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Wi
ENFRENTANDO O PROBLEMA DO LIXO ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO
AMBIENTAL NAS ESCOLAS
JANE GOMES FELIPPE
ORIENTADOR:
PROF. DR. VILSON SÉRGIO DE CARVALHO
RIO DE JANEIRO FEVEREIRO / 2009
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
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Apresentação de monografia ao Conjunto Universitário Candido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de Graduação em Pedagogia.
RIO DE JANEIRO FEVEREIRO / 2009
ENFRENTANDO O PROBLEMA DO LIXO ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO
AMBIENTAL NAS ESCOLAS
JANE GOMES FELIPPE
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos que me apoiaram nesta jornada, principalmente à professora Carly, pela força, sem ela eu não teria nem começado a faculdade, meus colegas de trabalho, pelo incentivo, as tutoras que quando pensei em desistir não aceitaram, meu orientador/professor, Vilson, pois sem ele este trabalho não teria como ser feito. Agradeço, também, a toda proteção espiritual que tive no decorrer deste curso que me deu bastante tranqüilidade quando mais precisei. Minha grande amiga/mãe, Rosa, que sempre acreditou em mim.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus filhos e irmãos (carnais e espirituais), meus netos, todos os meus amigos, enfim, a todos que me apoiaram nestes três anos de lutas.
5
RESUMO
O presente trabalho abordou a problemática do lixo, seu impacto no meio
ambiente e de como a Educação Ambiental nas escolas pode oferecer uma
parcela de resolução a este problema. A partir de um estudo mais aprofundado
do presente tema, pode-se concluir que a visão do lixo na sociedade pode ser
mudada quando através de um trabalho de conscientização ecológica e a
busca de técnicas e estratégias de como transformar o lixo em algo de bom
uso para a sociedade. Se o ser humano não tiver a consciência da
necessidade de mudanças em suas atitudes em relação ao lixo, este pode vir a
gerar cada vez mais prejuízos ambientais, prejudicando a qualidade de vida,
produzindo desequilíbrios ecológicos e colocando em risco a dinâmica natural
da terra. Trata-se, portanto, de uma questão urgente que por si só justifica um
maior investimento em estudos e pesquisas na área.
6
METODOLOGIA
O presente trabalho foi feito baseado em uma ampla pesquisa
bibliográfica, através de livros, artigos de jornal e de revistas, internet dentre
outros materiais afeitos a temática do lixo e educação ambiental escolar.
Destaca-se também o uso da internet, onde vários sites foram pesquisados,
principalmente o do MEC, onde foi possível extrair boa parte das informações
aqui contidas referentes aos temas supracitados.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
O DESAFIO DO LIXO 10
CAPÍTULO II
RECICLAGEM 20
CAPÍTULO III
EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ÂMBITO ESCOLAR 25
CONCLUSÃO 41
BIBLIOGRAFIA 42 WEBGRAFIA 43 ÍNDICE 44 FOLHA DE AVALIAÇÃO 45
8
INTRODUÇÃO
Uma lógica destrutiva e um risco para a sustentabilidade do planeta
se refletem na produção excessiva de resíduos pela sociedade de consumo. O
desafio colocado é, exatamente reverter situações de risco que a sociedade
produz, através de um processo de conscientização que promova uma
modificação gradual suas práticas insustentáveis para com o meio ambiente.
Isto exposto, o presente estudo analisou a importância da educação
ambiental formal escolar para o manejo responsável do lixo, analisando neste
contexto a importância da reciclagem. O estudo se estruturou da seguinte
forma:
O capítulo I assume como foco de análise o lixo, pois quando
tomamos por base a considerável quantidade de lixo urbano e o acúmulo de
todo este material, no planeta, visualiza-se a grande poluição causada pelo
mesmo, ainda sem uma solução ambiental definitiva. Este capítulo discorre
sobre o crescimento na produção de lixo que tem prevalecido não só no Brasil,
mas em âmbito mundial. O desafio atual na busca de sustentabilidade ligada à
questão dos resíduos sólidos é considerar desvincular a relação direta entre o
crescimento econômico e a produção de lixo. Também serão vistos os
cuidados que devemos ter com o lixo, e em função dos problemas que o
mesmo pode causar em casa, no trabalho, na praia ou no campo.
