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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE PSICOLOGIA
INDICADORES DE QUALIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: O
PONTO DE VISTA DOS PAIS DE UMA INSTITUIÇÃO PRIVADA
LEILA MELO
TÂNIA MEDEIROS PETTER
Itajaí, (SC) 2010
LEILA MELO
TÂNIA MEDEIROS PETTER OS INDICADORES DE QUALIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL NO
PONTO DE VISTA DOS PAIS DE UMA INSTITUIÇÃO PRIVADA
Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do titulo de Bacharel em Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí Orientador: Profa. Dra. Josiane da Silva Delvan
Itajaí SC, 2010
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus por ter colocado a professora Josiane
Delvan, para transmitir os seus conhecimentos, experiências profissionais e de
vida, com dedicação e carinho, nos guiando além da teoria, o nosso
agradecimento e respeito, que sempre serão poucos, diante do muito que nos foi
oferecido.
Agradecemos as nossas famílias, que por cinco anos suportaram nossas
alterações de humor, nossas crises e sorrisos; algumas vezes com impaciência,
mas sempre com amor, eles procuraram compreender a nossa ausência nos
demonstrando seu carinho.
Agradecemos aos nossos amigos em particular Isabela Bonucci Pin e
Roberto Augusto Bom, por estarem sempre ao nosso lado participando das
nossas dificuldades e sucessos, apoiando-nos ininterruptamente nossa jornada.
Agradeço os avaliadores, Professor Pedro Antônio Geraldi e Professora
Lísia R. F. Michels, que disponibilizaram a contribuir com o trabalho.
Agradecemos também aos que participaram desta pesquisa, nos
possibilitando a realização da mesma.
Obrigada pelo amor, carinho, dedicação e confiança. Obrigada a todos.
SUMARIO
LISTA DE QUADROS .......................................................................................
RESUMO ...........................................................................................................
iv
7
1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................
8
2 EMBASAMENTO TEÓRICO .........................................................................
12
3 ASPECTOS METODOLÓGICOS .................................................................. 24
3.1 Participantes da pesquisa ........................................................................ 24
3.2 Instrumento ................................................................................................ 25
3.3 Coleta de dados .........................................................................................
3.4 Análise dos dados .....................................................................................
25
26
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................... 27
4.1 Pais das crianças de três anos ................................................................ 27
4.2 Pais das crianças de cinco anos .............................................................
33
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................
44
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................
46
7 APÊNDICES .................................................................................................. 50
7.1 APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ............. 51
7.2 APÊNDICE B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ............. 54
7.3 APÊNDICE C – Termo de Autorização ....................................................
7.4 APENDICE D – Termo de Autorização.....................................................
55
56
6
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Porcentagem das respostas dos pais/mães de crianças de três anos no indicador muito importante ..................................................... Quadro 2: Porcentagem das respostas dos pais/mães de crianças de três anos no indicador importante ............................................................... Quadro 3: Porcentagem das respostas dos pais/mães de crianças de cinco anos no indicador muito importante .................................................. Quadro 4: Porcentagem das respostas dos pais/mães de crianças de cinco anos no indicador importante ............................................................
31
31
36
36
7
OS INDICADORES DE QUALIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL NO PONTO DE VISTA DOS
PAIS DE UMA INSTIUIÇÃO PRIVADA
Orientadora: Josiane da Silva Delvan
Defesa: Junho de 2010
Resumo:
Em uma sociedade, entre os diferentes grupos, a família representa a referência mais importante para a criança, seguido da escola. São os pais os responsáveis pelo contato e inserção da criança na escola. Logo, a sua opinião em relação ao que representa a qualidade interfere diretamente na sua escolha. Uma sociedade pacífica, em que as questões sociais não são discutidas de uma forma democrática, refletem de alguma maneira num posicionamento mais individualista dos cidadãos e por isso, as escolhas, muitas vezes, são pautadas em crenças e valores pessoais. Este estudo investigou, com os pais de uma escola de Educação Infantil privada, quais os indicadores que denotam qualidade no atendimento às crianças da Educação Infantil. Para tanto, participaram desta pesquisa 89 pais/mães de crianças de três e cinco anos das turmas de Maternal e Jardim de uma escola de Educação Infantil privada no município de Balneário Camboriú, SC. Os dados foram coletados a partir de um questionário entregue aos participantes e preenchido por eles, em casa, sendo devolvido à pesquisadora na própria instituição. Este instrumento foi adaptado de outro, utilizado em uma pesquisa nacional sobre qualidade da educação infantil (CAMPOS e COELHO, 2006). Os dados foram analisados por meio do pacote estatístico SPSS. Os resultados obtidos indicam que os participantes deste estudo consideram como indicadores de qualidade na educação infantil a estrutura física, a forma de atendimento, a interação aluno-professor e a promoção da alfabetização. Palavras-chave: Educação Infantil, indicadores de qualidade, pais.
Sub-Área de concentração (CNPq): 7.07.07.00 - 6 Membros da Banca
Pedro Antônio Geraldi
Professor convidado
Lisia R.F.Michels
Professor convidado
Josiane da Silva Delvan
Professora Orientadora
8
1 INTRODUÇÃO
Atualmente a Educação Infantil representa uma conquista legal para as
crianças e para suas famílias. Entretanto, nem sempre ela foi vista com estes
olhos, já que ao longo da história da infância muitas formas de atendimento foram
prestadas para que as crianças crescessem e se desenvolvessem de acordo com
os valores culturais existentes.
A partir das determinações legais da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) em
1996, a Educação Infantil passou a ser considerada como a primeira etapa da
Educação Básica, vindo a integrar-se ao Sistema Escolar Brasileiro com o objetivo
principal de promover o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de
idade (art.29º, BRASIL, 1996). Conforme a Política Nacional de Educação Infantil
(BRASIL, 2006, p.10), o trabalho pedagógico com as crianças menores de 6 anos
passou a ser reconhecido diante do sistema educacional, por seus objetivos em
relação às especificidades do desenvolvimento destas crianças e sua contribuição
para a construção e o exercício de sua cidadania.
Assim, a Educação Infantil representa uma grande conquista em termos
sociais tendo em vista a crescente necessidade das famílias e principalmente a
ampliação das discussões quanto aos seus benefícios. De acordo com o
documento que trata sobre a “Política Nacional de Educação Infantil” (BRASIL,
2006), os movimentos sociais, a inserção feminina no mercado de trabalho e uma
maior conscientização da necessidade da educação da criança contribuíram
9
significativamente para sua ampliação e representam aspectos importantes na sua
trajetória histórica.
Em uma sociedade, entre os diferentes grupos, a família representa o mais
importante para a criança, seguido da escola. São os pais/mães os responsáveis
pelo contato e inserção da criança na escola. Logo, a sua opinião em relação ao
que representa a qualidade interfere diretamente na sua escolha. Uma sociedade
pacífica em que as questões sociais não são discutidas de uma forma democrática
reflete de alguma maneira num posicionamento mais individualista dos cidadãos e
por isso, as escolhas, muitas vezes, são pautadas em crenças e valores pessoais.
Tendo em vista a diversidade de condições de atendimento oferecido,
especialmente tratando-se de instituições privadas de educação infantil, os
critérios seletivos para a escolha daquela que melhor atende a necessidade e
expectativa da família não seja a mesma entre as outras famílias. Entretanto,
como nos assinala Zabalza (1998), há muito que se fazer em prol da Educação
Infantil, principalmente quando nos remetemos à qualidade, apontada pelo autor
como o seu grande desafio. A validade da realização desta pesquisa em
instituição privada revela-se, principalmente, pela pouca quantidade de pesquisas
feitas nestas escolas, sendo sua maioria realizada em escolas públicas, já que são
elas as responsáveis por 90% das matrículas do ensino fundamental (SÁTYRO e
SOARES, 2007), favorecendo o desenvolvimento de estudos, em sua maior parte,
nestas instituições em detrimento das privadas.
