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FACULDADE ASSIS GURGACZ INFECÇÃO URINÁRIA: ETIOLOGIA E PERFIL DE SENSIBILIDADE ANTIMICROBIANA EM PACIENTES HOSPITALIZADOS CASCAVEL 2015

INFECÇÃO URINÁRIA: ETIOLOGIA E PERFIL DE … · 2015-08-12 · O sistema renal normalmente é composto por dois rins presentes na região ... Estes também ajudam a regular a pressão

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FACULDADE ASSIS GURGACZ

INFECÇÃO URINÁRIA: ETIOLOGIA E PERFIL DE SENSIBILIDADE ANTIMICROBIANA EM PACIENTES HOSPITALIZADOS

CASCAVEL

2015

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KAMILA SANTOS OTANI

INFECÇÃO URINÁRIA: ETIOLOGIA E PERFIL DE SENSIBILIDADE ANTIMICROBIANA EM PACIENTES HOSPITALIZADOS

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito de avaliação da disciplina de TCC II do curso de Farmácia da Faculdade Assis Gurgacz.

Prof. Orientador: Claudinei Mesquita da Silva

Profa. Co-Orientadora:Leyde D. de Peder

CASCAVEL

2015

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KAMILA SANTOS OTANI

INFECÇÃO URINÁRIA: ETIOLOGIA E PERFIL DE SENSIBILIDADE

ANTIMICROBIANA EM PACIENTES HOSPITALIZADOS

Trabalho apresentado no Curso de Farmácia da FAG, como requisito parcial

para obtenção do título de Bacharel em Farmácia, sob a orientação do Professor Claudinei Mesquita da Silva.

BANCA EXAMINADORA _______________________________ Claudinei Mesquita da Silva - Mestre em Ciências- UNIFESP

_______________________________ Emerson da Silva Machado – Especialista em Ciências da Saúde -UEM

_______________________________ Jacqueline Godinho – Mestre em Ciências Farmacêuticas-UEM

Cascavel, 20de Junho de 2015

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu Esposo Emerson Biava, e aos meus pais Marlene e Agenor Otani peloapoio e incentivo e compreensão de mais uma etapa em minha vida. A vocês destino esta conquista.

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SUMÁRIO 1. REVISÃO DA LITERATURA.................................................................. 06

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 19

2. ARTIGO....................................................................................................... 23

REFERÊNCIAS................................................................................................ 36

ANEXO 1 – NORMAS DA REVISTA UNICESUMAR - REVISTA DE SAÚDE E

PESQUISA....................................................................................................... 38

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1. REVISÃO DE LITERATURA

1.1 SISTEMA RENAL

O sistema urinário, responsável pela produção, coleta e eliminação da

urinaestá localizado no espaço retroperitonial, de cada lado da coluna

vertebral dorsolombar. É constituído pelos rins direito e esquerdo, a pelve

renal, que recebe os coletores de urina do parênquima renal, os uretéres, a

bexiga e a uretra (SOUZA & ELIAS, 2006).

O sistema renal normalmente é composto por dois rins presentes na

região lombar. Cada rim dispõe de um ureter, que drena a urina da área

coletora central do rim (pelve renal) para a bexiga. Da bexiga, a urina drena

através da uretra e é eliminada do organismo (Figura 1) (BAILet al, 2006).

FONTE: http://biologia.ifsc.usp.br/bio2/apostila/apost-fisiol-parte5.pdf

Em pessoas saudáveis, a urina presente na bexiga é estéril. A mesma

não apresenta bactérias ou qualquer outro microrganismo infeccioso. A uretra,

canal que conduz a urina da bexiga para fora do corpo, não contém

microrganismos infecciosos ou contém uma quantidade insuficiente para

causar uma infecção. No entanto, qualquer parte do trato urinário pode tornar-

se infectada. Essas infecções são classificadas dependendo do local de

acometimento do sistema urinário, como infecções do trato urinário inferior ou

do trato urinário superior. Inferior refere-se a infecções da uretra ou da bexiga e

superior refere-se a infecções dos rins ou dos uretéres (TORTORA, 2012).

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A principal função dos rins é filtrar os produtos da degradação

metabólica e o excesso de sódio e de água do sangue a fimde auxiliar na sua

eliminação do organismo. Estes também ajudam a regular a pressão arterial e

a produção de eritrócitos (glóbulos vermelhos) (MAZILI, 2011).

São muitas as funções atribuídas ao rim, entre elas destacamos a

regulação do volume e composição do sangue, regulação da pressão arterial,

contribuição para o metabolismo (gliconeogênese, secreção de eritropoietina e

participação na síntese de vitamina D), participação da formação do sistema

renina-angiotensina periférico, para posterior conversão em Angiotensina I e II

que auxilia na formação de Aldosterona, o transporte, armazenamento e

eliminação da urina, que é o produto final do intenso trabalho da depuração

sanguínea. Cabe enfatizar que qualquer deformação ou desequilíbrio no

funcionamento das estruturas pré, intra e pós-renais, podem desencadear

sérios problemas renais, cardíacos, vasculares, hemodinâmicos e cerebrais,

que se não forem diagnosticados e tratados a tempo podem se tornar

irreversíveis, dificultando a qualidade de vida caso estes indivíduos venham a

apresentar alguma nefropatologia (MORAES & COLICIGNO, 2007).

Cada rim contém cerca de um milhão de unidades filtradoras (néfrons).

O néfron é constituído por uma estrutura redonda e oca (cápsula de Bowman),

que contém uma rede de vasos sanguíneos (glomérulo). O conjunto dessas

duas estruturas é denominado corpúsculo renal (Figura 2) (BEERS et al, 2010).

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Figura 2. Rim e unidades filtradoras (LUIZ EDUARDO. Biologia integrada. São Paulo. Ed.

FTD, 2002).

O sangue entra no glomérulo com uma alta pressão. Muito da porção

líquida do sangue é filtrada por pequenos poros das paredes dos vasos

sanguíneos do glomérulo e da camada interna da cápsula de Bowman,

deixando para trás células sanguíneas e a maioria das moléculas grandes

(p.ex., proteínas). O líquido filtrado e transparente (filtrado) penetra no espaço

de Bowman (área localizada entre as camadas interna e externa da cápsula de

Bowman) e passa para o interior do tubo que sai da mesma. Na primeira parte

do tubo (túbulo contornado proximal), a maior parte do sódio, da água, da

glicose e de outras substâncias filtradas é reabsorvida e, em última instância,

retorna ao sangue. O rim também consome energia para mobilizar algumas

moléculas grandes, incluindo drogas como a penicilina (mas não as proteínas),

para o interior do túbulo. Mesmo sendo grandes para passar através dos poros

do filtro glomerular, essas moléculas são excretadas na urina (TORTORA,

2012).

A parte seguinte do néfron é a alça de Henle. À medida que o líquido

passa pela alça de Henle, o sódio e vários outros eletrólitos são bombeados

para o interior do rim e o restante torna-se cada vez mais diluído. O líquido

diluído avança até a próxima parte do néfron (túbulo contornado distal), onde

mais sódio é bombeado para fora, sendo trocado por potássio

(BRUNTON,2012).

O líquido de vários néfrons passa para o interior de um ducto coletor.

Nos ductos coletores, o líquido pode continuar através do rim como urina

diluída ou a água pode ser absorvida da urina e retornar ao sangue, tornando a

urina mais concentrada. Os hormônios que afetam a função renal controlam a

concentração da urina de acordo com a sua necessidade de água (BRUNTON,

2012).