Analisaremos algumas formas para melhorar a nossa qualidade de vida e como
o lixo pode, de fato, ser uma fonte de renda e os cuidados que se deve ter com
a saúde, os lixões etc.
Apenas para se ter uma idéia, no Brasil, enquanto entre 1992 e
2000, o crescimento populacional foi de 16,4%, a geração de resíduos sólidos
domiciliares foi de 49%, ou seja, três vezes maior. A situação é agravada pelo
fato de que cerca de 70% destes resíduos ainda são dispostos
inadequadamente (IBGE, 1992-2000).
9
O capítulo II trata da reciclagem enquanto um processo industrial ou
artesanal que possibilita a reintrodução, em um processo produtivo de produtos
acabados que já foram utilizados para seu fim inicial. Em vez deste material ter
o lixo como destino final, ele é transformado e reaproveitado como matéria
prima para a produção de novos materiais. Isto acontece, por exemplo, quando
as indústrias de reciclagem realizam uma catação a fim de selecionar os
materiais que serão destinados às indústrias de plásticos, papéis, vidros etc. A
sobra, normalmente é de materiais orgânicos, pode ser encaminhada para
locais onde irá se transformar em adubo orgânico.
Finalmente o capítulo III fala basicamente da Educação Ambiental
no âmbito escolar. Neste capítulo destaca-se a importância da Educação
Ambiental, no âmbito escolar, com destaque na Educação Infantil e ainda o
valor do meio ambiente como tema transversal. No que diz respeito aos PCN’s
e a Educação Ambiental, será visto também o que dizem e como a Educação
Ambiental pode aproveitar o espaço aberto deixado pelo mesmo.
10
CAPÍTULO I
O DESAFIO DO LIXO
É difícil acreditar como a sociedade está degradando o planeta, quer
pelo abuso que se faz dos recursos materiais (principalmente de nossas áreas
verdes) quer pela produção excessiva de lixo. Assim como a energia é o
principal recurso que faz mover nossa sociedade de consumo, o lixo é seu
produto mais problemático.
O que se vê por toda parte são pessoas gerarem uma montanha de
resto de comida, papel, plástico e vidro e acharem que esta quantidade
considerável de resíduos, pode desaparecer bastando colocar suas sacolas de
lixo na porta de suas casas e como num passe de mágica todos os problemas
se acabam. Mas não é bem assim, uma vez que os problemas só estão
começando, mesmo que se afastem de nossas vistas. Além do problema da
grande quantidade de lixo, existe também o problema do grande desperdício.
Por exemplo, caminhões que vem de outros Estados carregados de grãos de
vários tipos estragam-se e vai para o “lixo”, vê-se ainda coisas deste tipo em
supermercados ou em feiras-livres e até em nossas casas onde muito do que é
jogado fora poderia ser aproveitado, enquanto existem pessoas morrendo de
fome.
Segundo Luiz Mário Queiróz Lima (1995) em seu livro “Lixo –
Tratamento e Biorremediação”, aponta que:
“[...] é comum definir como lixo todo e qualquer resíduo que resulte das atividades diárias do homem na sociedade. Estes resíduos compõe-se basicamente de sobras de alimentos, papéis, papelões, plástico, trapos, couros, madeira, latas, vidros, lamas, gases, vapores, poeiras, sabões, detergentes, e outras substâncias descartadas pelo homem no meio ambiente” (p. 11).
11
De um modo geral este lixo conceituado pelo autor, quanto a sua
natureza e estado físico, pode ser classificado em: sólido, líquido, gasoso e
pastoso. Se for considerado os critérios de origem e produção, este lixo pode
ser classificado em residencial, comercial, industrial, hospitalar e especial.
O lixo residencial normalmente chamado de lixo doméstico é
constituído de sobras de alimentos, invólucros, papéis de várias espécies,
papelões (normalmente embalagens de materiais eletro-eletrônico, juntamente
com isopor), plástico (na sua maioria garrafas pet), vidros, trapos etc.
