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1 Ilmo. Sr. Pregoeiro do Centro de Processamento de Dados do Estado do Rio de Janeiro PRODERJ Ref.: Impugnação aos termos do Edital de Pregão Eletrônico para Registro de Preços n.º 001/2019 TELEMAR NORTE LESTE S.A. em recuperação judicial, com sede na Cidade do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, na Rua do Lavradio, 71, 2º andar, Bairro Centro, inscrita no CNPJ sob o n.º 33.000.118/0001-79, representada em conformidade com seu Estatuto Social, simplesmente denominada Oi, vem, por seu representante legal, com fulcro no art. 18 do Decreto n.º 5.450/2005, apresentar Impugnação aos termos do Edital em referência, pelas razões a seguir expostas: Razões de Impugnação O Centro de Processamento de Dados do Estado do Rio de Janeiro PRODERJ instaurou procedimento licitatório na modalidade Pregão, na forma eletrônica, registrado sob o n.º 001/2019, objetivando o Registro de Preços para a prestação dos seguintes serviços, com os seus respectivos Lotes: LOTE I - Rede WAN para a Rede IP Governo atualmente localizado no SERPRO Jardim Botânico RJ, mas que será migrado para o novo site localizado no CICC (Centro Integrado de Comando e Controle) na Cidade Nova - RJ, e enlaces em Unidade Especiais, Secretarias, Órgãos do Governo Estadual e unidades descentralizadas da Rede Governo localizadas na Capital e em municípios do Estado do Rio de Janeiro, além da Representação em Brasília, utilizando a tecnologia IP MPLS (MultiProtocol Label Switching) com o recurso VPN (Virtual Private Network) e/ou SD-WAN (Software-Defined Networking in a Wide Area Network); LOTE II Rede IP Internet Simétrica, para o Backbone da Rede Governo RJ, atualmente localizado no SERPRO Jardim Botânico RJ, porém que será migrado para o novo site localizado no CICC (Centro Integrado de Comando e Controle) na Cidade Nova/RJ e órgãos ou secretarias prestadores de serviços de tecnologia; e

Ilmo. Sr. Pregoeiro do Centro de Processamento de …...Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, na Rua do Lavradio, 71, 2º andar, Bairro Centro, inscrita no CNPJ sob o n.º 33.000.118/0001-79,

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1

Ilmo. Sr. Pregoeiro do Centro de Processamento de Dados do Estado do Rio de Janeiro –

PRODERJ

Ref.: Impugnação aos termos do Edital de Pregão Eletrônico para Registro de Preços n.º

001/2019

TELEMAR NORTE LESTE S.A. – em recuperação judicial, com sede na Cidade do Rio de

Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, na Rua do Lavradio, 71, 2º andar, Bairro Centro, inscrita no

CNPJ sob o n.º 33.000.118/0001-79, representada em conformidade com seu Estatuto Social,

simplesmente denominada Oi, vem, por seu representante legal, com fulcro no art. 18 do

Decreto n.º 5.450/2005, apresentar Impugnação aos termos do Edital em referência, pelas

razões a seguir expostas:

Razões de Impugnação

O Centro de Processamento de Dados do Estado do Rio de Janeiro – PRODERJ instaurou

procedimento licitatório na modalidade Pregão, na forma eletrônica, registrado sob o n.º

001/2019, objetivando o “Registro de Preços para a prestação dos seguintes serviços, com os

seus respectivos Lotes:

LOTE I - Rede WAN para a Rede IP Governo atualmente localizado no SERPRO – Jardim

Botânico – RJ, mas que será migrado para o novo site localizado no CICC (Centro Integrado de

Comando e Controle) na Cidade Nova - RJ, e enlaces em Unidade Especiais, Secretarias,

Órgãos do Governo Estadual e unidades descentralizadas da Rede Governo localizadas na

Capital e em municípios do Estado do Rio de Janeiro, além da Representação em Brasília,

utilizando a tecnologia IP MPLS (MultiProtocol Label Switching) com o recurso VPN (Virtual

Private Network) e/ou SD-WAN (Software-Defined Networking in a Wide Area Network);

LOTE II – Rede IP Internet Simétrica, para o Backbone da Rede Governo RJ, atualmente

localizado no SERPRO – Jardim Botânico – RJ, porém que será migrado para o novo site

localizado no CICC (Centro Integrado de Comando e Controle) na Cidade Nova/RJ e órgãos ou

secretarias prestadores de serviços de tecnologia; e

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2

LOTE III – Rede IP Internet Assimétrica, para Secretarias e Órgãos do Governo Estadual do

RJ, e conforme as especificações contidas no Termo de Referência – Anexo I, com as

seguintes características:”

Contudo, a Oi tem este seu intento frustrado perante as imperfeições do Edital, contra as quais

se investe, justificando-se tal procedimento ante as dificuldades observadas para participar de

forma competitiva do certame.

Saliente-se que o objetivo da Administração Pública ao iniciar um processo licitatório é

exatamente obter proposta mais vantajosa para contratação de bem ou serviço que lhe seja

necessário, observados os termos da legislação aplicável, inclusive quanto à promoção da

máxima competitividade possível entre os interessados.

Entretanto, com a manutenção das referidas exigências, a competitividade pretendida e a

melhor contratação almejada, poderão restar comprometidas o que não se espera, motivo pelo

qual a Oi impugna os termos do Edital e seus anexos, o que o faz por meio da presente

manifestação.

ALTERAÇÕES A SEREM FEITAS NO EDITAL E NOS ANEXOS

1. IMPEDIMENTO À PARTICIPAÇÃO DE EMPRESAS SUSPENSAS DE LICITAR COM A ADMINISTRAÇÃO

PÚBLICA EM GERAL

O item 14.1, alínea “a” do Edital exige que o licitante apresente:

“Declaração de que não foram aplicadas penalidades de suspensão

temporária da participação em licitação e impedimento de contratar e a

declaração de inidoneidade para licitar e contratar por qualquer Ente ou

Entidade da Administração Federal, Estadual, Distrital e Municipal cujos

efeitos ainda vigorem, na forma do Anexo VII – Declaração de inexistência

de Penalidade;”

A seu turno, o item 7.2.1 do Edital prevê que “Não será admitida a participação de licitantes

suspensos temporariamente pela Administração Estadual Direta e Indireta, nos termos do

inciso III, do art. 87 da Lei n.º 8.666/93”.

Ou seja, verifica-se que o item 14.1, alínea “a” do Edital está conflitante com o item 7.2.1 do

Edital, haja vista que este último estabelece como condição de participação que somente as

empresas que estiverem suspensas de licitar e contratar com a Administração Estadual estarão

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impedidas de participar do certame, em estrita observância ao que prevê o art. 87, III da lei nº

8666/93.

Com efeito, o art. 87, inciso III, da Lei n.º 8.666/1993 prevê, dentre as modalidades de

penalidades em caso de inexecução total ou parcial do contrato, a suspensão temporária de

participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração.

Diante do acima exposto, faz-se necessário esclarecer que os conceitos de Administração e

Administração Pública são distintos, nos termos dos incisos XI e XII do art. 6º da Lei de

Licitações, in verbis:

“Art. 6o - Para os fins desta Lei, considera-se:

XI - Administração Pública - a administração direta e indireta da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as

entidades com personalidade jurídica de direito privado sob controle do

poder público e das fundações por ele instituídas ou mantidas;

XII - Administração - órgão, entidade ou unidade administrativa pela qual a

Administração Pública opera e atua concretamente;”

Da análise dos dispositivos legais, verifica-se que as expressões “Administração Pública” e

“Administração” são distintas.

Nesse sentido, importante citar a lição de Marçal Justen Filho a respeito do tema:

“Administração Pública: A expressão é utilizada em acepção ampla e não

deve ser identificada com ‘Poder Executivo’. Indica as pessoas de direito

público que participam de uma contratação, ainda quando esta contratação

se efetive através de órgãos do Poder Judiciário e do Poder Legislativo.

Além da chamada ‘Administração Direta’ (União, Estados e Distrito Federal,

Municípios), a expressão também abrange a ‘Administração Indireta’

(autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista). Além

disso, as ‘fundações’ instituídas ou mantidas com recursos públicos ou

outras pessoas de direito privado sob controle estatal estão abarcadas no

conceito.”

“Administração: A expressão isolada é utilizada para identificar a unidade

específica que, no caso concreto, está atuando. A distinção entre

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Administração Pública e Administração é utilizada em algumas passagens

na disciplina da Lei n.º 8.666. A hipótese de maior relevância encontra-se no

art. 87, incs. III e IV, a propósito das sanções de suspensão temporária do

direito de licitar ou de contratar e de declaração de inidoneidade.”1

Da mesma forma entende Jessé Torres Pereira:

“A distinção, para os fins de aplicação desta lei, entre Administração e

Administração Pública encontra importantes aplicações. Ilustre-se com a

intrincada questão de estabelecer-se a extensão das penalidades de

suspensão e de declaração de inidoneidade, ambas acarretando a

supressão temporária do direito de participar de licitações e de contratar.

Tratando-se de suspensão, a supressão se dá em face da Administração;

na hipótese de inidoneidade, o cumprimento da punição é em face da

Administração Público.”2

Este entendimento foi ratificado em recentes decisões do Plenário do Tribunal de Contas da

União, segundo o qual os efeitos jurídicos da referida sanção está adstrita ao órgão que a

aplicou. Nesse sentido, destaca-se:

“- ACÓRDÃO Nº 266/2019 - TCU - Plenário

“9.3. dar ciência à Defensoria Pública da União, com fundamento no art. 7º

da Resolução-TCU 265/2014, para que sejam adotadas medidas internas

com vistas à prevenção de ocorrências semelhantes acerca da inabilitação,

no Pregão Eletrônico 83/2018, da licitante Portal Turismo e Serviços

EIRELI, em desconformidade com a legislação em vigor e o entendimento

deste Tribunal (Acórdãos 3.243/2012, 3.439/2012, 2.242/2013, 3.645/2013,

504/2015 e 1.764/2017), no sentido de que a suspensão do direito de

licitar prevista no inciso III do art. 87 da Lei 8.666/1993 produz efeitos

apenas em relação ao órgão ou entidade contratante que aplicou a

penalidade;”

“DATA: 13/02/2019

ASSUNTO: SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

ACÓRDÃO 269/2019 - PLENÁRIO

1 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 15ª ed. São Paulo: Editora Dialética, 2012, p. 142. 2 PEREIRA JUNIOR, Jessé Torres. Comentários à lei das licitações e contratações da administração pública. 7 ed. Rio de Janeiro: Editora Renovar, 2007, p. 125.

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Dar ciência à Financiadora de Estudos e Projetos – Finep, com fundamento

no art. 7º da Resolução – TCU 265/2014, acerca das seguintes falhas (…),

para que sejam adotadas medidas internas com vistas à prevenção de

ocorrência de outras semelhantes:

1. a interpretação dada ao art. 7º da Lei 10.520/2002 afronta a

jurisprudência do TCU, a qual é no sentido de que as sanções previstas

nesse dispositivo se limitam ao ente federado sancionador (Acórdãos

2.242/2013, 2.081/2014 e 2.530/2015, todos do Plenário deste Tribunal,

entre outros);

2. a interpretação dada ao art. 38, inciso II, da Lei 13.303/2016 está

equivocada, uma vez que o impedimento de participar de licitações em

razão desse dispositivo se refere tão somente a sanções aplicadas

pela própria entidade, e não a sanções aplicadas por outra empresa

pública ou sociedade de economia mista.”

Vale mencionar que este já era o entendimento “histórico” do Tribunal de Contas da

União, conforme se nota dos acórdãos nº 1.727/2006-1ª Câmara, nº 2.617/2010-2ª Câmara, nº

1.539/2010-Plenário e da Decisão nº 352/98-Plenário.

Assim, ao apresentar comparativo entre a sanção de suspensão do direito de

licitar/impedimento de contratar e a declaração de inidoneidade, defende que a Administração

é entendida, pela definição constante do inciso XI do art. 6º do diploma legal em comento,

como sendo o órgão, entidade ou unidade administrativa pela qual a Administração Pública

opera e atua concretamente – vale dizer, o órgão público. Já a Administração Pública é

definida como sendo o universo de órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios, nos termos do inciso XII do art. 6º da Lei n.º 8.666.

Portanto, requer seja alterado o item 14.1, alínea “a” do Edital, para que a declaração exigida,

com relação a penalidade de suspensão temporária do direito de licitar e contratar seja

somente com relação a Administração e não com a Administração Pública em geral, a fim de

evitar interpretações conflitantes.

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2. EXIGÊNCIA DE HABILITAÇÃO EXCESSIVA

O item 15.2.1, alínea “a” do Edital exige a apresentação de cédula de identidade e CPF dos

sócios ou diretores. No entanto, esta exigência vai além do rol previsto nos artigos 27 a 31 da

Lei n.º 8.666/93.

Vale destacar que os documentos exigíveis para a habilitação estão indicados no art. 27 da Lei

8.666/933 e somente podem se referir à habilitação jurídica, qualificação técnica,

qualificação econômico-financeira, regularidade fiscal e trabalhista e cumprimento do

disposto no inciso XXXIII do art. 7º da CF/88. São, portanto, os requisitos de habilitação

previstos no art. 27 da Lei n.º 8.666/93 são numerus clausus.

Com efeito, o elenco dos arts. 28 a 31 da Lei de Licitações deve ser pautado como máximo, ou

seja, o Edital não poderá exigir mais do que ali previsto.

