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Informativo do Colégio Notarial do Brasil - seção São Paulo - Ano XII - N.º 133 janeiro - 2010 CNB-SP auxilia a restauração do Tabelionato de São Luiz do Paraitinga Entidade presta auxílio ao Tabelionato de Notas e Protesto e mobiliza segmento notarial pela restauração dos cartórios da histórica cidade do Vale do Paraíba 6 a 13 Págs. FUNDADO EM 09 DE JANEIRO DE 1951

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Informativo do Colégio Notarial do Brasi l - seção São Paulo - Ano XI I - N.º 133 janeiro - 2010

CNB-SP auxilia arestauração do Tabelionatode São Luiz do Paraitinga

Entidade presta auxílio ao Tabelionato deNotas e Protesto e mobiliza segmentonotarial pela restauração dos cartórios dahistórica cidade do Vale do Paraíba 6 a 13P á g s .

FUNDADO EM 09 DE JANEIRO DE 1951

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|editorial|

Márcio Mesquitasegundo vice-presidente do CNB-SP

A uva e o vinho

Estimados colegas, coube-me o honroso papel deeditorialista do primeiro jornal do notário deste ano 2010 e,certamente sob uma enofílica influência dos festejos de finalde ano, inspiraram-me as palavras de Galeano, que nomeiam opresente intróito e que levam o caro leitor a perquirir: o quetêm a uva e o vinho com a atividade tabelioa?

Assim é a parábola desse magnífico pensador uruguaio:

Um homem dos vinhedos falou, em agonia, junto aoouvido de Marcela. Antes de morrer, revelou a ela osegredo:

- A uva - sussurrou - é feita de vinho.

Marcela Pérez-Silva me contou isso, e eu pensei: se auva é feita de vinho, talvez a gente seja as palavras que contamo que a gente é.

Pois bem, se a essência humana pode se exteriorizar porpalavras que contam de cada qual, ninguém melhor que otabelião para bem noticiar a vida em sociedade.

Fundado na premissa de incumbe ao notário ovirtuosíssimo lucus de jurisprudente da paz, cujo cavere traduza essência da segurança buscada pelos homens na realizaçãoespontânea de seus direitos, faço um convite a cada um devocês, queridos leitores, para uma profunda reflexão sobre qualo papel que pretendemos reservar para a atividade tabeliã nesserearranjo social que vimos experimentando nesse primeirodecêndio do novo século

Somos, sem dúvida, os principais novelistas da históriaprivada do homem, aconselhando-o, formatando e documentandosuas vontades, cabendo-nos, portanto, na esteira do quepreconiza Galeano, escolher as melhores palavras para contar oque nossa gente é.

Vivenciamos tempos obscuros, não só para a atividadenotarial, mas sobretudo para a vida em sociedade. O desalinhodas relações econômicas e o impacto das atividades humanas noequilíbrio do planeta estão mostrando seus nefastos reflexos,avolumam-se as catástrofes naturais e os descalabros sociais...

Pergunto-me: quem, em sã consciência, seanima com a idéia de trafegar por São Paulo nessestempos caldalosos? Qual eleitor, minimamenteinformado, se entusiasma com política, diante detantos escândalos, meias e que tais?

Só mesmo recorrendo ao mentor e diletomestre, Ricardo Dipp, que sempre com sábiaspalavras deu-nos a seguinte resposta, por ocasiãoda abertura do simpósio notarial realizado na minhaquerida Indaiatuba: Se as sociedades se enfermam,se, inóspitas, se animam aos conflitos e se tornamaclimadas às injustiças, é porque os homens,decerto, estão alheios do influxo da reta consciêncianotarial, seja que a menosprezem, seja que falhemos notários à nobreza de sua vocação.

Devemos nos apropriar desse dúplice alerta!Se por um lado é cada vez mais evidente ovilipendio sofrido pela atividade notarial, numintenso movimento de despapelização edespublicização de instrumentos, a disseminarinsegurança nas relações sociais, propiciando que

setores economicamente privilegiados imponham suas fórmulase formulários, ao custo que bem entenderem, não é menoscerto que o notariado, em sua generalidade, tem se mantidoacanhado, ensimesmado, quiçá inconsequente, na vã esperançade que as coisas se acertem por conta própria.

Prezados leitores, li há poucos dias o desabafo de umnotável registrador - de alma notarial - cujo teor, mesmo sem adevida licença, repito, não só pela lucidez da colocação, mas,principalmente, pelo exemplo de dedicação de seu signatário:

Vivemos o inverno da atividade. Ainda se achamadormecidas as forças vitais e regeneradoras que haverãode fazer reflorescer a atividade. Essa frondosa árvorehaverá de despertar de seu sono multissecular e projetarsuas flores e frutos. Tem sido assim ao longo dos últimosmilênios.

O que vivemos presentemente é o caos corporativo.Multiplicam-se demandas recalcitrantes, investidasdesesperadas, atuações cínicas ou chicaneiras, tentativasalucinadas de transmutação de elementos constitucionais,buscando a alquimia da transformação da fugacidadeinterina em perfeita estabilidade...Tudo isso repercutena comunidade jurídica. E muito mal.

Mas tudo passa. Estamos despertando de um sonoesquecido. O veio generoso da atividade notarial,irradiando-se e colhendo suas varas especiais, haverá denotar-se e impor-se por sua própria e singular virtude.(trata-se de um fragmento de texto postado pelo caroamigo Sérgio Jacomino).

Finalizando, não consigo me esquivar do pendorvocacional testificante, fazendo-o com relação ao empenho e adedicação de pouquíssimos abnegados que se doam, incansáveis,à defesa dos interesses da nossa atividade.

Assim, com a certeza de cometer severas injustiçasomissivas, nomino apenas alguns bravos guerreiros, como nossopresidente, Ubiratan Guimarães, o vice Mateus Machado, asincansáveis Laura Vissoto e Ana Frontini, o sempre presente ediscreto secretário Sérgio Watanabe, a querida Beatriz Furlan,

que não obstante a participação junto ARPEN/SP, representa, como ninguém, a alma do CNB/SP, pessoas com as quais tive o privilégio dedividir algumas tarefas na diretoria de nossaentidade durante este biênio que se finda e,muito embora minha participação tenha ficadoaquém do necessário/desejável, restou-mebastante clara a idéia de que, se cada qualfizer um pouco, o trabalho, que é desafiador,tornar-se-á menos pesado para todos, até mesmoprazeroso, pois, não raro, descobrem-severdadeiros amigos, entre uma deliberação eoutra, nas intermináveis reuniões de diretoria.

Por essas razões é que reitero, a cadaum, o convite feito pelo presidente de nossaentidade (editorial de novembro), no sentido denos unirmos em torno dos interessesinstitucionais.

Lembremo-nos de que somos nós queescolheremos as palavras que irão contar quemé o notário do século 21!

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A Importância da prevençãopara um futuro tranquilo

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O Jornal do Notário é um informativo mensal do Co-légio Notarial do Brasil - seção de São Paulo - dir igidoaos p ro f i s s iona i s dos se rv i ços notar ia i s e reg i s t ra i s doPaís, juízes, advogados e demais operadores do Direito.

Rua Bela Cintra, 746 - 11º andar - CEP 01415-000 São Paulo - SP.Fones: 11 3122-6277 . Site:www.cnbsp.org.br

* Permitida a reprodução das matérias, desde que seja citada a fonte

Presidente: Ubiratan Pereira Guimarães

Jornalista responsável: Alexandre Lacerda Nascimento

Reportagens: Alexandre Lacerda Nascimento ePatrícia Lopes Ewald

Projeto Gráfico: Mariana Goron Tasca

Editoração/Produção: Demetrius Brasil

Gráfica: JS Gráfica Editora e Encadernadora Ltda.

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Emolumentos

Em atenção a solicitações que nos foramapresentadas estudamos a questão relacionada com acobrança de emolumentos devidos pelos atos notariaise de registro nas doações de imóveis situados na Capitaldo Estado de São Paulo, o que gerou texto opinativode nossa autoria.

Como o seu conteúdo é do interesse de todos osNotários do Estado, apresentamos a seguir uma síntesedo artigo original, reduzindo-lhe o tamanho de modoa ser possível a sua publicação nesta coluna.

A dúvida, na verdade, cinge-se à possibilidade deo valor atribuído pelo Município de São Paulo para atributação do ITBI (valor de referência), nas operaçõesonerosas, ser utilizado como base de cálculo dosemolumentos pela prática de atos notariais e deregistro relativamente à doação de imóveis, negóciojurídico onde a onerosidade não se faz presente.

Com efeito, a sistemática para determinação dabase de cálculo dos emolumentos devidos pela práticade atos notariais e de registro, relativamente atransações imobiliárias com conteúdo financeiro, é ovalor venal do imóvel, aquele que dá à operaçãorealizada o seu valor econômico.

Tem-se por valor venal o preço de venda, à vista,em condições normais de mercado, comportandovariação de 10% para mais ou para menos.

No Estado de São Paulo, a lei estabelece, na

determinação da base de cálculo dos emolumentos, aeleição do maior entre os vários possíveis.

Cumpre-nos observar que, neste particular, o art.7° da Lei Estadual (SP) n° 11.331/2002 é de clarezasolar ao dispor que, in verbis:

“Art. 7º O valor da base de cálculo a serconsiderado para fins de enquadramento nas tabelasde que trata o artigo 4º, relativamente aos atosclassificados na alínea “b” do inciso III do artigo 5º,ambos desta lei, será determinado pelos parâmetros aseguir, prevalecendo o que for maior:

I - preço ou valor econômico da transação ou donegócio jurídico declarado pelas partes;

II - valor tributário do imóvel, estabelecido noúltimo lançamento efetuado pela Prefeitura Municipal,para efeito de cobrança de imposto sobre apropriedade predial e territorial urbana, ou o valorda avaliação do imóvel rural aceito pelo órgão federalcompetente, considerando o valor da terra nua, asacessões e as benfeitorias;

III - base de cálculo utilizada para o recolhimentodo imposto de transmissão “inter vivos” de bensimóveis.

Parágrafo único - Nos casos em que, por força delei, devam ser utilizados valores decorrentes deavaliação judicial ou fiscal , estes serão os valoresconsiderados para os fins do disposto na alínea “b” do

Nas doações de imóveis situados na Capital a base de cálculodos emolumentos pode levar em conta o valor atribuído peloMunicípio paulistano para os fins da incidência do ITBI?

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|opinião|

Antonio Herance FilhoADVOGADO, ESPECIALISTA EM DIREITO TRIBUTÁRIO PELA P ONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA

DE SÃO PAULO, EM DIREITO CONSTITUCIONAL E DE CONTRATOS PELO CENTRO DE EXTENSÃO

UNIVERSITÁRIA DE SÃO PAULO E EM DIREITO REGISTRAL IMOBILIÁRIO PELA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE

CATÓLICA DE MINAS GERAIS. P ROFESSOR DE DIREITO TRIBUTÁRIO EM CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO,INCLUSIVE DA PUC MINAS VIRTUAL, AUTOR DE VÁRIOS ARTIGOS PUBLICADOS EM PERIÓDICOS

DESTINADOS A NOTÁRIOS E REGISTRADORES. É DIRETOR DO GRUPO SERAC E CO-EDITOR DO INR -INFORMAT I V O N O TARIAL E REGISTRAL - [email protected] .BR

inciso II I do artigo 5º desta lei.” (original semdestaques)

Destarte, o valor econômico da transação apenasnão será utilizado como base de cálculo do tributo nahipótese de ser inferior a algum dos demais listadosnos três incisos, supra transcritos, do art. 7º, da LeiEstadual (SP) nº 11.331/2002.

No Município de São Paulo, a Secretaria Municipalde Finanças fixa o valor venal dos imóveis inscritosno Cadastro Imobiliário Fiscal (valor pelo qual o bemseria negociado à vista, em condições normais demercado), tornando-o público.

Os valores venais dos imóveis são, na capitalpaulistana, atualizados periodicamente, de forma aassegurar sua compatibilização com os valorespraticados no Município, mediante pesquisa e coletapermanente, por amostragem, dos preços correntesdas transações e das ofertas à venda no mercadoimobiliário, inclusive com a participação da sociedaderepresentada no Conselho de Valores Imobiliários(Decreto nº 46.228/2005, arts. 7º e 8º).

