20
EDITORIAL É o maior estuário de Portugal e da Europa Ocidental. Inclui na sua área valores fundamentais para a conservação da natureza e da biodiversidade. É um elemento polarizador da Área Metropolitana de Lisboa, tendo um extraordinário potencial turístico e um imenso valor cénico e paisagístico. É o magnífico Estuário do Tejo, que merece todo o nosso destaque nesta edição do INFOTEJO. E para nos falar dele, contamos com a participação de três ilustres convidados: Natércia Cabral faz um enquadramento da evolução da navegação de recreio e desporto em Portugal e, em particular, no Estuário do Tejo. Reconhece-lhe um elevado potencial de atractividade, quer para o turismo costeiro, quer para as actividades económicas complementares. António Fonseca Ferreira apresenta o Projecto de Requalificação do Arco Ribeirinho Sul e, na secção entrevista, o Vereador José Sá Fernandes fala-nos da forte ligação entre Lisboa e o Tejo, nomeadamente sobre o que foi feito e o que falta fazer, no sentido de melhorar a relação da cidade com o seu rio. No âmbito do Plano de Ordenamento do Estuário, que se encontra em elaboração, damos nota acerca da realização do 1.º workshop participativo. Destacamos também, entre outras notícias, a 5.ª reunião do Conselho de Região Hidrográfica; o "EU SISMICAEX’10”, um exercício conjunto com as autoridades de Espanha, e a conferência de Magistrados portugueses e espanhóis, sobre o Direito Ambiental da União Europeia, na qual a ARH esteve presente. Falamos ainda de desporto: é o caso do Quiksilver Pro Portugal, que trouxe até à Ericeira os melhores surfistas do mundo, e da Volvo Ocean Race, a Volta ao Mundo à Vela que terá, em 2012, duas regatas no Tejo. Montijo é o município convidado nesta edição do INFOTEJO. A requalificação da Frente Ribeirinha, a recuperação do moinho de maré do Cais das Faluas e a implementação da rede de estações de tratamento de águas residuais são os projectos que merecem o destaque de Maria Amélia Antunes, Presidente da Câmara Municipal do Montijo. O Tejo espera por si. Manuel Lacerda Presidente da ARH do Tejo SISTEMA DE MONITORIZAÇÃO NO LITORAL NA ÁREA DE ACTUAÇÃO DA ARH DO TEJO OPINIÃO Natércia Cabral Navegação de recreio e desporto >>> Pág. 02-05 António Fonseca Ferreira Arco Ribeirinho Sul >>> Pág. 06-07 ENTREVISTA José Sá Fernandes O Tejo e a cidade >>> Pág. 08-09 Quicksilver Pro Portugal >>> Pág. 16 Volvo Ocean Race 2011-2012 >>> Pág. 17 MUNICÍPIO Montijo Requalificação de Frente Ribeirinha >>> Pág. 18-19 Nº 09 | NOVEMBRO 2010 Azenhas do Mar Em 2010 a ARH do Tejo iniciou um ambicioso projecto para a “Criação e Implementação de um Sistema de Monitorização no Litoral na Área de Actuação da Administração da Região Hidrográfica do Tejo, I.P.”. O projecto, com uma duração de três anos, vai fornecer respostas objectivas e fundamentais para a gestão da orla costeira, dotando a ARH do Tejo de um conjunto de ferramentas para exercer as suas competências, de acordo com o estabelecido na Lei da Água (Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro). A recente Estratégia Nacional para a Gestão Integrada da Zona Costeira (Resolução do Conselho de Ministros n.º 82/2009, de 8 de Setembro) identifica o conhecimento científico e técnico como um valioso mecanismo para a interpretação integrada da evolução da zona costeira e como dimensão de suporte à decisão. Nesse sentido, o presente projecto criará a plataforma de conhecimento indispensável à gestão da zona costeira da ARH do Tejo, apoiando igualmente os processos de implementação e revisão dos Planos de Ordenamento da Orla Costeira (POOC). O projecto será desenvolvido por um consórcio que integra técnicos especialistas da Hidroprojecto, Engenharia e Gestão, S.A. e investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, consolidando parcerias e interacção entre organismos tutelares do território e instituições privadas e de investigação. >>> PAG. 10 www.arhtejo.pt

infotejo #9

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Boletim Informativo | ARH do Tejo, I.P.

Citation preview

Page 1: infotejo #9

EDITORIALÉ o maior estuário de Portugal e da EuropaOcidental. Inclui na sua área valores fundamentaispara a conservação da natureza e dabiodiversidade. É um elemento polarizador daÁrea Metropolitana de Lisboa, tendo umextraordinário potencial turístico e um imensovalor cénico e paisagístico. É o magnífico Estuáriodo Tejo, que merece todo o nosso destaquenesta edição do INFOTEJO.

E para nos falar dele, contamos com a participaçãode três ilustres convidados: Natércia Cabral fazum enquadramento da evolução da navegaçãode recreio e desporto em Portugal e, em particular,no Estuário do Tejo. Reconhece-lhe um elevadopotencial de atractividade, quer para o turismocosteiro, quer para as actividades económicascomplementares. António Fonseca Ferreiraapresenta o Projecto de Requalificação do ArcoRibeirinho Sul e, na secção entrevista, o VereadorJosé Sá Fernandes fala-nos da forte ligação entreLisboa e o Tejo, nomeadamente sobre o que foifeito e o que falta fazer, no sentido de melhorar arelação da cidade com o seu rio.

No âmbito do Plano de Ordenamento do Estuário,que se encontra em elaboração, damos notaacerca da realização do 1.º workshop participativo.Destacamos também, entre outras notícias, a 5.ªreunião do Conselho de Região Hidrográfica; o"EU SISMICAEX’10”, um exercício conjunto comas autoridades de Espanha, e a conferência deMagistrados portugueses e espanhóis, sobre oDireito Ambiental da União Europeia, na qual aARH esteve presente. Falamos ainda de desporto:é o caso do Quiksilver Pro Portugal, que trouxeaté à Ericeira os melhores surfistas do mundo, eda Volvo Ocean Race, a Volta ao Mundo à Velaque terá, em 2012, duas regatas no Tejo.

Montijo é o município convidado nesta edição doINFOTEJO. A requalificação da Frente Ribeirinha,a recuperação do moinho de maré do Cais dasFaluas e a implementação da rede de estaçõesde tratamento de águas residuais são os projectosque merecem o destaque de Maria Amélia Antunes,Presidente da Câmara Municipal do Montijo.

O Tejo espera por si.

Manuel LacerdaPresidente da ARH do Tejo

SISTEMA DE MONITORIZAÇÃONO LITORAL NA ÁREA DE ACTUAÇÃODA ARH DO TEJO

OPINIÃONatércia CabralNavegação de recreio e desporto>>> Pág. 02-05

António FonsecaFerreiraArco Ribeirinho Sul>>> Pág. 06-07

ENTREVISTAJosé Sá FernandesO Tejo e a cidade>>> Pág. 08-09

Quicksilver Pro Portugal>>> Pág. 16

Volvo Ocean Race2011-2012>>> Pág. 17

MUNICÍPIOMontijoRequalificação de FrenteRibeirinha >>> Pág. 18-19

Nº 09 | NOVEMBRO 2010

Azenhas do Mar

Em 2010 a ARH do Tejo iniciou um ambiciosoprojecto para a “Criação e Implementação deum Sistema de Monitorização no Litoral na Áreade Actuação da Administração da RegiãoHidrográfica do Tejo, I.P.”.O projecto, com uma duração de três anos, vaifornecer respostas objectivas e fundamentaispara a gestão da orla costeira, dotando a ARHdo Tejo de um conjunto de ferramentas paraexercer as suas competências, de acordo como estabelecido na Lei da Água (Lei n.º 58/2005,de 29 de Dezembro). A recente Estratégia Nacionalpara a Gestão Integrada da Zona Costeira(Resolução do Conselho de Ministros n.º 82/2009,de 8 de Setembro) identifica o conhecimentocientífico e técnico como um valioso mecanismo

para a interpretação integrada da evolução dazona costeira e como dimensão de suporte àdecisão. Nesse sentido, o presente projecto criaráa plataforma de conhecimento indispensável àgestão da zona costeira da ARH do Tejo, apoiandoigualmente os processos de implementação erevisão dos Planos de Ordenamento da OrlaCosteira (POOC). O projecto será desenvolvidopor um consórcio que integra técnicos especialistasda Hidroprojecto, Engenharia e Gestão, S.A. einvestigadores da Faculdade de Ciências daUniversidade de Lisboa e do Laboratório Nacionalde Engenharia Civil, consolidando parcerias einteracção entre organismos tutelares do territórioe instituições privadas e de investigação.

>>> PAG. 10

www.arhtejo.pt

Page 2: infotejo #9

03

OPINIÃO

02

OPINIÃO

Natércia Magalhães Cabral*

NAVEGAÇÃO DE RECREIOE DESPORTO**

EVOLUÇÃO RECENTE NA NAVEGAÇÃO DE RECREIO EDESPORTO E NA ACTIVIDADE ECONÓMICA ASSOCIADAE PERSPECTIVAS DE EVOLUÇÃO A MÉDIO PRAZOA navegação de recreio e desporto teve nasúltimas décadas um crescimento significativo,com taxas que se situaram entre os 8 e os10 %. Essa tendência reflectiu-se directamenteno crescimento do número de embarcaçõese das respectivas infra-estruturas deacolhimento.

Estimava-se em 2006 que a frota existente anível mundial fosse de cerca de 25 milhõesde embarcações e que o Atlântico fosseanualmente atravessado por 10 a 15 mil.

A procura excedeu nos últimos anos a ofertade condições de suporte à actividade,encontrando-se em, alguns países, quaseesgotada a capacidade de construção denovas infra-estruturas.

A navegação de recreio e desporto podeconstituir-se como um importante vector dedesenvolvimento económico, pelo potencial

que tem de gerar sinergias com a área doturismo costeiro e de induzir a fixação deactividades complementares, que englobamáreas de negócio como: gestão portuária;construção, reparação venda e aluguer deembarcações e equipamento; criação epromoção de eventos náuticos, produtosturísticos, etc.

Em paralelo com o desenvolvimento danavegação de recreio e desporto tambéma actividade económica que de formadirecta ou indirecta está associada tevecomportamento positivo, de crescimento ede diversificação.

Estudos recentes (EURMIG) previam quenos próximos anos se mantivesse ocomportamento de crescimento com taxasentre os 5 % e 6 %. Estes valores decrescimento, podendo ter sido moderadosa curto prazo pela crise económica e

financeira, serão certamente retomados faceà forma continuada e consistente em que sevinha verificando a expansão destasactividades.

O crescimento futuro criará oportunidadesinteressantes sobretudo para as regiões quetiverem capacidade de dar resposta a umaprocura que exige qualidade, o que irá implicarcada vez mais ter:

• Infra-estruturas com uma alargada gamade serviços à embarcação e também aonauta, com uma integração territorialsustentável;

• Diversidade na oferta global, que emrelação à procura externa deve orientar-separa produtos turísticos compósitos, dandoassim resposta simultânea a um amploleque de motivações e possibilitando váriasactividades.

O estuário detém condições que lhe conferem elevado potencialatractivo, quer para a navegação de recreio e desporto, quer parao turismo costeiro, quer ainda para as actividades económicas delescomplementares ou sinergéticas, podendo ser um dos pivots daoportunidade de desenvolvimento, que tudo indica se irá reactivara curto prazo com a retoma económica.

SITUAÇÃO EM PORTUGAL E NO ESTUÁRIO DO TEJOEm Portugal o comportamento tem sidotambém de crescimento. Existem hoje 35marinas e portos de recreio (27 das quaisno continente), a que corresponde uma ofertade cerca de 10 130 lugares de amarração.O número de nautas é também relevante, jáque em 2006 existiam cerca de 160 000“cartas de navegador de recreio”, com umnúmero também significativo de “praticantesfederados”.

Nos rácios “população/n.º de embarcações”e “n.º de embarcações/n.º de lugares deamarração” Portugal ocupa respectivamentea 11.ª e 5.ª posições na UE 27. Valores menosanimadores quando são analisados em termosabsolutos. Para o primeiro indicador no casoda Noruega e da Finlândia, países mais bemposicionados, estamos a falar de rácios demais de 160 e 130 embarcações por milhabitantes, e no caso português de apenas5 embarcações por mil habitantes. Estacomparação não é contudo linear uma vezque, por razões climáticas, Portugal ofereceuma maior diversidade de ocupações de lazerligadas ao mar.

Apesar do comportamento positivo nos últimosanos o país apresenta ainda uma situaçãoem que muito pode ser feito neste domínio,sobretudo porque o desenvolvimento existenteestá ainda bastante àquem daquelas que seconsidera serem as potencialidades.

São sobretudo duas as regiões que concentrama navegação de recreio e desporto e asactividades associadas – Algarve e Lisboa. Esão estas regiões que detêm mais capacidadepara acolher o desenvolvimento da náutica derecreio, dentro dos parâmetros caracterizadoresdas novas tendências da procura externa.

No Estuário do Tejo, dentro da área dejurisdição portuária, há cerca de 50 instalações,a que correspondem cerca de 1 600 lugaresde estacionamento de embarcações. A estenúmero acrescem amarrações em áreas defundeadouro com poitas, perto de 400. Forada área de jurisdição há sobretudo a referir asMarinas de Cascais e da EXPO.

Os serviços prestados nas infra-estruturasprincipais cobrem em geral a gama básica dosserviços requeridos. No entanto, é necessárioatingir um novo patamar de oferta, sobretudose quisermos aumentar a procura externa.

Há já também uma interessante dinâmicainstalada no domínio da navegação de recreioe desporto – 48 clubes e associações e,pelo menos, 5 modalidades de desportonáutico, tendo em 2009 sido realizadas 84regatas regionais e nacionais e 3 eventosinternacionais. Maio e Junho são em geralos meses de maior concentração de eventos.

O estuário detém condições que lhe conferemelevado potencial atractivo, quer para anavegação de recreio e desporto, quer parao turismo costeiro, quer ainda para asactividades económicas deles complementaresou sinergéticas, podendo ser um dos pivotsda oportunidade de desenvolvimento, quetudo indica se irá reactivar a curto prazo com aretoma económica. Essas condições existentespassam:

• Pela grande dimensão da área molhada;

• Pela diversidade de condições denavegação, que, em algumas zonas, éexigente no conhecimento e na prática náutica,o que o torna interessante e desafiante;

• Pela multiplicidade de motivações e dedestinos que possibilita;

• Pela qualidade ambiental e paisagística;

• Pelo clima ameno, permitindo utilizaçãotodo o ano;

• Pelas condições naturais da barra e pelascondições instaladas que proporcionamum acesso fácil e segurança (VTS,assinalamento marítimo);

• Pela existência de um conjunto muitoalargado de outras condições territoriais naenvolvente que potenciam essa aptidão eque têm a ver com o facto de a região:- ser já um destino turístico internacional;- ter tradição e prática de navegação;

- ter condições para um crescimentoequilibrado (externo e interno) e sustentadouma vez que detém: a maior densidadepopulacional; a população com acapacidade económica mais elevada ecom um elevado número de população jánão activa mas relativamente jovem;

- ter servido, desde o início do estabelecimentohumano, nas suas margens de suporte àfixação de muitas actividades produtivasligadas ao rio, mantendo ainda hoje nasua base económica algumas dessasactividades.

Distribuição dos lugares de amarração, por regiões, 2009

Fonte: APPR: www.madeiratourism.org

AÇORES

MADEIRA PORTO E NORTECENTRO

LISBOA

ALENTEJOALGARVE

9%12% 9% 4%

25%

4%37%

Náutica de Recreio

* * Texto completo em www.portodelisboa.pt

Page 3: infotejo #9

03

OPINIÃO

02

OPINIÃO

Natércia Magalhães Cabral*

NAVEGAÇÃO DE RECREIOE DESPORTO**

EVOLUÇÃO RECENTE NA NAVEGAÇÃO DE RECREIO EDESPORTO E NA ACTIVIDADE ECONÓMICA ASSOCIADAE PERSPECTIVAS DE EVOLUÇÃO A MÉDIO PRAZOA navegação de recreio e desporto teve nasúltimas décadas um crescimento significativo,com taxas que se situaram entre os 8 e os10 %. Essa tendência reflectiu-se directamenteno crescimento do número de embarcaçõese das respectivas infra-estruturas deacolhimento.

Estimava-se em 2006 que a frota existente anível mundial fosse de cerca de 25 milhõesde embarcações e que o Atlântico fosseanualmente atravessado por 10 a 15 mil.

A procura excedeu nos últimos anos a ofertade condições de suporte à actividade,encontrando-se em, alguns países, quaseesgotada a capacidade de construção denovas infra-estruturas.

A navegação de recreio e desporto podeconstituir-se como um importante vector dedesenvolvimento económico, pelo potencial

que tem de gerar sinergias com a área doturismo costeiro e de induzir a fixação deactividades complementares, que englobamáreas de negócio como: gestão portuária;construção, reparação venda e aluguer deembarcações e equipamento; criação epromoção de eventos náuticos, produtosturísticos, etc.

Em paralelo com o desenvolvimento danavegação de recreio e desporto tambéma actividade económica que de formadirecta ou indirecta está associada tevecomportamento positivo, de crescimento ede diversificação.

Estudos recentes (EURMIG) previam quenos próximos anos se mantivesse ocomportamento de crescimento com taxasentre os 5 % e 6 %. Estes valores decrescimento, podendo ter sido moderadosa curto prazo pela crise económica e

financeira, serão certamente retomados faceà forma continuada e consistente em que sevinha verificando a expansão destasactividades.

O crescimento futuro criará oportunidadesinteressantes sobretudo para as regiões quetiverem capacidade de dar resposta a umaprocura que exige qualidade, o que irá implicarcada vez mais ter:

• Infra-estruturas com uma alargada gamade serviços à embarcação e também aonauta, com uma integração territorialsustentável;

• Diversidade na oferta global, que emrelação à procura externa deve orientar-separa produtos turísticos compósitos, dandoassim resposta simultânea a um amploleque de motivações e possibilitando váriasactividades.

O estuário detém condições que lhe conferem elevado potencialatractivo, quer para a navegação de recreio e desporto, quer parao turismo costeiro, quer ainda para as actividades económicas delescomplementares ou sinergéticas, podendo ser um dos pivots daoportunidade de desenvolvimento, que tudo indica se irá reactivara curto prazo com a retoma económica.