O lixo comercial provém de estabelecimentos como loja,
lanchonetes, restaurantes, escritórios, bancos etc. Os estabelecimentos de
ensino também se enquadram nesta classificação, não por ser um ambiente de
natureza exclusivamente comercial, pois existem escolas públicas (gratuitas) e
as escolas de caráter privado (com cobrança de mensalidades), mas por serem
um grande gerador de lixo, principalmente papel. Se for observada a hora do
intervalo em que as crianças correm até a cantina para seus lanches,
normalmente o que elas compram é pacote de batata frita, pacote de biscoitos,
balas, copos de guaraná natural (que normalmente é de plástico). Portanto, o
mais comum neste tipo de lixo são papéis, papelões, plásticos, restos de
alimentos, embalagens de madeira, sabões etc.
O lixo industrial, por sua vez, refere-se a qualquer resíduo resultante
de atividades industriais, estando neste grupo o lixo proveniente das
construções. Em geral, esta classe de resíduo é responsável pela
contaminação do solo, ar, devido à forma de coleta e sua disposição final, onde
na maioria dos centros urbanos fica a critério da própria indústria. Portanto, é
normal verificar o lançamento de resíduos industriais ao relento, o que acaba
gerando problemas extremamente graves.
O lixo hospitalar, por sua vez, divide-se em dois tipos: resíduos
comuns (invólucros, alimentos, ataduras etc.) e os resíduos especiais (restos
oriundos de cirurgia, das áreas de internação e isolamentos).
12
Por fim o chamado lixo especial que diz respeito aos resíduos em
regime de produção transiente, como por exemplo, veículos abandonados,
podas de jardins e praças, mobiliários, animais mortos, descargas clandestinas
(baterias de carros e celulares). Em geral, as prefeituras ou órgãos
especializados dispõem de um serviço de coleta apropriado para atender tais
casos, ou pelo menos deveriam dispor.
É fundamental pensar em melhores formas de tratar e eliminar o lixo,
independente do tipo deste, seja ele doméstico, industrial, comercial, hospitalar
ou especial, que é gerado pelo estilo de vida da sociedade contemporânea.
Vale destacar que o lixo é o espelho fiel da sociedade, cada vez mais geradora
de lixo. Vê-se então, que qualquer tentativa de se reduzir a quantidade de lixo
ou alterar sua composição, pressupõe-se mudanças no comportamento social.
1.1. Conseqüências ambientais do lixo
O lixo tornou-se um sério problema para o meio ambiente de acordo
com o crescimento da população e o desenvolvimento industrial, causando,
além de poluição em si, um grande número de doenças para os seres vivos.
Algumas mudanças e inovações adotadas ao longo do século
servem para explicar porque a quantidade de lixo cresceu tanto. No século XX
(até os anos 70), usava-se em crianças, nos nossos bebês, fraldas de pano,
que inclusive passava de um filho para outro, quando não servia mais para as
crianças virava pano de pia ou coisa parecida. Então, quando esta fralda
chegava ao lix, não sobrava quase nada. Hoje, os bebês usam fraldas
descartáveis, e que são trocadas várias vezes por dia. Eles tomavam sopa feita
em casa e bebiam leite mantido em garrafas reutilizáveis. Hoje os bebês
tomam sopa em potinhos que são jogados fora e bebem leite embalado em
tetrapark. Ao final de uma semana de vida, o lixo que eles produzem equivale,
em volume, quatro vezes o seu tamanho. Até os anos 80, as garrafas de
refrigerante eram retornáveis, ou seja, eram de vidro, e para levar uma cheia,
tinha que levar o vasilhame. Hoje, só se usa garrafas pet, que ao esvaziá-las
13
vão para o lixo: as sacolas de supermercados eram de papel. No século XXI,
as sacolas são de plástico. Diante do exposto, verifica-se que algumas das
grandes vilãs culpadas pelo acúmulo do lixo são: a industrialização, a
modernização, a praticidade.
