Ás pessoas que têm solicitado assigna- tiiras, pedimos a bondade de as mandar satisfazer, para não soffrerem interrupção na remessa da folha. a íuzlo io \ i í; Correm veloces os tempos, e a hu- manidade, fortalecida e retemperada em uma luta muitas vezes secular, busca romper as densas trevas que a envolvem,, para conhecer melhor o meio epi que vive e seu alto destino na creàção. Avançando com passos lentos, po- rem seguros, conquistando palmo a palmo o terreno em que pisa, a scien- cia esparge em torno seus raios vivifi- cantes, atirando para fora dos limites do que devemos adrnittir como real, tudo aquillo que a nossa razão repelle, tudo aquillo que choca as leis eternas por Deus estabelecidas, tudo aquillo que nos apresenta o cunho da igno- rancia e barbarismo do homem do passado. Houve um tempo em que, sabido apenas do estado selvagem, o homem era incapaz de pensar, de formar uma idéia da grandeza moral da força creadora e das leis que d'ella emana- ram; seu atraso moral, seus costumes bárbaros lhe davam uma falsa ima- gem da justiça infinita, sem a qual era-lhe um impossível a comprehen- são dos sublimes princípios, que de- vem regular os nossos actos na vida terrenal. Deus era para elle um ente cruel e viugativo que castigava gerações in- teiras pela falta de um de seus membros; que infligia penas horri- veis, de uma duração illimitada, pela postergação da mais insignificante formula do culto externo. A sede de gosos materiaes, a am- bicão de mando, o orgulho e a inveja, com todo o seu negro cortejo de cri- mes e abominações, dominavam o mundo,, escravisavam o homem em- brutecido; tornando-se então indis- pensavel o apparecimento de uma força estranha, absoluta, indiscutível, que com a sua mão de ferro ò viesse conter em seus desregranientos. Foi então necessário que appare- cesse uma religião cheia de pavorosos mysterios, para-impor ao moinem a cega, a crença pelo terror, a abs- tenção da pratica do crime pelo receio da condenmação de sua alma a unia eternidade de dores. Era preciso que entre o poderoso õppressor.e o fraco opprimido í-ie ele- vasse uma força; capaz de conter a ferocidade d'aquélle, e.de incutir no animo deste senliméiíibs de resigna* ção, a mor e perdão. Foi o papel do catíholici.sino que então, em luta com o ariapisrno.^ven- cen-a, porque a liberdade de pensar ensinada por este, era incompatível como atraso intellectual e moral das sociedades de então. Hoje são outras as condições da vida no nosso planeta ; -as sciencias progrediram, o gênio investigador rasgou o yéo dos velhos mysterios, e as theorias de nossos maiores, sob Fe o creador e a creação, perderam todo o seu phantustico prestigio aos olhos da razão calma e esclarecida. ' Ao crê ou morre dos antigos, subs- tituio o estuda que lias [de crer do lio- mein de hoje. Levante-se embora contra essa pre- dica o materialismo atheu ; condem- nem-n'a. os sectários da imposta como um dogma; a razão ri-se dos seus esforços e continua a avançar, esmagando sob as rodas do seu carro triumphal, esses obstáculos que pre- tendem levantar em seu caminho. Deus o quer. Soou a hora de cahírein despedaça- dos os grilhões com que a theologia buscou sempre tolher os movimentos do livre pensar. O caminho que a humanidade' tem de seguir é o do progresso indefinito, oiada havendo de occullo que não deva ser conhecido; e a sccntelha que vem animal-a no seu trabalho sublime é a sua crença inabalável na justiça di- vi na. A meiliniiiriarie vidente Os médiuns videntes são dotados da fae-uldade de ver os Espiritos. Alguns g-ozam d-essa faculdade no estado normal, quando estão perfeita- mente despertados e podem d'ella conservar uma lembrança exacta; outros a possuem em ura estado sómnambulicò ou visinhò do soranàm- bulismo. Muito raramente essa faculdade é permanente, quasi sempre ó ella o effeito de uma crise momentânea e passageira. Na categoria dos médiuns videntes estão compreliendidas todas as pessoas . dotadas da segunda vista. A possibilidade de ver os Espiritos era sonho resulta, sem contradicçãto, de uma sorte de mediunidade, mas não constitue proprianieute a mediu- nidade vidente. O médium julga ver pelos olhos como aquelles que tem a dupla vista; mas, realmente, é sua alma quem vê, pelo que tanto elle com os olhos cerrados como com elles abertos; donde se segue que um cego pode ver os Espiritos, como butro qualquer. Ha sobre este ultimo ponto um es- tudo a fazer-se, e é o do saber se essa faculdade não será mais freqüente nos cegos. Espiritos que em sim vida córpdri- sada fprani privados da vista mate- rial, no.- dizem qne. pela alma. elles tinham então a percepção de certos objectos. Devemos distinguir as appariçôes aceidenlaes e, espontâneas da facul- dade propriamente 'dieta de ver os Espíritos; as primeiras são frèquen- tes, sobretudo na occasião do passa- mento de pessoas a quem amamos e conhecemos e que nos vêm dar um aviso de não serem d'este inundo ; ou ainda de parentes e amigos que, comquanto mortos ha muito tempo, vêm ter comnosco para advertir-nos de algum perigo,'darmos um conselho ou pedir-nos um serviço, consistindo, geralmente, no cumprimento de uma cousa que não poderam fazer em vida, ou no soecorro de preces. Estas appariçôes são factos isolados que tém sempre um caracter indivi- dual e pessoal, e não constituem uma faculdade propriamente dieta. A faculdade consiste na possibili- dade, se não permanente ao menos muito freqtient^ de ver o primeiro Espirito que se apresente, mesmo que seja completamente estranho e des- conhecido ao médium ; é esta própria- mente á; mediunidade vidente. DISSERTAÇÃO SPIIÍITÀ Grupos de OTenée, 1872. Mediam ¦¦¦'.> ^Sr. Laurenço A mediunidade vidente se mostra sob aspectos diversos e.coin particu- laridades differentes; uns médiuns vêm com os olhos uma manifestação, urna apparição isolada, tangiVel e, niésmó, palpável; ao passo que outros, por uma influencia nossa sobre o seu perispirito, podem ver e observar tudo o que se pa%5a na vida de além-tu- mulo, nossos trabalhos e nossas oceu- pações e contar-vos o modo de viver dos desencarnados. Outros ainda cabem, de alguma sorte, em êxtase,suaalraa.se desprende e pode ver o mundo dos espiritos, ao passo que nãoçáfcpercebe o que a cerca no mundo material. E' uma mediunidade bella e digna de estudo, mas ó muito rara, porque para isso 'preci^aiiios effectuar um trabalho, extremamente penoso, de concentração para tornarino-nos visi- veis.'•' . É uma fatalidade susceptível de desenvolvi: tento, mas que exige no médium uma vontade e uma firmeza taes que possa facilljar aos espiritos a condensação de seu jatejispirito. Dn. Demeürií. Observação Na mediunidade vidente própria- mente dieta ha dons iaj$jos de ser dis- tinetos a considerarmos ; umas vezes o espirito do médium se desprende e os Espiritos que se apresentam ; outras vezes, e é o mais communi, ura espi- rito amigo ou inimigo actUa -sobre p cérebro do médium e faz-llie ver as imagens que éfle quer ; este segundo caso é o mais cousfftule e nelle collo- camps as appariçôes de formas bizar- ras que não jjferteucem a espirito ai- guin e a de paisagens e objectos sem vida que, ás^vezes, se apresentam aos medinus. **" <lni':i|io S|tiü'át!t Mfim ----, Na calado sobrado da rua da Alfândega n. lívitbi ifinslallado esse grupo Ho dia 29 do passado, dando a^s suas sessões nas5as- feiras, Fazemos votos para que Dons o illu mi ne em sua marcha. < ftova« excoiniminlitleK Foram éxcoíhmungados pelos respectivos diocesanos os seguintes periódicos spirítas e progressistas de Hespanlia : La Soi.ocion dc. (íerona, El Clamou dela Democracia, de Çastèílpn e Sa Montana, de Madrid; comprebendendo-sc na condemnação os redactores, collaboradbres, typographos e distribuidores, sem excluir d'este numero os correios, os conduetores, fógiüstás e carros das vias férreas. Parabéns aos ihdigitados por este meio como trabalhadores de progresso, e nossos agradecimentos áqueiles que, por sua in- tolerância e fanatismo, nos auxiliam na tarefa de desvendai- os olhos da humani- cfywle, acerca do que ensina o catholicismo. O MUNDO SIDERAL XII A (i 1! A V 1 '1' A Ç Ã O 0 N I V E U S A L (Continuação) Fazendo naforniula(n) D=148:200: 480:000 metros e V = 29:506ra,515, valores achados pela observação para as médias da distancia e da velocidade de translado da Terra, acharemos : .4JÇ-r-8:0G4:2G7:614:66 l"\646, e como sabemos que a força attractiva da Terra, depois do primeiro segundo de acção, é igtml a 24:850:038'",G3, se- gue-se que AR- ou a força attractiva do Sol é 322:565,5 vezes a da Terra. A mesma formula dá-nos AR1 = o»,0058747. IX- Substituindo este ultimo valor na formula (b) e fazendo mais n'ella a == 9"\7802; r,= G:377:399 metros e TF == 405m,047, valores conhecidos da força attractiva terrena na superfície do equador depois do primeiro segundo de acção, de seu raio equatorial e de sua velocidade de reação no equador, teremos d ou sua' densidade media igual a 1,694. Para que a densidade media da Terra fosse igual á unidade, isto é a da água distillada, a 4%! centig. de temperatura e sob a pressão barome- trica de 76 centímetros, a proporcão= 9m,7802 : x :: 1 : 1,649-nos di*z que seria preciso que sua attracção na su- perficie do equador fosse x==16,n,5677. Isto posto, se chamarmos d a densi- dade media de um astro qualquer e « o valor de sua attracção na superfície do equador, teremos a : lGm,5677 :: 1 : d, donde «d == 10m,5677; é a ter- ceira das formulas que apresentamos acima, e que nos fornece uma relação entre « e ã. Relativamente ao Sol : Oonside- raiidò o Sol e a Terra a distancias médias da estrella Vega ou » da Lyra, que cremos ser o centro attractivo do primeiro,os trez astros estarão situados nos vértices de um triângulo rectan- guio,dos quáès o Sol occnparáodoan- guio recto ; ora, a hypothenusa óu a distancia media da Terra á Vega é de 71)0:287 vezes o raio médio da orbita terrena õpiguaí a29:280:236: 184:440 léguas de 4000 metros, e sendo o su- pradicto raio médio igual e 37:050:120 d'essns léguas, teremos a distancia media do Sol a \íega ou o raio médio .Ia orbita sol.tr mmal a 29:280:230: 181:416 léguas = 117:120:944:737: 664:000 metros.

iiiai ii iiotmm wmim bímimiiimemoria.bn.br/pdf/830127/per830127_1884_00038.pdf · 2014. 8. 7. · bárbaros lhe davam uma falsa ima-gem da justiça infinita, sem a qual era-lhe um

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    ^MytyiS

  • A

    Entrando com este, numero na tor-mula (a), j une ta men te-com o valor de

    V, velocidade media de translação,dado pela observação e igual a 8.101"',85, acharemos que- a força attractivade Vega é 59.(559 vezes maior que ado Sol, e que a forca centrifuga é paraO Sol

    A R-— 0,000:000:000:56.

