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Relatório
Iniciativa para a Simplificação
Administrativa e Regulatória
Junho, 2015
Versão Preliminar
Página 1/53
Índice
I. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................ 2
1.1. DEFINIÇÃO DE ÂMBITO ............................................................................................................................. 4
1.2. REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................................................................... 5
1.2.1. ESTUDOS INTERNACIONAIS ............................................................................................................................ 5
1.2.1.1. Doing Business Report ....................................................................................................................... 6
1.2.1.2. Paying Taxes .................................................................................................................................... 17
1.2.1.3. Worldwide Governance Indicators .................................................................................................. 20
1.2.1.4. Global Competitiveness Report ....................................................................................................... 21
1.2.1.5. Heritage Foundation e Wall Street Journal, Index of Economic Freedom ...................................... 25
1.2.1.6. Forbes, Best Countries for Business ................................................................................................. 27
1.2.2. ESTUDOS NACIONAIS .................................................................................................................................. 27
1.3. ENTREVISTAS A EMPRESÁRIOS ................................................................................................................ 28
1.4. ESTIMATIVA DOS CUSTOS DE CONTEXTO ................................................................................................ 32
1.5. WORKSHOPS DE SIMPLIFICAÇÃO ADMINISTRATIVA E REGULATÓRIA ..................................................... 34
2. CONCLUSÕES ............................................................................................................................................... 44
2.1. REGRAS DE CONTRATAÇÃO PÚBLICA .................................................................................................................. 45
2.2. IES E DECLARAÇÕES ESTATÍSTICAS PARA INE E BANCO DE PORTUGAL ...................................................................... 46
2.3. DECLARAÇÕES MENSAIS DE REMUNERAÇÃO PARA A AT E SEGURANÇA SOCIAL ......................................................... 47
2.4. FUNDO DE COMPENSAÇÃO E FUNDO DE GARANTIA DE COMPENSAÇÃO ................................................................... 48
2.5. LICENCIAMENTO INDUSTRIAL ............................................................................................................................ 49
2.6. LICENCIAMENTO AMBIENTAL E MONITORIZAÇÃO AMBIENTAL ................................................................................. 49
II. REFERENCIAS ............................................................................................................................................... 51
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I. Introdução
A complexidade do aparelho administrativo do Estado faz do combate à burocracia excessiva
um desafio permanente à governação, com incidência em todas as áreas ministeriais. Na
estrutura governativa portuguesa, a coordenação do esforço de desburocratização, quer ao
nível das medidas gerais de simplificação administrativa - que passam, cada vez mais, pela
digitalização e pelas Tecnologias da Informação e da Comunicação - quer ao nível das medidas
específicas de melhor regulamentação/regulamentação inteligente (better regulation/smart
regulation), cabe em particular à área da Modernização Administrativa. Trata-se de uma área
em que, como reconhecem vários relatórios internacionais, Portugal assume um perfil
reformador e, nalguns casos, mesmo uma posição de liderança, nomeadamente ao nível das
medidas de simplificação por via do governo eletrónico.
Existe, pois, um histórico coerente de políticas públicas de modernização administrativa e,
bem assim, um contínuo esforço de adoção de medidas de simplificação, nas várias áreas
setoriais, o qual, como não podia deixar de ser, foi mantido por este XIX Governo
Constitucional, pesem embora os constrangimentos extraordinários a que esteve sujeito.
Aliás, o contexto específico de crise financeira e económica, e a prioridade à revitalização
das atividades económicas, tornaram particularmente relevante o tema da redução da
burocracia excessiva, pelo impacto que tem na melhoria do ambiente económico, como
efeitos na competitividade das empresas nacionais e na atração de investimento.
É neste quadro que foi lançado o Programa Simplificar e, dentro dele, a Iniciativa para a
Simplificação Administrativa e Regulatória, aqui apresentada em relatório e que teve como
objetivos principais os de identificar e ajudar a solucionar aqueles procedimentos e processos
administrativos que, por motivos diversos, permanecem como entraves burocráticos às
atividades económicas. Procurou-se uma abordagem que fosse sistemática, transversal e,
sobretudo, participada, pois foi também objetivo desta Iniciativa estabelecer um modelo
participativo de abordagem ao problema da burocracia excessiva. De facto, a participação
pública e o envolvimento de partes constituem o eixo central desta Iniciativa, que implicou
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dezenas de encontros, em diferentes formatos, com empresários, representantes
associativos, dirigentes da Administração Pública e membros de gabinetes do Governo.
Em todos estes momentos estiverem presentes duas noções, que importa referir a título de
nota prévia: a noção de que a garantia da proteção do interesse público, que cabe ao Estado,
imporá sempre algum grau de controlo e obrigações sobre as atividades económicas, e
representará sempre para as empresas, necessariamente, alguns custos de contexto – o
mesmo é dizer, custos não-produtivos; e a noção de que o envolvimento das várias partes
interessadas (frequentemente designadas por stakeholders), desde logo os empresários e seus
representantes, mas também a própria Administração Pública, num processo de diálogo,
permite um maior aprofundamento das questões e novas perspetivas e abordagens de
simplificação, com vantagem para todas as partes.
Igualmente a título prévio deve notar-se que, em muitos dos temas abordados neste estudo,
estavam já em curso, com diferentes estados de maturação, processos de reforma
administrativa em diversos sectores do Estado. Não obstante, entendeu-se promover o diálogo
e trazer para os eventuais processos de reforma quaisquer novas perspetivas e orientações
que pudessem surgir. Aliás, dada a complexidade e a dinâmica da ação governativa e
administrativa, dificilmente se encontraria um ―momento zero‖ como ponto de partida para
propostas de trabalho.
Deve, por último, reconhecer-se a importância dos diversos contributos dados a esta
Iniciativa: desde logo às dezenas de participantes em entrevistas e workshops, quer da parte
das empresas e suas organizações, quer da parte da Administração Pública e dos gabinetes do
Governo, mas também às câmaras de comércio e indústria luso-alemã (CCILA), luso-britânica
(CCILB), luso-espanhola (CCILE) e luso-francesa (CCILF), à Confederação de Empresas
Portuguesas (CIP) e à Confederação de Comércio e Serviços (CCP), à Associação Industrial
Portuguesa (AIP) e à Associação Empresarial Portuguesa (AEP) e ainda AIMMAP, ANEME, ANICP,
ANIET, ANIMEE, APEQ, APICCAPS, APICER, APIFARMA, APIGRAF, APIMA, APIP, ASSIMAGRA, ATP,
CEFAMOL, CELPA e FIPA. Igualmente indispensável à Iniciativa foi a colaboração do Instituto
de Ciências Jurídico-Políticas da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, que assumiu
a coordenação das sessões de discussão participadas por Estado e empresas.
Nos capítulos da secção 1. apresenta-se i) uma descrição do estudo dos entraves burocráticos,
acompanhada de notas quanto à metodologia seguida, e, nas secções respetivas, ii) os
resultados obtidos numa primeira fase, que incidiu sobre os sectores das indústrias e de
comércio e serviços. Apresenta-se depois, na secção 2., as conclusões do estudo e as medidas
de simplificação a adotar pelo Governo nas diversas áreas.
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1.1. Definição de âmbito
O estudo pretendeu identificar os principais entraves burocráticos que afetam
significativamente a atividade económica. Por maioria de razão, esses são sobretudo os
entraves com impacto transversal na economia, por oposição àqueles que afetam apenas
alguns sectores em particular. No entanto, foram também considerados entraves sectoriais,
sempre que estes se revelaram particularmente críticos.1
Note-se que não se pretendeu identificar todas as interações entre empresas e Estado – que
assumem a designação comum de ―burocracia‖ – mas apenas aquelas que constituem
efetivamente um entrave à atividade económica, ou como tal são apercebidas pelos
empresários.
Importa ainda assinalar que foram considerados os efeitos cumulativos de procedimentos
administrativos e obrigações de declaração ou informação. Ou seja, sob o conceito de
―entrave burocrático‖, aqui adotado para tradução dos termos ingleses administrative burden
e regulatory burden – e que também se apresenta genericamente como ―burocracia
excessiva‖ – cabem, tanto procedimentos administrativos concretos, quanto processos
complexos que apenas no seu conjunto constituem sobrecarga para as empresas. Tal foi o
caso, aliás, de vários dos entraves burocráticos apurados no estudo.
1 Nesta primeira fase foram estudados apenas os sectores de Indústria e Comércio e Serviços, a Iniciativa
prosseguirá com o estudo dos sectores de Agricultura, Construção e Turismo (v. 1.3.).
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1.2. Revisão de literatura
Embora o tema da burocracia excessiva constitua uma constante das discussões sobre a
eficiência da Administração Pública e venha ocupando lugar de crescente destaque nas
propostas políticas de governos e oposições, são quase inexistentes os estudos nacionais que
tenham este tema por objeto. De facto, a fonte imediata para o conhecimento dos entraves
burocráticos em Portugal são estudos internacionais sobre o ambiente económico (business
environment) nos vários países, entre os quais se destaca os relatórios Doing Business, do
Banco Mundial, e Global Competitiveness, do Fórum Económico Mundial. O âmbito global
destes estudos, contudo, implica um reduzido grau de detalhe relativamente a cada um dos
países e, tratando-se de literatura cinzenta, nem sempre as notas metodológicas contêm
informação suficiente para uma análise crítica dos dados e das suas fontes. A opção por
indicadores agregados (índices), popular entre estas organizações internacionais, também
coloca dificuldades de interpretação que são há muito discutidas na literatura.