SITUAÇÃO EM PORTUGAL E NO ESTUÁRIO DO TEJOEm Portugal o comportamento tem sidotambém de crescimento. Existem hoje 35marinas e portos de recreio (27 das quaisno continente), a que corresponde uma ofertade cerca de 10 130 lugares de amarração.O número de nautas é também relevante, jáque em 2006 existiam cerca de 160 000“cartas de navegador de recreio”, com umnúmero também significativo de “praticantesfederados”.

Nos rácios “população/n.º de embarcações”e “n.º de embarcações/n.º de lugares deamarração” Portugal ocupa respectivamentea 11.ª e 5.ª posições na UE 27. Valores menosanimadores quando são analisados em termosabsolutos. Para o primeiro indicador no casoda Noruega e da Finlândia, países mais bemposicionados, estamos a falar de rácios demais de 160 e 130 embarcações por milhabitantes, e no caso português de apenas5 embarcações por mil habitantes. Estacomparação não é contudo linear uma vezque, por razões climáticas, Portugal ofereceuma maior diversidade de ocupações de lazerligadas ao mar.

Apesar do comportamento positivo nos últimosanos o país apresenta ainda uma situaçãoem que muito pode ser feito neste domínio,sobretudo porque o desenvolvimento existenteestá ainda bastante àquem daquelas que seconsidera serem as potencialidades.

São sobretudo duas as regiões que concentrama navegação de recreio e desporto e asactividades associadas – Algarve e Lisboa. Esão estas regiões que detêm mais capacidadepara acolher o desenvolvimento da náutica derecreio, dentro dos parâmetros caracterizadoresdas novas tendências da procura externa.

No Estuário do Tejo, dentro da área dejurisdição portuária, há cerca de 50 instalações,a que correspondem cerca de 1 600 lugaresde estacionamento de embarcações. A estenúmero acrescem amarrações em áreas defundeadouro com poitas, perto de 400. Forada área de jurisdição há sobretudo a referir asMarinas de Cascais e da EXPO.

Os serviços prestados nas infra-estruturasprincipais cobrem em geral a gama básica dosserviços requeridos. No entanto, é necessárioatingir um novo patamar de oferta, sobretudose quisermos aumentar a procura externa.

Há já também uma interessante dinâmicainstalada no domínio da navegação de recreioe desporto – 48 clubes e associações e,pelo menos, 5 modalidades de desportonáutico, tendo em 2009 sido realizadas 84regatas regionais e nacionais e 3 eventosinternacionais. Maio e Junho são em geralos meses de maior concentração de eventos.

O estuário detém condições que lhe conferemelevado potencial atractivo, quer para anavegação de recreio e desporto, quer parao turismo costeiro, quer ainda para asactividades económicas deles complementaresou sinergéticas, podendo ser um dos pivotsda oportunidade de desenvolvimento, quetudo indica se irá reactivar a curto prazo com aretoma económica. Essas condições existentespassam:

• Pela grande dimensão da área molhada;

• Pela diversidade de condições denavegação, que, em algumas zonas, éexigente no conhecimento e na prática náutica,o que o torna interessante e desafiante;

• Pela multiplicidade de motivações e dedestinos que possibilita;

• Pela qualidade ambiental e paisagística;

• Pelo clima ameno, permitindo utilizaçãotodo o ano;

• Pelas condições naturais da barra e pelascondições instaladas que proporcionamum acesso fácil e segurança (VTS,assinalamento marítimo);

• Pela existência de um conjunto muitoalargado de outras condições territoriais naenvolvente que potenciam essa aptidão eque têm a ver com o facto de a região:- ser já um destino turístico internacional;- ter tradição e prática de navegação;

- ter condições para um crescimentoequilibrado (externo e interno) e sustentadouma vez que detém: a maior densidadepopulacional; a população com acapacidade económica mais elevada ecom um elevado número de população jánão activa mas relativamente jovem;

- ter servido, desde o início do estabelecimentohumano, nas suas margens de suporte àfixação de muitas actividades produtivasligadas ao rio, mantendo ainda hoje nasua base económica algumas dessasactividades.

Distribuição dos lugares de amarração, por regiões, 2009

Fonte: APPR: www.madeiratourism.org

AÇORES

MADEIRA PORTO E NORTECENTRO

LISBOA

ALENTEJOALGARVE

9%12% 9% 4%

25%

4%37%

Náutica de Recreio

* * Texto completo em www.portodelisboa.pt

Page 4: infotejo #9

05

OPINIÃO

04

OPINIÃO

Que Estratégia Adoptar?

Em nosso entender visam-se em termos globais5 objectivos indissociáveis e que estarão nabase de um desenvolvimento sustentado:

• Aumento da procura interna;

• Aumento da procura externa;

• Ter na procura interna, sobretudo nosjovens, um segmento de populaçãocom formação e conhecimentosespecializados, que lhes proporcionemno futuro oportunidades para o desempenhode novas funções e emprego;

• Fixação de actividades complementaresou sinergéticas, para constituição de umcluster de actividades de natureza náutica;

• Crescimento em termos compatíveis coma valorização ambiental e o desenvolvimentosustentável do território, nomeadamente,em equilíbrio com outras utilizações do rioe a instalação das correspondentesactividades económicas.

Para se alcançar aqueles objectivos torna-senecessário partir de uma visão integradasobre os condicionamentos e potencialidadesda navegação de recreio e desporto no estuárioe intervir em vários domínios e níveis deactuação, sendo os mais significativos:

• Melhoria do existente e construção denovas infra-estruturas;

• Melhoria e diversificação dos serviçosprestados;

• Desenvolvimento de produtos turísticosque englobem a navegação de recreio eo turismo náutico;

• Promoção e divulgação desses produtosturísticos e de eventos naúticosnomeadamente internacionais;

• Aposta forte e continuada na formaçãocom atribuição de incentivos neste domínio;

• Revisão do enquadramento legal nosentido da simplificação e facilitação doacesso dos jovens;

• E, na base do sucesso de qualquerestratégia que possa ser equacionada,a melhoria de segurança da navegaçãoe a manutenção da qualidade doterritório.

O porto de Lisboa concluiu em 2010 o PlanoIntegrado da Rede de Infra-estruturas deApoio à Náutica de Recreio no Estuáriodo Tejo (PIRANET).

O PIRANET foi elaborado em articulação comas autarquias e em paralelo com a avaliaçãodas áreas de interesse portuário actuale futuro, na perspectiva introduzida peloDecreto-Lei n.º 100/2008 de 16 de Junho.

Tem como objecto o Estuário do Tejo ecomo objectivo a rede de infra-estruturas,de instalações e serviços de apoio ànavegação de recreio e desporto. Como lhecompetia, foi elaborado com enfoque nasatribuições e competências da AdministraçãoPortuária, embora fazendo uma abordagemampla desta temática.

Este plano, embora ultrapassando largamentea perspectiva sectorial que naturalmenteresultaria de um enfoque mais portuário,sobretudo na sua fase de propostas, nãocobre, obviamente, todos os campos deactuação necessários para concretizar oobjectivo mais amplo de desenvolvimentosustentável de um cluster de actividadesrelacionado com a navegação de recreio edesporto. É no entanto um instrumentobase que pode ter um papel orientadorimportante, uma vez aprovado pelosmunicípios e outras entidades relevantes, eque deve ser parte integrante das soluçõesde ordenamento e propostas regulamentaresde instrumentos como os PDM e o POET.

Em termos muito sintéticos poderá dizer-seque o PIRANET:

• Estabelece como Objectivo Geral –Reforçar e densificar uma rede diversificadade infra-estruturas, equipamentos efacilidades de apoio à náutica de recreioe desporto no Estuário do Tejo que, semprejuízo de outras actividades, potencie afruição do plano de água e a revitalizaçãodas margens, respeitando os valoresnaturais em presença;

• Identifica dois Sistemas Principais queproporcionam condições bastantediferenciadas, o sistema Tejo/Atlânticoapoiado no troço final do rio e o sistemaRio organizado na zona interior do Estuário,fazendo-se a transição no Mar da Palha;

• Delimita oito Unidades Territoriais quecorrespondem a sub-sistemas onde seestabelecem fortes interdependências ecomplementaridades entre a envolventeurbana ocupação e dinâmica económicae social, as infra-estruturas de apoio ànáutica, o meio natural geral, as condiçõesda área molhada, nomeadamente da redede canais e esteiros;

• Identifica seis Áreas de ConcertaçãoEstratégica, onde existem boas condiçõespara o desenvolvimento de infra-estruturasde apoio à navegação de recreio edesporto de gama alta (ampliação ouconstrução);

• Caracteriza detalhadamente as condiçõesde navegabilidade, classifica em quatroníveis os Canais e as Calas de Navegação,clarificando as responsabilidades daAutoridade Portuária quanto às dragagensde manutenção e relativamente aoassinalamento dos mesmos;

• Estabelece e caracteriza uma GrelhaTipológica de Infra-estruturas, eFacilidades para apoio à navegação derecreio e desporto, com 12 categorias,aplicável à intervenção que se preconizapara o Estuário;

• Caracteriza a Rede Existente de Infra--estruturas, Instalações, Equipamentose outras Facilidades;

• Faz ainda o levantamento e caracterização

da Actividade Económica associada,embora sumária face à limitação de dadosestatísticos;

• Identifica e caracteriza os Agentes;

• Faz o levantamento da Dinâmica Instalada;

• Identifica e caracteriza locais em funçãoda respectiva Aptidão, (ou Inaptidão);

• Faz uma Proposta de Rede Geral e da

natureza da intervenção e de MedidasComplementares;

• Faz uma proposta mais detalhada, porconcelho, de rede e do tipo de intervenção(11 concelhos);

• Analisa estratégias de desenvolvimentorecentemente delineadas por paíseseuropeus e faz algumas propostas sobreo Enquadramento da Náutica noDesenvolvimento Turístico da Região.

OBSERVAÇÕES FINAIS **

DESENVOLVIMENTO DA NAVEGAÇÃO DE RECREIOE DESPORTO NO ESTUÁRIO DO TEJO

Vela no Tejo

** Texto completo em www.portodelisboa.pt

Há consenso quanto à valia de umdesenvolvimento deste tipo, quer a nível daestratégia turística nacional (Turismo de Portugal,10 Produtos Estratégicos para oDesenvolvimento do Turismo em Portugal –Turismo Náutico, 2006), quer das opçõesconstantes dos outros instrumentosestratégicos ou territoriais de ordenamentoe desenvolvimento.

O PIRANET elaborado pela Administração doPorto de Lisboa em articulação com asautarquias, para a sua área de intervenção,sobretudo em relação às infra-estruturas,contém já elementos de proposta que

merecem um debate alargado e não apenasconcelho a concelho.

Ao nível do ordenamento, a elaboração doPOET, como já o referi em outras ocasiões,parece constituir a oportunidade parafazer pelo menos o debate da inserção noterritório destas actividades, bem comopara regulamentar, com uma perspectivaabrangente, um conjunto alargado dematérias para as quais, pela sua incidênciana área molhada e perspectiva não apenasde protecção, estão menos vocacionadosoutros instrumentos de ordenamento e planosespeciais.

Ao nível da promoção será certamente no âmbitodas iniciativas de desenvolvimento turístico paraa internacionalização da região que fará sentidoabordar a dimensão externa desta actividade.

Embora estejam em curso iniciativas e projectosdeterminantes para os objectivos que se visam,haverá que ter presente que o projectoverdadeiramente estruturante é o Estuáriodo Tejo, como um todo, enquanto local para aprática diversificada da navegação de recreioe desporto, desde a mais incipiente aos grandeseventos náuticos internacionais, com umaenvolvente igualmente mobilizadora para afixação de actividades e como destino turístico.

Natércia Marília Magalhães Rêgo Cabral é Presidente do Conselho de Administração do Porto de Lisboa.Formação Académica: 1970 - Engenharia Civil; 1978 - Pós-graduação em Estudos Urbanos e Regionais;1987 - Mestrado em Planeamento Regional e Urbano.Especialização: Planeamento Regional e Urbano; Ordenamento e Gestão das Zonas Costeiras;Planeamento e Gestão Portuária.Actividade Profissional: 1969-1976 - Serviço de Portos, Caminhos de Ferro e Transportes de Angola(Direcção de Estudos e Obras Portuárias); 1976-1977 - Fundo de Fomento de Habitação; 1977-1988- Gabinete da Área de Sines (Direcção de Estudos e Obras Portuárias); 1988 - Gabinete Estudos ePlaneamento da Administração do Território (Planeamento Costeiro); 1988-1993 - Direcção Geral dePortos (Directora de Serviços de Estudos e Planeamento; concebeu e lançou os primeiros Planos deOrdenamento da Orla Costeira); 1993-1996 - Expo’ 98 (Directora de Projecto, responsável pelosestudos e projectos da Frente Ribeirinha); a partir de 5 de Julho de 1994 - Conselheira do ConselhoSuperior de Obras Públicas e Transportes; 1996-2002 - Administração do Porto de Lisboa (Presidentedo Conselho de Administração); 2003-2007 - Conselho Superior de Obras Públicas e Transportes(Presidente); desde Janeiro de 2007 - Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (Presidente doConselho Directivo); desde 24 de Junho de 2009 - Administração do Porto de Lisboa (Presidente doConselho de Administração).Associações Profissionais: Membro da Associação dos Urbanistas Portugueses; Membro da Academiade Engenharia.Outros Acontecimentos Curriculares: 1987 - Louvor do Presidente do Gabinete da Área de Sines;2002 - Medalha de Mérito Municipal, Grau Ouro, Câmara Municipal de Oeiras; 2006 - Ordem do Mérito,Grande-Oficial, C. das Ordens Honoríficas Portuguesas.

*

Page 5: infotejo #9

05

OPINIÃO

04

OPINIÃO

Que Estratégia Adoptar?

Em nosso entender visam-se em termos globais5 objectivos indissociáveis e que estarão nabase de um desenvolvimento sustentado:

• Aumento da procura interna;

• Aumento da procura externa;

• Ter na procura interna, sobretudo nosjovens, um segmento de populaçãocom formação e conhecimentosespecializados, que lhes proporcionemno futuro oportunidades para o desempenhode novas funções e emprego;

• Fixação de actividades complementaresou sinergéticas, para constituição de umcluster de actividades de natureza náutica;

• Crescimento em termos compatíveis coma valorização ambiental e o desenvolvimentosustentável do território, nomeadamente,em equilíbrio com outras utilizações do rioe a instalação das correspondentesactividades económicas.

Para se alcançar aqueles objectivos torna-senecessário partir de uma visão integradasobre os condicionamentos e potencialidadesda navegação de recreio e desporto no estuárioe intervir em vários domínios e níveis deactuação, sendo os mais significativos:

• Melhoria do existente e construção denovas infra-estruturas;

• Melhoria e diversificação dos serviçosprestados;

• Desenvolvimento de produtos turísticosque englobem a navegação de recreio eo turismo náutico;

• Promoção e divulgação desses produtosturísticos e de eventos naúticosnomeadamente internacionais;

• Aposta forte e continuada na formaçãocom atribuição de incentivos neste domínio;

• Revisão do enquadramento legal nosentido da simplificação e facilitação doacesso dos jovens;

• E, na base do sucesso de qualquerestratégia que possa ser equacionada,a melhoria de segurança da navegaçãoe a manutenção da qualidade doterritório.

O porto de Lisboa concluiu em 2010 o PlanoIntegrado da Rede de Infra-estruturas deApoio à Náutica de Recreio no Estuáriodo Tejo (PIRANET).

O PIRANET foi elaborado em articulação comas autarquias e em paralelo com a avaliaçãodas áreas de interesse portuário actuale futuro, na perspectiva introduzida peloDecreto-Lei n.º 100/2008 de 16 de Junho.

Tem como objecto o Estuário do Tejo ecomo objectivo a rede de infra-estruturas,de instalações e serviços de apoio ànavegação de recreio e desporto. Como lhecompetia, foi elaborado com enfoque nasatribuições e competências da AdministraçãoPortuária, embora fazendo uma abordagemampla desta temática.

Este plano, embora ultrapassando largamentea perspectiva sectorial que naturalmenteresultaria de um enfoque mais portuário,sobretudo na sua fase de propostas, nãocobre, obviamente, todos os campos deactuação necessários para concretizar oobjectivo mais amplo de desenvolvimentosustentável de um cluster de actividadesrelacionado com a navegação de recreio edesporto. É no entanto um instrumentobase que pode ter um papel orientadorimportante, uma vez aprovado pelosmunicípios e outras entidades relevantes, eque deve ser parte integrante das soluçõesde ordenamento e propostas regulamentaresde instrumentos como os PDM e o POET.

Em termos muito sintéticos poderá dizer-seque o PIRANET:

• Estabelece como Objectivo Geral –Reforçar e densificar uma rede diversificadade infra-estruturas, equipamentos efacilidades de apoio à náutica de recreioe desporto no Estuário do Tejo que, semprejuízo de outras actividades, potencie afruição do plano de água e a revitalizaçãodas margens, respeitando os valoresnaturais em presença;

• Identifica dois Sistemas Principais queproporcionam condições bastantediferenciadas, o sistema Tejo/Atlânticoapoiado no troço final do rio e o sistemaRio organizado na zona interior do Estuário,fazendo-se a transição no Mar da Palha;

• Delimita oito Unidades Territoriais quecorrespondem a sub-sistemas onde seestabelecem fortes interdependências ecomplementaridades entre a envolventeurbana ocupação e dinâmica económicae social, as infra-estruturas de apoio ànáutica, o meio natural geral, as condiçõesda área molhada, nomeadamente da redede canais e esteiros;

• Identifica seis Áreas de ConcertaçãoEstratégica, onde existem boas condiçõespara o desenvolvimento de infra-estruturasde apoio à navegação de recreio edesporto de gama alta (ampliação ouconstrução);

• Caracteriza detalhadamente as condiçõesde navegabilidade, classifica em quatroníveis os Canais e as Calas de Navegação,clarificando as responsabilidades daAutoridade Portuária quanto às dragagensde manutenção e relativamente aoassinalamento dos mesmos;

• Estabelece e caracteriza uma GrelhaTipológica de Infra-estruturas, eFacilidades para apoio à navegação derecreio e desporto, com 12 categorias,aplicável à intervenção que se preconizapara o Estuário;

• Caracteriza a Rede Existente de Infra--estruturas, Instalações, Equipamentose outras Facilidades;

• Faz ainda o levantamento e caracterização

da Actividade Económica associada,embora sumária face à limitação de dadosestatísticos;

• Identifica e caracteriza os Agentes;

• Faz o levantamento da Dinâmica Instalada;

• Identifica e caracteriza locais em funçãoda respectiva Aptidão, (ou Inaptidão);

• Faz uma Proposta de Rede Geral e da

natureza da intervenção e de MedidasComplementares;

• Faz uma proposta mais detalhada, porconcelho, de rede e do tipo de intervenção(11 concelhos);

• Analisa estratégias de desenvolvimentorecentemente delineadas por paíseseuropeus e faz algumas propostas sobreo Enquadramento da Náutica noDesenvolvimento Turístico da Região.