    IXVimos, ([liando traiamos das gran-

    dezas reaes das estrellas, que o raiode Vega era cerca de 150 vezes o doSní* portanto, se dividirmos o nu-

    u^maamtKXMMmmsumÊBmK •wmamWikmsKiamsm^mxm^ammamÊmaãm

    •Iiiuho — !•"»

    como èxacto o va lor

    mero 59:6,59 pelo quadrado de, 150acharemos a forca attractiva na su-•períiciede Vega comparada á do nossoastro do dia na sua superfície ; estadivisão nos dá para tal relação o nu-mero 2,6j numero muito approx.imãdoao que nos deu a observação para arelação da intensidade luminosa entreos dóus astros. (Vide o nosso numerode 15 de Fevereiro).

    Dos valores médios do raio da or-bifa solar e de sua velocidade detranslação tiramos o do tempo médiode sua revolução sideral : T -287:328annos.

    Admittiudol V I i í.\m w 'rf w.v » ¦ — -y

    médio de rotação sideral do Sol, istoé : t == '25 dias 8 horas 9 minutos é 36segundos; sabendo nós, além d'isso :

    l/> — que o valor de a, em

    ponto, varia na. razão inversa do qua-drado do raio ou da distancia aocentro;

    \>.° — tpie na superfície da photos-phera solar, cujo.raio é de 691:028:000metros, o valor de « é de 270™,204;

    3." _ que entre «.ad existe a rela-

    ção : y-d = 10tn,5677:a formula (b) ou

    AR2 IP d

    ., ;. . pela observação para o tempo

    i)s

    4X.r.d

    nos dará r (raio equatorial do núcleosolar) = 146:840:000 metros-- 36:710léguas.

    Entrando com os valores de AR1 ede seus respectivos tempos médios derevolução sideral na formula (a) :

    ARr V- 4A-. D

    AR1, pela formula (b),os delFou dasvelocidades de rotação no equador. (I)

    A grande discordância dos diversosauetores, acerca do raio médio da or-bita do satellite de Neptuuo, obrigou-nos a recorrer, para a determinaçãode sua forca attractiva, ao calculo deLavoisier sobre as perturbações queesse planeta faz soffrèr ao movimentode translação de Urano.

    Assim achado para elle o valor dea ?•'-, procedemos como com os outros.

    Todos os elementos relativos aosplanetas se encontram nas cinco pri-meiras tabellas que vão no fim d'estecapitulo.

    Quanto aos Satellites, consideramoscada um d'elles como formando umsystema, um só corpo com o Planeta(pie o contem em sua orbita; o centrod'esse systema coincide com o centrodo planeta, e seu raio é a linha queliga este centro ao ponto da superfíciedo Satellite, que d'elle esteja maisafastado.

    Esse systema tem para movimentode translação o do planeta ao redordo Sôl", e para movimento de rotaçãoo do ponto mais afastado de queacima falíamos, ao redor do pia-nela, que nada mais faz que prender,a uma certa distancia de si, um corpoque, sem isso, descreveria sua orbitaem torno do Sol.

    Esse movimento de rotação do sys-I tema. a que chamam movimento de

    cada | translação do satellite em relação aoplaneta, nos faz conhecer a força comque este o retém a certa distanciade si.

    Com esta hypothese vê-se que cadameridiano do satellite passa, suecessi-vãmente, em frente ao Sol, no decursodo mesmo tempo que o satellite gastaem descrever sua orbita ao redor doplaneta, do que resulta apresentarelle sempre a mesma face a este.

    O raio re a velocidade de rotaçãolEcom que entraremos naformula(b),para determinar os outros elementosdo satellite, são os do systema, comose formasse um só corpo.

    Como o esforço que o Sol emprega,para fazer que o systema gire ao redordo centro do planeta, isto é, a forçacentrifuga do Satellite, equilibra, éigual ao empregado pelo planeta paracontel-o em sua orbita, isto é á sua forçacentripeda, podemos na formula (a) :

    AR1 4 X D

    2.a Tabella — Dimensões dos Planetas do systema solar

    NOMES

    MercúrioVenus . .Terra. .Marte . ,Júpiter.SaturnoUrano .Neptuuo

    ãin medio-comnarado ao da1'orra.

    0,3800,9501,0000,-187

    10,5908,3184,2204,400

    Aclinl »tO nospOlOÜ

    desconhecidem0,00340,02(530,05880,1000

    deseonhecidem

    Arca superficialcomparada ;i daTorra,

    0,1400,9031-0ÒÕ0,21:0

    112,150- (58,90017,80019,400

    Volume cnmpnrado an da Turri

    0,0550,8571,0000,115

    1.188,000572,000

    75,(50085,800

    \ ülumcrailo í

    •uiiipa-• I• > HU-

    0,00000450,00006680,00008150,00000940,09151200,04(5(51800.00(51(5140,00(59927

    3." Tabella — Tempos médios de velocidades de rotação c translação sideraesdos Planetas do systema solar.

    NOMES

    MercúrioVenus. .MAterra . .Marte . .Júpiter .Saturno .Urano. .Neptuuo

    PênTjIÕã 3Í revnluc/io em dias

    médios.

    87,9(590224,7008' 365,25(50080,9790

    4,332,584810.759,219830.(586,820260.126,7200

    Tempos do ròtaçüO)idem.

    1,003400,972990,997201,025906,44300

    20,7710037,1(520036,00040

    Volondade media ditranslação om tão-ti-os.

    47.427,07534.693,5(5129.50(5,51523.903,84912.938,0869.883,9827.(505,5365.383,865

    ,'clueidadc (IÕ rotaçfib no equador ommetros.

    175.3324-10,2204(55,047223,192784,525195,20252.5765(5,7103

    4.» Taheli.a Riqueza em matéria inerte dos Planetas do systema solar.

    NOMES

    Mercúrio .Venus . .

    Marte. .Júpiter .SaturnoUrano .Neptuuo

    Densidades mi'- Ditas 5 mparadas Massa ci mparãdn Massa cõmpãrãu1»dias. a da Torrai á da Turra. á du núleõ solar.

    Ã48 4,219 0,232 0,00118982,342 1,382 1,184 0,05794231,(591 1,000 1,000 0,05113311,(527 0,960 0,110 0,00561190,(537 0,37(5 4-16,700 22,59475781,339 0,790 452,000 23,11786621,59(5 0,942 71,215 3,64138740,9701 0,5721 49,078 2,51317(53

    5." Tabella — Poder attractivo e riqueza fluidica dos Planetas do systema solar

    NOMES

    Mercúrio

    Venus. .

    AUracçao na çu-perScio do e-quador, no ae-eundosegundodt* acção, ava-liada òro me-tros.

    Marte. .

    Júpiter .

    Saturno.

    Urano. .

    Neptuuo.

    Dieta compara-da A da Torrai

    Riqueza fluidicocomparada a

    da Turra.

    2,3177

    7,0738

    9,7802

    10,1776

    •25,9932

    12,3695

    10,3788

    17,0715

    0,2370

    0,7230

    1,0000

    1,0406

    2,6570

    1,2640

    1,0600

    1,7450

    Riqueza fluidicacomparada á

    do Sol.

    0,0342

    0,6500

    1,0000

    0,2500

    315,0000

    96,6000

    18,8000

    34,1000

    19.479.254

    1498.664

    1322.566

    11.278.731

    11.027

    13.355

    , 117.221_19.508

    IX- Tisubstituir A, R&T pelos valores quenos fornecem o Planeta e o Satellite ;assim, para a Terra é a Lua. fazendoÁ== 9'".7802. R— (5:377:399 metros eT " 2:360:953y2 == 27',325. tempomédio de uma revolução sideral daLua ao redor da Terra ou de uma ro-tação do systema lunar, obteremospara D, raio médio da orbita lunar, onumero 382:901:2'80m= 95:725,g,32=60,13;) vezes o raio médio do globoterráqueo, numero igual ao que aobservação tem fornecido.

    As formulas (b) e (c) nos darão osvalores da densidade media e da forcaattractiva do nosso satellite ; valoresque, com os dos outros da mesma ca-tegoria, vão consignados nas tabellas0.a e 7.\

    D- Tiobteremos os de D, raios médios desuas orbitas, para os planetas Mercu-rio, Venus e Marte, os quaes vão con-signados ná 1/ tabella, no fim destecapitulo.

    Este valor, j lindamente com o deAR1, os de r e TF dados pela observa-ção, e o de d em funeção de « tiradoda formula (c), sendo substituídos naformula (b), nos dão os respectivosvalores de «, com os quaes obteremosos de d; valores que se encontram nas4.e e 5.a tabellas.

    Pelo mesmo modo a formula (a) nosfornecerá os valores de D para Jupi-ter, Saturno, Urano e Neptuno, quetambém vão na l.a tabella.

    O raio. médio e o tempo de revolu-ção siderai do terceiro satellite deJúpiter, os mesmos elementos do pri-meiro de Saturno e os do sexto deUrano, fornecidos todos pela observa-cão, nos dão os valores das forçasüttractivas d'esses planetas ou de * ?•-,dos quaes tiramos os de «, visto quepela observação temos os de r; os va-lores de « nos dão os de d correspon-dentes, e estes dons com os de r, D e

    l.,n Tabella — Grandeza e posição das orbitas dos Planetas do systema solar.