A urina formada nos rins flui através dos uretéres até a bexiga, mas ela

não flui passivamente como a água através de um cano. Os uretéres são tubos

musculares que empurram cada pequena quantidade de urina através de

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ondas de contração. Na bexiga, o ureter passa através de um esfíncter, uma

estrutura muscular circular que se abre e permite a passagem da urina e, em

seguida, fecha hermeticamente, como o diafragma de uma câmera fotográfica

(DRAKE, 2011).

À medida que a urina chega regularmente de cada ureter, ela vai se

acumulando na bexiga. A bexiga, que é expansível, aumenta gradualmente de

tamanho para acomodar o volume crescente de urina. Quando a bexiga

finalmente enche, estímulos nervosos são enviados ao cérebro, transmitindo a

necessidade de urinar.

Durante a micção, ocorre a abertura de um outro esfíncter, localizado entre a

bexiga e a uretra (na saída da bexiga), permitindo que a urina flua.

Simultaneamente, a parede da bexiga contrai, criando uma pressão que força a

urina a fluir através da uretra. A contração dos músculos da parede abdominal

aumenta essa pressão. Os esfíncteres, através dos quais os ureteres entram

na bexiga, permanecem hermeticamente fechados, evitando o refluxo da urina

para o interior dos ureteres (DRAKE, 2011).

1.2 EPIDEMIOLOGIA

A infecção do trato urinário é bacteriana mais frequente e corresponde por

grande procura aos serviços de emergência, representando 1,2% das

consultas de mulheres e 0,6% das consultas de homens nos EUA.

(SCHAPPERT,1997).

A prevalência total de ITU em mulheres é de 3,5%, aumentado de forma linear

com a idade. Aproximadamente 30% das mulheres terão uma ITU sintomática,

necessitando tratamento com antibiótico até os 24 anos de idade, e por volta

de a metade das mulheres vai apresentar ao menos um episódio de ITU ao

longa da vida. Além disso, 25% das mulheres que apresentam cistite

bacteriana evoluem com quadro de cistite recorrente (EVANS et al., 1978).

A presença de bacteriúria é mais comum após os 65 anos de idade, com uma

incidência de 10% entre homens e de 20% entre as mulheres (BOSCIA, 1987).

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A quase totalidade dos micro-organismos que infectam o trato urinário derivam

principalmente da flora intestinal. A Escherichia coli, uma bactéria gram-

negativa, é responsável por cerca de 85% dos casos de infecção urinária

adquirida na comunidade e 50% das infecções hospitalares. Por outro lado,

em pacientes institucionalizados ou com doenças associadas existem uma

distribuição mais equitativadas diferentes enterobactérias, com aumento da

prevalência de infecções causadas por Klebsiella sp., Proteus sp.,

Pseudomonas sp., Enterobacter sp. e por gram-positivos, como o

Enterococcus sp., e o Staphylococcus saprophyticus. Este último coloniza a

mucosa vaginal, sendo causa comum de infecção em mulheres jovens com

vida sexual ativa, em uso de contracepção oral ou agentes tópicos

espermicidas, que são reconhecidos fatores de risco de infecção urinária. De

maneira incomum outros patógenos podem causar ITU como micobactérias,

anaeróbios e fungos, sendo estes últimos encontrados em pacientes

cateterizados ou com imunossupressão.(MAZILI et al, 2011).

1.3 AGENTES ETIOLÓGICOS

Existem três vias de disseminação para os agentes etiológicos

causadores de ITUs. A via ascendente, a via hematogênica e a via linfática. A

principal via de infecção do trato urinário é a via ascendente, e, as bactérias

patogênicas encontram facilidades especiais no sexo feminino, já que as

bactérias colonizadoras do introito vaginal e periuretral estão bastante próximas

da uretra (PIRES et al, 2007).

A uretra feminina possui menor comprimento o que facilita a ascensão

de bactérias como E. coli. A via hematogênica é uma via menos importante de

infecção, entretanto, assume importância especial nos casos de sepse,

condição na qual as bactérias (S. Aureus, Mycobacterium tuberculosis e

Histoplasma spp.) atingem o parênquima renal. A via linfática é demonstrada

experimentalmente através de conexões linfáticas existentes entre os uretéres

e os rins (PIRES et al, 2007).

As infecções do trato urinário são resultado da interação entre os

patógenos e o hospedeiro. Para a ocorrência da infecção do trato urinário é

necessária uma combinação entre fatores inerentes ao patógeno, como alta

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virulência, associados a déficits nos mecanismos de defesa do hospedeiro

(MAZILI et al, 2011).

A maior parte dos patógenos tem reservatório no trato gastrointestinal e

acabam colonizando o períneo. Estas bactérias possuem fímbrias ou pilis

capazes de aderir ao urotélio, facilitando sua ascendência pela uretra. Não há

necessidade da existência de refluxo vesico ureteral para a colonização do

trato urinário superior; fatores relacionados a cistite como edema da mucosa

vesical são suficientes para a ocorrência de passagem de bactérias ao ureter.

Fatores que alterem a peristalse ureteral também podem contribuir para a

infecção do trato urinário superior, como gravidez, cálculos ureterais ou mesmo

toxinas produzidas por bactérias gram-negativas (MAZILI et al, 2011).

Os agentes etiológicos mais freqüentemente envolvidos com ITU

adquirida na comunidade são, em ordem de frequência: a Escherichia coli, o

Staphylococcus saprophyticus, espécies de Proteus e de Klebsiella e o

Enterococcusfaecalis.(BISHARA, 2007).

A E. coli, sozinha, responsabiliza-se por 70% a 85% das infecções do

trato urinário adquiridas na comunidade, e por 50% a 60% em pacientes idosos

admitidos em instituições. Contudo, quando a ITU é adquirida no hospital, em

paciente internado, os agentes etiológicos estão diversificados, predominando

as enterobactérias, com redução na frequência de E. coli (embora ainda

permaneça habitualmente como a primeira causa), e um crescimento

de Proteus sp, Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella sp, Enterobactersp,

Enterococcusfaecalis. (BISHARA, 2007).

1.4 INFECÇÃO URINÁRIA

A infecção do trato urinário é uma das infecções bacterianas mais

incidentes no adulto, podendo envolver tanto o trato urinário baixo quanto o alto

ou ainda ambos. Mais de 50% das mulheres apresentarão um episódio de

infecção do trato urinário durante a vida. Aproximadamente 15% das mulheres

desenvolvem infecções do trato urinário a cada ano e pelo menos 25% terão

uma ou mais recorrências. (CAR, 2006).

Outras enterobactérias, como Proteus mirabilis e Klebsiella pneumoniae,

contam com aproximadamente 4% dos casos. Dentre as bactérias Gram-

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positivas, são mais frequentes o Staphylococcus saprophyticus, o

estreptococos β-hemolítico do Grupo B e o Enterococcus faecalis (NABER et

al, 2008).

As Infecções do Trato Urinário (ITUs) equivalem ao crescimento e

multiplicação de bactérias dentro do trato urinário provocando lesões de graus

variáveis. Essas infecções podem ser agrupadas em quatro entidades clínicas

diferentes, de acordo com a localização anatômica do agravo, mantendo,

todavia, relações entre elas: bacteriúria assintomática, uretrite, cistite e

pielonefrite (DUARTE et al., 2008).

A infecção urinária caracteriza-se pela presença de agentes infecciosos

e invasão dos tecidos urinários, sendo classificada segundo sua localização em

infecção urinária baixa e alta (SMAILL, 2011).

A bacteriúria assintomática é definida como o isolamento de bactérias na

urina em quantidade maior ou igual a 105 unidades formadoras de colônias por

mililitros (UFC/mL), sem sinais ou sintomas locais ou sistêmicos de infecção.