Uma das mais importantes pesquisas sobre qualidade na educação infantil
foi desenvolvida sob a coordenação de Campos, Coelho e Cruz (2006), intitulada
“Consulta sobre qualidade da Educação Infantil”. Esta pesquisa foi realizada em
10
quatro estados brasileiros e foram sujeitos da pesquisa: professores, funcionários,
diretores e/ou coordenadores, pais/mães usuários, não usuários, líderes da
comunidade e até crianças de 5 e 6 anos de idade que estavam freqüentando as
pré-escolas. Os resultados obtidos demonstraram que as concepções mais
tradicionais de educação infantil parecem fortalecidas, ou seja, “a origem da
creche como uma forma de assistência social e apoio às famílias mais pobres,
principalmente às mães que trabalham, e a vinculação da pré-escola ao objetivo
de preparo à escolaridade futura” (CAMPOS, COELHO e CRUZ, 2006, p.78).
Existe uma preocupação com o cuidar, especialmente vinculada às
questões assistenciais e com o educar relacionada a uma preparação para o
ensino fundamental que “[...] inclui tanto aspectos cognitivos, principalmente
associados à alfabetização, como a socialização no ambiente escolar, entendida
como uma adaptação prévia da criança às rotinas escolares” (idem, p.79).
Professores e diretores atribuíram grande importância ao ‘desenvolvimento
integral das crianças’ nessas instituições, referindo-se principalmente a aquisição
de valores e aprendizado de regras de convivência, também a aspectos cognitivos
e de desenvolvimento intelectual.
Contudo, uma avaliação em nível nacional não pode representar uma
generalização. Contextos específicos vão oferecer dados específicos, logo,
qualquer pesquisa em nível estadual, municipal ou institucional vai contribuir para
novas discussões a favor da qualidade da Educação Infantil. É preciso que estas
já tomem como ponto de partida os direitos da criança e os parâmetros de
qualidade já estabelecidos nas diretrizes para a educação infantil.
11
Tendo em vista as preocupações acima expostas, pretendemos, com este
estudo, responder ao seguinte problema: Segundo os pais/mães de crianças da
Educação Infantil, quais os indicadores de qualidade no atendimento neste nível
de ensino? Para tanto, estipulou-se como objetivos: levantar quais os indicadores
que denotam qualidade no atendimento às crianças na Educação Infantil; e
verificar se há diferenças nos indicadores apontados pelos pais/mães de acordo
com a idade das crianças atendidas de três e cinco anos de idade.
Espera-se que os resultados obtidos através desta pesquisa possam servir
de subsídio para a reflexão e construção de novos olhares acerca da qualidade
nas instituições de educação infantil, possibilitando o aprimoramento do
atendimento destas instituições para melhor cumprir com seu papel de formação
cognitiva, desenvolvimento, emocional e social de seus alunos.
12
2 EMBASAMENTO TEÓRICO
A trajetória da educação infantil sempre esteve ligada ao “conceito de
infância” que o homem construiu ao longo da história, e conseqüentemente às
políticas voltadas para esta faixa etária. Segundo Kuhlmann (1998, p.16),
As instituições de educação da criança pequena estão em estreita relação com as questões que dizem respeito à história da infância, da família, da população, da urbanização, do trabalho e das relações de produção, etc.- e, é claro, com a história das demais instituições educacionais.
A história da criança demonstra que só muito recentemente a infância
passa a ser vista como merecedora de atenção, cuidados e respeito no contexto
social. Na verdade, essa visão perpassa conceitos que vão desde a criança vista
como bibelô ou adulto em miniatura, e consequentemente passível de encargos e
abusos como os da negligencia e do trabalho precoce (BERGANTINI, s/d), até a
criança vista como sujeito de direitos.
Oliveira et al (1999) retratam o surgimento de instituições de atendimento a
criança, tendo em vista, especialmente a inserção da mulher no mercado de
trabalho. Para os autores,
A história da creche liga-se às modificações do papel da mulher na sociedade e suas repercussões no âmbito da família, em especial no que diz respeito à educação dos filhos. Essas modificações inserem-se no conjunto complexo de fatores contraditórios presentes na organização social, com suas características econômicas, políticas e culturais. Em especial a creche deve ser compreendida dentro de um contexto social que inclui a expansão da industrialização e do setor de serviços, ao mesmo tempo em que a urbanização se torna cada vez maior (OLIVEIRA, et al, 1999, p.17).
Referências à história da infância e a espaços institucionais
complementares ou substitutos da família datam do final do século XIX
13
(KUHLMANN, 1998). Logo, são as necessidades sociais que se instauram na
sociedade, em virtude das próprias transformações, que justificam o surgimento
de formas de atendimento as crianças pequenas. Neste sentido, Vieira (1988, p.4),
destaca que,
Embora algumas instituições oficiais, destinadas a proteger a criança, tenham sido criadas antes de 1930, foi principalmente a partir de 1940 que o Estado brasileiro começou a se equipar de instituições e pessoal técnico para a proposição e execução de ações de cunho social, assumindo funções na área da saúde, educação, previdência e assistência.
De acordo Amorim e Rossetti-Ferreira (1999), o tipo de atendimento
prestado à criança pequena, especialmente nas creches, foi regido por diferentes
discursos e saberes. Assim, na década de 40 predominavam cuidados vinculados
à esfera médica, já na década de 60-70 a creche passou a exercer uma ação
complementar à família destacando um caráter de educação compensatória e, nas
décadas de 80-90 a creche passou a prestar maiores cuidados assistenciais,
tendo em vista a desqualificação da família em relação ao cuidado e a educação
das crianças.
Instituições de educação infantil devem ser compreendidas de forma
integrada a um projeto pedagógico, guiado por um respaldo teórico que possibilite
a identificação de um modelo próprio a faixa etária que atende, além de evidenciar
um comprometimento com a prática que amplie os conhecimentos sobre a
natureza, a cultura, a sociedade e o processo que o grupo de crianças/adultos
experiência. Deste modo, a ação educacional pedagógica é efetivada quando são
fornecidos instrumentos para que a criança amplie suas ações e transforme sua
atuação, na forma de ver e sentir o mundo (SANTA CATARINA, 1999).
14
O espaço escolar é um importante meio de constituição do sujeito,
entendida como co-participante e co-responsável pelo processo de formação. É
nele que a criança tem contato com a cultura acumulada, de forma sistematizada,
além de ser um lugar onde ela mantém contato com novas formas de relações
grupais. Neste meio, as crianças convivem com outras crianças de variadas
condições sociais, o que determina um enriquecimento para seu aprendizado
(GALVÃO, 2003; GULASSA, 2004).
Para Wallon (1975), uma escola deve ser comum a todos, que responda às
necessidades de cada um, de forma que na medida em que vai se desenvolvendo
a inteligência no sentido de especialização das aptidões, também vai se
desenvolvendo o espírito no sentido das aptidões particulares. Cabe pontuar que a
escola não se limita somente ao grupo de crianças que dela faz parte, mas
consiste em uma instituição determinada socialmente, pois está inserida em
condições econômicas, demográficas e étnicas. Segundo ele (1975, p.228), “[...] a
educação é necessariamente um ato social”.
A escola de educação infantil define-se como um meio propício para que a
criança vivencie o processo de desenvolvimento de sua identidade, de modo que
lá ela se relaciona com crianças de mesma idade, o que possibilita situações de
imitação com os parceiros e exibicionismo de habilidades aos que são iguais
(GULASSA, 2004).
Discussões acerca da temática da infância e da importância da educação
assumem maior valor a partir da Constituição Brasileira de 1988, que assegura em
seus artigos referentes à educação, a garantia do atendimento em creches e pré-
escola às crianças de zero a seis anos, como direito de todos e dever do Estado e
15
da família. Na seqüência, o Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990, em
seu artigo 53, reforça estes direitos (BRASIL, 1990).
Contudo, o direito à educação trouxe consigo algumas dificuldades que
refletiram significativamente na forma de atendimento das crianças, especialmente
àquelas menos de seis anos. Surgiram discussões, principalmente, acerca da
temática da quantidade versus qualidade. Logo, o Ministério da Educação e
Cultura surge como um órgão governamental que potencializa o desenvolvimento
e a promoção da Educação Infantil (BRASIL, 1998).
