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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA DO TRABALHO DE CAMPINAS/SP FRANKLIN D’LANE SANTOS ESTRELA, brasileiro, solteiro, controlador de acesso, portador do RG nº 15761682000-1 SSP/MA, CPF nº 671.165.233-91, CTPS nº 033439, Série 0021-MS e do PIS 12874790372, nascido em 08/07/1985, filho de Aurenivia Vieira dos Santos, residente e domiciliado na Rua Namíbia, antiga Rua 23 (vinte e três), Vila Vitória, Campinas-SP, CEP 13056-806, por suas advogadas e bastante procuradoras infra-assinadas, vem, respeitosamente, à presença de V. Exa., ajuizar a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA em face de SEMPRE TERCERIZAÇÃO SERVIÇOS , pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº 01.296.671.0001-04, estabelecida na Rua João Borges, nº 31, Chácara Campos Elíseos, na cidade de Campinas/SP, CEP 13050-174, e TEMPO CONCESSIONÁRIA DE VEÍCULOS , pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº, estabelecida na Rua

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA DO TRABALHO DE CAMPINAS/SP

FRANKLIN D’LANE SANTOS ESTRELA, brasileiro, solteiro, controlador de acesso, portador do RG nº 15761682000-1 SSP/MA, CPF nº 671.165.233-91, CTPS nº 033439, Série 0021-MS e do PIS 12874790372, nascido em 08/07/1985, filho de Aurenivia Vieira dos Santos, residente e domiciliado na Rua Namíbia, antiga Rua 23 (vinte e três), Vila Vitória, Campinas-SP, CEP 13056-806, por suas advogadas e bastante procuradoras infra-assinadas, vem, respeitosamente, à presença de V. Exa., ajuizar a presente

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

em face de SEMPRE TERCERIZAÇÃO SERVIÇOS, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº 01.296.671.0001-04, estabelecida na Rua João Borges, nº 31, Chácara Campos Elíseos, na cidade de Campinas/SP, CEP 13050-174, e

TEMPO CONCESSIONÁRIA DE VEÍCULOS, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº, estabelecida na Rua Engenheiro Augusta Figueiredo, nº 151, na cidade de Campinas/SP, CEP 13045-603, pelos motivos de fato e de direitos a seguir expostos:

1 – DO CONTRATO DE TRABALHO

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O Reclamante foi contratado pela 1ª Reclamada em 06/03/2012, para exercer a função de CONTROLADOR DE ACESSO, na escala 12x36 percebendo como salário mensal no valor de R$ 910,00 (novecentos e dez reais), sendo que seu contrato de trabalho se encontra em vigor.

Todavia, seu contrato de trabalho apresenta irregularidades, conforme a seguir se expõe:

2 – DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA 2ª RECLAMADA.

A 1ª Reclamada é uma prestadora de serviços de segurança patrimonial, a qual fora contratada pela 2ª Reclamada (Tomadora de Serviços), para realizar atividades de controle de acesso de veículos e pessoas.

Do inicio do contrato de trabalho, até 29/04/2013, o Reclamante laborou na 2ª Reclamada, Tempo Concessionária de Veículos, para exercer as funções de controlador de acesso.

Nos termos da Súmula 331, IV, do C. TST, “o inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas obrigações”.

A Condenação subsidiária da 2ª Reclamada também se faz necessária, tendo em vista o fato de que ambas as Reclamadas não terem atuado diligentemente quanto à observância das obrigações trabalhista do contrato de trabalho em questão, restando a 2ª Reclamada conivente com a prática da situação ilegal.

Os princípios que regem o Direito do Trabalho, mais amplo do que os dos Direitos das Obrigações Civis, protegem o trabalhador contra fraudes praticadas por empresas que firmam contratos de prestação de serviço entre si, devendo em caso de fraude trabalhista, serem ambas responsabilizadas pela quitação das verbas trabalhistas.

Dessa forma, requer a Vossa Excelência que se digne a deferir o pedido de inclusão da 2ª Reclamada no pólo passivo da presente demanda, de modo a condenar a 1ª Reclamada como devedora principal e a 2ª Reclamada como devedora subsidiária das verbas trabalhistas e demais pleitos da presente Reclamatória, conforme entendimento cristalizado pelo C. TST.

DAS VERBAS DEVIDAS

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3 – DA JORNADA DE TRABALHO

DA DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE 12X36

3.1 – DAS FOLGAS TRABALHADAS – HORAS EXTRAS

MM. Juiz, o Reclamante foi contratado para cumprir jornada de trabalho em regime 12x36, com entrada às 19:00h e saída 07:00h, com 01 (uma) hora para descanso e refeição, conforme dispõe em Contrato de Trabalho.

Contudo, durante todo o pacto laboral, de 06/03/2012, até os dias de hoje, (contrato em vigor), por exigência das Reclamadas, o Reclamante cumpria jornadas de 12horas e trabalhava nas respectivas folgas sem que houvesse o correto registro deste labor ou recebesse as horas extraordinárias laboradas, fato que, por si só, já descaracteriza a escala de 12x36.