Entre mulheres, gestantes ou não, sua prevalência é de 2 a 10%, e encontra-se

associada ao nível socio-econômico, história de infecção urinária recorrente,

diabetes e anormalidades anatômicas do sistema urinário (SMAILL, 2011).

O exame mais utilizado para o diagnóstico de bacteriúria e infecção

urinária é o exame simples de urina, também conhecido como sumário de urina

e urinálise. Neste, analisa-se a urina quanto a cor, densidade, aspecto,

presença de leucócitos, bactérias, sangue, glicose, urobilinogênio, bilirrubina,

proteínas, nitrito e sedimentos urinários. Para um diagnóstico provável, a

literatura sugere que a presença de leucócitos, hemácias e nitrito são bons

indicativos de infecção urinária. Entretanto, esses elementos são apenas sinais

indiretos de inflamação, não sendo precisos para o diagnóstico definitivo de

bacteriúria significativa. Para a confirmação de infecção urinária exige-se a

cultura de urina, na qual o patógeno em crescimento é isolado e quantificado

(FEITOSA et al, 2009).

A infecção do trato urinário é uma patologia frequente, que ocorre em

todas as idades, do neonato ao idoso, mas durante o primeiro ano de vida é

mais frequente, devido ao maior número de malformações congênitas,

especialmente válvula de uretra posterior; acomete preferencialmente o sexo

masculino. A partir deste período, durante toda a infância e principalmente na

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fase pré-escolar, as meninas são acometidas por ITU 10 a 20 vezes mais, do

que os meninos (FEITOSA et al, 2009).

Na vida adulta, a ocorrência de ITU se eleva e o predomínio no sexo

feminino se mantém, com picos de maior acometimento no início ou

relacionado à atividade sexual, durante a gestação ou na menopausa, de forma

que 48% das mulheres apresentam pelo menos um episódio de ITU ao longo

da vida. Na mulher, a susceptibilidade à ITU se deve à uretra mais curta e a

maior proximidade do ânus com o vestíbulo vaginal e uretra. No homem, o

maior comprimento uretral, maior fluxo urinário e o fator antibacteriano

prostático são protetores. O papel da circuncisão é controverso, mas a menor

ligação de enterobactérias à mucosa do prepúcio pode exercer proteção contra

ITU. A partir da 5ª a 6ª década, a presença do prostatismo torna o homem mais

suscetível à ITU (NICOLLE, 2001).

A frequência das bactérias causadoras de ITU varia na dependência de

onde foi adquirida a infecção, intra ou extra-hospitalar e também difere em

cada ambiente hospitalar considerado. Os maiores responsáveis pela ITU em

ambiente hospitalar, são as bactériasgram-negativos entéricos, como já citado

a E. coli, que é o mais frequente, seguido dos demais gram-negativos

como Klebsiella sp, Enterobacter sp, Acinetobacter sp, Proteus sp,

Pseudomonas sp, etc. Além destes, o Staphylococcus saprophyticus, um

germe gram-positivo, tem sido apontado como segunda causa mais frequente

de ITU não complicada. (NICOLLE, 2001).

A pesquisa de ITU por S. saprophyticus é por vezes difícil, pelo fato de

apresentar um crescimento muito lento em urocultura, e também porque este

agente pode ser confundido com outro Estafilococos coagulase e DNAse-

negativo, saprófita da flora comensal do trato urinário, mucosas e pele, como o

Staphylococcus epidermidis. O que o diferencia deste último é a resistência ao

antibiótico Novobiocina e ao Ácido Nalidíxico. Nas ITU complicadas, a

incidência de Pseudomonas sp é maior e de gram-positivos resistentes como

Enterococcus sp (NICOLLE, 2001).

1.4 DIAGNOSTICO LABORATORIAL

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A infecção urinária é evidenciada pelo crescimento bacteriano de pelo

menos 105 unidades formadoras de colônias por ml de urina (100.000 ufc/ml)

colhida em jato médio e de maneira asséptica. Em determinadas circunstâncias

(paciente idoso, infecção crônica, uso de antimicrobianos) pode ser valorizado

crescimento bacteriano igual ou acima de 104 colônias (10.000 ufc/ml).

(LOPES & TAVARES, 2005).

A bacteriúria assintomática é definida como a presença de, no mínimo,

105 colônias/ml da mesma bactéria em pelo menos duas amostras de urina em

paciente, habitualmente mulher, que não apresenta os sintomas de infecção

urinária habituais.

1. Exame de urina I com sedimento urinário. Esta analise fornece quando

associado à anamnese e ao quadro clínico, os dados que praticamente

confirmam o diagnóstico de ITU: presença de piúria (leucocitúria), de hematúria

e de bacteriúria. Os valores encontrados são, habitualmente, proporcionais à

intensidade da infecção. (WARREN, 1999).

2. Urocultura. A cultura de urina quantitativa, avaliada em amostra de urina

colhida assepticamente, jato médio, poderá fornecer, na maioria dos casos, o

agente etiológico causador da infecção e trazer aporte para a conduta

terapêutica. Sua importância crescerá quando, diante de falha da terapia

empírica, possibilitará a realização do teste de sensibilidade in vitro

(antibiograma) que orientará uma nova conduta terapêutica. Um fator limitante

à importância da cultura de urina é a demora habitualmente exigida para a

obtenção do seu resultado. Na grande maioria das vezes, a paciente com

cistite não complicada, tratada empiricamente, já está clínica ou mesmo

microbiologicamente curada quando o resultado da cultura é fornecido; nestas

situações este exame torna-se inútil, além de dispendioso. (WARREN, 1999).

3. Teste de sensibilidade in vitro a antimicrobianos (TSA). O antibiograma,

como é habitualmente reconhecido este exame, atua complementarmente à

cultura de urina. Na rotina das cistites não complicadas, sua serventia é

pequena, haja vista a predominância maciça e resolutiva da terapia empírica.

No entanto, naqueles casos em que ocorre falha desse tipo de terapia, nas

pielonefrites e nas infecções urinárias hospitalares, a presença do antibiograma

é de grande utilidade. Igualmente sua importância cresce nas cistites

complicadas, quando o risco de insucesso da terapia empírica aumenta. O

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antibiograma fornecerá os antimicrobianos potencialmente úteis a serem

prescritos.(HOOTON, 1997).

4. Hemocultura. Este exame não tem nenhum valor em pacientes com cistite.

Entretanto, diante de um quadro de pielonefrite, tornasse potencialmente

valioso; sua positividade, nesta infecção, situa-se entre 25% a 60% e, além da

informação do agente etiológico (nem sempre identificável na urocultura),

indica para o risco de uma sepse, sugerindo uma potencial gravidade.

(HOOTON, 1997).

5. Exames de imagem. A ultra-sonografia, a tomografia computadorizada e a

ressonância magnética têm indicação restrita àqueles casos de

cistite/pielonefrite não resolvidos com terapia empírica; assumem maior

importância para o diagnóstico de complicações e, também, para evidenciar

alterações estruturais e/ou funcionais do sistema urinário.(HOOTON, 1997).

1.5 RESISTENCIA ANTIMICROBIANA

A resistência bacteriana a antimicrobianos tem sido largamente

registrada na literatura como um importante problema nas unidades de terapia

intensiva em âmbito mundial. Atualmente, 10 anos depois, drogas

anteriormente efetivas são altamente inúteis na batalha para conter a

disseminação dos microrganismos (Vincent, 2003).

Assim a emergência de cepas microbianas com variáveis e crescentes

níveis de resistência aos antimicrobianos tem sido objeto de preocupação.