Observa-se uma preocupação com a qualidade deste atendimento, desde
1988, quando na Constituição Federal é garantida a educação como um dos
direitos sociais (art.6º) e padrões de qualidade que a sustentem (art. 206, VII), e
mais recentemente em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) que determina ao
estado oferecer atendimento gratuito neste segmento além de padrões mínimos
de qualidade de ensino (art. 4º) (BRASIL, 1998).
Após a promulgação da LDB, o Ministério da Educação editou vários
documentos com o intuito de traçar diretrizes e normas para uma educação de
qualidade em creches e pré-escolas. Entre os mesmos estão, o Referencial
Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL,1998), Política Nacional de
Educação Infantil: pelo direito das crianças de zero à seis anos à Educação
(BRASIL, 2006), Parâmetros Básicos de Infra-estrutura para Instituições de
Educação Infantil (2005) e mais especificamente, os Parâmetros Nacionais de
Qualidade na Educação Infantil (BRASIL, 2006).
Elaborados com o intuito de estabelecer uma referência nacional “Os
Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil” tem o objetivo de
16
“[...] estabelecer padrões de referência orientadores para o sistema educacional
no que se refere à organização e funcionamento das Instituições de Educação
Infantil [...]” (BRASIL 2006, p.7), para tanto foram organizados com foco na:
Proposta pedagógica; Gestão; Profissionais; Interações; Infra-estrutura.
Quanto à proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil, os
Parâmetros Nacionais determinam que:
1) [...] contemplem princípios éticos, políticos e estéticos;
2) [...] promovem as práticas de cuidado e educação na perspectiva da integração dos aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivos/lingüísticos e sociais da criança, entendendo que ela é um ser completo, total e indivisível;
3) [...] consideram que o trabalho ali desenvolvido é complementar à ação da família, e a interação entre as duas instâncias é essencial para um trabalho de qualidade;
4) [...] explicitam o reconhecimento da importância da identidade pessoal dos alunos, suas famílias, professores e outros profissionais e a identidade de cada unidade educacional nos vários contextos em que se situem;
5) [...] consideram a inclusão como um direito das crianças com necessidades educacionais especiais [...];
6) [...] são desenvolvidas com autonomia pelas instituições de Educação Infantil a partir das orientações legais.
Vale a pena destacar que a LDB (1996) prevê a flexibilização do currículo a
ser definida por cada unidade escolar. Essa determinação incentiva a autonomia
necessária para a construção de um projeto pedagógico assumido pelo conjunto
dos agentes educacionais de cada escola. Sendo assim, a elaboração de um
projeto pedagógico requer coesão acerca dos valores quanto à função social da
educação, da escola e dos educadores e a sua tradução em ações e relações
17
direcionadas por direitos e deveres coletivamente estabelecidos (DEL PRETTE,
2002).
O princípio de autonomia do projeto pedagógico implica o compromisso de
decidir e assumir ações coletivas na escola, sendo importante que esta privilegie o
que é produzido pelos seus grupos. A discussão coletiva na construção do projeto
pedagógico proporciona, para os diversos segmentos da escola, a descoberta de
formas de participação nas decisões que orientam o trabalho pedagógico em geral
(SOUSA e CORRÊA, 2002).
Quanto à gestão das instituições de Educação Infantil, os parâmetros
determinam que:
7) [...] funcionam durante o dia, em período parcial ou integral, sem exceder o tempo que a criança passa com a família;
8) A organização em agrupamentos ou turmas de crianças nas instituições de Educação Infantil é flexível e deve estar prevista na proposta pedagógica da instituição;
9) [...] é de responsabilidade de profissionais que exercem os cargos de direção, administração, coordenação pedagógica ou coordenação-geral [...];
10) Os gestores ou gestoras atuam em estreita consonância com profissionais sob sua responsabilidade, famílias e representantes da comunidade local, exercendo papel fundamental no sentido de garantir que as instituições de Educação Infantil realizem um trabalho de qualidade com as crianças que a freqüentam;
De acordo com Libâneo (2004), a organização escolar é marcada pelas
interações sociais de seu grupo e pela sua relação com o contexto sociocultural e
político. Desta forma, a organização da escola não é algo objetivo, ou um espaço
neutro e estanque, mas é construído pela comunidade educativa, que envolve os
professores, os pais/mães e os alunos. Estão em vigor formas democráticas de
18
gestão e de tomada de decisões, ou seja, tanto a gestão como o processo de
tomada de decisão se dão coletivamente, sendo possível aos membros do grupo a
discussão pública de projetos e ações e o exercício de práticas colaborativas.
O autor ainda ressalta a importância da influência que o estilo de gestão
adotado pela direção exerce nas interações entre os professores, alunos e
funcionários, determinando as mais variadas práticas e formas de relacionamento.
Quanto aos professoras(es) e aos demais profissionais que atuam nas
instituições de Educação Infantil, os parâmetros determinam que:
11) Os profissionais que atuam diretamente com as crianças nas instituições de Educação Infantil são professoras e professores de Educação Infantil
12) Tendo como função garantir o bem-estar, assegurar o crescimento e promover o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças da Educação Infantil sob sua responsabilidade [...];
13) A equipe de profissionais da instituição de Educação Infantil, composta por gestoras, gestores, professoras e professores, pode ser acrescida de outros profissionais;
De acordo com os parâmetros de Santa Catarina (1999), o educador é um
mediador entre a criança e o mundo, sendo importante que organize sua ação
voltada para as finalidades da educação infantil, os conhecimentos a serem
socializados e o desenvolvimento das crianças. Ele tem a função de intervir,
construindo seu trabalho pautado nas interações dialógicas educador/criança e
criança/criança, não consistindo em uma ação autoritária ou na mera reprodução
das situações cotidianas.
Quanto às interações dos profissionais das instituições de Educação
Infantil, os parâmetros determinam que:
19
14) Gestoras, gestores, professoras, professores, profissionais de apoio e especialistas das instituições de Educação Infantil estabelecem entre si uma relação de confiança e colaboração recíproca;
O trabalho em equipe do grupo de profissionais de educação, de forma
colaborativa e solidária favorece a formação dos alunos, pois a partir da
distribuição de responsabilidades, da cooperação, do diálogo, do
compartilhamento de atitudes e modos de agir, é possível romper com as práticas
individualistas, o que leva a produzir melhores resultados de aprendizagem dos
alunos (LIBÂNEO, 2004).
Quanto à infra-estrutura das instituições de Educação Infantil, os
parâmetros determinam
15) Espaço, materiais e equipamentos das Instituições de Educação Infantil destinam-se prioritariamente às crianças;
16) Espaços, materiais e equipamentos presentes na instituição de Educação Infantil destinam-se, também, às necessidades das famílias e/ou responsáveis pelas crianças matriculadas e dos profissionais que nela trabalham;
A infra-estrutura escolar, segundo Sátyro e Soares (2007), influencia
significativamente a qualidade da educação, de forma que instalações adequadas
(estrutura física do prédio e instalações básicas de água, energia elétrica, esgoto
sanitário), existência de biblioteca, espaços esportivos e laboratórios, materiais
pedagógicos e de leitura, acesso a livros didáticos, relação adequada entre o
número de alunos e o professor na sala de aula e maior tempo efetivo de aula, são
alguns exemplos que podem melhorar o desempenho dos alunos.
20
O Censo Escolar possui uma listagem completa das possíveis
dependências componentes da infra-estrutura de uma escola, sendo elas:
diretoria, secretaria, sala de professores, almoxarifado, videoteca, sala para
TV/Vídeo, laboratório de informática, laboratório de ciências, outros
labaratórios/oficinas, brinquedoteca, auditório, solário, ginásio de esportes,
cozinha, cantina, refeitório, lactário, parque infantil, dormitório, berçário, quadra de
esportes descoberta, quadra de esportes coberta, piscina, depósito de alimentos,
sanitário fora do prédio, sanitário dentro do prédio, sanitário adequado à pré
escola, sanitário adequado a alunos com necessidades especiais/acessibilidade,
dependências e vias adequadas a alunos com necessidades especiais,
lavanderia, fraldário e sala de recursos para alunos com necessidades
educacionais especiais (SÁTYRO e SOARES, 2007).