    6." Tabella — Raios médios das orbitas dos satellites do systema solar, limposmédios e velocidades de suas revoluções sideraes em torno dos respectivosplanetas.

    Nomes de Planetas, centros dossystcthus, Nomes doa satellites

    (l) Preferimos o.s elementos fornecidospelo

    ']" Satellitede Júpiter, o 1" de Saturnoeo 0° de Urano para determinar o valor daforca attractiva desses planetas, por seremos que tem sido objeeto de menos duvidada parte dos differentes auetores.

    Distância media, . , . , .rparadaáida ,. , , inclinação do plano 'Sr1™?'*?ü° «H?0

    NOMES Torra, do centro do , "centriçidado da órbita sobre o de rotação do 1'la-1'1,-incta ao centro do sna orbita, da echptica. neta sobre o planodn Sul ''a Toltft.

    Mercúrio 0,3873989 0,21)5(50 7" 0' 5" 20° '

    Venus 0,7233321 0,00(58 3" 23'29" 12"Terra 1,0000000 0,01677 0" 0' 0" (50" 32' 15"Marte . 1,5236909 0,09326 1" 51' 2" (52"Júpiter 5,2011740 0,0 1821 1" 18' 40" 8(5" 54'Saturno 8,9109010 0,05(500 2" 29' 3(5" 74"Urano 19,1290607 0,04058 0° 46'28" 76°Neptuuo ... . 30;O33359O 0,0087234° 7' !>,¦*•.»i>mdo.

    Venus SatelliteTerra LuaMarte PhobosMarte DeimosJúpiter . . . Io .Júpiter EuropaJúpiter Ganimedes. . .Júpiter CalistoSaturno MimasSaturno Encelado. . . .Saturno TethisSaturno DionéaSaturno RheaSaturno TitanSaturno Hiperion. . . .Saturno JaphetUrano A.riel ......Urano Umbriel ....Urano |3° Satellite. . .Urano TitaniaUrano 5° Satellite. . .Urano OberonUrano 7" Satellite. . .Urano 8° Satellite. . .Neptuno Satellite . . . .

    Tempos de revoluçSÒ sideral om diasmédios,

    ítalos médios de suas orbitas em IÇgUas dc4.00U metros.

    . • • »

    11,20027,325

    0,31(51,2501,7693,5517,155

    16,6880,9541,370.1,8882,7364,517

    15,94521,29679,3282,5004,1405,8908,710

    10,96013.46038,080

    107,(5905,860

    Velocidade de tran.sláçfio no redor doplaneta, em metros

    45.779,8095.159,32

    3.117,007.801,20

    105.122,00166.906,00266.736,95469.256,0046.834,0059.607,0073.979,0094.765,00

    132.355,00306.903,00372.123,00894.194,0051.720,0072.393,0091.574,00

    118.862,00138.539,00158.832 00317.799,00635.547,00111.931,00

    1.189,0001.019,0122.844,5441.796,017

    17.123,99113.678,90510.844,4638.179,165

    14.327,46512.653,02211.399,24410.070,9868:522,4155.598,6745.082,2663.278,7936.017,0195.085,(5724.529,(5953.968,0593.(576,8983.432,6002.427,5361.716,7155.548,093

    Tabella — Outros elementos de alguns satellites do systema solar.

    NOMES

    LuaIo . . ....Europa . . •Ganimedes.Calisto . . .Titan . . . .

    lt.no medicem leKuas

    de 4000metros

    • • •434491111720(516910

    Dito rompa-rado ao d»'1'orra

    0,2720,3080,2770,4520,38(50,590

    Volumecomparadoio da Terra

    0,01970,02900,02130,09200,05800,2100

    Densidadesmédias com-paradas áda Torra

    3,53000,04220,0(5(500,10(500,18700,1280

    Attracçiona suporQ-ciodoequa-dor compa-

    rada a da-Terra

    0,28323.(53814,971

    9,3(545,3297.700

    Massa com-parada a da

    Terra

    0,0(5950,00120,00140,00980,0108'0,0270

    IMqaoiá Ou.ídica oorn

    parada ii da'Terra

    0.0212,2401,1301.1130,7952,680

    \

  • BfiB

  • teSM' KUFOit.lilABftOil — íi«Mll — .Biiiüio— íõ

    Como promettemos, apresentamos,sem commentarios, o trabalho que nosfoi remettido de Manaus.

    FACTO HVSIIIIUOSO

    Antes de dar principio á narraçãode um facto extraordinário e myste-rioso, que teve lugar na fregiiezia deMoura, província do Amazonas, nosannos de 1882 e 1884, devo franca esinceramente dizer aqui ao leitor im-parcial, que nunca fui spiríta. e nemsequer li tratado algum sobre tãotrancenderite ãssuinpto.

    Incrédulo, como muita gente, afi-nal, depois de muito investigar, deter esgotado todos os meios possíveispara descortinar a verdade, fui obri-gado á curvar respeitosamente a ca-beca e entregar-me á crença do quequer que fosse de superior á matéria,que em plena luz méridiana, dava.provas inconcnssas de sua existência.

    Não supponha o leitor incrédulo,que o autor destas linhas seja algumvisionário ou que tivesse sido victimade alguma allucinação ou fraude.

    O farto acha-se testemunhado eauthentieado, como mais adiante verá,se acoinpanhal-o até o fim.

    Eis uma »esenha :Em 1882 retirei-me de Manáos cora

    minha familia, que se compõe dequatro filhos menores, minha senhorae dois criados de ambos os sexos, paraa freguezia de Moura.

    Logo que chegamos, fomos morarcom uma familia, que nos offereceu acasa, até que vagasse uma outra, quese achava em concerto-:.

    Prompta ella, tivemos que nos mu-dar e depois de decorri los uns dias,meus filhos principiaram a se queixarde que se jogava sobre elles,ao entar-decer, pequenos objectos, sem offen-d ei-os.

    Logo que tive denuncia do que sedava, não liguei importância, porjulgar ser brinquedo de crianças entresi, ou de alguém de casa com elles,paraintimidal-os.

    Mais tarde minha senhora me cha-mou a attenção, pedindo-me provi-dencias a respeito.

    Comtudo não acreditei e nem mepassava pela mente algum effeito so-brenatural.

    Em seguida queixaram-se tambémos criados.

    Então principiei a espreitar e muitasvezes fui testemunha; guardava o quese atirava, para examinar no dia se-gtiinte.

    E o mais interessante era qne ohábil apedrejador principiava dasseis da tarde ás nove da noite, e só nosdeixava descançar quando resava-se.

    Eu, apezar de tudo isso, não deixavade empregar todos os meus esforços,rondava os arredores da casa, armado,dava tiros, não obstante ver que oobjecto que se atirava, vinha compouca força e de parto, felizmente semtocar em ninguém.

    E assim paâsaram-se mezes.Desenganado por ver que não obti-

    nha resultado algum, cada vez maisignorando, sem poder acreditar naexistência do sobrenatural, tão con-trario ás minhas idéias, resolvi fecharas portas da casa ao escurecer, reuni atodos de casa em um só lugar, com luzbastante intensa, e o resultado erasempre o mesmo; de diversos lugares,quasi simultaneamente, nos atiravampedras, torrões de barro, etc, vendo-se distinetamente de onde partiam.

    Para não ser tido por mentiroso,fazia convites, pedia a todos que pres-tasseni toda attenção, percorressemtoda a casa, e depois de feito isto sen-tavam-se e principiavam as pedras,os torrões de barro, e punhados deterra, a surgir de differentes lugaresinteriormente, acharido-se a casa fe-chada.

    Por três vezes cerquei a casa e nadaperturbava ao invisível apedrejador,

    antes pelo contrario, como que seencommodava, por ver tanta gentereunida.

    Soffrego por me mudar por causa,de minha senhora, que devido aumedo, soffria de ataques nervosos, dosmeus filhos todos assombrados, pedia uma familia um agasalho durantea noite e quando voltávamos ás seishoras da manhã para casa, éramosrecebidos debaixo de pedras, e assimtodo o dia.

    Deitado em uma rede na pequenasala da casa, quando ia fechando osolhos, sentia uma cousa entrar subtil-mente entre a cabeça e o punho darede o. levando rapidamente a mão aolugar, pegava em um torrão de barro.

    Dizia •. Corri effeito, nem sequer dedia me deixam descansar !

    E depois sentando-me em unia ca-deira, ouvia uma pancada no tecto,do lado opposto onde me achava eolhando, via uma pedra com direcçãoa mim, cabia-me aos pés, apanhava-ae a jogava fira e assim muitas vezes.

    Parecia que o invisível apedrejador,que nos incommodava de noite enunca ás escuras, o fazia de dia, emconsequericia de não dormirmos emcasa.

    Como quem consigo dizia : umavez que vocês não dormem mais aqui,mesmo de dia os persegui rei até mu-darem-se.

    Como de facto, felizmente, em pou-cos dias, nos achávamos mudados eem seguida parti para Manáos, commeu criado, alvo da desconfiança demuita gente, deixando em Moura mi-nha familia, por julgar que nadamais soffresse.

    Total engano.Ao chegar, contou-me minha se-

    nhora, que no dia seguinte á minhapartida, continuaram os mesmos tor-mentos de dia e de noite e que acriada continuava a ser sempre apeior victima.

    Com tal noticia fiquei desesperadoe disse á minha senhora, que tivessepaciência, coragem, que não convinhauma mudança já, pois que eu queriaconvencer-me da existência do sobre-natural, embora tivesse provas su-béjás.

    E continuei no meu posto de honra,sempre alerta e calmo, observandocada vez mais cousas estupendas, comopor exemplo, o ver um filho ser des-pertado alta noite a chorar, pedindoum objecto que se lhe havia roubado,quando de repente o objecto cabia-lheaos pés.

    Despertar-se um outro para atirar-lhe um pequeno torrão de barro, só-mente com o fim de intimidar acriança, que corria assombrada ; e damesma forma sobre todos de casajá deitados.

