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© 2016 Paulo Antônio Zawislak
Paulo Antônio Zawislak
NITEC/UFRGS
Lima, Peru – Abril 2016
© 2016 Paulo Antônio Zawislak
PARA COMEÇAR...
• SNI: relação concreta entre conhecimento e desenvolvimento, cujo elo de ligação é a inovação.
• A inovação é o fenômeno fundamental do desenvolvimento.
• Só que inovação “é coisa de empresa”!!
• Então, precisamos entender o que é “empresa” antes de entender o que é “inovação”.
© 2016 Paulo Antônio Zawislak
EMPRESA, NOME CIENTÍFICO
“Firma Organizada sp.”
• A firma é o agente econômico que desenvolve e produz (“racional” e organizadamente), bens e serviços para suprir as necessidades de outros agentes econômicos (consumidores).
• Como as necessidades dos consumidores mudam, a firma deve, dentro de seus limites, ter potencial de desenvolvimento.
• Moral: inovar ou morrer!
• Mas como faz a firma para inovar?
© 2016 Paulo Antônio Zawislak
AGENDA
• Até onde as empresas podem ir com suas firmas?
• Inovar ou Morrer
• Capacidades de Inovação: fundamentos e aplicações
• As Capacidades de Inovação na Indústria: realidade e perspectivas
© 2016 Paulo Antônio Zawislak
AGENDA
• Até onde as empresas podem ir com suas firmas?
• Inovar ou Morrer
• Capacidades de Inovação: fundamentos e aplicações
• As Capacidades de Inovação na Indústria: realidade e perspectivas
© 2016 Paulo Antônio Zawislak
CIÊNCIA ECONÔMICA
• Ciência... Leis, Princípios, Teorias, Axiomas, Hipóteses a cerca de fatos e fenômenos naturais e/ou sociais.
• Economia... “Oikos”: referente ao “lar”, “onde vivemos”, “ambiente necessário para suprir as necessidades humanas”... “Nomos”: referente à contabilização, necessidade de contar e numerar...
• “Alocação ótima de recursos escassos”
• Macroeconomia (estudo dos agregados econômicos) e microeconomia (estudo dos comportamentos dos agentes econômicos e dos mercados)
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A BASE DO COMPORTAMENTO DOS
AGENTES: FAZER OU NÃO FAZER
• A base de suprimento de qualquer necessidade é dispor do conhecimento necessário para tal.
• Quem sabe, faz. Quem não sabe, não faz!
• Mas, para fazer (ou não), tem que valer a pena.
• Quem sabe fazer, pode produzir. Quem não sabe, não pode... mas pode comprar.
• Aquele que faz, é uma firma; o que compra, um consumidor.
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OBJETIVOS DOS AGENTES
ECONÔMICOS
• Utilidade: necessidade, conhecimento e capacidade de fazer ou comprar
• O objetivo de todo agente econômico passa a ser o de a utilidade dos ativos necessários para suprir sua necessidade.
• A lógica de cada um:
Consumidor: otimizar a utilidade, obtendo o máximo de valor ao menor custo possível
Firma: otimizar a utilidade, entregando o mínimo de valor ao maior preço possível
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“A capacidade de fazer julgamentos corretos é o fato principal que torna o homem prestimoso nos negócios”
Frank Knight (1921)
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POR QUE SURGE UMA EMPRESA?
• Toda empresa surge (ou deveria surgir) para suprir uma lacuna de conhecimento/oferta/mercado... ausência concreta ou relativa de soluções... de bens e/ou serviços.
• As lacunas podem ser:
de conhecimento (tecnológico e/ou de oferta ausente),
comerciais (demanda maior que oferta existente, inviabilidade econômica),
geográficas (conhecimento disponível, mas ausência de oferta local) e/ou
legal-institucional (legislação, regulação, políticas públicas de desenvolvimento, etc.).
© 2016 Paulo Antônio Zawislak
• A empresa é o agente econômico que desenvolve, produz e transaciona bens e serviços no mercado, operando segundo uma estrutura organizacional e devendo mudar ao longo do tempo.