OBSERVAÇÕES FINAIS **

DESENVOLVIMENTO DA NAVEGAÇÃO DE RECREIOE DESPORTO NO ESTUÁRIO DO TEJO

Vela no Tejo

** Texto completo em www.portodelisboa.pt

Há consenso quanto à valia de umdesenvolvimento deste tipo, quer a nível daestratégia turística nacional (Turismo de Portugal,10 Produtos Estratégicos para oDesenvolvimento do Turismo em Portugal –Turismo Náutico, 2006), quer das opçõesconstantes dos outros instrumentosestratégicos ou territoriais de ordenamentoe desenvolvimento.

O PIRANET elaborado pela Administração doPorto de Lisboa em articulação com asautarquias, para a sua área de intervenção,sobretudo em relação às infra-estruturas,contém já elementos de proposta que

merecem um debate alargado e não apenasconcelho a concelho.

Ao nível do ordenamento, a elaboração doPOET, como já o referi em outras ocasiões,parece constituir a oportunidade parafazer pelo menos o debate da inserção noterritório destas actividades, bem comopara regulamentar, com uma perspectivaabrangente, um conjunto alargado dematérias para as quais, pela sua incidênciana área molhada e perspectiva não apenasde protecção, estão menos vocacionadosoutros instrumentos de ordenamento e planosespeciais.

Ao nível da promoção será certamente no âmbitodas iniciativas de desenvolvimento turístico paraa internacionalização da região que fará sentidoabordar a dimensão externa desta actividade.

Embora estejam em curso iniciativas e projectosdeterminantes para os objectivos que se visam,haverá que ter presente que o projectoverdadeiramente estruturante é o Estuáriodo Tejo, como um todo, enquanto local para aprática diversificada da navegação de recreioe desporto, desde a mais incipiente aos grandeseventos náuticos internacionais, com umaenvolvente igualmente mobilizadora para afixação de actividades e como destino turístico.

Natércia Marília Magalhães Rêgo Cabral é Presidente do Conselho de Administração do Porto de Lisboa.Formação Académica: 1970 - Engenharia Civil; 1978 - Pós-graduação em Estudos Urbanos e Regionais;1987 - Mestrado em Planeamento Regional e Urbano.Especialização: Planeamento Regional e Urbano; Ordenamento e Gestão das Zonas Costeiras;Planeamento e Gestão Portuária.Actividade Profissional: 1969-1976 - Serviço de Portos, Caminhos de Ferro e Transportes de Angola(Direcção de Estudos e Obras Portuárias); 1976-1977 - Fundo de Fomento de Habitação; 1977-1988- Gabinete da Área de Sines (Direcção de Estudos e Obras Portuárias); 1988 - Gabinete Estudos ePlaneamento da Administração do Território (Planeamento Costeiro); 1988-1993 - Direcção Geral dePortos (Directora de Serviços de Estudos e Planeamento; concebeu e lançou os primeiros Planos deOrdenamento da Orla Costeira); 1993-1996 - Expo’ 98 (Directora de Projecto, responsável pelosestudos e projectos da Frente Ribeirinha); a partir de 5 de Julho de 1994 - Conselheira do ConselhoSuperior de Obras Públicas e Transportes; 1996-2002 - Administração do Porto de Lisboa (Presidentedo Conselho de Administração); 2003-2007 - Conselho Superior de Obras Públicas e Transportes(Presidente); desde Janeiro de 2007 - Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (Presidente doConselho Directivo); desde 24 de Junho de 2009 - Administração do Porto de Lisboa (Presidente doConselho de Administração).Associações Profissionais: Membro da Associação dos Urbanistas Portugueses; Membro da Academiade Engenharia.Outros Acontecimentos Curriculares: 1987 - Louvor do Presidente do Gabinete da Área de Sines;2002 - Medalha de Mérito Municipal, Grau Ouro, Câmara Municipal de Oeiras; 2006 - Ordem do Mérito,Grande-Oficial, C. das Ordens Honoríficas Portuguesas.

*

Page 6: infotejo #9

07

OPINIÃO

06

OPINIÃO

António Fonseca Ferreira *

ARCO RIBEIRINHO SUL

Arco Ribeirinho Sul é a expressão de trêsrealidades:

Um conceito territorial que representaa faixa litoral e ribeirinha que vai da Fonteda Telha (Almada) até Alcochete, conceitoconsagrado no PROTAML de 2002,perspectivando a evolução para uma“cidade das duas margens”.

Um Projecto de requalificação das antigasáreas industriais da Margueira, Siderurgia eQuimiparque nos termos definidos no PlanoEstratégico aprovado pelo Governo, em Julhode 2009.

Uma empresa pública, ARS, SA, constituídaem Abril de 2010, para promover arequalificação integrada e sustentáveldas referidas áreas, no quadro do PlanoEstratégico.

Dedicamos estas linhas a uma breveapresentação do Projecto de Requalificaçãodo Arco Ribeirinho Sul.

A Margueira (Almada), a Siderurgia(Seixal) e a Quimiparque (Barreiro)representaram uma época industrialmarcante do desenvolvimento do país ede formação da área metropolitana deLisboa. Volvida essa época industrial, eapós mais de uma década de indefiniçõese expectância, torna-se necessário eurgente concretizar o singular potencial deáreas que pela sua dimensão, localizaçõese acessibilidades representam oportunidadesúnicas de desenvolvimento económico, sociale territorial.

A Margueira (70 ha), localizada a nascentede Almada, privilegiadamente inserida noestuário do Tejo, resulta da desactivação(2000) dos antigos estaleiros da Lisnave etem já o respectivo Plano de Urbanizaçãoaprovado (2009); a Quimiparque (290 ha) -que sucedeu à Centenária CUF - localiza-

-se, no Barreiro, adjacente ao centrohistórico, com uma importante frente deestuário e a prevista amarração Sul daTerceira Travessia do Tejo (Vulgo PonteChelas-Barreiro) no seu território. O Planode Urbanização está em fase avançada deelaboração (com aprovação prevista paraAbril próximo) e vocaciona a área paraindústrias limpas, actividades logísticas eportuárias, serviços quaternários e terciáriose alguma disponibilidade residencial;finalmente a área da Siderurgia (536 ha)localiza-se no Concelho do Seixal, junto àEN10, é servida por ferrovia que a ligadirectamente ao Porto de Setúbal, e aípermanecem as modernas e produtivasunidades siderúrgicas de longos elaminados, a par de parques Industriaisque acolhem PME. A zona está vocacionadapara actividades industriais pesadas e leves,designadamente industriais ambientais,estando o respectivo Plano de Urbanizaçãoem elaboração.

Como referimos, o Projecto do ARS dispõede um Plano Estratégico para a sua

ARCO RIBEIRINHO

requalificação integrada no horizonte de20 anos, Plano elaborado em 2008/2009,sob a coordenação do Presidente daCCDR-LVT, e integrando representantes de7 Ministérios e da Parpública, empresa quedetém os respectivos patrimónios, hoje,através da sua participada “Baía do Tejo”.

O Plano do ARS, aprovado pelo Governoatravés do Decreto-Lei n.º 219/2009, de 8de Setembro, define as seguintes OrientaçõesEstratégicas:- Valorização do património público;- Assegurar que da intervenção não decorrem

encargos para o Estado;- Coordenação/articulação entre Estado e

Municípios;- Desenvolvimento urbanístico equilibrado

que contribua para a dinamização dasactividades económicas e o emprego;

- Critérios urbanísticos e construtivoscompatíveis com as melhores práticasambientais e de eficiência energética.

E os seguintes Eixos Prioritários deDesenvolvimento:- Reforço das actividades económicas;- Equipamentos;- Mobilidade e acessibilidades;- Ambiente e paisagem;- Identidades socioculturais.

Estas áreas têm significativos passivosambientais, de natureza industrial, cujaresolução foi considerada prioritária peloQREN que já aprovou 3 candidaturas paraestudo e remoção de resíduos de superfície.Prevê-se iniciar os trabalhos, no terreno, emJaneiro próximo.

Decorre, até finais de 2010, a análise dosprojectos e soluções urbanísticas e financeiraspara operacionalização da operação da

Margueira, cuja viabilidade imediata se defrontacom a difícil situação económica e financeiraque vivemos.

Contudo, o potencial estratégico do ArcoRibeirinho Sul, integrado nos projectos deinvestimento para a Península/Litoral Alentejano//Sines (Novo Aeroporto, Plataforma Logísticado Poceirão, Alta Velocidade Lisboa-Madrid,projectos turísticos, Porto de Sines) são umacerteza de futuro.

ARS MARGUEIRA

• Área de intervenção – 88,12 ha• 70 ha totalmente desocupados• Situação cadastral favorável (antigos

estaleiros Lisnave)• Novo pólo de desenvolvimento urbano

multifuncional - “Cidade da Água”• Museu da indústria naval, complexo

multiusos, marina de recreio• PU – Edital 1098 - 2009 de 10/11

ARS QUIMIPARQUE

• 290 ha• Passivo ambiental revelante• Situação cadastral desfavorável• Área Nascente: reconversão/das indústrias

existentes• Área Poente: Nova área urbana

multifuncional• Praça do Tejo, interface no Lavradio,

náutica de recreio

ARS SIDERURGIA NACIONAL

• 536 ha• Situação cadastral diversa• Passivo ambiental relevante• Área Norte: nova área urbana

multifuncional• Área Sul: nova área empresarial• Náutica de recreio

Presidente do Conselho de Administração da “Arco Ribeirinho Sul, SA”.Condecorações: Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e Chave de Ouro da Cidadedas Caldas da Rainha.Graus Académicos: Licenciatura em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia daUniversidade do Porto; Doctorat du 3eme cycle na École Pratique des Hautes Études, Paris --Sorbonne; Prof. Associado Convidado na Universidade Atlântica (UATLA); Professor AuxiliarConvidado no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) (1980-1997).Funções Actuais: Presidente do Conselho de Administração da Sociedade Arco Ribeirinho Sul,S.A.; Professor Associado Convidado na Universidade Atlântica (UATLA); Vereador (Sem Pelouro)na Câmara Municipal de Palmela; Membro da Comissão Nacional e da Comissão Política doPartido Socialista.Principais Funções e Actividades Profissionais:ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: 1998-09 - Presidente da Comissão de Coordenação eDesenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo. 1990-95: Director Municipal e Assessordo Presidente da Câmara Municipal de Lisboa (Responsável pelo Planeamento Estratégico eUrbanístico); 1974-80: Director de Serviços e Vogal do Conselho Directivo (1974/75) do Fundode Fomento da Habitação; 1969-73: Estagiário para Especialista do Laboratório Nacional deEngenharia Civil.ACTIVIDADES DOCENTES E DE INVESTIGAÇÃO:1976-97: Assistente e Prof. Auxiliar Convidado na área da Sociologia Urbana do ISCTE; 1998--2010: Prof. Associado Convidado na área do Ambiente e do Território da Universidade Atlântica.Principais Publicações:LIVROS: “Gestão Estratégica de Cidades e Regiões”; Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa2005; “Livro Branco sobre a Política de Habitação em Portugal”; ENH, Edições Afrontamento,Porto, 1993, Coordenador; “Por uma Nova Política de Habitação”; Edições Afrontamento, Porto1987; “Perfil Social e Estratégias dos Clandestinos”; Estudo Sociológico da Habitação na ÁreaMetropolitana de Lisboa, CIES/ISCTE, Lisboa 1985 (co-autoria); “Cooperativas de Habitação emPortugal” CDI/FFH, Lisboa 1979; “Política de la Vivienda, Editorial Ayuso, Madrid 1977 (co-autoria)”; “A Acumulação Capitalista em Portugal”, Edições Afrontamento, Porto 1977;REVISTAS: Director e autor de diversos artigos na Revista “Sociedade e Território“(1985-2010).

*

Page 7: infotejo #9

07

OPINIÃO

06

OPINIÃO

António Fonseca Ferreira *

ARCO RIBEIRINHO SUL

Arco Ribeirinho Sul é a expressão de trêsrealidades:

Um conceito territorial que representaa faixa litoral e ribeirinha que vai da Fonteda Telha (Almada) até Alcochete, conceitoconsagrado no PROTAML de 2002,perspectivando a evolução para uma“cidade das duas margens”.

Um Projecto de requalificação das antigasáreas industriais da Margueira, Siderurgia eQuimiparque nos termos definidos no PlanoEstratégico aprovado pelo Governo, em Julhode 2009.

Uma empresa pública, ARS, SA, constituídaem Abril de 2010, para promover arequalificação integrada e sustentáveldas referidas áreas, no quadro do PlanoEstratégico.

Dedicamos estas linhas a uma breveapresentação do Projecto de Requalificaçãodo Arco Ribeirinho Sul.

A Margueira (Almada), a Siderurgia(Seixal) e a Quimiparque (Barreiro)representaram uma época industrialmarcante do desenvolvimento do país ede formação da área metropolitana deLisboa. Volvida essa época industrial, eapós mais de uma década de indefiniçõese expectância, torna-se necessário eurgente concretizar o singular potencial deáreas que pela sua dimensão, localizaçõese acessibilidades representam oportunidadesúnicas de desenvolvimento económico, sociale territorial.

A Margueira (70 ha), localizada a nascentede Almada, privilegiadamente inserida noestuário do Tejo, resulta da desactivação(2000) dos antigos estaleiros da Lisnave etem já o respectivo Plano de Urbanizaçãoaprovado (2009); a Quimiparque (290 ha) -que sucedeu à Centenária CUF - localiza-

-se, no Barreiro, adjacente ao centrohistórico, com uma importante frente deestuário e a prevista amarração Sul daTerceira Travessia do Tejo (Vulgo PonteChelas-Barreiro) no seu território. O Planode Urbanização está em fase avançada deelaboração (com aprovação prevista paraAbril próximo) e vocaciona a área paraindústrias limpas, actividades logísticas eportuárias, serviços quaternários e terciáriose alguma disponibilidade residencial;finalmente a área da Siderurgia (536 ha)localiza-se no Concelho do Seixal, junto àEN10, é servida por ferrovia que a ligadirectamente ao Porto de Setúbal, e aípermanecem as modernas e produtivasunidades siderúrgicas de longos elaminados, a par de parques Industriaisque acolhem PME. A zona está vocacionadapara actividades industriais pesadas e leves,designadamente industriais ambientais,estando o respectivo Plano de Urbanizaçãoem elaboração.

Como referimos, o Projecto do ARS dispõede um Plano Estratégico para a sua

ARCO RIBEIRINHO

requalificação integrada no horizonte de20 anos, Plano elaborado em 2008/2009,sob a coordenação do Presidente daCCDR-LVT, e integrando representantes de7 Ministérios e da Parpública, empresa quedetém os respectivos patrimónios, hoje,através da sua participada “Baía do Tejo”.

O Plano do ARS, aprovado pelo Governoatravés do Decreto-Lei n.º 219/2009, de 8de Setembro, define as seguintes OrientaçõesEstratégicas:- Valorização do património público;- Assegurar que da intervenção não decorrem

encargos para o Estado;- Coordenação/articulação entre Estado e

Municípios;- Desenvolvimento urbanístico equilibrado

que contribua para a dinamização dasactividades económicas e o emprego;

- Critérios urbanísticos e construtivoscompatíveis com as melhores práticasambientais e de eficiência energética.

E os seguintes Eixos Prioritários deDesenvolvimento:- Reforço das actividades económicas;- Equipamentos;- Mobilidade e acessibilidades;- Ambiente e paisagem;- Identidades socioculturais.

Estas áreas têm significativos passivosambientais, de natureza industrial, cujaresolução foi considerada prioritária peloQREN que já aprovou 3 candidaturas paraestudo e remoção de resíduos de superfície.Prevê-se iniciar os trabalhos, no terreno, emJaneiro próximo.

Decorre, até finais de 2010, a análise dosprojectos e soluções urbanísticas e financeiraspara operacionalização da operação da

Margueira, cuja viabilidade imediata se defrontacom a difícil situação económica e financeiraque vivemos.

Contudo, o potencial estratégico do ArcoRibeirinho Sul, integrado nos projectos deinvestimento para a Península/Litoral Alentejano//Sines (Novo Aeroporto, Plataforma Logísticado Poceirão, Alta Velocidade Lisboa-Madrid,projectos turísticos, Porto de Sines) são umacerteza de futuro.

ARS MARGUEIRA

• Área de intervenção – 88,12 ha• 70 ha totalmente desocupados• Situação cadastral favorável (antigos

estaleiros Lisnave)• Novo pólo de desenvolvimento urbano

multifuncional - “Cidade da Água”• Museu da indústria naval, complexo

multiusos, marina de recreio• PU – Edital 1098 - 2009 de 10/11

ARS QUIMIPARQUE

• 290 ha• Passivo ambiental revelante• Situação cadastral desfavorável• Área Nascente: reconversão/das indústrias

existentes• Área Poente: Nova área urbana

multifuncional• Praça do Tejo, interface no Lavradio,

náutica de recreio

ARS SIDERURGIA NACIONAL

• 536 ha• Situação cadastral diversa• Passivo ambiental relevante• Área Norte: nova área urbana

multifuncional• Área Sul: nova área empresarial• Náutica de recreio

Presidente do Conselho de Administração da “Arco Ribeirinho Sul, SA”.Condecorações: Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e Chave de Ouro da Cidadedas Caldas da Rainha.Graus Académicos: Licenciatura em Engenharia Civil pela Faculdade de Engenharia daUniversidade do Porto; Doctorat du 3eme cycle na École Pratique des Hautes Études, Paris --Sorbonne; Prof. Associado Convidado na Universidade Atlântica (UATLA); Professor AuxiliarConvidado no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) (1980-1997).Funções Actuais: Presidente do Conselho de Administração da Sociedade Arco Ribeirinho Sul,S.A.; Professor Associado Convidado na Universidade Atlântica (UATLA); Vereador (Sem Pelouro)na Câmara Municipal de Palmela; Membro da Comissão Nacional e da Comissão Política doPartido Socialista.Principais Funções e Actividades Profissionais:ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: 1998-09 - Presidente da Comissão de Coordenação eDesenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo. 1990-95: Director Municipal e Assessordo Presidente da Câmara Municipal de Lisboa (Responsável pelo Planeamento Estratégico eUrbanístico); 1974-80: Director de Serviços e Vogal do Conselho Directivo (1974/75) do Fundode Fomento da Habitação; 1969-73: Estagiário para Especialista do Laboratório Nacional deEngenharia Civil.ACTIVIDADES DOCENTES E DE INVESTIGAÇÃO:1976-97: Assistente e Prof. Auxiliar Convidado na área da Sociologia Urbana do ISCTE; 1998--2010: Prof. Associado Convidado na área do Ambiente e do Território da Universidade Atlântica.Principais Publicações:LIVROS: “Gestão Estratégica de Cidades e Regiões”; Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa2005; “Livro Branco sobre a Política de Habitação em Portugal”; ENH, Edições Afrontamento,Porto, 1993, Coordenador; “Por uma Nova Política de Habitação”; Edições Afrontamento, Porto1987; “Perfil Social e Estratégias dos Clandestinos”; Estudo Sociológico da Habitação na ÁreaMetropolitana de Lisboa, CIES/ISCTE, Lisboa 1985 (co-autoria); “Cooperativas de Habitação emPortugal” CDI/FFH, Lisboa 1979; “Política de la Vivienda, Editorial Ayuso, Madrid 1977 (co-autoria)”; “A Acumulação Capitalista em Portugal”, Edições Afrontamento, Porto 1977;REVISTAS: Director e autor de diversos artigos na Revista “Sociedade e Território“(1985-2010).

