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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ARQUITETURA E TECNOLOGIA ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO ANÁLISE DOS RISCOS ERGONÔMICOS DA ATIVIDADE DE ARMAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL EM CANTEIRO DE OBRAS DE TRÊS LAGOAS/MS GIBSON ARAÚJO MANSILLA Orientadora: Profa. Dra. Marta Cristina de Jesus Albuquerque Nogueira JANEIRO/2010 CUIABÁ MT

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ARQUITETURA E TECNOLOGIA

ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

ANÁLISE DOS RISCOS ERGONÔMICOS DA ATIVIDADE DE

ARMAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL EM CANTEIRO DE OBRAS DE TRÊS LAGOAS/MS

GIBSON ARAÚJO MANSILLA Orientadora: Profa. Dra. Marta Cristina de Jesus Albuquerque Nogueira

JANEIRO/2010 CUIABÁ MT

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ARQUITETURA E TECNOLOGIA

ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

ANÁLISE DOS RISCOS ERGONÔMICOS DA ATIVIDADE DE ARMAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL EM CANTEIRO DE OBRAS

DE TRÊS LAGOAS/MS

GIBSON ARAÚJO MANSILLA

Orientadora: Profa. Dra. Marta Cristina de Jesus Albuquerque Nogueira

Monografia apresentada como exigência para conclusão do Curso de Especialização em Engenharia de Segurança no Trabalho, oferecido pela Universidade Federal De Mato Grosso, sob a orientação da Profª Drª Marta Cristina de Jesus Albuquerque Nogueira

.

CUIABÁ MT 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA

ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

FOLHA DE APROVAÇÃO

Título: Análise dos riscos ergonômicos da atividade de armação na construção civil em canteiro de obras de Três Lagoas/MS

Aluno: Gibson Araujo Mansilla

Monografia apresentada, defendida e aprovada em 13 de janeiro de 2010.

_____________________________________________________

Profª Drª Marta Cristina de Jesus Albuquerque Nogueira

Orientadora

_________________________________________________

Prof. Dr. Marcio de Lara Pinto

Examinador Interno

____________________________________________________

Profa. MSc. Luciane Cleonice Durante

Examinadora Interna

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho, aos profissionais

que atuam na construção civil.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me dado força e sabedoria para transpor as

dificuldades encontradas durante esta caminhada.

A minha Orientadora Profª Dra. Marta Cristina de Jesus Albuquerque

Nogueira pela preciosa orientação o que tornou possível a conclusão desta

monografia. À professora Msc Luciane Durante pela determinação, sugestões e

incentivo e por participação da Banca de Qualificação.

Ao Prof. Dr. Marcio de Lara Pinto, pela contribuição e participação

na Banca de Defesa.

A todos os professores da Universidade Federal de Mato Grosso do

Curso de Pós-Graduação em Especialização em Engenharia de Segurança no

Trabalho.

A minha esposa Débora E. Pedrotti Mansilla e a Yago Pedrotti

Araujo Mansilla por nunca perder a confiança na minha pessoa.

Aos meus colegas de curso e a todos aqueles que, direta ou

indiretamente, contribuíram para a realização desse trabalho.

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SUMÁRIO

DE FIGURAS ............................................................................................................. i DE QUADROS .......................................................................................................... ii DE ANEXO............................................................................................................... iii .................................................................................................................................... iv

.................................................................................... Erro! Indicador não definido. – INTRODUÇÃO ...................................................... Erro! Indicador não definido.

.1 - PROBLEMÁTICA ........................................... Erro! Indicador não definido.

.2 – JUSTIFICATIVA ............................................ Erro! Indicador não definido.

.3 - OBJETIVOS .................................................... Erro! Indicador não definido..3.1 – OBJETIVO GERAL ................................. Erro! Indicador não definido..3.2 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................... Erro! Indicador não definido.

- REVISÃO BIBILOGRÁFICA ................................ Erro! Indicador não definido..1 CONSTRUÇÃO CIVIL ..................................... Erro! Indicador não definido..2 EPI’s NECESSÁRIOS AOS TRABALHADORES DE ARMAÇÃO

........ Erro!

Indicador não definido..3 RISCOS ERGONÔMICOS ................................ Erro! Indicador não definido.

- METODOLOGIA ................................................... Erro! Indicador não definido. ........................................................................... Erro! Indicador não definido.

– APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

....... Erro! Indicador não definido.

.1 Resultados dos Questionários ............................. Erro! Indicador não definido.

.2 Descrição da Atividade do Armador .................. Erro! Indicador não definido. - CONCLUSÕES ....................................................... Erro! Indicador não definido. - BIBLIOGRAFIAS .................................................. Erro! Indicador não definido.

.................................................................................... Erro! Indicador não definido. I - Questionário para Coleta dos Dados .................... Erro! Indicador não definido.

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i

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Relação de EPI’s e dos riscos inerentes a função de armador

FIGURA 2 - Código de Postura – MÉTODO OWAS

FIGURA 3 - Classificação das posturas segundo o método OWAS FIGURA 4 – Composição do código do método OWAS para corte de vergalhão FIGURA 5 – Composição do código do método OWAS para dobra de peças

FIGURA 6 – Composição do código OWAS para montagem de peças

FIGURA 7 – Composição do código OWAS para transporte de peças

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ii

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – Tipos de risco no trabalho de armação

QUADRO 2 – Análise da postura X tarefa do armador

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iii

LISTA DE ANEXO

Anexo I - Questionário para Coleta dos Dados

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iv

RESUMO

MANSILLA, Gibson. Análise dos riscos ergonômicos da atividade de armação

na construção civil em canteiro de obras de TRÊS LAGOAS/MS.

