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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DEPARTAMENTO DE CIENCIAS CONTABEIS
TIAGO BRUNO RAMIREZ
INDICADORES FINANCEIROS: uma análise do setor de telecomunicações
Cuiabá-MT
Março/2019
TIAGO BRUNO RAMIREZ
INDICADORES FINANCEIROS: uma análise do setor de telecomunicações
Monografia apresentada a UFMT/Faculdade de
Administração e Ciências Contábeis, Departamento de
Ciências Contábeis como requisito parcial, para obtenção do
título de Bacharel em Ciências Contábeis.
Orientadora: Professora Dra Renildes Oliveira Luciardo
Cuiabá-MT
Março/2019
TIAGO BRUNO RAMIREZ
INDICADORES FINANCEIROS: uma análise do setor de telecomunicações
Monografia defendida e aprovada em ___/___/___ pela banca examinadora constituída pelos
professores:
Banca Examinadora:
_________________________________
Prof.ª Dr.ª Renildes Oliveira Luciardo
Presidente
_________________________________
Prof. Dr. Benedito Albuquerque da Silva
Membro
_________________________________
Prof.ª M.ª Mestre Marilene Dias de Oliveira
Membro
Cuiabá-MT
AGRADECIMENTOS
Agradeço em especial a minha esposa Michelle Oliveira dos Santos Ramirez, aos meus pais,
Miguel Ângelo Ramirez e Antoenize Maria Bruno Ramirez, que tens sido o combustível diário na
busca de meus objetivos, bem como ao meu amigo Manoel Gonçalo Almeida que com sabedoria
e compreensão me ajudou quando precisei.
Agradeço do mesmo modo, a minha orientadora Professora Dr.ª.Renildes Oliveira Luciardo, que
tem me guiado com extrema virtude e presteza nesses primeiros passos da iniciação científica
contábil
5
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Market Share (%) do SMP (Celulares) por Prestadora – 2000 a 2017------------ 27
Figura 2: Market Share (%) de Acessos SCM (Banda Larga Fixa) – 2013 a 2017--------- 28
Figura 3: Assinantes de TV por Assinatura – 1998 a 2017------------------------------------- 29
Figura 4: Market Share (%) dos Assinantes de TV por Assinatura – 2013 a 2017--------- 30
Figura 5: Market Share (%) de Telefonia Fixa--------------------------------------------------- 30
Figura 6: ROA – Retorno sobre o Ativo Total--------------------------------------------------- 42
Figura 7: Margem do Lucro Líquido-------------------------------------------------------------- 43
Figura 8: ROE – Retorno sobre o Capital Próprio----------------------------------------------- 44
Figura 9: Composição da Companhia Oi – Lucro Líquido X Patrimônio Líquido--------- 45
Figura 10: Índice de Endividamento Geral------------------------------------------------------- 48
Figura 11: Composição do Endividamento------------------------------------------------------- 49
Figura 12: Índice de Liquidez Geral--------------------------------------------------------------- 52
Figura 13: Índice de Liquidez Corrente----------------------------------------------------------- 53
Figura 14: ROA, ROE e ROI do Setor de Telecomunicações--------------------------------- 57
Figura 15: Quantidade de Acessos SMP (Celulares) e Densidade – 2000 a 2017----------- 58
Figura 16: Representatividade por Serviço do Setor de Telecomunicações------------------ 59
Figura 17: Quantidade de Acessos SMP (Celulares) por Prestadora – 2006 a 2018-------- 59
Figura 18: Evolução do PIB – Brasil-------------------------------------------------------------- 60
Figura 19: Participação % das Atividades de telecomunicações na receita de serviços---- 61
Figura 20: Evolução da Quantidade de Contratos dos Produtos de TV por assinatura,
Telefonia Fixa, Banda Larga Fixa e Banda Larga Móvel de 2010 a 2017------------------- 62
Figura 21: Comparação entre os Índices de Liquidez Corrente e Geral do Setor de
Telecomunicações ----------------------------------------------------------------------------------- 63
6
LISTA DE TABELA
Tabela 1: Patrimônio Líquido da Oi S.A----------------------------------------------------------45
7
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: História das Telecomunicações------------------------------------------------------- 23
Quadro 2: Segmentos do Setor de Telecomunicações------------------------------------------ 26
Quadro 3: Subsegmentos do Setor de Telecomunicações-------------------------------------- 26
Quadro 4: Participação de Mercado das Empresas de Telecomunicações------------------- 31
Quadro 5: Histórico de aquisição das Empresas de Telecomunicações --------------------- 32
Quadro 6: Participação de Mercado das Empresas de Telecomunicações - 2018----------- 40
Quadro 7: Índices de Rentabilidade--------------------------------------------------------------- 41
Quadro 8: Comparação DRE – Claro X Telefônica--------------------------------------------- 46
Quadro 9: Índices de Endividamento-------------------------------------------------------------- 47
Quadro 10: Índices de Liquidez-------------------------------------------------------------------- 51
8
LISTA DE ABREVIATURAS
ANATEL Agência Nacional de Telecomunicações
BP Balanço Patrimonial
CE Composição do Endividamento
CSLL Contribuição sobre o Lucro Líquido
CMV Custo das Mercadorias Vendidas
DMPL Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
DFC Demonstração do Fluxo de Caixa
DRE Demonstração do Resultado do Exercício
MLB Margem de Lucro Bruto
MLL Margem de Lucro Líquido
MLO Margem de Lucro Operacional
GAT Giro do Ativo Total
IR Imposto de Renda
IEG Índice de Endividamento Geral
ILG Índice de Liquidez Geral
ILC Índice de Liquidez Corrente
LAIR Lucro Antes do Imposto de Renda
ON Ações Ordinárias
PN Ações Preferenciais
ROA Retorno sobre o Ativo Total
ROE Retorno sobre o Capital Próprio
9
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO---------------------------------------------------------------------------------- 11
2 REFERÊNCIAL TEÓRICO -----------------------------------------------------------------
13
2.1 Demonstrações Contábeis-------------------------------------------------------------------- 13
2.2 Análises das Demonstrações Contábeis--------------------------------------------------- 14
2.3 Indicadores Financeiros---------------------------------------------------------------------- 16
2.3.1 Tipos de Comparações entre Índices Financeiros---------------------------------------- 16
2.3.2 Tripé Financeiro------------------------------------------------------------------------------- 17
2.4 Índice de Rentabilidade---------------------------------------------------------------------- 18
2.4.1 ROA – Retorno sobre o Ativo Total------------------------------------------------------- 18
2.4.2 ROE – Retorno sobre o Capital Próprio--------------------------------------------------- 19
2.4.3 ROI – Retorno sobre o Investimento------------------------------------------------------- 19
2.4.4 Margem de Lucro Líquido------------------------------------------------------------------- 19
2.4.5 Margem de Lucro Bruto--------------------------------------------------------------------- 20
2.4.6 Margem de Lucro Operacional-------------------------------------------------------------- 20
2.5 Índice de Endividamento--------------------------------------------------------------------- 20
2.5.1 Índice de Liquidez Geral--------------------------------------------------------------------- 21
2.5.2 Composição do Endividamento------------------------------------------------------------- 21
2.6 Índice de Liquidez----------------------------------------------------------------------------- 21
2.6.1 Índice de Liquidez Corrente----------------------------------------------------------------- 22
2.6.2 Índice de Liquidez Geral--------------------------------------------------------------------- 22
2.7 As Telecomunicações-------------------------------------------------------------------------- 23
2.7.1 O Setor de Telecomunicações--------------------------------------------------------------- 25
2.7.2 O Setor de Telecomunicações em Números----------------------------------------------- 26
2.8 As Quatro Grandes --------------------------------------------------------------------------- 31
2.8.1 Privatização do Setor ------------------------------------------------------------------------ 33
2.8.2 Claro Participações S.A---------------------------------------------------------------------- 33
2.8.3 Oi S.A------------------------------------------------------------------------------------------ 34
2.8.4 Telefônica Brasil S.A------------------------------------------------------------------------- 35
2.8.5 Tim Brasil S.A-------------------------------------------------------------------------------- 36
3 METODOLOGIA-------------------------------------------------------------------------------
38
3.1 Procedimentos Metodológicos--------------------------------------------------------------- 38
4 RESULTADOS ALCANÇADOS-------------------------------------------------------------
40
4.1 Market Share----------------------------------------------------------------------------------- 40
4.2 Análise da Rentabilidade--------------------------------------------------------------------- 41
4.3 Análise do Endividamento ------------------------------------------------------------------ 47
10
4.4 Análise da Liquidez --------------------------------------------------------------------------- 51
4.5 Análise do desempenho financeiro das 4 principais Companhias do setor-------- 53
4.5.1 Análise Financeira individual - Claro ----------------------------------------------------- 53
4.5.2 Análise Financeira individual - Oi --------------------------------------------------------- 54
4.5.3 Análise Financeira individual - Telefônica ----------------------------------------------- 55
4.5.4 Análise Financeira individual - Tim ------------------------------------------------------- 56
4.6 Análise do desempenho Financeiro do Setor de Telecomunicações ---------------- 57
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS -----------------------------------------------------------------
65
REFERÊNCIAS------------------------------------------------------------------------------------
67
ANEXOS---------------------------------------------------------------------------------------------
70
11
1 INTRODUÇÃO
A análise financeira proporciona aos resultados financeiros, estáticos por si só, as
evidências da evolução patrimonial, elucidando o seu desempenho através de técnicas ou
habilidades de interpretação dos seus índices. Os dados para analise de índices financeiros são
extraídos das demonstrações contábeis, que por sua vez mensuram os fatos contábeis do mundo
empresarial.
Os fatos contábeis ou sob uma ótica mais ampla, os fenômenos contábeis, implicam
sobre toda a sociedade, ao mesmo tempo em que a inauguração de uma filial cria movimento
econômico ao seu redor, a falência desta, acarreta em prejuízo para a população circundante,
assim seus efeitos nas instituições são endógenos e exógenos, desse modo, analisar indicadores
financeiros é fundamental para o entendimento das organizações, possibilitando realizar
diagnósticos sobre as finanças e prognósticos sobre o desempenho futuro, fornecendo
informações para ratificar ou retificar o planejamento estratégico, visando o alcance dos objetivos
institucionais.
Um setor que merece um estudo constante é o das telecomunicações devido sua
importância estratégica para qualquer país, tanto econômica quanto social. No Brasil
especificamente, traz oportunidades únicas que precisam ser exploradas, mas com planejamento e
qualidade para que os resultados sejam duradouros.
Dados da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) indicam que em julho de
2018 o país contava com 234,75 milhões de celulares, uma densidade de 112,60 celulares a cada
100 habitantes, sendo que 40% eram de linhas pós-pagas, com o serviço à banda larga fixa
registrando um crescimento exponencial de 9,03% em relação ao ano anterior, com 30,55
milhões de contratos ativos; contudo, além da redução de 1.08 milhão de assinantes de TV por
assinatura nos últimos 12 meses, segundo a empresa de consultoria Frost & Suliivan (2017), a
receita total do mercado de serviços de telecomunicações no país deverá atingir US$ 45.76
bilhões em 2022, saldo em declínio considerando o planejado, devido à incerteza econômica,
carga tributária, encurtamento de ciclos de tecnologia, rentabilidade reduzida e a concorrência de
substitutos digitais, fatores que freiam o crescimento do mercado.
Demonstra-se que se trata de um cenário dinâmico e desafiador, onde se por um lado
existe uma grande demanda consumidora, por outro os resultados econômicos são instáveis
12
ameaçando o retorno do ativo, assim, considerando que investidores são avessos à riscos, que o
setor demanda de um alto investimento, que o cliente é cada vez mais determinante no sucesso de
uma companhia, justifica-se um estudo sobre os indicadores financeiros do setor de
telecomunicações, devido sua importância que muito além de ser um termômetro de medição de
desempenho interessando aos acionistas ao demonstrar o retorno e risco, aos credores
interessados na liquidez de curto prazo e aos administradores que buscam margem favorável, é de
imensa valia também à comunidade consumidora, por ceder sua força de trabalho e ser a usuária
dos produtos ou serviços prestados, principalmente nos dias atuais onde as telecomunicações
estão totalmente inseridas nos hábitos da sociedade contemporânea. Desse modo os efeitos desse
turbulento setor impacta ativamente sobre todos seus stakeholders.
Devido a isso esta pesquisa se orienta a partir da seguinte questão: Como está o
desempenho financeiro das quatro principais companhias do setor de telecomunicações
brasileiro?
O objetivo central dessa pesquisa é apresentar a analise do desempenho financeiro das
quatro principais companhias do setor de telecomunicações mediante índices obtidos em suas
demonstrações contábeis do período de 2013 a 2017.
Para atingimento do objetivo geral será necessário o cumprimento das seguintes etapas
específicas: a) Mensurar e analisar os índices de liquidez, endividamento e rentabilidade
extraídos das demonstrações contábeis das empresas de telecomunicações Claro Telecom
Participações S/A, Oi S/A, Telefônica Brasil S/A e, Tim Participações S/A. b) Aplicar a análise
financeira sobre o setor, concatenando as informações financeiras obtidas da etapa anterior.
Trata-se de uma pesquisa explicativa com abordagem quantitativa dos dados, sendo
realizada uma pesquisa documental secundária. Estes dados foram obtidos do site da Comissão
de Valores Mobiliários (CVM) sendo aplicados métodos de calculo para aferição dos índices,
para então analisar o desempenho financeiro através da combinação do método de análise
temporal e transversal.
Além desta seção, o trabalho apresenta: a seção 2 Referencial Teórico; seção 3
Procedimentos Metodológicos; seção 4 Resultados Alcançados e as Considerações Finais.
13
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Demonstrações Contábeis
As informações constantes nas demonstrações contábeis básicas, a saber, Demonstração
de Resultado do Exercício (DRE), Balanço Patrimonial (BP), Demonstração das Mutações do
Patrimônio Líquido (DMPL) e Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC), são de grande
importância para as partes interessadas de qualquer negócio, visto que mensuram monetariamente
como se um espelho fosse à posição patrimonial e financeira da entidade, auxiliando além da
organização do orçamento, a tomada de decisão e elaboração de estratégias, a este respeito o
Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON, 2005) averba:
As demonstrações contábeis são uma representação monetária estruturada da posição
patrimonial e financeira em determinada data e das transações realizadas por uma entidade no
período findo nessa data. O objetivo das demonstrações contábeis de uso geral é fornecer
informações sobre a posição patrimonial e financeira, o resultado e o fluxo financeiro de uma
entidade, que são úteis para uma ampla variedade de usuários na tomada de decisões. As
demonstrações contábeis também mostram os resultados do gerenciamento, pela
Administração, dos recursos que lhe são confiados. Para atingir esse objetivo, as demonstrações
contábeis fornecem informações sobre os seguintes aspectos de uma entidade: a. ativos; b.
passivos; c. patrimônio líquido; de. receitas, despesas, ganhos e perdas; e e. fluxo financeiro
(fluxos de caixa ou das origens e aplicações de recursos).
De acordo com Ribeiro (2013) o Balanço Patrimonial evidencia quantitativamente e
qualitativamente a posição patrimonial e financeira de uma Instituição, compreendendo todos os
bens e direitos demonstrados no ativo, e suas obrigações e o patrimônio líquido demonstrados no
passivo.
Ainda de acordo com Ribeiro (2013) o ativo é composto pelo: ativo circulante que são
os bens e direitos que estão em frequente circulação e pelo ativo não circulante que por sua vez é
subdividido em ativo realizável à longo prazo, que são os bens e direitos que possuem prazo de
circulação superior a 12 meses, circulando somente após o término do exercício social seguinte;
pelo imobilizado representado pelos bens corpóreos, destinados à manutenção das atividades da
companhia ou exercidos com essa finalidade e ainda pelo; intangível, que representam os
recursos aplicados imateriais, sendo os bens incorpóreos destinados à manutenção das atividades
da empresa ou exercidos com essa finalidade.
14
Já em relação ao passivo, Ribeiro (2013) descreve que é composto pelo passivo
circulante que representam as obrigações cujos vencimentos ocorram durante o exercício
seguinte; pelo passivo não circulante que são vencíveis após o término do exercício social
seguinte e; pelo patrimônio líquido que é parte que representa o capital próprio, os recursos dos
proprietários (titular, sócios ou acionistas) ou da gestão do patrimônio (lucros apurados).
A Demonstração do Resultado do Exercício evidencia a composição do resultado
formado num determinado período das operações da empresa “A DRE, portanto é uma
demonstração contábil que evidencia o resultado econômico, isto é, o lucro ou o prejuízo apurado
pela empresa no desenvolvimento de suas atividades durante um determinado período que
geralmente é igual a um ano” (RIBEIRO, 2013, p. 417)
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é definida por Ribeiro (2013, p.
428) como um relatório contábil que visa evidenciar as variações ocorridas em todas as contas
que compões o patrimônio Líquido em um determinado período.
A respeito da Demonstração do Fluxo de Caixa, conceitua Ribeiro (2013, p. 431) como
um relatório contábil que tem por fim evidenciar as transações ocorridas em um determinado
período e que provocaram modificações no saldo do caixa e equivalentes de caixa.
Salienta-se que a necessidade de elaboração das demonstrações contábeis decorre não
somente para fins gerenciais e de evidenciação financeira, mas também por exigências legais, a
Lei 6404/1976, denominada de Lei das S/A, determina em seu artigo 176:
Art. 176: Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração
mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com
clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:
I - balanço patrimonial;
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
III - demonstração do resultado do exercício; e
IV - demonstração do fluxo de caixa; e
V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado
2.2 Análises das Demonstrações Contábeis
Segundo Assaf Neto (p. 39, 2010), “a análise das demonstrações contábeis de uma
empresa pode atender a diferentes objetivos consoantes com os interesses de seus vários usuários
[...] que apresentam algum tipo de relacionamento com a empresa”.
15
Franco (1992, p .24) define tecnicamente análise das demonstrações contábeis como:
A apreciação dos componentes patrimoniais, enquanto partes do conjunto, com relação à
natureza, valor e proporcionalidade, as conclusões de natureza patrimonial, administrativa,
econômica ou financeira, tiradas das comparações entre grupos homogêneos de um conjunto
patrimonial, ou entre eles e grupos de outros conjuntos, é a matéria estudada sob a denominação
de Interpretação das Demonstrações Contábeis.
Padoveze (2008) destaca que a análise busca identificar os pontos fortes e fracos da
companhia, possibilitando ajustes nas decisões organizacionais:
A avaliação sobre a empresa tem por finalidade detectar os pontos fortes e os pontos fracos do
processo operacional e financeiro da companhia, objetivando propor alternativas de curso
futuro a serem tomadas e seguidas pelos gestores. (PADOVEZE, 2008, p. 190)
Silva (2004) por sua vez, além de informar do objetivo de fornecer razão à tomada de
decisão, descreve a analise por indicadores financeiros, de liquidez, endividamento, rentabilidade
e solvência como sendo um dos métodos de realizar a análise.
