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pp Julho /Agosto/Setembro de 2012– Ano 05 – Nº36 36 dos Mosteiros da Ordem da Imaculada Conceição

Informativo Concepcionista

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Julho /Agosto/Setembro de 2012– Ano 05 – Nº36 36

dos Mosteiros da Ordem da Imaculada Conceição

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FAZENDO MEMÓRIA... (1)

Em janeiro de 2014, precisamente no dia 9 celebraremos com alegria os 25 anos de existência da FEDERAÇÃO IMACULADA CONCEIÇÃO DOS MOSTEIROS DA OIC NO BRASIL. Que significa para nós, Concepcionistas esse JUBILEU DE PRATA? Ou melhor, por que existe uma Federação dos Mosteiros da OIC?

É preciso fazer memória para se saber: “Durante muitos séculos, até fins da Idade Media foram as Monjas, /.../ as únicas entre as mulheres que /.../ representavam o estado de perfeição” - o estado de Vida Consagrada (Cf. Sponsa Christi 11).Viviam em Mosteiros autônomos e, embora pertencendo a mesma Família Religiosa, eram independentes entre si. Seguindo a mesma Forma de Vida e o mesmo Carisma, não tinham outra ligação que a caridade fraterna.

Desse modo cada mosteiro ia criando a sua face, tinha seus próprios costumes e de certa forma viviam quase que isolados uns dos outros. Não se conheciam...

Em tempos menos longínquos sentiu-se a necessidade de um intercâmbio maior que os aproximassem.

A Igreja, Mãe solícita, auscultava os anseios de suas filhas e no dia 21 de novembro de 1950 (o mesmo ano da proclamação

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do Dogma da Assunção de Maria ao céu) o Santo Padre, o Papa Pio XII assinou a Constituição Apostólica “Sponsa Christi” PARA PROMOVER O SAGRADO INSTITUTO DAS MONJAS.

Nessa Constituição o Santo Padre convoca as Monjas a uma adaptação aos novos tempos. Como ponto alto desse Documento Pontifício, cito as palavras do Santo Padre: “Pelo que se refere à autonomia ou mútua liberdade dos Mosteiros de Monjas julgamos oportuno repetir aqui e aplicar a elas o que a propósito dissemos acerca dos Monges na homilia do dia 18 de setembro de 1947 na patriarcal basílica de São Paulo, ao celebrar o décimo quarto centenário de São Bento de Nursia. MUDADAS AS CIRCUNSTÂNCIAS DAS COISAS HÁ MUITAS RAZÕES QUE PERSUADEM E AINDA EXIGEM A FEDERAÇÃO DOS MOSTEIROS DE MONGES”.

Mais adiante: “AINDA QUE NÃO PRESCRITAS POR REGRA GERAL, AS FEDERAÇÕES DE MOSTEIROS SÃO, CONTUDO, MUITO RECOMENDADAS PELA SÉ APOSTÓLICA, NÃO SÓ PARA PRECAVER OS MALES E INCONVENIENTES QUE POSSAM SOBREVIR DA COMPLETA SEPARAÇÃO, SENÃO TAMBÉM PARA PROMOVER A OBSERVÂNCIA REGULAR E A VIDA CONTEMPLATIVA”.

Vê-se que não se trata de uma Lei, mas um Conselho insistente da Igreja. Dessa maneira houve muita relutância por parte das Ordens monásticas femininas no Brasil em aderir. Ao passo que na Espanha principalmente os noventa Mosteiro de nossa Ordem, então ali existentes, procuraram logo se constituir em cinco Federações. As quais já celebraram o Jubileu de Ouro. Mais recentemente se constituíram em Confederação.

Até o próximo número! Continuaremos a fazer memória...

Ir. Maria Auxiliadora do Preciosíssimo Sangue, OICPresidente da Federação Imaculada Conceição dos

Mosteiros da OIC no Brasil

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LEITURA ORANTE DA PALAVRA DE DEUS

Caras Irmãs,Paz e Bem!“Tua palavra é uma lâmpada para meus passos e uma luz para meus caminhos.”Com este pensamento do salmo 119, versículo 105 gostaria de iniciar esta carta significativamente no mês de

setembro, mês da Bíblia. E não só porque celebramos o mês da Bíblia, mas porque nós, por profissão religiosa, prometemos publicamente de pautar toda a nossa vida sobre o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

E imediatamente faço a pergunta: Como esta promessa se realiza no dia a dia de nossa vida? Ouvindo cada dia o Evangelho da missa? Meditando o Evangelho na leitura espiritual? Recordando alguma passagem ou pensamento durante os afazeres diários? Tudo isto é muito bom e não devemos deixar de fazer, mas o bom seria se compartilhássemos também o Evangelho com aquelas que, como nós, fizeram a mesma promessa.Este desafio não é novo, não é de hoje, mas já nos vem de longa data, da experiência da vida consagrada a Deus: a “Lectio Divina”, a “Leitura orante da Bíblia”. Nova talvez seja a insistência de fazê-lo em comunidade, porque, no dizer do Papa Bento XVI: “Quem crê não é só”. Isto significa também que quem crê é chamado a

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compartilhar a fé. E para isso, nada melhor do que a “Leitura orante” da Palavra de Deus.

Ultimamente, nos nossos encontros, insistimos nesta prática que é capaz de reanimar os nossos passos e iluminar ainda mais os nossos caminhos.

Hoje, gostaria de dar algumas indicações de como fazê-lo. Não existe uma fórmula fixa. Apenas a experiência que nos pode ajudar a descobrir o nosso jeito (o jeito de sua comunidade) de compartilhar vivencialmente o Evangelho.

1. Antes de tudo devemos cuidar do ambiente e do clima.

Se a comunidade se dispuser a compartilhar o Evangelho, deve-se cuidar do ambiente propício: sala preparada, acomodação circular, no centro eventualmente um enfeite, um símbolo que se refere ao Evangelho a ser compartilhado. Depois se deve cuidar do “clima”. Não deve ser feito de qualquer jeito e a qualquer hora. Devemos encontrar um bom horário em que todas possam realmente “desligar-se” dos afazeres e preocupações do dia a dia. Não tenham receio de desligar não só o celular, mas também de não atender o telefone. O povo que nos procura eventualmente nesta hora, há de entender que as irmãs tem encontro marcado com Jesus que estará tão presente naquele momento como o é no

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sacrário. “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome....” No início da “reunião” convém invocar o Espírito Santo através de uma oração rezada ou cantada para preparar o coração a ser “terreno fértil”.

2. Preparar o texto a ser compartilhado.

Como se quer compartilhar, não basta cada irmã ter uma Bíblia na mão (possivelmente ainda de diversas procedências e diferentes traduções). O melhor mesmo é providenciar uma cópia (uma folha) para cada irmã. A vantagem disso é que cada uma poderá marcar, sublinhar, destacar palavras, pensamentos ou frases. Isto facilita que o texto seja lido, a primeira vez em voz alta – pausadamente – e depois possa ser lido e relido por cada irmã em silêncio, fazendo as devidas marcações.

3. Criar um clima que favoreça a espontaneidade.

Normalmente nos sentimos inibidos. Achamos que ao falar alguma coisa, devemos dizer “coisas sábias”. Por isso muitas vezes ficamos calados. Para favorecer a espontaneidade, a dirigente (que pode ser uma irmã da comunidade em rodízio) deve convidar a mencionar, numa primeira rodada, apenas a palavra, o pensamento ou frase que chamou atenção. Assim ninguém se sentirá inibido e isto nos ajudará certamente a vencer pouco a

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pouco a “vergonha” de compartilhar alguma coisa da nossa vida. Porque este é o objetivo da partilha: não só conhecer o Evangelho, mas aplica-lo à minha vida, à minha comunidade e, principalmente, para descobrir em conjunto o que Jesus quer nos dizer e espera de nós. Aos poucos faremos isto com tanta naturalidade que o tempo previsto será pouco.

4. Canalizar a nossa reflexão para as preces.

Trata-se de “leitura orante”. Não é estudo e conhecimento apenas. A palavra partilhada nos quer revigorar, dar forças novas aos nossos passos e iluminar ainda mais os nossos caminhos. É o momento para louvar, agradecer e pedir. Quem sabe a partilha anterior consegue aos poucos fazer brotar do nosso íntimo aquilo que realmente nos ocupa e preocupa e juntas, se enxergará melhor o caminho a ser seguido?

5. “Restituir” ao Senhor o benefício recebido.

Numa visão franciscana, tudo na nossa vida consagrada é graça, é dom. A graça da vida. O dom do chamado. A graça do carisma. O dom das irmãs. A graça da comunidade. O dom do convívio fraterno....Com um pouco de criatividade encontraremos uma forma de encerrar a partilha com um salmo, uma oração, um canto, etc.

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Caras Irmãs, Eu só posso animá-las a tentar a partilha da Palavra de Deus. Ela realmente é capaz de renovar a nossa comunidade, de abrir novos caminhos, de renovar as esperanças. E não tenham receio de reservar para este momento o melhor horário que tem ou até de substituir com isto uma das horas canônicas.Quem sabe, este mês de setembro será o começo de uma caminhada nova. É o que o desejo a todas!

Fr. Estêvão Ottenbreit, OFMAssistente Religioso da Federação Imaculada Conceição

da OIC no Brasil

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CARTA DO MINISTRO GERAL DA OFM POR OCASIÃO DA FESTA DE SANTA BEATRIZ – 2012

“Seduzida pelo amor eterno de Deus, vive o mistério de Cristo a partir da fé” (CCGG 4)

Queridas Irmãs Concepcionistas,O Senhor lhes dê a paz!

Ao me dirigir a vós este ano, na festa de Santa Beatriz da Silva, quero me unir às palavras do Papa Bento XVI, que, anunciando o Ano da Fé nos recorda “a exigência de redescobrir o caminho da fé para iluminar de maneira cada vez mais clara a alegria e o entusiasmo renovado do encontro com Cristo”. Redescobrir

e alimentar nossa fé, confessá-la e celebrá-la, reanimá-la e testemunhá-la, com o desejo de que vossa relação com o Senhor Jesus Cristo seja cada vez mais forte e viva.

De vossa Mãe Santa Beatriz aprendeis essencialmente a viver abrasadas de amor e desposadas com Jesus Cristo, unidas a Maria Imaculada em sua consagração radical a Deus, mediante a fé e o amor (Cf. CCGG 25). Santa Beatriz foi mulher de fé, ouvinte dócil das moções do Espírito, abandonada amorosamente a vontade de Deus. Ela se manteve “à disposição de Cristo e de Maria em um ato de obediência fielmente mantido por toda vida” (CCGG 32). Ela pertence a esse grupo de homens e mulheres que “pela fé... consagraram sua vida a Cristo, deixando tudo para viver na simplicidade evangélica a obediência, a pobreza e a castidade”.