De acordo com Campos (CAMPOS e MACHADO, 2006, p.3), “os
Parâmetros, então, têm essa intenção de orientar, não de criar novas leis, mas
resumir e organizar o que já existe, de forma que os executores da política
educacional, principalmente os governos municipais e as próprias instituições,
tenham diretrizes mais claras”. Os parâmetros de qualidade representam, assim,
“[...] requisitos necessários para uma Educação Infantil que possibilite o
desenvolvimento integral da criança até os cinco anos de idade, em seus aspectos
físico, psicológico, intelectual e social” (idem, p. 9).
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil explicita os
seguintes princípios sobre o que seria um trabalho de qualidade:
21
* respeito à dignidade e aos direitos das crianças, consideradas nas suas diferenças individuais, sociais, econômicas, culturais, étnicas, religiosas, etc.;
* direito das crianças a brincar, como forma particular de expressão, pensamento, interação e comunicação infantil;
* acesso das crianças aos bens socioculturais disponíveis, ampliando o desenvolvimento das capacidades relativas à expressão, à comunicação, à interação social, ao pensamento, à ética e à estética;
* a socialização das crianças por meio de sua participação e inserção nas mais diversificadas práticas sociais, sem discriminação de espécie alguma;
* atendimento aos cuidados essenciais associados à sobrevivência e ao desenvolvimento de sua identidade (BRASIL, 1998, p.13).
A qualidade da Educação Infantil representa, assim, a garantia dos direitos
da criança em crescer em um espaço organizado e que ofereça oportunidades
para um desenvolvimento saudável. É inquestionável que os parâmetros de
qualidade sejam tomados como primordiais para que qualquer instituição que
atenda crianças pequenas funcione. Entretanto, a qualidade extrapola esses
parâmetros. Como nos aponta Dahlberg, Moss e Pence (2003) um atendimento de
qualidade, precisa ainda, estar contextualizado temporal e espacialmente e, para
que seja determinada, devem fazer parte do seu processo de construção, todas as
pessoas interessadas na instituição de educação infantil, como pais/mães e
comunidade.
Educação de qualidade é aquela que promove para todos o domínio de conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades cognitivas, operativas e sociais necessários ao atendimento de necessidades individuais e sociais dos alunos, à inserção no mundo do trabalho, à constituição da cidadania, tendo em vista a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Em outras palavras, escola com qualidade social significa a inter-relação entre a qualidade formal e política, é aquela baseada no conhecimento e na ampliação de capacidades cognitivas, operativas e sócias, com alto grau de inclusão (LIBÂNEO, 2004, p.66).
22
De acordo com Corrêa (2003), pensar a qualidade no atendimento à criança
relaciona-se à idéia de garantir e efetivar seus direitos, que já estão consagrados
universalmente e bem definidos do ponto de vista legal. Todavia, vale lembrar que
uma boa educação tem um alto custo, de forma que falar em qualidade na
educação implica discutir recursos para o seu financiamento.
O autor ainda apresenta outro aspecto relevante é o risco que se corre
centrando o debate na questão da qualidade como algo isolado, pois deste modo
pode-se reafirmar as políticas vigentes e seu caráter exclusivo. O que é
necessário não se resume em centros de excelência para alguns privilegiados,
mas sim de boas escolas para todos.
Libâneo (2004) aponta para a insuficiência de se julgar a qualidade da
escola apenas pelo nível de seus produtos, por mais que os resultados sejam um
bom indicativo da qualidade das condições da oferta dos serviços. Também não é
suficiente apenas a aferição do desempenho intelectual dos alunos através de
provas e exames, pois os resultados da aprendizagem não dizem respeito só ao
aspecto cognitivo, mas também aos aspectos afetivo, estético, ético, físico.
É necessário, portanto, reforçar que uma escola de qualidade precisa
contar com um quadro de profissionais especialmente preparados, tanto para as
questões que dizem respeito à aprendizagem e ao desenvolvimento infantil como
um todo, quanto para as questões que envolvam conhecimentos mais amplos
como a sociologia, filosofia, história e política. Com isso, estes profissionais
podem apreender de modo mais crítico as condições de trabalho as quais são
submetidos e as suas conseqüências, para si e para as crianças (CORRÊA,
2003).
23
A partir desse panorama, compreende-se que a qualidade de uma escola
de educação infantil além de ser determinada por uma série de fatores como sua
proposta pedagógica, sua gestão, sua equipe de profissionais e professores, a
intercomunicação entre os membros dessa equipe e sua infraestrutura, depende,
principalmente, da garantia de promover à criança um espaço em que seus
direitos são respeitados e que disponibiliza todos os recursos necessários, tanto
materiais quanto afetivos, para que ela se desenvolva integralmente em todas as
suas dimensões.
24
3 ASPECTOS METODOLÓGICOS
Esta pesquisa teve como direcionamento o enfoque quantitativo que, de
acordo com Souza et al. (2007), se caracteriza pela utilização da quantificação
tanto no processo de coleta de dados quanto na análise dos mesmos. Possui
como principal qualidade a precisão dos resultados, requisitando, assim, o uso de
recursos e de técnicas estatísticas.
3.1 Participantes da pesquisa
A pesquisa contou com a participação de 89 pais/mães, no total de 100
questionários distribuídos aos pais/mães de crianças, de três e cinco anos, no total
de 130 crianças matriculadas nas turmas de Maternal e Jardim de uma instituição
privada de Educação Infantil, localizada em Balneário Camboriú, SC. A escolha da
instituição em questão foi baseada na sua acessibilidade e autorização para o
desenvolvimento da pesquisa, documentada no Apêndice C.
O critério de inclusão dos participantes na pesquisa foi estabelecido a partir
da disponibilidade voluntária dos mesmos.? Após esclarecimento sobre os
procedimentos da pesquisa, bem como dos seus objetivos e forma de coleta de
dados, os pais/mães foram convidados a participar do trabalho, mediante
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A).
25
3.2 Instrumento
Como ferramenta para a coleta de dados da pesquisa, foi estabelecida a
utilização de um questionário adaptado (Apêndice B) a partir do instrumento que
foi criado, testado e usado em uma pesquisa nacional por Campos, Coelho e Cruz
(2006).
O questionário contém 23 itens que correspondem a questões do universo
escolar, sendo que os pais/mães avaliaram cada uma delas a partir de suas
próprias considerações a respeito da qualidade na educação infantil. Para isso,
utilizou-se uma escala de importância para cada item (muito importante,
importante, mais ou menos importante, pouco importante e nada importante).
Destes 23 itens, os primeiros nove, foram adaptados da pesquisa “Consulta
sobre qualidade da Educação Infantil” de autoria de Campos, Coelho e Cruz
(2006). A partir do décimo item, as questões foram elaboradas com base na
experiência de uma das pesquisadoras na área da educação infantil, que
considerou os aspectos relevantes acerca da realidade escolar.
3.3 Coleta de dados
A entrega do questionário aos participantes foi realizada na instituição de
educação infantil, no horário de saída das crianças, quando normalmente os
responsáveis vão buscá-las. Foi solicitado que os pais/mães levassem consigo o
questionário e depois de preenchido o retornassem à escola, onde seriam
recolhidos pelas próprias pesquisadoras.
26
3.4 Análise dos dados
Os dados obtidos através da coleta de dados desta pesquisa foram
tabulados e as respectivas porcentagens foram calculadas através da SPSS 10.0
para Windows. Cabe ressaltar que, conforme afirmação de Vendramini (2007), a
estratégia utilizada para medir e codificar as variáveis de interesse do pesquisador
é determinante para um bom tratamento de dados. Além disso, a organização dos
dados e sua representação tabular ou gráfica são recursos que auxiliam na
análise das informações obtidas.