(ARNOLD, 1996). Alguns estudos têm sido realizados com o intuito de

caracterizar a resistência e estabelecer fatores de risco para sua ocorrência. O

fenômeno é complexo e tem múltiplas causas, algumas já bem determinadas,

outras ainda a serem esclarecidas. Dentre os fenômenos que estão

definitivamente vinculados à emergência de resistência está o uso abusivo e

indiscriminado de drogas antimicrobianas. Elas representam hoje um terço das

prescrições médicas; dois terços das prescrições de antimicrobianos em

pediatria restringem-se a cinco afecções do trato respiratório – otites, sinusites,

faringoamigdalites, bronquites e pneumonias. Apesar de inúmeros trabalhos na

literatura internacional terem demonstrado o pouco ou nenhum benefício do

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uso de antimicrobianos para muitas dessas morbidades, essa continua sendo

uma prática comum nas diversas modalidades de atendimento ambulatorial.

(MACFARLANE, 1993)

O surgimento de bactérias resistentes a antibióticos pode ser

considerado como uma manifestação natural regida pelo princípio evolutivo da

adaptação genética de organismos a mudanças no seu meio ambiente. Como

o tempo de duplicação das bactérias pode ser de apenas 20 min, existe a

possibilidade de serem produzidas muitas gerações em apenas algumas horas,

havendo, portanto, inúmeras oportunidades para uma adaptação evolutiva

(SILVEIRA et al., 2006).

A associação entre o uso de antimicrobianos e o desenvolvimento de

resistência bacteriana é conhecida desde a introdução da penicilina, tendo

sido, a partir de então, sistematicamente confirmada após o lançamento de

diversos representantes de cada uma das diferentes classes farmacológicas

(GOTTESMAN, 2009). O período necessário para a ocorrência desse

fenômeno mostrou-se surpreendentemente curto para muitos fármacos,

enfatizando a imensa capacidade de adaptação dos micro-organismos a

ambientes hostis, artificialmente criados pelo homem (PATERSON &

BONOMO, 2005).

Embora essas observações devessem intuitivamente soar como um

sinal de alerta para a necessidade de se promover emprego terapêutico mais

racional desses insumos, o que tem ocorrido, na verdade, é exatamente o

oposto. Em alguns países, antimicrobianos são utilizados sem receita médica

em até dois terços das ocasiões. Mesmo quando formalmente prescritos, sua

indicação pode ser desnecessária em até 50% dos casos (WANNMACHER,

2004).

1.6 TRATAMENTO

Desde a introdução das sulfonamidas na década de 1940, os

antimicrobianos são utilizados para tratar ITU, porém o tratamento desta

infecção tem sido dificultada pelo surgimento da resistência aos antibióticos

mais usados, tornando-se necessária a evolução gradual na utilização de

antibióticos para tratar infecções do trato urinário (GUNEYSEL et al., 2009).

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Até 1990, beta-lactâmicos foram amplamente prescritos na terapia para

ITU, mas as altas taxas de resistência de Escherichia coli contra este grupo de

antibióticos, normalmente resultante de expressão de betalactamase, alertou

para utilização de sulfametoxazol/ trimetoprim (SMX /TMP), que foram

posteriormente considerado o tratamento de primeira linha para estas

infecções. Atualmente, a utilização de sulfametoxazol/ trimetoprim élimitado,

devido ao aumento da resistência que pode estar relacionado ao seu uso

excessivo (GUNEYSEL et al., 2009).

O teste de suscetibilidade aos antimicrobianos é uma das provas mais

importantes do laboratório de microbiologia clínica, pois avalia a

suscetibilidade dos microrganismos contra diferentes agentes antimicrobianos.

Os resultados desses testes influenciam diretamente na escolha da

terapêutica antimicrobiana (SEJAS et al., 2003).

O desenvolvimento da resistência bacteriana pode ser diminuído,

evitando o uso indiscriminado de antimicrobianos (CHAVES et al., 2003).

Inúmeros métodos laboratoriais podem ser utilizados para medir a

sensibilidade in vitro das bactérias aos agentes antimicrobianos. Em muitos

laboratórios de microbiologia clínica, utiliza-se rotineiramente o método de

discodifusão em ágar para testar os patógenos mais comuns, de crescimento

rápido e determinadas bactérias fastidiosas (NCCLS, 2003).

Os testes de disco-difusão baseados apenas na presença ou ausência

de um halo de inibição, sem consideração do tamanho do halo, não são

aceitáveis. Só podem ser obtidos resultados confiáveis com testes de disco-

difusão que usam o princípio de metodologia padronizada e medidas do

diâmetro do halo de inibição correlacionados às concentrações inibitórias

mínimas (CIMs) com cepas reconhecidamente sensíveis e resistentes a

diversos agentes antimicrobianos (NCCLS, 2003).

Em 2001, estudo mostrou que os fatores de risco para aquisição de ITU com

Escherichia coli resistente a ciprofloxacino foram uso de ciprofloxacino, uso

prévio de fluoroquinolonas, uso prévio de qualquer antimicrobiano, ITU

recorrente. (MAZILI, et al 2011).

Nos Estados Unidos, de 1998 a 2001, Karlowsky e cols. encontraram taxas de

resistência em E. coli isoladas de urina de 38%, 17,5% e 2,3% para ampicilina,

SMX-TMP e ciprofloxacino, respectivamente. O estudo também mostrou que

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9,5% e 4,7% das cepas de E. coli resistentes ao SMX-TMP e ampicilina

também se mostraram resistentes ao ciprofloxacino. Em estudo anterior foi

demonstrado que entre ampicilina, nitrofurantoína, SMX-TMP e ciprofloxacino,

somente o último possui taxas de resistência que vem aumentando

anualmente.(MAZILI, et al 2011).

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2. ARTIGO

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INFECÇÃO URINÁRIA: ETIOLOGIA E PERFIL DE SENSIBILIDADE ANTIMICROBIANA EM HOSPITAIS PRIVADOS NA CIDADE DE CASCAVEL-

PR

Kamila Santos Otani1, Leyde Dayane de Peder2, Claudinei Mesquita da Silva3

1Discente do Curso de Farmácia, Faculdade Assis Gurgacz (FAG), Cascavel–PR

2Docente Mestre do Curso de Farmácia, Faculdade Assis Gurgacz (FAG), Cascavel– PR

3Docente Mestre do Curso de Farmácia, Faculdade Assis Gurgacz (FAG), Cascavel– PR

Endereço para correspondência: Rua Paraná, 6117, Apto 34, Coqueiral,

85.807-040, Cascavel – PR. E-mail: [email protected]

RESUMO Introdução: A infecção do trato urinário (ITU) é uma das infecções mais frequentes nos Serviços de Saúde, principalmente hospitais, possuindo etiologia variável. A severidade e recorrência das ITU está diretamente relacionado ao tipo e virulência do microrganismo invasor. Objetivos: Determinar a prevalência bacteriana em seis hospitais privados na cidade de Cascavel– PR, bem como verificar a sensibilidade dos microrganismos aos antibióticos disponíveis para a terapia. Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo, com análises de laudos laboratoriais de pacientes submetidos a urinocultura, internados em hospitais privados na cidade de Cascavel- PR,no período 1° de janeiro de 2012 a 31 de dezembro de 2014. Resultados e discussões: Neste período, foram analisados 6865laudos de pacientes submetidos a urinocultura nos seis hospitais analisados, onde constatou-se a presença de Escherichia coli, Staphylococcus saprophyticus, Klebsiella spp., Enterobacter spp.,Proteus spp., Citrobacter spp., Serratia spp., Enterococcus spp., Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter baumanniieMorganella morganni como as mais prevalentes. A Escherichia coli, de todas as bactérias, foi a bactéria mais prevalente em todos os hospitais analisados. A sensibilidade a antimicrobianos foi considerada somente 100 % para os carbapenêmicos.Conclusão:Baseado nos resultados obtidos, concluiu-se que aEscherichia coli foi o principal agente etiológico das ITU nos hospitais privados na cidade de Cascavel-PR, e o sexo feminino foi o mais acometido. As taxas de resistência antimicrobiana comparada com o perfil de sensibilidade são relativamente altas. Quando o tratamento, é primordial o conhecimento do agente infeccioso e seu perfil de sensibilidade, antes de optar por antibióticos de espectro estendido. Palavras chaves: Infecção;Antimicrobianos; Hospitais.

