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IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS À MARGEM DO RIO SÃO FRANCISCO: RESULTADO DA FALTA DE CONSIDERAÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA REAL Regnaldo Gouveia dos Santos* * Mestre em Geografia Humana pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Orientadora: Profª Drª Neli Aparecida de Mello – Universidade de São Paulo (USP). Endereço eletrônico: [email protected] RESUMO: O tema em epígrafe levanta uma questão relevante aos debates atuais acerca das recentes preocupações do homem, tendo em vista sua relação com a natureza. Da análise de tal relação parte o eixo de discussão que enfatiza o contexto de impacto socioambiental e sua previsão quanto às fases de realização e operação de empreendimentos hidroelétricos. O direcionamento da discussão trata, dentre outras circunstâncias, do entorno da barragem hidrelétrica Xingó passível de impactos sejam ambientais ou sociais, como o recorte espacial estudado, município de Porto da Folha/SE, à margem do rio São Francisco. Além disso, o presente trabalho questiona a área de influência considerada pelo Estudo de Impacto Ambiental / Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) de Xingó, o que fez denotar alguns aspectos que caracterizam faltas de ações de governo, em termos de políticas públicas, assim como políticas de mitigação de impactos. PALAVRAS-CHAVE: impacto socioambiental; área de influência no EIA/Rima; políticas públicas; previsão de impactos; relação homem-natureza. SUMMARY: ENVIRONMENTAL IMPACTS ON THE RIVER SAN FRANCISCO: RESULT OF LACK OF CONSIDERATION OF THE INFLUENCE AREA REAl. The above-mentioned issue raises a question relevant to current debates about recent concerns of man, given its relationship with nature. The examination of such part of the axis of discussion that emphasizes the context of environmental impact and its forecast for future phases of implementation and operation of hydroelectric projects. The direction of the discussion about, among other circumstances surrounding the hydroelectric dam Xingó likely to impact whether environmental or social as the spatial area studied, the municipality of Porto da Folha-SE, the river San Francisco. Moreover, this question made the area of influence considered by the Environmental Impact Assessment / Environmental Impact Report (EIA / RIMA) Xingó, which he did denote some aspects that characterize lack of government actions in terms of public policy, well as policies to mitigate impacts. KEYWORDS: environmental impact, area of influence in the EIA/Rima, public policy, forecast impacts; relationship man nature. Apresentação No mundo contemporâneo tem-se ouvido falar muito em preservação ambiental, mas não se vê muitos esforços concretos se realizando nesse sentido por parte dos setores público e privado. O tema do presente estudo aborda essa questão, de forma que traz uma crítica a respeito da ação do homem sobre a natureza. Este trabalho procura deixar explícito o sentido de impacto socioambiental no bojo da geografia e como se alastrou na área de estudo, à margem do rio São Francisco. Assegura a GEOUSP - Espaço e Tempo, São Paulo, Edição Especial, pp. 81 - 91, 2009

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IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS À MARGEM DO RIO SÃOFRANCISCO: RESULTADO DA FALTA DE CONSIDERAÇÃO DA

ÁREA DE INFLUÊNCIA REAL

Regnaldo Gouveia dos Santos*

* Mestre em Geografia Humana pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH).Orientadora: Profª Drª Neli Aparecida de Mello – Universidade de São Paulo (USP). Endereço eletrônico: [email protected]

RESUMO:O tema em epígrafe levanta uma questão relevante aos debates atuais acerca das recentes preocupaçõesdo homem, tendo em vista sua relação com a natureza. Da análise de tal relação parte o eixo dediscussão que enfatiza o contexto de impacto socioambiental e sua previsão quanto às fases de realizaçãoe operação de empreendimentos hidroelétricos. O direcionamento da discussão trata, dentre outrascircunstâncias, do entorno da barragem hidrelétrica Xingó passível de impactos sejam ambientais ousociais, como o recorte espacial estudado, município de Porto da Folha/SE, à margem do rio SãoFrancisco. Além disso, o presente trabalho questiona a área de influência considerada pelo Estudo deImpacto Ambiental / Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) de Xingó, o que fez denotar algunsaspectos que caracterizam faltas de ações de governo, em termos de políticas públicas, assim comopolíticas de mitigação de impactos.PALAVRAS-CHAVE:impacto socioambiental; área de influência no EIA/Rima; políticas públicas; previsão de impactos;relação homem-natureza.