Ora, a atividade licitatória deve necessariamente sujeitar-se ao disposto na ordem jurídica, em

observância ao princípio da legalidade.

É dever da Administração, ao realizar procedimentos licitatórios, exigir documentos de

habilitação compatíveis com o ramo do objeto licitado, especialmente aqueles que comprovem

a qualificação técnica e a capacidade econômico-financeiro dos licitantes, nos termos do art.

37, inciso XXI, da Constituição Federal4.

Logo, as exigências habilitatórias não podem ultrapassar os limites da razoabilidade, além de

não ser permitido o estabelecimento de cláusulas desnecessárias e restritivas ao caráter

competitivo. Devem restringir-se apenas ao necessário para o cumprimento do objeto licitado.

Certamente não é o caso da exigência habilitatória prevista no item 15.2.1, alínea “a” do Edital,

a qual não guarda compatibilidade com o objeto licitado, razão pela qual é totalmente

dispensável.

Nesse sentido é o entendimento do Tribunal de Contas da União:

“No certame licitatório, os documentos que podem ser exigidos quanto à

habilitação jurídica, qualificação técnica, qualificação econômico-financeiro,

3 A Lei n.º 8.666/93 é adota subsidiariamente na presente licitação, nos termos do artigo 9 da Lei n.º 10.520/02 (“Aplicam-se subsidiariamente, para a modalidade de pregão, as normas da Lei n.º 6.666, de 21 de junho de 1993), bem como do Preâmbulo do ato convocatório. 4 “Art. 37 (...) XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. (...)” (grifamos)

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regularidade fiscal e prova de cumprimento do disposto no inciso XXX III do

art. 7° da Constituição Federal estão adstritos aqueles previstos nos artigos

27 a 31 da Lei no 8.666/1993.” (Acórdão 2056/2008 Plenário)

Como visto, deve-se agir com cautela na fase de habilitação, a fim de não incidir em exigências

exacerbadas, desarrazoadas, e afastar a verdadeira competição. Ad argumentadum tantum, a

prevalecer tal exigência, estar-se-á impedindo a participação de diversos potenciais licitantes.

Ante o exposto, requer a exclusão da exigência prevista no item 15.2.1, alínea “a” do Edital,

para que não seja exigida das licitantes a apresentação da cédula de identidade e CPF dos

sócios ou dos diretores, posto que não está relacionada diretamente com a execução do

objeto, bem como vai além do rol previsto nos itens 27 a 31 da Lei n.º 8.666/93.

3. DA EXIGÊNCIA DE ÍNDICES

O item 15.4, alíneas “b.1”, “b.2” e “b.3” do Edital determinam como condição de habilitação a

comprovação da capacidade econômico-financeira por via da apresentação de Índices de

Liquidez Geral, Liquidez Corrente e Endividamento.

Não obstante, verifica-se que a exigência insculpida no item em comento afronta

flagrantemente o artigo 31, § 2º, da Lei 8.666/93, que dispõe sobre a alternatividade para

cumprimento de tal exigência de qualificação econômica, ‘in verbis’:

“art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira

limitar-se-á:

(...)

§ 2º A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de

obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da

licitação, a exigência de capital mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou

garantias previstas no §1º do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de

comprovação da qualificação econômica-financeira dos licitantes e para

efeito de garantia ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente

celebrado.” (grifos nossos)

Com relação à alternatividade da exigência prevista no § 2º, o TCU assim se manifesta:

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“De fato, compulsando o § 2º do artigo 31 da Lei 8.666/93, verifica-se que

o dispositivo faz referência a capital mínimo ou patrimônio líquido

mínimo. A exigência de capital social integralizado extrapola o previsto na

Lei, conforme já assentado em deliberações desta Corte, a exemplo dos

Acórdãos 1871/2005, 170/2007 e 113/2009, todos do Plenário.” (grifo

nosso) (Acórdão 1533/2011 - Plenário)

É certo que a exigência do § 2º do artigo 37 da Lei de Licitações tem por finalidade impedir o

possível fracasso da contratação da licitante vencedora do certame. No entanto, a previsão de

alternatividade de comprovação da capacidade econômico-financeira se dá no sentido de que

não tornar tal exigência um fator de impedimento de participação na licitação. Ademais,

observa-se ainda que tais índices não são os únicos elementos capazes de averiguar a

qualificação econômico-financeira das empresas interessadas em acorrer ao certame.

Nesse sentido, o item 7.2 da IN/MARE n.º 5/1995, prevê que as empresas, quando de suas

habilitações em licitações públicas, que apresentarem resultado igual ou menor do que 1

(um ) em qualquer um dos índices seguintes: Liquidez Geral (LG), Solvência Geral (SG) e

Liquidez Corrente (LC), deverão comprovar, considerados os riscos para administração

e, a critério da autoridade competente, o capital mínimo ou patrimônio líquido mínimo,

na forma e limites permitidos pela Lei nº 8.666/1993.

Dessa forma, a Contratada não pretende furtar-se da obrigação de comprovação da

capacidade econômico-financeira para participação da licitação. O que se almeja aqui é que tal

exigência seja feita de acordo com os limites estritamente legais. Frise-se que a forma como tal

exigência é feita no Edital é desproporcional e incompatível com a realidade do setor de

telecomunicações

Assim, o percentual do índice para aferição da situação financeira das empresas deverá

necessariamente ajustar-se a essa realidade, pois não resta a menor dúvida de que a atual

exigência não é razoável e não corresponde à realidade de praticamente todas as licitações

compatíveis com a ora impugnada, afinal pretende que as licitantes tenham um grau de

Solvência Geral (SG) superior à realidade do mercado dos dias de hoje.

Ademais, o índice em questão não teria o condão de ser determinante na consecução do

objeto contratado, ora vê-se que não existe relação entre a capacidade, eficiência e qualidade

da empresa em realizar os serviços definidos. Com isso, fortifica-se o argumento de que a sua

exigência é desnecessária e desproporcional.

Noutro giro, verifica-se que, por se impossibilitar a alternatividade na comprovação da

capacidade econômico-financeira torna o procedimento licitatório desnecessariamente mais

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formalista, fato que não se coaduna com a celeridade do Pregão. Ademais, o próprio inciso XXI

do artigo 37 da CF/88 determina que somente devem ser toleradas “exigências de qualificação

técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações”.

Dessa forma, pode-se afirmar que a atuação da Administração na fase de habilitação deve ser

pautada de forma a não incorrer em rigorismos inúteis e excessivos, que apenas afastam os

participantes e restringem a competição do certame, gerando e última análise prejuízos à oferta

do melhor preço para a Administração.

De todo o exposto, requer a adequação do item 15.4, alíneas “b.1”, “b.2” e “b.3” do Edital, de

forma que possibilite que a comprovação da qualificação econômico-financeira seja feita por

meio dos referido Índices ou, ALTERNATIVAMENTE, por meio de comprovação de capital mínimo

ou patrimônio líquido mínimo não superior a 10% (dez por cento) do valor estimado da

contratação, nos termos do artigo 31, § 2°, da Lei 8666/93 e ao item 7.2 da IN/MARE n.º

5/1995.

4. DESNECESSIDADE DE APRESENTAÇÃO DOS TERMOS DE ABERTURA E DE ENCERRAMENTO DAS

SOCIEDADES ANÔNIMAS

O item 15.4, alínea “b” do Edital exige, a título de habilitação, a apresentação de:

“Balanço Patrimonial e Demonstrações Contábeis do último exercício social,

desde que já exigíveis e apresentados na forma da lei, incluindo Termo de

Abertura e Encerramento do livro contábil, que comprovem a boa

situação financeira da empresa. Quando encerrados há mais de três meses

da data da apresentação da proposta, admitir-se-á atualização de valores,

por índices oficiais, sendo vedada a substituição das demonstrações

financeiras por balancetes ou balanços provisórios. O licitante deverá

comprovar que dispõe dos índices econômico-financeiros mínimos previstos

a seguir:.”

Não obstante ao examinar o art. 31 da Lei de Licitações, verifica-se que ao arrolar os

documentos passíveis de serem exigidos pela Administração, o legislador denotou o caráter

restritivo da interpretação a ser conferida aos seus diversos incisos quando fala em “limitar-se-

á”. Esta a dicção do dispositivo legal, senão vejamos:

“Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômica financeira

limitar-se-á a:

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10

I – balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício

social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa

situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes

ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais

quando encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da

proposta (...);”

Ou seja, não há previsão legal para a exigência de apresentação de Termo de Abertura e

Encerramento.

Mesmo que o órgão insista em manter tal requisito, cumpre salientar o disposto no art. 1.181

do Código Civil:

"Art. 1.181. Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o

caso, as fichas, antes de postos em uso, devem ser autenticados no

Registro Público de Empresas Mercantis."

Inicialmente, cumpre destacar que o Livro Diário é obrigatório apenas para as Sociedades

Limitadas. Ademais, nota-se no texto legal que há uma exceção ("Salvo disposição especial de

lei ... ").

Dessa forma, o procedimento descrito no art. 1.181 não será obrigatório quando houver

disposição especial em lei.

Destarte, cabe observar que as sociedades anônimas são regidas por legislação específica -

Lei Federal nº 6.404/76 - que estabelece procedimentos e formalidades distintas para tais

sociedades.

Os artigos 176, § 1º e 289, § 5º do referido diploma legal, deixam evidente a formalidade que

deve ser seguida pelas sociedades anônimas, qual seja, a elaboração das demonstrações

financeiras - balanço patrimonial e demonstrativo de resultados - que deverão estar publicados

e registrados na Junta Comercial. Esta é a formalidade exigida para as S/As, nos termos da

legislação vigente:

“Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com

base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações

financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da

companhia e as mutações ocorridas no exercício:

I - balanço patrimonial;

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11

II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;

III - demonstração do resultado do exercício; e

IV - demonstração das origens e aplicações de recursos.

§ 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação

dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior.

(...)

Art. 289. As publicações ordenadas pela presente Lei serão feitas no órgão

oficial da União ou do Estado ou do Distrito Federal, conforme o lugar em

que esteja situada a sede da companhia, e em outro jornal de grande

circulação editado na localidade em que está situada a sede da companhia.

(Redação dada pela Lei nº 9.457, de 5.5.1997)

§ 5º Todas as publicações ordenadas nesta Lei deverão ser arquivadas no

registro do comércio.”

Com efeito, a apresentação da publicação em Diário Oficial das Demonstrações Contábeis

previamente arquivadas na Junta Comercial (passaram pelo crivo do registro comercial à luz da

Lei 6.404/76) com a assinatura dos membros da Diretoria, Conselho de Administração,

Conselho Fiscal e do contador responsável é suficiente para ilidir qualquer suspeita de

falsificação/fraude dos documentos apresentados, mostrando-se desnecessária a

apresentação dos Termos de Abertura e Encerramento dos Livros Fiscais.

Cumpre ressaltar que a 4ª Edição do Manual de Licitações e Contratos – Orientações e

Jurisprudência do TCU, é expresso quanto a diferença que deverá ser estabelecida entre a

comprovação econômico-financeira das Sociedades Anônimas, senão vejamos:

“Estabelece a Lei nº 8.666/1993 que o balanço patrimonial e as

demonstrações contábeis devem ser apresentadas na “forma da lei”.

Quanto à elaboração desses documentos, as normas relativas variam em

função da forma societária adotada pela empresa. Assim, dependendo do

tipo de sociedade, deverão ser observadas regras específicas para a

validade desses demonstrativos.

Caberá ao ato convocatório da licitação disciplinar o assunto.

Para sociedades anônimas, regidas pela Lei nº 6.404/1976, o balanço

patrimonial e as demonstrações contábeis do último exercício social devem

ter sido, cumulativamente:

• registrados e arquivados na junta comercial;

• publicados na imprensa oficial da União, ou do Estado, ou do Distrito

Federal, conforme o lugar em que esteja situada a sede da companhia;

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• publicados em jornal de grande circulação editado na localidade em que

esteja situada também a sede da companhia.

Com relação às demais empresas, o balanço patrimonial e as

demonstrações contábeis devem constar das páginas correspondentes do

Livro Diário, devidamente autenticado na Junta Comercial da sede ou do

domicílio do licitante (ou em outro órgão equivalente), com os competentes

termos de abertura e de encerramento”

Portanto, para as S/As não há necessidade da apresentação dos termos de abertura e

encerramento, vez que a formalidade legal exigida para este tipo de sociedade estabelece a

apresentação do balanço patrimonial e demonstrativo de resultados publicado e arquivado

(registrado) no registro do comércio (Junta Comercial).

Diante do exposto, a Oi requer a exclusão da exigência contida no item 15.4, alínea “b” do

Edital.

5. PAGAMENTO VIA NOTA FISCAL COM CÓDIGO DE BARRAS

O item 20.3 do Edital, a Cláusula Décima Segunda, parágrafo segundo da Ata de Registro de

Preços e a Cláusula Nona das Minutas dos Contratos estabelecem que o pagamento deverá

ser realizado por meio de crédito em conta corrente.

Ocorre que tal sistema de pagamento encontra-se em dissonância com o procedimento de

pagamento adotado relativamente aos serviços de telecomunicações, uma vez que esses são

pagos mediante apresentação de fatura (nota fiscal com código de barras), ou mediante

SIAFI nos casos de órgãos vinculados à Administração Pública Federal, como é o caso

da ANATEL.

Como é cediço, o SIAFI é um sistema informatizado que controla a execução orçamentária,

financeira, patrimonial e contábil dos órgãos da Administração Pública direta federal, das

autarquias, fundações e empresas públicas federais e das sociedades de economia mista que

estiverem contempladas no orçamento fiscal e (ou) no orçamento da seguridade social da

União.

