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INDICADORES DE IMPACTO DA IMPLEMENTAÇÃO DO SGA/ISO 14001 NAS EMPRESAS DA REGIÃO Diego dos Santos Souza (UNIFEI) [email protected] A preocupação com o ambiente tem se mantido na pauta nos mais variados setores da sociedade nos últimos anos, e isto não é diferente no setor empresarial. Além da obrigatoriedade do cumprimento da legislação ambiental, as empresas têm se prreocupado também com a imagem “ambientalmente correta” que passam para seus clientes, garantindo assim um diferencial frente a seus concorrentes. Neste contexto, conhecem-se hoje vários tipos de certificações que conferem à empresa a garantia de que sua gestão internaliza a variável ambiental. Dentre elas, buscando sempre uma melhoria contínua, encontra-se a série de normas ISO 14000, que especificamente na norma ISO 14001 trata da implementação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA). O projeto de pesquisa procurou verificar quais os possíveis impactos advindos da implementação do SGA nos variados setores da empresa, tomando como base algumas empresas do município de Itajubá. Verificou-se certa dificuldade para conseguir dados relativos ao tema da pesquisa, justamente por questões confidenciais das empresas. Além disso, os resultados apontaram certas diferenças de pontos de vista das empresas e de setores dentro de uma mesma empresa, que mostram certas características significativas discutidas posteriormente neste relatório. Salienta-se que a competitividade mercadológica representa grande propulsão para a aquisição da certificação ISO 14001. Percebeu-se que esta é uma razão pela qual as empresas são levadas a buscar esta certificação e a adequação de suas atividades ao ambiente, o que pode representar certa preocupação por conta da instabilidade do mercado quanto a suas prioridades. Palavras-chaves: Desenvolvimento sustentável, ISO 14001, gestão ambiental XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente. São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

INDICADORES DE IMPACTO DA IMPLEMENTAÇÃO DO SGA/ISO … · à série de normas ISO 14000. A Organização Internacional para a Normalização (ISO - International Organization for

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INDICADORES DE IMPACTO DA

IMPLEMENTAÇÃO DO SGA/ISO 14001

NAS EMPRESAS DA REGIÃO

Diego dos Santos Souza (UNIFEI)

[email protected]

A preocupação com o ambiente tem se mantido na pauta nos mais

variados setores da sociedade nos últimos anos, e isto não é diferente

no setor empresarial. Além da obrigatoriedade do cumprimento da

legislação ambiental, as empresas têm se prreocupado também com a

imagem “ambientalmente correta” que passam para seus clientes,

garantindo assim um diferencial frente a seus concorrentes. Neste

contexto, conhecem-se hoje vários tipos de certificações que conferem

à empresa a garantia de que sua gestão internaliza a variável

ambiental. Dentre elas, buscando sempre uma melhoria contínua,

encontra-se a série de normas ISO 14000, que especificamente na

norma ISO 14001 trata da implementação do Sistema de Gestão

Ambiental (SGA). O projeto de pesquisa procurou verificar quais os

possíveis impactos advindos da implementação do SGA nos variados

setores da empresa, tomando como base algumas empresas do

município de Itajubá.Verificou-se certa dificuldade para conseguir

dados relativos ao tema da pesquisa, justamente por questões

confidenciais das empresas. Além disso, os resultados apontaram

certas diferenças de pontos de vista das empresas e de setores dentro

de uma mesma empresa, que mostram certas características

significativas discutidas posteriormente neste relatório.Salienta-se

que a competitividade mercadológica representa grande propulsão

para a aquisição da certificação ISO 14001. Percebeu-se que esta é

uma razão pela qual as empresas são levadas a buscar esta

certificação e a adequação de suas atividades ao ambiente, o que pode

representar certa preocupação por conta da instabilidade do mercado

quanto a suas prioridades.

Palavras-chaves: Desenvolvimento sustentável, ISO 14001, gestão

ambiental

XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente.

São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.

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1. Introdução

1.1 Sustentabilidade e sua relação com a indústria

Constata-se atualmente que o nível de desenvolvimento da sociedade pós-moderna ultrapassa

a taxa de reposição de recursos e a capacidade de assimilação de poluentes pela natureza. Até

meados da década de sessenta, esta sociedade encarava o ambiente como fonte inesgotável de

recursos; a partir de então, a intensidade da preocupação com a variável ambiental aumentou

consideravelmente, sendo promovidas conferências e debates para discussão do assunto.

Sob esta perspectiva, a comunidade internacional se mobilizou a fim de formular uma

alternativa ao desenvolvimento da sociedade humana. A partir do conceito de eco-

desenvolvimento, formulado por Ignacy Sachs em 1973, abriu-se a discussão sobre uma

possível alternativa de desenvolvimento que levasse em conta os impactos causados ao meio

pelo homem e tentasse diminuí-los, como aponta Martins (2003).

