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Impacto económico dos grandes eventos desportivos, no desemprego, PIB, e turismo. por Pedro Alexandre da Silva Salazar Dissertação de Mestrado em Economia Orientado por: Francisco Vitorino Silva Martins 2014

Impacto económico dos grandes eventos desportivos, no ... · Os grandes eventos desportivos são, nos dias de hoje, cada vez mais reconhecidos como acontecimentos que acarretam reprecurssões

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Impacto económico dos grandes eventos desportivos,

no desemprego, PIB, e turismo.

por

Pedro Alexandre da Silva Salazar

Dissertação de Mestrado em Economia

Orientado por: Francisco Vitorino Silva Martins

2014

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Nota Biográfica

Pedro Alexandre da Silva Salazar, nascido a 23 de Setembro de 1990, natural do

Porto. Licenciou-se em Economia em 2012, na Faculdade de Economia da Universidade

do Porto. Instituição na qual, ingressou no mestrado em Economia e no qual, sob a

orientação do Prof. Dr. Francisco Vitorino, realizou a presente Dissertação, com a qual

pretende obter o grau de mestre.

Nos dias de hoje, para além do mestrado, frequenta um estágio profissional,

onde realiza tarefas de gestão de clientes.

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Agradecimentos

Ao concluir este trabalho, quero expressar o meu agradecimento a todos aqueles

que contribuíram para a elaboração da presente dissertação.

Em primeiro lugar, tenho de agradecer aos meus pais por todo o apoio,

motivação e pela constante luta pelo meu sucesso.

Gostaria também de agradecer ao meu orientador, o Professor Doutor Francisco

Vitorino da Silva Martins, pela disponibilidade bem como pela partilha de

conhecimento, para fazer face às dificuldades com que me ia deparando no decorrer do

trabalho.

Agradeço também a todos os amigos que, me ajudaram nesta fase a ultrapassar

obstáculos.

Por fim, um agradecimento especial ao Paulo Silva e à Sónia Ventura pela

coomprensão e apoio nesta fase importante do meu percurso académico.

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Resumo

Este trabalho, procura perceber a mais-valia para a sociedade dos principais

mega eventos desportivos. A escassez de recursos públicos, traz consigo a necessidade

de definir a adequada utilização destes recursos.

A realização desse tipo de análises é assim uma necessidade. O objetivo é perceber

se, vale a pena continuar a apostar neste tipo de investimentos.

Enquanto a maioria dos trabalhos sobre o tema, centra o seu impacto no país como

um todo, este trabalho procura avaliar o impacto ao nível regional, dando um tratamento

diferenciado às regiões envolvidas e às não envolvidas no evento.

Por forma a avaliar tais impactos foram analisados dois eventos, o Campeonato do

Mundo de futebol de 2006 na Alemanha, e o Campeonato Europeu de futebol de 2008

que se realizou na Suiça e Àustria, embora aqui só seja analisado o impacto do Euro

2008 no país austríaco.

Foram três os indicadores que mereceram a análise, o Desemprego, o PIB e o

Turismo.

Foi analisado o comportamento de cada uma destas variáveis, com o objectivo de

perceber se, os valores obtidos para as regiões que estiveram diretamente envolvidas

com o evento, tiveram um comportamento diferente das restantes.

Os resultados mostram que, o desempenho das três variáveis em análise é pior, para

as regiões envolvidas no evento. A única exceção é o caso do turismo na Àustria, em

que as regiões parecem beneficiar com o evento.

Códigos JEL: L83; O18; R11; R53; R58

Palavras-chave: Impacto no emprego; Impacto no turismo, Impacto no Pib,

Investimento Público; Mega eventos desportivos.

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Abstract

This work aims to realize the added value to society of the main mega sporting events.

The scarcity of public resources, brings the need to define proper use of these resources.

Achieving this type of analysis is thus a need in order to understand if it is worth

continuing to invest in this type of investment.

While most studies on the subject, focuses its impact on the country as a whole,

this study evaluates the impact at the regional level, giving differential treatment to

regions involved and not involved in the event.

In order to assess such impacts two events, the World Cup football tournament

in 2006 in Germany, and the European Football Championship 2008 held in Austria and

Switzerland were analyzed, although here only showing the impact of Euro 2008 in the

country Austrian.

There were three indicators that deserve analysis, GDP, unemployment and

tourism. Aiming to realize is, the values obtained for the regions that were directly

involved with the event had a different behavior from the other, we analyzed the

behavior of each of these variables.

The results show that the performance of the three variables under consideration

is worse for the regions involved with the event. The only exception is the case of

tourism in Austria, where regions seem to benefit from the event.

JEL Classification: L83; O18; R11; R53; R58

Keywords: Impact on employment, Impact on tourism, Impact on GDP, Public

Investment; Mega sporting events.

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Índice

Nota Biográfica ------------------------------------------------------------------------------------ i

Agradecimentos ----------------------------------------------------------------------------------- ii

Resumo -------------------------------------------------------------------------------------------- iii

Abstract -------------------------------------------------------------------------------------------- iv

Índice ----------------------------------------------------------------------------------------------- v

Capítulo 1 – Introdução -------------------------------------------------------------------------- 1

Capítulo 2 – Revisão da Literatura ------------------------------------------------------------- 4

2.1 Estudos ex ante -------------------------------------------------------------- 4

2.2 Estudos ex post -------------------------------------------------------------- 6

2.3 Efeitos positivos ------------------------------------------------------------- 8

2.4 Questão Social ------------------------------------------------------------- 11

2.5 Metodologias --------------------------------------------------------------- 11

2.6 Problemas de Medição ---------------------------------------------------- 13

Capítulo 3 – Dados ------------------------------------------------------------------------------ 15

Capítulo 4 – Metodologia ---------------------------------------------------------------------- 17

Capítulo 5 – Resultados ------------------------------------------------------------------------- 20

Capítulo 6 – Conclusões e pistas de investigação futura ----------------------------------- 30

Capítulo 7 – Referências Bibliográficas ------------------------------------------------------ 32

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1. Introdução

O desporto adquiriu enorme importância dentro de qualquer sociedade

desenvolvida, e o tempo livre e de lazer conseguiu um grande destaque como um dos

setores económicos mais importantes. A prática desportiva é agora um indicador-chave

do crescimento e da melhoria da qualidade de vida de uma população, como constatam

Fernandez e Alonso (2012).

Os grandes eventos desportivos são, nos dias de hoje, cada vez mais reconhecidos

como acontecimentos que acarretam reprecurssões que vão muito além do próprio

âmbito desportivo.

Os maiores eventos desportivos, tais como os Jogos Olímpicos e Mundiais de

Futebol, necessitam de enormes investimentos por parte dos países que os acolhem. Os

Jogos Olímpicos de Verão, são considerados o mais prestigiado evento multi desportivo

de todo o mundo. No entanto, aquando da candidatura, os responsáveis pela mesma,

acreditam que os benefícios decorrentes da realização do acontecimento, irão

ultrapassar os seus custos.

Embora a maioria das despesas seja suportada pelos contribuintes do país anfitrião,

grande parte dos benefícios financeiros vão para as federações desportivas

internacionais. No entanto, continua a ser muito fácil para estas últimas encontrar

candidatos dispostos a sediar os eventos. Baade e Matheson (2004), dizem mesmo que,

as nações competem tão ferozmente para organizar o evento quanto os atletas que

participam no mesmo. Tome-se como exemplo, os valores gastos por Chicago para

apresentar a sua candidatura aos Jogos olímpicos de 2016. A mesma, custou à cidade de

Chicago, cerca de 100 milhões de dólares. A vitória foi no entanto, para a candidatura

do Brasil, cuja candidatura custou perto de 40 milhões de dólares, segundo Proni

(2009).