Desta forma, o Reclamante realiza jornadas de 12 horas e, em média 02 ou 03 vezes por mês cumpri jornadas de 15 ou 16 horas, as quais são realizadas em dias destinados à folga (computados sobre: 12 horas de trabalho e 36 horas de folga), fato que, por si só, DESCARACTERIZA a jornada 12x36.

Neste sentido, destacamos:

“Não obstante a negociação coletiva para que o reclamante laborasse na jornada de 12 X 36 horas, ocorre a descaracterização da chamada "jornada de plantão" se há o trabalho por 12 horas em dias seguidos, de modo que a folga de 36 horas entre cada jornada de 12 horas não era concedida, sendo de se admitir o enquadramento do autor na regra geral dos trabalhadores, que lhe confere a jornada normal de oito horas e quarenta e quatro por semana, e o pagamento como jornada extraordinária de todas as horas laboradas além desse limite legal. JORNADA DE 12 X 36 HORAS - DESCARACTERIZAÇÃO. (TRT-RO-22020/99 - 4ª T. - Rel. Juiz Márcio Flávio Salem Vidigal - Publ. MG. 10.06.00)”

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Estabelece a segunda parte da Cláusula 14ª da Convenção Coletiva:

“CLÁUSULA 14ª – HORAS EXTRAS

As horas trabalhadas nas folgas semanais. Feriados e dias pontes previamente compensados serão pagas com adicional de 100% (cem por cento).

O Reclamante, durante todo o pacto laboral, efetivou labor em dias destinados ao descanso, e NÃO RECEBEU as horas extras devidas (com adicional de 100%) sobre os dias laborados, ressaltando-se ainda, que as mesmas não eram anotadas.

O entendimento do Colendo Tribunal da 15ª Região também caminha no sentido de que é devido o pagamento das horas trabalhadas nos DSR`s, com o devido adicional de 100% e em dobro, senão vejamos:

“DOBRA. REPOUSO SEMANAL (DSR`S) E FERIADOS TRABALHADOS. A duração do repouso semanal é vinte e quatro horas consecutivas (CLT, art. 67 c/c Lei nº 605/49, art. 1ª), tal como recomendam as convenções internacionais pertinentes. Com efeito, o descanso semanal remunerado não pode ser confundido com o direito ao pagamento dobrado por serviço prestado em dia de descanso (domingos e feriados). O trabalho realizado em dias destinados ao repouso do trabalhador, sem a respectiva folga, deve ser remunerado em dobro. Enfim, o empregado que trabalha no domingo ou feriado recebe essas horas extras em dobro e, tendo laborado com rigorosa pontualidade e frequência, não perde o descanso remunerado, que se soma ao dia trabalhado pago em dobro. Assim, os DSR´s e feriados trabalhados devem ter adicional de 100% com extras e, ainda, serem remunerados em dobro, sem que isso importe em qualquer excesso, pois de conformidade com a legislação vigente. (TRT15ª R. – Ac. 40574/00 – Proc. 12570/99 – 3ªT. – Rel. Juiz Mauro Cesar Martins de Souza – DOESP 19.10.2000)” (grifamos)

Sendo assim, faz jus o Reclamante ao recebimento das horas trabalhadas nos DSR`s, com o devido adicional de 100% e em dobro.

Diante do exposto, requer a Vossa Excelência que se digne a declarar judicialmente a DESCARACTERIZAÇÃO do regime 12x36.

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Assim, em face do trabalho em dias destinados ao repouso, requer a Vossa Excelência à descaracterização do regime 12 x36 e que se digne a CONDENAR as Reclamadas a procederem o pagamento de 42 dias de trabalho em dias destinados a descanso , correspondentes ao período de 06/03/2012 até 17/05/2013 (data de ingresso da ação) , com adicional de 100% (Cláusula 14 CCT) e em dobro, nos termos do art. 9º da Lei 605/49, bem como a integração de todas no salário, uma vez que habituais, com os devidos reflexos em DSR’s, 13º salário, férias acrescidas de 1/3 constitucional de todo período, aviso prévio, FGTS + multa de 40%, INSS e demais consectários legais e aplicação de juros e correção monetária, tudo a ser apurado em liquidação de sentença.

Contudo, caso Vossa Excelência assim não entenda, requer, alternativamente (pedido alternativo), o pagamento de 42 dias de trabalho em dias destinados a descanso , correspondentes ao período de 06/03/2012 até 17/05/2013 (data do ingresso da ação) , com adicional de 100% (Cláusula 14 da CCT) , bem como a integração de todas no salário, uma vez que habituais, com os devidos reflexos em DSR’s, 13º salário, férias acrescidas de 1/3 constitucional de todo período, aviso prévio, FGTS + multa de 40%, INSS e demais consectários legais e aplicação de juros e correção monetária, tudo a ser apurado em liquidação de sentença.

3.2 - DA DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME 12X36 E DAS HORAS EXTRAS

Cumpre destacar que o Obreiro foi contratado para realizar jornadas de 12 horas, ou seja, laborando das 19:00 às 07:00, porém, na realidade o Reclamante (por ordens das Reclamadas), inicia sua jornada diariamente às 18h30 até 07h15, ressaltando ainda, que de 02 ou 03 vezes por mês, o mesmo se ativa até as 15 ou 16 horas da tarde, as quais ocorreram e ainda ocorrem em seu contrato de trabalho.

