INICIAL-REVISÃO-COM-TEXTO-DA-DECADÊNCIA.doc

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EXMO (A) SR (A) JUIZ (A) FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL PREVIDENCIRIO DE SANTA MARIA RS

COM PEDIDO DE TRAMITAO PREFERENCIALXXXXXXXXXXXXX, j cadastrado eletronicamente, vem, com o devido respeito, perante Vossa Excelncia, por meio de seus procuradores, propor

REVISO DE RENDA MENSAL INICIAL COM CONVERSO DE TEMPO DE SERVIO ESPECIAL EM COMUMem face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), pelos seguintes fundamentos fticos e jurdicos que passa a expor:

I - DOS FATOS:

O Autor requereu o benefcio de Aposentadoria por Tempo de Contribuio, que foi deferido, conforme deciso referente ao processo judicial n XXXXXXXXXXX. Entretanto, no ocorreu a converso do tempo de servio especial em comum de diversos perodos contributivos, tendo em vista que no houve pedido expresso na petio inicial. A tabela a seguir analisa de forma objetiva todos os contratos de trabalho:

PerodoEmpresaAtividadeTempo de contribuio

01/01/1966 a 28/02/1977-----------Regime de economia familiar11 anos, 1 ms e 28 dias

08/03/1977 a 19/09/1977Comercial Sul Veculos Ltda.Servente6 meses e 12 dias, convertidos em 8 meses e 28 dias

04/10/1977 a 07/12/1977SB Construes Ltda.Servente2 meses e 4 dias, convertidos em 2 meses e 29 dias

02/01/1978 a 23/12/1978Gemelli Engenharia Ltda.Servente11 meses e 22 dias, convertidos em 1 ano, 4 meses e 7 dias

29/01/1979 a 17/07/1979Demor Decoraes Ltda.Servente5 meses e 19 dias, convertidos em 7 meses e 26 dias

01/10/1979 a 31/03/1980Oskar KossmannCarpinteiro6 meses, convertidos em 8 meses e 12 dias

17/07/1981 a 21/09/1981Construtora Portella Ind. e com. Ltda.Carpinteiro2 meses e 5 dias, convertidos em 3 meses e 1 dia

09/11/1981 a 28/10/1982Althair C. Alves e Cia. Ltda.Carpinteiro11 meses e 20 dias, convertidos em 1 ano, 4 meses e 5 dias

01/11/1982 a 06/01/1983Althair C. Alves e Cia. Ltda.Carpinteiro2 meses e 6 dias, convertidos em 3 meses e 2 dias

10/01/1983 a 26/06/1985Taba S/A EmpreendimentosCarpinteiro2 anos, 5 meses e 17 dias, convertidos em 3 anos, 5 meses e 10 dias

01/08/1985 a 18/12/1987Construtora Continental de So PauloCarpinteiro2 anos, 4 meses e 18 dias, convertidos em 3 anos e 4 meses

11/01/1988 a 15/04/1988Masima - Empreendimentos Imobilirios Ltda.Carpinteiro3 meses e 5 dias, convertidos em 4 meses e 13 dias

20/04/1988 a 24/08/1990Masima - Empreendimentos Imobilirios Ltda.Carpinteiro2 anos, 4 meses e 5 dias, convertidos em 3 anos, 3 meses e 12 dias

01/08/1991 a 31/12/1991Contribuinte Individual-------5 meses

05/03/1992 a 13/10/1994Reyes & Rasquin Eng. E Arq. Ltda.Carpinteiro2 anos, 7 meses e 9 dias, convertidos em 3 anos, 7 meses e 23 dias

30/03/1995 a 13/07/2000Artecon Incorporaes Ltda.Carpinteiro5 anos, 3 meses e 14 dias, convertidos em 7 anos, 4 meses e 25 dias