Ao falar da fé, vosso olhar deve se voltar para nossa Mãe Maria Imaculada, “modelo destacadíssimo na fé e na caridade” (CCGG 31). Na contemplação e veneração do mistério de sua Imaculada Conceição professais e celebrais a fé na Santíssima Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo – e credes em um só Deus, que se revelou como Amor quando o

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Pai, na plenitude dos tempos, enviou seu Filho para nossa salvação e por obra do Espírito Santo se encarnou no seio da Virgem Maria, Tabernáculo puro e imaculado. Maria Imaculada é assim uma confissão e celebração contínua do mistério e da atuação salvífica da Santíssima Trindade. Por sua fé, Maria, crendo no anúncio do Anjo, acolhe o amor infinito de Deus, responde a ele com seu Fiat, e colabora na obra de Deus convertendo-se em causa de salvação para o gênero humano. Por sua fé, Maria é a discípula e seguidora perfeita do Senhor, estando a seu lado junto à cruz e participando da vida nova de sua Ressurreição (CCGG 10). Ela acompanha e ajuda agora a vossa fé; e vivendo suas atitudes quereis também vós percorrer o caminho da fé, que é o caminho do seguimento de Cristo (Cf. CCGG 9).

Com Maria Imaculada e como Santa Beatriz, confessai, celebrai e testemunhai vossa fé em Deus Pai. Vivei com a gozosa confiança de que foi Ele quem pensou em vós desde toda eternidade e vos chamou e consagrou para viver em comunhão com Ele. Recordai e celebrai continuamente que, a exemplo de Maria e como em Santa Beatriz, vossa vida só se entende a partir da eleição amorosa de Deus, que seduz e desposa em fidelidade (CCGG 70,1). Uma vez que fostes “seduzidas pelo amor eterno de Deus” (CCGG 4), que vossa fé seja gozosa em incessante ação de graças. Consagrai-vos totalmente Àquele que totalmente vos consagrou a Ele, pedindo ao “Pai das luzes” que vos ilumine e conceda perseverar até o fim. Cada dia Ele está renovando sua eleição, inspirando-vos com o dom da vocação, convidando-vos a um encontro amoroso, denso e permanente. Cremos que Deus Pai trabalha sempre e realiza com fidelidade sua obra em nós. Vossa vida está chamada a testemunhar vossa fé em Deus Pai, sendo uma resposta fiel ao seu chamado. Este testemunho em vós tem um lugar privilegiado na oração de contemplação e louvor. Assim sendo, proclamareis que credes que Deus é o Pai de Quem procede toda vida e toda salvação. Proclamai “como Maria... em atitude contemplativa a soberania absoluta de Deus” (CCGG 15). A fé em Deus nos faz viver confiantes porque o Pai cuida de nós. O Anjo saúda a Maria com estas palavras: “Deus te salve, cheia de graça, o Senhor está contigo”. Crendo que o Senhor está conosco, que seu olhar é cheio de graça e benevolência,

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poderemos caminhar com alegria e gozo, sabendo-nos sustentados pelo seu coração de Pai.

Com Maria Imaculada e como Santa Beatriz, confessai, celebrai e testemunhai vossa fé em Jesus Cristo, o Filho de Deus. Fostes chamadas a desposar-se com Jesus Cristo nosso Redentor; chamadas a ser introduzidas pelo Espírito em uma vinculação tão densa que as faça um só espírito com Cristo Esposo (Cf. R 30). O Papa nos convida para que durante este tempo tenhamos o olhar fixo em Jesus Cristo “que iniciou e completa nossa fé” (Hb 12, 2). A partir do Mistério da Imaculada Conceição de Maria vossa vocação é contemplar continuamente o Senhor Jesus Cristo, que em sua Encarnação no seio de Maria toma a carne de nossa humanidade, compartilhando “conosco a debilidade humana para transformá-la com o poder de sua ressurreição”. Tende o olhar fixo em Jesus Cristo nosso Redentor, que para nossa Salvação se fez pobre e humilde, o servo de todos, amando-nos até ao extremo e dando sua vida para partilhar conosco a plenitude de sua Ressurreição. Vossa vocação a desposar-se com Jesus Cristo Redentor vos insere, pois, na celebração do mistério Pascal, mistério de amor e de aliança eterna. Uma vida assim só é possível na fé, diariamente professada, celebrada e renovada. Seduzidas pelo amor eterno de Deus, vossa Ordem da Imaculada e cada uma de vós “viveis o mistério de Cristo a partir da fé” (CCGG 4). Confessai, celebrai e testemunhai vossa fé em Jesus Cristo na celebração litúrgica, na vida de oração, no seguimento fiel de suas pegadas. Feitas um só espírito com Cristo, uni-vos a Ele em sua adoração e louvor ao Pai, em sua ação de graças e em sua oração de petição. Feitas um só espírito com Cristo segui-O em sua obediência a Deus Pai, segui e imitai-o em sua humildade e pobreza, uni-vos a Ele em seu serviço amoroso (Cf. R 8.15; CCGG 30), e assim irá se fortalecendo vossa fé e toda vossa vida será uma confissão, celebração e testemunho de que Jesus Cristo é o Senhor.

Com Maria Imaculada e como Santa Beatriz, confessai, celebrai e testemunhai vossa fé no Espírito Santo. Vossa vida começa com a “inspiração e o chamado de Deus”. Começa com a força do Espírito, que dá alento e vida. O Espírito, que pousou sobre Maria Imaculada para gerar o Filho de Deus, continua atuando em vossa vida, para que em vós

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e através de vós se prolongue a ação de Deus na história e na Igreja (Cf. CCGG 10 – 11). Crer no Espírito Santo é deixar-se atuar e conduzir por Ele, dentro do carisma que Ele suscitou em vossos corações, “mantendo viva a lâmpada que o Espírito acendeu em Santa Beatriz” (CCGG 7). Por ele, vossa Regra, com uma expressão profundamente franciscana, recorda que “as irmãs... sobre todas as coisas devem desejar ter o Espírito do Senhor” (R 30). Se pela escuta do Espírito, Santa Beatriz “se pôs a serviço de Cristo e de Maria” e deste ato de obediência nasceu a Ordem da Imaculada Conceição, vosso grande anelo será também viver atentas e dóceis ao Espírito que vos unirá a Cristo e a Maria, e vos fará viver como verdadeiras Concepcionistas. Regeneradas e vivificadas pelo Espírito podereis também levar espiritualmente em vosso coração e em vosso corpo o Senhor Jesus Cristo e dá-lo à luz através de obras santas. Vivei, queridas irmãs, confiadas na ação salvadora do Espírito. Que seja Ele quem, com sua santa operação, guie vossa vida de oração e contemplação e venha em vossa ajuda clamar: Abbá, Pai! (Cf. CCGG 70,2).

Com Maria Imaculada e como Santa Beatriz, alimentai vossa fé com a Palavra. O Papa nos recorda que o umbral da “porta da fé” se cruza “quando a Palavra de Deus se anuncia e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma”. Maria é chamada “bem-aventurada porque acreditou”, porque acolheu a palavra do Anjo e acreditou naquilo que ele anunciou. Escutar, acolher e conservar a Palavra de Deus vos concederá viver habitadas pelo Senhor Jesus Cristo, que é a Palavra Viva. Maria, conservando e meditando em seu coração a Palavra de Deus “guardava fielmente em seu coração o mistério de seu Filho” (CCGG 77,1). Mediante uma Leitura Orante da Palavra o espírito atuará em vosso coração. Acolhendo a Palavra de Deus, o Espírito fará vivo em vós Aquele que a pronuncia, Aquele a Quem pela Palavra vos entregais. Com a Leitura Orante da Palavra descobrireis que o Senhor tem palavras de Vida Eterna e aprendereis a viver confiantes nEle.

Com Maria Imaculada e como Santa Beatriz, celebrai e alimentai vossa fé com a oração e a contemplação. Pela santa operação do Espírito do Senhor vossa vida é integralmente contemplativa e vós abris vosso coração a escuta da Palavra e a celebração da fé. A oração celebra e

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sustenta nossa fé. Como recordam vossas Constituições Gerais “em companhia de Maria, a Mãe de Jesus, as concepcionistas permanecem em um mesmo espírito de oração, conscientes de que isto é o único necessário (CCGG 71,1); e conscientes também de que “só pela oração incessante podem conhecer a Deus como a seu único Esposo” (CCGG 71,2). Graças a oração podereis com segurança construir sobre a rocha: orando sem desfalecer vossa fé será forte para superar qualquer dificuldade (Cf. CCGG 73,1). Permanecei, pois, fiéis a oração devota mediante a qual vosso coração se direciona para Deus, apoiando-se e descansando nEle. Celebrai e alimentai vossa fé de maneira especial na Celebração Eucarística, pois ela “realiza de um modo especial a comunhão com Deus e com Cristo” (CCGG 75) e vos configura com Cristo Esposo e Redentor.

Com Maria Imaculada e como Santa Beatriz, vivei vossa fé em comunhão de amor. Confessamos, celebramos e testemunhamos a fé como Igreja. A fé é um ato pessoal mas ao mesmo tempo vivido em comunhão com os irmãos e irmãs. Queremos viver a fé no seio da comunidade cristã, unidos à fé da Igreja e de Maria. Necessitamos ajudar-nos na fé, compartilhar nossa fé. Por isso vossas comunidades sejam comunidades crentes, onde juntas confessais e celebrais vossa fé; que em vossas comunidades reine o amor fraterno da fé na Santíssima Trindade, Deus Amor e Comunhão. A celebração da fé se faz credível quando está acompanhada pela celebração do amor. Trabalhai para que vossas comunidades sejam lugares de acolhida, de amor, de perdão, de ternura e de misericórdia, onde se celebre verdadeiramente a fé no Pai, no Filho e no Espírito Santo. Se fizerdes assim, não duvideis de que vossas comunidades se converterão em testemunhos vivos da fé. Ajudai-vos comunitariamente, também, a aprofundarem-se no conhecimento e compreensão cada vez mais vivos dos conteúdos da nossa fé. Maria, que esteve presente nos primórdios da vida de fé da comunidade cristã, continue alentando vossa fé e vosso amor.

Queridas Irmãs Concepcionistas: a fé é a base de uma espiritualidade dinâmica e que nos torna filhos da terra e filhos do céu, místicos e profetas ao mesmo tempo. Sem a fé é impossível uma experiência forte de Cristo, como pede nossa vida e particularmente a vida daquelas que,

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como vós, haveis escolhido viver inteiramente para Deus. Que o Ano da Fé nos leve a aderirmos mais a Cristo, a colocar nosso coração constantemente nele de tal modo que, com nossa vida e nossas palavras, possamos ser seus discípulos e missionários.

Feliz Festa de Santa Beatriz!

Que vos acompanhe neste caminho minha bênção e meu abraço fraterno. Vosso irmão e servo,

Fr. José Rodríguez Carballo, OFMMinistro Geral OFM

Roma, 15 de julho de 2012.Festa de São Boaventura, Doutor da Igreja.