Em que pese tenha sido instituído para servir comobase de cálculo do ITBI, é indubitável que o valorvenal fixado pelo Município não pode ser ignorado pornotários e registradores quando da determinação dabase de cálculo dos emolumentos se ele superar todosos demais (declarado pelas partes ou o valor tributáriodo imóvel para os fins do IPTU ou ITR, conforme ocaso), porque, independentemente de servir à basede cálculo do tributo de competência municipal, casoo imóvel venha a ser alienado a título oneroso, seráele a verdade real da doação, ou seja, o seu valoreconômico, de que trata o inciso I, do art. 7º, da LeiEstadual (SP) nº 11.331/2002.

Então, o valor econômico da doação - e dos demaisatos relativos a situações jurídicas com conteúdofinanceiro -, é fruto da avaliação fiscal levada a efeitopelo Município de São Paulo, logo, é ele (valor dereferência), o que deve ser considerado na aplicaçãodos critérios estabelecidos pela Lei Estadual dosEmolumentos, ainda que a transação, objeto doinstrumento lavrado pelo notário ou registrado pelooficial competente, não se sujeite ao ITBI.

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da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidadedo contribuinte ou atribuindo-a a este em carátersupletivo do cumprimento total ou parcial da referidaobrigação, e a Lei Estadual (SP) nº 11.331/2002, pormeio de seu art. 3º, assim o fez, verbis:

“Artigo 3º - São sujeitos passivos por substituição ,no que se refere aos emolumentos, os notários e osregistradores.” (original sem destaques)

Há na substituição tributária duas figuras distintas;uma, o substituto, a quem é atribuída aresponsabilidade pelo cumprimento da obrigação, eoutra, o substituído, contribuinte e beneficiário dotributo, sendo, no que concerne aos emolumentos,substitutos os notários e registradores e substituídos,os usuários dos serviços.

ConclusãoOs Notários paulistas, na lavratura de escritura de

doação de imóvel situados no Município de São Paulo,e os Oficiais de Registro de Imóveis das 18 (dezoito)circunscrições imobiliárias da Comarca da Capital deSão Paulo, no registro desses instrumentos, devemtomar para os fins de determinação da base de cálculodos emolumentos o valor atualmente utilizado peloMunicípio para realizar a tributação do ITBI, casoseja ele superior a todos os demais referidos nos trêsincisos do art. 7º da Lei nº 11.331/2002, pelo simplesfato de ser, nessa hipótese, o valor econômico daoperação realizada.

Conduta diversa, por afrontar os preceitos daresponsabilidade e substituição tributárias e poracarretar perdas ao erário e aos órgãos mantidos pormeio dos emolumentos (taxas), poderá sujeitar onotário e o oficial às penalidades previstas nalegislação em vigor, sem prejuízo do recolhimento deeventuais valores que tenham sido exigidos a menor.

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CNB-SP se mobiliza parasalvar o Tabelionato deSão Luiz do Paraitinga

Com o auxílio das entidades paulistas e dasdoações efetuadas por notários e registradores, oTabelionato de Notas e Protesto já está instalado emum novo imóvel e, desde o dia 18 de fevereiro, jápode emitir certidões de escrituras e de protestos decerca de 300 livros restaurados pelo Colégio Notarialdo Brasil (CNB-SP) e pelo Instituto de Estudos deProtesto de Títulos do Brasil – seção São Paulo (IEPTB-SP), entre eles exemplares com mais de 130 anos,que já foram entregues à Tabeliã Ana Paula de Souza.

Delegada Regional de São José dos Campos, Laura Vissotto,coordena força tarefa para recuperar o cartório da cidade einiciar os trabalhos de restauração do acervo

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São Luiz do Paraitinga (SP) - Passado menos de ummês da tragédia que se abateu sobre a cidade históricade São Luiz do Paraitinga (SP), devastada namadrugada do dia 1° de janeiro deste ano pelaenchente do rio Paraitinga, que subiu cerca de 15metros, e inundou totalmente o centro histórico dacidade, o Tabelionato de Notas e Protestos da cidadejá voltou a prestar os serviços essenciais à segurançados negócios jurídicos da população atingida pelotransbordamento.

Da esq. p/ a dir.: A Tabeliã de Notas e Protesto de São Luiz do Paraitinga, Ana Paula deSouza, a juíza corregedora, Dra. Renata Martins de Carvalho Alves, e a Diretora do CNB-SP,

Laura Vissotto, em frente aos escombros deixados após a enchente

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“Estou muito feliz, colocarei a casa em ordemagora. Toda aquela sensação ruim que tive ficadistante agora que tenho os livros prontos”,emocionou-se a tabeliã, enquanto manuseava um livrodatado de 1877 e agora totalmente recuperado. “Euvi como os livros saíram daqui. Recebê-los recuperadosé ótimo, eles estão excelentes!”, comemorou.

Após se restabelecer em um novo imóvel, queainda está em reforma, mas já atende a populaçãonos atos de reconhecimentos, autenticações,separações e procurações, a tabeliã poderá ampliar oatendimento à população da cidade. “O que as pessoasmais buscam são procurações e certidões de escritura.Quando perderam tudo muitos não tinham a escrituraregistrada e agora necessitam dela para poder ter osdevidos financiamentos para reformas”, explicou AnaPaula.

Segundo a tabeliã, os atos de protestos tambémterão bastante procura a partir de agora. “A procurarecomeçou nesta semana, principalmente dos bancosque querem dar entrada em títulos e pessoas que

querem cancelar protestos para conseguir seusfinanciamentos. Agora posso retomar a lavratura decertidões negativas e atender essas necessidades”,afirmou.

Ana Paula revelou que “as pessoas estavamansiosas, perguntando sempre quando os livroschegariam, já que muitos deles estão em busca dascertidões para colocar a vida em dia”. “Para mim foimuito rápida a restauração. Eles chegaram no segundodia e nos passaram os primeiros passos para salvartudo”, recordou. “Quando saíram daqui os livrosestavam parcialmente secos. Eles levaram pararealizar a higienização, desumidificação e em seguidaa encadernação”, detalhou.

A recuperação dos livros só foi possível devido àação rápida das entidades, ação elogiada pela juízacorregedora da Comarca, Dra. Renata Martins deCarvalho Alves, que acompanhou os trabalhos. “Oexemplo das entidades de classe dos cartórios énotável, exemplar. É uma ajuda que caiu do céuquando não sabíamos onde buscar”.

O trabalho de restauração do acervo de São Luiz do Paraitinga, realizado na cidade de Lins já começa adar resultados e a história dos negócios jurídicos da cidade vai sendo definitivamente salva

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Desde o dia 7 de janeiro, a equipe derestauradores contratados pelo CNB-SP e IEPTB-SPtrabalha incessantemente na restauração dos livrosde Notas e Protestos da serventia.

O processo de restauração iniciou-se com a remoçãoda lama, secagem das folhas e extração das capas detodos os livros do acervo. Posteriormente, foi feita aidentificação dos livros e transporte dos mesmos parauma oficina de restauração no interior do Estado, ondeos livros encontram-se agora em fase dereencadernação. “É um trabalho delicado, complexo edemorado”, avaliou o restaurador Sidevaldo.

Responsável pelo processo de restauração, SindevalVaz, da empresa Arte Restaurações e Encadernações,disse que teve que utilizar toda a sua experiênciapara lidar com esta restauração. “Mexo com isso desde

os 17 anos de idade e hoje tenho 62. Quando recebieste trabalho tive de aplicar toda a minha experiênciae conhecimento”, afirmou. “Nem mesmo nósacreditamos nos resultados, estamos recuperando maisdo que tínhamos imaginado. Se me disserem que seriadifícil, sim, foi e está sendo, mas difícil mesmo énão realizar um trabalho desses”, disse.

“Até a primeira semana de março receberei aoutra metade (mais 300 livros), estes mais antigos,com cerca de 100, 200 anos, cuja restauração é maistrabalhosa, mas esses não são urgentes”, explica aTabeliã Ana Paula de Souza, que logo depois dedescarregar as pilhas de livros embaladas em plásticobolha, iniciou a conferência dos números dos livros,“para dar conhecimento à juíza corregedora”,explicou Ana Paula.

A Tabeliã Ana Paula de Souza recebeu no dia 18 de fevereiro cerca de 300 livros de notas eprotesto completamente restaurados, em ação de resgate promovida pelo CNB-SP e pelo IEPTB-SP

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O Tabelião de Notas e Protesto de Caçapava,André Filocomo (dir.) ao lado do restauradorSidevaldo, auxilia o trabalho de recuperação

do cartório de São Luiz do Paraitinga

Trabalho incansável dosrestauradores em São Luiz doParaitinga contou com apoioirrestrito dos notários eregistradores paulistas

l i v ros do Tabe l ionato de Notas e Protes to dacidade, coordenada pelo Colégio Notarial do Brasil– seção São Paulo (CNB-SP) e pelo IEPTB-SP foi umexemplo de doação e companhe i r i smo quedemonstra o compromisso ético dos colegas coma atividade e com a população usuária dos serviçosnotar ia i s .

Com a participação ativa dos funcionários do1° Tabelionato de Notas de São José dos Campos,coordenado pe la D i re to ra da ent idade, LauraVissotto, o CNB-SP esteve presente desde o iníciodo p roces so de recuperação e l impeza doTabel ionato de São Luiz do Parait inga. Diversostabel iães e reg istradores da Reg ião do Va le doP araíba também atenderam ao chamado do CNB-SP e compareceram pes soa lmente para p res ta rsolidariedade e auxiliar as colegas cujos cartóriosforam atingidos pela enchente.

Estiveram presentes no processo de limpeza erestauração dos cartórios de São Luiz do Paraitingao tabelião André Filocomo, os registradores civisLuc iane de Ar ruda S i v ie ro , de São Bento do

Notários e Registradores do Estado atendemchamado da entidade e deslocam-se à cidadehistórica do Vale do paraíba para auxiliar o

trabalho dos restauradores

A catástrofe ocorr ida na cidade de São Luizdo Paraitinga mobilizou a classe dos notários ereg i s t radores do Estado de São Paulo. A lém dot raba lho conjunto de a r recadação de doaçõescoordenado pe la As soc iação dos Notár io s eRegistradores do Estado de São Paulo (Anoreg-SP),a ação de limpeza, recuperação e restauração dos

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10 O governador do Estado de São Paulo, José Serra, esteve avaliando os estragos noscartórios da cidade causados pela enchente em São Luiz do Paraitinga

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A colaboração dos notários fez todaa diferença na corrida contra o tempopara a recuperação do acervo. Todos osl i v ro s fo ram sa lvos e , com i s so , apopulação de São Luiz do Paraitinga estáapta a resgatar o passado cont ido emcada uma das páginas dos livros de Notase Protestos da serventia.

O processo de secagem de cada livro demanda tempo e dedicação: esforço conjunto para salvar o acervodo Tabelionato de Notas e Protesto de São Luiz do Paraitinga

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“Amo essa profissãoe decidi lutar por isso”Ana Paula de Souza, Tabeliã de Notas e Protesto deSão Luiz do Paraitinga fala sobre a experiência queviveu com a tragédia ocorrida na cidade

Jornal do Notário – Qual foi sua primeira reação aosaber da enchente que destruiu o centro histórico deSão Luiz do Paraitinga?Ana Paula de Souza - Muito medo, pois sabemos daimportância de tudo isso para a cidade. Tive receio denão salvar os documentos, mas vontade de entrar naserventia e começar a agir. Ficamos dias sem poder entrarna cidade, não estava seguro. Senti muito medo eansiedade, mas somente no primeiro dia, uma sensaçãode impotência. Pensei em como poderia proceder, maslogo depois começamos a receber telefonemas. O primeirofoi da Dra. Laura Vissotto, tabeliã de São José dos Campos.Ela me tranquilizou em relação a tudo que ocorreu.