No que diz respeito à despesa, a mesma é sobretudo relativa à construção de

facilidades e infra estruturas necessárias, bem como a custos com a segurança, Baade e

Matheson (2004). Estes custos são os designados, custos tangíveis. No entanto, o uso

alternativo desse montante de subsídios é muitas vezes esquecido, como constatam

Black e Pape (1995). Para um campeonato do mundo de futebol é necessário construir

entre 8 a 10 estádios com capacidade entre 40 e 60 mil espectadores. Os custos com a

segurança aumentaram muito após o 11 de Setembro de 2001.

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Não nos podemos esquecer de outros custos, como os impactos ecológicos, a

inflação e o aumento do trânsito. Matheson (2006), chama a estes, os custos intangíveis.

Exemplos concretos destes custos são, os atentados terroristas que ocorreram nos jogos

de Olímpicos de Munique (1972) e Atlanta (1996), por exemplo.

Os benefícios derivam sobretudo do consumo dos visitantes durante o evento, bem

como dos efeitos no emprego e da atenção dada pelos meios de comunicação que

permite entre outras coisas, publicitar produtos para uma audiência global, Hill (2003).

O foco é dado sobretudo ao curto prazo. No entanto não nos podemos esquecer, que

após o evento terminar existem ainda custos e benefícios que são necessários ter em

conta. O aumento do turismo no período posterior ao evento, devido à melhoria da

imagem do país no exterior, os benefícios de longo prazo relativos à capacidade

instalada para o torneio, como alojamentos e transportes, e os possíveis ganhos de

capital humano e tecnológico. O staff da organização, as autoridades locais, bem como

os voluntários envolvidos, ganham conhecimento e treino, como por exemplo, línguas

estrangeiras e experiencia intercultural, conforme referem Jasmande e Maening (2008).

A atenção dada ao evento através da publicidade e da cobertura noticiosa, expõe o

país organizador, o que pode ser bom, uma vez que pode mudar a imagem percebida de

um país, Hill (2003). O efeito de melhoria da imagem do país no exterior, pode criar

novas oportunidades para investidores potenciais, como resultado do aumento da

actividade comercial.

Há mesmo quem diga, tal como Whitelegg (2000), que os decisores políticos ao

candidatarem-se a este tipo de eventos, procuram melhorar a imagem do país mais do

que obter proveitos económicos com tal acontecimento. Mas também há espaço para

efeitos negativos na imagem do país. Existem sobre esse tema já alguns trabalhos como

os de Maenning e Du Plessis (2007), que alertam para esta problemática.

Subsistem portanto, dois grandes tipos de benefícios, os benefícios tangíveis e os

intangíveis. Os primeiros mais associados ao curto prazo e os segundos ao longo prazo.

Estes últimos são aqueles que não são facilmente mensuráveis, ou seja não são ganhos

monetários directos, Hotchkiss et al. (2003).

Os países que acolhem estes eventos e que são melhor sucedidos, são aqueles que

preparam um plano de longo prazo, gerindo de uma forma que permita garantir os

benefícios quer durante o evento, quer após o mesmo.

O objectivo deste estudo é o de perceber se a realização do evento vai proporcionar

a rentabilidade desejada à região em que se realiza e aos seus habitantes. Por outras

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palavras, perceber se a realização do acontecimento, contribui para melhorar os

resultados económicos das zonas que acolheram a organização do evento. Para tal, este

trabalho vai procurar estimar o impacto dos últimos grandes eventos desportivos, no

desemprego, no PIB e no turismo, dos países envolvidos na organização do mesmo.

Com este estudo procuramos entender por que razão os governos dos países continuam

tão interessados em organizarem e sediarem tais eventos, uma vez que necessitam de

fazer um enorme esforço financeiro para a realização dos mesmos. O debate à volta

deste tema é tudo menos consensual, pela falta de informação e pelos interesses

implícitos nos diferentes discursos.

A presente dissertação está dividida em sete capítulos, e estrutura-se como se segue.

O primeiro capítulo corresponde à introdução. O capítulo dois apresenta uma revisão de

literatura, no qual são destacadas as principais temáticas em torno deste assunto.

Posteriormente, no capítulo 3, é explicado o processo de obtenção dos dados

necessários para a estimação, cuja metodologia é explicada no capítulo seguinte.

O quinto capítulo, é o capítulo onde se procura mostrar os resultados obtidos. Por fim o

sexto, é o capítulo das conclusões do estudo e no qual se procura também apresentar os

principais contributos e limitações do estudo.

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2. Revisão de literatura

Nos últimos anos, as escolhas sobre os países organizadores tem recaído sobre

países com potencial de crescimento económico, tal como constatou Clark (2008). Os

Jogos Olímpicos de Pequim em 2008, o Campeonato do Mundo da FIFA em 2010 na

África do Sul, e o Brasil com o Campeonato do Mundo da FIFA 2014 e os Jogos

Olímpicos 2016. Estes são alguns exemplos de países com grande perspectiva de

crescimento. Isto reflecte a crença dos governantes, de que tais eventos ajudam a

promover o crescimento económico.

Até 1994, o local onde se realizava os Campeonatos do Mundo variavam entre

Europa e América Latina. Altura em que se realizou o Campeonato do Mundo nos

EUA. Europa e América Latina eram até aí escolhidas, por serem as potências do

futebol. No entanto, começou-se a procurar promover o desporto e a tentar capitalizar o

aumento de popularidade do futebol noutros países, Baade e Matheson (2004).

O Campeonato da Europa de 2020 vai ser realizado em 13 cidades diferentes,

fugindo assim ao que tem sido habitual nos últimos anos.

São muitos os estudos realizados para avaliar os impactos dos mega eventos

desportivos, e a grande maioria deles são trabalhos relativamente recentes.

2.1 Estudos ex ante

Os estudos ex ante, que fazem projeções sobre aquilo que se espera que aconteça,

caracterizam-se por fazerem geralmente previsões demasiado optimistas, quando

comparados com os estudos ex post. Aquilo que se prevê que vai acontecer, fica na

verdade muito longe do que acontece na realidade. São exemplos de trabalhos sobre esta

temática, os trabalhos de Du Plessis e Maenning (2011), Porter e Fletcher (2008) e

Teigland (1999). Tal característica pode “minar” os benefícios de curto prazo deste tipo

de eventos, Fourie e Spronk (2011). Altas expectativas levam, a um forte investimento

privado nos anos anteriores ao evento, em camas de hotel, restaurantes, e outros

serviços de apoio aos visitantes. No entanto para conseguir convencer entidades como a

FIFA a realizar um Campeonato do Mundo, precisamos de convencer os mesmos de

que este acontecimento vai gerar lucro económico para os mesmos. Porém lucro

económico para entidades organizadoras, não significa lucro económico para os países

organizadores. O trabalho de Teigland (1999), refere que devido ao excesso de

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otimismo, depois dos Jogos Olímpicos de Inverno de 1994 na Noruega, 40% dos hotéis

em Lillehammer faliram. Du Plessis e Maenning (2011), elaboraram um trabalho sobre

o efeito negativo, que o excesso de previsões demasiado optimistas, tiveram no

Campeonato do Mundo de 2010 na África do Sul.