    Em pleno dia atirar-se sobre acriada subitamente um punhado deterra, quando ia sentar-se á mesapara comer, inutilisando-lhe a co-inidaepor mais de uma vez, em estadode vigília, tendo visto o vulto de urahomem, signal evidente de persegui-ção, sempre que cessavam as pedras,o que foi por mim observado muitasvezes

    Estavam as cousas neste estado dedesespero, quando minha senhora pe-dío-me para mandar rosar uma missa,para ver se* assim se descançava, lem-brando-me o effeito das resás.

    Para não contra rial-a e mesmo parauma experiência, prometti em altasvozes e o que é verdade é que d'ahiem diante o estado de perseguiçãocessou,até a chegada de ura sacerdoteque se esperava de Manáos.

    Devido, porém, a mim, não foi apromessa cumprida e no dia da reti-rada do sacerdote, ás pedras e torrõesde barro, choviam dentro de casa.

    Admirado por este facto singular ejá inclinado a acreditar no sobrena-tural, minha senhora foi de opiniãoque se pedisse uma imagem do Cru-

    cificado; para se ter em casa e. resar-setodos os dias.

    Felizmente obtive unia e a conser-vaya sobre uma mesa na sala em quedormíamos e éramos apedrejados.

    Pelo qué quer que fosse, o apedre-jadór respeitou o lugar, porquanto sóatirava uma ou outra pedrinha, nocorredor e em um quarto, de dia e denoite, em qualquer que sahisse.

    Como via eu que o invisível lios-pede não tinha ainda se mudado, eestando para chegar, S. Ex. Rev. oSr. Bispo D. Antônio, do Pará. em suaviagem pastoral ao Rio Negro, pelasegunda vez prometti mandar resaruma missa e fui de novo atteiídidóaté a passagem de S.Ex. por Moura,proiriettendo voltar. Na véspera desua. chegada, ás 7 horas da noite,uni grande matácãò de barro, per-peridiçulaririente caliio entre todos,como signal de aviso o lembrança dapromessa da missa, e como de facto nodia seguinte chegasse elle, sem perdade tempo foi a missa dita.

    Desse dia em diante reinou inteirapaz, casaram-se os meus criados e emseguida retirei-me eom a familia paraManáos, continuando ainda os doiscriados a viver em nossa companhiaaté hoje.

    Em 1883, voltei outra Vez a Mouracom a familia e fomos morar em umacasa pela primeira ve,?, jülg-ahdo qnenada mais nos acontecesse; levandocomnosco os dois criados (já casados).

    Passados um mez edias,meus filhosentraram a se queixar, que se lheroubava objectos que guardavam edepois, os jogavam sobre elles.

    A criada com seu marido, fechavamas portas, as escoravam, mas de re-pente cabiam as escoras com toda aforça.

    Examinavam commigo toda casa,que vivia illuininada e nada encontrava-se.

    Eram dez horas da noite,de um luarclaríssimo.

    Achava-se a criada embalando emuma rede uma criança, quando derepente ouve-se uma forte pancada emuma janella, junto á qual ella seachava e assim tre.s veies, indo prom-piamente eu examinar.

    Ella estava muito triste, por julgar serseu marido, quese achavaem Manáos,e que talvez tivesse morrido, chamei-apara deitar-se no nosso quarto ; ellavindo deitou-se em umas cadeiras,sem dormir, e em breve tempo erajogada fora do Ligar.

    Muito assustada pela primeira vez,sentou-se, e passados minutos, umaoutra cadeira ia sendo arrastada, ánossa vista, para o interior de umquarto; nos levantamos ea collocáinosno seu lugar e cessou.

    No dia seguinte continuou a perse-guição, por certo espaço de tempo, sódiariamente,cessando ao escurecer, fe-lizmente.

    O que quer que fosse, que a prin-cipio nos jogava objectos estranhos,entrou a jogar os de casa e de um modoextraordinário 1

    Por exemplo : Uma pessoa de casaqualquer, repentinamente lembrava-se de um objecto guardado e indo pro-cural-o, não era preciso se incommo-dar, porque iminediatamente lhe erajogado.

    Factos idênticos a este, davam-sediariamente e á luz méridiana.

    Um dia que se jogava um objectode um filho meu, apanhei-o, me di-rigi a um quartinho, o depositei sobreum banco e disse : leve isto, porém,atire-o; e fiquei alli desentinella.

    A um relancear de olhos, dcsappa-receu; e assim por tre.s vezes, sendoos abjectOs differentes e jogados empresença de todos de casa e algunscuriosos.

    R não pude chegar á um resultado,devido aos meus, que me pediam, quenão continuasse, porque poderia en-louquecer.

    Desse dia em diante, foi que prin-eipiei a crer firmemente na existênciade uni ser invisível e superior.

    Casualmente apparece um padre epedi-lhe para resar outra missa e apaz se seguio pela terceira vez, reti-rárido-riie com a familia para Manáos,onde ultimamente temos sido de ai-guina forma perseguidos.

    Se eu fosse, leitor, historiar o factotal qual se deu, com todos os seuspormenores, não me sobraria o tempoe além disso, deram-se cousas tão es-tu pendas, que sou obrigado a oceul-tal-as, para não çahir tanto no des-credito publico.

    Imagine o leitor os tormentos quepassou minha familia, as noites devigília, o terror com que se achavapossuída, vendo objectos desapparece-rem subitamente de sua vista e depoisserem jogados sem se saber explicarcomo!

    Muito fiz para descobrir a verdadee commigo muita gente; e quantomais se investigava era peior, de sorteque fui vencido e com muita honra,porque ninguém faria mais do queeu,para chegar a uni resultado convin-cente, sem ter sido victima de fraudeou allucinação, como de tudo tenhoconsciência, e desafio a quem quízerprovar o contrario. Já conto 40 janei-ros, sou pae de 4 filhos e tenho muitaexperiência deste inundo, e não dariapublicidade a um facto como este,sem que esgotasse primeiro, todos osmeios possíveis, de que se pode lançarmão. '

    Quem quízer que negue, faça seuscammentarios a respeito, porqm nãodesmente o que testemunhas occularescorroboram.

    Concluindo direi : embora os pig-meus da aetualidade, como eu,' quesequerem fazer gigantes em assumptostranscendentes, tentem redicularisaro facto que acabo de narrar ou mesmoque invectivem, não importa,morrereiignorante com as crenças que hojetenho e como Magdalena, abraçadaaos pés da Cruz.

    Manáos, 11 de Abril de 1884.

    Antônio José Bardoza.

    Documento n. 1

    Illm. Sr. 2.° Tenente Antônio JoséBarboza. — Recebi a sua carta datadade hoje. na qual me pede. que attesteo que vi e sei a respeito do apedreja-mento de que foi V. S. victima e todasua familia, desde Junho de 1882,até a chegada, nesta villa de S. Ex. oRevm. Sr. Bispo D. Antônio de Ma-cedo Costa, em Fevereiro dé 1883.

    Satisfaço o pedido.Foi V. S. quem primeiro partici-

    pou-me de que estava sendo apedre-jado em sua casa de dia e de noite eque attribuia ser o autor do gracejo,Germano de Azevedo, morador nestelugar, por ter V. S. visto elle passarás 6 1/2 horas da tarde, por frente dacasa, quando era apedrejada ; fiz ver-lhe que Germano era homem raspei-tador, por isso o julgava incapaz desemelhante oecupação.

    Retirou-se Germano para fora davilla, e V. S. participon-me em con-versa que tinha sido injusto, fazendomáo juizo de Germano, porque tendoelle se retirado de Moura, não tinhamcessado as pedradas.

    V. S , como todo homem, em igiíalsituação, procurava outros alvos desuas desconfianças, porém o tempo ea experiência demonstraram clara-mente a V. S.. que era ainda injustocom aquelles que suppunha capazesde illudirem a vigilância de tantoshomens, que com interesse se porfia-vam em ser os primeiros a descobrir omysterio, e só V. S. se capacitou desuas suspeitas infundadas, quandoeu e mais moradores reunimo-nos emsua casa, fazendo recolher em uma só

    | sala todos quantos alli se achavam,

  • lRBWOKll.lBMftll - SSS-fi - .tnnho ,~ 85

    Moura, 4 de Julho de 1883.

    Documento n. 2

    111 m. Sr. Tenente Antônio JoséBarboza. — Respondendo á carta emque pede V. S. attestar sobre o ape-drejamento de que foi victima e todafamília nesta freguesia, eín amor áverdade tenho a dizer, que occupandoum lado da casa de telha com minhafamília, na qual tambem morava V.S. com a sua, por haver me cedido,isto de Dezembro de 1882 a Março de1883, attento á nossa amizade de mui-tos áhnos, fui por vezes testemunhaoccular da constante perseguição quealli soffreu V.S. e que muito o ajudeia investigar a verdade, sem nuncadescobrirmos cousa alguma.

    Conversando sempre com V. S. emsua casa e vice-versa, ninguém maisestá nos casos de saber e attestar comoteve fim a perseguição até a ida deS.Ex. q.Sr. Bispo 1). Antônio, tal qualV. S. conta.

    Sinto ser lacônico na narração quefaço, porque seria preciso muito es-crever, para dizer tudo que vi e sei.

    Apenas me limitarei a dizer, que éimpossível que a mão humana, sejaeapaz de fazer cousas tão extraordina-rias e de dia ao alcançe^de todos, sempoder ser descoberta."

    Felizmente dispõe V. S. de muitastestemunhas de vista e.o povo destafreguezia (pie de todo está proinpto aattestar a verdade quando fòr preciso.

    fechande-.se as portas ejanellas, para ,melhor descobrimento da verdada,ficando todos em um só lugar, paratestemunharem então o que virãonessa occasião, de surgirem pedras dotectoe cantos da casa, eín presençade tantos olhos cnriosos I

    Foi nessa occasião que V. S. assimcomo eu e todos abaixaram a cabeça,sem saber explicar esse phenomeno,que não tem sido acreditado, senão poraquelles que foram delle testemunhas,com pasmo e admiração.

    O facto do apedrojamento de quefoi V. S. victima e sua família, julgonão ser o primeiro, já em Nápoles,cidade da Itália, deu-se; um idêntico,como bem noticiou um jornal d'aquellalocalidade.

    Confesso, que quando li a transcri-pção dessa noticia no Diário de Belém,duvidei um pouco de sua veracidade,ao passo (pie me estava reservado paramais tarde dar credito com o que vi epresenciei em sua casa, não uma, masmuitas vezes, acompanhado de diver-sas pessoas, que a curiosidade con-dúzia para ver, ver e admirar essemysterio, que até hoje não posso es-quecer-me d'elle; pela sua origem emodo porque obrava.