A preocupação com esta forma de desenvolvimento levou, em 1987, à elaboração do

Relatório Brundland, que definiu diretrizes para os diversos setores da sociedade em relação

ao ambiente. De acordo com a definição apresentada neste relatório, a sustentabilidade requer

a garantia das necessidades humanas e a garantia de oportunidades para todos, aliada à

conservação dos ecossistemas existentes no planeta. Em suma, o desenvolvimento sustentável

foi definido como um processo de mudança no qual a exploração de recursos, a direção de

investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e as mudanças institucionais

estariam todos em harmonia no sentido de garantir as necessidades e aspirações humanas para

as gerações atuais e futuras (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E

DESENVOLVIMENTO, 1991).

No oitavo capítulo do mesmo relatório são apontadas as diretrizes para a área industrial

relacionando-as às conseqüências ambientais ligadas a ela. O título do capítulo, “Indústria:

com menos, produzir mais”, já indica uma tendência: não se busca, pela implementação de

sistemas de gestão ambiental, algum prejuízo ou dano para a empresa. Na verdade, o sistema

de gestão comprometido com as causas ambientais busca atender os objetivos anteriormente

estabelecidos pela administração da empresa e, ainda assim, não causar efeitos negativos ao

ambiente no qual ela se insere. Como lembra Donaire (1999), é importante salientar que o

relatório produzido pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da

ONU não é uma previsão de decadência, pobreza e dificuldades ambientais cada vez maiores

num mundo cada vez mais carente de recursos. Ele deve ser entendido como a possibilidade

do surgimento de uma nova era de crescimento econômico, que se apóia em políticas que

mantenham e expandam a base dos recursos naturais.

O aumento na capacidade de lidar com os impactos causados pelas indústrias é importante

para que se estabeleça uma relação sustentável. É necessário que haja, por exemplo, o

controle das emissões atmosféricas, dos efluentes líquidos, e de diversos outros indicadores

que indicam o quanto a empresa é preocupada com suas questões ambientais, e o quanto ela

investe em melhorias neste setor. A sustentabilidade representa, portanto, mais um objetivo a

ser almejado pela empresa, levando em conta todas as metas e interesses pré-estabelecidos.

De certa forma, a preocupação com o ambiente no contexto empresarial tem representado

uma vantagem competitiva, por vários aspectos. A adoção de medidas sustentáveis pode tanto

ajudar a reduzir despesas e desperdícios quanto valorizar o marketing do produto frente aos

consumidores. É claro que, independente do motivo pelo qual essas medidas sejam tomadas, a

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tendência dos consumidores procurarem por produtos e serviços ambientalmente corretos

corresponde a uma força que impõe que o ambiente seja tido como uma das preocupações

para o gerenciamento empresarial. Conseqüentemente, há a garantia do lucro, a partir da

utilização racional dos recursos por parte da empresa, e as empresas passam a estabelecer um

diferencial frente a seus concorrentes.

Como observado por Donaire (1999), além da busca dos benefícios decorrentes da

implantação de diretrizes ecologicamente corretas, vários outros aspectos são considerados

quando se trata desta adoção, como o sentido de responsabilidade ecológica, o atendimento

aos requisitos legais, a proteção dos funcionários, a pressão do mercado e de acionistas e a

melhoria da qualidade de vida.

Quando a questão ambiental passa a ser abordada na empresa, os efeitos são variados e cada

setor responde de forma diferente a este novo modelo. Esta resposta dependerá da relação

entre o setor e o meio, da flexibilidade do processo e dos recursos humanos capazes de efetuar

com êxito as mudanças, basicamente. Assim, as mudanças organizacionais causadas pela

implantação da preocupação ambiental no ambiente de trabalho têm suas conseqüências em

todos os setores empresariais; obviamente, todas as áreas são afetadas de forma diferenciada,

em virtude da sua maior ou menor ligação funcional com a área ambiental.

A Figura 1 foi obtida através de uma pesquisa feita pelo Ministério Federal do Ambiente da

Alemanha, que teve como objetivo avaliar em um grupo de empresas, quais os setores mais

afetados pela adoção de um sistema de gestão ambiental (SGA). O resultado obtido mostra

que o departamento mais influenciado pela implementação é o departamento de produção,

sendo que 83% das empresas registraram alguma alteração neste setor, seguido pelo

departamento de pesquisa e desenvolvimento, que sofreu alterações significativas em 67% das

empresas consultadas. Os setores que registram menos alterações são o de recursos humanos,

finanças e de contabilidade, registrando alterações de 14%, 14% e 5%, respectivamente.