1.2.1. Estudos internacionais
Os entraves burocráticos à atividade económica em Portugal são objeto de diversos estudos,
sobretudo internacionais, sempre no contexto mais amplo da ―regulação‖ (regulation): o
conhecido Doing Business Report do Banco Mundial tem como sub-título Understanding
Regulation for Small and Medium-Size Entreprises, e os seus Worldwide Governance
Indicators incluem um indicador de Regulatory Quality, a mesma categoria que usa o Fórum
Económico Mundial para um conjunto de questões do seu inquérito a executivos; a OCDE tem
dedicado uma atenção crescente à regulatory performance e à regulatory policy dos países.
Este tema da regulação inclui dimensões diversas, que nalguns estudos incluem aspetos como
a carga fiscal, a presença do Estado na economia ou as regras de livre-concorrência. Deve
assinalar-se que o conceito de ―entraves burocráticos‖ também não é linear, sendo aqui
atribuído, como já referido, ao que surge frequentemente na literatura como ―regulatory
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burdens‖ ou ―administrative burdens‖ – ou ainda, como consta no Memorando de
Entendimento do Programa de PAEF, ―excessive licensing procedures‖ - expressões que
compreendem o conjunto dos procedimentos administrativos que têm impacto significativo,
ao nível dos custos de contexto, na atividade das empresas.
As três organizações com maior tradição neste tipo de estudos são o Banco Mundial, a OCDE e
o Fórum Económico Mundial. Aos estudos publicados por estas organizações juntam-se alguns
outros estudos dedicados ao ambiente regulatório, ou com dimensões relacionadas com o
tema, e que são elaborados tanto por organizações públicas (caso do francês CEPII), como
organizações privadas, incluindo fundações (a suíça IMD Foundation e a americana Heritage
Foundation), consultoras especializadas em análise de mercados (HIS), e ainda imprensa líder
na área da economia e do mercado, com serviços de consultoria associados (Forbes e The
Economist Intelligence Unit).
Dentre os estudos internacionais, dedicados às questões de regulação, por vezes como uma
entre várias dimensões de um ―business environment‖, contêm informação sobre os entraves
burocráticos em Portugal os seguintes:
Doing Business Report, Banco Mundial
Paying Taxes, Banco Mundial/PWC
Worldwide Governance Indicators, Banco Mundial/Brookings Institution
Global Competitiveness Report, World Economic Forum
Index of Economic Freedom, Heritage Foundation/Wall Street Journal
Embora estes estudos não tenham por base um trabalho aprofundando sobre cada um dos
países, e recorram a metodologias assentes em indicadores e que implicam complexos
exercícios de agregação de dados, constituem ainda assim uma interessante fonte de
informação, desde logo pela atenção que dedicam à dimensão regulatória.
O ambiente regulatório inclui um conjunto amplo de aspetos dos quais a burocracia excessiva
é apenas uma parte. Neste levantamento, procurou-se selecionar os estudos que contivessem
informação dirigida ao impacto dos entraves burocráticos na atividade económica em
Portugal.
1.2.1.1. Doing Business Report
Possivelmente o mais conhecido estudo internacional sobre business environment e aquele
que mais diretamente aborda o fenómeno dos entraves burocráticos à atividade económica. É
publicado anualmente desde 2004 e divulgado na forma de relatório, estando também
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disponíveis ficheiros de dados e dados publicados na página web da organização. Os dados do
Doing Business Report alimentam alguns dos estudos sobre ambiente de negócios abordados
nos capítulos seguintes.
Os dados recolhidos para cada relatório dizem sempre respeito ao ano anterior ao indicado no
título (assim, o Doing Business Report 2015 refere-se à realidade de 2014). O número de
países analisados na edição mais recente (2015) é de 189. A descrição da metodologia – que
vem sofrendo atualização desde o início do estudo, em 2004 – pode ser consultada em
capítulo dedicado, em cada edição do relatório.
São definidas 10 áreas regulatórias ou tópicos, cada qual com o seu conjunto de indicadores:
Starting a business
Dealing with construction permits
Getting electricity
Registering property
Getting credit
Protecting minority investors
Paying taxes
Trading across borders
Enforcing contracts
Resolving insolvency
Este estudo inclui ainda outra área – employing workers – excluída do ranking em anos
recentes devido às suas implicações políticas (o indicador terá sido criticado por poder ser
lido como incentivo à facilidade de despedimento).
Para as 10 áreas referidas são estimados parâmetros de avaliação do impacto sobre as PME:
tipicamente, é considerado o número de procedimentos, o tempo despendido e o custo
direto. No entanto, algumas áreas têm parâmetros específicos. Ao país em análise é atribuída
uma posição no ranking em cada uma das áreas, e uma posição global em função da média.
Na edição de 2015 a posição de Portugal é a 25ª, o que, entre 189 países, representa um valor
claramente positivo. A recente alteração metodológica introduzida pelo Banco Mundial não
permite uma comparação precisa em relação aos anos anteriores, mas é patente que a
posição de Portugal se tem mantido estável nos últimos anos, devendo ainda ter-se em conta
que as ligeiras variações registadas na posição de qualquer dos países não decorrem
necessariamente da deterioração do ambiente regulatório nas diversas áreas: por um lado,
podem decorrer de evoluções mais rápidas por parte de outros países; por outro, são
influenciadas por fatores indiretos como sejam a variação cambial entre Euro e UDS, ou a
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variação nacional, ambas com incidência nos indicadores de custo.2 No caso de Portugal, cabe
assinalar que as variações positivas mais significativas, entre 2010 e 2014, são ao nível da
criação de empresas e do licenciamento para construção.
Ao nível dos tópicos, além da posição relativa no ranking, a avaliação comparativa dos países
pode ser feita através da ―distance to frontier‖, que mede a distância relativa ao benchmark
(abordagem ‗best in class’) em cada tópico. No entanto, esta comparação tem um interesse
limitado, na medida em que é feita em relação aos 189 países do estudo, o que abrange
contextos muito diversos.
Mais interessante parece ser, pelo menos no caso de Portugal, a comparação com a média dos
países da OCDE, e com alguns países europeus (Alemanha e Reino Unido, a Norte, Espanha,
França, Grécia e Itália, a Sul) que o estudo também oferece. Ora, nesta comparação, pode
constatar-se que Portugal oferece um ambiente regulatório que é, em geral, idêntico ao da
média dos países da OCDE.
Os gráficos 1 a 9, abaixo, apresentam a comparação entre Portugal e a média da OCDE, bem
como os países indicados, em cada parâmetro de cada sub-indicador.
2 A título de exemplo: tanto no relatório Doing Business de 2013, como no de 2014, o salário mínimo de um
trabalhador de 19 anos ou aprendiz é o indicado pela Lei 143/2010. No relatório de 2013, esse valor é de 775,5 USD/mês, no relatório Doing Business de 2014, esse mesmo valor baixa para 761 USD/mês. A variação no valor deve-se exclusivamente à flutuação cambial entre Euro e Dólar.
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Fig. 1- Starting a business
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Fig. 2- Dealing with construction permits
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Fig. 3- Getting electricity
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Fig. 4- Registering property
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Fig. 5- Getting credit
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Fig. 6- Protecting investors
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Fig. 7- Paying taxes
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Fig. 8- Trading across borders
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Fig. 9- Enforcing contracts
Fonte: Banco Mundial, 2015
O Doing Business Report apresenta ainda, na ficha de cada país, notas qualitativas sobre a
evolução das várias áreas, incluindo uma classificação relativa a reformas (positivas ou
negativas) efetuadas nesse âmbito. No caso de Portugal, são assinaladas reformas positivas
em labor market regulation, paying taxes e enforcing contracts (2015), staring a business
(2014), dealing with construction permits e trading across borders (2013) e starting a
business e dealing with construction permits (2012). Não há referência a retrocessos em
nenhuma área nestes últimos anos.
1.2.1.2. Paying Taxes
Este estudo usa exclusivamente dados da iniciativa Doing Business e é feito pela consultora
PWC em colaboração entre o Banco Mundial e a IFC. O estudo compara sistemas fiscais em
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189 países, medindo todos os impostos e taxas que se aplicam a qualquer negócio, seja a nível
nacional ou municipal, aplicando-os ao caso de uma empresa-tipo. No conceito de ―imposto‖
o estudo inclui as contribuições para fundos com fins laborais. Um capítulo dedicado à
metodologia pode ser encontrado no relatório. Tal como sucede no Doing Business, os dados
reportam-se ao ano anterior ao da data que consta do título do relatório (ou seja, o Paying
Taxes 2015 refere-se a dados de 2014).
No relatório de 2014, o capítulo sobre Portugal abre com uma nota significativa para a
abordagem que teve ter-se relativamente a este tipo de ranking: ―In the Paying Taxes 2014
study the ranking for Portugal has fallen by 4 places to 81. Our case study company has not
however found it harder to pay its taxes in Portugal. The fall is the result of other
economies introducing tax reforms and other measures that have improved their tax systems
and as a consequence their ranking.‖ De facto, a flutuação, positivas ou negativas, no
posicionamento em termos de ranking, nem sempre oferece a melhor leitura da realidade do
país sob avaliação.
Estes dados devem, portanto, ser acompanhados de uma análise dos indicadores de base. No
caso de Portugal, por exemplo, apesar da queda a que se refere a nota da edição de 2014, no
intervalo entra a edição de 2011 e a de 2015 (ou seja, entre os dados de 2010 e os de 2014), a
posição global subiu de 73 para 64, ao que não será alheio o facto da carga fiscal total ter
descido de 43,3% para 42,4%, nem o facto de, numa dimensão diretamente relevante para o
tema dos entraves burocráticos, ter sido possível reduzir em 9% o número de horas
despendidas para cumprimento das obrigações fiscais. Também relevante para este tema é o
número de pagamentos de impostos, que não aumentou e se manteve o mais baixo possível
para as empresas (1 único pagamento).