TOTAL RECONHECIDO EM SENTENA30 anos, 10 meses e 6 dias

TEMPO DE SERVIO COM A CONVERSO38 anos, 6 meses e 11 dias

Atividades e agentes considerados insalubres e perigosos, com base no quadro a que se refere o art. 2 do Decreto n 53.831/64, itens 1.2.10 (analogia) e 2.3.3. Atividades e agentes considerados insalubres e perigosos, com base no quadro a que se refere o art. 2 do Decreto n 53.831/64, itens 1.1.6 e 2.3.3; o Decreto n 2.172/97, cdigo 2.0.1 e o Decreto n 3.048/99, item 2.0.1.Dados do BenefcioNmero do benefcio XXXXXXXX

Tipo de benefcioAposentadoria por Tempo de Contribuio

Data do requerimento 13/07/2000

II - DO DIREITOA nova aposentadoria por tempo de contribuio, ainda no disciplinada em legislao infraconstitucional, encontra-se estabelecida no art. 201, 7o, I, da Constituio Federal e nos arts. 52 a 56 da Lei 8.213/91, exceto naquilo em que forem incompatveis com o novo regramento constitucional.

O fato gerador da aposentadoria em apreo o tempo de contribuio, o qual, na regra permanente da nova legislao, de 35 anos para homens. Trata-se do perodo de vnculo previdencirio, sendo tambm consideradas aquelas situaes previstas no art. 55 da Lei 8.213/91. Deste modo, esto preenchidos os requisitos da Aposentadoria com proventos integrais, uma vez que o Demandante atinge um total de 38 anos, 6 meses e 11 dias de contribuio (efetuando a converso do tempo de servio especial em comum), enquanto foram reconhecidos apenas 30 anos, 11 meses e 6 dias.DA CONVERSO DE TEMPO DE SERVIO ESPECIAL EM TEMPO DE SERVIO COMUMPara aqueles trabalhadores que sucessivamente se submeteram a atividades sujeitas ao regime de aposentadoria especial e comum, o 1 do art. 201 da Constituio Federal estabelece a contagem diferenciada do perodo de atividade especial.

A converso do tempo de servio especial em tempo de servio comum feita utilizando-se um fator de converso, pertinente relao que existe entre o tempo de servio especial exigido para gozo de uma aposentadoria especial (15, 20 ou 25 anos) e o tempo de servio comum. O Decreto 3.048/99 traz a tabela com os multiplicadores:

TEMPO A CONVERTERMULTIPLICADORES

MULHER (PARA 30)HOMEM (PARA 35)

DE 15 ANOS2,002,33

DE 20 ANOS1,501,75

DE 25 ANOS1,201,40

importante destacar que a comprovao da atividade especial at 28 de abril de 1995 era feita com o enquadramento por atividade profissional (situao em que havia presuno de submisso a agentes nocivos) ou por agente nocivo, cuja comprovao demandava preenchimento pela empresa de formulrios SB40 ou DSS-8030, indicando qual o agente nocivo a que estava submetido. Entretanto, para os agentes rudo e o calor, era necessria a comprovao atravs de laudo pericial.

Todavia, com a nova redao do art. 57 da lei 8.213/91, dada pela lei 9.032/95, passou a ser necessria a comprovao real da exposio aos agentes nocivos, sendo indispensvel a apresentao de formulrios, independentemente do tipo de agente especial. Alm disso, a partir do Decreto n 2.172/97, que regulamentou as disposies introduzidas no art. 58 da Lei de Benefcios pela Medida Provisria n 1.523/96 (convertida na Lei n 9.528/97), passou-se a exigir a apresentao de formulrio-padro, embasado em laudo tcnico, ou por meio de percia tcnica.