Conforme já exposto, RESTA DESCARACTERIZADO o regime 12x36. Desta forma, faz jus o Reclamante ao recebimento das HORAS EXTRAS DEVIDAS, as quais ultrapassam a 8ª hora diária trabalhada em suas jornadas de 12 horas e às horas que superam a 44ª hora semanal, com adicional de 60%, conforme previsão na Cláusula 16 da Convenção Coletiva.

Diante do exposto, requer a Vossa Excelência que se digne a CONDENAR as Reclamadas a procederem no pagamento das HORAS EXTRAS TRABALHADAS que excedam a 8ª hora diária, e a 44ª hora semanal, acrescidas do adicional de 50%, conforme estabelecido na Cláusula 14 da Convenção Coletiva, salientando sobre as jornadas de 12 horas (comumente realizadas) e as jornadas de 15 e 16 horas (duas vezes por mês), correspondentes ao período de 06/03/2012 até 17/05/2013 (data da distribuição da ação), bem como a integração de todas no salário, uma vez que habituais, com os devidos reflexos em DSR’s, 13º salário, férias acrescidas de 1/3 constitucional de todo período, aviso prévio,

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FGTS + multa de 40%, INSS e demais consectários legais e aplicação de juros e correção monetária, tudo a ser apurado em liquidação de sentença.

3.3- DO INTERVALO INTRAJORNADA – HORAS EXTRAS

Apesar de estar disposto em contrato que o Reclamante iria dispor de 01 hora para descanso e refeição, durante o contrato de trabalho, o Obreiro laborou dispondo de apenas 20 minutos de intervalo para refeição e descanso, sendo-lhe suprimido o intervalo intrajornada.

Assim sendo, faz juz o Reclamante a 01 hora extra diária, nos termos da Súmula 437 do TST.

“Súmula nº 437 do TST

INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 307, 342, 354, 380 e 381 da SBDI-1) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012

I - Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do período correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de remuneração.

II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a supressão ou redução do intervalo intrajornada porque este constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso à negociação coletiva.

III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou

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reduzido pelo empregador o intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas salariais.

IV - Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é devido o gozo do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o empregador a remunerar o período para descanso e alimentação não usufruído como extra, acrescido do respectivo adicional, na forma prevista no art. 71, caput e § 4º da CLT.”

Diante do exposto, requer a Vossa Excelência que se digne a CONDENAR as Reclamadas a procederem no pagamento das horas extras do INTERVALO INTRAJORNADA, com aplicação da Súmula 437 do TST, acrescidas do adicional de 50%, conforme estabelecido na Cláusula 14 da Convenção Coletiva, bem como a integração de todas no salário, uma vez que habituais, com os devidos reflexos em DSR’s, 13º salário, férias acrescidas de 1/3 constitucional de todo período, aviso prévio, FGTS + multa de 40%, INSS e demais consectários legais e aplicação de juros e correção monetária, tudo a ser apurado em liquidação de sentença.

4 – DO ACÚMULO DE FUNÇÕES

O Reclamante fora contratado pela 1ª Reclamada para exercer o cargo de CONTROLADOR DE ACESSO, conforme se verifica pela anotação realizada em sua CTPS.

No cargo de Controlador de Acesso/Porteiro, as funções a serem desempenhadas são: abrir e fechar os portões da 2ª Reclamada; controlar o acesso de pessoas e de veículos que eram descarregados dos caminhões cegonha, por ser o procedimento padrão do local; cuidar da portaria

Contudo, 02 (dois) meses após sua contratação, o Obreiro passou a exercer, além das funções designadas ao cargo de CONTROLADOR DE ACESSO, as funções designadas aos cargos de VIGILANTE e CONTROLADOR DE PÁTIO.

No que tange ao cargo de Vigilante, as atividades e funções exercidas pelo Reclamante compreendiam as seguintes: liberação de caminhões, efetuar teste de bafômetro, vigilância do local, a cada hora efetuar a ronda de toda extensão do prédio da 2ª Reclamada .

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Em relação ao cargo de Controlador de Pátio, as atividades e funções exercidas pelo Reclamante compreendiam as seguintes: efetuar a vistoria e relatório de todos os veículos recebido.

É importante ressaltar que muitos caminhões cegonha chegavam na 2ª Reclamada diariamente, trazendo em média de 50 a 60 veículos, sendo que o Reclamante precisava realizar todas as funções supracitadas, controlando o descarregamento dos veículos, efetuando a vistoria em todos, além de efetuar a cada hora uma ronda no prédio da 2ª Reclamada.

O obreiro ficava totalmente sobrecarregado, pois exercia muitas funções alheias àquelas para a qual fora contratado.

O Reclamante apenas deixou de exercer as funções de porteiro e vigilante, após ter sido recolhido a base.

Assim, vislumbra-se o ACÚMULO DE FUNÇÕES, bem como o enriquecimento ilícito das Reclamadas, já que se aproveitavam da situação para esquivar-se da contratação de outros funcionários e não se viam obrigadas a remunerar o Reclamante pela função de porteiro que passou a exercer.

