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Informática Jurídica e Legística: o texto e a norma João Alberto de Oliveira Lima – [email protected] 4º Ciclo de Palestras do Núcleo de Direito Setorial e Regulatório UnB – 02 de outubro de 2015

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Informática Jurídica e Legística: o texto e a norma

João Alberto de Oliveira Lima – [email protected]

4º Ciclo de Palestras do Núcleo de Direito Setorial e Regulatório

UnB – 02 de outubro de 2015

Tópicos

Contextualização

Motivação

Texto e Norma

Filosofia da Linguagem

Teoria dos Atos de Fala (John Searle)

Neo-institucionalismo (Direito)

Ontologia

Considerações Finais

Contextualização

Tema de Pesquisa

Sistematização de Normas

Processos de

Consolidação

Codificação

Contexto

Direito Regulatório

Abordagem

Interdisciplinar

Consolidação & Codificação

Lei Complementar nº 95/1998

Capítulo III - Da Consolidação das Leis e outros Atos Normativos

Art. 13. As leis federais serão reunidas em codificações e consolidações, integradas por volumes contendo matérias conexas ou afins, constituindo em seu todo a Consolidação da Legislação Federal.

§ 1º A consolidação consistirá na integração de todas as leis pertinentes a determinada matéria num único diploma legal, revogando-se formalmente as leis incorporadas à consolidação, sem modificação do alcance nem interrupção da força normativa dos dispositivos consolidados.

Codificação - permite inovação no ordenamento; normalmente, é precedida por uma consolidação.

Não confundir com:

Compilação - texto atualizado: mono ou multivigente.

Evolução?

Informática Jurídica

Aplicação da Informática ao domínio do Direito. Não se confunde com “Direito da Informática”

Legimática Termo cunhado na Itália

Utilização da informática no Processo Legislativo

Antecedentes Giurimetria (jurimetrics), Giuscibernetica

“L'INFORMATICA GIURIDICA IN ITALIA. Cinquant'anni di studi, ricerche ed esperienze”

http://www.ittig.cnr.it/InformaticaGiuridicaInItalia/sed-12.html

Centros de Pesquisa Florença:

ITTIG - Istituto di Teoria e Tecniche dell’Informazione Giuridica http://www.ittig.cnr.it/

Bolonha: CIRSFID - Centro Interdipartimentale di Ricerca in Storia del Diritto, Filosofia e Sociologia del

Diritto e Informatica Giuridica http://www.cirsfid.unibo.it/

Gênese do Texto da Constituição de

1988 – Ed. Senado Federal

Legística (Legisprudência)

Preocupação com a técnica de elaboração de normas

Iluminismo: Montesquieu (França), Filangieri (Italia), Bentham (Inglaterra)

Séc. XIX: Savigny (Alemanha), Teixeira de Freitas (Brasil)

Definição

De natureza interdisciplinar (direito, sociologia, ciência política, informática, comunicação, linguística), a legística trata de elaboração de normas jurídicas.

Legística Material

Conteúdo da norma (teor normativo)

Metodologia Legislativa

Avaliação Legislativa

Legística Formal

Técnica Legislativa

Texto e Norma

interpretação

NORMA

(geral e

abstrata)

Conjunto de enunciados

do discurso prescritivo

Sentido ou significado

adscrito a qualquer disposição

(Canotilho, 2003, p. 1202, 1221)

NORMA JURÍDICA DE DECISÃO: Uma norma jurídica adquire “verdadeira normatividade quando

com a «medida de ordenação» nela contida se decide um caso jurídico” concreto [fora do escopo]

Positivismo

Bentham (1748-1832), J. Austin (1790-1859)

Kelsen (1881-1973), Hart (1907-1992), J.Raz (1939-)

Novo Institucionalismo

Neil MacCormick (1941-2009)

Ota Weinberger (1919-2009)

1986 – An Institutional Theory of Law

Dick Ruiter (1943-)

La Torre (1954-)

Institucionalismo Clássico

M. Hauriou (1856-1929)

G. Renard (1876-1943)

Santi Romano (1875-1947)

W. C. Sforza (1886-1965)

C. Schmitt(1888-1985)

Filosofia da Analítica / F. Linguagem / F. Social

Adolf Reinach (1883-1917)

Gertrude Anscombe (1919-2001)