    A' bordo de um dos vapores que fa-zem a navegação deste rio, um cava-lheiro fez-me perguntas relativas aeste facto, contei-lhe o que tinha sue-cedido por espaço de muitos mezes cde tudo quanto se lançou mão para odescobrimento desse segredo; disse-meelle : Eu só acreditaria se visse.

    Então não leva em conte os teste-munhos?

    Se o senhor segue essa singulartheoria, de só acreditar aquillo quevê, ha de pèrmittir-me que lhe diga,que está muito atrasado.

    Triste do inundo se todos pensásemassim !

    Felizmente o homem reflectido nãopõe duvida nos testemunhos sinceros.

    O facto minuciosamente narradopor V. S. é a expressão da verdade,tendo como testemunhas delle, os há-bitantes de Moura, por isso ai testotudo quanto ahi narra, deixando detratar ponto por ponto, para hão tor-nar-me fastidioso em repetir aqii.illpque já foi dieto.

    De V. S.. Am. Cr. Obr. —¦ Antôniode Oliveira Horta.

    De V. S., am cr. e obr. —iCamüloGonsalves de Oliveira Mello. ,

    111 m. Sr. Tenente Antônio JoséBarboza. -— Justifico os factos que setem dado neste lugar com V. S., cousaque eu não acreditava, mas no dia 7de Setembro do corrente, ás 11 horasdo dia, V. S. inandando-me chamarem nossa casa, a toda pressa fui echegando na de V. S. entrei o sentei-me em uma cadeira.

    Olhando para o oiitão da casa, dolado do norte, vi sahir uma pedra daracha da parede e cahir no chuo.Com espaço de cinco minutos sábio

    outra do fechai e bateu na cabeça dasenhora de V. S., que ficou com oscabellos cheios de barro.

    Depois retirei-me para a casa pen-sando no que tinha visto e formandomeu juízo.

    Nada mais sei e estou prompto ajustificar o que vi, (nu qualquer tri-bunal a que for chamado.

    Am. cr. e obr. — Manuel Alves deMello.

    Moura, 9 de Novembro de 1883.

    Documento n. 4

    Illm. Sr. Tenente Antônio JoséBarboza. — Em resposta ao conteúdoile sua carta, tenho a dizer-lhe o sé:-guinte : Pouco inai;, de meia. hora de-dois da minha chegada em casa. deV. S., sacudiram uma. pedra, depoisoutra e continuou de taVforma que ás2 horas da madrugada-, contávamos21 pedras de todo o tamanho, comotorrões de barro secco, e alguns aíi-rados de leve em pessoas de sua fami-lia, não se desfazendo, mas algunsvinham com tanta força que ficavamem migalhas, e nos ihtervallos daspedras, alguns punhados de areia eterra.

    Fui mais feliz que o Sr. professorNolasco, que estava presente, de trêspedras que visivelmente arremessa-rarri-me, nenhuma tocou-me.

    O que mais me encommodava, eranão saírem de uma só direcção.

    A mim parecia, que uma mão oc-culta arremessava estas pedras.

    Com todo sangue frio esperava oresumo do tiroteio das pedras.

    De repente sacudiram uma comtanta força e tão grande, que indo deencontro a uma mesa, aonde estavaum candieiro, um espelho e váriosobjectos, ficou em migalhas.

    Foi uma verdadeira explosão, cau-sando grande terror na família de V.S., que foi obrigada a passar o restoda noite em casa do dito Sr. professor,em vista de seu offereciraento, ficandona casa eu, seu fâmulo e uma praçado destacamento, mas que já dormiahavia mais de uma hora.

    Na retirada de V. S. da casa, aindanão tinha dado seis passos além, oh-sorvei passar uma sombra de um pontoa outro do interior da casa, e a som-bra era vulto de um homem.

    Levantei-me prompto a reconhecerquem era, suspendi a cortina da portae nada vi.

    Segui com o fâmulo de V. S., comuni lampeão que dava claridade áparagem pela qual passou a sombra.

    Revistamos os quartos.As portas ejanellas fechadas.Neste ínterim voltou V. S. relatei-

    lhe o oceorrido e fiquei de propósitona casa até ás 6 horas da manhã; enada mais vi e nem ouvi.

    No mais, tem V. S. permissão defazer destas linhas o uso que lhe con-vier.Deste menor criado— Manuel An-

    tonio dè Araújo.Moura, 7 de Outubro de 1883.

    Illm. Sr. Tenente Antônio JoséBarbosa. — Recebi sua carta de hojedatada, na qual me pede que, em féde verdade, atteste sobre o que pre-senciei em sua casa na noite de 13 docorrente.

    Respondo pois o seguinte sobre ofacto : Tendo sido na mesma casa,naquella noite, ás 10 horas, chamadopor um criado de V.S. e a seu convite,afim de que eu fosse assistir o factodas pedradas e do que eu duvidava,por não as ter ainda visto, fui tercom V. S. e em sua companhia medemorei até duas horas da manhã dodia seguinte.

    Ao chegar não vi pedradas, porémcom pouca demora da. minha estada,começaram a cahir no solo, sobre umamesa (junto da qual estávamos eu, V.S., seu criado o o Sr. Araújo, moradordaqui, que tambem abi levado pelasua duvida foi ter) e sobre os moveisda sua casa, a principio pequenostorrões de barro preto e amarello.

    A proporção que as pedras se sue-cediam, arremessadas com forca, dooutão da casa, da alçova e varanda,cresciam em tamanho e eram comoque dirigidas para não tocarem empessoa alguma, pela direcção quetraziam em sentidos differentes, comouma que partindo visivelmente tomouopposta direcção, indo pregar-se naparede onde estava encostado seubanco, sobre o qual cahiram os peda-cos, que com o choque se dividiramem partículas.

    Tal foi a violência com (pie foi ati-rada esta, pedra, que pregou barro en-xiito, de (pie era o torrão, na paredetambem enxuta.

    Continuando a assistir este jogo depedras, admirado pelo caso originalde que era testemunha, partio de de-traz de uma cortina, da porta davaranda, um pequeno torrão, que veiotocar-me na região dorsal, o que,confesso, fez-me desconfiar da reali-dade do queyyia.

    Apóz esta, tantas outras pedras ca-hírão ao chão, sempre dirigidas, semponto certo, notando porém que maiscabiam junto do lugar e sobre umbaliu, no qual se assentava sua criada.

    Sendo já muito tarde, retirei-mepara minha casa, comsigo esua Exma.família, todos assombrados do horri-vel drama que acabávamos' de pre-sen ciar;

    Estando nós «a em caminho e apouca distancia da porta da rua, ouvi-mos gritarem,seu creadoe o Sr. Araújo,dizendo quefao sahirmos, virão dis-tinetamente passar pela varanda,atravez da cortina transparante, umasombra, como o vulto de um homem.

    Ininiediatameiite' correram os doispara roconhecerem fal vulto e per-correndo, com luzes, toda a casa, nadaencontraram.

    Eepois da retii.uda da família epassagem da sombra, cessaram as pe-dras, como vim a saber-iqiela manhã.

    Foi o que vi e do que fui testemu-nha.

    Quanto á causa dasjpedradas, des-conheÇo-a e nem entroYia apreciaçãodelia, por ser para •mim mysteriesa.

    Sou com estima de V. S., a tf. cr.obr.— Joaquim Pedro Nolasco de OU-veira.

    Bin facto Binoortaitttr'

    Vicente Co?ta, Residente em Mánáos,soltrin de grave moléstia e estaya entreguea sério tractamento; ura dia, já muito de-sanimátlo, ouvia", ao adormecer, uma vozrjue lho dizia, Chamandp-lhe pelo nome,que tomasse chá de casca de jutahy ehervatostão com umagemmn de ovo, pela manhãe a noiite; que do contrario morreria.

    No dia iinmediato, contando elle o casoú sua mãi, esta acohsellioü-d que seguisseo conselho; elle o fez e está restabelecido.

    O SPIRII1SHO

    E' este o titulo de um importantetrabalho, que, como havia sokmne-mente promettido, o Apóstolo começoupublicar, e ao qual nos cumpre res-ponder.

    Começamos pedindo desculpa aocollega por termos duvidado da suapromessa ; errare humanum est.

    Contamos com a desculpa.« Diz o articulista que a relaçãodos espi ritos dos que falleceram com•es que se acham ainda presos á carne,é uni jacto incontestável, mas queisto é falso aos olhos da igreja catho-

    lica, porque contradiz, em parte, ásverdades que ella ensina. »Parece-nos que o começo não foi

    bem ; se esta relação é incontestável,como negando-a pode a igreja catho-lica dizer a verdade?

    Ou o facto não se dá ou a i"Teiaerra. J

    Devemos escolher.Se lançarmos os olhos sobre as

    paginas da historia sagrada e daprofana, depararemos com milharesde factos que nos vem demonstrar arealidade dessa communicacão ; e semir tão longe, basta-nos lêr o artigodo credo dos Apóstolos que diz : creiona communicacão dos santos, para re-conhecermos que é a igreja quem erra.De facto, segundo ella, quem sãoesses santos1!'

    Os Agostinhos, os Jeronymos, osAntonios de Padua, os Vicentes dePaula, etc; ora, se ella crè que essesespíritos podementrar em relação comos homens, porque diz que não são asalmas dos que viveram na terra, quehoje nos vêm ajudar com seus avisose conselhos ?

    _ D'ahi vemos que a, igreja catho-lica se engana, quando diz que só odemônio, esse ente phantastíco, essacreação blaspheraa dos ascetas dopassado, pode entrar em relação com-nosco.

    Concordamos com o articulistaquando affirma que no campo philo-sophico é diílicil, senão impossível,provar-se a existência do demônio ;sim, o creador, sujeitando a creaturaobscurecida pelo véo da matéria áacção do poderoso agente do mal, sempèrmittir que os bons espíritos ve-nhani combater essas más influencias,auxiliar-nos nessa lueta tão desigual,perde os seus attributos de bondade,justiça e sabedoria infinitas.

    Deus creando entes eternamentevotados ao mal, deixaria de ser bom,para levar a sua vingança além doslimites do que a nossa razão pôde ad-mittir.