SUMMARY:ENVIRONMENTAL IMPACTS ON THE RIVER SAN FRANCISCO: RESULT OF LACK OF CONSIDERATIONOF THE INFLUENCE AREA REAl. The above-mentioned issue raises a question relevant to current debatesabout recent concerns of man, given its relationship with nature. The examination of such part of theaxis of discussion that emphasizes the context of environmental impact and its forecast for futurephases of implementation and operation of hydroelectric projects. The direction of the discussion about,among other circumstances surrounding the hydroelectric dam Xingó likely to impact whetherenvironmental or social as the spatial area studied, the municipality of Porto da Folha-SE, the river SanFrancisco. Moreover, this question made the area of influence considered by the Environmental ImpactAssessment / Environmental Impact Report (EIA / RIMA) Xingó, which he did denote some aspects thatcharacterize lack of government actions in terms of public policy, well as policies to mitigate impacts.KEYWORDS:environmental impact, area of influence in the EIA/Rima, public policy, forecast impacts; relationshipman nature.

Apresentação

No mundo contemporâneo tem-se ouvidofalar muito em preservação ambiental, mas nãose vê muitos esforços concretos se realizandonesse sentido por parte dos setores público eprivado. O tema do presente estudo aborda essa

questão, de forma que traz uma crítica a respeitoda ação do homem sobre a natureza.

Este trabalho procura deixar explícito osentido de impacto socioambiental no bojo dageografia e como se alastrou na área de estudo,à margem do rio São Francisco. Assegura a

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preeminência da caracterização de Porto da Folha/SE como margem desse rio, apesar dos impactosterem desconfigurado a plenitude desse espaço.Além disso, mostra que diversos fatores no ciclode cheias naturais configuraram a circunscriçãoda sede municipal portofolhense como enclavedo sertão sergipano.

Por fim, faz uma breve análise sobrealguns pontos do Estudo Prévio de ImpactoAmbiental / Relatório de Impacto Ambiental daUsina Hidroelétrica de Xingó (a última queinterfere o leito do rio São Francisco, sentidojusante), localizada entre os Estados de Alagoase Sergipe, aferindo-os a outros pontos da Lei dePolítica Nacional de Meio Ambiente. Depois, fazuma breve avaliação da ação do Estado acercade sua responsabilidade quanto aos impactos quese alastraram na região.

Método

A metodologia científica apresenta doismomentos, o levantamento bibliográfico e otrabalho de campo.

O método utilizado no desenvolvimento dapesquisa ocorreu conforme segue: foi feitolevantamento bibliográfico que procedeu àfundamentação teórico-metodológica; dadoscomo a produção de arroz desde 1952 até 2007,importantes para o contexto do estudo, foramlevantados no trabalho de campo e tabulados,mas momentos que sucedem o ano de 1990 nãoforam representados porque a partir desseperíodo se quebrou o ciclo de produção que haviana área de estudo; fez-se o emprego de recursoscartográficos como gráfico, tabela, mapa, paracolaborar com o contexto do presente feito.

Além disso, o Estudo de ImpactoAmbiental / Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) da Usina Hidroelétrica Xingó (UHE),fundamental para o desenvolvimento do trabalho,foi analisado com cautela.

A partir dessa análise, pontos dasresoluções Conama 01/86 e 06/87 foram aferidoscom outros do EIA/Rima no intuito de esclarecermelhor a questão em epígrafe.

O conceito de impacto socioambientale a caracterização do lugar como margemdo rio São Francisco

Para SANTOS (2008, p. 89), “impactoambiental é o desequilíbrio conseqüente de umdano que se vale de agentes diversos capazes deinterromper a harmonia existente na relação entreser vivo e natureza por causa da ação do homemsobre o meio ambiente”.

Segundo a Resolução do ConselhoNacional do Meio Ambiente (Conama) – InstitutoBrasileiro do Meio Ambiente e dos RecursosNaturais Renováveis (Ibama), nº 1/86, artigo 1º,impacto ambiental é:

Qualquer alteração das propriedades físicas,químicas ou biológicas do meio ambiente,causada por qualquer forma de matéria ouenergia resultante das atividades humanas,que direta ou indiretamente afetem:

I - a saúde, a segurança e o bem-estar dapopulação;

II - as atividades sociais e econômicas;

III - as condições estéticas e sanitárias do meioambiente;

IV - a qualidade dos recursos ambientais.