No entanto, aqueles segurados que desempenharam atividade considerada especial podem comprovar tal aspecto observando a legislao vigente data do labor desenvolvido.Informa o Autor que no obteve xito na obteno de formulrios e laudos tcnicos. Dessa forma, para no ter o seu direito prejudicado devido inrcia das empresas, o Demandante requer a realizao de percia tcnica laboral. Vale lembrar que a jurisprudncia pacfica em relao eficcia probatria do laudo judicial:EMENTA: TEMPO DE SERVIO ESPECIAL. PERODO NO REQUERIDO NA INICIAL. JULGAMENTO ULTRA PETITA. COMPROVAO DA INSALUBRIDADE. CONVERSO. 1. No pode ser reconhecido como especial perodo de atividade no requerido na inicial, sob pena de julgamento ultra petita, nos termos do art. 460 do CPC. 2. Demonstrada, mediante percia judicial, a exposio do segurado a agentes nocivos sua sade, deve ser reconhecida a especialidade da atividade e efetuada a converso para tempo para comum APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIO/CONTRIBUIO. ATIVIDADE ESPECIAL. TEMPO INSUFICIENTE . AVERBAO. Se a soma do acrscimo resultante da converso para comum do tempo especial judicialmente reconhecido com o tempo computado na via administrativa for insuficiente para a concesso da aposentadoria por tempo de servio/contribuio, o segurado faz jus averbao dos interstcios para fins de futura obteno do benefcio. (TRF4, AC 2001.70.00.037984-6, Quinta Turma, Relator Rmulo Pizzolatti, D.E. 30/04/2007). Sem grifos no texto original.

No mesmo sentido, a lio dada na recente obra de MARIA HELENA CARREIRA ALVIM RIBEIRO:

Ainda que o segurado no disponha de documentao comprovando a prestao de servios em condies insalubres, perigosas ou penosas, poder comprovar a atividade especial mediante ajuizamento de ao ordinria previdenciria, requerendo a realizao de percia tcnica. Sem grifos na obra.DA RETROATIVIDADE DOS EFEITOS FINANCEIROS

Deve-se destacar que em nenhum momento a Autarquia Previdenciria orientou o Demandante a fim de obter a melhor forma de aposentadoria, mesmo sendo notria a possibilidade do servente de pedreiro e do carpinteiro converter o tempo de servio especial em comum. Assim sendo, o marco inicial da reviso judicial deve retroagir data do requerimento administrativo. Tal entendimento encontra-se pacificado pelos Tribunais:

EMENTA: PREVIDENCIRIO E PROCESSUAL CIVIL. SENTENA ULTRA PETITA. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIO/CONTRIBUIO. EMENDA CONSTITUCIONAL N. 20, DE 1998. IDADE MNIMA. PEDGIO. LEI DO FATOR PREVIDENCIRIO. ATIVIDADE ESPECIAL. CONVERSO. LEI N. 9.711/98. DECRETO N. 3.048/99. TERMO INICIAL DO BENEFCIO. HONORIOS ADVOCATCIOS. JUROS DE MORA. CUSTAS. HONORRIOS PERICIAIS. CUMPRIMENTO IMEDIATO DO ACRDO. (...) 6. Quanto ao marco inicial da inativao, os efeitos financeiros devem, em regra, retroagir data de entrada do requerimento do benefcio (ressalvada eventual prescrio qinqenal), independentemente de, poca, ter havido requerimento especfico nesse sentido ou de ter sido aportada documentao comprobatria suficiente ao reconhecimento da atividade especial, tendo em vista (1) o carter de direito social da previdncia social, intimamente vinculado concretizao da cidadania e ao respeito da dignidade humana, a demandar uma proteo social eficaz aos segurados, (2) o dever constitucional, por parte da autarquia previdenciria (enquanto Estado sob a forma descentralizada), de tornar efetivas as prestaes previdencirias aos beneficirios, (3) o disposto no art. 54, combinado com o art. 49, ambos da Lei 8.213/91, no sentido de que a aposentadoria devida, em regra, desde a data do requerimento e (4) a obrigao do INSS - seja em razo dos princpios acima elencados, seja a partir de uma interpretao extensiva do art. 105 da Lei de Benefcios ("A apresentao de documentao incompleta no constitui motivo para a recusa do requerimento do benefcio") - de conceder aos segurados o melhor benefcio a que tm direito, ainda que, para tanto, tenha que orientar, sugerir ou solicitar os documentos necessrios. (...) 12. Determinado o cumprimento imediato do acrdo no tocante implantao do benefcio, a ser efetivada em 45 dias, nos termos do art. 461 do CPC. (TRF4, AC 2008.71.99.002225-3, Quinta Turma, Relator Celso Kipper, D.E. 01/09/2008). Sem grifo no original.EMENTA: PREVIDENCIRIO. MAJORAO DA RENDA MENSAL INICIAL DA APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIO. ATIVIDADE ESPECIAL. CONVERSO. AMIANTO/ASBESTO. EFEITOS FINANCEIROS. ACRSCIMO DE TEMPO ESPECIAL. RETROAO DER. CUMPRIMENTO IMEDIATO DO ACRDO. 1. devida a majorao da renda mensal inicial da aposentadoria por tempo de servio se comprovado o tempo de servio exigido pela legislao previdenciria. (...) 4. Em ao em que se reconhece a especialidade do trabalho desenvolvido e a converso do tempo especial para comum para efeito de reviso da renda mensal inicial do benefcio, os efeitos financeiros do acrscimo do tempo de servio devem, em regra, retroagir data de entrada do requerimento de concesso do benefcio (ressalvada eventual prescrio qinqenal), independentemente de, poca, ter havido requerimento especfico nesse sentido ou de ter sido aportada documentao comprobatria suficiente ao reconhecimento da atividade especial. Tal no se dar somente naquelas situaes em que, alm de inexistir pedido especfico da verificao da especialidade por ocasio do requerimento do benefcio e documentao que a pudesse comprovar, for absolutamente invivel, em face da atividade exercida, a considerao prvia da possibilidade de reconhecimento da especialidade. 5. Determinado o cumprimento imediato do acrdo no tocante implantao da reviso do benefcio, a ser efetivada em 45 dias, nos termos do art. 461 do CPC. (TRF4, AC 2003.71.07.009635-6, Quinta Turma, Relator Alcides Vettorazzi, D.E. 28/07/2008). Sem grifo no original.EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. INTERESSE DE AGIR. CONTESTAO. PREVIDENCIRIO. ATIVIDADE URBANA. SEGURADO EMPREGADO DO CNJUGE. FIRMA INDIVIDUAL. POSSIBILIDADE. ATIVIDADE ESPECIAL. CONVERSO DO TEMPO ESPECIAL EM COMUM. USO DE EPI. RUDO. MAJORAO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIO. MARCO INICIAL. CLPS. CORREO MONETRIA - NDICES. 1. Descabe se cogitar de falta de interesse de agir pela ausncia de prvia postulao administrativa quando contestado o pedido. (...) 7. Ainda que os documentos nos quais se baseia o provimento da ao tenham sido apresentados apenas na via judicial, quando o INSS contesta, alegando que no so suficientes para o reconhecimento do direito, o marco inicial do requerimento administrativo (art. 49, II da Lei de Benefcios). No caso, entretanto, a data estabelecida pelo juzo monocrtico, tendo em vista a prescrio qinqenal. 8. Adotam-se os seguintes indexadores para a correo monetria do dbito judicial previdencirio: ORTN (Lei n 4.257/64, at 02-86); OTN (Decreto-Lei n 2.284/86, de 03-86 a 01-89); BTN (Lei n 7.777/89, de 02-89 a 02-91); INPC (Lei n 8.213/91, de 03-91 a 12-92); IRSM (Lei n 8.542/92, de 01-93 a 02-94); URV (Lei n 8.880/94, de 03 a 06-94); IPC-r (Lei n 8.880/94, de 07-94 a 06-95); INPC (MP n 1.053/95, de 07-95 a 04-96); IGP-DI (Lei n 9.711/98, art. 10, a partir de 05-96). (TRF4, AC 2003.04.01.047396-9, Sexta Turma, Relator Joo Batista Pinto Silveira, D.E. 13/07/2007). Sem grifo no original.DOS SUCESSIVOS PRAZOS DECADENCIAIS PARA REVISO DE BENFCIOS

