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INFECÇÕES DO TRATO INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIOURINÁRIO
J. C. Carraro Eduardo Nefrologia - UFF
INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO
ConceitoColonização por agentes
infecciosos, com invasão tecidual, em
qualquer parte do trato urinário
INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO
A mais comum de todas as infecções bacterianas7 milhões de consultas e 1 milhão de internações hospitalares/ano nos EEUU Ocorre em todas as faixas etárias Impacto em mulheres de qualquer idade, homens nas idades extremas, Transplante renal e na presença de anormalidades funcionais ou estruturais do T. U.
Patogênese As bactérias podem invadir e disseminar-se no Trato Urinário
através de 3 possíveis vias: Ascendente
Hematogênica Linfática
INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIOINFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO
Tendo a bactéria atingido o trato urinário, são 3 os fatores que determinam se a Infecção vai ou não se
estabelecer:
1. A virulência do patógeno
2. O sítio inoculado
3. Os mecanismos de defesa do hospedeiro
As ITU recidivantes refletem, principalmente, falência dos mecanismos
de defesa do hospedeiro
Defesas Naturais do Trato Urinário
1. Propriedades antibacterianas da urina
2. Mecanismos de antiaderência
3. Efeitos mecânicos do fluxo urinário e micção
4. Células fagocitárias
5. Propriedades antibacterianas da mucosa do trato
urinário
6. Mecanismos imunológicos
INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO
ClassificaçõesAgudas e crônicasRecorrentes reinfecções e recidivas (recaídas)Complicadas e não complicadasAltas (PN) e baixas (Cistites)Sintomáticas e assintomáticasEspecíficas e inespecíficas
INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO
Recorrentes
Recidivas
Urinoculturas sucessivas com a presença do
mesmo agente etiológico, apesar do tratamento.
Reinfecções
Urinoculturas sucessivas com a presença de
diferentes agentes microbianos, apesar do tratamento
INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO
ITU complicada
Presença de anormalidades anatômicas, funcionais ou
metabólicas, com flora infectante geralmente mais resistente e
diversificada, podendo ocasionar infecções recorrentes ou dano
parenquimatoso e funcional renal.
Homem, 25 anos, queixas de dor lombar direita de início súbito, com náuseas e
vômitos, sem febre. Urina avermelhada.EAS com mais de 100 hemácias/campo
Hidronefrose
Cálculo ureteral
Homem, 52 anos, queixas de dor lombar esquerda,
disúria e polaciúria, T.Ax. 38,2 C.
Cultura: Proteus mirabilis, > 100.000 ufc/ml
ITU complicada por cálculo coraliforme bilateral
RX simples do abdomeCálculo coraliforme bilateral
Catéteres ureterais
INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO
ITU não complicada
Ausência de alterações anatômicas ou
funcionais e doenças associadas que
favoreçam ou potencializem a colonização
ou invasão infecciosa.
Mulher jovem, vida sexual ativa, queixas de disúria e polaciúria, sem febre.
Cultura: Escherichia coli, > 100.000 ufc/ml
(ou Staphylococcus saprophyticus>10.000 ufc/ml)
Diagnóstico: ITU baixa, não complicada (cistite)
Espécie bacteriana Externos (%) Internos (%)
Escherichia coli Proteus mirabilis Klebsiella pneumoniae EnterococciEnterobacter aerogenesPseudomonas aeroginosaProteus species (exceto mirabilis)Serratia marcescensStaphylococcus epidermidisStaphylococcus aureus
INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIOAgentes etiológicos (400 pacientes)
* Rubin RH: ITU, in Brenner & Rector, 1995
89,23,22,42,00,80,40,401,60
52,712,79,37,3 4,06,03,33,3 0,7 0,7
Carraro-Eduardo, JC; Hermes, T; Narcisi, PA. Dados não publicados, 2009
INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO
Apresentação Clínica
Assintomáticas (Bacteriúria Assintomática)
Cistites
Sintomáticas Pielonefrites
INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO
CistitesDisúria, polaciúria, dor supra púbicaSem febre ou com febrículaSem alterações no leucogramaLeucocitúria Urinocultura com mais de 100.000 UFC (se E. coli ou outra enterobactéria) ou mais de 10.000 UFC (se S. saprophyticus)
INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO
Pielonefrites
Dor lombar, geralmente unilateralFebre alta, calafriosLeucocitose com desvio para esquerdaLeucocitúria Urinocultura com mais de 100.000 UFCHemocultura positiva em 15-20% dos casos
O Exame da Urina Características físico-químicas.
Elementos AnormaisSedimentoscopia.