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Fig. 10 - Time to comply (hours)
Fig. 11 - Number of payments (Nº)
Fonte: PWC, 2015
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Se tomarmos como termos de comparação a União Europeia e a EFTA, a situação portuguesa
apresenta-se, em geral, como positiva ao nível do número de procedimentos, de 8 (dos quais
apenas 1 sobre o lucro). Pela negativa, salienta-se o tempo consumido em procedimentos
administrativos para pagamento de impostos, 275 horas (dos quais 63 para pagamento de
impostos sobre empresas).
1.2.1.3. Worldwide Governance Indicators
O cálculo dos World Wide Governance Indicators é um projeto iniciado em 1996, desenvolvido
em parceria entre o Banco Mundial e a Brookings Institution, e que recorre a uma metodologia
complexa de agregação de variáveis e respetivas afinações em função da fiabilidade dos
dados.
O estudo analisa 6 dimensões em 215 países, sendo que cada uma delas envolve múltiplas
variáveis. Uma das dimensões é a Regulatory Quality que, segundo o estudo, ―captures
perceptions of the ability of the government to formulate and implement sound policies and
regulations that permit and promote private sector development‖.
O indicador Regulatory Quality dos Worldwide Governance Indicators é obtido a partir de
dados agregados de regulatory quality a partir de 7 fontes distintas:3
Tabela 2- fontes do índice de Regulatory Quality dos Worldwide Governance Indicators
Organização Estudos
Economist Intelligence Unit N.A.
World Economic Forum Global Competitiveness Survey
Heritage Foundation Index of Economic Freedom
CEPII Institutional Profiles Database
Political Risk Services International Country Risk Guide
Institute for Management & Development World Competitiveness Yearbook
Global Insight Business Conditions and Risk Indicators Fonte: Banco Mundial, 2013
3 A lista das variáveis pode ser descarregada a partir do link
http://info.worldbank.org/governance/wgi/index.aspx#doc-intro (consultado em 16/12/2013)
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Cada um dos estudos apresenta dados agregados de natureza diversa, o que significa que o
indicador de Regulatory Quality proposto nos World Wide Governance Indicators resulta da
agregação de agregações de centenas de dados. O índice é apresentado na forma de
percentil, sendo que a pontuação mais alta corresponde a 100. Segundo os autores, foram
efetuados ajustes de modo a acomodar a variação na posição relativa em função da entrada
de novos países ao longo dos anos do estudo.
Fig. 12- Evolução do índice de Regulatory Quality para Portugal (1996-2013)
Fonte: Banco Mundial, 2014
Sem entrar na discussão sobre a validade de índices com este nível de agregação, importa
apenas salientar que a grande maioria dos 57 indicadores utilizados não tem relação direta
com os entraves burocráticos, de modo que o seu interesse para o presente estudo é muito
limitado.
As variáveis deste índice que são relevantes para o tema dos entraves burocráticos
encontram-se no Global Competitiveness Report do Fórum Económico Mundial e no Index of
Economic Freedom da Heritage Foundation, que são aqui abordados em capítulos autónomos.
1.2.1.4. Global Competitiveness Report
O Global Competitiveness Report é apresentado anualmente pelo Fórum Económico Mundial e
começou a ser publicado em 2006. O número de economias incluídas na última edição do
relatório (2014) é de 148. O relatório apresenta um índice de competitividade das economias
– Global Competitiveness Index (GCI), cujo cálculo resulta da agregação de 12 sub-índices, ou
pilares, que por sua vez agregam um total de 141 indicadores, cobrindo dimensões diversas do
desempenho das economias em termos de competitividade.
0
20
40
60
80
100
Regulatory Quality
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A cada indicador é atribuído um valor numa escala 1-7 (sendo o 7 a melhor pontuação), mas
alguns indicadores são medidos em unidades diversas (por exemplo, em percentagem). Estes
valores são obtidos a partir de dados provenientes de diversas organizações internacionais
mas, sobretudo, a partir de dados do Executive Opinion Survey. De facto, cerca de 2/3 dos
dados provêm deste inquérito, que é uma iniciativa anterior ao Global Competitiveness
Report, sendo publicado pelo Fórum Económico Mundial desde 1979.
A informação que consta do Global Competitiveness Report acerca do Executive Opinion
Survey permite saber que a amostra tem a preocupação de incluir empresas de pequena e
média dimensão, bem como empresas exportadoras e não-exportadoras, e permite também
conhecer o número de respondentes e a sua distribuição geográfica, mas não os identifica. O
relatório não inclui, nem o questionário, nem os resultados do inquérito enquanto tal.
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Fig. 13 – Os 12 pilares do Global Competitiveness Index
Fonte: Fórum Econímico Mundial, 2015
Assim, acerca das perguntas sabe-se apenas que estão estruturadas em torno de 14 secções:
About Your Company
Overall Perceptions of Your Economy
Infrastructure
Innovation and Technology Infrastructure
Financial Environment
Foreign Trade and Investment
Domestic Competition
Company Operations and Strategy
Government and Public Institutions
Education and Human Capital
Corruption, Ethics and Social Responsibility
Travel & Tourism
Environment
Health
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Dos 141 indicadores contemplados pelo Global Competitiveness Index, apenas quatro têm
relação direta com a área dos entraves burocráticos são: no primeiro pilar do estudo,
―Instituições‖, os Burden of Government Regulation, e no sexto pilar, Eficiência do mercado
de bens, Number of procedures required to start business, Time required to start business e
Burdens of costums procedures. Ora, os indicadores relativos ao registo de empresa e início
de atividade (number of procedures e time required) usam diretamente os dados do Doing
Business Report, do Banco Mundial – com a desvantagem de utilizarem esses dados com um
ano de desfasamento, isto é, o Global Competitiveness Report 2014-2015 não usa os dados do
Doing Business 2015, mas sim os do Doing Business 2014 (portanto, dados de 2013).
Os indicadores relativos aos burdens resultam das perceções dos inquiridos. Assim, no que
toca à perceção dos empresários relativamente ao ―burden of government regulation‖, esta
foi piorando desde o início do estudo, em 2006, estabilizou nos 2,5 nas edições de 2010-2011
e 2011-2012, e inverteu a tendência a partir da edição de 2012-2013 até atingir os 3,0 atuais
(edição 2014-2015).
Fig. 14- Evolução dos entraves da regulação estatal (2006-2014)
Fonte: Fórum Económico Mundial, 2015
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Já a perceção relativa ao ―burden with custom procedures‖, medida a partir da edição de
2007-2008, apresenta uma variação mais irregular, mas com sentido geral positivo, de forma
estável nos últimos três anos.
Fig. 15- Evolução dos entraves da regulação estatal (2006-2014)
Fonte: Fórum Económico Mundial, 2015
1.2.1.5. Heritage Foundation e Wall Street Journal, Index of Economic Freedom
A Heritage Foundation e o e Wall Street Journal publicam, desde 1995, um estudo sobre a
―liberdade económica‖ dos países que analisa os ambientes de negócios das economias
nacionais, do ponto de vista das noções de ―livre iniciativa‖ e ―governo limitado‖ que
constituem o núcleo de pensamento daquele think-tank norte-americano.
Entre os sub-índices que compõem o índice de liberdade económica está um conjunto
agrupado sob a designação de Regulatory Efficiency e que é composto por Business Freedom,
Labor Freedom e Monetary Freedom – sendo que os dois primeiros recorrem a dados do
estudo do Banco Mundial, Doing Business Report. Apenas o índice de Business Freedom tem
relação direta com o problema da burocracia, agregando dados dos subíndices do Doing
Business, ―starting a business‖, ―obtaining a license‖ e ―closing a business‖. A série de
4,0
4,2
4,4
4,6
4,8
5,0
5,2
Burden of customs procedures
Burden of customsprocedures
Página 26/53
valores do índice ao longo da última década demonstra uma clara subida de posição, de 44º
para 19º lugar – uma variação de 73,3 para 87,5 em termos de valores – com uma curva de
subida constante ao longo dos últimos quatro anos.
Fig. 16- Evolução da posição de Portugal no ranking de Business Freedom (2006-2015)
Fonte: Heritage Foundation, 2015
Os dados incluídos no índice de Business Freedom são:
•Starting a business—procedures (number);
•Starting a business—time (days);
•Starting a business—cost (% of income per capita);
•Starting a business—minimum capital (% of income per capita);
•Obtaining a license—procedures (number);
•Obtaining a license—time (days);
•Obtaining a license—cost (% of income per capita);
•Closing a business—time (years);
•Closing a business—cost (% of estate); and
•Closing a business—recovery rate (cents on the dollar).
(Nota: neste índice, ‗license‘ refere-se apenas a licenciamento de obras de construção.)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
2006200720082009201020112012201320142015
Business Freedom
Economic Freedom
Página 27/53
1.2.1.6. Forbes, Best Countries for Business
A revista Forbes, conhecida sobretudo pelo seu ranking de fortunas pessoais, publica também
outros rankings, entre os quais se inclui este Best Countries for Business, que incluem 11
fatores distintos, entre os quais um com a designação Red Tape (burocracia excessiva).