J. L. Austin (1911-1960) [ How to do things with words 1962]

John Searle (1932-) [Speech Acts 1969][Construction... 1995] [Making... 2009]

Ontologia (Filosofia e Ciencia da Informação/Computação)

Barry Smith (1952-)

Nicola Guarino (1954-)

Giancarlo Guizzardi (1975-)

Filosofia da Linguagem

Teoria Geral dos Fatos Institucionais

John Searle

1969 1995 2009

Tipos de Fatos F. Brutos, F. Sociais e F. Institucionais

Fatos Brutos

Independem da concordância humana

Fatos Sociais

Interação de mais de dois seres com intencionalidade coletiva

Fatos Institucionais

Fatos Sociais que dependem da concordância humana

Ex: Dinheiro, Propriedade Privada, Estado, Casamento, Filas Gerenciadas

Searle (1995, p. 1)

Intencionalidade Coletiva

Orquestra: intencionalidade Coletiva

Cada músico: intencionalidade individual (derivada da intencionalidade coletiva)

Searle (1995, p. 23)

Atribuição de Função

A atribuição de função aos fenômenos e objetos é característica da

intencionalidade do sujeito > relativo ao observador

Tipos

Funções agentiva

Depende do uso que o agente faz do objeto

Inclui: representar, significar, simbolizar

Funções não agentivas

Ocorrem naturalmente

Ex: a função do coração é bombear sangue

Searle (1995, p. 14, 23)

Juicy Salif (Alessi)

Função Agentiva Subtipos

Função Agentiva Causal

Relacionada à estrutura física intrínseca

Ex: Chave de Fenda, Banheira

Função de Estado (= Fato Institucional)

Quando a coletividade impõe uma função a um fenômeno

Ex: Dinheiro, Contrato

Searle (1995, p. 121)

Searle (1995, p. 121)

A linguagem é a mais fundamental das instituições

Searle (1995, p. 62)

Linguagem

Imposição de função em

entidades físicas brutas

Certo “som” ou “marcas no papel”

conta como palavras ou sentenças

Certo tipos de enunciado

conta como ato de fala

Searle (2009, p. 228)

Teoria dos Atos de Fala

Teoria dos Atos de Fala

(dos Atos Linguísticos)

O que podemos realizar com a

linguagem?

“How to do Things with Words”

(Austin, 1962)

O ato ilocucionário

é a unidade mínima e completa

da comunicação linguística

humana (SEARLE, 1999, p. 136).

Possui uma força ilocucionária F e

um conteúdo proposicional p,

representado na forma F(p).

(SEARLE, 1969, p. 31)

Direção de ajuste (palavra <> mundo)

Correspondência no propósito ilocucionário em relação

ao conteúdo proposicional

e o mundo.

Palavra > Mundo

Intenção de

descrever o

mundo

Mundo > Palavra

Intenção de

modificar o mundo

Nulo

Indiferente em

relação ao mundo

Bla, bla, bla

Exemplo – Direção de Ajuste

Intenção da esposa: modificar o mundo (a despensa) pela palavra (a lista).

Anscombe(1997 apud SEARLE 2002, p. 5-6)

Exemplo – Direção de Ajuste

Intenção do detetive: descrever o mundo (os itens comprados) pela palavra (a lista).

Anscombe(1997 apud SEARLE 2002, p. 5-6)

Exemplo – Direção de Ajuste

Lista da Esposa Lista do Detetive

Anscombe(1997 apud SEARLE 2002, p. 5-6)

Exemplo – Direção de Ajuste

Lista do Detetive

(versão errada)

Lista do Detetive

(versão correta)

Anscombe(1997 apud SEARLE 2002, p. 5-6)

Exemplo – Direção de Ajuste

Anscombe(1997 apud SEARLE 2002, p. 5-6)

Searle (1985, p. 1-29)

Atos Ilocucionário & Verbo

(não tem relação)

Diretivas

posso insistir em irmos ao cinema

posso sugerir irmos ao cinema

Assertiva

posso insistir que a resposta se

encontra na p. 16

posso sugerir que a resposta se

encontra na p. 16

Marcam ointensidade do propósito ilocucionário grau de (ex: insistir, sugerir)

Podem ainda marcar o estilo ou modo de realização (ex: anunciar, insinuar, confidenciar)