Estes resultados justificam-se em grande parte devido ao facto dos dados recolhidos,

serem-no na maioria dos casos feito, por instituições que prosseguem interesses

políticos e que procuram demonstrar que os Jogos são um bom investimento. “Desde a

candidatura até o período entre a conquista do direito de sediar o evento e a sua

realização, o governo e demais grupos de interesse, tentam demonstrar, por meio de

estudos ex-ante, os benefícios que tais eventos podem proporcionar, para toda a

população”, Silva (2011). Sendo os autores dos estudos, os mesmos que procuram

provar que os eventos são benéficos, há razões motivos para duvidar da confiabilidade e

isenção dessas previsões, conforme atenta Turolla (2009).

Um dos problemas dos estudos de impacto económico, prende-se com o facto de os

custos estimados serem muitas das vezes, inferiores aos custos reais de projeto. O tempo

que vai entre o início da organização e a efetivação do evento facilita que os custos

sejam maiores. Para além disso, uma vez determinado quem vai realizar o evento, não

há possibilidade de desistência. Outra das razões que leva a esta subestimação dos

custos, é a que Zimbalist (2010) observa. Este autor refere que, nos orçamentos

inicialmente apresentados são esquecidos por exemplo, os custos de manutenção das

instalações desportivas, apenas considerando os custos operacionais e de curto prazo.

Os altos custos de manutenção, leva a que muitas das vezes as infraestruturas criadas,

não sejam outra vez utilizadas aseguir ao evento. Matheson (2006), argumenta que o

aumento dos custos com a segurança é mais uma das razões para esta subestimação,

fruto da instabilidade que se vive a nível mundial. Um outro ponto de vista, é o

partilhado por Atkinson et al (2007), que indica que a subestimação essta relacionada

com a não consideração dos custos intangíveis, como o congestionamento do tráfego, o

vandalismo, a degradação ambiental, a maior aglomeração e outros custos não

monetários.

Os Jogos Olímpicos de Atenas por exemplo, orçados entre 500 e 1,600 milhões de

dólares, acabaram por custar perto de 10.000 milhões de dólares. Em Londres e Pequim

aconteceu o mesmo. Neste último, passou-se de 1.600 milhões de dólares para 40.000

milhões. Uma previsão inicial de entre 4.000 a 6.300 milhões de dólares para os Jogos

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de Londres, passou para cerca de 39.000 milhões de dolares, de acordo com Vicuña

(2013).

2.2 Estudos ex post

Raros são os casos em que os estudos ex post apontam efeitos económicos

significativos, uma vez que a grande maioria não tem impacto económico significativo.

Maenning e Du Plessis (2007), realizaram um estudo que não encontra efeitos positivos

significativos para o Campeonato do Mundo de 2006 na Alemanha. Kim et al (2006),

“os benefícios económicos não foram satisfatórios” ou “insatisfatórios ganhos

económicos”, referindo-se ao Campeonato do Mundo da Coreia do Sul.

Baade e Matheson, 2004, concluíram que 9 das 13 cidades que acolheram o

Campeonato do Mundo de 1994 nos EUA sofreram quebras no crescimento.

A maior dificuldade nos estudos de impacto ex post, está relacionada com a

dificuldade em perceber se as mudanças económicas ocorridas se devem ou não à

realização do acontecimento. O que se procura é, perceber qual seria o desenvolvimento

económico da região se não houvesse o evento.

No artigo de Li et al (2012), os autores alertam para o facto de o impacto ser

significativamente diferente se a análise considerar a cidade ou o país organizador. O

trabalho é referente aos Jogos Olímpicos de 2008 em Pequim, em que se constata que os

Jogos trouxeram benefícios económicos para a cidade, mas que não eram significantes,

dado o tamanho da economia chinesa.

No caso específico do turismo, também existe um vasto número de trabalhos, com o

objectivo de avaliar o impacto no turismo deste tipo de eventos, tal como os estudos de

Preuss (2005), de Fourie e de Santana-Gallego (2011) que sugerem que tais

acontecimentos promovem o turismo, uma vez que aumentam o número de chegadas de

turistas ao país organizador. No entanto o estudo de Fourie e Santana-Gallego (2011),

chama a atenção de que tais impactos dependem do tipo de evento, dos países que

participam nele bem como da altura do ano em que se realizam.

O principal problema relativo a este aumento de turistas, é o problema do crowding

out. Preuss (2005), constata que enquanto alguns turistas são atraídos pelo evento,

outros turistas que regularmente visitam a cidade podem já não o fazer quando o evento

ocorre. Isto pode ocorrer por variadíssimas razões, entre as quais, escalada dos preços,

preocupações com a segurança, dificuldades em termos de alojamento e transporte. A

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este efeito, o autor chama o efeito crowding-out. Estudos de impacto que não tenham

em consideração este efeito, são criticados, e alvo de reprovação como o fizeram Baade

e Matheson (2004) e Lee e Taylor (2005). Existe um trabalho recente, cujo objectivo é

precisamente ensinar a medir o crowding-out correctamente, Preuss (2011).

Os residentes locais, turistas ocasionais ou que não estejam relacionados com o

evento devem ser excluídos das contagens, conforme referem Crompton et al. (2001).

Se tal não for feito, os resultados finais vão estar sobre estimados. As medições dos

impactos também dependem, da qualidade dos dados disponíveis, bem como de

contagens precisas.

Em relação ao turismo, há ainda trabalhos que se dedicam a avaliar os impactos no

longo prazo, uma vez que as mudanças positivas não podem ser calculadas unicamente

com base no número de turistas adicionais, tal como chamam a atenção Solberg e

Preuss (2007). As mudanças também ocorrem do lado da oferta deste tipo de serviços,

uma vez que a cidade passa a possuir infra estruturas que antes não possuía.

Quanto ao emprego, Hotchkiss et al. (2003), encontraram evidência que de um

impacto positivo no emprego dos Jogos Olímpicos de 1996 em Atlanta. O impacto

também abrangeu as cidades vizinhas. Para chegar a este resultado os autores usaram o

método differences in differences (DD) que é uma técnica usada na econometria para

medir a mudança induzida por um acontecimento particular. Posteriormente, Feddersen

e Maenning (2013), fazem uma crítica ao trabalho referido anteriormente, refinam a

abordagem, e não encontram um impacto significativo no emprego desse mesmo

evento.

Hagn e Maennig (2007a) não encontraram para o Campeonato do Mundo da

Alemanha, em 1974, efeitos significativos no curto nem no longo prazo, no que diz

respeito ao emprego. Também Hagn e Maennig (2007b), fizeram um estudo para o

Campeonato do Mundo de 2006 na Alemanha e chegaram à conclusão de que o evento

não teve impactos significativos no curto prazo no desemprego.

Jasmand e Maennig (2008), chegaram a conclusão de que o rendimento nas regiões

que acolheram os Jogos Olímpicos de Munique de 1972 cresceu significativamente,

mas em relação ao emprego não foram encontrados efeitos. Alhert (2001), para o

Campeonato do Mundo de 2006 na Alemanha, chega a uma conclusão semelhante em

relação ao rendimento, no entanto encontra evidências de efeitos positivos no emprego.

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2.3 Efeitos Positivos

Existem dois grandes grupos de benefícios decorrentes da realização deste tipo de

acontecimento, os tangíveis e os intangíveis.

Quando falamos em impactos tangíveis, estamos a falar daqueles impactos cuja

mensuração é possível. Falamos por exemplo da variação no emprego, PIB e turismo.

Quanto aos benefícios intangíveis, estamos a falar por exemplo: o aumento da

felicidade da população, a melhoria da imagem de uma cidade ou país perante o mundo;

os benefícios para a saúde resultantes de uma maior participação no desporto;

regeneração/revitalização urbana; patriotismo; sensação de bem-estar; as instalações

desportivas que ficam na cidade, são alguns dos exemplos avançados por Silva (2011).