A revista divulga os resultados online mas não publica um relatório, nem dá a conhecer a
metodologia utilizada no cálculo de cada fator. A única referência à metodologia assinala que
os cálculos foram efetuados em dezembro de 2013 e que, quanto à origem dos dados: ―The
data came from published reports from Freedom House, Heritage Foundation, Property
Rights Alliance, Transparency International, World Bank and World Economic Forum‖. É de
supor que os dados sobre entraves burocráticos provenham, direta ou indiretamente, do
estudo do Banco Mundial, Doing Business Report.
Portugal consta neste ranking na 21ª posição e ocupa a 10ª posição ao nível da red tape, ou
seja, o estudo da Forbes conclui que Portugal apresenta um cenário bastante favorável do
ponto do de vista do controlo da burocracia excessiva.
1.2.2. Estudos nacionais
Não foram identificados, em Portugal, outros estudos ou levantamentos de entraves
burocráticos além do realizado pela Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição
(APED) com o título Burocracia na Administração Pública: Impacto das obrigações de reporte
no Sector do Retalho (apresentado a 9 de março de 2015). Este estudo incidiu exclusivamente
sobre o universo de associados da APED, ou seja, 125 empresas, das quais 31 de retalho
alimentar e 94 de retalho não alimentar. O estudo procurou calcular os gastos, em
valor/hora, que as empresas têm com obrigações de declaração e informação ao Ministério da
Solidariedade, Emprego e Segurança Social (MSESS), à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT),
ao Instituto Nacional de Estatística (INE) e ao Banco de Portugal. Apenas foram consideradas
obrigações comuns a todas as empresas. Os dados foram recolhidos por inquérito, aplicado a
uma amostra de 6% do universo. Fazendo a projeção dos dados para o universo das empresas
da APED, o estudo conclui que, por ano, aquelas empresas respondem a um total de 107.500
solicitações de informação, correspondentes a um total de 152.028 horas de trabalho. A
conversão destas horas em custos, com base em unidades valor/hora, permitiu apurar um
valor de 4.106.157 €. Ainda segundo o estudo, o maior número de solicitações provém do
MSESS, mas o maior número de horas de trabalho é imputado à AT (68% do tempo despendido)
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1.3. Entrevistas a empresários
Para conhecer a perceção dos empresários sobre burocracia excessiva, foi opção deste estudo
o recurso a entrevistas. Para efeitos de amostra e por motivos práticos, circunscreveu-se o
estudo aos sectores de Indústrias e Comércio e Serviços, na medida em que representam, em
conjunto, mais de metade do Valor Acrescentado Bruto da economia portuguesa e quase
metade do emprego.4 Considerou-se portanto que, pela sua escala, estes dois sectores
permitiriam captar todos os entraves burocráticos transversais – isto é, que afetam estes e
outros sectores – e que as dificuldades de tipo sectorial, pelas mesmas razões de escala,
poderiam representar maiores impactos económicos em termos de custos de contexto.
Previu-se inicialmente a técnica de entrevista semi-estruturada, tendo sido realizado um
inquérito para identificação das áreas mais relevantes a abordar. Para a construção do
questionário deste inquérito foi solicitada a colaboração de organizações representativas dos
setores-alvo, neste caso a Confederação de Empresas Portuguesas (CIP) e a Confederação de
Comércio e Serviços (CCP), ambas representantes destes setores em sede de Concertação
Social. Pelo elevado número de associados e expressão territorial, foram também envolvidas a
Associação Industrial Portuguesa (AIP) e a Associação Empresarial Portuguesa (AEP). Enquanto
representantes das empresas oriundas dos países com mais significativo investimento em
Portugal, foram ainda envolvidas as câmaras de comércio e industrial luso-alemã (CCILA),
luso-britânica (CCILB), luso-espanhola (CCILE) e luso-francesa (CCILF). O objetivo do inquérito
seria obter pistas para a construção do guião de entrevista, através do recurso a dois ―filtros‖
concebidos para permitir a identificação daquelas áreas de interação entre as empresas e o
Estado em que existia maior perceção de burocracia excessiva, bem como as dimensões ou
aspetos essa burocracia se verificava.
4 Numa segunda fase, o estudo incidirá sobre entraves burocráticos sectoriais, com consulta a empresas e
organizações empresariais dos sectores da Agricultura, da Construção e do Turismo.
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Com base nos contributos recolhidos, foram definidas 9 áreas ou fontes potenciais de entraves
burocráticos:
Registo
Licenciamento de atividades
Legislação ambiental
Legislação laboral
Normas de saúde pública
Obrigações fiscais
Segurança social
Apoios e incentivos
Certificação de produtos
Foram igualmente definidos 7 aspetos relevantes para a produção de burocracia excessiva:
Acesso a informação
Quantidade de documentos requeridos
Complexidade do processo
Previsibilidade do processo
Custo direto
Tempo despendido
Investimento necessário
O questionário procurou assim combinar estes dois filtros para perceber – com recurso a uma
escala de Likert de 1 a 5, em que 1 era ―muito baixo‖ e 5 ―muito elevado‖ (e com opção
suplementar ―não se aplica‖) – quais as principais áreas ou fontes de burocracia excessiva, e
em que dimensão. Por exemplo, para as obrigações fiscais foi dada a seguinte instrução:
―Relativamente aos procedimentos administrativos relacionados com o cumprimento de
obrigações FISCAIS, selecione a opção que melhor corresponde à sua opinião.‖
De seguida, foi colocada cada uma das dimensões, para uma avaliação na escala 1-5. Por
exemplo:
―O número de documentos requeridos é…‖
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Para uma avaliação global do peso que uma determinada área poderia ter ao nível dos custos
de contexto, foi colocada a seguinte questão:
―Complete a frase seguinte: Do ponto de vista de um impacto positivo na atividade da sua
empresa, a simplificação de procedimentos em cumprimento de [e.g. NORMAS DE SAÚDE
PÚBLICA] seria…‖
O inquérito esteve disponível online em http://simplificar.questionpro.com, para resposta
entre 20 de novembro de 2013 e 20 de janeiro de 2014. A divulgação foi feita, quer através do
Portal do Governo, quer através das listas de contactos da CIP e da CCP.
Quanto aos resultados, houve 2325 visualizações do inquérito, 1652 resposta iniciadas e 327
completadas. Uma vez selecionadas as respostas de empresas dos sectores de Indústrias e
Comércio e Serviços, e eliminados os inquéritos insuficientemente preenchidos, apurou-se um
total de 155 respostas válidas (88 de Indústrias e 67 de Comércio e Serviços). Desta forma, a
amostra deve ser considerada como de conveniência, não tendo suficiente
representatividade.
Analisados os dados, estes não apontaram claramente para nenhuma das potenciais fontes de
burocracia excessiva que haviam sido identificadas. Pelo contrário, a distribuição bastante
uniforme das respostas, sempre situadas no intervalo entre 3 e 4, eliminou a hipótese inicial
de um guião de entrevista orientado para áreas específicas. Desta forma, optou-se por
entrevistas não-estruturadas, em que se pediu aos empresários para colocarem livremente as
questões que mais os preocupavam. Desta forma, foi possível hierarquizar os problemas a
partir das prioridades dadas, de forma espontânea e segundo a sua perceção, pelos
entrevistados.
Para a organização das entrevistas foi novamente solicitada a colaboração de CIP e CCP, para
os respetivos sectores. No caso de comércio e serviços, com áreas de negócio muito diversas,
foi pedido que se fizesse uma seleção de pequenos e médios empresários de áreas variadas.
No caso das indústrias, optou-se pela constituição de mesas redondas organizadas por sub-
sectores. Assim, foram realizadas 8 entrevistas a empresários de comércio e serviços (5 em
Lisboa e 3 no Porto) com negócios nas áreas de medicina do trabalho, jogo, embalamento,
controlo de pragas, aparelhos médicos, mercearia e trabalho temporário. No caso das
indústrias, foram organizadas 12 entrevistas em mesas-redondas (7 em Lisboa e 5 no Porto),
envolvendo um total de 64 participantes. As entrevistas foram gravadas e tiveram uma
duração média de 2 horas. Os locais das entrevistas foram, ou as instalações da CIP e da CCP,
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em Lisboa, ou instalações das associações empresariais, ou ainda as instalações das próprias
empresas no caso de Comércio e Serviços.
As entrevistas permitiram apurar, através das referências recorrentes e convergentes dos
entrevistados, um conjunto de 12 procedimentos ou processos administrativos que os
empresários sentem como entraves burocráticos. Na sua maioria, estes entraves afetam
transversalmente as atividades económicas, e são, por outro lado, de natureza bastante
diversa, indo deste procedimentos administrativos muito específicos, como é o caso da
Declaração Mensal de Remunerações para a Segurança Social ou para a Autoridade Tributária
e Aduaneira, até processos que são percebidos com entraves por via do seu efeito cumulativo
– caso das obrigações de declaração e informação ao Instituto Nacional de Estatística e ao
Banco de Portugal. Também foram considerados entraves sectoriais, na medida em que
evidenciaram potencial impacto elevado: referimo-nos, em concreto, ao licenciamento
ambiental e ao licenciamento industrial, e ainda ao processo de monitorização ambiental.