De acordo com ALMEIDA e RIGOLIN(2002, p. 159), “podemos dizer que os impactosambientais são uma espécie de ‘choque’ querompe o equilíbrio ecológico”. Nesse sentido,pode-se dizer que há uma harmonia nas relaçõesentre os seres vivos e o meio ambiente, ochamado equilíbrio ecológico. Quando esse équebrado por intermédio da ação humana, seconfirma o impacto ambiental. O qual, a princípio,atinge o meio físico e, a partir desse, o problemapode acarretar outras consequências possíveis deatingir a sociedade.

Foi nessa concepção que os impactospassaram a ser observados à margem do rio SãoFrancisco. Atingiram tanto o espaço naturalquanto a sociedade, de forma que esta foi afetadaem consequência dos impactos que se alastraram,a princípio, na natureza. Desse modo,considerando a maneira como o problema

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ocorreu, vem assegurar que referidos impactossão socioambientais. Ou seja, o fato não podeser percebido como impacto ambiental apenas,pois além de atingir o meio ambiente causouconsequências ao próprio homem.

Em razão disso, é importante entendero que é meio ambiente porque para Trepl (2006)é ambíguo, não é visto por si só como a realexistência de meio ambiente.

Segundo SÁNCHEZ (2006, p. 18):

O conceito de ‘ambiente’, no campo deplanejamento e gestão ambiental, é amplo,multifacetado e maleável. Amplo porque podeincluir tanto a natureza quanto a sociedade.Multifacetado porque pode ser apreendido pordiferentes perspectivas. Maleável porque, aoser amplo e multifacetado, pode ser reduzidoou ampliado de acordo com necessidades doanalista ou interesses dos envolvidos.

Desse modo, pode-se afirmar que meioambiente é tudo o que envolve os seres vivos,de forma que sua abrangência se distingue danatureza e do espaço soc ial porque oselementos destes promovem existência de elosentre os seres vivos no referido meio. Noentanto, nesse sentido, seu conceito não podeultrapassar o de natureza, porque esta é oconjunto de todos os seres que constituem oUniverso e, neste ponto de vista, o referidoambiente pertence a esse conjunto. Como seuconceito é amplo por abarcar tanto o que serefere ao meio social quanto ao espaço natural,dessa forma, não deixa de ser passível dasconsequências causadas tanto pela sociedadecomo pela natureza.

Tais consequências, como a extinção dociclo natural de enchentes do rio São Franciscoem Porto da Folha/SE, desencadearam váriosimpactos socioambientais. Noutras palavras, aextinção de tal ciclo acarretou impactos nanatureza que, por sua vez, engendraram outros,afetando a comunidade local. Exemplo disso foia supressão da exuberante floresta tropicalhidrófila de várzea e o rebaixamento do lençolfreático que existiram no lugar enquanto duroua vazão natural do rio, e devido à falta dessa

vazão aconteceu a extinção do ciclo da culturaarrozeira, do qual a comunidade dependia parasobreviver.

Observa-se que o fato passou a sernotório sobre o lugar por volta do final do SéculoXX, a partir de meados da década de 1980culminando em meados da década de 1990, deforma que atingiu, significativamente, a várzeadenominada Ilha do Ouro, a Nordeste da sedemunicipal. Da análise do mapa (figura 01),observa-se que Porto da Folha está a Noroestede Sergipe, a 180 km da capital, Aracaju, e a80 km da barragem Xingó.

Por motivos como esse, por volta dasegunda metade do século XX, ambientalistasbrasileiros, seguidores de diversos cientistasmundiais voltados para a defesa do meioambiente e da sociedade, surgiram preocupadoscom o futuro do próprio povo e desse meio.

Essa preocupação pode ser observadaquando AB’SABER (2006, p. 31), cita:

Nesse sentido, prever impactos é um ato detomada de precauções para garant ir aharmonia e compatibilizar funções no interiordo espaço total no futuro. É também, porextensão um ato de bom senso, em que seprocura harmonizar o desenvolvimento comuma correta postura de proteção ambientale ecológica.