A Indústria da Construção Civil é uma atividade econômica que envolve

tradicionais estruturas sociais, culturais e políticas, é caracterizada por

apresentar um elevado índice de acidentes de trabalho e, está em segundo

lugar na freqüência de acidentes registrados em todo o país. O objetivo deste

trabalho é o de analisar os riscos ergonômicos das atividades desenvolvidas

pelos trabalhadores de armação da construção civil no canteiro de obras no

município de Três Lagoas/MS. A metodologia direciona-se para uma pesquisa

quantitativa e qualitativa baseada no Estudo de Caso, foi utilizado para a

análise da postura dos trabalhadores de armação o método OWAS (Ovako

Working Posture Analysin System). O trabalho na construção civil oferece

inúmeros riscos aos trabalhadores, no entanto, como verificou-se nos

resultados deste trabalho, com a implementação da Segurança do Trabalho,

trabalhadores e empresários conseguem implementar ações de forma a

prevenir acidentes.

Palavras-Chave: construção civil, ergonomia e armadores

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v

ABSTRACT

MANSILLA, Gibson. Ergonomic risk analysis of activity in the frame construction in job works of Três Lagoas/MS.

The Construction Industry is an economic activity that involves traditional social

structures, cultural and political, is characterized by a high rate of accidents and

is second in frequency of incidents reported across the country. The objective of

this study is to analyze ergonomic risks of activities carried out by workers of

frame construction on the building site in the municipality of Três Lagoas / MS.

The methodology is directed to a qualitative and quantitative research based on

case study was used to analyze the attitude of the employees of the frame

OWAS method (Ovako Working Posture analysin System). Work in construction

offers a number of risks to workers, however, as shown by the results of this

work, the implementation of Work Safety, workers and employers can

implement actions to prevent accidents.

Keywords: construction, ergonomics and owners

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1

1 – INTRODUÇÃO

1.1 - PROBLEMÁTICA

O trabalho na construção civil oferece inúmeros riscos aos

trabalhadores, riscos este que na maioria das vezes acomete a saúde do

trabalhador. Outro grave problema segundo Ribeiro et al. (2005 p. 528) é o

dos trabalhadores menosprezarem os riscos existentes no ambiente de

trabalho, exigindo assim por parte dos responsáveis um trabalho constante

de conscientização dos riscos existentes aos trabalhadores.

Tais fatos nos levam a entender a importância da Segurança do

Trabalho e suas implicações não somente na construção civil, mas também

em todas as atividades funcionais.

Com a implementação da Segurança do Trabalho tanto os

trabalhadores como os empresários conseguem implementar ações de

forma a prevenir acidentes. Tais ações podem ser simples medidas de

proteção, ou até medidas mais sofisticadas dependendo do trabalho a ser

realizado e o risco a que o trabalhador se encontra exposto. Segundo Dwyer

apud DALCUL (2001, p.04) “fatos envolvendo a ocorrência de acidentes de

trabalho repercutem em maior reflexão sobre o valor atribuído à vida,

fazendo com que a segurança no trabalho seja tratada como uma questão

de ordem pública”.

Com o surgimento das Normas Regulamentadoras que são um

conjunto de Normas que visam regulamentar e fornecer orientações sobre

procedimentos obrigatórios relacionados à medicina e segurança no

trabalho no Brasil, cada vez mais empregados e empregadores são

conhecedores desses riscos e a prevenção configura-se como o melhor

caminho a ser tomado por ambos.

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2

A Norma Regulamentadora 9 (NR 9) estabelece em seu

conteúdo a obrigatoriedade da elaboração e a implementação, por parte de

todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como

empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA.

Com vistas à saúde do trabalhador e aos riscos que podem

existir no ambiente de trabalho a NR 9 destaca como sendo riscos

ambientais, os agentes físicos (Ruídos, Vibrações, Radiações ionizantes,

Radiações não ionizantes, Frio, Calor, Pressões anormais, Umidade),

agentes químicos (as substâncias, compostos ou produtos que possam

penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos,

névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de

exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da

pele ou por ingestão) e os agentes biológicos (as bactérias, fungos, bacilos,

parasitas, protozoários, vírus, entre outros).

A NR 17 estabelece parâmetros que permitem a adaptação do

ambiente de trabalho às características psicofisiológicas do trabalhador,

causando-lhe maior conforto, segurança e melhor desempenho.

Destacamos aqui inúmeros riscos ergonômicos que enfrentados

comumente pelos trabalhadores da construção civil, no desenvolvimento

das mais variadas funções, como: levantamento de peso, ritmo excessivo

de trabalho, monotonia, repetitividade, postura inadequada de trabalho.

A importância de identificar os riscos ergonômicos para os

trabalhadores de armação em um Canteiro de Obras se torna

imprescindível, já que esta é uma importante função desenvolvida pelos

trabalhadores no transcorrer do processo executivo de um empreendimento.

Outro fato importante é que ao detectarmos tais riscos a sua prevenção se

torna menos complexa melhorando assim a condição de vida destes

trabalhadores, já que os riscos ergonômicos são identificados como

responsáveis por vários problemas futuros a saúde deste trabalhador.

A atividade de armação segundo a Classificação Brasileira de

Ocupações, elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego é:

“os trabalhadores que preparam a confecção de armações e estruturas de concreto. Cortam e dobram

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3

ferragens de lajes. Montam e aplicam armações de fundações, pilares e vigas”. A área de atuação destes profissionais, ainda segundo o CBO, é: “a indústria da construção como assalariados com carteira assinada. Os armadores de estrutura de concreto e de concreto armado trabalham em equipe e o moldador de corpos de prova em usinas de concreto trabalha individualmente. Todos atuam com supervisão ocasional. O trabalho é realizado a céu aberto, durante o dia. Os armadores de estrutura de concreto e de concreto armado realizam suas atividades em posições desconfortáveis durante longos períodos, em grandes alturas e estão expostos a ruído intenso”.

