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Setor mineral durante audiência pública no Senado Eugênio Novaes Mineração pede mais atenção para o setor ao Congresso Nacional Em audiência na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado e também durante seminário na Câmara dos Deputados, a indústria da mineração defende melhores condições para atuar Decio Michellis Jr., da Associação Brasileira de Concessionárias de Energia Elétrica (ABCE), explica as perspectivas da energia elétrica no Brasil - págs. 9 a 11 Seminário de Mineração na Câmara: A partir da esquerda: Claudio Scliar (MME), Miguel Nery (DNPM), Deputado Brizola Neto, Paulo Camillo Penna (IBRAM) e José Humberto Chaves (IBAMA) Nov./Dez. de 2009 Ano IV - nº 29 Mineração indústria da

Indústria da Mineração nº 29

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Setor mineral durante audiência pública no SenadoEugê

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Mineração pede mais atenção

para o setor ao Congresso Nacional

Em audiência na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado e também

durante seminário na Câmara dos Deputados, a indústria da mineração

defende melhores condições para atuar

Decio Michellis Jr., da Associação Brasileira de Concessionárias de Energia Elétrica (ABCE), explica as perspectivas da energia elétrica no Brasil - págs. 9 a 11

Seminário de Mineração na Câmara: A partir da esquerda: Claudio Scliar (MME), Miguel Nery (DNPM), Deputado Brizola Neto,

Paulo Camillo Penna (IBRAM) e José Humberto Chaves (IBAMA)

Nov./Dez. de 2009Ano IV - nº 29Mineração

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EXPEDIENTE Indústria da Mineração - Informativo do Instituto Brasileiro de Mineração

DIRETORIA EXECUTIVA: Presidente: Paulo Camillo Vargas Penna / Diretor de Assuntos Minerários: Marcelo Ribeiro Tunes / Diretor de Assuntos Ambientais: Rinaldo César MancinCONSELHO DIRETOR: Presidente: José Tadeu de Moraes / Vice-Presidente: Luiz Eulálio Moraes Terra

Produção: Profissionais do Texto – www.ptexto.com.br / Jorn. Resp.: Sérgio Cross (MTB3978)Textos: Carolina Cascão

Sede: SHIS QL 12 Conjunto 0 (zero) Casa 04 – Lago Sul – Brasília/DF – CEP 71630-205Fone: (61) 3364.7272 / Fax: (61) 3364.7200 – E-mail: [email protected] – Portal: www.ibram.org.br

IBRAM Amazônia: Av Gov. José Malcher, 815 s/ 313/14 – Ed. Palladium Center – CEP: 66055-260 – Belém/PAFone: (91) 3230.4066/55 – E-mail: [email protected]

IBRAM - MG: Rua Alagoas, 1270, 10º andar, sala 1001, Ed. São Miguel, Belo Horizonte/MG – CEP 30.130-160 Fone: (31) 3223.6751 – E-mail: [email protected]

Envie suas sugestões de matérias para o e-mail [email protected]

EDITORIALDNPM espera

arrecadar R$ 1 bi com a CFEM em 2009

Os cofres públicos deverão receber R$ 1 bilhão este ano com a Compensação Fi-nanceira pela Exploração de Recursos Mi-nerais (CFEM), número aproximadamente 16% superior ao do ano passado, quando foram arrecadados R$ 857,8 milhões. Esta projeção foi feita pelo Diretor-Geral do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Miguel Nery, durante o 13º Congresso Brasileiro de Mineração, em Belo Horizonte (MG).

Mudanças climáticas: contribuições do setor

industrial brasileiro para a 15º Conferência de

Clima em CopenhagueAs federações de indústrias, associa-

ções setoriais e empresas definiram, na última reunião do Fórum Nacional da Indústria, órgão consultivo da Diretoria da Confederação Nacional da Indústria – CNI, documento com as considerações do setor industrial para as negociações da 15ª Conferência de Clima da ONU, que havia iniciado em Copenhague quando do fechamento desta edição.

O setor industrial espera que durante a Conferência, os países desenvolvidos se comprometam com metas de reduções de emissões ambiciosas e que sejam acorda-dos mecanismos e recursos que fortaleçam as ações voluntárias de mitigação e a adap-tação dos países em desenvolvimento.

Os integrantes do Fórum represen-tam as 27 federações de indústrias e 44 associações nacionais setoriais.

Leia o documento, na íntegra no site do IBRAM ou acesse http://

www.ibram.org.br/150/15001002.asp?ttCD_CHAVE=95807

Mineração não cruza os braços

Mesmo com o ano chegando ao fim, a mineração não descansa, muito menos cruza os braços. O setor apresentou a reali-dade da atividade na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado, e realizou, em parceria com a Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, o seminário “Mineração: indutor do desenvolvimento nacional” no dia 2 de dezembro, no Audi-tório Nereu Ramos, na Câmara.

Participar e promover eventos como esses significa estabelecer importante canal permanente de debates sobre a importância em de as autoridades pú-blicas criarem uma política nacional de mineração. Uma das fortes razões é que o Brasil é um dos países mineradores de maior destaque. Tanto pelo volume de produção quanto pela alta qualidade dos

Livro ressalta importância dos fertilizantes na agricultura sustentável

A análise de dados, indicação de soluções para que prevaleçam na agroindústria brasileira altas taxas de produtividade, abundância de alimentos, aumento da produção de biocombustíveis, tecnologia de ponta e busca de qualidade/quantidade com o menor impacto possível sobre o meio ambiente são os pontos principais dos estudos desenvolvidos no livro Fertilizantes-Agroindústria e Sustentabilidade, que o Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), unidade de pesquisa do Mi-nistério de Ciência e Tecnologia, lançou em 17 de novembro, na sede da instituição, no Rio de Janeiro. Os interessados em obter o livro devem enviar e-mail para: [email protected].

minérios. A indústria da mineração pode ser considerada como um dos pilares da economia nacional, ao lado do agrone-gócio. É a indutora do desenvolvimento de outras atividades produtivas, por ser a base de toda a indústria, que transforma os minérios em bens de consumo para movi-mentar o atacado, o varejo e os serviços.

A perspectiva positiva de investimen-tos no setor, de acordo com o IBRAM, continua. Entre 2009 e 2013, investirá US$ 47 bilhões em várias partes do Bra-sil. Mais uma prova de que a atividade mineral é a que mais anuncia investimen-tos nesse período.

Nesta edição, entre tantos assuntos interessantes, não deixe de ler a entre-vista com Decio Michellis Jr, Secretário-Executivo do Fórum de Meio Ambiente do Setor Elétrico e Secretário-Executivo do Comitê de Meio Ambiente da Asso-ciação Brasileira de Concessionárias de Energia Elétrica (ABCE).

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O setor mineral empresarial brasileiro, representado pelo IBRAM, pela Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para Construção Civil – ANEPAC e pelo Sindicato Nacional da Indústria do Ci-mento – SNIC (ambos associados ao IBRAM) reivindicou mais atenção aos senadores, em 5 de novembro. A realidade do setor como um todo, bem como de segmentos específicos, como o do cimento e agregados para constru-ção civil, foram temas relevantes em audiência pública na Comissão de Serviços de Infraestrura (CI) do Senado. A mineração sugeriu medidas para incentivar o consumo de cimento, por meio de políticas habitacionais, fomentar a produção nacional de fertilizantes e melhorar o planejamento da mineração no País.

Para o Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Vargas Penna, a mineração poderá

Audiência na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado. Da esq. para dir.: Fernando Valverde (ANEPAC), Paulo Camillo (IBRAM), Senador Eliseu Resende, José Otávio Carvalho (SNIC).

Políticas para a mineração brasileira são sugeridas no Senado

retomar, a partir de 2011, o volume de pro-dução verificado antes da crise econômica. Ele explicou que a perspectiva de cresci-mento da economia da China, de mais de 9%, é promissora para o Brasil, uma vez que os chineses são os maiores compradores da produção brasileira e atores importantes no cenário mundial da mineração. “A China transferirá 800 milhões de chineses do meio rural para o urbano, o que aumentará a de-manda por minérios por causa dos projetos de urbanização. Isso significa que mais do que 4 Brasis serão incorporados ao meio urbano”, revela.

O dirigente ressaltou que haverá um re-ajuste nos níveis de demanda da produção brasileira, entretanto, em 2011não deverão repetir os índices observados em 2006 e 2007. De acordo com ele, a produção de

minérios do País cresceu de US$ 8 bilhões em 2000 para US$ 28 bilhões em 2008.

Paulo Camillo apontou ainda a necessida-de de que se adote uma política para incre-mentar a produção de fertilizantes. Segundo informou, o País importa volume significativo dos componentes usados na fabricação desses insumos, sendo mais de 90% do potássio, 75% de nitrogênio e 51% de fósforo, que apresentam elevada carga tributária, disse.

A audiência foi presidida pelo Senador Eliseu Resende (DEM/MG). Participaram tam-bém do debate o Vice-Presidente do SNIC, José Otávio Carvalho, o Diretor-Executivo da ANEPAC, Fernando Mendes Valverde, os Senadores Delcídio Amaral (PT/MS), Flexa Ribeiro (PSDB/PA), Francisco Dornelles (PP/RJ) e Gilberto Ghoelner (DEM/MT).

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Fertilizantes foi o assunto mais discutido na Comissão de Infraestrutura

“O Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes no mundo”, afirmou o Presidente do IBRAM durante apresentação na Comissão de Serviços de Infraestrura do Senado.

Paulo Camillo, ao mostrar a realidade desses minerais e ao responder às duvidas sobre fertilizantes e potássio do Senador Francisco Dornelles, sugeriu ao Governo que trace uma política de desenvolvimen-to para reverter a situação atual. O Brasil, lembrou, é o maior comprador de potássio do mundo. E é o que apresenta a maior carga tributária sobre este insumo mineral, indispensável ao agronegócio.

O dirigente disse que cerca de 90% do potássio que o Brasil consome são prove-nientes do exterior. “O País pode diminuir a importação se investir em pesquisas geológicas”, enfatizou.

O Senador Delcídio Amaral, também res-saltou que, além de o Brasil ser grande impor-tador de potássio, estabelece uma alta carga tributária. Ele defendeu uma compensação fiscal para que as empresas tenham interesse em investir na exploração desse mineral.