Impactos cuja mensuração é bastante complexa, mas que são considerados por alguns

autores mais importantes do que os impactos tangíveis, como é o caso de, Pellegrino e

Hancock (2010).

Os benefícios podem ainda, ser caracterizados como "primários" ou "secundários"

indicando o período do tempo em que eles ocorrem.

Seguindo de perto, a linha de Clark (2008), o autor apresenta cinco benefícios

primários e cinco beneficíos secundários, como aqueles que são os mais relevantes.

Começando pelos primários, temos:

1.As necessidades que um evento deste tipo acarreta, podem ser usadas para

impulsionar estratégias de desenvolvimento e de crescimento. A gestão eficaz do evento

desta forma traz benefícios significativos para as cidades, à procura de dar prioridade e

acelerar os seus objetivos de desenvolvimento. Há quem acredite que os investimentos

para a realização de tais eventos aceleram o desenvolvimento urbano em perto de 10

anos, como é o caso de Preuss (2004).

2. A cooperação do setor público e privado, através de parcerias de investimento

público-privadas, são vistas com um dos principais meios quando se procura alcançar

metas de desenvolvimento.

3. O impacto da imagem e identidade, é capaz de atrair mais população,

investimento ou comércio. Uma boa imagem passada durante o evento, é a oportunidade

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perfeita para a promoção de uma cidade. O campeonato do mundo da Africa do Sul em

2010, “foi uma publicidade para a capacidade Sul-africana de organizar um evento

global, mesmo apesar das perspectivas pessimistas dos média internacionais”, Plessis e

Maennig (2011).

4.Os visitantes relacionados com o evento, gastam dinheiro, contribuindo para uma

economia mais dinâmica. As empresas locais, bem como as cadeias de fornecimento

podem aproveitar para desenvolver e expandir os seus negócios.

5. Com o evento, pode ser dada atenção a algumas necessidades, que anteriormente

não eram vistas como prioridade. A preocupação em garantir que o evento é gerido de

forma ambientalmente consciente, está a tornar-se numa prioridade mais elevada. Tais

mudanças podem reduzir o impacto ambiental.

Benefícios secundários:

1. Os usos dados às construções específicas do evento, que posteriormente servem

as comunidades locais.

2. As ligações de transporte e outras infra-estruturas construídas para o evento

podem ter impactos reais sobre a inclusão social.

3. Tais acontecimentos, necessitam de mão-de-obra, razão pela qual, o emprego

temporário aumenta. No entanto este aumento, pode-se tornar num aumento de longo

prazo, no caso de o evento ser usado para expandir os setores de negócios e

implementar uma mudança estrutural na economia da região.

O trabalho temporário fornece qualificações aos trabalhadores que lhes podem vir a

ser utéis no futuro.

4.Impactos no mercado imobiliário, onde os preços dos imóveis são muito passíveis

de serem afectados, especialmente nas zonas da cidade renovadas e dotadas de novas

infra-estruturas. Tal acontecimento pode levar a que as comunidades com menos poder

económico deslocalizarem-se daquelas àreas.

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5. Após a realização de um evento deste tipo, a cidade fica dotada de capacidades

para hospedar um novo evento. As autoridades ficam com uma maior capacidade de

gerir projetos semelhantes no futuro.

Há ainda quem identifique um outro tipo de benefício, a que chamam de legado. “Os

Jogos Olímpicos de Barcelona em 1992, são o ponto de partida da literatura sobre

legados dos megaeventos desportivos”, Silva (2011). Foi a partir da data do evento, que

Barcelona se mostrou uma cidade renovada. Foi também apartir daí, que se começou a

olhar para estes eventos como um bom motor para o desenvolvimento e transformação

das cidades, através da criação de um legado positivo de longo prazo para as mesmas.

Barcelona até 1992, verificava uma grande degradação urbana.

Não é por acaso, que os eventos que mais sucesso tiveram, foram aqueles em que

por trás estava um plano de longo prazo, onde existia a preocupação de garantir os

benefícios de curto prazo, bem como do legado. Dentro dos autores que tratam do

legado dos eventos, há mesmo quem desvalorize a importância dos benefícios de curto

prazo.

Mesmo que um evento não traga os impactos económicos desejados, o evento pode

ser benéfico para o país, se atingir os seus objetivos de longo prazo, como referem

Pellegrino e Hancock (2010).

As entidades organizadoras dos eventos estão atentas a isso, e dão cada vez mais

importância ao legado dos eventos, sendo agora fundamental a existência de um bom

plano de legado e de sustentabilidade, para que as candidaturas tenham sucesso. O

objectivo é que, tais eventos passem a ser vistos como uma oportunidade e não como

um custo.

Assim, pode afirmar-se que o legado dos jogos de 1992 é muito extenso. Vai

desde uma melhor arquitetura, novas infra-estruturas e novos potenciais de

desenvolvimento. Estas mudanças fazem com que alguns autores, afirmem que existia

um "pré" e um "pós" Barcelona 92. Neste caso, o aumento de turistas que a cidade

verificou, não se deveu exclusivamente às olimpíadas de 1992, mas também graças às

novas atrações turísticas da cidade.

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2.4 Questão Social

O trabalho de Costa (2013), alerta para o facto de muitas vezes serem esquecidos

os problemas sociais que tais eventos colocam.

Porter (2009), faz referência àqueles que são os problemas sociais mais

evidentes: os despejos e as remoções. A necessidade de construir infraestruturas

associadas aos mega eventos, faz com que as classes mais pobres sejam removidas de

tais zonas, fazendo com que as mesmas se mudem para áreas mais periféricas onde os

custos dos terrenos são menores. As zonas onde são sediados os eventos, sofrem um

processo de valorização imobiliária. Assim, pessoas com menos poder económico ficam

mais distantes dos transportes, escolas, hospitais, e das zonas com maior opção de

trabalho, tal como atenta Omena (2011).

“Estes eventos transformam e deixam os espaços urbanos menos acessíveis aos

pobres e ao mesmo tempo beneficiam certos interesses económicos”, Costa (2013). Para

além disto, há ainda o problema do emprego criado nestas alturas, ser mal remunerado e

apenas temporário.

2.5 Metodologias

Nos trabalhos anteriormente realizados é comum, encontramos diferentes

metodologias utilizadas para medir os impactos dos mega eventos desportivos. Dentro

das mais usadas, destacam-se os modelos input-output, metodologia a que recorreram

Lee e Taylor (2005) e Ahlert (2001), os modelos de computable general equilibrium,

usados nos trabalhos de Li et al. (2012) e Dwyer et al. (2010), e os modelos

econométricos, empregados nos trabalhos de Hotchkiss et al. (2003), de Kasimati e

Dawson (2009), e de Fourie e Santana-Gallego (2011).

A aplicação do CGE é mais recente, e o seu aumento de popularidade recente tem a

ver com o facto de, apesar do I-O ser mais simples de usar e menos custoso, os

pressupostos impostos são demasiado restritivos, como referem Kasimati e Dawson

(2009).

No entanto ainda existem outras, bastante comuns neste tipo de trabalhos, como é o

caso das, contas satélite, o método de valoração contingente, a análise custo benefício e

a análise sectorial/regional.

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12

As tabelas input-output, são uma representação em matriz da economia da região ou

país, com o objectivo de para antecipar o impacto de alterações numa indústria sobre as

outras e dos consumidores, governo e fornecedores estrangeiros sobre a economia.