Diante do exposto pretendem-se com esse trabalho fazer uma

análise dos riscos ergonômicos da atividade de armador, em um canteiro de

obras no município de Três Lagoas/MS bem como, identificar, registrar e

analisar as principais posturas adotadas pelos mesmos ao longo de sua

jornada de trabalho.

1.2 – JUSTIFICATIVA

O setor da construção engloba um grande número de atividades

econômicas, desde a construção e reforma de casas até grandes projetos

de engenharia. A atividade da construção divide-se basicamente entre

construções residenciais, comerciais, industriais, de serviços e os projetos

de engenharia civil; como rodovias, pontes, hidroelétricas, linhas de

transmissão entre outras.

A construção civil é um ramo de atividade que emprega um

grande contingente de mão-de-obra em toda parte que necessite deste tipo

de trabalho, principalmente daquela semi-qualificada. Apesar de ser uma

das mais antigas atividades produtivas do homem, ela ainda é pouco

estudada.

É uma atividade que possui tarefas árduas e complexas e o índice

de acidentes desse setor é relativamente alto, devido a grande variedade de

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4

tarefas executas pelos trabalhadores, que apresentam pouca ou nenhum

treinamento prévio para a realização das mesmas.

A Indústria da Construção Civil é uma atividade econômica que

envolve tradicionais estruturas sociais, culturais e políticas. É nacionalmente

caracterizada por apresentar um elevado índice de acidentes de trabalho e,

está em segundo lugar na freqüência de acidentes registrados em todo o

país. Esse perfil pode ser traduzido como gerador de inúmeras perdas de

recursos humanos e financeiros no setor.

Outro problema que ocorre entre os trabalhadores da construção

civil é o fato dos mesmos subestimarem os riscos existentes no ambiente de

trabalho, fato esse que ocasiona uma necessidade de treinamento e

conscientização quanto aos riscos existentes em cada situação de trabalho

bem como a forma correta de prevenção de acidentes do trabalho.

A ergonomia tem como função a redução das doenças

ocupacionais, fadiga muscular, situações de riscos e acidentes,

proporcionando uma redução nas perdas, danos e custos à empresa e um

melhor conforto, produtividade e desempenho do trabalhador. Os riscos

ergonômicos são aqueles que envolvem como agentes o esforço físico

intenso, levantamento e transporte manual de peso e exigência de postura

inadequada.

A idéia da qualidade de vida do trabalhador precisa ser algo

presente. Com esse enfoque, o presente estudo discute as atividades do

trabalhador em obras da construção civil procurando proporcionar melhor

qualidade de vida e condições adequadas no trabalho.

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5

1.3 - OBJETIVOS

1.3.1 – OBJETIVO GERAL

O objetivo geral deste trabalho é analisar os riscos ergonômicos

das atividades desenvolvidas pelos trabalhadores de armação da

construção civil em um canteiro de obras no município de Três Lagoas MS.

1.3.2 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Apresentam-se como objetivos específicos:

a. Identificar os riscos ergonômicos inerentes ao posto de

trabalho de armação em Canteiro de Obras.

b. Apresentar soluções de segurança no trabalho que garantam a

saúde do trabalhador frente a tais riscos.

c. Aplicar o Método WOAS para fins de avaliação do risco

ergonômico.

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6

2 - REVISÃO BIBILOGRÁFICA

2.1 CONSTRUÇÃO CIVIL

A construção civil exerce um importante papel social no país por

absorver uma boa percentagem da mão-de-obra nacional.

Divide-se em: construção pesada, obras de arte e edificações. O

sub-setor edificações merece destaque pois representa isoladamente cerca

de 30% das obras do setor, empregando, portanto, a maioria dos

trabalhadores dessa indústria.

Essa mão-de-obra apresenta, entretanto, baixa qualificação e

baixo grau de instrução formal, sendo oriunda, em sua maioria, da área

rural, estando sujeita a situações de trabalho adversas.

O processo produtivo na construção civil é realizado ao ar livre,

ficando o trabalhador exposto aos efeitos das intempéries. O trabalho é

predominantemente manual, forçando o operário a exercer um grande

esforço físico.

Esses operários assumem ao longo de sua jornada de trabalho

posturas inconvenientes, o que representa problemas sérios para o futuro,

além disso, os movimentos são repetitivos e alguns equipamentos utilizados

apresentam índices elevados de ruídos.

Algumas pesquisas referentes à ergonomia na construção civil já

existem, o que é importante para melhorar as condições de trabalho dos

operários do setor e consequentemente a qualidade dos serviços

executados. Entretanto, ainda há um vasto estudo a ser realizado nessa

área de conhecimento.

Nesse sentido, procurou-se fazer uma revisão dos riscos

ergonômicos na etapa de fundação e estrutura, fase de armação, uma vez

que esta etapa, é comum as mais variadas obras de edificações.

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7

2.2 EPI’s NECESSÁRIOS AOS TRABALHADORES DE ARMAÇÃO

A Figura 1 a seguir descreve o posto de trabalho de armação

identificando os riscos aos quais estão expostos o trabalhador além da

indicação dos EPIs necessários para desempenho de tal função.

FIGURA 1 – Relação de EPI’s e dos riscos inerentes a função de

armador. FONTE: SEBRAE/ES, (s/d)

A seguir está apresentada o Quadro 1 onde indica os riscos a que

estão submetidos os trabalhadores de armação e os respectivos EPI’s e

EPC’s relacionados.