“Somos um dos maiores importadores de fertilizantes do mundo, e temos, tam-bém, a maior carga tributária. É preciso fa-zer uma compensação para que tenhamos

Senador Delcídio Amaral defende mineração

O setor minerador, disse o Senador Del-cídio Amaral, desempenha importante papel nas exportações brasileiras e movimenta bilhões de reais, o que requer, segundo ele, a atuação de uma agência que acompanhe o mercado, bem como dê agilidade aos proce-dimentos de licenciamento das lavras.

O parlamentar sugeriu que o Depar-tamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) seja transformado em agência regu-ladora e propôs a elaboração de legislação relativa à questão ambiental e à mineração em áreas de fronteira e indígenas. “Temos um setor mineral competente, tecnologicamente avançado e com empresas que são grandes players internacionais. Como queremos que o País usufrua de maneira mais ampla essas riquezas, temos que, então, facilitar a vida de quem minera”, disse.

Paulo Camillo, Presidente do IBRAM, levantou a questão do elevado consumo de fertilizantes pelo Brasil

Francisco Dornelles (à esq.) e Delcídio Amaral, durante audiência da Comissão de Serviços de Infraestrutura

um setor mineral competente e tecnologi-camente avançado”, afirmou.

O Senador Flexa Ribeiro - Presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inova-ção, Comunicação e Informática - sugeriu discutir em audiência conjunta com a Comissão de Serviços de Infraestrutura a questão dos royalties do setor minerador. Ele também se colocou contrário a alta tributação de minérios. Segundo ele, os estados mineradores estão em prejuízo em relação à União. “As empresas devem ser

beneficiadas com exploração mineral para, assim, continuarem a crescer”.

O estudo sobre a localização de jazidas de potássio, prometido para junho deste ano pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, foi cobrado pelo Senador Gilberto Goellner.

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Consumo de cimento no Brasil é igual ao dos EUA na década de 20

Apesar da recuperação recente da indústria de cimento no Brasil, o Vice-Presidente do SNIC, José Otávio Carva-lho, defendeu a implantação de política para incentivar a demanda do produto, essencial para contribuir com a redução do déficit habitacional de mais de seis milhões de moradias.

Segundo o dirigente do SNIC, o consu-mo per capita de cimento é baixo em rela-ção a outros países: 272 kg por habitante, o mesmo número que os EUA consumiam na década de 20. Ele ressaltou, entretanto, que o Brasil foi um dos poucos que regis-trou elevação do consumo de cimento nos últimos meses.

Um dos maiores vilões da indústria cimenteira é a deficiência no transporte. Segundo Carvalho, em primeiro lugar o cimento é comercializado em sacos. E, em segundo lugar o produto é altamente dependente do transporte rodoviário. E a situação das estradas no Brasil é precária.

Além disso, afirmou, trata-se de um dos setores que mais utiliza energia elétrica e petróleo. Ele observou que o cimento é feito à base de calcário e é o componente para formação do concreto, produto mais consumido no mundo depois da água.

José Otávio Carvalho, do SNIC,à direita, defende implantação de políticas para o setor. À esquerda, Senador Eliseu Resende que presidiu a audiência.

Copa do mundo e Olimpíadas impulsionarão o setor de agregados

Espera-se que o setor de agregados da construção civil (areia, cascalho, brita etc.) cresça entre 4% e 4,5%, entre 2012 e 2014 por ano, devido ao aumento de demanda desses produtos. O motivo do salto é em virtude da Copa do Mundo, em 2014, Olim-píadas, em 2016, e investimentos do PAC - Programa de Aceleração do Crescimento, como o “Minha Casa, Minha Vida”.

A projeção foi apresentada pelo Diretor-Executivo da ANEPAC, Fernando Valverde.

Fernando Valverde, da Anepac, apresentou a situação de agregados para construção civil, durante audiência no Senado

Ele afirmou que, no Brasil, há enorme de-manda reprimida de areia e pedra britada para atender as obras de infraestrutura e habitação, dentre outras.

Fernando Valverde, assim como Paulo Camillo, do IBRAM, apontou também a ne-

cessidade de planejamento para a atividade minerária no Brasil. Segundo o Diretor-Executivo, as principais “pedreiras” estão situadas nas periferias das cidades e sofrem estrangulamento em razão da aceleração da urbanização, o que requer, como ressaltou, um ordenamento territorial para o setor.

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SEGURANÇA E SAÚDE

BOAS PRÁTICAS

COMPETIÇÃO DEBRIGADAS DE INCÊNDIO

Realizou-se, em outubro, em Criciúma (SC) a 1ª. COMBISUL - Competição de Brigadas de Incêndio do Sul do Estado de Santa Ca-tarina entre as minerações de carvão. As 14 equipes, cada uma composta por oito inte-grantes, percorreram um circuito composto por cinco obstáculos. Sagrou-se vencedora a equipe que percorreu o circuito no menor tempo, descontando-se as penalidades pelos erros cometidos.

A empresa vencedora foi Eliane Revesti-mentos Cerâmicos - Unidade Porcelanato. Em seguida, veio a empresa Cecrisa Reves-timentos Cerâmicos - Unidade Portinari e, em 3º Lugar, ficou a mineradora de carvão Carbonífera Criciúma S.A.

ATUALIDADES

CÂNCER OCUPACIONAL

A ONG Instituto Brasileiro de Ação Respon-sável realizou, em Brasília, o 5º Seminário Nacional de Segurança, Saúde e Meio Ambiente no Brasil: Câncer Relacionado ao Trabalho. O evento faz parte do Programa Ação Responsável - que trata dos assuntos prioritários da agenda do governo federal - e teve como objetivo mobilizar e conscientizar a sociedade para o controle do câncer causa-

SAÚDE E SEGURANÇA: NOVA METODOLOGIA NO SEGURO-ACIDENTE

O Governo ratificou a resolução do Conse-lho Nacional de Previdência Social (CNPS) ao definir a nova metodologia do Fator Acidentário de Prevenção (FAP), que será utilizado a partir de janeiro de 2010 e calcu-lará as alíquotas da tarifação individual por empresa do Seguro Acidente. O Decreto nº 6.957/2009 foi publicado em setembro no Diário Oficial da União.

O decreto, além de regulamentar as Resoluções 1.308 e 1309/2009, aprovadas pelo CNPS em maio, traz a relação das subclasses econômicas - a partir da lista da Classificação Nacional de Atividades Econômicas -, com o respectivo percentual de contribuição (1%, 2% e 3%) de cada atividade econômica. É sobre esses per-centuais que será calculado o FAP, a partir do ano que vem.

A nova metodologia leva em consideração a acidentalidade total da empresa, com a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e todos os nexos técnicos sem CAT, incluído todo o Nexo Técnico Epidemiológico (NTEP) a partir de abril de 2007. O fator acidentário atribui pesos diferentes para as acidentalida-des. A pensão por morte e a aposentadoria por invalidez, por exemplo, têm peso maior - cada uma com pesos diferenciados - que os registros de auxílio-doença e auxílio-acidente.

Outra mudança é a criação da trava de morta-lidade e de invalidez. As empresas com óbitos ou invalidez permanente não receberão os bônus do FAP. Mas se houver investimento comprovado em melhoria na segurança do trabalho, com acompanhamento do sindica-to dos trabalhadores e dos empregadores, a bonificação poderá ser mantida.

do por exposições ocupacionais em indústrias químicas, farmacêuticas e petroquímicas por meio de segurança de equipamentos e pro-cessos nesses setores.

Segundo pesquisa do IBGE (2007), o Brasil possui 16,7% de casos de câncer relacio-nados ao trabalho. O relatório indica ainda que a doença é a segunda causa de morte no Brasil, ficando atrás apenas de acidentes no trânsito.

PROGRAMA MINERAÇÃO NA EXPOSIBRAM 2009

O Programa MinerAÇÃO esteve presente nas discussões do 13º Congresso Brasileiro de Mineração, entre 21 e 24 de setembro, em Belo Horizonte (MG). Gestão Estratégica de Seguran-ça e Saúde Ocupacional como Fator de Competitividade foi o tema de painel coordenado por Gilmar da Cunha, Pesquisador da FUNDACENTRO/MG. O evento, uma realização do IBRAM, aconteceu simultaneamente à EXPOSIBRAM 2009 – Exposição Internacional de Mineração.

Durante o painel apresentou-se a mineração moderna e os desafios enfrentados, além das estratégias para ampliar a competitividade do negócio com bons indicadores de gestão de saúde e segurança do trabalho. Esta realidade foi demonstrada nas palestras Saúde e Segurança: Aliadas da Estratégia de Negócio - Exemplos da Indústria Química do Jorge Soto, Diretor de SST da BRASKEN, Segurança “Não” é Nossa Priori-dade de John McEndoo, Diretor de SST da AngloGold Ashanti (África do Sul ) e Programa de Gerenciamento de Riscos de Segurança do Sergio Médici de Eston, Chefe do Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo, Escola Politécnica, Universidade de São Paulo – USP.

Para mais informações, basta enviar e-mail para [email protected].

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Diferentemente do que alguns pensam, as exceções tarifárias do imposto de importação, conhecidas como Ex-tarifário do II, não são benefícios fiscais, onde em regra pesa mais o cacife político do que as velhas e boas razões técnicas. Ao contrário, o Ex-tarifário do II é, com certeza, um dos mais transparentes e modernos mecanismos para a redução do custo de aquisição de bens de capitais não produzidos no Brasil1.

Em essência, um Ex-tarifário do II propor-ciona a redução da alíquota do imposto de importação de 14% para somente 2%, com os inevitáveis reflexos sobre o montante dos tributos, nas esferas federal e estadual.

Não creio que exista hoje no nosso País algo com tamanha importância, colocado à disposição do empresariado de forma tão aberta, objetiva e prática. Sustento esta afirmativa, por um lado, porque os Ex-tarifários do II: a) permitem a inovação tecnológica, algo fundamental para aumen-tar a produtividade e ganhar fatias do mer-cado internacional; e, ao mesmo tempo, b) garantem proteção à indústria nacional de bens de capital, pois somente os bens que não possuem produção nacional podem ser transformados em Ex-tarifários do II. Além disso, os Ex-tarifários do II são obtidos, em

média, em quatro meses, o que é um prazo excelente, mesmo quando tal comparação se faz no contexto internacional, embora sua elaboração seja matéria que exija certo grau de expertise.

Todavia, a despeito dessas inequívocas vantagens, os Ex-tarifários do II têm sido utilizados por uma pequena parte das em-presas e, em especial, das empresas cujo business é a mineração. Talvez seja porque “gato escaldado tenha medo de água fria” ou, como acredito, talvez porque haja mui-ta desinformação ou mesmo ausência de informações sobre como esses Ex-tarifários podem ser obtidos.