Assim, as unidades gestoras registram seus documentos (empenho, ordem bancária etc.) e o

SIAFI efetua automaticamente todos os lançamentos contábeis necessários para se ter

conhecimento atualizado das receitas, despesas e disponibilidades financeiras do Tesouro

Nacional.

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13

Com efeito, esse sistema de faturamento e cobrança, o qual permite o reconhecimento rápido e

eficiente do pagamento, é baseado em código de barras.

Qualquer outra forma de pagamento, como o depósito em conta corrente previsto no Edital,

causará transtornos ao sistema de contas a receber da empresa de telecomunicações

contratada.

Ademais, a Oi utiliza o sistema de faturamento, por meio de Nota Fiscal/Fatura, emitida com

código de barras para pagamento, em apenas uma via, modelo 22, em razão das várias

vantagens que essa forma de pagamento proporciona.

Tal sistema proporciona vantagens à empresa prestadora dos serviços, haja vista que reduz a

inadimplência e garante a satisfação do cliente.

Ante o exposto, para a melhor adequação do instrumento convocatório à realidade do setor de

telecomunicações, requer a alteração do item 20.3 do Edital, da Cláusula Décima Segunda,

parágrafo segundo da Ata de Registro de Preços e da Cláusula Nona das Minutas dos

Contratos, a fim de permitir que o pagamento seja realizado mediante autenticação de código

de barras, facilitando, assim, o reconhecimento eficiente do pagamento.

6. GARANTIAS À CONTRATADA EM CASO DE INADIMPLÊNCIA DA CONTRATANTE

O item 20.8 do Edital, a Cláusula Décima Segunda, parágrafo sétimo da Ata de Registro de

Preços e a Cláusula Nona, parágrafo sétimo das Minutas dos Contratos dispõem que no caso

de atraso no pagamento a ser efetuado pela contratante a contratada, os cálculos dos valores

devidos deverão observar as regras ali traçadas.

Não obstante, cumpre trazer à baila o art. 54 da Lei n.º 8.666/1993, que estabelece a aplicação

supletiva dos princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado no

âmbito dos contratos administrativos. Adiante, verifica-se que o art. 66 da Lei de Licitações

determina que “o contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as

cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma pelas consequências de

sua inexecução total ou parcial”.

Nesse sentido, verifica-se que o eventual descumprimento da obrigação de pagamento da

Contratante deverá gerar as devidas consequências. No caso em quadra, caracteriza-se a

mora por parte da Contratante. Em assim sendo, deverá ressarcir a Contratada no que tange

aos ônus de mora, a saber: juros moratórios, multa moratória e correção monetária.

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Verifica-se que a necessidade premente de ressarcimento baseia-se no fato de que não pode a

Contratada suportar o atraso do pagamento das parcelas sob pena de desequilíbrio da relação

contratual. Ademais, a mora da Administração culminada com a não incidência dos encargos

devidos gera incondicionalmente o locupletamento sem causa desta.

Por fim, verifica-se que os percentuais referentes à multa e juros moratórios devem se dar,

respectivamente, à razão de 2% (dois por cento) sobre o valor da fatura e 1% (um por cento)

ao mês. A correção monetária deve se operar com base no IGP-DI, índice definido pela FGV. A

razão pela fixação de tais parâmetros se dá na prática usual do mercado em geral, incluindo o

de telecomunicações. Verifica-se que, impostos valores aquém do exposto, pode-se gerar para

a Administração situação de flagrante desequilíbrio, influenciando, em última análise, no

equilíbrio econômico-financeiro da Contratada.

Sobre o tema, o Tribunal de Contas da União assim se manifestou:

“(...) 1.5 Em seu voto que fundamentou o Acórdão 1931/2004-Plenário, o

Relator, Excelentíssimo Senhor Ministro Walton Alencar Rodrigues, ao

analisar a pretensão do Órgão de não pagar a atualização monetária à

empresa contratada, assim discorre: Essa solução, além de não se

harmonizar com o princípio jurídico que veda o enriquecimento sem causa à

custa alheia, aplicável às relações jurídicas de toda a espécie, não se

conforma com a Constituição Federal (art. 37, inciso XXI) e com a Lei

8.666/93 (art. 3º), que determinam a manutenção das condições efetivas da

proposta nas contratações realizadas pelo poder público. 11.6 Na

sequencia, discorre sobre o índice utilizado para o cálculo da atualização

monetária: Apesar de reconhecer o direito da contratada à correção

monetária dos valores pagos em atraso pela Administração, saliento que o

critério adotado pela Secretaria de Infraestrutura do Governo do Estado do

Ceará não foi tecnicamente adequado. Conforme salientei no voto condutor

do Acórdão 1503/2003 - Plenário, a utilização da Taxa Referencial - TR é

devida apenas para as operações realizadas nos mercados financeiros de

valores mobiliários, seguros, previdência privada, capitalização e futuros, a

teor do disposto no art. 27, §5º, da Lei 9.069/95. Portanto, deveria o órgão

responsável ter aplicado a variação dos índices contratualmente

estabelecidos (colunas da Fundação Getúlio Vargas), os quais melhor

refletem a evolução de preços dos insumos envolvidos no objeto da

contratação. 11.7 Naquele caso, havia sido paga a atualização monetária

calculada pela Taxa Referencial - TR, entendendo o Relator que deveria ser

utilizado o índice da Fundação Getúlio Vargas, que 'melhor reflete a

evolução de preços dos insumos envolvidos no objeto da contratação'. (...)

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1.10 Quanto ao pagamento de juros, ainda no voto mencionado,

destacamos os trechos que seguem: (...) Com relação ao cabimento dos

juros moratórios, entendo oportuno tecer algumas considerações. (...) Como

tal, negar à empresa contratada a composição de perdas e danos

decorrentes de mora da própria Administração atentaria contra o primado da

justiça que arrosta o enriquecimento sem causa, mesmo que essa exigência

não esteja prevista em lei ou em disposição contratual. (...)”.(AC-1920-

09/11-1 Sessão: 29/03/11 Grupo: I Classe: II Relator: Ministro

UBIRATAN AGUIAR - Tomada e Prestação de Contas - Iniciativa Própria)

Pelo exposto, faz-se necessária a alteração do item 20.8 do Edital, da Cláusula Décima

Segunda, parágrafo sétimo da Ata de Registro de Preços e da Cláusula Nona, parágrafo

sétimo das Minutas dos Contratos referentes ao ressarcimento relativo ao atraso no pagamento

da parcela contratada por parte do Contratante, de modo a incidir multa de 2% sobre o valor da

fatura no mês de atraso, juros de mora na ordem de 1% ao mês e a correção monetária pelo

IGP-DI.

7. DA ILEGAL PREVISÃO QUE VISA DESCONTO POR ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO

O item 20.8 do Edital, a Cláusula Décima Segunda, parágrafo sétimo da Ata de Registro de

Preços e a Cláusula Nona, parágrafo sétimo das Minutas dos Contratos preveem a

possibilidade de desconto nas faturas mensais por antecipação do pagamento, conforme

transcrição infra.

“Os pagamentos eventualmente realizados com atraso, desde que não

decorram de ato ou fato atribuível ao Contratado, sofrerão a incidência de

atualização financeira pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo do

IBGE/IPCA, e juros moratórios de 0,5% ao mês, calculado pro rata die, e

aqueles pagos em prazo inferior ao estabelecido neste Edital serão feitos

mediante desconto de 0,5% (zero vírgula cinco por cento) ao mês pro rata

die.”

Ocorre que tal previsão vai de encontro à disposição da lei 8.666 de 1993, qual seja:

“Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com

as devidas justificativas, nos seguintes casos:

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I - unilateralmente pela Administração:

a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para

melhor adequação técnica aos seus objetivos;

b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de

acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos

por esta Lei;

II - por acordo das partes:

a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;

b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou

serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação

técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;

c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por

imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial

atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao

cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contraprestação

de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço; (grifos

nossos)

d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre

os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa

remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção

do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de

sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências

incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou,

ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe,

configurando área econômica extraordinária e extracontratual. (Redação

dada pela Lei nº 8.883, de 1994)”

Acerca do tema o Administrativista Marçal Justen Filho nos ensina, com muita propriedade,

sobre a alteração das condições de pagamento:

“A regra da al. “c” tem de ser interpretada restritivamente, sob pena de

inconstitucionalidade. O art. 37, XXI, da Constituição Federal determina que

as contratações administrativas devem prever cláusulas que “ estabeleçam

obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta...”.

Logo, não se pode cogitar de uma alteração acerca da forma de

pagamento. Mesmo porque a alteração seria impedida pelos princípios

da moralidade, da isonomia e da vinculação do contrato ao ato

convocatório. Se a alteração tornasse o contrato mais vantajoso, haveria

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vício porque outros terceiros poderiam ter manifestado interesse em

participar da licitação. Se a alteração tornasse o contrato mais

desvantajoso, o próprio contratado estaria sendo prejudicado. A

interpretação é reforçada diante do disposto no art. 58, §§ 1° e 2°.

A modificação das “circunstâncias”, a que alude o texto legal, não significa a

simples conveniência da Administração. Não pode invocar ausência de

liberação de recursos ou eventos semelhantes para pleitear a alteração. A

alteração da forma de pagamento dever ser acompanhada de soluções

para assegurar a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro da

contratação. As circunstâncias, a que alude o texto legal, devem ser

eventos que alterem as condições de execução ou de pagamento. A

mutação na forma de pagamento corresponderá a essas outras alterações.”

(grifos nossos)

Destacamos ainda a regra contida nos artigos 62 e 63 da Lei 4.320/64:

“Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após

sua regular liquidação.

Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido

pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do

respectivo crédito.

§ 1° Essa verificação tem por fim apurar:

I - a origem e o objeto do que se deve pagar;

II - a importância exata a pagar;

III - a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.

§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços

prestados terá por base:

I - o contrato, ajuste ou acordo respectivo;

II - a nota de empenho;

III - os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do

serviço.”

Neste sentido, o Princípio da Legalidade deve ser atentamente observado pela Administração

Pública, que não pode praticar qualquer ato ou exercer qualquer atividade, salvo se houver lei

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expressamente autorizando a prática de ato ou o desempenho de atividade. Assim, a

Administração poderá apenas praticar aqueles atos devidamente autorizados por lei.

No procedimento licitatório desenvolve-se atividade vinculada, ou seja, atividade na qual

inexiste liberdade, em regra, para a autoridade administrativa responsável pela condução da

licitação. A lei define as condições de atuação dos agentes administrativos, estabelecendo a

seqüência dos atos a serem praticados e impondo soluções excludentes de escolhas pessoais

ou subjetivas.

A lei ressalva a autonomia para a Administração definir as condições da contratação

administrativa, mas, ao mesmo tempo, estrutura o procedimento licitatório para restringir a

discricionariedade a determinadas fases ou momentos específicos.

Ainda segundo Marçal Justen Filho, reservou-se à Administração a liberdade de escolha do

momento de realização da licitação, do seu objeto, da especificação de condições de

execução, das condições de pagamento, etc., mas uma vez realizadas tais escolhas, exaure-se

a discricionariedade e caso a Administração pretenda renovar o exercício dessa faculdade,

sujeitar-se-á a refazer toda a licitação.

5Em resumo: o Poder Discricionário da Administração esgota-se com a elaboração do Edital de

Licitação. A partir daí, nos termos do vocábulo constante da própria Lei, a Administração

Pública vincula-se "estritamente" a ele.

Deve-se destacar que o Princípio da Legalidade é o mais importante a ser observado pela

Administração e do qual decorrem todos os demais, sendo essencial aos Estados de Direito e

Democrático de Direito.

É notório o conhecimento de que o Princípio da Legalidade, corolário máximo da Administração

Pública, tem interpretação distinta quando se refere à Administração ou ao Particular.

Conforme exposto anteriormente, na atividade administrativa permite-se a atuação do agente

público apenas se concedida ou deferida por norma legal, ao passo que ao particular é

permitido fazer tudo quanto não estiver proibido pela lei.

Marcos Juruena6 ao comentar tal princípio esclarece que:

“A licitação deve atender ao Princípio da Legalidade, traçando-se, na lei, o

procedimento a ser adotado, as hipóteses de sua obrigatoriedade e

dispensa, os direitos dos Licitantes, as modalidades de licitação e os

5 FILHO, Marçal Justen. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. São Paulo: Dialética, 2005, página 48. 6 SOUTO, Marco Juruena Vilela. Licitações & contratos administrativos. Editora Esplanada, 3ª Edição. 1999, Rio de Janeiro, páginas

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princípios para contratação. Esclareça-se que a legalidade administrativa

mencionada no art. 37 da Constituição federal difere daquela numerada no

art. 5º da Lei Maior; enquanto este garante ao particular agir sempre que

a lei não proíba, aquela impõe à Administração só agir quando a lei

assim o permitir.”

Toda atividade administrativa vincula-se a tal princípio, que se encontra consagrado na

Constituição Federal, mais precisamente em seus artigos 5o, incisos II e XXXV, e 37. A própria

Lei n.º. 8.666/1993, ao elencar os princípios básicos aos quais a Administração deverá

observar quando de sua atuação, indicou inicialmente o referido princípio, vejamos:

“Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio

constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a

Administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os

princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da

igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao

instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são

correlatos.”