A legislao previdenciria passou a prever a decadncia a partir da Medida Provisria 1.523/97, convertida na lei 9.528/97, que modificou o art. 103 da lei 8.213/91, constituindo o prazo de dez anos para fins de reviso dos benefcios previdencirios. Entretanto, a Medida Provisria 1.663-15, convertida na lei 9.711/98, bem como a lei 9.784/99, modificaram a lei anterior, estabelecendo o termo decadencial de cinco anos. Por fim, a Medida Provisria 138/03, convertida na lei 10.839/04, definiu o atual regramento, dispondo que o prazo decadencial para a reviso dos benefcios previdencirios de 10 anos.

Entretanto, durante o perodo de vigncia das leis 9.711/68 e 9.784/99, a jurisprudncia firmou entendimento de que houve acrscimo no prazo, sendo aplicada retroativamente a previso da lei 10.834/04, eis que no momento da sua edio no havia decorrido o prazo de cinco anos previsto na norma pretrita. Vale conferir alguns precedentes:

EMENTA: EMBARGOS. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIO RURAL ESPECIAL. CANCELAMENTO. PRESCRIO. NO OCORRNCIA. REGULARIDADE DA CDA. AUSNCIA DE FRAUDE OU M-F. RESTITUIO INDEVIDA. A possibilidade de reviso dos atos administrativos, enquanto poder-dever da autoridade pblica competente, j questo pacificada na doutrina e jurisprudncia, encontrando-se a matria sumulada pelo Supremo Tribunal Federal. A MP 138 (de 19/11/03, publicada no DOU de 20/11/03, quando entrou em vigor), instituiu o art. 103-A da Lei 8.213/91, estabelecendo prazo decadencial de dez anos para a Previdncia Social anular os atos administrativos de que decorram efeitos favorveis para os seus beneficirios. Como quando a Medida Provisria 138 entrou em vigor no havia decorrido cinco anos a contar do advento da Lei 9.784/99, os prazos que tiveram incio sob a gide desta Lei foram acrescidos, a partir de novembro de 2003, quando entrou em vigor a MP 138/03, de tanto tempo quanto necessrio para atingir o total de dez anos. Assim, na prtica todos os casos subsumidos inicialmente regncia da Lei 9.784/99, passaram a observar o prazo decadencial de dez anos aproveitando-se, todavia, o tempo j decorrido sob a gide da norma revogada. A Certido de Dvida Ativa goza de presuno de certeza e liquidez, s elidida por prova irrefutvel que, no caso, no foi produzida pela embargante, portanto inexiste violao ao art. 2, 5, da Lei de Execuo Fiscal. Assiste razo Autarquia quanto ao cancelamento do benefcio, pois restou demonstrado que a embargante teve como empregador o esposo. No vislumbrada a ocorrncia de fraude ou m-f na concesso do benefcio cancelado ou que dele tenha alguma participao da parte beneficiada, h de ser dispensada a restituio dos valores pagos a ttulo de benefcio previdencirio e, conseqentemente, cancelada eventual cobrana administrativa e/ou judicial em curso. (TRF4, AC 2006.72.99.001448-1, Primeira Turma, Relator Vilson Dars, D.E. 04/11/2008). Sem grifos no original.

Nos exatos termos deste precedente, encontram-se as apelaes cveis referentes aos processos 2000.72.04.003296-1, 2003.04.01.026599-6, 2000.70.04.001644-6, 2005.04.01.012056-5, 2005.70.00.030379-3 e 2001.71.08.007616-3.