A obtenção de um Ex-tarifário do II

Os pleitos para concessão do regime de Ex-tarifário do II são enviados à Secretaria do Desenvolvimento da Produção (SDP), do Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior (Mdic), acompanhados de informações: a) da empresa ou entidade de classe pleiteante; b) sobre o produto, incluin-do-se aí sua classificação fiscal e o atestado de inexistência de produção nacional; c) sobre previsão de importação; e d) dos investimen-tos e objetivos vinculados ao pleito.

Após protocolizar o pleito no Mdic, ele é encaminhado para análise preliminar da do-cumentação, na SDP, e, posteriormente, para a Receita Federal, que verifica a classificação do bem de capital a ser importado.

Esse ponto é de vital importância, pois o interessado deverá ofertar a classificação fiscal do bem, descrevendo-o como máquina simples, combinação de máquinas, unidade funcional ou sistema integrado.

Terminada essa fase o pleito retorna a SDP que prepara parecer sobre o Ex-tarifário do II, o qual é submetido à consideração do Comitê de Análise de Ex-tarifários, e, posteriormente, encaminhado, como minuta de Resolução, à Camex para aprovação e publicação.

O efeito de um Ex-tarifário do II

Uma forma de mostrar a importância dos Ex-tarifários dos II é através de um exemplo2. Assim, vamos considerar a importação, pelo Porto de Salvador, de motobomba centrífuga vertical, monobloco, submersível, axial, para recalque de efluentes, com vazão de 6.000 litros por segundo. Essa máquina se classifica no código fiscal 8413.70.10 e sobre ela inci-dem: a) imposto de importação (alíquota de 14%), IPI (alíquota de 5%), PIS (alíquota de 1,65%) e COFINS (alíquota de 7,6%); e b) ICMS (alíquota de 17%). Supondo que essa máquina tenha valor aduaneiro, isto é, valor FOB somado ao frete e ao seguro, de R$ 10.000,00, então ao retirá-la do porto seu custo, após o pagamento de todos os tributos, atingirá R$ 15.489,00. Agora, essa mesma máquina, se retirada sob a égide de Ex-tarifário do II custará R$ 13.985,00, o que em termos de economia significou uma redução de 15% do valor aduaneiro da máquina.

Como, em regra, a redução proporcio-nada por um Ex-tarifário do II gira em torno de 15% do valor aduaneiro do bem é fácil perceber que a economia feita quando se adquirem combinações de máquinas ou siste-mas integrados, cujos valores giram, às vezes, entre 10 e 20 ou milhões de reais, é muitas vezes suficiente para viabilizar um projeto de expansão ou modernização de unidades fabris ou até mesmo a implantação de uma nova unidade produtiva.

Como economizar nas compras de bens de capitalO mecanismo do ex-tarifário do Imposto de Importação

1. O mecanismo também contempla os bens de informática e telecomunicação (BIT).

2. As especificações técnicas do exemplo são bastante simplificadas, contudo essa mercadoria é um Ex-tarifário do II verdadeiro e se encontram em vigor no mencionado código fiscal.

ARTIGO

Cesar Olivier Dalston

Consultor especializado em classificação de mercadorias

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ENTREVISTA

DECIO MICHELLIS JR – SECRETÁRIO EXECUTIVO DO FÓRUM DE MEIO AMBIENTE DO SETOR ELÉTRICO E DO COMITÊ DE MEIO AMBIENTE DA ASS. BRAS. DE CONCESSIONÁRIAS DE ENERGIA ELÉTRICA (ABCE).

“No futuro teremos energia necessária para

atender a demanda setorial e nacional.

Porém, será mais cara”.Decio Michellis Jr. é licenciado em eletrotécnica pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Possui extensão em Direito da Energia Elétrica pela Universidade Candido Mendes (UCAM/RJ) e MBA em Gestão Estratégica Socioambiental em Infraestrutura pela Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA/USP). É assessor técnico da Vice-Presidência de Engenharia e Meio Ambiente da Rede Energia (grupo privado do setor elétrico brasileiro), e também Conselheiro do Conselho Nacional de Recursos Hídricos e Conselheiro do Conselho Superior de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP).

Michellis Jr. também é pesquisador da Com-panhia de Energia Elétrica do Estado do Tocantins (CELTINS) no projeto de “Redução de carbono nas cadeias de fornecimento de energia elétrica do Grupo Rede” e colabo-rador da revista PCH Noticias & SHP News, editada pelo Centro Nacional de Referência de Pequenas Centrais Hidrelétricas (CERP-CH). Ele concedeu a seguinte entrevista:

O Brasil investe em energia? Quais são essas fontes de energia?

Sim, temos uma demanda anual por investi-mentos em petróleo e gás de R$ 41 bilhões e em energia elétrica de R$ 21,2 bilhões. Na área de energia apenas metade destas inversões estão ocorrendo, com recursos

predominantemente públicos e de fundos de pensão de estatais. A dinâmica recente da atividade econômica ainda dita o ritmo dos investimentos: as empresas desaceleraram os objetivos de longo prazo por uma questão de segurança, assim foram reduzidos os investi-mentos na autoprodução. As companhias, atualmente, trilham caminhos mais conserva-dores, sem manobras muito ousadas ou que coloquem em risco o fluxo de caixa.

A expansão da oferta deve ocorrer priorita-riamente por meio de fontes “low carbon” nacionais, renováveis e economicamente viáveis (hidrelétrica, biomassa e termonuclear) em prol da segurança no abastecimento, mo-dicidade tarifária, expansão ao mínimo custo considerando a variável ambiental, respeito

aos contratos existentes, integração nacional, continuidade e qualidade na prestação do serviço, justa remuneração aos investidores, de modo a incentivá-los a expandir o serviço e universalização do acesso aos serviços de energia elétrica e do seu uso.

Nossa matriz energética (2008) é composta por 45,3% de energia renovável (13,8% de energia hidráulica e eletricidade, 11,6% lenha e carvão vegetal, 16,4% produtos da cana-de-açúcar e 3,5% outras renováveis) e por 54,7% de energia não renovável (36,7% de petróleo e derivados, 10,3% de gás natural, 6,2% de carvão mineral e derivados e 1,5% de urânio (U3O8) e derivados). Em 2008 consumimos o equivalente a 211,8 milhões de tep (tonelada equivalente de petróleo).

Decio Michellis Jr diz que o futuro da energia é uma questão de ordem tecnológica e econômica, e não ideológica

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As empresas de mineração/pelotização consu-miram 3,3milhões de tep assim distribuídas: 27,8% de eletricidade (10,8 TWh), 22,8% de óleo combustível, 21,7% de carvão mineral e coque de c.m., 12,8% de coque de petróleo, 7,2% de óleo diesel, 7,0% de gás natural e 0,6% de gás liquefeito de petróleo (GLP).

Quais os minerais que mais utilizam energia na produção?

Em 2007, de acordo com o Balanço Energé-tico Nacional (MME/EPE) o setor industrial de ferro-gusa e aço consumiu 70,1% da energia utilizada pelo setor, o de ferro-ligas 6,9% e o de não-ferrosos somado a outros usos 23,0%.

Considerando a diversidade de minerais e respectivos processos de mineração, refi-naria, redução, reuso e reciclagem, quando aplicáveis, torna complexo identificar no Brasil, indicadores de referência para todos os insumos minerais.

Porém, os setores energo-intensivos na mineração têm apresentado experiências interessantes. A redução do consumo e a geração própria de energia elétrica são fatores de sustentabilidade e competitividade para a indústria de alumínio. Na produção de alumina, são necessários entre 80 a 130 kg de óleo combustível (calcinação) por tone-lada (equivalente a 66% do total de energia no processo), acrescidos de 150 a 400 kWh de eletricidade por tonelada de alumina (equivalente a 32% do total de energia no processo). Para transformar este recurso mi-neral em alumínio primário são necessários de 14.000 a 16.500 kWh de energia elétrica por tonelada de alumínio. Uma redução moderna usa menos um terço da eletricidade que uma operação equivalente nos anos 50 consumia para produzir uma tonelada de alumínio. Os principais produtores estão empenhados no curto e médio prazo em aumentar ainda mais esta eficiência energética.

Como está a oferta de energia no Brasil? Sabe-se que este fator é um problema mundial. Como evitar o caos, ou seja, como não deixar que falte energia?

No futuro teremos a energia necessária para atender a demanda setorial e nacional, mas será mais cara e exigirá mais tempo para im-plantação dos novos empreendimentos.

Há uma expectativa de evolução da matriz energética apesar dos problemas conjuntu-rais, com: i) perspectivas positivas na área de gás natural e petróleo em médio prazo (incluindo o pré-sal), com aumento signifi-cativo das reservas de petróleo e gás e da participação relativa do gás natural; ii) no Brasil energias renováveis são também as mais competitivas (hidro e biomassa), com uma “janela de oportunidade” excepcional para os biocombustíveis nos próximos anos; iii) aumento na participação de fontes ener-géticas oriundas da agroenergia (derivados de cana-de-açúcar e biodiesel), com tendência a um aumento do preço da bioeletricidade devido ao etanol celulósico (custo de opor-tunidade para o bagaço); iv) tendência de queda do preço dos equipamentos eólicos, com a energia eólica sendo uma opção com-petitiva numa “segunda onda”; e v) nuclear e carvão (local e importado) complementam o “leque” de opções.

Como é o consumo de energia no Brasil, principalmente das empresas mineradoras?

Nossa matriz elétrica (2008) é composta por 85,4% de energia renovável (73,1% hidráulica e 4,8% biomassa, 0,1% eólica) e por 14,6% de energia não renovável (6% de gás natural, 3% de derivados de petróleo, 2,8% de nuclear e 1,6% de carvão e derivados). Em 2008, con-sumimos 497,4 TWh ou 36.8 milhões de tep (tonelada equivalente de petróleo).

“A REDUÇÃO DO CONSUMO E A GERAÇÃO PRÓPRIA DE ENERGIA

ELÉTRICA SÃO FATORES DE SUSTENTABILIDADE E

COMPETITIVIDADE PARA A INDÚSTRIA DE ALUMÍNIO”

Igualmente há expectativa de melhora para ações do setor elétrico o que atrairá novos investidores. Com perfil tipicamente defen-sivo, constituem papéis que são vendidos para comprar outros mais rentáveis em ciclos de forte valorização do mercado de ações. Atualmente é um setor bastante descolado em termos de preços, quando comparado a quase metade das ações do Ibovespa que subiram mais de 50 % neste ano.