    Supponhanios que um dia, vencidopelos remorsos, este ser condemnadoás trevas, esse anjo do mal, se dobrassearrependido e pedisse perdão; admit-tis que a fonte de todo o amor e mi-sericordia, lh'o negaria?

    Acreditaes que,inferior aos horaeus,Deus poderia dar uma pedra a esseseu filho que lhe pedia pão ?

    Dizek? que o anjo do mal nunca searrependerá da sua desobediência;porque ?

    Será elle assim tão forte contra to-dos os soffrimentos que lhe laceram aalma ?

    Ou é o próprio Deus que o não con-sente ?

    No primeiro caso, foi elle creadoassim tão forte para vi ver eternamenterebelde?

    Ha aqui duas alternativas, dasquaes uma é totalmente contraria ánatureza do ser creado.

    Tarde ou cedo o soffrimento subjugao espirito criminoso e faz nelle nascero arrependimento ; e uma vez fechadaessa sabida, só vos restará uma quevos_conduz infallivelmente á negaçãoda justiça divina.

    Ore o articulista que esse intituladoanjo das trevas tem o poder de ten-tar-nos, como o fez com o primeirohomem que vivia cm estado de graça.

  • ¦ti 9tl! OIMI tlHHt — IHHt — .iuiiho — 15

    Ora a bíblia diz que, para castigode sua falta, o homem foicondemnadoa regar o solo com o suor de seu rosto,a mulher a parir com dor, etc.

    Acredita o articulista que esse pri •meiro homem se alimentava de ar?

    Que elle não tinha necessidade decultivar a terra para delia arrancar oalimento ?

    Não será mais racional que pec-canelo na vida de erraticidade, ouem um mundo superior, o espiritofoi condemnado a vir viver presoa um corpo, que o sujeitava aossoffrimentos inherentes a este estado,ou, em resumo, que o homem veioá terra para expiar ?

    Essa falta commettida algures foia origem de sua encarnarão,foi o pec-cado original, polo qual só elle res pon-deu; e se os que lhe snecederam, vieramtambém softrer idêntica punição, éisso devido a ter cada um delles, navida espiritual, commettido a mesmafalta que os seus predecessores.

    Como então vivia este homem naTerra em estado de graça ?

    E' tempo de fixarmos bem as nossasidéias acerca desse primeiro homem :Adão não quer dizer um indivíduo esim uma raça inteira clecahida ; demosdesconto â linguagem imaginada dosHebreus.

    Vejamos bem o que diz Caiu quandoexpulso da casa paterna : Os homensme matarão; o que homens se referiaelle ?

    Seriam estes também descendentesde Adão ?

    Se os primeiros homens eram teu-tados, como nós o somos, é que ellesnão eram innocentes, que todos elles,mais ou menos, tinham más inclina-ções.

    Agora olhemos para a historia dopassado da nossa humanidade, e ve-remos que, no seio de todos os povos,por mais embrutecidos que sejam, pormais inaptos para entrar em commu-nicação com os bons espíritos, nuncadeixaram de apparecer vultos salien-tes, homens notáveis por seus dotesintellectuaes e moraes, os quaes emcom muni cação com os bons espíritos,delles recebiam Conselhos para bemconduzirem seus irmãos.

    Diz o articulista que os planetas,os mundos tantos que nos aformoseamo firmamento, não podem ser, comoquerem os spiritas, estâncias habita-das por seres em via de perfectibili-dade, mas sim que são a morada deanjos e almas santas.

    A sciencia astronômica hoje nos dizcom segurança quaes as condições dehabitabilidade dos planetas do nossosystema ; que a attração central doplaneta Mercúrio, por exemplo, émuito inferior á da Terra ; pelo que épreciso que o corpo do homem de Mer-curió seja mais denso, seja de umamatéria mais bruta do que a do nosso:ora quanto mais pesado for o corpo,tanto mais embotados serão seus or-gans de sensibilidade, tanto mais dif-hceis serão as percepções dos .espíritosque a elles se achem presos.

    Logo o homem de Mercúrio oecupana creação um lugar inferior ao dohomem terreno.

    Dá-se o mesmo com Venus, aindaque melhor que a posição de Mer-curió.

    Diz ainda o articulista que a alma,dotada de intelligencia racional limi-tada, não sabe dar conta a si própriada razão porque nasceu, ou porque ofez antes neste que no's séculos trans-actos, mas somente que ella não pôdeevitar a morte.

    Permitta-nos o auctor que, em nomeda philosophia, de todas as religiõesdo passado e do presente e do credodos Apóstolos, protestemos solemne-mente contra essa morte da alma.

    Nós cremos na vida eterna da alma.

    (Continua).

    w. ciimV-K.Ee

    ULTIMA A.PPARIÇÃO DE KATIE KING

    SUA PHOTOGRAPHIA POR MEIO DÁ LUZKI.KOTIIICA

    (Conclusão)

    Ultimamente eu vi tão bem Katie,quando esclarecida pela luz electrica,que posso junetar alguns traços ásdi Heréticas que, no artigo precedente,estabeleci entre ella e seu médium.

    Tenho a certeza a mais absoluta deque Melle. Cook e Katie são duas in-dividualidades distinetas, pelo menos,no (pie diz respeito aos seus corpos.

    O rosto daquclla tem muitossignaesque faltam no desta; os cabellos deMelle. Cook são de um castanho cs-curo qne parecem negros, ao passo queuma madeixa dos de Katie, que tenhodiante de mim, e que ella me permit-tio cortar chi suas trancas luxuriantes,depois de havel-as com o.s dedosacompanhado até o alto de suacabeçae me ter certificado deseacharem ahifixadas, são de uni rico castanho dou-rado.

    Uma noite eu contei as pulsações deKatie; seu pulso batia regularmente75, quando o de Melle. Cook, poucosinstantes depois, batia 90, seu numerohabitual.

    Apoiando meu ouvido sobre o peitode Katie, eu sentia os batidos de seucoração, cujas pulsações eram aindamais regulare.s que as do de Melle.Cook, quando, depois da sessão, ellame permittio fazer a mesma expe-riencia.

    Experimentados do mesmo modo, ospulmões eram mais sãos que os de seumédium, porque nessa época Melle,Cook sóffria de uma defluxão.

    Vossos leitores, por certo, acharãointeressante que ás vossas e ás obser-vações do Sr. Rose Church, sobre aultima apparição de Katie, eu juneteas minhas, pelo menos aquellas queposso publicar.

    Quando chegou para Katie o mo-mento de dizer-nos adeos, eu pedi-lheo favor de ser o ultimo a vel-a, ellaentão, chamou a si cada uma das pes-soas que cum punham a nossa socie-dade e, dizendo algumas palavras acada um, deu instriicçòes geraes paranossa direcção futura, e bem assimsobre o auxilio que deviàmos prestará Melle. Cook.

    Dessas instrucções, que foram ste-nographada.s, eu cito as seguintes:

    « O Sr. Crookes tem sempre prOce-dido bem, e é com a maior confiançaque eu lhe entrego Floreneia, segura(le que elle não iIludirá a minha fé.

    Em todas as circumstancias impre-vistas elle poderá fazer mais que eu,porque elle tem mais força. »

    Terminando suas instruções, Katieconvidou-me a acompanhai-a ao gabi-nete, e consentio que eu ahi permu-necesse até o fim.

    Depois de cerrar a cortina ella con-versou commigo algum tempo, depoisatravessou a câmara para ir ter comMelle. Cook que jazia inerte sobre o

    'Então, inclinando-se para esta, ellalhe disse :

    « Acorda, Floreneia ! Acorda ; voudeixar-te. »

    Melle. Cook despertou e, banhadaem lagrimas, pedio a Katie se demo-rasse ainda.

    « Minha querida, respondeu esta,não posso; minha missão está terrni-nada. Que Deus te abençoe. »

    Depois ellas conversaram por ai-gum tempo, até que as lagrimas deMelle. Cook lhe impediram de conti-nuar.

    Segundo a.s instrucções de Katie,eu me adiantei para amparar Melle.Cook que" ia cahir e que soluçava con-vulsamente.

    Olhei ao redor de nós, mas Katie oseus vestidos brancos haviam desap-parecido.

    Logo ({iie Melle. Cook acalmou-se,trouxeram uma luz o eu conduzia parafora do gabinete.

    As sessões quasi diárias, com queMelle. Cook me quiz favorecer uiti-mamente, me provaram assaz qual asua força: e eu desejo tornar, o maispossível, conhecidas a.s obrigações doque lhe sou devedor,pelo empenho quemostrou em auxiliar-me em minhasexperiências.

    Todas as provas por mim propostasforam por ella aceitas com a maiorboa vontade; sua palavra é franca evai direita ao fim, e nunca observeicousa alguma que nella me denun-ciasse o menor desejo de enganar.

    Não creio que ella nos podesse illu-d ir assim, se por artifícios para issose tivesse preparado; sua naturezaalem de tudo, oppunha-se a isso.

    Quanto a suppor que uma innocentecollegial de 15 annos de idade fossecapaz de conceber e executar durante3 annos, com tal suecesso uma impôs-tura dessa ordem, sujeitando-se a to-das as condições que se lhe impunha,a todas as investigações minuciosas,seja antes, seja depois das sessões;que ella tenha obtido ainda maiorsuecesso em minha casa que na deseus parentes, sabendo quo vinha ex-pressamente para se submetter a rigo-rosos ensaios scientificos; — quanto aimaginar-se, digo eu, que a KatieKing dos três últimos annos seja oresultado de uma impostura, é umamaior violência feita á razão e ao bomsenso, do que crer-se que ella seja oque ella aflirma ser.

    Não devo finalisar este artigo semagradedecer ao Sr. e Sra. Cook pelogrande auxilio que quizeram prestarás minhas observações e experiências.

    Os meus agradecimenios e os detodos os espiritualistas são tambémdevidos ao Sr. Charles Blackburn, porsua generosidade em permittir a Mie.Cook consagrar todo o seu tempo aodesenvolvimento dessas manifestaçõese ao seu exame scientifico.

    W. Ckookks.

    A tll.KTCIllo.SC

    Por achar-mos dí vital interesse para anossa sociedade, em cujo seio esse mal faztantos estragos, oílerecemos aos nossosleitores as opiniões de dous notáveis me-dicos, apresentadas na sessão da Academiade Medicina da Bélgica, de 2!) de de Marcoultimo, os Drs. Hugues eWillcns.