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8

QUADRO 1 – Tipos de risco no trabalho de armação

POLICORTE

Risco Tipo do agente

Fonte geradora Medidas Preventivas

FÍSICO Ruído Atrito do disco com vergalhão

Utilização de EPI, abafadores tipo

concha

QUÍMICO Fumos Metálicos

Devido ao resíduo resultante do corte do aço (serragem)

Utilização de EPI, máscaras para pó

FÍSICO Choque

elétrico e queimadura

Devido a possível contato de

componentes elétricos com partes

acessíveis ao operador

Execução de aterramento

adequado para o equipamento

FÍSICO Cortes e mutilações

Arremesso no operador de partes

do disco ou do material que está

sendo serrado

Utilização de EPI’s como luvas de

raspa, avental de raspa, protetor facial

e manutenções freqüentes para verificação do

estado do disco

ERGONÔMICO

Levantamento e Transporte manual de

peso

Falta de conhecimento por parte do operador

Conscientização diária

ERGONÔMICO Insolação Jornada de trabalho executada ao relento

Execução de telheiros para

abrigar os trabalhadores, uso de uniformes que

protejam o trabalhador da

insolação Fonte: LAMBERT & PINTO, 2009

Por meio das informações apresentadas pelo Quadro 01 percebe-

se a abundância de riscos aos quais estão expostos os trabalhadores de

armação. Comprovando assim a necessidade de estudo para melhor

compreensão de forma a obter uma maior efetividade na sua neutralização.

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9

2.3 RISCOS ERGONÔMICOS

Segundo IIDA (1993), “A ergonomia é o estudo da adaptação do

trabalho ao homem. Isso envolve não somente o ambiente físico, mas

também os aspectos organizacionais de como esse trabalho é programado

e controlado para produzir os resultados desejados”.

A Ergonomia visa a transformação das condições de trabalho, a

fim de que elas sejam melhor adaptadas aos trabalhadores (NERI, 1992;

apud. LUNA et al., 1995). Com este objetivo, a Ergonomia passa por vários

estágios, que se diferenciam principalmente pelo enfoque dado aos fatores

que influenciam às condições de trabalho.

Os dados e conhecimentos ergonômicos podem apoiar e orientar o

planejamento e a execução de medidas preventivas de acidentes do

trabalho e de doenças ocupacionais, como também reduzir o desconforto

físico do trabalhador, aumentando assim a eficiência do trabalho.

Os riscos ergonômicos estão relacionados com fatores fisiológicos

e psicológicos inerentes a execução das atividades profissionais. Estes

riscos podem produzir alterações no organismo com relação ao estado

emocional dos trabalhadores, comprometendo a saúde, segurança e

produtividade. Os riscos ergonômicos mais freqüentes na construção civil,

na opinião de FERNANDES et al. (1989), são: levantamento e transporte

manual de peso, postura e jornada de trabalho.

Estes riscos podem gerar fadiga, problemas na coluna do operário,

perda de produtividade, incidência de erros na execução do trabalho,

absenteísmo, doenças ocupacionais e dores físicas. Com a continuação

destas tarefas, o operário, poderá interromper suas atividades

periodicamente ou definitivamente.

A intervenção ergonômica na construção civil é mais difícil do que

nas outras indústrias. São vários os fatores que contribuem para isto: O

local de trabalho é mudado todo dia; há grande rotatividade dos

trabalhadores; muitos trabalhadores são contratados por empreiteiras e os

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10

proprietários da obra alegam não terem condições de contratarem um

especialista em ergonomia (SCHENEIDER, 1995).

Na opinião de SCHENEIDER (1995), existem quatro tipos de

intervenção da ergonomia na construção:

1. Mudanças nos materiais de trabalho;

2. Mudanças nas ferramentas e equipamentos;

3. Mudanças nos métodos e organização do trabalho;

4. Treinamento e programas de exercício.

Mesmo sendo um trabalho penoso exigindo do trabalhador

posturas que desafiam a ergonomia a intervenção ergonômica é possível na

construção.

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11

3 - METODOLOGIA .

A opção metodológica direciona-se para um misto entre a

pesquisa quantitativa e qualitativa com ênfase no Estudo de Caso,

considerando que os dados serão obtidos em um canteiro de obras de uma

construtora de médio porte no município de Três Lagoas no Mato Grosso do

Sul.

Pesquisas com opção metodológica em Estudo de Caso

apresentam um forte cunho descritivo. Desta forma, utilizou da observação

para identificar os riscos inerentes a saúde dos trabalhadores de armação,

especificamente no Canteiro de Obra já citado anteriormente.

Segundo Cezar Coelho (p. 03), “Estudo de Caso enquadra-se

como uma abordagem qualitativa e é freqüentemente utilizado para coleta

de dados na área de estudos organizacionais” o que reforça ainda mais a

nossa escolha por este Método, já que a proposta é a de mostrar a

realidade atual e evidenciar os riscos ergonômicos enfrentados pelos

trabalhadores de armação.

Fez-se uso ainda da pesquisa bibliográfica, no sentindo de

vislumbrar junto aos referenciais teóricos especializados e Normas

Regulamentadoras subsídios para a identificação dos riscos ergonômicos

enfrentados pelos trabalhadores de armação.

Para a análise da postura dos trabalhadores de armação

utilizaremos o método OWAS (Ovako Working Posture Analysin System)

adequado para análise do corpo inteiro em situações de trabalho dinâmico,

já que segundo Iida (1992) e Guimarães(2002) apud Ribeiro et al. 2005

este método foi desenvolvido na Finlândia, na década de 70, e objetiva criar

informações para melhorias dos métodos de trabalho pela identificação de

posturas corporais inadequadas durante a realização da atividade e tem se

mostrado uma importante ferramenta, na sua versão computadorizada, para

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12

a identificação de problemas em situações de trabalho com manuseio e

transporte de carga.

Existem vários métodos e técnicas para o registro e análise das

posturas. Eles podem ser descritivos, fotográficos, por instrumentos ou por

observação in loco.

Os registros descritivos e fotográficos não demonstram

consistência se aplicados isoladamente. No primeiro a avaliação é prolixa e

de difícil análise. Já no segundo registram-se apenas flashes das posturas,

sem informações quanto à duração e força empregada.