Jornal do Notário - Como foram os dias queantecederam a liberação da Defesa Civil para quepudesse entrar no cartório e recuperar os livros?Ana Paula de Souza - Entre esses dias que não pudemosentrar na região alagada da cidade, tendo de esperar aágua baixar, não tínhamos telefone nem internet, estávamossem comunicação. As primeiras atitudes foram as de ajudara população do município, ajudar no que podíamosdistribuindo remédio. Ficamos dois dias auxiliando adistribuição. Dois funcionários meus que tiveram as casastotalmente cobertas, ficaram na minha casa. Assim queliberaram, fomos até o local com a juíza corregedora,tiramos fotos. Em seguida a Dra. Laura veio nos ajudar comoutros funcionários. A primeira atitude foi a de salvar oslivros, separamos, desocupamos as salas e começamos osprocedimentos de restauração do acervo e do serviço.

Jornal do Notário - Qual foi a importância da participação doCNB-SP no auxílio à recuperação do acervo do cartório?Ana Paula de Souza - Foi fundamental. Tanto o CNB-SPquanto o Instituto de Estudos de Protestos e Títulos doBrasil (IEPTB-SP). Todos se mostraram solidários, tivemos

total apoio. O presidente do CNB-SP, Dr. Ubiratan Guimarãese o presidente do IETPB-SP, Dr. José Carlos Alves, nosligaram para nos apoiar. Em seguida, foram enviados osrestauradores. Sem esse suporte não saberia como fariaessa reestruturação. Tenho muito a agradecer, tambémaos colegas de outras serventias. Notei muita força devontade e alegria em ajudar. É difícil se ver numa situaçãocomo essa, mas esse ânimo de todos nos dá suporte.

Jornal do Notário - Que avaliação faz dos resultadosobtidos por meio da ajuda do CNB-SP na restauração doslivros do cartório?Ana Paula de Souza - Recebi as fotos da restauração eestão ótimas. Minha avaliação é de que não há como sermelhor, nem mensurar a gratidão. Estamos restaurandopara a população.

Jornal do Notário - Qual tem sido a principal dificuldadeem reerguer o Tabelionato de Notas?Ana Paula de Souza - Temos dificuldade em achar o pontoem que paramos para recomeçar, mas já estamos numnovo imóvel, que está sendo totalmente reformado parase adaptar às nossas necessidades. Ele têm ótimo acesso,está numa avenida, o que facilita para os cidadãos.

Jornal do Notário – Qual aprendizado levará desteacontecimento?Ana Paula de Souza - São muitos aprendizados. Porém,primeiramente, descobri que não estamos sozinhos, temos comquem contar. Aprendi que é possível recomeçar e ficar atémesmo melhor do que já estávamos. Levo deste acontecimentoa solidariedade dos colegas e que podemos ser mais fortes doque havíamos pensado. Descobri que amo o que faço, amo essaprofissão e decidi lutar por isso. Sou designada e estou certa emprestar o concurso para permanecer na área e quem sabe tereste mesmo cartório. Daria tudo por isso.

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Diretoria do CNB-SPacompanha restauração emSão Luiz do ParaitingaSecretário da Justiça do Estado de São Paulo e presidente doTJ-SP elogiam rapidez e coordenação dos trabalhos derecuperação nos cartórios extrajudiciais

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O presidente do CNB-SP, Ubiratan Pereira Guimarães, e o presidente do IEPTB-SP, José Carlos Alves,visitaram os cartórios de São Luiz do Paraitinga atingidos pela enchente

São Luiz do Paraitinga (SP) – No dia 8 de janeiro, opresidente do Colégio Notarial do Brasil – seção SãoPaulo (CNB-SP), Ubiratan Pereira Guimarães, visitouos cartórios de São Luiz do Paraitinga atingidos poruma devastadora enchente no dia 1° de janeiro desteano. Também esteve presente na visita o presidentedo Instituto de Estudos de Protesto de Títulos do Brasil– seção São Paulo (IEPTBSP), José Carlos Alves, que

representou também a Diretoria da Associação dosNotários e Registradores do Estado de São Paulo(Anoreg-SP).

“Viemos aqui confortar nossos colegas que foramduramente atingidos por esta catástrofe e, ao mesmotempo, tranqüilizá-los de que eles não estarão sozinhosneste processo de recuperação e terão o apoioincondicional dos notários e registradores paulistas”,

O secretário estadual da Justiça e Defesa da Cidadania, Luiz Antonio Marrey, durante visita ao trabalho derestauração no Tabelionato de Notas e Protesto da cidade

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afirmou o presidente do CNB-SP. “É muitoreconfortante termos uma posição tão comprometidadas entidades de classe, por que vamos precisar muitode ajuda”, disse a Tabeliã de São Luiz do Paraitinga,Ana Paula de Souza.

Acompanhados pela Diretora do CNB-SP, LauraVissotto, que desde o início auxilia presencialmenteo trabalho de recuperação dos cartórios de São Luizdo Paraitinga, os presidentes estiveram nos trêscartórios atingidos pela enchente e acompanharam otrabalho de restauro dos livros que está sendo efetuadono Tabelionato de Notas e Protesto.

O trabalho desenvolvido pelo restaurador Sidevaldoe sua equipe, contratado pelo CNB-SP e pelo IEPTB-SP,foi elogiado pelas autoridades que visitaram oTabelionato de Notas e Protesto. O secretário estadualda Justiça e da Defesa da Cidadania de São Paulo,Luiz Antonio Marrey, esteve no período da manhãvisitando a serventia e elogiou o trabalho desenvolvido.

“O que mais me impressiona no trabalho que vocêsestão fazendo aqui é a rapidez e a organização comque tudo está sendo executado”, disse o secretário.“Precisamos nos reunir, pois o Estado teve grandesperdas com esta catástrofe em São Luiz do Paraitinga

Vista da cidade de São Luiz do Paraitinga oito dias após o desastre;cenários de destruição ainda é marcante nas ruas da cidade

e vocês têm uma experiência e um “Know-how” paralidar com os documentos públicos que pode nos ajudarmuito no nosso trabalho de recuperação”, disse.

Durante à tarde, os representantes das entidadesacompanharam a comitiva chefiada pelo presidentedo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP),desembargador Antônio Carlos V iana Santos, que visitouo Fórum da cidade e se reuniu com os servidores. Emseguida, o presidente do TJ-SP fez uma visita aoTabelionato de Notas e P rotesto de São Luiz doParaitinga e elogiou o trabalho de restauraçãoefetuado. “Devido à rapidez com que tudo foi feito,será bem possível salvar grande parte do arquivo docartório.

Infe l izmente, no Fórum, a s i tuação é maiscomplicada”, disse o desembargador. “P recisamosaproveitar o trabalho desenvolvido pelas entidadesde classe na restauração destes livros para ver oque será possível salvar dos processos do Fórum”,comentou a juíza corregedora da Comarca, RenataMart ins de Carvalho Alves. “Vamos seguir o queestá sendo feito por vocês e tentar salvar o máximoposs ível dos documentos judic ia i s”, f ina l izou opresidente do TJ-SP.

O presidente do TJ-SP, desembargador Antônio Carlos Viana Santos, durantevisita ao Tabelionato de Notas e Protesto de São Luiz do Paraitinga

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|doce vernáculo|

S.O.S Português n° 80“Não sou do tamanho da minha altura, mas daestrutura daquilo que posso ver”. Fernando Pessoa

1) No mês que vem Pedro fará“cinqüenta” anos!

Data especial, momento de reflexãotambém...

Pedro, as congratulações serão verdadeirassem o trema!Idade nova, Novo Acordo Ortográfico e nova regrapara o tópico gramatical: o trema foi abolido (temosexceções).

Assim, “parabenizando-o corretamente”:CINQUENTA!

P.S.: Para os amigos que gostam de “dar ênfase” aomomento de vida, por favor, CINQUENTÃO (sem trema)!

2) Maria disse: — Eu “magôo” com pessoas que criticammeu trabalho sem fundamento...

Prezado amigo leitor cuidado com ascríticas sem fundamentos e o verbomagoar...

Segundo o Novo Acordo Ortográfico, o hiato (encontrode dois sons vocálicos) “oo” deixa de receber acentonas palavras paroxítonas (a sílaba tônica, forte, é apenúltima da direita para a esquerda). O correto é MAGOO.

Críticas sem fundamentos podem magoar...Vamos evitá-las ou escolher o diálogo, não é?

3) ... e a expressão popular “caiu depára-quedas”?

Prezado amigo leitor para não cair mais,por favor, escreva corretamente:PARAQUEDAS !Paraquedas agora é escrita de formaaglutinada (não se separa).

Explicação fácil: o Novo Acordo Ortográfico como uso do Hífen referente à Composição. Regra:compostos - não se usa o hífen nas palavrascompostas que perderam a noção de composição (é oprocesso que forma novas palavras a partir da junçãode duas ou mais palavras ou radicais).

Renata Carone SborgiaGRADUADA EM D IREITO E LETRAS – MESTRA

USP/RP – PÓS-G RADUADA PELA FGV/RJ –ESPECIALISTA EM LÍNGUA POR TUGUESA – ESPECIALISTA

EM D IREIT O PÚBLICO – MEMBRO IMORTA L DA ACADEMIA

RIBEIRÃOP RETANA DE E DUCAÇÃO (ARE) – MBA EM

DIREITO E GESTÃO E DUCACIONAL – AUTORA DE LIVROS

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PARA VOCÊ PENSAR:

“Prefiro a gratuidade do gesto, o improviso do texto,o erro da grafia e o acerto do sentimento” ad

Tua Caminhada Ainda Não TerminouCharles Chaplin

Tua caminhada ainda não terminou...A realidade te acolhe dizendo que pela frenteo horizonte da vida necessita de tuas palavrase do teu silêncio.Se amanhã sentires saudades,lembra-te da fantasia e sonhacom tua próxima vitória.Vitória que todas as armas do mundo jamaisconseguirão obter,porque é uma vitória que surge da paze não do ressentimento.É certo que irás encontrarsituações tempestuosas novamente, mas haveráde ver sempre o lado bom da chuva que caie não a faceta do raio que destrói.Tu és jovem.Atender a quem te chama é belo,lutar por quem te rejeita é quase chegar a perfeição.A juventude precisa de sonhose se nutrir de lembranças,assim como o leito dos rios precisa da água que rolae o coração necessita de afeto.Não faças do amanhã o sinônimo de nunca,nem o ontem te seja o mesmo que nunca mais.Teus passos ficaram.Olhes para trás...mas vá em frente pois há muitos que precisamque chegues para poderem seguir-te.

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|6º concurso|

Comissão Examinadora divulgou o resultado final doconcurso para registro civ il e notas. Foram 22 aprovados

pelo critério de remoção e 505 pelo critério de provimento

TJ-SP divulga resultado do6° Concurso Público de SP

O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) divulgou no dia 18 de janeiro, a lista dos aprovadosno 6° Concurso Público de Outorga de Delegações deNotas e Registro do Estado de São Paulo - Delegaçõesde Registro Civil, em sessão solene realizada no salãodos Passos Perdidos, no Palácio da Justiça, na Capitalpaulista.

O anúncio do resultado foi feito pelo presidenteda Comissão Examinadora do Concurso, desembargadorJosé Renato Nalini, que esteve acompanhado dosdemais membros da banca examinadora e dos juízesauxiliares da Corregedoria Geral da Justiça. A sentidades de classe foram representadas por seuspresidentes e representantes diretivos.

Antes do anúncio oficial do resultado, o presidentedo TJ, desembargador Antônio Carlos Viana Santos,abriu os trabalhos, parabenizando os aprovados noconcurso e desejando uma carreira repleta de êxito eprosperidade. Já o presidente da Comissão doConcurso, conclamou os aprovados a trabalharem emprol do engrandecimento do Registro Civil.

"O Registro Civil é a principal especialidade daatividade extrajudicial. É o único serviço no qual todocidadão deve passar ao menos uma vez na vida, pois éa garantia da cidadania do povo brasileiro", disseNalini. "No dia de hoje damos um grande passo para afinalização deste concurso, cumprindo o queestabelece o Conselho Nacional da Justiça (CNJ) e

Comissão Examinadora divulgou resultado final do 6° Concurso Público em proclamação pública no TJ-SP

dando celeridade ao processo do concurso público",enfatizou o desembargador.

Por fim, Nalini defendeu a busca por soluçõesque amenizem a gratuidade imposta ao serviçoregistral, por meio de um aperfeiçoamento do sistemade compensação dos atos gratuitos. "Espero que osaprovados assumam os cartórios que estão vagos eque deem prosseguimento a um trabalho de valorizaçãodo sistema do registro civil, que não pode ser punidopor concessões de gratuidade do Poder Público, semuma justa compensação financeira", disse. "Ninguémpode trabalhar de graça", finalizou.