Neste sentido, estão as seguintes decisões:“ADICIONAL POR ACÚMULO DE FUNÇÕES – VIGILANTE E BALANCEIRO – ACRÉSCIMO SALARIAL DEVIDO - VEDAÇÃO AO ENRIQUECIMENTO ILÍCITO DA RECLAMADA - O adicional por acúmulo de funções traduz-se em figura atípica em nossa legislação trabalhista, uma vez que a aludida verba, corresponde a uma indenização pela quebra do sinalagma que reveste o contrato de trabalho, ou seja, refere-se a uma reparação que objetiva compensar eventual desequilíbrio que possa nascer na reciprocidade das obrigações contratuais. O fundamento jurídico para o deferimento do adicional em comento, encontra-se previsto no art. 884 do Código Civil Brasileiro de 2002, o qual trata da vedação do enriquecimento ilícito por quaisquer das partes contratantes. Logo, a alegação de acúmulo de funções de vigilante com as funções de balanceiro, deve ser aferida interpretando-se os arts. 444 e 456, § único da CLT. Comprovado nos autos, que o reclamante foi contrato para exercer a função de vigilante e que o mesmo, ativava-se, também na função de balanceiro, estranha à função para o qual foi contratado, o dever de reparação é medida que se impõe, através de acréscimo salarial correspondente à função cumulada. Recurso Ordinário parcialmente provido, no particular. (TRT 15ª Região

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Decisão N° 069797/2011-PATR. RO Rel. JOSÉ ANTONIO PANCOTTI”.

Diante de todo exposto, requer a Vossa Excelência que se digne a CONDENAR as Reclamadas, ao pagamento de um plus salarial, o qual sugere o importe de 20% sobre o salário base, decorrente do acúmulo de função, referente ao período de 06/03/2012 a 29/04/2013 (ocasião em que foi recolhido a base), bem como a consequente integração deste para o cálculo de todas as outras verbas salariais, tais como: aviso prévio, férias +1/3, DSRs, 13º salário e FGTS + 40%, INSS e demais consectários legais, acrescidos de juros e correção monetária, tudo a ser apurado em liquidação de sentença.

5- DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

O Reclamante durante todo o seu contrato de trabalho, acumulou a função de vigia, ou seja, com exposição permanente a violência, o que coloca em risco a vida do trabalhador.

Assim, conforme legislação vigente, faz jus ao Adicional de Periculosidade de 30%, calculado sobre o seu salário.

Art. 193 CLT. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a: 

II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial. (Incluído pela Lei nº 12.740, de 2012)

Denota-se que o Reclamante teve todo o seu contrato sem contudo receber corretamente o referido adicional, portanto tem direito a percepção de adicional de periculosidade de 30% do período de 06/03/2012 até 29/04/2013 (ocasião em que foi recolhido a base), sobre a sua remuneração.

6 – DAS DIFERENÇAS DO ADICIONAL NOTURNO

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MM. Juiz, tendo em vista a existência de verbas pleiteadas nos itens 3.0,3.1,3.2,3.3,4.0 e 5.0, faz jus o Reclamante às DIFERENÇAS DO ADICIONAL NOTURNO sobre tais verbas, durante todo o contrato de trabalho.

Diante do exposto, requer a Vossa Excelência que se digne a CONDENAR as Reclamadas a procederem ao pagamento das diferenças sobre o adicional noturno, decorrentes da integração ao salário, uma vez que habituais, com os devidos reflexos em DSR’s, 13º salário, férias acrescidas de 1/3 constitucional de todo período, aviso prévio, FGTS + multa de 40%, INSS, e no adicional de risco de vida, atualizados com juros e correção, a serem apurados em liquidação de sentença.

7 – DAS DIFERENÇAS SOBRE 13º SALÁRIOS

O Reclamante recebeu as verbas inerentes ao 13º salário, do ano de 2011.

Contudo, conforme pleito dos itens 3.0,3.1,3.2, 3.3; 4.0 e 5.0, desta Exordial, existem DIFERENÇAS sobre tal verba.

Diante do exposto, requer a Vossa Excelência que se digne a CONDENAR a Reclamada a proceder no pagamento das diferenças sobre 13º salário, decorrentes dos reflexos sobre as verbas elencadas nos itens 3.0, 3.1; 3.2; 3.3; 4 e 5.

8 – DOS DANOS MORAIS DECORRENTES DE ASSÉDIO MORAL

MM. Juiz, durante o período em que o Reclamante exerceu o cargo de CONTROLADOR DE ACESSO/PORTEIRO e posteriormente passou a exercer também a função de VIGILANTE E CONTROLADOR DE PÁTIO, sofreu perseguição constante das Reclamadas.

O Reclamante recebia ordens expressas para organizar e comandar a entrada e saída dos caminhões cegonha, efetuar o recebimento de todos os veículos transportados, abrir e fechar os portões para os caminhões e pessoas, realizar a vistoria de todos os automóveis recebidos e ainda, de hora em hora, realizar a ronda do prédio da 2ª Reclamada, exercendo toda a vigilância, ressaltando que tudo era de sua responsabilidade exclusiva.