27
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Com base nos objetivos da pesquisa de levantar quais os indicadores que
denotam qualidade no atendimento às crianças na Educação Infantil; e verificar se
há diferenças nos indicadores apontados pelos pais/mães de acordo com a idade
das crianças atendidas de três e cinco anos de idade. Dos 100 instrumentos
distribuídos, foram obtidos 47 questionários respondidos pelos pais/mães das
crianças de três anos e 42 pelos pais/mães das de cinco anos. Embora a
predominância das respostas tenha sido de muito importante para a maioria das
23 questões, também foram observadas, em uma porcentagem menor, respostas
nos outros indicadores (importante, mais ou menos importante e pouco
importante). Cabe ressaltar que dos 100 questionários distribuídos aos pais/mães
não foi observada a resposta nada importante em nenhum dos 89 questionários
respondido.
4.1 Pais das crianças de três anos
As respostas foram contabilizadas e organizadas por meio dos gráficos
expostos a seguir. Os gráficos 1, 2, 3 e 4 correspondem aos questionários dos
pais das crianças de três anos. No Gráfico 1 estão as respostas aos itens 1 – 8.
No Gráfico 2 estão as respostas aos itens 9 – 16. No Gráfico 3 estão as
respostas aos itens 17 – 23. O critério de agrupamento dos itens nos gráficos se
28
deu de forma aleatória. No Gráfico 4 os dados dos três gráficos (1, 2 e 3) foram
cruzados, obtendo-se a prevalência de respostas à todos os 23 itens.
Gráfico 1 – Respostas dos pais/mães das crianças de três anos às questões 1 – 8
O Gráfico 1 indica que todas as respostas às questões de nº 1 a nº 8
tiveram sua maioria no indicador muito importante, principalmente a questão nº 3
(“Cuida bem da criança – afetividade”), que teve neste indicador 100% das
respostas e a questão nº 1 (“Funciona em prédio limpo e bem cuidado”), que teve
96%. Já a questão nº 2 (“A escola fornece alimentação”), a questão nº 5 (“Valoriza
a participação das famílias”) e a questão nº 8 (“Estimula a cooperação entre as
crianças”) revelaram índices menores de resposta no indicador muito importante e
maior quantidade de repostas no indicador importante, quando comparados com
as demais questões. Desta forma, a questão nº 2 (“A escola fornece alimentação”)
29
teve 68% das respostas no indicador muito importante, 23% no indicador
importante e 8% no indicador mais ou menos importante; a questão nº 5
(“Valoriza a participação das famílias”) apresentou 62% no indicador muito
importante, 36% no indicador importante e 2% no mais ou menos importante. A
questão nº 8 (“Estimula a cooperação entre as crianças”) obteve 72% no indicador
muito importante, 25% no importante e 2% no mais ou menos importante.
Gráfico 2 – Respostas dos pais/mães das crianças de três anos às questões 9 – 16
O Gráfico 2 demonstra que apenas as questões nº 9, nº 10 e nº 16
obtiveram índices mais significativos de resposta no indicador muito importante,
sendo que na questão nº 9 (“Aceita crianças com deficiência”) esse índice foi de
66%; na questão nº 10 (“Possui projeto político pedagógico”) foi de 72%; e na
questão nº 16 (“Possui mobiliário adaptado ao tamanho da criança”) foi de 81%.
30
As questões nº 11 e nº 13 obtiveram mais respostas no indicador importante, de
forma que a questão nº 11 (“Faz uso de apostila”) recebeu 49% neste indicador,
28% no indicador mais ou menos importante e 23% no indicador muito importante.
A questão nº 13 (“Valor da mensalidade”) apresentou 51% no indicador
importante, 32% no indicador muito importante, 13% no indicador mais ou menos
importante e 4% no indicador pouco importante.
Gráfico 3 – Respostas dos pais/mães das crianças de três anos às questões 17 - 23 O Gráfico 3 mostra que as questões nº 17, nº 22 e nº 23 foram as mais
significativas no índice de respostas no indicador muito importante. A questão nº
17 (“Possui brinquedos (parque) adaptados ao tamanho da criança”) recebeu 83%
neste indicador. A questão nº 22 (“A criança tem boa interação com o professor”)
recebeu 94%. A questão nº 23 (“Promove alfabetização das crianças”) recebeu
31
91%. Já a questão nº 18 (“Proporciona atividades fora da escola – externo”) foi a
única do instrumento aplicado a indicar maior porcentagem de respostas no
indicador importante, com 53%, além de também revelar 25% no indicador muito
importante, 17% no indicador mais ou menos importante e 4% no indicador pouco
importante.
Abaixo segue o Quadro 1 com a porcentagem das respostas dos
pais/mães de crianças de três anos no indicador muito importante.
Cuidar bem da criança 100%
Funciona prédio limpo e bem cuidado 96%
A criança tem boa interação com o professor 94%
Promove alfabetização das criança 91%
Possui brinquedos (parque) adaptados ao tamanho da criança 83%
Possui mobiliário adaptado ao tamanho da criança `81%
Estimula a cooperação entre as crianças 72%
Possui projeto político pedagógico 72%
A escola fornece alimentação 68%
Aceita crianças com deficiência 62%
Quadro 1: Porcentagem das respostas dos pais/mães de crianças de três anos no indicador muito importante.
Abaixo segue o Quadro 2 com a porcentagem das respostas dos
pais/mães de crianças de três anos no indicador importante.
Proporciona atividades fora da escola – externo 53%
Valor da mensalidade 51%
Faz uso da apostila 49%
Quadro 2: Porcentagem das respostas dos pais/mães de crianças de três anos no indicador importante.
32
Gráfico 4 – Prevalência de respostas dos pais/mães de crianças de três anos de acordo com a escala de valores do instrumento.
Os dados demonstram que a maior parte dos 23 itens foram respondidos
pelos pais/mães das crianças de três anos como sendo muito importante, de modo
que, para os mesmos, a qualidade na educação infantil está relacionada,
principalmente, com um prédio limpo e bem cuidado, com o cuidado à criança
(afetividade), com a adaptação do mobiliário e dos brinquedos (parque) ao
tamanho da criança, com a boa interação da criança com o professor e com a
promoção da alfabetização.
33
4.2 Pais das crianças de cinco anos
Os gráficos 5, 6, 7 e 8, abaixo, correspondem aos questionários dos
pais/mães das crianças de cinco anos. No Gráfico 5 estão as respostas aos itens
de nº 1 ao nº 8. No Gráfico 6 estão as respostas aos itens de nº 9 ao nº 16. No
Gráfico 7 estão as respostas aos itens de nº 17 ao nº 23. No Gráfico 8 os dados
dos três gráficos (5, 6 e 7) foram cruzados, obtendo-se a prevalência de respostas
à todos os 23 itens.
Gráfico 5 – Respostas dos pais/mães das crianças de cinco anos às questões 1 – 8 O Gráfico 5 indica que todas as questões apresentam maior índice de
respostas no indicador muito importante, principalmente a questão nº 1 (“Funciona
em prédio limpo e bem cuidado”) e a questão nº 3 (“Cuida bem da criança –
afetividade”), que obteveram 93% e 100%, respectivamente. A questão nº2 (“A
34
escola fornece alimentação”) se diferenciou do restante das questões, pois o
índice de respostas no indicador muito importante não é significativamente maior
que o índice de respostas no índice importante, sendo que recebeu 45% no
indicador muito importante, 43% no indicador importante, 9% no indicador mais ou
menos importante e 2% no indicador pouco importante.