Com relao ao ltimo julgado, vale conferir o voto do Desembargador Federal Ricardo Teixeira do Valle Pereira:

Tanto o Supremo Tribunal Federal quanto o Cdigo Civil de 2002, como verifica-se, trataram apenas de hipteses de reduo do prazo de decadncia. Indicaram, todavia, que os prazos prescricionais ou decadenciais da lei nova em princpio so aplicveis s situaes apanhadas pela mudana legislativa. Possvel a concluso, assim, de que promovendo a lei nova o aumento do prazo decadencial, e desde que no tenha ele ainda se consumado sob a gide da norma revogada, aplica-se o novo prazo, com aproveitamento do tempo j decorrido.

Esta, a propsito, a opinio de Cmara Leal, ao tratar do prazo de prescrio:

Omitiu, porm, nosso legislador as regras de aplicao da nova lei s prescries em curso, afastando-se da lei alem, que as estabelece, e deixando, portanto, a cargo da doutrina a sua fixao. (...)67. Na carncia de normas especiais, parece-nos que devemos adotar o critrio germnico, dada a filiao de nosso Cdigo orientao alem, consagrando o princpio da retroatividade da lei prescricional. E, assim, formularemos as seguintes regras, inspiradas na legislao teutnica: 1 - Estabelecendo a nova lei um prazo mais curto de prescrio, essa comear a correr da data da nova lei, salvo se a prescrio iniciada na vigncia da lei antiga viesse a completar-se em menos tempo, segundo essa lei, que, nesse caso, continuaria a reg-la, relativamente ao prazo. prazo, contando-se, porm, para integr-lo, o tempo j decorrido na vigncia da lei 2 - Estabelecendo a nova lei um prazo mais longo de prescrio, essa obedecer a esse novo antiga. 3 - O incio, suspenso ou interrupo da prescrio so regidos pela lei vigente ao tempo em que se verificarem.(LEAL, Antnio Lus da Cmara. Da prescrio e decadncia. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, p. 102-104).De se concluir, portanto, que os prazos que tiveram incio sob a gide da Lei 9.784/99, foram acrescidos a partir de novembro de 2003, quando entrou em vigor a MP 138/03, de tanto tempo quanto necessrio para atingir o total de dez anos. Em termos mais claros: o prazo decadencial passou a ser de dez anos, aproveitando-se, todavia, o tempo j decorrido sob a gide da norma revogada. Na prtica, todos os casos subsumidos inicialmente regncia da Lei 9.784/99, portanto, passaram a observar o prazo decadencial de dez anos, pois a MP 138/03 entrou em vigor antes de decorridos cinco anos a contar do advento daquela lei.

(TRF4, AC 2001.71.08.007616-3, Turma Suplementar, Relator Ricardo Teixeira do Valle Pereira, D.E. 22/11/2007). Sem grifos no original.No mesmo sentido, a smula n 26 da Turma Recursal de Santa Catarina:

de dez anos o prazo decadencial para reviso de todo e qualquer benefcio previdencirio concedido a partir de 27/06/1997 - data da nona edio da Medida Provisria n 1.523/97, transformada na Lei n 9.528/97, a qual alterou o artigo 103 da Lei 8.213/91.

valido tambm verificar o entendimento de DANIEL MACHADO DA ROCHA e JOS PAULO BALTAZAR JUNIOR, citando Francisco Amaral:

Quando a nova lei no estabelece as regras de soluo para as questes dos prazos de prescrio e decadncia, nas situaes jurdicas pendentes, so apontados, pela doutrina civilista, os seguintes critrios:

I Se a lei nova aumenta o prazo de prescrio ou decadncia, aplica-se o novo prazo, computando-se o tempo decorrido na vigncia da lei antiga.

II Se a lei nova reduz o prazo de prescrio ou decadncia h que distinguir:

a) se o prazo maior da lei antiga se escoar antes de findar o prazo menor estabelecido pela lei nova, adota-se o prazo da lei anterior;

b) se o prazo menor da lei nova se consumar antes de terminado o prazo maior previsto pela lei anterior, aplica-se o prazo da lei nova, contando-se o prazo a partir da vigncia anterior.

