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Guerra fiscal trava o Brasil inditêxtilSP Informativo bimestral do Sinditêxtil • janeiro / fevereiro 2007 • ano II • nº 7 O em notícia Destaque 5 7 Sinditêxtil-SP anos que faz um governador despencar a alíquo- ta de ICMS de seu estado da noite para o dia? Simples: atrair mais empresas. Com isso, com uma única canetada, ele aumenta a arrecadação, gera mais empregos, promove o desenvolvimento local e, por fim, intensifica o comércio interno e interestadual. Aparentemente, melhora a vida do povo local, certo? O problema é que todos os go- vernadores querem isso. Cenário perfeito para uma guerra fiscal declarada. Neste jogo, leva vantagem quem souber ser rápido com as pedras do tabuleiro. Mas, haverá vencedores? Por quanto tempo? São Paulo representa 40% do PIB têxtil nacional. Por essa magnitude, é de se compreender o quanto essa guerra fiscal prejudica milhares de empresas. “Enquanto estamos negociando para incluir as em- presas do SIMPLES ( cerca de 90% das empresas do Setor Têxtil e de Confecção Paulista) na redução da alíquota de 18% para 12% do ICMS, concorremos com 3% no Ceará, 1% em Toritama (PE) e 2,5% no Rio de Janeiro, para citar apenas alguns dos nossos fortes concorrentes. Já provamos para o governo de São Paulo que a redução dessa alíquota, mesmo atendendo hoje somente 10% das empresas têxteis paulistas, contribuiu para um sensível aumento na arrecadação do Estado. A inclusão das pequenas e médias empresas no diferimento da alíquota pode- rá reduzir ainda mais a informalidade”, diz o presi- dente do Sinditêxtil-SP, Rafael Cervone Netto. Somente uma ampla reforma tributária para o Brasil poderia acabar com o jogo da guerra fis- cal onde todos os brasileiros acabam perdendo. No entanto, enquanto isso ainda parece uma miragem no deserto de incentivos do empresário paulista, o Sinditêxtil-SP já se reuniu novamente, de for- ma incansável, com a equipe do novo governo e apresentou quatro pontos urgentes para evitar que empresas deixem São Paulo e se instalem em outros estados ou até mesmo, outros países: • inclusão imediata das empresas sob o regime do SIMPLES, inclusive o varejo, no tratamen- to diferenciado de alíquota do ICMS, passan- do de 18% para 12%; • simultaneamente, baixar de 12% para 7% a alíquota para ficar uma competição isonômi- ca com os outros estados; • outra medida urgente é a redução de ICMS incidente sobre a conta de energia elétrica, principal insumo do setor; • desonerar totalmente a alíquota de ICMS na compra de máquinas, em vez de ser credita- do em 48 parcelas. “Temos que exigir condições justas tanto na concorrência com os asiáticos quanto com os ou- tros estados. É um olho na esquina e outro no hori- zonte”, resume Cervone. Temos que exigir condições justas tanto na concorrência com os asiáticos quanto com os outros estados.

inditêxtilSP em notícia - Sinditêxtil-SP · tros estados. É um olho na esquina e outro no hori-zonte”, resume Cervone. ... metropolitana de Campinas. O presidente da Fiesp,

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Guerra fi scal trava o Brasil

inditêxtilSP

Informativo bimestral do Sinditêxtil • janeiro / fevereiro 2007 • ano II • nº 7

O

em notícia

Destaque

57Sinditêxtil-SP

anos

que faz um governador despencar a alíquo-ta de ICMS de seu estado da noite para o

dia? Simples: atrair mais empresas. Com isso, com uma única canetada, ele aumenta a arrecadação, gera mais empregos, promove o desenvolvimento local e, por fi m, intensifi ca o comércio interno e interestadual. Aparentemente, melhora a vida do povo local, certo? O problema é que todos os go-vernadores querem isso. Cenário perfeito para uma guerra fi scal declarada. Neste jogo, leva vantagem quem souber ser rápido com as pedras do tabuleiro. Mas, haverá vencedores? Por quanto tempo?