ABSTRACT Introduction: Urinary tract infection (UTI) is one of the most common infections in health services, especially hospitals, possessing variable etiology. The

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severity and recurrence of UTI is directly related to the type and virulence of the invading organism. Objectives: To determine the bacterial prevalence in six private hospitals in the city of Cascavel- PR and determining the sensitivity of microorganisms to antibiotics available for therapy. Methods: This was a retrospective study, with laboratory analyzes reports of patients undergoing urine culture, admitted to private hospitals in the city of Cascavel- PR in the period 1 January 2012 to 31 December 2014. Results and discussion: In this period we were analyzed 6865 reports of patients undergoing urine culture analyzed within six hospitals, where it was found the presence of Escherichia coli, Staphylococcus saprophyticus, Klebsiellaspp, Enterobacterspp, Proteus spp, Citrobacterspp, Serratia spp., Enterococcus spp., Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacterbaumannii and Morganellamorganni as the most prevalent. Escherichia coli, bacteria of all was the most common bacteria in all hospitals analyzed. The antimicrobial susceptibility was considered only 100% for carbapenems. Conclusion: Based on these results, it was concluded that the Escherichia coli was the main agent of the ITU in private hospitals in the city of Cascavel, PR, and the female was the most affected. The antimicrobial resistance rates compared to the sensitivity profile are relatively high. When treatment is primordial knowledge of the infectious agent and its sensitivity profile, before opting for extended-spectrum antibiotics. Keywords:infection; antimicrobials; Hospitals. INTRODUÇÃO

Infecção hospitalar é um sério problema de saúde pública, responsável

pelo aumento da morbidade e mortalidade, bem como do período de

internação, elevando substancialmente os custos assistenciais11. A Infecção do

Trato Urinário (ITU) esta entre as principais causas de infecção nosocomial e a

presença de catéter urinário é a principal fator de risco para esses pacientes

hospitalizados. Outros fatores de risco associados a bacteriúria em pacientes

cateterizados incluem: duração do procedimento, tipo de cateterização e do

sistema de drenagem, terapia antimicrobiana, severidade do quadro que

induziu a internação e doença de base4,5.

Em infecções comunitárias, Escherichia coli é o agente mais frequente,

seguido por Staphylococcus saprophyticus, Klebsiella spp., Enterobacter spp. e

Proteus spp. De maneira similar, as bacteriúrias hospitalares são causadas em

sua maioria, por microrganismos de origem endógena podendo também ser

originadas por microrganismos do ambiente hospitalar1. Dentre os agentes

mais comuns de bacteriúrias hospitalares estão E. coli, K. pneumoniae,

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Enterobacter spp., Citrobacter spp., Serratia spp., Providencia spp. e

Enterococcus spp., sendo E. coli o mais frequente7.

O conhecimento do agente etiológico e da sensibilidade antimicrobiana é

importante na decisão da terapia inicial. Uropatógenos como Proteus mirabilis e

Staphylococcus saprophyticus podem também ser agentes etiológicos

frequentes em determinadas faixas etárias e sexo. O conhecimento da

prevalência destes agentes é fundamental na escolha da terapia

antimicrobiana, pois podem ter perfil de sensibilidade muito diferente de

Escherichia coli, que é um dos principais agentes causadores de ITU6.

O conhecimento da prevalência dos principais agentes etiológicos da

ITU e o perfil de sensibilidade antimicrobiana desses agentes são fundamentais

na escolha do antimicrobiano empírico inicial. Com isso, o objetivo do estudo

foi estabelecer o perfil etiológico em urinocultura realizadas em seis hospitais

privados da cidade de Cascavel – PR, bem como verificar a sensibilidade dos

microrganismos aos antibióticos disponíveis para terapia.

MATERIAIS E MÉTODOS

A pesquisa foi realizada a partir da análise de laudos laboratoriais de

urinoculturas, realizadas por um Laboratório de Análises Clínicas privado no

município de Cascavel – PR, de pacientes internados em hospitais privados do

mesmo município, no período de janeiro de 2012 a dezembro de 2014.

A coleta de dados consistiu em dois momentos. No primeiro, junto ao

laboratório, na qual quantificaram-se as amostras de urinas positivas realizadas

no período determinado e seus resultados foram avaliados. Após detecção dos

exame, fez-se então análise das ordem de serviços positivas através do perfil

de sensibilidade antimicrobiana para quantificação e explicação dos dados. Na

segunda ação, os laudos foram todos analisados para o perfil etiológico das

bactérias e seu perfil de sensibilidade. Após o término de todas as análises, os

dados coletados foram tabulados e analisados estatisticamente para posterior

publicação através do software Microsoft Office Excel® 2013 no Laboratório de

Análises Clínicas da FAG.

O estudo foi iniciado após a aprovação pelo Comitê de Ética da

Faculdade Assis Gurgacz e encontra-se registrado na Plataforma Brasil sob o

número 857.540.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

A pesquisa foi composta a partir do levantamento de todos os laudosdos

anos de 2012 à 2014, de pacientes submetidos a urinocultura nos seis

hospitais privados na cidade de Cascavel-PR,com seus respectivos perfis de

sensibilidade antimicrobiana. Analisou-se 6865laudos de pacientes, dos quais

1252 (18,24%) apresentaram urinocultura positiva e 5613 (81,76%) urinocultura

negativa.A tabela 1 demostra a prevalência bacteriana nos 6 hospitais,

analisados e separados pelo sexo dos pacientes

Tabela 1. Resultados das urinoculturanos seis hospitais privados analisados,

de acordo com os anos analisados.

Hospital A 2012 2013 2014

Masculino 0 0 0

Feminino 0 1 4

TOTAL 0 1/21 (4,76%) 4/21 (19,04%)

Hospital B 2012 2013 2014

Masculino 0 0 0

Feminino 0 2 3

TOTAL 0 2/20 (10,0%) 3/9 (33,33%)

Hospital C 2012 2013 2014

Masculino 4 6 17

Feminino 4 15 18

TOTAL 8/111 (7,20%) 21/125 (16,8%) 35/133 (26,32%)

Hospital D 2012 2013 2014

Masculino 25 27 3

Feminino 205 60 6

TOTAL 230/999 (23,02%) 87/484 (16,98%) 9/215 (4,19%)

Hospital E 2012 2013 2014

Masculino 30 47 39

Feminino 60 67 64

TOTAL 90/384 (23,44%) 114/489 (23,31%) 103/670 (15,37%)

Hospital F 2012 2013 2014

Masculino 37 55 54

Feminino 85 139 175

TOTAL 122/901 (13,54%) 194/1114 (17,41%) 229/1164 (19,67%)

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O hospital A apresentou urinocultura positiva em 11,90% [5/42] e o

hospital B em 14,70% [5/34]. Todos os pacientes com urinocultura positiva,

tanto para o hospital A como o hospital B, eram do sexo feminino. O hospital C

apresentou positividade em 17,34% [64/369], sendo 27 pacientes do sexo

masculino e 37 para o sexo feminino. O hospital D apresentou positividade de

19,19% [326/1698] das culturas de urinas, sendo 55 do sexo masculino e 271

do sexo feminino.O hospital E apresentou urinocultura positiva em

18,87%[307/1627], sendo 116 do sexo masculino e 191 do sexo feminino e por

último o hospital F apresentou 17,14% [545/3179]de positividade nas culturas

de urina, sendo 146 do sexo masculino e 399 do sexo feminino.