Devido à grande circulação de chegadas e saídas de veículos e pessoas, e tendo o Reclamante que exercer sozinho, sem nenhum auxílio de outro empregado, as funções do cargo de porteiro, controlador de pátio e ainda, vigilante, diariamente o Obreiro efetuava labor extraordinário, se ativando sempre sem intervalo para descanso, e ainda sem nunca receber a contraprestação devida, pelas folgas trabalhadas ou horas extras realizadas.

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Em razão da demanda de veículos para vistoriar diariamente, o supervisor do Reclamante, o Sr. Ozenir, cobrava acintosamente ao mesmo mais agilidade e rapidez no serviço e o acusava de “incompetente”, chamando-o de “Maria-mole”, “bicho-preguiça”, “molenga”, inclusive acusando o Obreiro de “não trabalhar direito” e “não saber fazer nada certo”, ameaçando-o demiti-lo por não “conseguir trabalhar da forma correta e não conseguir fazer rápido”.

Tais acusações, humilhações e ameaças eram efetuadas diariamente, pois TODOS os dias se formavam filas de veículos para vistoriar, e de forma pública e notória, pois ocorriam na presença de vários caminhoneiros e de outros empregados.

Pelo exposto, é evidente estes episódios diários de abuso de poder de forma repetida e sistematizada, constituindo uma verdadeira perseguição por parte das Reclamadas, o que causou ao Obreiro prejuízos de ordem moral, eis que o mesmo sentia-se muito mal em virtude da humilhação sofrida no seu local de trabalho.

Com isso, o Reclamante sofreu a dor da alma.

Assim sendo, todo o conjunto de perseguição e humilhações proporcionados ao Reclamante, trouxeram ao mesmo uma sensação de menosvalia social, sentindo-se discriminado, impotente, humilhado, e atingindo-o em sua personalidade psíquico-social.

É fundamento da República Federativa do Brasil a dignidade da pessoa humana, artigo 1º, inciso III, da CF/88. E a proteção à moral é uma forma de dar efetividade a esse preceito constitucional, valorizando a convivência social e dignidade humana. Sem esse amparo não haveria respeito mútuo, o que inviabilizaria a vida em sociedade. Nessa esteira, o Poder Judiciário, "concessa maxima venia", não pode permitir a frequência de uma situação como esta, posto que é com a reputação que o trabalhador adquire auto-estima e auto confiança para desempenhar seu trabalho, uma vez manchada a sua reputação, mancha-se também sua auto estima e, via de conseqüência, sua força e ânimo para o trabalho.

Na relação de emprego, ante a estreita convivência diária entre as partes, estão elas mais sujeitas a sofrer ou causar danos morais umas às outras, os quais devem ser ressarcidos, pois quem ofende a honra de outrem pratica ato ilícito e desta forma deve sofrer as cominações do ordenamento jurídico. E, empregado e empregador não fogem desta contingência.

Portanto, não restam dúvidas que o abuso de poder de forma repetida e sistematizada, constitui o assédio moral.

Nesse sentido, bem esclarece o Acórdão proferido no TRT da 17 ª Região:

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"a humilhação repetitiva e de longa duração interfere na vida do assediado de modo direto, comprometendo sua identidade, dignidade e rela ções afetivas e sociais, ocasionando graves danos à saúde física e mental, que podem evoluir para a incapacidade laborativa, desemprego ou mesmo a morte, constituindo um risco invisível, porém concreto, nas relações e condições de trabalho” (Acórdão n° 90209/2002)

Nesse passo, importante destacar que é dever do empregador zelar por um ambiente saudável de trabalho, sem discriminação ou preconceito. No caso em tela, este dever foi nitidamente desrespeitado.

Importante frisar que, o assédio moral no trabalho constitui uma verdadeira estratégia para fragilizar e desestruturar psicologicamente o empregado em seu ambiente de trabalho, através da ação sistemática e lenta, realizada no dia-a-dia, através de perseguições e pressões.

Ressalta-se ainda, Excelência, que além de todas as condutas realizadas em desfavor do Reclamante, praticadas pelo seu superior, no dia 24/04/2013, o Sr. Ozenir, comunicou ao Obreiro, que o mesmo não iria mais prestar serviços dentro da sede da 2ª Reclamada, ou seja, o Reclamante, a partir daquele momento, iria ser “recolhido para base”.

Insta observar, que o Reclamante foi contratado especificamente para prestar serviços diretamente para a 2ª Reclamada, sendo que desde o primeiro dia de seu contrato de trabalho, o mesmo cumpria sua jornada naquelas dependências, efetuando a sua função da melhor maneira possível.

No âmbito das atividades do Reclamante, o recolhimento, de algum funcionário a base, com a sua consequente retirada de posto de trabalho, significa uma humilhação frente a todos os seus colegas de trabalho, visto que a partir daquele momento, o mesmo não teria mais nenhuma atribuição, ficando a noite inteira parado, esperando algum cliente solicitar seus serviços.

Resta devidamente comprovado, uma verdadeira manipulação da dignidade profissional do trabalhador através do tratamento humilhante e abusivo. Tal prática, portanto, importa em violação ao princípio da boa-fé. Nesse diapasão, comprovada a prática de ato abusivo ou irregular por parte da empregadora, resta configurado o assédio moral.