Searle (2002, p. 43)

Mais de um propósito ilocucionário

Texto promulgado de uma lei

Declarativo

Diretivo

“O senhor está pisando no meu

pé”

Assertivo

Diretivo (implícito)

Searle (1985, p. xi) Searle (2002, p. 44)

Declarações

Cunha (1990, p. 74)

Declarações

Processo de Habilitação

Pessoa Habilitada

Cunha (1990, p. 74)

Declarações

Casamento [ Objeto Social ]

Marido | Esposa | Regime x | etc

Altera a Realidade

Cunha (1990, p. 74)

Imposição de funções de estado

aos protagonistas

Indicadores de Estado

Carteira de Motorista

Passaporte

Certidão de Casamento

Assinatura em um Documento

Aliança

Fardamento do Policial

Crachá de Servidor

Searle (1995, p. 119)

Funções de estado

Todas as Funções de estado

carregam poderes deônticos.

Os poderes deônticos fornecem

razões para agir que são

independentes das nossas

inclinações e desejos.

A profissão “ladrão” seria sem

sentido sem a crença da

instituição “propriedade

privada”.

Se reconheço um objeto como

“sua propriedade”, então

reconheço que estou sob a

obrigação de não tomar ou usar

esse objeto sem a sua permissão.

Searle (2009, p. 9)

Regras Constitutivas e Regulativas

R. Constitutivas

Criam as possibilidade de um fato

(institucional) de um determinado

tipo.

Possuem a forma:

X conta como Y no contexto C

Ex: Xadrez (jogo)

“situação x” conta como “xeque mate” no contexto de “um jogo de xadrez”

R. Regulativas

Regulam atividades já existentes

Possuem a forma:

Faça X

Ex: Dirigir um automóvel

Dirija na faixa do lado direito

Searle (2005, p. 9)

Instituição e Fatos Institucionais

Instituição

É um sistema de regras

constitutivas que cria todas as

possibilidade dos fatos

institucionais

Fatos Institucionais

Existem dentro dos sistemas de

regras constitutivas

Criados por Declarações (bem

sucedidas)

Searle (2009, p. 10)

Novo Institucionalismo

Positivismo

Bentham (1748-1832), J. Austin (1790-1859)

Kelsen (1881-1973), Hart (1907-1992), J.Raz (1939-)

Novo Institucionalismo

Neil MacCormick (1941-2009)

Ota Weinberger (1919-2009)

1986 – An Institutional Theory of Law

Dick Ruiter (1943-)

La Torre (1954-)

Institucionalismo Clássico

M. Hauriou (1856-1929)

G. Renard (1876-1943)

Santi Romano (1875-1947)

W. C. Sforza (1886-1965)

C. Schmitt(1888-1985)

Filosofia da Analítica / F. Linguagem / F. Social

Adolf Reinach (1883-1917)

Gertrude Anscombe (1919-2001)

J. L. Austin (1911-1960) [ How to do things with words 1962]

John Searle (1932-) [Speech Acts 1969][Construction... 1995] [Making... 2009]

Ontologia (Filosofia e Ciencia da Informação/Computação)

Barry Smith (1952-)

Nicola Guarino (1954-)

Giancarlo Guizzardi (1975-)

1986

Neil MacCormick (1941-2009)

Reino Unido

Ota Weinberger (1919-2009)

Áustria

2007

1991

Instituição (N. MacCormick)

Regras Institucionais :

Institutivas

Consequenciais

Terminativas

Alerta: Instituição não é um sistema de regras (cf. Searle), mas um conceito

jurídico (que possui um sistema de regras associado).

Conceito jurídico que é regulado por conjuntos de regras institutivas,

consequenciais e terminativas, cujas instâncias existem em um período de

tempo, desde a ocorrência de um ato ou evento institutivo até a

ocorrência de uma ato ou evento terminativo.