Essa maior prevalência de ITU no sexo feminino, deve-se provavelmente

à anatomia da uretra, que na mulher é mais curta do que a do homem, e sua

proximidade com o ânus também é maior. O ato sexual, a gestação e higiene

deficiente, são outros fatores que aumentam o risco de ITU em mulheres.

(LOPES, 2005).

A partir dos dados analisados observou-se que cada hospital apresenta

um perfil de prevalência bacteriana. O hospital Efoi o que apresentou maior

prevalência de urinoculturas positivas, isso se deve ao fato que, diariamente, o

hospital uma elevada taxa de ocupação e atendimentos de urgência, o que

pode explicar a maior prevalência nesse hospital.

Conforme estudo realizado em pacientes internados no Hospital e

Maternidade Marieta Konder Bornhausen, de Itajaí– SC,verificou-se diferença

significativa na análise estatística, com maior predominância no sexo feminino.

Foi observado que esta diferença se manteve, mesmo em ambiente hospitalar,

pois em geral são altas as razões de ITUs entre mulheres e homens, sendo

que até 20% das mulheres já sofreram algum episódio de infecção urinária ao

atingir 30 anos de idade. (BLATT, 2005).

A tabela 2, esta demostrado as oito espécies mais prevalentes nas

urinoculturas positivas nos hospitais privados na cidade de Cascavel-PR,

revelando que a espécie mais prevalente foi a Escherichia coli. Esta bactéria,

assim como outras enterobactérias, é proveniente do trato intestinal e seu

crescimento na urina é promovido por nutrientes, como glicose e aminoácidos.

As bactérias Klebsiella pneumoniae e as do gênero Proteussp também já foram

descritas em diversos trabalhos como responsáveis pela ITU (MOURA, 2009).

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Tabela 2:Prevalência dos principais microrganismos detectados pelas urinoculturas nos diferentes hospital da Cidade de Cascavel – PR.

HOSPITAL A SEXO SEXO

Microrganismo Feminino Masculino

Enterobacter sp. 0 0

Enterococcus sp. 0 0

Escherichia coli 5 0

Klebsiella sp. 0 0

Proteus sp. 0 0

Pseudomonas sp 0 0

Serratia sp. 0 0

Staphylococcus sp. 0 0

TOTAL POR SEXO: 5/42 (11,90%)

HOSPITAL B SEXO SEXO

Microrganismo Feminino Masculino

Enterobacter sp. 0 0

Enterococcus sp. 2 0

Escherichia coli 2 0

Klebsiella sp. 1 0

Proteus sp. 0 0

Pseudomonas sp 0 0

Serratia sp. 0 0

Staphylococcus sp. 0 0

TOTAL POR SEXO: 5/34 (14,70%)

HOSPITAL C SEXO SEXO

Microrganismo Feminino Masculino

Enterobacter sp. 2 1

Enterococcus sp. 3 3

Escherichia coli 25 15

Klebsiella sp. 4 13

Proteus sp. 1 2

Pseudomonas sp 0 1

Serratia sp. 0 0

Staphylococcus sp. 0 0

Outros 4 Total por sexo: 39/369 (10,56%) 35/369 (9,48%)

Total: 369

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HOSPITAL D SEXO SEXO MICRORGANISMO Feminino Masculino Enterobacter sp. 7 5

Enterococcus sp. 8 3

Escherichia coli 218 11

Klebsiella sp. 17 12

Proteus sp. 14 2

Pseudomonas sp 0 6

Serratia sp. 0 0

Staphylococcus sp. 18 0

Outros 3 Total por sexo: 285/1698 (16,78) 39/1698 (2,30%)

Total: 1698

HOSPITAL E SEXO SEXO

Microrganismo Feminino Masculino

Enterobacter sp. 5 15

Enterococcus sp. 4 7

Escherichia coli 144 54

Klebsiella sp. 13 23

Proteus sp. 8 5

Pseudomonas sp 1 10

Serratia sp. 0 0

Staphylococcus sp. 22 10

Outros 5 Total por sexo: 202/1627 (12,42%) 103/1627 (6,33%)

Total: 1627

HOSPITAL F SEXO SEXO2

Microrganismo Feminino Masculino Enterobacter sp. 10 8

Enterococcus sp. 4 7

Escherichia coli 291 69

Klebsiella sp. 43 24

Proteus sp. 21 18

Pseudomonas sp 7 7

Serratia sp. 0 0

Staphylococcus sp. 18 4

Outros 10 4 Total por sexo: 384/3179 (12,08%) 141/3179 (4,44%)

Total: 3179

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O hospital A apresentou a prevalência somente do microrganismo

Escherichia coli11,90% [5/42] e o hospital B apresentou 14,70% [5/34] de

urinoculturas nos três anos analisados, sendo todos os pacientes com

urinocultura positiva, tanto para o hospital A como o hospital B, eram do sexo

feminino.

O hospital C apresentou 20,05% [74/369]de positividade. O sexo

feminino 39/369 (10,56%)e do sexo masculino35/369 (9,48%)revelando três

espécies de microrganismos Enterobacter sp, Enterococcus spe Escherichia

coli. O hospital D apresentou 285/1698 (16,78%) do sexo feminino e 39/1698

(2,30%) do sexo masculino revelando microrganismos como Enterobacter sp,

Enterococcus spe Escherichia coli, Klebsiella sp, Proteus sp., Staphylococcus

sp, Streptococcus agalactiae, Serratia marcescens e Providencia rettgeri. O

hospital E apresentou 202/1627 (12,42%), do sexo feminino e 103/1627

(6,33%) do sexo masculino revelando microrganismos como Enterobacter sp,

Enterococcus spe Escherichia coli, Klebsiella sp., Proteus sp., Staphylococcus

sp., Pseudomonas sp, Citrobacter freundii, Acinetobacter baumannii e

Morganella morganni e o hospital F apresentou 384/3179 (12,08%) do sexo

feminino e 141/3179 (4,44%) do sexo masculino revelando Enterobacter sp,

Enterococcus spe Escherichia coli, Klebsiella sp., Proteus sp., Staphylococcus

sp., Pseudomonas sp, Citrobacterkoseri, Acinetobacterbaumannii,

Morganellamorganni e Serratiafonticola. Dados recentes confirmam que a Escherichia coli, uma bactéria gram-

negativa, é responsável por cerca de 85% dos casos de infecção urinária

adquirida na comunidade e 50% das infecções hospitalares (MAZILI et al,

2011).

Os agentes etiológicos mais frequentemente envolvidos com ITU

adquirida na comunidade são, em ordem de frequência: a Escherichia coli, o

Staphylococcus saprophyticus, espécies de Proteussp e de Klebsiellasp e o

Enterococcus faecalis. A E. coli, sozinha, responsabiliza-se por 70% a 85% das

infecções do trato urinário adquiridas na comunidade e por 50% a 60% em

pacientes idosos admitidos em instituições (LOPES,2005).