[…] fornecimento de subsídios para a tomada racional de decisão de concessão de crédito e de
investimento, a partir de informações de boa qualidade. Um dos métodos de análise financeira é
através dos indicadores financeiros, que proporciona uma posição da empresa em relação à
liquidez, endividamento, rentabilidade e solvência (SILVA, 2004, p. 68).
Através das luzes prestadas pelos supracitados é perceptível a importância das análises e
interpretações das demonstrações financeiras fornecidas pela contabilidade, sendo uma
ferramenta crucial para avaliação do desempenho e planejamento estratégico da administração,
que buscam produzir índices financeiros atrativos aos proprietários e credores, além do mais, a
própria gestão é avaliada pelo confronto dos desempenhos de ano a ano; cabe ressaltar que estes
dados não interessam somente à administração, mas também às partes interessadas no negócio,
como os acionistas e credores, a este respeito Gitman (2010) versa:
[...] Acionistas existentes e em potencial estão interessados no níveis atuais e futuros de retorno
e risco da empresa, que afetam diretamente o preço da ação. Os credores se interessam
principalmente pela liquidez de curto prazo da empresa e sua capacidade de fazer frente aos
pagamentos de juros e amortização. Uma preocupação secundária dos credores é a
lucratividade; eles querem garantias que o negócio seja sadio (GITMAN, 2010, p. 48).
Percebem-se diferentes tipos de conceitos, com todos convergindo para importância
estratégica de substanciar a tomada de decisão, principalmente em setores econômicos com níveis
16
de concorrência e turbulência elevados, como o mercado dinâmico e desafiador do setor de
telecomunicações no Brasil.
2.3 Indicadores Financeiros
As demonstrações evidenciam quantitativamente fatos passados que afetam a estrutura
financeira da empresa. Esses fatos, por si só, são apenas dados, para transformá-los em
informação, são realizadas análises por meio de índices captados desses demonstrativos. Segundo
Matarazzo (2010, p. 81), “índice é a relação entre contas ou grupo de contas das Demonstrações
Financeiras, que visa evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou financeira de
uma empresa”.
Desse modo, os indicadores financeiros são extraídos das demonstrações contábeis para
substanciar as informações para tomadas de decisões dos stackholders “A análise financeira
organiza as informações contábeis e agrega outras informações relevantes para auxiliar seus
usuários na avaliação, tomada de decisões e na orientação de suas ações” (SILVA, 2006, p. 47).
Segundo Gitman (2010, p. 49) São cinco as principais categorias, “I: liquidez; II
atividade; III Endividamento; IV Lucratividade; e V valor de mercado. Os índices de atividade,
endividamento e liquidez medem o risco; Os índices de lucratividade medem o retorno; Os
índices de valor de mercado medem o risco e o retorno”.
2.3.1 Tipos de Comparações entre Índices
O calculo de determinado índice, por si só, não tem valor, é necessário a interpretação
do valor do índice de modo que vire informação útil ao usuário, desse modo é fundamental
analisar suas informações em comparação temporal (que avalia o desempenho com o passar do
tempo) ou transversal (que compara índices financeiros de diferentes empresas na mesma data ou
no mesmo período) havendo assim parâmetro de posição e localização, para determinar se o
índice é satisfatório ou insatisfatório, a este respeito, Gitman esclarece:
É necessário que haja uma base significativa para a comparação, para responder a perguntas
como “está alto ou baixo demais?” e “isso é bom ou ruim”. Podemos fazer dois tipos de
comparação entre índices: em corte transversal e em séries temporais, Gitman (2010, p. 48).
17
O presente estudo ira utilizar a forma combinada que une as características das duas
análises, em série temporal e transversal, o que possibilita analisar a tendência de variação de um
índice em relação à tendência do setor.
2.3.2 Tripé Financeiro
Considerando que uma pesquisa quantitativa se centra na objetividade e na
representatividade da população analisada devido ao grande tamanho das amostras, este estudo se
baseou no conceito do tripé financeiro, a este respeito Marion versa:
Os índices básicos de Liquidez (Corrente, Seca e Geral), Rentabilidade (da Empresa e do
Empresário) e de Endividamento (Quantidade e Qualidade) são suficientes para ter uma visão
superficial da empresa a ser analisada. Entendemos que o nível introdutório é ideal para os
cursos de Contabilidade Introdutória, propiciando ao estudando uma idéia inicial das utilidades
das Demonstrações Contábeis e que todo ensino de Contabilidade (Geral, Básica, Introdutória
etc.) deveria abordar esses indicadores iniciais do tripé, evidenciando a Contabilidade como
instrumento de tomada de decisão, Marion (2002, p. 15 a 17).
Muito citado pelos investidores que utilizam da análise fundamentalista, se tratando de
técnicas que tentam determinar o valor de um título mobiliário observando fatores que afetam o
negócio de uma empresa e suas perspectivas futuras, o tripé financeiro se deve ao fato de possuir
três aspectos que influenciam as decisões de investimento em toda companhia. I: Rentabilidade –
demonstrando o retorno que determinada empresa pode oferecer mediante investimento; II:
Endividamento – correspondendo à segurança ou risco existente na empresa investida,
demonstrado pela estrutura de capital; e III: Liquidez – demonstrando a velocidade em que o
investimento pode ser resgatado e/ou transformado em dinheiro disponível.
Segundo um dos maiores bancos de investimentos do Brasil a PTG Pactual (2018) “a
analise conjunta dos três grupos de índices se deve à relação risco x retorno existente nas
decisões financeiras”, pois, para cada % a mais de retorno, abre-se mão de um % de segurança
e/ou de liquidez, configurando um triangulo de três vértices.
Desse modo, ao optar por um dos vértices o outro lado será afetado, por exemplo: um
investimento que possui uma alta rentabilidade possuirá mais riscos e será menos líquido, como é
o caso das ações ON negociadas na B3, já uma ação com alta liquidez terá menos risco e menos
retorno, como é o caso das ações de renda fixa como o tesouro direto ou até a poupança.
Seguindo a mesma lógica, caso uma empresa apresente alta rentabilidade, liquidez, e baixo
18
endividamento, demonstrar-se-á que a estrutura de capital não está sendo corretamente
trabalhada, pois, a empresa estará perdendo oportunidade de captar recursos de capital de
terceiros ou próprio para aumentar ainda mais a rentabilidade.
2.4 Índice de Rentabilidade
Segundo Gitman (2010, p. 58) os índices de rentabilidade permitem aos acionistas
avaliar o lucro da empresa em relação a um dado nível de vendas, um dado nível de ativos, ou
investimento dos proprietários. Se não houvesse lucro, uma empresa não atrairia capital externo.
Proprietários, credores e administradores dão muita atenção à expansão dos lucros por causa da
grande importância que o mercado lhes atribui.
Para Iudícibus (2009, p. 105) se trata de um índice de grande importância sendo que
“devemos relacionar o lucro de um empreendimento com algum valor que expresse a dimensão
relativa do mesmo, para analisar quão bem se saiu a empresa em determinado período”.
Percebe-se que essa categoria de índice possibilita a compreensão da dimensão que o
resultado teve sobre o que foi investido, sendo de muita valia à expansão dos lucros.
O presente estudo irá centralizar nos seguintes índices de rentabilidade: Margem de
Lucro Bruto (MLB); Margem de Lucro Operacional (MLO); Margem de Lucro líquido (MLL);
Retorno sobre o Ativo Total (ROA) e o; Retorno do Capital Próprio (ROE).
2.4.1 Return on Total Assets - Retorno sobre o Ativo Total (ROA)
Segundo Gitman (2010, p. 60) “esse índice mede a eficácia geral da administração na
geração de lucros a partir dos ativos disponíveis”.
Quanto mais elevado o retorno sobre o ativo total de uma empresa, melhor.
Relaciona-se o lucro líquido com o valor do investimento total expressando quanto a
empresa obtém de lucro para cada unidade monetária de investimento.
19
2.4.2 Return on Commom Equity - Retorno sobre o Capital Próprio (ROE)
Segundo Gitman (2010, p. 60) “esse índice mede o retorno obtido sobre o investimento
dos acionistas ordinários na empresa”.
Quanto mais elevado esse retorno, melhor para os proprietários e acionistas.
Relaciona-se o lucro líquido com o patrimônio liquido expressando quanto a empresa
obtém de lucro para cada unidades monetárias de investimento.
2.4.3 Return on Investiment - Retorno sobre o Investimento (ROI)
Segundo Assaf Neto (2010, p. 229) se trata de “uma alternativa ao uso do ROA para
avaliar o retorno produzido pelo total dos recursos aplicados por acionistas e credores nos
negócios”.
Faz uma relação entre o lucro operacional com o valor do investimento objetivando
expressar o quanto a empresa obtém de lucro para cada R$ 100,00 de investimento. Quanto mais
elevado o ROI maior o retorno obtido (ASSAF NETO, 2010).
2.4.4 Margem de Lucro Líquido (MLL)
Segundo Gitman (2010, p. 59) “esse índice mede a porcentagem de cada unidade
monetária de vendas remanescente após a dedução de todos os custos e despesas inclusive juros,
imposto de renda e dividendos de ações preferenciais”, continua o autor (p.60) “é uma medida
frequentemente associada ao sucesso de uma empresa em relação ao lucro obtido com as
vendas”.
20
Quanto mais elevada a margem de lucro líquido de uma empresa, melhor.
Conforme Gitman (2010, p. 60) “o que representa uma ‘boa’ margem de lucro líquido
varia de modo considerável de um autor para outro” logo seu resultado deve ser interpretado de
acordo com o setor analisado.
2.4.5 Margem de Lucro Bruto (MLB)
Esse índice mede a porcentagem de cada unidade monetária de vendas que permanece
após a empresa deduzir o valor dos bens vendidos.
Segundo Gitman (2010, p. 58) “quanto maior a margem de lucro bruto, melhor, isto é,
menor o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV)”.
2.4.6 Margem de Lucro Operacional
Segundo Gitman (2010, p. 58) esse índice “mede a porcentagem de cada unidade
monetária de vendas remanescente após a dedução de todos os custos e despesas exceto juros,
imposto de renda e dividendos de ações preferenciais” devido a isso o autor informa que
“representa o lucro puro” obtido sobre cada real de vendas.
É preferível uma margem de lucro operacional elevada.
2.5 Índice de Endividamento
Segundo Gitman (2010, p. 55) “A situação de endividamento de uma empresa indica o
volume de dinheiro de terceiros usado para gerar lucros”. Continua o autor, “quanto maior o
endividamento, maior o risco de que ela se veja impossibilitada de honrar esses pagamentos
contratuais”. Como os direitos dos credores devem ser satisfeitos antes da distribuição de lucros
21
aos acionistas, acionistas existentes e em potencial dão muita atenção à capacidade da empresa
amortizar suas dívidas.
Continua Gitman (2010, p. 55) “Quanto mais dívidas uma empresa usa em relação ao
seu ativo do total, maior a sua alavancagem financeira”, que representa uma amplificação do risco
e do retorno por meio do uso de financiamento a custo fixo, como dívida e ações preferenciais.
Quanto mais dívidas de custo fixo uma empresa usa, maiores serão os riscos e o retorno
esperados.
2.5.1 Índice de Endividamento Geral
Segundo Gitman (2010, p. 56) esse índice “mede a proporção do ativo financiado pelos
credores da empresa. Quanto mais elevado, maior o montante de capital de terceiros usados para
gerar lucros”. Esse índice é calculado da seguinte forma:
2.5.2 Composição do Endividamento
Esse índice mede a relação entre o passivo de curto prazo da empresa e o passivo total,
ou seja, o percentual de passivo de curto prazo que é usado no financiamento de terceiros.
Quanto mais elevado esse índice, maior o uso de recursos de curto prazo.
Segundo Matarazzo (2010, p. 155) esse índice representa “qual o percentual de
obrigações de curto prazo em relação às obrigações totais” evidenciando se as dívidas são de
curto prazo ou de a longo prazo.
2.6 Índice de Liquidez
A estrutura financeira é fundamental para que uma empresa se mantenha no mercado e o
índice de liquidez é um importante indicador que possibilita tal compreensão.
22
A analise desse índice deriva da necessidade das empresas de possuirem liquidez ou
dinheiro disponível para arcar com as obrigações de curto prazo. Segundo Gitman (2010, p. 51)
“é medida em termos de sua capacidade de saldar suas obrigações de curto prazo à medida que se
tornam devidas. (...) a facilidade com que pode pagar suas contas em dia”.
A respeito da importância do índice Gitman (2010, p.51) esclarece: “esses índices
podem fornecer sinais antecipados de fluxo de caixa e insolvência iminente do negócio”.
Para o presente, considerando a natureza das empresas do setor analisado, serão
utilizados os índices de liquidez geral e liquidez corrente, a seguir explicitado:
2.6.1 Índice de Liquidez Corrente
Destaca Matarazzo (2010, p. 107), “a margem de folga para manobras de prazo visa
equilibrar as entradas e saídas de caixa. Quanto maiores os recursos, maior essa margem, maior a
segurança da empresa, melhor a situação financeira”. O índice de liquidez corrente demonstra se
os recursos de curto prazo são ou não maiores que as dívidas de curto prazo, identificando se há
ou não uma folga quanto aos prazos de pagamento e recebimento.
Enfatiza a capacidade da empresa de pagar suas obrigações em curto prazo, relacionando
os Ativos Circulantes com os Passivos Circulantes.
Segundo Gitman (2010, p. 52) “quanto maior o índice, mais líquida é a empresa”,
determinar o valor aceitável dependerá do setor de atuação, continua o autor, o que se pode
determinar é que “quanto mais previsível for o fluxo de caixa, menor será o índice aceitável”.
2.6.2 Índice de Liquidez Geral
Indica a capacidade de pagamento da dívida a longo prazo, revelando quanto à empresa
possui de recursos não imobilizados em ativo permanente para cada real de dívida total.
23
Conforme Gitman (2010, p. 51 e p. 52) quanto maior o índice, melhor a situação
financeira da empresa, pois representa a “capacidade de saldar suas obrigações a medida que se
tornam devidas”.
Assaf Neto (2010) e Silva (2006) acrescentam que através do índice de liquidez geral é
possível identificar se empresa conseguiria pagar suas dívidas com suas disponibilidades mais
seus realizáveis, caso a empresa pare suas atividades naquela data.
Conforme Agustini (1999), se a LG for menor do que 01, para manter liquidez,
dependerá de geração de lucro; renovação e/ou renegociação de dívidas e venda de ativo fixo.
Quanto maior o índice, melhor a situação financeira da empresa, pois significa que os recursos
são capazes de honrar suas dívidas de capital de terceiros.
2.7 As Telecomunicações
O setor de telecomunicação é de fundamental importância para um país, sendo o
responsável pela comunicação e transmissão de dados, que se transformam em informações desde
aspecto científico, cultural ao estratégico, militar entre outros. De acordo com Elia (2011, p. 36)
as telecomunicações se tratam de um “setor estratégico para o desenvolvimento econômico e
social do país, mas ainda enfrenta o desafio de superar o baixo investimento e restrições de
acesso a tecnologias”.
A seguir é descrito uma breve história cronológica das telecomunicações extraídas e
adaptadas do site do museu das telecomunicações do Instituto Oi futuro, pertencente à companhia
Oi S/A, que desde 2001 dissemina informações a respeito da história e o futuro das
telecomunicações.
HISTÓRIA DAS TELECOMUNICAÇÕES
1875 RING RING - Depois da era da tradição oral e escrita, a invenção do telefone por Alexander Graham
Bell revoluciona a forma de se comunicar. A forma e o meio de se falar altera o curso da história (...).
1876
“MEU DEUS! ISTO FALA!” - A invenção do telefone influencia nossa história já no ano seguinte.
Na exposição centenária na Filadélfia (Estados Unidos), Dom Pedro II, imperador do Brasil na época,
conhece o aparelho de Bell e fica assombrado por vê-lo "falar sozinho".
1877
ALÔ, ALÔ, BRASIL? - O aparelho causa tanta admiração em Dom Pedro II que ele quer um pra si.
A primeira instalação de telefone no Brasil acontece justamente na residência do Imperador: o Palácio
de São Cristóvão, hoje o Museu Nacional, no Rio de Janeiro.
1879
CONECTADO AO MUNDO - A revolução causada pelo aparelho não seria completa sem uma rede
telefônica para se comunicar. Então, 4 anos depois, o americano Charles Paul Mackie consegue a
primeira concessão para estabelecer essa rede em terras brasileiras.
1879 FALA BRASIL - Com a rede telefônica formada, Dom Pedro II autoriza por meio de um decreto
24
imperial o funcionamento da primeira empresa de telefonia do País: a Telephone Company of Brazil,
do mesmo Charles Paul Mackie e outros americanos.
1881
CHEGUEI PARA FICAR - Dois anos depois, a Telephone Company of Brazil é instalada na Rua
Quitanda, 89, no Rio de Janeiro. Com sede definida, a empresa de Charles Paul Mackie e outros
americanos é a primeira companhia telefônica do Brasil.
1890
ALÔ? AGUARDE UM INSTANTE! - Não eram possíveis ligações diretas entre telefones. Então,
com as primeiras centrais telefônicas surge também uma nova profissão: a telefonista. A empresa
americana Bell System determina 29 de junho como o dia dela.
1906
UM NOVO TIPO DE TELEFONE - Depois de telefones de magneto com manivela provocarem um
incêndio que destruiu a Companhia Telephonica Brasileira, novos aparelhos com bateria central são
importados dos EUA. Basta tirar o fone do gancho para funcionar.
1935
TELEFONIA PÚBLICA - A CTB instala o primeiro posto público na antiga Galeria Cruzeiro, hoje
Edifício Avenida Central, no Rio de Janeiro. Mais tarde, telefones públicos são instalados em bares,
farmácias e mercearias pela cidade.
1944
HELLO, MARK! - Começa a funcionar o primeiro computador eletromecânico do mundo. O Harvard
Mark I é feito pela Universidade em parceria com a IBM e é usado pela Marinha Americana para
fazer cálculos balísticos.
1946
O PRIMO DO CELULAR - Começa a funcionar o primeiro serviço de telefonia móvel do mundo.
Lançado no Missouri, nos Estados Unidos, ele permite ligações entre o sistema convencional de
telefonia e aparelhos móveis, por meio de transmissão a rádio.
1958 DDD - Começa a funcionar o primeiro sistema de Discagem Direta a Distância (DDD) da América do
Sul. Através de um cabo coaxial, que integra as mais distantes regiões do Brasil.
1962
PRÉ-INTERNET - O físico, matemático e psicólogo americano J. C. R. Licklider é o primeiro a
pensar na possibilidade de comunicação mundial por computadores. Ele propõe o conceito de rede ao
tentar conectar vários para que os pesquisadores pudessem trocar dados.
1969
PRÉ-INTERNET II - O Departamento de Defesa Americano organiza a rede de computadores que dá
origem à internet. A ARPANet tem como objetivo interligar as bases militares e os departamentos de
pesquisa do governo durante a Guerra Fria.
1969
TEMPO REAL - A Embratel inaugura torres de rastreamento de satélites no Estado do Rio de Janeiro
que viabilizam a integração do Brasil ao sistema mundial de comunicação via satélite (intelsat) e
permite que sejam feitas transmissões ao vivo.
1971
UM COMPUTADOR EM UM CHIP - Em 15 de novembro a Intel anuncia o primeiro
microprocessador comercial do mundo. 4004, desenvolvido por Federico Faggin, Ted Hoff e Mazor
Stanley, é um circuito programável de 4 bits e 16 pinos que opera em 740 KHz.
1971
O CORREIO ELETRÔNICO - O engenheiro Ray Tomlinson, com um programa chamado
SNDMSG, envia o primeiro e-mail da história e decide separar o nome do usuário e o nome do
computador pelo símbolo @, que significa "em" ("at", em inglês).
1972
ORELHÕES - Os telefones públicos, oficialmente chamados Terminais de Uso Público (TUP), ficam
mais populares e tomam conta das ruas do Rio de Janeiro e de São Paulo. Em pouco tempo, os
cariocas batizam os aparelhos de "orelhões".
1973
PRIMEIRA LIGAÇÃO DE CELULAR - No dia 3 de abril, o engenheiro Martin Cooper, da
Motorola, fez a primeira ligação usando um protótipo de telefone celular chamado DynaTAC, em
Nova York. Só depois de 10 anos o primeiro celular comercial chega ao mercado.
1979
MOBILE - A empresa japonesa NTT (Nippon Telephone & Telegraph) se antecipa aos Estados
Unidos e coloca o primeiro sistema de telefonia celular na cidade de Tóquio. Mas só 4 anos depois, o
primeiro sistema celular comercial começa a funcionar.
1980
REDE POR SATÉLIETE - Começa a funcionar um novo sistema internacional de satélite que
revoluciona a comunicação marítima, e o Brasil participa. O Inmarsat permite que navios acessem
diretamente sistemas mundiais de telecomunicações.
1985
SATÉLITE BRASILEIRO - O Brasil é o primeiro país da América Latina a lançar um satélite
doméstico. O Brasilsat A1, operado pela Embratel, é um marco na história porque dá independência
ao País nos serviços de telecomunicações via satélite.
1986
NASCE A INTERNET - A agência governamental americana National Science Foundation (NSF)
cria a NSFNet, um sistema em rede para incentivo a pesquisa e educação científica. A conexão da
NSFNet e da ARPANet passa a se chamar Internet.
25
1989
WWW - Os pesquisadores do Centro Europeu para Investigação Nuclear (CERN) Tim Berners-Lee e
Robert Cailliau criam a World Wide Web (WWW), um projeto global que permite a navegação por
páginas de conteúdo por meio de hipertexto.
1990
TELEFONIA CELULAR - O Rio de Janeiro é a primeira cidade brasileira a ter rede de telefonia
celular. A primeira geração de telefonia móvel usada no País seguia o sistema analógico dos EUA,
chamado AMPS. Essa tecnologia só permitia transmissão de voz.
1992
MULTI REDE DIGITAL - A Embratel lança a Multi Rede Digital, um sistema que integra voz,
transmissão de dados, textos e inclui ainda videoconferência e fac-símile (que mais tarde passa a se
chamar "FAX").
1995
INTERNET COMERCIAL - A internet comercial chega ao Brasil e surgem diversos provedores de
acesso. Começam a distribuição de IPs e os registros dos domínios nacionais (.com.br). É criado
também o primeiro jornal brasileiro na internet: o JB Online.
1997
LEI GERAL DE TELECOMUNICAÇÕES - O mercado se moderniza e expande graças à
promulgação da Lei Geral de Telecomunicações (Lei nº 9.472), que cria a Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel), e ao início de operação do primeiro serviço de celular digital do Brasil.
1998
PRIVATIZAÇÃO – Um marco na evolução, o Ministério das Comunicações divide a Telebrás em 12
empresas e no dia 29 de julho começa o processo de privatização na Bolsa de Valores do Rio de
Janeiro. A maior negociação desse tipo no Brasil arrecada R$ 22,058 bilhões.
1999
CÓDIGO DAS OPERADORAS - No dia 3 de julho entram em vigor os novos códigos para ligações
de longa distância das operadoras de telefonia fixa das empresas privatizadas. Eles passam a ser
usados antes do DDD ou DDI e do número de telefone a ser chamado.
2000
SMARTPHONE - Anunciado em 1992 e comercializado em 1994, o IBM Simon foi o primeiro
aparelho a propor a união entre celular e PC, com: agenda, calendário, e-mail e suporte a instalação
de Apps. Em 2000, surge o termo smartphone com o Ericsson R380 e, um ano depois, o Brasil vendia
o seu primeiro smartphone: o Kyocera QCP 6035.
2001
GSM - A Anatel libera as primeiras licenças do Sistema Global para Comunicações Móveis (padrão
GSM) para telefonia celular. Isso abre caminho para que 16 Estados brasileiros nas regiões Sudeste,
Sul, Centro-Oeste e Norte usem a tecnologia.
2004
CONVERGÊNCIA. SMARTPHONE E REDES SOCIAIS - No Japão, é lançado o primeiro aparelho
da Terceira Geração, com acesso à internet, mensagens multimídia e download de Apps. A
convergência chega aos celulares: exibição de vídeos e identificação de textos escritos a mão. O
Orkut é lançado no dia 24 de janeiro e, em 4 de fevereiro, o Facebook, atraindo diversas pessoas.
2009
PORTABILIDADE NUMÉRICCA - Usuários de telefonia fixa e móvel de todo o Brasil já podem
mudar de operadora e manter o mesmo número do telefone. A portabilidade numérica é aprovada pela
Anatel em março de 2007, mas só dois anos depois cobre todo o País.
2010
KINECT - É criado o sensor de movimentos Kinect, que permite que jogadores consigam interagir
com os jogos eletrônicos sem a necessidade de ter nas mãos um controle. Desenvolvido pela
Microsoft, o dispositivo é lançado em novembro.
2015 A INTERNET DAS COISAS - A ideia é conectar os itens do dia a dia à rede mundial de
computadores por meio de robôs, dispositivos pessoais, impressoras 3D e drones.
Quadro 1: História das Telecomunicações. Fonte: MUSEU DAS TELECOMUNICAÇÕES (2018), adaptado pelo
autor (2018)
2.7.1 O Setor de Telecomunicações
O Artigo 4º do Decreto Lei nº 97.057/1988 (BRASIL) define o serviço de
telecomunicações como comunicação realizada por processo eletromagnético. “compreendendo a
transmissão, emissão ou recepção de símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou
informações de qualquer natureza por fio, rádio, eletricidade, meios ópticos ou qualquer outro
processo eletromagnético de comunicação”.
26
A Legislação supracitada definiu o setor como “Setor da economia que engloba os
Serviços de Telecomunicações, serviços de valor agregado e produtos utilizados para a prestação
destes serviços” (BRASIL).
O setor foi dividido em três segmentos Telebrasil (2017):
SEGMENTO AGENTES PRIVADOS
Serviços de Telecomunicações Empresas que detém concessão ou autorização para prestação de
serviços, como Telefonia Fixa, Comunicações Móveis, Comunicação
Multimídia, TV por Assinatura, Radiodifusão e outros.
Produtos e serviços para as Prestadoras
de Serviços de Telecomunicações
Fornecedores de equipamentos e prestadores de serviço que dão
suporte à prestação de Serviços de Telecomunicações, inclusive
fornecedores de capacidade espacial.
Serviços de Valor Agregado Empresas prestadoras de serviços que têm como suporte principal
Serviços de Telecomunicações Quadro 2. Segmentos do setor de telecomunicações. Fonte: TELEBRASIL (2017, p. 5), adaptado pelo autor (2018)
Continua a Telebrasil (2017) “O segmento de Serviços de Telecomunicações engloba os
serviços assim definidos pela regulamentação vigente e prestados por agentes que possuam
concessão ou autorização para a prestação de Serviços” sendo dividido em 6 subsegmentos:
SUBSEGMENTO AGENTES PRIVADOS DETÊM
Telefonia Fixa Concessão ou autorização para o Serviço Telefônico Fixo
Comutado (STFC).
Comunicação Móvel
Autorização de Serviço Móvel Pessoal (SMP), Serviço Móvel
Especializado (SME), Serviço Móvel Especial de Radiochamada,
Serviço Móvel Global por Satélite (SMGS), Serviço Móvel
Aeronáutico (SMA) ou Serviço Móvel Marítimo (SMM).
Comunicação Multimídia Autorização de Serviço de Comunicação Multimídia (SCM) ou
outras como Redes ou Circuitos Especializados.
TV por Assinatura Concessão de TV a Cabo ou autorização para MMDS, DTH e TV
por Assinatura, que irão migrar para o serviço de acesso
condicionado (Lei 12.485, de 12/09/11)
Radiodifusão Concessão de Rádio e TV ou autorização para os serviços de
transmissão ou repetição de TV
Outros Serviços de Telecomunicações Autorização para Serviço Limitado Privado, Rádio Cidadão e
Radioamador entre outros. Quadro 3. Subsegmentos do setor de telecomunicações. Fonte: TELEBRASIL (2017, p.5), adaptado p. autor (2018)
2.7.2 O Setor de Telecomunicações em Números
Segundo a Telebrasil (2018) no final do primeiro semestre de 2018, os serviços de
telecomunicações eram prestados para 323,7 milhões de assinantes, representando uma queda de
2,1% em relação aos 330,7 milhões do mesmo período de 2017.
27
Já o Valor de Mercado das empresas que possuíam ações negociadas na bolsa de valores
(Oi, Telefônica e Tim) era de R$ 110,0 bilhões no final do primeiro semestre de 2018, o que
representava 3,6% do valor total das empresas na BOVESPA que veio se tornar B3.
2.7.2.1 Serviço Móvel Pessoal (SMP) Celular
Conforme a ANATEL (2018) em agosto de 2018 o mercado brasileiro de telefonia
móvel era composto por 234,37 milhões de usuários, sendo, 94,98 milhões linhas pós-pagas e
139,39 milhões pré-pagas, e a cada 100 linhas móveis no país, 59 eram pré-pagas e 41 pós-pagas.
Obteve um forte crescimento nas ultimas décadas, saindo de 23,2 milhões de usuários no
ano 2000 quando representava uma densidade de 13,4% da população (TELEBRASIL, 2018, p.
99) para em apenas 14 anos atingir incríveis 280,7 milhões de linhas ativas em 2014 com
densidade atingindo o auge de 138%, desde então vem perdendo de usuários ano a ano.
Nota-se no gráfico um mercado extremamente competitivo e centralizado em quatro
empresas, em de 2017 a primeira do ranking ocupava 32%, a segunda e a terceira 25% do
mercado, em 2014 chegando a ter diferença de apenas 1,5% do 1° ao 3° colocado do ranking.
Figura 1. Market Share (%) da telefonia celular por Prestadora – 2000 a 2017. Fonte: TELEBRASIL (2018, p.98),
adaptado pelo autor (2018). Notas: outros incluem: Sercomtel, Aeiou e Porto Seguro. Market Share calculado
considerando a composição atual da operadora. Ex: Oi incorpora Amazônia em 2000.
28
2.7.2.2 Banda Larga Fixa
Conforme Telebrasil (2018, p. 122), o país vem apresentando um crescimento excepcional
na atividade, em julho de 2018 possuía 30,5 milhões de contratos ativos, um aumento de 2,53
milhões, com ascensão de 9,03% nos últimos 12 meses.
No que tange ao Market Share, percebe-se um concorrido mercado, com declínio
constante da Oi S/A que em 2013 chegou a deter quase 30% de fatia do mercado, para no
segundo trimestre de 2018 apresentar uma queda para 20,4%, do mesmo modo, a Vivo caiu de
30,8% para 25,5% de participação. Em contrapartida, a Claro foi impulsionada pela incorporação
da Net e Fusão com a Embratel, apresentando um crescimento considerável, saindo dos 9,1% de
representação em 2003 para obter a liderança do segmento com 30,2%.
Importante ressaltar que com o avanço da internet das coisas (objetos, veículos,
prédios e outros que possuem tecnologia embarcada de sensores e conexão com a internet sendo
capaz de coletar e transmitir dados) o setor tende ao crescimento contínuo, pois seus serviços são
cada vez mais demandados, estando incorporados ao mundo contemporâneo.
A figura a seguir apresenta a participação de mercado do produto Banda Larga Fixa
relativo ao período de 2013 ao primeiro semestre de 2018.
Figura 2. Market Share (%) Banda Larga Fixa. Fonte: TELEBRASIL (2018, p. 123), adaptado pelo autor(2018).
29
2.7.2.3 TV por Assinatura
Embora o setor tenha obtido expansão de 1998 a 2013, desde 2014 apresenta retração,
em junho de 2018 o país tinha 17.8 milhões de assinantes, uma redução de 1.081.024 assinantes
em relação ao mesmo período de 2017, queda de -5,71% em apenas 12 meses.
Cabe ressaltar, que se trata de um dos setores que tem sofrido influências das novas
tecnologias disruptivas, caracterizado por produtos ou serviços que provocam uma ruptura com
os padrões, modelos ou tecnologias já estabelecidos no mercado, como é o caso da Netflix que
oferece serviço de vídeos via streaming, que contribuiu para praticamente acabar com o serviço
de locação de vídeo, contudo, as operadoras tem sinalizado uma reação com lançamentos de
serviços multiplataforma, como é o caso da possibilidade de assistir aos canais tanto pela TV
quanto via web através de microcomputadores, tabletes e smartphones.
A figura a seguir demonstra a evolução de número de usuários, em milhões, de TV por
assinatura versus a densidade populacional calculada segundo estimativa de 2017 do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Figura 3. Assinantes de TV por Assinatura. Fonte: TELEBRASIL (2018, p.130), adaptado pelo autor (2018)
No que tange ao Market Share, percebe-se um mercado com liderança consolidada da
empresa Claro com fatia de mercado superior a 50%, em segundo aparece a Sky com índices
entre 26% a 29%, com menos de 10% aparecem as demais empresas, como Oi e Vivo.
30
Figura 4. Market Share (%) dos Assinantes de TV por Assinatura. Fonte: TELEBRASIL (2018, p. 133), adaptado
pelo autor (2018) - Notas: Em Percentual
2.7.2.4 Telefonia Fixa
Segundo a Telebrasil (2018, p.88), Em julho de 2018, 40,05 milhões de usuários
possuíam Telefonia Fixa, uma redução de 1.224.404 usuários, queda de 2,97% em 12 meses.
No que tange ao Market Share, na figura 05 a seguir, percebe-se que a Oi que detinha
mais que 60% do mercado perdeu terreno, possuindo em junho de 2018 apenas 32.5%, sendo
ultrapassado pela Vivo com 35%, logo em seguida aparece a Claro com 26.6% do mercado,
sendo a única das grandes empresas a apresentar expressivo crescimento, numa análise grafista,
pode-se supor que provavelmente alguns clientes da oi migraram para a empresa.
Figura 5. Market Share (%) de Telefonia Fixa. Fonte: TELEBRASIL (2018, p.90), adaptado pelo autor (2018).
31
Ressalta-se que a telefonia fixa tem sofrido um forte impacto no seu consumo devido ao
surgimento de novas tecnologias que trouxeram mobilidade e acessibilidade, como o celular, e
novos meios de transmissão de dados dispensando a conexão física, como a internet via satélite.
2.8 As Quatro Grandes
As quatro maiores companhias do setor de telecomunicações objeto do estudo, Claro
Participações S/A, Oi S/A, Telefônica Brasil S/A e Tim Brasil S/A detêm juntas 97,7% do
mercado de telefonia móvel, 96% do mercado de telefonia fixa, 77,6% do mercado de Internet
Banda Larga Fixa e 67,8% do mercado de TV por assinatura (TELECO, 2018).
A seguir o quadro 04 demonstra a participação das empresas no mercado de acordo com
cada um dos quatro principais produtos comercializados.
Quadro 4. Participação de Mercado das Empresas de Telecomunicações, 2018. Fonte: TELECO (2018), adaptado
pelo autor (2018)
32
As quatro empresas também tem movimentado o setor com fusões e aquisições como
demonstrado no quadro 05 a seguir:
Aquisição Anúncio Aprovação
Anatel
Fusão da Embratel, Net e Claro em uma única empresa - 2014
Contrato de aquisição da GVT pela Telefônica Set/14 Dez/14
Anunciada fusão da Oi e Portugal Telecom Out/13 Mar/14
Embratel assume controle da Net - Jan/12
TIM adquiriu a AES Atimus 2011 -
Telesp S. A. incorpora a Vivo Mar/11 Mar/11
Portugal Telecom entra na Oi Jul/10 Out/10
Telefonica compra parte da Portugal Telecom na Vivo Jul/10 Set/10
Tim compra a Intelig Mar/09 Mai/10
Vivendi compra a GVT Nov/09 Nov/09
Oi compra Brasil Telecom Abr/08 Dez/08
Vivo compra a Telemig Celular Ago/07 Out/07
Oi compra Amazônia celular Dez/07 Mar/08
Oi compra Way TV Jul/06 Out/07
Telefonica compra TVA Out/06 Out/07
Telmex adquiriu participação na Net incorporada em Set/05 na Embratel Jun/04 Mar/06
Telmex compra Embratel Mar/04 Jun/04
Portugal Telecom e Telefonica unificam as operações no formando a Vivo 2002 -
Forma-se a Claro pela aquisição de várias operadoras entre 2000 e 2005. - -
Quadro 5: Histórico de aquisição das Empresas de Telecomunicações. Fonte: TELECO (2018), adaptado pelo autor
(2018)
Cabe ser destacado que as companhias Telefônica e Tim constam entre as 30
companhias listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), se tratando de uma lista
para análise comparativa da performance das empresas listadas na B3 sob o aspecto da
sustentabilidade corporativa, baseada em eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça
social e governança corporativa. Trata-se de um importante índice valorizado pelos investidores e
analistas pois as boas praticas de governanças corporativas trazem segurança aos investimentos
pois diminuem os riscos inerentes ao negócio.
33
2.8.1 Privatização do Setor
Segundo o Senado Federal (2011, p.71) esse foi o processo da privatização do setor:
A Constituição Federal de 1988 determinou que o serviços públicos de
telecomunicações somente poderiam ser explorados pela União, sendo operado pelo sistema
Telebrás, uma sociedade de economia mista vinculada ao ministério das Comunicações, que tinha
como subsidiária a Embratel, uma operadora para chamadas de longa distâncias, nacionais e
internacionais.
Embora estivesse entre as 20 maiores operadoras mundiais de telecomunicações, devido
a recessão econômica, alta inflação que assolava o pais e a crise fiscal da década de 80 o governo
foi impedido de investir na modernização do Sistema Telebrás. Enquanto isso, a demanda crescia
fortemente, chegando ao ponto de uma linha fixa valer mais que um imóvel, com tempo de
espera para instalação de uma nova conexão podendo chegar a meses ou até anos. Neste cenário,
os defensores da privatização começaram a ganhar terreno, e a privatização passou a ser
inevitável.
Em 1995 o Congresso aprovou a Emenda Constitucional n°8, que Pôs fim ao monopólio
estatal nas telecomunicações. Em 1997 foi aprovada a Lei 9.472 – Lei Geral das
Telecomunicações – que autorizou o governo a criar a Agência Nacional de Telecomunicações
(ANATEL), órgão regulador da prestação de serviços em telecomunicações, e a privatizar o
Sistema Telebrás.
Em 1998 o sistema foi privatizado e as empresas que o compunham foram agrupadas em
12 lotes, sendo na prática 12 novas empresas controladoras, ou holdings, licitados em leilão
internacional, para investidores brasileiros e estrangeiros, a partir desse momento que as
empresas privadas de telecomunicações surgem no cenário nacional, sob diferentes condições e
contextos adquirindo participações das holdings.
2.8.2 Claro Participações S/A
As informações contidas nessa subseção são prestadas pela própria empresa (CLARO,
2018).
Trata-se de uma subsidiária da América Móvil, operando também em outros 14 países
da América Central e do Sul, tem mais de 172 milhões de usuários, sendo uma das cinco maiores
34
empresas de telefonia móvel do planeta, sendo que no Brasil dispute espaço com a
Telefônica/Vivo e TIM.
A Companhia detém, direta e indiretamente, o controle acionário das companhias
operacionais, Claro S.A. e Americel S.A. – atuando sob o nome fantasia Claro -, Embratel Tvsat
Telecomunicações S.A. – atuando sob o nome fantasia Claro TV – Primesys Soluções
Empresariais S.A., Star One S.A., Telmex do Brasil S.A. e BrasilCenter Comunicações Ltda.
todas atuando no mercado de telecomunicações brasileiro.
No Brasil começou oficialmente suas operações em 2003 e já em 2005 atingiu a marca
de 18,6 milhões de clientes; em 2007 trouxe a tecnologia 3G ao país e já estava presente em todo
território nacional em 2008; em 2010 atingiu a marca de 50 milhões de clientes; em 2011 a Net,
Claro e Embratel se uniram para lançar o Combo Multi, o primeiro produto do mercado que
combinou serviços de TV por assinatura, Telefone fixo, celular e internet; em 2012 apresentou o
produto 3GMAXX, oferecendo uma internet com mais velocidades para smartphones, tablets e
computadores e; em 2012 é lançado o 4GMAXX, sendo a primeira operadora a trazer a
tecnologia 4G para o Brasil; em 2013 quebra novas barreiras ao liberar acesso às principais redes
sociais de graça a seus usuários bem como lança a internet compartilhada, um serviço que
permite a navegação em diferentes plataformas com acesso a internet; por fim, em 2017 trouxe ao
país a tecnologia 4.5G.
2.8.3 Oi S/A
As informações contidas nessa subseção são prestadas pela própria empresa (OI, 2018).
Trata-se de uma empresa de telecomunicações fundada em 1998, possui sede em
Brasília, empregando mais de 30 mil funcionários. Hoje oferece serviços de telefonia móvel,
telefonia fixa (Oi Fixo), TV por assinatura via satélite (Oi TV) e conexão banda larga (Oi Velox),
além de serviços financeiros e de rádio.
Começou a operar em 1998, através da aquisição da Telemar, empresa que nasceu do
processo de privatização do sistema Telebrás, atuando em 64% do território nacional;
Em 2002 criou-se a marca Oi, alcançando 1,4 milhão de clientes no mesmo ano de sua
criação, já em 2004 atingiu a marca de 5 milhões de cliente de telefonia móvel e consolidou a
estratégia de soluções integradas e convergentes, lançando a Oi Internet, Oi móvel e Oi FM.
35
Em 2007 lança a marca Oi TV, ano que a empresa foi patrocinadora oficial dos jogos
Pan-americanos, lançou o serviço 3G de internet de alta velocidade móvel e, assumiu o controle
acionário da Amazônia Celular.
Em 2009 assume o controle acionário da Brasil Telecom passando a atuar em todo
território nacional, lançando o movimento “multa não”, quebrando uma pratica no mercado que
cobrava multa dos clientes ao trocar de operadora; em 2010 é realizada uma aliança industrial e
em 2013 uma aliança comercial com a Portugal Telecom.
Em 2014 a oi TV atinge a marca de 1 milhão de assinantes, bem como a marca de 1
milhão de hotspots wi-fi no Brasil. Em 2015 lança o serviço 4G, o Oi Play e a plataforma Oi mais
Empresas, destinadas ao segmento de pequenas e médias empresas. Em 2016 realizou-se
reposicionamento da marca com o lançamento nacional do Oi total, um produto convergente, que
mescla em pacotes os diferentes produtos fornecidos pela companhia.
Em 20 de junho de 2016 entra com o pedido de Recuperação Judicial, com objetivo de
preservar os serviços prestados, enquanto permite a renegociação de suas dívidas, garantindo
assim a sustentabilidade do negócio.
Em 2017 em parceria com empresas e centros de pesquisa, lançou o Oito, hub de
empreendedorismo e inovação que funciona em parceria com outras grandes empresas no Rio de
Janeiro. No segmento corporativo, foca-se em serviços alternativos, concentrando as vendas em
serviços que apresentam uma maior margem, como dados avançados, Internet das Coisas,
Tecnologia da Informação, Big Data & Analytics e soluções de Cybersegurança, em linha com a
tendência de transformação digital das empresas.
2.8.4 Telefônica Brasil S/A
As informações contidas nessa subseção são prestadas pela própria empresa
(TELEFÔNICA, 2018).
É uma empresa de telecomunicações pertencente ao grupo espanhol Telefónica. Foi
fundada em abril de 2003 e possui sede na cidade de São Paulo. No Brasil atua principalmente no
setor de telefonia móvel, após a incorporação de outras empresas passou a fornecer serviços de
telefonia fixa (Vivo Fixo), TV por assinatura (Vivo TV) e internet banda larga (Vivo Banda
Larga).
36
No Brasil, os produtos e serviços são comercializados sob a marca Vivo. Globalmente,
há mais duas marcas comerciais: Movistar, para Espanha e demais países da América Latina;
e O2, para Alemanha, República Tcheca e Eslováquia. Assim, a marca Telefônica desempenha
um papel corporativo e institucional em varias localidades. A Vivo e as outras marcas comerciais
materializam a oferta integrada de produtos e serviços, simplificando e padronizando a
experiência usuário, adotando uma sólida orientação ao cliente, mas cada uma das marcas tem
identidade e características próprias que as tornam próximas das realidades e perfis dos seus
mercados.
A empresa começa a escrever a sua história no Brasil em 1998, quando a Telesp –
companhia estatal de telecomunicações do Sistema Telebrás – foi privatizada e adquirida pela
Telefónica, da Espanha, formando a Telefônica Brasil. A princípio ofereceu apenas o serviço de
telefonia fixa no estado de São Paulo.
O portfólio começou a crescer em 2007, quando firmou parceria com a TVA para
oferecer serviços de TV. Em 2012, a TVA foi incorporada à empresa. Em 2010, a Telefónica
adquiriu as ações da Vivo, que pertenciam à Portugal Telecom, segunda a mesma, se tornando
líder do mercado de telecomunicações do Brasil. Em 2012 passou a utilizar Vivo como marca
comercial, oferecendo telefonia fixa e móvel, banda larga e TV por assinatura. Em 2015, a
Telefónica adquiriu a GVT, reforçando a oferta de rede fixa fora do Estado de São Paulo.
Em 2017, integrou a Terra Brasil à Telefônica Data, subsidiária integral da Telefônica
Brasil. Este foi mais um passo no processo de transformação digital, com objetivo de aumentar
eficiência das empresas e gerar mais benefícios aos seus clientes. Atualmente, conecta cerca de
100 milhões de acessos à internet, telefonia móvel e fixa, além de TV por assinatura. Sendo
referência na telefonia móvel 4G e na banda larga fixa de ultra velocidade, oferecendo a TV por
assinatura com mais canais HD do mercado.
2.8.5 Tim Brasil S/A
As informações contidas nessa subseção são prestadas pela própria empresa (TIM,
2018).
Trata-se de uma holding constituída em 1998 como resultado do processo de
reorganização societária ou privatização envolvendo o sistema Telebrás, momento no qual o
37
Governo brasileiro vendeu parte de suas ações para o consórcio composto pela Bitel
Participações Ltda. que em setembro de 2003 incorporou a TIM Brasil S.A.
Atualmente é controlada pela TIM Brasil Serviços e Participações S.A. uma subsidiária
integral da Telecom Itália International, que por sua vez é uma subsidiaria integral holandesa da
Telecom Itália.
No Brasil disputa a vice-liderança no setor de telefonia móvel com a Claro e possui fatia
de mercado próxima a da líder Telefõnica/Vivo. Após a criação da TIM Fiber, passou a fornecer
acesso à internet e telefonia fixa. Ganhou muitos clientes ao fornecer planos de ligação ilimitados
e acesso à internet pré-paga com baixo custo.
Em 2009 e 2010 tem-se o início do reposicionamento da marca, mudando seu slogan
para "Você, sem fronteiras”, período em que foi incluída pelo terceiro ano consecutivo na carteira
do Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bovespa (ISE), composto somente por companhias
altamente comprometidas com sustentabilidade e responsabilidade social.
Em 2016 e 2017 a TIM muda novamente sua marca e adota a assinatura "Evoluir é fazer
diferente" e lança o serviço TIM Black, conceito de plano pós-pago que, além de ligações
ilimitadas para qualquer operadora do Brasil, possui benefícios e vantagens exclusivas.
38
3 METODOLOGIA
A pesquisa em questão caracteriza-se como documental e explicativa com abordagem
quantitativa dos dados. A amostra constitui-se das demonstrações contábeis das Sociedades
Anônimas do ramo de Telecomunicações, Claro Telecom Participações S/A, Telefônica Brasil
S/A, Tim Participações S/A e Oi S/A extraídas do site da CVM – Comissão de Valores
Mobiliários, disponível em http://www.cvm.gov.br/.
Segundo GIL (2008, p. 45) uma pesquisa documental é muito parecida com a
bibliográfica. A diferença está na natureza das fontes, pois esta forma vale-se “de materiais que
não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo
com os objetos da pesquisa”. Além de analisar os documentos de “primeira mão” (documentos de
arquivos, igrejas, sindicatos, instituições etc.), existem também aqueles que já foram processados,
mas podem receber outras interpretações, como relatórios de empresas, tabelas etc.
Segundo GIL (2008, p.28) uma pesquisa explicativa procura “identificar os fatores que
determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos”. É o tipo que mais aprofunda o
conhecimento da realidade, “porque explica a razão, o porquê das coisas. Por isso, é o tipo mais
complexo e delicado”.
Esclarece Fonseca (2002, p. 20) diferentemente da pesquisa qualitativa, que segundo
Gerhardt e Silveira (2009, p. 31), “preocupa-se com aspecto da realidade que não pode ser
quantificado, centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais, os
resultados da pesquisa quantitativa podem ser quantificados”. Continua Fonseca (2002, p. 20)
“como as amostras geralmente são grandes e consideradas representativas da população, os
resultados são tomados como se constituíssem um retrato real de toda a população alvo da
pesquisa. A pesquisa quantitativa se centra na objetividade”.
3.1 Procedimentos Metodológicos
Para atingir os objetivos propostos, os procedimentos metodológicos adotados foram
divididos em três etapas:
a) Na primeira etapa foram estudadas as demonstrações contábeis das companhias
objeto de estudo determinando seus índices financeiros de liquidez, endividamento e
39
rentabilidade, caracterizando o tripé financeiro do setor, acrescentado do Market Share visando
ratificar ou retificar os resultados obtidos. Subseções 4.1; 4.2; 4.3 e 4.4;
b) A segunda etapa analisou e interpretou os dados obtidos na etapa anterior, através
das subseções 4.4.1 - Claro; 4.4.2 - Oi; 4.4.3 - Telefônica e 4.4.4 - Tim;
c) Na terceira etapa foi constituída uma avaliação concomitante do objeto de estudo,
concatenando os índices financeiros individuais para uma análise financeira do setor,
apresentados na subseção 4.5 - Análise Financeira do Setor.
O estudo teve como recorte histórico o período de 2013 a 2017, tendo como referencial
teórico os ensinamentos de Gitman (2010). A respeito da eleição de uma teoria orientadora como
base metodológica para a pesquisa, Lopes de Sá (2000) compara um pesquisador sem uma teoria
como guia a um navegante em mar aberto sem bússola, ao navegar sem referência do porto de
destino.
Não foram utilizados softwares de pesquisa de dados, sendo utilizado para este fim o
editor de planilha eletrônica Excel produzido pela Microsoft.
40
4 RESULTADOS ALCANÇADOS
4.1 Market Share
Para ratificar ou retificar os resultados obtidos nas subseções desta seção, os mesmos
serão comparados ao Market Share do setor, que representa a participação das empresas e seus
concorrentes no mercado, a fatia ou a quota de mercado que uma empresa tem em seu segmento
(KOTLER, 2007), servindo para comparar com a concorrência, apresentando uma visão do
quanto uma empresa pode expandir dentro do segmento, além de demonstrar a aceitação de seus
produtos.
É calculado a partir do total das vendas de determinado segmento, para tanto, divide-se as
receitas das vendas de determinada empresa em um período X com as receitas das vendas totais
do mercado no mesmo período.
A seguir apresenta o quadro 06 demonstrando o Market Share do setor de
telecomunicações por produto, receita bruta e líquida no segundo trimestre de 2018.
2T18
Receita (%) Market Share (Acessos)
Bruta Líquida Tel. Fixos Celulares B Larga TV por*
assinatura
Vivo 35,5% 31,65 35,0% 32,0% 25,5% 9,0%
Claro 24,7% 25,9% 26,6% 25,1% 30,2% 50,1%
Oi 17,2% 16,0% 32,5% 24,1% 20,4% 8,7%
Tim 12,5% 12,2% 1,9% 16,5% 1,5% -
Sky 6,0% 7,1% - - - 29,3%
Nextel 1,6% 1,6% - 1,3% - -
Outros 4,0% 4,0% 4,0% 1,0% 22,4% 3,1%
Total Brasil 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
Quadro 6 – Participação de Mercado das Empresas de Telecomunicações – 2018. Fonte: TELECO (2018), adaptado
pelo autor (2018)
Ressalta-se que apenas quatro empresas detêm o controle de quase todo o mercado, com
destaque à Telefônica/Vivo e a Claro que possuem as melhores participações bem como as
melhores receitas brutas, contudo, conforme será apresentado adiante, possuir boa participação de
mercado não garante o retorno financeiro da atividade.
41
4.2 Análise da Rentabilidade
Trata-se, da primeira etapa do estudo, onde estão apresentados os resultados obtidos.
O quadro a seguir apresenta os índices de rentabilidade Retorno sobre o Ativo Total
(ROA), Margem de Lucro Líquido (MLL), Retorno sobre o Capital Próprio (ROE), Margem de
Lucro Bruto (MLB) e Margem de Lucro Operacional (MLO) das empresas durante o período de
2013 a 2017
ÍNDICES DE RENTABILIDADE
EMPRESA ÍNDICE
PERÍODO AVALIAÇÃO
2013 2014 2015 2016 2017 Média Em série
temporal
Em corte
transversal
2017
ROA -3,9% -1,8% -5,2% -2,6% -2,1% -3,1% fraco fraco
Claro S/A MLL -9,2% -7,7% -10,6% -5,2% -4,3% -7,4% fraco fraco
ROE -11,1% -6,2% -24,5% -10,6% -9,4% -12,4% fraco fraco
MLB 27,6% 36,3% 38,3% 36,8% 37,9% 35,4% fraco fraco
MLO 1,0% 5,4% 8,1% 4,4% 6,0% 5,0% fraco bom
ROA 2,1% -4,3% -6,2% -12,4% -9,7% -6,1% fraco fraco
Oi S/A MLL 5,3% -15,6% -19,5% -31,6% -28,0% -17,9% fraco fraco
ROE 13,0% -22,8% -37,0% -57,0% -55,8% -31,9% fraco fraco
MLB 46,3% 46,1% 44,0% 38,4% 37,0% 42,4% aceitável fraco
MLO 18,6% 20,1% 9,9% -5,4% -9,9% 6,7% aceitável fraco
ROA 5,3% 6,8% 3,4% 4,0% 4,5% 4,8% bom bom
Telefônica S/A MLL 10,7% 14,1% 8,5% 9,6% 10,7% 10,7% bom bom
ROE 8,7% 11,0% 5,0% 5,9% 6,6% 7,4% bom bom
MLB 49,5% 50,8% 49,5% 51,0% 53,1% 50,8% bom bom
MLO 14,0% 14,6% 13,0% 15,0% 15,4% 14,4% bom bom
ROA 5,4% 4,8% 5,8% 2,2% 3,8% 4,4% bom bom
Tim S/A MLL 7,6% 7,9% 12,1% 4,8% 7,6% 8,0% bom bom
ROE 10,3% 10,1% 12,5% 4,4% 6,8% 8,8% bom bom
MLB 45,7% 48,3% 51,5% 50,7% 52,3% 49,7% bom bom
MLO 12,2% 12,7% 18,9% 9,1% 11,9% 13,0% bom bom
SETOR
ROA 2,2% 1,4% -0,6% -2,2% -0,9% 0,0%
MLL 3,6% -0,3% -2,4% -5,6% -3,5% -1,6%
ROE 5,2% -2,0% -11,0% -14,3% -13,0% -7,0%
MLB 42,3% 45,4% 45,9% 44,2% 45,1% 44,6%
MLO 11,5% 13,2% 12,5% 5,8% 5,8% 9,8%
Quadro 7 – Índices de Rentabilidade. Fonte: CVM (2018), adaptado pelo autor (2018).
42
No que tange ao Retorno sobre o Ativo Total (ROA), ou seja, a capacidade de uma
empresa gerar lucro com os ativos que possui, é possível notar na figura 06, a seguir:
Figura 6. Retorno sobre o Ativo Total (ROA). Fonte: CVM (2018), adaptado pelo autor (2018).
As quatro maiores empresas do setor de telecomunicações parecem estar vivendo dois
momentos diferentes, enquanto a Telefônica e a Tim mantêm margens positivas a Claro e a Oi
possuem margens negativas, assim a capacidade dessas empresas em gerar lucro com os ativos
que possuem está afetado, contudo, a Claro demonstrou recuperação de 3,1% nos últimos três
anos, o que se mantiver a média de 1,03% ao ano, em 2020 deve alcançar resultado positivo,
enquanto isso, a Oi demonstra perda de 2,36% ao ano, assim, caso não seja alterada sua política
comercial e econômica, o retorno sobre seus investimentos estão seriamente comprometidos, já a
Telefônica e a Tim disputam a liderança do índice ano a ano. Uma interpretação alternativa ao
índice é considerar que ao longo do período analisado, enquanto a Telefônica ganhou 4,80
centavos por de unidade monetária de investimento em seus ativos, a Tim ganhou 4,39 centavos,
com Claro acarretando prejuízo de 3,13 centavos e a Oi de 6,10 centavos por cada unidade
monetária de investimento.
A Margem do Lucro Líquido (MLL) está relacionada com o ROA, pois, enquanto este
relaciona o Lucro Liquido com o Ativo Total, ou seja, a eficácia na geração dos lucros a partir
dos investimentos, a MLL relaciona o Lucro Liquido com a Receita de Vendas, que tende a ser o
43
resultado buscado pelo investimento, desse modo, a imagem gráfica dos dois índices são
equivalentes.
Demonstra-se a seguir na figura 07 a Margem do Lucro Líquido do setor de
telecomunicações do período de 2013 a 2017.
Figura 7. Margem do Lucro Líquido (MLL). Fonte: CVM (2018), adaptado pelo autor (2018).
A MLL frequentemente está associada ao sucesso de uma empresa, contudo, deve ser
analisado sob a ótica do setor em que a mesma está inserida, no caso das telecomunicações,
demonstra-se um setor desafiador, a empresa Claro, por exemplo, segundo a consultoria Teleco
(2018), no primeiro semestre de 2018 era responsável por boa parte da participação de mercado,
demonstrando se tratar de uma gigante, entretanto, seus resultados de MLL demonstram que
apenas a presença no mercado não é o suficiente para auferir retonos.
Em relação inversa ao analisado pela empresa Claro, a Tim possui market share menor,
mas se comparado ao setor, tendo em vista sua boa média de ROA de 4,40% e boa média de
MLL de 8,0%, dessa forma, mesmo tendo uma receita bruta menor, acaba sendo mais eficiente
operacionalmente, controlando suas despesas administrativas e financeiras, conseguindo assim
um melhor resultado líquido das operações continuadas.
Desse modo, no setor analisado, não pode ser afirmado que a Margem do Lucro Liquido
tende a demonstrar sucesso de mercado.
44
A Telefônica/Vivo se destaca, pois, alem de garantir uma boa participação no mercado
liderando o principal segmento do setor, a de telefonia celular com 32% de participação, garante
bons retornos sobre os investimentos, com o ROA médio de 4,80% ao ano, MLL médio de 10,7%
ao ano, e ROE médio de 7,4% ao ano, há de ser destacado que os mesmos ainda estão em
crescimento, o que demonstra uma saúde financeira estável.
No que tange ao Retorno sobre o Capital Próprio (ROE), que conforme explicado por
Gitman (2010, p. 60) tende a medir o “retorno sobre o investimento dos acionistas ordinários, ou
o retorno sobre o capital pertencente à empresa,” cabe destacar que embora com margens
percentuais diferentes, demonstra possuir quase a mesma imagem gráfica do ROA, pois ambos
utilizam o lucro líquido como dividendo, a diferença é que esse utiliza o divisor Ativo total e
aquele o Patrimônio Líquido.
De modo geral, a Telefônica e a Tim, demonstram conseguir retornar o investimento de
capital pertencente aos proprietários, enquanto a Claro embora ainda aufira prejuízo, reagiu
15,1% nos últimos três anos o que enfatiza sua recuperação demonstrado no ROA e na MLL.
Demonstra-se a seguir na figura 08 o Retorno sobre o Capital Próprio do setor de
telecomunicações do período de 2013 a 2017.
Figura 8. Retorno sobre o Capital Próprio (ROE). Fonte: CVM (2018), adaptado pelo autor (2018).
Cabe ressaltar a forte queda da Companhia Oi apresentou no período, uma queda de
mais de 50% trazendo um prejuízo considerável aos seus acionistas, muito provavelmente pelo
45
fato da mesma ter entrado em recuperação judicial no ano de 2016, o que tem levado a medidas
de controle para evitar a falência, medidas que acabam por afetar sua estrutura.
Para interpretação do que pode ter ocorrido com a empresa Oi, a figura 09, a seguir,
destaca as grandezas que envolvem a base de calculo do índice, o Lucro Líquido (LL) e o
Patrimônio Líquido (PL).
Figura 9: Composição da Companhia Oi – Lucro líquido X Patrimônio Líquido
Figura 9. Composição da Companhia Oi – Lucro líquido X Patrimônio Líquido. Fonte: CVM (2018), adaptado pelo
autor (2018).
Como demonstrado na figura 09, nos últimos anos a Oi teve um forte prejuízo, sendo
que em 2017 o Capital Próprio não conseguiu superar o Resultado Líquido negativo.
Para interpretar o que pode ter causado a forte queda do patrimônio líquido, a tabela 01,
a seguir, disseca o PL, assim temos:
Tabela 1. Patrimônio Líquido da Oi S/A
Capital Próprio 2013 2014 2015 2016 2017
Capital Social Realizado 7.471.209 21.438.220 21.438.374 21.438.374 21.438.374
Reservas de Capital 1.873.099 1.610.071 7.711.282 7.711.282 7.711.282
Reservas de Lucros 2.323.992 1.933.354 - - -
Lucro ou prejuízo acumulado - (4.024.184) (27.942.938) (35.970.906) (42.335.925)
Res. Abrangente / ajus. Ava. patr. (144.162) (3.155.169) (35.287) (635.630) (619.711)
Participação dos Acionistas ñ c - 1.509.197 1.190.547 790.997 293.457
Patrimônio Líquido Total 11.524.138 19.311.489 2.361.978 (6.665.883) (13.512.523)
Passivo Total 70.096.071 102.789.122 85.810.334 65.972.141 68.639.036
Fonte: CVM (2018), adaptado pelo autor (2018).
46
Ao analisar o Patrimônio Líquido da Oi, percebe-se uma forte queda devido aos
seguintes aspectos: I – Forte aumento do prejuízo acumulado, saindo de situação nula em 2013
para R$42.335.925 bilhões em 2017; II – Forte aumento 1.656% dos resultados
abrangentes/ajustes de avaliação patrimonial, segundo o normativo internacional n° 03 –
Elements of Financial Statements of Business Enterprises publicado pela Organização que
padroniza os procedimentos da contabilidade financeira de empresas cotadas em bolsa de valores,
a FASB (Financial Accounting Standards Board) se trata de “uma alteração no patrimônio líquido
de uma sociedade durante um período, decorrente de transações e outros eventos e circunstâncias
não originadas dos sócios. Isso inclui todas as mudanças no patrimônio durante o período, exceto
aquelas resultantes dos sócios e distribuições aos sócios” o que evidencia a recuperação judicial
iniciada em 2016; III – Forte diminuição de 75% do capital dos acionistas não controladores
detentores de ações PN que provavelmente retiraram seus investimentos quando a crise financeira
começou a se intensificar.
Enquanto a Telefônica e a Tim vem obtendo resultados positivos, a Claro reage quase
que inexpressivamente, mesmo possuindo um grande pedaço do Market Share, a esse respeito,
cabe trazer a tona, uma comparação através do método de análise Demonstração de Resultado do
Exercício de tamanho comum ou de resultado percentual, para comparar a sua rentabilidade com
a líder do setor, a Telefônica, pois, embora também possua boa participação no mercado, logo
bom Lucro Bruto, não consegue traduzir tais efeitos em números quantitativos aos seus
investidores/proprietários.
O quadro 08, a seguir, demonstra a comparação do DRE da Claro e da Telefônica
referente ao período de 2015 a 2017
DRE CLARO S/A TELEFONICA BRASIL S/A
2015 2016 2017 2015 2016 2017
RECEITA DE VENDAS 100% 100% 100% 100% 100% 100%
(CMV) -62% -63% -62% -51% -49% -47%
MLB 38% 37% 38% 49% 51% 53%
MLO 8% 4% 6% 13% 15% 15%
(Despesas financeira) -22% -11% -12% -2% -3% -2%
LAIR -14% -7% -6% 11% 12% 13%
(IR, CSLL) 3% 2% 2% -2% -2% -3%
MLL -11% -5% -4% 8% 10% 11%
Quadro 8. Comparação DRE – Claro X Telefônica. Fonte: CVM (2018), adaptado pelo autor (2018).
47
Observa-se na análise percentual da DRE (quadro 08), que a Claro possui em média
13% mais Custo com as Mercadorias Vendidas (CMV) o que afeta sua Margem de Lucro Bruta
(MLB). Já a Margem de Lucro Operacional (MLO) consta diferença média de 8%, o que se
traduz numa maior despesa administrativa, há de se destacar que se trata de despesas com
pessoal, vendas e outros, bem como de equivalência patrimonial (método que consiste em
atualizar o valor contábil do investimento ao valor equivalente à participação societária da
sociedade investidora no patrimônio líquido da sociedade investida). Provavelmente a grande
diferença que tem prejudicado o retorno da Claro está nas despesas financeiras, onde no triênio
apresentou diferença média de 12,67% da líder do setor, despesas estas que se traduzem num
provável aumento dos recursos captados de terceiros cuja liquidação esteja acontecendo,
impactando diretamente no aumento do endividamento, que a saber, de acordo com quadro 9,
possuí um alto índice de endividamento, o que põe em risco suas operações, convém destacar que
não haveria problema ter um alto endividamento se o ROA fosse positivo o suficiente para cobrir
as obrigações passivas assumidas, como no caso é negativo, bem como a MLL, a empresa tende a
continuar se endividando para manter suas operações.
4.3 Análise do Endividamento
ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO
EMPRESA ÍNDICE
PERÍODO AVALIAÇÃO
2013 2014 2015 2016 2017 5 anos Em série temporal
Em corte transversal
2017
Claro S/A IEG 64% 72% 79% 75% 78% 73% fraco fraco
ICE 36% 22% 23% 37% 22% 28% aceitável aceitável
Oi S/A IEG 84% 81% 97% 110% 120% 98% fraco fraco
ICE 27% 51% 31% 84% 83% 55% aceitável fraco
Telefônica S/A IEG 38% 38% 33% 32% 31% 35% bom bom
ICE 52% 57% 54% 62% 56% 56% bom bom
Tim S/A IEG 48% 53% 53% 50% 44% 50% bom bom
ICE 60% 54% 48% 42% 50% 51% bom bom
SETOR IEG 58% 61% 65% 67% 68% 64%
ICE 44% 46% 39% 56% 53% 48%
Quadro 9 – Índices de Endividamento. Fonte: CVM (2018), adaptado pelo autor (2018).
48
O índice de Endividamento Geral segundo Gitman (2010, p. 55) “indica o volume de
dinheiro de terceiros usado para gerar lucros”, ressaltam-se diferentes formas de análise, sendo
necessário um equilíbrio entre as mesmas. A primeira, embora o endividamento possa permitir
um melhor ganho vem associado a um maior risco, a outra, do ponto de vista financeiro, quanto
maior a relação entre Capitais de Terceiros/Patrimônio Líquido menor a liberdade de decisões
financeiras da empresa ou maior a dependência de terceiros, já visando especificamente o lucro,
pode ser interessante trabalhar com capital de terceiro, se a remuneração assumida com esses
capitais for menor do que o lucro conseguido com os investimentos.
Demonstra-se a seguir na figura 10 o Índice de Endividamento Geral do setor de
telecomunicações do período de 2013 a 2017.
Figura 10: Índice de Endividamento Geral. Fonte: CVM (2018), adaptado pelo autor (2018).
No Índice de Endividamento Geral (IEG), destaca-se negativamente o índice da Oi,
aumentando 36% em cinco anos, atingindo o resultado de 120% em 2017, indicando um alto
endividamento, logo, alto risco para os investidores, sendo provável que esteja ocorrendo ações
de recuperação para que se evite a falência através da recuperação judicial, captando ainda mais
recursos para investimentos estratégicos.
Em contrapartida, a Telefônica aparece em confortável situação, com seu endividamento
não chegando nem a 40%, proporção considerável saudável pelos analistas de mercado ao
49
considerar que possui índices de rentabilidade positivos, o mesmo acontece com a Tim com
média de endividamento no período de 49,60%.
Já a Claro, se considerássemos as empresas europeias ou norte-americanas que possuem
até 80% de seus ativos vinculados à capitais de terceiros, pois pertencem a um mercado com
inflação baixa e financiamentos obtidos a taxas de juros igualmente baixas, estaria numa
confortável e competitiva situação, contudo, no mercado nacional com a economia ainda se
recuperando da recessão que acabou em 2016 conforme Comitê de Datação de Ciclos
Econômicos da Fundação Getúlio Vargas (CODACE), com um mercado que não oferece taxas
atrativas de juros; e considerando a média de outras empresas do setor, a claro está numa situação
de alerta, pois não vem conseguindo diminuir o seu risco face seus baixos resultados
demonstrado no ROA e na MLL mesmo estes estando em recuperação.
Demonstra-se a seguir na figura 11 o Índice de Composição do Endividamento do setor
de telecomunicações do período de 2013 a 2017.
Figura 11: Composição do Endividamento. Fonte: CVM (2018), adaptado pelo autor (2018).
O Índice de Composição do Endividamento (ICE), demonstra como está a política de
capitação de recursos de terceiros, sua análise evidencia se a empresa pode ter problemas de
liquidez por falta de dinheiro no curto prazo, pois quando mais curto o vencimento das parcelas
maior será o risco oferecido pela empresa, assim, a métrica de análise geralmente é que quando
50
menor melhor, pois mede a proporção das dívidas de curto prazo (dividendo) com as de longo
prazo (divisor), contudo sob aspecto financeiro é preferível manter o equilíbrio.
Na figura 11 percebe-se o seguinte em relação à média do setor: em 2017 a Claro possui
a menor proporção, com 22% de suas dívidas sendo de curto prazo, o que aparentemente seria
bom conforme explicitado anteriormente, contudo, se uma empresa depende cada vez mais de
empréstimo à longo prazo para mover suas atividades, os lucros irão diminuir a cada ano por
causa do endividamento crescente, podendo chegar ao ponto de não poder pagar seus dividendos
em razão de ter que pagar juros e empréstimos anteriores, inclusive, numa situação crítica,
necessitar de empréstimos para financiar seu ativo circulante.
A Telefônica e a Tim vem apresentando médias equivalentes de composição do
endividamento, com 56,20% e 50,80% respectivamente, comparando estes percentuais com os
resultados positivos dos índices de rentabilidade, podemos supor que seus bons resultados podem
também estar relacionado à política de endividamento, com capital de terceiros abaixo de 50%,
sendo estes equilibrados em curto e longo prazo, o que proporcionam fôlego financeiro para mais
investimentos, impactando diretamente os índices de rentabilidade.
A Oi, de 2015 para 2016 alterou brutalmente sua política de endividamento, ao passo
que se endividou com capital de terceiros migrou de uma concentração maior de dívida de longo
prazo para uma altamente concentrada em curto prazo, podendo ser mais uma atividade da
recuperação judicial. A concentração a curto prazo em 2017 atingiu os elevados 83% da estrutura
de capital, o que poderá causar dificuldade num momento de reversão de mercado ainda mais na
atual crise da empresa, tendo poucas alternativas ao não ser vender seus estoques com uma
liquidação forçada a qualquer preço e assumir novas dívidas à curto prazo, que resultará em altos
juros, que por sua vez aumentará o endividamento num efeito dominó.
No período de analise (2013 a 2017) as empresas apresentaram as seguintes médias:
a) 26,40% do capital da Claro era composto por capital próprio e 73,60% por capital
de terceiros, sendo 28% à curto prazo e 72% à longo prazo, demonstrando uma dependência com
capital de terceiros elevada.
b) 1,60% do capital da Oi era composto por capital próprio e 98,40% por capital de
terceiros, sendo 83% à curto prazo e 17% à longo prazo, a de se destacar que em 2017 o índice de
capital de terceiros chegou a 120%, demonstrando uma empresa altamente endividada e em
situação crescente.
51
c) 65,6% do capital da Telefônica era composto por capital próprio e 34,4% por
capital de terceiros, sendo 56,2% à curto prazo e 43,8% à longo prazo, demonstrando que alem de
um bom resultado financeiro, possui margem para alavancar seu capital com aumento de capital
de terceiros, o que pode impactar em aumento de sua MLL que está em 10%.
d) 50,40% do capital da Tim era composto por capital próprio e 49,60% por capital
de terceiros, sendo 50,8% à curto prazo e 49,2% à longo prazo, demonstrando um equilíbrio
saudável nas proporções.
Percebem-se três realidades opostas: a Telefônica e a Tim bem estruturadas
financeiramente o que deve propiciar a manutenção do índice de rentabilidade; a Claro em
recuperação econômica, mas endividada com IE de 78% em 2017, podendo ser sinais de
investimento visando o aumento do retorno, contudo, com suas dívidas concentradas à longo
prazo afeta seus lucros devido ao aumento dos juros; e a Oi em situação altamente deficitária,
com 120% de endividamento com terceiros altamente concentrados à 83% de curto prazo está
numa crítica situação ainda mais se considerarmos seus baixos índices de rentabilidade.
4.4 Análise da Liquidez
ÍNDICES DE LIQUIDEZ
EMPRESA ÍNDICE
PERÍODO AVALIAÇÃO
2013 2014 2015 2016 2017 5 anos Em série temporal
Em corte transversal
2017
Claro S/A ILG 0,79 0,42 0,39 0,43 0,44 0,49 fraco fraco
ILC 1,38 0,91 0,79 0,47 0,74 0,86 aceitável fraco
Oi S/A ILG 0,70 0,88 0,66 0,49 0,40 0,63 fraco fraco
ILC 1,15 1,16 1,44 0,43 0,35 0,91 fraco fraco
Telefônica S/A ILG 0,81 0,76 0,77 0,78 0,77 0,78 aceitável bom
ILC 1,16 0,97 1,00 0,90 0,94 0,99 bom bom
Tim S/A ILG 1,00 0,83 0,79 0,74 0,72 0,82 bom bom
ILC 1,33 1,22 1,31 1,39 1,05 1,26 bom bom
SETOR ILG 0,82 0,72 0,65 0,61 0,59
ILC 1,26 1,07 1,13 0,80 0,77
Quadro 10 – Índices de Liquidez. Fonte: CVM (2018), adaptado pelo autor (2018).
52
Segundo Gitman (2010, p 51) a liquidez de uma empresa representa a “capacidade em
saldar as obrigações de curto prazo à medida que se tornam devidas”, diz respeito se será possível
pagar as contas em dia, desse modo, este índice é fortemente impactado pelo índice de
endividamento.
Demonstra-se a seguir na figura 12 o Índice de Liquidez Geral do setor de
telecomunicações do período de 2013 a 2017.
Figura 12: Índice de Liquidez Geral. Fonte: CVM (2018), adaptado pelo autor (2018).
Analisando a Liquidez Geral pode-se notar que com exceção da Tim, em 2013 as
operadoras apresentavam equilíbrio, com o índice em torno de 0,75, valor que somente a
Telefônica conseguiu manter nos cinco anos, mostrando uma política sólida frente à liquidez que
somado aos endividamentos controlados e a rentabilidade em crescimento, prevê-se que
continuará sendo a empresa líder do segmento.
A Tim, embora tenha apresentado queda de 1,00 para 0,77 continua com índice
considerado aceitável para setor que possui média de 0,68, além de que seus endividamentos
estão controlados como demonstrados pelo IEG de 50% e ICE de 51% (quadro 09).
A Claro e a Oi demonstram um resultado inferior à média do mercado, com 0,49 e 0,63
respectivamente, com destaque ao forte declínio apresentado pela Oi, consequência do alto
endividamento assumido como demonstrado pelo IEG (fig.10) que em 2017 apresentou 120%.
Por sua vez, a Claro depois de uma queda brusca de 2013 para 2014, vem demonstrando
53
estabilidade condizente com os outros índices financeiros, podendo ser sinal de uma mudança
positiva. Demonstra-se a seguir na figura 13 o Índice de Liquidez Corrente do setor de
telecomunicações do período de 2013 a 2017.
Figura 13: Índice de Liquidez Corrente. Fonte: CVM (2018), adaptado pelo autor (2018).
O Índice de Liquidez Corrente, assim como a Liquidez Geral, mede a capacidade de
saldar as obrigações, mas, em curto prazo. Destaca-se a empresa Oi, pois ao passo que aumentou
consideravelmente seu IEG (fig.10) de 81% para 120%, diminuiu seu ILC de 1,15 para 0,35,
desse modo, a medida que se endividou com mudança da sua política de composição do
endividamento, saltando de 31% para 84% a curto prazo, diminuiu sua capacidade de cumprir
suas obrigações de curto prazo.
A Telefônica e a Tim apresentam bons resultados, mostrando ter capacidade de honrar
seus compromissos imediatos.
Já a Claro, após queda de 1,38 em 2013 para 0,47 em 2016, apresentou sinais de
recuperação em 2017 motivado pela diminuição da dívida e aumento da rentabilidade.
4.5 Análise do desempenho financeiro das 4 principais Companhias do setor
4.5.1 Análise Financeira individual – Claro
Na dimensão Financeira, a empresa está numa situação de alerta, talvez a falácia popular
que vincula a palavra perigo no idioma Chinês à crise e oportunidade, seja a ideal para descrever
54
a situação da companhia, pois, embora em recuperação, com a margem líquida apresentando uma
melhora de 7% e o capital próprio de 16% em comparação a 2015, o que indica resgate do lucro,
apresenta um ROA abaixo da média, fechando o ano de 2017 com um índice de 2,1% negativo,
um ROE de 9,4% negativo, uma MLL de 4,3% negativo, índices bem abaixo dos concorrentes
Telefônica e Tim, ademais, se considerarmos que a Oi em estágio de recuperação judicial tem
seus resultados afetados, a Claro teria os piores índices de rentabilidade do setor, ainda mais se
considerado um endividamento 78% possivelmente fruto de elevadas despesas financeiras,
passivos assumidos provavelmente para sua operacionalização, cabe ressaltar que as despesas
financeiras chegaram a representar 22% de suas receitas brutas em 2015, média bem superior ao
do setor, o que afeta diretamente o seu resultado líquido, apresentando prejuízos anuais
consecutivos.
Contudo, no final do cenário sombrio, parece haver luz traduzida em oportunidade para
Claro, pois, conforme quadro 06, possui uma boa penetração no mercado, representando uma
média de 25% do Market Share de serviços como a telefonia fixa, telefonia móvel e banda larga
fixa, isso sem falar dos 50% que possui do serviço de TV por assinatura, desse modo, a empresa
tem um grande mercado consumidor, que se bem trabalhado pela administração, pode reverter a
situação econômica, o que parece já estar ocorrendo com a sua recuperação gradativa dos índices
de rentabilidades e liquidez, embora ainda negativos. Uma possível alternativa para o cenário
seria a abertura de capital, uma vez que no momento é a única das “quatro grandes” que possui o
capital fechado, sendo subsidiária da empresa mexicana America Movil S.A.B, pois como possui
um grande número de clientes, logo, um bom valor de marca, poderia conseguir um bom IPO
(Oferta inicial na bolsa de valores) e consideráveis incrementos de capital com a comercialização
de ações ordinárias.
4.5.2 Análise Financeira individual - Oi
A Empresa enfrenta uma crítica situação, em 2016 entrou em recuperação judicial, e
seus dados financeiros demonstram uma empresa altamente endividada, com seu Índice de
Endividamento Geral atingindo os incríveis 120% em 2017 com aumento de 23 pontos
percentuais se comparado ao ano de 2015, sendo que destes, 83% concentrados à curto prazo,
tendo auferido no mesmo ano uma Margem Operacional negativa de 10% o que demonstra
55
ineficiência operacional. Possui a menor participação de mercado de Receita Bruta se comparado
com as “quatro grandes” do setor com 17,2%, contudo, mesmo em dificuldades consegue
penetração de 32,5% do mercado de telefonia Fixa, 24,1% de Telefonia Móvel, e 20,4% de banda
Larga Fixa.
Em 2016 teve prejuízo de R$ 8.205.578 bi. e em 2017 de R$ 6.656.162 bi, valores
expressivos que o plano de recuperação judicial aprovado em janeiro de 2018 tentará reverter.
Talvez o início da nova fase já tenha começado, segundo dados da CVM (2018) após
reestruturação da dívida a empresa teve lucro de R$30,5 bilhões no 1º trimestre de 2018,
diminuindo de R$47,6 bilhões em dezembro de 2017 para R$13,5 bilhões em março de 2018.
4.5.3 Análise Financeira individual - Telefônica
Percebe-se que a Empresa possui um desempenho financeiro positivo e crescente,
estando numa confortável situação, ainda mais se considerar seu nível de endividamento estável e
baixo, e com seu CMV/CSP em queda (quadro 08), assim, seu retorno financeiro está
aumentando e seus custos com vendas/serviços diminuindo, o que se traduz num aumento do
Lucro bruto, somado a uma boa Margem de Lucro Operacional que representa eficiência na
administração e um bom Lucro antes do imposto de Renda (LAIR) o que representa controle das
receitas financeiras, acaba por conseguir um bom resultado de Lucro líquido e manutenção de
uma boa liquidez, impactando positivamente sua MLL.
Pode-se dizer que além de remunerar o Ativo e o Capital Próprio no tempo presente,
tendo uma boa e crescente participação de market share, atingindo em agosto de 2018, 32% do
mercado, com 6,9% a mais que o segundo colocado, ainda mais se considerarmos que a diferença
em 2015 era de apenas 2,7%, a companhia garante aos seus investidores e credores que
continuará em situação confortável nos próximos anos.
Contudo, considerando a instabilidade econômica brasileira e o avanço das novas
tecnologias disruptivas que tem afetado todo o setor, inclusive levando a telefônica a perder 5
milhões de usuários de telefonia móvel de 2014 para 2017, é necessário um planejamento de
curto à longo prazo para que se definam diretrizes de como enfrentar esse novo cenário, se
incorporando essas novas tecnologias aos produtos oferecidos, se enfrentando-as comercialmente
o que não é aconselhável, pois não se “nada contra a maré”, ou se adaptando seus produtos,
56
assimilando os novos entrantes do mercado, o que aparentemente já esteja ocorrendo, como por
exemplo, a Vivo, além de vender pacotes tradicionais de TV por assinatura comercializa de
forma agregada a Vivo Play, a Claro a Claro Now e a Oi a Oi Play, sendo serviços de vídeo sob
demanda transmitido em multiplataforma, seja em smartphone, microcomputadores, videogames
ou em Smart-TV, contudo, esses serviços ainda dependem do usuário assinar pacotes de TV por
assinatura, diferentes da Prime Vídeo da Amazon ou Netflix que disponibilizam apenas o serviço
streaming via internet, as tornando mais competitivas de acordo com as novas tendências
mercadológicas de conectividade.
Há de se destacar que ao apresentar uma baixa margem de endividamento, demonstra
que pode estar perdendo oportunidade de captar recursos de capital com terceiros objetivando
aumentar ainda mais sua rentabilidade.
4.5.4 Análise Financeira individual - Tim
A empresa apresenta um bom equilíbrio financeiro, com boa gestão de seus
endividamentos, apresentando um IEG em 2017 de 44%, nível que indica que o capital de
terceiros utilizado para impactar o ativo está sob controle, ainda mais se considerarmos sua
composição de endividamento em 50%, demonstrando que suas dívidas estão distribuídas
igualmente a curto e longo prazo, situação considerável saudável pelo mercado. Ademais a
situação positiva apresentada na MLL pode ser indicativo que a empresa está financiando o seu
crescimento, o que é algo de além de ser positivo tende ao crescimento do ROA, mesmo tendo
apresentado um leve queda em 2016.
Contudo, a folga em relação ao mercado pode não ser motivo para tranquilidade, pois,
mesmo tendo a segunda melhor saúde financeira, seu Market Share além de ser o menor entre as
“quatro grandes” operadoras vem apresentando queda, representando perda espaço num mercado
extremamente concorrido.
Entretanto suas demonstrações contábeis, extraídas do site da CVM, demonstra que sua
receita operacional bruta em 2015 foi de 17.138.851 bi; em 2016 foi de 15.617.413 bi e; em 2017
foi de 16.233.959 bi, desse modo as receitas de vendas se mantiveram, mesmo apresentando
queda na margem operacional de 2,3% ao ano; queda na margem líquida de 1,3% ao ano, ainda
mais considerando que o Lucros antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização
57
(LAJIDA) caiu de 3.244.217 bi em 2015 para 1.933.352 bi em 2017, ou seja, uma queda de
40,40%, com aumento negativo do resultado financeiro de (- R$264.378) para (- R$497.836).
Conclui-se que como suas receitas de vendas não aumentaram, e suas margens
operacionais e liquidas diminuíram, embora em aparente situação financeira confortável, a
empresa está tendo um aumento das despesas administrativas e financeiras que precisa ser
amenizado, caso contrário os índices de rentabilidades irão se desequilibrar e afetar todos os
demais índices como endividamento e liquidez entrando num ciclo perigoso, desse modo,
políticas no nível estratégico da companhia que visem o ajuste precisam ser tomadas, seja de
governanças corporativas ou até em investimentos em tecnologias disruptivas para que desse
modo o nível tático possa desenvolver estratégias de marketing objetivando a retomada do
marketing share e o nível operacional ações comerciais que garantem a retomada das receitas
brutas.
4.6 Análise do desempenho Financeiro do Setor de Telecomunicações
Para uma análise mais detalhada, cabe trazer à tona a evolução dos índices de
Rentabilidade do período de 2010 a 2017, não apenas das quatro maiores companhias, mas sim
de todo o setor, assim demonstrado:
Figura 14: ROA, ROE e ROI do Setor de Telecomunicações. Fonte: TELEBRASIL (2018, p. 98), adaptado pelo
autor (2018)
58
Apresenta-se na figura 14 a dimensão do ROI, sendo uma métrica utilizada para
identificar o quanto a empresa retornou dos investimentos. Percebe-se que desde 2010 o índice
vem obtendo forte queda, demonstrando que as telecomunicações tem apresentado um déficit no
retorno do capital investido, alarmando os investidores, fazendo com que avaliem se não é mais
prudente o investimento em outro setor, ademais de 2015 a 2017 vem apresentando um resultado
a descoberto se traduzindo em prejuízo frente aos investimentos.
O ROA e o ROI vem apresentando uma piora em seus resultados muito provavelmente
devido ao efeito dos resultados da Companhia Oi, que por estar em situação deficitária, acabou
arrastando o índice geral do setor para baixo.
Contudo, se observar a figura 15 que demonstra a evolução da quantidade de acessos de
telefonia celular e sua densidade demográfica, pode-se supor outra causa que explique a queda dos
índices.
Figura 15: Quantidade de Acessos SMP (Celulares) e Densidade de 2000 a 2017. Fonte: TELEBRASIL (2018, p.
98), adaptado pelo autor (2018). Notas: Em milhões de Acessos. Densidade por 100 hab. A densidade foi calculada
utilizando a estimativa do IBGE para a população no último mês do período.
Percebe-se que o produto de maior representatividade em números de contratos do setor,
a telefonia móvel, com 73% do volume (fig. 16) embora obteve um forte crescimento nas ultimas
décadas, saindo de 23,2 milhões de usuários quando apresentava uma densidade de 13,4% da
população, para depois de apenas 14 anos atingir incríveis 280,7 milhões de linhas ativas com
densidade em 2014 de 138%. Entretanto a partir desse mesmo ano, começou a apresentar
59
consecutivas quedas, perdendo milhões de acessos, ao mesmo tempo em que o índice ROI
apresentou resultados inferiores ano a ano, com uma considerável perda, saindo de 10% positivos
para percentuais negativos.
Demonstra-se a seguir na figura 16 a representatividade por mix de produto
comercializado do setor de telecomunicações no segundo trimestre de 2018, apresentando que
73% do mix é representado pela telefonia móvel celular.
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Figura 16: Representatividade por Serviço do Setor de Telecomunicações. Fonte: TELEBRASIL (2018, p. 07),
adaptado pelo autor (2018)
Ao detalhar a queda de número de contratos de telefonia móvel, verifica-se que a perda
foi de todo o setor e não de uma operadora específica, o que seria prudente dado a situação
financeira da empresa Oi, contudo, conforme demonstrado a seguir, figura 17, o setor como um
todo apresentou queda de 44.2 milhões de acessos de 2014 para 2017, com a Tim perdendo 17,1
mi, a Claro e a Oi outros 12 mi cada uma, e a Telefônica/Vivo perda de 5 mi.
Figura 17: Quantidade de Acessos SMP (Celulares) por Prestadora de 2013 a 2017. Fonte: TELEBRASIL (2018, p.
99), adaptado pelo autor (2018). Nota: Em milhões de acessos. Outros: Sercomtel, Aeiou e Porto Seguro.
Serviço Assinantes
Celulares 235,1 milhões
Telefonia Fixa 40,2 milhões
Banda Larga Fixa 30,4 milhões
TV por Assinatura 17,9 milhões
Total 323,7 milhões
60
Desse modo, não há consistência afirmar que a queda dos índices de rentabilidade se deu
apenas devido ao problema financeiro da Oi, pois todo o setor teve um decréscimo, logo, cabe
analisar como o setor se comportou frente ao PIB – Produto Interno Bruto.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2017) o PIB brasileiro
cresceu 1,0% em 2017 após dois anos consecutivos de retração, demonstrando que a economia
nacional começou a recuperar em 2017, conforme demonstrado a seguir, na figura 18, que
apresenta a evolução do PIB nacional do período de 2010 a 2017.
Figura 18: Evolução do PIB do Brasil. Fonte: IBGE (2017), adaptado pelo autor (2018). Nota: ano a ano em %
Desse modo o setor não acompanhou a evolução do PIB, o que permite dizer que a
queda dos índices de rentabilidade não esteve diretamente relacionada ao crescimento econômico
do país.
Como o desempenho das telecomunicações não estão diretamente relacionadas com o
crescimento econômico, detalhou-se o setor de serviços, o qual as telecomunicações estão
inseridas, através da Pesquisa Anual de Serviços (IBGE, 2017), percebeu-se então que em 2007 a
atividade respondia por 18,9% da geração de receita no setor e em 2016 a participação caiu para
10,9%, sendo a primeira vez na série histórica da pesquisa que as telecomunicações deixaram de
liderar o segmento de serviços.
A seguir, na figura 19 nota-se que a perda de representatividade das telecomunicações
tem sido gradativa, demonstrando que ao longo do tempo, a atividade tem perdido
representatividade para outras atividades.
61
Figura 19 – Participação % das Atividades de telecomunicações na receita de serviços. Fonte: IBGE (2017),
adaptado pelo autor (2018). Nota: ano a ano em %
O Instituto que aferiu a pesquisa apontou que “esse resultado se deve ao movimento
combinado de queda das telecomunicações e simultaneamente de relativo crescimento de
serviços técnico-profissionais” (IBGE, 2017). Os serviços técnico-profissionais que englobam
empresas de consultorias, escritórios de advocacia, contabilidade, entre outros, teve participação
de 11,1%, assumindo a liderança do ranking. Ao explicar o que pode ter levado à queda das
telecomunicações o Instituto cita, “os serviços de Telecom, além do efeito da conjuntura
recessiva, sofrem o impacto da mudança de padrões de consumo que substituem a telefonia por
tecnologias de comunicação mais baratas com base na internet” (IBGE, 2017).
A seguir, na figura 20 demonstra-se o exponencial crescimento de número de contratos
do produto de Banda Larga Fixa e Banda Larga Móvel, produtos estes fundamentais para o
funcionamento das tecnologias baseadas na internet, em detrimento dos contratos de TV por
assinatura e telefonia fixa dos últimos cinco anos. Apresenta também que em 2010 24,7 mi de
usuários utilizavam a internet fixa e 14,6 mi utilizavam a móvel, já em 2017 o resultado se
inverteu, enquanto 41,8 mi. de clientes utilizavam a internet fixa, incríveis 189 mi. utilizavam a
internet móvel, ou seja, a internet móvel cresceu abruptamente se tornando o produto de maior
representatividade, alavancando inclusive a telefonia móvel pois é a plataforma onde o produto é
disponibilizado, ou seja, se utiliza mais a telefonia móvel para acessar conteúdos da internet
móvel que para efetuar ligações.
62
Figura 20: Evolução da Quantidade de Contratos dos Produtos de TV por Assinatura, Telefonia Fixa, Banda Larga
Fixa e Banda Larga Móvel de 2019 a 2017. Fonte: TELEBRASIL (2018, p.88; 98; 103; 122), adaptado pelo autor
(2018). Notas: Em milhões de Acessos. Densidade por 100 hab. A densidade foi calculada utilizando a estimativa do
IBGE para a população no último mês do período
As tecnologias de comunicação baseadas na internet estão diretamente relacionadas às
novas tecnologias disruptivas, que são inovações tecnológicas que transformam todo o setor
existente, como a empresa Uber transformou o mercado de taxis, ou para uma realidade das
empresas de telecomunicações, como a Netflix vem transformando o mercado de TV por
assinatura e o Watsapp vem transformando o mercado de assinatura de telefonia móvel, pois
apresenta novos meios de comunicação tanto via mensagens ou áudio, o que explica o motivo dos
números de usuários de Telefonia Móvel (fig.15), TV por Assinatura e Telefonia Fixa (fig.20),
estar caindo, enquanto os de Banda Larga Fixa e Banda Larga móvel (fig.20) estarem subindo.
Um terceiro fator, que pode ser considerado como consequência aos apresentados
também pode ter influenciado a queda da rentabilidade, pois, o setor que tem apresentado perda
de liquidez nos últimos anos (quadro 09) ao passo que o endividamento geral tem aumentado
(quadro 10) impactando negativamente a rentabilidade (quadro 07).
Ressalta-se que numa economia estável, as empresas com índices de endividamento
relativamente elevados tem retornos esperados maiores, efeito da alavancagem financeira, mas se
63
expõe ao risco de perda quando a economia entra em recessão ou está em recuperação, que é o
caso brasileiro, assim, as empresas com baixos índices de endividamento possuem menos risco,
mas perdem a oportunidade de alavancar seu retorno sobre o patrimônio, alem disso, é necessário
considerar como está o setor em análise, suas particularidades de endividamento e suas
características de aporte financeiro.
Cabe frisar que o aumento do índice de endividamento seria apropriado semente se os
índices de rentabilidade aumentassem numa proporção maior que o próprio endividamento.
O mercado das telecomunicações brasileiro demonstra que empresas que possuem uma
vida econômica saudável como a Telefônica e a Tim, possuem margem de endividamento baixa,
com sua composição equilibrada entre curto e longo prazo; a que está apresentando sinais de
pequena recuperação econômica, a claro, possui margem que para os nossos padrões econômicos
são altos, com suas dívidas concentradas à longo prazo e; a empresa em situação deficitária, a Oi,
possui margem extremamente elevada, com suas dívidas altamente concentradas à curto prazo
afetando diretamente sua liquidez.
Demonstra-se a seguir na figura 21 a comparação entre o Índice de Liquidez Corrente e
o Índice de Liquidez Geral do setor de telecomunicações do período de 2013 a 2017,
apresentando que o setor vem perdendo liquidez nos últimos anos.
Figura 21: Comparação entre os Índices de Liquidez Corrente e Geral do Setor de Telecomunicações. Fonte: CVM
(2018), adaptado pelo autor (2018).
Percebe-se que se trata de um setor que tem apresentado perda de liquidez nos últimos
anos (quadro 10) ao passo que o endividamento geral tem aumentado (figura 10) impactando
64
negativamente a rentabilidade (quadro.07), contudo, essa queda de liquidez tem sido provocada
pelos índices da companhia Oi com déficits consecutivos e da Claro que embora em recuperação
ainda apresenta dados abaixo da média, diferentes da Telefônica e da Tim que vem mantendo um
patamar equilibrado.
Desse modo, embora a análise da liquidez do setor demonstra um efeito dominó onde a
baixa liquidez provoca um alto endividamento impactando a rentabilidade, não seria assertivo
considerar apenas esse fator, pois essa situação vem ocorrendo devido aos resultados fora do
comum da empresa Oi conforme figuras 12 e 13 o que distorce o resultado geral
65
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este Trabalho procurou identificar como está o desempenho financeiro das quatro
principais companhias do setor de telecomunicações brasileiro, Claro Telecom Participações S/A,
Oi S/A, Telefônica Brasil S/A e Tim Participações S/A.
O trabalho foi elaborado tendo como base as Demonstrações Contábeis Financeiras das
Companhias disponíveis no site da Comissão de Valores Mobiliários, sendo delas extraídas os
índices de rentabilidade, endividamento e liquidez, com recorte histórico de 2015 a 2017.
Demonstrou-se existir duas realidades opostas, a Telefônica e a Tim em situação
superavitária apresentando índices elevados de rentabilidade e baixos de endividamento, com
uma alta liquidez e a Claro e a Oi em situação deficitária, possuindo baixas rentabilidades, altos
índices de endividamento e baixa liquidez.
Contudo, ao analisar o setor como um todo se percebe que os índices financeiros estão
em queda podendo ser possível concluir que não se trata diretamente da relação da situação
econômica do país, pois o PIB recuperou em 2017, entretanto, pode-se supor outros motivos,
como: a situação deficitária da empresa Oi, que em recuperação judicial e com resultados
negativos expressivos acabou derrubando o índice geral; e a queda dos números de usuários do
principal produto do setor, a telefonia móvel que representa 72% do catalago, que segundo o
IBGE se deve ao impacto da mudança dos padrões de consumo, pois a telefonia tem sido
substituída gradativamente por tecnologias de comunicação mais baratas baseadas na internet, o
que tem levado à redução do crescimento de receitas, provocando a perda de liquidez devido ao
aumento do endividamento em face de necessidade de mais investimento para o retorno, e como
num efeito dominó afeta a rentabilidade.
Desse modo, entende-se que o objetivo principal foi atendido, ficando demonstrado que
se trata de um setor altamente competitivo possuindo quatro grandes empresas que representam
juntas 89,9% das Receitas Brutas do mercado, 96% do mercado de Telefonia Fixa, 97,7% do
mercado de Telefonia Móvel, 77,6% do mercado de Banda Larga Fixa e 67,8% do mercado de
TV por Assinatura, desse modo, as quatro empresas quase que monopolizam o setor. Além de
competitivo, é um mercado com um futuro desafiador, devido ao surgimento de novas
tecnologias disruptivas que podem suplantar as tradicionais, além disso, um mercado onde um
66
bom Market Share não garante retono financeiro, como é o caso da Claro, que detêm grande fatia
contudo não vem entregando um resultado financeiro positivo.
Considerando que o presente estudo não utilizou software de análise de dados apurados,
sugere-se novos estudos que apliquem técnicas de comparação quantitativa mais apuradas
visando confirmar ou não os resultados obtidos.
67
REFERÊNCIAS
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69
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em: 07 jun. 2018
TELEFÔNICA. Quem somos, 2018. Disponível em: <http://www.telefonica.com.br/>. Acesso
em: 07 jun. 2018
TIM. Sobre a Tim, 2018. Disponível em: <http://www.tim.com.br/sp/sobre-a-tim/institucional/>.
Acesso em: 07 jun. 2018
70
Anexos
71
Anexo A
72
ANEXO A
PROTOCOLOS DE AUTENTICIDADE DE DADOS CVM
EMPRESA 2013 - 2014 2015 - 2016 - 2017
CLARO
PARTICIPAÇÕES
S/A
Protocolo
nº023531DFP311220150100054533-66
Protocolo
nº023531DFP311220170100072778-78
Data do Documento: 31/12/2015 Data do Documento: 31/12/2017
Data do Envio: 28/03/2016 Data do Envio: 27/03/2018
EMPRESA 2013 2014
OI S.A.
Protocolo
nº011312DFP311220140100045350-77
Protocolo
nº011312DFP311220150100054404-77
Data do Documento: 31/12/2014 Data do Documento: 31/12/2015
Data do Envio: 27/03/2015 Data do Envio: 24/03/2016
EMPRESA 2015 - 2016 - 2017
OI S/A
Protocolo
nº011312DFP311220170100073285-70
Data do Documento: 31/12/2017
Data do Envio: 12/04/2018
EMPRESA 2013 - 2014 2015 - 2016 - 2017
TELEFONICA
BRASIL S/A
Protocolo
nº017671DFP311220150100053605-74
Protocolo
nº017671DFP311220170100071637-76
Data do Documento: 31/12/2015 Data do Documento: 31/12/2017
Data do Envio: 24/02/2016 Data do Envio: 21/02/2018
EMPRESA 2013 - 2014 2015 - 2016 - 2017
TIM BRASIL
PARTICIPAÇÕES
S/A
Protocolo
nº017639DFP311220150100053230-75
Protocolo
nº017639DFP311220170100071348-79
Data do Documento: 31/12/2015 Data do Documento: 31/12/2017
Data do Envio: 04/02/2016 Data do Envio: 05/02/2018
Fonte: CVM (2018), adaptado pelo autor (2018).
73
Anexo B
ANEXO B
ATIVO 2013 2014 2015 2016 2017 PASSIVO 2013 2014 2015 2016 2017
Realizável Financeiros
Disponibilidade 466.255 141.990 546.639 51.557 154.744 Empréstimos e Financiamentos 27 418.207 2.202.796 327.794 383.540
Aplicações Financeiras 4.403.502 - - - - Duplicatas Descontadas - - - - -
Outros Créditos - - - - - Outras Contas não Operacionais 3.578.395 981.330 2.693.157 9.346.032 2.792.342
Outras Contas Não Operacionais - - - - - 3.578.422 1.399.537 4.895.953 9.673.826 3.175.882
4.869.757 141.990 546.639 51.557 154.744
Operacional
Ativo Circulante Fornecedores 3.362.729 7.015.398 6.959.540 7.435.876 7.127.222
Clientes 2.613.770 5.442.665 5.574.453 5.324.344 5.377.771 Impostos 468.298 819.346 95.648 149.142 186.115
P.D.D - - - - - Salários e Encargos a Pagar - - - - -
Outros Ativos 763.312 1.122.774 1.822.960 1.553.651 1.431.719 Adiantamento de Clientes - - - - -
Estoques 617.764 677.418 508.179 524.652 396.719 Outras Operacionais - - - - -
- - - - - Provisões 77.525 432.806 453.833 390.267 400.941
Impostos a Recuperar 1.455.010 1.423.430 1.319.633 722.970 638.792 3.908.552 8.267.550 7.509.021 7.975.285 7.714.278
Despesas Antecipadas - - - 141.879 77.108 Passivo Circulante 7.486.974 9.667.087 12.404.974 17.649.111 10.890.160
5.449.856 8.666.287 9.225.225 8.267.496 7.922.109 Exigível Longo Prazo
Ativo Circulante 10.319.613 8.808.277 9.771.864 8.319.053 8.076.853 Empréstimos e Financiamentos 9.180 3.549.266 2.727.720 250.970 3.855.261
Outros 9.536.211 25.310.599 31.916.451 22.804.732 27.442.634
Realizavel a Longo Prazo Tributos Diferidos 7.033 62.959 150.488 266.810 286.084
Contas a Receber - - - - - Provisões 3.547.808 5.480.050 6.454.902 7.295.613 7.769.364
Tributos Diferidos - - - - - Lucros e Receitas a Apropriar - - - - -
Despesas Antecipadas - - - - - 13.100.232 34.402.874 41.249.561 30.618.125 39.353.343
Créditos com Partes Relacionadas - - - - -
Outros Ativos Não Circulantes 5.913.973 9.667.959 11.150.999 12.577.449 13.977.752 Patrimônio Líquido
5.913.973 9.667.959 11.150.999 12.577.449 13.977.752 Capital Social Realizado 6.840.569 6.840.569 7.633.569 9.509.569 9.509.569
Reservas de Capital - - - - -
Ativo Permanente Reservas de Lucros 3.393.920 40.285 (549.617) (709.622) (709.662)
Investimentos 4.423.733 2.608.429 4.514.462 1.330.329 1.328.580 Lucro ou prejuízo acumulado (2.069.297) - - (696.281) (1.310.868)
Imobilizado 9.290.783 29.888.208 31.426.104 30.434.067 30.318.007 Outros Resultados Abrangentes - (25.249) (8.197) (98.976) (57.138)
Intangível 2.063.665 10.646.868 11.302.774 11.403.507 11.059.435 Participação dos Acionistas ñ c 3.259.369 10.694.175 7.435.913 7.792.479 7.085.223
15.778.181 43.143.505 47.243.340 43.167.903 42.706.022 11.424.561 17.549.780 14.511.668 15.797.169 14.517.124
Total 32.011.767 61.619.741 68.166.203 64.064.405 64.760.627 Total 32.011.767 61.619.741 68.166.203 64.064.405 64.760.627
- - - - -
FONTE: CVM (2018) adaptado pelo autor (2018)
BALANÇO PATRIMONIAL
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
BP - BALANÇO PATRIMONIAL
CLARO TELECOM PARTICIPAÇÕES S/A
ANEXO B
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
DRE - DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
CLARO TELECOM PARTICIPAÇÕES S/A
DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO 2013 2014 2015 2016 2017
Receita Operacional Bruta 13.803.149 13.966.875 33.695.510 32.478.959 32.006.226
Devoluçõe e Abatimentos - - - - -
Impostos de Vendas - - - - -
Receita Operacional Líquida 13.803.149 13.966.875 33.695.510 32.478.959 32.006.226
Custo Mercadoria Vendida (9.989.751) (8.898.259) (20.773.664) (20.529.321) (19.877.074)
Lucro Bruto - EBITDA 3.813.398 5.068.616 12.921.846 11.949.638 12.129.152
Despesas com Vendas (3.301.548) (3.528.230) (7.136.793) (7.172.799) (7.266.493)
Despesas Gerais e Administrativas (834.651) (1.159.993) (3.588.037) (3.793.289) (3.702.000)
Outras Receitas Administrativas 538.352 556.392 811.100 940.300 1.012.346
Outras Despesas Administrativas (122.054) (135.110) (333.228) (298.231) (240.199)
Resultado de Equivalência Patrimonial 48.755 (46.253) 40.502 (211.054) (1.780)
Lucro Antes dos Juros e Imposto de Renda - LAJIDA 142.252 755.422 2.715.390 1.414.565 1.931.026
Depreciação e Amortização - - - - -
Lucro Operacional - EBIT 142.252 755.422 2.715.390 1.414.565 1.931.026
Receita/Despesas não Operacional (1.916.585) (2.305.602) (7.353.773) (3.730.007) (3.860.987)
Lucro Antes do Imposto de Renda (1.774.333) (1.550.180) (4.638.383) (2.315.442) (1.929.961)
Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro 510.527 467.802 1.082.045 637.005 558.762
Resultado Líquido das Operações Continuadas (1.263.806) (1.082.378) (3.556.338) (1.678.437) (1.371.199)
Resultado Líquido de Operações Descontinuadas - - - -
- - - -
Lucro/Prejuízo Líquido (1.263.806) (1.082.378) (3.556.338) (1.678.437) (1.371.199)
DISTRIBUIÇÃO DOS RESULTADOS 2013 2014 2015 2016 2017
Lucro/Prejuízo do Exerício 1.263.806 1.082.378 3.556.338 1.678.437 1.371.199
Atribuído a Sócios da Empresa Controladora (936.364) (619.521) (555.223) (857.711) (614.587)
Atribuído a Sócios Não Controladores (327.442) (462.857) (3.001.115) (820.726) (756.612)
Restos a Distribuir - - - - -
DEMONSTRATIVO DE AÇÕES ON E PN 2013 2014 2015 2016 2017
AÇÕES TOTAIS 141,926 141,926 160,215 203,584 203,584
ON 141,926 141,926 160,215 203,584 203,584
PN 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
LPA (8,905) (7,626) (22,197) (8,244) (6,735)
FLUXO DE CAIXA 2013 2014 2015 2016 2017
Dividendos e JSCP - - - - -
Dividendos e JSCP Pagos - - - - -
FONTE: CVM (2018) adaptado pelo autor (2018)
76
Anexo C
ANEXO C
ATIVO 2013 2014 2015 2016 2017 PASSIVO 2013 2014 2015 2016 2017
Realizável Financeiros
Caixa e Equivalentes de Caixa 2.424.830 2.449.206 14.898.063 7.563.251 6.862.684 Empréstimos e Financiamentos 4.158.708 4.463.728 11.809.598 48.086.287 54.515.233
Aplicações Financeiras 492.510 171.415 1.801.720 116.532 21.447 Duplicatas Descontadas - - - - -
Outros Créditos - - - - - Outras Contas não Operacionais 4.158.455 31.346.634 6.594.018 4.250.569 3.232.134
Outras Contas Não Operacionais - - - - - 8.317.163 35.810.362 18.403.616 52.336.856 57.747.367
2.917.340 2.620.621 16.699.783 7.679.783 6.884.131
Operacional
Ativo Circulante Fornecedores 4.732.174 4.336.566 5.222.423 6.578.219 7.627.169
Clientes 7.096.679 7.450.040 8.009.806 7.891.078 7.367.442 Impostos 432.317 477.282 339.624 472.959 567.129
P.D.D - - - - - Salários e Encargos a Pagar 650.982 744.439 660.415 668.498 924.560
Outros Ativos Circulantes 6.575.386 37.640.446 11.227.909 8.450.005 7.811.879 Adiantamento de Clientes - - - - -
Estoques 432.633 478.499 351.993 355.002 253.624 Outras Operacionais - - - - -
- - - - - Provisões 1.407.821 1.188.183 1.484.510 1.229.228 1.025.382
Impostos a Recuperar 907.140 1.097.189 1.062.852 1.542.171 1.123.510 7.223.294 6.746.470 7.706.972 8.948.904 10.144.240
Despesas Antecipadas - - 293.036 293.689 307.162 Passivo Circulante 15.540.457 42.556.832 26.110.588 61.285.760 67.891.607
15.011.838 46.666.174 20.945.596 18.531.945 16.863.617 Exigível Longo Prazo
Ativo Circulante 17.929.178 49.286.795 37.645.379 26.211.728 23.747.748 Empréstimos e Financiamentos 31.694.918 31.385.667 48.047.819 - -
Outras Obrigações 6.484.500 5.115.014 5.173.302 4.412.747 3.792.385
Realizavel a Longo Prazo Tributos Diferidos - - - 1.763.696 3.076.923
Caixa Restrito 99.129 111.285 125.966 169.473 114.839 Provisões 4.852.058 4.420.120 4.116.647 5.175.821 7.390.644
Tributos Diferidos 8.274.432 7.625.772 831.853 - - Lucros e Receitas a Apropriar - - - - -
Despesas Antecipadas - - 71.194 11.195 28.239 43.031.476 40.920.801 57.337.768 11.352.264 14.259.952
Créditos com Partes Relacionadas - - - - -
Outros Ativos Não Circulantes 14.913.915 16.255.855 16.693.321 9.402.557 9.272.368 Patrimônio Líquido
23.287.476 23.992.912 17.722.334 9.583.225 9.415.446 Capital Social Realizado 7.471.209 21.438.220 21.438.374 21.438.374 21.438.374
Reservas de Capital 1.873.099 1.610.071 7.711.282 7.711.282 7.711.282
Ativo Permanente Reservas de Lucros 2.323.992 1.933.354 - - -
Investimentos 173.640 148.411 154.890 135.652 136.510 Lucro ou prejuízo acumulado - (4.024.184) (27.942.938) (35.970.906) (42.335.925)
Imobilizado 24.786.286 25.670.026 25.497.191 25.905.305 26.988.647 Res. Abrangentes / ajus. Ava. patr (144.162) (3.155.169) (35.287) (635.630) (619.711)
Intangível 3.919.491 3.690.978 4.790.540 4.136.231 8.350.685 Participação dos Acionistas ñ c - 1.509.197 1.190.547 790.997 293.457
28.879.417 29.509.415 30.442.621 30.177.188 35.475.842 11.524.138 19.311.489 2.361.978 (6.665.883) (13.512.523)
Total 70.096.071 102.789.122 85.810.334 65.972.141 68.639.036 Total 70.096.071 102.789.122 85.810.334 65.972.141 68.639.036
- - - - -
Fonte: CMV (2018) adaptado pelo autor (2018)
BALANÇO PATRIMONIAL
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
BP - BALANÇO PATRIMONIAL
OI S/A
ANEXO C
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
DRE - DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
OI S/A
DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS 2013 2014 2015 2016 2017
Receita Operacional Bruta 28.422.147 28.247.099 27.353.765 25.996.423 23.789.654
Devoluçõe e Abatimentos - - - - -
Impostos de Vendas - - - - -
Receita Operacional Líquida 28.422.147 28.247.099 27.353.765 25.996.423 23.789.654
Custo Mercadoria Vendida (15.259.215) (15.229.602) (15.308.634) (16.015.520) (14.986.250)
Lucro Bruto 13.162.932 13.017.497 12.045.131 9.980.903 8.803.404
Despesas com Vendas (5.571.891) (5.611.772) (4.744.518) (4.428.162) (4.442.837)
Despesas Gerais e Administrativas (3.581.544) (3.751.410) (3.832.995) (3.750.914) (3.136.808)
Outras Receitas Administrativas 3.193.024 4.466.914 1.630.056 1.756.100 1.985.101
Outras Despesas Administrativas (1.898.154) (2.440.710) (2.373.395) (4.944.079) (5.569.455)
Resultado de Equivalência Patrimonial (17.750) (5.881) (21.883) (5.118) (433)
Lucro Antes dos Juros e Imposto de Renda - LAJIDA 5.286.617 5.674.638 2.702.396 (1.391.270) (2.361.028)
Depreciação e Amortização - - - - -
Lucro Operacional - LAIR 5.286.617 5.674.638 2.702.396 (1.391.270) (2.361.028)
Receita/Despesas não Operacional (3.274.448) (4.546.565) (8.403.100) (3.688.511) (3.196.512)
Lucro Antes do Imposto de Renda - LAIR 2.012.169 1.128.073 (5.700.704) (5.079.781) (5.557.540)
Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro (519.154) (1.119.955) (715.039) (3.125.797) (1.098.622)
Resultado Líquido das Operações Continuadas 1.493.015 8.118 (6.415.743) (8.205.578) (6.656.162)
Resultado Líquido de Operações Descontinuadas - (4.414.539) 1.068.142 -
- - - -
Lucro/Prejuízo Líquido 1.493.015 (4.406.421) (5.347.601) (8.205.578) (6.656.162)
DISTRIBUIÇÃO DOS RESULTADOS 2013 2014 2015 2016 2017
Lucro/Prejuízo do Exerício 1.493.015 (4.406.421) (5.347.601) (8.205.578) (6.656.162)
Atribuído a Sócios da Empresa Controladora (1.493.015) 4.407.711 4.934.908 8.027.968 6.365.019
Atribuído a Sócios Não Controladores - (1.290) 412.693 177.610 291.143
Restos a Distribuir - - - - -
DEMONSTRATIVO DE AÇÕES ON E PN 2013 2014 2015 2016 2017
AÇÕES TOTAIS 1.797,087 858,472 825,761 825,761 825,761
ON 599,009 286,155 668,034 668,034 668,034
PN 1.198,078 572,317 157,727 157,727 157,727
LPA 0,831 (5,133) (6,476) (9,937) (8,061)
FLUXO DE CAIXA 2013 2014 2015 2016 2017
Dividendos e JSCP 1.280.162 5.172 57.608 37.806 59.462
Dividendos e JSCP Pagos (1.280.162) (5.172) (57.608) (37.806) (59.462)
Fonte: CMV (2018) adaptado pelo autor (2018)
79
Anexo D
ANEXO D
ATIVO 2013 2014 2015 2016 2017 PASSIVO 2013 2014 2015 2016 2017
Realizável Financeiros
Disponibilidade 101.921 64.010 233.742 198.369 117.799 Empréstimos e Financiamentos 1.523.713 2.264.518 2.342.991 4.663.479 3.033.441
Aplicações Financeiras 6.442.015 4.628.679 5.103.103 4.906.741 3.932.539 Duplicatas Descontadas - - - - -
Outros Créditos - - - - - Outras Contas não Operacionais 2.985.315 3.557.967 3.936.262 4.448.853 3.492.384
Outras Contas Não Operacionais - - - - - 4.509.028 5.822.485 6.279.253 9.112.332 6.525.825
6.543.936 4.692.689 5.336.845 5.105.110 4.050.338
Operacional
Ativo Circulante Fornecedores 6.914.009 7.641.191 8.373.235 7.611.246 7.447.100
Clientes 5.802.859 6.724.061 8.285.319 8.701.688 8.588.466 Impostos 1.315.164 1.281.673 1.716.002 1.770.731 1.731.315
P.D.D - - - - - Salários e Encargos a Pagar 431.403 591.381 698.846 760.643 723.380
Outros Ativos 597.738 1.114.604 805.770 811.462 733.678 Adiantamento de Clientes - - - - -
Estoques 505.615 479.801 603.631 410.413 348.755 Outras Operacionais - - - - -
- Provisões 561.403 674.276 914.377 1.183.623 1.434.911
Impostos a Recuperar 2.191.962 2.202.662 2.521.292 3.027.230 2.563.990 9.221.979 10.188.521 11.702.460 11.326.243 11.336.706
Despesas Antecipadas 257.286 303.551 356.446 343.092 446.439 Passivo Circulante 13.731.007 16.011.006 17.981.713 20.438.575 17.862.531
9.355.460 10.824.679 12.572.458 13.293.885 12.681.328 Exigível Longo Prazo
Ativo Circulante 15.899.396 15.517.368 17.909.303 18.398.995 16.731.666 Empréstimos e Financiamentos 7.229.842 5.534.742 7.878.299 4.560.595 5.428.400
Outros 239.491 1.168.880 1.008.254 685.246 860.745
Realizavel a Longo Prazo Tributos Diferidos 722.634 - - - 709.325
Contas a Receber 257.086 299.405 330.451 305.411 273.888 Provisões 4.432.761 4.917.783 5.890.319 6.625.638 6.709.839
Tributos Diferidos 210.294 144.817 711.590 27.497 371.408 Lucros e Receitas a Apropriar 253.661 482.782 359.237 511.786 350.637
Despesas Antecipadas 25.364 26.223 30.609 36.430 23.116 12.878.389 12.104.187 15.136.109 12.383.265 14.058.946
Créditos com Partes Relacionadas 62.716 34.801 4.919 2.816 2.484
Outros Ativos Não Circulantes 5.017.927 5.221.581 6.513.075 6.800.951 7.327.151 Patrimônio Líquido
5.573.387 5.726.827 7.590.644 7.173.105 7.998.047 Capital Social Realizado 37.798.110 37.798.110 63.571.416 63.571.416 63.571.416
Reservas de Capital 2.616.449 2.616.449 1.272.564 1.272.581 1.213.522
Ativo Permanente Reservas de Lucros 2.463.034 4.303.071 3.697.794 4.388.961 4.655.092
Investimentos 86.349 79.805 101.161 85.745 98.902 Lucro ou prejuízo acumulado - - - - -
Imobilizado 18.441.647 20.453.864 30.476.765 31.924.918 33.222.316 Outros Resultados Abrangentes 16.849 232.465 25.468 11.461 21.328
Intangível 29.503.059 31.287.424 45.607.191 44.483.496 43.331.904 Participação dos Acionistas ñ c - - - - -
48.031.055 51.821.093 76.185.117 76.494.159 76.653.122 42.894.442 44.950.095 68.567.242 69.244.419 69.461.358
Total 69.503.838 73.065.288 101.685.064 102.066.259 101.382.835 Total 69.503.838 73.065.288 101.685.064 102.066.259 101.382.835
- - - - -
Fonte: CVM (2018) adaptado pelo autor (2018)
BALANÇO PATRIMONIAL
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
BP - BALANÇO PATRIMONIAL
TELEFÔNICA BRASIL S/A
ANEXO D
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DRE - DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
TELEFÔNICA BRASIL S/A
DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS 2013 2014 2015 2016 2017
Receita Operacional Bruta 34.721.897 34.999.969 40.286.815 42.508.459 43.206.832 Devoluçõe e Abatimentos - - - - - Impostos de Vendas - - - - -
Receita Operacional Líquida 34.721.897 34.999.969 40.286.815 42.508.459 43.206.832 Custo Mercadoria Vendida (17.542.167) (17.222.675) (20.345.076) (20.823.014) (20.272.530)
Lucro Bruto - EBITDA 17.179.730 17.777.294 19.941.739 21.685.445 22.934.302 Despesas com Vendas (9.686.170) (10.466.725) (12.005.477) (12.455.366) (13.136.474) Despesas Gerais e Administrativas (2.177.891) (1.803.803) (2.142.459) (2.793.386) (2.443.105) Outras Receitas Administrativas 575.959 510.628 538.239 968.479 464.182 Outras Despesas Administrativas (959.354) (908.365) (1.092.444) (1.037.153) (1.186.668) Resultado de Equivalência Patrimonial (55.150) 6.940 2.036 1.244 1.580
Lucro Antes dos Juros e Imposto de Renda - LAJIDA 4.877.124 5.115.969 5.241.634 6.369.263 6.633.817 Depreciação e Amortização - - - - -
Lucro Operacional - EBIT 4.877.124 5.115.969 5.241.634 6.369.263 6.633.817 Receita/Despesas não Operacional (214.760) (361.995) (848.178) (1.234.541) (903.044)
Lucro Antes do Imposto de Renda 4.662.364 4.753.974 4.393.456 5.134.722 5.730.773 Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro (946.419) 182.685 (973.207) (1.049.480) (1.121.983)
Resultado Líquido das Operações Continuadas 3.715.945 4.936.659 3.420.249 4.085.242 4.608.790 Resultado Líquido de Operações Descontinuadas - - - -
- - - - Lucro/Prejuízo Líquido 3.715.945 4.936.659 3.420.249 4.085.242 4.608.790
DISTRIBUIÇÃO DOS RESULTADOS 2013 2014 2015 2016 2017
Lucro/Prejuízo do Exerício 3.715.945 4.936.659 3.420.249 4.085.242 4.608.790 Atribuído a Sócios da Empresa Controladora (3.715.945) (4.936.659) (3.420.249) (4.085.242) (4.608.790) Atribuído a Sócios Não Controladores - - - - -
Restos a Distribuir - - - - -
DEMONSTRATIVO DE AÇÕES ON E PN 2013 2014 2015 2016 2017
AÇÕES TOTAIS 1.125,602 1.125,602 1.690,985 1.690,985 1.690,985
ON 381,587 381,587 571,644 571,644 571,644
PN 744,015 744,015 1.119,341 1.119,341 1.119,341LPA 3,301 4,386 2,023 2,416 2,726
FLUXO DE CAIXA 2013 2014 2015 2016 2017
Dividendos e JSCP 4.535.519 2.446.621 3.678.665 2.966.384 3.668.551 Dividendos e JSCP Pagos (4.535.519) (2.446.621) (3.678.665) (2.966.384) (3.668.551)
Fonte: CVM (2018) adaptado pelo autor (2018)
82
Anexo E
ANEXO E
ATIVO 2013 2014 2015 2016 2017 PASSIVO 2013 2014 2015 2016 2017
Realizável Financeiros
Disponibilidade 5.287.642 5.232.992 6.100.403 5.128.186 2.960.718 Empréstimos e Financiamentos 966.658 1.281.554 2.326.187 1.145.225 1.351.860
Aplicações Financeiras - - 599.414 479.953 765.614 Duplicatas Descontadas - - - - -
Outros Créditos - - - - - Outras Contas não Operacionais 959.824 1.422.662 2.191.101 1.646.114 1.057.518
Outras Contas Não Operacionais 153.109 231.084 876.218 337.097 339.008 1.926.482 2.704.216 4.517.288 2.791.339 2.409.378
5.440.751 5.464.076 7.576.035 5.945.236 4.065.340
Operacional
Ativo Circulante Fornecedores 5.255.337 5.402.204 3.734.555 3.461.081 3.986.557
Clientes 3.513.029 3.537.417 2.858.089 2.919.177 2.540.856 Impostos 695.728 808.207 715.648 816.856 566.052
P.D.D - - - - - Salários e Encargos a Pagar 170.556 208.629 199.373 212.279 262.450
Outros Ativos - - - - - Adiantamento de Clientes - - - - -
Estoques 296.829 264.033 141.720 143.934 123.785 Outras Operacionais - - - - -
- - - - - Provisões - - - - -
Impostos a Recuperar 1.283.841 1.642.625 1.254.346 968.660 709.041 6.121.621 6.419.040 4.649.576 4.490.216 4.815.059
Despesas Antecipadas 206.354 266.264 210.056 130.392 168.366 Passivo Circulante 8.048.103 9.123.256 9.166.864 7.281.555 7.224.437
5.300.053 5.710.339 4.464.211 4.162.163 3.542.048 Exigível Longo Prazo
Ativo Circulante 10.740.804 11.174.415 12.040.246 10.107.399 7.607.388 Empréstimos e Financiamentos 3.779.998 5.472.865 5.600.250 5.574.557 3.339.084
Outros 704.684 1.602.354 3.642.727 4.001.903 3.232.983
Realizavel a Longo Prazo Tributos Diferidos 131.325 129.206 120.730 108.358 98.919
Contas a Receber 35.959 29.886 24.861 24.092 26.207 Provisões 672.972 693.429 448.495 501.794 553.758
Tributos Diferidos 858.276 537.097 14.526 41.690 - Lucros e Receitas a Apropriar - - - - -
Despesas Antecipadas 96.906 70.587 55.234 54.374 39.466 5.288.979 7.897.854 9.812.202 10.186.612 7.224.744
Aplicações Financeiras Avaliadas a Valor Justo 28.681 41.149 - - 2.997
Outros Ativos Não Circulantes 1.527.673 2.252.447 2.794.980 2.711.020 2.773.292 Patrimônio Líquido
2.547.495 2.931.166 2.889.601 2.831.176 2.841.962 Capital Social Realizado 9.839.770 9.866.298 9.866.298 9.866.298 9.866.298
Reservas de Capital 1.214.271 1.341.101 1.438.728 1.560.780 1.671.078
Ativo Permanente Reservas de Lucros 3.538.586 4.112.332 5.270.409 5.760.942 6.612.819
Imobilizado 8.207.242 8.914.929 10.667.348 11.084.530 10.838.488 Lucro ou prejuízo acumulado - - - - -
Intangível 6.436.181 9.322.634 9.959.193 10.632.575 11.312.527 Outros Resultados Abrangentes 2.013 2.303 1.887 (507) 989
Goodwill 1.527.219 1.527.219 1.527.219 1.527.219 1.527.219 Participação dos Acionistas ñ c - - - - -
14.643.423 18.237.563 20.626.541 21.717.105 22.151.015 14.594.640 15.322.034 16.577.322 17.187.513 18.151.184
Total 27.931.722 32.343.144 35.556.388 34.655.680 32.600.365 Total 27.931.722 32.343.144 35.556.388 34.655.680 32.600.365
- - - - -
Fonte: CVM (2018) adaptado pelo autor (2018)
BALANÇO PATRIMONIAL
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
BP - BALANÇO PATRIMONIAL
TIM PARTICIPAÇÕES S/A
ANEXO E
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
DRE - DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
TIM PARTICIPAÇÕES S/A
DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS 2013 2014 2015 2016 2017
Receita Operacional Bruta 19.921.291 19.498.165 17.138.851 15.617.413 16.233.959
Devoluçõe e Abatimentos - - - - -
Impostos de Vendas - - - - -
Receita Operacional Líquida 19.921.291 19.498.165 17.138.851 15.617.413 16.233.959
Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos (10.822.202) (10.083.920) (8.306.857) (7.693.406) (7.740.150)
Lucro Bruto 9.099.089 9.414.245 8.831.994 7.924.007 8.493.809
Despesas com Vendas (4.911.522) (5.022.972) (4.826.895) (4.719.029) (4.575.177)
Despesas Gerais e Administrativas (1.012.556) (1.130.754) (1.195.277) (1.258.722) (1.424.643)
Outras Receitas Operacionais 58.933 55.479 109.671 306.570 244.559
Outras Despesas Operacionais (795.071) (830.309) 324.724 (828.630) (805.196)
Resultado de Equivalência Patrimonial - - - - -
Lucro Antes dos Juros e Imposto de Renda - LAJIDA 2.438.873 2.485.689 3.244.217 1.424.196 1.933.352
Depreciação e Amortização - - - - -
Lucro Operacional - LAJIR 2.438.873 2.485.689 3.244.217 1.424.196 1.933.352
Resultado Financeiro (302.720) (292.772) (264.378) (410.880) (497.836)
Lucro Antes do Imposto de Renda - LAIR 2.136.153 2.192.917 2.979.839 1.013.316 1.435.516
Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro (630.539) (646.498) (908.694) (262.889) (201.009)
Resultado Líquido das Operações Continuadas 1.505.614 1.546.419 2.071.145 750.427 1.234.507
Resultado Líquido de Operações Descontinuadas - - - -
- - - -
Lucro/Prejuízo Líquido 1.505.614 1.546.419 2.071.145 750.427 1.234.507
DISTRIBUIÇÃO DOS RESULTADOS 2013 2014 2015 2016 2017
Lucro/Prejuízo do Exerício 1.505.614 1.546.419 2.071.145 750.427 1.234.507
Atribuído a Sócios da Empresa Controladora (1.505.614) (1.546.419) (2.071.145) (750.427) (1.234.507)
Atribuído a Sócios Não Controladores - - - -
Restos a Distribuir - - - - -
DEMONSTRATIVO DE AÇÕES ON E PN 2013 2014 2015 2016 2017
AÇÕES TOTAIS 2.417,632 2.417,632 2.417,632 2.417,632 2.417,632
ON 2.417,632 2.417,632 2.417,632 2.417,632 2.417,632
PN 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000
LPA 0,623 0,640 0,857 0,310 0,511
FLUXO DE CAIXA 2013 2014 2015 2016 2017
Dividendos e JSCP 734.908 835.898 360.447 460.309 332.658
Dividendos e JSCP Pagos (734.908) (835.898) (360.447) (460.309) (332.658)
Fonte: CVM (2018) adaptado pelo autor (2018)