Lista de entraves burocráticos identificados nas entrevistas:
Declaração Mensal de Remunerações de AT
Declaração Mensal de Remunerações de Seg. Social
Fundo de Compensação
Fundo de Garantia de Compensação
Guia de remessa
Informação estatística de INE
Informação estatística de Banco de Portugal
Informação Empresarial Simplificada (IES)
Licenciamento ambiental
Licenciamento industrial
Monitorização ambiental
Regras de contratação pública
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1.4. Estimativa dos custos de contexto
No âmbito deste estudo, procurou-se também quantificar aproximadamente os custos de
contexto impostos às empresas a operar em Portugal pelos entraves burocráticos
identificados. Para o efeito, recorreu-se ao Modelo de Custo-Padrão (Standard Cost Model
- SCM), desenvolvido pela OCDE, adotado neste tipo de estudo pela generalidade dos
países europeus e pelas próprias instituições europeias. Ou seja, foram tidos em conta
apenas os custos administrativos: resumidamente, os custos correspondentes ao tempo de
trabalho despendido no cumprimento das obrigações e atos administrativos. Portanto, não
foram considerados, nem os custos diretos (taxas e emolumentos), nem os custos de
adaptação (compliance costs) que resultam da imposição de requisitos que obrigam a
investimentos – tipicamente, na aquisição de tecnologia. Talvez mais relevante, numa
ótica de competitividade e investimento, não foram considerados os custos de
oportunidade impostos pela burocracia excessiva.
Por outro lado, não foi possível estimar os custos de contexto de todos os procedimentos
ou processos administrativos identificados, o que sucedeu em dois casos possíveis:
naqueles em que o procedimento não tem histórico de dados suficientes (procedimentos
criados no último ano); no caso dos processos complexos, em que as variáveis são
demasiados para efetuar a estimativa.
No cálculo seguiu-se o SCM tal como adaptado à realidade portuguesa pela Agência para a
Modernização Administrativa (AMA),5 ou seja, com os valores médios de remuneração
horária publicados pelo Instituto Nacional de Estatística e com tempos médios de espera,
no caso do atendimento presencial, registados pela AMA nos atendimentos das Lojas do
Cidadão.
O tempo despendido no cumprimento das obrigações e nos atos administrativos foi
estimado por uma das empresas e validado numa das sessões com as indústrias, tendo
5 Agência para a Modernização Administrativa (2009). Guia Prático para a Quantificação dos Encargos
Administrativos de Acordo com a Metodologia Standard Cost Model – Manual PT SCM. AMA.
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depois extrapolado, de forma linear, para o universo das empresas cobertas pelas
obrigações e procedimento administrativos em análise. A estimativa de empresas que
concorrem a concursos públicos baseou-se nos dados de contratação pública do INCI,
disponíveis em base.gov.
Tabela 3 – custos de contexto pelo SCM
Declaração Mensal de Remunerações de AT 24.514.135
Declaração Mensal de Remunerações de Seg. Social 24.514.135
Fundo de Compensação s.d.
Fundo de Garantia de Compensação s.d.
Guia de remessa s.d.
Informação estatística de INE 27.906.046
Informação estatística de Banco de Portugal 37.417.651
Informação Empresarial Simplificada (IES) 27.906.046
Licenciamento ambiental n.a.
Licenciamento industrial n.a.
Monitorização ambiental n.a.
Regras de contratação pública 1.985.664
TOTAL 144.243.677
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1.5. Workshops de simplificação administrativa e regulatória
Uma vez apurados os entraves burocráticos a partir das entrevistas, e estimados os
correspondentes custos de contexto, realizou-se um conjunto de workshops dedicados aos
entraves burocráticos identificados. Estes workshops foram organizados e coordenados pelo
Instituto de Ciências Jurídico-Políticas da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa
(ICJP), entidade que venceu o concurso público lançado pela AMA para este efeito. O método
seguido nos workshops foi definido em conjunto entre o ICJP, a equipa do Gabinete do
Secretário de Estado para a Modernização Administrativa (GabSEMA) e da AMA, e consistiu em
duas sessões complementares para cada tópico, sendo a primeira restrita a um número
máximo de 10 participantes, provindos de empresas, Administração Pública e gabinetes do
Governo; e a segunda mais alargada, incluindo também outros stakeholders, como
organizações empresariais, organizações profissionais e sindicatos.
Previamente à organização das sessões, foram analisados os entraves burocráticos
identificados e as eventuais ligações entre eles, desde logo a partir das sugestões que os
próprios entrevistados haviam deixado em termos de possíveis soluções. Desta forma, alguns
dos entraves burocráticos foram agrupados, de modo a que pudesse discutir-se soluções
conjuntas para os problemas mais evidentes. No caso particular das guias de remessa, pelo
facto de decorrer ainda um período de adaptação à medida, que era muito recente, e
havendo sinais divergentes quanto ao real impacto nas empresas, entendeu-se não ser
oportuna a discussão. Assim, a lista inicial de entraves deu origem a 7 workshops restritos
(apresentados pela ordem de agendamento):
Regras de contratação pública
IES e declarações estatísticas para INE e Banco de Portugal
Fundo de Compensação e Fundo de Garantia de Compensação
Declarações Mensais de Remuneração para AT e Segurança Social
Licenciamento ambiental
Licenciamento industrial
Monitorização ambiental
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Nestas sessões, que decorreram entre novembro e dezembro de 2014, estiveram presentes
representantes das empresas e da Administração Pública, segundo o modelo participativo que
foi definido. As sessões foram moderadas por investigadores do ICJP, que foram submetendo
os temas ao debate e conduzindo a discussão de acordo com um guião previamente definido
em colaboração com a equipa GabSEMA/AMA. Destas discussões, que duraram em regra meio
dia (um dia inteiro no caso do licenciamento ambiental), resultou um conjunto de medidas de
simplificação administrativa e regulatória, algumas das quais consensuais – total ou
parcialmente – e outras subscritas apenas pelas empresas, ou pela Administração Pública, ou
ainda apenas por alguns ou mesmo um único participante.
As medidas assim apuradas, bem como aquelas que o ICJP, do trabalho crítico que realizou
sobre o objeto do estudo, veio a acrescentar, foram depois submetidas à discussão nas 6
sessões alargadas, em função de novo reordenamento e que tiveram a seguinte organização:
Fundo de Compensação e Fundo de Garantia de Compensação, Declarações Mensais de
Remuneração para AT e Segurança Social
Licenciamento ambiental
Licenciamento industrial
Monitorização ambiental
Regras de contratação pública
IES e declarações estatísticas para INE e Banco de Portugal
Encerrados os workshops, foi apurado um conjunto alargado de propostas, que vão desde
sugestões de medidas específicas – por exemplo ao nível das plataformas informáticas, da
organização dos serviços e dos prazos – até recomendações mais gerais em termos da
orientação política seguida nas matérias em causa. Estas propostas, apresentadas no relatório
final do estudo do ICJP,6 foram organizadas, em cada tema, de forma separada segundo as
suas origens, isto é, elenca-se no relatório as propostas saídas da discussão entres os
intervenientes e, à parte, as propostas que o próprio ICJP pretendeu avançar e que, de um
modo geral, acompanham o que foi a conclusão das discussões nos workshops, fazendo,
nalguns casos, um esforço de consolidação e, noutros, procurando ir mais além do que as
propostas anteriores. Apresenta-se aqui a listagem das propostas que constam do estudo do
ICJP – mantendo a separação entre propostas saídas dos workshops e propostas próprias do
ICJP.7
6 Instituto de Ciências Jurídico-Políticas (2015). Estudo Preparatório das Medidas de Simplificação Administrativa e
Regulatória no Próximo Período de Programação 2014-2020: Relatório Final. ICJP. 7 As notas explicativas de cada proposta podem ser consultadas no anexo 1 e diretamente no Relatório Final: v.
nota 6.
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I. Regras de contratação pública
Propostas obtidas nos workshops
1) Fusão das declarações constantes dos anexos I e II
2) Acesso direto da administração pública à informação do registo criminal
3) Criação de um cadastro nacional de fornecedores incumpridores
4) Eliminação da audiência prévia em certos casos
5) Eliminação da necessidade de aprovação de portarias de extensão de encargos no
âmbito de aquisições feitas ao abrigo de acordos-quadro
6) Elaboração de manuais de procedimentos
7) Plataforma única para a contratação pública eletrónica
8) Repositório único de informação
9) Maior integração entre as plataformas de compras públicas e os outros sistemas da
Administração Pública
10) Generalização da utilização do certificado do cartão de cidadão
11) Criação de um sistema de procurações online
Propostas avançadas pelo ICJP
1) Proibição efetiva de a Administração Pública solicitar documentos que reúnem
informação a que pode aceder diretamente
2) Eliminação dos pedidos de declaração de factos sobre os quais as entidades
adjudicantes atestam sempre a veracidade por acesso direto à sua informação
3) Eliminação das declarações sobre factos em relação aos quais se exige prova
4) Possibilidade de reutilização da informação/documentação enviada
5) Autorizações genéricas de consulta de informação
6) Elenco taxativo dos documentos necessários nos procedimentos mais comuns
7) Dispensa imperativa de caução e de seguro quando o valor do contrato seja inferior a
determinado valor (por exemplo, 75.000€)
8) Dispensa imperativa de caução quando haja créditos da empresa sobre a entidade
adjudicante
9) Dispensa da formalização do contrato quando esta seja desnecessária
10) Simplificar o formalismo da outorga do contrato
11) Eliminação do ato de aprovação da minuta do contrato
12) Codificação e simplificação de toda a legislação e regulamentação
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13) Elaboração de manuais de procedimentos em linguagem clara
14) Plataformas de contratação pública
a) Criação de uma plataforma pública para a contratação eletrónica
- Gratuitidade obrigatória das plataformas para as empresas, devendo a Administração
Pública a suportar todos os custos;
- Disponibilização de uma única plataforma eletrónica pública e gratuita, utilizável por
todas as entidades públicas e privadas;
- Disponibilização de uma plataforma pública gratuita (utilizável por todas as
entidades públicas e pelas privadas que o queiram fazer) e exigência de
interoperabilidade entre esta e todas as plataformas privadas, deixando ao mercado a
opção de utilizar, ou não, os serviços das plataformas privadas, tendo em conta as
funcionalidades e os custos.