MacCormick (1986, p. 51,52,53)

N. MacCormick

Duplo poder sistematizador das instituições

“Permite quebrar corpus complexos de leis em conjuntos mais simples de regras inter-relacionadas;

Permite tratar grandes corpus de leis de uma forma organizada e

generalizada”

MacCormick (1986, p. 53)

Neil MacCormick (1941-2009)

Reino Unido

Ota Weinberger (1919-2009)

Áustria

Dick Ruiter (1943-)

Holanda

1993

2004

John Searle (1932-)

EUA

Dick Ruiter

“Ainda temos a impressão de que a Teoria dos Atos de

Fala oferece mais do que já foi apropriado pela Teoria

do Direito”

“Isso é provavelmente devido à relutância geral de

parte dos acadêmicos do direito de se aprofundarem

em análises técnicas envolvendo a Teoria dos Atos de

Fala”.

Ruiter (1993, p. 37)

ACTS-IN-THE-LAW

Tipos

Declarative Acts-in-the-law

Hortatory Acts-in-the-law

Imperative Acts-in-the-law

Purposive Acts-in-the-law

Comissive Acts-in-the-law

Assertive Acts-in-the-law

Expressive Acts-in-the-law

Ruiter (1993, p. 90)

Pessoas & Objetos

5 tipos de situações factuais

(1) Uma pessoa tem uma certa característica

(2) Um objeto tem uma certa característica

(3) Duas pessoas têm uma certa relação

(4) Uma pessoa e um objeto tem uma certa relação

(5) Dois objetos têm uma certa relação

Altura: 1,78 cm

Material : mármore

proximidade

(física)

Proprietário

Classificação das Instituições

(forma de)

Característica de uma pessoa – Legal Quality

Ex: menoridade civil

Característica de um objeto – Legal Status

Ex: via pública

Relação entre duas pessoas – Personal Legal Relations

Ex: casamento civil

Relação entre uma pessoa e um objeto – Objective Legal Relation

Ex: propriedade

Relação entre dois ou mais objetos – Legal Configuration

Ex: Servidão de Passagem

Ruiter (2004, p. 211)

Ontologia

Leon Batista Alberti

Reticolato c. 1450 fundamentos teóricos da geometria perspectiva

moderna

Influenciou: L. da Vinci, A. Dürer, F. della Francesca

Ontologia:

forma de ver a

realidade

Metafísica de Aristóteles é focada em

objetos (coisas, substâncias, organismos)

Substância

O que a coisa é em todos os tempos em que

existe

Pessoa P1

Evento de Início de Existência

Nascimento

Evento de Final de Existência

Morte

Norma Jurídica N1

Assinatura

As coisas se caracterizam por

acidentes

Como a coisa é em algum ponto de usa existência

Nome da Pessoa, Ementa da Norma Jurídica, Vigência da Norma Jurídica

Pessoa P1

[Registro de Nome Civil]

Nome=“Maria Almeida” [Alteração de Nome Civil]

Nome=“Maria Almeida da Silva”

Norma Jurídica N1

[Início de Vigência - Pub]

TemVigência = True [Final de Vigência – Revogação Total]

TemVigência = False

...

= relação de inerência

(dependência existencial unilateral)

Norma

Ementa Substâncias são

“portadores de acidentes”

Pessoa

Nome

Vigência

Quadrado Ontológico de Aristóteles

Substância Acidente

Segunda Substância

homem

norma

reuniao

Segundo Acidente

dor-de-cabeça

ementa

presidente da reunião

Primeira Substância

esse homem

essa norma

essa reunião

Primeiro Acidente

essa dor-de-cabeça

essa ementa

esse presidente da reunião

Un

ive

rsa

l P

art

icu

lar

Eventos / Perdurants

São indivíduos, composto por partes temporais, que acontecem no tempo.

Eles podem acumular partes temporais no decorrer do tempo.

Sempre que um evento esteja presente não é o caso que todas suas partes temporais estejam presentes.

Evento: Jogo de futebol iniciado e ainda não finalizado.

Em contraste

Objetos / Endurants – são indivíduos que estão no tempo

sempre que estiver presente está todo presente

Joao (68 kg) em t1, Joao (95 kg) em t2

Objetos / Endurants <participamEm> Eventos / Perdurants

Em determinado PAPEL (ex: X como Presidente do Poder Executivo, como Senador, como Líder)

Granularidade variável

Ex: Assinar um documento, Jogo de futebol, Segunda Guerra Mundial

Relações entre eventos – Operadores

de Allen

O Sexteto Ontológico

Substances Quality entities Processes

Universals Substance-

universals

Quality-

universals

Process-

universals

Particulars Individual

Substances

Quality-

instances

(Tropes…)