Merece destaque especial a manutenção de um fluxo de crédito suficiente tanto no curto, quanto nos médios e longos prazos, impor-tante para manter os investimentos no setor elétrico. Os bancos públicos precisam reforçar seu papel no financiamento da economia e no setor elétrico. Uma diretriz para reforçar a poupança interna é frear a aceleração dos

Indústria da Mineração Ano IV - nº 29, novembro/dezembro de 200910

15,1% - Biomassa*16,4% - Produtos da Cana-de-Açúcar36,7% - Petróleo e Derivados10,3% - Gás Natural6,2% - Carvão Mineral e Derivados1,5% - Urânio (U3O8) e Derivados13,8% - Energia Hidráulica e Eletricidade

Fonte: MME/EPE, 2009

FONTES DE ENERGIA

Fonte: MME/EPE, 2009

73,1% - Hidráulica2,8% - Nuclear6,0% - Gás Natural1,6% - Carvão e Derivados3,0% - Derivados de Petróleo4,8% - Biomassa*0,1% - Eólica8,6% - Importação

CONSUMO DE ENERGIA

Page 11: Indústria da Mineração nº 29

gastos de custeio do poder público, reservan-do reforço financeiro para a manutenção dos gastos públicos voltados ao investimento.

Diante das perspectivas de retração/desacele-ração econômica global continuada, onde os países desenvolvidos ainda não passaram pelo pior momento da atual crise, os investimentos no setor elétrico, além de uma necessidade, tornaram-se também uma oportunidade. Se de um lado ajudarão a evitar escassez de energia elétrica, a condução satisfatória dos inúmeros projetos terá o papel de forçar a aceleração da economia em um momento em que a de-manda e a oferta agregadas, em desaceleração, funcionam como um freio-motor.

Quais são as fontes de energia que podem ser usadas na mineração? E quanto às alternativas? Tem uma opinião formada sobre a energia nuclear?

Excetuando-se alguma inovação tecnológica imprevista, pelo menos até meados do sécu-lo não haverá alternativas em grande escala aos combustíveis fósseis. Para a geração de eletricidade, as melhores opções são: i) o aproveitamento do potencial hidrelétrico ain-da disponível, ii) o desenvolvimento de uma nova geração de reatores de fissão nuclear intrinsecamente seguros (inclusive reatores regeneradores capazes de “reciclar” grande parte do combustível usado), e iii) a interli-gação de redes de energia continentais, para ampliar tanto a eficiência como a segurança energética. Entretanto, o carvão, o petróleo e o gás natural continuarão sendo fontes de de-senvolvimento por um longo tempo ainda.

Como os combustíveis fósseis (diesel, óleo combustível, gás natural e carvão) têm uso crescente na matriz elétrica brasileira consi-derando sua participação em 1990 (base para cálculo de futuras reduções), atualmente, não é viável em curto prazo recorrer a fontes alter-nativas de energia em escala suficiente para substituir o avanço das fontes não renováveis, uma limitação dos GEE – Gases de Efeito Es-

tufa - para o Brasil poderia se tornar, de fato, uma limitação na geração de energia - ou um choque na oferta de energia.

A redução do consumo e a geração própria de energia elétrica são fatores de sustentabi-lidade e competitividade para a mineração. Responder ao desafio de como atender a demanda futura por recursos naturais, incluindo a oferta de energia para a mine-ração é uma questão de ordem tecnológica e econômica, não ideológica.

Os impactos ambientais provocados pelo uso em larga escala de fontes alternativas renová-veis, podem ser tão significativos quanto os decorrentes das fontes convencionais, quan-do comparamos os impactos socioambientais no ciclo de vida de cada fonte, do berço ao túmulo. Todos são a favor de energias limpas – com a presença crescente do conceito: desde que não no meu quintal (not in my backyard). Embora as questões ambientais tenham avançado bastante - não há mágica que faça as interferências dos empreendimen-tos desaparecerem, como por encanto. Os impactos ambientais provocados por fontes complementares ou alternativas em larga escala, podem ser tão significativos quanto os decorrentes das fontes convencionais.

Para uma matriz elétrica sustentável, não basta boa vontade, ideologia ecológica ou visão ambiental estratégica. Precisamos definir uma política de sustentabilidade para o Bra-sil, incentivando a eficiência energética e os esforços por desenvolver energias renováveis calcada em soluções técnicas e economica-mente viáveis, com metas plausíveis e eficazes, onde as dimensões tecnológica, econômica e política possam avançar em contraposição à lógica meramente conservacionista.

Cada tipo de fonte de energia tem sua apli-cação e lugar na matriz energética nacional e setorial. A escolha deve considerar a sua viabilidade técnica, as especificidades locais e o custo de oportunidade socioambiental. Nenhuma fonte pode ser desprezada.

”DIANTE DAS PERSPECTIVAS DE RETRAÇÃO/DESACELERAÇÃO ECONÔMICA GLOBAL, OS INVESTIMENTOS

NO SETOR ELÉTRICO, ALÉM DE UMA NECESSIDADE, TORNARAM-SE TAMBÉM UMA OPORTUNIDADE”

MRN premia vencedores do concurso de redação

MRN 30 AnosA Mineração Rio do Norte – MRN

(associada ao IBRAM) premiou os vencedores do concurso de redação MRN 30 Anos - desenvolvido em parceria com a Fundação Vale do Trombetas. O concurso que envol-veu mais de 4.500 alunos do ensino Médio da região Oeste paraense premiou 12 estudantes.

As escolas dos alunos que ga-nharam em 1º lugar também foram premiadas. “Estamos muito orgulho-sos por nossos alunos e pelo prêmio que recebemos. Esperamos participar mais vezes de atividades ricas como essa”, avaliou a Diretora da escola Professora Flora Teixeira, de Faro, Izabel Guerreiro.

A cerimônia ocorreu durante a I Feira Cultural de Porto Trombetas, evento realizado pela Fundação Vale do Trombetas (FVT), que reuniu a III Feira do Livro e a Feira das Ciências.

Todos os vencedores do concurso de redação

MRN

Indústria da Mineração Ano IV - nº 29, novembro/dezembro de 2009 11

Page 12: Indústria da Mineração nº 29

A Mineração Caraíba S.A. (associada ao IBRAM), com sede na Bahia, implantará no município de Tucumã, Pará, projeto de extração e beneficiamento de minério de cobre. Esta ação faz parte do Projeto Boa Esperança que é um depósito de cobre e cobalto, pesquisado pela empresa desde 2003. A jazida de cobre Boa Esperança está localizado a 40 km de Tucumã.

A mineradora, mediante a execução de mais 10.500 m de sondagens, está desen-volvendo a primeira etapa do Projeto com a concessão de licenças junto ao DNPM (De-partamento Nacional de Produção Mineral) e SEMA (Secretaria Estadual de Meio Am-biente). Também foi organizada, em Tucumã, uma audiência pública para apresentar os detalhes do projeto à sociedade local.

Mineração de Cobre

será implantada

no Pará

Mais de 500 empregos diretos serão gerados por causa do Projeto Boa Esperança

A economia do município de Tucumã é baseada na agropecuária. Mas a partir de agora, terá mais uma opção de geração de emprego e renda com o Projeto Boa Esperança. Segun-do o Gerente da Mineração Caraíba, Walter Nieves, quando as atividades iniciarem, mais de 500 empregos diretos serão gerados. “A folha bruta de pagamento da empresa poderá chegar a mais de R$ 1,5 milhão ao mês, o que trará impacto relevante na economia do município”, afirmou.

Cobre vai gerar receitas importantes para Tucumã

A empresa pagará anualmente cerca de R$ 48,3 milhões em impostos estaduais, federais e municipais. Desse total, mais de R$ 3,5 milhões referentes à CFEM - Compensação Finan-ceira pela Exploração de Recursos Minerais, e ao ISSQN (Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza) ficarão nos cofres públicos sem repasse para esferas superiores. Isso quer dizer que a prefeitura poderá utilizar este recurso em melhorias para o município, tais como educação, saúde, esportes e infraestrutura.

Outros tributos que fortalecerão a economia do País são o IR – Imposto de Renda no valor de R$31,8 milhões; o CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido no valor de R$11,4 milhões e parte estadual da CFEM.

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Walter Nieves, Gerente da Mineração Caraíba

Vista aérea da planta da mineradora

Indústria da Mineração Ano IV - nº 29, novembro/dezembro de 200912

Page 13: Indústria da Mineração nº 29

Projeto Boa Esperança terá vida útil de 17 anos

Estima-se que o Projeto Boa Esperança tenha pelo menos 17 anos de vida útil. Essa informação é resultado de pesquisas e sondagens ge-ológicas realizadas desde o ano 2003 por empresas especializadas.

Os relatórios indicaram a existência de minério de cobre com teor economicamente viável. O tamanho estimado dos recursos minerais está avaliado em 75,2 milhões de toneladas com teor de 0,81% em cobre.

A Mineração Caraíba pretende implantar uma indústria de benefi-ciamento que produzirá 100 mil toneladas de concentrado de cobre por ano. A produção será transportada via terrestre até o porto de Marabá (PA) e via fluvial até o porto de Vila do Conde, em Barcarena (PA) – local de onde será exportado principalmente para a Ásia.

Para implantar o projeto, a empresa investirá R$ 500 milhões até a etapa final em meados de 2012.

Mineração Caraíba é referência em Meio Ambiente e Ação Social

Dentre os investimentos da empresa, destaca-se o projeto de mina subterrânea no distrito de Pilar, município de Jaguarari (BA). Além da alta tecnologia que a empresa utiliza nas operações, ela desenvolve vários programas de recuperação da vegetação nativa e de melhoria dos aspectos sociais da região.

As cascalheiras e barragem de rejeito, em Pilar, foram revegetadas. Além disso, a empresa reutiliza a água da mina subterrânea e promove a construção de diques para captação da água da chuva.

Vários programas sociais foram implantados, tais como Prevenção e Recuperação de Dependência Química, Transporte para Estudantes, Jogue Limpo com o Lixo, Dando as Mãos à Cidadania, Saúde para a Comunidade, Horta Comunitária e outros.