Tradução: Ir. Lindinalva de Maria, OIC

MADRE OLIVA MARIA DE JESUS

Em 18 de agosto p.p., o nome e a obra de Madre Oliva Maria de Jesus foram perpetuados com a inauguração de uma Praça da Vila Rezende, no Jardim Witter. Foi uma solicitação feita pelos moradores do bairro e pelas Irmãs Concepcionistas do Mosteiro da Imaculada Conceição á Câmara de Vereadores. Mais que uma simples homenagem esta pracinha lembra a saga de uma imigrante italiana que saiu de Piracicaba para tornar-se a reformadora e 1ª. Abadessa do Mosteiro da Luz, em São Paulo. Apesar de todas as limitações físicas e intelectuais tornou-se grande aos olhos de Deus. Os católicos em geral e os piracicabanos, de modo particular, aspiram pelo dia em que Madre Oliva Maria de Jesus receberá as honras dos altares, pois morreu com fama de santidade.

Oliva Maria Grespan, seu nome civil, nasceu em Treviso, na pequena comune de São Martinho, Itália, em 04 de abril de 1879. Foi a segunda dos oito filhos de Giovanni Grespan e Joana Vicentin. Com oito anos imigrou para o Brasil com sua família, pois seu pai havia recebido uma proposta de trabalho na indústria

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de tecelagem. A proposta de trabalho na capital não prosperou e a família veio residir em Piracicaba.

Aqui viveu até os 15 anos, aprendeu as primeiras letras e fez a primeira comunhão. Desde muito cedo manifestava o desejo de tornar-se religiosa e este seu desejo foi acompanhado pelos frades capuchinhos e de modo especial, pelo Frei Felix de Lavalle, seu orientador espiritual.

O mais natural teria sido seu ingresso numa congregação presente na cidade, como as Irmãs de São José, do Colégio Assunção, mas seu desejo era tornar-se irmã de clausura. Conhecendo este seu desejo, Frei Felix a levou para São Paulo e Oliva ingressa no Mosteiro da Luz, em 1894. Mesmo sendo muito simples e com pouco estudo, tornou-se uma religiosa exemplar e abadessa deste Mosteiro, cargo que ocupou por 33 anos.

Sua atuação neste Mosteiro é considerada o complemento do trabalho iniciado por Frei Galvão, pois completou e aperfeiçoou sua obra. De simples recolhimento de religiosas, o Mosteiro da Luz agregou-se á Ordem das Monjas Concepcionistas de Santa Beatriz, com todas as honras e obrigações inerentes a esta elevação a Mosteiro de Direito Pontifício. Com isto as Irmãs puderam professar votos solenes e perpétuos e trajar o hábito branco e azul das Concepcionais. Foi um trabalho imenso que causou muitos sofrimentos à Madre Oliva, pois houve muita resistência de algumas das antigas irmãs, que não quiseram se adaptar às novas regras.Mesmo com a saúde extremamente frágil ainda arrumou meios e fundou o Mosteiro da Imaculada Conceição de Guaratinguetá, cidade onde nasceu o Santo Frei Galvão e fez a mesma reforma iniciada na Luz, no Mosteiro da Imaculada Conceição e Santa Clara, de Sorocaba. Não media esforços para divulgar a devoção à Imaculada Conceição, à Santa Beatriz, fundadora da Ordem, e a Frei Galvão, que na época estava em processo de beatificação.

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Mesmo com todos os limites culturais aprendeu todo o Ofício Divino em latim e formulou todos os Estatutos do Mosteiro, na mesma língua. Em 1928 publicou a 1ª. Biografia completa de Frei Galvão e em 1936, a 2ª. edição ampliada. Esta obra, hoje rara, constitui um dos mais completos documentos da vida e da obra deste franciscano que se tornou recentemente o primeiro santo brasileiro. Madre Oliva foi uma das testemunhas ouvidas no 1º. Processo de Beatificação, iniciado em 1938. São dela os relatos que atestam fatos extraordinários que aconteciam com Frei Galvão, como a levitação.

Muito amada e venerada pelas irmãs da Luz e por toda a comunidade católica da época, morreu com fama de santidade em 1948, com 70 anos. Relatos das irmãs presentes neste último momento são fascinantes e atestam até mesmo o êxtase final, quando Madre Oliva pode ver a figura de Maria, Nossa Senhora. Sua sepultura foi aberta oito anos após sua morte e seu corpo encontrado incorrupto. Irmãs e autoridades que estiveram presentes à exumação atestam que seu corpo estava inteiramente conservado, seu semblante era sereno e sua pele macia e perfeita. Documento assinado pelo Prof. Dr. Alberto de Oliveira Santiago, prova este fato com os seguintes termos: “Em 19 de julho de 1956 foi seu corpo exumado, verificando-se que o mesmo estava intacto, sem signaes de decomposição... fato extraordinário!” A Irmã Maria Antônia, do Mosteiro de Piracicaba, estava presente a esta exumação e pode tocar o corpo intacto.

Sua vida está intimamente ligada à cidade de Piracicaba, pois ela viveu aqui sua adolescência, frequentou a igreja e a escola elementar, aqui discerniu sua vocação e daqui partiu rumo á clausura do Mosteiro da Luz, em 1894, optando por deixar os pais e os irmãos, a quem tanto amava.

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Com a fundação do Mosteiro das Concepcionistas de Piracicaba em 1956, junto com as irmãs veio a veneração pela figura e vida de santidade de Madre Oliva, pois a 1ª. Abadessa de Piracicaba, Madre Maria Helena e a atual, Madre Maria Celina, pioneiras desta fundação, conviveram

com Madre Oliva e receberam dela os mais belos exemplos e trouxeram as mais belas lembranças daquela a quem todos chamavam de “Mãezinha”.

Também neste mês de agosto, foi lançada a 3ª edição do seu livro biográfico, revisada e ampliada, cuja coordenação é de Cláudio Mariotto, presidente da Associação Madre Oliva.

Claudinei Pollesel, do Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba.

PRAÇA REVITALIZADA

Localizada na Nova Piracicaba, área verde ganha nome da freira piracicabana.

Depois de três anos de solicitações e questionamentos, os moradores da Nova Piracicaba já podem contar com uma nova praça, totalmente revitalizada. Localizada na Rua Joaquim Barbosa de Lima, o novo espaço de lazer será reinaugurado neste sábado (18), às 10 horas e, logo após a

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solenidade, a Associação Madre Oliva convida para a santa Missa, que será celebrada em ação de graças, e também para a cerimônia de lançamento da 3a edição do livro biográfico sobre a Madre Oliva Maria de Jesus, que dá nome à praça.

De acordo com Claudinei Pollesel, um dos moradores do bairro, a idéia de homenagear a freira surgiu dos próprios moradores e pelas Irmãs Concepcionistas do Mosteiro da Imaculada Conceição. “Mais que uma simples homenagem, esta pracinha lembra a saga de uma imigrante italiana que saiu de Piracicaba para tornar-se a reformadora e a primeira Abadessa do Mosteiro da Luz, em São Paulo. Apesar de todas as limitações físicas e intelectuais, tornou-se grande aos olhos de Deus. Os católicos em geral e os piracicabanos, de modo particular, aspiram pelo dia em que Madre Oliva Maria de Jesus receberá as honras dos altares, pois morreu com fama de santidade”, afirmou ele.

No convento, as freiras vivem em clausura e contam a história de Madre Oliva. “Ela era muito amada e venerada pelas irmãs da Luz e por toda a comunidade católica da época. Morreu com fama de santidade em 1948, com 70 anos. Há relatos das irmãs presentes neste último momento, que atestam até mesmo o êxtase final, quando Madre Oliva pode ver a figura de Maria, Nossa senhora”, contou Irmã Maria Antonia, que conferiu de perto a exumação do corpo da Madre.

Na época, oito anos após a sua morte, sua sepultura foi aberta e seu corpo encontrado incorruptível. “O corpo estava inteiro conservado, seu semblante era sereno e sua pele macia e perfeita”, completou a freira. Há, inclusive, um documento assinado pelo medico Alberto de Oliveira Santiago, que prova este fato com os seguintes termos: “em 19 de julho de 1956, foi seu corpo exumado, verificando-se que o mesmo estava intacto, sem sinais de decomposição... fato extraordinário!”

Eveline Zerio Gazeta de Piracicaba

Piracicaba, sexta-feira, 17 de agosto de 2012

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MOSTEIRO DA IMACULADA CONCEIÇÃO

A vida de Madre Oliva está ligada a Piracicaba, não só porque aqui viveu sua adolescência, mas também pela fundação do Mosteiro das Concepcionistas de Piracicaba, em 1956.

A atual Madre, a Irmã Maria Celina, e a Irmã Maria Antônia foram duas das cinco pioneiras da fundação local e conviveram de perto com Madre Oliva. “Recebi dela os mais belos exemplos e trago as mais belas lembranças daquela época”, comentou a Madre.

Hoje, seis freiras vivem no convento local e dedicam a maior parte do seu tempo à oração. A rotina é dura dentro da clausura. Elas acordam ás 5 da manhã e, antes mesmo do café, já rezaram o terço, já fizeram a oração pela Igreja, participaram da santa Missa e fizeram meia hora de meditação. “Depois do café, cada um vai para seus serviços. Uma é responsável pela produção de velas, outra pela cozinha, outra por bordado, outra pelo conserto de imagens e preservação do jardim”. Contou a Irmã Antônia. No Mosteiro Imaculada Conceição também é possível encontrar a pílula de Frei Galvão, distribuída aos devotos do santo.

Extraído do jornal: Gazeta de Piracicaba

CAMINHANDO COM MARIA - XXIIA FAMÍLIA UNIDA

“A sagrada Família, fiel a Deus, permanece unida, enfrentando os perigos, o exílio e o desterro”.

Maria, uma jovem simples e piedosa, torna-se a Mãe de Deus. De repente ela vê a sua vida se transformar e sua realidade ser modificada, num piscar de olhos. Tudo está diferente! Ela também não é a mesma adolescente

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de antes. Deus se apossou inteiramente de todo o seu ser e agora a conduz por caminhos desconhecidos, por situações inimagináveis.

Pela vontade do Senhor, Maria formou uma santa família com seu castíssimo esposo José. Passou pela dura prova de Belém, onde seu Filho não encontrou lugar para nascer e agora o Senhor lhe pede mais um sacrifício: a fuga para o Egito. Precisa deixar sua terra natal, o local onde nasceu, cresceu e onde viveu a experiência mais bela de sua vida. Deixar o lugar onde foi desposada por Deus, firmando um pacto de amor eterno. Neste momento, quantas lembranças devem ter povoado sua mente e seu coração! Quantos sonhos ali acalentara sua alma inocente! Mas, tudo estava consagrado ao Senhor. Sua vida, seus sonhos, seus ideais, inteiramente pertenciam a Deus.

Certamente Maria novamente experimenta a espada da dor que lhe transpassa a alma, mas sabe que é o Senhor que lhe pede e por isso naquele mesmo instante a dor se dilata transformando-se em amor. Deus não a abandonou. São nestes momentos que sua presença se faz mais forte e ela contempla em José, o mais santo de todos os homens, a mão do Deus invisível que a ampara, protege e dá segurança. É ele que “se levanta durante a noite para cuidar” dela e do Menino Jesus, livrando-os do perigo que Herodes representa. Maria sabe que Deus confiou a sua vida e de seu Filho aos cuidados de José e por isso docilmente o acompanha na fuga para o Egito, “caminhando na fé e não na Visão” dos acontecimentos. Eles enfrentam juntos os desafios, os perigos e as dificuldades. Mansos e humildes se põem a caminho na travessia do deserto, porque esta é a vontade de Deus.