Acesse o site do CNB-SP (www.cnbsp.org.br) e vejaa lista completa dos aprovados.

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Evento realizado em parceria com o Grupo Serac esclareceuaspectos trabalhistas e tributários aos candidatos aprovados no6° Concurso Público

CNB e Arpen promovem cursode Transição aos Aprovados

O Colégio Notarial do Brasil - Seção São Paulo (CNB-SP) em parceria com a Associação dos Registradores dePessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen-SP) e oGrupo Serac realizou no último dia 28 de janeiro a 1ªedição do Curso de Transição aos candidatos aprovadosno 6° Concurso Público do Estado de São Paulo. Devido

à grande procura, o evento, realizado na sede do CNB-SP, foi divido em quatro turmas, tendo início às 8h30 esendo finalizado às 18h30.

Responsável por coordenar esta iniciativa, o vice-presidente do CNB-SP, Mateus Brandão Machado, deu asboas vindas e os parabéns a todos que haviam sido aprovadosno concurso. "Parabenizo também o Tribunal de Justiça deSão Paulo pelo concurso promovido, que certamente trarámuitos benefícios à atividade", completou.

O evento também contou com a participação dopresidente da Arpen-SP, José Cláudio Murgillo, quedeu as boas vindas a todos os futuros registradorescivis e aproveitou a ocasião para comunicar demaiscursos que serão realizados para apoio aos aprovados.Em seguida a palavra foi passada aos advogados doGrupo Serac, que iniciaram suas exposições.

"Falaremos aqui o que acontecerá nas primeirassemanas, o que acontecerá nesse primeiro momento,ainda mais pelo fato de o momento da escolha estarse aproximando", disse Antonio Herance Filho,coordenador do Grupo Serac. "É a primeira vez quetenho contato com a área e não tenho noção do quevou encontrar. Essa iniciativa foi muito boa para daruma visão de como proceder e ver que podemos contarcom as associações em caso de dúvidas", afirmou aadvogada e recém aprovada, Luciana Campana. Todoo programa foi descrito aos participantes por Dr.Herance, que passou a falar de seu tema, o acervomobiliário da Unidade e a transição do Livro Caixa.

Após debater como são os primeiros passos a seremdados, Herance falou sobre as regras em relação aosLivros Caixa, dizendo que existem dois; o Livro Caixa,

Auditório esteve repleto para todas as quatro turmas do curso promovido paraauxiliar os candidatos aprovados no 6° Concurso Público

|capacitação|

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|capacitação|

O vice-presidente do CNB-SP, Mateus Brandão Machado, fe z a abertura do curso detransição aos aprovados promovido pela entidade

que pertence ao tabelião e segue com ele comoprestação de contas, e o Diário de receitas e despesas,que pertence ao Estado e fica no cartório. "Fazer umlivro só é quase escolher com quem irá brigar, porisso recomendo que se façam ambos", alertou Herance.

Para Carolina Ohata Tomiyoshi, "deveria acontecermais vezes cursos como esse, para dar assistência àspessoas que não são da área e ficam perdidas na horaque assumem a serventia. Acredito que seja importanteaté mesmo depois de assumir", avalia. Ao serquestionada sobre o que a levou a ingressar nestacarreira, Carolina revela que cresceu num cartório."Meu pai era registrador e nunca vislumbrei outracarreira na área jurídica. Todos têm uma vocação eparti para essa área, pois a vejo como uma prevençãode litígios e, no caso do registro civil, temos o papelde efetivar a cidadania", disse.

José Carlos Martins foi responsável pela segundaparte da palestra para falar dos aspectos geraisenvolvendo CNPJ, obrigações tributárias e inscriçãono CEI. "Hoje o CNPJ tem sido necessário, pois algumasprefeituras entendem os cartórios como pessoajurídica", explicou. Martins apresentou também asquestões que envolvem a DOI e que "cada tabeliãoque quiser emiti-la terá de fazer por meio docertificado digital".

Encerrando sua apresentação, Martins falou damatrícula CEI (Cadastro Específico do INSS), da qualnão se tinha conhecimento da funcionalidade até aInstrução Normativa 880/08 da Receita Federal,mostrando que, com esse cadastro as questõestrabalhistas ficam vinculadas à pessoa física. "Estamoscom a cabeça cheia de dúvidas, sobre o que observarna consulta das pastas da Corregedoria, em comovisitar as serventias e o curso ajuda bastante nessemomento. Temos dúvidas em relação às primeiras

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posições a serem tomadas depois de assumirmos,tributos, mobília e o curso orienta bastante".

Para finalizar, os aprovados puderam esclarecerdúvidas a respeito de temas como a incidência do ISSe a sucessão trabalhista. Este tema foi tratado peloadvogado Rubens Harumy Kamoi, que lembrou ospresentes que "o assunto (incidência do ISSQN) aindaestá em processo de discussão e acredito que irá parao Supremo Tribunal de Justiça (STJ)", afirmando emseguida que "não se deve aceitar esta normapacificamente".

"Pelo que tenho visto a maioria não tem nenhumtipo de informação acerca dos temas. No decorrer daminha preparação aprendi e vi o quão é importante aprofissão do cartorário, dar garantia para os atospraticados, verificação da regularidade, a fé que éprestada", destaca Guilherme Almeida Fanaro. ParaJosé Marcelo Malta, o curso serviu para "verobservações que não teria pensado se não viesse aqui".

Ao iniciar o debate sobre responsabilidadestrabalhistas, Kamoi aconselhou que se "verifique acondição dos funcionários, para saber qual o tamanhoda responsabilidade que vocês irão assumir". Após apalestra final, os advogados abriram espaço paraperguntas. Neste momento, os presentes participaramativamente, questionando medidas adequadas para aescolha da serventia, incidência do IR (Imposto deRenda) sobre o valor recebido pelo fundo de auxílioaos registradores civis, organização do mobiliário,entre outros temas.

Para a aprovada Renata Comunale, "este cursodeu uma visão bem melhor dos problemas que vouenfrentar e como devo lidar com as tarefas do dia adia no cartório. Pelo que notei, eles não deixam osaprovados na mão, creio que essas iniciativas sãoexcelentes e me ajudarão muito".

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Reserva Legal eSustentabilidade Ambiental

|projeto certificação socioambiental do cnb|

problema mundial da pobreza e do desnível social.Segundo Roberto Guimarães (1997), essas

dimensões aparecem ora isoladas, ora de formacombinada nas várias dinâmicas que informam oprocesso de construção social do desenvolvimentosustentável. Ao nomeá-las dinâmicas socioambientais,concebe-as como complementares e destaca asprincipais:

a) Sustentabilidade ecológica - base física doprocesso de crescimento e tem como objetivo aconservação e o uso racional do estoque de recursosnaturais incorporados às atividades produtivas.

b) Sustentabilidade ambiental - relacionada àcapacidade de suporte dos ecossistemas associados deabsorver ou se recuperar das agressões derivadas daação humana (ação antrópica), implicando umequilíbrio entre as taxas de emissão e/ou produçãode resíduos e as taxas de absorção e/ou regeneraçãoda base natural de recursos.

c) Sustentabilidade demográfica - revela oslimites da capacidade de suporte de determinadoterritório e de sua base de recursos e implica cotejaros cenários ou as tendências de crescimento econômicocom as taxas demográficas, sua composição etária eos contingentes de população economicamente ativaesperados.

d) Sustentabilidade cultural - necessidade demanter a diversidade de culturas, valores e práticasexistentes no planeta, no país e/ou numa região eque integram ao longo do tempo as identidades dospovos.

e) Sustentabilidade social - objetiva promover amelhoria da qualidade de vida e a reduzir os níveis deexclusão social por meio de políticas de justiçaredistributiva.

f) Sustentabilidade política - relacionada àconstrução da cidadania plena dos indivíduos por meiodo fortalecimento dos mecanismos democráticos deformulação e de implementação das políticas públicasem escala global, diz respeito ainda ao governo e àgovernabilidade nas escalas local, nacional e global.

g) Sustentabilidade institucional - necessidadede criar e fortalecer engenharias institucionais e/ouinstituições cujo desenho e aparato já levem em contacritérios de sustentabilidade.

h) A dimensão econômica da sustentabilidade ,

A percepção de que na atualidade torna-senecessário rever o modelo de desenvolvimentopraticado constitui-se na proposta principal destadiscussão. Percebe-se, com clareza, que a forma detratar as questões da disponibilidade de elementos domeio ambiente para sustentar a população brasileira,em especial, vem apresentando sintomas deesgotamento, com sérias repercussões sociais,ambientais, econômicas e políticas.

O conceito de desenvolvimento sustentável,cunhado pela Comissão Brundtland no processopreparatório da Conferência das Nações Unidas sobremeio ambiente e desenvolvimento humano, a chamadaRio-92, começou a ser divulgado pelo relatório Nossofuturo comum, a partir de 1987. O termo encerra atese-chave de que é possível desenvolver sem destruiro meio ambiente e propõe que todos os países seunam para evitar a catástrofe global: degradaçãocrescente não só das grandes cidades industriais, onde

primeiro se fizeram sentir os efeitos funestos dadestruição ambiental, mas do ambiente global(atmosfera, florestas, oceanos e rios).

Foi a partir desse relatório que a ideia de que énecessário um esforço comum e planetário para secorrigir os rumos do modelo de desenvolvimentoeconômico que se firmou, levando os vários paísessignatários da Agenda 21 - documento que reúne oconjunto mais amplo de premissas e de recomendaçõessobre como as nações devem agir para alterar seuvetor de desenvolvimento em favor de modelossustentáveis – e, mais importante, iniciaremefetivamente seus programas de sustentabilidade.

Os dados recolhidos por diversos institutos depesquisa têm iluminado a importância de açõesvoltadas a defesa dos ecossistemas de nosso municípioe estado, principalmente. Essa situação revela aimportante e necessária mudança na forma deapropriação dos bens naturais, em especial damagnífica biodiversidade brasileira e dos recursoshídricos.

O conceito de sustentabilidade ampliada, emoutras palavras, realiza o encontro político necessárioentre a Agenda ambiental e a Agenda social, aoenunciar a indissociabilidade entre os fatores sociaise os ambientais e a necessidade de que a degradaçãodo meio ambiente seja enfrentada juntamente com o

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diferentemente do que ocorre com as demais, é aque conta hoje com o maior acúmulo de discussãoteórica e de práticas inovadoras já em curso. O debateem torno da reconversão da matriz industrial avançaenormemente, e a etapa da mitigação e daregularização punitiva tende a ser rapidamentesuperada nos países desenvolvidos em favor deiniciativas mais estratégicas para os objetivos dasustentabilidade: contabilização dos ativos ambientaisnacionais, valoração econômica dos recursos naturaisque são utilizados como insumos na produção,disseminação de práticas industriais menos poluidoras,de substituição de materiais, de eficiência energéticae de aproveitamento dos resíduos.

Assim, verifica-se que no mundo inteiro proliferaminiciativas entre os próprios empresários, que visamadaptar os padrões de produção e de consumo àsexigências ambientais colocadas pelo paradigma dasustentabilidade.

As cidades constituem-se, assim, não apenas comomosaicos de segregação urbana-social, mas tambémsegregação em relação aos sistemas naturais, comconsequente deterioração da qualidade da vidahumana.

A reserva legal é uma área localizada no interior

da propriedade ou posse rural, que deve ser mantidacom a sua cobertura vegetal nativa, seja de florestasou outras formas de vegetação, por ser necessária aouso sustentável dos recursos naturais, ao abrigo eproteção da fauna e flora nativas, à conservação dabiodiversidade e reabilitação dos processos ecológicos,garantindo condições mínimas de sustentabilidade paraos ambientes nela presentes.

A legislação vigente estabelece um percentualmínimo de 80% de reserva legal para as propriedadesrurais localizadas em áreas de florestas na AmazôniaLegal, podendo este percentual ser reduzido para até50% quando existir zoneamento ecológico econômicoe zoneamento agrícola, indicando claramente apossibilidade técnica desta redução. Para aspropriedades rurais localizadas em áreas de cerradoda Amazônia Legal, o percentual de reserva legal éde 35% . Nos demais ecossistemas e regiões do país, opercentual de reserva legal é de 20% do total dapropriedade.