Este é o pacífico entendimento dos nossos Tribunais, que são unânimes quanto à indenização por danos morais referente a dispensa , como se destaca abaixo:

ASSÉDIO MORAL. CONFIGURAÇÃO. O empregado que é vítima de assédio moral praticado por prepostos de

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sua empregadora, mediante reiteradas práticas intimidatórias, humilhantes e segredadoras, ameaças e violação de dados sigilosos, destinados a constranger-lhe perante seus colegas de trabalho, tornar insustentável a continuidade da relação empregatícia e coagir-lhe a pedir dispensa, tem violados seus direitos da personalidade (honra objetiva e subjetiva, intimidade, privacidade e integridade psíquica) e faz jus a indenização por danos morais. (TRT 17ª R.; RO 57900-96.2006.5.17.0012; Rel. Des. Jailson Pereira da Silva; DOES 22/11/2011; Pág. 151.

Assim sendo, conforme exaustivamente elucidado, as atitudes das Reclamadas resultam em verdadeiro assédio moral praticado, restando maculada sua imagem perante esses, diante da dispensa em si, injustamente aplicada, evidenciando patente o dano, o ato ilícito e o nexo de causalidade entre a conduta realizada pelo superior da Reclamada e o dano efetivamente experimentado, cujo efeito é o direito à indenização, consoante preconizam, inclusive os artigos 186, 187 e 927 do Novo Código Civil, aplicado subsidiariamente à legislação trabalhista.

O dano moral, sendo fato constitutivo do direito do Reclamante, nos moldes do artigo 818 da CLT c.c 333, I, do CPC, restará indubitavelmente comprovado pelo depoimento de testemunhas, a serem ouvidas em Juízo.

Nesta linha, presente o dano moral constitucionalmente previsto, devendo as Reclamadas serem condenadas a pagar ao Reclamante a quantia não inferior a R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), como forma de compensar o dano efetivamente experimentado.

9 – DOS DESCONTOS INDEVIDOS DO SALÁRIO

A 1ª Reclamada efetuou indevidamente descontos do salário do Reclamante, sob alegação de contribuição assistencial, o que é uma afronta ao artigo 462 da CLT, eis que não houve a autorização expressa para esses descontos , requisito exigido pelo artigo 545 da CLT.

Verifica-se pelos Recibos de Pagamento de Salário, que a Reclamada desconta, em média, o valor de R$ 9,10 (nove reais e dez centavos) a título de contribuição assistencial .

Ao analisar a CCT da categoria, percebe-se que tais descontos são permitidos, nos moldes ali delimitados. Ocorre que, tais cláusulas devem

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ser consideradas nulas, conforme entendimento do C. TST, cristalizado no PN nº 119, in verbis:

CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS - INOBSERVÂNCIA DE PRECEITOS CONSTITUCIONAIS – (nova redação dada pela SDC em sessão de 02.06.1998 - homologação Res.82/1998, DJ 20.08.1998"A Constituição da República, em seus arts. 5º, XX e 8º, V, assegura o direito de livre associação e sindicalização. É ofensiva a essa modalidade de liberdade cláusula constante de acordo, convenção coletiva ou sentença normativa estabelecendo contribuição em favor de entidade sindical a título de taxa para custeio do sistema confederativo, assistencial, revigoramento ou fortalecimento sindical e outras da mesma espécie, obrigando trabalhadores não sindicalizados. Sendo nulas as estipulações que inobservem tal restrição, tornam-se passíveis de devolução os valores irregularmente descontados." (grifos nossos)

Portanto, requer sejam as Reclamadas condenadas a devolverem todos os valores descontados indevidamente do salário do Reclamante, a título de indenização, no importe total de R$ 127,40 (cento e vinte e sete e quarenta), com aplicação de juros e correção monetária.

10 – DA JUSTIÇA GRATUITA

O Reclamante, por não ter meios de custear o processo sem prejuízo de seu sustento, haja vista que dependia economicamente da Reclamada para custear seu sustento e de sua família, requer lhe seja concedido o benefício da Justiça Gratuita, nos termos do que preceitua o artigo 4º da Lei nº 1.060/50, nos termos da declaração anexa (doc. anexo).

11 – DA REPARAÇÃO DE DANOS – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Excelência, em caso de êxito na presente Reclamatória, neste tópico vale destacar que a Reclamada deve ser condenada ao pagamento dos honorários advocatícios, com base na teoria da reparação integral do dano, consubstanciada nas normas dos artigos 402 e seguintes do Código Civil.

Muito embora não se negue a plena eficácia do ius postulandi nos dias de hoje, é certo que o princípio da liberdade, característico de todo e verdadeiro Estado Democrático de Direito – artigo 1°, caput da CF/88, concede a possibilidade para que qualquer indivíduo ingresse em Juízo pelo modo que melhor lhe

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aprouver, da assistência judiciária em seu sentido mais amplo à contratação de advogado particular.

Assim sendo, se o Reclamante ingressa em juízo por meio de profissional habilitado, obtendo sucesso na demanda, não é plena a justiça se a ele é negado o pedido de honorários advocatícios.