*

Page 8: infotejo #9

ENTREVISTA

08 09

ENTREVISTA

José Paixão Moreira Sá Fernandes (1958) é Advogado.Formação Académica e Profissional: Instrução Primária – Externato Luso--Britânico, em Lisboa; Liceu - Colégio de S. João de Brito, em Lisboa; Licenciaturaem Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa; Estágio deAdvocacia – entre Março de 1986 e Fevereiro de 1988, em Lisboa.Experiência Profissional: Desde Novembro de 2009 - Vereador na CâmaraMunicipal de Lisboa (Pelouros do Ambiente, Espaços Verdes e Plano Verde,Espaço Público, Higiene Urbana, Frota Municipal e Mercados). 2007-2009 -Vereador na Câmara Municipal de Lisboa (Pelouros do Ambiente, Espaços Verdese Plano Verde, Espaço Público, Higiene Urbana e Frota Municipal). 2005--2007 - Vereador (sem pelouro) na Câmara Municipal de Lisboa. 1988--2005 - Exercício de advocacia. 1996-2005 - Apoio jurídico ao Instituto doDesporto de Portugal. 1994-1995 - Exercício de advocacia em Macau. 1989--1994 - Apoio jurídico geral na Direcção Regional da Agricultura do Ribatejo eOeste do Ministério da Agricultura. 1988-1989 - Apoio jurídico na Divisão deReestruturação Fundiária da Direcção-Geral da Engenharia Hidráulica e Agrícolado Ministério da Agricultura. 1986-1988 - Adjunto da chefia do departamentode Marketing na firma “Sistema de Controle de Créditos e Informações, Lda.”Prémio: Prémio Nacional de Ambiente “Fernando Pereira” 2003-2004, atribuídopela Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente.Publicações: “Estádio Nacional”, (publ. IDP); “A Violência no Desporto”(publ. IDP); “Guia do Cidadão Ambiental" (colaboração - publ. D. Quixote).Outros Interesses e Actividades: Gestão de explorações agrícolas emTrás-os-Montes (desde 1981); Benfiquista; Caminhadas a Pé.

*O TEJO E A CIDADEJosé Paixão Moreira Sá Fernandes*

Como acha que o município se tem vindo arelacionar com o Tejo e o seu Estuário?

Lisboa e os Lisboetas são indissociáveis dorio Tejo. A ligação é fortíssima, desde logopelas vistas, quer as do rio para a cidade,amadas desde sempre - lembro aqui umafrase de uma personagem de um livro deCervantes, a qual, a bordo de um veleiro, aoentrar na barra do Tejo, apontando paraLisboa, dizia: “é o céu, é o céu” - quer às quese deslumbram das colinas da cidade, quedeliciam os turistas quando sobem ao Casteloou aos outros miradouros e vêem o Tejo. Poroutro lado, não há lisboeta que não deixe dese insurgir sempre que há intenção de seconstruir qualquer obstáculo junto do rio.

No entanto, este casamento entre Lisboa e oTejo, principalmente desde finais do séculoXIX e durante o século XX, teve os seusreveses, nomeadamente quando foramafastados um do outro com a construção daslinhas de caminho-de-ferro (a de Cascais e ade Santa Apolónia) e as avenidas 24 de Julhoe Infante D. Henrique, ou quando a suaimagem foi degradada com a implementaçãode zonas industriais, quer na parte Ocidental(Alcântara/Belém), quer na Oriental (SantaApolónia, Matinha e Rio Trancão). De qualquermodo, é visível que esta tendência tem vindoa mudar, os casos da Expo 98 ou o arranjo

do Terreiro do Paço, são exemplos daaproximação dos cidadãos ao rio.

E muito haveria a dizer ou a contar sobreas relações íntimas dos lisboetas com oTejo, mas mais fácil será resumir todasessas histórias a uma frase do Livro doDesassossego de Fernando Pessoa: “Emvez de almoçar - necessidade que tenho defazer acontecer-me todos os dias - fui ver oTejo, e voltei a vaguear pelas ruas, semmesmo supor que achei útil à alma, vê-lo”.

Que contributos ou iniciativas tem a CâmaraMunicipal de Lisboa previstas para a melhoriada relação da cidade com o rio?

Neste âmbito, ainda falta fazer muita coisa.Desde logo, diminuir os obstáculos e adistância que atrás referimos, designadamentecom o reperfilamento e arborização dasavenidas 24 de Julho e Infante D. Henrique ea construção das passagens pedonais//cicláveis sobre a linha de caminho-de-ferrode Cascais, o que a CML tem previsto realizarainda neste mandato. Por outro lado, éimportante continuar, depois do já efectuadoarranjo do Terreiro do Paço, o reordenamentoe a ligação contínua de toda a frente ribeirinha.Recentemente, proibiu-se o estacionamentojunto à linha de água entre o Cais do Sodré

e Belém, o que teve um grande impacto emelhoria no usufruto dessa área, sendo quea intenção da CML é a de prosseguir comesse trabalho até ao Parque das Nações.Neste contexto, estão em fase de projecto arequalificação do Cais do Sodré, da Ribeiradas Naus e da zona da Matinha, prevendo--se nesta área um grande jardim de ligaçãoà zona da Expo, ao mesmo tempo que estáem fase de concurso a construção do terminalde cruzeiros em Santa Apolónia e se estudao reaproveitamento das Docas da Marinhae do Poço do Bispo. Estas intervençõestêm sido articuladas com a APL e resultam,em grande medida, de um acordo históricocelebrado entre a CML e o Governo, quepermitiu que as áreas não portuáriaspassassem a ser geridas pela Autarquia, oque irá, certamente, transformar, paramelhor, a relação entre as duas instituiçõese, principalmente, entre a cidade e o rio.

Lisboa é uma cidade portuária. Roterdão éuma importante cidade portuária. Quercomentar a frase de um urbanista deRoterdão: "city and port don't mix".

Lisboa existe porque foi desde sempre umporto, sítio de partidas e chegadas, depessoas e cargas. Não consigo imaginaruma Lisboa sem porto, sem os guindastes,

sem os cruzeiros, sem as docas, sem osveleiros, sem os contentores, sem aazáfama, sem o lazer, sem que isto tudoesteja misturado quando olhamos para orio ou para a cidade quando por elenavegamos. Não concordo, pois, com estafrase. O porto e a cidade são indivisíveis eformam uma unidade ímpar. Esta é, aliás,a essência de Lisboa, cantada por todos,desde Camões a Cesário Verde, Sophia deMello Breyner a David Mourão-Ferreira,entre muitos outros.

Que contributos tem a CML previstos para amelhoria da qualidade ambiental do estuáriodo Tejo?

Entretanto a CML não tem descurado osaspectos ligados à qualidade ambiental dorio Tejo. Por isso, exigiu que as descargasdos esgotos dos prédios que ainda hojecorrem directamente para o Tejo (cerca de100.000 fogos), sejam canalizadas para aETAR de Alcântara para merecerem orespectivo tratamento. Esta obra, a cargoda SIMTEJO, neste momento em curso eem fase adiantada, representará umgigantesco ganho ambiental e deve estarconcluído ainda durante este ano. Assinale--se que esta empreitada inclui a instalação

da necessária tubagem que permitiráutilizar água reutilizada da ETAR para regae lavagem de ruas na zona entre SantaApolónia e Belém.

Assim, em consequência, um rio menospoluído, trará benefícios em termos debiodiversidade no seu curso, sendo que areutilização de águas provenientes dosesgotos, depois de tratadas, têm óbviasvantagens em termos de gestão de recursose de eficiência ambiental.

Que monitorização é efectuada das descargasdos efluentes no rio? Estão previstas, ao níveldo regulamento de descargas, mecanismos ounormas que assegurem a adequação dedescargas industriais ou com substânciasperigosas aos níveis de tratamento efectuados?

A SIMTEJO, mas também a CML, faz amonitorização das descargas dos efluentesdo rio, de modo a que sejam respeitadasas normas e os regulamentos previstosinternacionalmente nesta matéria e asseguraa adequação dos tratamentos às respectivasdescargas. Os resultados das últimasanálises e os estudos entretanto realizadospelo Instituto Oceanográfico já revelamefeitos positivos.

Considera importante o papel do Plano deOrdenamento do Estuário do Tejo comopotenciador de sinergias na cooperaçãointer-municipal com vista à articulação ecomplementaridade de projectos devalorização e requalificação das frentesribeirinhas, incentivo ao usufruto do seuplano de água e qualificação ambiental doestuário? Em que medida?

O Plano de Ordenamento do estuário do Tejonão tem tido a discussão que este territóriomerece. É um sítio único, ímpar, com umpotencial enorme. Julgo conhecer bem o rioTejo, desde Albarracin até Lisboa, os seusafluentes, a sua extraordinária reserva natural,a Lezíria, os ancoradouros, as correntes, ospontos de vista e visita, etc., mas, infelizmente,não tenho vislumbrado o empenho de todospara se fazer, em conjunto, um programa dedefesa, valorização e divulgação destepatrimónio. Lisboa está empenhada emcontribuir para que isso aconteça e está àdisposição de todos para o fazer.

No fundo, trata-se apenas de ligar asmargens do rio Tejo, e, tal como Cesarinny,pergunto “o que são as duas margens deum rio?” E respondo, como o poeta: “umrapaz e uma rapariga que se conhecem”. Econcluo: é o que faz falta.

Sobre as relações íntimas dos lisboetas com o Tejo, maisfácil será resumir todas essas histórias a uma frase doLivro do Desassossego de Fernando Pessoa: “Em vez dealmoçar - necessidade que tenho de fazer acontecer--me todos os dias - fui ver o Tejo, e voltei a vaguear pelasruas, sem mesmo supor que achei útil à alma, vê-lo”.

Page 9: infotejo #9

ENTREVISTA

08 09

ENTREVISTA

José Paixão Moreira Sá Fernandes (1958) é Advogado.Formação Académica e Profissional: Instrução Primária – Externato Luso--Britânico, em Lisboa; Liceu - Colégio de S. João de Brito, em Lisboa; Licenciaturaem Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa; Estágio deAdvocacia – entre Março de 1986 e Fevereiro de 1988, em Lisboa.Experiência Profissional: Desde Novembro de 2009 - Vereador na CâmaraMunicipal de Lisboa (Pelouros do Ambiente, Espaços Verdes e Plano Verde,Espaço Público, Higiene Urbana, Frota Municipal e Mercados). 2007-2009 -Vereador na Câmara Municipal de Lisboa (Pelouros do Ambiente, Espaços Verdese Plano Verde, Espaço Público, Higiene Urbana e Frota Municipal). 2005--2007 - Vereador (sem pelouro) na Câmara Municipal de Lisboa. 1988--2005 - Exercício de advocacia. 1996-2005 - Apoio jurídico ao Instituto doDesporto de Portugal. 1994-1995 - Exercício de advocacia em Macau. 1989--1994 - Apoio jurídico geral na Direcção Regional da Agricultura do Ribatejo eOeste do Ministério da Agricultura. 1988-1989 - Apoio jurídico na Divisão deReestruturação Fundiária da Direcção-Geral da Engenharia Hidráulica e Agrícolado Ministério da Agricultura. 1986-1988 - Adjunto da chefia do departamentode Marketing na firma “Sistema de Controle de Créditos e Informações, Lda.”Prémio: Prémio Nacional de Ambiente “Fernando Pereira” 2003-2004, atribuídopela Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente.Publicações: “Estádio Nacional”, (publ. IDP); “A Violência no Desporto”(publ. IDP); “Guia do Cidadão Ambiental" (colaboração - publ. D. Quixote).Outros Interesses e Actividades: Gestão de explorações agrícolas emTrás-os-Montes (desde 1981); Benfiquista; Caminhadas a Pé.

*O TEJO E A CIDADEJosé Paixão Moreira Sá Fernandes*

Como acha que o município se tem vindo arelacionar com o Tejo e o seu Estuário?

Lisboa e os Lisboetas são indissociáveis dorio Tejo. A ligação é fortíssima, desde logopelas vistas, quer as do rio para a cidade,amadas desde sempre - lembro aqui umafrase de uma personagem de um livro deCervantes, a qual, a bordo de um veleiro, aoentrar na barra do Tejo, apontando paraLisboa, dizia: “é o céu, é o céu” - quer às quese deslumbram das colinas da cidade, quedeliciam os turistas quando sobem ao Casteloou aos outros miradouros e vêem o Tejo. Poroutro lado, não há lisboeta que não deixe dese insurgir sempre que há intenção de seconstruir qualquer obstáculo junto do rio.

No entanto, este casamento entre Lisboa e oTejo, principalmente desde finais do séculoXIX e durante o século XX, teve os seusreveses, nomeadamente quando foramafastados um do outro com a construção daslinhas de caminho-de-ferro (a de Cascais e ade Santa Apolónia) e as avenidas 24 de Julhoe Infante D. Henrique, ou quando a suaimagem foi degradada com a implementaçãode zonas industriais, quer na parte Ocidental(Alcântara/Belém), quer na Oriental (SantaApolónia, Matinha e Rio Trancão). De qualquermodo, é visível que esta tendência tem vindoa mudar, os casos da Expo 98 ou o arranjo

do Terreiro do Paço, são exemplos daaproximação dos cidadãos ao rio.

E muito haveria a dizer ou a contar sobreas relações íntimas dos lisboetas com oTejo, mas mais fácil será resumir todasessas histórias a uma frase do Livro doDesassossego de Fernando Pessoa: “Emvez de almoçar - necessidade que tenho defazer acontecer-me todos os dias - fui ver oTejo, e voltei a vaguear pelas ruas, semmesmo supor que achei útil à alma, vê-lo”.

Que contributos ou iniciativas tem a CâmaraMunicipal de Lisboa previstas para a melhoriada relação da cidade com o rio?

Neste âmbito, ainda falta fazer muita coisa.Desde logo, diminuir os obstáculos e adistância que atrás referimos, designadamentecom o reperfilamento e arborização dasavenidas 24 de Julho e Infante D. Henrique ea construção das passagens pedonais//cicláveis sobre a linha de caminho-de-ferrode Cascais, o que a CML tem previsto realizarainda neste mandato. Por outro lado, éimportante continuar, depois do já efectuadoarranjo do Terreiro do Paço, o reordenamentoe a ligação contínua de toda a frente ribeirinha.Recentemente, proibiu-se o estacionamentojunto à linha de água entre o Cais do Sodré

e Belém, o que teve um grande impacto emelhoria no usufruto dessa área, sendo quea intenção da CML é a de prosseguir comesse trabalho até ao Parque das Nações.Neste contexto, estão em fase de projecto arequalificação do Cais do Sodré, da Ribeiradas Naus e da zona da Matinha, prevendo--se nesta área um grande jardim de ligaçãoà zona da Expo, ao mesmo tempo que estáem fase de concurso a construção do terminalde cruzeiros em Santa Apolónia e se estudao reaproveitamento das Docas da Marinhae do Poço do Bispo. Estas intervençõestêm sido articuladas com a APL e resultam,em grande medida, de um acordo históricocelebrado entre a CML e o Governo, quepermitiu que as áreas não portuáriaspassassem a ser geridas pela Autarquia, oque irá, certamente, transformar, paramelhor, a relação entre as duas instituiçõese, principalmente, entre a cidade e o rio.

Lisboa é uma cidade portuária. Roterdão éuma importante cidade portuária. Quercomentar a frase de um urbanista deRoterdão: "city and port don't mix".

Lisboa existe porque foi desde sempre umporto, sítio de partidas e chegadas, depessoas e cargas. Não consigo imaginaruma Lisboa sem porto, sem os guindastes,

sem os cruzeiros, sem as docas, sem osveleiros, sem os contentores, sem aazáfama, sem o lazer, sem que isto tudoesteja misturado quando olhamos para orio ou para a cidade quando por elenavegamos. Não concordo, pois, com estafrase. O porto e a cidade são indivisíveis eformam uma unidade ímpar. Esta é, aliás,a essência de Lisboa, cantada por todos,desde Camões a Cesário Verde, Sophia deMello Breyner a David Mourão-Ferreira,entre muitos outros.

Que contributos tem a CML previstos para amelhoria da qualidade ambiental do estuáriodo Tejo?

Entretanto a CML não tem descurado osaspectos ligados à qualidade ambiental dorio Tejo. Por isso, exigiu que as descargasdos esgotos dos prédios que ainda hojecorrem directamente para o Tejo (cerca de100.000 fogos), sejam canalizadas para aETAR de Alcântara para merecerem orespectivo tratamento. Esta obra, a cargoda SIMTEJO, neste momento em curso eem fase adiantada, representará umgigantesco ganho ambiental e deve estarconcluído ainda durante este ano. Assinale--se que esta empreitada inclui a instalação

da necessária tubagem que permitiráutilizar água reutilizada da ETAR para regae lavagem de ruas na zona entre SantaApolónia e Belém.

Assim, em consequência, um rio menospoluído, trará benefícios em termos debiodiversidade no seu curso, sendo que areutilização de águas provenientes dosesgotos, depois de tratadas, têm óbviasvantagens em termos de gestão de recursose de eficiência ambiental.