Nesse sentido, o presente estudo enfocao tema em epígrafe, principalmente, voltandoàs atenções para o rio São Francisco porquesofreu expressivas alterações no seu volumedevido aos impactos engendrados pela açãohumana (executora do empreendimentohidroe létr ico Xingó). Entre outrascircunstâncias, merece destaque a significativadiminuição de vazão que o rio sofreu após oparedão da barragem até a foz, pois issoresultou na extinção do ciclo das cheias naturais.

A relevância dada ao São Francisco,entre outras motivos, deve-se ao fato de acomunidade ribeirinha ter seu desenvolvimento,ao longo do ciclo do arroz, em virtude de suarelação com o rio.

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Por esta razão, estudar o recorteespacial em questão foi necessário porque oleito do rio, a partir da década de 1970 até o

final do século XX, foi marcado por um períodode construção de vár ias barragenshidrelétricas.

Figura 01. Área de estudo. Fonte: Impactos socioambientais à margem do rio São Francisco: um estudode caso, 2008.

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Por isso, foi levantada a hipótese de queos referidos impactos ocorreram devido àsintervenções do empreendimento hidroelétricoXingó sobre o controle da vazão do rio. Apesarda existência das barragens Sobradinho,Complexo de Paulo Afonso I, II, III e IV, LuizGonzaga (antiga Itaparica) e Moxotó no leito doSão Francisco, seus possíveis impactos não pesamtanto quanto os engendrados pela Xingó sobre olugar em virtude de sua proximidade.

A instalação dessas várias usinashidrelétricas, através de seus reservatórios,interveio sobre a vazão natural, mas não tantoquanto o último reservatório dos oito acimacitados por ser determinante dos impactossocioambientais desencadeados em Porto daFolha/SE.

A caracterização da sede municipalportofolhense como margem do rio São Franciscoperdurou, naturalmente, desde o princípio de suafundação até enquanto existiu o ciclo de cheiasnaturais do rio. O mapa (figura 01) contribui como esclarecimento do episódio que era

caracterizado através da extensa planície fluvialdo lugar, haja vista ao caudal sãofranciscano quebanhava a maior parte do pequeno planalto ondese localiza a sede municipal.

Ainda que, atualmente, estorvem osentido pleno da sede municipal estar àmargem do São Francisco devido à extinçãode seu ciclo de cheias naturais, é possívelafirmar que o referido local não deixa de sermargem do rio. Referentemente a isso, ascheias fluviais a qualquer momento podemretrogradar ao aspecto natural, ressurgindoseja por falha do controle de vazão nasbarragens ou por reação da natureza. Hoje emdia, nessa concepção, notícias têm sidoveiculadas na imprensa escrita e falada deacordo com catástrofes ambientais brasileiras.

Para melhor cristalizar a concepção deimpacto socioambiental que, neste caso, tem seusentido pleno na consequência que atinge ohomem, ser social, conforme o assunto acima foiabordado é relevante discorrer sobre a relaçãodo povo do lugar com a natureza. Ao analisar a

Figura 02. Várzea Ilha do Ouro. Fonte: Impactos socioambientais à margem do rio São Francisco: umestudo de caso, 2008.

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figura 02 é possível observar o resultado darelação do ribeirinho do Baixo São FranciscoSergipano com a natureza do lugar quandodo ciclo de cheias naturais que resultava nociclo do arroz. Resultado este que se encontraestampado em primeiro plano da figura, aextensa lavoura do cereal. Vê-se que não há

nenhum tipo de tecnologia presente no cultivodo arroz. Além disso, a água acumulada navárzea, visível no lado esquerdo da figura,rat if ica uma das técnicas do sertanejoportofolhense que se valia apenas de suaforça braçal no manejo desta cultura desubsistência.

Tabela 01. Fonte: Impactos socioambientais à margem do rio São Francisco: um estudo de caso, 2008.

Já em segundo plano da figura 02 éperceptível a exuberante floresta tropicalhidrófi la de várzea, embora a cor nãocontribua com tanta notabilidade devido àfalta de qualidade do instrumento utilizadocom tal finalidade, pois a foto data da décadade 1970.

De acordo com a tabela 01 ratifica-sea assert iva de que os ribeir inhosportofo lhenses não se ut i l izavam detecnologia no cultivo da lavoura arrozeira.Referentemente a isso, conforme o IBGE(1960), no lugar, as propriedades na décadade 1960 não utilizavam a força mecânica nemo conjunto dessa força com a animal nostrabalhos agrários.