De modo algum se deseja afirmar que os dois métodos não são

válidos. Sendo assim Mas sim, que devem ser utilizados sempre como

coadjuvantes na análise e, nunca, como ferramenta única. Em decorrência

disto, muitos métodos e técnicas mistas foram desenvolvidos. No caso do

trabalho conforme já anteriormente descrito o método utilizado é o OWAS

O método se baseia na amostragem da atividade em intervalos

constantes ou variáveis, verificando-se a freqüência e o tempo gasto em

cada postura. Nas observações são consideradas as posições das costas,

braços, pernas, uso de força e fase da atividade aos quais são atribuídos

valores consubstanciados em um código de seis dígitos. A tabela com os

códigos de postura encontra-se relacionados na Figura 2 e 3.

O primeiro dígito do código indica a posição das costas, o segundo, à

dos braços, o terceiro, a das pernas, o quarto indica a carga ou uso da força

e o quinto e sexto dígitos, a fase de trabalho.

Em seguida de posse do código de cada atividade consegue-se

enquadrar cada postura instantânea e determinar a categoria de ação

correspondente de acordo com parâmetros pré definidos.

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13

FIGURA 2 - Código de Postura – MÉTODO OWAS

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14

QUADRO PARA DETERMINAÇÃO DA CLASSE DE CONSTRANGIMENTO DA POSTURA INSTANTÂNEA.

Cos

tas

Bra

ços

1 2 3 4 5 6 7

Pern

as

1

2 3 1

2

3

1

2

3

1 2 3

1

2

3

1

2

3

1

2

3

Forç

a

1

1

2

3

2

1

2

3

3

1

2

3

4

1

2

3

<10 kg >10kg <20 kg < 20 Kg e <30 kg

1 Não são necessárias medidas corretivas 3 São necessárias correções logo que possível

2 Serão necessárias correções no futuro 4 São necessárias correções imediatas Fonte: WILSON E CORLETT: 1995 FIGURA 3 - Classificação das posturas segundo o método OWAS

2

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15

Foi utilizado também um questionário baseado em VERAS, (2004)

(Anexo 1) para coletar informações pessoais dos trabalhadores além da

opinião dos mesmos referentes ao seu ambiente de trabalho.

A observação visual dos trabalhadores durante sua jornada de

trabalho nos seus postos de trabalho será registrada através de fotografias,

tal observação é de grande importância no estudo ora proposto uma vez

que nos permite constatar efetivamente a postura adotada pelos

trabalhadores nas atividades desenvolvidas diariamente.

Os dados foram coletados no período de uma semana, do mês de

janeiro do corrente ano. A obra onde as análises foram realizadas é

composta por um edifício de três pavimentos, com área total de

aproximadamente 5.200,00 m², implantada em um terreno com área de

3.000,00 m² localizado na área central da cidade de Três Lagoas. O

empreendimento se encontra na fase de execução da infra-estrutura,

execução de blocos e vigas baldrames além das contenções verticais em

concreto armado.

Tendo em vista o escopo de o trabalho analisar a função de

armador, esta pesquisa restringe-se apenas a estas duas fases da

edificação, fundação e estrutura, pois são as principais etapas onde se tem

o envolvimento deste trabalhador.

A fundação é a parte de uma estrutura que transmite ao terreno as

cargas da edificação. No caso em estudo a fundação profunda do tipo

estaca hélice contínua, com sua moldagem “in loco”, com perfuração de

18,00 metros de profundidade e inserção de armadura nos primeiros 4,00

metros

A estrutura compreende os pilares, vigas, lajes. O edifício possui

estrutura de concreto armado moldado “in loco” com volume de concreto de

1200 m³ e num total de aço a ser aplicado em toda a obra de

aproximadamente 80.000 kg.

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16

A equipe de armação é composta de cinco trabalhadores sendo

dois armadores e três ajudantes de armador que fazem uma jornada de 44

horas semanais com intervalos para almoço e descanso semanal aos

domingos.

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17

4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 Resultados dos Questionários

Com base nos dados obtidos nos questionários em anexo,

conseguiu-se traçar um perfil dos trabalhadores de armação do Canteiro de

Obras.

A média de idade dos trabalhadores é de aproximadamente 39

anos.

Em relação ao tempo de atuação na construção civil a maioria

deles (60%) atua a mais de 10 anos, e somente 40% começou a trabalhar

na construção civil a menos de um ano. Sobre a renda familiar 60 % dos

trabalhadores recebem de 01 a dois salários mínimos e 40% recebem

somente um salário mínimo.

As informações relativas ao cotidiano no canteiro de obras

indicam que 60% dos trabalhadores além da carga horária semanal faz 10

horas extras por semana em média, 20% fazem de 03 a 04 horas extras e

somente 20% não fazem horas extras. O aumento do número de horas

semanais trabalhadas é preocupante considerando que estes trabalhadores

indicam entre as suas atividades, algumas que necessitam de muito esforço

como transporte das ferragens. E 100% dos trabalhadores relatam que

manuseiam cargas pesadas.

No entanto nenhum dos trabalhadores indica que tem algum

problema físico em virtude das atividades desenvolvidas na sua função.

Porém salienta-se que a negação do problema por parte dos trabalhadores,

pode estar relacionado a que os dados foram coletados pelo técnico de

segurança do trabalho responsável pelo Canteiro de Obra.

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18

Outro dado importante é que somente 20% dos trabalhadores já

sofreram acidente de trabalho inclusive necessitando de afastamento das

suas função por um determinado tempo.

Mas sem exceção todos os trabalhadores preocupam-se com as

situações de riscos que eles se submetem em função da atuação como

armadores, e indicam que as situações as quais mais temem são Choque

elétrico, perfurações, manuseio com ferramentas e principalmente quando

tem que operar em tarefas relacionadas à altura.