b) Repositório único de informação/dossier eletrónico da empresa
c) Total integração entre a plataforma (ou plataformas) de compras públicas e os
outros sistemas da Administração Pública
d) Generalização da utilização do certificado do cartão de cidadão ou da chave móvel
digital
e) Melhoria da disponibilidade, do desempenho e da assistência técnica das
plataformas
f) Pagamento dos cadernos de encargos por via eletrónica
g) Eliminação das publicações em Diário da República
II. Declarações Mensais de Remuneração para AT e Segurança Social
Propostas obtidas nos workshops
1) Fusão das declarações mensais de remunerações
2) Dispensar o reporte mensal dos rendimentos não sujeitos a tributação
3) Dispensar a entrega do quadro 0529-A ao anexo A da IES
4) Dispensar a entrega da Modelo 30 para declaração de rendimentos pagos a não
residentes
Propostas avançadas pelo ICJP
1) Centralização de todas as declarações mensais de rendimentos
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- Centralização num único portal do cumprimento de todas as obrigações de envio de
declarações e informações para o Estado, tal como se propõe quanto aos temas
―Informação Empresarial Simplificada‖ e ―Declarações Estatísticas para o INE e BdP‖; -
Centralização de todas as declarações mensais de rendimentos, incluída no tema
―Declaração Mensal de Remunerações de AT e Segurança Social‖; Fusão das declarações
mensais aos Fundos e à Segurança Social, incluídas no tema ―Fundo de Compensação do
Trabalho e Fundo de Garantia de Compensação do Trabalho‖;
- Junção, numa única declaração mensal a declaração mensal à Segurança Social e a
declaração estatística ao INE sobre os custos unitários do trabalho, integrada no tema
―Informação Empresarial
2) Eliminação da solicitação de informação repetida
3) Avaliação de impacto das alterações
4) Centralização da informação cadastral
5) Pré-preenchimento de todas as declarações com informação provável
III. Fundo de Compensação e Fundo de Garantia de Compensação
Propostas obtidas nos workshops
1) Sistema de fusão ou de mera articulação de pagamentos de contribuições para a
Segurança Social e para os Fundos
2) Melhoria da plataforma eletrónica dos Fundos
3) Adoção de uma plataforma eletrónica única
4) Ligação entre a plataforma dos Fundos e o software interno das empresas
5) O não aproveitamento integral da referência regulamentar à interconexão entre o
sistema dos Fundos e a Segurança Social
6) Não duplicação de deveres de declaração/comunicação
7) Revisão das penalizações por cumprimento defeituoso ou por lapsos na inserção de
dados no sistema informático
Propostas avançadas pelo ICJP
1) Fusão de plataformas eletrónicas dos Fundos e da Segurança Social
2) Fusão das declarações mensais aos Fundos e à Segurança Social
3) Harmonização das datas de cumprimento de deveres jurídicos
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4) Alteração automática do valor da retribuição para efeitos de fixação do montante
devido aos Fundos
5) Criação de mecanismos para preenchimento de declarações coletivas, por cada
empregador, com obrigatoriedade de preenchimento
6) Geração automática de documento para liquidação do montante devido
7) Fusão da declaração de cessação de vínculo laboral com o pedido de reembolso de
quantias pelos Fundos
8) Ligação entre a plataforma dos Fundos e o software interno das empresas
9) Revisão das penalizações por cumprimento defeituoso ou por lapsos na inserção de
dados no sistema informático
IV. IES e declarações estatísticas para INE e Banco de Portugal
Propostas obtidas nos workshops
1) Eliminação do Inquérito sobre Investimento Internacional (ISII)
2) Associar num único momento e envio o inquérito INTRASTAT, da responsabilidade do
INE, e a informação mensal para o BdP sobre operações realizadas entre residentes e
não residentes
3) Juntar numa única declaração mensal a declaração mensal à Segurança Social e a
declaração estatística ao INE sobre custos unitários do trabalho
4) Criar formas inovadoras de proporcionar às empresas que participaram em inquéritos
estatísticos um feedback útil
5) Eliminação de quadros e anexos da IES
6) Ponderar o envio, no mesmo prazo, da IES e da Declaração do modelo 22 (IRC)
7) Impedir que entre em vigor a obrigação de enviar à AT os ―inventários de stock‖
8) Alargar a informação de prestação de contas através da IES a entidades que hoje não
se encontram sujeitas a essa obrigação
9) Associar a prestação de informações com periodicidade inferior à anual com a
informação anual, aproveitando informações já transmitidas a entidades públicas para
auxiliar o cumprimento de obrigações anuais
10) Garantir a disponibilização integral em língua inglesa da certidão das contas anuais
11) Adaptação às PME da tabela de preços para acesso à informação agregada da IES
12) Eliminação de taxa/emolumento para o acesso à certidão das contas anuais pela
empresa que prestou contas
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Propostas avançadas pelo ICJP
1) Cumprimento das obrigações de envio de declarações e informações para o Estado
num único portal
2) Eliminação do Inquérito sobre Investimento Internacional (ISII)
3) Avaliação e eventual redução do número de inquéritos às empresas efetuados pelo INE
4) Passar a recolher a informação estatística relativa ao inquérito COPE (Comunicação de
Operações e Posições com o Exterior), do BdP, através dos bancos, não onerando as
empresas
5) Associar num único momento e envio o inquérito INTRASTAT, da responsabilidade do
INE e a informação mensal para o BdP sobre a Balança de Pagamentos
6) Juntar numa única declaração mensal a declaração mensal à Segurança Social e a
declaração estatística ao INE sobre custos unitários do trabalho
7) Criar formas inovadoras de proporcionar às empresas que participaram em inquéritos
estatísticos um feedback útil
8) Inclusão do relatório ―único‖ para a Segurança Social na IES
9) Ponderar o envio, num único momento da IES e da declaração modelo 22 (IRC)
10) Eliminação de quadros, anexos e obrigações declarativas da IES
11) Pré preenchimento de quadros pelo sistema informático
12) Diminuir a taxa da IES para empresas de reduzida dimensão
13) Associar a prestação de informações com periodicidade inferior à anual com a
informação anual, aproveitando informações já transmitidas a entidades públicas para
auxiliar o cumprimento de obrigações anuais
14) Juntar a certidão permanente de registo comercial e a certidão das contas anuais
numa única certidão permanente de registo comercial
15) Garantir a disponibilização integral em língua inglesa da certidão das contas anuais
16) Incluir na certidão permanente das contas anuais a informação relativa aos Quadros da
Empresa e do Setor, produzida pelo BdP
17) Adaptação às PME da tabela de preços para acesso à informação agregada da IES
18) Eliminação de taxa/emolumento para o acesso à certidão das contas anuais pela
empresa que prestou contas
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V. Licenciamento industrial
Propostas obtidas nos workshops
1) Opção entre eliminação integral ou mera simplificação administrativa do
licenciamento industrial
2) Adoção de designação semântica mais adequada a um sistema preventivo de apoio aos
investidores/empresas
3) Melhor articulação entre o licenciamento industrial e o cumprimento de exigências de
natureza ambiental
4) Inexistência de um cadastro industrial único e centralizado
5) Atualização e reforma da informação cadastral predial, com acesso a informação sobre
caraterísticas e aptidões de terrenos e de instalações fabris/industriais
6) Implementação efetiva de mecanismos de informação e de acesso eletrónico ao
procedimento de licenciamento industrial (Balcão do Empreendedor)
7) Incentivo à implementação das ZER – Zonas Económicas Responsáveis
Propostas avançadas pelo ICJP
1) Criação de registo industrial eletrónico único e centralizado
2) Criação de número único de estabelecimento industrial
3) Criação de um instrumento eletrónico auxiliar de georreferenciação
4) Melhoria do funcionamento da plataforma eletrónica (―Balcão do Empreendedor‖)
5) Criação de um simulador de procedimentos de licenciamento
6) Criação de Manuais de Utilização para melhor disponibilização de informação e de
condições técnicas exigidas aos investidores
7) Aproveitamento de informação disponibilizada pelos agentes económicos a outras
entidades públicas e dispensa de nova comunicação (princípio “Only Once”)
8) Melhor articulação entre as entidades responsáveis pelo licenciamento industrial
9) Ponderação da integração dos procedimentos em matéria ambiental no SIR – Sistema
de Indústria Responsável
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VI. Licenciamento ambiental
Propostas obtidas nos workshops
1) Criação de um procedimento único ambiental
2) Âmbito do licenciamento ambiental é exagerado e deve ser revisto
3) Uniformização de procedimentos dos diversos serviços territorialmente competentes
em matéria de licença/autorização/concessão para utilização de recursos hídricos
4) Âmbito da obrigatoriedade de realização de avaliação de impacte ambiental deve ser
reduzido
5) Reavaliar os casos em que é necessária a avaliação do projeto de execução
6) Dispensa do estudo de alternativas em caso de alteração de projetos onde foi
obrigatória a realização de avaliações de impacte ambiental
7) Desenvolvimento de plataformas eletrónicas
Propostas avançadas pelo ICJP
1) Dificuldade de compreensão das situações em que se torna necessário o cumprimento
de uma obrigação em matéria de ―licenciamento ambiental‖
2) Elaboração e divulgação extensiva de guias práticos relativos aos procedimentos em
matéria de ―licenciamento ambiental‖, elaborados em linguagem clara
3) Dificuldades no relacionamento com os procedimentos em matéria de licenciamento
industrial e permissões administrativas em matéria de urbanização e edificação
4) Criação de um procedimento único ambiental
