7
Principais impostos incidentes: IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados é um imposto federal que incide na saída dos produtos industrializados dos estabelecimentos industriais. O campo de incidência do imposto abrange todos os produtos com alíquota (mesmo que nula) relacionados na Tabela de Incidência do IPI (TIPI), excluídos aqueles a que corresponde à notação "NT" (não-tributado). PIS: Programa de Integração Social é uma contribuição que a empresa faz para assegurar direitos aos trabalhadores, como o seguro desemprego e o abono salarial. A alíquota do PIS é de 0,65% sobre o faturamento (ou renda bruta) mensal da empresa em que o funcionário está empregado. COFINS: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social essa contribuição serve para o governo financiar benefícios de longo prazo para o trabalhador, como a previdência social, a saúde, e assistência social aos trabalhadores. Assim como o PIS, o COFINS é calculado sobre o faturamento da empresa, isso é, sobre os ganhos brutos, sem desconto dos gastos. A alíquota de pagamento do COFINS é de 3%, e é cumulativa ao valor do PIS. ISS: Imposto Sobre Serviços é um tributo de competência dos municípios e Distrito Federal e incide sobre a prestação de serviços. As empresas pagam uma alíquota de 5% sobre o valor da nota fiscal, que pode chegar a 2%. ICMS: Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços e Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação é um imposto que cada um dos estados e o Distrito Federal podem instituir e que pode ser seletivo. Na maior parte dos casos, o ICMS, que é embutido no preço, corresponde ao percentual de 18%. Projetos de Lei que tramitam na Câmara: PL 2355/2011 acrescenta à Política Nacional dos Resíduos Sólidos um único artigo, que estabelece que “A pessoa jurídica que exerça preponderantemente a atividade de

IMPOSTOS

Embed Size (px)

DESCRIPTION

reciclagem

Citation preview

Page 1: IMPOSTOS

Principais impostos incidentes:

IPI: Imposto sobre Produtos Industrializados é um imposto federal que incide na saída dos produtos industrializados dos estabelecimentos industriais. O campo de incidência do imposto abrange todos os produtos com alíquota (mesmo que nula) relacionados na Tabela de Incidência do IPI (TIPI), excluídos aqueles a que corresponde à notação "NT" (não-tributado).

PIS: Programa de Integração Social é uma contribuição que a empresa faz para assegurar direitos aos trabalhadores, como o seguro desemprego e o abono salarial. A alíquota do PIS é de 0,65% sobre o faturamento (ou renda bruta) mensal da empresa em que o funcionário está empregado.

COFINS: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social essa contribuição serve para o governo financiar benefícios de longo prazo para o trabalhador, como a previdência social, a saúde, e assistência social aos trabalhadores. Assim como o PIS, o COFINS é calculado sobre o faturamento da empresa, isso é, sobre os ganhos brutos, sem desconto dos gastos. A alíquota de pagamento do COFINS é de 3%, e é cumulativa ao valor do PIS.

ISS: Imposto Sobre Serviços é um tributo de competência dos municípios e Distrito Federal e incide sobre a prestação de serviços. As empresas pagam uma alíquota de 5% sobre o valor da nota fiscal, que pode chegar a 2%.

ICMS: Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços e Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação é um imposto que cada um dos estados e o Distrito Federal podem instituir e que pode ser seletivo. Na maior parte dos casos, o ICMS, que é embutido no preço, corresponde ao percentual de 18%.

Projetos de Lei que tramitam na Câmara:

PL 2355/2011 acrescenta à Política Nacional dos Resíduos Sólidos um único artigo, que estabelece que “A pessoa jurídica que exerça preponderantemente a atividade de reciclagem de resíduos sólidos ou atividades relacionadas a suas etapas preparatórias, conforme definido pelo regulamento, faz jus aos seguintes benefícios fiscais: redução, em até 50% (cinquenta por cento), das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados, previstas na Tabela de Incidência do IPI(TIPI), sobre a aquisição ou importação de máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos, assim como acessórios sobressalentes e ferramentas que os acompanhem, destinados à reciclagem de resíduos sólidos e ao seu aproveitamento como fonte geradora de energia; crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, calculado pela aplicação, sobre o valor do imposto devido, de coeficiente proporcional ao grau de utilização de matéria prima reciclada em cada produto, até o limite de 50% (cinquenta por cento), conforme definido em regulamento.”

PL 6887/2013 “Esta Lei reduz a zero as alíquotas da contribuição para o Pis/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita de venda no mercado interno de mercadorias que utilizem material reciclado ou reutilizado como insumo na fabricação. As alíquotas da contribuição para o Pis/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita bruta de venda a varejo ficam reduzidas a zero para os produtos classificados na Tabela de Incidência do

Page 2: IMPOSTOS

Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI). O benefício de que trata este artigo somente se aplica à receita de venda de produtos cuja fabricação utilize como insumo, no mínimo, 80% (oitenta por cento) de material reciclado ou reutilizado.”

PL 635/2015 acrescenta à Política Nacional dos Resíduos Sólidos um único artigo, que estabelece que “A pessoa jurídica que exerça preponderantemente atividade de reciclagem de resíduos sólidos ou relacionada a suas etapas preparatórias, conforme definido pelo regulamento, faz jus a redução em até 70% (setenta por cento), das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados previstas na Tabela de Incidência do IPI (TIPI), sobre a aquisição no mercado interno ou a importação de máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos, assim como acessórios sobressalentes e ferramentas que os acompanhem, destinados à reciclagem de resíduos sólidos e ao seu aproveitamento como fonte geradora de energia. Considera-se preponderante a atividade de reciclagem de resíduos sólidos ou relacionada a suas etapas preparatórias quando a receita operacional delas decorrente corresponder no mínimo a setenta por cento da receita bruta anual da pessoa jurídica, de acordo com as condições e critérios fixados pelo regulamento.”