Celso Ribeiro Bastos assim leciona sobre o princípio:

“Já quando se trata de analisar o modo de atuar das autoridades

administrativas, não se pode fazer aplicação do mesmo princípio, segundo o

qual tudo o que não for proibido é permitido. É que, com relação à

Administração, não há princípio de liberdade nenhum a ser obedecido.

É ela criada pela Constituição e pelas leis como mero instrumento de

atuação e aplicação do ordenamento jurídico. Assim sendo, cumprirá

melhor o seu papel quanto mais atrelada estiver à própria lei, cuja

vontade deve sempre prevalecer.”7

O Superior Tribunal de Justiça, assim já decidiu, observando a necessidade de atuação pela

Administração Pública limitada ao referido princípio:

“ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA

AMBIENTAL. AUSÊNCIA DE ESPECIFICAÇÃO, NA ATPF, DO NÚMERO

DA NOTA FISCAL RELATIVA AO PRODUTO TRANSPORTADO.

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ESTRITA. PLENA OBSERVÂNCIA.

7 BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Administrativo. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 1996.

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1. Os atos da Administração Pública devem sempre pautar-se por

determinados princípios, entre os quais está o da legalidade. Por esse

princípio, todo e qualquer ato dos agentes administrativos deve estar em

total conformidade com a lei e dentro dos limites por ela traçados.”8

(grifo nosso).

Daí porque, mediante a republicação do Edital e a designação de nova data para a realização

do certame, a Oi solicita a V. Sª., a exclusão dessa previsão do item 20.8 do Edital, da Cláusula

Décima Segunda, parágrafo sétimo da Ata de Registro de Preços e da Cláusula Nona,

parágrafo sétimo das Minutas dos Contratos.

8. DA RAZOABILIDADE NA APLICAÇÃO DA MULTA

O item 23.9, alínea “a” do Edital, a Cláusula Vigésima Primeira, parágrafo décimo segundo,

alínea “a” da Ata de Registro de Preços e a Cláusula Décima Terceira, parágrafo sétimo, alínea

“a” das Minutas dos Contratos não fazem distinção quanto as penalidades aplicadas nos casos

de inexecução total e parcial do Contrato.

É importante ressaltar que a multa aplicada tem como base de cálculo o valor total do contrato.

De plano já se observa uma aplicação desproporcional e irrazoável, pois nos casos de

inexecução parcial, a multa deve ter como base de cálculo o valor mensal ou o percentual

inadimplido.

Como se sabe, a atividade administrativa exige prestígio aos princípios da razoabilidade e

proporcionalidade.

Para José dos Santos Carvalho Filho, “razoabilidade é a qualidade do que é razoável, ou seja,

aquilo que se situa dentro dos limites aceitáveis, ainda que os juízos de valor que provocaram

a conduta possam dispor-se de forma um pouco diversa”9.

O princípio da regra da razão expressa-se em procurar a solução que está mais em harmonia

com as regras de direito existentes e que, por isso, parece a mais satisfatória, em atenção à

preocupação primária da segurança, temperada pela justiça, que é a base do Direito.

8 Superior Tribunal de Justiça, REsp 9985174 Recurso Especial 2007/0211094-8, Relator (a) Denise Arruda. 9 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 24. Ed. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2011, p. 36.

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A Administração Pública está obrigada a adotar a alternativa que melhor prestigie a

racionalidade do procedimento e de seus fins.

Nesse sentido, Marçal Justen Filho ensina que:

“O princípio da proporcionalidade restringe o exercício das competências

públicas, proibindo o excesso. A medida limite é a salvaguarda dos

interesses públicos e privados em jogo. Incumbe ao Estado adotar a medida

menos danosa possível, através da compatibilização entre os interesses

sacrificados e aqueles que se pretende proteger.”10

O princípio da razoabilidade deve ser observado pela Administração Pública à medida que sua

conduta se apresente dentro dos padrões normais de aceitabilidade. Se atuar fora desses

padrões, algum vício estará, sem dúvida, contaminando o comportamento estatal. Não pode,

portanto, existir violação ao referido princípio quando a conduta administrativa é inteiramente

revestida de licitude.

Com efeito, o princípio da razoabilidade se fundamenta nos princípios da legalidade e da

finalidade, como ensina Celso Antônio Bandeira de Mello:

“A Administração Pública, ao atuar no exercício de discrição, terá que

estabelecer critérios aceitáveis do ponto de vista racional, em sintonia com

o senso normal de pessoas equilibradas e respeitosa das finalidades que

presidiram a outorga da competência exercida.

(...)

Com efeito, o fato de a lei conferir ao administrador certa liberdade (margem

de discrição) significa que lhe deu o encargo de adotar, ante a diversidade

de situações a serem enfrentadas, a providência mais adequada a cada

qual delas. Não significa, como é evidente, que lhe haja outorgado o poder

de agir ao sabor exclusivo de seu líbito, de seus humores, paixões

pessoais, excentricidades ou critérios personalíssimos, e muito menos

significa que liberou a Administração para manipular a regra de Direito de

maneira a sacar dela efeitos não pretendidos nem assumidos pela lei

aplicanda. Em outras palavras: ninguém poderia aceitar como critério

exegético de uma lei que esta sufrague as providências insensatas que o

administrador queira tomar; é dizer, que avalize previamente condutas

10 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 14. Ed. São Paulo: Editora Dialética, 2010, p. 78.

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desarrazoadas, pois isto corresponderia a irrogar dislates à própria regra de

Direito.”11

Logo, quando se pretender imputar à conduta administrativa a condição de ofensiva ao

princípio da razoabilidade, terá que estar presente a ideia de que a ação é efetiva e

indiscutivelmente ilegal. Inexiste, por conseguinte, conduta legal vulneradora do citado

princípio.

Assim, o princípio da razoabilidade acarreta a impossibilidade de impor consequências de

severidade incompatível com a irrelevância de defeitos. Sob esse ângulo, as exigências da Lei

ou do Edital devem ser interpretadas como instrumentais.

Desta forma, requer a alteração do item 23.9, alínea “a” do Edital, da Cláusula Vigésima

Primeira, parágrafo décimo segundo, alínea “a” da Ata de Registro de Preços e da Cláusula

Décima Terceira, parágrafo sétimo, alínea “a” das Minutas dos Contratos, de modo que a base

de cálculo para a aplicação da multa, nas hipóteses de inexecução parcial, seja o valor mensal

ou percentual da parcela inadimplida e não o valor total do Contrato.

9. DAS PENALIDADES EXCESSIVAS

O item 23.9, alíneas “a” e “f” do Edital, a Cláusula Vigésima Primeira, parágrafo décimo

segundo, alíneas “a” e “f” da Ata de Registro de Preços e a Cláusula Décima Terceira,

parágrafo sétimo, alíneas “a” e “f” das Minutas dos Contratos determinam a aplicação de

multas que extrapolam o limite de 10% (dez por cento) sobre o valor do contrato estabelecido

pelo Decreto n.º 22.626/33, em vigor conforme Decreto de 29 de novembro de 1991. A fixação

de multa nesse patamar também ofende a Medida Provisória n.º 2.172/01 (e suas reedições),

aplicável a todas as modalidades de contratação, inclusive aquelas firmadas entre particulares

e Administração Pública.

O art. 87, inciso III, da Lei de Licitações determina que na hipótese de inexecução total ou

parcial do contrato a Administração poderá aplicar a sanção de “multa, na forma prevista no

instrumento convocatório ou no contrato”. Ocorre que não há no dispositivo em questão

qualquer limite à aplicação da multa, o que gera, automaticamente, sua interpretação

indissociável com o princípio da proporcionalidade, conforme se observa do entendimento de

Marçal Justen Filho sobre o tema:

11 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 28 ed. São Paulo: Editora

Malheiros. 2010, p. 108.

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23

“Então, o instrumento jurídico fundamental para elaboração de uma teoria

quanto às sanções atinentes à contratação administrativa reside na

proporcionalidade. Isso significa que, tendo a Lei previsto um elenco de

quatro sanções, dotadas de diverso grau de severidade, impõe-se adequar

as sanções mais graves às condutas mais reprováveis. A reprovabilidade

da conduta traduzir-se-á na aplicação de sanção proporcionada

correspondente”12 (grifo nosso)

Nesse sentido, deve-se guardar a proporcionalidade entre o fato gerador da sanção e o

quantum a ser exigido, como bem alinhava o art. 2º, parágrafo único, inciso VI, da Lei n.º

9.784/1999, por exigir “adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações,

restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias para o atendimento

do interesse público”.

Não é o que se observa no caso em questão. A multa definida no percentual acima exposto

gera para a Contratada gravame completamente desproporcional, ferindo os princípios da

proporcionalidade e da própria legalidade.

A doutrina alemã do princípio da proporcionalidade, amplamente aceita e praticada no sistema

jurídico brasileiro, traz como método de sua aplicação a análise de seus três sub-princípios:

adequação (Geeignetheit), necessidade (Notwendigkeit) e proporcionalidade em sentido estrito

(Verhältnismäßig im engeren Sinn). O pressuposto da adequação determina que a medida

aplicada deve guardar relação entre meio e fim, de modo que seja a mais adequada para a

resolução da questão. A necessidade diz respeito à escolha da medida menos gravosa para

atingir sua efetividade. E, por fim, a proporcionalidade em sentido estrito é a ponderação entre

o meio-termo e a justa-medida da ação que se deseja perpetrar, verificando-se se a medida

alcançará mais vantagens que desvantagens.

Tal princípio é reconhecido e definido por José dos Santos Carvalho Filho da seguinte forma:

“Segundo a doutrina alemã, para que a conduta estatal observe o princípio

da proporcionalidade, há de revestir-se de tríplice fundamento: 1)

adequação, significando que o meio empregado na atuação deve ser

compatível com o fim colimado; 2) exigibilidade, porque a conduta deve ser

necessária, não havendo outro meio menos gravoso ou oneroso para

alcançar o fim público, ou seja, o meio escolhido é o que causa o menor

prejuízo possível para os indivíduos; 3) proporcionalidade em sentido

12 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 14. Ed. São Paulo:

Editora Dialética, 2010, p. 884.

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24

estrito, quando as vantagens a serem conquistadas superarem as

desvantagens.”13 (grifo nosso)

No presente caso, verifica-se que a sanção de multa fixada no referido percentual até se

encaixam no primeiro pressuposto, sendo adequadas ao cumprimento de seu fim. No entanto,

o mesmo não se pode dizer quanto à necessidade. A quantidade fixada à título de multa é

medida completamente desnecessária para punir o descumprimento da regra do Edital, uma

vez que poderia causar menor prejuízo para o particular e mesmo assim atingir o fim desejado.

Entende-se que a aplicação de multa com fito pedagógico pode ser entendida como razoável,

mas a sua definição em patamares elevados torna a sanção desnecessária. Isso porque

existem meios menos gravosos, mas mesmo assim a Administração optou pela escolha do pior

método.

Por fim, verifica-se que a sanção aplicada à Contratada não preenche também o pré-requisito

da proporcionalidade em sentido estrito. É flagrante que o presente percentual de multa pune a

Contratada sobremaneira, excedendo-se desarrazoadamente quando se observa o fato que a

ensejou. É perfeita a aplicação da metáfora de Jellinek que “não se abatem pardais disparando

canhões”.

Observa-se, portanto, que a Administração, ao fixar a penalidade em comento, descumpriu

completamente o princípio da proporcionalidade, sendo necessária a revisão de tal medida.

Cumpre ainda ressaltar que não quer a Contratada se eximir do cumprimento das sanções

estabelecidas se de fato viesse a descumprir o contrato e dar ensejo a rescisão deste. Pede-se

apenas que estas sejam aplicadas de forma proporcional ao fato que as ensejou.

Noutro giro, verifica-se que o próprio STJ reconheceu que diante do caráter vago do art. 87 da

Lei de Licitações, a Administração deve-se balizar pelo princípio da proporcionalidade:

“Mandado de Segurança. Declaração de Inidoneidade. Descumprimento do

Contrato Administrativo. Culpa da Empresa Contratada. Impossibilidade de

Aplicação de Penalidade mais Grave a Comportamento que não é o mais

Grave. Ressalvada a aplicação de Outra Sanção pelo Poder Público.

Não é lícito ao Poder Público, diante da imprecisão da lei, aplicar os

incisos do artigo 87 sem qualquer critério. Como se pode observar pela

leitura do dispositivo, há uma gradação entre as sanções. Embora não

esteja o administrador submetido ao princípio da pena específica, vigora no

Direito Administrativo o princípio da proporcionalidade.

13 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 24ª Ed. rev., ampl. e atual. Rio de

Janeiro: Lumen Júris Editora, 2011, p. 38.

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25

Não se questiona, pois, a responsabilidade civil da empresa pelos danos,

mas apenas a necessidade de imposição da mais grave sanção a

conduta que, embora tenha causado grande prejuízo, não é o mais

grave comportamento.” (MS n.º 7.311/DF)

Vê-se que tal entendimento corrobora o que fora acima alinhavado, demonstrando que a

fixação da sanção, bem como o quantum referente à multa deve ocorrer tendo como base o

princípio da proporcionalidade.

Por todo o exposto, requer a adequação do item 23.9, alíneas “a” e “f” do Edital, da Cláusula

Vigésima Primeira, parágrafo décimo segundo, alíneas “a” e “f” da Ata de Registro de Preços e

da Cláusula Décima Terceira, parágrafo sétimo, alíneas “a” e “f” das Minutas dos Contratos,

para que as multas aplicadas observem o limite de 10% (dez por cento) sobre o valor do

contrato.