    Diz o primeiro que numerosas expe-rieacias já assaz tem demonstrado que atuberculose se transmitte dos animaes aohomem e reciprocamente; que as inflam-inações agudas acompanhadas de plie-nomenos grangreuosos, de septicemia, sãomuito freqüentes nos animaes, e que é bemconhecida a subtilidade e actividade dovirus septico. Klle crô que 6 no uso dascarnes desses animaes enfermos que seachará a explicação etiologica da tüber-culosc, e de grande numero de epidemiastyphoides que assaltam á espécie humana.

    Passando depois em revista as moléstiascontagiosas e parasitárias, que o,s animaespodem trasinittir ao homem, baseando-seem dados clínicos, elle di/, qne ha umarelação dirècta entre o uso do leite e dacarne de animaes enfermos e o dcscnvol-vimento das mais graves moléstias.

    O Dr. Willens diz e prova que o uso dacarne proveniente de animaes atacadosde, rabia, de mormo, de sarna ou tuberculosedeve ser regeitado de todo modo.

    De suas observações elle conclue que atuberculose do homem mata o quinto dapopulação da Europa, que ella é maisfreqüente nas cidades onde o consumo decarne 6 maior, do que no campo onde secome pouca carne; quesuaeontagiosidadenão pôde mais ser posta em duvida depoisdas experiências de Willemin, Klebs,Fouissaint, Gerlache e Koch. A tuber-culose, diz elle, é idêntica no homem enosanimaes e se transmitte com facilidadede uns aos outros.

    a ftS9llSBTA

    SIOSSÃO KM G DE JUNHO

    Constou o expediente da apresentação.feita pelo Sr. Thesoureiro, das contas dasdéspezás feitas com a nova instai lação daSociedade na casa da rua da Alfândegan. 153; de uma communicação do grupospirita Menezes, pedindo permissão pararemettor á .Sociedade as communieaçõesspiriticas n'elle recebidas, afim de que estadè também sobro ellas a sua opinião;aceitou-se e mandou-se agradecer a at-tençao.

    Foram nomeadas cotnmissões para re-presentarem a Federação e a Redacção do« Reformador » na-sessão magna qiíe faráa Sociedade Spirita beneficente Antôniode Padüa no dia 13 do corrente, para aqual tivemos a honra de ser convidados.

    Dr. Carlos ilariuuo CmíiIv-m»Biioiio

    Recebemos o segundo numero de umaimportante publicação do Club-GalvãoBueno, de S. Paulo, dedicado ii memóriadesse distineto professor de Philosophia,da Faculdade de Direito daquella pro-vincia.

    Traz bellos ariigos sobre sua vida tãocheia de ¦ dedicação e de esforços pelaeducação da mocidade; e vem adornadocom o seu rectrato.

    Agradecendo-- a-vaifóí5ir- offerta do club,fazemos votos para que seja permittida aoemérito lutador acontinuaçio da obra queemprehendeu, quando preso a um corpona vida terrena!.

    DMlcm-TiiiuiiIo

    Aquilatae o vosso amor a todasas creaturas do Senhor, pelos donsque elle vos concedeu.

    Ouvi as vozes de seus enviados,vossos amigos do espaço, que nãocessam de dizer-vos, ser chegado otempo de vigiardes attentamente so-bre vós mesmos.

    Como as virgens prudentes, estaiprevinido afim de não serdes surpre-hendidos quando soara hora da che-gada do esposo.

    Crede. amai e esperai.Allan-Kardecvos aconselha pacien-

    cia, resignação e amor.

    Pedro Lemoint.

    Sobre os dispersos restos das futeisgrandezas mundanas, a humanidaderegenerada vai, illumiuada pela es-trella do Spiritisrno, caminhar impa-vida na sonda do progresso, para otemplo onde brilha a verdade semvéo.

    Pregai, semeai sem descanço, queo tempo da colheita não vem longe.

    Deus vos illumine e proteja.

    Pedro I.

    Com fé e amor transporeis a mon-tanha do erro, e chegareis ás regiõesonde o sol da verdade derrama sua luzbenéfica e pura.

    Alliviai as dores dos infelizes cami-nhant.es, que snecumbem ao peso desuas faltas passadas, que desfalleceinaos golpes da tentação.

    Sede unidos e amantes e Deus vosabençoará»

    Mello Muuaes.

    * *

    Caminheiros do futuro, não temei,a verdade se vai despindo dos véosque a escondiam aos olhos do homem.

    Avante! Vossos irmãos do espaçoestarão sempre comvosco, e Deus vosguia.

    Osoiuo.

  • 9tBI OltMAlM>lt — 8SS.fi — .Imiiio — 15S9B

    O 111*1*11 II CURADOR

    PARECER DO MESTRE ALLAN-KARDEC ARESPEITO OA MEDIUNIDADE

    CURADORA

    (Continuação)OsEspiritòs vem para junto daquellcs

    que elles querem ; nenhuma vontade ospôde constranger;elles attendemá prece,quando ella é fervorosa e sincera, masnunca a uma imposição.

    llcsulta disso que á vontade não podedar a mediunidade curadora, e que nin-guem pode possuir tal mediunidade porter-se resolvido a tel-a.

    Reconhece-se o médium curador pelosresultados que elle obtém e mão por suapretenção de sel-o.

    Se a vontade do indivíduo, porem, éineílicaz, no que diz respeito ao con-curso dos Espíritos, ella tem grandepoder para imprimir ao Unido, espiritualou humano, uma boa direeção e umamaior energia.

    No homem molle e distraindo, açor-rente ó frouxa e a emissão é fraca; olluido espiritual se detem nelle, sem lhedar proveito algum; ao passo que nohomem de vontade enérgica a correnteproduz o effeito de uma ducha.

    Não corifundamos a vontade enérgicacom a teima, esta é sempre uma conse-quencia do orgulo ou do egoísmo, entre-tanto que o individuo mah humilde pôdeter a vontade do devotamenlo.

    A vontade é ainda muito poderosapara dar aos fluidos as qualidades espe-ciaes apropriadas ao mal que se quercurar.

    Este ponto, que é capital, se prende aum principio ainda pouco conhecido,masque está sendo estudado: o das crea-ções lluidicas c das modificações que opensamento pode fazer soffrer á ma-teria.

    0 pensamento que provoca uma emis-sao fluidica, é capaz de operar certastransformações moleculares e atômicas,semelhantes ás que produzem a electri-cidade, a luz e o calor.

    & A prece, que não é mais que um pen-samento, quando fervorosa, ardente efeita com fé, produz o effeito de umamagnetisação; não só chamando o con-curso dos bons Espíritos, como dirigindosobre o enfermo uma corrente fluidicasalutar.

    Chamamos sobre este assumpto a at-tencão para as preces contidas noEvangelho Segundo o Spiritismo, emfavor dos doentes e obsedados.

    Se a mediunidade curadora pura é umprivilegio das almas escolhidas, a pos-sihilidade de acalmar certos soffrimen-tos, de curar mesmo, ainda que comdemora, algumas enfermidades é dadaa todos, sem mie hajanecessidadedeserse magnetisador.

    O conhecimento dos processos mag-neticos é útil nos casos complicados, masnao 6 indispensável:

    Como todos podem fazer um appelloaos bons Espíritos, orar e desejar o bem,basta, muitas vezes, impor-se as mãossobre unia dôr, para que ella se acalme ;ó o que pode fazer qualquer individuo, setiver fé, fervor, vontade e confiança emDeus.

    E' notável que a maioria dos médiunscuradores inconscientes, isto é que nãopodem explicar a faculdade que pos-suem, e que se encontram, muitas vezes,nas conuicções mais humildes e entreas pessoas privadas de toda instrucção,recommendem aprece e se ajudem a simesmos com ella.

    Somente sua ignorância lhes faz crerna influencia de tal ou tal formula; ealgumas vezes, mesmo, elles se entre-gaíri a praticas supersticiosas, ás quaesnão devemos ligar importância;

    Por se haver obtido uma ou, mesmo,muitas vezes resultados satisfactorios,

    „ nao deixa de ser temerário apresentar-se como médium curador e concluir quese pode triumphar de toda a sorte demal.

    A experiência prova que, na accepçãorestrieta da palavra, entre os melhordotados, não existem médiuns curadoresuniversaes.

    Um pode restituir a saúde a um on-ferino e nada conseguir em relação aoutro; tal fezdesappáreccr um certo sof-frimento em uma pessoa, ao passo queserá impotente contra o mesmo inalemuma outra pessoa, e, ás vezes, mesmo namesma em uma outra época; tal outropode possuir hoje a faculdade, vel-ádesapparecer amanhã e recuperai amai <

    tarle, segundo as condições lluidicas emque se acha.

    Como todos os gêneros de medi uni-dade, a curadora é tuna aptidão inhe-rente ao individuo; o resultado effccti-vo, porém,desta aptidão é independentede sua vontade.

    Ella se desenvolve incontestavelmeutepelo exercício e, sobretudo, pela práticado bem e da caridade; mas como ella nãopode ter a lixidez nem a pontualidadede um talento adqurido pelo estudo e doqual se é sempre dono, não poderá tor-nar-se uma profissão.Seria pois um abuso annunciar-seuma pessoa ao publico como médiumcurador.

    Estas reflexões não lôm àpplicação aosniagnelisadorcs, norque seu poder residenelles mesmos, bem como a liberdadede enipregal-o convenientemente.

    E' um erro crer que aquelles que niopartilham das nossas crenças, não terãoalguma repugnância em ensaiar essafaculdade.

    A mediunidade curadora racional estáintimamente ligada ao Spiritismo, poisque ella repousa essencialmente sobreo concurso dos Espíritos; ora, aquellesque não acreditam nos Espíritos, em suaalma e, ainda menos, na efiicacia daprece, não se podem colloear nas condi-ções exigidiis, porque não é cousa quese possa ensaiar maquinalriienté.

    Entre os que crêem na alma e cm suaimmortalidade, quantos, ainda hoje, nãorecuariam horrorisados ante esse appelloaos bons Kspiritos, receando attrahir odemônio; quantos não crêem ainda queto Ias as curas obtidas sáo uma obra dodiabo1

    O fanatismo écego; elle não racio-ciría.