Mostra assim a dependência de cada sector com os restantes sectores da economia,

permitindo quantificar as inter relações mútuas entre vários sectores de um sistema

económico.

Geralmente este método é usado em conjunto com outros.

O computable general equilibrium (CGE) consiste numa representação realista da

economia, conduzido por um grupo de equações que representam a produção, consumo

e comércio do setor privado e do setor público atividades económicas. Esta metodologia

aplica-se mais a grandes eventos, pois em eventos de pequena dimensão os efeitos do

mercado não são significativos.

Quanto às contas satélite, este método é utilizado quando procuramos avaliar o

impacto macroeconómico de um evento. Obtemos por via desta metodologia, uma

estimativa daquilo que é designado como o PIB ou o VAB do desporto. No entanto, a

visão que este método nos ajuda a obter é uma visão estática, pelo que se queremos

avaliar os efeitos a longo prazo não é o melhor método. Exemplos de trabalhos que

recorrem a esta metodologia são os trabalhos de Weber (1995) e Otero (2000).

O método de valoração contingente (CVM) “permite perceber a diferença entre o

valor máximo que um consumidor está disposto a pagar para consumir um bem ou

prestação de um serviço e o valor mínimo que você estaria disposto a pagar como

compensação por não obter o bem ou serviço”, Fernandez e Alonso (2012).

Por outras palavras, este método tenta perceber quanto uma pessoa estaria disposta a

pagar pela realização do evento na sua cidade, mesmo que não participe nele

Tem como objectivo ultrapassar a subestimação dos benefícios intangíveis e de difícil

mensuração.

Bruce et al. (2001) e Johnson et al. (2006), utilizaram o método de valoração

contingente nos seus trabalhos relativos a eventos desportivos.

A análise custo benefício (ACB) é uma metodologia para avaliar o impacto líquido

de um projecto público. Procura-se perceber se um projecto é viável do ponto de vista

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13

do bem-estar social, calculando para isso, o valor presente líquido (VPL) dos custos e

benefícios.

Começa-se por prever os efeitos económicos do projecto, não só os económicos mas

também os sociais. Aseguir quantifica-se esses efeitos e os mesmos são transformados

em unidades monetárias, sempre que possível.

Posteriormente calcula-se a rentabilidade económica, e no caso de obtermos um

valor presente líquido positivo, a decisão deve ser aceitar o projecto.

Gratton et al. (2006) e Hurtado et al. (2007), recorreram a esta metodologia para a

realização dos seus estudos de impacto económico de eventos desportivos.

Por fim, a análise sectorial/regional permite obter dados precisos e detalhados sobre

as actividades sócio-económicas ligadas ao desporto, ou o máximo de informações

possíveis sobre as componentes de oferta e procura de bens e serviços desportivos, e das

actividades socioeconomicas, por forma a perceber o circuito económico do desporto na

área geografia objecto do estudo, Sanz e Insúa (2003).

Nenhuma metodologia exclui qualquer outra, elas são complementares.

2.6 Problemas de medição

Já se percebeu a importância de avaliar e quantificar os efeitos que os eventos

podem trazer. No entanto tal medição não é uma tarefa fácil.

As bases de dados estatísticas fiáveis e as bases teorias que sustentam tais medições,

não acompanharam o ritmo a que cresceu a indústria do desporto.

São três os principais problemas na medição do impacto económico, de acordo com

Pedrosa e Salvador (2003). São eles os problemas conceituais, estatísticos e

metodológicos.

Em relação aos primeiros,

A não clareza sobre a definição e conceito de desporto, afetam a análise económica

do desporto. A ausência de uma definição clara das variáveis económicas, em que não

há distinção entre o desporto e outros setores, como lazer ou entretenimento, geram

diferentes formas de conduzir uma análise do impacto económico dos eventos.

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14

Problemas estatísticos

São muito raras as estatísticas desportivas. E quando existem são escassas e

incompletas. Esta escassez, está muito relacionada com o problema anterior. Com esta

falta de dados, fica difícil a realização de um estudo de impacto.

Problemas metodológicos

Nenhuma metodologia das existentes, é perfeita. Cada metodologia, apresenta um

de três problemas. Ou o efeito substituição, ou o efeito crowding out ou o efeito

vazamento.

O efeito de substituição ocorre quando, as despesas efetuadas na localidade não

estão relacionadas com o evento. Despesa que teria acontecido se o evento não

ocorresse.

O efeito crowding out, são aqueles turistas que regularmente visitam a cidade ou

que o pensavam fazer, mas que mudaram de ideias uma vez que o evento ocorreu.

O último efeito, o chamado vazamento, acontece quando a receita da cidade não

reverte inteiramente a favor da economia local. Imagine-se o caso dos produtos que são

vendidos, não serem produzidos na região.

Se tais efeitos não são levados em conta, o resultado do impacto pode ser

superestimado e levar a considerações erradas sobre a viabilidade do acontecimento.

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15

3. Dados

Para este estudo foram escolhidos dois eventos, um campeonato da europa e um

campeonato do mundo. Temos portanto, um evento que é considerado como o segundo

maior evento desportivo do mundo e outro, tido como o terceiro maior evento

desportivo mundial. São eventos que ocorreram em 2006 e 2008, pelo que ainda estão

na cabeça de muitos e ao mesmo tempo, permitem que exista um período posterior em

que somos capazes de extrair algumas conclusões.

Em 2006, a Alemanha acolheu a 18ª edição do Campeonato do Mundo de Futebol

da FIFA de 2006, entre 09 Junho 2006 e 09 Julho. No que diz respeito às regiões, a

Alemanha está dividida em dezasseis regiões NUTS II. Hamburg, Schleswig-Holstein,

Thüringen, Niedersachsen, Bremen, Nordrhein-Westfalen, Hessen, Rheinland-Pfalz,

Baden-Württemberg, Bayern, Saarland, Berlin, Brandenburg, Mecklenburg-

Vorpommern, Sachsen e Sachsen-Anhalt. Das quais, apenas nove regiões acolheram o

evento. Por outras palavras, apenas em nove dessas regiões foram construídos ou

renovados os estádios que acolheram os jogos desta competição. Hamburg, Nordrhein-

Westfalen, Hessen, Rheinland-Pfalz, Baden-Württemberg, Bayern, Berlin, Sachsen e

Niedersachsen.

Em 2008, a organização do EURO 2008, foi uma organização conjunta entre Austria

e Suiça. Foi disputado entre 7 e 29 de junho de 2008.

A análise vai-se centrar na Austria. País esse, que se divide em onze regiões NUTS

II, são elas: Burgenland, Niederösterreich, Wien, Südösterreich, Kärnten, Steiermark,

Westösterreich, Oberösterreich, Salzburg, Tirol e Vorarlberg. Dos oito estádios, apenas

quatro foram sediados na Àustria, nas regiões que se seguem: Wien, Kärnten, Salzburg

e Tirol.

Temos assim dois países em níveis de desenvolvimento diferentes. Para os paises

menos desenvolvidos o grau de investimento é maior, logo os riscos e custos de

oportunidade são, muito mais evidentes. Por outro lado, o custo do trabalho é menor, o

que diminui os custos operacionais e de infraestrutura.

Os dados amostrais que servem de suporte a este estudo foram retirados da base de

dados regional do Eurostat. O objectivo de obter dados da mesma fonte, era que os

mesmos usassem a mesma forma de cálculo, sendo por isso comparáveis entre si. A

frequência dos dados é anual.