Tal situação se agrava ainda mais quando notamos que diferentes
tipos de lixo são lançados à céu aberto por adultos e crianças, numa total falta
de respeito e conhecimento do prejuízo que estão causando à comunidade e a
si mesmos. Não há dúvida que o lixo representa hoje, uma grave ameaça à
vida do planeta por duas razões fundamentais: 1) a sua quantidade porque
implica na falta de lugar para depositá-lo; 2) os seus perigos tóxicos, porque
todas ou quase todas as substâncias químicas comercializadas são
consideradas potencialmente danosas à saúde humana. O ambiente é poluído
pelo lixo de variadas formas, através das substâncias que o compõem e que
constantemente estão passando da superfície para o subsolo, onde vão
contaminar as águas e o solo.
Só mais recentemente as pessoas começam a despertar para os
prejuízos que estão causando à natureza e que estão afetando profundamente
a vida humana por fazerem parte do ecossistema, através de um trabalho de
conscientização feito pela E.A. e pela mídia cada vez mais consciente do
problema. Faz-se necessário, portanto que sejam utilizadas novas tecnologias
da preservação do meio ambiente.
1.2. Formas para diminuir o lixo
O ser humano acaba entrando numa corrida de produção de bens
de consumo que associa-se à escassez de recursos não renováveis e com isto
acaba contaminando o meio ambiente, levando assim a ser o maior predador
do universo. E este problema tem despertado ao ser humano a pensar um
pouco mais sobre a reciclagem e a neutralização de alguns produtos que
seriam considerado lixo.
14
Se observarmos bem, mais de 50 % do que chamamos de lixo, e
que formariam os lixões, são compostos de materiais que poderiam ser
reutilizados ou reciclados. O lixo acaba saindo muito caro, pois leva muito
tempo para se decompor e sem contar que precisa de muito espaço para
depositá-lo. Porém, o lixo só continuará sendo um problema se continuarmos a
não dar a ele um tratamento adequado. Mas, antes de reciclarmos o lixo
precisaremos reciclar nossa maneira de analisar de ver este problema. A
Educação Ambiental pode nos ajudar a pensar que antes de tomarmos
qualquer iniciativa devemos absorver, praticar e divulgar todos estes conceitos
de redução, reutilização e reciclagem, a conhecida trilogia dos “Três Rs”
Reduzir quer dizer diminuir ou mesmo acabar com o consumo
desnecessário e incentivar práticas de consumo responsável, o que implica na
redução da quantidade de lixo produzido. Reutilizar, que seria dar vida nova ou
uma nova utilidade a alguns materiais que normalmente consideramos inúteis e
jogamos no lixo. Uma latinha ou uma garrafa de PET, pode virar um jarro para
colocarmos uma planta. Trata-se assim de um reaproveitamento sem
alterações físico-químicas do material. Esta é normalmente feita de maneira
artesanal, foi vista na TV, uma comunidade que resolveu montar uma “fábrica”
para reciclar garrafas PET, e até sofás eles fizeram com o material. Reciclar é
alterar a propriedade físico-química de um material através de diferentes
transformações de modo a reutilizá-lo. Por exemplo, pneus inservíveis
derretidos e reaproveitados, garrafas pet derretidas e reaproveitadas.
1.3. Sobre o destino final do lixo
O destino final do lixo pode influir e muito na qualidade do Meio
Ambiente e na saúde do ser humano, além da preservação dos recursos
naturais.
15
1.3.1. Aterros
O baixo custo é uma das principais vantagens do aterro sanitário,
além da capacidade de absorção diária de grande quantidade de resíduos,
condições especiais para a decomposição biológica da matéria orgânica
presente no lixo.
Problemas que se associa a este método, incluem possibilidade da
poluição das águas superficiais e lençóis subterrâneos, além de gases nocivos
que poderão se formar e também o odor desagradável. Os fatores limitantes
deste método são: a disponibilidade de grandes áreas próximas aos grandes
centros urbanos: a escassez de recursos humanos habilitados em
gerenciamento de aterros; condições climáticas de operação durante o ano.
Podemos classificar os aterros em:
• Vazadouros
Simples descarga, sem qualquer tratamento, também são chamados
de lixões.