Figura 1 – Setores afetados pela implementação do Sistema de Gestão Ambiental

É evidente que as alterações em cada um dos setores se deu de forma particular para cada

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caso, levando em consideração as atividades desenvolvidas em cada setor. A preocupação

ambiental na empresa, portanto, assume uma posição promissora: sua freqüência tem

aumentado nos últimos tempos, certamente por pressões externas à empresa, e maneiras

lucrativas de se considerar o meio nas tomadas de decisões têm sido estudadas, a fim de aliar

os interesses globais aos interesses privados dos detentores de interesse das organizações.

1.2 Sistema de Gestão Ambiental e a ISO 14001

Entende-se por Sistema de Gestão Ambiental uma série de procedimentos de gestão

preocupada em promover o melhor relacionamento entre a empresa e o ambiente. A diferença

entre o sistema de gestão ambiental e a gestão ambiental reside na abrangência dos conceitos:

enquanto o sistema de gestão proporciona um envolvimento de todos os setores empresariais,

a gestão ambiental possui um departamento individual para atendimento reativo dos requisitos

legais concernentes à empresa (MAIMON, 1992) apud (SILVA, 2008). O sistema de gestão

ambiental denota todas as diretrizes adotadas para efetivação de uma política ambiental em

uma empresa a fim de avaliar e controlar os impactos ambientais das atividades produtivas.

Como é um conceito que abrange toda a empresa, são apresentadas métodos de

implementação para que se consiga o melhor resultado, de acordo com as particularidades de

cada organização.

As certificações, como o caso da ISO 14001 tratada neste trabalho, são utilizadas para garantir

que o processo de produção e a administração das instituições estejam regulamentados e

comprometidos com a criação de uma sociedade com atividades sustentáveis. O enfoque da

certificação ambiental não reside, somente, no produto final obtido, e sim em todo o processo

produtivo e no gerenciamento das atividades necessárias à produção. Neste contexto, algumas

normas foram criadas, a fim de padronizar os esforços; neste trabalho se dará enfoque especial

à série de normas ISO 14000.

A Organização Internacional para a Normalização (ISO - International Organization for

Standardization), fundada em 1947 e situada em Genebra, Suíça, tem como objetivo

fundamental desenvolver e promover normas e padrões mundiais de forma a facilitar o

comércio internacional. A ISO conta com representantes de 119 países, dentre eles está o

Brasil representado pela ABNT, e trabalha com comitês técnicos (TC) e diversos subcomitês

e grupos de trabalho.

O comitê TC 207, instaurado em 1993 com representantes de 56 países, foi responsável pela

criação das normas conhecidas por ISO 14000. Esta série tem como objetivo contribuir na

gestão corporativa para abertura a novos mercados e diminuir as restrições ao comércio

internacional, além de promover formas de gestão mais preocupadas e comprometidas com o

ambiente.

O conceito de sistema de gestão ambiental é apresentado especificamente na norma ISO

14001, motivo pelo qual freqüentemente organizações referem-se à série como ISO 14001. As

especificações desta norma regem todos os outros atributos das normas posteriores. O SGA

definido pela norma não tem como objetivo representar um obstáculo para o comércio ou

alterar de alguma forma as obrigações empresariais. Seu intuito é contribuir com a melhoria

contínua da qualidade ambiental, orientando as empresas em suas atividades, podendo ser

aplicada em qualquer atividade econômica, fabril ou prestadora de serviços, principalmente

aquelas que poluem e geram degradação ambiental.

Nota-se que a norma não define padrões de desempenho, permitindo que cada organização

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estabeleça seus próprios objetivos e metas, tomando por base suas características individuais.

Além disso, o processo de implementação do sistema de gestão ambiental regido pela ISO

14001 remete aos princípios elaborados por Walter A. Shewart em 1924, e divulgado por

Deming, conhecido como PDCA – Plan, Do, Check, Act (Planejar, Executar, Verificar e

Agir). Estes princípios garantem a melhoria contínua e a elevação da qualidade em qualquer

processo que venha a ser implementado.

Este sistema, também conhecido por Ciclo Deming, foi criado no intuito de tornar mais claros

e ágeis os processos de gestão. O ciclo começa com a fase do planejamento, seguida por

aquela em que as ações planejadas são executadas. A terceira fase consiste na verificação do

que foi feito em relação ao planejamento pré-estabelecido e, por fim, toma-se uma ação para

eliminar ou mitigar defeitos de produto ou execução. Salienta-se que o PDCA independe da

área de atuação da empresa: qualquer organização pode implementar este sistema para

assegurar melhoria contínua nos seus processos.

Para a implementação da norma ISO 14001, algumas diretrizes foram definidas, para que se

obtenha o máximo êxito possível, baseadas no ciclo PDCA. Desta forma, podem-se classificar

as cláusulas da norma de acordo com as fases definidas por Shewhart, a fim de realizar um

estudo sistematizado da norma. Esta classificação é feita a seguir na Tabela 1.