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16

Foi necessário proceder à recolha de dados para seis variáveis. O Produto Interno

Bruto per capita, a taxa de desemprego, a população, o número de visitantes, o número

de estabelecimentos hoteleiros e um indicador dos níveis de escolaridade da população.

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17

4. Metodologia

Tendo presente que a ideia do trabalho é perceber se, a realização de um evento

desportivo tem impacto nas regiões envolvidas utilizou-se a seguinte metodologia:

Para a Alemanha:

Yit= β₁ + β₂*t + β₃*t*Denv2006 + β₄*t*Dsup2006 + β₅*t*(Denv2006*Dsup2006)

+ β₆*Zit + υit

Em que Yit, é a variável dependente, para a região i no período t, que varia

consoante as estimações, dependendo se estamos a estimar o impacto no PIB, no

desemprego ou turismo.

Denv2006 é uma variável dummy que assume o valor 1 para as regiões alemãs que

acolheram o evento.

Dsup2006 é uma variável dummy que assume o valor 1 para o período posterior à

data do evento.

Zit é um conjunto de variáveis de controlo.

No fundo aquilo que aqui importa perceber é aquilo que se resume no quadro

seguinte:

Antes Dsup2006 = 0

Regiões Envolvidas Denv2006= 1 E(Yit) = β₁ + β₂*t + β₃*t*Denv2006 + β₆ Zit + υit Diferença = β₃

Regiões Não Envolvidas Denv2006= 0 E(Yit) = β₁ + β₂*t + β₆ Zit + υit

Depois Dsup2006 = 1

Regiões Envolvidas Denv2006= 1

E(Yit) = β₁ + β₂*t + β₃*t*Denv2006 + β₄*t*Dsup2006 + β₅*t*(Denv2006*Dsup2006) + β₆ Zit + υit Diferença =

β₃ + β₅

Regiões Não Envolvidas Denv2006= 0 E(Yit) = β₁ + β₂*t + β₄*t*Dsup2006 + β₆ Zit + υit

Regiões Não Envolvidas

Denv2006= 0

Antes Dsup 2006 = 0 E(Yit) = β₁ + β₂*t + β₆ Zit + υit Diferença = β₄

Depois Dsup2006 = 1 E(Yit) = β₁ + β₂*t + β₄*t*Dsup2006 + β₆ Zit + υit

Regiões Envolvidas

Denv2006= 1

Antes Dsup 2006 = 0 E(Yit) = β₁ + β₂*t + β₃*t*Denv2006 + β₆ Zit + υit Diferença =

β₄ + β₅

Depois Dsup 2006 = 1 E(Yit) = β₁ + β₂*t + β₃*t*Denv2006 + β₄*t*Dsup2006 + β₅*t*(Denv2006*Dsup2006) + β₆ Zit + υit

Na primeira situação, percebemos se as variáveis em estudo assumem valores

notoriamente diferentes, quer se trate de regiões envolvidas ou não, para o período

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anterior ao mundial de 2006. Com a segunda situação, ficamos a perceber se após o

evento as variáveis mudam significativamente de comportamento.

No terceiro caso, em que apenas são analisadas as regiões não envolvidas, procura-

se entender se há mudanças nas variáveis dependentes no período posterior ao evento

relativamente ao perido anterior. A quarta situação é a mesma que a terceira, mas para

as regiões envolvidas.

No caso da Àustria:

Yit= β₁ + β₂*t + β₃*t*Denv2008 + β₄*t*Dsup2008 + β₅*t*(Denv2008*Dsup2008)

+ β₆*Zit + υit

A única coisa que muda são as variáveis dummy, que agora são referentes ao evento

ocorrido em 2008.

Temos portanto:

Denv2008 é uma variável dummy que assume o valor 1 para as regiões austríacas

que acolherm o evento.

Dsup2008 é uma variável dummy que assume o valor 1 para o período posterior à

data do evento.

Em termos de interpretação dos resultados, em nada difere do caso alemão, excepto

aquilo que foi referido anteriormente.

Antes Dsup2008 = 0

Regiões Envolvidas Denv2008= 1 E(Yit) = β₁ + β₂*t + β₃*t*Denv2008 + β₆ Zit + υit Diferença = β₃

Regiões Não Envolvidas Denv2008= 0 E(Yit) = β₁ + β₂*t + β₆ Zit + υit

Depois Dsup2008 = 1

Regiões Envolvidas Denv2008= 1

E(Yit) = β₁ + β₂*t + β₃*t*Denv2008 + β₄*t*Dsup2008 + β₅*t*(Denv2008*Dsup2008) + β₆ Zit + υit Diferença =

β₃ + β₅

Regiões Não Envolvidas Denv2008= 0 E(Yit) = β₁ + β₂*t + β₄*t*Dsup2008 + β₆ Zit + υit

Regiões Não Envolvidas

Denv2008= 0

Antes Dsup 2008 = 0 E(Yit) = β₁ + β₂*t + β₆ Zit + υit Diferença = β₄

Depois Dsup2008 = 1 E(Yit) = β₁ + β₂*t + β₄*t*Dsup2008 + β₆ Zit + υit

Regiões Envolvidas

Denv2008= 1

Antes Dsup 2008 = 0 E(Yit) = β₁ + β₂*t + β₃*t*Denv2008 + β₆ Zit + υit Diferença =

β₄ + β₅

Depois Dsup 2008 = 1 E(Yit) = β₁ + β₂*t + β₃*t*Denv2008 + β₄*t*Dsup2008 + β₅*t*(Denv2008*Dsup2008) + β₆ Zit + υit

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19

É um modelo próximo daquele que foi o seguido por Hotchkiss et al. (2003),

para perceber o impacto dos Jogos Olímpicos de 1996 no emprego e salários na

Geórgia.

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20

5. Resultados

Neste caso:

Yit – é a taxa de desemprego anual, por região.

Denv2006 – é uma variável dummy que assume o valor 1 para as regiões que receberam

o evento.

A primeira estimação, é relativa à taxa de desemprego na Alemanha.

Dependent Variable: Taxa de Desemprego

Method: Panel EGLS (Cross-section weights)

Sample (adjusted): 1999 2012

Periods included: 14

Cross-sections included: 16

Total panel (unbalanced) observations: 222

Linear estimation after one-step weighting matrix

Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.

C 26,8986 32,40947 8,299616 0.0000

TIME 0,3956 0,100151 3,949607 0.0001

TIME*DENV2006 -0,3516 0,043502 -8,082876 0.0000

TIME*DSUP2006 -0,4628 0,048211 -9,600223 0.0000

TIME*(DENV2006*DSUP2006) 0,3478 0,046462 7,486406 0.0000

POPULACAO -1.32E-07 5.25E-08 -2,514246 0.0127

EDUCACAO -0,8944 0,143067 -6,251497 0.0000

Weighted Statistics

R-squared 0,6375 Mean dependent var 11,5163

Adjusted R-squared 0,6273 S.D. dependent var 5,7267

S.E. of regression 3,3581 Sum squared resid 2.424,4510

F-statistic 6,3005 Durbin-Watson stat 0,2894

Prob(F-statistic) 0,0000

Unweighted Statistics

R-squared 0,4344 Mean dependent var 10,1951

Sum squared resid 2.966,4140 Durbin-Watson stat 0,1805

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21

Dsup2006 - é uma variável dummy que assume o valor 1 para o período superior a

2006.

População – A população média anual da região i, no período t.

Educação – Estudantes em todos os níveis de educação, como percentagem da

população total ao nível regional.