10. VALOR DA GARANTIA

O item 25.1 do Edital, a Cláusula Vigésima Segunda da Ata de Registro de Preços e a Cláusula

Décima das Minutas dos Contratos estipulam que a garantia a ser apresentada deverá

corresponder ao percentual de 5% (cinco por cento) sobre o valor do contrato.

Todavia, o artigo 56, § 2º, da Lei 8.666/1993 estipula que a garantia exigida não excederá a 5%

(cinco por cento) do valor total do contrato.

Como se sabe, a atividade administrativa exige prestígio aos princípios da razoabilidade e

proporcionalidade.

Para José dos Santos Carvalho Filho, “razoabilidade é a qualidade do que é razoável, ou seja,

aquilo que se situa dentro dos limites aceitáveis, ainda que os juízos de valor que provocaram

a conduta possam dispor-se de forma um pouco diversa14”.

O princípio da regra da razão se expressa em procurar a solução que está mais em harmonia

com as regras de direito existentes e que, por isso, parece a mais satisfatória, em atenção à

preocupação primária da segurança, temperada pela justiça, que é a base do Direito.

A Administração Pública está obrigada a adotar a alternativa que melhor prestigie a

racionalidade do procedimento e de seus fins.

Nesse sentido, Marçal Justen Filho ensina que:

14 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 24. Ed. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2011, p. 36.

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26

“O princípio da proporcionalidade restringe o exercício das competências

públicas, proibindo o excesso. A medida limite é a salvaguarda dos

interesses públicos e privados em jogo. Incumbe ao Estado adotar a medida

menos danosa possível, através da compatibilização entre os interesses

sacrificados e aqueles que se pretende proteger15.”

O princípio da razoabilidade deve ser observado pela Administração Pública à medida que sua

conduta se apresente dentro dos padrões normais de aceitabilidade. Se atuar fora desses

padrões, algum vício estará, sem dúvida, contaminando o comportamento estatal. Não pode,

portanto, existir violação ao referido princípio quando a conduta administrativa é inteiramente

revestida de licitude.

Com efeito, o princípio da razoabilidade se fundamenta nos princípios da legalidade e da

finalidade, como ensina Celso Antônio Bandeira de Mello:

“A Administração Pública, ao atuar no exercício de discrição, terá que

estabelecer critérios aceitáveis do ponto de vista racional, em sintonia com

o senso normal de pessoas equilibradas e respeitosa das finalidades que

presidiram a outorga da competência exercida.

(...)

Com efeito, o fato de a lei conferir ao administrador certa liberdade (margem

de discrição) significa que lhe deu o encargo de adotar, ante a diversidade

de situações a serem enfrentadas, a providência mais adequada a cada

qual delas. Não significa como é evidente, que lhe haja outorgado o poder

de agir ao sabor exclusivo de seu líbito, de seus humores, paixões

pessoais, excentricidades ou critérios personalíssimos, e muito menos

significa que liberou a Administração para manipular a regra de Direito de

maneira a sacar dela efeitos não pretendidos nem assumidos pela lei

aplicanda. Em outras palavras: ninguém poderia aceitar como critério

exegético de uma lei que esta sufrague as providências insensatas que o

administrador queira tomar; é dizer, que avalize previamente condutas

desarrazoadas, pois isto corresponderia a irrogar dislates à própria regra de

Direito16.”

15 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 14. Ed. São Paulo: Editora Dialética, 2010, p. 78.

16 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 28 ed. São Paulo: Editora Malheiros. 2010, p. 108.

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27

Logo, quando se pretender imputar à conduta administrativa a condição de ofensiva ao

princípio da razoabilidade, terá que estar presente a ideia de que a ação é efetiva e

indiscutivelmente ilegal. Inexiste, por conseguinte, conduta legal vulneradora do citado

princípio.

Assim, o princípio da razoabilidade acarreta a impossibilidade de impor consequências de

severidade incompatível com a irrelevância de defeitos. Sob esse ângulo, as exigências da Lei

ou do Edital devem ser interpretadas como instrumentais.

Desta feita, a apresentação de garantia equivalente ao percentual máximo permitido em Lei

não é razoável, razão pela qual se requer a modificação do item 25.1 do Edital, da Cláusula

Vigésima Segunda da Ata de Registro de Preços e da Cláusula Décima das Minutas dos

Contratos, para que a garantia exigida não corresponda ao limite máximo de 5% (cinco por

cento).

11. REAJUSTE DOS PREÇOS

Tendo em vista que o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal determina a manutenção do

equilíbrio econômico-financeiro dos contratos firmados com a Administração Pública, a Lei n.º

8.666/93 disponibilizou instrumentos aptos a recompor o eventual desequilíbrio entre as

vantagens e os encargos originalmente pactuados.

Assim, para a recomposição da equação econômico-financeira, surgiram diversas figuras,

dentre elas o reajuste.

O reajuste nada mais é do que a indexação do valor da remuneração devida ao particular a um

índice de variação de custos. É alteração dos preços para compensar (exclusivamente) os

efeitos das variações inflacionárias, mantendo o valor da moeda, sem o que haveria

desequilíbrio econômico, com prejuízo de uma das partes.

A Lei n.º 8.666/93, em seu inciso XI do art. 40, determina a obrigatoriedade do Edital conter,

dentre outros, “o critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de

produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para

apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do

adimplemento de cada parcela”.

Da mesma forma, o inciso III do art. 55 da referida Lei elenca como cláusula necessária em

todo contrato a que estabeleça “o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base

e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a

data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento”.

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28

É obrigatória, portanto, a inclusão de cláusula de reajuste, não sendo uma mera faculdade da

Administração.

Para Marçal Justen Filho:

“O reajuste de preços se configura, então, como uma solução destinada a

assegurar não apenas os interesses das licitantes, mas também da própria

Administração. A ausência de reajuste acarretaria ou propostas destituídas

de consistência ou a inclusão de custos financeiros nas propostas – o que

produziria ou a seleção de proposta inexequível ou a distorção da

competição.”17

A presente licitação tem como objeto a prestação de serviços de telecomunicações, os quais

são regidos pela Lei n.º 9.472/97 (Lei Geral de Telecomunicações).

Assim, as operadoras de serviços telefônicos submetem-se às disposições editadas pela

ANATEL, a qual determina, no inciso VII do art. 19 da Lei n.º 9.472/97 (Lei Geral de

Telecomunicações), que compete à Agência “controlar, acompanhar e proceder à revisão de

tarifas dos serviços prestados no regime público, podendo fixá-las nas condições previstas

nesta Lei, bem como homologar reajustes.”

Os serviços telefônicos podem ser remunerados por meio da cobrança de tarifas ou de preços.

A remuneração acontecerá pela cobrança de tarifas quando o serviço telefônico for prestado

em regime público, por meio de Concessão. Por sua vez, a cobrança pelos serviços de

telecomunicações prestados em regime privado acontecerá por meio de preços.

Ressalte-se que apenas o Serviço Telefônico Fixo Comutado – STFC poderá ser prestado em

regime público, por meio de Concessão do Poder Concedente. Assim, as concessionárias são

remuneradas pela cobrança de tarifas, conforme acima explicado.

Ante o exposto, requer a adequação da Cláusula Nona, parágrafo décimo terceiro das Minutas

dos Contratos, de modo que o reajuste dos preços seja realizado da seguinte forma:

“A Contratada poderá reajustar os preços de cobrança dos serviços a cada

12 meses, a contar da data de assinatura do presente instrumento,

considerando seu valor básico o atualizado até esta data, devendo ser

utilizado como índice de reajuste o IGP-DI”.

17 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 14. Ed. São Paulo: Editora

Dialética, 2010, p. 558.

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29

12. DA EXCEÇÃO DE CONTRATO NÃO CUMPRIDO POR PARTE DA CONTRATADA

A Cláusula Décima Sexta das Minutas dos Contratos prevê o seguinte:

“Constitui cláusula essencial do presente contrato, de observância

obrigatória por parte da CONTRATADA, a impossibilidade, perante o

CONTRATANTE, de opor, administrativamente, exceção de

inadimplemento, como fundamento para a interrupção unilateral do serviço.”

Ou seja, da leitura da referida Cláusula, verifica-se que a Contratada não poderá opor exceção

de inadimplemento como fundamento para suspensão dos serviços.

Ocorre que tal previsão viola flagrantemente o previsto na lei nº 8666/93, no seu artigo

78, XV, in verbis:

“XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela

Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas

destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública,

grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o

direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que

seja normalizada a situação;”

Da leitura do dispositivo legal transcrito acima, verifica-se clara violação ao princípio da

legalidade.

Nesse sentido, vale mencionar que o princípio da legalidade é elemento basilar do regime

jurídico-administrativo, considerado a “diretriz básica da conduta dos agentes da

Administração” (CARVALHO FILHO, 2011, p. 18). Nesse sentido, é considerado como aspecto

indissociável de toda a atividade administrativa, vinculando as ações do administrador à lei,

sendo decorrência direta do Estado Democrático de Direito.

Dessa forma, não pode o administrador furtar-se ao cumprimento da lei. Mais que isso, sua

liberdade de ação deverá ser balizada inexoravelmente por texto legal. Celso Antônio Bandeira

de Mello (2011, p. 108) define com clareza que “o princípio da legalidade, no Brasil, significa

que a Administração nada pode fazer senão o que a lei determina”. Com isso, verifica-se que a

liberdade administrativa diferencia-se da civil por ser positiva, ou seja, a lei define claramente

os limites da atuação do administrador, enquanto a segunda é negativa, sendo legal todas as

ações que não contrariem a lei.

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30

O objetivo direto de tal princípio é impedir que prevaleça a vontade pessoal do administrador.

Vinculando-se diretamente ao princípio da impessoalidade, o princípio da legalidade garante

uma atuação isenta e objetiva por parte da Administração, garantida sua atuação em direção à

supremacia do interesse público.

Vê-se, portanto, que qualquer ação que não esteja estritamente dentro da esfera legal deve ser

desconsiderada e expurgada da esfera administrativa. É nesse sentido que se permite o

afastamento de atos administrativos que não estejam em conformidade com a lei, pois “(...) só

é legítima a atividade do administrador público se estiver condizente com o disposto na lei”.

(CARVALHO FILHO, 2011, p. 18).

Diante do exposto, impõe-se a adequação da Cláusula Décima Sexta das Minutas dos

Contratos, em obediência ao princípio da legalidade, de modo que seja excepcionada a

hipótese prevista no art. 78, XV da Lei nº 8666/93, sob pena de violação do princípio da

legalidade.

13. DOS PONTOS TÉCNICOS

Após a análise criteriosa das especificações do objeto, requeremos a avaliação de alguns

pontos técnicos, para que as empresas interessadas possam atender as necessidades da

Administração Pública da forma esperada, bem como formular corretamente os preços a serem

apresentados no certame.

13.1 OBJETO, ÓRGÃOS PARTICIPANTES, ÓRGÃOS ADERENTES,

QUANTIDADE E LOCAL DE ENTREGA – Item 2.3 – pág. 3

“2.3. A empresa vencedora do Lote I será responsável pela integração física

e lógica com os serviços prestados dos Lotes I e II, implementando gestão

técnica integrada dos mesmos;”

Conforme item 2.3 a vencedora do Lote I será responsável pela integração dos serviços

prestados pelos Lotes I e II, porém deve-se levar em consideração que podemos ter licitantes

distintos que sejam vencedores de cada lote, impossibilitando assim que uma licitante tenha

acesso a rede WAN da outra.

Mediante ao exposto acima e as restrições citadas, entendemos que não deverá ocorrer esta

obrigatoriedade de integração.

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31

Gostaríamos de confirmação do entendimento.

13.2 OBJETO, ÓRGÃOS PARTICIPANTES, ÓRGÃOS ADERENTES, QUANTIDADE E

LOCAL DE ENTREGA – Item 2.6 – pág. 3

“2.6 - Observar que a Licitante deverá se comprometer com o atendimento

eventual de expansão de bandas de comunicação bem como, a adição de

futuros sítios (unidades descentralizadas e sede) durante a vigência do

contrato, nas mesmas condições técnicas e de preços oferecidos para o objeto

do Edital, respeitados os limites legais e técnicos, bem como os prazos

estipulados no “Encarte Níveis Mínimos de Serviço”.;”

Considerando que não são informados os endereços de instalação, o seu atendimento

dependerá de estudo de viabilidade técnica da Operadora, não representando uma

obrigatoriedade de atendimento.

Solicitamos confirmar o nosso entendimento.

13.3 UNIDADES ESPECIAIS – Item 2.9 – pág. 5 - TERMO DE REFERÊNCIA

“2.9. As Unidades Especiais da Rede Governo comtemplam os seguintes

sites:

Palácio Guanabara: Rua Pinheiro Machado, SN, Laranjeiras, Rio de Janeiro

– RJ.

Palácio das Laranjeiras: Rua Paulo Cesar de Andrade, 407, Laranjeiras, Rio

de Janeiro – RJ.;”

A topologia apresentada no item 1.2 do Termo de Referência dispõe que a Sede da Proderj

será uma unidade Especial, porém, no item 2.9, também do Termo de Referência, informam

somente como unidades especiais os Palácios Guanabara e das Laranjeiras.

Com isso, solicitamos que seja esclarecido em quais das informações devemos nos basear

para atendimento das unidades especiais.