Na Sagrada Família de Nazaré existe aquela comunhão plena, na reciprocidade de um amor que tudo suporta sendo capaz de ir além das limitações na doação total de si para a pessoa do outro. Maria e José permanecem firmes na dor e na alegria, enfrentando com fé e confiança todas as dificuldades porque é o amor divino que os une e plenifica. Na hora do sofrimento sentem-se confortados e “consolados pela lembrança da ação de Deus em suas vidas” e por isso, sempre voltam aquele amor primeiro, fundamento de sua consagração a Deus.

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“A Concepcionista vive a vida fraterna em comum, como uma manifestação do amor de deus que une as Irmãs entre si e as congrega em torno de Cristo formando uma família peculiar”.

Virtude basilar: Harmonia

Ir. Maria Imaculada de Jesus Eucarístico, OICMosteiro Maria Imaculada Rainha da Paz.

Joinville- SC

DA ESPIRITUALIDADE DE COMUNHÃO UM TESTEMUNHO CRÍVEL

A Vida Consagrada e a nova evangelização segundo o Cardeal João Braz de Aviz, Prefeito da CVCISVA

Hoje, já não são suficientes um código moral, a herança espiritual recebida ou uma ideologia para tornar possível o anuncio de Cristo. É necessário o testemunho comunitário da espiritualidade de comunhão que João Paulo II indicou como a força da Igreja no novo milênio. Disse o cardeal João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as

Sociedades de Vida Apostólica.

A vida consagrada – afirmou o purpurado – tem hoje um caminho possível a percorre a fim de demonstrar e doar ao mundo o seu significado mais profundo: construir entre os seus membros, entre os institutos, uns com os outros, com as outras realidades da Igreja, com cada homem ou mulher nos vários âmbitos da vida humana, estas relações que têm o DNA (ADN) do nosso Deus-Amor.

O purpurado falou também sobre a relação entre consagrados e a nova evangelização, citando a oração de Paulo VI formulada na abertura do

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Sínodo dos bispos sobre “Evangelização no mundo contemporâneo” de 1974. “Ó Senhor, nós teremos que remontar até o mistério da Santíssima Trindade para descobrir a origem primeira do mandato que nos é urgente, e a fim de descobrir, nas investigáveis profundidades da vida divina, o desígnio de amor, que envolve, qualifica e sustenta a nossa missão apostólica”.

Sublinhando a atualidade desta oração, o cardeal convidou a refletir sobre a situação da vida consagrada no nosso particular momento histórico. A cultura globalizada em curso – disse – tende a eliminar ou a recusar os valores universais que, ao longo da história humana, foram cada vez mais reconhecidos por todos, especialmente a relação com Deus, para afirmar o individualismo, o relativismo e o secularismo. Assim, sem Deus, cada um torna-se a regra de si mesmo e do bem, e reconhece como valor só o que dá prazer, que dá felicidade, ainda que de forma efêmera, vivido por um momento. Cada vez mais o que para a religião é valor, para o homem e para a mulher da globalização “mercantilista” não o é.

Conseqüentemente, produz-se a contradição atual. No momento histórico no qual a técnica forneceu as maiores possibilidades de relações – afirmou – a eliminação dos valores, a fim de afirmar o indivíduo absoluto, põe em crise a capacidade humana de relações em todas as direções. Com efeito, sob a influência desta mentalidade individualista e relativista – continuou – que suprime a vida de comunhão, típica do Evangelho, já não se compreende no mundo eclesial dos consagrados para que serve a obediência e como exercer a autoridade e, muitas vezes, nem sequer se entende o valor da vida em fraternidade. Daqui deriva uma interpretação negativa do ditado tradicional do jesuíta São João Berchmans relativo à vida em comum: mea maxima paenitentia vita communis que, como observou o Cardeal, se torna ainda mais comprometedor, a tal ponto que muitos consagrados abandonam a vida em comum para experimentar um pouco de liberdade. Certamente, também os religiosos sofrem pelas conseqüências desta realidade do momento presente na nossa vocação. Como todos, também nós sentimos a crise generalizada na construção das relações humanas. Não obstante as considerarmos decisivas,

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freqüentemente sentimo-nos incapazes de as construir de forma satisfatória. Eis porque é necessário “remontar até o mistério trinitário”, como indicou Paulo VI e como foi retomado na Exortação apostólica Vita Consecrata de 1996, que no primeiro capitulo fala sobre a Confessio Trinitatis, convidando a voltar à fonte cristológico-trinitária da vida consagrada. Sobre esta realidade, acrescentou o prefeito, falou de forma incisiva também João Paulo II, quando convidou a Igreja a “promover a espiritualidade de comunhão como principio educativo em todos os lugares onde se plasma o homem e a mulher, assim como o cristão neste novo milênio que acabamos de iniciar”. Esta espiritualidade de comunhão é proposta agora por Bento XVI a todos os povos.

Qual é o caminho a ser empreendido a fim de que a Vida Consagrada encontre novamente a sua fecundidade e a sua felicidade na nova evangelização? O Cardeal indicou que é necessário iniciar a partir de Cristo a fim de viver já nesta terra a experiência trinitária, aprofundando cada vez mais a vida cristã como uma relação pessoal com o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É preciso também uma redescoberta jubilosa de Deus-Amor, isto é, de uma relação com o Amor, que constitui a própria identidade de Deus, e aplicar esta realidade ao homem e à mulher, criados à imagem e semelhança de Deus.

Além disso, o Cardeal convidou a recomeçar a partir do mistério da Encarnação e do mistério Pascal para ser testemunhas de Deus-Amor nas relações humanas e eclesiais. A fim de que as relações humanas brilhem de amor – disse – é necessário recuperar entre nós o sentimento e os comportamentos de igualdade: igual dignidade, todos filhos unicamente de Deus-Amor. Tudo o que é demais: ministérios, serviços, carismas, dons, bens, isto é, as nossas justas diversidades, servem só à beleza e à força desta fraternidade na Igreja. As ideologias, também na nossa época, não foram capazes de realizar os grandes valores humanos da liberdade, da igualdade e da fraternidade.

Contudo, são valores centrais da antropologia cristã. Se hoje voltarmos, com simplicidade a decisão, à experiência da nossa identidade trinitária, a Igreja, com todas as suas realidades construídas durante estes séculos,

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poderá crescer oferecendo esperança verdadeira à humanidade. Concluído, o purpurado sublinhou que o amor que vai e vem na relação humana gera a presença de Jesus vivo e ressuscitado na comunidade. Esta presença de Cristo entre discípulos que vivem o amor recíproco, confere às relações humanas a dimensão mais perfeita. Quanto mais essa experiência se ampliar, tanto mais a Igreja, com toda a sua beleza humana, resplandece de divino.

Artigo retirado do L’OSSERVATORE ROMANO.

Número 18, sábado 5 de maio de 2012. Pág. 11

O QUE QUER DEUS E QUE QUER O HOMEM?

Frei Hugo Baggio, OFM

A pergunta que se faz milhares de vezes em voz alta que em outras tantas é pensada no espírito do homem que passa, nos dias agitados de hoje, diante de um Mosteiro de Monjas, sintetiza-se nisto: que fazem essas mulheres fechadas atrás dessas grades? E essa pergunta é, às vezes, aprofundada com outra: se Deus aprova a vida contemplativa que deseja Ele destas pessoas? Não há dúvida que tais perguntas tem sua razão de ser, que surgem espontâneas na mente do homem dos nossos dias, quando o valor do sobrenatural, do absoluto se volatiza, se obscurece, ao embate dos valores materiais. Uma parede fechada e uma grade sisuda recordam um mistério, despertam no coração humano a curiosidade, mas ao mesmo tempo um secreto respeito. Isso também. Porque se muitos fazem um gesto simbolizando loucura, outros se deixam possuir de admiração por almas capazes de, num gesto de generosidade, deixar as infinitas possibilidades que os dias de hoje oferecem para o desabrochar da personalidade em

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todos seus aspectos para ater-se a valores puramente sobrenaturais, impalpáveis pois, inatingíveis aos sentidos.

E, fora de toda a dúvida, uma construção puramente espiritual é um desafio à mentalidade moderna que edifica tudo à base do palpável, que quer ver, melhor sentir, a construção crescer. A vida religiosa, a vida monástica dirige-se essencialmente aos valores eternos. Pio XII, na sua mensagem às religiosas de clausura, em 1958, dizia: "esta vida é um caminho que conduz a Deus: Deus é que constitui seu princípio e fim, alimenta-lhe o élan e a enche inteiramente"; É um chamamento à vida religiosa, à consagração a Deus, acrescido de outro para a reclusão, para o isolamento, para a separação do mundo num sentido bem mais completo que no caso do chamamento à vida ativa, onde a pessoa consagrada a Deus lida diretamente, em contato pessoal com os membros do Corpo Místico de Cristo. É um trabalho assim, com um resultado por assim dizer imediato e concreto, é mais compreensível, melhor aceito pelos homens. Enquanto que um trabalho silencioso, longe dos membros do Corpo Místico – distância aliás irreal - não convence, toma aspecto de inutilidade, de pacífico refúgio para quem tem medo do mundo. E convenhamos que um tal julgamento não nasce apenas em pessoas menos informadas ou menos instruídas em assuntos religiosos, mas brota mesmo de pessoas com grandes conhecimentos, inclusive teológicos. Daí a pergunta: que fazem elas? Se eu respondesse apenas isso: elas rezam pelo Corpo Místico de Cristo, teria dado uma profunda resposta. Porque a febre de construção pode atingir também os obreiros do Corpo Místico e também eles, como apontava Pio XII, podem cair na "heresia da ação". Construir desligados do sobrenatural. Assim se expressa Saint-Exupéry: "Trabalhando só pelos bens materiais construímos nós mesmos nossa prisão. Encerramo-nos lá dentro, solitários com nossa moeda de cinza que não pode ser trocada por coisa alguma que valha a pena viver". E não são palavras de um monge! E Donoso Cortês

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escrevia: "eu creio que os que oram trabalham mais pelo mundo do que os que combatem e se o mundo vai de mal a pior é que nele há mais batalhas que orações. Se pudéssemos penetrar nos segredos de Deus e da história, ficaríamos pasmados dos prodígios da oração, mesmo nos negócios humanos. Para a sociedade gozar de tranqüilidade é preciso que haja um certo equilíbrio, só conhecido de Deus, entre as orações e os atos, entre a vida contemplativa e a vida ativa". Estabelecer o equilíbrio. Para quem tem noção da maravilhosa correspondência entre Cristo e os membros de seu Corpo Místico e entre os próprios membros sente o significado desta missão. E não terá necessidade de perguntar: o que fazem? Já respondeu.

E na sua caminhada para a santidade - porque é um postulado fundamental da vida religiosa aspirar a essa santidade - vai desabrochando plenamente como mulher. Escrevia Léon Bloy: "Quanto mais uma mulher é santa, mais é mulher". Radica-se num mosteiro, ingressa numa família religiosa e ali deverá criar seu lar, subjuga-se a uma Regra e ali, diz Pio XII, "sua vida transcorre exteriormente num quadro fixado pela ordem do dia e os exercícios conventuais; interiormente ela amadurece e se aprofunda, atravessando fases de consolo e de provação, de luz e de obscuridade, que deixam intacta a adesão íntima a Deus".