São Paulo representa 40% do PIB têxtil nacional. Por essa magnitude, é de se compreender o quanto essa guerra fi scal prejudica milhares de empresas. “Enquanto estamos negociando para incluir as em-presas do SIMPLES ( cerca de 90% das empresas do Setor Têxtil e de Confecção Paulista) na redução da alíquota de 18% para 12% do ICMS, concorremos com 3% no Ceará, 1% em Toritama (PE) e 2,5% no Rio de Janeiro, para citar apenas alguns dos nossos fortes concorrentes. Já provamos para o governo de São Paulo que a redução dessa alíquota, mesmo atendendo hoje somente 10% das empresas têxteis paulistas, contribuiu para um sensível aumento na arrecadação do Estado. A inclusão das pequenas e médias empresas no diferimento da alíquota pode-rá reduzir ainda mais a informalidade”, diz o presi-dente do Sinditêxtil-SP, Rafael Cervone Netto.

Somente uma ampla reforma tributária para o Brasil poderia acabar com o jogo da guerra fi s-cal onde todos os brasileiros acabam perdendo. No entanto, enquanto isso ainda parece uma miragem no deserto de incentivos do empresário paulista, o Sinditêxtil-SP já se reuniu novamente, de for-ma incansável, com a equipe do novo governo e apresentou quatro pontos urgentes para evitar que empresas deixem São Paulo e se instalem em outros estados ou até mesmo, outros países:

• inclusão imediata das empresas sob o regime do SIMPLES, inclusive o varejo, no tratamen-to diferenciado de alíquota do ICMS, passan-do de 18% para 12%;

• simultaneamente, baixar de 12% para 7% a alíquota para fi car uma competição isonômi-ca com os outros estados;

• outra medida urgente é a redução de ICMS incidente sobre a conta de energia elétrica, principal insumo do setor;

• desonerar totalmente a alíquota de ICMS na compra de máquinas, em vez de ser credita-do em 48 parcelas.

“Temos que exigir condições justas tanto na concorrência com os asiáticos quanto com os ou-tros estados. É um olho na esquina e outro no hori-zonte”, resume Cervone.

Temos que exigir condições

justas tanto na

concorrência com os asiáticos

quanto com os outros estados.

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Prezado companheiro,

Sinditêxtil-SP começou o ano de 2007 em ritmo acelerado, com

uma série de atividades em defesa do setor têxtil paulista pois, afi nal, ainda continuamos enfrentando problemas já conhecidos e que ainda afetam direta-mente a nossa cadeia produtiva, como a taxa de câmbio, juros altos e a carga tributária elevada.

Insistimos, junto ao governo Fede-ral, na criação de um plano específi co que trate da desoneração do setor têx-til. Mas, de fato, nenhuma providência foi tomada por parte do presidente Lula que, recentemente, anunciou investi-mentos para o PAC (Programa de Acele-ração do Crescimento), com ênfase em infra-estrutura. Mas, de forma alguma, desistimos diante das difi culdades. Es-tamos montando um posto avançado em Brasília e, inclusive, contratando um articulador que terá a missão de visitar

parlamentares e agendar encontros en-tre eles e representantes do Sinditêxtil, entre outras ações. Apoiamos a iniciati-va do deputado Federal Vanderlei Macris (PSDB-SP) de criar uma sub-Comissão de Comércio Exterior dentro da Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câ-mara dos Deputados e que iniciará suas atividades dando ênfase ao setor têxtil e, ainda, estamos preparando uma nova mobilização nacional, em abril, buscan-do chamar a atenção do governo federal para as nossas reivindicações. Também apresentamos, re centemente, ao secre-tário de Estado da Fazenda, o pedido de inclusão das empresas enquadradas no SIMPLES e o varejo na redução da alí-quota de 18% para 12% do ICMS.