Essa cultura era de subsistência paraaquela comunidade porque a mesmasobrevivia do cultivo do cereal que resultavado ciclo das cheias naturais do rio SãoFrancisco. Por essa razão e por causa dagrande população de peixe presente naspequenas lagoas da extensa planície fluvial,segundo SANTOS (2008) os r ibeir inhos

afirmaram em entrevista que o ciclo dascheias naturais foi tempo de fartura.

Em contrapartida, no gráfico 01 épossível observar que a partir das atividadesda Usina Hidroelétrica Xingó o ciclo da culturaarrozeira no lugar passa a ser extinto, deforma que a produção do cereal ,primeiramente, sofre queda brusca atédesaparecer totalmente. Isso foi notável apartir de 1987 quando as obras da barragemde Xingó tiveram início.

De acordo com a pesquisa, apesar deconstatados alguns anos de produção de arrozapós 1990 até o presente momento, conformeIBGE (2009), mas que foram pouquíssimos eque se deram a partir de enchentes artificiaiscomo em apenas 1991, 1992, 1994 e 1997, ociclo não se restabeleceu.

Por fim, é importante frisar que só háimpacto socioambiental se uma comunidadeou sociedade sofrer uma consequênciaresultante de outra causada pela açãohumana ou natural sobre o meio ambiente.

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Um aspecto da natureza do lugar esua distinção em relação à caatinga dosertão

De acordo com REBOUÇAS (1999, p. 09),“A umidade do solo é o suporte fundamental quegarante o desenvolvimento de uma exuberantebiomassa vegetal natural ou cultivada nas faixasúmidas intertropicais. Como ela é consumida ondeocorrem as chuvas, a umidade do solo constituireservas de água ditas localizadas”. Como o ciclode cheias naturais do rio São Francisco atingiatodo o vale da extensa planície fluvial do lugar, avárzea permanecia inundada por cerca de seismeses. Esse fator natural, certamente, nãoresultava diretamente por conta da chuva devidoao clima semiárido da região, mas surtia o mesmoefeito conforme o autor acima observou. Abiomassa vegetal, floresta tropical hidrófila devárzea, era preservada dessa forma. Suapaisagem exuberante era observada desde ossopés das vertentes até determinada cotaaltimétrica do vale em que está localizada a várzeaIlha do Ouro. Já pontos de afloramento de águaque existiram na circunscrição dessa área, quandodas cheias naturais do rio São Francisco,restringiam-se à existência desses fatoresnaturais.

Essas caracter ísticas naturais tãodiferentes da caatinga do Sertão de Sergipeformavam uma mancha verde exuberante desde

a beira do rio São Francisco, seguindo as bordasda extensa planície fluvial, até as adjacências dasede municipal portofolhense. É possível perceberque essas caracter íst icas são fatoresfundamentais observados “para designarmanchas de ecossistemas típicos de outrasprovíncias, porém, encravadas no interior de umdomínio de natureza totalmente diferente[...]”(AB’SÁBER, 2003, p. 145). Isso permite afirmarque essa área era um enclave.

Uma breve análise sobre o EIA/Rimae a ação do Estado quanto ao problemacontextualizado

Ao questionar a área de influência doempreendimento hidroelétr ico Xingó, éimportante salientar que o EIA/Rima deve, naforma da lei, definir a respectiva área de influênciacomo direta ou indireta conforme os impactos quelhes afeta. Da mesma forma, deve considerar, emtodos os casos, a bacia hidrográfica na qual estáinserida, pois de acordo com o Conselho Nacionaldo Meio Ambiente – IBAMA (1986), ResoluçãoCONAMA nº 01/86, artigo 5º:

O estudo de impacto ambiental, além deatender à legislação, em especial os princípiose objetivos expressos na Lei de Política Nacionaldo Meio Ambiente, obedecerá às seguintesdiretrizes gerais:

Gráfico 01. Fonte: Impactos socioambientais à margem do rio São Francisco: um estudo de caso, 2008.