• Toda empresa é uma firma (esforço empreendedor de transformar conhecimentos e tecnologia em negócios) e uma organização (esforço de coordenação da estrutura e da decisão), devendo inovar para sobreviver!
O QUE É UMA EMPRESA?
© 2016 Paulo Antônio Zawislak
A FIRMA
• A firma é o agente econômico que realiza o desenvolvimento, a produção e a venda de bens e serviços no intuito de resolver o problema de outro agente econômico, o consumidor.
• Toda firma, para ser firma, precisa ter produtos e, necessariamente, vendê-los no mercado.
• A firma é um composto de conhecimentos e tecnologias que processa um conjunto especifico de recursos para preencher, com seus produtos, uma lacuna de mercado.
© 2016 Paulo Antônio Zawislak
A NECESSIDADE DE ORGANIZAÇÃO
• A firma irá internalizar, dentro dos limites de seu conhecimento (tecnológico e de mercado), a operação que julgar poder controlar (e.g.: operação logística, subcontratação, operação própria).
• A vantagem é que, para fazer isso, deve haver uma redução de “marketing costs” (custos de uso do mercado).
• No entanto, quanto maior o envolvimento da firma com operação própria (enquanto os custos de produção forem inferiores ao de aquisição no mercado), maior será sua necessidade de organização.
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A ORGANIZAÇÃO
• Se a firma é o agente econômico, a organização é a estrutura técnica responsável pela combinação de recursos (mão-de-obra, insumos, energia, equipamentos) segundo uma tecnologia (conhecimentos, métodos, práticas, rotinas idiossincráticos) para a produção e disponibilização de produtos com valor.
• A organização é responsável por “sustentar” a firma.
• A organização deve ser uma estrutura coerente de decisão (estratégica, tática e operacional) para permitir estabilidade à firma em um ambiente de incerteza.
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Mas, afinal de contas, se a organização sustenta a firma, por
que existem tantas firmas desorganizadas?
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• As firmas são desorganizadas por fazerem o que fazem sem, necessariamente, saber plenamente fazer!
• As firmas são desorganizadas, pois sempre lhes falta algum conhecimento.
• As firmas são desorganizadas porque ultrapassam seus limites...
• O seu limite é determinado pela quantidade de conhecimento dominado (tecnologias, rotinas, técnicas e práticas disponíveis e passíveis de serem coordenadas para a obtenção de ganho econômico).
OS LIMITES DAS FIRMAS
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TAMANHO DA FIRMA E DA
ORGANIZAÇÃO
• Uma firma irá internalizar tantos conhecimentos quanto sua estrutura organizacional conseguir suportar (de modo mais eficiente que o mercado).
• Quanto mais passa a ser produzido por intermédio da autoridade organizacional (e não pela orientação do mecanismo de preços), maior será a firma.
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O LIMITE DO CRESCIMENTO DA FIRMA
• O limite de crescimento depende, então, da capacidade de organização em lidar com um conhecimento a mais.
• Uma firma poderá crescer tanto mais aperfeiçoadas (específicas) forem a TECNOLOGIA (combinação dos ativos) em prática e sua ORGANIZAÇÃO .
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Moral da história: existem diferentes tipos de firmas e de
organizações!
E cada uma deve respeitar suas limitações... Senão, maior será a
desorganização!!
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TIPOS DE EMPRESAS
Tipo 1
Tipo 2
Tipo 3
Tipo 4
de mercado
de cadeia
tecnológica
inovadora
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• Tipo 1 - de mercado: onde, dadas as baixas especificidades tecnológicas envolvidas nas transações típicas, a estrutura organizacional é básica e o mercado é a estrutura de decisão predominante;
• Tipo 2 - de cadeias (ou redes): onde, em função das necessárias relações interorganizacionais, a estrutura organizacional é intermediária para poder manter um padrão de relacionamento adequado típico de estruturas híbridas de decisão;
• Tipo 3 - tecnológica: onde a complexidade tecnológica (e não necessariamente o estágio de evolução da trajetória tecnológica) exige um domínio de conhecimento e uma estrutura organizacional que determina a criação de estruturas hierárquicas de decisão; e
• Tipo 4 - inovadora: onde a estrutura organizacional determina padrões tecnológicos que serão dominantes, impondo assim uma estrutura autônoma de decisão.
TIPOS DE EMPRESAS
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FIRMA E INOVAÇÃO
• Da firma “de mercado” à firma “autônoma”, a inovação é o que confere à firma a condição de “firma”.
• Da resolução de problemas de rotina à P&D de base científico-tecnológica, a necessidade de novidades é fundamental.
• A novidade (técnico-econômica) vem sempre do conhecimento novo.
• E o conhecimento novo vem da pesquisa, do aprendizado, da criatividade... da inovação!!!
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AGENDA
• Até onde as empresas podem ir com suas firmas?
• Inovar ou Morrer
• Capacidades de Inovação: fundamentos e aplicações
• As Capacidades de Inovação na Indústria: realidade e perspectivas
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FAZER OU FAZER DE NOVO
• A existência de conhecimentos (tecnológicos ou de mercado) a mais permitem que um faça algo (empresa) que outro (cliente), sem este conhecimento, compre.
• Empresas fazem até quando não valha mais a pena, para o cliente, comprar!
• Este processo é dinâmico e, com o tempo, tudo o que se faz perde valor... ou seja, não vale mais a pena comprar! (E não valeria mais a pena fazer!)
• Moral da história: para continuar sendo firma, a empresa tem que fazer novo de novo!
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• Toda empresa, para ser “empresa” deve ter uma organização e uma firma.
• Toda empresa, para ser “empresa”, deve ter algo de diferente do que já existe no mercado... em sua firma!
• Como o mercado sempre muda, tudo o que ela fizer de diferente (desde que “com valor”!) será inovação.
• Inovação é toda e qualquer solução que gere mais valor, necessariamente traduzida em ganho (para a empresa, para o setor, para a região, para o país,...).
A EMPRESA E A INOVAÇÃO
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INOVAÇÃO
• Uma nova combinação de conhecimentos, novas informações, novas experiências (práticas e científicas), interpretadas com criatividade, geram novas soluções.
INVENÇÃO: nova solução tecnicamente viável.
INOVAÇÃO: nova solução técnica economicamente viável.
• Mas o “novo” somente será inovação se houver reconhecimento, aceitação e adoção por parte dos stakeholders (acionistas, colaboradores, consumidores...) com lucro e retorno do investimento!
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A INOVAÇÃO PODE SER...
• Quanto ao resultado:
Produto, serviço, processo e negócio.
Tecnológica ou organizacional.
Na empresa, no mercado e no mundo.
• Quanto à lógica:
Custos ou valor
Incremental ou radical.
Ocasional ou proposital.
Localizada ou sistêmica.
Empírica ou sistemática
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TIPOS DE AÇÕES DE INOVAÇÃO
• Da FIRMA: mudanças que sejam relacionadas ao
conteúdo de valor (produção e venda) dos produtos e
serviços em si (nova tecnologia, novo processo, novos
produtos, novos mercados, nova forma de distribuição,
nova forma de atendimento...).
• Da ORGANIZAÇÃO: mudanças que sejam relacionadas
à estrutura necessária para a firma existir (planejamento
e gestão, TI, finanças, RH, estrutura física, apoio técnico-
logístico,...).
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FUNÇÃO DE PRODUÇÃO:
ORGANIZAÇÃO, FIRMA E INOVAÇÃO
Se a firma e seu conhecimento (tecnológico e comercial) dão forma à função de produção, a organização decide a posição.
Quanto mais se gastar com a mesma estrutura de produção, mais caro vai ficar!
Mudar de função de produção é inovar!
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PARA IR ALÉM
• Diferentes Dimensões da Inovação:
inovação tecnológica (...inertes)
inovação em serviços (...relação usuário-produtor)
inovação no agronegócio (...seres-vivos)
• Diferentes Contextos da Inovação:
Empreendedorismo: inventor, inovador e gestor
Meio-Ambiente, Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável
Inovação Social
Políticas Públicas
• Diferentes Realidades da Inovação:
Países/regiões/setores mais Desenvolvidos
Países/regiões/setores Emergentes
Países/regiões/setores mais Atrasados
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PARA PENSAR...
• No quê as empresas são diferentes?
• O que significa mudança para as empresas?
• O que as empresas fazem igual... sempre?
• Que tipo de “firma” elas são?
• E que tipo de “organização” elas são?
• As empresas inovam?
• Quais são os tipos de inovação que elas fazem?
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Se existem diferentes tipos de firmas...
E cada uma deve respeitar suas limitações para inovar...
Então, deve haver um padrão de organização da atividade de
inovação!!
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• Inovação é o resultado de uma sequência de ações, um processo e suas etapas.
• Em essência, a inovação é a sequência de atividades envolvidas no processo de tornar uma ideia em resultados com “potencial transacional”.
• A inovação até pode acontecer por acidente...
• Mas, geralmente, é o resultado de um processo deliberado e coordenado em todas as suas etapas, no intuito de transformar ideias em “realidades” bem sucedidas.
ATIVIDADE DE INOVAÇÃO
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TIPOS DE FIRMAS
Tipo 1
Tipo 2
Tipo 3
Tipo 4
de mercado
de cadeia
tecnológica
inovadora
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TIPOS DE FIRMAS E
ATIVIDADES DE INOVACÃO
Tipo 1
Tipo 2
Tipo 3
Tipo 4
de mercado
de cadeia
tecnológica
inovadora
ARP
PROJETOS/DP
ENGENHARIA
P&D
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TIPO 1 – ATIVIDADE DE RESOLUÇÃO DE
PROBLEMAS (SEM NECESSIDADE DE P&D)
•O mercado determina e guia o desempenho da empresa; são firmas puramente baseadas nas transações, havendo pouco espaço para inovação.
•Trata-se de atividade de resolução de problemas, geralmente baseada nas ações reativas e pouco documentadas dos próprios colaboradores da empresa (nos postos de trabalho, em kaizen blitz, pela “turma de manutenção”, quando da compra e instalação de um novo equipamento,...).
•Não desenvolvem produtos, apenas adotam padrões já existentes no mercado.
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TIPO 2 – PROJETOS/DP (P&D FRAGMENTADO)
• Atividade de inovação híbrida, porque dependente mais de terceiros do que de sua autonomia.
• A firma não tem um departamento organizado; e o que se assemelha à “P&D” acontece em meio a diversas atividades operacionais de rotina, com pouca prioridade e pouco espaço dentro da firma.
• Projetos solicitados, reativos ad-hoc ou decorrentes de programas de qualidade.
• Até utiliza metodologia de gestão de projetos (e.g. PMBoK), geralmente para melhoria de eficiência, alterações de produto, mudança de lay-out, ampliação de instalações.
• Desenvolvimento de produtos que não são novos.
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TIPO 3 – ENGENHARIA (P&D EVENTUAL)
•Até tem um departamento de P&D formalmente organizado, no entanto funciona de modo conjuntural, conforme a necessidade, sendo colocando em suspenso tão logo seu objetivo estiver cumprido.
•Atividade de engenharia de produto e processo (sempre com base em gestão de projetos), organizada para as decisões eventuais (solicitadas, reativas ou proativas) de desenvolvimento de produto e processo.
•Desenvolvimento de novos produtos, sem necessariamente desenvolver novas tecnologias, ou seja, dentro de um mesmo padrão tecnológico.
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TIPO 4 – P&D FORMAL
•Apresenta departamento de P&D organizado que funcionam de forma permanente e contínua, servindo como fonte autônoma de conhecimento e inovação.
•Atividades de monitoramento, absorção e desenvolvimento de tecnologia, de produtos e de processos.
•Realização projetos e engenharia complexos.
•Capacidade de interação externa (universidades e centros de pesquisa, outras empresas) e integração interna (desenvolvimento, operação, gestão e transação).
•Desenvolvimento de tecnologia, de novos produtos e de processos.
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A ESTRUTURA MAIS
ADEQUADA
• Decisão acerca do tipo mais adequado de atividade de inovação a ser estabelecido pela empresa.
• Depende do setor de atividade, da base de conhecimento, do tipo de mercado, da posição na cadeia de valor... Depende do tipo de empresa.
• Pode ser proativa ou reativa, mais ou menos organizada, formalizada, sistematizada,...
• Depende das Capacidades de Inovação.
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AGENDA
• Até onde as empresas podem ir com suas firmas?
• Inovar ou Morrer
• Capacidades de Inovação: fundamentos e aplicações
• As Capacidades de Inovação na Indústria: realidade e perspectivas
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DA TECNOLOGIA AO MERCADO
• Toda empresa será sempre um negócio tecnológico.
• Na realidade, toda e qualquer empresa lida com a mesma tarefa: transformar tecnologia em negócios.
Tecnologia: produtos e processos.
Negócios: gestão e comercialização.
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AS CAPACIDADES DA EMPRESA
• Para cada eixo (tecnologia e negócios), tem-se duas capacidades-chave.
• Eixo tecnológico:
capacidade de desenvolvimento
capacidade de operação
• Eixo de negócios:
capacidade de gestão
capacidade de comercialização
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INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
• Inovação com impacto tecnológico e comercial
• Esforço deliberado de mudar um bem ou serviço (produto) com objetivo explícito de mudar o desempenho de vendas.
• Esforços oriundos da capacidade de desenvolvimento tecnológico e de operação para novos Processo.
• Essência: busca por novas opções tecnológicas para permitir um leque para negociação comercial.
• Inovação tecnológica é aquela que necessariamente
muda o que se vende!
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INOVAÇÃO EM NEGÓCIOS
• Inovação com impacto exclusivamente comercial
• Esforço deliberado para manter e, se possível, melhorar o desempenho de vendas de um produto.
• Esforços de mudança oriundos da capacidade de gestão e de comercialização.
• Essência: desenvolvimento de opções de alocação de recursos internos (gestão) e externos (transação), dado um padrão tecnológico em vigor.
• Inovação em negócios não precisa mudar o que
se vende, mas como se vende.
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AS CAPACIDADES DA EMPRESA
• Para cada eixo (tecnologia e negócios), tem-se duas capacidades-chave.
• Eixo tecnológico:
capacidade de desenvolvimento
capacidade de operação
• Eixo de negócios:
capacidade de gestão
capacidade de comercialização
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AS CAPACIDADES DA EMPRESA
• Capacidade de Desenvolvimento: habilidades e rotinas para interpretar o atual estado da arte, absorver e finalmente transformar conhecimentos e tecnologias para usar, adaptar ou desenvolver seus produtos e processos.
• Capacidade de Operação: habilidades e rotinas para desenvolver e por em prática a capacidade produtiva necessária, por meio de um sistema de produção e suas rotinas de planejamento e controle das operações e da qualidade.
• Capacidade de Gestão: habilidades e rotinas de coordenação da alocação interna dos diferentes recursos, segundo um arranjo operacional e transacional coerente e eficiente.
• Capacidade de Comercialização: habilidades e rotinas de coordenação das relações externas (parceiros, fornecedores, clientes), para reduzir seus custos de marketing, de negociação e de logística.
© 2016 Paulo Antônio Zawislak
• Capacidade de Desenvolvimento: busca, absorção, aplicação e adequação de conhecimentos; uso, adaptação e desenvolvimento de tecnologias em produtos e processos. Projetos de inovação (básico, intermediário e avançado).
• Capacidade de Operação: planejamento, preparação, programação; rotina de operação, controle e eficiência dos processos. Organização do sistema de produção e qualidade (artesanal, mecanizado, normatizado)
• Capacidade de Gestão: estratégia, planejamento, integração, coordenação e controle das áreas diretas e de suporte da empresa. Estilo de gestão e decisão (familiar ou Ltda, profissional, governança).
• Capacidade de Comercialização: pesquisa e relacionamento com o mercado; marca e reputação; compras e vendas; suprimentos, distribuição e logística; atendimento, entrega e pós-venda. Padrão de comercialização (distribuição por terceiros, representação comercial, força de vendas própria).
AS CAPACIDADES DA EMPRESA
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AS CAPACIDADES DA EMPRESA
• Toda empresa sempre tem as quatro capacidades.
• No entanto, conforme o setor de atividade, a base de conhecimento, o tipo de mercado e a posição na cadeia de valor, haverá um arranjo diferente entre elas.
• Cada empresa deve encontrar o arranjo específico para a combinação de suas capacidades.
• Sabe-se que as capacidades podem ser de diferentes níveis:
mínimo (para atuar no mercado dadas uma base tecnológica e uma proposição de negócio)
intermediário (para adaptar suas capacidades)
avançado (para criar/desenvolver novos conhecimentos, habilidades, recursos e rotinas).
• E geralmente uma delas acabará predominando!
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AGENDA
• Até onde as empresas podem ir com suas firmas?
• Inovar ou Morrer
• Capacidades de Inovação: fundamentos e aplicações
• As Capacidades de Inovação na Indústria: realidade e perspectivas
© 2016 Paulo Antônio Zawislak
• As empresas brasileiras são, em sua maioria, PMEs familiares prestadoras de serviços (típicos ou industriais), focadas em produção e qualidade, desenvolvendo soluções, na maioria dos casos, somente quando solicitadas pelos clientes (“solicitações de desenvolvimento”);
• Em geral, lançam produtos que não são necessariamente novos;
• Adotam “técnicas modernas de gestão”, mas estas não são aplicadas em sua amplitude em função do perfil predominantemente familiar de gestão, baseada em hierarquia personalista;
• As empresas brasileiras em sua maioria não apresentam uma desenvolvida capacidade transacional (“não sabem vender”).
SOBRE A EMPRESA “BRASILEIRA”
© 2016 Paulo Antônio Zawislak
CARACTERÍSTICAS GERAIS DA
AMOSTRA
• As empresas industriais gaúchas são:
MPEs (87%)
focadas no uso pleno da capacidade instalada (75%)
modelo de gestão familiar (88%)
baseadas em custo, ao invés de agregação de valor (81%)
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CAPACIDADE DE DESENVOLVIMENTO
• MPEs: poucos recursos para investir.
• Solicitação de clientes e melhorias em produtos existentes (e.g. aumento de catálogo, nova coleção, exigências normativas e legais).
• Atividade operacional para ajustes, aprimoramentos, adaptações, com menor poder de agregação de valor.
• DP: não necessariamente são novos.
© 2016 Paulo Antônio Zawislak
CAPACIDADE DE OPERAÇÃO
• Uso pleno da capacidade instalada: Engessa produção, retira flexibilidade e capacidade de resposta da empresa!
• Acúmulo de estoques e perda de poder de negociação dos produtos finais.
• Principais fontes de mudanças: melhoria continua de processos e compra de máquinas e equipamentos.
© 2016 Paulo Antônio Zawislak
CAPACIDADE DE GESTÃO
• Gestão familiar: naturalmente comedida, com estruturas e recursos limitados, e técnicas e ferramentas de gestão superficiais.
• Tomada de decisão: informações internas passadas (tradição e desempenho recente).
• Esse perfil dá corpo à máxima “produzir sempre mais... do mesmo”.
© 2016 Paulo Antônio Zawislak
CAPACIDADE COMERCIAL
• Foco em custos: preço é baseado em “quanto custa” para fazer e não em “quanto vale” para o cliente.
• Relações baseadas na vendas diretas para outras empresas ou por intermédio de representantes.
• Baixo valor comercial das marcas e baixo poder sobre seus próprios produtos (“o cliente sempre tem razão”...).
© 2016 Paulo Antônio Zawislak
A TÍPICA EMPRESA BRASILEIRA
• A indústria brasileira é essencialmente OPERACIONAL!
• A maioria das empresas são prestadoras de serviços industriais de limitado valor agregado. São as chamadas commodities industriais.
• Arranjo predominante das capacidades:
Operação + Gestão + Desenvolvimento + Comercial
FOCO SUPORTE EVENTUAL PASSIVO
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INOVAÇÃO
• O resultado da análise estatística do arranjo das capacidades demonstra que a capacidade de operação é a menos importante para a inovação.
• As eventuais novidades oriundas dessa capacidade não proporcionam o diferencial competitivo que se espera.
© 2016 Paulo Antônio Zawislak
INOVAÇÃO GAÚCHA • No entanto, quando perguntadas sobre onde se
concentraram os últimos esforços de mudança...
• Mudamos (inovamos?) onde agrega menos valor!!
© 2016 Paulo Antônio Zawislak
FATOS
• Produção e qualidade são importantes... Mas, como mostra o modelo, não são elementos de diferenciação, já que todos conseguem fazer isso.
• Ao mesmo tempo, não é possível imaginar que empresas que pouco fazem em termos de mudança e novidade venham a se transformar, da noite para o dia, em empresas inovadoras.
© 2016 Paulo Antônio Zawislak
DESAFIOS
• O desafio é fazer com que as empresas se engajem em um processo de capacitação para ganhar potencial de inovação (reconversão competitiva).
• A transformação gradual de um tipo de empresa em outro depende de uma consciência empreendedora quanto à necessidade de mudança contínua e inovação!
© 2016 Paulo Antônio Zawislak
TRAJETÓRIA 1 - ESPECIALIZAÇÃO
PRODUTIVA
• Para as empresas pouco ou nada inovadoras cuja estratégia será mantida com base na operação, apenas com maior foco na criação de vantagens a partir da especialização do processo e dos produtos.
• O ideal é criar condições para que essas empresas possam fugir da competição de baixos custos.
• Com essa trajetória se espera que um simples fornecedor de serviços industriais possa assumir maior poder sobre seus produtos e suas relações comerciais, investindo, por exemplo, em e-commerce e serviços eletrônicos (site interativo e aplicativos).
© 2016 Paulo Antônio Zawislak
TRAJETÓRIA 2 - MARKETING, DESIGN E
SERVIÇOS
• Nessa trajetória, espera-se que uma empresa que já tenha um nível operacional de desenvolvimento de produto (mesmo que somente quando solicitada por seus clientes) passe a ter condições de adotar uma postura mais proativa.
• Que possa desenvolver produtos realmente novos.
• Além do foco em especialidades e marcas próprias, a busca por novos nichos de mercado tem, no design e na agregação de serviços aos bens produzidos, alternativas de inovação.
© 2016 Paulo Antônio Zawislak
TRAJETÓRIA 3 - DESENVOLVIMENTO
TECNOLÓGICO
• Empresas que já desenvolvem produtos e processos podem ampliar seu conteúdo tecnológico, tanto a partir da organização de suas atividades de EPD&I, como a partir da interação com universidades e centros tecnológicos - estruturas já existentes e pouco utilizadas por essas empresas.
• Além de agregar serviços aos produtos, a invasão da microeletrônica e da internet pode ser uma aliada. A chamada “internet das coisas”.
© 2016 Paulo Antônio Zawislak
O QUE AS EMPRESAS PODEM FAZER
“AMANHÔ
Etapa 1 - Foco na Capacidade de Operação:
•Especializar e dominar sua tecnologia para focar no que sabe fazer.
•Agregar valor naquilo que sabe fazer.
Etapa 2 - Foco nas Capacidades de Gestão e Comercial:
•Organizar para tornar mais eficiente o que sabe fazer e poder crescer.
•Dominar seu produto e sua uma marca para reduzir a dependência com a relação aos clientes e mostrar ao mundo o que se sabe fazer.
Etapa 3 - Foco na Capacidade de Desenvolvimento
•Estruturar para lidar com novos saberes, desenvolver novos produtos e agregar novos valores.
•Diversificar, ampliando o que se sabe fazer.
© 2016 Paulo Antônio Zawislak
O QUE O ESTADO PODE FAZER
“AMANHÔ
• Políticas de desenvolvimento diferentes para cada perfil de empresa.
• Editais e programas especificamente desenvolvidos para MPEs de baixo nível tecnológico... Diferente dos desenvolvidos para empresas de setores de alto nível tecnológico!
• Programa Gaúcho de Inovação e Marketing.
• Aproveitamento do capital humano e econômico das diferentes regiões produtivas (produtos premium, denominação de origem, APLs, polos e parques, smartcities, ecossistemas de inovação,...)