O ano de 2007 também promete ser de comemoração. Isto porque, em março, o Sindicato completa 75 anos. Entre as atividades, apresentamos o

novo “lay out” do Sinditêxtil em No-tícia e o selo co-memorativo, além da série de ações que estão detalhadas nesta edição. Na seção Perfi l, mostramos a trajetória de uma empresa que tem a gestão entre seus pontos fortes: Linhas Bonfi o. O nosso informativo faz, ainda, uma sin-gela homenagem ao nosso presidente emérito, Luiz Américo Medeiros, que faleceu em janeiro, em São Paulo.

E mais: informações sobre a criação do Comitê de Nanotecnologia, além do balanço 2006 da cadeia produtiva pau-lista (Comércio Exterior e Economia), entre outras notícias.

Boa leitura e até a próxima.

Rafael Cervone NettoPresidente do Sinditêxtil-SP

Bonfi o S/A, antiga Bonduki Bonfi o, que hoje conta com 300 colaboradores em suas quatro unidades, atendendo mais de 5 mil clientes no Brasil e exportando para 14 países.

Com o crescimento da unidade de Americana foram lançados os fi os fl a-me e botone, as linhas de algodão para costura e as linhas de poliéster fi ado. Foi com os fi os texturizados para cos-tura overlock, que a Bonfi o se tornou

líder deste mercado, po-sição mantida até hoje.

Em 1989, com a com pra da Tintoria S/A, uma das líderes na fa-bricação de linhas para bordar, a então Bonduki Bonfi o consolidou todas as operações industriais em um novo prédio, em Ame ricana. Em 1996, após a abertura de mer-

cado do setor têxtil, a empresa conso-lida seu processo de sucessão e inicia um processo de profi ssionalização e modernização de seu parque fabril, com o apoio do BNDES. A produção aumentou 35% no ano se guinte. Três anos depois, a empresa adquire a tin-turaria de fi os Stilbene, em Itaquaque-cetuba e, em 2003, monta uma nova unidade de retorsão em Três Lagoas – MS, completando seu processo de verticalização.

Já em 2005, a empresa assina uma Joint-venture com a fi rma americana American & Efi rd, uma das líderes mun-diais na fabricação de linhas, trazendo aporte de capital e tecnologia para a Bonduki Bonfi o, transformando-a na Linhas Bonfi o S/A.

Há 26 anos na empresa, o atual diretor-presidente Alfredo Bonduki re-presenta a segunda geração empreen-dedora da família.

udo começou em 1941, quando os irmãos Emílio e Georges Bonduki

fundaram uma distribuidora de fi os e linhas, próxima à Rua 25 de março, no centro da capital paulista. No início dos anos 60, Emílio instalou uma pequena fábrica de linhas no Brás e, tempos de-pois, foi instalada uma recursão de fi os para malharia e tecelagem na cidade de Americana, no interior do Es tado. Assim iniciou-se a trajetória da Linhas

Editorial

O

Linhas Bonfi o: tradição em fi osT

Perfi l

Notícia

3

Sinditêxtil-SP:75 anos de história

N

57Sinditêxtil-SP

anos

o dia 16 de março, um dos sindi-catos mais antigos e representa-

tivos da história do Brasil completa 75 anos: O Sinditêxtil-SP, que foi fundado em 1932, com a principal missão de fortalecer e representar a cadeia pro-dutiva têxtil, das fi bras naturais e quí-micas, passando pelas fi ações, até as tecelagens, malharias, tinturarias e es-tamparias no Estado de São Paulo.

A comemoração dos 75 anos do Sindicato inclui várias ações, no perío-do de março de 2007 até março do ano que vem. Algumas delas receberão os incentivos fi scais da Lei Rouanet, como a publicação de um livro que contará a história da indústria têxtil paulista, des-de seus primórdios até hoje.