Nesta linha, o pagamento de honorários advocatícios ao caso em testilha nada mais é do que conceder a cada o que lhe é devido por direito, e nada mais além!

Nesse passo, cumpre destacar que, após o advento do novo CC, os honorários advocatícios perderam sua condição de “ônus da sucumbência”, bastando, para tanto, interpretar o que diz a regra de seu artigo 389, in verbis:

“Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.”

Ou seja, reafirmando o que acima é destacado, desconsiderar que o Reclamante já teve de assumir a título de gastos com a contratação do Profissional do Direito só para promover sua Reclamatória – e que certamente será subtraído de seu futuro crédito trabalhista – implicaria violar os princípios elementares do próprio Direito. Aliás, vale ressaltar nesta oportunidade o recente Enunciado 53 editado ao final da 1ª Jornada de Direito Material e Processual na Justiça do Trabalho, ocorrido em 23/11/2007:

“REPARAÇÃO DE DANOS – HONORÁRIOS CONTRATUAIS DE ADVOGADO.”Os artigos 389 e 404 do Código Civil autorizam o Juiz do Trabalho a condenar o vencido em honorários contratuais de advogado, a fim de assegurar ao vencedor a inteira reparação do dano.”

Não diferente é o entendimento deste E. TRT da 15ª Região:

“REPARAÇÃO DE DANOS; HONORÁRIOS CONTRATUAIS DE ADVOGADO; POSSIBILIDADE.

Embora inegável a plena eficácia do ius postulandi nos dias de hoje, cumpre ponderar que os honorários advocatícios poderão vir a ser concedidos no âmbito da Justiça do Trabalho, desde que a parte Reclamante assim o postule, independentemente de qualquer comprovação documental.

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Essa é a inteligência disposta não só nos artigos 389 e 404, ambos do (atual) Código Civil, mas também na redação do Enunciado 53, editado na Primeira Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho, ocorrido em 23/11/2007. (TRT da 15ª Região, Processo n° 196/2008-127-15-00-3-RO, Des. Gerson Lacerda Pistori).”

Portanto, como previsto nos artigos 389 e 404 do CC, nada mais justo que este juízo defira o pleito em discussão, cujo importe deve ser majorado por V. Exa.

12 – DOS RECOLHIMENTOS FISCAIS E PREVIDENCIÁRIOS

Requer a Reclamante que os recolhimentos previdenciários e fiscais exigíveis (artigo 43, da Lei n. 8.212/91 – com redação dada pela Lei n. 8.620/91 – e artigo 46 da Lei n. 8.541/92, respectivamente) sejam suportados pela Reclamada, exclusivamente, sem qualquer dedução do valor devido à parte contrária, por aplicação do artigo 186 do Código Civil.

13 – DA EXPEDIÇÃO DE OFÍCIOS

Requer a expedição de ofícios ao Ministério Público do Trabalho, Delegacia Regional do Trabalho, Receita Federal, INSS e CEF, denunciando as irregularidades apontadas para as sanções administrativas cabíveis.

14 – DA APLICAÇÃO DO ARTIGO 475-J DO CPC

Requer, se frustrada a conciliação, que por ocasião da execução, caso a Executada não efetue o pagamento do valor líquido da condenação no prazo de quinze dias, que seja então aplicada a multa de 10% prevista no artigo 475-J do CPC, que nesta Justiça Especializada encontra aplicação subsidiária por força do comando contido no artigo 769 da Lei Consolidada.

DOS PEDIDOS

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Ante o exposto, requer a Vossa Excelência que se digne a:

1- deferir o pedido de inclusão da 2ª Reclamada no pólo passivo da presente demanda, de modo a condenar a 1ª Reclamada como devedora principal e a 2ª Reclamada como devedora subsidiária das verbas trabalhistas e demais pleitos da presente Reclamatória, conforme entendimento cristalizado pelo C. TST, conforme fundamentação do item 2;

2- CONDENAR as Reclamadas a procederem o pagamento de 42 dias de trabalho em dias destinados a descanso , correspondentes ao período de 06/03/2012 até 17/05/2013 (data de ingresso da ação) , com adicional de 100% (Cláusula 14 CCT) e em dobro , nos termos do art. 9º da Lei 605/49, bem como a integração de todas no salário, uma vez que habituais, com os devidos reflexos em DSR’s, 13º salário, férias acrescidas de 1/3 constitucional de todo período, aviso prévio, FGTS + multa de 40%, INSS e demais consectários legais e aplicação de juros e correção monetária, tudo a ser apurado em liquidação de sentença; ou, caso Vossa Excelência assim não entenda, requer, alternativamente (pedido alternativo), o pagamento de 42 dias de trabalho em dias destinados a descanso , correspondentes ao período de 06/03/2012 até 17/05/2013 (data do ingresso da ação) , com adicional de 100% (Cláusula 14 da CCT) , bem como a integração de todas no salário, uma vez que habituais, com os devidos reflexos em DSR’s, 13º salário, férias acrescidas de 1/3 constitucional de todo período, aviso prévio, FGTS + multa de 40%, INSS e demais consectários legais e aplicação de juros e correção monetária, tudo a ser apurado em liquidação de sentença, tudo conforme fundamentação do item 3.1;