Deus quer esta vida. Em todos os tempos chamou almas para esse silêncio, para essa solidão, para esse corte com o mundo. E continua a fazê-lo. Como um dia chamou Beatriz das cortes esplendorosas da Espanha e lhe inspirou e fecundou a obra, assim chama hoje. E o fato de a face da terra ir se transformando lentamente sob a ação da técnica e de novas perspectivas abertas pela inteligência do homem, não quer dizer que Deus tenha mudado a apreciação dos valores. Conta, ainda hoje, com as forças que brotam dos Mosteiros.

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A missão confiada a Beatriz e a suas filhas não foi limitada a um momento da história apenas. Como são significativas as palavras de Pio XII: “Subindo sempre mais, sempre mais perto de Deus, alargais os vossos horizontes... Vossa união a Deus vos dilata o coração e o espírito às dimensões do mundo e da obra redentora de Cristo que se prolonga na Igreja". Essa aproximação da vida monástica à obra de Cristo empresta o cunho de perenidade, pois, embora a redenção de Cristo se tenha realizado no tempo, em seus efeitos rompe as barreiras e as limitações do tempo. Estas palavras de Pio XII mostram que a vida enclausurada não é limitação da vida individual, do desabrochar pessoal, nem é limitação no trabalho de membros ativos do Corpo Místico de Cristo. Para fechar nossas considerações, nada melhor que palavras de Santo Tomás de Aquino: "para o bem da raça humana é necessário que não só se multipliquem os corpos, mas que também os espíritos se desenvolvam. Essas necessidades do gênero humano serão suficientemente satisfeitas se alguns se consagrarem à multiplicação da espécie e outros, renunciando a este encargo, se consagrarem à contemplação das coisas divinas, para a beleza e a salvação de todo o gênero humano".

Pensamos que assim - ainda que palidamente - a vida contemplativa concepcionista assume proporções sobrenaturais com conseqüências no campo natural. É uma vida, que vivida e entendida, não pode apenas beneficiar quem a abraça, mas forçosamente espalha os benefícios sobre todos quantos estão ligados pelo Corpo Místico. Um estímulo para quem aceitou o convite do Esposo, um encorajamento para quem sente o Esposo bater à porta.

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Fes ta d e Santa Beat r i z no

Most e i ro d e

Pi ra t i n i nga

Aqui em nosso Mosteiro de Piratininga-SP, a Festa de Nossa Santa Madre Beatriz foi celebrada com o povo no domingo dia 19 a fim de que todos pudessem participar. A Celebração reuniu um grande número de pessoas, não só de Bauru e Piratininga, mas também das cidades circunvizinhas.

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Em preparação para esta Festa, fizemos o tríduo.- 1° dia o Celebrante foi Frei Thiago Hayakawa, OFM, Guardião da Fraternidade de Agudos, com o tema : “Perdão”; ele fez uma bela homilia sobre a capacidade de perdoar, e o exemplo de perdão da “Mãe Beatriz” - 2° dia –Foi Celebrado pelo Padre Rodrigo Pereira, amigo de nossa Comunidade, com o tema: “Fé e Caridade”. Virtudes que brilharam em Santa Beatriz. - 3°dia coube ao nosso querido Bispo Diocesano D. Frei Caetano Ferrari, OFM, presidir a Santa Missa com o tema : “Fidelidade ao Senhor”.

Durante o tríduo houve participação de muitas pessoas. As Celebrações foram em clima de muita fé e amor a Deus que criou nossa Mãe Beatriz. Nossa gratidão a ela que nos reuniu no amor a Imaculada.

Dia 19, Domingo, demos início à Solenidade, logo pela manhã, com a carreata saindo da Igreja Matriz de Piratininga até o Mosteiro, animada pelo Frei Jorge Maoski,OFM, e o Frei Paulo Ferreira, OFM, O caminhão que trazia a imagem de nossa querida Mãe, estava todo enfeitado com carinho e capricho incomuns. Tudo elaborado por nossos amigos e Benfeitores. Que Deus os recompense! Seguindo a Imagem de Santa Beatriz vinham muitos carros enfeitados com bandeirinhas azuis e brancas; Uma cena comovente!

A Missa Solene foi o ponto culminante, presidida fervorosamente pelo Assistente Religioso da Federação das Irmãs da O.I.C. Frei Estevão Ottenbreit, OFM, e concelebrada pelo Frei

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Jorge Maoski.OFM e Frei Paulo Ferreira. Unimos duas grandes Festas: a de Nossa Senhora da Glória (Assunção) e de Nossa Mãe Beatriz, recordando o grande amor e a dedicação de Santa Beatriz à Rainha dos Céus, que nos leva sempre a ter um amor mais profundo, uma fé comprometida e humilde.

Na homilia Frei Estevão destacou a vocação de Maria, a de Santa Beatriz e das Irmãs, mostrando uma relação entre os três chamados, que é o Senhor quem inspira e atrai para Si. Toda a assembléia participou ativamente e com muito fervor da Celebração Eucarística que teve dois momentos de destaque: o testemunho do Sr. Paulo e da Beatriz Fernandes que emocionou a todos, e a Benção com a Relíquia de Santa Beatriz da Silva e Meneses trazida pela pequena Beatriz Meneses da Silva e entregue ao Frei Estevão para abençoar toda a assembléia.

Durante a tarde foi realizado um evento em prol da construção da Igreja Monástica, contando com a participação de mais de mil pessoas que puderam passar momentos alegres com toda a família. Enfim, foi um dia de Ação de Graças a Deus por tantos dons recebidos, e em particular, para nós Concepcionistas que pudemos sentir que o carinho e a devoção do povo tem aumentado cada dia mais à Nossa Santa Mãe Beatriz.

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Lançamento do Livro de Santa Beatriz

Na Festa de Santa Beatriz no dia 19 de agosto deste ano, durante a Celebração Eucarística, presidida pelo nosso caríssimo Frei Estevão Ottenbreit, OFM.

Com muita alegria fizemos o

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lançamento de uma nova edição do livro escrito por Frei Hugo Baggio,OFM. Intitulado: Santa Beatriz da Silva, Vida, Obra e Espiritualidade. Também lançamos o Audiolivro: “O Pecado de Ser Bela” na voz do próprio autor, Padre Afonso de Santa Cruz. Aqueles que desejarem adquirir os livros entrem em contato.

Tel:14-3265-1624 - Piratininga/SP

Minha alma glorifica ao Senhor,Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria!meu espírito exulta de alegria!

Lc 1,48

Com imensa alegria celebramos no ultimo dia 29 de abril, as Bodas de Ouro de nossa Ir. Maria Clara do Bom Pastor, foi um dia cheio de graças, a começar pela chuva que caiu durante todo o dia, como

sinal da bondade de nosso Deus.Com muita simplicidade e carinho preparamos tudo para que esta comemoração fosse inesquecível, assim como o foi a primeira Profissão Religiosa (no Mosteiro de Itu), afinal comemorar 50 anos é comemorar um SIM dito, repetido e vivido todos os dias por 50 anos. É justo e merecido festejar.

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O nosso Bispo D. Frei Caetano presidiu a Santa Missa, e concelebraram com ele o Pe Rodrigo e Pe. Schubert, os amigos e benfeitores compareceram em grande número para participar e compartilhar da nossa alegria. Não podiam faltar os familiares de nossa Irmã que à encheram de comovida alegria,

principalmente pelos seus irmãos D.Maria e Sr.Durvalino e vários sobrinhos.

Para a homilia o Bispo teve uma ajudante: Ir.Maria Clara do Bom Pastor, em um dialogo simples e sincero partilhou conosco e com a assembleia sua meditações acerca de Jesus, Nosso Doce e Bom Pastor. Durante a cerimônia na qual renovou seus Votos nas mãos de nossa Madre Teresa de Jesus, ela recebeu uma bela coroa de flores naturais amarelas e brancas,simbolizando a pureza de sua alma e os 50 anos doação na Ordem da Imaculada Conceição e na Igreja . Como homenagem, de seus parentes e de nossa comunidade que “louva a Deus nosso Criador pela vida e vocação” de nossa irmã, lhe ofertamos um ramalhete de rosas e ao final da Celebração Eucarística a Jubilanda recebeu os cumprimentos de todos os presentes no locutório.

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A nossa querida Ir. Clara para nós vale OURO de verdade, é uma das mulheres mais lindas do mundo, assim do jeitinho que ela é com seus quase 83 anos de idade, com suas mãos calejadas de tanto se doar no serviço do Senhor, em qualquer trabalho seja na delicadeza dos cartões e das pinturas, seja no jardim ou no

conserto das coisas.Seus joelhos já desgastados, com dificuldade e sacrifício ainda se dobram para honrar o Santo Nome de Jesus e para rezar em favor dos irmãos peregrinos sobre a Terra; e em contraste com seus lindos olhos azuis vemos as marcas que o tempo deixou em seu rosto, marcas de sabedoria, de experiência e de uma serena felicidade, de um tempo vivido só para Deus.

Louvado seja Deus por esta nossa Querida Irmã!

Que a estrela que brilha na fronte de Nossa Santa Madre Beatriz, ilumine esta nossa Irmã, e que sua fidelidade sirva de estímulo para nós que deixamos tudo para como Irmã Maria Clara, depositar nossa existência aos pés do Divino Mestre, pela sua Igreja, pela salvação das almas e pela santificação de nossos Sacerdotes. Aceita Jesus nossa oferta!

Irmã Francisca Letícia de Jesus e Maria.OIC Piratininga,07de maio de 2012

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ACONTECIMENTOS NO MOSTEIRO DA

IMACULADA CONCEIÇÃO E SÃO JOSÉ –

FORTALEZA/CE

O dia 15 de agosto, Assunção de Nossa

Senhora, foi celebrado com muita solenidade sendo até feriado porque é a Padroeira de nossa cidade.

Dentro desta solenidade tivemos a iniciação à Vida Religiosa (Noviciado) da postulante Ana Shirley que recebeu o nome de Ir. Maria Vitória de Jesus Hóstia. Estiveram presentes seus familiares e numerosos fiéis inclusive muitos jovens.

No dia 16, ao cair da tarde, cantamos com muito fervor e grande alegria as Vésperas Solenes de nossa Mãe Beatriz. Após as mesmas, diante do Santíssimo Sacramento, celebramos o Trânsito de Nossa Mãe Beatriz. Por meio desta celebração, prestamos homenagem de filial amor e gratidão àquela que nos legou o carisma e toda a beleza da espiritualidade de nossa amada Ordem, ela que foi a primeira a viver e doar-se por essa causa!

No dia 17 tivemos duas missas. Uma pela manhã celebrada por nosso arcebispo Dom José Antônio e concelebrada por vários sacerdotes amigos do Mosteiro. A noite tivemos outra Missa celebrada pelo Pe. Roberto. No dia 18 nosso Mosteiro completou 45 anos de fundação tivemos a Missa conventual celebrada por Dom Rosalvo.

Tudo para maior glória de Deus e louvor da Imaculada.

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Mosteiro da Imaculada Conceição e São JoséFortaleza -CE

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CELEBRAÇÃO DOS 523 ANOS 30 DE ABRIL DE1489 – 30 DE ABRIL DE 2012

ANIVERSÁRIO DE APROVAÇÃO DA ORDEM DA IMACULADA CONCEIÇÃO

A Virgem Imaculada salvou Beatriz da morte asfixiada e pediu que ela fundasse uma Ordem religiosa para o louvor, serviço e celebração de sua Imaculada Conceição, no seguimento de Cristo.Em 1484 iniciou a nova ordem com doze jovens. Após cinco anos de vivência, santa Beatriz e a Rainha Isabel, elaboraram o pedido de aprovação da mesma.Os biógrafos contam que Santa Beatriz, desde pequena tinha uma terna devoção a Imaculada e ao Arcanjo São Rafael, pois ele conduziu Tobias nos caminhos certo.Certo dia Santa Beatriz foi chamada á grande roda da Portaria e um mensageiro falou com ela anunciando a grande notícia, que o papa acabava de aprovar a nascente ordem. Santa Beatriz, estremece de grande alegria e quer gratificar o mensageiro mas ele logo desapareceu e a História diz que era são Rafael. Santa Beatriz anotou o dia à hora e o ano e logo foi aos pés de Jesus no Sacrário para agradecer. Era o dia 30 de abril de 1489. Passaram semanas e até meses, quando o mesmo Mensageiro voltou ao Mosteiro e se identificou como funcionário do vaticano transmitindo a triste notícia: “O navio que trazia a aprovação da Bula acabou de naufragar”.Santa Beatriz ficou com o coração esmagado de dor e durante três dias permaneceu prostrada pelo sofrimento e sem consolo junto do Sacrário e certamente pediu a interseção de seu grande amigo, o Arcanjo São Rafael.Após os três dias penosos, Santa Beatriz começou a ver as coisas sob outro prisma: o papa que dera a primeira Bula poderia com o mesmo interesse dar uma segunda.

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Mais um foto extraordinário que a Tradição da OIC guardou e que manifesta a delicadeza de Deus para com Santa Beatriz e a interseção de São Rafael. Diz as crônicas da Ordem que, “após os três dias de sofrimentoE lágrimas, abrindo Beatriz uma arca, na qual conservava objetos de uso pessoal, percebeu, em cima um pergaminho. Abriu-o cuidadosamente e percebeu estar escrito em latim e assinalado com os selos da Santa Sé. Mandou o precioso pergaminho ao bispo que confirmou ser de verdade a Bula da aprovação. Ainda hoje é conservada no coro da Igreja do Mosteiro da Casa Mãe em Toledo, podendo ver os sinais acentuados de ter sido molhado no náufrago”. Por isso a Bula fundacional é também conhecida como a Bula milagrosa. E Santa Beatriz, em suas imagens é representada sustentando a Bula. Para nós Concepcionistas, 30 de abril é uma data muito especial. Todo nosso ser Concepcionista vibra de alegria, gratidão num mesmo hino de louvor e ação de graças à Trindade Santa. Às 06:30hs participamos da Eucaristia, celebrada por Dom Rosalvo Cordeiro, bispo Auxiliar de nossa Arquidiocese, com a presença dos amigos, dentro da qual renovamos nossos votos, confirmando assim nossa plena adesão ao Carisma que o Espírito

Santo, concedeu a nossa Fundadora Santa Beatriz.

Mosteiro da Imaculada Conceição e São José

FORTALEZA-CE

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MENSAGEM AOS CONSAGRADOS E ÀS CONSAGRADAS DO BRASIL

Amados e amadas de Deus, Irmãos e Irmãs de Vida Consagrada,

Tenho Sede!

Nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora na Igreja no Brasil 2011 – 2015 encontramos o seguinte texto: “para uma Igreja comunidade de comunidades, é imprescindível o empenho por uma efetiva participação de todos nos destinos da comunidade, pela diversidade de carismas, serviços e ministérios. Para isso, faz-se necessário promover: (...) o carisma da vida consagrada, em suas dimensões apostólica e contemplativa, presente em fronteiras missionárias; inserida junto aos pobres; atuante no mundo da educação, da saúde, da ação social; orante em mosteiros e carmelos, comprometida a evangelizar por sua vida e missão” (DGAE 104,b).

Quando aprovamos este texto, lembramo-nos muito de vocês. E hoje, nós que fazemos a Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada - PV-SAV, OSIB, CNP, CND, CRB, CNIS e SBE -, queremos unir-nos a vocês na comemoração do dia do consagrado e da consagrada, marcado na grade do mês vocacional, no dia 19 de agosto.

É nossa missão apoiar, promover, valorizar, cultivar, cuidar e animar os carismas e mistérios na Igreja, sobretudo os das pessoas de vida consagrada. A vida consagrada é comunhão, vista à luz da Santíssima Trindade. Comunhão em Deus é abertura e pericorese: o Pai está todo para o Filho; o Pai e o Filho estão todo para o Espírito Santo; e o Espírito, Senhor que dá a vida, procede do Pai e do Filho, e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: ele que falou pelos profetas. Esta abertura de uma pessoa divina a outra é o espelho da comunhão de vocês na vida consagrada. A confraternidade na vida consagrada é o espaço humano, habitado

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pela Santíssima Trindade. A vida consagrada é, portanto, um dos rastos concretos que a Trindade deixa na história para que os seres humanos possam sentir o encanto e a saudade da beleza divina.

Vocês, amados, amadas de Deus, fazem parte da melhor e da mais perfeita forma de rede de comunidades; e também pelos carismas, apostólicos e contemplativos, vocês vivem a plenitude e a absoluta pertença a Deus, na ação e na oração. Portanto, caros e caras, permitam-nos escolher entre tantos, com o perigo que comporta qualquer escolha, os dez sinais que, a nosso parecer, melhor se adaptam ao estilo de vida que vocês levam e que mais chamam a nossa atenção, nesta homenagem que fazemos a vocês:

01. Ficamos felizes por vocês nos ensinarem a viver a leveza das nossas pesadas e letárgicas instituições eclesiais. Ensinem-nos a aliviar os pesados fardos das nossas Igrejas.

02. Agradecemos a vocês apostarem no valor da profecia e na força do profetismo, hoje bastante escasseados, até a entrega da vida no martírio. Que o testemunho de vocês ajude a nossa Igreja a redescobrir o amor, a solidariedade, o serviço, a partilha e o dom da vida.

03. Somos gratos a vocês por viverem o dom da virgindade consagrada, através de corações indivisos, em meio a uma sociedade erotizada. Que vocês consigam quebrar as barreiras do erotismo, do egoísmo e do individualismo, tão presentes na sociedade atual, assumindo um novo e diferenciado modo de vida, pela prática da castidade para servir, mais de perto, ao Cristo Senhor, e testemunhar que somos cidadãos e cidadãs do infinito.

04. Bendizemos a Deus por nos revelar em vocês o rosto materno de Deus e da Igreja, no cuidado dos mais pequeninos, dos restos, dos sobrantes e dos últimos. Que todos vocês, consagrados e consagradas de vida apostólica, monástica ou contemplativa, e membros dos Institutos Seculares, assumem o compromisso de dedicar a vida ao serviço do Reino de Deus, servindo aos irmãos na prática da misericórdia e da solidariedade, na luta pela justiça e na vivência do amor fraterno.

05. Louvamos pelos votos públicos de pobreza, obediência e castidade, e pela visibilidade da vivência radical destes conselhos

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evangélicos. Que a vida e as suas ações pastorais façam transparecer, com um sorriso no canto da boca, o rosto materno de Deus, especialmente para com os pobres, excluídos e marginalizados da sociedade.

06. Agradecemos a vocês a mística de paixão pelo Reino, em tempos complexos. Vivemos num mundo agitado e superficial. E que, neste contexto, vocês, consagrados e consagradas, cultivem a oração interior através da leitura orante da Palavra de Deus.

07. Somos profundamente gratos a vocês pela compaixão para com os pobres e pelo alegre testemunho de que somente Deus basta para dar sentido à vida e preenchê-la de alegria e de significado. É esta paixão pelo Reino que permite a vocês ouvirem a voz de Deus, deixando-O falar em todos os recantos da existência.

08. Obrigado por vocês apostarem no discipulado missionário, indo além do mundo que nos rodeia, para além das fronteiras da fé. A missionariedade está escrita no coração mesmo de toda a forma de vida consagrada. Vocês de vida consagrada são missionárias por excelência. E, por isto, devem ajudar-nos a crescer na consciência e na cooperação missionárias. E que este estilo de vida deixe transparecer a presença e a pertença ao Deus vivo, mesmo que, muitas vezes, de formas silenciosas.

09. Louvamos e agradecemos os projetos comuns, parcerias, partilhas e socialização dos dons e dos bens, em vista da missão e da evangelização. Que vocês ajudem a Igreja a manter aceso o fogo e o ardor missionários. E que vocês cultivem, cada vez mais, o amor a Jesus, apaixonados por Ele, fortalecidos pelos sagrados alimentos da eucaristia e do Evangelho da vida.

10. Enfim, profundamente agradecidos por vocês serem o que são, independentemente do que vocês fazem. Agradecemos igualmente a vocês o dom da vida doada e consagrada, com os olhos fixos em Jesus Cristo. Que vocês nos ajudem a crer que nossa pátria é o céu e que, portanto, ninguém viva, aqui na terra, como se aqui tivesse morada permanente.

Que o Divino Espírito Santo, doador dos dons e carismas e mantenedor dos serviços e ministérios, continue soprando novos e

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fortes ventos para despertar e suscitar novas, boas e santas vocações à vida consagrada, para o bem da Igreja e da humanidade.

Deus abençoe a vocês todos e todas, derramando chuvas de vida e de graça e fecundando os jardins de suas existências.

“Amo a todos vocês no Cristo Jesus” (1Cor 16,24).Com minha bênção,

D.Pedro Brito Guimarães,

Arcebispo de Palmas ePresidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a

Vida Consagrada

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Seminário: FormAÇÃo e FormADorAS

Data: 27 de julho 04 de agosto 2012Local: Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição

Salvador – Bahia

28 de julho de 2012

Santa Missa de abertura concelebrada às 7:00 horas pelos Reverendíssimos Padres Irineu, CJS, Capelão do Mosteiro e Frei Estêvão OFM, Assistente Religioso da OIC no Brasil. Na qual Frei Estêvão falou da importância desse momento que a Ordem preparou e da necessidade de oferecer uma boa formação para as jovens que ingressam em nossas Comunidades mas também às irmãs que já assumiram em definitivo a Vida Religiosa Concepcionista. Após o café, iniciamos nosso primeiro momento reunidas na sala de conferências, tendo à frente a Madre Lindinalva de Maria, OIC, Abadessa do Mosteiro que nos apresentou suas palavras de boas vindas e sua alegria de poder nos acolher. Repassamos toda a programação e em seguida outras Irmãs partilharam suas expectativas para esse Encontro: Me. Maria Auxiliadora, Me. Maria Imaculada (Mosteiro de Macaúbas), Me. Maria Teresa (Mosteiro de Jataí), Me. Maria do Rosário (Caratinga/MG), Irmã Maria Madalena, (Caratinga/MG), Irmã Francisca Letícia e Me. Maria Teresa (Piratininga/SP), Irmã Marisa(Macaúbas).

