Upload
deaross
View
32
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Indisciplina na sala de aula O que é, como ocorre, motivos e atitudes para evitar, regras na sala de aula, sugestõesIntrodução Há 40 anos atrás este problema praticamente não existia. As escolas do passado seguiam um sistema tradicional, exigindo dos alunos um comportamento quase militar. Quando ocorriam atitudes de indisciplina, os castigos, muitos deles físicos, eram aplicados.Sugestões Porém, muita coisa mudou nestes 30 anos e hoje a escola não adota mais uma postura repressiva e violenta. Estamos numa época de valorização da democracia, cidadania e respeito. Cabe a escola levar estes princípios à sério dentro do seu projeto pedagógico. Então, como acabar ou diminuir a indisciplina em sala de aula, objetivando melhorar as condições de aprendizado dos alunos?
Primeiramente, o professor deve identificar os motivos da indisciplina. Observar os alunos e estabelecer um diálogo pode ajudar muito neste sentido. Muitas vezes, a indisciplina ocorre porque os alunos não entendem o conteúdo ou acham as aulas cansativas. Nestes casos, o professor pode modificar suas aulas, adotando atividades estimulantes e interativas. Esta atitude costuma gerar bons resultados.
Em outras situações, a indisciplina ocorre a partir de uma situação de conflito e enfrentamento entre alunos e professor. Neste caso, o professor deve buscar conversar e ouvir os alunos. Cabe ao professor desfazer o clima de conflito e solucionar a situação.
Uma outra boa sugestão é criar algumas regras comuns para o funcionamento das aulas. O professor pode fazer isso com a ajuda dos próprios alunos. Dentro destas regras podem constar: levantar a mão e aguardar a sua vez antes de perguntar ou falar, fazer silêncio em momentos de explicação, falar num tom de voz adequado, etc.
Com estas e outras atitudes, o professor vai ganhar o respeito de seus alunos. Este respeito é uma porta aberta para, através do diálogo com os estudantes, buscar soluções adequadas para melhorar as condições de aula na escola.Indisciplina na Sala de Aula: Os 5 Erros que os Professores Cometem e como Evitá- Indisciplina na Sala de Aula: Os 5 Erros que os Professores Cometem e como Evitá- É muito estressante e até emocionalmente doloroso lidar com a ansiedade de ter de enfrentar, todos os dias, uma turma que você não está certa de poder controlar. O que , de fato, é realmente frustrante nesta situação é: ter responsabilidades a cumprir e não ter as devidas ferramentas para fazer isso.
Indisciplina na Sala de Aula: Os 5 Erros que os Professores Cometem e como Evita-los
Lembro bem no início da minha carreira, o sentimento de
incapacidade que eu sentia, antes de descobrir as ferramentas certas
para combater a indisciplina na sala de aula. Você se sente
insegura, chegando a duvidar da sua competência enquanto
Professor. É frustração, misturado com raiva e impotência. É inclusive esse conjunto de sentimentos
negativos que levam muitos Professores a desistirem da profissão.
O triste de tudo isso é que, muitos que desistem prosseguem acreditando que falharam na profissão,
enquanto que a verdade é que não tinham ferramentas apropriadas para lidar com a questão.
Nos bancos das Universidades ninguém toca nesta questão parece que a única coisa que o Professor
tem de fazer é entrar na sala e “dar” aula. Ninguém fala da falta de educação e desrespeito,
ninguém comenta sobre a indisciplina ou violência, ninguém aborda a falta de limites e muito
menos, sequer sugere o que fazer quando a situação não está no nosso “script”, chamado Plano de
Aula.
Em um roteiro quando é produzido um filme ou peça de teatro, há um “script”, e tudo deve ser feito
conforme está escrito e determinado lá. Mas, e na sala de aula, quando nosso “script” não dá conta
do nosso dia a dia? O que fazer então ?
Para ser honesta, sempre parecia que todos a minha volta queriam mais era que eu perdesse essa
batalha, pois viviam alertando-me acerca do que os pais iriam dizer ou fazer. Na verdade todos
estavam mais preocupados em não perder os alunos ou ainda não provocarem a ira dos pais, do que
oferecer o apoio que eu precisava.