Gráfico 6 – Respostas dos pais/mães das crianças de cinco anos às questões 9 -16
O Gráfico 6 revela que as questões nº 10 (“Possui projeto político
pedagógico”) e nº 16 (“Possui mobiliário adaptado ao tamanho da criança”) foram
as mais significativas na quantidade de respostas no indicador muito importante,
com 69% e 83%, respectivamente. As questões nº 11 (“Faz uso de apostila”), nº
13 (“Valor da mensalidade”) e nº 14 (“Possui bom espaço externo”) obtiveram
resultado diferenciado, com a maioria das respostas no indicador importante,
35
exceto pela questão nº 14 (“Possui bom espaço externo”) que teve a mesma
quantidade de respostas nos indicadores muito importante e importante (50% em
cada um). A questão nº 11 (“Faz uso de apostila”) teve 40% no indicador
importante, 31% no indicador muito importante, 21% no indicador mais ou menos
importate e 7% no indicador pouco importante. A questão nº 13 (“Valor da
mensalidade”) teve 57% no indicador importante, 31% no indicador muito
importante, 9.5% no indicador mais ou menos importante e 2.4% no indicador
pouco importante.
Gráfico 7 – Respostas dos pais/mães das crianças de cinco anos às questões 17-23
O Gráfico 7 demonstra que as questões nº 17 (“Possui brinquedos (parque)
adaptados ao tamanho da criança”), nº 22 (“A criança tem boa interação com o
professor”) e nº 23 (“Promove afabetização das crianças”) foram as mais
36
significativas nos índices de respostas no indicador muito importante. Desta forma,
a questão nº 17 (“Possui brinquedos (parque) adaptados ao tamanho da criança”)
recebeu 86% no indicador muito importante. A questão nº 22 (“A criança tem boa
interação com o professor”) obteve 93%. A questão nº 23 (“Promove afabetização
das crianças”) teve 76%. Já a questão nº 18 (“Proporciona atividades fora da
escola – externo) foi a única que recebeu a maior parte das respostas no indicador
importante, com 50% neste indicador, 33% no indicador muito importante e 17%
no indicador mais ou menos importante.
Abaixo segue o Quadro 3 com a porcentagem das respostas dos pais/mães de
crianças de cinco anos no indicador muito importante.
Cuida bem da criança – afetividade 100%
Funciona em prédio limpo e bem cuidado 93%
Possui brinquedos (parque) adaptados ao tamanho da criança 86%
Possui mobiliário adaptado ao tamanho da criança 83%
Promove alfabetização das crianças 76%
Possui projeto político pedagógico 69%
Quadro 3: Porcentagem das respostas dos pais/mães de crianças de três anos no indicador muito importante. Abaixo segue o Quadro 4 com a porcentagem das respostas dos pais/mães de
crianças de cinco anos no indicador o importante.
Valor da mensalidade 54%
Faz uso de apostila 40%
Quadro 4: Porcentagem das respostas dos pais/mães de crianças de três anos no indicador muito importante.
37
Observação: - A questão escola fornece alimentação, no indicador muito importante recebeu45% e no índice importante 43% , indicou que o grupo de participantes se dividiu. - A questão possuir um bom espaço externo, obteve a mesma quantidade de resposta nos indicadores muito importante e importante, 50%.
Gráfico 8 – Prevalência de respostas dos pais/mães de crianças de cinco anos
Os resultados dos questionários respondidos pelos pais/mães das crianças
de cinco anos indicam que, assim como os pais/mães das crianças de três anos,
também responderam a maior parte dos 23 itens como sendo muito importante, e
associam a qualidade da educação infantil com um prédio limpo e bem cuidado,
com o cuidado à criança, com a adaptação do mobiliário e dos brinquedos
(parque) ao tamanho da criança, com a boa interação da criança com o professor
e com a promoção da alfabetização.
38
De acordo com estes dados, pode-se compreender que o resultado final
dos questionários, tanto dos pais/mães das crianças de três anos como dos
pais/mães das crianças de cinco anos, se equivaleram. Ou seja, as questões que
mais consideraram importantes para a qualidade de uma escola de educação
infantil foram as de nº 1(“Funciona em prédio limpo e bem cuidado”), nº 3 (“Cuida
bem da criança – afetividade”), nº 16 (“Possui mobiliário adaptado ao tamanho da
criança”), nº 17 (“Possui brinquedos (parque) adaptados ao tamanho da criança”),
nº 22 (“A criança tem boa interação com o professor”) e nº 23 (“Promove
alfabetização”).
O instrumento aplicado levantou diversos aspectos relacionados a forma de
atendimento da escola. Desta forma, é importante fazer algumas considerações a
respeito deles. Os resultados referentes a questão nº 1 (“Funciona em prédio
limpo e bem cuidado”) corrobora com o que apontam Silva e Bolsanello (2002),
que crianças pequenas precisam de infra-estrutura que favoreça o seu
desenvolvimento, pois a capacidade de conhecer e aprender se dá a partir das
trocas estabelecidas entre o sujeito e o meio. Savalli e Rocha (2005) também
salientam que a escola tem a função de receber a criança, o que exige um
trabalho planejado, devendo causar boa impressão e apresentar-se como um
ambiente seguro que propicie o desenvolvimento e a aprendizagem.
A questão nº 2 (“A escola fornece alimentação”) está articulada ao
entendimento de que a alimentação é um aspecto importante ao desenvolvimento
infantil e não deve ser pensada somente no âmbito familiar ou no âmbito da
escola, e sim, a família e a escola devem pensar juntas sobre a alimentação da
39
criança, fazendo com que o momento das refeições sejam prazerosos para a
criança e de integração entre cuidado e educação (PIOTTO et al., 2007).
As questões de nº 3 (“Cuida bem da criança – afetividade”), nº 7 (“As
crianças sentem vontade de ir”) e nº 22 (“A criança tem boa interação com o
professor”) salientam o vínculo afetivo dos alunos com o ambiente escolar e com
os professores, sendo que estes são parceiros mais experientes que possibilitam
o incentivo à criança a enfrentar desafios e a se desenvolver com maior
autonomia. Silva e Costa (2007) afirmam que no cotidiano escolar, os profissionais
da educação se tornam uma figura de segurança, pessoas que valorizam as
potencialidades da criança. Eles podem ser parceiros com os quais a criança pode
confiar na busca de todo conhecimento.
A questão nº 4 (“Exige ordem e disciplina”) está associada à idéia de que
uma organização da rotina da criança a educa acerca dos momentos em que ela
pode ou não fazer algo, de forma que essa organização temporal e espacial da
criança lhe permite entender os limites e elaborar autonomia, aprendendo a agir
no mundo, encontrando o equilíbrio entre o que deseja e as regras sociais
(PANTONI, 2007). Através do exercício da disciplina, como aponta Frazatto (2007,
p.175), a criança compreende que a partir da regra se estabelecem os direitos e
deveres de cada um.
As questões de nº 5 (“Valoriza a participação das famílias”), nº 12 (“Realiza
reuniões com os pais/mães”), nº 15 (“Realiza bom atendimento aos pais/mães”), nº
19 (“Os pais/mães tem acesso livre à escola”) e nº 21 (“Você tem boa relação com
diretor, coordenador e professor”) partem da premissa de que o trabalho da escola
40
deve estar constantemente associado ao trabalho da família, sendo para isso
importante que ambas as instituições mantenham um diálogo permanente.
González Rey (2004) afirma que esse diálogo, entretanto, não deve se limitar à
informações acerca dos resultados docentes, mas deve promover uma reflexão
sobre o desenvolvimento global da criança.
A questão nº 6 (“Contrata professores(as) formados(as)” vem de encontro
com a necessidade de que o profissional de educação infantil deve possuir uma
formação consistente acerca do processo de desenvolvimento da criança, para
que tenha mais instrumentos técnicos ao construir atividades em função deste
desenvolvimento. Silva e Bolsanello (2002) ressaltam que a formação do professor
também se faz importante por sua atuação interferir diretamente no
desenvolvimento biopsicossocial das crianças com as quais atua.
A questão nº 8 (“Estimula a cooperação entre as crianças”) parte do
pressuposto de que relações sensíveis entre as crianças, o meio, seus pares e
adultos ao seu redor são indispensáveis para a construção do autoconceito
positivo, o que conduz as crianças à descoberta, à criatividade e à aprendizagem
ativa, além de proporcionarem oportunidades importantes no aprendizado do
compartilhamento e da negociação e são aspectos intimamente ligados a uma
educação infantil de qualidade (MOURA, 2009).