5) Âmbito do licenciamento ambiental pode ser exagerado, devendo ser ponderada a sua
revisão
6) Âmbito da obrigatoriedade de obtenção de título de recursos hídricos pode ser
exagerado e a sua redução deve ser analisada
7) Âmbito da obrigatoriedade de realização de avaliação de impacte ambiental deve ser
reduzido
8) Reavaliar os casos em que é necessária a avaliação do projeto de execução
9) Dispensa do estudo de alternativas em caso de alteração de projetos onde foi
obrigatória a realização de avaliações de impacte ambiental
10) Desenvolvimento de plataformas eletrónicas
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VII. Monitorização ambiental
Propostas obtidas nos workshops
1) Flexibilização da interpretação legal
2) Partilha de informação dentro da Administração Pública e acesso por parte das
associações empresariais à plataforma SILIAMB
3) Dificuldade de comunicação com a APA e fixação estabilizada do prazo de
preenchimento do MIRR
4) Rigidez do regime da monitorização CELE decorrente de obrigações europeias
5) Obrigatoriedade de reporte diário dos valores de PCI para um grupo de empresas
6) Possibilidade de preenchimento do MIRR a partir das guias de acompanhamento de
resíduos
7) Não obrigatoriedade da figura do verificador do sistema de gestão de segurança
Propostas avançadas pelo ICJP
1) Evitar a existência de duplos reportes decorrentes de obrigações europeias
2) Definição de politica de utilização de conceitos na elaboração de legislação
3) Reforço dos processos de circulação da informação no âmbito da Administração
Pública
4) Realização de uma operação de consolidação legislativa
5) Simplificação dos documentos explicativos dos procedimentos e agilização da
formação disponibilizada aos operadores económicos
6) Fixação estabilizada do prazo de preenchimento do MIRR
7) Possibilidade de preenchimento do MIRR a partir das guias de acompanhamento de
resíduos
8) Não obrigatoriedade da figura do verificador de sistema de gestão de segurança
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2. Conclusões
As propostas elencadas no capítulo anterior, quer as produzidas ao longo dos workshops, quer
as avançadas pelo ICJP, foram objeto de um conjunto de 5 sessões, sendo submetidas a
análise por parte de elementos de diversas entidades da Administração Pública, segundo o
envolvimento destas em cada um dos temas. Estas sessões tiveram lugar na Presidência do
Conselho de Ministros, entre 22 e 24 de abril, e foram organizadas de acordo com as seguintes
áreas:
Regras de contratação pública
IES e declarações estatísticas para INE e Banco de Portugal
Declarações Mensais de Remuneração para AT e Segurança Social
Fundo de Compensação e Fundo de Garantia de Compensação
Licenciamento industrial, licenciamento ambiental e Monitorização ambiental
As sessões permitiram uma análise interna das propostas, de modo a verificar em que medidas
estas já se encontram contempladas em iniciativa governativas em curso, ou em que medida
são compatíveis, ou não, com as orientações, estratégias e investimentos já em execução nas
diversas áreas. Com efeito – como já referido na Introdução – este estudo veio abordar temas
para os quais já se encontravam em curso processos de reforma, seja por via de iniciativas
legislativas, seja por via da reorganização de serviços e processos, ou da adoção de soluções
tecnológicas, facto que, tendo sido abordado durante os workshops, carecia agora de uma
análise mais sistemática e de pormenor.
Relativamente às propostas apresentadas no Relatório Final do ICJP, cabe também assinalar
que, ainda que pontualmente, constam propostas relativas a custos diretos, por exemplo com
taxas, o que cai fora do âmbito da Iniciativa – mas não deixa de ser anotado. Do mesmo
modo, constam propostas relativas a legislação comunitária, o que não permite que se
proponha, no quadro desta Iniciativa, medidas de simplificação. Essas propostas, contudo,
constituem informação relevante para a posição de Portugal junto da Comissão Europeia.
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À análise técnica das propostas apresentadas no Relatório Final do ICJP, realizada por
responsáveis da Administração Pública, seguiu-se uma análise política, quanto à oportunidade
e interesse das propostas apuradas. É desta fase final de análise interna das propostas de
simplificação, obtidas ao longo da Iniciativa para a Simplificação Administrativa e
Regulatória, que resultam as seguintes conclusões (apresentadas segundo as áreas temáticas
sobre que incidiram os workshops):
2.1. Regras de contratação pública
Os problemas fundamentais colocados na área da contração pública parecem decorrer, todos
eles, de uma ausência de regulação no mercado dos serviços digitais associados às
plataformas eletrónicas. Nesta medida, a proposta de novo diploma regulador do Sistema
Nacional de Compras Públicas, que se encontra em fase de aprovação, vem dar resposta a
esses problemas, ainda que não necessariamente nos termos das propostas apuradas nas fases
de entrevistas e workshops realizados no âmbito da Iniciativa para a Simplificação
Administrativa e Regulatória.
De facto, ficou patente ao longo das sessões que o interesse das empresas – e mesmo o de
algumas entidades contratantes – se inclinava para um cenário de uma única plataforma
digital para os concursos públicos, preferencialmente detida pelo Estado e até
tendencialmente gratuita, de resto seguindo um modelo que está em prática noutros países.
No entanto, uma tal decisão implicaria uma – a vários títulos questionável - inversão radical
relativamente às opções estratégicas tomadas por governos anteriores, opções que são
bastante recentes e que colocam, desde logo, o problema da responsabilidade pelos impactos
que produziriam sobre os operadores entretanto instalados num mercado criado por iniciativa
do Estado. Foi portanto opção do Governo manter a atual disposição do mercado das
plataformas eletrónicas de contratação pública, regulando contudo aqueles aspetos que,
justamente, foram apresentados como motivo de preocupação e fonte de custos de contexto
por parte dos empresários. É pois convicção do Governo que, globalmente, estes aspetos se
encontram suficientemente sanados através da referida iniciativa legislativa, cujos efeitos se
produzirão a curto prazo.
Um segundo conjunto de propostas colocado no decurso da Iniciativa prende-se com a
duplicação ou multiplicação de pedidos de informação durante os procedimentos de
contratação pública. Ora, neste capítulo cabe destacar que o Governo consagrou, através do
Decreto-Lei 73/2014, o princípio ―uma só vez‖, que vigora desde 18 de maio de 2015 e que
impede o Estado de solicitar aos cidadãos e às empresas informação que o próprio Estado já
possua. Neste quadro, foi realizada uma profunda análise de todos os pedidos de
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documentação decorrentes de procedimentos administrativos, e adotados mecanismos de
partilha de informação que permitam o efetivo cumprimento das novas disposições legais
nesta matéria. Considera-se portanto, também aqui, que a ação recente do Governo veio
colmatar as questões suscitadas pelas empresas no âmbito da Iniciativa para a Simplificação
Administrativa e Regulatória.
Atentas as propostas de simplificação apuradas nesta área, observa-se, contudo, que não se
encontrava suficientemente contemplada e tem elevado interesse como medida de
simplificação a adotar, a criação de manuais de procedimento que facilitem, aos
concorrentes, o entendimento dos vários passos do procedimento e as exigências legais
associadas, medida com a qual o Governo se compromete.
2.2. IES e declarações estatísticas para INE e Banco de Portugal
Trata-se de uma área temática bastante ampla, cuja definição, juntando a Informação
Empresarial Simplificada (IES) e a informação estatística, decorre essencialmente das
possíveis economias resultantes do maior ou menor aproveitamento que a primeira poderia
ter para a segunda.
Nesta dimensão das possíveis interações entre IES e informação estatística, o Governo aprova
a proposta de simplificação que consiste na antecipação do prazo de preenchimento da IES
para o mês de junho do preenchimento do Mod. 22 do IRC (Maio), dado que a informação
necessária ao cumprimentos desta última obrigação (Mod. 22) já permite às empresas o
cumprimento daquela (IES), e porque de modo se pode antecipar a publicação dos dados
estatísticos. Esta medida concorre também para sanar uma das preocupações expressas pelas
empresas, no que toca a disponibilidade tardia da informação estatística, para efeitos de
estudo e conhecimento da realidade económica nacional por parte dos empresários. Assinale-
se, a propósito, que o INE criou recentemente um serviço de fornecimento de informação de
caráter económico às empresas, que permite a produção de relatórios personalizados com
base em indicadores estatísticos. O Instituto trabalha presentemente no alargamento da
oferta de dados contemplada nesse serviço.
Também na dimensão de cruzamento entre IES e informação estatística, e à luz das
conclusões do estudo, o Governo adota a medida da eliminação do Inquérito sobre
Investimento Internacional (ISII) por via da sua integração na IES – sendo que, neste último
caso, a execução da medida pende de aprovação e colaboração por parte do Banco de
Portugal. Deve, em contrapartida, assinalar-se que não está ao alcance do Governo
determinar a recolha de informação relativa ao COP diretamente junto da banca, como
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sucedia no passado, dado que o atual método de recolha decorre de orientações emanadas
pelo Banco Central Europeu e que caem na esfera de autonomia das relações que este
estabelece com os banco centrais, também nesta área da informação estatística. O mesmo se
aplica, aliás, a eventuais convergências que se pudesse fazer quanto às recolhas mensais de
informação, por parte do Banco de Portugal, e à operação estatística INTRASTAT, conduzida
pelo INE.