A relação dos agentes etiológicos isolados das urinoculturas

apresentados na tabela 2, demonstrou resultados similares aos do Programa

de Vigilância à Resistência SENTRY (SENTRY antimicrobial Surveillance

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Program), realizado por Sader e colaboradores12, sobre a resistência da

maioria dos patógenos isolados de 12 hospitais brasileiros, localizados em

quatro Estados, num período de três anos. Seus resultados mostraram que as

ITUs foram 47,6% causadas por E. coli; 9,8% por Klebsiella pneumoniae;

12,6% por P. aeruginosa; 5,8% por Enterobacter spp. e 3,5% por Proteus

spp12.

O estudo etiológico dos uropatógenos e o estabelecimento do perfil da

sensibilidade aos antimicrobianos são aspectos de relevância, pois podem ser

significativamente diferentes por estarem associados a perfis de hospitais

totalmente diferentes do perfil de paciente atendidos.A tabela 3 demonstra o

perfil de sensibilidade das diferentes espécies bacterianas nos seis hospitais

analisados.

Tabela 3:Perfil de sensibilidade das diferentes espécies bacterianas encontradas de acordo com seu perfil de sensibilidadedetectados pelas urinoculturas nos diferentes hospital da Cidade de Cascavel – PR.

Hospital A Microrganismo

Antibióticos Escherichia coli Amica 100% Amox./Clav 100% Amp 60% Cefalosporinas 60% Cipro 100% Genta 60% Carbapenemicos 100% Levo 100% Norflo 100% Sulfa 60% Tobra 60%

Hospital B Microrganismo

Antibióticos Escherichia coli Klebisiela

pneumoniae Enterococcus

faecalis Amica 100% 50% 100% Amox./Clav 100% 50% 100% Amp 100% 50% 100% Cefalosporinas 100% 50% 100% Cipro 100% 50% 100% Genta 100% 50% 100% Carbapenemicos 100% 50% 100% Levo 100% 50% 100% Norflo 100% 50% 100% Sulfa 100% 50% 100% Tobra 100% 50% 100%

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Hospital C Microrganismo

Antibióticos

Escherichia coli Klebisielapneumoniae Enterobactercloacae Enterococcusfaecalis Proteusmirabilis Pseudomonasaeruginosa

Amica 100% 12% 67% 0% 100% 100%

Amox./Clav 100% 12% 0% 0% 100% 100%

Amp 8% 0% 0% 83,33% 0% 0%

Cefalosporinas 33% 12% 0% 0% 100% 100%

Cipro 28% 18% 100% 0% 0% 0%

Genta 48% 18% 0% 0% 66,66% 0%

Carbapenemicos 73% 100% 0% 0% 100% 100%

Levo 28% 18% 100% 0% 0% 0%

Norflo 28% 18% 100% 0% 0% 0%

Sulfa 25% 12% 0% 0% 0% 0%

Tobra 40% 18% 0% 0% 66,66% 0%

HOSPITAL D MICRORGANISMOS

Antibióticos

Enterobacter cloacae

Enterococcus faecalis

Escherichia coli

Klebisiela pneumoniae

e oxytoca Proteus mirabilis

Pseudomonas aeruginosas

Staphylococcus saprophyticus

Amica 100% 100% 100% 96,55% 100% 100% 100%

Amox./clav. 100% 100% 0% 0% 0% 100% 100%

Amp. 91.66% 90,9% 99,12% 0% 0% 0% 0%

Cefalosporinas 100% 100% 100% 100% 100% 0% 100%

Cipro 100% 100% 98,25% 96,55% 87,5% 0% 100%

Genta 100% 90,9% 100% 96,55% 100% 66,6% 100%

Carbapenemicos 100% 100% 100% 100% 100% 66,6% 100%

Levo 100% 100% 98,25% 96,55% 87,5% 0% 100%

Norflo 100% 100% 98,25% 0% 87,5% 0% 100%

Sulfa 100% 100% 0% 96,55% 0% 0% 0%

Tobra 100% 100% 99,12% 96,55% 100% 83,3% 100%

HOSPITAL E MICRORGANISMOS

Antibióticos

Enterobacter

cloacae Enterococcus

faecalis Escherichia

coli

Klebisiela pneumoniae

e oxytoca Proteus mirabilis

Pseudomonas aeruginosas

Staphylococcus saprophyticus

Amica 0% 100% 95,95% 100% 100% 90,90

% 100%

Amox./clav. 0% 0% 100% 0% 0% 0% 100%

Amp. 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%

Cefalosporinas 0% 0% 100% 0% 100% 0% 100%

Cpro 0% 0% 100% 0% 100% 0% 100%

Genta 0% 0% 100% 0% 100% 0% 100%

Carbapenemicos 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%

Levo 0% 0% 100% 0% 100% 0% 100%

Norflo 0% 0% 100% 0% 100% 0% 100%

Sulfa 0% 0% 0% 0% 76,92% 0% 0%

Tobra 0% 0% 100% 0% 100% 0% 100%

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A partir dos perfil de sensibilidade de cada hospital,verificou-se que o

hospital Aapresentasomente uma urinocultura positiva paraEscherichia coli

sensível a Amicacina, Amoxicilina + Clavulanato, as fluorquinolonas

(ciprofloxacino, norfloxacino e levofloxacino). Osdemais antibióticos citados a

mesma apresentou um determinado percentual de resistência.

O Hospital B apresentou três espécies de microrganismos diferentes. A

Escherichia colieEnterococcus faecalisapresentaram perfil de 100% de

sensibilidade aos antibióticos testados eKlebisiela pneumoniae apresentou 50

% de sensibilidade aos mesmos antibióticos.

O Hospital C apresentou várias espécies de microrganismos, no qual a

E.coli apresentou 100% de sensibilidade aos antibióticos Amicacina e

Amoxicilina + Clavulanato. AKlebisiela pneumoniae apresentouperfil de

sensibilidade 100% somente para os Carbapenemicos (Meropenem,

Ertapenem e Imipinem), Enterobacter cloacae apresentou 100% de

sensibilidade as Fluorquinolonas e Enterococcus faecalis apresentou 83,33 de

sensibilidade a Ampicilina, sendo resistente a outros antibióticos testados. Já o

Proteus mirabilis apresentou 100% de sensibilidade aos antibióticos Amicacina,

Amoxicilina + Clavulanato, Cefalosporinas (Cefazolina, Cefepima, Cefotaxime,

Hospital F Microrganismo

Antibioticos Escherichia coli Klebisielapneumoniae Enterobactercloacae Enterococcusfaecalis Proteusmirabilis Pseudomonasaeruginosa Staphylococcussp.

Amica 100% 90% 100% 100% 100% 50% 100%

Amox./Clav 100% 90% 100% 100% 100% 50% 100%

Amp 78% 88% 0% 0% 90% 50% 18,18%

Cefalosporinas 68% 0% 67% 50% 100% 50% 50%

Cipro 50% 67% 100% 100% 82.05% 50% 90,90%

Genta 89% 100% 94% 89% 100% 50% 50%

Carbapenemicos 100% 100% 100% 100% 100% 50% 50%

Levo 50% 67% 100% 100% 82.05% 50% 90,90%

Norflo 50% 67% 100% 100% 82.05% 50% 90,90%

Sulfa 50% 51% 94% 0% 91.66% 50% 81,81%

Tobra 40% 91% 56% 0% 100,00% 50% 86,36%

Legenda: Cefalosporinas: Cefazolina, Cefepima, Cefotaxime, Ceftriaxona, Cefuroxima. Carbapenemicos: Ertapenenm, Imipinem, Meropenem.