1 6 5 6

3 2 4

1 0

4 1620 7

9 1 2

4 0 2 3 0 0

9 6 08 3 6

9 60 9 6084 0

01 8 4 2 4 0

00

5 00

1 0 00

1 5 00

2 0 00

1 9 74 1 97 5 19 7 6 19 7 7 1 9 7 8 1 9 7 9 1 9 8 0 1 9 81 1 9 82 1 98 3 1 9 84 1 9 85 1 98 6 19 8 7 19 8 8 1 9 8 9 1 9 9 0

Po rto d a F o lh a (S E ) - Pro d u ção d e arro z

P ro du ç ã o e m t o n ela d a

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III - Definir os limites da área geográfica a serdireta ou indiretamente afetada pelos impactos,denominada área de influência do projeto,considerando, em todos os casos, a baciahidrográfica na qual se localiza;

No entanto, o EIA/Rima de Xingó nãoatendeu a esse critério, no sentido de queconsiderou apenas cinco municípios como as duasáreas de influência do empreendimento, emboraexistam muitos outros tanto alagoanos quantosergipanos à margem do rio que foram igualmenteafetados pelos impactos. Fato que chama aatenção é a distância que o curso do rio percorredesde o paredão da barragem até a foz, atingindomais de cento e setenta quilômetros. Nem porisso, municípios que se encontram à margem, amenos de cem quilômetros da interferência fluvialnão foram inseridos em determinadas áreas.

Haja vista o que consta na ResoluçãoConama 01/86, conforme acima citado, sobre abacia hidrográfica, referentemente ao EIA/Rima,é importante frisar o que pode ser entendido porbacia hidrográfica. De acordo com a ciênciageográfica, uma bacia hidrográfica considera-sesegundo seu relevo, pelo menos, o espaço emque se encontra o rio principal, seus tributários,os divisores de água que declinam em direção deum dos tributários ou do rio principal. Nessecontexto, a área de influência real levantada nopresente estudo é entendida como todo o espaçonatural da bacia hidrográfica, mais o espaçogeográfico em que o homem é capaz de serelacionar com a natureza. Desse modo, acredita-se que a bacia hidrográfica que deve serconsiderada em todos os casos segundo a Lei nãoseja entendida como o mínimo espaço levantadopelo EIA/Rima de Xingó ao delimitar a Área deInfluência desse empreendimento.

Assim, como as águas do São Francisco,naturalmente, têm rumo a sua foz e por Xingóser a última interferência artificial da vazão, nestecaso, precisa que a área em questão sejaconsiderada, pelo menos, a partir dessa barragematé a foz do rio.

Por todos esses aspectos, é importantefrisar que, do ponto de vista legal, é possível

observar o descumprimento do EIA/Rima de Xingóem relação à Lei de Política Nacional de MeioAmbiente, pois a usina hidroelétrica entrou ematividade em 1994. Referentemente a isso, aLicença de Operação deve ser emitida antes de abarragem ser fechada, o que não foi cumprido nocaso do empreendimento de Xingó, pois da análiseda pesquisa, tal licença foi confirmada em 1999.

Ratificam-se as assertivas acima de acordocom o artigo 4º da Resolução CONAMA nº 06/87(1987, grifo nosso):

Art. 4º Na hipótese dos empreendimentos deaproveitamento hidroelétrico, respeitadas aspeculiaridades de cada caso, a Licença Prévia(LP) deverá ser requerida no início do estudode viabilidade da Usina; a Licença de Instalação(LI) deverá ser obtida antes da realização daLicitação para construção do empreendimentoe a Licença de Operação (LO) deverá serobtida antes do fechamento da barragem.

Por qualquer motivo que no EIA/Rima seencontre a intenção de se eximir do errocontextualizado e se isso for aceito, é preciso queo referido estudo de impacto ambiental passe aser rediscutido no circuito acadêmico como aquiestá sendo feito, haja vista sua importância nagestão de política ambiental. Já a área deinfluência apontada no EIA/Rima da hidrelétricaXingó é inaceitável em qualquer hipótese, pois oespaço total não foi considerado.