O Governo aprova também a proposta de eliminação de alguns quadros e anexos da IES
(proposta 4.5. do Relatório Final do ICJP), conquanto tal informação possa ser obtida por via
alternativa – neste caso, tal pressupõe a partilha e agregação de informação mensal fornecida
à AT e à Segurança Social. Esta medida, aliás, insere-se numa aposta mais ampla, de
desenvolvimento de um esquema de partilha sistemática de informação estatística, com
pré-preenchimento de campos em vários dos inquéritos do INE, com recurso a soluções de
interoperabilidade e acautelando, naturalmente, as questões de sigilo, privacidade e
segurança. Trata-se, portanto, de uma medida transversal, que vai para além desta proposta
(e mesmo da enunciada no ponto 5.11. do Relatório Final do ICJP) e que requer um
levantamento sistemático das correspondências de informação estatística – trabalho que, de
facto, já foi desencadeado no seio da Rede Interministerial para a Modernização
Administrativa.
Relativamente às propostas que dizem mais diretamente respeito à IES, o Governo acolhe e
assume as propostas de simplificação quanto a registo e a versões em língua inglese,
propondo-se mesmo juntar a certidão permanente de registo comercial e a certidão das
contas anuais numa única certidão permanente de registo comercial, em versão bilingue.
2.3. Declarações Mensais de Remuneração para a AT e Segurança Social
As declarações mensais de remuneração, à AT e à Segurança Social, apresentam uma enorme
similitude e não podem deixar de ser percebidas pelos empresários como, para todos os
efeitos, uma duplicação, facto que mais uma vez se confirmou no decurso desta Iniciativa
para a Simplificação Administrativa e Regulatória. No passado, o Legislador procurou fazer
convergir ambas as declarações o que, na prática, não foi plenamente realizado, havendo
hoje apenas o que se pode designar por uma ―porta de entrada‖ comum para o respetivo
preenchimento. De facto, este é um tema que vem sendo objeto de discussão no seio da
Administração Pública desde há três anos e sem que se conseguisse produzir uma solução
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satisfatória. A análise agora realizada permitiu contudo constatar que existe uma via possível
de resolução com recurso a ferramentas de interoperabilidade que vêm ganhando aplicação
cada vez mais frequente também na esfera dos serviços públicos. Com efeito, ao contrário de
uma solução através de uma ―Declaração Única‖, que tantas dificuldades tem suscitado,
aquilo que se afigura viável – e que o Governo ora adota como medida de simplificação – é o
desenvolvimento de um formulário único que permita alimentar as duas declarações (de AT e
de Segurança Social), preservando a autonomia e integridade das respetivas bases de dados.
2.4. Fundo de Compensação e Fundo de Garantia de Compensação
Relativamente ao Fundo de Compensação e ao Fundo de Garantia de Compensação,
deparamo-nos com situação idêntica, porventura com a dificuldade adicional que decorre da
autonomia formal dos fundos e da sua origem em acordos de concertação social. Na
realidade, a autonomia dos fundos, decorrente de opção política, impede o tipo de integração
entre fundos e Segurança Social que foi preconizada pelos agentes económicos nos contactos
desenvolvidos durante a Iniciativa para a Simplificação Administrativa e Regulatória. Acresce
que se prevê, nos próprios termos da legislação que os criou, a entrega dos fundos à gestão
privada, o que desencoraja qualquer medida no sentido da integração e da interdependência
dos mecanismos e dos processos.
Assim sendo, o Governo não pode acompanhar as propostas mais ambiciosas avançadas no
Relatório Final do ICJP, no que concerne à adoção de uma plataforma eletrónica única.
Aquilo com que o Governo pode comprometer-se, nesta área, é sim a garantir a troca de
informação entre a plataforma dos fundos e as bases de dados da Segurança Social,
recorrendo a ferramentas de interoperabilidade e como já previsto na Portaria nº 294-A/2013,
de 30 de setembro. A execução da medida acautelará, naturalmente, as questões relativas,
quer à fiabilidade dos dados e responsabilidade pela mesma, quer ao sigilo, à privacidade e à
segurança.
O Governo compromete-se ainda, no prazo útil para a entrega a gestão privada, a promover a
melhoria da plataforma dos fundos atualmente existente, seguindo as propostas elencadas no
ponto 2.2. do capítulo correspondente naquele Relatório:
Integração com software das empresas;
Preenchimento de declarações coletivas;
Retificação da programação automática por períodos de 30 dias.
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2.5. Licenciamento industrial
A revisão do SIR, veio dar resposta, quer aos problemas de articulação entre entidades, por
via do gestor de processo, quer aos problemas de reaproveitamento e circulação interna de
informação, quer ainda à proposta de um registo industrial único. Também a plena
implementação do Balcão do Empreendedor, já concretizada, e o alargamento das Zonas
Económicas Responsáveis, em curso, têm correspondência direta com as propostas de
simplificação apuradas no âmbito desta Iniciativa.
Ainda não contemplada na ação governativa nesta matéria e verdadeiramente decisiva será a
criação de um número único de estabelecimento industrial, medida com que o Governo se
compromete.
É ainda acolhida a proposta de criação de um simulador de procedimentos de licenciamento
industrial, que facilite nomeadamente o apoio das associações empresariais aos seus
associados.
2.6. Licenciamento ambiental e monitorização ambiental
O novo regime de licenciamento em matéria ambiental, de que resulta a Licença Única
Ambiental (LUA), veio alterar profundamente e simplificar de forma muito significativa o
panorama do licenciamento ambiental. Constata-se portanto que a Administração Pública
produziu, desta forma, uma solução que dá resposta global às dificuldades que se colocavam
nesta área e que foram suscitadas ao longo das entrevistas e dos workshops, no âmbito da
Iniciativa para a Simplificação Administrativa e Regulatória.
Idêntico caminho deverá trilhar-se, agora, na área da monitorização ambiental, onde se
concentram os problemas subsistentes: no sentido de, também aqui, dar uma resposta global
às dificuldades assinaladas, o compromisso do Governo é o de criar uma plataforma única
para cumprimento das obrigações de informação.
É também medida de simplificação, com aplicação numa variedade de situações concretas, a
obtenção de informação por via automática a partir de ferramentas de interoperabilidade.
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2.7. Quadro-resumo das medidas de simplificação administrativa e regulatória
Apresenta-se, em síntese, aquelas que são as medidas que já foram adotadas, ou se
encontram em curso, relativamente aos entraves burocráticos analisados no decurso da
Iniciativa para a Simplificação Administrativa e Regulatória, e aquelas medidas que, a partir
dos resultados da Iniciativa, o Governo se compromete a adotar:
Medidas adotadas ou em
curso
Medidas previstas ou a adotar
Regras de
contratação
pública
Novo regime das
plataformas de
contratação
pública;
"Princípio uma só
vez"
• Criação de manuais de procedimento
IES e declarações
estatísticas para
INE e Banco de
Portugal
• Relatórios
personalizados
do INE
• Desenvolvimento de um esquema de
partilha de dados administrativos, e
soluções de pré-preenchimento de
inquéritos;
• Certidão única do Registo Comercial, em
versão bilingue; antecipação do prazo da
IES para junho; Eliminação do inquérito
sobre investimento internacional (ISII).
Declarações
Mensais de
Remuneração para
AT e Segurança
Social
• Criação de um formulário digital único
para introdução dos dados das
declarações de remunerações à AT e à
Segurança Social
Fundo de
Compensação e
Fundo de Garantia
de Compensação
• Desenvolvimento de um esquema de
partilha de dados entre a Segurança Social
e os fundos de Compensação e de
Garantia de Compensação
Licenciamento
ambiental e
monitorização em
matéria ambiental
• Regime do
Licenciamento
Único de
Ambiente
• Criação de uma plataforma única para
cumprimentos das obrigações de
informação no âmbito da monitorização
em matéria ambiental; Obtenção de
dados por via automática através de
soluções de interoperabilidade
Licenciamento
industrial
• Revisão do
Sistema de
Indústria
Responsável
• Número único de estabelecimento;
• Simulador de procedimentos
Página 51/53
II. Referências
Agência para a Modernização Administrativa (2009). Guia Prático para a Quantificação
dos Encargos Administrativos de Acordo com a Metodologia Standard Cost Model –
Manual PT SCM. AMA.
Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (2015). Burocracia na
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Size Enterprises. Washington, DC: World Bank Group.
World Bank. 2013. Doing Business 2014: Understanding Regulations for Small and
Medium-Size Enterprises. Washington, DC: World Bank Group.Bertho, Fabien (2013).
Les Cahiers de la DG Trésor, 2013:03, July. Directorate General of the Treasury of the
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Simplificação Administrativa e Regulatória no Próximo Período de Programação 2014-
2020: Relatório Final. ICJP.
Kaufmann, Daniel, Kraay, Aart and Mastruzzi, Massimo (2010). The Worldwide
Governance Indicators: Methodology and Analytical Issues. World Bank Policy
Research Working Paper No. 5430. Disponível online em:
http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=1682130 (consultado em
16/12/2013)
PWC, World Bank e IFC (2013). Paying Taxes 2014. PWC.
Schwab, Klaus (ed.), (2013). The Global Competitiveness Report 2013-2014: Full Data
Edition. Geneva: World Economic Forum.
World Economic Forum, Global Competitiveness Survey, 1996-2012, dados obtidos
online em: http://info.worldbank.org/governance/wgi/pdf/GCS.xlsx (consultado em
16/12/2013)
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