O Projeto em números

Recursos Minerais:• 75, 2 milhões de toneladasVida útil:• 17 anosEmpregos:• 510 diretos e mais de 150 indiretosTributos anuais:•

IR – R$ 31.800.000,00 CSLL – R$ 11.400.000,00 CFEM – R$ 4.800.000,00 ISS – R$ 376.000,00 Total de impostos: R$ 48.376.000,00

Produção:• 96.700 ton/ano de concentrado de cobreInvestimento (Mina/Usina):• R$ 572.203.000,00Folha de pagamento mensal:• R$ 1.500.000,00Renda para Tucumã:• cerca de 18 milhões por ano entre folha de pagamento e impostos municipaisPrevisão para implantação:• segundo semestre de 2012

Tucumã gerará mais de 510 empregos diretosProgramas Sociais são implantados pela mineradora

Área de revegetação

Indústria da Mineração Ano IV - nº 29, novembro/dezembro de 2009 13

Page 14: Indústria da Mineração nº 29

Samarco premia fornecedores que

se destacaram em 2009

Como forma de incentivar e reco-nhecer o bom desempenho de fornece-dores, a Samarco (associada ao IBRAM) organizou em outubro, em Vitória (ES), o Prêmio Samarco de Excelência que promove a valorização da vida e premia a empresa fornecedora que mais se des-tacou em Segurança do Trabalho.

O Prêmio Samarco de Excelência é concedido anualmente às empresas par-ceiras que se destacaram na qualidade da prestação de serviços. Os premiados são escolhidos conforme critérios de qualidade no atendimento, pontualida-de na entrega, segurança no trabalho, custo, desenvolvimento de ações social e ambientalmente responsáveis.

Avaliação

Para classificar os fornecedores considerados excelentes, a Samarco realiza avaliações mensais do Índice de Qualidade e Fornecimento de Serviços Contratados (IQFS) e do Índice de Qualidade e Fornecimento de Material (IQFMA). As empresas contratadas que mantém instalações dentro das unidades industriais da Samarco passam também por avaliações trimestrais quanto a ques-tões relacionadas com as normas ISO 14000 (controles ambientais) e OHSAS 18000 (saúde e segurança).

Vencedores do Prêmio Samarco de Excelência

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IBRAM participa de Conselho de Mineração em Dubai

O IBRAM participou, entre 20 e 22 de novembro, como membro de um dos Conselhos, do Fórum Econômico Mundial (World Economic Forum), em Dubai, nos Emirados Árabes. Sob o tema, “Global Agenda Council on the Future of Mining and Metals 2009”, o Conselho de Mineração foi representado pelo Presidente do Instituto, Paulo Camillo Vargas Penna. Na ocasião, a mineração brasileira foi apresentada sob perspectivas mundiais.

Os Conselhos do Fórum Econômico Mundial são seletivos: somente para convidados que participam de grupos com foco em temas-chave na arena global. Cada Conselho é composto de 15 a 20 membros e serve como um órgão consultivo para o Fórum e outras partes interessadas, tais como governos e organizações internacionais. A participação é limitada em um ano, mas é renovável. A reunião de Dubai foi precedida de vários encontros que tiveram lugar no Rio de Janeiro, Londres, Genebra, entre outras cidades, além de reuniões via internet.

A ideia é reflorestar 71 mil hectares

Raim

undo

Pac

cóA comunidade próxima à mina de caulim da Imerys Rio Capim Caulim (associa-da ao IBRAM) se uniu – em parceria com a minerado-ra - para reflorestar áreas mineradas, em Ipixuna, no Pará. A ideia é plantar 40 mil mudas até 2010 em uma área de 71 mil hectares.

A parceria com os co-munitários já acontece há sete anos e gera renda aos moradores, que vivem em uma região de difícil acesso ao desenvolvimento. Até o final do ano, cada família deve receber R$ 2.500,00, por uma produção de cinco mil mudas.

O reflorestamento é feito com espécies nativas. As famílias coletam frutos, sementes, plântulas e mudas na própria floresta e, em seguida, armazenam essas plantas, em sacos, com terra vegetal e adubo mineral para, então, serem vendidas para a empresa. Os agricultores contam ainda com a orientação técnica de um engenheiro florestal.

Reflorestamento em mina de caulim movimenta comunidade

A ideia é que 40 mil mudas sejam plantadas até 2010

Para o Gerente da mina, Nilmã Vital, a iniciativa promove a união perfeita da sustentabilidade com o desenvolvimento social e econômico da região. “Esta par-ceria mostra que a comunidade deixou de ser mera vizinha e passou a fazer parte do negócio. Os comunitários – além de serem agentes importantes para o reflorestamento - se sentem valorizados por recuperarem a natureza”, conclui.

Indústria da Mineração Ano IV - nº 29, novembro/dezembro de 200914

Page 15: Indústria da Mineração nº 29

400 bolsas, confeccionadas por mulheres participantes do Arte no Dique, foram distribuídas na EXPOSIBRAM

Os 150 banners de comunicação visual que seriam jogados no lixo foram aproveitados e adquiriram forma: 400 bolsas. Estes objetos, confeccionados por mulheres do Instituto Arte no Dique, foram distribuídos, em setembro, durante a Exposição Internacional de Mine-ração – EXPOSIBRAM 2009, em Belo Hori-zonte (MG), pela Anglo American (associada ao IBRAM). O Projeto é apoiado pela Anglo American em Cubatão (SP), onde a empresa tem uma planta de produtos fosfatados.

Sobre o Instituto Arte no Dique

O Instituto Arte no Dique, organização não-governamental, sem fins lucrativos, de-senvolve trabalho sócio-cultural com a popu-lação do Dique da Vila Gilda na Zona Noroes-

Banners viram bolsas na EXPOSIBRAM 2009

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an

Os royalties da mineração, se bem em-pregados, beneficiam toda a população. Só em 2008, segundo a Secretaria de Indústria e Comércio de Goiás, R$ 10.423.978.10 foi o montante gerado pela CFEM - Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Mi-nerais no Estado. Esse dinheiro é aplicado em dois focos: um na produção mineral e outro no conhecimento e promoção do potencial mineral do Estado.

O recurso destinado à produção mineral é aproveitado por pequenas e médias empre-sas de mineração e pelo setor de artesanato mineral, segundo Luiz Fernando Magalhães, Superintendente de Geologia e Mineração e Secretário-Executivo do Fundo de Fomento Mineral – FUNMINERAL.

Já o montante investido no conhecimento e promoção do potencial mineral envolve a geração de dados e informações da mineração e geologia do território goiano. “Dessa forma estaria garantida a manutenção e o aumento da produção mineral e do processo de geração de novas jazidas minerais”, revela Magalhães.

Em função dos benefícios dos royalties, é observada um aumento na produção mineral relacionada às atividades financiadas. “Os produtos apresentam melhor qualidade e é notável a maior competitividade de empresas financiadas. Além disso, gera-se, a partir daí, mais postos de trabalho, renda e riqueza para o Estado”, revela Magalhães.

FUNMINERAL

Uma parte do dinheiro arrecadado pela CFEM em Goiás fica disponível no FUN-MINERAL, instituído pela Lei nº 13.590 (17/01/2000). Este é o principal instrumento da política mineral do Estado, ao lado da Superintendência de Geologia e Mineração/SIC. Pela lei inicial (nº 16.384, de 02/12/08), 80% dos recursos financiavam pequenas e médias empresas e o artesanato mineral. Os 20% restantes, a geração de conhecimentos sobre a geologia e o potencial mineral.

“A nova política estadual pública pro-porcionou benefícios para Goiás. Alguns

Royalties em Goiás geraram R$ 10 milhões em 2008

exemplos são o Levantamento Aerogeofísico de Goiás, o Mapa Geológico de Goiás na escala de 1:500.000, realizados em parceria com o Governo Federal (MME/SGM/CPRM), o Estudo Hidrogeológico de Goiás, o Estudo Geomorfológico de Goiás e o extensionismo mineral desenvolvido nos APLs de Base Mi-neral em Pirenópolis (quartzito), Cristalina (gemas e artesanato mineral) e cerâmica vermelha no Norte de Goiás.

Estatísticas

Benefícios dos royalties até 2008:• 325 licenciamentos aprovados;• Investimentos / Total de recursos gerados

– R$ 40.649.161,52;• 51 municípios goianos;• Expectativa de gerar mais de

1.600 empregos;• Principais atividades financiadas: cerâ-

mica, explotação de água, areia, brita, beneficiamento de rochas ornamentais e agregados de concreto.

te de Santos, numa das regiões mais carentes da cidade. Em Cubatão, são atendidas as co-munidades dos bairros Cota, Vila Esperança, Vila Fabril e Vila Natal. Atualmente, oferece oficinas de Moda, Educação Ambiental, Artes Cênicas, Audiovisual, Dança, Customização e Percussão. O Instituto Arte no Dique conta com o patrocínio da Libra Terminais e, por meio da Lei Rouanet, do Sistema Cosipa - Usiminas e Anglo American.

Indústria da Mineração Ano IV - nº 29, novembro/dezembro de 2009 15

Page 16: Indústria da Mineração nº 29

Até este ano, a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral – CBPM realizou 32 aerolevantamentos na Bahia. Este número representa uma área de 258.451 km2 e um total de 612.177 km lineares de vôo.

Dentre os levantamentos aerogeofí-sicos realizados estão as regiões Mundo Novo, Ibit ira-Ubiraçaba, Riacho de Santana, Barreiro, Paramirim etc. Esses levantamentos recobriram contextos de tradições mineiras importantes, como Carnaíba (distrito de esmeralda), Campo Formoso e Vale do Jacurici (distrito cromi-tífero), Vale do Curaçá (distrito cuprífero), Mundo Novo (depósito de zinco), Serra de Jacobina (depósito de ouro), Maracás (de-pósito de vanádio), Brumado (depósito de magnesita), Vitória da Conquista (depósito de bentonita), Vale do Paramirim (depó-sitos de ferro, manganês, ouro, urânio) e Campo Alegre de Lourdes (depósitos de ferro-titânio-vanádio e de fosfato).

Os resultados dos levantamentos são importantes não só para a pesquisa mi-neral como também ao planejamento e à solução de problemas em diversas áreas, tais como a hidrogeologia, geotecnia, agronegócios, investigação forense e pre-servação do meio ambiente.