13.4 CIRCUITOS TEMPORÁRIOS DE ACESSO À INTERNET– Item 3.2 – pág. 6 - TERMO

DE REFERÊNCIA

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32

“3.2. Dentre as tecnologias a serem utilizadas para o provimento do circuito

temporário poderá ser considerada a utilização de serviço de banda larga,

como ADSL, na inviabilidade do atendimento temporário através de conexões à

internet com banda garantida, mas com a disponibilidade de IP fixo.;”

Considerando que não são informados os endereços de instalação, o seu atendimento

dependerá de estudo de viabilidade técnica da Operadora, não representando uma

obrigatoriedade de atendimento.

Solicitamos confirmar o nosso entendimento.

13.5 OBRIGAÇÕES DA CONTRATADA - Item 14.6 – pag. 18 - TERMO DE REFERÊNCIA

“14.6. A CONTRATADA deverá enviar mensalmente, para cada link

contratado, um relatório com as seguintes informações:

Identificação do link

Nome da CONTRATANTE

Endereço (Logradouro, número e CEP) Ponta A o Endereço

(Logradouro, número e CEP) Ponta B o Velocidade do link

Tipo do Link (Rede Governo, IP simétrico ou IP assimétrico)

Média de uso no período em Mbps

Média de uso no período contabilizando apenas dias úteis e horário

comercial de 9:00 as 18:00 em Mbps.

Disponibilidade do link em %.

Erros e retransmissões em %.

Média de latência no período em milissegundos.

Média de latência no período contabilizando apenas dias úteis e horário

comercial de 9:00 as 18:00 em milissegundos.

Valor em reais

Atendeu o acordo de nível de serviço previsto no contrato (Sim ou

Não).”

Entendemos que podemos atender esta solicitação através os relatórios mensais

disponibilizados pelo sistema de Gerência de Rede, dispensando o envio mensal do relatório

em questão.

Gostaríamos de confirmação do entendimento.

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33

13.6 SUPORTE ASSISTIDO DE GERÊNCIA DE REDE E SEGURANÇA – Item 19.1 – pág.

28 - TERMO DE REFERÊNCIA

“18.1. A CONTRATADA deverá prover suporte assistido de Gerência

de Rede e Segurança em regime de 24 (vinte e quatro) horas por dia, 7

(sete) dias por semana, todos os dias do ano.”

Entendemos que o Suporte Assistido será disponibilizado unicamente para a PRODERJ, sendo

que os outros órgãos e secretarias do estado do Rio serão atendidos por este NOC.

Gostaríamos de confirmação do entendimento.

13.7 GESTÃO E GOVERNANÇA DO OBJETO CONTRATADO – Item 20.10 – pág. 33 -

TERMO DE REFERÊNCIA

“20.10. A CONTRATADA fornecerá toda infraestrutura necessária para

monitoração dos servidores e serviços relacionados ao suporte assistido de

gerência de rede e segurança;”

O texto “infraestrutura necessária” não detalha qual escopo ou ferramentas serão utilizadas

para uma monitoração de servidores, onde estes também não foram listados neste termo de

referência, sendo assim solicitamos que este detalhamento seja disponibilizado.

Solicitamos a readequação do ato convocatório nesses termos.

13.8 GESTÃO E GOVERNANÇA DO OBJETO CONTRATADO – Item 20.28 – pág. 35 e 36

“Instalar, configurar, administrar e manter a solução de Gerenciamento e

Correlação de Eventos de Segurança (em inglês SIEM - Security Information

and Event Management) para as estações, servidores e demais componentes

da solução, garantindo atualizações periódicas e adequações de configurações

conforme orientação PRODERJ...

Atuar em conjunto com as equipes de segurança para criação, customização e

correlação de regras de Gerenciamento e Correlação de Eventos de

Segurança (em inglês SIEM - Security Information and Event Management)

para o suporte assistido de gerência de rede e segurança;..”

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34

Os quadros deste item, onde estão correlacionados as atividades do serviços de suporte

assistido de gerência de rede e segurança da contratada, informam que deve ser instalado e

configurado um SIEM para este projeto, considerando o alto custo desta solução de

Gerenciamento e Correlação de eventos de Segurança, temos os seguintes questionamentos:

a) O SIEM citado é de propriedade do PRODERJ e a contratada irá apenas instalar,

configurar e administrar?

b) Dado que estações e servidores não fazem escopo do objeto deste edital,

entendemos que deveremos efetuar o Administrar o SIEM do PRODERJ apenas

para os links (MPLS e IP) do site principal do mesmo, o nosso entendimento

está correto?

13.9 OBRIGAÇÕES DA CONTRATADA – Item 13.3 – pág. 16

“• Para cada instalação de circuito de dados, utilizar equipamentos novos

de primeira utilização que atendam integralmente os requisitos técnicos

estabelecidos neste Termo de Referência e todos os seus encartes

técnicos, bem como realizar a substituição de qualquer componente

sempre que solicitado pela CONTRATANTE, com a devida justificativa

técnica;”

Encarte I – Rede IP Governo

“20.2. Para cada instalação de circuito de dados, utilizar

equipamentos atualizados tecnologicamente em sua última versão, não

podendo estar em situação de End-of-Life ou End-of-Sale, estarem sendo

suportados e recebendo atualizações de segurança do fabricante, e que

atendam integralmente os requisitos técnicos estabelecidos no Termo de

Referência e este Encarte Técnico, bem como realizar a substituição de

qualquer componente sempre que solicitado pela CONTRATANTE, com a

devida justificativa técnica;”

Entendemos que equipamentos já instalados que atendam as especificações da Rede MPLS e

que estejam com End-of-Support previstos somente para prazo superior ao de vigência do

contrato poderão ser aceitos sem que haja penalidades e/ou multas.

Gostaríamos da confirmação do entendimento.

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35

13.10 INTRODUÇÃO E REQUISITOS DA TECNOLOGIA SD-WAN – Itens 1.5 e 23.5 - pág. 4

e 67, respectivamente - ENCARTE I

“1.5. Caso a CONTRATADA opte por utilizar um modelo de rede

hibrida, SD-WAN e MPLS, deverá fornecer solução técnica que utilize

apenas um equipamento concentrador, e não dois equipamentos distintos.”

“23.5. Serão aceitas redes híbridas agregadas ou segregadas, ou

seja, um equipamento concentrador SDWAN e um equipamento

concentrador MPLS distintos entre si e conectados para formar uma rede

híbrida. A solução não necessariamente deverá ser uma rede puramente

MPLS ou uma rede puramente SD-WAN, desde que atendam aos

requisitos especificados no Termo de Referência,Encartes e Anexos;”

Entendemos conforme o item 23.5 que será possível a utilização de um equipamento

concentrador para MPLS e outro para SDWAN.

Gostaríamos da confirmação odo entendimento.

13.11 ESPECIFICAÇÕES BÁSICAS DA REDE IP MPLS e SD-WAN – Item 4.1 – pág. 7 -

ENCARTE I

“4.1. As Redes IP MPLS e/ou SD-WAN deverão permitir a criação de

múltiplas redes virtuais (VRFs) ou túneis criptográficos/VPN, sendo que

cada VRF ou túnel VPN deverá ser logicamente do tipo “Full Mesh”,

permitindo que os sites pertencentes a uma mesma VRF e/ou túnel VPN,

se comuniquem entre si, sem a necessidade de comutação através de um

nó central;”

Entendemos que a comunicação “Full Mesh” são atributos intrínsecos de uma solução MPLS e

que estes atributos não se aplicam a uma solução SD-WAN, onde as remotas se comunicam

com a concentradora através de túneis, tendo assim uma comunicação “Hub and Spoke”.

Deste modo, poderemos considerar o atendimento através de SDWAN com túneis “Hub and

Spoke” para o concentrador SDWAN.

Gostaríamos de confirmação do entendimento.

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13.12 REQUESITOS GERAIS DO CPE – Item 8.1 – pág 11 - ENCARTE I

“8.1. Atenderem totalmente aos recursos solicitados, apresentando total

compatibilidade e interoperabilidade, evitando-se problemas futuros na

Rede do Governo, deste modo devendo ser do mesmo fabricante;”

Considerando a fato de estarmos com tecnologias distintas, MPLS e SDWAN, e face a

economicidade, solicitamos que sejam aceitos equipamentos de fabricantes distintos.

Solicitamos a readequação desse item.

13.13 ROTEADORES DATA CENTER – Item 9.1 – pág. 12 - ENCARTE I

“Os roteadores atualmente existentes poderão ser mantidos por um

período de até 3 meses, quando então, deverão ser substituídos por

equipamentos que contemplem as especificações detalhadas abaixo, e que

estejam em conformidade com os requisitos especificados no item 8 e

todos os seus subitens, em função da necessidade de atualização

tecnológica da Rede IP Governo.”

Caso os roteadores existentes no Datacenter estejam dentro do período de vida útil, que

atendam as especificações técnicas requeridas no encarte técnico e visando apresentarmos

uma proposta comercial que reflita em economicidade para o governo do rio de janeiro,

entendemos que será possível utilizar os roteadores atuais e existentes na PRODERJ como

concentradores desta solução.

Gostaríamos da confirmação do entendimento.

13.14 EQUIPAMENTOS ROTEADORES – itens 10.1.1.12 e 10.1.1.13 – pág. 37 - ENCARTE I

“10.1. Características Comuns a Todos Tipos:

10.1.1.12. Deverá suportar a inclusão de módulo de interface E1 Clear-

Channel, taxas de 2 Mbps;

10.1.1.13. Deverá suportar no mínimo 4 interfaces E1 Clear-Chanel;”

Considerando que:

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37

1- Estas interfaces são normalmente utilizadas em projetos de voz para interligação as

centrais públicas de telefonia.

2- Tipo de interface que só será utilizada em situação específica.

3- O suporte a interfaces E1 somente é disponível em roteadores de porte muito maior

que o adequado para atender as velocidades dos circuitos contratados.

4- Considerando que mesmo os roteadores que possuam suporte à E1, somente

roteadores de porte muito superior possuem condição de suportarem o mínimo de 4

interfaces E1.

5- Os requisitos acima aumentam absurdamente os custos dos roteadores.

Face ao exposto entendemos que não será obrigatório o fornecimento de roteadores com

suporte a estas interfaces, sendo solicitados com as interfaces quando necessário.

Gostaríamos de confirmação do entendimento.

13.15 EQUIPAMENTOS ROTEADORES – itens 10.1.5.14 – pág. 41 - ENCARTE I

“10.1. Características Comuns a Todos Tipos:

10.1.5. Segurança – Rede MPLS:

10.1.5.14 Deve suportar as funcionalidades de "Stateful Firewall", baseado em

zonas de segurança, caso esta funcionalidade seja ativada através de licença

de software, não existe a necessidade de fornece-la inicialmente.”

“15.1 A solução de segurança deverá ser baseada em hardware do tipo appliance, com

recursos de Next Generation Firewall (NGFW), além de console de gerenciamento e

monitoração;”

Entendemos que não é obrigatório que os roteadores fornecidos possuam suporte a Stateful

Firewall, considerando o altíssimo custo de licenciamento da funcionalidade de firewall em

roteadores, como também a possibilidade de utilizarmos equipamentos específicos para

segurança, conforme item 15.1, que atendem normalmente aos requisitos de segurança de

forma mais eficaz e eficiente do que o licenciamento desta funcionalidade nos roteadores.

Gostaríamos da confirmação do entendimento.

13.16 EQUIPAMENTOS ROTEADORES – item 10.1.6 e subitens – pág. 41 - ENCARTE I

“10. EQUIPAMENTOS ROTEADORES

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10.1. Características Comuns a Todos Tipos:

10.1.6. Segurança – Rede SD-WAN:

10.1.6.1. Deve possuir funcionalidades de "Stateful Firewall" e Firewall

baseado em aplicações de camada 7 do modelo OSI;

10.1.6.2. Deve possuir funcionalidade de IPS (Intrusion Prevention

System) (Não aplicável ao Roteador TIPO IV);

10.1.6.3. Deve suportar a funcionalidade de filtro de URL (Não aplicável

ao Roteador TIPO IV);

10.1.6.4. Deve suportar a funcionalidade de AntiMalware (Não aplicável

ao Roteador TIPO IV);”

“4.6. O hardware dos roteadores fornecidos (CPEs e Centrais) poderá ser único para

suportar o funcionamento tanto na Rede IP MPLS como na Rede SD-WAN;”

“23.5. Serão aceitas redes híbridas agregadas ou segregadas, ou seja, um

equipamento concentrador SDWAN e um equipamento concentrador MPLS distintos

entre si e conectados para formar uma rede híbrida. A solução não necessariamente

deverá ser uma rede puramente MPLS ou uma rede puramente SD-WAN, desde que

atendam aos requisitos especificados no Termo de Referência, Encartes e Anexos;”

Entendemos que não é obrigatório que os roteadores fornecidos possuam suporte a SDWAN,

considerando que conforme os itens 4.6 e 23.5, caracterizando que os equipamentos que

estejam na solução MPLS, não necessariamente deverão ter uma solução de SD-WAN

embarcada e também aos elevadíssimos custos de soluções SDWAN embarcada em

roteadores e obtenção de uma solução mais vantajosa para administração pública.

Gostaríamos da confirmação do entendimento.

13.17 EQUIPAMENTOS ROTEADORES – item 10.2.1.2 – pág. 45 - ENCARTE I

“10.2.1.2. Deve possuir, no mínimo, 1 (uma) interfaces Gigabit Ethernet SFP, esta

interface poderá ser compartilhada com uma das interfaces Gigabit Ethernet exigidas

no item anterior;”

Entendemos que não é obrigatório que os roteadores Tipo I possuam interface SFP de um

1Gb, considerando que o roteador a especificação do roteador Tipo I para circuitos até 30M, e

as interfaces SPF normalmente são utilizadas para possibilitar interfaces óticas para circuitos

com velocidade superior a 1Gb.