• Aterros controlados
São os aterros comuns que recebem uma cobertura diária de
material inerte. Cobertura aleatória não resolve satisfatoriamente os problemas
de poluição.
• Aterros sanitários
Recebe uma camada inerte, são executados Segundo normas de
engenharia e atendem os padrões de segurança preestabelecidos, é definido
como um processo utilizado para a disposição de resíduos sólidos no solo,
particularmente o lixo domiciliar que fundamentados em critérios de engenharia
16
e normas operacionais específicos, permite uma confinação segura, em termos
de controle de poluição ambiental e proteção ao meio ambiente.
1.3.2. Incinerador
Os incineradores, indicados sobre tudo para materiais de alto risco,
podem ser utilizados para a queima de outros resíduos, reduzindo seu volume.
As cinzas ocupam menos espaço nos aterros e reduz-se o risco de poluição do
solo. Entretanto, podem liberar gases nocivos à saúde, e seu alto custo os
torna inacessíveis para a maioria dos municípios.
1.3.3. Compostagem
As usinas de compostagem transformaram os resíduos presentes no
lixo em adubo, reduzindo o volume destinado aos aterros. O desafio deste
método refere-se ao fato de que é difícil cobrir o alto custo do processo com a
receita aferida pela venda do produto. Além disso, não se resolve o problema
de destinação dos resíduos inorgânicos, cuja possibilidade de depuração
natural é menor.
Merece destaque ainda o fato de que o desenvolvimento tecnológico
não cessa e muitas outras formas de lidar com o problema do lixo ainda
continuam sendo desenvolvidas.
1.4. Os cuidados com o lixo
É tão grave o problema do lixo que já saiu da esfera dos governos.
Todos são chamados a colaborar a participar. Tanto em casa como no
trabalho, pode-se fazer muita coisa. Pode-se, por exemplo, produzir menos
lixo. Se a atenção for prestada e pensar bem antes de responder, pode-se
fazer muitas coisas para ajudar a resolver o problema do lixo, como:
17
1.4.1. Em casa
• Na hora da compra, pensar no que o produto vai render como
lixo. Se puder escolher, ficar com o que usa menos
embalagem;
• Preferir embalagens retornáveis;
• Sempre que possível dar preferência a embalagens familiares
em vez de consumir embalagens individuais;
• Tirar a sujeira mais grossa das embalagens recicláveis;
• Amassar as latas que vão ser recicladas, para diminuir o
volume;
• Se em casa tiver quintal, usar resíduos orgânicos para fazer
compostagem.
1.4.2. No trabalho
• Levar um copo de vidro ou uma xícara de casa, ou use
apenas um ou dois copos descartáveis durante o dia;
• Use papéis com uma só das faces usadas para fazer blocos
de rascunho ou reutilize-as para fazer cópias;
• Corresponda-se via internet, evitando o uso do papel;
• Não amasse o papel usado. As bolas de papel ocupam muito
mais espaço do que as folhas;
• Selecione o modo econômico da impressora quando o
trabalho não exigir alta definição.
1.4.3. Na praia ou no campo
• Coloque seu lixo numa lixeira. Caso não haja lixeira, coloque
seu lixo em sacolas apropriadas;
• Não jogue latas ou outros objetos pela janela do carro ou do
ônibus;
18
• Deixe o cachorrinho em casa. Mesmo vacinado, ele pode
pegar ou transmitir doenças;
• Tente deixar seu cantinho da praia limpo, mesmo que não
pretenda voltar mais ao local.
1.5. Algumas dicas para melhorar a nossa qualidade de vida
• Manter sempre as lixeiras fechadas;
• Quando for instalar sua lixeira, prefira mantê-la em lugar alto,
ou de difícil acesso a animais de rua;
• Evitar depositar lixos em terrenos baldios;
• Retirar o excesso de líquidos e materiais orgânicos das
embalagens antes de jogá-las fora;
• Amassar latas e recipientes volumosos para que não ocupem
espaço desnecessário em sua lixeira.