Que monitorização é efectuada das descargasdos efluentes no rio? Estão previstas, ao níveldo regulamento de descargas, mecanismos ounormas que assegurem a adequação dedescargas industriais ou com substânciasperigosas aos níveis de tratamento efectuados?

A SIMTEJO, mas também a CML, faz amonitorização das descargas dos efluentesdo rio, de modo a que sejam respeitadasas normas e os regulamentos previstosinternacionalmente nesta matéria e asseguraa adequação dos tratamentos às respectivasdescargas. Os resultados das últimasanálises e os estudos entretanto realizadospelo Instituto Oceanográfico já revelamefeitos positivos.

Considera importante o papel do Plano deOrdenamento do Estuário do Tejo comopotenciador de sinergias na cooperaçãointer-municipal com vista à articulação ecomplementaridade de projectos devalorização e requalificação das frentesribeirinhas, incentivo ao usufruto do seuplano de água e qualificação ambiental doestuário? Em que medida?

O Plano de Ordenamento do estuário do Tejonão tem tido a discussão que este territóriomerece. É um sítio único, ímpar, com umpotencial enorme. Julgo conhecer bem o rioTejo, desde Albarracin até Lisboa, os seusafluentes, a sua extraordinária reserva natural,a Lezíria, os ancoradouros, as correntes, ospontos de vista e visita, etc., mas, infelizmente,não tenho vislumbrado o empenho de todospara se fazer, em conjunto, um programa dedefesa, valorização e divulgação destepatrimónio. Lisboa está empenhada emcontribuir para que isso aconteça e está àdisposição de todos para o fazer.

No fundo, trata-se apenas de ligar asmargens do rio Tejo, e, tal como Cesarinny,pergunto “o que são as duas margens deum rio?” E respondo, como o poeta: “umrapaz e uma rapariga que se conhecem”. Econcluo: é o que faz falta.

Sobre as relações íntimas dos lisboetas com o Tejo, maisfácil será resumir todas essas histórias a uma frase doLivro do Desassossego de Fernando Pessoa: “Em vez dealmoçar - necessidade que tenho de fazer acontecer--me todos os dias - fui ver o Tejo, e voltei a vaguear pelasruas, sem mesmo supor que achei útil à alma, vê-lo”.

Page 10: infotejo #9

10 11

ACTUALIDADE NOTÍCIAS

O projecto prevê a construção de uma base dedados com informação geográfica com temasde geologia, morfologia, estrutura e organizaçãoespacial das várias unidades litorais, bem comoinformação sobre estruturas de protecçãocosteira, ocupação do solo e principais sistemasde drenagem. Estes elementos proporcionarãouma ferramenta de trabalho valiosa para adefinição e caracterização das principais unidadesdo troço litoral em estudo, e a sua segmentaçãoem células sedimentares consistentes, em termosda dinâmica e do balanço sedimentar.O projecto inclui a caracterização do forçamentometeorológico e oceanográfico, paracompreender melhor os agentes que interferemno balanço sedimentar e/ou produzemtransformações geomorfológicas na zona costeirae que, consequentemente, condicionam aperigosidade nesta zona. Os trabalhos incluema compilação de séries temporais longas dedados, a aquisição de informação topo--hidrográfica, nomeadamente da zona exterioradjacente ao estuário do Tejo, a aplicação demodelos numéricos de hidrodinâmica, qualidadeda água e de propagação da agitação na zonacosteira da ARH do Tejo.Todo o litoral da área de actuação da ARH doTejo será alvo de estudo de caracterização daevolução a uma escala de tempo alargada(últimos 50-100 anos), identificando tendênciase taxas de erosão, acreção ou estabilidade dasunidades litorais. Serão utilizadas técnicas defotointerpretação e fotogrametria para identificara posição da linha de costa em troços delitoral arenoso e da crista das arribas em contextode litoral rochoso. Adicionalmente, serãoseleccionadas áreas-piloto representativas dasvárias unidades costeiras para efectuar umaanálise da evolução morfodinâmica a escalassazonal e anual, procurando identificar oscomportamentos de alta frequência de praias earribas em resposta à sazonalidade natural dosfactores forçadores e à ocorrência de eventosextremos.Uma das componentes mais importantes doprojecto será a avaliação da perigosidadeassociada à mobilidade da linha de costa. Aelevada ocupação do litoral na área de actuaçãoda ARH do Tejo exige acções de planeamentoque garantam a salvaguarda de pessoas ebens e que contribuam para a minimização eprevenção do risco costeiro. Nesse sentido, aequipa de trabalho procederá na área de actuaçãoda ARH do Tejo, às seguintes tarefas: i) cartografiae determinação da perigosidade associadas àocorrência de fenómenos de instabilidade emarribas, à erosão de praias e ao galgamentooceânico; ii) verificação da adequabilidade dasfaixas de risco/salvaguarda definidas nos POOCem vigor; iii) caracterização da capacidade de

ocupação de praias; iv) definição de critériospara delimitação da linha da máxima preia-marde águas vivas equinociais, como consagradona Lei n.º 54/2005, de 15 de Novembro.Esta avaliação contribuirá para a definiçãode um quadro de referência objectivo epormenorizado de especificações técnicas,restrições e recomendações, a aplicar emprojectos de intervenção no litoral que se tornemnecessários para reduzir o risco, preservar opatrimónio ou assegurar a estabilidade esegurança de projectos de estruturas queenvolvam o uso da orla costeira, assegurandosimultaneamente a preservação paisagística eambiental.O projecto incluirá ainda o estudo detalhado dedois sistemas litorais de especial relevância paraa ARH do Tejo: o troço da Costa da Caparica ea Lagoa de Albufeira. Estes dois Estudos deCaso serão tratados como projectosindependentes dirigidos para a resolução dosproblemas de gestão inerentes às especificidadesde cada sistema. No que se refere à Costa daCaparica, foi definido um programa demonitorização específico para caracterizar aevolução da linha de costa, de modo a melhorcompreender os mecanismos de circulaçãosedimentar presentes no troço, bem comoquantificar o grau de vulnerabilidade e os riscosactuais. A Lagoa de Albufeira será alvo de umconjunto de estudos específicos que incluem:a análise da dinâmica da barra de maré e dassuas relações com a agitação marítima e asmarés; a caracterização da qualidade da águano espaço lagunar baseada em parâmetrosfísico-químicos e biológicos; a análise dacapacidade de suporte do sistema lagunar face

à actividade de miticultura ali instalada e adefinição das zonas de dragagem das áreasassoreadas e dos locais de deposição dosdragados. Estas análises serão baseadas numacombinação de recolha de dados de campo emodelação numérica. Os resultados do estudodarão resposta aos objectivos da UnidadeOperativa de Planeamento e Gestão (UOPG-18)do POOC Sintra - Sado e servirão de apoio naconcretização de um conjunto de acçõesnecessário para o ordenamento e requalificaçãodeste sistema lagunar.Este projecto servirá como base de referênciapara a caracterização da variabilidademorfodinâmica do litoral, apoiando na elaboraçãode planos de praia, a detecção de eventuaissituações de risco e a gestão costeira. A equipa,em colaboração com a ARH do Tejo, definirávalores de referência para vários indicadoresadequados do ponto de vista da gestão e doplaneamento do litoral e criará um programa demonitorização estratégico, à escala regional, quealimentará uma base de dados consistente esistemática sobre a variabilidade dessesindicadores. O projecto criará um sistema deinformação que permitirá a gestão dos dados,a sua visualização e avaliação face aos valoresde referência e poderá suportar a tomada dedecisões face aos objectivos estratégicos daARH do Tejo, resultando numa visão estratégicade gestão integrada do litoral.

Criação e implementação de um Sistema de Monitorizaçãono Litoral na área de actuação da ARH do TejoC. Andrade1 ; F. Marques1 ; R. Taborda1 ; M.C. Freitas1 ; T. Silveira1 ; C. Antunes1 ; A. Barata2 ; T. Rosa2 ;A. B. Fortunato3 ; A. Oliveira3 ; J. Marques da Silva1 ; H. Cabral1 ; Vanda Brotas1 ; O. Correia1 ; C. Branquinho1 .

Lagoa de Albufeira

(1) Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa(2) Hidroprojecto, S.A.(3) Laboratório Nacional de Engenharia Civil

5.ª REUNIÃODO CONSELHO

DE REGIÃO HIDROGRÁFICA

Eng.ª Ana Adelino, Biodesign

Conselheiros

Decorreu no passado dia 28 de Outubro, no Montijo, a 5.ª reunião doConselho de Região Hidrográfica da ARH do Tejo. Entre os váriosassuntos tratados, incluiu-se a apresentação das Bases para a Elaboraçãodo Plano de Actividades para 2011, nomeadamente das actividadesprevistas e enquadradas nos Objectivos Estratégicos e ObjectivosOperacionais definidos pela própria ARH do Tejo.

Embora estivesse prevista uma intervenção por parte dos responsáveisda Confederación Hidrográfica del Tajo, organismo espanhol comresponsabilidades homólogas na Bacia do Tejo em Espanha, a mesmafoi adiada devido à impossibilidade de participação dos mesmos.

No que se refere ao ponto da agenda relativo ao Plano de Gestão deRegião Hidrográfica (PGRH), este foi desdobrado em quatro temas:Ponto de Situação dos Trabalhos; Processo de Participação Pública;Factores Críticos para Avaliação Ambiental Estratégica e CenarizaçãoProspectiva para os diversos sectores. Refira-se que o Plano está emelaboração, estando prevista para Junho de 2011 a versão para consultapública. Processo de consulta pública terá a duração de 6 meses,prevendo-se a publicação da versão final do Plano para o início de 2012.

Na parte final da reunião foram apresentadas sucintamente as iniciativase acções desenvolvidas pela ARH do Tejo, nomeadamente no querespeita a informação, divulgação, formação e parcerias. O próximoConselho de Região Hidrográfica realiza-se no dia 14 de Dezembro,prevendo-se desde já, a apresentação do Plano de Actividades para2011.

Toda a informação relativa ao Conselho de Região Hidrográfica podeser consultada no site da ARH do Tejo (www.arhtejo.pt).

Page 11: infotejo #9

10 11

ACTUALIDADE NOTÍCIAS

O projecto prevê a construção de uma base dedados com informação geográfica com temasde geologia, morfologia, estrutura e organizaçãoespacial das várias unidades litorais, bem comoinformação sobre estruturas de protecçãocosteira, ocupação do solo e principais sistemasde drenagem. Estes elementos proporcionarãouma ferramenta de trabalho valiosa para adefinição e caracterização das principais unidadesdo troço litoral em estudo, e a sua segmentaçãoem células sedimentares consistentes, em termosda dinâmica e do balanço sedimentar.O projecto inclui a caracterização do forçamentometeorológico e oceanográfico, paracompreender melhor os agentes que interferemno balanço sedimentar e/ou produzemtransformações geomorfológicas na zona costeirae que, consequentemente, condicionam aperigosidade nesta zona. Os trabalhos incluema compilação de séries temporais longas dedados, a aquisição de informação topo--hidrográfica, nomeadamente da zona exterioradjacente ao estuário do Tejo, a aplicação demodelos numéricos de hidrodinâmica, qualidadeda água e de propagação da agitação na zonacosteira da ARH do Tejo.Todo o litoral da área de actuação da ARH doTejo será alvo de estudo de caracterização daevolução a uma escala de tempo alargada(últimos 50-100 anos), identificando tendênciase taxas de erosão, acreção ou estabilidade dasunidades litorais. Serão utilizadas técnicas defotointerpretação e fotogrametria para identificara posição da linha de costa em troços delitoral arenoso e da crista das arribas em contextode litoral rochoso. Adicionalmente, serãoseleccionadas áreas-piloto representativas dasvárias unidades costeiras para efectuar umaanálise da evolução morfodinâmica a escalassazonal e anual, procurando identificar oscomportamentos de alta frequência de praias earribas em resposta à sazonalidade natural dosfactores forçadores e à ocorrência de eventosextremos.Uma das componentes mais importantes doprojecto será a avaliação da perigosidadeassociada à mobilidade da linha de costa. Aelevada ocupação do litoral na área de actuaçãoda ARH do Tejo exige acções de planeamentoque garantam a salvaguarda de pessoas ebens e que contribuam para a minimização eprevenção do risco costeiro. Nesse sentido, aequipa de trabalho procederá na área de actuaçãoda ARH do Tejo, às seguintes tarefas: i) cartografiae determinação da perigosidade associadas àocorrência de fenómenos de instabilidade emarribas, à erosão de praias e ao galgamentooceânico; ii) verificação da adequabilidade dasfaixas de risco/salvaguarda definidas nos POOCem vigor; iii) caracterização da capacidade de

ocupação de praias; iv) definição de critériospara delimitação da linha da máxima preia-marde águas vivas equinociais, como consagradona Lei n.º 54/2005, de 15 de Novembro.Esta avaliação contribuirá para a definiçãode um quadro de referência objectivo epormenorizado de especificações técnicas,restrições e recomendações, a aplicar emprojectos de intervenção no litoral que se tornemnecessários para reduzir o risco, preservar opatrimónio ou assegurar a estabilidade esegurança de projectos de estruturas queenvolvam o uso da orla costeira, assegurandosimultaneamente a preservação paisagística eambiental.O projecto incluirá ainda o estudo detalhado dedois sistemas litorais de especial relevância paraa ARH do Tejo: o troço da Costa da Caparica ea Lagoa de Albufeira. Estes dois Estudos deCaso serão tratados como projectosindependentes dirigidos para a resolução dosproblemas de gestão inerentes às especificidadesde cada sistema. No que se refere à Costa daCaparica, foi definido um programa demonitorização específico para caracterizar aevolução da linha de costa, de modo a melhorcompreender os mecanismos de circulaçãosedimentar presentes no troço, bem comoquantificar o grau de vulnerabilidade e os riscosactuais. A Lagoa de Albufeira será alvo de umconjunto de estudos específicos que incluem:a análise da dinâmica da barra de maré e dassuas relações com a agitação marítima e asmarés; a caracterização da qualidade da águano espaço lagunar baseada em parâmetrosfísico-químicos e biológicos; a análise dacapacidade de suporte do sistema lagunar face

à actividade de miticultura ali instalada e adefinição das zonas de dragagem das áreasassoreadas e dos locais de deposição dosdragados. Estas análises serão baseadas numacombinação de recolha de dados de campo emodelação numérica. Os resultados do estudodarão resposta aos objectivos da UnidadeOperativa de Planeamento e Gestão (UOPG-18)do POOC Sintra - Sado e servirão de apoio naconcretização de um conjunto de acçõesnecessário para o ordenamento e requalificaçãodeste sistema lagunar.Este projecto servirá como base de referênciapara a caracterização da variabilidademorfodinâmica do litoral, apoiando na elaboraçãode planos de praia, a detecção de eventuaissituações de risco e a gestão costeira. A equipa,em colaboração com a ARH do Tejo, definirávalores de referência para vários indicadoresadequados do ponto de vista da gestão e doplaneamento do litoral e criará um programa demonitorização estratégico, à escala regional, quealimentará uma base de dados consistente esistemática sobre a variabilidade dessesindicadores. O projecto criará um sistema deinformação que permitirá a gestão dos dados,a sua visualização e avaliação face aos valoresde referência e poderá suportar a tomada dedecisões face aos objectivos estratégicos daARH do Tejo, resultando numa visão estratégicade gestão integrada do litoral.

Criação e implementação de um Sistema de Monitorizaçãono Litoral na área de actuação da ARH do TejoC. Andrade1 ; F. Marques1 ; R. Taborda1 ; M.C. Freitas1 ; T. Silveira1 ; C. Antunes1 ; A. Barata2 ; T. Rosa2 ;A. B. Fortunato3 ; A. Oliveira3 ; J. Marques da Silva1 ; H. Cabral1 ; Vanda Brotas1 ; O. Correia1 ; C. Branquinho1 .

Lagoa de Albufeira

(1) Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa(2) Hidroprojecto, S.A.(3) Laboratório Nacional de Engenharia Civil

5.ª REUNIÃODO CONSELHO

DE REGIÃO HIDROGRÁFICA

Eng.ª Ana Adelino, Biodesign

Conselheiros

Decorreu no passado dia 28 de Outubro, no Montijo, a 5.ª reunião doConselho de Região Hidrográfica da ARH do Tejo. Entre os váriosassuntos tratados, incluiu-se a apresentação das Bases para a Elaboraçãodo Plano de Actividades para 2011, nomeadamente das actividadesprevistas e enquadradas nos Objectivos Estratégicos e ObjectivosOperacionais definidos pela própria ARH do Tejo.

Embora estivesse prevista uma intervenção por parte dos responsáveisda Confederación Hidrográfica del Tajo, organismo espanhol comresponsabilidades homólogas na Bacia do Tejo em Espanha, a mesmafoi adiada devido à impossibilidade de participação dos mesmos.

No que se refere ao ponto da agenda relativo ao Plano de Gestão deRegião Hidrográfica (PGRH), este foi desdobrado em quatro temas:Ponto de Situação dos Trabalhos; Processo de Participação Pública;Factores Críticos para Avaliação Ambiental Estratégica e CenarizaçãoProspectiva para os diversos sectores. Refira-se que o Plano está emelaboração, estando prevista para Junho de 2011 a versão para consultapública. Processo de consulta pública terá a duração de 6 meses,prevendo-se a publicação da versão final do Plano para o início de 2012.

Na parte final da reunião foram apresentadas sucintamente as iniciativase acções desenvolvidas pela ARH do Tejo, nomeadamente no querespeita a informação, divulgação, formação e parcerias. O próximoConselho de Região Hidrográfica realiza-se no dia 14 de Dezembro,prevendo-se desde já, a apresentação do Plano de Actividades para2011.

Toda a informação relativa ao Conselho de Região Hidrográfica podeser consultada no site da ARH do Tejo (www.arhtejo.pt).

Page 12: infotejo #9

12

NOTÍCIAS NOTÍCIAS

13

MINISTRA DO AMBIENTE E DO ORDENAMENTO DOTERRITÓRIO, ENG.ª DULCE ÁLVARO PÁSSARO, EM SEVILHAConferência sobre Legislação Ambiental da UE"Aplicação do Direito Ambiental da União Europeia: o papel das instânciasjudiciais nacionais" foi o tema de uma conferência de Magistradosespanhóis e portugueses que decorreu em Sevilha, nos dias 11 e 12 deNovembro. Organizada pela Comissão Europeia, e pelo Ministério doAmbiente e Ordenamento do Território e Ministerio de Medio Ambientey Medio Rural y Marino a conferência reuniu cerca de duas centenas departicipantes, entre os quais estiveram alguns dos mais relevantes juízese procuradores portugueses, conjuntamente com técnicos e juristas doMinistério do Ambiente e do Ordenamento do Território (MAOT).