FASE DO PDCA SUMÁRIO DA ISO 14001

Definições e

orientações acerca do

sistema de gestão

ambiental e da norma

Número Título

1 Objetivo e campo de aplicação

2 Referências normativas

3 Definições

4 Requisitos do sistema de gestão ambiental

4.1 Requisitos gerais

4.2 Política ambiental

Planejamento

(Plan)

4.3

4.3.1

4.3.2

4.3.3

4.3.4

Planejamento

Aspectos ambientais

Requisitos legais e outros requisitos

Objetivos e metas

Programa(s) de gestão ambiental

Execução

(Do)

4.4

4.4.1

4.4.2

4.4.3

4.4.4

4.4.5

4.4.6

4.4.7

Implementação e operação

Estrutura e responsabilidade

Treinamento, conscientização e competência

Comunicação

Documentação do sistema de gestão ambiental

Controle de documentos

Controle operacional

Preparação e atendimento a emergências

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Verificação

(Check)

4.5

4.5.1

4.5.2

4.5.3

4.5.4

Verificação e ação corretiva

Monitoramento e medição

Não-conformidade e ações corretiva e preventiva

Certificações

Auditoria do sistema de gestão ambiental

Ação

(Act) 4.6 Análise crítica pela administração

Fonte: Adaptado de Harrington e Knight (2001)

Tabela 1 - Relação do ciclo PDCA com o sumário da norma ISO 14001

Qualquer tipo de sistematização ou adoção de um padrão para o processo produtivo necessita

de claro comprometimento de todos os envolvidos. No caso da adoção de ferramentas para

uma gestão mais consciente com o ambiente, a política ambiental da empresa deve estar

pautada na melhoria contínua do sistema, na prevenção da poluição e na conformidade com a

regulamentação ambiental e a outros requisitos aos quais a organização se submete

(HARRINGTON e KNIGHT, 2001).

Os métodos adotados nas diferentes empresas, principalmente quando estes são adotados de

acordo com a norma ISO 14001, procuram se adequar à realidade da empresa. Portanto, cada

sistema de gestão tem atribuições específicas para a empresa no qual ele é adotado, afinal sua

implementação foi direcionada de forma individual para a organização em questão.

Existe uma diferença na viabilidade de se implementar um sistema de gestão ambiental

pautado nas diretrizes da ISO 14001. Esta diferença baseia-se, basicamente, no porte da

empresa: quanto maior a organização, maior a necessidade de que seu processo produtivo

entre em conformidade com leis internacionais como a ISO. Além disso, de acordo com Silva

(2008), é fundamental que se avalie também a relação com clientes, o setor econômico, o

faturamento e o comprometimento da alta administração para com a mudança, entre outros

muitos aspectos.

Por fim, observou-se que, na grande maioria, as organizações de grande porte tendem a

implementar a ISO 14001, enquanto que em pequenas e médias empresas esta implementação

nem sempre é tão visada. Isto se pode dever ao fato de que empresas de grande porte atendem

tanto ao mercado nacional quanto ao internacional – fazendo com que uma referência à

sustentabilidade do produto seja muito mais visada. Para empresas de pequeno e médio porte,

entretanto, há a necessidade de barateamento para que a adequação às diretrizes normativas

seja mais praticável nessas óticas empresariais.

Segundo Ricardo Voltolini (2009), a tendência de crescimento do chamado “mercado verde”

brasileiro – um mercado que surge da transformação de velhos paradigmas econômico-

industriais em paradigmas de sustentabilidade para as organizações - é muito promissora. Isto

pode ser comprovado, segundo ele, por muitos encontros de representantes internacionais com

responsáveis do governo brasileiro, a fim de discutir propostas de negócios ambientalmente

corretos. A Ecogerma – evento realizado em parceria do Brasil com a Alemanha que visa

expor novidades de cunho sustentável para o mercado – pode exemplificar esta tendência:

com quantidade expressiva de recursos naturais, além de muitas outras características, o

Brasil é tido como um dos expoentes nesta nova tendência mundial. De acordo com Scherer e

Poledna (2002), há uma grande tendência de mudança no conceito do marketing verde:

enquanto por muitas empresas ele pode ainda ser considerado um diferencial de

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competitividade, com o advento da conscientização da sociedade esta idéia se tornará

requisito para sobrevivência empresarial.

2. Metodologia de trabalho

Este artigo sintetiza um trabalho de iniciação científica desenvolvido. Foram entrevistadas

cinco empresas (denotadas a partir daqui por Empresa A, B, C, D e E) e fez-se uma

caracterização destas empresas acerca de seus programas ambientais. As entrevistas foram

conduzidas em três partes: a partir de um questionário preliminar abrangendo toda a empresa,

de questionários setoriais e do preenchimento de uma matriz de avaliação de impacto, com

objetivo de mensurar as consequências da implantação da ISO 14000 em cada um dos

aspectos relacionados ao setor.