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Ceftriaxona, Cefuroxima) e Psedomonas aeruginosa apresentou 100 % de

sensibilidade para Amicacina, Amoxicilina + Clavulanato, Cefalosporinas e

Carbapenemicos.

O Hospital D apresentou varias espécies de microrganismos como

Escherichia coli, Klebisiela pneumoniae, Enterobacter cloacae, Enterococcus

faecalis, Proteus mirabilis, Psedomonas aeruginosa e Staphylococcus

saprophyticus, onde na maioria os mesmo apresentaram 100% de

sensibilidade para Amicacina, Amoxicilina + Clavulanato, Cefalosporinas e

Carbapenemicos. O Hospital E apresentou as mesmas espécies de

microrganismos que o Hospital D, onde a maioria apresentou somente 100%

de sensibilidade aos Carbapenêmicos (Meropenem, Ertapenem e Imipinem).

E o Hospital F apresentou varias espécies de microrganismos como

Escherichia coli, Klebisiela pneumoniae, Enterobacter cloacae, Enterococcus

faecalis, Proteus mirabilis, Psedomonas aeruginosa e Staphylococcus

saprophyticus, onde a maioria das espécies apresentou somente 100% de

sensibilidade aos antibióticos testados para Amicacina, Amoxicilina +

Clavulanato e Carbapenemicos (Meropenem, Ertapenem e Imipinem).

Sendo assim, verificou-se que a maioria dos microrganismos

identificados eram Gram Negativos. Especificamente, E. Coli,deste modo a

principal causadora de Infecção do Trato Urinário.

As elevadas taxas de resistência as Cefalosporinas e

Sulfametoxazol+Trimetoprima reforçam os conhecimentos prévios a respeito do

uso empírico dessas drogas. A relação observada entre o uso de

antibióticoterapia e isolamento de microrganismos resistente a Cefalosporinas

e Sulfametoxazol+Trimetoprima reforça o uso indiscriminado de antibióticos,

com ou sem receita medica, sendo assim responsável pelos níveis crescentes

de resistência bacteriana mesmo no contexto hospitalar, sendo necessário

implementar medidas para o uso racional dos antimicrobianos.

A infecção do trato urinário é uma condição frequente e associada a

morbimortalidade em pacientes pediátricos, adultos e geriátricos. Reconhecer

os microrganismos mais comuns envolvidos e seu perfil de sensibilidade

antimicrobiana é de fundamental importância para o manejo.

CONCLUSÃO

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35

É importante a participação de todos os profissionais da área da saúde

na adoção de medidas preventivas com relação às infecções urinárias de

origem hospitalar, bem como em campanhas que estejam sempre voltadas

para o uso racional de sonda vesical de demora ou, pelo menos, redução do

tempo de sua utilização, além dos cuidados técnicos com o cateter, visto que

esse dispositivo, constitui o principal fator de risco para ocorrência dessas

infecções.

Baseado nos resultados obtidos concluiu-se que, nos pacientes

estudados, E. coli foi o principal agente etiológico das ITUs nos seis hospitais

analizados. O sexo feminino foi o sexo mais acometidos nos hospitais

analizados. As taxas de resistência antimicrobiana comparada com o perfil de

sensibilidade são alarmantes. Quando o tratamento, é primordial o

conhecimento do agente infeccioso e seu perfil de sensibilidade, antes de optar

por antibióticos de espectro estendido.

AGRADECIMENTOS

Os autores gostariam de agradecer a Farmacêutica Denise Indras e ao

Laboratório Biovel, estabelecido na cidade de Cascavel-PR, por todos os

dados fornecidos para essa pesquisa.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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1 – NORMAS DA REVISTA - REVISTA DE SAÚDE E PESQUISA

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-Título (em inglês e português) curto e informativo sem conter abreviações,

escrito em letras maiúsculas e negritadas.

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metodologia, os resultados e as conclusões. Sua extensão deve ser de 100 a

250 palavras, ser escrito em parágrafo único (NBR 6028).

- Palavras-chave (em inglês e português): indicar de três a cinco palavras que

expressem o conteúdo do artigo de forma objetiva. Devem ser precedidas do

termo: Palavras-chave.

- Texto: deve obedecer aos critérios de cada categoria, de acordo com as

instruções disponíveis em foco e escopo.

- Agradecimentos: devem ser breves e relacionados a assistência técnica,

opiniões, bem como ao apoio financeiro para a pesquisa e bolsas de estudo.

Tabelas e Quadros: devem ser inseridos o mais próximo possível do texto em

que foram mencionados. O título deve figurar acima da tabela e/ou quadro e

ser precedido da palavra Tabela e de seu número de ordem no texto (em

algarismos arábicos). As tabelas devem ser compreensíveis e auto-

explicativas. As abreviações devem ser definidas nas legendas.

Ilustrações e fotos: devem ser inseridas o mais próximo possível do texto em

que foram mencionados. O título deve estar localizado abaixo das figuras,

precedido da palavra Figura e de seu número de ordem no texto (em

algarismos arábicos). Defina todas as abreviações e símbolos usados na

figura, mesmo se eles estiverem definidos no texto. As ilustrações e fotos

devem ser coladas no texto com resolução de boa qualidade, e também

enviadas em arquivos separados, em formato .jpg. As49 fotomicrografias

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devem incluir dados sobre a coloração e a ampliação no fim da legenda para

cada parte da figura. Uma barra de ampliação deve ser adicionada a cada

fotomicrografia. Caso não apareça nenhum marcador com escala na figura, a

ampliação original deve ser informada na legenda.

Referências: As referências bibliográficas devem ser digitadas em ordem

numérica após a seção de agradecimentos. Numere as referências na ordem

em que elas são citadas no texto pela primeira vez, usando algarismos

arábicos entre parênteses. Duas ou mais referências devem ser separadas por

vírgula sem espaço (1,5,7), três ou mais referências consecutivas devem ser

separadas por um hífen (4-9) e duas ou mais referências consecutivas devem

ser separadas por ponto e vírgula sem espaço (4-9;13-16). As referências

devem ser elaboradas de acordo com a NBR 6023.

Exemplos:

- Artigo de Periódico:

ABESSA, D.M.S.; SOUSA, E.C.P.M.; TOMMASI, L.R. Utilização de testes de

toxicidade na avaliação da qualidade de sedimentos marinhos. Revista de

Geologia, Fortaleza, v. 19, n. 2, p. 253-261, jul./dez. 2006.

-Livro:

TAVARES, M. C. G. C. Imagem corporal: conceito e desenvolvimento. São

Paulo: Manole, 2003.

-Capítulo de livro com autoria própria:

MOREIRA, A. A profissionalização da enfermagem. In: OGUISSO, T. (Org.).

Trajetória histórica e legal da enfermagem. São Paulo: Manole, 2005. p. 98-

119.

-Trabalho apresentado em evento:

SIMÕES, G. S.; SILVA, J.; TOLEDO, A. S. Micobactérias não tuberculosas

isoladas de pacientes com síndrome da imunodeficiência adquirida. In:

CONGRESSO BRASILEIRO DE MICROBIOLOGIA, 17. Santos. Anais...

Santos: EDITORA, 1993. p.41.

- Teses e Dissertações:

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SILVA, M.A.B. Sistema de Classificação Fuzzy para áreas contaminadas. 2005.

221f. Tese (Doutorado em Engenharia) - Universidade Federal do Rio de

Janeiro, Rio de Janeiro, 2005.

-Documento em meio eletrônico:

SLATER, P. J. B.; JOANES, A. E. Timing of songs and distance call learning in

zebra finches. Disponível em: . Acesso em: 22 jul. 2004.

-Artigo ou livro ainda não publicado:

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