Não fazem parte da área de reserva legal às áreasde preservação permanente, os proprietários ruraisdevem declará-las separadamente e delas cuidar deacordo com a legislação vigente.

Recentemente, através do Decreto Federal nº7029/09 foi instituído o Programa Federal de Apoio àRegularização Ambiental de Imóveis Rurais,

|projeto certificação socioambiental do cnb|

denominado “Programa Mais Ambiente”, cujo objetivoé promover e apoiar a regularização ambiental deimóveis, com prazo de até três anos para a adesãodos beneficiários, contados a partir de 10/12/09.

O referido Decreto estabeleceu alguns conceitosimportantes, a saber:

I – regularização ambiental: atividadesdesenvolvidas e implementadas no imóvel rural quevisem atender ao disposto na legislação ambiental e,de forma prioritária, à manutenção e recuperação deáreas de preservação permanente e de reserva legal;

II – adesão: forma de inserção no “Programa MaisAmbiente”, formalizada pela assinatura de termo deadesão e compromisso;

III – beneficiário: proprietário ou possuidor deimóvel rural que firmar o termo de adesão ecompromisso; e

IV – beneficiário especial: agricultor familiar e oempreendedor familiar rural, conforme estabelecidona Lei no 11.326, de 24 de julho de 2006, e os povose comunidades tradicionais, conforme disposto noDecreto no 6.040, de 7 de fevereiro de 2007, quefirmarem o termo de adesão e compromisso.

Constituem-se instrumentos do “P rograma MaisAmbiente”:

a) Termo de Adesão e Compromisso: documentoformal de adesão, visando à regularização ambientalpor meio do compromisso de recuperar, recompor oumanter as áreas de preservação permanente, bemcomo de averbar a reserva legal do imóvel;

b) Cadastro Ambiental Rural – CAR: sistemaeletrônico de identificação georreferenciada dapropriedade rural ou posse rural, contendo adelimitação das áreas de preservação permanente, dareserva legal e remanescentes de vegetação nativalocalizadas no interior do imóvel, para fins de controlee monitoramento; e instrumentos de cooperação:instrumentos a serem firmados entre a União, Estados,Municípios, ou quaisquer de suas fundações eautarquias, ou instituição pública ou privadadevidamente habilitada.

São requisitos para firmar oTermo de Adesão e Compromisso:

– identificação do proprietário ou possuidor rural;– identificação do imóvel por meio de planta e

memorial descritivo, subscrito por profissionalhabilitado e com a devida Anotação deResponsabilidade Técnica – ART , contendo a indicaçãodas coordenadas geográficas:

a) do perímetro do imóvel;b) da localização de remanescentes de vegetação nativa;

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c) da proposta de localização da reserva legal; ed) da localização das áreas de preservação

permanente; e– solicitação de enquadramentoO Decreto destaca, ainda que o Termo de Adesão

e Compromisso ao “Programa Mais Ambiente” serásimplificado para o agricultor familiar, oempreendedor familiar rural e os povos e comunidadestradicionais, sendo requisitos para firmar o documento:

– identificação do proprietário ou posseiro doimóvel rural;

– croqui do imóvel rural, indicando seus limites, aárea de reserva legal proposta e as áreas depreservação permanente; e

– indicação e localização de remanescentes devegetação nativa.

O georreferenciamento das informaçõesapresentadas no croqui será elaborado pelo órgãoambiental, instituição pública ou privada devidamentehabilitada, sem dispêndio financeiro por parte dosbeneficiários especiais.

As disposições decorrentes do atendimento dodecreto são extensivas aos produtores rurais detentoresde áreas de até cento e cinquenta hectares,excetuando-se os agricultores familiares e povostradicionais.

O ato de adesão ao “Programa Mais Ambiente”dar-se-á pela assinatura do Termo de Adesão eCompromisso, elaborado pelo órgão ambiental ouinstituição habilitada.

O que é Reserva Legal em Regime de Condomínio?É a área destinada à reserva legal, instituída por

mais de uma propriedade rural em regime decondomínio. Neste caso, os proprietários que nãopossuem em seus imóveis o percentual mínimo de reservalegal, poderão em conjunto adquirir um imóvel rurallocalizado na mesma bacia hidrográfica e destiná-lo acompensar as reservas de suas propriedades, respeitandoo percentual mínimo em relação a cada imóvel,inclusive do imóvel adquirido para este fim, medianteaprovação do órgão ambiental competente e as devidasaverbações referente a todos os imóveis envolvidos.

Como fica a situação da Reserva Legal na PequenaPropriedade ou Posse Rural Familiar?

Para o cumprimento da manutenção ou compensaçãoda área de reserva legal em pequena propriedade ouposse rural familiar, podem ser computados os plantiosde árvores frutíferas ornamentais ou industriais, compostospor espécies exóticas, cultivadas em sistema intercalar

ou em consórcio com espécies nativas.O que é Área de Reserva Legal Excedente?

Refere-se à cobertura florestal ou outras formasde vegetação nativa existentes no interior daspropriedades rurais, em extensão superior aopercentual mínimo exigido por lei. Neste caso, a áreaassim averbada não será tributada pelo ITR, poderáser utilizada sob regime de manejo florestalsustentável e dá o direito à emissão de títulosdenominados Cotas de Reserva Florestal – CRF, querepresentam a vegetação nativa excedente. Tais títulospoderão ser negociados com outros proprietários, quenecessitem compensar suas áreas de reservas legaispor outras áreas equivalentes em importânciaecológica e extensão, pertencentes ao mesmoecossistema e localizadas na mesma microbacia.Legislação: Medida P rovisória nº 2.166/67, de 2001.

Onde deve se localizar a Reserva Legal?A Área de Reserva Legal deve ser escolhida pelo

proprietário e ser aprovada pelo órgão ambientalestadual competente ou, mediante convênio, peloórgão ambiental municipal ou outra instituiçãodevidamente habilitada, devendo ser considerados, noprocesso de aprovação, a função social da propriedade,e os seguintes critérios e instrumentos, quando houver:o plano de bacia hidrográfica; o plano diretormunicipal; o zoneamento ecológico-econômico; outrascategorias de zoneamento ambiental e a proximidadecom outra reserva legal, área de preservaçãopermanente, unidade de conservação ou outra árealegalmente protegida. A área de reserva legal deveser averbada à margem da inscrição de matrícula doimóvel, no registro de imóveis competente, sendovedada a alteração de sua destinação, nos casos detransmissão, a qualquer título, de desmembramentoou de retificação de área, com as exceções previstasna Lei nº 4.771/65 – Código Florestal. Na posse, areserva legal é assegurada por Termo de Ajustamentode Conduta, firmado pelo possuidor com o órgãoambiental estadual ou federal competente, com forçade título executivo e contendo, no mínimo, alocalização da reserva legal, as suas característicasecológicas básicas e a proibição de supressão de suavegetação, aplicando-se, no que couber, as mesmasdisposições previstas na legislação vigente para apropriedade rural.

A Averbação da Reserva Legal é Gratuita?A averbação da reserva legal da pequena

propriedade ou posse rural familiar é gratuita, devendo

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o Poder Público prestar apoio técnico e jurídico,quando necessário.

Como é feito o cômputo da Área de PreservaçãoPermanente com a Reserva legal?

Será admitido, pelo órgão ambiental competente,o cômputo das áreas relativas à vegetação nativaexistente em área de preservação permanente nocálculo de percentual de reserva legal, desde que nãoimplique em conversão de novas áreas para o usoalternativo do solo, e quando a soma da vegetaçãonativa em área de preservação permanente e reservalegal exceder a oitenta por cento da propriedade rurallocalizada na Amazônia Legal, cinquenta por centoda propriedade rural localizada nas demais regiões dopaís e, vinte e cinco por cento da pequena propriedadecuja área não supere:

a) Cinquenta hectares, se localizada no polígonodas secas ou a leste do meridiano de 44ºW, do estadodo Maranhão; e

b) Trinta hectares, localizada em qualquer outraregião do País.

É aceitável a delimitação da Reserva Legal comPercentual Inferior ao Estabelecido em lei?

O proprietário ou possuidor de imóvel rural comárea de reserva legal em extensão inferior ao queestabelece a legislação vigente, deve adotar asseguintes alternativas, isoladas ou conjuntamente:

I – recompor a reserva legal de sua propriedademediante o plantio, a cada três anos, de no mínimo1/10 da área total necessária à sua complementação,com espécies nativas, de acordo com critériosestabelecidos pelo órgão ambiental estadualcompetente;

II – conduzir a regeneração natural da reservalegal, neste caso, somente quando sua viabilidade forcomprovada por laudo técnico e autorizada pelo órgãoambiental estadual competente;

III – compensar a reserva legal por área equivalenteem importância ecológica e extensão, desde quepertença ao mesmo ecossistema e esteja localizadana mesma microbacia, conforme critériosestabelecidos em regulamento.

- Na recomposição de que trata o inciso I, o órgãoambiental estadual competente deve apoiartecnicamente a pequena propriedade ou posse ruralfamiliar.

É possível a compensação daÁrea de Reserva Legal?

O proprietário ou possuidor de imóvel rural com

área de floresta ou outra forma de vegetação nativaem extensão inferior aos percentuais mínimosestabelecidos pela legislação vigente tem as seguintesalternativas: recompor a reserva legal mediante oplantio de espécies florestais nativas, conduzir aregeneração natural quando sua viabilidade forcomprovada por laudo técnico ou compensá-la poroutra área.

A compensação pode ser implementada medianteo arrendamento de área averbada sob regime deservidão florestal ou reserva legal. O arrendamentode área de reserva legal somente ocorrerá, quando napropriedade rural do arrendador existir área de reservalegal devidamente averbada, em extensão superioraos percentuais mínimos estabelecidos em lei. Assim,a área com excedente de vegetação nativa poderáser negociada para compensar a área de reserva legalde outra propriedade, respeitado o percentual legalmínimo em relação a cada imóvel envolvido.

Outra forma de compensação se dá por meio daaquisição de Cotas de Reserva Florestal – CRF. TaisCotas são títulos representativos de vegetação nativasob regime de servidão florestal, de Reserva Particulardo Patrimônio Natural ou reserva legal instituídavoluntariamente em extensão superior aos percentuaismínimos exigidos por lei.

Em todas as formas de compensação faz-senecessário por exigência legal, que a área a serarrendada seja equivalente em importância ecológicae extensão, que pertença ao mesmo ecossistema eesteja localizada na mesma microbacia hidrográfica.

Na impossibilidade de compensação da reservalegal dentro da mesma microbacia hidrográfica, deveo órgão ambiental estadual competente aplicar ocritério de maior proximidade possível entre apropriedade desprovida de reserva legal e a áreaescolhida para compensação, desde que na mesmabacia hidrográfica e no mesmo Estado.

O proprietário rural deve ficar atento, no momentode decidir pelo regime em que averbará a sua áreacom cobertura vegetal nativa excedente, uma vezque a instituição da servidão florestal pode sertemporária ou permanente e, a área sob regime dereserva legal, tem caráter permanente e a mesmalimitação de uso imposta ao percentual legal mínimoreferente à reserva da propriedade.

Faça parte do projeto certificação socioambientaldo CNB. Acesse o site www.notariado.org.br/socioambiental.

Jackson MullerBIÓLOGO – JACK.NHO@TERRA .COM.BR

|projeto certificação socioambiental do cnb|

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Conselho Federal divulgaprestação de contas

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Prezados, chegamos ao final de mais um anorepleto de trabalho árduo. Encerramos este períodocom a certeza de que inúmeras barreiras foramtranspostas e que ainda há muitas a ultrapassar. Temosorgulho de dizer que incontáveis objetivos foramconquistados e reconhecemos, com humildade, queainda há muitos a conquistar.

Compartilhemos agora uma avaliação de todas asvitórias deste ano, para que comecemos um novo anocientes da importância de nossa função e dos deveresque nos aguardam.

Blog NotarialCriado em março de 2009, o Blog Notarial é um

espaço para manifestações e debates relacionados àatividade notarial. Os textos assinados por renomadosprofissionais mantêm os leitores informados, além deestimular debates salutares à classe. Desde sua criaçãoo blog teve mais de 123 mil acessos, 129 artigos e282 comentários. O sucesso do Blog Notarial é maisuma ferramenta criada pela diretoria para estimularreflexões de nossos colegas sobre diversos temas dodia a dia da classe.