O primeiro questionário teve meta de traçar um panorama geral sobre a política ambiental e o

sistema de gestão ambiental das empresas. Este ainda foi dividido em duas partes, sendo a

segunda parte específica para as empresas que tinham algum sistema de gestão ambiental

implementado. O primeiro questionário, em termos gerais, se propôs a identificar e

caracterizar:

Relação entre a empresa e o ambiente;

Influências da questão ambiental no âmbito corporativo;

Motivação da busca da certificação, para as empresas que a adquiriram;

Efeitos gerais causados pela implementação;

Em seguida, enviaram-se apenas às empresas certificadas pela norma ISO 14000, quatro

questionários específicos para diferentes setores – Comercial e Financeiro, Recursos

Humanos, P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) e Produção. Estes questionários foram, em sua

maioria, respondidos por diferentes responsáveis dentro da empresa, o que permitiu uma

comparação sobre o ponto de vista de diferentes setores acerca da implementação do SGA. Os

objetivos desta fase foram:

Mensurar alterações que ocorreram no setor durante a implementação do SGA;

Indicar possíveis aspectos que possam ter sofrido melhoria por causa da gestão

ambiental;

Caracterizar a visão de cada setor em relação ao ambiente;

Verificar hipóteses formuladas teoricamente sobre o comportamento do setor frente à

exigência mercadológica relacionada à questão ambiental.

A fim de quantificar os resultados, fez-se, em analogia com a teoria de avaliação dos impactos

ambientais, uma avaliação dos impactos causados pela implementação do SGA/ISO 14.001.

Para esta avaliação, utilizou-se a matriz de impacto submetida aos responsáveis de cada setor,

solicitando a quantificação numérica do nível de mudanças de cada aspecto no caso da

empresa onde trabalha. Foram atribuídos pesos para cada um dos aspectos listados, sendo

estes determinados de acordo com a importância de cada um dos aspectos para a empresa.

Levou-se em consideração também a proximidade com o consumidor de cada uma das ações

e se esta ação significou uma melhoria na qualidade de vida da comunidade na qual a empresa

se insere.

Desta forma, os pesos atribuídos são mostrados na Tabela 2, juntamente com os aspectos

avaliados nesta matriz de impacto. Para aqueles com pequena influência, foi atribuído peso 1;

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para aqueles de média influência, peso 3; já para os aspectos com grande influência – de

acordo com os critérios estabelecidos e expostos – foi atribuído peso 5.

Estes pesos foram, então, multiplicados pelas notas dadas pelo responsável da empresa, que

variavam de -2 a +2, para cada um dos quesitos de avaliação. Após multiplicados, estes

valores foram somados e estes resultados foram comparados.

Os dados numéricos expostos neste relatório são proveniente destas matrizes de impacto

preenchidas pelos responsáveis das empresas e as conclusões finais foram obtidas através das

respostas dos responsáveis por cada setor. A partir delas, propôs-se estabelecer um panorama

geral sobre a implementação da ISO 14.001 nas empresas na região.

ASPECTO ESTUDADO PESO

Setor Comercial e Financeiro

Troca de fornecedores 3

Alteração nos clientes 3

Evolução das receitas 5

Troca de matéria-prima 1

Preço dos produtos 5

Setor Pesquisa e Desenvolvimento

Aplicação de recursos do setor na área ambiental 5

Freqüência de desenvolvimento de projetos relacionados à questão ambiental 1

Destinação de verbas ao departamento para realização de pesquisas de motivação ambiental 3

Setor Recursos Humanos

Abrangência dos treinamentos oferecidos 5

Comprometimento com questões ambientais 1

Ocorrência de acidentes de trabalho 3

Setor Produção

Mudança de matéria-prima 1

Mudanças nos processos de produção 1

Descarte e/ou reaproveitamento de resíduos 5

Preço dos produtos 5

Qualidade do produto 5

Consumo de água 5

Consumo de energia 5

Tratamento dos efluentes industriais 3

Ocorrência de autuações 3

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Monitoramento com indicadores relacionados à questão ambiental 3

Produtividade do departamento 3

Lucratividade do departamento 5

Tabela 2 – Pesos atribuídos aos aspectos listados nas matrizes de impacto

3. Considerações feitas a partir da pesquisa realizada

Primeiramente, atentou-se para o fato de que o meio ambiente é especificado no organograma

de todas as empresas entrevistadas, através do nome ou sobrenome de algum setor. Isto

mostra que esta questão é imprescindível: não há mais fatia de mercado para empresas que

não consideram o ambiente nas suas atividades industriais. Além disso, percebe-se que,

independentemente do setor estudado, todos têm alguma relação – mesmo que mínima – com

os meios pela qual a ISO 14001 utiliza para alcançar uma gestão comprometida com o

ambiente, de forma que todos podem dar usa parcela de contribuição para construção deste

objetivo.