História

Utilizados pela CBPM desde 1975, os levantamentos aerogeofísicos são sinônimo de alta tecnologia, diminuição de riscos para o investidor e segurança no fornecimento de informações básicas para o desenvolvimento de projetos. Implementados anualmente, desde1978, os programas de levantamen-tos aerogeofísicos têm, entre os objetivos, a cobertura de todo a Bahia – que agiliza processos de identificação de ambientes geológicos e a seleção de novas áreas para pesquisa mineral, por meio da indicação da existência de possibilidade de minerar.

CBPM aproveita royalties para investir na BA

ÁREAS LEVANTADAS MÉTODOS UTILIZADOS ÁREA (KM2) KM VOADOS ESPAÇAM. (M) ANO

1. Vitória da Conquista MAG-GAMA 30.250,00 31.987,00 1000 1975

2. Riacho Seco TDEM-MAG 870,00 2.175,00 400 1982

3. Rio Salitre TDEM-MAG 160,00 400,00 400 1982

4. São Gonçalo – Repouso TDEM-MAG 465,60 1.164,00 400 1982

5. Jurema – T. Borda Oeste TDEM-MAG 346,00 785,70 400 1982

6. Jurema – T. Borda Leste TDEM-MAG 389,00 972,20 400 1982

7. Angicus – Tucum TDEM-MAG 192,00 476,30 400 1982

8. Rio Capim TDEM-MAG 138,80 347,00 400 1985

9. Riacho de Santana 1 TDEM-MAG 632,00 1.580,00 400 1985

10. Riacho de Santana 2 FDEM-MAG-GAMA 259,53 1.452,10 200 1997

11. Boquira FDEM/TDEM-MAG-GAMA 554,10 3.107,70 200 1997/99

12. Botoporã TDEM-MAG-GAMA 168,00 1.001,20 200 1999

13. Paramirim FDEM/TDEM-MAG-GAMA 300,93 1.652,80 200 1997/99

14. Umburanas FDEM-MAG-GAMA 412,47 2.263,20 200 1997

15. Ibitiara – Ubiraçaba FDEM-MAG-GAMA 171,82 980,10 200 1997

16. Guajeru FDEM-MAG-GAMA 342,72 2.049,00 200 1997

17. Mundo Novo TDEM-MAG-GAMA 1.503,94 8.323,10 200 1999

18. Barreiro TDEM-MAG-GAMA 209,28 1.160,70 200 1999

19. Sobradinho TDEM-MAG-GAMA 18,00 95,60 200 1999

20. Ibiajara TDEM-MAG-GAMA 172,23 977,30 200 1999

21. Ipiaú TDEM-MAG 85,00 394,00 200 1999

22. Campo Formoso MAG 588,44 4.071,50 100/200 1999

23. Senhor do Bonfim MAG-GAMA 10.989,00 24.268,70 500 2000

24. Itagimirim – Medeiros Neto

MAG-GAMA 19.301,00 42.745,00 500 2000

25. Carnaíba MAG-GAMA 182,00 1.616,50 100 2000

26. Ibitiara – Rio de Contas MAG-GAMA 10.084,00 22.247,00 500 2000/01

27. R. Seco – Andorinha MAG-GAMA 11.030,00 48.651,20 250 2000/02

28. Andorinha – Ipirá – Piritiba MAG-GAMA 14.670,00 66.574,00 250 2003

29. Campo Alegre – Mortugaba

MAG-GAMA 71.513,00 157.340,00 500 2005/06

30. Ruy Barbosa – Vitória da Conquista

MAG-GAMA 41.911,00 92.103,00 500 2006

31. Barra da Estiva – Tremendal

MAG-GAMA 16.111,56 35.385,73 500 2008

32. Cândido Sales – Mascote MAG-GAMA 24.430,00 53.831,00 500 2009

Aerolevantamentos Geofísicos Realizados

PRODUTOS DISPONÍVEIS: TIPO 1 – Meio analógico (Impressos: mapas temáticos e mapas de interpretação com alvos selecionados e mosaicos de linhas de vôo). TIPO 2 – Meio digital (CD-Rom: banco de dados, arquivos de grids, mapas temáticos e de interpretação com alvos selecionados). Meio analógico (Impressos: mapas temáticos, mapas de interpretação com alvos e logs com registros dos dados brutos de vôo). TIPO 3 – Meio digital (CD-Rom: Banco de dados, arquivos de grids e mapas temáticos). Meio analógico (Impressos: mapas temáticos e logs com registros dos dados brutos de vôo).

Indústria da Mineração Ano IV - nº 29, novembro/dezembro de 200916

Page 17: Indústria da Mineração nº 29

1 - Vitória da Conquista2 - Riacho Seco3 - Rio Salitre4 - São Gonçalo5 - Jurema Oeste6 - Jurema Leste7 - Angicus Tucum8 - Rio Capim9 - Riacho de Santana 110 - Riacho de Santana 211 - Boquira12 - Botuporã13 - Paramirim14 - Umburanas15 - Ibitira – Ubiraçaba16 - Guajeru

17 - Mundo Novo18 - Barreiro19 - Sobradinho20 - Ibiajara21 - Ipiaú22 - Campo Formoso23 - Senhor do Bonfim24 - Itagimirim – Medeiros Neto25 - Carnaíba26 - Ibitiara – Rio de Contas27 - Riacho Seco – Andorinha28 - Andorinha – Ipirá – Piritiba29 - Campo Alegre – Mortugaba30 - Ruy Barbosa – Vitória da Conquista31 - Barra da Estiva – Tremendal32 - Cândido Sales – Mascote

Levantamentos Aerogeofísicos do Estado da Bahia – Áreas Levantadas (1975 – 2009)

Font

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Indústria da Mineração Ano IV - nº 29, novembro/dezembro de 2009 17

Page 18: Indústria da Mineração nº 29

A Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, com apoio do IBRAM, reali-zou, em 2 de dezembro, no auditório Nereu Ramos, na Câmara, o Seminário Mineração: Indutor do Desenvolvimento Nacional. Com o objetivo de estreitar as discussões e apro-ximar o setor público da indústria mineral, foram debatidos o panorama e as perspectivas otimistas da mineração brasileira.

Seminário de mineração na Câmara discute panorama e perspectivas do setorParticiparam parlamentares, executivos de mineração e membros do Governo

O Presidente da Comissão, Deputado Bernardo Ariston (PMDB-RJ), afirmou na abertura do evento que a mineração precisa ser valorizada porque é, como o título do seminário diz, indutora do desenvolvimento, sendo forte geradora de emprego e renda tanto onde atua como para o País como um todo. “Tive a oportunidade de participar da EXPOSIBRAM 2009 em Belo Horizonte e pude comprovar o alto nível de nossa mineração e suas importantes contribuições para o Brasil”, relatou.

O Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Vargas Penna, corroborou a posição do Deputado Ariston e apresentou estatísticas do setor: a mineração gera 2.000.000 de empregos no País e responde por cerca de metade do saldo da balança comercial do Brasil, o equivalente a US$ 13 bilhões (dados de 2008). A mineração, disse o executivo, alcança igual destaque em diversos países, sendo um dos pilares da economia mundial e que merece maior atenção para ampliar ainda mais suas contribuições, especialmen-te, em relação ao Brasil.

Paulo Camillo salientou que a mineração está recuperando os níveis de produção e preço de 2006 e 2007 e deverá fechar 2009 com redução de apenas 10% em relação ao desempenho de produção registrado em 2008, o que é uma notícia positiva, ante as perspectivas extremamente negativas dese-nhadas no início de 2009 em razão da crise econômica. Ele destacou o desempenho dos agregados da construção civil, segmento da mineração que projeta novos recordes de produção em 2009.

O evento reuniu parlamentares, representantes do Governo Federal e do setor mineral brasileiro Deputado Bernardo Ariston fez a abertura

do seminário de mineração na Câmara

Da esquerda para direita: Onildo Marini (Adimb), Agamenon Dantas (CPRM), Deputado Leonardo Quintão, Otto Bittencourt (INB)

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Da esquerda para direita: Deputado Bernardo Ariston; Presidente do IBRAM, Paulo Camillo; Diretor de Assuntos Minerários do IBRAM, Marcelo Tunes e o Presidente da Steel Mining, Luciano Borges.

No entanto, o dirigente do IBRAM lem-brou aos parlamentares que os custos da ati-vidade mineral seguem entre os mais elevados e as empresas se veem obrigadas a renegociar contratos. “O custo sobe de elevador, mas desce de escada”, disse sobre a questão.

Ele mencionou os principais desafios da atividade, como a regulamentação das terras indígenas, de modo a criar condições de atu-ação para a mineração empresarial; a quebra do monopólio da exploração de minérios nu-cleares (como urânio); aperfeiçoamento da legislação que permite a criação de unidades de conservação - sobre este assunto, Paulo Camillo disse aos parlamentares que é pre-ciso estabelecer mecanismos que permitam ao País conhecer o que há no subsolo em termos de riquezas minerais antes de auto-rizar a criação das unidades de conservação, para não configurar um obstáculo à atividade minerária; e a ampliação dos serviços de pesquisa geológica no território brasileiro, inclusive, na região amazônica.

A questão das mudanças no código mine-ral brasileiro também foi discutida. O tema é motivo de estudos por parte do Governo Federal. Na opinião do Deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG) essas alterações ao código mineral só deveriam ser postas em prática após a manifestação de todo o ciclo produtivo. É preciso, segundo ele, debater profundamente o que o Governo chama de novo marco regulatório do setor. “Debater significa valorizar a questão e mostrar os caminhos”, disse.

Ainda sobre esta questão, o Diretor-Geral do Departamento Nacional de Produção

Mineral (DNPM), Miguel Cedraz Nery, destacou o papel que o DNPM exerce no desenvolvimento da atividade mineral no País e defendeu que o órgão se transforme em uma agência reguladora do setor mineral, o que o fortaleceria. Nery também disse que é necessário simplificar a gestão de outorgas, fortalecer o poder do Estado no processo re-gulatório e elevar o nível de competitividade das empresas do setor.

O Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia (MME), Claudio Scliar, informou que as alterações ao código mineral serão encaminhadas para discussão pelo Congresso Nacional e servirão de base para as políticas públicas do setor.

O objetivo, disse, é fortalecer a ação do Es-tado no processo regulatório (soberania sobre os recursos naturais); estimular a maximização do aproveitamento das jazidas; assegurar a saúde e a segurança dos trabalhadores nas minas; ga-rantir o controle ambiental até o encerramento da atividade de mineração. Também pretende-se atrair investimentos para o setor mineral, como também fomentar a agregação de valor na cadeia produtiva mineral e contribuir para o desenvolvimento sustentável.