4.2 Descrição da Atividade do Armador

O trabalho da equipe de armação no canteiro de obra ora

estudado pode ser dividida basicamente em quatro tarefas principais, são

elas:

a) Corte dos vergalhões Nesta etapa o trabalhador manuseia os vergalhões, que

comercialmente possuem dimensões de 12 (doze) metros de comprimento

tendo o seu peso variando de acordo com a bitola da barra. O aço é retirado

da área de estocagem e posicionado na bancada, o corte é mecanizado,

com utilização de uma serra tipo policorte (Figura 2).

b) Dobra das peças cortadas A etapa da dobra consiste em executar as dobras nas peças já

cortadas para atender as solicitações do projeto de estruturas. As dobras

são executadas em uma bancada marcada com pinos e a virada da peça de

aço é feita manualmente com auxílio de cantoneiras ou tubos, utilizando o

princípio da alavanca. (Figura 3)

A execução desta tarefa e da anterior descrita, nesta obra em

particular, não é muito intensa, pois a logística da construtora optou por

adquirir o aço já com os cortes e dobras executados de fábrica.

c) Montagem das peças A montagem consiste no posicionamento das várias barras que já

se encontram cortadas e dobradas para efetivamente dar forma à armação

Page 30: Index 2

19

da peça estrutural, neste caso pilares, vigas e contenções, esta etapa pode

ser desempenhada tanto na própria central de armação ou diretamente na

peça estrutural, isto ocorre quando a mesma possui dimensões que

impossibilitam o transporte até a estrutura a ser armada. (Figura 4).

A união das várias peças é feita manualmente com utilização de

arame recozido e ferramenta do tipo torquês.

d) Transporte e posicionamento das peças montadas Esta atividade se torna necessária quando a montagem da

armadura é feita na própria central de armação, sendo necessário assim o

seu transporte até a peça estrutural de destino. O transporte normalmente é

feito manualmente com a utilização de dois ou mais operários dependendo

da dimensão e peso da peça a ser transportada (Figura 5).

Page 31: Index 2

20

4.3 Aplicação do método OWAS Nesta etapa do estudo, foram avaliadas, pelo Método OWAS, as

atividades desempenhadas pelos armadores.

Atividade analisada: Corte de Vergalhão

1O DIGITO 2O DIGITO 3O DIGITO 4O DIGITO 1 2 2 1

COSTAS BRAÇOS PERNAS CARGA / FORÇA

POSIÇÕES TÍPICAS DO MÉTODO OWAS

1 –Ereta

2-Inclinada

3 – Ereta e torcida

4- Inclinada e torcidao

1-Dois braços abaixo dos ombros

2- Um braço no nível ou acima dos ombros

3- Ambos os braços no nível ou acima dos ombros

1-Sentado

2- De pé com ambas as pernas esticadas

3-De pé com o peso de uma das pernas esticadas

4-De pé ou agachado com ambos os joelhos flexionados

5- De pé ou agachado com um dos joelhos dobrados

6- Ajoelhado em um ou ambos os joelhos

7-Andando ou se movendo

1-Peso ou força necessária igual ou menor 10 Kg 2 – peso ou força necessário maior que 10 Kg ou menor que 20 Kg 3- Peso ou força necessária excede 30 Kg

FIGURA 4 – Composição do código do método OWAS para corte

de vergalhão

Page 32: Index 2

21

Atividade analisada: Dobra das peças cortadas

FIGURA 5 – Composição do código do método OWAS para dobra de

peças

1O DIGITO 2O DIGITO 3O DIGITO 4O DIGITO 2 1 2 1

COSTAS BRAÇOS PERNAS CARGA / FORÇA

POSIÇÕES TÍPICAS DO MÉTODO OWAS

1 –Ereta

2-Inclinada

3 – Ereta e torcida

4- Inclinada e torcidao

1-Dois braços abaixo dos ombros

2- Um braço no nível ou acima dos ombros

3- Ambos os braços no nível ou acima dos ombros

1-Sentado

2- De pé com ambas as pernas esticadas

3-De pé com o peso de uma das pernas esticadas

4-De pé ou agachado com ambos os joelhos flexionados

5- De pé ou agachado com um dos joelhos dobrados

6- Ajoelhado em um ou ambos os joelhos

7-Andando ou se movendo

1-Peso ou força necessária igual ou menor 10 Kg 2 – peso ou força necessário maior que 10 Kg ou menor que 20 Kg 3- Peso ou força necessária excede 30 Kg

Page 33: Index 2

22

Atividade analisada: Montagem das peças

FIGURA 6 – Composição do código OWAS para montagem de peças

1O DIGITO 2O DIGITO 3O DIGITO 4O DIGITO 2 1 2 1

COSTAS BRAÇOS PERNAS CARGA / FORÇA

POSIÇÕES TÍPICAS DO MÉTODO OWAS

1 –Ereta

2-Inclinada

3 – Ereta e torcida

4- Inclinada e torcidao

1-Dois braços abaixo dos ombros

2- Um braço no nível ou acima dos ombros

3- Ambos os braços no nível ou acima dos ombros

1-Sentado

2- De pé com ambas as pernas esticadas

3-De pé com o peso de uma das pernas esticadas

4-De pé ou agachado com ambos os joelhos flexionados

5- De pé ou agachado com um dos joelhos dobrados

6- Ajoelhado em um ou ambos os joelhos

7-Andando ou se movendo

1-Peso ou força necessária igual ou menor 10 Kg 2 – peso ou força necessário maior que 10 Kg ou menor que 20 Kg 3- Peso ou força necessária excede 30 Kg