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39

Também a manutenção deste item elevaria absurdamente os custos desnecessariamente e

obtenção da proposta mais vantajosa para administração pública.

Gostaríamos da confirmação do entendimento.

13.18 EQUIPAMENTOS ROTEADORES – - Itens 10.3.1.2, 10.3.1.3, 10.4.1.2 E 10.4.1.3 – pág.

45 e 46 - ENCARTE I

“10.3.1.2. Deve suportar a inserção de interfaces analógicas (FXS ou FXO) e digitais de

voz (E1);”

“10.3.1.3. Deve suportar no mínimo 4 interfaces de Voz analógicas FXO;”

“10.4.1.2. Deve suportar a inserção de interfaces analógicas (FXS ou FXO) e digitais de

voz (E1);”

“10.4.1.3. Deve suportar no mínimo 4 (quatro) interfaces de Voz digitais E1;”

Entendemos que não é obrigatório que os roteadores possuam suporte para interfaces de voz

devendo ser fornecidos caso necessário para implantação de solução de voz. Deste modo os

roteadores serão trocados caso necessário. Este esclarecimento se fundamenta nos seguintes

itens.

1- Os roteadores que suportam interfaces de voz normalmente são de porte superior ao

necessário ao atendimento das velocidades solicitadas.

2- O desuso de interfaces FXS e FXO face às novas tecnologias e, levando aos

fabricantes não mais disponibilizarem estas interfaces.

3- A elevação dos custos desnecessariamente e obtenção de proposta uma proposta

mais vantajosa para a administração pública.

Gostaríamos da confirmação do entendimento.

13.20 EQUIPAMENTOS ROTEADORES – Itens 10.2.3, 10.3.4, 10.4.4 e subitens – pág. 45,

46 e 47 - ENCARTE I

“10.2.3. Desempenho – Rede SD-WAN:”

“10.2.3.1.Deve ser fornecido com capacidade de no mínimo 50 (cinqueta) Mbps de

criptografia;”

“10.3.4. Desempenho – Rede SD-WAN:”

“10.3.4.1.Deve ser fornecido com capacidade de no mínimo 50 (cinqueta) Mbps de

criptografia”

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“10.4.4. Desempenho – Rede SD-WAN:”

“10.4.4.1. Deve ser fornecido com capacidade de no mínimo 500 (quinhetos) Mbps de

criptografia”

“10.5.4. Desempenho – Rede SD-WAN:”

“10.5.4.1. Deve ser fornecido com capacidade de no mínimo 2 (dois) Gbps de

criptografia”

4- Entendemos que não é obrigatório que os roteadores atendam aos requisitos acima,

exceto se os roteadores forem equipamentos únicos tanto para MPLS quanto para

SDWAN. Pois, leva à elevação dos custos desnecessariamente e obtenção de

proposta uma proposta mais vantajosa para a administração pública.

Gostaríamos da confirmação do entendimento.

13.21 ESPECIFICAÇÕES DE QoS DA REDE IO GOVERNO - Item 14.4.1 – pág. 50 -

ENCARTE I

“14.4.1. Supervisão de Rede: aplicações de monitoramento e controle da rede, que

deverão ser priorizadas acima de todas as outras a fim de garantir a disponibilidade de

recursos para as intervenções preventivas ou corretivas que se façam necessárias ao

seu correto funcionamento, tais como, por exemplo: Telnet, SSH, SNMP, NTP, syslog e

Radius;”

Visando evitar alta customização da solução que acarretaria em aumento de custos do projeto

e impacto operacional, entendemos que a CoS de Supervisão de Rede pode ser absorvida por

um outra CoS (Crítico ou Prioritário).

Gostaríamos da confirmação do entendimento.

13.22 SNOC - Itens 15.2, 15.23.1 e 16.2 – pág. 51 e 53.

“15.2. A solução de segurança do PRODERJ, especificada no item 9.2, e o serviço de

Gerenciamento de Segurança deverá ser complementado com a implantação de um

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41

SNOC (Security and Network Operation Center), contendo as ferramentas de hardware

e software necessárias ao devido monitoramento, detecção e tratamento dos

incidentes, que serão instaladas no Datacenter do PRODERJ e operadas por equipe

alocada nas dependências da autarquia, com os perfis especificados no item 18 do

Termo de Referência, não restringindo quanto à existência de outra estrutura adicional

nas dependências da CONTRATADA;”

“15.23.1. Prioridade 1: Indisponibilidade de componentes críticos do serviço, criação e

alteração de regras: no máximo em até 2 horas;“

“16.2. O serviço de gerência de rede integrada deverá ser parte do SNOC (Security

and Network Operation Center), contendo as ferramentas de hardware e software

necessárias ao devido monitoramento, detecção e tratamento dos incidentes, que

serão instaladas no Datacenter do PRODERJ e operadas por equipe alocada nas

dependências da autarquia, com os perfis especificados no item 18 do Termo de

Referência, não restringindo a existência de outra estrutura adicional nas dependências

da CONTRATADA”

Solicitamos que as ferramentas de softwares necessárias para monitoração, detecção e

tratamentos de incidentes possam estar instaladas nos Datacenter das Contratadas, sendo que

a operação, monitoramento e tratamento de incidentes serão tratadas localmente pelas

equipes alocadas nas dependências do PRODERJ.

Esta solicitação traz as seguintes vantagens:

1- Redução dos gastos em equipamentos e licenças adicionais, levando uma redução dos

valores das propostas para Administração Pública.

2- Irá gerar economia de espaço e energia no Datacenter do Proderj.

3- Facilita a atuação conjunta entre o SOC da Contratada e o SNOC nas dependências do

Proderj.

4- Gestão do SLA por parte da CONTRATADA, com o seguinte escopo abaixo:

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SERVIÇOS

SOLICITAÇÕES

ABERTAS EM

HORÁRIO COMERCIAL

(9 ÀS 19HS)

SOLICITAÇÕES

ABERTAS EM DIAS

NÃO ÚTEIS

Indisponibilidade total de componentes críticos do serviço 2 HORAS 2 HORAS

Indisponibilidade parcial de componentes críticos do serviço 4 HORAS 8 HORAS

Criação, alteração ou exclusão de regras, Firewall, IPS, Filtro de Conteúdo,

Controle de Aplicação e Antivírus 12 HORAS 24 HORAS

Criação, alteração ou exclusão de regras, de VPN Site-to-site / Client-to-

Client 36 HORAS 72 HORAS

Analise Investigação / troubleshooting Firewall e IPS/IDS 72 HORAS 72 HORAS

Requisições de relatórios ou alterações de configurações e mudanças que

não impactem na disponibilidade do ambiente 72 HORAS 72 HORAS

Analise Investigação / troubleshooting Anti-vírus de Gateway / Malware 120 HORAS 120 HORAS

Solicitamos a readequação do Edital nos termos acima.

13.23 SERVIÇO DE GERÊNCIA DE REDE INTEGRADA - Itens 16.4 e 16.10 – pág.54 -

ENCARTE I

“16.4. A Solução de Gerência da Rede deverá ter como base a plataforma Open-

Source, sem qualquer necessidade de licenciamento para seu pleno funcionamento, e

poderá usar como painel de controle ou backend a ferramenta de monitoramento nativa

da CONTRATANTE;”

Considerando a quantidade de físicos do certame, uma plataforma Open-Source possui

limitações e não possui a robustez necessária para suportar esse quantitativo. Sendo assim,

solicitamos que o fornecimento dessa categoria (Open-Source) de plataforma não seja

obrigatório, e sim opcional.

Solicitamos a readequação do Edital nos termos acima.

13.24

“16.10. A solução fornecida deve permitir acesso a todos os recursos e módulos

através de única autenticação, sem a necessidade de realizar outros logins para

acessar qualquer outro recurso de gerenciamento;”

Entendemos que o item se refere ao Sistema de Gerenciamento de rede já fornecido pela

Operadora.

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43

Solicitamos a confirmação do entendimento.

13.25 SNOC – Itens 16.25 – pág. 56 - ENCARTE I

“16.25 Os dados gerados pela solução de segurança deverão ser exportáveis para

formato compatível com as soluções de gestão mantidas pelo PRODERJ (Zabbix,

OTRS, OCOMON, OSSIM);”

As soluções de Gestão de Segurança/Eventos, normalmente são baseadas nos fabricantes

dos equipamentos como também em software proprietários com a garantia de suporte das

empresas, portanto solicitamos que seja flexibilizada a obrigatoriedade que os dados gerados

pela Solução de Segurança sejam exportáveis para formato compatível Zabbix, OTRS,

OCOMON, OSSIM, dado que estes formatos irão encarecer a absurdamente o preço final da

proposta a ser apresentada.

Requeremos a reanálise desse ponto.

13.26 PRAZO DE ATENDIMENTO A NOVOS ENDEREÇOS (PAN) – Item 17.14.1 - pág. 59 -

ENCARTE I

“17.14.1. Para Rede IP Governo o prazo de Atendimento a Novos Endereços será de

45 dias;”

Dado o quantitativo de links simétricos que estão sendo licitados, é inviável tecnicamente para

a contratada e também para a contratante que todos os links sejam ativados em até 45 dias.

Solicitamos alterar o prazo de uma ativação para até 90 dias por link.

Solicitamos a reanálise desse ponto.

13.27 ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA DO ACESSO VIA SATÉLITE - Itens 22.9.7 e 22.9.9 – pág.

65 e 66 - ENCARTE I

“22.9.7. Características básicas do serviço a ser prestado:

IP MPLS com acesso satélite, qualidade de serviço e perfil de tráfego;

Três perfis de tráfego: D (dados), DV (dados e voz), DVV (dados, voz e/ou vídeo);

Antenas de 1.2m;

Cobertura Nacional;

Operação em Banda Ku;

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44

Utilização da tecnologia VSAT (TDMA) banda larga bidirecional.”

“22.9.9. O serviço ofertado pela CONTRATADA deverá atender aos seguintes Perfis

de Tráfego.

Perfil D: 100% de tráfego de dados;

Perfil DV: 70% de tráfego de dados e 30% de tráfego de voz. Podendo através ser

disponibilizados até 2 canais de voz;

Perfil DVV: 70% de tráfego de dados, 30% de tráfego de voz e/ou vídeo;

Neste perfil a velocidade deverá ser no mínimo de 4 Mbps, podendo ser

disponibilizados até 5 canais de voz de 28Kbps ou um canal de voz e um de vídeo

de 128Kbps.”

Dado as novas tendências de satélite no mercado e as velocidades dos links solicitados no

edital, entendemos que podemos atender alguns links com satélite utilizando banda KA ou

banda KU, sendo de responsabilidade da contratada definir qual tecnologia utilizar desde que

atenda as especificações encarte técnico.

Gostaríamos da confirmação do entendimento.

13.28 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS – Item 3.21 - pág. 7 - ENCARTE II

“3.21. A latência máxima entre o roteador de acesso e o Backbone da

CONTRATADA deve ser de 25ms;”

Entendemos que a latência solicitada é referente ao acesso entre o roteador no ambiente do

cliente até primeiro elemento de roteamento do Backbone IP da CONTRATADA.

Solicitamos que esta latência máxima seja alterada para 100ms.

13.29 TEMPO DE RETARDO (RTT) - Item 12.9 – pág. 32 - ENCARTE II

“12.9. Para os Serviços de Acessos à Internet o Tempo de Retardo deverá

atender aos limiares abaixo, considerando a medição ao primeiro elemento

de roteamento do Backbone IP da CONTRATADA.”

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45

Entendemos que a latência solicitada é referente ao acesso entre o roteador no ambiente do

cliente até primeiro elemento de roteamento do Backbone IP da CONTRATADA. Solicitamos

que esta latência máxima seja alterada conforme parâmetros apresentados no lote 1 (vide

tabela abaixo).

Solicitamos a readequação nos termos acima.

13.29 PRAZO DE REPARO (PR) - Item 12.10 – pág. 33 - ENCARTE II

“12.10.Para os Serviços de Acesso à Internet o Prazo de Reparo deverá

atender o limiar abaixo..”

Considerando que a distribuição dos links IP ocorre em quase todos os municípios do estado

do RJ, solicitamos alterar o tempo de reparo conforme os prazos de reparo do lote 1 (vide

tabela abaixo).

Solicitamos a readequação nos termos acima.

13.30 PRAZO DE ALTERAÇÃO DE TRESMISSÃO DE UM ENLACE (PAT) - Item 12.11 –

pág. 33 - ENCARTE II

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46

“12.11.Para os Serviços de Acesso à Internet o Prazo de Alteração de

Transmissão de um Enlace deverá atender ao limiar abaixo.”

Considerando que a distribuição dos links IP ocorre em quase todos os municípios do estado

do RJ, solicitamos alterar o PAT conforme os prazos de reparo do lote 1 (vide tabela abaixo).

Solicitamos a readequação nos termos acima.

13.31 PRAZO DE ATENDIMENTO A NOVOS ENDEREÇOS (PAN) - Item 12.12 – pág. 33 -

ENCARTE II

“12.12. Para os Serviços de Acesso à Internet, o Atendimento à Novos

Endereços deverá ser de 45 dias.”

Dado o quantitativo de links simétricos que estão sendo licitados, é inviável tecnicamente para

a contratada e também para a contratante que todos os links sejam ativados em até 45 dias.