O aniversário do Sindicato também será marcado pelo lançamento de um selo comemorativo. Além disso, um ví-deo-documentário resgatará imagens e depoimentos de ex-trabalhadores e empresários do setor, entre outros, fa-zendo uma espécie de contraponto com as indústrias modernas de hoje. O vídeo será distribuído em lugares estratégicos, como as faculdades de moda do Brasil.

presidente da FIESP e ainda membro da diretoria do Sinditêxtil-SP, na quali-dade de delegado representante junto à Federação. A atual diretoria foi eleita para o triênio 2005/2007, tendo como presidente o empresário Rafael Cervo-ne Netto, o mais jovem da história do Sindicato.

Álvaro Assumpção, primeiro presidente do Sinditêxtil – SP (1932 – 1935)

Uma exposição de caráter itinerante reu-nirá livros, fotos, depoimentos, produtos e vídeos. Ainda fazendo parte da co-memoração dos 75 anos, será realizada uma premiação aos estudantes de moda e de engenharia têx-til de São Paulo, que contarem pequenas his tórias de quem fez ou ainda faz parte his-tória da indústria têxtil paulista. As ações co-memorativas ainda incluem apoio a no-vos designers e a competições esporti-vas. No início do mês de dezembro, uma grande festa comemorativa será realiza-da na capital, em local a ser defi nido.

Em 75 anos, o Sinditêxtil-SP já teve 13 presidentes, dentre eles o fundador do Clube Juventus, o empresário Con-de Raul Crespi, o ex-prefeito da cidade Flávio Prado e o empresário e jornalista Fernando Gasparian, que adquiriu, em 1962, a casa onde até hoje funciona a sede do Sindicato. Destacam-se, ainda, as presidências de Luiz Américo Me-deiros por quase vinte anos à frente da entidade, bem como Paulo Skaf, atual

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Curtas

SustentávelA edição de inverno da São Paulo Fashion Week, que aconteceu de

24 a 29 de janeiro, elegeu o desenvolvimento sustentável como tema. Em parceria com o Instituto e, o evento abrigou o Espaço e, um loun-ge pioneiro e que pretende consolidar uma cultura de responsabilidade socioambiental na moda brasileira. No Espaço foi lançado o Projeto e-fabrics, uma iniciativa que hoje conta com mais de 20 tipos de materiais de origens recicladas, orgânicas, naturais e/ou artesanais e desenvolvidas por comunidades e cooperativas ou até mesmo por grandes grupos in-dustriais conscientes. Dentre eles, malhas, sedas e lãs artesanais, couro vegetal treetap, couros de animais de origem controlada, látex da ama-zônia, materiais de pet reciclados e biopolímeros. O Projeto e-fabrics re-cebeu o apoio institucional do Sinditêxtil-SP. A imagem mostra um look desenvolvido pelo estilista Fause Haten, com estrutura matelassada de mantas de pet reciclado revestido de algodão natural.

ComitêO Sinditêxtil-SP, em parceria com a

ABIT, instalou o Comitê de Nanotecnolo-gia Têxtil e de Confecção. Representantes de empresas, entidades técnicas e de insti-tutos de pesquisa, entre outros, compare-ceram à cerimônia na sede das entidades, em São Paulo. Na ocasião, o presidente do Sinditêxtil-SP, Rafael Cervone Netto, reforçou a importância do tema. “A concorrência mundial de têxteis, em especial no que se refere aos chineses, tem mostrado a ne-cessidade de se agregar cada vez mais valor aos produtos. E, através do Comitê de Nanotecnologia, pretendemos fomentar os produtos brasileiros”, afi rmou. De acordo com o coordenador do Comitê e diretor do Sindicato, Pierangelo Rossetti, “todo o setor têxtil está convidado a se unir a essa iniciativa”. Durante a reunião de instalação do Comitê aconteceu a palestra “Nanotecnologia Têxtil, desenvolvimentos atuais e futuras oportunidades”, que foi apresentada pelo PHD em engenharia Química e Biomolecular da Universidade de Cornell, em Nova Iorque, Juan Paulo Hinestroza.