Para ficar atualizado sobre os principais assuntosdo Blog Notarial basta acessar: www.notariado.org.br

Selo AmbientalPensando na carência de uma maior

representatividade do setor notarial em relação aosproblemas socioambientais, o Colégio Notarial do Brasil– Conselho Federal e suas seccionais lançaram em2009 o projeto "Certificação Socioambiental nosCartórios Brasileiros".

O projeto inovador tem o objetivo de aliar açõesde caráter ambiental e social e disseminar estarealidade em todos os cartórios do Brasil. Os cartóriosque se inscrevem através do site do CNB-CF sãoavaliados, através de um questionário, sobre sua gestãosocioambiental. Os aprovados recebem o certificado“Responsabilidade Socioambiental” e o Selo Ambiental– Adesivo de divulgação que mostrará a todos osclientes que o cartório possui RESPONSABILIDADESOCIOAMBIENTAL - e os reprovados recebem umrelatório técnico com as alterações que devem ser

feitas na serventia para que ela se enquadre nas normasde sustentabilidade.

Entre os dias 11 a 13 de novembro, uma reuniãoentre notários de todo o mundo aconteceu em Paris.O Brasil, a pedido do presidente da entidadeinternacional, apresentou à UINL (União Internacionaldo Notariado), o projeto "Certificação Socioambientalnos Cartórios Brasileiros". A proposta, já colocada emprática no Brasil, foi apresentada aos tabeliães de 54países presentes e aceito pela UINL. Uma comissãocom representantes de todos os continentes foi criada,sob coordenação do Brasil, para que o projeto sejaimplementado em todos os 76 países integrantes daentidade. É resultado do sucesso das iniciativas donotariado brasileiro.

Para participar do projeto "CertificaçãoSocioambiental nos Cartórios Brasileiros" basta acessaro site www.notariado.org.br/seloambiental e enviaro protocolo de submissão.

Certificação Digital – AR CNB-CFOutra conquista de fundamental importância foi

o aumento significativo no número de InstalaçõesTécnicas (IT) em tabelionatos de todo o Brasil. Hojesão mais de 10 os tabelionatos em condições de emitircertificados digitais e mais de 125 pedidos emtramitação. Desde que o Colégio Notarial do Brasil –Conselho Federal se tornou uma AR, Autoridade deRegistro, mais de 225 certificados digitais já foramemitidos. O investimento da AC Notarial e do CNBSPfoi fundamental para esse resultado.

Recentes Instruções Normativas da Receita Federaldo Brasil, IN 969 e IN 974 e o P rotocolo 42 - ICMSfarão com que em 2010 a demanda por certificadosdigitais chegue a 3,5 milhões. Isto sinaliza para umgrande campo de crescimento notarial na área digital.

Para tornar-se uma Instalação Técnica – IT, ostabelionatos de todo o Brasil devem acessar o sitewww.acnotarial.com.br/contato.asp, e fazer um pré-cadastramento.

Central de Sinal PúblicoA Central Brasileira de Sinal Público - serviço

prestado pelo Colégio Notarial do Brasil aos tabeliães

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s”do país para autenticação de assinaturas e documentosprovenientes de outros municípios provou, ao longodeste ano, ser um sucesso. Nesses 12 meses o númerode sinais públicos atingiu 2.546, o que demonstra oengajamento dos notários na garantia de segurançados atos e o sucesso da central. Para aderir a Centralo custo é ZERO.Acesse o site www.sinalpublico.org.br e peça seu ingresso.

XVI Congresso Notarial em Porto de GalinhasOs congressos promovidos pelo Colégio Notarial

ao longo dos anos têm mostrado sucesso de público eprincipalmente celeiro para a disseminação deconhecimento. Tal se confirmou com o XVI CongressoNotarial Brasileiro, que aconteceu entre os dias 19 e21 de agosto na cidade de Porto de Galinhas,Pernambuco.

O evento, que teve como tema central: “Segurançajurídica notarial: colaboração com o Estado frenteaos novos desafios da sociedade e realização de direitosdo cidadão”, reuniu mais de 200 colegas e superouexpectativas, abordando temas amplos de interessedos notários como: modelo notarial espanhol,documentos eletrônicos, grupo de TrabalhoInterministerial sobre os serviços Notariais e deRegistro, utilização da informática nos tabelionatos,Fé Pública no Documento Eletrônico e a importânciado atendimento e gestão e da quebra de paradigmasdentro dos cartórios, além do estímulo à visãointegrada entre notários e registradores.

CartórioBRObservamos com alegria que, ao longo de 2009,

houve um significativo crescimento no número departicipações no CartórioBR. Os debates apaixonadossobre temas notariais e as questões respondidas compresteza demonstraram o engajamento da classenotarial em auxiliar os colegas de profissão. Sentimosorgulho por estarmos envolvidos em mais este projetobem sucedido, que ajuda a manter o tabeliãoinformado e conectado.

Consolidação do CNBPrevChegamos ao final de 2009 podendo compartilhar

essa grande conquista que é o CNBPrev. O plano deprevidência que iniciou as vendas no início deste ano,já se consolida como um dos mais fortes fundos deprevidência complementar. Com um patrimônio demais de meio milhão, já demonstra o sucesso ecomprometimento da classe em tornar-se um fundode referência para o país. Fato que vai confirmando ocrescimento seguro, gradual e planejado, voltado paraum futuro tranquilo para os profissonais da classe.

O CNBPrev é um plano completo, com coberturasque garantem a total proteção financeira doparticipante, entre elas renda para aposentadoria, porinvalidez total ou permanente por doença ou acidente,pensão por morte por qualquer causa e o diferencialde uma renda extra anual. Todas as contribuiçõespoderão ser deduzidas em até 12% do Imposto de Rendae o repasse da rentabilidade líquida das operaçõesserá integral, tanto na fase de contribuição, quantono recebimento da renda. E mais, não é operado porum banco, que visa lucro nessa operação. Aqui oresultado é todo reinvestido no próprio plano, com a

segurança dos parceiros especializados.Fazem parte do Conselho Deliberativo: José Flávio Bueno

Fischer, presidente (RS), Paulo Roberto Gaiger Ferreira,vice-presidente (SP), Edyanne Cordeiro (RJ),Ubiratan PereiraGuimarães (SP), João Figueiredo Ferreira (RS),Lysia Bucar(PI), Walquiria Rabello (MG), Ivanildo Figueiredo (PE).

Mais informações no site www.cnbprev.gov.br

Representação InstitucionalO Colégio Notarial do Brasil tem se tornado cada

vez mais presente no dia-a-dia do tabelião. Neste anotambém consolidamos nosso relacionamento com oGoverno Federal, em todas as instâncias e com oCongresso Nacional, e ganhamos cada vez mais espaçopara negociações que beneficiam a classe notarial.Sem contar com nossa projeção internacional, cadavez mais percebida e respeitada, mantendo, entreoutras representações, uma Vice-Presidência da UINL.

BALANÇO 2009Podemos dizer, com orgulho, que 2009 foi um ano

de conquistas. Graças ao trabalho árduo de cadacompanheiro e da confiança depositada na diretoriado Colégio Notarial do Brasil, demos passosimportantes rumo a um sistema notarial que se torneexemplo de segurança, modernidade e justiça.

Para 2010 vamos contar com a participação aindamaior dos colegas tabeliães, assegurando cada vez maiorrepresentatividade e melhores resultados para todos.“Quisera eu poder tocar no coração de cada um eacender a chama da UNIÃO.”Quisera eu poder olhar nos olhos de cada colega edizer: Associe-se!Seja bem vindo ao nosso EXÉRCITO DO BEM NOTARIAL.Boas Festas e que Deus nos Ilumine com um 2010mais solidário e associativo!

Um abraço,José Flávio Bueno Fischer

Presidente CNB – CF2008/2010

José Flávio Bueno FischerPRESIDENTE DO C OLÉGIO NOTARIAL DO BRASIL – CONSELHO FEDERAL

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Mais 10 serventias tornam-se It’s vinculadas à AC Notarial

O ano de 2010 se inicia com uma ótima notícia para aclasse notarial e para a população. Em 30 de dezembro de2009 o Diário Oficial da União publicou o deferimento docredenciamento de mais 10 tabelionatos que se tornaramInstalações Técnicas vinculadas à AR CNB-SP e AR CNB-CF.Com mais essas serventias, já são 31 o total de tabelionatoscredenciados como Its, todos aptos a emitir certificados digitaispara a população.

Torne-se também uma Instalação Técnica. Não fiqueparado no tempo.Acesse www.acnotarial.com.br/contato.asp e faça seu pedido.

As novas Instalações técnicas vinculadas à AR CNB-CF são:Serviços Notariais e de Registros de Cambará do Sul - RIOGRANDE DO SULTitular: Ana Cláudia D’Ávila de Ávila Baruffaldi

Cartório Aguiar 8 Tab Notas e Ofício de Registros - CEARÁTitular: Antonio Claudio Mota de Aguiar

Sobral Cartório do 6° Ofício - CEARÁTitular: Maria Teresa Lima Martins de Suazo

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E as novas Its v iculadas à AR CNB-SP são:

21° Tabelião de Notas da Capital de São PauloTitular: Luiz Affonso Spagnuolo Medina

29° Tabelionato de Notas da Capital de São PauloTitular: Priscila de Castro Teixeira Pinto Lopes Agapito

3° Tabelião de Notas e de Protesto de Letras e Títulos de TaubatéTitular: Flávia Regina Ortiz Strehler

4° Tabelião de Notas de São Bernardo do CampoTitular: Rogério Tadeu Castilho

5° Tabelião de Notas da Comarca de SantosTitular: Edmundo Ribeiro de Mendonça Neto

Tabelião de Notas e de Protesto de Letras e Títulos de Campos do JordãoTitular: Arthur Del Guércio Neto

Segundo Tabelião de Notas e de Protestos de IbitingaTitular: José Luiz Martineli Aranas

Alterações na Central de Escrituras,Separações, Divórcios e Inventários

Assim, serão incluídos no fornecimento de dadosde Atos de separações, divórcios e conversão deseparação em divórcio os seguintes campos:

* País, cidade e Estado de residência das partes;* Sexo das partes.

O Colégio Notarial do Brasil – Seção São Paulo, considerando solicitaçãofeita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, visando aoaprimoramento de fornecimento de dados estatísticos para aquele órgão,COMUNICA as alterações que ocorrerão na Central de Escrituras deSeparações, Divórcios e Inventários a partir do dia 18 de janeiro 2010,para que os respectivos dados sejam colhidos diretamente na central.

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Inscrições têm mais de 3.000 anos edocumentam sociedade israelita antiga

Arqueólogos encontram maisantiga escritura em hebraico

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|história|

As inscrições estavam em protocananeu- usadopor israelitas, filisteus e outros povos da região- eforam descobertas há 18 meses. O material foidecifrado por Gershon Galil, da Universidade de Haifa,que identificou a escritura como hebraico. Emcomunicado, a instituição afirma que se trata "domais antigo registro conhecido" do idioma.

Análises de datação radioativa, feitos paradeterminar a idade do material, indicam que asinscrições são do século 10 a.C., o que as torna quasemil anos mais antigas que os pergaminhos do marMorto. "O texto é um manifesto social, referente aescravos, viúvas e órfãos", disse Galil, acrescentandoque as palavras e os conceitos utilizados eramespecíficos do idioma e da sociedade hebraica daépoca.

O fragmento foi encontrado perto do portão dolocal conhecido como "Fortaleza de Elá", cerca de 30quilômetros a oeste de Jerusalém, no vale onde seacredita que a batalha entre Davi e Golias aconteceu.

Em comunicado, a Universidade de Haifa afirmaque "a descoberta de um exemplo tão antigo de escritahebraica torna possível que a Bíblia tenha sido escritavários séculos antes das estimativas atuais". "Asinscrições têm conteúdo semelhante às escriturasbíblicas, mas fica claro que não são cópias de nenhumtexto da Bíblia", afirma a universidade.

Instituto Internacional preserva ahistória dos documentos notariais

Para Maria José Justo Martin, vice-presidenta daSeção de Arquivos Notariais do Conselho Internacionalde Arquivos, a documentação notarial reflete asatividades da maioria das pessoas. Ao longo da história,desde os primórdios, os tabeliães tem registrado “aatividade normal da sociedade, das atividades da vidaordinária, sem distinção de classe social”, destaca.

Segundo Maria José esta riqueza historiográficadeve, portanto, ser mantida em caráter definitivo,não podendo ser objeto de expurgo ou eliminação. Ostabeliães devem preocupar-se com a manutenção dosarquivos, enquanto estejam sob a sua gestão e remetê-los ao arquivo público quando mereçam um tratamentoarquivístico definitivo e histórico, tornando-se fontepara a história da vida privada.

Segundo Maria José, o Instituto Internacional deHistória do Notariado trabalha, juntamente com oConselho Internacional de Arquivos, para elaborar umManual de Arquivística para os documentos notariais.

Para saber mais sobre preservação dos documentosnotariais e o trabalho do Conselho Internacional deArquivos, acesse o site www.ica.org .

Arqueólogos encontram mais antiga escritura emhebraico; inscrições têm mais de 3.000 anos e

documentam sociedade

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Maria Elena Castagnoli Costa Neves, Tabeliã de Notas do22° Subdistrito da Capital - Tucuruvi

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Jornal do Notário - Como a senhora avalia aimportância da função do tabelião e registrador paraa sociedade?Maria Elena Castagnoli Costa Neves - É uma funçãoque acredito ter um cunho muito social, atendemosmuitas pessoas para orientação, ajudamos para que saiauma certidão. Mesmo em notas, fazemos muitasprocurações, eles vêm sem saber como podem fazer umtestamento. Brinco que fazemos 80 entrevistas paratestamento e acabamos fazendo apenas dez. Eles vême analisamos para poder orientar, sem entrar no campodo advogado e buscamos esclarecer. É um trabalhosocial, atendemos pessoas idosas para que tenhamtranqüilidade em saber como farão com os filhos.

Jornal do Notário - Como avalia as novas atribuições,como exemplo e Lei 11.441/07?Maria Elena Castagnoli Costa Neves - Os cartóriosrealmente precisavam fazer com que as atividadesfossem expandidas e que pudéssemos auxiliar oJudiciário, fazendo coisas novas, pois temoscompetência pelo nosso tipo de trabalho. Podemosassumir com tranqüilidade tendo treinamentoadequado, assim como faço no meu cartório. Aqui opessoal está todo atualizado em relação aos divórcios,separações e inventários. Começamos a fazer cursoslogo que saiu a lei e aumentou muito o trabalho porisso. Estamos tentando sempre nos antecipar sempreque há uma mudança, tomando todas as providências.Fala-se muito em relação à Usucapião, estamos lutandopara isso, há também a comunicação de transferência

Nome: Oficial de Registro Civil dasPessoas Naturais e anexo de Notas do

22º Subdistrito do Tucuruvi

Instalação: 03/1926

Oficiala/Tabeliã:Dra. Maria Elena Castagnoli Costa Neves

Substitutos: Ronaldo de Almeida Kelm,Juliano Ferreira P inheiro eDanilo Costa Neves Paoliello

Endereço: Av. Nova Cantareira,1438 – Tucuruvi - SP

Tel: 11 2953-0125

Ficha Técnica

Profissão Tabelião

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do veículo com o Detran, o que facilitaria muito, pois as pessoasfazem a transferência e não comunicam ao Detran e tem de voltarcom problemas. Seria muito importante, até para a organização doDetran, que fizéssemos isso, como já é feito no Rio Grande do Sul etem dado certo.

Jornal do Notário - Quais as mudanças que ocorreram com a suachegada à serventia?Maria Elena Castagnoli Costa Neves - Entre aqui após o 1º Concurso,em 2000. O cartório estava num prédio alugado nesta mesmaavenida. Em seguida compramos este imóvel, em sociedade com osescreventes. Antes de mudar reformamos tudo, colocamos umainstalação moderna, possibilitando colocar computadores em qualquerlugar do imóvel, mexemos na fiação. Antes havia uma empresapequena, com poucos computadores aqui. Temos instalado por voltade 50 hoje. Aumentamos o quadro de auxiliares, escreventes parafirmas principalmente. O pessoal de registro foi muito bem treinadoe contratei pessoas que tenham afinidade e agilidade cominformática. É um quadro de jovens que tem interesse em aprender,vários fazem Direito, uns já se formaram, tenho funcionário quepassou neste último concurso (6º Concurso), o Fábio Amaral. O queposso fazer para estimular o estudo, cursos eu faço. Muitas vezesenvio dez funcionários para fazer o curso de grafotécnica, pois sãonovos. Uma novidade em relação à administração é que temos agoraa supervisão do Grupo Serac, eles fazem prevenções trabalhistas eprevidenciárias. Ano passado fiz a sala para Certificação Digital, jáestá toda montada apenas esperando a autorização e tenho 11pessoas para trabalhar com isso.

Jornal do Notário - Como tem sido sua relação com o CNB-SP?Maria Elena Castagnoli Costa Neves - Costumo brincar que levouma jornada dupla, pois muitas vezes tenho reuniões nas duasentidades e procuro comparecer nas duas. Me sinto muito bem comas duas e tento conciliar, sempre procuro fazer o que é solicitadopor ambas. Utilizo muito a parte informativa para trabalhar emconjunto. Já participei como membro da diretoria nas duas entidades.Na Arpen-SP já fui membro da Comissão de Ética e novamente,nesta nova direção, estou na Tesouraria.

Jornal do Notário - O que achou da divisão realizada no CNB-SP,criando as 16 regionais?Maria Elena Castagnoli Costa Neves - Vejo que era uma necessidade,até mesmo para uniformizar procedimentos e informações, paratodos trabalharem em conjunto e em segurança. Todas essasmudanças que ocorreram, o pessoal precisaria ser treinado, feitopor partes por ser muita gente, mas com essa organização todocorre bem. Era muito importante e foi feito na hora certa, deveriater sido feito inclusive com mais antecedência. Na Arpen já estavadando certo. É muito bonito o que se fez. Também, o CNB-SP, nasreuniões mensais, nem todos poderiam ir, o CNB-SP ouvindo asregionais é como se eles também participassem, pois eles ficamsabendo do que acontece e tem o delegado regional para transmitir.Assim se forma um órgão forte, pois está tudo organizado. Já estavafuncionado bem na Arpen e faltava para o CNB-SP.

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22° Subdistrito de São PauloQuadro a Quadro

Setor destinado ao reconhecimento de firmas e autenticação de documentos do Tabelionato do Tucuruvi

Setor destinado à lavratura de procurações, principalmente previdenciárias, de idosos que comparecem ao cartório

A Tabeliã e seu Substituto, Danilo Paoliello, no Tabelionatode Notas do Tucuruvi, na zona norte de São Paulo

Setor de recepção aos usuários doTabelionato de Notas do Tucuruvi

Ambientes onde são prestados os diversos serviços de registro civil no Tabelionato do Tucuruvi

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Sempre instalado na região norte de São Paulo, a Tabeliã eRegistradora Maria Elena se orgulha de auxiliar a população

Serviço de qualidade e orientação àpopulação marcam o 22º Subdistrito

A fachada do cartório de Registro Civil e Notas do 22° Subdistrito da Capital, no bairro do Tucuruvi

O Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais eAnexo de Notas do 22º Subdistrito do Tucuruvi foiinstalado em março de 1926, e desde então permanecena zona norte de São Paulo. Maria Elena, responsávelpelo cartório desde 2000, fala com satisfação sobre agrande região atendida pelo cartório, recebendopessoas de todo o entorno do bairro do Tucuruvi,incluindo o extenso bairro do Tremembé. Por estarpróxima da região de Guarulhos, é lá que estão ascertidões de óbito de grupo Mamonas Assassinas. “Éalgo curioso, porém muito triste”, afirma Maria Elena.

Outra característica do cartório é a grandequantidade de pessoas de outros estados – a maioriada região nordeste do Brasil – que comparecem àserventia em busca de seu primeiro registro.“Chamamos de registro tardio, é a certidão denascimento feita para aquelas pessoas que vêm deregiões pobres ou simples e não possuem seusdocumentos”, explica. “É algo bastante trabalhoso eque fazemos muito, mas é gratificante ver como elesdeixam a serventia satisfeitos, após confirmarem suacidadania”, diz com alegria a Oficiala.

Após prestar e ser aprovada no 1º Concurso, MariaElena Castagnoli Costa Neves assumiu a serventia etornou-se a Oficiala de Registro Civil e Tabeliã de Notas

do 22º Subdistrito do Tucuruvi, mas antes de aproximar-se da profissão, era professora, formada em Letras, eministrava aulas de português e inglês. Com a chegadados filhos decidiu se dedicar a eles, dando aulasparticulares e acompanhando seu crescimento.

“Era professora, dei aulas por quatro ou cincoanos, depois parei para acompanhar a adolescênciados meus filhos, dava aulas em casa, nada muitocompromissado. Quando eles entraram na faculdadeeu tinha 37 anos e prestei vestibular com eles”, revela.Natural da cidade de Olímpia, Maria Elena morou emoutros municípios, sempre dando aulas. Em 1971 veiopara São Paulo, com o intuito de que seus filhos seformassem na cidade.

Após a graduação em Direito pela PontifíciaUniversidade Católica (PUC-SP), em 1984, advogoupor 15 anos ao lado do marido. “Assinava as revistasdas associações dos advogados de São Paulo e lá houvea noticia do concurso, me interessei e comecei aestudar”, relembra. Após assumir a serventia no bairrodo Tucuruvi, resolver mudar-se para um local maispróximo, antes morava na região de Perdizes, hojemora a apenas dois quarteirões do cartório. “Gostodaqui, acho um bairro saudável, com jeito de interior,tudo é perto e tenho bastante tranqüilidade”, avalia.

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Reconhecimento e dissolução de união estável -partilha - Bem Imóvel objeto de contrato de compra

e venda entre companheiros, na constância daunião estável. Bem excluído da partilha

Jurisprudência Notarial

defeso em sede de recurso especial. Incidência da Súmula7/STJ. 4. Para a configuração do dissídio jurisprudencial,faz-se necessária a indicação das circunstâncias queidentifiquem as semelhanças entre o aresto recorrido e oparadigma, nos termos do parágrafo único, do art. 541,do Código de Processo Civil e dos parágrafos do art. 255do Regimento Interno do STJ. 5. Recurso especial nãoconhecido. (STJ – REsp nº 738.644 – DF – 4ª Turma – Rel.Min. Luis Felipe Salomão – DJ 02.02.2010)

ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros daQUARTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça acordam,na conformidade dos votos e das notas taquigráficas, porunanimidade, não conhecer do recurso especial, nostermos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. MinistrosHonildo Amaral de Mello Castro (Desembargadorconvocado do TJ/AP), Fernando Gonçalves, AldirPassarinho Junior e João Otávio de Noronha votaram como Sr. Ministro Relator.Brasília (DF), 13 de outubro de 2009(Data do Julgamento).MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO – Relator.

RELATÓRIOO EXMO. SR. MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO (Relator):1. Cuida-se, na origem, de ação de reconhecimento edissolução de sociedade de fato ajuizada por Gláucia IstelaAlcantara Tanajura em face de Hassen AbderrahmaneGuellatti, com reconvenção apresentada pelo réu,objetivando trazer a partilha o imóvel situado a SHIS QI 5,conjunto 07, casa 05, Brasília-DF, vendido por este a autora,ainda durante o período da convivência comum.O juízo de primeira instância julgou "parcialmente procedentea ação e procedente a reconvenção para reconhecer, comfulcro no art. 1º da Lei n° 9.278/96, a união estável havidaentre Gláucia Istela Alcantara Tanajura, qualificada na inicial,e Hassen Abderrahmane Guellatti, também qualificado, no

•Civil e processual civil – Reconhecimento e dissoluçãode união estável – Partilha – Bem imóvel objeto de contratode compra e venda entre os companheiros, na constânciada união estável – Bem excluído da partilha – Imóvelalienado pelo varão à companheira, no período de vidaem comum, não é bem sujeito à partilha – É que, havendocompra e venda do imóvel, com o respectivo pagamentodas parcelas ao réu, como apontado pelas instânciasordinárias, a manutenção do bem no inventário de partilhaimplicaria o enriquecimento ilícito da parte, que járecebera o valor correspondente ao imóvel ao aliená-loà companheira – Eventual discussão sobre a validade donegócio jurídico concluído pelos companheiros somentepoderá ser realizada mediante ação própria. Ademais,ainda que assim não fosse, a análise da alegada existênciade vício, seja pelo não pagamento das parcelascontratadas, seja pela existência de simulação, implicariao revolvimento do conjunto fático probatório, o que édefeso em sede de recurso especial – Incidência da Súmula7/STJ – Para a configuração do dissídio jurisprudencial,faz-se necessária a indicação das circunstâncias queidentifiquem as semelhanças entre o aresto recorrido e oparadigma, nos termos do parágrafo único, do art. 541,do Código de Processo Civil e dos parágrafos do art. 255do Regimento Interno do STJ – Recurso especial nãoconhecido. (Nota da Redação INR: ementa oficial)

EMENTACIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RECONHECIMENTO EDISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL. PARTILHA. BEM IMÓVELOBJETO DE CONTRATO DE COMPRA E VENDA ENTRE OSCOMPANHEIROS, NA CONSTÂNCIA DA UNIÃO ESTÁVEL. BEMEXCLUÍDO DA PARTILHA. 1. Imóvel alienado pelo varão àcompanheira, no período de vida em comum, não é bemsujeito à partilha. 2. É que, havendo compra e venda doimóvel, com o respectivo pagamento das parcelas aoréu, como apontado pelas instâncias ordinárias, amanutenção do bem no inventário de partilha implicariao enriquecimento ilícito da parte, que já recebera ovalor correspondente ao imóvel ao aliená-lo àcompanheira. 3. Eventual discussão sobre a validade donegócio jurídico concluído pelos companheiros somentepoderá ser realizada mediante ação própria. Ademais,ainda que assim não fosse, a análise da alegada existênciade vício, seja pelo não pagamento das parcelascontratadas, seja pela existência de simulação, implicariao revolvimento do conjunto fático probatório, o que é

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período compreendido entre meados de 1982 até 02/12/1998, dissolvê-la, devendo os bens adquiridos durante o períododa união serem partilhados na proporção de 50% para cadaum, conforme determina o art. 5° do mesmo diploma legal,com as ressalvas de seus parágrafos, incluindo o imóveldescrito na escritura de fls. 34/35, sendo os demais bensapurados em liquidação por artigos". Fixou, também, a guardada filha do casal, Mouni Guelatti, em favor do réu, e aguarda do filho, Yacine Guelatti, em favor da autora, sendoas visitas livres, a critério dos menores (fls. 57/69).A autora apelou (fls. 81/88).O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territóriosdeu provimento ao recurso, restando o aresto assimementado:Civil e processual civil - reconhecimento e dissolução desociedade de fato c/c partilha de bens e guarda dosfilhos - reconvenção - imóvel destinado à moradia docasal objeto de transação dos concubinos - escriturapública de compra e venda - impossibilidade de partilha- guarda de filhos – pai estrangeiro - filha maior dedezoito anos residente no exterior - responsabilidade dosencargos financeiros pelo genitor - filho menor de dezoitoanos residente no brasil -manutenção da guarda do infantepela genitora. 1. Havendo entre os concubinos ajusteformal acerca de imóvel havido durante a união estável,com a transferência deste, por meio de escritura públicade compra e venda, para o cônjuge virago antes adseparação do casal, tal conduz a exclusão do bem dorespectivo procedimento de partilha, do monte partível,seja a título oneroso ou gratuito. 2. Residindo a filha docasal no exterior, contando com mais de dezoito anos efazendo curso de nível universitário, preponderando, nestapeculiar circunstância, a origem estrangeira do seugenitor, prevalente a decisão que assegura a guarda emseu favor, com a definição, também, dos respectivosencargos financeiros, nada obsta ter a genitora a guardado filho menor de dezoito anos que permanece em suacompanhia. (fls. 89/108)Opostos embargos de declaração (fls. 110/114), foramrejeitados (fls. 115/121).Inconformado, o réu interpôs recurso especial (fls. 123/141), fundado nas alíneas "a" e "c" do permissivoconstitucional, alegando, em síntese, violação ao art. 5°da Lei n. 9.278/96, pois afirma que o imóvel foi adquiridopelo recorrente, a título oneroso, na constância da união

estável e “...excluído da partilha sob o fundamento deque a escritura de compra e venda juntada aos autos,demonstrando a transação entre os conviventes sobre oaludido bem, teria o condão de excluí-lo da partilha”.Aponta, ainda, dissídio jurisprudencial.Contrarrazões às fls. 157/168 e 169/181.O Tribunal de origem negou seguimento ao recurso (fls.182/184), motivo pelo qual interpôs o réu o Ag 657662/DF (fls. 02/21), o qual o e. Ministro Fernando Gonçalvesconverteu em recurso especial (fl. 223).O Ministério Público Federal opinou pelo desprovimentodo recurso (fls. 230/234).É o relatório.

VOTOO EXMO. SR. MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO(Relator):2. Trata a presente controvérsia em saber se o imóvel(uma casa no Lago Sul, na capital federal), adquiridoprimeiro pelo varão, na constância da união estável edepois, ainda dentro do mesmo período de vida emcomum, alienado por este a autora (convivente), ébem sujeito à partilha.No caso ora em análise, Hassen Abderrahmane Guellatti,que havia adquirido o imóvel em 1988, firmou, em 18 dejulho de 1997, contrato de compra e venda com GláuciaIstela Alcantara Tanajura, sua companheira desde 1982,acordando a transferência do imóvel pelo pagamento deR$ 120.000,00 (cento de vinte mil reais).Embora, segundo a autora, o negócio tenha sidoconsequência de um acordo relativo a partilha, às vésperasda dissolução da união estável, as partes coabitaram até2 de dezembro de 1998, quando a autora interpôs açãocautelar de separação de corpos.O Tribunal de origem, ao julgar a matéria, esclareceuque:"A discussão compreende, na realidade, a partilha doimóvel adquirido durante a constância da união e,finalmente, a negociação levada a efeito entre as partes,conforme consta da indigitada escritura.Ao pronunciar-se acerca do tema a d. P rocuradoria deJustiça nesta instância revisora trouxe a lume as seguintesconsiderações trazidas pelo representante do Parquet emsede de 1º Grau:'Logo, partindo da premissa de que houve compra e venda,e de que a companheira pagara o preço previsto naescritura, ao determinar a partilha do bem, a sentençafindou por permitir o enriquecimento sem causa docompanheiro, contrariando o sentido da norma previstano art. da Lei nº 9278, que visa justamente repelirinjustiças dessa natureza.Ainda que fosse possível reconhecer que a aquisição do bempela companheira tivesse ocorrido a título gratuito, a partilhasó poderia ser admitida mediante anulação do negócio

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jurídico, nas estreitas hipóteses de erro, dolo ou coação, oque decididamente não ocorreu na espécie vertente.(…)'Não obstante o posicionamento adotado pelo i.magistrado prolator da sentença desafiada, a meu sentiro apelo está a merecer provimento.Como bem enfatizado no exaustivo parecer ministerialantes transcrito, não logrou o apelado comprovar qualquerirregularidade que eivasse de vício o ato da transferênciado imóvel para a companheira, e ao trazer para os autoso documento translativo do imóvel, consubstanciado naescritura de compra e venda, logrou êxito em comprovarque as partes efetivamente transigiram acerca dapropriedade do bem imóvel.Destarte, agindo a parte mesmo que com liberalidadesobre a destinação do imóvel, mas in casu alienando-o àex-companheira, não há porque se cogitar de partilha,máxime porque não está sendo posto sequer em testilhao aspecto de regularidade ou não do ajuste firmado pelaspartes. Ou melhor: não se questiona a validade dodocumento translativo do imóvel, ao argumento de vícioa contaminá-lo, ao viso de torná-lo nulo ou anulável."(fls. 96/101)Com efeito, havendo compra e venda do imóvel, com orespectivo pagamento das parcelas ao réu, como apontadopelas instâncias ordinárias, a manutenção do bem noinventário de partilha implicaria o enriquecimento ilícitoda parte, que já recebera o valor correspondente aoimóvel ao aliená-lo à companheira.Sobre a matéria assim se manifesta a doutrina:“Ainda no que concerne à partilha do patrimônio obtidona constância da relação concubinária for força daconfiguração da sociedade de fato, é fundamental ressaltara questão referente à eventual exclusão da partilha dosbens doados por uma parte à outra no curso da união.A orientação doutrinária e jurisprudencial dominante éno sentido dessa exclusão, sob o fundamento de que adoação faria por excluir aquele bem do patrimôniocomum, ante a intenção do doador de promover aliberalidade.(…)Por sua vez, a colação do objeto doado ao monte partível,sem dúvida, representaria, indireta ineficácia da doação,operada de forma anômala.Parece-nos convincente o critério que tem sido adotadopelos tribunais no sentido de excluir o bem objeto daliberalidade do montante da partilha, preservando-se opropósito inicial do doador, que no momento em queefetuou a doação, estaria em tese imbuído do intuitogenuíno de realizar a liberalidade, desprezandoconscientemente a hipótese de futuramente partilhá-lo.As mesmas considerações são aplicáveis para as hipótesesde eventual venda de bens de uma parte para a outra nocurso da relação concubinária; nessas hipóteses tem

entendido a jurisprudência que 'a causa do negóciojurídico celebrado entre as partes exclui a possibilidadede locupletamento sem causa'". (PESSOA, Cláudia GriecoTabosa. Efeitos Patrimoniais do Concubinato. Saraiva: SãoPaulo, 1997, p. 164-165)Dessa forma, no caso concreto, o imóvel objeto docontrato de compra e venda entre os companheiros restaexcluído da partilha.Ao concluir o negócio jurídico, anterior à dissolução daunião estável, o qual impunha obrigações sinalagmáticaspara ambas as partes, o réu obteve vantagem econômica,o preço total do imóvel, não sendo razoável que agora,por meio de partilha, receba 50% do valor do imóvelque, no exercício de sua autonomia privada, já venderaa companheira. A alienação, por si só, é ato contrário,incompatível com a postulação de partilha.O contrato de compra e venda, em verdade, resulta emreserva do bem em favor da companheira, tornando-oincomunicável e, portanto, não sujeito à partilha.3. Cumpre ressaltar, ainda, que não há no Código Civilde 1916, qualquer dispositivo que proíba a alienação debem imóvel adquirido da constância da união estável,seja para terceiro, seja para companheiro. Assim,eventual discussão sobre a validade do negócio jurídicoconcluído pelos companheiros somente poderá serrealizada mediante ação própria.Ademais, ainda que assim não fosse, a análise da alegadaexistência de vício, seja pelo não pagamento das parcelascontratadas, seja pela existência de simulação, implicariao revolvimento do conjunto fático probatório, o que édefeso em sede de recurso especial face a incidência daSúmula 7 desse Superior Tribunal de Justiça.4. No tocante ao alegado dissídio jurisprudencial, observa-se que o acórdão paradigma funda-se em premissas fáticasdiversas do caso ora em análise. O acórdão recorridotrata da possibilidade de partilha de imóvel que foraobjeto de contrato de compra e venda entre oscompanheiros durante o período da união estável, aopasso que o paradigma cuida do direito sucessório dacompanheira, em face dos demais herdeiros, em relaçãoaos bens adquiridos na constância da união estável.Portanto, verifica-se que o recorrente não realizou onecessário cotejo analítico das decisões, com indicaçãodas circunstâncias que identifiquem as semelhanças entreo aresto recorrido e o paradigma, nos termos do parágrafoúnico, do art. 541, do Código de Processo Civil e dosparágrafos do art. 255 do Regimento Interno do STJ.Nesse sentido os seguintes precedentes dessa Corte: EDclnos EDcl no AgRg no Ag 922.650/ES, Rel. Ministro SIDNEIBENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 18/11/2008, Dje01/12/2008; REsp 972.849/RN, Rel. Ministro JOÃOOTÁVIO DE NORONHA, QUARTA TURMA, julgado em 28/10/2008, DJe 10/11/2008.5. Ante o exposto, não conheço do recurso especial.

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