Solicitamos alterar o prazo de uma ativação para até 90 dias por link.

13.32 SOBRE O ATENDIMENTO VIA SATÉLITE - ENCARTE II

Dado o quantitativo de links simétricos que estão sendo licitados e que a tabela endereços do

“Anexo II_Local_de_Prestacao_dos_Servicos_de_Internet” lista vários sites em zonas rurais,

rodovias e estradas, sendo que todos estes pontos estão afastados dos centros urbanos dos

municípios do estado do Rio de Janeiro, torna quase inviável tecnicamente o atendimento por

meio terrestre para todos os sites. Diante do exposto, solicitamos que para até 15% dos sites

solicitados e que estejam caracterizados como Zonas rurais, Fazendas, Rodovia e Estradas ,

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47

seja permitido o atendimento com acesso via satélite (banda Ka ou Ku), assim como permitido

nos links solicitados no Encarte 1, com os principais parâmetros descritos abaixo:

Prazo de instalação: 60 dias

Prazo de reparo: < 7h

Latência: < 1000ms

Requeremos a reanálise desse ponto nos termos acima.

13.33 SERVIÇO DE SEGURANÇA GERENCIADA (MSS) - ENCARTE II

Considerando que este lote abrange especificamente acesso a internet e que dessa maneira

os órgãos que aderirem a esta SRP e que não possuírem qualquer serviço de segurança

gerenciada em teus respectivos ambientes, estarão expostos a ataques externos e sem

qualquer controle de tráfego da internet contratada, sugerimos a inclusão do serviço MSS neste

encarte utilizando o mesmo escopo da Solução de Segurança Gerenciada descrita no Encarte

Técnico I e categorizando conforme abaixo:

“..SEC-TIPO I: Serviço de Segurança Gerenciada para circuitos com velocidades de

até 30Mbps.;

SEC-TIPO II: Serviço de Segurança Gerenciada para circuitos com velocidade de até

50Mbps.;

SEC-TIPO III: Serviço de Segurança Gerenciada para circuitos com velocidade de até

200Mbps.;

SEC-TIPO IV: Serviço de Segurança Gerenciada para circuitos com velocidade de até

4Gbps...”

Solicitamos a reanálise desse ponto.

13.34 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS – Item 3.12.4 - pág. 4 - ENCARTE III

“3.12.4. Tempo máximo total de latência para resposta à internet de 80

milissegundos (latência considerando os links de acesso e o link de saída à

internet).;

Entendemos que a latência solicitada é referente ao acesso entre o elemento de rede instalado

no ambiente do cliente até primeiro elemento de roteamento do Backbone IP da

CONTRATADA. Solicitamos que esta latência máxima seja alterada conforme parâmetros

apresentados no lote 1 (vide tabela abaixo).

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Solicitamos a readequação do Edital nos termos acima.

13.35 SOLICITAÇÃO DE SERVIÇOS – Itens 7.11.5, 7.11.6 e 7.11.7 - pág. 11 - ENCARTE III

“7.11.5. As Solicitações de Serviços serão efetuadas através de Portal

Web, providenciado pela CONTRATADA. O Portal WEB deverá estar

disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana, com geração de número de

identificação;”

“7.11.6. Este Portal WEB deve estar disponível em 30 dias corridos após

assinatura do primeiro contrato;”

“7.11.7. Enquanto o portal WEB não estiver disponível a CONTRATADA

deverá disponibilizar um endereço de e-mail para registro das solicitações

de serviços;”

Visto que a solução de IP Assimétrico visa à disponibilização de acesso à internet de maior

economicidade, solicitamos que seja alterada a obrigatoriedade de termos um portal Web para

solicitação de serviços, como também através de e-mail, por implicar em customizações entre

sistemas para abertura de serviços.

Assim, conforme previsto no item 8.1, solicitamos que os serviços sejam solicitados através do

número 0800.

13.36 SERVIÇO DE GERÊNCIA - Itens 8.1 e 9.1 - pág. 11, 12 e 13 - ENCARTE III

“8.1. A CONTRATADA deverá disponibilizar um número único nacional não

tarifado (0800) para abertura de chamados de suporte técnico, como

também o Serviço de Gerência fornecido pela CONTRATADA deverá ser

capaz de gerenciar os níveis de serviços acordados;”

“9.2. O modelo de prestação de serviços conterá, ainda, processos de

trabalho que especificam como os serviços serão prestados, incluindo

atividades a serem demandadas pelo CONTRATANTE, tais como abertura

de chamados técnicos para resolução de problemas e de consulta a

informações, e aquelas a serem desenvolvidas pró-ativamente pela

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49

CONTRATADA, por meio do serviço de gerência da rede. A prestação dos

serviços englobará prazos e condições da entrega da solução, incluindo

requisitos de implantação e migração da solução;”

A Solução de Gerência de Rede implica no fornecimento de elemento de rede específico

(roteador ou outro) visando a Gerência do Desempenho do Circuito, aumentando os custos e

reduzindo a economicidade da solução.

Assim, solicitamos que sejam alterados os itens acima retirando-se a exigência do serviço de

Gerência de Rede para o Serviço de Acesso à Internet Assimétrico.

13.37 REQUISITOS DO SERVIÇO DE SUPORTE TÉCNICO – Itens 8.10, 8.11 e 8.11.1 -

pág. 12 - ENCARTE III

“8.10. Abertura e fechamento de chamados serão efetuados através de

Portal Web, providenciado pela CONTRATADA. O Portal WEB deverá

estar disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana, com geração de

número de protocolo de atendimento, o qual só poderá ser fechado após

confirmação com o responsável pela abertura;”

“8.11. Este Portal WEB deve estar disponível em 30 dias corridos após

assinatura do contrato;”

“8.11.1. Enquanto o portal WEB não estiver disponível a CONTRATADA

deverá disponibilizar um endereço de e-mail para registro de chamados;”

Considerando que a solução de IP Assimétrico visa à disponibilização de acesso à internet de

maior economicidade, solicitamos que seja alterada a obrigatoriedade de termos um portal

Web para solicitação de suporte técnico, pois além das customizações de sistemas implica em

novo elemento de rede conforme colocado anteriormente.

Assim, conforme previsto no item 8.1, solicitamos que os serviços de Suporte Técnico sejam

solicitados através do número 0800.

13.38 NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇOS (NMS) – Item 7.11.8 – pág. 11 - ENCARTE III

“7.11.8. Prazo de Reparo (PR)

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Para os Serviços de Acesso à Internet Assimétrica o Prazo de Reparo

deverá atender o limiar abaixo.

Dado que os locais de instalação dos links IP deste lote abrangem quase todos os municípios

do estão do Rio de Janeiro.

Solicitamos um prazo de reparo para 8 horas na região metropolitana e 12 horas no interior.

13.39 NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇOS (NMS) – Item 7.11.9 – pág. 11 - ENCARTE III

“7.11.9. Prazo de Alteração de Transmissão de um Enlace (PAT) Para os

Serviços de Acesso à Internet Assimétrica o Prazo de Alteração de

Transmissão de um Enlace deverá atender ao limiar abaixo.”

Considerando que a distribuição dos links IP ocorre em quase todos os municípios do estado

do RJ, solicitamos alterar o PAT conforme os prazos do lote 1 (vide tabela abaixo).

Solicitamos a readequação desse ponto nos termos acima.

13.40 NÍVEIS MÍNIMOS DE SERVIÇOS (NMS) – Item 7.11.10 – pág. 11 - ENCARTE III

“7.11.10. Prazo de Atendimento a Novos Endereços (PAN)

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7.11.10.1. Para os Serviços de Acesso à Internet o Atendimento a

Novos Endereços deverá ser de 45 dias.”

Dado o quantitativo de links assimétricos que estão sendo licitados, é inviável tecnicamente

para a contratada e também para a contratante que todos os links sejam ativados em até 45

dias.

Solicitamos alterar o prazo de uma ativação para até 90 dias por link.

13.40 SOBRE O ATENDIMENTO AS LOCALIDADES REQUERIDAS COM VELOCIDADES

ABAIXO DAS SOLICITADAS - ENCARTE III

Analisando os locais e as velocidades requeridas no arquivo “06122019_160934Anexo

VI_Local_de_Prestacao_dos_Servicos_de_Internet_Assimetrica.pdf” solicitamos que poderá

ser aceito sem que haja penalidades e/ou multas o fornecimento da maior velocidade possível,

caso não haja viabilidade para atendimento na velocidade requerida para cada site.

Solicitamos a reanálise desse item.

13.41 SOBRE A COBRANÇA ABERTA DE ITENS - TABELA DE PREÇOS

Visto que roteadores, firewalls, serviço de gerência, segurança, etc. possuem tarifas de

impostos diferentes dos circuitos propriamente ditos, para assegurar a correta tributação e a

transparência na precificação, solicitamos que seja apresentada planilha de formação de

preços com campos separados para os serviços de gerência, aluguel de roteadores, firewalls,

Instalação e assinatura do circuito.

Porém, caso não seja possível a apresentação de nova planilha de formação de preços,

entendemos que a administração aceitará em sua fatura a cobrança aberta em subitens

conforme exposto acima, sem que isso cause nenhum acréscimo na fatura, somente o

desmembramento dos itens que comporão o preço do link informado na planilha de formação

de preços, Ex.: Apresentado o preço de R$ 1.000,00 o valor mensal do link na planilha de

preços, porém, na fatura será apresentado R$ 700,00 para o Circuito, R$ 200,00 para o CPE e

R$ 100,00 para Gerência.

Solicitamos a reanálise desse item.

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13.42 TABELA DE PREÇOS

Identificamos nos itens referentes aos locais do Encarte 1 que há velocidades não

especificadas na Proposta de Preços. Além disso, o quantitativo para os Encartes 1 e 3 está

superior ao quantitativo das respectivas Propostas de Preços, como pode ser observado nas

planilhas abaixo:

ENCARTE I ENCARTE II ENCARTE III Tabela de Endereços

Tabela de Cotação

Tabela de Endereços

Tabela de Cotação Tabela de Endereços Tabela de Cotação

Velocidade Qtde Velocidade Qtde

Velocidade Qtde Velocidade Qtde

Velocidade Qtde Velocidade Qtde

2 Gbps 3 4Gbps 11 1G 4 2G 11 50M 115 50M 115

1 Gbps 8 2Gbps 13 2G 1 1G 10 35M 12 35M 12

500 Mbps 2 1Gbps 35 200M 6 500M 12 25M 7 25M 7

200 Mbps 8 500M 27 100M 22 200M 30 15M 187 15M 186

100 Mbps 63 200M 42 50M 6 100M 50 10M 40 10M 29

50 Mbps 16 100M 75 30M 110 50M 110 5M 222 5M 207

30 Mbps 127 50M 80 10M 93 30M 67 Total 583 Total 556

20 Mbps 57 30M 330 Total 242 10M 68

10 Mbps 495 20M 142 Total 358

6 Mbps 101 10M 355

4 Mbps 1.626 6M 254

1 Mbps 12 4M 664

256 Kbps 1 Total 2028

Total 2519

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Diante do exposto, solicitamos que seja readequada as quantidades da proposta de preços ou

dos quantitativos referentes aos locais.

13.45 FATURAMENTO - TERMO DE REFERÊNCIA

21.2. A CONTRATADA deverá disponibilizar, mensalmente, o espelho da fatura

detalhando os serviços referentes somente ao mês anterior, por meio

eletrônico, em 10 (dez) dias úteis antes do faturamento para conferência e

atesto.

Diante do art. 66 da Lei de Licitações determina que “o contrato deverá ser executado fielmente

pelas partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada

uma pelas consequências de sua inexecução total ou parcial”.

Nesse sentido, verifica-se que o eventual descumprimento da obrigação da disponibilidade

prévia das faturas para análise.

Assim, poderemos realizar os atestes necessários após a emissão das faturas e os

questionamentos respondidos e discrepância de valores ressarcidos em conta futura quando a

ocorrência.

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Solicitamos a readequação do item nos termos acima.

13.46 RESPONSABILIDADE SOCIAL – TERMO DE REFERÊNCIA

24.1. A CONTRATADA se obriga a fornecer sem custos, circuitos e serviços para o

PRODERJ, de valor total correspondente a 2% (dois por cento) do faturamento anual,

de todos os Contratos aderentes a este Registro de Preços - RP, para atender às

ações de inclusão digital do Governo do Estado do Rio de Janeiro;

Não obstante, cumpre trazer à baila o art. 54 da Lei n.º 8.666/1993, que estabelece a aplicação

supletiva dos princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado no

âmbito dos contratos administrativos. Adiante, verifica-se que o art. 66 da Lei de Licitações

determina que “o contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as

cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma pelas consequências de

sua inexecução total ou parcial”. No caso em quadra, caracteriza-se por parte da Contratante

como serviço Social somente serviços instalados e não o ressarcimento em crédito ou

desconto do faturamento total.

A obrigatoriedade baseia-se no fato de que pode a Contratada deverá contribuir com o cunho

Social e mantendo o equilíbrio econômico-financeiro da Contratada.

Solicitamos a reanálise do item acima exposto.

Pedido

Para garantir o atendimento aos princípios norteadores dos procedimentos licitatórios, a Oi,

requer que V. Sª julgue motivadamente a presente Impugnação, no prazo de 24 horas,

acolhendo-a e promovendo as alterações necessárias nos termos do Edital e seus anexos, sua

consequente republicação e suspensão da data de realização do certame.

Rio de Janeiro, 16 de dezembro de 2019.

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