Estudo da CNI (Confederação Nacional da Indústria):

Em 2014, a CNI encomendou um estudo sobre o impacto da desoneração tributária sobre a cadeia de reciclagem. Seu objetivo foi apresentar propostas para o aperfeiçoamento e a ampliação dos regimes de desoneração das atividades envolvidas nas cadeias de recuperação, reciclagem e beneficiamento de resíduos sólidos para setores obrigados a implementar sistemas de logística reversa de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos. O estudo mostrou que, no atual modelo de incidência de impostos no Brasil, dependendo da estrutura da cadeia de reciclagem, a tributação do material reciclado pode ser superior à da matéria prima equivalente, pois um bem de consumo produzido a partir do material reciclado sofre tributação como se fosse produzido a partir de matéria prima virgem. Esse fato é chamado de bitributação, um dos entraves à popularização da reciclagem, pois encarece os bens produzidos com itens reutilizados. É necessário destravar o crescimento do sistema e isso, sem dúvida, passa pela questão tributária. Os impostos, em especial o ICMS, freiam a expansão da cadeia e precisamos repensar o modelo atual para que a reciclagem não seja penalizada e, ao contrário, possa ser impulsionada. O escopo do estudo foram embalagens que compõem a fração seca dos resíduos sólidos urbanos, como as produzidas predominantemente por papel e papelão, plástico, vidro e alumínio; óleo lubrificante e suas embalagens; pneus utilizados; lâmpadas fluorescentes; pilhas e baterias; e produtos eletroeletrônicos.

Page 3: IMPOSTOS
Page 4: IMPOSTOS

As medidas apresentadas pelo estudo que visam à desoneração de tributos indiretos que incidem sobre os resíduos sólidos nas cadeias de logística reversa são complementares e tratam basicamente de: harmonização e ampliação do diferimento na cobrança do ICMS; ampliação da suspensão da incidência de PIS/COFINS; crédito presumido sobre uso de resíduos sólidos como matéria-prima, para evitar a bitributação; desoneração de ICMS, ISS e PIS/COFINS aos serviços de gestão da logística reversa, transporte e processamento de resíduos prestados por terceiros para as empresas; incentivo direto ao investimento e financiamento da logística reversa; e desoneração da folha de pagamento das cooperativas de catadores, incentivando sua existência e integração à cadeia recicladora.

Selo Verde (Ceará):

O Decreto do Selo Verde resultou da fusão da pesquisa acadêmica com a vontade política da SEFAZ (CE) em implementar políticas tributárias ambientais que visem à utilização dos impostos como instrumentos de uma tributação ambiental eficiente. Trata-se de uma medida pioneira do Estado, que busca aliar a certificação do Selo Verde como condição para a concessão de incentivos e benefícios fiscais. Com a lei modificada em 2015, agora nas operações internas e de importação com os produtos da cesta básica, a base de cálculo do Imposto Sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, fica menor a alíquota, que passa de 17% para 7%. Assim, os produtos advindos da utilização de plástico, papel, papelão, resíduos sólidos da construção civil e outros materiais recicláveis terão uma redução, nos seus preços de 58,82%. Taxa de Certificação de Selo Verde – TCSV, cujo fato gerador é o exercício regular do poder de polícia conferido à SEMACE para controle, fiscalização e certificação de produtos que sejam compostos por materiais reciclados. Tal taxa será cobrada bienalmente, por produto, no valor de 200 Ufirces (667,80 reais), sendo isentos o microempreendedor individual, as microempresas e as empresas de pequeno porte, assim definidas na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. O Decreto

Page 5: IMPOSTOS

31.256, de 26 de agosto de 2013, dispõe que os recursos arrecadados com a TCSV devem usados de forma restrita em atividades de controle e fiscalização ambiental. O Selo Verde será aplicado diretamente no produto ou em sua embalagem, a critério do empresário individual ou sociedade empresária, com a finalidade de proporcionar uma educação para o consumo sustentável, sendo que, na impossibilidade da sua aplicação, o Selo Verde deverá ser utilizado na divulgação do produto através de qualquer meio ou processo de fácil visualização.

Conclusões:

Constata-se que o Brasil ainda não possui uma política fiscal compatível com as recentes diretrizes da Política Nacional dos Resíduos Sólidos, sendo necessária uma revisão da tributação e dos benefícios incidentes no setor da reciclagem. A questão dos benefícios fiscais deve atuar no sentido de desestimular o excesso de geração de resíduos, e não aumentar o lucro de empresas. Assim, é necessário que haja benefícios fiscais para destravar o sistema de reciclagem e para que mais empresas possam aderir à utilização de matérias-primas não-virgens. Com isso, os produtos reciclados são ambientalmente sustentáveis, economicamente competitivos e de qualidade. Os impostos que porventura ainda incidam sobre tal cadeia devem ser revertidos, em parte ou em sua totalidade, às ações de cunho ambiental, como replantio de árvores, educação e conscientização ambiental, manutenção e fiscalização de áreas ambientais protegidas, entre outras. Por fim, há a necessidade de que os projetos que tramitam na Câmara sejam acelerados em sua aceitação.