A Ministra Espanhola do Ambiente e Assuntos Rurais e Marítimos, RosaAguilar Rivero, participou na sessão de abertura, sublinhando a necessidadede consenso e debate no que se refere aos principais desafios emmatéria de legislação ambiental.

Simone Pio, Vice-Presidente da ARH do Tejo, foi oradora no painel relativoaos Planos de Gestão das Bacias Hidrográficas, tendo salientado aimportância das Administrações de Região Hidrográfica na aplicação doquadro legal de recursos hídricos e a necessidade de uma melhor articulaçãocom o sistema judicial, no sentido de garantir uma eficaz governança estádirectamente associada com a gestão dos recursos hídricos.

No encerramento da conferência esteve presente a Senhora Ministra doAmbiente e do Ordenamento do Território, Eng.ª Dulce Álvaro Pássaro,que enfatizou muito positivamente a importância desta conferência, realçandoainda o "inegável salto qualitativo dado por Portugal nas últimas décadas"em áreas como a gestão dos resíduos, salvaguarda da qualidade dosrecursos hídricos, conservação da natureza e da biodiversidade, combateàs alterações climáticas e promoção de energias renováveis.

AVALIANDO A SUSTENTABILIDADE E FORTALECENDOPOLITÍCAS OPERATIVAS NAS ZONAS COSTEIRASEntre 12 e14 de Outubro, Warnemunde,pequena localidade turística situada no MarBáltico, recebeu os parceiros do SUSTAINreunidos num Workshop Europeu, visando aidentificação dos indicadores de sustentabilidadedas zonas costeiras. Durante dois dias, técnicosde autoridades públicas regionais e locais,centros de investigação e ONG de 12 paísescosteiros, debateram as principais questõesque constituem quer as ameaças quer osdesafios que se colocam à sustentabilidadedas zonas costeiras (das áreas mais frágeis eameaçadas da União Europeia).

A ARH do Tejo é o parceiro representante dePortugal neste projecto Europeu decooperação inter-regional co-financiado peloINTERREG IVC e que se denomina SUSTAIN,acrónimo de “Avaliando a Sustentabilidadee fortalecendo Políticas Operativas para asZonas Costeiras”.

No final dos três anos do projecto (2010-2012)é objectivo do SUSTAIN dispor de uminstrumento de política que permitirá avaliar asustentabilidade das zonas costeiras e apoiaráas autoridades e comunidades das regiõescosteiras da Europa, a caminhar no sentido deum desenvolvimento mais sustentável.

Definir um conjunto de indicadores desustentabilidade, facilmente implementáveis;Auto-avaliar os indicadores identificados tendoem vista a sua utilização à escala pan-Europeia;Aumentar a sustentabilidade das Regiõesparceiras, através do intercâmbio deexperiências e transferência de boas práticasem matérias relacionadas com a gestão

sustentável das zonas costeiras, são os trêssub-objectivos do SUSTAIN.

Progressos significativos foram já conseguidos,em particular uma abordagem comum quantoaos indicadores-chave, os quais abrangemaspectos como gestão do risco, participaçãoda comunidade, educação e comportamentos,herança cultural e património, consumo, usodo solo e qualidade das praias.

Workshop emWarnemunde,Alemanha

Praia em Warnemunde, Alemanha

PLANO DE ORDENAMENTODO ESTUÁRIO DO TEJO

1.º WORKSHOP PARTICIPATIVOA Administração da Região Hidrográfica doTejo encontra-se a elaborar o Plano deOrdenamento do Estuário do Tejo (POETejo), o qual constitui uma sede privilegiadade discussão de opções de ordenamentoe de gestão do território, do estuário e darespectiva orla estuarina (com a largura de500 m), entre os vários actores que o usufrueme sobre ele actuam.

Desde as fases prévias à elaboração do POETejo que existiu a consciência da importânciada participação activa de todas as partesinteressadas, tendo desde logo, a 23 de Julhoe a 20 de Novembro de 2009, sido promovidassessões de debate para reflexão sobre osdesafios e as oportunidades que se colocamà elaboração deste plano. A 1.ª Sessãoenvolveu a comunidade técnica e científicaconhecedora do estuário do Tejo e a 2.ª oconjunto das câmaras municipais da área deintervenção do POE Tejo.

Tendo sido iniciados os trabalhos deelaboração do POE Tejo, em Maio de 2011,e durante a respectiva fase de caracterizaçãoe diagnóstico, considerou-se fundamentalproceder à auscultação de vários “actores”representativos de áreas de actividadeassociadas ao estuário. Com efeito, oordenamento do território deverá ser vistocomo um processo de negociação com oobjectivo de apoiar a tomada de decisões emtorno da gestão de conflitos, e da geração deconsensos entre os vários intervenientes,constituídos pelas partes interessadas naorganização e transformação do território.

Nesta perspectiva foi elaborado um Plano deComunicação e Envolvimento dos Interessadosque desenvolve o modelo de participação públicado POE Tejo e que permite o envolvimentodirecto desde a fase inicial do processo, deforma activa e construtiva, das várias entidadese dos agentes locais, que desenvolvem as suasactividades associadas ao estuário. Este Planoprevê para o envolvimento dos interessados,através de distintos métodos de utilização, entreos quais os Workshops, que são reuniões nasquais um grupo restrito orientado por umfacilitador explora temas, desenvolve ideias egera consensos. São caracterizados por seremmenos formais e mais criativos do que assessões de apresentação.

Neste contexto, foi organizado o 1.º Workshopparticipativo do POE Tejo, que se realizouno dia 27 de Outubro, nas instalações doIPIMAR, em Lisboa, centrado na temática dasactividades praticadas no estuário do Tejo etendo como principais objectivos: contribuirpara a informação e divulgação do processode elaboração do POE Tejo; auscultar osinteressados, estimulando sinergias e formasde participação activas, contribuindo paracompletar a caracterização e diagnóstico;avaliar a forma como se processam e se têmdesenvolvido as actividades no estuário.

Para estruturação da abordagem a efectuarao grande tema, actividades praticadas noestuário, foram escolhidos quatro sub-temas:pesca e aquicultura; agricultura; turismo erecreio e a actividade portuária. As entidadesconvidadas envolveram associações de

pescadores, associações de apanhadoresde animais marinhos, associações e clubesnavais e de náutica de recreio, associações deagricultores da Lezíria do Tejo e de agricultoresdos mouchões, associação de operadoresdo Porto de Lisboa e representantes deestaleiros navais, que mostram, desde logo,uma grande motivação para a participação,demonstrativa da importância que tem aoportunidade de envolvimento dos diversosagentes intervenientes (stakeholders) numprocesso de planeamento que envolve umterritório com uma tão grande dinâmica, e ondeactua um elevado número de instituições.

O método de trabalho adoptado consistiu nodesenvolvimento por grupo temático de umaanálise do tipo “swot”, tendo por base aidentificação da situação actual do estuáriodo Tejo e das actividades que nele sedesenvolvem, enquadradas como pontosfortes e pontos fracos, e prospectiva dasituação futura, reflectida em oportunidadese ameaças. Foi assim apurado um conjuntode situações reconhecidas por todos osintervenientes como importantes para acaracterização e diagnóstico de usos eocupações desenvolvidos no estuário e emtorno dele, respectivas sinergias e conflitos.

No site da ARH do Tejo (www.arhtejo.pt)encontra-se disponível informação sobre aelaboração do Plano de Ordenamento doEstuário do Tejo, nomeadamente sobre arealização deste 1.º Workshop participativo,incluindo as conclusões retiradas da análise“swot” efectuada.

Sala de Trabalho - Tema Pescas

Sala de Trabalho -Tema Turismo e Recreio

Page 13: infotejo #9

12

NOTÍCIAS NOTÍCIAS

13

MINISTRA DO AMBIENTE E DO ORDENAMENTO DOTERRITÓRIO, ENG.ª DULCE ÁLVARO PÁSSARO, EM SEVILHAConferência sobre Legislação Ambiental da UE"Aplicação do Direito Ambiental da União Europeia: o papel das instânciasjudiciais nacionais" foi o tema de uma conferência de Magistradosespanhóis e portugueses que decorreu em Sevilha, nos dias 11 e 12 deNovembro. Organizada pela Comissão Europeia, e pelo Ministério doAmbiente e Ordenamento do Território e Ministerio de Medio Ambientey Medio Rural y Marino a conferência reuniu cerca de duas centenas departicipantes, entre os quais estiveram alguns dos mais relevantes juízese procuradores portugueses, conjuntamente com técnicos e juristas doMinistério do Ambiente e do Ordenamento do Território (MAOT).

A Ministra Espanhola do Ambiente e Assuntos Rurais e Marítimos, RosaAguilar Rivero, participou na sessão de abertura, sublinhando a necessidadede consenso e debate no que se refere aos principais desafios emmatéria de legislação ambiental.

Simone Pio, Vice-Presidente da ARH do Tejo, foi oradora no painel relativoaos Planos de Gestão das Bacias Hidrográficas, tendo salientado aimportância das Administrações de Região Hidrográfica na aplicação doquadro legal de recursos hídricos e a necessidade de uma melhor articulaçãocom o sistema judicial, no sentido de garantir uma eficaz governança estádirectamente associada com a gestão dos recursos hídricos.

No encerramento da conferência esteve presente a Senhora Ministra doAmbiente e do Ordenamento do Território, Eng.ª Dulce Álvaro Pássaro,que enfatizou muito positivamente a importância desta conferência, realçandoainda o "inegável salto qualitativo dado por Portugal nas últimas décadas"em áreas como a gestão dos resíduos, salvaguarda da qualidade dosrecursos hídricos, conservação da natureza e da biodiversidade, combateàs alterações climáticas e promoção de energias renováveis.

AVALIANDO A SUSTENTABILIDADE E FORTALECENDOPOLITÍCAS OPERATIVAS NAS ZONAS COSTEIRASEntre 12 e14 de Outubro, Warnemunde,pequena localidade turística situada no MarBáltico, recebeu os parceiros do SUSTAINreunidos num Workshop Europeu, visando aidentificação dos indicadores de sustentabilidadedas zonas costeiras. Durante dois dias, técnicosde autoridades públicas regionais e locais,centros de investigação e ONG de 12 paísescosteiros, debateram as principais questõesque constituem quer as ameaças quer osdesafios que se colocam à sustentabilidadedas zonas costeiras (das áreas mais frágeis eameaçadas da União Europeia).

A ARH do Tejo é o parceiro representante dePortugal neste projecto Europeu decooperação inter-regional co-financiado peloINTERREG IVC e que se denomina SUSTAIN,acrónimo de “Avaliando a Sustentabilidadee fortalecendo Políticas Operativas para asZonas Costeiras”.

No final dos três anos do projecto (2010-2012)é objectivo do SUSTAIN dispor de uminstrumento de política que permitirá avaliar asustentabilidade das zonas costeiras e apoiaráas autoridades e comunidades das regiõescosteiras da Europa, a caminhar no sentido deum desenvolvimento mais sustentável.

Definir um conjunto de indicadores desustentabilidade, facilmente implementáveis;Auto-avaliar os indicadores identificados tendoem vista a sua utilização à escala pan-Europeia;Aumentar a sustentabilidade das Regiõesparceiras, através do intercâmbio deexperiências e transferência de boas práticasem matérias relacionadas com a gestão

sustentável das zonas costeiras, são os trêssub-objectivos do SUSTAIN.

Progressos significativos foram já conseguidos,em particular uma abordagem comum quantoaos indicadores-chave, os quais abrangemaspectos como gestão do risco, participaçãoda comunidade, educação e comportamentos,herança cultural e património, consumo, usodo solo e qualidade das praias.

Workshop emWarnemunde,Alemanha

Praia em Warnemunde, Alemanha

PLANO DE ORDENAMENTODO ESTUÁRIO DO TEJO

1.º WORKSHOP PARTICIPATIVOA Administração da Região Hidrográfica doTejo encontra-se a elaborar o Plano deOrdenamento do Estuário do Tejo (POETejo), o qual constitui uma sede privilegiadade discussão de opções de ordenamentoe de gestão do território, do estuário e darespectiva orla estuarina (com a largura de500 m), entre os vários actores que o usufrueme sobre ele actuam.

Desde as fases prévias à elaboração do POETejo que existiu a consciência da importânciada participação activa de todas as partesinteressadas, tendo desde logo, a 23 de Julhoe a 20 de Novembro de 2009, sido promovidassessões de debate para reflexão sobre osdesafios e as oportunidades que se colocamà elaboração deste plano. A 1.ª Sessãoenvolveu a comunidade técnica e científicaconhecedora do estuário do Tejo e a 2.ª oconjunto das câmaras municipais da área deintervenção do POE Tejo.

Tendo sido iniciados os trabalhos deelaboração do POE Tejo, em Maio de 2011,e durante a respectiva fase de caracterizaçãoe diagnóstico, considerou-se fundamentalproceder à auscultação de vários “actores”representativos de áreas de actividadeassociadas ao estuário. Com efeito, oordenamento do território deverá ser vistocomo um processo de negociação com oobjectivo de apoiar a tomada de decisões emtorno da gestão de conflitos, e da geração deconsensos entre os vários intervenientes,constituídos pelas partes interessadas naorganização e transformação do território.

Nesta perspectiva foi elaborado um Plano deComunicação e Envolvimento dos Interessadosque desenvolve o modelo de participação públicado POE Tejo e que permite o envolvimentodirecto desde a fase inicial do processo, deforma activa e construtiva, das várias entidadese dos agentes locais, que desenvolvem as suasactividades associadas ao estuário. Este Planoprevê para o envolvimento dos interessados,através de distintos métodos de utilização, entreos quais os Workshops, que são reuniões nasquais um grupo restrito orientado por umfacilitador explora temas, desenvolve ideias egera consensos. São caracterizados por seremmenos formais e mais criativos do que assessões de apresentação.

Neste contexto, foi organizado o 1.º Workshopparticipativo do POE Tejo, que se realizouno dia 27 de Outubro, nas instalações doIPIMAR, em Lisboa, centrado na temática dasactividades praticadas no estuário do Tejo etendo como principais objectivos: contribuirpara a informação e divulgação do processode elaboração do POE Tejo; auscultar osinteressados, estimulando sinergias e formasde participação activas, contribuindo paracompletar a caracterização e diagnóstico;avaliar a forma como se processam e se têmdesenvolvido as actividades no estuário.

Para estruturação da abordagem a efectuarao grande tema, actividades praticadas noestuário, foram escolhidos quatro sub-temas:pesca e aquicultura; agricultura; turismo erecreio e a actividade portuária. As entidadesconvidadas envolveram associações de

pescadores, associações de apanhadoresde animais marinhos, associações e clubesnavais e de náutica de recreio, associações deagricultores da Lezíria do Tejo e de agricultoresdos mouchões, associação de operadoresdo Porto de Lisboa e representantes deestaleiros navais, que mostram, desde logo,uma grande motivação para a participação,demonstrativa da importância que tem aoportunidade de envolvimento dos diversosagentes intervenientes (stakeholders) numprocesso de planeamento que envolve umterritório com uma tão grande dinâmica, e ondeactua um elevado número de instituições.

O método de trabalho adoptado consistiu nodesenvolvimento por grupo temático de umaanálise do tipo “swot”, tendo por base aidentificação da situação actual do estuáriodo Tejo e das actividades que nele sedesenvolvem, enquadradas como pontosfortes e pontos fracos, e prospectiva dasituação futura, reflectida em oportunidadese ameaças. Foi assim apurado um conjuntode situações reconhecidas por todos osintervenientes como importantes para acaracterização e diagnóstico de usos eocupações desenvolvidos no estuário e emtorno dele, respectivas sinergias e conflitos.

No site da ARH do Tejo (www.arhtejo.pt)encontra-se disponível informação sobre aelaboração do Plano de Ordenamento doEstuário do Tejo, nomeadamente sobre arealização deste 1.º Workshop participativo,incluindo as conclusões retiradas da análise“swot” efectuada.

Sala de Trabalho - Tema Pescas

Sala de Trabalho -Tema Turismo e Recreio

Page 14: infotejo #9

COMBATE À CAPTURA ILEGALDO MEIXÃO NOS RIOS TEJO E SORRAIAAcção de FiscalizaçãoNo passado dia 20 de Outubro, a Polícia Marítima, em articulação coma ARH do Tejo e com o acompanhamento da Direcção-Geral dasPescas e Aquicultura (DGPA), desenvolveu uma extensa acção defiscalização dirigida à captura ilegal do meixão.

Refira-se que o meixão é uma enguia juvenil, normalmente com quatroa cinco centímetros de comprimento e de cor transparente. A capturailegal desta espécie é realizada através de uma rede do tipo “mosquiteira”,que apresenta uma malhagem tão pequena que, conjuntamente coma apanha do meixão, captura outras espécies muito juvenis cujodesenvolvimento se efectua no abrigo proporcionado pelos rios.

A acção de fiscalização decorreu, entre as 07h30 e as 16h00, na áreade actuação da Capitania do Porto de Lisboa, designadamente no troçodo rio Tejo entre a Ponte Vasco da Gama e a Ponte da Lezíria, e no rioSorraia, desde o local onde este desagua no Tejo, também designadopor “Ponta da Erva”, até bem próximo da Ponte do Porto Alto.

Foram avistadas e apreendidas diversas redes de pesca de meixão,em actividade no rio Sorraia. Foram também avistadas, essencialmentena margem esquerda, várias redes deste tipo que continham no interior

do respectivo saco cerca de 2/3 Kg de pescado cada uma, na suamaioria camarão de pequenas dimensões e meixão em pequenaquantidade, posteriormente devolvidos às águas do rio. O ponto deencontro para descarga das redes foi a “Ponta da Erva”.

No troço do rio Tejo entre a ponte Vasco da Gama e a Ponte da Lezírianão foram avistadas redes de meixão, tendo sido, no entanto,apreendidas algumas redes de emalhar sem identificação.