Antes Dsup2006 = 0

Regiões Envolvidas Denv2006= 1 Diferença = -0,3516

Regiões Não Envolvidas Denv2006= 0

Depois Dsup2006 = 1

Regiões Envolvidas Denv2006= 1 Diferença = -0,0038

Regiões Não Envolvidas Denv2006= 0

Regiões Não

Envolvidas Denv2006= 0

Antes Dsup 2006 = 0 Diferença = -0,462836

Depois Dsup2006 = 1

Regiões Envolvidas Denv2006= 1

Antes Dsup 2006 = 0 Diferença = -0,1150

Depois Dsup 2006 = 1

Estes resultados indicam que a diferença entre as regiões envolvidas e não

envolvidas, no período anterior ao evento, era favorável às primeiras. O mesmo é dizer

que, para as envolvidas a taxa de desemprego era inferior em relação às não envolvidas.

Para o período seguinte a lógica mantêm-se, no entanto com uma diferença bastante

menor entre as regiões.

No caso das regiões não envolvidas a taxa de desemprego caiu, no período

posterior ao evento, o mesmo aconteceu para as envolvidas mas numa escala muito

menor.

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Para a Àustria:

Dependent Variable: Taxa de Desemprego

Method: Panel EGLS (Cross-section weights)

Sample (adjusted): 1999 2012

Periods included: 14

Cross-sections included: 12

Total panel (unbalanced) observations: 156

Linear estimation after one-step weighting matrix

Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.

C 4,6977 0,384287823 12,22440407 0.0000

TIME -0,0981 0,025790347 -3,80416224 0.0002

TIME*DENV2008 0,0407 0,01357894 2,994449326 0.0032

TIME*DSUP2008 0,0214 0,010690789 2,0018259 0.0471

TIME*(DENV2008*DSUP2008) -0,0182 0,017539837 -1,03955418 0.3002

POPULACAO 5.50E-07 8.91E-08 6,172670084 0.0000

EDUCACAO -4.69E-05 4.28E-05 -1,09691418 0.2744

Weighted Statistics

R-squared 0,2659 Mean dependent var 7,0165

Adjusted R-squared 0,2363 S.D. dependent var 3,9777

S.E. of regression 1,3451 Sum squared resid 269,5975

F-statistic 8,9950 Durbin-Watson stat 0.848792

Prob(F-statistic) 0.000000

Unweighted Statistics

R-squared 0,1395 Mean dependent var 4,2769

Sum squared resid 285,1802 Durbin-Watson stat 0,2612

O coeficiente da variável dummy Denv2008*Dsup2008, não é estatisticamente

significativo.

As conclusões que se retiram desta estimação, é que para ambas as regiões o

período que se segue ao Euro 2008, é caracterizado pelo aumento da taxa de

desemprego.

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Antes Dsup2008 = 0

Regiões Envolvidas Denv2008= 1 Diferença = 0,0407

Regiões Não Envolvidas Denv2008 = 0

Depois Dsup2008 = 1

Regiões Envolvidas Denv2008= 1 Diferença = 0,0407

Regiões Não Envolvidas Denv2008 = 0

Regiões Não

Envolvidas Denv2008= 0

Antes Dsup 2008 = 0 Diferença = 0,0214

Depois Dsup2008 = 1

Regiões Envolvidas

Denv2008 = 1

Antes Dsup 2008 = 0 Diferença = 0,0214

Depois Dsup 2008 = 1

As regiões envolvidas no evento caracterizam-se por, ter uma taxa de

desemprego superior, quer antes quer depois do evento. Não há indicadores que

mostrem que, a diferença entre as regiões no período posterior ao evento, tenha

aumentado.

Agora no que diz respeito ao PIB, e começando pela Alemanha:

Yit = PIB pc a preços de mercado correntes, por regiões NUTS 2.

O PIB nas regiões envolvidas é superior ao das regiões que não acolheram o

evento, no entanto essa diferença após o Campeonato do Mundo de 2006, foi reduzida.

Isto quer dizer, que embora o PIB nas regiões participantes no evento tenha aumentado,

esse aumento não foi tão notório como no caso das restantes regiões.

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24

Dependent Variable: PIB

Method: Panel EGLS (Cross-section weights)

Sample (adjusted): 2000 2011

Periods included: 12

Cross-sections included: 16

Total panel (unbalanced) observations: 191

Linear estimation after one-step weighting matrix

Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.

C -41616.42 3.361,9440 -12,3787 0.0000

TIME 642,9349 108,0049 5,9528 0.0000

TIME*DENV2006 256,1595 53,1745 4,8173 0.0000

TIME*DSUP2006 153,2792 41,3373 3,7080 0.0003

TIME*(DENV2006*DSUP2006) -176,9010 43,0080 -4,1132 0.0001

POP -0,0005 5.22E-05 -8,8280 0.0000

EDUCACAO 2.934 145,2035 20,2045 0.0000

Weighted Statistics

R-squared 0,8207 Mean dependent var 52470.94

Adjusted R-squared 0,8148 S.D. dependent var 37488.21

S.E. of regression 5.631,2510 Sum squared resid 5.83E+09

F-statistic 140,3547 Durbin-Watson stat 0.270217

Prob(F-statistic) 0.000000

Unweighted Statistics

R-squared 0.502919 Mean dependent var 27193.19

Sum squared resid 6.55E+09 Durbin-Watson stat 0.041245

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25

Antes Dsup2006 = 0 Regiões Envolvidas Denv2006= 1

Diferença = 256,1595

Regiões Não Envolvidas Denv2006= 0

Depois Dsup2006 = 1 Regiões Envolvidas Denv2006= 1

Diferença = 79,2585

Regiões Não Envolvidas Denv2006= 0

Regiões Não Envolvidas

Denv2006= 0

Antes Dsup 2006 = 0 Diferença = 153,2792

Depois Dsup2006 = 1

Regiões Envolvidas Denv2006= 1

Antes Dsup 2006 = 0 Diferença = 23,6218

Depois Dsup 2006 = 1

Para a Àustria:

O Pib nas regiões que acolheram o evento é sempre maior que nas regiões que

não o fizeram, embora essa diferença diminuísse. Isto acontece porque no período

posterior ao evento o decréscimo do Pib nas regiões envolvidas é superior ao

decréscimo das restantes regiões.

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26

Dependent Variable: PIB

Method: Panel EGLS (Cross-section weights)

Sample (adjusted): 2000 2011

Periods included: 12

Cross-sections included: 12

Total panel (balanced) observations: 144

Linear estimation after one-step weighting matrix

Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.

C 9.294,5580 743,6616 12,49837 0.0000

TIME 930,0992 49,80117 18,67625 0.0000

TIME*DENV2008 492,2828 28,81745 17,0828 0.0000

TIME*DSUP2008 -58,9156 20,95035 -2,812155 0.0056

TIME*(DENV2008*DSUP2008) -100,7070 40,59546 -2,480746 0.0143

POPULACAO 0,0026 0,00012 21,30324 0.0000

EDUCACAO 0,0533 0,021946 2,427862 0.0165

Weighted Statistics

R-squared 0,9089 Mean dependent var 65.829,6200

Adjusted R-squared 0,9049 S.D. dependent var 51.957,6100

S.E. of regression 3.709,5470 Sum squared resid 1.89E+09

F-statistic 227,7766 Durbin-Watson stat 0,1621

Prob(F-statistic) 0.000000

Unweighted Statistics

R-squared 0,5756 Mean dependent var 29.765,9700

Sum squared resid 2.18E+09 Durbin-Watson stat 0,0213

Antes Dsup2008 = 0

Regiões Envolvidas Denv2008= 1 Diferença = 492,2828

Regiões Não Envolvidas Denv2008 = 0

Depois Dsup2008 = 1

Regiões Envolvidas Denv2008= 1 Diferença = 391,5758

Regiões Não Envolvidas Denv2008 = 0

Regiões Não

Envolvidas Denv2008= 0

Antes Dsup 2008 = 0 Diferença = -58,9156

Depois Dsup2008 = 1

Regiões Envolvidas

Denv2008 = 1

Antes Dsup 2008 = 0 Diferença = - 159,6226

Depois Dsup 2008 = 1

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27

No que diz respeito ao turismo, na Alemanha:

Yit = Chegadas de turistas a estabelecimentos de hoteleiros, por região.