O Estado, por meio de seus setores, temconhecimento do problema contextualizado, tantoque, segundo SANTOS (2008), representantesdas instituições estatais, em entrevistas, têmdemonstrado saber sobre a situação. Notou-seque projetos foram instalados com o intuito demitigar os referidos impactos, mas muitos nãotêm apresentado eficiência, tampouco foramefetivos. De acordo com SANTOS (2008), um dosrepresentantes se referiu ao fato de que após aoperação da hidrelétrica Xingó a empreendedorase comprometeria em liberar vazão suficiente paraque ocorressem enchentes artificiais próximas donormal, de forma que não predominasse tão baixaquanto tem ocorrido. É possível afirmar que essaação é pérfida, levando-se em conta a baixa vazão

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Impactos socioambientais à margem do rio São Francisco:resultado da falta de consideração da área de influência real, pp. 81 - 91 89

que o rio enfrenta a partir do paredão de Xingó.Além disso, há projetos de assentamentosagrícolas nas proximidades do São Francisco quenão possuem uma rede de irrigação adequadasequer para o desenvolvimento de agricultura desubsistência.

O que instiga o presente estudo referenteà ação do Estado é o fato de este ter implementadoum conjunto de ações capaz de vir ao encontro damitigação de parte dos impactos que se alastraramem todo o Baixo curso do rio São Francisco. Noentanto, isso se concentrou de forma nítida naÁrea de Influência considerada pelo EIA/Rima deXingó. Entre as ações de governo implementadasem municípios dessa área, merecem destaque osprojetos hidroagrícolas, assim como o Califórnia eo Jacaré - Curituba que contribuíram com odesenvolvimento dos dois municípios sergipanosmais próximos da barragem.

Além de tudo, o município de Porto daFolha/SE que foi atingido diretamente pelosimpactos socioambientais não foi contempladocom tais políticas. Cabe frisar que esse municípiojá se destacou em terceiro lugar na produção dearroz de todo o Estado de Sergipe.

Tudo isso rat if ica que a falta deimplementação de políticas necessárias por causados impactos ali desencadeados tem sido umdescaso por parte do Estado, Instituição que tempoder para agir neste caso.

Conclusão

Com essa abordagem, espera-se que oepisódio ocorrido na margem do rio São Franciscoseja denotado, além disso, que as autoridadescompetentes tomem providências cabíveis sobreo que foi revelado neste estudo. Assim,certamente, ocorrerá relevante contribuição paraa região e um avanço, sobre a interpretação deárea de influência de grandes empreendimentoscomo os hidroelétricos, para a Geografia.

Observou-se que o Estudo de ImpactoAmbiental / Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) merece ser discutido quanto à importânciae consideração legal.

Quanto à área de influência de grandesempreendimentos como os hidroelétricos, opresente estudo revelou que tal área deve serlevada em consideração conforme aqui foimostrado segundo a ciência geográfica, mas nãoconsiderar apenas o que o empreendedor observa.Nesse sentido, se considerar apenas asobservações de poucos que fazem parte daelaboração do EIA, se acredita que muitos impactospodem passar despercebidos em tal estudo ou suaomissão pode confirmar-se. Um exemplo é o queocorreu na área do presente estudo.

A área de influência de empreendimentoscomo a que está em discussão precisa serconsiderada como a abrangência da baciahidrográfica atingida. Ou seja, tem de consideraro espaço natural e o espaço geográfico (espaçonatural alterado pela ação humana), além darelação direta ou indireta que há entre o homeme a natureza, principalmente, concernente àcomunidade do lugar atingido. Nesse sentido,observou-se que toda a margem do rio SãoFrancisco, desde o paredão da barragem Xingóaté a foz do rio, foi afetada pelos impactos diretae indiretamente, merecendo ser, pois,considerada como área de influência real.

Apesar da transformação espacial que olugar sofreu devido aos impactos, os aspectosfísicos não o descaracterizaram como margem dorio São Francisco.

Foi possível observar que há umadiferença entre impacto ambiental e impactosocioambiental. No primeiro caso o impacto atingeo meio ambiente e no segundo, o resultado doprimeiro engendra consequências numacomunidade ou sociedade. No entanto, o impactosocioambiental não deixa de ser um conjunto doimpacto ambiental mais o impacto social. Dessemodo, só haverá impacto socioambiental se umacomunidade ou sociedade sofrer consequênciasem razão de impacto ambiental.

Enfim, a ausência de ações de governono lugar, em relação à extrema necessidade deaplicação de políticas de mitigação dos impactosque se alastraram, ratifica algo que pode serentendido como omissão do Estado.

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Trabalho enviado em outubro de 2009

Trabalho aceito em dezembro de 2009