A questão nº 9 (“Aceita crianças com deficiências”) admite que a escola
deva situar os alunos na esfera social em que vivem, apresentando a diferença
como algo normal e enriquecedor, sem criar fobias em relação ao que é diferente.
Desta forma, é o melhor lugar para se garantir o relacionamento dos alunos com
41
ou sem deficiências, de modo que nela se possam formar gerações mais
preparadas para a vida diversificada, sem preconceitos, sem barreiras e em sua
plenitude. Mantoan (2003) indica que escolas de qualidade promovem a inclusão
pois são espaços educativos que proporcionam a construção de personalidades
mais críticas, autônomas e responsáveis.
Na questão nº 10 (“Possui projeto político pedagógico”) fica evidenciada a
importância da existência do projeto político pedagógico, visto que ele retrata a
identidade, a missão e a filosofia de trabalho da escola, seus valores humanos e
pedagógicos, sua clientela e os objetivos que se propõe atingir, além de constar
sua organização administrativa, pedagógica e financeira. Sendo assim, ele é um
documento, como afirma Santos (2008), que abrange as linhas de trabalho e de
objetivos que sejam reconhecidos e avaliados pela comunidade.
A questão nº 11 (“Faz uso da apostila”) remete à idéia de que a escola deve
favorecer o desenvolvimento dos vários aspectos da criança, incluindo o cognitivo,
que é facilitado pelo uso da apostila. Entretanto, como pontuam Brandão e Selva
(1999), o uso de livros didáticos na educação não pode ganhar o maior espaço na
escola, ou seja, o desenvolvimento cognitivo não deve ser encarado como o mais
importante ou o único a ser considerado. As autoras ainda salientam o descaso de
muitas pré-escolas brasileiras em relação ao espaço para brincadeiras e
desenvolvimento da criatividade, autoestima e autonomia das crianças priorizando
o uso de material didático na educação infantil.
A questão nº 13 (“Valor da mensalidade”) refere que quando a escola
realiza investimentos em suas dependências para atender com maior qualidade as
42
crianças, estes implicam em gastos para a instituição. A mensalidade é uma forma
de captação de recurso financeiro para a manutenção dos espaços e
procedimentos escolares. Sendo assim, quanto maior o investimento da escola,
como biblioteca, alimentação, piscina, salas temáticas, etc, implicara em maior
investimento financeiro, acarretando maior valor à mensalidade.
A questão nº 14 (“Possui bom espaço externo”) refere-se à importância da
organização dos espaços escolares para que a educação infantil seja de
qualidade. Para Moura (2009), devem existir, na escola, espaços que promovam o
desenvolvimento e a aprendizagem, que possibilite às crianças liberdade para
criar, produzir e se divertirem ao aprender e ao se construírem como cidadãos
autônomos e cooperativos.
As questões de nº 16 (“Possui mobiliário adaptado ao tamanho da criança”)
e nº 17 (“Possui brinquedos (parque) adaptados ao tamanho da criança”) vão de
encontro com as indicações de Carvalho (2007), a qual assinala que quando o
ambiente infantil é planejado de forma adequada ao tamanho das crianças, a
escola as auxilia a desenvolver um sentimento de domínio e controle. Sendo
assim, a possibilidade de uma ampla exploração do ambiente garante um melhor
desenvolvimento motor, cognitivo e emocional das crianças.
A questão nº 18 (“Proporciona atividades fora da escola – externo”)
considera que as crianças, ao experimentarem ambientes diversos, podem
construir e internalizar a compreensão sobre os outros e sobre o mundo a sua
volta. Atividades fora da escola possibilitam experiências, pensamentos e
43
questionamentos imprescindíveis ao desenvolvimento e aprendizagem das
crianças (MOURA, 2009).
A questão nº 20 (“Faz apresentação em datas comemorativas com a
participação dos pais/mães (Natal, dia dos pais, dia das mães, festa junina, etc”)
admite que atividades diversificadas, como eventos comemorativos, oferecem
uma experiência enriquecedora na rotina das crianças, além de oportunizar a
relação entre as famílias dos colegas. A apresentação em público e o
conhecimento adquirido nestas situações ampliam o universo de experiências e
aprendizagens das crianças (MOURA, 2009).
A questão nº 23 (“Promove alfabetização das crianças”) relaciona-se com
as considerações feitas por Tedeschi (2007), a qual afirma que no âmbito das
instituições privadas existe uma preocupação com o processo de alfabetização no
trabalho com crianças de 5 e 6 anos de idade no intuito de que estas, já possuam
algum domínio da leitura e escrita ao ingressarem no ensino fundamental. Sendo
a educação infantil um âmbito em que as crianças sejam atendidas em todas as
suas esferas de desenvolvimento, é preciso que este espaço seja estimulante e
rico em desafios, um espaço no qual a criança possa também ampliar seu
repertório cultural por meio do contato com a leitura e a escrita.
44
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O tema da qualidade na educação infantil vem sendo foco de atenção de
especialistas e educadores desde que a educação de qualidade foi garantida
como direito social na Constituição Federal, em 1988, e depois com a
determinação da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), em 1996 (BRASIL, 1988).
Considerando este maior engajamento científico quanto à qualidade na
educação infantil, a presente pesquisa buscou investigar, na opinião dos
pais/mães, quais indicadores denotam qualidade no atendimento às crianças
deste nível de ensino. Desta forma, com base no primeiro objetivo desta pesquisa,
que visou levantar quais os indicadores que denotam qualidade no atendimento às
crianças na Educação Infantil, foi possível identificar que a maioria dos pais
considera como mais importante os indicadores que expressavam: um prédio
limpo e bem cuidado, o cuidado à criança, a adaptação do mobiliário e dos
brinquedos (parque) ao tamanho da criança, a boa interação da criança com o
professor e a promoção da alfabetização.
Em relação ao segundo objetivo da pesquisa que propôs verificar se há
diferenças nos indicadores apontados pelos pais/mães de acordo com a idade das
crianças atendidas de três e cinco anos de idade, revelou-se que não houve
diferença significativa nas respostas apontadas pelos pais/mães das crianças
destes dois grupos, de modo que ambos apresentaram resultado semelhante,
indicando como mais importante os mesmos indicadores já descritos no parágrafo
anterior para a qualidade na educação infantil.
45
De acordo com a pesquisa de Campos, Coelho e Cruz (2006), que
pais/mães de crianças matriculadas em escolas públicas manifestaram que suas
principais preocupações estão associadas aos cuidados básicos com a criança,
tais como a alimentação. Porém, no presente estudo os pais/mães das crianças
matriculadas em escolas privadas apresentaram preocupação também com a
aprendizagem, ou seja, esperam que a escola esteja preparada para promover o
desenvolvimento dos aspectos cognitivos, físicos, emocionais e sociais de seus
filhos.
Outro ponto relevante deste trabalho foi a percepção das pesquisadoras
sobre a importância do diálogo constante dos pais/mães com a escola, sendo
necessária sua participação ativa no desenvolvimento da criança no âmbito
escolar.
Cabe salientar a importância da realização de outras pesquisas em
educação no âmbito privado, visto que se verifica uma maior abrangência de
estudos realizados em instituições públicas, restringindo o conhecimento sobre os
saberes e fazeres em educação infantil apenas neste domínio do setor público. A
escassez de literatura a respeito de instituições privadas de educação reflete essa
problemática, fazendo-se necessário um maior incentivo de desenvolvimento de
estudos em núcleos privados de ensino.
46
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SANTA CATARINA, Secretaria do Estado e do Desporto. Proposta Curricular de Santa Catarina: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio: Disciplinas curriculares. Florianópolis: COGEN, 1999. SANTOS, Míria. Projeto político pedagógico: identidade curricular construída coletivamente. In: MALISE, Susette. I. Bortolon. (Org.). Infância, cultura e conhecimento: registros de como se pensa e faz educação infantil na rede municipal de ensino de Balneário Camboriú. Balneário Camboriú: Prefeitura Municipal, 2008. SÁTYRO, Natália e SOARES, Sergei. A infra-estrutura das escolas brasileiras de ensino fundamental: um estudo com base nos Censos de 1997 a 2005. IPEA Texto para Discussão nº 1267. Brasília, abril, 2007. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/. Acesso em: 13 de abril de 2010. SAVALLI, Elaine Cristina Alves da Costa e ROCHA, Márcia do Socorro Cascaes Nery Ramalho. Discutindo a adaptação escolar: um caso a ser vivenciado. (Monografia). Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Departamento de Educação, 2005.