InauguraçãoO presidente do Sinditêxtil-SP, Rafael Cervone esteve presente, no último

dia 03, na cerimônia de inauguração da unidade do Senai em Sumaré, região metropolitana de Campinas. O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, também anunciou

a implantação de um novo centro educacional do Sesi na região. A nova unidade de Sumaré terá capacidade para formar quatro mil alunos por ano e vai oferecer cursos nas áreas de Aprendizagem Industrial. Skaf assegurou ainda que serão inves-tidos cerca de R$40 milhões nas obras de reforma e ampliação nas unidades Senai-SP em Paulínia e

Valinhos, e nas novas Escolas de Santa Bárbara do Oeste e

Jaguariúna.

AssociadosConfi ra, abaixo, a relação das

empresas que se associaram ao Sin di têxtil no ano passado:

ASSOCIADOS SINDITÊXTIL 2006

Sintequímica do Brasil CHT Brasil Química Ertex Química IBC - Instituto Bras. Cultural Cognis Brasil Mago Indústria e Comércio de Artefatos de Papel

Real Especialidades Têxteis Guarany Indústria e Comércio Assoc. Benefi cente e de Est. Esp. Dr. Adolfo Bezerra Menezes

Huntsman Advanced Materials Química Brasil (Subst. Ciba Especialidades Químicas Ltda)

Alsa Têxtil Tecelagem Panamericana Bellacor Tinturaria Industrial

Temar Têxtil Tremembé Inds. Químicas Texion Têxtil Texpoint Tecidospara decoração

Tecelagem Fatto a Mano Decorfancy Fios e Tecidospara Decoração

BRATEX Assessoriae Representações

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AniversárioO Sinditêxtil-SP parabeniza as empresas asso-

ciadas, que completam mais um ano de existên-cia no primeiro semestre de 2007. Veja, abaixo, a lista das aniversariantes acima de 25 anos:

Razão Social Data de Idade fundaçãoCia Industrial eAgrícola Boyes 07/01/1927 80

Têxtil Itaja Ltda 01/02/1972 35

Companhia de Fiaçãoe Tecidos Guaratinguetá 10/03/1912 95

Pelican Têxtil S/A 08/03/1962 45

Maliber Indústria eComércio Têxtil Ltda 15/03/1977 30

São PauloAlpargatas S/A 03/04/1907 100

Santo Amaro S/AIndústria e Comércio 13/05/1947 60

Vicunha Têxtil S/A 04/05/1967 40

Coats Corrente Ltda 18/06/1907 100

Tecelagem Lady Ltda 19/06/1942 65

SiteA página do Sindicato na Internet

(www.sinditextilsp.org.br) tem re-gistrado cada vez mais acessos. Em março de 2006, período em que a audiência começou a ser medida, o site do Sinditêxtil acusou três mil acessos. A última medição, em

janeiro de 2007, registrou 31 mil visitas. Além de notícias, o site também apresenta infor-

mações atua lizadas nas áreas de Meio Ambiente, Econo-mia e Comércio Exterior, entre outras.

ContribuiçãoSinditêxtil-SP informa às empresas que por

algum motivo não tenham conseguido quitar o pagamento das Contribuições Assistencial e/ou Sindical em tempo hábil, ou seja em janeiro últi-mo, que entrem em contato com Sueli, pelo tele-fone 11 3823 6134 ou [email protected]. As tabe-las com os valores da Contribuição Assistencial ou para o cálculo da Sindical podem ser consultadas no site www.sinditextilsp.org.br.

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Luiz Américo Medeiros:símbolo de perseverança

Homenagem

A indústria têxtil brasileira está de luto.

No dia 15 de janeiro faleceu, no

Hospital do Coração, em São Paulo, Luiz

Américo Medeiros, presidente emérito da

Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de

Confecção (ABIT) e do Sinditêxtil-SP. Medei-

ros tinha 83 anos. Além de empresário do

setor, ele foi um dos grandes responsáveis

pelo crescimento do parque industrial têxtil

brasileiro.

Medeiros iniciou suas atividades no ramo

têxtil como vendedor, chegando a diretor do

Lanifício Inglês, empresa familiar, que mais

tarde seria ampliada e passaria a denominar-

se Lanifício Anglo Americano S.A.

No Sinditêxtil-SP ingressou em 1967, as-

sumindo o cargo de presidente do Sindicato

e posteriormente da ABIT, fi cando à frente

das duas entidades até 1998, quando foi su-

cedido por Paulo Skaf, atual presidente da

Federação das Indústrias do Estado de São

Paulo (FIESP). “A ABIT não seria essa grande

entidade que é se não houvesse a iniciativa

,dedicação e competência do Dr. Medeiros.

Para a indústria têxtil é uma grande perda”,

lamentou Fernando Pimentel, diretor-supe-

rintendente da ABIT.

O empresário é considerado um dos

grandes incentivadores da modernização

do parque industrial têxtil e do ingresso de

empresas brasileiras no mercado interna-

cional. Era admirado e respeitado por to-

dos. “É com pesar que recebemos a notícia

do falecimento do Dr Medeiros; será uma

grande perda para o Sinditêxtil-SP, princi-

palmente neste ano, em que o sindicato

completa 75 anos, 31 dos quais sob o seu

comando”, disse Rafael Cervone Netto,

presidente do Sinditêxtil-SP. Luiz Américo

Medeiros também fez parte da diretoria da

Federação das Indústrias do Estado de São

Paulo (FIESP).

“A indústria têxtil perdeu um grande amigo, um grande empre-sário e o ícone do setor. Luiz Américo Medeiros foi responsável pelo crescimento do parque industrial têxtil brasileiro e deve ser lembrado como um grande homem, que lutou e muito fez pelo setor têxtil nacional”. Ricardo Haydu, empresário

“Há um pensamento popular que diz: ‘Os homens passam, as ins-tituições fi cam’. Entretanto, como em tudo na vida, o Luiz Amé-rico Medeiros é uma exceção . A sua contribuição ao setor têxtil brasileiro é inestimável, o valor de seu legado como presidente do Sinditêxtil-SP e da ABIT é absoluto. Desaparece um líder in-conteste, mas fi ca o seu bom exemplo para as futuras gerações”. Paulo Skaf, presidente da FIESP

“Sem nenhuma dúvida, o Luiz foi uma unanimidade, muito fácil de ser “gostado”. Sua franqueza, pureza de objetivos e perse-verança foram marcas registradas a serviço do nosso setor. Nos últimos anos ele costumava presentear a muitos com os quais se reunia em São Paulo, Brasília ou Rio de Janeiro, com um peque-no broche folhado a ouro, representando uma tartaruga, símbo-lo da longevidade e perseverança. Vamos ter sempre a lembran-ça do Luiz em nossas mentes e nossos corações”. Roberto Milan, vice- Presidente da Comexport Cia. de Comércio Exterior

“Tive o privilégio de conviver por mais de 30 anos com Luiz Amé-rico Medeiros na condução do nosso Sindicato, nosso Sinditêxtil, minha gratidão. Pessoa querida e respeitada por seus pares e amigos, que tanto lutou pelo bem- estar da indústria têxtil bra-sileira, através da ABIT, nossa gratidão. Saudades, presidente”. Paulo Vieira, 1º. diretor-fi nanceiro da FIESP

Indicadores • Comércio exterior

7

N

Destaques de crescimento e de queda nas importações em São Paulo* 2005 2006 2006/2005 (variação%)Segmento

US$ milhões 1000 ton US$ milhões 1000 ton US$ milhões 1000 tonTotal 520,15 134,41 623,32 147,10 19,84 9,44Fibras de Acrílico 10,97 5,62 3,54 1,71 (67,75) (69,62)Fibras de Viscose 3,65 2,09 6,49 3,83 77,93 83,29Fios de Algodão 2,71 0,73 5,29 1,56 95,20 113,74Fios Artifi ciais e Sintéticos 27,92 11,24 34,23 13,28 22,59 18,11Filamentos de Poliéster POY 17,67 11,89 6,63 4,67 (62,46) (60,72)Tecidos de Seda 1,59 0,04 2,18 0,05 36,63 36,45Vestuário 104,95 11,82 143,32 13,49 36,56 14,11Cama, Mesa e Banho 3,85 0,65 8,44 1,33 119,22 104,93

Destaques de crescimento e de queda nas exportações em São Paulo* 2005 2006 2006/2005 (variação%)Segmento

US$ milhões 1000 ton US$ milhões 1000 ton US$ milhões 1000 tonTotal 541,59 112,09 519,66 99,73 (4,05) (11,02)Fibras de Acrílico 7,37 3,76 15,02 6,90 103,71 83,54Fios de Algodão 8,78 3,29 6,10 2,04 (30,50) (38,05)Fios Artifi ciais e Sintéticos 3,21 0,91 6,52 1,85 103,35 102,92Filamentos de Viscose 3,43 1,21 0,75 0,17 (78,08) (85,71)Filamentos de Poliuretano 23,51 2,73 12,63 1,30 (46,28) (52,22)Tecidos de Algodão 72,34 16,87 69,25 14,99 (4,26) (11,14)Vestuário 116,06 5,49 97,73 4,00 (15,79) (27,03)Cama, Mesa e Banho 20,26 3,96 23,54 3,89 16,17 (1,92)

Principais exportadores brasileiros com as variações entre 2006 e 2005 2005 2006 2006/2005 (variação%)Descrição da UF

US$ milhões 1000 ton US$ milhões 1000 ton US$ milhões 1000 tonTotal geral 2.201,85 832,03 2.081,85 735,73 (5,45) (11,57)SÃO PAULO 541,59 112,09 519,66 99,73 (4,05) (11,02)SANTA CATARINA 350,81 41,94 320,59 37,39 (8,61) (10,84)BAHIA 205,63 189,27 228,12 202,20 10,94 6,83

Principais importadores brasileiros com as variações entre 2006 e 2005 2005 2006 2006/2005 (variação%)Descrição da UF

US$ milhões 1000 ton US$ milhões 1000 ton US$ milhões 1000 tonTotal geral 1.517,93 560,57 2.142,06 748,58 41,12 33,54SÃO PAULO 520,15 134,41 623,32 147,10 19,84 9,44ESPÍRITO SANTO 284,37 103,29 372,67 121,61 31,05 17,73SANTA CATARINA 138,87 58,14 316,48 125,25 127,90 115,44

o ano de 2006, as expor-tações de produtos têxteis

e confeccionados do estado de São Paulo apresentaram queda de 4,05% em termos de valor e 11,02% em termos de volume em relação ao ano de 2005. A tabela revela os segmentos que apresen-tam destaques de crescimento e de queda nas exportações em São Paulo (considerando termos abso-lutos e percentuais):

A seguir, os principais exportado-res brasileiros com as variações entre 2005 e 2006:

As importações de produtos têx-teis e confeccionados do estado de São Paulo, no ano de 2006, apresentaram crescimento de 19,84% em termos de valor e 9,44% em termos de volume, comparadas ao ano de 2005. O quadro a seguir demonstra os segmentos que apresentaram os destaques de crescimento e de queda nas importações do estado de São Paulo (considerando ter-mos absolutos e percentuais):

Os principais estados importado-res brasileiros com variação entre 2005 e 2006:

Como resultado, o estado de São Paulo, que foi superavitário em 2005, apresentou défi cit de US$ 103,66 milhões em sua balança comercial de produtos têxteis e confeccionados no ano de 2006. Para mais informações, acesse “Dados Econômicos”, no site www.sinditêxtilsp.org.br.

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Indicadores • Economia

Produção Industrial Mercado de Trabalho

Tabela 1 – Produção física industrial (variação percentual)Índice acumulado (base: igual período do ano anterior)

Brasil e Unidade Seções e atividades industriais Mês/Anoda Federação Dez/05 Dez/06 Indústria de transformação 2,71 2,58Brasil Têxtil –2,11 1,57 Vestuário –5,05 –4,96 Indústria de transformação 3,69 3,18São Paulo Têxtil –7,73 1,61 Vestuário –4,86 1,43

Tabela 2 – Estado de São Paulo Variável: pessoal ocupado assalariado Emprego formalb

(percentual)a

Tipo de índice = índice acumulado nº acumulado (base: igual período do ano anterior) absoluto

Seções e divisões Dez/05 Dez/06 Dez/05 Dez/06

Têxtil –3,13 –3,28 n.d. n.d

Vestuário –11,38 –8,06 n.d. n.d.

Têxtil, Vestuário n.d. n.d. 6.122 10.408Fonte: IBGEa; MTEbFonte: IBGE

Dados sobre Infl ação estão disponíveis em “Dados Econômicos”, no site do Sindicato: www.sinditextilsp.org.br.

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Sinditêxtil em notícia é uma publicação do Sindicato das Indústrias Têxteis do Estado de São Paulo • Supervisão: Ligia Santos • Jor-nalista Responsável: Roberto Lima (MTb 25.712) • Colaboração: Maria Fernanda Gomes • Rua Marquês de Itu, 968 - 01223-000 - SP/SP • Tel: (11) 3823-6100 • e-mail: [email protected] • Projeto gráfico e editoração: Arbore Comunicação Empresarial e Design • Fotos: Ricardo Keuchgerian • Tiragem: 2.000 exemplares

Os números do IBGE informam, em todas as bases de comparação, uma forte redução do pes-soal ocupado na Cadeia Têxtil e de Confecção. Para termos uma idéia da magnitude desse mo-vimento de redução de postos de trabalho, basta analisarmos os números da tabela 2 (abaixo). O segmento Têxtil paulista, em jan-dez/06, empre-gou menos (3,28%) em relação a igual período do ano anterior. Por sua vez, o Vestuário paulista desempregou (8,06%), em jan-dez/06. Já os da-dos do MTE/CAGED informam um aumento pou-co expressivo de 4.286 novos postos de trabalho. Essa discrepância em relação aos dados do IBGE pode ser explicada principalmente pelo tipo de metodologia usada por cada entidade.

A Indústria de Transformação nacional sentiu o impacto das incertezas eleitorais e do juro alto em 2006. Segundo o IBGE, a Indústria de Transformação nacional acelerou, nos doze meses de 2006, somente 2,58% em comparação a igual período do ano anterior. Abaixo dos 2,71% de jan-dez/05 comparados a jan-dez/04. Igualmente apresentando baixo desempenho, a Indústria Têxtil nacional, em jan-dez/06, avançou somente 1,57% em re-lação a igual período do ano anterior. Para completar o cenário adverso do ano de 2006, o Vestuário registrou, em jan-dez/06, retração de (4,96%) em relação igual período do ano anterior. Praticamente repetindo os resultados ruins (5,05%) de jan-dez/05 comparados a igual período do ano anterior. No que diz respeito ao Estado de São Paulo, a Indústria de Transformação paulista, em jan-dez/06, avançou somente 3,18% em relação a igual perío-do do ano anterior. O que, diga-se de passagem, é muito pouco para o estado mais rico do país. O segmento Têxtil paulista, em jan-dez/06, avançou apenas 1,61% em relação a igual período do ano anterior. Dessa forma, nem ao menos conseguiu recupe-rar a forte queda registrada em jan-dez/05 que foi de (7,73%). Acompanhando esse movimento, o Vestuário paulista, em todos os doze meses de 2006, conseguiu crescer somente 1,43% contra igual período do ano anterior.