Assim sendo, tendo transcorrido lapso temporal inferior a dez anos da data da concesso do benefcio at o ajuizamento da presente ao, no h que se falar em decadncia.

DA ALTERAO DO COEFICIENTE DE CLCULOCom a anlise do exposto, percebe-se que o INSS calculou de maneira incorreta a renda mensal, pois a falta de converso dos contratos em que foram desenvolvidas atividades nocivas diminuiu significativamente o tempo total de servio. De fato, foi utilizado o coeficiente de clculo de 0,7, enquanto o correto corresponde a 1.Dessa forma, torna-se imperiosa a reviso da renda mensal.

III - DA ANTECIPAO DE TUTELA

ENTENDE O AUTOR QUE A ANLISE DA MEDIDA ANTECIPATRIA PODER SER MELHOR APRECIADA EM SENTENA.O Requerente necessita da concesso do benefcio em tela para custear a prpria vida. Vale ressaltar que os requisitos exigidos para a concesso do benefcio se confundem com os necessrios para o deferimento desta medida antecipatria, motivo pelo qual, em sentena, se tornar imperiosa a sua concesso.

A idade avanada e o carter alimentar do benefcio traduzem um quadro de urgncia que exige pronta resposta do Judicirio, tendo em vista que nos benefcios previdencirios resta intuitivo o risco de ineficcia do provimento jurisdicional final.IV DO PEDIDOFACE AO EXPOSTO, requer a Vossa Excelncia:a) A concesso do benefcio da Assistncia Judiciria Gratuita, tendo em vista que o Autor no tem como suportar as custas judiciais sem o prejuzo de seu sustento e de sua famlia;

b) O recebimento e deferimento da presente pea inaugural, bem como a concesso de prioridade na tramitao, com fulcro no art. 71 da lei 10.741/03 (Estatuto do Idoso), tendo em vista que o Autor conta com mais de 60 anos; c) A citao da Autarquia, por meio de seu representante legal, para que, querendo, conteste;

d) A produo de todos os meios de prova, principalmente a documental;e) A realizao da percia tcnica laboral;f) o deferimento da antecipao de tutela, com a apreciao do pedido de implantao do benefcio em sentena;g) O julgamento da demanda com total procedncia, condenando o INSS a:

1) efetuar a converso do tempo de servio especial em comum dos seguintes perodos contributivos: 08/03/1977 a 19/09/1977, 04/10/1977 a 07/12/1977, 02/01/1978 a 23/12/1978, 29/01/1979 a 17/07/1979, 01/10/1979 a 31/03/1980, 17/07/1981 a 21/09/1981, 09/11/1981 a 28/10/1982, 01/11/1982 a 06/01/1983, 10/01/1983 a 26/06/1985, 01/08/1985 a 18/12/1987, 11/01/1988 a 15/04/1988, 20/04/1988 a 24/08/1990, 05/03/1992 a 13/10/1994 e de 30/03/1995 a 13/07/2000.2) Pagar as diferenas que se formarem em decorrncia da reviso aqui pleiteada, bem como o pagamento das parcelas vencidas e vincendas, corrigidas desde a poca da competncia de cada parcela at o efetivo pagamento;

Nestes Termos.

Pede Deferimento.

D causa o valor de R$ 27.039,12.Santa Maria, 31 de Julho de 2009.XXXXXXXXXXXX

RIBEIRO, Maria Helena Carreira Alvim. Aposentadoria especial: regime geral da previdncia social. Curitiba: Juru, 2008 (p. 241).

ROCHA, Daniel Machado da Rocha; BALTAZAR JR., Jos Paulo. Comentrios Lei de Benefcios da Previdncia Social. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008 (p. 355).

Valor da causa = 12 parcelas vincendas (R$ 5.580,00) + parcelas vencidas (R$ 21.459,12) = R$ 27.039,12.