SILVA, Alma Helena A. e COSTA, Elaine F. O adulto, um parceiro especial. In: ROSSETTI-FERREIRA, Maria Clotilde et al. (Orgs.). Os fazeres na educação infantil. São Paulo: Cortez, 2007.
SILVA, Cristiane Ribeiro; BOLSANELLO, Maria Augusta. No cotidiano das creches o cuidar e o educar caminham juntos. Interação em Psicologia, Curitiba, Paraná, v. 6, n. 1, p. 31-36, 2002.
49
SOUSA, José Vieira e CORRÊA, Juliane. Projeto pedagógico: a autonomia construída no cotidiano da escola. In: VIEIRA, Sofia. Lerche. (org.). Gestão da escola: desafios a enfrentar. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
SOUZA, Antônio Carlos; FIALHO, Francisco Antônio Pereira e OTANI, Nilo. TCC: Métodos e Técnicas. Florianópolis: Visual Books, 2007.
TEDESCHI, Jane Mary de Paula Pinheiro. A professora da educação infantil e a alfabetização: relação entre a teoria e a prática. (Mestrado). Universidade Católica Dom Bosco, Campo Grande, Mestrado e educação, 2007.
VENDRAMINI, Claudette Maria Medeiros. Estatística e delineamentos de pesquisa. In: BAPTISTA, Makilim Nunes. Metodologias de pesquisa em ciências: análises quantitativa e qualitativa. Rio de Janeiro:LTC, 2007.
VIEIRA, Lívia M. F. Mal necessário: creches no Departamento Nacional da Criança (1940-1970). Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n. 67, p. 3-16, nov. 1988. WALLON, Henri. Psicologia e educação da infância. Lisboa: Estampa, 1975.
ZABALZA, Miguel. Qualidade em educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 1998.
51
7.1. APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO
Gostaríamos de consultá-lo (a) sobre a sua participação em um trabalho acadêmico cujo
objetivo é investigar com os pais/mães, quais os indicadores que denotam qualidade no
atendimento às crianças da Educação Infantil.
Salientamos que os resultados deste trabalho serão utilizados somente com finalidade
acadêmica, não havendo respostas certas ou erradas e que o(a) senhor(a) não terá direito à
remuneração pela sua participação ser voluntária.
Depois de preenchido, este questionário deverá ser entregue na própria instituição.
Sua participação é muito importante!
INFORMATIVO SOBRE O QUESTIONÁRIO.
POR FAVOR, LEIA AS INSTRUÇÕES COM ATENÇÃO ANTES DE COMEÇAR A EXPRESSAR A SUA OPINIÃO.
INSTRUÇÕES
O objetivo deste instrumento de pesquisa é investigar os conceitos de qualidade da educação infantil na perspectiva dos pais/mães.
Você emitirá a sua opinião em 23 sentenças (frases). Pedimos que você preencha os questionários com o número correspondente a sua opinião. Você vai preencher o quadro assim: Numero 1 para MUITO IMPORTANTE Numero 2 para IMPORTANTE Numero 3 para MAIS OU MENOS IMPORTANTE Numero 4 para POUCO IMPORTANTE Numero 5 para NADA IMPORTANTE
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IMPORTANTE Por favor, responda com cautela para que suas respostas reflitam seus conceitos.
Idade da Criança:____________ Turma:____________
Gostaria que o (a) senhor (a) pontuasse de acordo 1 Muito importante 3 Mais ou menos importante 5 Nada Importante 2 Importante 4 Pouco importante
A) Para o (a) senhor (a) uma boa creche/ pré-escola é aquela que...
1) Funciona em prédio limpo e bem cuidado....................................
2) A escola fornece alimentação......................................................
3) Cuida bem da criança (afetividade)............................................
4) Exige ordem e disciplina.............................................................
5) Valoriza a participação das famílias...........................................
6) Contrata professores (as) formados (as)...................................
7) As crianças sentem vontade de ir ..............................................
8) Estimula a cooperação entre as crianças...................................
9) Aceita crianças com deficiências.................................................
10) Possui projeto político pedagógico...................................................
11) Faz uso de apostila..................................................................................
12) Realiza reuniões com os pais/mães......................................................
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13) Valor da Mensalidade............................................................................
14) Possui bom espaço externo........................................................
15) Realiza bom atendimento aos pais/mães..............................................
16) Possui mobiliário adaptado ao tamanho da criança.....................
17) Possui brinquedos (parque) adaptados ao tamanho da criança...............
18) Proporciona atividades fora da escola (externo).......................
19) Os pais/mães tem acesso livre a escola................................................
20) Faz apresentação em datas comemorativas com a participação dos pais (Natal, dia dos pais, dias das mães, festa junina)............................................
21) Você tem boa relação com diretor, coordenador e professor..............
22) A criança tem boa interação com o professor ........................................
23) Promove alfabetização das crianças.............................................
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7.2. APÊNDICE B
TERMO DE CONSENTIMENTO PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA NA
INSTITUIÇÃO
Autorizo as acadêmicas do curso de Psicologia, Tânia Medeiros Petter e Leila
Melo, a realização da pesquisa “Os indicadores de qualidade na Educação Infantil
no ponto de vista dos pais/mães de uma instituição privada”, nesta instituição, a
qual contará com a orientação da professora Dra. Josiane da Silva Delvan1.
Itajaí, __________de__________________de 2009.
Diretora da Instituição
_____________________________________________
Coordenadora Pedagógica
_____________________________________________
1 Pesquisador responsável: Josiane da Silva Delvan Email: [email protected] Telefone: 33417542 Curso de Psicologia da UNIVALI
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7.3. APÊNDICE C
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Gostaria de consultá-lo(a) sobre a sua participação em um trabalho acadêmico
cujo objetivo é investigar com os pais/mães, quais os indicadores que denotam
qualidade no atendimento às crianças da Educação Infantil.
Quanto aos aspectos éticos, gostaria de informar que :
a) Seus dados pessoais serão mantidos em sigilo, sendo garantido o seu anonimato. b) Os resultados deste trabalho serão utilizados somente com a finalidade acadêmica. c) Não há respostas certas ou erradas. d) A aceitação não implica que estará obrigado (a) a participar, podendo interromper sua participação em qualquer momento mesmo que já tenha iniciado, bastando, para tanto, comunicar aos responsáveis pela pesquisa. e) Você não terá direito à remuneração pela sua participação, ela é voluntária. f) Este trabalho é de cunho acadêmico e não visa intervenção imediata. g) Será realizada a devolutiva dos resultados em uma data marcada na instituição para a discussão dos achados nesta pesquisa. h) Durante a participação, se tiver alguma reclamação, do ponto de vista ético, você poderá contatar o responsável2 por este trabalho. Solicitamos a sua autorização por escrito para a participação neste estudo. Obrigada!
Pesquisadora Responsável: Josiane da Silva Delvan da Silva
Assinatura: ___________________________________________
2 Pesquisador responsável: Profª Dra Josiane da Silva Delvan Email: [email protected] Telefone: 3341 7688 Curso de Psicologia da UNIVALI Rua Uruguai, 448, bloco 25 B, sala 401.
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7.4. APÊNDICE D
CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO DO SUJEITO
Eu_______________________________________,
RG________________,
CPF __________________________ abaixo assinado, concordo em participar do
presente estudo como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido sobre a
pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e
benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar
meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer penalidade
ou interrupção de meu acompanhamento/assistência/tratamento.
Local e data:
_____________________________________________
Nome:
_____________________________________________
Assinatura do Sujeito ou Responsável:
_____________________________________________
Telefone para contato:
___________________________________________