Também: Exame tipo I. Exame Sumário de Urina.E.A.S.Exame Comum da UrinaUrinálise
Caract. Físico-químicasVolumeAspectoCorOdorpHDensidade
Elementos anormaisProteínasGlicoseHemoglobinaCorpos CetônicosEsteraseNitrito
Sedimento
Células epiteliais
Leucócitos ou piócitos
Hemácias
Cilindros
Cristais
Flora Bacteriana
Diagnóstico laboratorialFitas reagentes (dipstick)
• Úteis na triagem, detectam esterase leucocitária e/ou redução do nitrato a nitrito.
• Reação do nitrito é tempo-dependente, só é positiva nas ITU por enterobactérias, tem grande valor quando positiva e não exclui o diagnóstico quando negativa
Bactérias produtoras de urease
Proteus mirabilis Haemophilus influenzae Staphylococcus aureus Klebsiella pneumoniae Serratia sp Pseudomonas aeruginosa Staphylococcus epidermidis
Leucocitúria/Piúria Excreção de leucócitos: até 1 milhão/12 horas. Normal: até 6 leucócitos/campo na urina matinal (mais
concentrada), centrifugada. Correlacionar com a densidade urinária. Nem toda ITU tem leucocitúria. Nem toda leucocitúria é uma ITU, mas esta é a causa
mais comum de leucocitúria. Leucocitúria intensa turva a urina e confere odor fétido.
Fosfatos e uratos também turvam a urina.
Causas de leucocitúria “estéril”Auto-medicação antes da urinoculturaContaminação da amostra por antissépticosCorrimento vaginalLitíase urináriaTumor do Trato UrinárioDoenças inflamatórias do trato urinário, não
infecciosas (GN proliferativas, p. ex.)Nefrites Intersticiais não bacterianasMicrorganismos que necessitam meio de cultura
especial (BK, Ureaplasma urealyticum, Neisseria gonorrhoeae, Mycoplasma, Tricomonas, Candida)
Urinocultura
Punção suprapúbica (Pryles, 1959)
Cateterismo vesical
Micção espontânea (jato médio) Contagem de UFC/ml (>100.000 UFC/ml) Teste de sensibilidade aos antimicrobianos
Bacteriúria com baixa contagem de UFC/ml
Contaminação Fase precoce da ITUAlta diluição urináriaUropatógeno de crescimento lentoUso prévio de antimicrobianos e/ou
antisépticos
Bacteriúria assintomáticaPresença de bacteriúria significativa na
ausência de sintomas. Geralmente ocorre com EAS normal.
Necessário: 2 urinoculturas com o mesmo germe, com contagem >100.000 UFC/ml.
S. saprophyticus ou Candida albicans – “cutoff” 10.000 UFC/ml é aceito
Bacteriúria na gravidezAté 10% das grávidas tem B.A.30 a 50% de risco de PNA.Associada a prematuridade, baixo peso e mortalidade
perinatal. Maior risco de Necrose papilar, Hipertensão e maior
morbidade para a gestante.Alterações mecânicas e fisiológicas da gravidez são
precoces e se mantêm até 8 semanas após o parto.
Bacteriúria no idosoÉ comum (20% mulheres e 10% homens com mais de
65 anos) e geralmente assintomáticaE. coli é o patógeno mais freqüente em mulheres, e os
gram positivos, em homens (Kaye et al)Não está provada relação causa-efeito entre B.A. e
Insuficiência Renal, exceto na presença de obstrução As ITU sintomáticas devem ser sempre tratadas, em
qualquer idade.Bacteriúria na ausência de sintomas ou de obstrução
não justifica, obrigatoriamente, a necessidade de tratamento.
Estrogênio na pós menopausa em mulheres com ITU recorrente
Estrogênio X Placebo
ITU pac./ano 0,5 5,9
Recolonização (lactobacilos) 61% 0%
pH vaginal 3,8 5,5
Colonização Enterobactérias s/alt
Raz R & Stamm WE N Eng J Med 1993
Contaminação
Presença de número pequeno de UFC/ml
Crescimento de mais de um microorganismo
Presença de Staphylococcus epidermidis,
Corynebacteria (diphtheroides), Lactobacillus,
Gardnerella vaginalis, Bactérias anaeróbicas
Curta duração (Dose única, 3 dias e 5 dias)
Pós relação sexual
Clássico (7 a 14 dias)
Longo (28 dias)
Supressivo (90 a 180 dias)
INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIOTratamento com antimicrobianos
Concentração terapêutica no local da Infecção Comodidade posológica Poucos (e controláveis) efeitos colaterais Baixo custo Opções para diferentes vias de administração Experiência pessoal
INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIOQualidades dos antimicrobianos
Hidratação Esvaziamento vesical Antissépticos urinários Acidificantes urinários Analgésicos urinários Cranberry Imunoestimulantes (vacinas)
INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIOMedidas alternativas e/ou complementares