Verificou-se ainda que a certificação ambiental pautada na norma ISO 14001 é buscada,

principalmente, por empresas de grande porte. Isto se deve ao fato de que essas empresas têm

que se adequar a mais diretrizes normativas caso queiram exportar seus produtos ou conseguir

comercializar seus produtos em áreas com rigorosa legislação ambiental. Além disso, a

certificação mostrou-se muito cara para que pequenas empresas pudessem adquiri-la, sendo o

fator financeiro um dos mais relevantes quando para decidir no investimento pela certificação.

Esta característica é decorrente do alto custo para adequação de processos e produtos da

empresa, que variam de caso para caso, além dos custos de auditoria e outros procedimentos

necessários para a implementação.

Como esperado, foi constatado que os maiores efeitos causados pela certificação ambiental é

a redução de custos e desperdícios. Como efeitos secundários, apresentam-se também o

aumento de receitas pela venda dos resíduos da produção, concientização dos funcionários,

otimização de processos e monitoramento de questões relacionadas ao ambiente. No caso da

única empresa das cinco entrevistadas que não detinha a certificação ISO 14001, houve

aumento de despesas pelo tratamento de efluentes adequado à norma e não se registra nenhum

aumento de faturamento.

Quanto aos indicadores selecionados para este artigo, constatou-se que algumas ações

relacionadas a variável ambiental incentivadas pela certificação ISO 14.001 são o

monitoramento de recursos (água, energia), prevenção de desperdícios, conscientização de

funcionários, coleta seletiva (presente em todas as empresas entrevistadas), treinamento,

tratamento de efluentes, etc. Como esperado, não houve diminuição de nenhum dos quesitos:

faturamento, fornecedores, consumidores. Estes quesitos podem, em alguns casos,

apresentarem aumentos, mas nada que se possa tomar como regra geral. Já o número de

acidente de trabalho em todas as empresas não sofreu alteração relevante ligada à certificação

ambiental, assim como o número de autuações.

A quantidade de resíduos produtivos diminuiu na maior parte dos casos. Na Empresa A,

relata-se um aumento na quantidade de resíduos recicláveis, enquanto que há também uma

diminuição dos resíduos não-recicláveis em porcentagens significativas. Em muitos dos casos,

os resíduos são vendidos, para que possa contribuir na receita da empresa – forma pela qual o

SGA gera aumento de receita: pela venda dos resíduos da produção. Nota-se que na Empresa

D, após a certificação, implementou-se um sistema de separação e classificação de resíduos,

que permitiu que estes fossem vendidos por preços mais altos do que se fossem vendidos

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todos misturados, o que gerou aumento de receita.

As empresas declararam prevenir-se e atencipar-se à criação e adequação de leis,

principalmente utilizando de consultorias e ações que não somente se adequam às diretrizes,

mas vão além e ajudam a empresa no que concerne à minimização dos impactos ambientais,

como por exemplo a diminuição do envio de resíduos perigosos para aterros, utilizando o

processo de incineração.

Como consequencia da implementação do SGA/ISO 14.001, todas as empresas afirmaram

monitorar com indicadores específicos os impactos ambientais das linhas de produção, o que

reafirma a importância dada pelas empresas atuais a esta questão, provavelmente por questões

mercadológicas. Novamente, nenhuma das empresas revelou alguma alteração no que

concerne ao número de autuações recebidas.

O comprometimento com a melhoria contínua do sistema de gestão ambiental é evidenciado

pelas auditorias frequentes nas empresas. No caso da Empresa D esta frequência se mostra

ainda maior, o que pode ser explicado pelo fato de a empresa ser obrigada a se adequar a

diferentes normas de diferentes países.

Em relação ao preço dos produtos, embora se pensasse que os produtos pudessem sofrer uma

incrementação dos preços, verificou-se que – para estes casos – isto não ocorreu, justamente

porque qualquer aumento no preço dos produtos pudesse representar perda de mercado. Isso

mostra, portanto, que a certificação foi mais uma forma de adequação a parâmetros exigidos

por agentes externos e/ou item de competitividade do que uma forma de agregar valor ao

produto. Por fim, percebe-se que não se passou ao cliente os custos da certificação, por

questões de mercado.

Foi relatado o aumento de produtividade em duas das empresas entrevistadas (Empresa C e

Empresa D), devido a melhorias no processo produtivo por conta também da implementação

da ISO 14001. Entretanto, a lucratividade das empresas se manteve na tendência constante

dos negócios, não sendo afetada direta e consideravelmente pela certificação. Isto pode ter

sido afetado, entretanto, pela crise nos negócios que ocorreu no período da pesquisa – a

Empresa D relatou estabilidade na lucratividade, enquanto a maioria das outras organizações

relataram declínio de lucratividade.