NEST: Numero de estabelecimentos hoteleiros, por região.

Dependent Variable: NÚMERO DE VISITANTES

Method: Panel EGLS (Cross-section weights)

Sample (adjusted): 1995 2011

Periods included: 17

Cross-sections included: 16

Total panel (balanced) observations: 272

Linear estimation after one-step weighting matrix

Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.

C 396.896,4000 122761.8 3,2331 0.0014

TIME 29.307,8700 10.214,6800 2,8692 0.0044

TIME*DENV2006 157.583,0000 7.505,5270 20,9956 0.0000

TIME*DSUP2006 4.071,8940 5.867,3750 0,6940 0.4883

TIME*(DENV2006*DSUP2006) -458,5128 9.257,7460 -0,0495 0.9605

NEST 1.156,3780 15,6542 73,8704 0.0000

Weighted Statistics

R-squared 0,9778 Mean dependent var 9410223.

Adjusted R-squared 0,9774 S.D. dependent var 7054896.

S.E. of regression 1250997. Sum squared resid 4.16E+14

F-statistic 2.340,0310 Durbin-Watson stat 0.109576

Prob(F-statistic) 0.000000

Unweighted Statistics

R-squared 0.927081 Mean dependent var 5909319.

Sum squared resid 4.51E+14 Durbin-Watson stat 0.044351

Os coeficientes β₄ e β₅ não são estatisticamente significativos.

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28

Não há nenhuma mudança significativa a salientar. O número de turistas era

maior nas regiões que acolheram o evento, e assim manteve-se depois, sem que a

disparidade entre as regiões tenha aumentado.

Antes Dsup2006 = 0 Regiões Envolvidas Denv2006= 1

Diferença = 157583,0

Regiões Não Envolvidas Denv2006= 0

Depois Dsup2006 = 1 Regiões Envolvidas Denv2006= 1

Diferença = 157583,0

Regiões Não Envolvidas Denv2006= 0

Regiões Não Envolvidas

Denv2006= 0

Antes Dsup 2006 = 0 Diferença = 0

Depois Dsup2006 = 1

Regiões Envolvidas Denv2006= 1

Antes Dsup 2006 = 0 Diferença = 0

Depois Dsup 2006 = 1

Para a Áustria:

O coeficiente associado à variável dummie Dsup2008, não é estatisticamente

significativo.

As regiões envolvidas apresentam um número de turistas inferior ao das

restantes regiões, mas com o evento tal diferença foi amenizada.

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29

Dependent Variable: NÚMERO DE VISITANTES

Method: Panel EGLS (Cross-section weights)

Sample (adjusted): 1994 2013

Periods included: 20

Cross-sections included: 12

Total panel (balanced) observations: 240

Linear estimation after one-step weighting matrix

Variable Coefficient Std. Error t-Statistic Prob.

C -32.254,6900 42301,77 -0,76249 0.4465

TIME 66.426,0900 3583,915 18,5345 0.0000

TIME*DENV2008 -42.818,0000 2564,939 -16,69357 0.0000

TIME*DSUP2008 -4.213,6850 3299,892 -1,276916 0.2029

TIME*(DENV2008*DSUP2008) 7.569,8410 3578,539 2,115344 0.0355

NEST 206,6256 6,470812 31,93195 0.0000

Weighted Statistics

R-squared 0,8805 Mean dependent var 2769086.

Adjusted R-squared 0,8779 S.D. dependent var 2455106.

S.E. of regression 543.377,4000 Sum squared resid 6.91E+13

F-statistic 344,8264 Durbin-Watson stat 0.046010

Prob(F-statistic) 0.000000

Unweighted Statistics

R-squared 0,6716 Mean dependent var 1393270.

Sum squared resid 7.32E+13 Durbin-Watson stat 0.010701

Antes Dsup2008 = 0

Regiões Envolvidas Denv2008= 1 Diferença = - 42818,0

Regiões Não Envolvidas Denv2008 = 0

Depois Dsup2008 = 1

Regiões Envolvidas Denv2008= 1 Diferença = - 35248,16

Regiões Não Envolvidas Denv2008 = 0

Regiões Não

Envolvidas Denv2008= 0

Antes Dsup 2008 = 0 Diferença = 0

Depois Dsup2008 = 1

Regiões Envolvidas

Denv2008 = 1

Antes Dsup 2008 = 0 Diferença = 7.569,8410

Depois Dsup 2008 = 1

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6. Conclusões e pistas de investigação futura

O principal objetivo do presente trabalho foi o de compreender, se existem motivos

que justifiquem a guerra contínua entre países para albergar um mega evento

desportivo.

O presente estudo chega a conclusões substancialmente diferentes para os dois

países. No caso do desemprego para a Àustria, após o evento não são notórias mudanças

significativas. As regiões envolvidas que antes de 2008, apresentavam uma taxa de

desemprego superior, e continuam a fazê-lo no período posterior. Já para a Alemanha a

situação é bastante distinta, uma vez que as regiões envolvidas apresentam uma taxa de

desemprego inferior quer antes quer depois do evento. No entanto, tal diferença

diminuiu, razão pela qual podemos acreditar que o evento não trouxe melhorias às

regiões abrangidas pelo evento.

Portanto, como grande conclusão ao nível do desemprego é que tais eventos não

contribuíram para melhorar a situação de tais regiões, uma vez que nas regiões que nada

tiveram a ver com o evento o desemprego manteve-se ou até melhorou.

Passando para o Pib, no caso alemão, temos uma situação pré evento em que as

regiões envolvidas apresentam um mais Pib pc, que continua maior após o evento mas

embora a diferença entre ambas tenha diminuído. Caso semelhante passa-se na Austria.

A grande diferença no caso do Pib entre os dois países, é que após o evento o Pib nas

regiões alemãs aumenta ao contrário do que se passa na Áustria, em que o mesmo sofre

uma quebra.

Podemos assim concluir que, quanto ao Pib, após o evento as regiões envolvidas

apresentam piores resultados que as restantes.

No que diz respeito ao turismo, no caso alemão após o evento não se encontram

diferenças em relação ao período que antecedeu o Campeonato do Mundo de 2006. As

regiões que albergaram o mundial, continuam a ser as mais procuradas pelos turistas.

Para a Àustria, encontramos um efeito significativo. Para as regiões envolvidas o

turismo no período posterior ao evento cresceu. O turismo é assim a única variável que

parece ter beneficiado com a realização do acontecimento, mas mesmo assim isto só se

verifica no caso austríaco.

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31

Como primeira limitação temos o facto de não haver os dados desejados para os

períodos pertendidos. No caso da Àustria essencialmente seria benéfico aumentar o

período de análise de alguns dos dados.

Seria interessante alargar a análise a um conjunto maior de países, e perceber se

a aposta feita nos últimos anos de sediar tais eventos em países em desenvolvimento

tem surtido algum efeito diferente.

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32

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