Page 34: Index 2

23

Atividade analisada: Transporte e posicionamento das peças montadas

FIGURA 7 – Composição do código OWAS para transporte de peças

1O DIGITO 2O DIGITO 3O DIGITO 4O DIGITO 1 1 7 2

COSTAS BRAÇOS PERNAS CARGA / FORÇA

POSIÇÕES TÍPICAS DO MÉTODO OWAS

1 –Ereta

2-Inclinada

3 – Ereta e torcida

4- Inclinada e torcidao

1-Dois braços abaixo dos ombros

2- Um braço no nível ou acima dos ombros

3- Ambos os braços no nível ou acima dos ombros

1-Sentado

2- De pé com ambas as pernas esticadas

3-De pé com o peso de uma das pernas esticadas

4-De pé ou agachado com ambos os joelhos flexionados

5- De pé ou agachado com um dos joelhos dobrados

6- Ajoelhado em um ou ambos os joelhos

7-Andando ou se movendo

1-Peso ou força necessária igual ou menor 10 Kg 2 – peso ou força necessário maior que 10 Kg ou menor que 20 Kg 3- Peso ou força necessária excede 30 Kg

Page 35: Index 2

24

Na Quadro 2 a seguir tem-se os resultados dos dados

proporcionados pelo método OWAS.

QUADRO 2 – Análise da postura X tarefa do armador

TAREFA Codigo do OWAS Medidas a serem tomadas

Corte dos vergalhões 1221 Não são necessárias medidas corretivas

Dobra das peças cortadas 2121 Serão necessárias

correções no futuro

Montagem das peças 2121 Serão necessárias correções no futuro

Transporte e posicionamento das

peças montadas 1172 Não são necessárias

medidas corretivas

O quadro anterior mostra que apenas nas atividades relacionadas a dobra das peças cortadas e a montagem das peças necessitam de medidas corretivas no futuro.

Page 36: Index 2

25

5 - CONCLUSÕES No decorrer da pesquisa identificaram-se inúmeros riscos aos

quais estão submetidos os trabalhadores da armação em um canteiro de

obras. No entanto, de forma a atender os objetivos propostos pela pesquisa

nos ateremos aqui identificamos nos fixamos nos riscos ergonômicos que

são: postura inadequada no desempenho do trabalho, transporte de cargas,

ambiente de trabalho inadequado.

A avaliação pelo Método OWAS nos mostrou que as atividades de

dobra das peças cortadas e montagens das peças necessitam de correções

no futuro, já o corte de vergalhão e o transporte das peças montadas não

necessitam de intervenções imediatas. É conveniente salientar que tais

resultados são apenas indicativos, ou seja, mesmo não sendo tão nocivos

em relação aos riscos ergonômicos precisam ser constantemente avaliados.

Neste sentido as medidas para mitigar e até mesmo eliminar os

riscos ergonômicos, não pode deixar de contar com uma política de

conscientização efetiva e bem elaborada por parte dos profissionais

responsáveis pelos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e

em Medicina do trabalho – SESMT, pois no caso específico dos riscos

citados somente com o conhecimento por parte dos trabalhadores é que se

obterá êxito no combate deste problema.

Sugere-se como possíveis soluções de segurança frente aos

riscos identificados a adoção de bancadas adequadas para a montagem

das peças, melhor organização da área utilizada para armação, utilização

de carrinhos para transporte das peças, ampliação no uso de vergalhões

cortados e dobrados mecanicamente, implementação de ginástica laboral

além do uso de um colete lombar.

Page 37: Index 2

26

A análise criteriosa e o avanço das pesquisas no campo da

Engenharia de Segurança vêm contribuindo de maneira efetiva para a

diminuição dos riscos de acidentes de trabalho. No entanto, mesmo com um

campo epistemológico construído a respeito da Segurança do Trabalho e

com o aumento crescente de pesquisas científicas nesta área, há de

sensibilizar as empresas para a importância da adoção de medidas e

estratégias claras de Segurança sejam especificamente no caso deste

trabalho em um Canteiro de Obras ou em outro lugar de forma a

garantirmos ambiente onde os trabalhadores se sintam confortáveis e

protegidos.

Page 38: Index 2

27

6 - BIBLIOGRAFIAS

BRASIL Ministério do Trabalho e Emprego. Classificação Brasileira de Ocupações. Disponível em http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/pesquisas/BuscaPorTitulo Resultado jsf. Acesso em 18/01/2010.

BRASIL. Norma regulamentadora – NR 9: riscos ambientais. Brasília (DF): Programa de prevenção de riscos ambientais; 1994.

COELHO CESAR, A. M. R. Valentini. Método do Estudo de Caso (Case Studies) ou Método do Caso (Teaching Cases)? Uma análise dos dois métodos no Ensino e Pesquisa em Administração. Disponível em http://www.unemat-net.br/prof/foto_p_downloads/cesar_-_metodo_do_estudo_de_caso_administracao.pdf. Acesso em 06/01/2009.

DALCUL, A. L. P. C. Estratégia De Prevenção Dos Acidentes De Trabalho Na Construção Civil: Uma Abordagem Integrada Construída A Partir Das Perspectivas De Diferentes Atores Sociais. Tese De Doutorado. UFRS. Porto Alegre: 2001. 228 P.

MANSILLA, G.. Trabalho apresentado na Disciplina Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações do Curso de Especialização em Engenharia de Seguranças do Trabalho. 2009.

RIBEIRO, S. B; SOUTO, M.M.; ARAUJO JUNIOR, I.C. Análise Dos Riscos Ergonômicos Da Atividade Do Gesseiro Em Um Canteiro De Obras Na Cidade De João Pessoa/Pb Através Do Software Winowas. Revista Gestão Industrial. 1 : (4), 528-535. UTFPR. Ponta Grossa PR: 2005

SEGURANÇA E MEDICINA NO TRABALHO. Lei N° 6514 de 22/12 1977. Normas Regulamentadoras NR aprovadas pela Portaria N° 3214 08/06/1978. Índices Remissivos. São Paulo: Atlas. 2008.