Para além de meios terrestres de apoio, a acção de fiscalização contoucom outros recursos, nomeadamente:

• lancha semi-rígida “Tubarão” da Doca de Alcântara, sendo o primeirodestino o rio Sorraia;

• bote no Pólo do Cabo, margem esquerda do rio Tejo, junto à PonteMarechal Carmona em Vila Franca de Xira, de modo a efectuarfiscalização desde esse ponto e a “Ponta da Erva”;

• bote na zona do Mouchão das Garças no rio Tejo, para a fiscalizaçãona zona dos mouchões;

• bote, junto à Ponte de Porto Alto, no rio Sorraia de modo a efectuara sua descida.

Rede do meixãocom outras espécies

Descarga das redes apreendidas

Meixão capturado no sacode rede, e posteriormentedevolvido à água

A Polícia Marítima, em articulação coma ARH do Tejo e com o acompanhamento

da Direcção-Geral das Pescas e Aquicultura(DGPA), desenvolveu uma extensa acção

de fiscalização dirigida à captura ilegaldo meixão

14

NOTÍCIAS NOTÍCIAS

15

EU SISMICAEX’10PROTECÇÃO CIVIL – GRANDE EXERCÍCIO NA BEIRA BAIXA

ARH do Tejo participa exercício conjunto com Espanha

Decorreu nos passados dias 2 e 3 deNovembro, em Castelo Branco, o exercícioeuropeu "EU SISMICAEX’10”, numaorganização conjunta do Governo Civil deCastelo Branco e da Junta da Extremadurade Espanha. O simulacro teve comoobjectivo treinar as várias entidades comresponsabilidade em matéria de protecçãocivil, à luz dos princípios do Sistema Integradode Operações de Protecção e Socorro (SIOPS)e do Plano Distrital de Emergência deProtecção Civil de Castelo Branco (PDEPCCB).

Neste sentido, o "EU SISMICAEX’10” permitiuexercitar, nomeadamente, o acolhimento e aintegração de equipas de intervenção distritalnuma operação transfronteiriça, a articulaçãooperacional entre os escalões nacional, distritale municipal e o controlo e a gestão dos meiosdisponíveis para as acções de resposta a umevento sísmico seguido de inundação. Serviuainda para testar a interoperabilidade entreas equipas de intervenção nas áreas de Buscae Salvamento e de Emergência Médica, aestrutura de comando e controlo operacionale a arquitectura dos sistemas de comando,comunicações e apoio à decisão.

Entre as entidades que participaram noexercício estiveram: ARH do Tejo; AgênciaPortuguesa do Ambiente; Autoridade FlorestalNacional; Autoridade Nacional de ProtecçãoCivil; Comando Distrital de Operações deSocorro de Castelo Branco; Centro Distritalde Segurança Social; Corpos de Bombeirosdo Distrito de Castelo Branco; Força Especialde Bombeiros; Guarda Nacional Republicana;Instituto da Conservação da Natureza eBiodiversidade; Instituto de Meteorologia;Instituto Nacional de Emergência Médica;Instituto Nacional de Medicina Legal; Políciade Segurança Pública; Polícia Judiciária;Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e osServiços Municipais de Protecção Civil deCastelo Branco, Vila Velha de Ródão eIdanha-a-Nova.

O cenário do exercício foi fictício, sendo queos acontecimentos prévios pressupostosna Comunidade Autónoma da Extremaduraem Espanha, que deram lugar à catástroferepresentada no simulacro, foram,respectivamente: condições meteorológicasadversas, com início três meses antes dasequência de dias do incidente; sismo de

grande intensidade com epicentro perto dabarragem de Valdecañas e hipótese derotura e descarga massiva da barragem deValdecañas.

Dos vários cenários possíveis, no território doDistrito de Castelo Branco, admitiu-se umcenário de cheia na zona denominada por TejoInternacional, nomeadamente junto às Portasde Ródão (cais), tendo como resultado umaárea afectada abaixo dos 90 m de cota, comdanos especialmente concentrados em tornoda daquela zona. Foram ainda considerados,com probabilidade de gerar danos moderados

a elevados, os concelhos de Idanha-a-Nova,Castelo Branco e Vila Velha de Ródão, comespecial predominância neste último.

Durante o exercício "EU-SISMICAEX" foramtestadas as valências de Avaliação eReconhecimento, Busca e Salvamento,Emergência Médica e Triagem, Incidentesdecorrentes de Cheias, Evacuação,Resgate Aéreo e Aquático, Apoio Logístico,Reconhecimentos Terrestres, Aquáticos eAéreos, Montagem e Gestão de Postos deComando, Apoio Social, Perímetros e Áreasde Segurança e Comunicações.

Exercício de resgate aéreo

Exercício de busca e salvamento

Page 15: infotejo #9

COMBATE À CAPTURA ILEGALDO MEIXÃO NOS RIOS TEJO E SORRAIAAcção de FiscalizaçãoNo passado dia 20 de Outubro, a Polícia Marítima, em articulação coma ARH do Tejo e com o acompanhamento da Direcção-Geral dasPescas e Aquicultura (DGPA), desenvolveu uma extensa acção defiscalização dirigida à captura ilegal do meixão.

Refira-se que o meixão é uma enguia juvenil, normalmente com quatroa cinco centímetros de comprimento e de cor transparente. A capturailegal desta espécie é realizada através de uma rede do tipo “mosquiteira”,que apresenta uma malhagem tão pequena que, conjuntamente coma apanha do meixão, captura outras espécies muito juvenis cujodesenvolvimento se efectua no abrigo proporcionado pelos rios.

A acção de fiscalização decorreu, entre as 07h30 e as 16h00, na áreade actuação da Capitania do Porto de Lisboa, designadamente no troçodo rio Tejo entre a Ponte Vasco da Gama e a Ponte da Lezíria, e no rioSorraia, desde o local onde este desagua no Tejo, também designadopor “Ponta da Erva”, até bem próximo da Ponte do Porto Alto.

Foram avistadas e apreendidas diversas redes de pesca de meixão,em actividade no rio Sorraia. Foram também avistadas, essencialmentena margem esquerda, várias redes deste tipo que continham no interior

do respectivo saco cerca de 2/3 Kg de pescado cada uma, na suamaioria camarão de pequenas dimensões e meixão em pequenaquantidade, posteriormente devolvidos às águas do rio. O ponto deencontro para descarga das redes foi a “Ponta da Erva”.

No troço do rio Tejo entre a ponte Vasco da Gama e a Ponte da Lezírianão foram avistadas redes de meixão, tendo sido, no entanto,apreendidas algumas redes de emalhar sem identificação.

Para além de meios terrestres de apoio, a acção de fiscalização contoucom outros recursos, nomeadamente:

• lancha semi-rígida “Tubarão” da Doca de Alcântara, sendo o primeirodestino o rio Sorraia;

• bote no Pólo do Cabo, margem esquerda do rio Tejo, junto à PonteMarechal Carmona em Vila Franca de Xira, de modo a efectuarfiscalização desde esse ponto e a “Ponta da Erva”;

• bote na zona do Mouchão das Garças no rio Tejo, para a fiscalizaçãona zona dos mouchões;

• bote, junto à Ponte de Porto Alto, no rio Sorraia de modo a efectuara sua descida.

Rede do meixãocom outras espécies

Descarga das redes apreendidas

Meixão capturado no sacode rede, e posteriormentedevolvido à água

A Polícia Marítima, em articulação coma ARH do Tejo e com o acompanhamento

da Direcção-Geral das Pescas e Aquicultura(DGPA), desenvolveu uma extensa acção

de fiscalização dirigida à captura ilegaldo meixão

14

NOTÍCIAS NOTÍCIAS

15

EU SISMICAEX’10PROTECÇÃO CIVIL – GRANDE EXERCÍCIO NA BEIRA BAIXA

ARH do Tejo participa exercício conjunto com Espanha

Decorreu nos passados dias 2 e 3 deNovembro, em Castelo Branco, o exercícioeuropeu "EU SISMICAEX’10”, numaorganização conjunta do Governo Civil deCastelo Branco e da Junta da Extremadurade Espanha. O simulacro teve comoobjectivo treinar as várias entidades comresponsabilidade em matéria de protecçãocivil, à luz dos princípios do Sistema Integradode Operações de Protecção e Socorro (SIOPS)e do Plano Distrital de Emergência deProtecção Civil de Castelo Branco (PDEPCCB).

Neste sentido, o "EU SISMICAEX’10” permitiuexercitar, nomeadamente, o acolhimento e aintegração de equipas de intervenção distritalnuma operação transfronteiriça, a articulaçãooperacional entre os escalões nacional, distritale municipal e o controlo e a gestão dos meiosdisponíveis para as acções de resposta a umevento sísmico seguido de inundação. Serviuainda para testar a interoperabilidade entreas equipas de intervenção nas áreas de Buscae Salvamento e de Emergência Médica, aestrutura de comando e controlo operacionale a arquitectura dos sistemas de comando,comunicações e apoio à decisão.

Entre as entidades que participaram noexercício estiveram: ARH do Tejo; AgênciaPortuguesa do Ambiente; Autoridade FlorestalNacional; Autoridade Nacional de ProtecçãoCivil; Comando Distrital de Operações deSocorro de Castelo Branco; Centro Distritalde Segurança Social; Corpos de Bombeirosdo Distrito de Castelo Branco; Força Especialde Bombeiros; Guarda Nacional Republicana;Instituto da Conservação da Natureza eBiodiversidade; Instituto de Meteorologia;Instituto Nacional de Emergência Médica;Instituto Nacional de Medicina Legal; Políciade Segurança Pública; Polícia Judiciária;Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e osServiços Municipais de Protecção Civil deCastelo Branco, Vila Velha de Ródão eIdanha-a-Nova.

O cenário do exercício foi fictício, sendo queos acontecimentos prévios pressupostosna Comunidade Autónoma da Extremaduraem Espanha, que deram lugar à catástroferepresentada no simulacro, foram,respectivamente: condições meteorológicasadversas, com início três meses antes dasequência de dias do incidente; sismo de

grande intensidade com epicentro perto dabarragem de Valdecañas e hipótese derotura e descarga massiva da barragem deValdecañas.

Dos vários cenários possíveis, no território doDistrito de Castelo Branco, admitiu-se umcenário de cheia na zona denominada por TejoInternacional, nomeadamente junto às Portasde Ródão (cais), tendo como resultado umaárea afectada abaixo dos 90 m de cota, comdanos especialmente concentrados em tornoda daquela zona. Foram ainda considerados,com probabilidade de gerar danos moderados

a elevados, os concelhos de Idanha-a-Nova,Castelo Branco e Vila Velha de Ródão, comespecial predominância neste último.

Durante o exercício "EU-SISMICAEX" foramtestadas as valências de Avaliação eReconhecimento, Busca e Salvamento,Emergência Médica e Triagem, Incidentesdecorrentes de Cheias, Evacuação,Resgate Aéreo e Aquático, Apoio Logístico,Reconhecimentos Terrestres, Aquáticos eAéreos, Montagem e Gestão de Postos deComando, Apoio Social, Perímetros e Áreasde Segurança e Comunicações.

Exercício de resgate aéreo

Exercício de busca e salvamento

Page 16: infotejo #9

16

NOTÍCIAS NOTÍCIAS

17

Volvo Ocean Race2011-2012Lisboa, Capital Mundial da Vela

uma dezena de paragens nos vários continentes. A estreia em territórionacional foi conseguida através de uma parceria entre o Turismo dePortugal, a Câmara Municipal de Lisboa, a Associação de Turismode Lisboa e a João Lagos Sports.

A prestigiada regata, que teve início no ano de 1973, cumpre em2011-2012 a 11.ª edição, sendo que a sua passagem por Lisboaconstitui uma oportunidade para ver de perto alguns dos nomes mais

sonantes da vela mundial, como o francês Franck Cammas, skipperdo Team Groupama, o norte-americano Ken Read, skipper do TeamPuma Racing, ou o norte-americano John Kostecki, táctico do BMWOracle Racing, que recentemente conquistou a America’s Cup.

A ocasião da Volvo Ocean Race será de resto aproveitada pararequalificar a zona ribeirinha adjacente à Doca de Pedrouços e prepará--la para acolher novas etapas em futuras edições.

Rota da Volvo Ocean Race2011-2012

Quiksilver Pro PortugalELITE MUNDIAL DO SURF REUNIDA NA ERICEIRA

A mítica praia de Ribeira d'Ilhas foi este ano,pela primeira vez, palco para o Quiksilver ProPortugal, uma etapa masculina de seis estrelasda Association of Surfing Professionals (ASP).Depois do Rip Curl Pro Search em Peniche, osmelhores surfistas do mundo passaram, entre19 e 24 de Outubro, pela Ericeira, a vila tambémconhecida como a Meca do surf português.

Este foi, de resto, um dos eventos maisimportantes da ASP Tour 2010, com um prizemoney de 145 mil dólares. O Quiksilver ProPortugal representou uma oportunidadepara os atletas obterem pontos no rankingmundial da ASP, no sentido de conseguirem aqualificação para a ASP Elite World Tour dopróximo ano.

O surfista espanhol Hodei Collazo, de 26 anos,foi o grande vencedor da prova. Na final, Collazosuperiorizou-se ao seu compatriota GonyZubizarreta, precisamente o surfista que haviaeliminado o português Tiago Pires nos quartos--de-final, onde obteve a maior pontuação doevento (9,87 pontos em 10 possíveis). LeonardoNeves, do Brasil, e o Francês Marc Lacomareterminaram a competição em terceiro lugarex-aequo.

A qualidade das ondas da Ericeira, a atmosferaentusiástica em torno do surf e os váriosacontecimentos paralelos, como concertos eestreias de filmes, garantiram o sucesso doQuiksilver Pro em Portugal, numa altura em quea Ericeira espera ser reconhecida como WorldSurf Reserve. Recorde-se que, com a aprovaçãoda candidatura da Câmara Municipal de Mafraa este estatuto, Portugal pode vir a ser o primeiropaís da Europa e o segundo a nível mundial comuma Reserva Mundial de Surf.

Praia de Ribeira d'Ilhas,palco do Quiksilver Pro Portugal

Gony Zubizarreta e HodeiCollazo, os dois finalistas do

Quiksilver Pro Portugal

Gony Zubizarretae Hodei Collazo,os dois finalistas doQuiksilver Pro Portugal

Leonardo Neves, terceiroclassificado na prova

Lisboa vai acolher, em Junho de 2012, a final da etapa transatlânticada Volvo Ocean Race 2011-2012, considerada a Volta ao Mundo àVela. Neste contexto, o rio Tejo será palco para duas regatas adecorrer nos dias 8 e 9 de Junho de 2012.

“É muito importante ter uma cidade como Lisboa nos nossos stopovers.Tem óptimas condições para a prática da vela e a regata inport será,com certeza, espectacular. Depois do rigor da travessia do Atlânticoserá um prazer chegar à capital portuguesa”, afirma Knut Frostad,CEO da Volvo Ocean Race.

Portugal volta, deste modo, a estar na rota dos eventos desportivosde grande dimensão. A Volvo Ocean Race é uma maratona de circum--navegação com a duração de nove meses que passa por cerca de

Imagem oficial Lisboa - Volvo Ocean Race

Page 17: infotejo #9

16

NOTÍCIAS NOTÍCIAS

17

Volvo Ocean Race2011-2012Lisboa, Capital Mundial da Vela

uma dezena de paragens nos vários continentes. A estreia em territórionacional foi conseguida através de uma parceria entre o Turismo dePortugal, a Câmara Municipal de Lisboa, a Associação de Turismode Lisboa e a João Lagos Sports.

A prestigiada regata, que teve início no ano de 1973, cumpre em2011-2012 a 11.ª edição, sendo que a sua passagem por Lisboaconstitui uma oportunidade para ver de perto alguns dos nomes mais

sonantes da vela mundial, como o francês Franck Cammas, skipperdo Team Groupama, o norte-americano Ken Read, skipper do TeamPuma Racing, ou o norte-americano John Kostecki, táctico do BMWOracle Racing, que recentemente conquistou a America’s Cup.

A ocasião da Volvo Ocean Race será de resto aproveitada pararequalificar a zona ribeirinha adjacente à Doca de Pedrouços e prepará--la para acolher novas etapas em futuras edições.

Rota da Volvo Ocean Race2011-2012

Quiksilver Pro PortugalELITE MUNDIAL DO SURF REUNIDA NA ERICEIRA

A mítica praia de Ribeira d'Ilhas foi este ano,pela primeira vez, palco para o Quiksilver ProPortugal, uma etapa masculina de seis estrelasda Association of Surfing Professionals (ASP).Depois do Rip Curl Pro Search em Peniche, osmelhores surfistas do mundo passaram, entre19 e 24 de Outubro, pela Ericeira, a vila tambémconhecida como a Meca do surf português.

Este foi, de resto, um dos eventos maisimportantes da ASP Tour 2010, com um prizemoney de 145 mil dólares. O Quiksilver ProPortugal representou uma oportunidadepara os atletas obterem pontos no rankingmundial da ASP, no sentido de conseguirem aqualificação para a ASP Elite World Tour dopróximo ano.

O surfista espanhol Hodei Collazo, de 26 anos,foi o grande vencedor da prova. Na final, Collazosuperiorizou-se ao seu compatriota GonyZubizarreta, precisamente o surfista que haviaeliminado o português Tiago Pires nos quartos--de-final, onde obteve a maior pontuação doevento (9,87 pontos em 10 possíveis). LeonardoNeves, do Brasil, e o Francês Marc Lacomareterminaram a competição em terceiro lugarex-aequo.

A qualidade das ondas da Ericeira, a atmosferaentusiástica em torno do surf e os váriosacontecimentos paralelos, como concertos eestreias de filmes, garantiram o sucesso doQuiksilver Pro em Portugal, numa altura em quea Ericeira espera ser reconhecida como WorldSurf Reserve. Recorde-se que, com a aprovaçãoda candidatura da Câmara Municipal de Mafraa este estatuto, Portugal pode vir a ser o primeiropaís da Europa e o segundo a nível mundial comuma Reserva Mundial de Surf.

Praia de Ribeira d'Ilhas,palco do Quiksilver Pro Portugal

Gony Zubizarreta e HodeiCollazo, os dois finalistas do

Quiksilver Pro Portugal

Gony Zubizarretae Hodei Collazo,os dois finalistas doQuiksilver Pro Portugal

Leonardo Neves, terceiroclassificado na prova

Lisboa vai acolher, em Junho de 2012, a final da etapa transatlânticada Volvo Ocean Race 2011-2012, considerada a Volta ao Mundo àVela. Neste contexto, o rio Tejo será palco para duas regatas adecorrer nos dias 8 e 9 de Junho de 2012.