Paulo Camillo disse que é desejável agregar valor aos minérios brasileiros e, para tal, é pre-ciso incorporar outros atores no processo de discussão de tema tão relevante.

Scliar opinou que a legislação atual é burocrática, focada no procedimento de ou-torga. E que o poder concedente tem poucos instrumentos de intervenção.

Escassez dos depósitos minerais é preocupante

O Secretário-Executivo da Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira (Adimb), Onildo Marini, disse que, nos últimos anos, os depósitos minerais têm diminuído drasticamente, mais especificamente desde a década de 80. “Poucos depósitos novos estão sendo descobertos”, revelou.

Segundo Marini, a diminuição das des-cobertas acontece porque no Brasil não há financiamento para a pesquisa. “Para isso deve-se dirigir para o Canadá, EUA e Austrália”, disse. A escassez está relaciona-da também ao bloqueio e morosidade de instituições ambientais federais e estaduais. A estimativa global dos orçamentos da ex-ploração mineral giram em torno de US$ 13 bilhões, disse.

Outros gargalos citados pelo especialis-ta estão relacionados à falta de incentivos e de parceiros governamentais, o elevado Custo Brasil de energia, combustível, encargos sociais e tributação, o baixo conhecimento geológico das províncias minerais e a concentração em apenas uma commodity: o ferro.

“As escolas do Brasil formam poucos geólogos a cada ano. É preciso criar in-centivos e estabilidade legal, jurídica e política”, desabafa.

Marini revelou também que o orçamento mundial para a exploração de minério dimi-nuiu de US$ 14 bilhões para US$ 8 bilhões, de 2008 para 2009.

Agamenon Dantas, Presidente do Serviço Geológico do Brasil, revelou também que o PIB Mineral atual é resultado das descobertas realizadas na década de 70. Ele também re-clamou da ausência de políticas do Governo para o setor minero-metalúrgico e da neces-sidade de levantamentos sistemáticos.

Ao encerrar o Seminário, o Deputado Bernardo Ariston relatou a satisfação de todos os integrantes da Comissão de Minas e Energia em contar com o apoio do IBRAM para promover as discussões fundamentais ao Brasil relacionadas à mineração, setor que classificou como determinante para o desenvolvimento de centenas de cadeias produtivas que necessitam dos minérios em seu dia a dia.

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Direito Minerário é debatido em Brasília

A oficina realizada no IBRAM é preparatória para o Congresso Internacional de Direito Minerário

Advogados públicos e da iniciativa pri-vada, representantes de mineradoras e do Ministério de Minas e Energia participaram no dia 1º de dezembro, na sede do IBRAM, em Brasília, da Oficina Preparatória do Congresso Internacional de Direito Minerário. O evento acontecerá, em 2010, em Salvador (BA), em data a ser confirmada.

Tanto a Oficina quanto o Congresso são iniciativas conjuntas da Escola da Advocacia-Geral da União (AGU), do DNPM - Depar-tamento Nacional de Produção Mineral e do IBRAM. As apresentações e debates da Oficina foram transmitidos pela internet.

O Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Vargas Penna, lembrou que a busca por maior interação entre a indústria da mineração e o setor público vem sendo desenvolvida desde a fundação do Instituto, em 10 de dezembro de 1976. “Mais recentemente demos um im-portante passo com a realização de workshops semelhantes a este com a Direção e os técni-cos do DNPM, com resultados amplamente satisfatórios para ambas as partes”.

debates, pois estão em discussão propostas de modernização do Código Mineral”. Segundo Nery, os profissionais do Direito terão partici-pação decisiva para conduzir as empresas e também os órgãos públicos nos debates para a construção das novas regras, bem como auxiliar as partes a cumpri-las.

Após as manifestações dos representantes da Direção dos três organizadores, Escola da AGU, DNPM e IBRAM, o Coordenador do Comitê Jurídico do IBRAM, Guilherme Simões, apresentou a estrutura do futuro Congresso Internacional de Direito Minerário. “Nosso objetivo é transmitir um pouco do assunto Direito Minerário. Sentimos falta de conhecimento nessa área, por isso estamos desenvolvendo iniciativas como essa. Existe a necessidade de transparência das informa-ções de Direito Minerário. A ideia foi apro-veitar a oportunidade e trazer a AGU como parceira para discutir o assunto”, disse (leia entrevista à pág. 21).

Da esquerda para direita: Frederico Munia Machado (DNPM), Sérgio Jacques de Moraes

(ex-Presidente do IBRAM), Walter Baere (MME)

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“Tivemos a felicidade de nos integrar à AGU, com o objetivo de organizar o Con-gresso Internacional de Direito Minerário que acontecerá em 2010, num momento em que se discute a formulação de novas alterações à legislação mineral brasileira”, completou.

Jefferson Cárus Guedes, Diretor da Escola da AGU, abriu a programação e enalteceu a parceria entre o setor público e o privado para debaterem a contribuição dos setores produtivos – caso da mineração – para o desenvolvimento nacional, bem como, a importância da participação dos profissionais do Direito. “A Oficina Preparatória foi orga-nizada para que os advogados públicos e os que trabalham para as empresas mineradoras debatam questões do setor minerário. Tenho certeza que este é o prenúncio de sucesso em nosso Congresso Internacional de Direito Minerário”, disse Guedes.

O Diretor-Geral do DNPM, Miguel Ce-draz Nery, ressaltou a “importância deste encontro para que façamos reflexões sobre o setor mineral, o que enriquece muito os

Advogados durante exposição sobre os painéis de legislação

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100% de aceitação aos convites que fizemos. Se fosse para destacar ape-nas um ou dois, confesso que es-taria sendo injusto com os demais.

O que precisa, na sua opinião, para que a legislação mineral evolua?

Creio que nossa legislação minerária, ainda que vigente há mais de quarenta anos, possui princípios e conceitos modernos. Tanto que tenho notícia de que vários países (China, por exemplo), tiveram em nosso código a referên-cia para a elaboração de suas normas mine-rárias atuais. Precisamos evoluir em aspectos pontuais, que proporcionem maior segurança jurídica aos investimentos, que dotem os nos-sos órgãos gestores da atividade de mineração de maior eficiência e celeridade no exercício de suas atividades e que possibilitem o melhor conhecimento dos recursos minerais do Brasil, o que somente é possível com o exercício da pesquisa mineral. Precisamos lembrar que a mineração, como preceitua nossa Carta Mag-na, é uma atividade de interesse nacional.

LEGISLAÇÃO MINERÁRIA PRECISA EVOLUIR

A Oficina de trabalho Preparatória ao Congresso Internacio-nal de Direito Minerário foi organizada em dois painéis. Um so-bre a “Legislação Mineral Brasileira” e outro sobre a “Legislação Mineraria Internacional: experiências e modelos”.

Durante as discussões, o advogado e ex-Presidente do IBRAM, Sérgio Jacques de Moraes, afirmou que cabe ao Estado estabelecer as regras estatais das jazidas minerais. Ele citou a legislação de propriedade do solo e do subsolo. De acordo com o especialista, o que o Estado faz é conferir/fiscalizar a proprie-dade que está sendo explorada.

Sérgio Jacques fez um histórico sobre a legislação mineral no Brasil. Em 1824, por exemplo, não existia legislação específica para a mineração. Apenas dois anos depois é que começou a se aparelhar o mundo jurídico em relação à legislação de minas – que são propriedades do solo. Em 1934, o Código de Minas é

Guilherme Simões, Coordenador do Comitê

Jurídico do IBRAM

Qual o objetivo maior em realizar um evento como o Congresso Internacional de Direito Minerário?

O principal objetivo é a divulgação do Direito Minerário aos operadores do Direito (procu-radores, magistrados, advogados, promotores, delegados) que ainda desconhecem sua exis-tência e a importância do mesmo na regulação de uma atividade econômica relevante para o País. Estamos falando de um setor, o de mineração, que foi responsável em 2008 por 52% do valor total do saldo positivo da balança comercial brasileira. E em algumas ocasiões ainda sou questionado sobre a existência de um código de mineração, norma infraconstitu-cional que já existe desde a década de 30 do século passado. Nossa atual legislação data da década de 60 e alguns magistrados, promoto-res de justiça, delegados, confessam surpresa ante a existência do mesmo. É necessário trazer o conhecimento desta legislação para nossos juristas. Este é sem sombra de dúvida o maior objetivo do Congresso. Temos também a inten-ção de que o evento proporcione uma maior interação entre os setores público e privado, tornando o debate mais constante, sadio e cla-ro entre ambos, com o objeto de construir um arcabouço legislativo e doutrinário moderno. A parceria entre o IBRAM, o DNPM e a Escola da AGU corrobora esta finalidade.

ENTREVISTA

GUILHERME SIMÕES – COORDENADOR DO COMITÊ JURÍDICO DO IBRAM

O senhor pode destacar algum tema relevante que será discutido?

O formato do Congresso, com sessões plenárias e oficinas de trabalho, certamente permitirá a discussão de vários temas atuais e relevantes para o setor. Posso destacar o novo marco regulatório da mineração, a atividade de mi-neração em áreas protegidas, aproveitamento de minerais nucleares, licenciamento ambiental das atividades de pesquisa e lavra, fechamento de mina, servidão minerária, a gestão de recur-sos hídricos nas atividades de mineração. Não temos obviamente a intenção de esgotar todos os temos possíveis de debate em um único evento. Certamente um ou outro assunto não constará da programação. Mas acho positivo tal fato, pois teremos a oportunidade de realizar outros Congressos no futuro. Desejo muito que este seja o primeiro de vários.

Na programação, o senhor destacaria algum especialista?

Acredito que o melhor do evento é a plurali-dade de especialistas renomados. Contaremos com a presença de 15 a 20 palestrantes in-ternacionais, de países como França, Estados Unidos, Canadá, Peru, Chile, Argentina, Aus-trália, África do Sul, Inglaterra, Canadá, além de renomados juristas brasileiros. Tivemos a grata satisfação de contar com praticamente

Lei e não resultado de Decreto. “A mineração brasileira tem se desenvolvido bastante com base na legislação adotada desde 1834. Mas, com certeza, isso pode se modernizar”, espera.

Para o advogado Walter Baere, do Ministério de Minas e Energia, os bens públicos devem ser tratados como tal e não como meros objetos de assuntos administrativos. Segundo ele, este seria o regime jurídico ideal. “Está expressamente na Constituição que o Direito Minerário é de interesse nacional. E o primeiro a investir na pesquisa será o primeiro a ter direito de explorar o solo”, disse.