    Sem duvida, nem sempre será assim;mas é necessário quedecorraainda muitotempo, antes que a luz penetre em todosos cérebros.

    Esperando, façamos a maior som made bem possível por meio do Spiritismo;façamol-o mesmo aos nossos inimigos,ainda que cm troca colhamos somentea ingratidão; é o melhor meio de vencercertas resistências e provar que o Spiri-tismo não é tão negro como alguns pre-tendem.

    (IIevista Spiríta de Pariz, 18G5).

    WSTRUCÇOES MEÜ1ANIMICASOBTIDAS EM CHENÉE, EM UM GRUPO ESPE-

    CIALMENTE DE MÉDIUNS CURADORES, SO-BRE A APPLICAÇÍO DESSA MEDIUNIDADE.

    Moléstias de pelleErupções ordinárias e escrofulosas. — Sa-

    rampo. - Erupções cutâneas. — Varíolae seus derivados.—Sarna.—Üarthros.—Erysypela.—Tinha.—Crosta de leite.Estas affecções são muito numerosas;

    mas, graças a Deus, em que pese aosmédicos, nao são de cura diílicil; sãoantes, as que menos resistem a um tra-tamento regular.

    Começai a operação pela cabeça edepois; por differenles passes, por es-paço de dous ou três minutos, envolveitodo corpo em um lluido benéfico.

    E necessário primeiro extrahir delle omáo lluido poi passes leitos com essaintenção, e dirigidos da cabeça para ospés.

    Dai ao enfermo água magnetisada parabeber e Javaro corpo três vezes ao dia;podendo essa água de banho ser nque-cida, segundo a necessidade.

    Da. Demeure.Observações. — Quando a marcha

    dessas affecções afrouxa, quando as era-peões se fazem esperar ou, lendo appa-recido, parecem reírogradar em vez deavançar, é quando melhor verilicareis aeflicacia de vossas operações.

    Não temais a febre nem o calor queentão sepodem manifestar, não são maisque o resultado do trabalho que se exe-cuta por vossos esforços, e do augmentode movimento,condição necessária paraeffectuar-se a chra.

    Affecções escrophu losasAqui o inagnelismo raramente palen-

    teia seu trabalho aos nossos olhos; éprecisò-que o adivinhemos por peque-nos signaes apenas sensíveis.

    Assim, vossas mngnelisaç.ões parecemsem importância, e o doente, em appa-rencia, nenhuma alteração solíre.

    Pequenas modificações, porém, so dãon i pulso, e a pelle se aquece.

    .Mais tarde o ventre incha um pouco,borborygmos se fazem ouvir, a lingua secobre de uma camada delgada, e umaligeira alteração febril, assaz regular, semanifesta.

    Esperai ainda um pouco; tudo se pre-para, não é a pelle quem vai servir paraa descarga dos honiores, nem tão poucoas urinas, ipie se conservam límpidas; oventre porém se torna mais sensível,ligeiras eólicas se fazem sentir, e final-mente sobrevêm evacuações totalmenteserosas.

    Não vos deixai illudir; não esperaiajudará naturezápor meio de purgali-vos, porque vercis então tudo cessar'.

    O trabalho critico se fará por si só.Evacuações albinas mais abundantesvol-o arinunciarão; alyfnpliáse escoa,e a febre se torna mais sensível; nadareceai; ella não é mais que o resultadodo trabalho (pie se opera nos tecidos,trabalho necessário para expulsão dosUnidos (pie obstruíam os organs e que,não tendo podido escoar se, tinham en-gurgitado as glândulas, cuja ruptura éa causa das ulceras.

    Agora que as glândulas se tornam maisílaccidas, mais niolles, ellas começam aachatar-se, a diminuir de volume, e osmúsculos se desenham melhor.

    Eu vi assim terminar uma aflecção es-crpfulpsa, depois de cinco mezesde ma-gnetisáção, por uma soltura que durouquatorze horas sem interrupção.

    Tinha sido necessário todo esse tempopara prèparal-a, e somente os symptó-mas acima apontados a tinham ànnuu-ciado.

    Vi também muitas outras affecçõesdessa espécie se terminar mais brusca-mente, mas sempre por evacuações se-rosas.

    Nenhum medicamento foi adminis-trado durante esses tratamentos; a na-tureza obrou só.

    Devo dizer que os modos de operar va-riam.É sobretudo por uma àpplicação firo-longada da mão sobre o estômago e o

    ventre que deveis obrar, porqüè éahique se faz o trabalho, que a crise terálugar.

    Quaesquer que sejam os engurgita-mentos glandulosos, qualquer que sejaa sua situação, não tentai a cura demodo diverso do que vos indico aqui.Suppondo que obrasseis sobre o seuvolume, não consçguirieis senão que oshumores refluíssem paraoutra parte,en-trassem na corrente circulatória, e fos-sem provocar as mesmas desordens emoutros pontos do organismo.

    Du Potet {Manual dosMagnctisadryres).

    (Observações approvadas pelo Dr. De-nicure).Moléstias da cabeça

    Apoplexia.— Meningite.— Encephalite.—Differentes espécies de congestões cere-braes.— Nevralgias. — Enxaquecas.

    Passes largos indo da cabeça aos pés,para expellir os mãos fluidos; depoisemilti bom fluido sobre a parte superiorda cabeça durante dous ou três minutos;descei as mãos até as fontes e estabeleceiuma corrente através do cérebro; ouentão ponde uma das mãos aberta sobrea cabeça e a outra debaixo do queixodo enfermo; fazei que o fluido aceumu-lado sobro a cabeça lhe desça pelosbraços; e actuai sobre o coração.

    Pará as dores de cabeça ordinárias, aenxaqueca, etc, operai lambem sobre oestômago por quatro ou cinco passes, elançai o lluido máo pelas pernas.

    Para os defiuxos, catarrho cerebral,expelli os Unidos pelos conduetos na-saes.

    Em todos esses casos deve-se dar abeber ao doente água magnetisada.

    Demeure.Observações.— Nos casos mais extre->

    m >s, a paralysia, a ausência da palavra,a rigidez dos membros e, em certos ca-sos, as convulsões, não vos devem im-pedir de tentar a cura.

    Ainda que de entre seis só conseguis-seis salvartum enfermo, não será istopara vós um resultado animador?

    Moléstias dos olhosOphthalmia das palpcbras.—Conjunctivaaguda.—Manchas da corneá.—Cataraota.-A mau rose.

    Actuai sobre o vértice da cabeça, con-duzi o lluido para as fontes, eslabecei

    uma eorrenle, expellindo os lluidos máospelos braços.

    Actuai depois sobre os olhos, conser-válido elles cerrados, se for possível:dei bom fluido durante alguns minutos,e expelli ainda os máos pelos braços.

    Actuai também sobre o coração e daiao enfermo água magnetisada para lia-nhar os olhos, sendo preferível a águada chuva ou a de um regato.

    O olho ó um orgam extremamente de-licado, basta tuna pequena lesão parainutilisal-o totalmente.

    A cataracta o a amaurose se podemcurar, se apresentarem melhoramentodepois de quatro ou cinco operações; nocaso contrario, é inútil continuar.

    ÜUPUYTREN.

    Moléstias dos ouvidosInflammação do pavilhão do ouvido.—Otiteou catarrho. —Abcesso no ouvido. —Otal-

    gia ou dôr de ouuido.—Surdez.

    Actuai socre o vértice da cabeça, fa-zei descer o fluido até diante de cadaorelha, estabelecei uma corrente, quese escoe pelos braças.

    Injectai muitas vezes por dia águamagnetisada, podendo-se amornal-a.A snrdez é ordinariamente de cura

    diiíicil, porque, muitas vezes, ha lesãoorgânica; entretanto, o suecesso é certo,se se apresentai- um melhoramento de-pois da quarta ou da quinta operação.

    DUPUYTREN.

    Moléstias da gargantaAngina.—Males de garganta ordinários.

    Operai sobre a cabeça, expelli os máosfluidos pelos braços; actuai depois sobrea garganta só, applieando-lhe a palmada mão, e repelli os fluidos pelas exlre-midades inferiores do corpo.

    Operai também sobre o coração.Dai água magnetisada para garga-rejar.

    DUPUYTREN.

    Croup e Angina membranosaA cura é certa, se atacardes o mal em

    seu começo; mas, em fodos os casos, énecessário exigir que se chame um me-dico, afim de pôr a coberto a vossa res-ponsabilidade.

    Operai sobae a cabeça, depois sobrea garganta; cercai o pescoço com asvossas duas mãos; estabelecei uma cor-rente fluidica, que se escoe para aparteinferior do corpo.

    Repeti muitas vezes essa operação efazei beber ao doente água magnetisada.

    Demeure.

    Uma observação estupenda

    No julgamento do zuavo Jacob houréum facto bem digno de nota, foi a obser-vação do Sr. Bctholon, presidente do tri-bunal, por oceasião de, respondendo aoseu interrogatório, dizer, o aceusado que aprimeira cnnupor elle operada pelo magne-tismo animal, fora a de um cholerico, queos médicos haviam abandonado como umcaso perdido.« Sim, eí.lb suppoz-se curado » disse oSr. Bertholon.Pedimos aos nossos médicos que tomemnota da descoberta, que é realmente deelevada importância; qualquer que sejao mal que afllija aos vossos clientes, sejauma febre, uma paralysia, uma lesão

    qualquer, basta que façaes que elles se sup-ponham bons, para q\ie o seu mal de-sappareça.E" desnecessário acrescentar que oaudi-torio recebeu com uma gargalhada amonumental observação.

    L'anti iBiiraele

    E' o titulo de uma nova publicação pe-riodica, inagnetico-spiritica, que acaba deapparecer em Pariz, repleta de notáveistrabalhos de importantes Collaboradores esob a redacção do zuavo Jacob.Não podemos furtar-nos ao prazer de,d'aqui de tão longe, dirigir um voto de

    reconhecimento á inquallificavel intole-ranciada medicinaofiicial de Pariz que, per-seguindo ao celebre médium curador, im-pclliu-o a fundar esse periódico, esse fócode luz que, atravez das mascaras da falsasciencia, nos ha de fazer descobrir os pen-samentos oceultos dos inimigos da verdade.

    Agradecemos a offerta, e pedimos per-missão para permutar.

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