“É muito importante ter uma cidade como Lisboa nos nossos stopovers.Tem óptimas condições para a prática da vela e a regata inport será,com certeza, espectacular. Depois do rigor da travessia do Atlânticoserá um prazer chegar à capital portuguesa”, afirma Knut Frostad,CEO da Volvo Ocean Race.

Portugal volta, deste modo, a estar na rota dos eventos desportivosde grande dimensão. A Volvo Ocean Race é uma maratona de circum--navegação com a duração de nove meses que passa por cerca de

Imagem oficial Lisboa - Volvo Ocean Race

Page 18: infotejo #9

19

MUNICÍPIOS

18

MUNICÍPIOS

CÂMARA DE MONTIJORECUPERA MOINHO DE MARÉ

A recuperação do moinho de maré do Caisdas Faluas levada a cabo pela CâmaraMunicipal de Montijo e inaugurado em 2005não pode deixar de constituir mais um factorde dinâmica do Estuário do Tejo.Ainda que a primeira referência documentadado moinho do Cais de Aldeia Galega/Montijoseja de 1646, a existência de uma cruz daOrdem de Santiago, hoje visível no lintel daporta de entrada, atesta a sua existência anterior.Até finais do séc. XIX o moinho do Caismanteve-se na posse da mesma família,sucedendo-se outros proprietários durante oséc. XX. Tornou-se propriedade municipalem 1995, tendo a Autarquia assumido apreservação - recentemente concretizada -deste ícone da História Local que sintetizauma relação intensa, de vários séculos, entrea actividade agrícola e o rio.É ao fluxo e refluxo das águas do Tejo que omoinho vai buscar a sua fonte de energia.Associados a este recurso natural, existem, comoé visível no moinho do Cais, o edifício e a caldeira;no primeiro estão localizados os engenhos, nasegunda é armazenada a água necessária paraactivar o mecanismo de moagem.

Novas tecnologias vieram substituirprogressivamente o processo tradicional detransformação dos cereais, tendo originadoo gradual abandono do moinho. No início dosanos 80 o imóvel encontrava-se em elevadoestado de degradação.A Câmara Municipal de Montijo pretende queo Moinho funcione como um equipamentocultural, realçando a rica herança cultural deMontijo associada às actividades ribeirinhas,e, paralelamente, constituir um pólo deinterpretação ambiental da zona e oferecerapoio a percursos de peões na zona natural.Este moinho de seis rodízios faz parte de umconjunto de cinco construídos a partir doperíodo dos Descobrimentos.

REQUALIFICADA A FRENTERIBEIRINHA DA CIDADE DEMONTIJO

A grande obra de requalificação da FrenteRibeirinha do Montijo - entre o Moinho deMaré e o antigo Cais das Faluas, uminvestimento de 2 777.770 euros, inauguradoa 24 de Novembro de 2007, permite umamaior aproximação dos cidadãos ao Estuáriodo Tejo.

O empreendimento englobou a construçãode um dique com 420 m de comprimentopor cinco de largura que funcionará comoum grande passeio ribeirinho e bacia deretenção das águas pluviais.A ligação entre as duas margens do Caisdas Faluas passou a ser feita por uma ponte(passagem pedonal e ciclável), com doistramos com cerca de 17 m, em estruturametálica aligeirada, móvel num dosextremos, de modo a permitir o acesso defragatas ao antigo cais de Aldeia Gallega.As questões ambientais não foramesquecidas. Toda a rede de esgotosdomésticos e pluviais foi remodelada.Para além destas obras mais volumosas,procedeu-se à montagem de diversos caisde ancoradouro, à construção de uma novarampa de acesso ao rio para as pequenasembarcações e à colocação de novasárvores, esgotos pluviais e domésticos,luminárias e mobiliário urbano.Esta obra recupera uma técnica secular, dereter as águas, na maré-cheia, para vazá--las na baixa-mar e, assim, arrastar as lamas.O dique funciona, também, como um baciade retenção, minimizando o efeito das cheiasque se verificam, algumas vezes, no centroda cidade.

Em 6 de Julho de 1930, a vila e o concelhode Aldeia Galega do Ribatejo passaram adenominar-se Montijo. Em 14 de Agosto de1985, a vila de Montijo foi elevada à categoriade cidade.O concelho de Montijo é territorialmenteconstituído por 2 Sub-áreas: a Zona Este,que inclui as freguesias de Santo Isidro,Pegões e Canha, e a Zona Oeste com asrestantes 5 freguesias do concelho (Afonsoeiro,Atalaia, Alto Estanqueiro/Jardia, Montijo eSarilhos Grandes), que representam apenas16,18 % da área geográfica total.No que se refere à distribuição da população,segundo dados dos Censos 2001, verifica-

-se que a Zona Este, que representa 83,82%do território, é ocupada por apenas 13,95%da população do concelho.A economia do Montijo tem estado, desdehá várias décadas, fortemente ligada aactividades como a Produção, Abate eTransformação de Carne, a Preparação eTransformação de Cortiça, a produçãoHortícola, Vinícola e Florícola. Estes sectoresobtiveram grande expressão no concelhodevido à sua localização geo-estratégicae características ecológicas e climatéricas.A inauguração da Ponte Vasco da Gama ea conclusão de importantes eixos rodoviários,colocaram o Montijo no centro do principal

corredor rodoviário nacional, permitindo umfácil acesso às principais cidades do país,às infra-estruturas portuárias e aeroportuáriase a Espanha. Este posicionamentoestratégico tem-se mostrado determinantena captação de novos investimentos, dandolugar a uma reconfiguração do tecidoempresarial local, cada vez mais ligado aactividades comerciais e de serviços e comum peso decrescente do sector primário.

Maria Amélia AntunesPresidente da Câmara Municipal de Montijo

A REDE DE ETAR EM MONTIJO

Longe vão os tempos em que a Zona Ribeirinhaservia para despejo de esgotos domésticos eindustriais, que conservava um cheironauseabundo e cores encarniçadas poucopróprias do rio Tejo.

Actualmente, a rede de abastecimento deágua e o sistema de esgotos do concelhoabrange 99 % da população. Nos últimosnove anos foram construídos sete novosdepósitos de água, as estações detratamento de águas residuais (ETARS) doSeixalinho, das Taipadas, do Afonsoeiro,

de Santo Isidro, de Pegões, o sistemaelevatório de Pegões Cruzamento e doAfonsoeiro. Foram ainda construídosinúmeros quilómetros de condutas deabastecimento de água e de drenagem deáguas residuais e pluviais.O município dispõe também de um sistemade telegestão que permite a gestão doscaudais de água e informações concretassobre os d iversos s istemas deabastecimento de água ao concelho.Com a implementação desta importanterede de ETARS no concelho, a qualidadedas águas do estuário do Tejo melhorou eos flamingos agradeceram e regressaramao seu habitat natural. Apesar do concelhocontar, hoje, com cerca de 42 mil habitantes,os sistemas de distribuição de água eesgotos têm uma capacidade instalada para80 mil habitantes. Todo o sistema detratamento de esgotos foi conseguido pelaintegração do município na SIMARSUL e oinvestimento actual ronda os 22 milhões deeuros.

Etar Afonsoeiro

Montijo - frente ribeirinha

Moinho de maré

Page 19: infotejo #9

19

MUNICÍPIOS

18

MUNICÍPIOS

CÂMARA DE MONTIJORECUPERA MOINHO DE MARÉ

A recuperação do moinho de maré do Caisdas Faluas levada a cabo pela CâmaraMunicipal de Montijo e inaugurado em 2005não pode deixar de constituir mais um factorde dinâmica do Estuário do Tejo.Ainda que a primeira referência documentadado moinho do Cais de Aldeia Galega/Montijoseja de 1646, a existência de uma cruz daOrdem de Santiago, hoje visível no lintel daporta de entrada, atesta a sua existência anterior.Até finais do séc. XIX o moinho do Caismanteve-se na posse da mesma família,sucedendo-se outros proprietários durante oséc. XX. Tornou-se propriedade municipalem 1995, tendo a Autarquia assumido apreservação - recentemente concretizada -deste ícone da História Local que sintetizauma relação intensa, de vários séculos, entrea actividade agrícola e o rio.É ao fluxo e refluxo das águas do Tejo que omoinho vai buscar a sua fonte de energia.Associados a este recurso natural, existem, comoé visível no moinho do Cais, o edifício e a caldeira;no primeiro estão localizados os engenhos, nasegunda é armazenada a água necessária paraactivar o mecanismo de moagem.

Novas tecnologias vieram substituirprogressivamente o processo tradicional detransformação dos cereais, tendo originadoo gradual abandono do moinho. No início dosanos 80 o imóvel encontrava-se em elevadoestado de degradação.A Câmara Municipal de Montijo pretende queo Moinho funcione como um equipamentocultural, realçando a rica herança cultural deMontijo associada às actividades ribeirinhas,e, paralelamente, constituir um pólo deinterpretação ambiental da zona e oferecerapoio a percursos de peões na zona natural.Este moinho de seis rodízios faz parte de umconjunto de cinco construídos a partir doperíodo dos Descobrimentos.

REQUALIFICADA A FRENTERIBEIRINHA DA CIDADE DEMONTIJO

A grande obra de requalificação da FrenteRibeirinha do Montijo - entre o Moinho deMaré e o antigo Cais das Faluas, uminvestimento de 2 777.770 euros, inauguradoa 24 de Novembro de 2007, permite umamaior aproximação dos cidadãos ao Estuáriodo Tejo.

O empreendimento englobou a construçãode um dique com 420 m de comprimentopor cinco de largura que funcionará comoum grande passeio ribeirinho e bacia deretenção das águas pluviais.A ligação entre as duas margens do Caisdas Faluas passou a ser feita por uma ponte(passagem pedonal e ciclável), com doistramos com cerca de 17 m, em estruturametálica aligeirada, móvel num dosextremos, de modo a permitir o acesso defragatas ao antigo cais de Aldeia Gallega.As questões ambientais não foramesquecidas. Toda a rede de esgotosdomésticos e pluviais foi remodelada.Para além destas obras mais volumosas,procedeu-se à montagem de diversos caisde ancoradouro, à construção de uma novarampa de acesso ao rio para as pequenasembarcações e à colocação de novasárvores, esgotos pluviais e domésticos,luminárias e mobiliário urbano.Esta obra recupera uma técnica secular, dereter as águas, na maré-cheia, para vazá--las na baixa-mar e, assim, arrastar as lamas.O dique funciona, também, como um baciade retenção, minimizando o efeito das cheiasque se verificam, algumas vezes, no centroda cidade.

Em 6 de Julho de 1930, a vila e o concelhode Aldeia Galega do Ribatejo passaram adenominar-se Montijo. Em 14 de Agosto de1985, a vila de Montijo foi elevada à categoriade cidade.O concelho de Montijo é territorialmenteconstituído por 2 Sub-áreas: a Zona Este,que inclui as freguesias de Santo Isidro,Pegões e Canha, e a Zona Oeste com asrestantes 5 freguesias do concelho (Afonsoeiro,Atalaia, Alto Estanqueiro/Jardia, Montijo eSarilhos Grandes), que representam apenas16,18 % da área geográfica total.No que se refere à distribuição da população,segundo dados dos Censos 2001, verifica-

-se que a Zona Este, que representa 83,82%do território, é ocupada por apenas 13,95%da população do concelho.A economia do Montijo tem estado, desdehá varias décadas, fortemente ligada aactividades como a Produção, Abate eTransformação de Carne, a Preparação eTransformação de Cortiça, a produçãoHortícola, Vinícola e Florícola. Estes sectoresobtiveram grande expressão no concelhodevido à sua localização geo-estratégicae características ecológicas e climatéricas.A inauguração da Ponte Vasco da Gama ea conclusão de importantes eixos rodoviários,colocaram o Montijo no centro do principal

corredor rodoviário nacional, permitindo umfácil acesso às principais cidades do país,às infra-estruturas portuárias e aeroportuáriase a Espanha. Este posicionamentoestratégico tem-se mostrado determinantena captação de novos investimentos, dandolugar a uma reconfiguração do tecidoempresarial local, cada vez mais ligado aactividades comerciais e de serviços e comum peso decrescente do sector primário.

Maria Amélia AntunesPresidente da Câmara Municipal de Montijo

A REDE DE ETAR EM MONTIJO

Longe vão os tempos em que a Zona Ribeirinhaservia para despejo de esgotos domésticos eindustriais, que conservava um cheironauseabundo e cores encarniçadas poucopróprias do rio Tejo.

Actualmente, a rede de abastecimento deágua e o sistema de esgotos do concelhoabrange 99 % da população. Nos últimosnove anos foram construídos sete novosdepósitos de água, as estações detratamento de águas residuais (ETARS) doSeixalinho, das Taipadas, do Afonsoeiro,

de Santo Isidro, de Pegões, o sistemaelevatório de Pegões Cruzamento e doAfonsoeiro. Foram ainda construídosinúmeros quilómetros de condutas deabastecimento de água e de drenagem deáguas residuais e pluviais.O município dispõe também de um sistemade telegestão que permite a gestão doscaudais de água e informações concretassobre os d iversos s istemas deabastecimento de água ao concelho.Com a implementação desta importanterede de ETARS no concelho, a qualidadedas águas do estuário do Tejo melhorou eos flamingos agradeceram e regressaramao seu habitat natural. Apesar do concelhocontar, hoje, com cerca de 42 mil habitantes,os sistemas de distribuição de água eesgotos têm uma capacidade instalada para80 mil habitantes. Todo o sistema detratamento de esgotos foi conseguido pelaintegração do município na SIMARSUL e oinvestimento actual ronda os 22 milhões deeuros.

Etar Afonsoeiro

Montijo - frente ribeirinha

Moinho de maré

Page 20: infotejo #9

AGENDA

SEDEAdministração da Região Hidrográficado Tejo, I. P.Rua Braamcamp, 71250-048 LISBOATel.: 211 554 800Fax: 211 554 809

Gabinete Sub-Regional do Oeste(GOE)Av. Engº. Luís Paiva e Sousa, 62500-329 CALDAS DA RAINHATel.: 262 100 630Fax: 262 100 631

Gabinete Sub-Regional do Médio e AltoTejo (GMAT)Praça Visconde Serra do Pilar, 4, 1º2000-093 SANTARÉMTel.: 243 109 600/1

Pólo de AbrantesRua D. João IV, 332200-397 ABRANTESTel.: 241 100 050

Pólo de PortalegreBairro da Fontedeira, Bloco 1 Cave7300-076 PORTALEGRETel.: 245 100 560Fax 245 100 561

Pólo de Castelo BrancoRua da Fonte Nova, 1Quinta da Fonte Nova6000 -167 CASTELO BRANCOTel.: 272 100 510Fax 272 100 511

Pólo da GuardaGaveto das Ruas Pedro Álvares Cabrale Almirante Gago Coutinho6300-517 GUARDATel.: 271 100 584

CONTACTOS

20

FICHA TÉCNICAPropriedade: ARH do Tejo, I.P.Director: Manuel LacerdaEdição: ARH do Tejo, I.P.Design: GPI

0N O V E M B R O

9

PGRHT e PBHRO1.º FÓRUM DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA23, 25 e 29 de Novembro de 2010

CONFERÊNCIA ÁGUA MEIOAMBIENTE E ENERGIA 201022 e 23 de NovembroLuanda

Realiza-se em Luanda, nos dias 22 e 23de Novembro, a Conferência Água, MeioAmbiente e Energia, um evento que pretendeservir como ponto de encontro dos actores--chave da infra-estrutura da água, no âmbitodoméstico, rural e energético.Estratégias governamentais para odesenvolvimento e gestão da água,f i nanc i amen to e i nves t imen to ,desenvolvimento de infra-estruturas emétodos de controlo do impacto ambientalsão temáticas a abordar na conferência,que contará com a presença de empresasdo sector, como o Grupo Águas de Portugal,e a Águas de Angola, e de instituições comoo Ministério da Energia e das Águas e aAgência Nacional de Investimento Privado(ANIP) de Angola.

SESSÃO DE DEBATE SOBRENAVEGABILIDADE NO RIO TEJO25 de NovembroGrande Auditório do LNEC - Lisboa

Realiza-se, já no próximo dia 25 de Novembro,uma sessão de debate sobre a Navegabilidadeno Rio Tejo promovida pela ARH do Tejo emcolaboração com a Associação Portuguesade Recursos Hidrícos (APRH).Através do contributo de diversos especialistasdo sector dos recursos hídricos, pretende-seenquadrar o tema da navegabilidade nocontexto histórico e de desenvolvimento ediscutir o potencial de utilização do rio comouma via navegável para diversas finalidades.Planeamento de recursos hídricos enavegabilidade, contexto histórico e dedesenvolvimento, comptetitividade econdições de sustentabilidade são as grandestemáticas a abordar na sessão de debate,que terá lugar no Grande Auditório do LNECem Lisboa.

VI CONGRESSO SOBRE PLANEAMENTO E GESTÃO DAS ZONASCOSTEIRAS DOS PAÍSES DE EXPRESSÃO PORTUGUESADe 4 a 8 de Abril de 2011Ilha da Boa Vista, Cabo Verde

Decorre de 4 a 8 de Abril de 2011, na ilha da Boa Vista em Cabo Verde, o VI Congresso sobrePlaneamento e Gestão das Zonas Costeiras dos Países de Expressão Portuguesa, subordinadoao tema "As Zonas Costeiras em Risco".Numa altura em que, com a crescente concentração da população mundial nas zonas costeiras,as situações de risco se multiplicam, propõem a análise desta questão nas suas diversasabordagens, identificando os principais processos e mecanismos associados aos riscos na orlacosteira, bem como as principais medidas de planeamento, gestão e mitigação. O congressoserá precedido por um Curso Intensivo de Análise de Risco em Sistemas Costeiros.

A sensibilidade das questões inerentes ao planeamento e gestão dos recursos hídricos requero envolvimento pró-activo dos actores-chave e da população em geral. Neste contexto, oprocesso de Participação Pública visa a consulta de todos os interessados que desejem participarno processo de elaboração dos planos. Um processo que se pretende aberto, transparente edemocrático. Assim, para o 1.º Fórum de Participação Pública, no âmbito do Plano de Gestãoda Região Hidrográfica do Tejo e do Plano das Bacias Hidrográficas das Ribeiras do Oeste,está prevista a realização de três sessões:

CASTELO BRANCO | 23 de Novembro | 18:00 hEscola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Castelo Branco

ALMEIRIM | 25 de Novembro | 18:00 hComplexo Desportivo dos Bombeiros de Almeirim

CALDAS DA RAINHA | 29 de Novembro | 18:00 hSala Multiusos do Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha