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inistrar Encarte especial - Não pode ser vendido separadamente Passo Fundo | Dezembro | nº346 | 2013 Mães empreendedoras

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inistrarEncarte especial - Não pode ser vendido separadamentePasso Fundo | Dezembro | nº346 | 2013

Mães empreendedoras

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AdministrarPasso Fundo | Dezembro de 2013 |

Marcos Cittolin

empreendimentos& Gestão

A avaliação do PIB feita pela FEE – Funda-ção de Economia e Estatística do RS - aponta Passo Fundo como a 2ª cidade que mais cres-ceu em 2011. A FEE avalia sempre com uma defasagem de dois anos.

DIFERENCIAISO destaque está no desenvolvimento indus-

trial, pois neste item Passo Fundo também conquista o segundo lugar em crescimento, entre os 10 maiores. O grande diferencial de nosso desenvolvimento é o fato de que crescemos de forma diversificada. Saímos da condição de 5º PIB em serviços para 6º, o que não nos diminui em importância, pois ainda somos destaque neste setor. A agropecuária muito forte e que nos potencializa em termos de região, tem um valor menos impactante quando falamos somente de Passo Fundo, pois representa 2,19% do PIB geral, mas em termos percentuais cresceu muito, ou seja, 32,9%. O PIB industrial, que já foi de 6 % há poucos anos, agora atinge a casa de 16,81% e o setor de serviços, que engloba o comércio, os serviços e a administração pública, repre-senta 81,01%.

NOSSO CRESCIMENTOCrescemos acima do Estado. No PIB ge-

ral crescemos 9,8% e saímos de 10ª para 9ª maior economia. Destaque para a indústria, pois foi o que nos levou a ganhar uma posição no ranking estadual, crescemos 11,1%.

ISSO É BOM PARA TODOS?Esta é a pergunta que muitos de nós faze-

mos quando lemos tais notícias. Claro que é bom, pois o PIB crescendo, (que representa o somatório de tudo o que produzimos em

aPIB 2011 DESTACA PASSO FUNDO

A grande característica que nos diferencia é

estarmos numa região com destaque na

produção agrícola. Sem dúvidas, nada seria tão

verdadeiro não fosse esta nossa condição de capital regional que ocupa o centro de uma vasta região com influências tão

positivas deste setor.

PROJEÇÕES POSITIVAS

No ano de 2011 ainda não estão computados os reflexos da produção da AMBEV e MANIT-WOC, o que nos leva a pensar que poder-emos alcançar melhores postos no ranking dos maiores municípios em termos de PIB. O desempenho destacado de empresas como a Kuhn, Semeato, Farmácia São João, BSBIOS e outras, nos leva a crer que estaremos ul-trapassando cidades que anteriormente não acreditávamos ser possível.

produtos e serviços dentro do espaço de tempo avaliado) reflete em mais postos de trabalho, no nosso caso, aumento de receita pública e conseqüentemente maior capacida-de de investimento na saúde, educação, as-sistência social, infraestrutura, pois aumenta o orçamento municipal destes setores. É um circulo virtuoso, pois crescendo a economia crescem setores que respondem à capacida-de de consumo da população. Falamos da construção civil, comércio, serviços profis-sionais e muitos outros.

MARKETING PARA A CIDADEPasso Fundo, que por muitos anos esteve

fora do eixo do desenvolvimento no Estado, deve aproveitar a onda positiva para atrair novos empreendimentos complementares, que se somem ao potencial instalado e di-versifique ainda mais nossa matriz econômi-ca. Falo de alguns elos faltantes no sistema produtivo. Devemos identificar os vácuos e buscar sistemistas para suprir tais áreas, seja com empreendedores locais ou com empreen-dedores de fora que dominem de tecnologias que nos tornem mais competitivos.

EM 2014 TEREMOS NOVOS NEGÓCIOSÉ claro que tudo o que estamos falando

reflete o desempenho da economia em 2011. Temos ainda 2012, que foi um ano muito bom para Passo Fundo, inauguramos duas gran-des indústrias, a MANITWOC e AMBEV, que começaram a operar com mais vigor em 2013. No próximo ano precisamos trabalhar fortemente para oferecer condições para novos empreendimentos. Teremos o lançamento da Plataforma Logística para o mercado e o início da atividade do UPF Parque. Certamen-te outras novidades serão anunciadas. Vamos aguardar.

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Conselho EditorialMúcio de Castro Filho

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Alessandra Smaniotto

O Brasil vive seu grande momento econômico e os veí-culos especializados em recursos humanos, gestão e desenvolvimento de pessoas são unânimes em dizer: O Brasil é carente de Profissionais e principalmente Líderes Quali-ficados. Neste contexto, promover o desenvol-vimento de competências e habilidades que agreguem valor ao desempenho de funções estratégicas é uma premissa básica para a empresa que pretende se manter competitiva.

Os líderes são os principais responsáveis pelo aumento da competitividade nas empre-

Novos rumos no desenvolvimento de líderes...sas através da boa gestão dos processos soma-do a liderança eficaz de suas equipes. Por esta razão faz-se necessário à inovação na manei-ra tradicional dos treinamentos aplicados ao seu desenvolvimento através de técnicas de coaching, mentoring ou counselling. Aplicado de forma individual ou em grupo por um pe-ríodo mínimo de três meses pós treinamento, este método tem por objetivo garantir a apli-cação prática dos conceitos aprendidos duran-te as capacitações e ocasiona um aumento de setenta por cento na aplicação prática de sua abordagem.

As três técnicas somadas, buscam ainda, garantir o atingimento dos objetivos, metas e indicadores com foco e precisão não ultra-passando o prazo previsto de execução. Nesta metodologia o líder recebe o apoio de um trei-

Leadership CoachIntegra Treinamentos Empresariais

Amilton Rodrigo de Quadros Martins

E-mail: [email protected]

LUNA

Tecnologia da informaçao

IMED investe em módulo de saúde da TOTVSA IMED assinou contrato com a TOTVS para aquisição do módulo de saúde da empresa, que vai gerenciar as clínicas de odontologia da faculdade. O software para gestão das clínicas vai atender os processos de agenda-mento, controle de estoque, custos e prontuário para a área de odontologia, como parte do projeto de melhoria da gestão dos processos da Escola de Odontologia. O módulo estará to-talmente integrado com o ERP que a IMED já utiliza atualmente nas áreas acadêmica, financeira e de recursos humanos. Este módulo passa a ser implantado na segunda quinzena de ja-neiro tendo como previsão de entrega de todo o projeto o mês de abril. Para este projeto está sendo investido um valor de R$85 mil.

Tecnologia

TI CONTRATA

Por Dentro da EmpresaClínica Kozma

BITS EM FOCO

Emissor de CT-e para pequenas transportadorasA Atua Sistemas de Informação desenvolveu um emis-sor de CT-e para empresas que emitem de 30 a 500 conhecimentos por mês. O software via web não tem custo de implantação, é fácil de usar, rápido para im-plantar e pode ser integrado aos sistemas Mais Frete e Mais Frota. No emissor é possível fazer cadastro, importação de XML da NF-e, exportação para o Sin-tegra, Sped Fiscal e Sped PIS/Cofins, enviar automati-camente por e-mail os arquivos de XML+DACTE para o embarcador/tomador de serviço e emitir relatórios detalhados de conferência contábil e de embarques efetuados. Mais informações no site www.atua.com.br ou pelo telefone (54)3045-4144.

“A primeira regra de qualquer tecnologia utilizada nos negócios é que a automação aplicada a uma operação eficiente aumentará a eficiência. A segunda é que a automação

aplicada a uma operação ineficiente aumentará a ineficiência”.Bill Gates

Nome do gestor: Artur Felipe Wendling, Coordenador de Tecnologia

Qual o segmento que atua? Diagnóstico por Imagem

Quais as tecnologias que utiliza? Dentre as tecnologias utilizada pela Kozma podemos citar a utilização de ambientes virtualizados através do VMWares, Oracle Rack,

Principais projetos em andamento? As atividades de Telecom tiveram forte aporte de inves-timentos no ano de 2013, garantindo comunicação segura e redundante entre os pontos. Atualmente a equipe esta trabalhando na integração entre os ERPs da Clinica Kozma e do Instituto de Ortopedia e Trau-matologia (IOT), na implantação de novas filiais (Lagoa Vermelha e Balneário Camboriú), integração do sistema ERP (MV2000) com novos fornecedores de tecnologia para PACs e atualização de sua ferramenta de banco de dados e projetos de VDI.Dentre os processos previstos para 2014 encontram-se novas soluções para atendimento a dinâmica médica, entre elas a integração total dos equipamentos médicos e os sistemas de retaguarda (ERP e PACs), novos processos de assinatura médica, aprimoramento do processo de laudo, com a utilização de equipa-mentos e softwares mais ágeis, no apoio ao corpo clínico.

Qual a composição da equipe? A equipe é constituída por cinco profissionais sendo Artur Felipe Wendling (Coordenador), Leonardo Linhares (Infraestrutura), Icarim Tronco (Suporte), Fernando Oliveira (Analista sistema de imagens) e Luciana (Analista sistema ERP).

educaçÃOIncentivo à micro e pequenas empresasA FAPERGS está com edital aberto para o Programa Tecnova. O objetivo do progrma é criar condições fi-nanceiras favoráveis e apoiar a inovação, por meio de recursos de subvenção econômica, para o crescimento rápido de um conjunto significativo de empresas de micro e pequeno porte, com foco no apoio à inovação tecnológica e com o suporte aos parceiros estaduais. O programa vai selecionar propostas empresariais para subvenção econômica à pesquisa e desenvolvi-mento de processos e/ou produtos inovadores no estado, que envolvam significativo risco tecnológico associado a oportunidades de mercado dentro de temas como petróleo e gás, energias alternativas, tecnologias da informação e comunicação � TIC�s, saúde avançada e medicamentos, calçados e artefa-tos, madeira e móveis, matalmecânico-automotivo e agroindustrial. O edital e demais informações estão disponíveis no site www.tecnova.rs.gov.br.

Programador Java Jr e Pleno IIA empresa TN3 Soluções está com vagas em aberto para Programador Java Jr e Programador Java Pleno II. Interessados devem entrar em contato pelo email [email protected], informan-do a vaga a qual deseja se candidatar.

nador externo que auxilia e orienta o treinando sugerindo ideias ou auxiliando-o na busca por soluções assertivas para a resolução de proble-mas com isso, possibilitando a expansão da visão tornando-o mais efetivo e empoderado da equipe e dos processos. É o olhar de fora que questiona se o treinando está no caminho certo e o apoia na direção certa para que este assegure uma boa gestão.

Desenvolver competências interpessoais por meio de técnicas e estratégias avançadas que facilitem o desenvolvimento de pessoas e a formação de equipes de alto desempenho, tem sido a busca das empresas e por consequência a utilização dos recursos disponíveis no intuito de maximizar resultados. Empresas inovado-ras apostam nas pessoas e principalmente nos talentos, pense nisto!

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AdministrarPasso Fundo | Dezembro de 2013 |

Daniela Wiethölter Lopes/ON

Ao conciliar a carreira com o ritmo da criação dos filhos, Gisele, Tatiana e Alexsandra perceberam que empreender poderia ser uma ótima alternativa para ter qualidade de vida, com flexibilidade de horários, aumentar a renda familiar e, especialmente realizar sonhos. Segundo a pesquisa “As mu-lheres empreendedoras no Brasil”, publicada em março de 2013 pelo Sebrae, no Brasil, 7 milhões de mulheres são donas do próprio negócio, 21,4% a mais do que há dez anos. Dessas, 70% têm filhos. Ter o próprio negócio não é uma tarefa simples e, assim como no desenvolvimento de seus filhos, exige organização em casa e também nas suas empresas.

Nessa mesma pesquisa do Sebrae, se confirmou que em sua maioria dos empreendimentos lidera-dos por mulheres estão em setores como serviços e comércio, assim como os negócios liderados pela Tatiana e Gisele, que possuem uma loja de confecções e calçados e pela Alexsandra, que tem um salão de festas infantis com a sua mãe Clarice Souza.

A busca por um trabalho que permitisse mais tempo para ficar com os filhos e uma maior renda mo-tivou estas três mães empreendedoras a realizar o sonho de ter um negócio próprio. Gisele Dian Bor-ges é mãe das gêmeas Maria Eduarda e Gabriela de um ano e cinco meses. Formada em ciências da computação e pós-graduada em administração de empresas, trabalhou por oito anos com o irmão em uma empresa de organização de grandes eventos, mas quando engravidou das gêmeas, sentiu que sua renda não seria mais o suficiente para sustentar os novos gastos e que precisaria de mais tempo para dividir com as pequenas. “Minha rotina era uma loucura. Eu me dedicava demais à empresa. Esque-cia da minha casa, do meu marido. Eu trabalhava das 8 da manhã às 10 da noite, sábado, domingo, feriado. Quando elas nasceram vi que não iria dar conta de tudo e das duas meninas”, conta Gisele.

Empreendendo entre o lar e o trabalho

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Elas queriam aumentar a renda e ter mais tempo para acompanhar o desenvolvimento dos filhos. Formação, experiência e paixão são os fatores que motivam mães empreendedoras a investir no seu negócio

Sustentação ao negócioAssim como os negócios de grande porte, os empreendimentos familiares precisam de estrutu-

ração para sobreviverem ao competitivo mercado. As sócias Tatiana e Gisele buscaram o aconse-lhamento de um escritório de contabilidade. “Fizemos mais de uma dezena de reuniões até escla-recermos todas as dúvidas e abrir efetivamente a empresa”, relata Gisele, que na sociedade ficou responsável pela parte financeira.

Já Alexsandra recebeu a consultoria do Sebrae para ter acesso a conceitos empresarias que dão sustentação ao negócio. “Agora estou buscando mais clareza minhas metas. O futuro da empresa é promissor, tenho muitas expectativas, muitos planos, espero que consiga conciliar ainda mais minha vida com minha família e meu trabalho”, explica.

Renata Valéria Lopes é consultora independente e atua há mais de vinte anos na área de Tec-nologia da Informação com gerenciamento de projetos e equipes multi-disciplinares, em grandes empresas como Grupo Gerdau, Lojas Renner e Hewlett-Packard.

A Master Coach, Renata Valéria Lopes, explica que a tomada de decisão feminina destas mães de iniciar o próprio negócio levou em conta a for-mação profissional que elas possuem, experiên-cia no que faziam e paixão por algo. “A maioria das mulheres que decidem abrir seus próprios empreendimentos usam essas três informações para decidirem o ramo de atuação. E as razões que as levam a isso está antes de tudo na paixão pelos filhos e no desejo de acompanhar o desen-volvimento dos mesmos, o que não encaixa mais na rotina de 8 a 10 horas presas em um escritório”. Neste sentido, Renata explica que ter um plano de negócios pode não fazer do seu empreendi-mento um sucesso, mas pode ajudar muito. “O plano é importante para que a nova empreende-dora entenda conheça quem são seus clientes, investigue os possíveis concorrentes, busque di-ferenciais para o seu negócio”. O Sebrae, a Rede Mulher Empreendedora e a Endeavor (instituto que apoia o empreendedorismo no mundo) são opções de instituições especializadas que podem auxiliar como rede de apoio as empreendedoras para dar sustentação ao negócio, inclusive com formações online. Além disso, o Governo Brasi-leiro vem incentivando muito a regularização dos pequenos negócios através do portal do em-preendedor (www.portaldoempreendedor.gov.br).

Formação, experiência e paixão

Empreendendo entre o lar e o trabalho E foi logo após a licença maternidade, que

ela propôs a Tatiana Fortes, que lhe vendia em casa roupas para as suas filhas, uma sociedade. “Eu estava à procura de vestidos para a festa do primeiro ano das gêmeas, quando a conheci e acabei virando cliente dela. Um dia cansada do meu trabalho, perguntei se ela não queria abrir uma loja comigo e, no susto, ela topou. No dia seguinte, fomos atrás dos primeiros documentos e, em dois meses, abrimos a loja”, relata Gisele.

A sociedade uniu o conhecimento em negócios da Gisele, com a experiência de vendas da Ta-tiana, que trabalhou como corretora de imóveis e, mais recentemente, vendedora autônoma de roupas infantis. Ela começou a empreender com três crianças em casa: Paula, de 15 anos, Maria Eduarda, de 5 anos e de Ana Júlia, que fará dois anos no próximo mês. “Com três filhos é muito difícil ter um emprego com carteira assinada. Às vezes é preciso sair, ficar com o filho que está com febre. Qual é o patrão que entende isso? Por isso, nos últimos tempos eu fazia os meus horá-rios e vendia roupa de porta em porta”. Uma das exigências ao abrir a loja era a localização perto de casa. “Consigo dar um pouco mais de atenção pra elas por causa disso”, conta.

Alexsandra Ponciano, que é mãe de Davi Léo, de dois anos, também resolveu sair da loja onde trabalhou por cinco anos para abrir um salão de festas infantis. “Decidi por ser mãe e meus horá-rios não fecharam mais com os do comércio por-que não tinha com quem contar para ficar com meu filho. Sempre sonhei em ter um negócio próprio e como gosto de crianças e decoração, resolvi investir neste mundo encantado das fes-tas infantis. Para mim, a comemoração de mais um ano de uma criança representa a realização de sonhos”, explica Alexsandra.

Alexsandra, de 26 anos, sempre sonhou em ter um negócio próprio

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Renata Valéria Lopes

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AdministrarPasso Fundo | Dezembro de 2013 |

Como e quando crescerNegócios e filhos têm muito em comum. Os dois pre-

cisam crescer e conquistar espaços. Assim como as mães querem ver os filhos se desenvolverem, o sonho das em-preendedoras Gisele, Tatiana e Alexsandra é ver as suas empresas crescer. Renata explica que dois fatores são importantes para aumentar a eficácia e a sobrevivência das empresas: o aporte de recursos financeiros na quan-tidade certa e no momento certo. “Em relação à materni-dade, um dos erros é querer centralizar todas as funções e tratar o negócio como um bebê, não querer que ele cresça. Isso, porém, não significa que é preciso crescer. É fundamental, assim, é saber se querem crescer, o mo-mento de crescer ou não”.

Juntas as empresárias Tatiana e Gisele começaram a empreender com cinco filhas.

Fotos: Daniela W

iethölter Lopes/ON

Mulher empreendedoraA mulher empreendedora trabalha muito, mas se

bem organizada, terá flexibilidade com horários e necessidades pessoais. “Para que o negócio seja bem sucedido, ela precisa ser antes de tudo organi-zada e rígida em seu planejamento financeiro. Antes de abrir mão da profissão atual, busque analisar os riscos que o novo negócio envolve, quais investi-mentos devem ser realizados e estabeleça metas de resultados em curto, médio e longo prazo. Vejo que na paixão, a maioria esquece de levantar muitos custos envolvidos e se jogam de cabeça. Quanto mais estruturado o negócio e seguindo com cautela, maiores as chances de crescerem”, aconselha.

Cases de sucesso

Heloísa Assis (Zica), 52 anos é dona da rede de cabeleireiros Instituto Beleza Natural, a ca-rioca foi eleita pela revista Forbes uma das 10 mul-heres mais poderosas do Brasil. Ela passou 10 anos pesquisando uma fórmula para relaxar cabelos com o marido, Jair. O negó-cio começou no quintal de uma casa alugada na Tijuca, aos 33 anos e com três filhos pequenos. Hoje emprega 1,7 mil pessoas e tem seu próprio centro de pesquisa.

Foto: Divulgação/Endeavor

Maria Helena Lubke Jeske, de Pelotas (RS), proprietária da Imperatriz Doces Finos e Doces Tradicionais de Pelo-tas, além de presidente da Associação dos Produtores de Doces de Pelotas, que reúne 16 doceiras da região e em 2011, recebeu a chancela de Indicação de Procedência do Doce de Pelotas, conce-dido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

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No Brasil, 7 milhões

de mulheres

são donas do

próprio negócio, 21,4%  a mais do que há

dez anos. Dessas,

70% têm filhos.

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Perfil

Sou – José Luis TurminaTenho- 49 anos Natural de: Marau (RS)Formação: Formado em Ciências Econômicas – UPF e MBA em Gestão Empresarial - FGVHoje sou: Diretor Executivo O começo: Desde a infância fui vendedor de mandol-ate, picolé, sonho, cartão de Natal. Mais tarde, montei uma loja de som e depois, uma loja pequena de roupas. Em 1985 meu irmão me convidou para montar um atacado, combinamos que por dois anos não gastaríamos nada em nós, apenas investiríamos nesse negócio. Fomos felizes nessa decisão, foi o que acabou alavancando o início da empresa. No futuro: Me vejo como uma pessoa ativa e espero que tenha saúde para isso. Estar ativo sempre não significa ser um escravo da empresa ou do dinheiro. É estar ativo para a sociedade. Orgulho profissional: O de ser justo com meus clientes e funcionários. Não sou uma pessoa movida pelo lucro, busco o respeito aos princípios da empresa, o resultado financeiro deve ser consequência da execução de nossos valores.Prioridade: A minha prioriedade é que não eu esqueça jamais que eu sou uma pessoa física, que tenho uma famí-lia e uma empresa. É conseguir equilibrar pessoal, profis-sional e familiar e todo dia estar olhando para essa balança. O que mais gosta em seu trabalho: Os desafios. Qualquer coisa nova é o que me dá mais prazer. Não tem dinheiro que pague você criar um negócio, fazer acontecer e depois ver o resultado. Site predileto: www.baixaki.com.br. Gosto muito de informática. Nas horas vagas: Gosto de ir ao Capingui e fazer trilhas de Jeep. Ideal: Manter a vida equilibrada, além de conseguir respeitar e valorizar as pessoas que me rodeiam e que me ajudaram a construir as coisas que eu tenho. Último livro que leu: Sonho grande, de Cristiane Correa, que conta a trajetória de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira. Projetos futuros: Temos um projeto, já em andamen-to, de uma revista especializada no setor supermercadista; um investimento em PCHs ( usinas hidrelétricas); além de alguns sonhos que ainda não foram para o planejamento.Palavra favorita nos negócios: Desafio. Dinheiro é... Consequência e nunca deve ser o grande objetivo. Obviamente que precisamos dele, cuidamos e buscamos, mas em momento algum deve ser o nosso sol. Deve ter a importância devida dele. Seu lema nos negócios: Depois de pontuados os riscos de um negócio, o meu lema é: “Vamos fazer porque o máximo que pode acontecer é dar errado”. É imperdoável nos negócios: Eu aceito erro, mas não aceito a desonestidade. Imperdoável é agir de uma forma que você não busque cumprir o que prom-eteu. É imperdoável não ser confiável. A confiança é absolutamente necessária.

Sempre tenho no escritório: Computador, pois gosto de estar conectado, e Red Bull para uma energia extra no meio da tarde.Frase: “Todos os excessos são prejudiciais”. Melhor forma de divulgar a empresa: Pela postura das pessoas. Qualidades indispensáveis para um bom administrador: Ser confiável, trabalhar e ter a mente aberta para mudanças. Um grande exemplo de administrador: Jack WelchGrandes defeitos de um administrador: Pro-crastinação e soberba. Definição de empreendedorismo: Empreender é aceitar um desafio e se comprometer em entregar o resultado dele. Empreender pode ser tanto montar uma empresa própria, como ter uma empreitada, o desafio de fazer alguma coisa. Para quem está começando: Trabalhe muito, gaste pouco, tenha cuidado com o ego e seja orga-nizado. Olhe para o mundo ao teu redor e entenda que o teu negócio de hoje é diferente do que será amanhã. E não esqueça que as empresas são feitas de pessoas e processos (nesta ordem). Principais desafios: Nossos principais desafios pas-sam por treinar, reter, motivar as pessoas e fazer com que elas tenham disciplina. Temos também desafios logísticos muito fortes. Distribuição e logística são bons ramos de negócio? São bons e ruins, como todos. Quando se fala em logística está complicado em termos de estradas e de possibilidades viárias dentro das cidades para entregar, sendo que os clientes cada vez mais têm menos horários para receber, mais quantidade e opções de produtos. Em termos de distribuição temos enormes oportunidades. O Rio Grande do Sul tem mais de 40 mil pontos de venda e estamos atendendo em torno de 20 mil. Por outro lado, temos que admitir um cenário novo, com certeza daqui há alguns anos o espaço para distribuidores vai ser menor. Não sabemos ainda o impacto que a venda por internet pode ter no nosso segmento porque ainda não chegou no varejo alimentar. Temos que estar atentos a essa ameaça e à oportunidade comercial que virá. Sobre a Oniz Distribuidora: A Oniz Distribuidora é a maior empresa do Rio Grande do Sul no segmento de distribuição de produtos de alimentação, higiene e limpeza, conforme o ranking Abad 2013, trabalhando com marcas como P&G, Ajinomoto, Nissin Miojo, Mars, Kellogg´s, Mead Jonhson, Red Bull e Ceras Jonhson. É também a maior distribuidora do País em número de vendedores com carteira assinada, chegan-do a aproximadamente 500. O Grupo Oniz, conta com um quadro de aproximadamente mil funcionários em cinco unidades: Passo Fundo e Cachoeirinha (RS), São josé dos Pinhais e Mandaguaçu (PR) e em Marília (SP). Trabalha com uma frota própria de cerca de 70 camin-hões e 85 veículos leves atendendo mais de 30.000 clientes ativos.

Empreender é aceitar um desafio e se comprometer em entregar o resultado dele.

Com uma linguagem fácil e design diferenciado, este livro é um clássico quando o assunto é modelos de negócios. O título traz dicas e ferramentas para que os empreen-dedores entendam e coloquem em prática um modelo inovador. Autor: Alexander Os-terwalder, Editora Alta Books.

DICAS DE LEITURABusiness Model Generation

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AdministrarPasso Fundo | Dezembro de 2013 |

Marketing não é propagandaEx-diretor de comunicação do Bamerindus e de marketing do O Boticário, Eloi Zanetti, esteve em Passo Fundo falando sobre marketing criativo

Daniela Wiethölter Lopes/ON

“Pessoas não compram produtos, pessoas com-pram histórias”. Com esta mensagem, Eloi Zanetti - um dos maiores especialistas em marketing do Brasil – ressaltou a importância das estratégias de comunicação para o fortalecimento da marca. Zanetti, que esteve em Passo Fundo neste mês de dezembro a convite da Imed para ministrar a aula inaugural do Programa Internacional de Desen-volvimento de Executivos (PIDD), concedeu uma entrevista exclusiva ao Caderno Administrar do Jornal O Nacional.

O ex-diretor de comunicação do Bamerindus e de marketing do O Boticário ressaltou que o principal erro das empresas na hora de comunicar sobre o produto ou serviço desenvolvido por ela é confun-dir marketing com propaganda. “O marketing vem antes de qualquer coisa. Antes de lançar, é preciso pensar no mercado e para quem o produto ou ser-viço será dirigido, enquadrando seus gostos e defi-nindo como será a distribuição e a venda. Quanto mais trabalhado e refinado é o marketing, menos você vai gastar em propaganda, mais certo vai ser o tiro e mais forte vai ser a tua marca”, explicou.

Buscando conceitosCom experiência na direção de marketing de

grandes campanhas institucionais como a ‘O tem-po passa, o tempo voa’ do Bamerindus, Zanetti explicou que toda a ação de marketing deve ser planejada a partir de conceitos. “Marketing não está no ramo de dar respostas, e sim de fazer per-

guntas. Quando eu perguntei para o meu redator o que faz as pessoas ganharem dinheiro na poupança ele me respondeu o óbvio, é o tempo que o dinhei-ro fica parado no banco. Então, vamos fazer uma campanha sobre o tempo. A função do marketing é buscar um conceito. E esse conceito pode aparecer em segundos, pode aparecer em dias e pode levar meses para fazer. Desde que você saia para bus-car um conceito poderoso, não é a primeira ideia, a mais engraçadinha. Você tem que reconhecer que aquilo é um grande conceito e a partir desse grande conceito é fazer toda a comunicação”, completou.

Contando históriasZanetti destacou para se diferenciar sobre a con-

corrência é necessário criar diferenciais por meio de quatro estruturas: atendimento, comunicação, logística e design. “A ânsia de todo empresário, hoje, é reter o cliente na sua carteira comercial e fazer com que ele pague um pouco a mais sobre o que está comprando da sua empresa. Então, a per-gunta é: ‘Se eu, empresário, te oferecer um bom atendimento, você, cliente, fica comigo e paga um pouco a mais do que o mercado?’. Geralmente o cliente vai preferir o bom atendimento, a logística eficiente, o bom design ou a história contada pela comunicação. Pessoas não compram produtos, pessoas compram histórias”.

Vendas criativasSegundo o consultor, nem sempre um produto

inovador é fundamental para o sucesso e todos os setores da empresa devem pensar de forma criativa a inovadora. Ele aconselha a busca pela criatividade sempre, em todos os momentos e por todos os setores da empresa, inclusive o fi-nanceiro. “A criatividade vai nos levar a inova-ção. Pensa-se criatividade pensando em design de produtos, beleza e estética e esquece-se de que processos e sistemas de vendas podem ser extremamente criativos”. Outra forma de au-mentar as vendas é ouvir exaustivamente todos aqueles envolvidos com vendas. “Assim a em-presa irá vender com mais facilidade, com mais rapidez e com maior lucro”.

Parcerias criativasSer criativo, conforme Zanetti, é saber traba-

lhar e conduzir o pensamento para mudar algu-ma coisa já existente. “Criatividade é ligar uma coisa a outra, por isso quanto mais referências al-guém tem dentro de si, mais possibilidades de ser criativo. O empreendedor, em si, já é criativo por-que ele está “criando” algo, uma nova empresa, empregando gente, fazendo a economia rodar”.

No entanto, ele ressalta que o empreendedor não deve ser criativo sozinho e precisa buscar parcerias dentro da empresa. “Para haver en-gajamento, cabe aos chefes ir monitorando de tempos em tempos a equipe da empresa dizendo como o trabalho está sendo implantado. Deve-se também reconhecer a competência e o significa-do dos trabalhos de todos com pequenas premia-ções ao longo do caminho”.

Passo FundoZanetti ressaltou o potencial do município de

Passo Fundo e destacou a sua posição frente a fortes cidades que também são pólos regionais, como Maringá, Cascavel, Ribeirão Preto e Ubá. “Ser pólo regional é ótimo. Nosso país mudou mui-to, hoje existem boas e modernas cidades em quase todo o país. É preciso reter os talentos criativos e empreendedores locais, atrair os de fora para sua cidade oferecendo condições para a instalação de indústrias de produtos e serviços. Um bom campus universitário é fundamental, uma boa conexão aérea, energia e manter a turma entusiasmada. E se a cidade puder ser boa em alguma coisa, um cluster (ramo), será bem melhor”, finalizou.

“O meu produto pode ser até igual ao do meu concorrente, mas a minha

história tem que ser melhor”.

Eloi Zanetti foi diretor de comunicação do Bamerindus, diretor de market-ing de O Boticário, trabalhou também em jornais, rádios, TVs, estúdios de produção, direção de arte, filmes pub-licitários e documentários. Atualmente tem seu próprio escritório de consultoria. Responsável pelo Prêmio Aberje Sul, instituição que congrega mais de 700 grandes empresas do Brasil na área da comunicação.