A tarde os reunimos novamente às 14:30 horas, para uma primeira Reflexão sobre Formação, apresentada pelo Frei Estêvão e que constituiu uma síntese do que poderia ser

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"Ratio Formationis". Entre outras coisas, destacou-se:- Desafios: transpor o ideal de Santa Beatriz para nossos tempos = fidelidade criativa. Novo conceito - estamos em constante formação. Formação Permanente como Humus da Formação Inicial. - Concílio Vaticano II: chamou a atenção sobre a

Formação Inicial e Formação Permanente de uma forma separada, dois momentos distintos mas a visão atual é de uma Formação Permanente (continuada), ou seja, do início até a morte como uma unidade, um caminho.

29 de julho de 2012

Dedicamos esse dia para reflexão e uma certa avaliação de como vem acontecendo a Formação em nossas Comunidades. Na parte da manhã nos dividimos em grupos e discutimos um pouco do se faz ou até do que não se tem feito. Foi muito positivo. A primeira atitude que devemos adotar quando desejamos melhorar é assumir aquilo que não vai bem e descobrir por onde começar a fazer de novo para que se faça melhor.

A tarde, fizemos um Plenário apresentando a síntese do que discutimos nos grupos.

Iniciamos com a exibição de um vídeo produzido pelo Mosteiro de Fortaleza sobre a nossa vida. Em seguida, fizemos um grande círculo para iniciarmos o Plenário, onde compartilhamos nossas expectativas, idéias e um possível programa/projeto de Formação. Entre outras coisas destacamos:

- foi sugerido o uso de um livro base, como subsídio para que todos os Mosteiros possam consultar e ter como um guia na Formação. Uma forma também de criar uma certa

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unidade na mesma;- uma base para que, em todos os lugares, o nível de

Formação seja mais ou menos, não de forma uniformizada, mas, sim, que cada uma se sinta sintonizada dentro de sua busca monástica na etapa que está vivendo;

- a falta de uma verdadeira Formadora, capaz de acompanhar os tempos, os níveis de instrução e desafios do mundo moderno;

- a falta de um Programa consistente e claro de Formação, usando, inclusive, os meios mais modernos;

- priorizar o tempo da Formadora, sem sobrecarrega-la;

- acompanhar as nossas jovens, com calma, sem pressa em aumentar o número;

- cultivar dentro das novas Vocações a autenticidade oferecendo o verdadeiro testemunho de vida da parte da Comunidade local.

- o desafio das candidatas que ingressam no Mosteiro "presas" na modernidade. Saber lidar com esta realidade e tentar obter o bem que daí se pode tirar;

- buscar todo tipo de ajuda, tanto Profissional quando necessário quanto de Diretores Espirituais;

- a necessidade da Formação Permanente dentro da própria Comunidade. Bem definida, própria, com temas que todas possam acolher e entender bem.

- todos nossos Mosteiros enfrentam suas dificuldades, incluindo a falta de Formadoras em alguns. A troca de experiência é fundamental, tanto para o crescimento pessoal como para o espiritual. Como também a troca de subsídios para a Formação. Partilhar o que se tem de reflexões, textos, vídeos, folhetos, orações... sobretudo naquilo que é próprio da OIC.

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- Como Formadoras, procurar trabalhar com humanidade com as formandas, respeitando limites, infundindo a essência da Ordem; trabalhar, de forma moderada, teorias e estudos, acompanhando o ritmo e a capacidade de cada uma. Lembrar-se que formação é troca: a Comunidade oferece algo ao jovem e este oferece outro tanto. Cabe-nos harmonizar essa troca: purificar em alguns aspectos, adaptar em outros.

- o apoio mútuo Abadessa/Formadora é fundamental; - maior participação das Junioristas, Noviças e

Postulantes na Comunidade, criar o senso de compromisso e responsabilidade;

- abolir discriminações.

Frei Estêvão indicou, após a exposição em Plenário, algumas conclusões:

1. Troca de experiências e formulação de um Plano Geral para os Mosteiros;

2. Um Plano simples, com etapas definidas, para todos os Mosteiros, deixando bem claro as condições humanas, os conflitos, as limitações. Porque as Candidatas querem encontrar um Grupo que esteja buscando a perfeição;

3. Que se faça a Leitura Orante da Palavra de Deus, pois cada Irmã acolhe a Palavra e, através dela, pode abordar os problemas na vida comum, confrontando-se com esta Palavra, que, para nós, faz parte do compromisso assumido na fórmula de nossa Profissão ("viver a vida, segundo o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo"). E que esta Leitura Orante encontre em cada Monja uma abertura; feita com tempo, calma e

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pausadamente onde todas, com o texto em mãos, possam acompanhar a Leitora e reservar um momento para "ruminar" o texto, assinalar, partilhar. E que cada uma expresse o que conseguiu entender do texto, confrontá-lo, sem discussão, sem cobrança, tudo espontaneamente. Não transformar a Leitura Orante em revisão de vida, círculo de estudos, mas, sim, celebração da presença de Jesus: "A Palavra de Deus encarnada". - Uso dos meios modernos na formação. Saber como administrar e fazer bom uso da Tecnologia. Ter consciência da sua utilidade para nossa realidade. - Responsabilidade ao acolher uma candidata que basicamente tem direito à Formação. E que a Comunidade confie na Monja designada para tal função, apoiando e ajudando nos trabalhos, pois "ninguém consegue fazer as coisas sozinho". Compartilhar projetos, trabalhos individuais, métodos de estudo e "elaborar" livretos que forneçam subsídios para a Formação.

30 de julho de 2012

Frei Alvaci Mendes Luz, OFM. Promotor Vocacional da Província Imaculada Conceição.

Chamado Vocacional "Colocando nossa juventude a serviço" Vocação na Bíblia - Fundamentação (1º momento) Base da Formação Vocacional (2ºmomento) Colocar na prática a Fundamentação

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(3º momento)

Vocação: Ação de chamar Toda Vocação comporta: 1º Escolha (O Pai escolhe)2º Chamado (O Filho chama)3º Missão (O Espírito envia) Escolha (Jr 1, 5): Iniciativa de Deus - Ele é quem escolhe;

Ele é quem age no coração do homem; É Ele quem insere. (Jo15, 16)

1º A Escolha é uma Graça (Lc 1, 28): Ave cheia de graça. 2º. A experiência é um Mistério: o Mistério requer silêncio e adoração. 3º. Deus escolhe os humildes: - Ex 4, 10: Moisés era gago; - Jr 1, 6: Jeremias era jovem demais; - Lc 1, 48: Maria era pobre e humilde; - At 9,1-2: Paulo, perseguidor dos cristãos. 4º. A Escolha capacita para a Missão: É preciso esforço, preparação, qualificação. Deus não abandona: "Estarei convosco todos os dias ... "

• O Chamado: - É Jesus Cristo quem chama: 1º Chama pelo nome - refere-se à totalidade da pessoa; 2º. O Chamado é pelo nome, Deus nos conhece (Is 43, 1) - em circunstâncias concretas (Ex 3, 1; Mt 4, 18; 4, 21) 3º. Através de muitas mediações:

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- Diretamente: Abraão, Moisés, Samuel, Isaías, Jeremias; - Mensagem: Zacarias, Maria; - Através de Jesus: os primeiros Discípulos; - Através da Comunidade: Matias. 4º. Apesar de nossas objeções: Gn 15, 2; Ex 4, 10; Jr 1, 6. 5º. A resposta fica por conta de quem é chamado.

• A Missão: O sentido profundo de toda Vocação é dado pela Missão.

Discernir se realmente é uma Vocação, provocada e provada na fé.

Não acolher sem conhecer, experimentar, observar, ouvir, conhecer desde a raiz.

Um trabalho anterior, antes de ingressar nos Mosteiros.

Exposição de Dados - Realidade concreta

Leitura da Exortação Apostólica "Vita Consecrata", de João Paulo II

"Olhar para dentro de nossa adesão para acolher novas Vocações." A crise será Vocacional ou Institucional? A base da Animação Vocacional é a nossa adesão a

Jesus Cristo; Ele é o Foco, é o Centro, a Razão de ser de toda a Animação Vocacional.

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Pessoas extremamente apaixonadas por Jesus Cristo. Nossos Fundadores (entre eles, Santa Beatriz), sabiam

quem era o Centro: Jesus Cristo! Seguimos pegadas muito mais profundas: as Pegadas de Cristo. A Animação Vocacional consiste em animarmos a nós mesmos. Testemunho vivo do que abraçamos, alegres, felizes ... Humanizarmo-nos antes de fazer outras escolhas ... o olhar, o sorriso, o toque bem ao estilo de Jesus...Nunca perder de vista o tempo, o ponto de partida...Acreditar naquilo em que apostamos em nossas vidas... Formação Permanente, contínua, diariamente. Necessidade urgente de adaptar-se aos tempos de hoje. Abraçar novas realidades.O tempo é agora, é a hora de Deus, e é nesta hora que Deus quer contar conosco.

• Precisamos de pessoas sensíveis e humanas; • Que conheçam sua história pessoal... • Ser sinal do Reino; • Viver o Mistério Pascal.

Nos chama a atenção: - a radical idade - a alegria = inspira - o testemunho = convida, arrasta

A Vocação é uma história de cruz e de Ressurreição.

Animação Vocacional na prática:

Vídeos - uso de imagens para mostrar o que temos e o 50

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que somos. - Vivemos numa Sociedade da imagem; - As imagens se tomam grandes marcas; - As imagens interagem e chamam - Trabalhar bem com os jovens que temos- Usar as ferramentas que temos hoje/tecnologia; - A Igreja vai precisar utilizar a Internet, se convencer de que a sua presença nela é necessária. Beato João Paulo II chama a Internet de "Campo estratégico novo", "Uma esplêndida oportunidade de fluir a Palavra de Deus"; "A Rede já é parte integrante da vida humana" (Bento XVI).

31 de julho de 2012

Fomos convidadas a trabalhar em grupos, para tentar formular um esboço de Programa de Formação para toda a Federação, sendo que cada Comunidade deverá se adaptar, conforme sua realidade.

Observação: Nos dias 28 e 29 de agosto estiveram reunidas na Sede da Província da Imaculada Conceição da OFM, em São Paulo, as irmãs Maria Teresa (Piratininga), Eleusa Maria (Jataí) e Lindinalva de Maria (Salvador) junto com Frei Estêvão e foi criado um ante projeto do Programa de Formação a partir das reflexões e contribuições que discutimos no Encontro em Salvador, de maneira particular as anotações desde dia de trabalho, 31 de julho. Em breve o texto chegará aos Mosteiros para estudo e apreciação e posteriormente será elaborada a edição final.