VERAS, J. C. Fatores de risco de acidentes de trabalho na indústria da construção civil: análise na fase de estruturas. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Pernanbuco. Recife:2004

Page 39: Index 2

28

ANEXO

Page 40: Index 2

29

Anexo I - Questionário para Coleta dos Dados 1. Identificação 1.1 Nome:

1.2 Idade: ( ) menor de 18 anos ( ) entre 18 e 20 ( ) entre 21 e 25

( ) entre 26 e 30 ( ) entre 31 e 35 ( ) entre 36 e 40

( ) entre 41 e 45 ( ) entre 46 e 50 ( ) acima de 50

1.3 Cargo / função: ( ) Carpinteiro ( ) Ferreiro ( ) Pedreiro

2. Caracterização 2.1 Tempo na empresa: ( ) menos de 1 ano ( ) de 1 a 5 anos ( ) de 6 a 10

anos ( ) mais de 10 anos

2.2 Tempo na CC:

( ) menos de 1 ano ( ) de 1 a 2 anos ( ) de 3 a 4 anos

( ) de 5 a 6 anos ( ) de 7 a 8 anos ( ) de 9 a 10 anos ( ) mais de 10

anos

2.3 Já trabalhou na agricultura? ( ) sim ( ) não

2.4 Estado civil: ( ) solteiro ( ) casado ( ) separado ( ) viúvo

2.5 Possui filhos? ( ) não ( ) sim. Quantos? ________

3. Escolaridade 3.1 Sabe ler? ( ) sim ( ) não

3.2 Sabe escrever? ( ) sim ( ) não ( ) assina apenas o nome

3.3 Estudou até que

série/ano?

( ) analfabeto ( ) 3ª série ( ) 7ª série ( ) 3º ano

( ) alfabetização ( ) 4ª série ( ) 8ª série ( ) superior incompleto

( ) 1ª série ( ) 5ª série ( ) 1º ano

( ) 2ª série ( ) 6ª série ( ) 2º ano( ) superior completo

3.4 Fez algum curso profissionalizante? ( ) sim ( ) não

4. Moradia / Alimentação / Transporte 4.1 Tipo de moradia atual:

( ) Própria ( ) Alugada ( ) Casa Parente ou Amigo

( ) Pensão ou República ( ) outro

Page 41: Index 2

30

4.2 Caso não resida naobra, como é feita sua locomoção?

( ) ônibus ( ) veículo empresa ( ) veículo próprio ( ) bicicleta

( ) a pé ( ) outro meio

4.3 Tempo gasto na locomoção (minutos)?

( ) Até 30 ( ) 30 a 60 ( ) 61 a 90 ( ) 91 a 120

( ) 121 a 150 ( ) + de 150

4.4 A alimentação fornecida pela empresa é?

( ) ótima ( ) boa ( ) regular ( ) péssima

4.5 A quantidade de alimentação é suficiente?

( ) sim ( ) não

5. Trabalho / Renda 5.1 Horas extras (semanal):

( ) Entre 1 e 2 ( ) 5 a 6( ) 9 a 10 ( ) não faz horaextra

( ) 3 a 4 ( ) 7 a 8 ( ) mais que 10

5.2 Trabalha nos finais de semana para Completar o seu salário fora da

empresa?

( ) sim ( ) não

5.3 Caso sim, qual função?

( ) pedreiro ( ) encanador ( ) motorista ( ) agricultor

( ) eletricista ( ) carpinteiro ( ) marceneiro ( ) outros (Qual):

( ) servente ( ) vigia ( ) gesseiro _______________

5.4 Renda familiar (salário mínimo):

( ) Até 1 ( ) 3 a 4 ( ) 7 a 8 ( ) mais de 10 salários

( ) 1 a 2 ( ) 5 a 6 ( ) 9 a 10

5.5 Cite as suas três maiores despesas:

( ) moradia( ) alimentação( ) saúde( ) transporte

( ) educação ( ) vestuário ( ) lazer ( ) outras

6. Segurança, Higiene do Trabalho e Ergonomia 6.1 Fez exame médico na admissão? ( ) sim ( ) não

6.2 Foi submetido aos exames periódicos? ( ) sim ( ) não

6.3 Sofreu algum acidente de trabalho? ( ) sim ( ) não

6.4 Caso sim, especifique: ( ) com afastamento ( ) sem afastamento

Page 42: Index 2

31

6.5 Fez algum curso de prevenção de acidente? ( ) sim ( ) não

6.6 A empresa fornece EPI gratuitamente? ( ) sim ( ) não

6.7 O uso obrigatório é fiscalizado? ( ) sim ( ) não

6.8 Pratica esporte? ( ) sim ( ) não

6.9 Qual a periodicidade? ( ) finais de semana ( ) durante a semana

6.10 Ingere bebidas alcoólicas? ( ) sim ( ) não

6.11 Caso sim, quando? ( ) finais de semana ( ) de vez em quando ( )

todos os dias no final do serviço ( ) todos os dias inclusive em horário de

trabalho

6.12 É fumante? ( ) sim ( ) não

6.13 Cite uma situação de risco/perigo que o senhor considera no canteiro:

( ) não utilização / uso inadequado de EPI

( ) perfuração / cortantes ( ) ausência de EPC

( ) trabalho em altura ( ) choque elétrico

6.14 Você manuseia equipamentos pesados nas suas atividades? ( ) sim ( )

não

6.15 Antes de exercer sua atividade, você tinha algum problema físico? ( )

sim ( ) não

6.16 Em caso positivo, este problema o atrapalha para sua função que

exerce?

( ) sim ( ) não

6.17 Você sente algum problema físico causado pelo trabalho? ( ) sim ( )

não

6.18 Que tipo de atividade provocou seu problema

físico?_________________________