De acordo com Frederico Munia Machado, do DNPM, o Código Minerário só prevê a outorga. A dificuldade em se fazer a fiscalização é muito grande, pois não se prevê o ciclo da mine-ração nem os valores da sociedade, como os novos fatores que vêm surgindo. Um exemplo disso são as questões relacionadas ao meio ambiente, como a preservação dos recursos ambientais e o fechamento de mina.

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A questão ou tema da gestão dos resíduos sólidos urbanos é um assunto que requer a atenção de todas as comunidades envolvidas e órgãos públicos gestores do meio ambiente. No Brasil são mais de 5.500 municípios e estima-se que 15% (aprox. 830 municípios) utilizem o sistema mais adequado de deposi-ção final dos resíduos (aterros sanitários).

Soma-se a este quadro negativo o fato da taxa de crescimento do volume de “lixo” que é muito alta (média de 50%/ano na região sudeste) e ainda a escassez de áreas adequa-das (segundo a legislação) para a implantação destes sistemas de disposição.

Umas das alternativas para solucionar a mé-dio e curto prazo este problema é o aproveita-mento de áreas remanescentes da atividade de mineração (cavas), o que vem sendo utilizado com vantagens por empresas deste setor, já que aliam a questão da recuperação ambiental des-tas cavas com um empreendimento rentável e seguro do ponto de vista ambiental.

VANTAGENS - O aproveitamento de áreas mineradas para implantação e operação de aterros sanitários é uma vantagem que se traduz em economia de investimento inicial e custos operacionais, tais como:

Aproveitamento de substrato argiloso pre-• sente na zona de mineração, não havendo necessidade de se comprar este material ou explotá-lo de outro local distante e transportar até as áreas, o que significa uma grande economia neste tipo de custo, que dependendo do caso pode atingir níveis de aproximadamente 10% dos custos (o material argiloso é empregado na camada impermeabilizante de base, nas camadas intermediárias e de selamento superior);

O aproveitamento de cavas remanescentes da mineração para implantação e operação de aterros sanitários

Simulação Qtd. t/dia resíduos

Custo de implantação (R$/t)1 Custo de operação (R$/t)2

Cavas de mina normal Cavas de mina normal

1 5 9,9 15,5 42,2 82,72 10 7,8 12,2 33,3 65,33 25 5,7 8,9 24,8 48,64 50 4,5 7,0 20,0 39,3

1. Custo de implantação: Estudos Iniciais (Projeto Básico, Detalhado e EIA/RIMA), Infraestrutura de Apoio (Acessos Permanente, Poços Artesianos, Instalações de Apoio, Balança Rodoviária, Piezômetros, Unidade de Tratamento do Lixiviado), Preparação (Terraplenagem, Impermeabilização da Base), Segurança e Proteção Ambiental (Cercamento da Área e Implantação da Cortina Vegetal).

2. Custo de Operação: Mão-de-obra (Inclui o pessoal empregado na Operação e no Apoio Administrativo), Custos Operacionais (Espalhamento e Compactação dos Resíduos, Drenagens, Cobertura Diária, Acessos Provisórios, Tratamento do Lixiviado, Monitoramentos, Plantio de Grama).

As cavas estão abertas, o que gera econo-• mia nos custos de terraplenagem e escava-ção para a preparação do terreno e do local de disposição, podendo atingir até 30% do custo desta etapa da implantação;Existência de toda a infra-estrutura admi-• nistrativa, de oficinas, galpões e balança instalados e em condições de aprovei-tamento, o que certamente perfaz 20% do custo com a implantação da Infra-Estrutura de Apoio;O cercamento das áreas, assim como as • cortinas vegetais estão implantadas, o que gera mais uma economia de 50% neste item de custo, na etapa de implantação;Para a etapa de operação a economia em • custos também é identificada na parte de abertura de acessos provisórios, pois os locais já têm acessos abertos para veículos, sendo que se estima uma economia de 5% neste item de custo.

Porém, deve-se ter especial cuidado com dois condicionantes estabelecidos pela norma ABNT – NBR 13896/1997, sobre os critérios para seleção e escolha de áreas para implan-tação de aterros sanitários, ou seja:

O nível do lençol freático deve estar abai-• xo de 1,5m das cotas de base das cavas;

ARTIGO

Raul Oliveira Neto

Eng. de Minas MSc., da Minerar Consultoria e Projetos

As distâncias de cursos d’água (arroios) • e de habitações e vilas residenciais, de-vem ser superiores à 200m e à 500m, respectivamente;

Simulação dos custos de implantação e operação

A seguir são apresentados os resultados obtidos para estimativas de custos de implan-tação e de operação de um aterro sanitário com aproveitamento de áreas mineradas para o caso de uma mineração de Caulim.

Foram consideradas hipóteses de quanti-dades diárias de disposição de resíduos para 5, 10, 25 e 50 t/dia (municípios de pequeno e médio porte, 10.000 a 60.000 habitantes)

As simulações foram feitas com o auxílio do software “Modelo de Estimativa de Custos em Aterros Sanitários”, desenvolvido na Tese de Doutorado do autor deste artigo, apresen-tada em março de 2008 na UFRGS.

No quadro abaixo se transcrevem os valores obtidos, sendo que se faz um compa-rativo para o caso de um aterro sanitário em condições normais, sem o aproveitamento de cavas remanescentes da mineração.

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Conclusão:

Reitera-se a grande economia de cus-• tos gerada pelas vantagens de já se ter cavas remanescentes, pelo condiciona-mento geológico e pelo fato de já existir um infra-estrutura existente;

As economias estimadas ficam em • torno de 40% e 50% de redução de custos na implantação e na opera-ção, respectivamente;

As estimativas consideram que o • aterro sanitário implante tratamento do lixiviado a nível primário, ou seja, pelo menos uma piscina de “equali-zação” podendo ser incluso também um sistema de “aeração”;

Quanto maior for a quantidade de • resíduos enviada para o aterro sa-nitário, menor é o valor dos custos por tonelada associados, e por esta razão a viabilidade econômica do empreendimento é proporcional “ao número de municípios que vier a utilizar o sistema”;

O “modelo” desenvolvido con-• sidera que o nível de precisão é aceitável em 20% de erro para menos e 50% para mais, o que foi plenamente confirmado em “testes de validação” executados;

Comparando com os valores e resul-• tados reais conhecidos para aterros sanitários na faixa de capacidade di-ária testada (de 5 a 50 t/h), estima-se que o erro não ultrapasse os 15%;

Na análise sobre a “economia glo-• bal” a ser obtida com a implantação de um aterro sanitário em áreas já mineradas, também devem ser con-siderados os “custos que deixam de ser assumidos”, tais como os decor-rentes da “recuperação ambiental das áreas”, já que a implantação do aterro sanitário é um tipo de “aproveitamento futuro aceitável do ponto de vista ambiental”.

[email protected] www.minerarconsultoria.com.br

O IBRAM ganhou o Prêmio Aberje 2009 na categoria “Eventos Especiais”, com o case “Exposição Internacional de Mineração - EX-POSIBRAM Amazônia 2008 - A mineração de um jeito que você nunca viu”. Este Prê-mio é realizado desde 1974 pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) com o objetivo de reconhecer a qualidade criativa e a eficácia de trabalhos elaborados em diversas áreas do segmento de comunicação empresarial. Em agosto, o IBRAM disputou, em Salvador (BA), com ou-tras empresas o prêmio de melhor do Brasil e foi vencedor na categoria prêmio regional no Norte e Nordeste.

A premiação aconteceu em São Paulo, em setembro. Verena Morais, Gerente de Atendi-mento da Temple Comunicação, agência res-ponsável pela comunicação da EXPOSIBRAM Amazônia 2008 e por inscrever e defender o case, representou o IBRAM na cerimônia.

A EXPOSIBRAM Amazônia 2008 aconteceu simultaneamente ao I Congresso de Mineração da Amazônia, em novembro desse mesmo ano, em Belém (PA). Os eventos apresentaram um criterioso trabalho de comunicação junto a públicos interessados, como prefeitos, gestores e dirigentes de empresas de mineração, forne-cedores, técnicos, acadêmicos, representantes de ONGs e comunidades.

No Pará, apesar de toda a vocação mine-ral, a atividade ainda é pouco conhecida. Para o Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna, realizar a EXPOSIBRAM pela primeira vez no Pará foi oportunidade única de promover a aproximação entre a população de um estado minerador por natureza e a atividade em si, melhorando a imagem que as pessoas tinham sobre o setor mineral.

O evento gerou grande expectativa, por ser o primeiro desse porte na região, e reuniu grandes empresas nacionais e internacionais. Mas para que pudesse revelar todo o seu potencial, foi necessário encontrar as ferra-mentas de comunicação certas para valorizar a mineração como atividade estratégica para a região amazônica, com grande potencial para contribuir com o desenvolvimento local em

razão de sua capacidade de articulação das cadeias produtivas envolvidas.

Participaram da EXPOSIBRAM Amazônia 2008 128 empresas expositoras de várias partes do Brasil e do mundo. Deste número, 25 eram do Pará. Em quatro dias, o Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, local do evento, recebeu um público de nove mil pessoas, entre visitantes da exposição e participantes do congresso.

Sobre o Prêmio Aberje

Na primeira etapa do Prêmio Aberje, todos os concorrentes foram analisados por comissões de julgamento formadas regional-mente, que apontaram os melhores trabalhos do ano no Espírito Santo e Rio de Janeiro, Mi-nas Gerais e Centro-Oeste, Norte e Nordeste, São Paulo e Sul. Os vencedores do Prêmio Aberje Regional entram, automaticamente, na disputa do Prêmio Aberje Brasil, que constitui novo corpo de jurados para definir os vitoriosos em âmbito nacional.

Os principais critérios do julgamento são: qualidade editorial, criatividade e inovação na apresentação das peças, contextualização, adequação da linguagem aos objetivos e aos diferentes públicos, design e qualidade gráfi-ca, iconografia, estratégias de divulgação do material e distribuição, ações pós-lançamento e qualidade de produção audiovisual, eletrô-nica e multimídia.

IBRAM é vencedor do Prêmio Aberje 2009 no Norte e Nordeste

Verena Morais, Gerente da Temple Comunicação, (ao meio) representou o IBRAM durante premiação

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