Aprendi às duras penas, que tudo o que haviam dito a respeito de como disciplinar os alunos estava
errado pois não funcionava. Na verdade, a única coisa que eu precisava era que os alunos fossem
100% respeitosos, fizessem as tarefas, e prestassem atenção todas as vezes.
Assim, não importasse a classe social do aluno, seu histórico de comportamento, seu nível de
socialização. Uma vez que esse aluno entrasse na minha sala de aula, ele deveria dar conta de suas
responsabilidades e cumprir suas tarefas. Há muitos anos atrás esta afirmação já era utópica, no
entanto ainda hoje, para muitos ela ainda é um “delírio” impossível de alcançar.
Hoje é sabido, que mesmo a pior turma, e ainda que a escola esteja localizada em um meio hostil,
este objetivo pode ser alcançado. Não ocorrerá do dia para a noite, será preciso esforço, paciência e
principalmente persistência.
A “mágica” ocorre quando você descobre e utiliza as ferramentas e estratégias apropriadas que
tornam todos os alunos mais responsáveis e aplicados. Ao ter em mãos essas novas ferramentas a
sua sala de aula sofre uma transformação porque o seu jeito de dar aula também muda.
Constatei ao longo da minha carreira que a indisciplina ocorre por uma série de fatores, porém
alguns desses fatores era eu mesma que provocava. Isso mesmo ! Não estou aqui eximindo a parte
que cabe a família, ao gestor, ao governo, aos astros, seja lá quem for que você queira transferir a
culpa, o fato é que tive de dar a mão a palmatória, descer do salto, humildemente reconhecer esse
fato e procurar consertar o que era a minha responsabilidade fazer.
Veja abaixo os 5 grandes erros que eu cometia e, infelizmente, muitos Professores estão
cometendo, talvez até você, inconscientemente, também esteja. Por isso é hora de rever sua prática
em cada um dos itens abaixo:
Erro no. 1: Disciplinar toda a sala de uma só vez
Alerto novamente que, as causas da indisciplina dentro da Escola são várias tais como: Família,
Gestor, Governo, a Mídia, etc, etc., porém não serão objetivo deste artigo no momento.
Já disse em outros momentos que dentre todos esses “personagens” o único que temos controle é
sobre o NOSSO comportamento. Assim será muito mais inteligente e menos penoso fazer os ajustes
que forem necessários nos nossos comportamentos, que ficar dando murro em ponta de faca
tentando mudar os comportamentos das outras pessoas.
Mas, vamos ao Erro no. 1 que eu cometia que era: Disciplinar toda a sala de uma só vez. Nos meus
dias de Faculdade haviam dito que ao entrar na sala de aula eu deveria mostrar respeito, que ao
fazer isso, em contrapartida os alunos também teriam respeito por mim.
Era mais ou menos assim: “ Entre na sala de aula e diga a todos que você exige respeito e silêncio
“ . Nisso se resumia o ensino de “gerenciamento da sala de aula” na Faculdade. Logo descobri a
precariedade desse “ sistema” quando comecei a dar aulas.
A luta era inglória: de uma lado a Professora recém formada (eu) e do outro 40 alunos com 15 anos
de “praia” cada um com vasta experiência em tumultuar a sala de aula. Quem vocês acham que
vencia todo o tempo ?????
Lá estava eu gritando o tempo todo “fiquem quietos”, no começo até ficavam por 5 segundos,
depois começavam tudo novamente. A pergunta aqui é: “ Será que eles não me ouviam ? “ . Claro
que eles ouviam.
E mesmo assim eu ficava o ano inteiro tentando disciplinar a sala toda de uma só vez. Você já deve
ter assistido algum filme de ação onde chega um momento em que o mocinho tem de lutar com 15
pessoas, e se você reparar bem, ele não luta com os 15 de uma só vez, e sim com UM de cada vez.
Agora pense por um minuto, se o mocinho luta com um por vez, porque você acha que conseguirá
disciplinar toda a sala de uma só vez? A resposta é: você não conseguirá !!
Dica no. 1) Eles obedecem não é porque você FALA para ficarem quietos, Eles obedecem porque
você toma uma AÇÃO e com isso eles recebem uma CONSEQUÊNCIA.