Process-

instances

Substances Quality entities Processes

Universals Substance-

universals

Quality-

universals

Process-

universals

Particulars Individual

Substances

Quality-

instances

(Tropes…)

Process-

instances

Considerações Finais

The Open Biomedical Ontologies (OBO) Foundry

RELATION TO TIME

GRANULARITY

CONTINUANT OCCURRENT

INDEPENDENT DEPENDENT

ORGAN AND ORGANISM

Organism (NCBI

Taxonomy)

Anatomical Entity

(FMA, CARO)

Organ Function

(FMP, CPRO) Phenotypic Quality (PaTO)

Biological Process (GO)

CELL AND CELLULAR COMPONENT

Cell (CL)

Cellular Component (FMA, GO)

Cellular Function (GO)

MOLECULE Molecule

(ChEBI, SO, RnaO, PrO)

Molecular Function (GO)

Molecular Process (GO)

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(B. SMITH)

Example: The Cell Ontology

(B. SMITH)

By far the most successful: GO (Gene Ontology)

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(B. SMITH)

Sistematização de Normas

Augusto Teixeira de Freitas (1816-1883)

Consolidação das Leis Civis (1857) [ Introdução *]

“Parte Geral + Parte Especial” (inovação)

“As diferenças inalteráveis das relações jurídicas determinam as naturais divisões

da legislação”

Código Civil – Esboço (1864)

Foi utilizado em vários países da América do Sul

Pretendia realizar : “Código Geral + Código Civil”

Abordagem Neo-Institucionalista

Norma Jurídica

Ato de Fala Declaratório

Força Ilocucionária: preâmbulo

Conteúdo proposicional: Articulação (disposições normativas)

Disposições Normativas

Atos de Fala – com força e conteúdo proposicional próprios

Instituições (sistemas de regras que criam padrões: fatos institucionais)

Permitem lidar com a complexidade e grandes quantidades de normas

Poder sistematizador

Augusto Teixeira de Freitas

“Classificar

não é simplesmente dividir,

não é somente designar por uma denominação comum

os indivíduos que se assemelham a certos respeitos.

A divisão é instrumento de análise; mas, terminada esta, e

conhecidas as diferenças e semelhanças dos entes ou

fatos observados, a classificação, instrumento de síntese,

os distribui, não em áreas isoladas, mas em classes

superiores e inferiores, subordinadas umas às outras, e

formando um verdadeiro sistema, que não é um simples

arranjamento e superposição, mas um tecido, um

agregado de partes reciprocamente unidas.”

“Nova Apostila” (Rio de Janeiro: Typographia Universal de Laemmert, 1859, p. 54 e 78-79

Referências

CANOTILHO, J. J. G. Direito constitucional e teoria da constituição. 7. ed. Coimbra: Almedina, 2003.

CUNHA, S. S. d. Eficácia do enunciado performativo. Revista dos Tribunais, v. 79, n. 658, p. 73–78, ago 1990.

MACCORMICK, N.; WEINBERGER, O. An institutional theory of law. Dordrecht: Springer Science & Business Media, 1986. v. 3.

RUITER, D. Institutional Legal facts. Dordrecht: Springer Science & Business Media, 1993. v. 18.

SEARLE, J. R. Speech acts: An essay in the philosophy of language. Cambridge: Cambridge University Press, 1969. v. 626

SEARLE, J. R. Expression and meaning: Studies in the theory of speech acts. Cambridge: Cambridge University Press, 1985.

SEARLE, J. R. The construction of social reality. New York: Free Press, 1995.

SEARLE, J. R. Mind, language and society: Philosophy in the real world. New York: Basic Books, 1999.

SEARLE, J. R. Expressão e significado: estudos da teoria dos atos da fala. Tradução: de Camargo, Ana Cecília G.A; Garcia, Ana Luiza Marcondes. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

SEARLE, J. R. What is an institution. Journal of institutional economics, Cambridge Univ Press, v. 1, n. 1, p. 1–22, 2005.

SEARLE, J. R. Making the social world: The structure of human civilization. New York: Oxford University Press, 2009.

SEARLE, J. R. Are there social objects? In: Perspectives on Social Ontology and Social Cognition. Dordrecht: Springer, 2014. p. 17–26.