3- CONDENAR as Reclamadas a procederem no pagamento das HORAS EXTRAS TRABALHADAS que excedam a 8ª hora diária, e a 44ª hora semanal, acrescidas do adicional de 50%, conforme estabelecido na Cláusula 14 da Convenção Coletiva, salientando sobre as jornadas de 12 horas (comumente realizadas) e as jornadas de 15 e 16 horas (duas vezes por mês), correspondentes ao período de 06/03/2012 até 17/05/2013 (data da distribuição da ação), bem como a integração de todas no salário, uma vez que habituais, com os devidos reflexos em DSR’s, 13º salário, férias acrescidas de 1/3 constitucional de todo período, aviso prévio, FGTS + multa de 40%, INSS e demais consectários legais e aplicação de juros e correção monetária, tudo a ser apurado em liquidação de sentença, conforme fundamentação do item 3.2;

4 - CONDENAR as Reclamadas a procederem no pagamento das horas extras do INTERVALO INTRAJORNADA, com aplicação da Súmula 437 do TST, acrescidas do adicional de 50%, conforme estabelecido na Cláusula 14 da Convenção Coletiva, bem como a integração de todas no salário, uma vez que habituais, com os devidos reflexos em DSR’s, 13º salário, férias acrescidas de 1/3 constitucional de todo período, aviso prévio, FGTS + multa de 40%, INSS e demais consectários legais e aplicação de juros e correção monetária, tudo a ser apurado em liquidação de sentença, conforme fundamentação do item 3.3;

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5- CONDENAR as Reclamadas, ao pagamento de um plus salarial, o qual sugere o importe de 20% sobre o salário base, decorrente do acúmulo de função, referente ao período de 06/03/2012 a 29/04/2013 (ocasião em que foi recolhido a base) , bem como a consequente integração deste para o cálculo de todas as outras verbas salariais, tais como: aviso prévio, férias +1/3, DSRs, 13º salário e FGTS + 40%, INSS e demais consectários legais, acrescidos de juros e correção monetária, tudo a ser apurado em liquidação de sentença, conforme fundamentação do item 4;

6- CONDENAR as Reclamadas, ao pagamento de adicional de periculosidade em 30% do período de 06/03/2012 até 29/04/2013 (ocasião em que foi recolhido a base), sobre a sua remuneração, conforme fundamentação do item 5;

7- CONDENAR as Reclamadas a procederem ao pagamento das diferenças sobre o adicional noturno, decorrentes da integração ao salário, uma vez que habituais, com os devidos reflexos em DSR’s, 13º salário, férias acrescidas de 1/3 constitucional de todo período, aviso prévio, FGTS + multa de 40%, INSS, e no adicional de risco de vida, atualizados com juros e correção, a serem apurados em liquidação de sentença, conforme fundamentação do item 6;

8- CONDENAR as Reclamadas a procederem o pagamento das diferenças sobre 13º salário, decorrentes dos reflexos sobre as verbas elencadas nos itens 3.0, 3.1; 3.2; 3.3; 4 e 5, conforme fundamentação do item 7 da exordial; 9- CONDENAR as Reclamadas a serem condenadas a pagar ao Reclamante a quantia não inferior a R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), como forma de compensar o dano efetivamente experimentado, conforme fundamentação do item 8;

10- CONDENAR as Reclamadas a devolverem todos os valores descontados indevidamente do salário do Reclamante, a título de indenização, no importe total de R$ 127,40 (cento e vinte e sete e quarenta), com aplicação de juros e correção monetária, conforme fundamentação do item 9;

11- a concessão ao Reclamante os benefícios da Justiça Gratuita , conforme fundamentação do item 10;

12- a condenação das Reclamadas ao pagamento da reparação dos danos quanto aos honorários advocatícios, conforme fundamentação do item 11;

13- a condenação da Reclamada ao pagamento dos recolhimentos fiscais e previdenciários, conforme fundamentação do item 12;

14- determinar a expedição de ofícios ao MPT, DRT, RF, INSS e CEF, conforme fundamentação do item 13;

20- aplicação do artigo 475-J do CPC, conforme fundamentação do item 14;

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DOS REQUERIMENTOS

Requer ainda, sejam as Reclamadas notificadas através de seus respectivos representantes legal para que, querendo, compareçam em audiência a ser designada, e acostem com as respectivas defesas, todos os documentos impeditivos, modificativos ou extintivos postulados, sob pena de serem admitidos como verdadeiros os fatos articulados, tornado-se preclusa a eventual prova em contrário, se tais documentos forem preexistentes a esta reclamatória.

Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidas em direito, em especial pelo depoimento pessoal do representante legal da Reclamada, sob pena de confissão, oitiva de testemunhas, juntada de novos documentos que se fizerem necessários e demais provas pertinentes, as quais ficam desde já requeridas.

Finalmente requer a TOTAL PROCEDÊNCIA DA AÇÃO em todos os termos citados.

Dá-se à presente o valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reias) para todos os efeitos legais.

Nestes Termos,Pede Deferimento.Campinas, 17 de maio de 2013.

Lúcia Helena S. H. Cirilo Luciana Rodrigues de Melo OAB/SP 109387 OAB/MS 12.935