O que deve ser feito é, pegar um aluno, isso mesmo, apenas um aluno de cada vez. Voltando a luta
do mocinho no filme você observará que sempre que ele começa a luta, e já derrota os 5 primeiros,
os demais sabendo que serão derrotados, desistem e…..fogem…
A analogia com o mocinho é para que fique claro que, uma vez que você neutraliza alguns alunos, o
restante da turma desistirá da bagunça com temor das conseqüências.
Frente a uma situação de indisciplina sempre pense da seguinte forma: “ Qual ação poderei tomar
aqui”, ao invés de “ o que eu digo para esse aluno”. Pois não se trata do que dizer, mas do que fazer.
Dizer para o aluno: “ Atila, já mandei você ficar quieto senão você vai ver…?!” . Vai ver o quê? Na
verdade você precisa impor ao Atila uma conseqüência que ele de fato sinta, e que o restante da
classe pense “ eu não queria estar no lugar dele “.
Lembra que falei anteriormente em você escolher um dos alunos que estiver fazendo a bagunça, ou
ocasionando o tumulto na sala ? Mas qual deles ? Aqui vai um pequeno exercício para você
treinar ? Escolha uma das opções:
a) escolher a aluna quieta que está estudando lá no fundo da sala, pois será mais fácil lidar com ela
b) escolher o aluno mais falante da turma
c) escolher aleatoriamente qualquer aluno
d) escolher o aluno que sempre provoca e lidera a confusão
A opção correta é a ‘D’; afinal ao neutralizar o líder, os demais estarão sem direção e poderão ser
liderados pelo Professor.
Aborde esse aluno calmamente com uma voz firme, e os outros alunos logo darão atenção a
situação ficando quietos e atentos, pois o que eles estão esperando é ver quem vai ganhar esse
embate. Assim, você caminhará até o Atila e já deverá ter traçado a conseqüência que fará o Atila
tremer. A chave aqui é que a conseqüência tem de ter um peso que incomode o aluno. Quando a
classe vê o que acontecerá ao Atila, os ânimos logo se acalmam.
Alertando: quando uma situação ocorrer na sua sala de aula, detecte sempre o líder, aquele em que
os outros sempre seguem. Aposto que você já até sabe quem são eles na sua sala de aula.
Com certeza o Atila, furioso, lhe fará perguntas do tipo : “ Porque eu ? O que foi que eu fiz ? “ .
Você simplesmente ignorará qualquer tipo de protesto, pois a pior coisa a fazer é bater boca com
aluno (isso veremos no Erro no. 2).
Dica no. 2) Dividir para Somar
Aprendi que quando eu disciplinava a sala inteira, dando advertência ou suspendendo todos de uma
vez, eu fortalecia o senso de grupo que os alunos tinham entre si. Eles eram um grupo, e eu era o
inimigo. Lembra o lema dos “3 Mosqueteiros” , “um por todos e todos por um “. Eu os fazia sentir
que faziam parte de algo maior.
Assim a saída encontrada foi dividir o grupo, provocar uma rachadura, isolar o líder. Ao fazer isso o
grupo “órfão” do líder precisava ser acolhido, mas agora pelo Professor.
Por isso, se amanhã, os “Atilas” da sua sala insurgirem com desrespeito e indisciplina, não tente
discipliná-los todos de uma só vez. Isole primeiro o líder, e depois isole o próximo, se for
necessário.
Veja que apenas fazendo ajustes na maneira de como você lida com essas situações já fará uma
enorme diferença na qualidade das suas aulas e no rendimento do seu tempo.
Erro no. 2: Bater boca com o aluno, ao invés de dar a direção do que fazer
Quer você seja um Professor recém formado ou veterano, tenho certeza que já vivenciou, alguma,
ou várias situações envolvendo ” bate boca” com aluno. Provavelmente você ficou estressada,
perdeu tempo, atrasou o planejamento , desentendeu-se com os Pais do aluno, levou bronca da
Coordenação, desgastou-se e…. não chegou a lugar nenhum.
Na verdade, essas situações potencializam a indisciplina já existente na sala de aula, pois drena
todas as forças, motivação, interesse e paciência do Professor.
Mas, para compreendermos como lidar com situações de “bate boca” é preciso conhecermos como
elas se desenrolam e o que as desencadeia, para que possamos definitivamente combatê-las e
extirpa-las.
O que é o “bate-boca” ?:
Coloquialmente denominamos de “bate boca” toda discussão verbal, que ocorre de forma acalorada
com a troca de palavras ásperas, e no final das contas não se resolve nada, portanto mostram-se
inúteis. Quando discussões deste tipo ocorrem na sala de aula servem para tumultuar e deixar todos
de ânimos exaltados.
Tipos de bate boca:
Existem três grandes gatilhos que prenunciam que um “bate boca” vai começar, são eles:
1)Fazer perguntas redundantes:
Átila, porque você está conversando? Já não falei que é para fazer a lição ? “
Parece familiar ? Pois é, eu também já fiz perguntas desse tipo. Quando fazemos perguntas
redundantes é como se, implicitamente, disséssemos aos nossos alunos :
“ Átila, farei uma pergunta redundante para que você possa distorcê-la e manipular-me e quem sabe
até ficar com o controle da situação, talvez a sala inteira até divirta-se às minhas custas se você
complementar com alguma gracinha no final “.
Ao fazer uma pergunta redundante, que tipo de resposta você acha que obterá do aluno ?
“ Sabe “Pro”, converso porque eu não estou a fim de assistir sua aula, então prefiro “papear” com os
meus colegas ao invés de prestar atenção no que você fala”.
Com certeza não era a resposta que você esperaria receber ! No entanto é a resposta que você obterá
na maioria das vezes.
Usar perguntas redundantes, achando que estará disciplinando efetivamente, é uma ilusão, e o que é
pior, você abrirá uma brecha para ser manipulada e tornar-se o alvo das chacotas por parte dos
alunos.
2)Argumentar com aluno
Professor: “ Atila, já falei que você não pode sair da sala ”
Átila: “ mas por quê não ? “
Professor: “ Porque você tem de esperar o horário do intervalo”
Átila: “ porque então você deixou o Ivan sair ? “
Professor: “ Porque o caso dele é diferente “
Átila: “ diferente por quê? Eu também preciso ir .
Qualquer situação onde o Professor entra em uma argumentação sem fim, inevitavelmente, acabará
em “bate boca”. Não demorará muito para ambos os lados estarem exaltados, com voz alterada e
trocando ofensas.
3)Pedir justificativas
Quando o Professor exige que o aluno justifique o injustificável, está pedindo para ouvir o que não
quer.
Professor: “ Atila, porque você colou chiclete no cabelo da colega ? “
Átila: “ Porque ela é uma chata”
Professor: “ Ivan, porque você colou na prova ? “
Ivan: “ Não era cola, foi só um lembrete caso eu esquecesse das respostas”
Professor: “ Porque você estava brincando na aula de Matemática ? “
Ivan: “ Eu não estava brincando, estava explicando para meu amigo um novo passo de dança “.
Situações que provocam o aparecimento do “bate boca”:
Como já foi dito anteriormente, algumas situações de indisciplina são potencializadas pela nossa
postura, no entanto outros fatores também contribuem para o aparecimento do “bate boca” dentro
da sala de aula entre aluno e Professor, tais como:
- aluno chega irritado de casa ou da rua
- aluno que ouve os Pais depreciarem o trabalho do Professor
- Professor que já está esgotado de dar várias aulas seguidas
- quando a turma ignora o Professor
- quando o trabalho do Professor é depreciado pela Direção/Coordenação
- quando o Professor demonstra-se inseguro ao entrar na sala de aula
- quando o Professor é permissivo ou quando é autoritário
- quando o aluno sabe que os Pais virão à Escola para reclamar do Professor com a Direção
Como agir :
Por muito tempo eu ficava aflita e apreensiva, pois essas situações me angustiavam. Com o passar
do tempo e depois de muito tropeçar e cair cheguei a constatação que lidar com tudo isso requeria
um conjunto de medidas que não estavam em minhas mãos, e sim nas mãos do Gestor, e até do
Poder Público.
Seria ótimo se na minha Escola eu pudesse contar com:
- Um Orientador Educacional
- Um Programa de Saúde/Qualidade de Vida para Professores
- Um salário digno que possibilitasse que eu permanecesse em dedicação exclusiva em apenas uma
Escola
- Que a minha Escola tivesse implantado uma Escola de Pais, onde as Famílias aprenderiam mais
sobre educar os filhos e seriam cobradas por isso.
- Que os Gestores tivessem mais preparo técnico quanto a gestão administrativa e pedagógica da
Escola
Mas, como boa parte destas medidas, infelizmente, ainda é uma utopia, até mesmo para os dias de
hoje, resolvi investir em medidas em que EU pudesse controlar e implantar.
Assim, além de evitar tudo o que foi exposto acima, passei a dar ao aluno a DIREÇÃO do que ele
deveria fazer.
Ao constatar que o Átila estava conversando, eu não perguntava, não queria mais justificativas, e
muito menos entrava em argumentação com o aluno. Simplesmente ele era informado do que
deveria fazer.
Professor: “Átila, este não é o momento para conversa. Retome a sua tarefa, pois dentro de X
minutos, você e mais 5 colegas realizarão a correção dos exercícios no quadro negro “
A minha dica é, diariamente temos de aprender com nossos erros e procurar tirar proveito deles para
criar novas ferramentas, estratégias que nos auxiliem a implementar as mudanças em nossa postura,
e principalmente revermos e ampliarmos nosso conhecimento técnico sobre gerenciamento da sala
de aula, relacionamento interpessoal, resolução de conflito e novas práticas de ensino.
Erro no. 3: Ameaçar, ameaçar, ameaçar e …….não cumprir
Você já passou pela situação de ter de chamar a atenção de um aluno “indefinidamente” e ele nem
dar a mínima para você ? Com certeza, nessa situação você chamou a atenção uma vez, depois duas,
depois três e……nada do aluno fazer o que você pedia.
Na verdade demorei muito para aprender que, ao dar vários “avisos”
eu estava, dando ao aluno um passe livre para que ele continuasse a
fazer o errado.
Você já deve, também ter ouvido a seguinte pérola do aluno: “ não
adianta mandar bilhete não, porque minha mãe não vai fazer nada comigo “.
No meu primeiro ano de magistério, lá estava eu ávida para aplicar tudo o que havia aprendido na
Faculdade. Agora era a hora de colocar em prática tudo o que os teóricos e especialistas diziam que
era apropriado para disciplinar os alunos mais afoitos.
Então o que eu fazia quando os ânimos começavam a ficar inflamados e a sala a sair do controle era
pegar o giz de escrever e anotar no quadro o nome de quem estava bagunçando. Como segundo
aviso, caso o aluno continuasse bagunçando , (claro que eles continuavam), eu fazia o quê? Uma
MARCA ao lado do nome dele que já estava no quadro. E como terceiro aviso, caso ele ainda
persistisse na bagunça (eles sempre persistiam), eu sempre encontrava uma outra mega maneira que
não levava a nada.
Como eu logo descobri, esse “sistema” não funcionaria nunca. Quem iria intimidar-se com o nome
no quadro ? Ou com uma marca ao lado do nome ? O aluno sempre esperava que eu fornecesse uma
conseqüência , e na verdade o que eu dava para ele era um “ passe livre” para continuar
bagunçando.
No final da aula, além de eu ter uma folha toda decorada e marcada com vários nomes eu ainda
continuava com uma sala de aula toda desgovernada. Moral da estória: eu estava longe de saber o
que devia fazer.
Depois de muito observar, tentar, testar, insistir, retroceder depois voltar, analisar os teóricos e os
especialistas, constatei que não existe uma receita que se aplique a toda as situações. Cada
indivíduo e cada situação, são únicos e, portanto exigirão soluções específicas.
Infelizmente, há muitos Educadores ávidos de soluções prontas, ficam eternamente em busca do “
Santo Graal da Sala de Aula” e se frustram dizendo que a teoria, que cursos, que idéias, que
sugestões, nada funcionam.
O fato é que, TUDO contribui para criarmos o nosso próprio sistema de gerenciamento da sala de
aula no que diz respeito a criar as conseqüências, as regras, o manejo da turma, a preparação das
aulas, a seleção das estratégias e atividades.
Seja lá qual for a conseqüência que você tenha definido para inibir o comportamento desrespeitoso
de um aluno, seja tirá-lo da sala de aula, seja fazê-lo apresentar um resumo da lição para todos da
sala no intuíto de verificar o entendimento, seja chamar os Pais, acionar a Coordenação, fazê-lo
copiar 100 vezes no caderno “ não farei mais isso” (ainda tem Professor que pede isso), o segredo é:
aplicar a consequência IMEDIATAMENTE.
Isso mesmo, sem dar aviso, sem dar dica, sem ficar adulando ou ameaçando. A eficácia de qualquer
sistema de gerenciamento da sala de aula envolve a seguinte premissa: cumpra, imediatamente, o
que foi combinado. Nada de julgamentos, bate-boca, justificativas. Seja certeiro e cumpra a
sentença.
Aqui vai um alerta: você não dará o aviso porque todas as consequências e regras já foram
COMBINADAS. No início do ano é de praxe definirmos a “Constituição da Sala” ou “Combinados
da Classe”, onde todos já sabem o que acontecerá em cada situação, ou regra que for infringida.
Antes de aplicar a consequência o Professor sempre fará referência aos ” Combinados” (deixe as
consequências por escrito sempre à mostra na sala de aula). Outro modo de aplicar a consequência é
sempre antes perguntar para a classe o que foi combinado para aquela situação, deste modo o aluno
a ser disciplinado tira o foco do Professor e se concentra na reparação do erro.
Faça a seguinte conta: Em uma sala com 30 alunos, cada um tem direito a receber até 3 avisos antes
que o Professor tome alguma providência teremos então 90 momentos de bagunça até que o aluno
receba a devida conseqüência pelos seus atos. Então a saída é: não dar aviso NENHUM.
Errado: “ Átila, fique quieto. Se eu tiver que ir até a sua carteira, você já sabe o que vou fazer, blá,
blá, blá “
Correto: “ Átila, você está atrapalhando a sala de aula. Você ficará 15 minutos após a aula para
finalizar suas tarefas”
Talvez a sua pergunta seja: “ A estória terminaria aí ” ? Provavelmente não. No entanto ao cessar
em dar tantos avisos, ou de ficar ameaçando e não fazendo nada, o Professor estará contribuindo
para criar uma atmosfera de paz.
Erro no. 4: Uso de linguagem não verbal de forma inadequada
Ao lidarmos com pessoas estamos todo o tempo nos comunicando com elas. Usamos palavras
(linguagem verbal ) e usamos o nosso corpo (linguagem não verbal). É comum nosso silêncio e
nossos gestos falarem mais que as nossas palavras. Dito isso, então é lógico afirmar que da mesma
forma que usamos as palavras para elogiar, motivar, repreender, ensinar e ofender, a nossa
linguagem não verbal também comunica tudo isso de forma explícita ou implícita.
Como Educadores e Gestores devemos dar mais atenção a esta questão e
aqui vai a próxima dica:
Erro no. 4: Uso de Linguagem não verbal de forma inadequada
Quando duas pessoas estão conversando observe as palavras que são ditas e
simultaneamente preste atenção aos gestos, movimentos do corpo, expressão facial, movimento das
mãos e tom de voz. Você perceberá que a linguagem não verbal é muito reveladora, pois sendo
destituída de disfarces, revela-se verdadeira e genuína.
Na sala de aula os nossos alunos estão com os olhos voltados para o que dizemos e fazemos, e
geralmente as duas coisas são contraditórias. No início da minha carreira passei por muitos
problemas com os Alunos, Pais e Coordenação porque eu usava de forma inadequada a minha
linguagem corporal. Veja abaixo alguns exemplos de uso inadequado da linguagem não verbal.
- Linguagem não verbal inadequada com os Alunos:
. O Professor está corrigindo as tarefas em sua mesa, o aluno chega até o Professor e começa a
relatar algo, o Professor, de cabeça baixa, ainda corrigindo as tarefas, responde que depois vai
tomar providências, ou dá respostas evasivas e curtas.
Apesar de responder ao aluno, o que o Professor REALMENTE disse com a sua linguagem não
verbal foi: Estou fazendo algo mais importante aqui e não posso parar e dar atenção a você agora.
Correção: Professor deve PARAR o que estiver fazendo e demonstrar ATENÇÃO, com as palavras,
bem como com a linguagem não verbal.
- Linguagem não verbal inadequada com os Pais:
Na Reunião de Pais o Professor, com expressão facial neutra, com o tom de voz formal, entra na
sala, pede que os Pais sentem-se dispostos em fileiras, e o Professor posiciona-se na frente de todos
como se fosse iniciar uma aula. No momento de informar, individualmente, o rendimento de cada
aluno o Professor chama cada Pai até sua mesa e o faz sentar-se em uma cadeira em frente a sua
mesa.
Apesar do uso do tom educado e do discurso dito “ aberto” a colocação dos Pais, a linguagem não
verbal apresentou uma série de obstáculos impedindo os Pais de expressarem abertamente tais
como: expressão facial neutra do Professor, tom de voz formal que cria uma atmosfera fria, bem
como a disposição das carteiras que reforçou a distância imposta.
Correção: Professor deve usar TOM DE VOZ informal, EXPRESSÃO FACIAL acolhedora de
simpatia com sorriso, trazendo assim a LEVEZA necessária para esses momentos.
- Linguagem não verbal inadequada com a Coordenação:
É muito comum nas Reuniões Pedagógicas ou de Educação Continuada quando muitos Professores,
infelizmente, sentem-se OBRIGADOS a participar, lá estão educadamente de corpo presente,
porém a linguagem não verbal está “ gritando” o real sentimento daquele momento quando:
. O Professor “ suspira” e “ bufa” , revira os olhos em desacordo com algo, meneia a cabeça, olha
para o colega do lado franze a testa e dá um meio sorriso de zombaria e descaso e por aí vai.
Muitos não acreditam nesses encontros e treinamentos, e por esta razão mostram o seu real
descontentamento por meio da linguagem corporal, mas não pense que a Coordenação não está
vendo isso, aprendi às duras penas que esses comportamentos só fazem com que as barreiras da
comunicação sejam mais altas e cada vez mais difíceis de derrubar e que inevitavelmente prejudica
a parte mais fraca: o Professor.
Nossas emoções é que ditam a nossa linguagem não verbal, é por esta razão que temos de aprender
a controlá-las, discipliná-las, caso contrário seremos vítimas de nós mesmos.
Como Educadores também temos de ensinar isso aos nossos alunos. Os nossos alunos “copiam” ou
“modelam” comportamentos de outras pessoas tais como: amigos mais descolados, os pais, ídolos
da TV e também dos Professores. Muitos desses comportamentos são incorretos e precisam ser
consertados.
Muitas vezes, dentro da sala de aula, ou nos espaços da Escola, vemos alunos que usando de uma
sagacidade, respondem educadamente, porém a sua linguagem verbal revela grosseria, ironia,
descaso e desrespeito. Enquanto Educadores procuramos corrigir a “ fala” do aluno, e as grosserias
veladas ou explícitas ? Passam sem correção, e eles sabem disso.
Afinal se ao repreender um aluno, ele silenciosamente ouve tudo o que o Professor está dizendo,
porém a sua linguagem não verbal é de afronta e desrespeito, em tese ele não disse nada ofensivo ao
Professor, e por esta razão não será corrigido por isto.
Por isso a minha dica de hoje é: reveja sua linguagem não verbal e corrija-a, depois trabalhe esta
questão com os seus alunos e procure ensiná-los a lidar com suas emoções corrigindo-os se for
preciso.
Erro no. 5: Aula chata do começo ao fim
“ Professora, sua aula é muito chata”, “A hora não passa na sua aula” , “Detesto a aula
daquela Professora”. Quem não ouviu ou falou alguma destas frases que atire a primeira
pedra.
Lembra que no primeiro artigo desta série “ 5 Erros que os Professores cometem e como evitá-los”,
falei que são vários os motivos que fazem com que surja a indisciplina na sala de aula, porém que
alguns desses motivos somos nós mesmos, enquanto Educadores que, inconscientemente, ou
conscientemente, cometemos por meio das nossas práticas, postura e falta de procedimentos.
Erros que se, devidamente, ajustados, minimizarão em muito vários problemas de indisciplina que
ocorrem dentro da sala de aula e desgastam muito o Professor.
Os Erros que vimos até agora foram:
- Erro no. 1: Disciplinar toda a sala de uma só vez
- Erro no. 2: Bater boca com o aluno, ao invés de dar a direção do que fazer
- Erro no. 3: Ameaçar, ameaçar, ameaçar e …….não cumprir
- Erro no. 4: Uso de linguagem não verbal de forma inadequada
Como foi pontuado em cada um dos artigos acima, os ajustes requeridos envolvem mudança em
algum dos seguintes quesitos: mudança de postura, procedimentos ou práticas pedagógicas. Todas
as sugestões apontadas nos 5 Erros envolvem, na maioria das vezes, correções rápidas de serem
feitas e implementadas.
O próximo erro trata de mudança de procedimentos e práticas pedagógicas, pois está diretamente
ligado ao Plano de Aula, e geralmente o mesmo não contempla que o aluno fique ocupado e
motivado todo o tempo da aula.
O Erro no. 5 : “ Aula chata do começo ao fim” é a fala no. 1 de grande parte dos alunos,
principalmente do Fundamental II em diante. Mas o que é uma aula “chata” ? Para responder a esta
questão convoco VOCÊ a pensar qual foi a aula mais massante, interminável, sem sentido,
estafante, que você já teve na sua vida.
Agora, pense: por quê foi massante? Sem sentido? Chata? O Professor falou demais? Não alinhavou
o conteúdo teórico com casos práticos ? Não intercalou dinâmicas e atividades práticas ? Não
propôs desafio ? Não demonstrou o uso daquele conhecimento na solução de um caso real ? Não
variou na metodologia? Repetiu o mesmo tipo de aula várias vezes ? Não promoveu a interação e
participação do grupo ? O Professor valorizou mais a “decoreba” que o aprendizado real ? O
Professor levantou as necessidades e expectativas do grupo ? O Professor verificou se as suas
necessidades estavam sendo atendidas? O Professor monitorou o seu aprendizado ? O Professor
elaborou um plano para dar conta das dificuldades do grupo ? O Professor possibilitou que o grupo
praticasse os novos aprendizados propondo tarefas significativas e diferenciadas ?
Como você já constatou, todas as questões acima são extremamente relevantes quando realizamos
um curso. No caso do ensino de adultos, a ciência que dá conta disso é a Andragogia, mas isso é
tema para outro artigo.
No caso do ensino de crianças e jovens, é a Pedagogia que deve dar conta de responder pela
organização da aula, do ambiente, da criação de procedimentos, do uso de diversificadas práticas de
ensino, enfim, ferramentas que você precisa lançar mão para atingir o objetivo: fazer os alunos
aprenderem.
Convido você a olhar para o seu Plano de Aula e fazer as mesmas perguntas que fiz acima. Só deste
modo você saberá onde estão os gargalos que dificultam o melhor andamento das suas aulas, e ao
descobrí-los poderá criar novas formas de contorná-los, ou melhor ainda “ desatá-los”,
implementando novas práticas de ensino, mudando sua postura no trato com os alunos, o que
inevitavelmente trará um renovo ao seu dia a dia e às suas aulas.
Se após a realização desse “ Raio X” no seu Plano de Aula, ainda restar dúvidas, pergunte aos seus
alunos. Isso mesmo, realize uma Enquete e pergunte o que, ao ver deles, torna uma aula chata.
Desta forma você terá o feedback diretamente daqueles que assistirão as suas aulas: os alunos.
Sua aula já foi chata e agora não é mais? Compartilhe as novas práticas que você implementou. E se
você ainda está amargando os comentários malvados dos alunos por causa das aulas que eles
reclamam, saiba que compartilhando você corre o risco de receber muitas idéias para implementar.
FONTE:http://www.sosprofessor.com.br/