No processo produtivo, a Empresa B e a Empresa C relataram troca de matéria-prima e

fornecedores após a certificação. A Empresa C ainda relatou modificação no próprio

processo. A Empresa B, por sua vez, indicou mudança de embalagens para seus produtos,

começando a utilizar embalageis retornáveis em troca das embalagens de plástico e papelão.

Houve uma grande dificuldade, porém, no isolamento dos indicadores causados

exclusivamente pela implementação do SGA, ou ainda no reconhecimento da parcela

referente a esta implementação. Destaca-se, então, os efeitos descritos pelos responsáveis e

tidos como consequencia do SGA no ponto de vista de supervisores dos processos produtivos.

A área de Finanças não relatou mudanças drásticas com o SGA. Estas se resumiram em

aumento de custos para adequação dos processos e em redução de desperdícios após a

implementação. Houve uma relativa flutuação destes resultados, sendo que não se pode tirar

um conclusão estatística para o setor. Ficou claro, contudo, que o impacto gerado neste setor

empresarial varia diretamente com a qualidade do processo de implantação do SGA e sua

seguinte certificação.

Já no setor de Pesquisa e Desenvolvimento, foi evidente que todos buscam tecnologias e

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inovações que não degradem ou causem prejuízos ao ambiente. Com exceção da Empresa A,

a prioridade do setor nas outras três empresas é a redução de custos e/ou aumento de receitas,

seguida pela renovação do portfólio de produtos. Isso mostra que, apesar de todas serem

comprometidas com a causa ambiental, esta característica não é a que mais influencia na hora

da decisão sobre qual tecnologia desenvolver – prevalece a idéia da lucratividade como

prioridade máxima.

Os setores ainda relatam uma possibilidade de redução de resíduos, conscientização de

funcionários e inovação na empresa, que pode ser lançada pelo setor de pesquisa e

desenvolvimento. A Empresa B ainda relata uma falta de estrutura focada especificamente na

área ambiental, que ajudaria a manutenção dos compromissos da empresa de maneira mais

adequada.

A abrangência dos treinamentos relacionados a implementação do SGA/ISO14001 foi

adequada em todas as empresas, o que pode ajudar no comprometimento de todos os

funcionários por esta causa. Quanto ao número de acidentes, não houve alteração devido,

exclusivamente, à implementação da ISO 14.001.

O nível de comprometimento com o SGA foi classificado alto por todas as empresas, sem

diferenças entre níveis hierárquico. Possivelmente isto se liga ao fato da abrangência

adequada dos treinamentos, que tinham como objetivo explicar a importância e os objetivos

deste SGA. O fato de não haver resistência ao processo de implementação nos leva a concluir

que:

A alta administração e os agentes externos a empresa reconhecem o valor e a importância da

causa ambiental e, por isso, não constituem resistência ao processo.

Não há conflito de interesses entre os objetivos da empresa e os ideias do SGA em nenhum

dos níveis hierárquicos, ou seja, não há a idéia de ser prejudicado pelo SGA de alguma forma

em nenhum nível hierárquico.

Em três das quatro empresas é relatado um sistema de remuneração ao funcionário que

apresenta idéias pertinentes ao SGA e passíveis de implementação. Isto estimula todos os

funcionários a serem comprometidos com o SGA e buscar sua melhoria contínua, mesmo em

seus postos de trabalho individuais. Ainda sobre o incentivo e instrução a funcionários, há

campanha de conscientização que ocorre nas quatro empresas entrevistadas, visando, entre

outros assuntos, a redução de desperdício. Constatou-se que a implementação do SGA abriu

possibilidade para novas contratações, mesmo que temporárias, nas empresas entrevistadas.

De forma geral, verificou-se em todos os questionários que a certificação é principalmente

buscada por questões mercadológicas. Apesar de as empresas estarem atentas a questão

ambiental, esta não é uma questão de prioridade absoluta nas empresas, sendo que este lugar é

ocupado pela lucratividade do negócio.

O fato de algumas informações se apresentarem conflitantes entre diferentes setores da

empresa pode-se dever ao fato de que os responsáveis pelas respostas terem informações

limitadas sobre todo o processo da empresa. Alguns dos responsáveis podem, também, ter

respondido os questionários de forma não comprometida com a realidade que se passou no

caso da empresa, gerando falsas informações.

É certo, ainda, que mesmo dentro de algumas empresas estudadas um levantamento detalhado

sobre as consequencias da implementação do SGA não foi feito (ou pelo menos não foi

divulgado), pois alguns dos responsáveis parecem responder algumas das questões utilizando-

se da opinião pessoal sobre essas consequencias.

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Os resultados da pesquisa ainda abre margem para discussão sobre alterações na forma de

gerenciamento e, consequentemente, nos resultados do processo de implementação da ISO

14.001 quando há alterações no fato de a empresa ser estatal ou privada, muilti-nacional ou

somente nacional. Isto pode ser constatado no caso da Empresa D, onde o número de

auditorias e o custo de implementação é mais alto do que das outras empresas em geral – isto

pode ser proveniente do fato da empresa ser uma multinacional que precisa se regular a

normas de diversos países para comercializar seus produtos.

3.1 Resultados das matrizes de impacto

Em relação às matrizes de impacto, gerou-se os seguintes gráficos que mostram, de acordo

com os dados coletados, a porcentagem de mudanças significativas para cada uma das

empresas estudadas. Verificou-se ainda que a Empresa D, que é a empresa de maior porte, foi

a que menos concentrou mudanças na Produção. Isto se relaciona ao fato da a empresa ter tido

certificações referentes à qualidade do processo produtivo, em que muitas das medidas

previstas na ISO 14001 foram anteriormente aplicadas. Desta forma, mostra-se nos resultados

para a ISO 14001, menos mudanças neste setor em comparação aos outros setores da

empresa.

De forma geral, entretanto, vê-se que a Produção detém maior porcentagem de mudanças

significativas em relação aos outros setores, e que o setor Comercial e Financeiro das

empresas relataram mudanças bastante significativas após o processo.

Figura 2 – Gráficos para as empresas estudadas

Confirmou-se, ainda, que todos os setores têm alterações devido ao SGA, visto que todos eles

detêm sua parcela de melhoria para com o ambiente. Para avaliação das empresas como um

todo, fez-se novamente uma soma ponderada, na qual os pesos foram representados pelos

dados teóricos mostrados na Figura 1 em valor relativo. Isto foi feito baseado no conceito de

que cada um dos setores estudado contribui com parcelas diferentes para a mudança global da

empresa. Setores como a Produção têm mais impacto que o setor de Finanças, como mostrado

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na revisão bibliográfica. Por isso, resoveu-se avaliar as empresas fazendo uma soma

ponderada, buscando mais adequação com a realidade. Assim, foram gerado os dados a

seguir.

SETORES ESTUDADOS PESO

Comercial e Financeiro 7,87%

Pesquisa e Desenvolvimento 37,64%

Recursos humanos 7,87%

Produção 46,63%

Tabela 3 – Pesos atribuídos aos diferentes setores para avaliação global das empresas

Os resultados presentes na Tabela 3 são gerados a partir da fundamentação teórica e da Figura

1. Com estes dados, gerou-se o gráfico a seguir, mostrando a concentração das mudanças

significativas relativas à implementação do SGA/ISO 14.001 dentre as empresas estudadas.

Figura 3 - Resultados para amostra estudada

Percebe-se que, mesmo sem a contribuição do setor Comercial e Financeiro, a Empresa A

(que se recusou a preencher o questionário específico para este setor, alegando serem dados

confidenciais) representa maioria na quantidade de mudanças significativas, o que indica uma

implementação muito adequada e de elevada qualidade. Nota-se também que a Empresa C

teve um desempenho bastante satisfatório, pois apresenta indicadores maiores que os de

empresas de maior porte, como a Empresa D e a Empresa B. Considerou-se, portanto, que os

indicadores levantados pela pesquisa, bem como a metodologia utilizada em todo o trabalho

foi satisfatória e atingiu os objetivos propostos. Reitera-se que com uma amostra de empresas

maior, os resultados seriam mais exatos para a região, mas os resultados apresentados neste

relatório são de grande confiança, visto que foram estudadas as maiores e mais importantes

empresas da região. Por fim, ressalta a característica mercadológica da certificação, que

claramente é buscada como fator de competitividade pelas empresas.

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Referências

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HARRINGTON, H.J.; KNIGHT, A. A implementação da ISO 14000. Como atualizar o sistema de Gestão

Ambiental com eficácia. São Paulo: Atlas, 2001, 365p.

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Ensino em Ecologia e Desenvolvimento), 1992.

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Disponível em http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=5490, acessado em 04/09/2009, às 10h20.

SCHERER, M. P.; POLEDNA, S. R. C. Marketing verde: um instrumento de competitividade ou de

sobrevivência? XXXVII Assembléia do Conselho Latino-Americano de Escolas de Administração - CLADEA.

Porto Alegre: 2002, 10p.

SILVA, E. M. Estudo sobre a implantação da série ISO 14000 e análise de sua viabilidade econômica para

empresas de diferentes portes e setores. Trabalho final de graduação, Universidade Federal de Itajubá, Itajubá,

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VOLTOLINI. Mercado verde e promissor no Brasil. Disponível em:

http://mercadoetico.terra.com.br/arquivo/mercado-verde-e-promissor-no-brasil/, acessado em 06/09/2009, às

13h.

WCED – Comissão mundial sobre meio ambiente e desenvolvimento. Nosso futuro comum. Rio de Janeiro:

Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1991, 430p.