01 de agosto de 201251

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Neste dia tivemos um momento especial com as Irmãs de São João, Irmãs Beneditinas e as Irmãs Carmelitas. Partilhamos com nossas Irmãs, nossas alegrias e desafios no trabalho vocacional desde o primeiro contato com a candidata e todo o processo formativo. Foi uma experiência muito rica. Na diversidade dos carismas e ao mesmo tempo na unidade do ideal que é o próprio Cristo. Num primeiro momento nos dividimos em dois grandes grupos e depois apresentamos uma síntese no plenário, sempre como moderador nosso Assistente Frei Estêvão. Entre outras coisas destacamos o seguinte:- As dificuldades que enfrentamos:

• Estabilidade e estrutura Familiar; • Diferentes tipos de cultura e educação; • Lidar com os meios de comunicação, com abertura e

responsabilidade; • A dificuldade em assumir compromissos na Vida

Monástica.

Observações: * Ou deixamos de acolher Jovens problemáticas e sofridas e, literalmente, fechamos as portas; * Ou recebemos e trabalhamos com estas Jovens com acolhimento, aceitação e tempo de reparação na estrutura.

* Atenção dobrada sobre a jovem e sua estabilidade na escolha. Hoje os jovens são "bombardeados" com opções de forma de vida; *Acompanhar o ritmo de cada jovem: ouvir, discernir, dar

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tempo para assumir o compromisso com responsabilidade. *Somos uma Geração que precisa se inculturar e acompanhar a evolução do tempo; * Enfrentaremos uma Geração totalmente "digital" e que dificilmente regredirá para a nossa Geração, sendo que nós decorávamos para saber e ela busca as respostas nos Meios que nasceram; * Como conversamos com as jovens, aceitar estes meios e aprender a conciliá-los com a Vida Monástica.

Em resumo: Em nossos tempos, o que realmente conta é o

testemunho da vida na Fraternidade, é ter consciência de que somos, como Monjas, espelhos vivos e temos a missão de irradiar o Carisma na vivência diária de nossa vocação.

Na grande maioria existe o desencanto das jovens diante da cobrança do que não se vive na Comunidade. Pode existir o "desleixo" na vivência do Carisma e isso pode refletir na vida das jovens que chegam e buscam uma "paixão radical", que independe da distância cultural ou cronológica; que a candidata se sinta aceita, acolhida e encontre um terreno firme para pode “errar e acertar" em sua caminhada.

Depende de nossa abertura, nosso acolhimento e humana capacidade de caminhar com uma geração que é tão distinta, especial e evoluída, colocando para a jovem, limites, mas também um horizonte amplo de opções de crescimento humano e espiritual. O diálogo, o entendimento e a aceitação como um começo de crescimento.

Recuperar o fervor, que é o que mais atrai o jovem nos nossos dias. Este fervor que as pequenas Instituições mostram hoje na busca de radicalidade.

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Devemos acertar pelo menos nisto: sermos coerentes em nossa proposta de vida, nossa vida de oração, vida fraterna; testemunhos vivos do Centro de nossa vida: Jesus Cristo. Felizes, realizadas!

02 de agosto de 2012 (manhã)Perfil do jovem hoje: Pe. Carlos André Leandro. Coordenador da Pastoral Universitária da Arquidiocese de São Salvador da Bahia.

Hoje, as Gerações são passadas uma para outra, na faixa de cinco anos. As crianças "digitais" crescem em meio à comunicação, de modo muito precoce.

Hoje se pergunta: "O que você quer ser, se você crescer?" Pois, devido à violência, a estimativa de vida do jovem é de 25 anos, se este for inserido no mundo das drogas. Neste arco de possibilidades, encontramos jovens que necessitam de nosso auxílio. Quem é este jovem? Eles não mudam só no aspecto físico, mas também psíquico, cultural. Tenhamos a capacidade de descobrir em qual fase ele está e buscar compreendê-lo.

• A questão física; • A questão cultural; • A questão psicológica.

Cada jovem precisa ser acompanhado no seu tempo. A rebeldia é uma característica da juventude. O jovem que trabalha no mundo, canaliza a rebeldia a seu favor. Pois o jovem tem maior abertura para o novo.

Dois tempos: Modernidade: todos os eventos que aconteceram

depois da Revolução Industrial. O jovem está inserido aí.

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Este jovem: o que nossa evangelização faz por ele?!Ele tem um sonho: ocupar um lugar na Sociedade.

- Jovem tradicional religioso: Freqüentador - acostumado - sem muito aprofundamento, mas que conserva as tradições religiosas. Vai à missa, está aberto. - Jovem popular, incluído na modernidade: Assume seu papel na Sociedade de forma instrumental. Trabalha apenas para se nutrir de bens. - Jovem popular sem condição de inclusão: Busca outros meios de pertencer à Sociedade inclusive o do crime. Baixa-estima, estado depressivo com tendência ao suicídio. Exclui-se até da Igreja, se insere com maior facilidade no mundo das drogas. - Jovem burguês: Tipicamente inserido na sociedade moderna, tem acesso a quase tudo que esta sociedade oferece: baladas, festas, consumismo, etc. - Gerações: Anos 40: fim da 2ª guerra - baby' bomers, filhos pós-guerra; Anos 70: Ditadura - Geração X - resistente à Tecnologia ou “engatinhando” nesse universo; Anos 90: Geração Y - voltada ao prazer - ascensão social rápida. Aquele que olha para fora, idealista alto, mergulhado na tecnologia;Esta é a juventude pós-moderna. Liberdade e autonomira. Força para arriscar e viver seus sonhos. É a diferença de mentalidade que vai pautar nossas relações, baseadas na

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aceitação e compreensão. Descobrir o que é essencial. São muitos os “por quês”. Precisamos ajudar os jovens a encontras as respostas. - Jovem pós-moderno/religioso praticante: Ele é capaz de viver sua fé de um modo intenso. Cada vez mais raro, em via de extinção. É com ele que a Igreja pretende se alimentar. - Jovem em crise religiosa: Recebeu a fé familiar, mas entrou no mundo moderno. Na nossa relação com este jovem é preciso escutá-lo. Mostrar que a Palavra de Deus, vai além do mito e que é possível entender que há um horizonte maior. Símbolo – realidade que une. Diábolo – que separa. Se o jovem descobre o valor, saberá vivenciar o que lhe é proposto. Estas são tendências; não significa que encontraremos estes jovens exatamente dentro delas, assim como nós também nos encontramos. "Deus nos atrai com laços humanos". (Amós) - Geração Z: Informações rápidas - nasceu após os anos 90. Estes jovens vivem isolados, ficam com eles mesmos, individualistas. Esta Geração precisa cultivar a paciência.

02 de agosto de 2012 (tarde)Pe. Aloísio Mota, CSSR. Promotor Vocacional da Vice-Província Redentorista da Bahia

De forma concreta, Padre Aloísio demonstrou como trabalhar a Animação Vocacional e como trabalhar com o jovem:

• Além dos jovens que representam um grande desafio,

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existem também os jovens que querem dizer seu sim ao Projeto de Deus;

• Inculturação - transformação - animação - cultura vocacional;

• Aquecer o desejo da Consagração; Vocacionalizar, ser presença no ambiente jovem, ser memória viva do Carisma ao qual fomos Consagradas; "Os jovens não temem o sacrifício, mas uma vida sem sentido." (Beato João Paulo lI) Sempre falar de "Vocação como realização";

• Jovens em busca de Deus: o Brasil é o 3º país em número de jovens religiosos. Reconhecem que a Religião é fundamental;

• Os meios concretos: Meios de Comunicação (rádio, TV, Gráficas, Sites, Blogs, folders, etc.),

• Contato direto - humano - ouvir os jovens: eles têm sede de informação, de tempo e de atenção;

• O jovem gosta de ser desafiado - linguagem de impacto.

Acompanhamento sistemático: Cartas, ficha vocacional; textos vocacionais; •Visitas domiciliares, conversas; •Encontros regionais de Animação Vocacional.

Processo seletivo: •Seleção remota: visitas e encontros regionais; •Seleção próxima: pré-estágio; •Seleção final: estágio de admissão.

o Beato João Paulo II sempre acreditou na força jovem, bebia da força jovem e irradiava juventude. Por isso, como um "grande jovem homem, ele pode abrasar tanto o coração dos jovens por onde passou. O Mestre Jesus Cristo,

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Jovem como nós, nossa Eterna Fonte de força, Jovem Centro de nossa vida, de onde nasce toda nossa existência como Consagrados. A Ele, Honra, Glória e Poder por todos os séculos. Amém!

03 de agosto de 2012

Santa Missa presidida por Dom Gregório Paixão, OSB, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Salvador da Bahia.

CONCLUSÃO DOS TRABALHOS - Frutos do Encontro/Confrontos:

• Experiência forte e bagagem para trabalhar bem nossa Formação permanente; vivência alegre de nosso Carisma com diversas faces, mas uma mesma essência;

• Aprender com o diferente, com a Era Digital. É

possível ser fiel às Origens mesmo convivendo com o pós-moderno. O importante, porém, é usar de disciplina, discernimento e compreensão;

• Entregarmo-nos mais à Leitura Orante da Palavra de Deus, aprendendo com o Mestre dos mestres, Jesus Cristo; reconhecer nossa fragilidade humana e nossa busca autêntica pela santidade. O que significa esta palavra, para nossa vida, para nossa Comunidade?!!! Jesus é nossa Fonte: estamos seguindo Jesus? E nossa coerência? É uma graça concedida ao nosso tempo a falta de Vocações, para a análise do Carisma, da fidelidade e a forma como levamos em nossa Vocação, a coerência de vida;

• Nada de compreensão equivocada. Aceitar as 58

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diferenças entre as Gerações, as capacidades e a forma de leitura da Vocação atual;

• Plano Geral de forma a unificar a Formação em nossa Federação. Incentivar as Comunidades a difundirem o espírito da estabilidade, de maturidade;

• Trabalhar a estrutura interna; • A disciplina nos horários, principalmente das Orações

Comuns, tempo de reflexão, meditação e recreação comum: desligar-se do mundo (telefone, portaria, locutório, visitas, etc.) No mundo tudo é pautado pelo horário, sem exceção, e as pessoas, querendo ou não, se submetem. O jovem, ao analisar a vivência de uma vida de oração, observa como as Comunidades Monásticas seguem os horários, se têm coerência com seu verdadeiro papel orante dentro da Igreja. Tudo se resume na Formação Permanente, tanto na da Comunidade, quanto na pessoal.

• Sobre a Jornada Mundial da Juventude: nosso ponto de contato é o Mosteiro de Piratininga (Madre Maria Teresa OIC);

• Divulgação de material vocacional de todos os Mosteiros e para todos os Mosteiros.

04 de agosto de 2012 – Encerramento do Encontro com a Celebração Eucarística as 7:00hs

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“A concepcionista acolhe cada irm como dom do Senhor”ã

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A riquezA DA DiverSiDADe...

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A riquezA DA pArtilhA e Do encontro...

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provAi e veDe como o Senhor é bom!

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Envie sua contribuição para o Boletim!

Ir. Magnólia de Maria, OICMosteiro de Nossa Senhora da Conceição

Rua Campinas de Brotas, 737 – Brotas40275-160 Salvador/BAE-mail: [email protected]

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