1.6. O aterro de Jardim Gramacho e o processo de trabalho dos
catadores de lixo
Na eminência de ser fechado o Aterro Metropolitano de Gramacho
localizado no bairro de Jardim Gramacho, Município de Duque de Caxias, Rio
de Janeiro, Brasil, e em operação desde 1976 é o principal ponto de destinação
dos resíduos gerados na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, atendendo
aos municípios do Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Nilópolis, São João de
Meriti e Nova Iguaçu. No final dos anos 90, este aterro recebia cerca de 6 mil
toneladas de lixo, diariamente.
Inicialmente, projetado para ser um aterro sanitário, vários
problemas impediram que este objetivo se concretizasse, e o local funcionou
basicamente como um trabalho de diversos catadores eventuais e
permanentes, além de propiciar o desenvolvimento de várias empresas de
sucata nas redondezas. Dois fatores parecem ter tido relevância na mudança
19
de gestão e na transformação do local num aterro mais adequado: a crescente
preocupação com os problemas ambientais do vagadouro, foco de proliferação
de vetores, de degradação de manguezais e das águas da Baía da Guanabara,
além de estar na origem de incidentes com os urubus e aviões trafegando
próximo ao Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, amplamente
noticiados na imprensa; o posicionamento mais crítico por parte das
autoridades de Duque de Caxias, município industrial e periférico da Região
Metropolitana do Rio de Janeiro. A época da criação do aterro, nos anos 70, o
município era de segurança nacional, mas, com o processo de depósito de lixo
de outras cidades. Por fim, o Ministério Público também iniciou um processo
para a solução do problema.
20
CAPÍTULO II
RECICLAGEM
Como diria Lavoisier na natureza nada se cria nada se perde, tudo
se transforma. É sabido que na natureza todas as plantas e animais mortos
apodrecem e se decompõem. São destruídos por larvas, minhocas, bactérias e
fungos, e os elementos químicos que ele contém voltam a terra. Assim eles
podem ficar na terra, nos mares ou rios e serão usados novamente por plantas
e animais. Este é o processo natural de reutilização de materiais. É um
interminável ciclo de morte, decomposição, nova vida e crescimento. A
natureza é muito eficiente no tratamento do “lixo”. Na realidade não existe
propriamente um lixo, pois ele é usado novamente e se transforma em
substâncias reaproveitáveis. Enquanto a natureza se mostra eficiente em
reaproveitamento e reciclagem os homens os são em produção de lixo. O ciclo
natural de decomposição e reciclagem da matéria, podem reaproveitar o lixo
humano. Contudo, uma grande parte deste lixo sobrecarrega o sistema. O
problema se agrava porque muitas das substancias manufaturadas pelo
homem não são biodegradáveis, isto é não se decompõem de forma natural e
com facilidade.
Vidros, latas e alguns tipos de plásticos, portanto, leva muitos anos
para se decompor, e este lixo acaba por provocar a poluição. A reciclagem do
lixo assume um papel fundamental na preservação do meio ambiente, pois
além de diminuir a extração de recursos naturais ela também diminui o
acumulo de resíduos nas áreas urbanas. Embora não seja possível aproveitar
todas as embalagens, a tendência é que tal possibilidade se concretize no
futuro, através do uso de materiais biodegradáveis como é o caso dos novos
sacos de lixo e sacolas.
2.1. A regra dos 3r
21
A reciclagem consiste na recuperação e transformação de qualquer
desperdício de conservar os recursos naturais da terra e de solucionar os
problemas de poluição ambiental.
Do processo da fabricação dos bens que nós consumimos resultam
desperdícios. A reciclagem permite, então, aproveitar estes desperdícios para a
produção d novos bens (ex: o papel). A educação ambiental assume, então
uma maior importância, na medida em que nos tornamos conscientes dos
problemas que os resíduos que produzimos podem trazer para o ambiente. Se
observarmos o que faz parte do nosso saco de lixo, será fácil constatar, por
exemplo, que o guardanapo que utilizamos para segurar na maçã não
precisava ter ido de imediato para o lixo. Este gesto chama-se reduzir. A
garrafa plástica de água que bebemos, poderia servir mais algumas vezes. A
isto chamamos reutilizar. Reutilização é um conceito que se aplica sobretudo a
embalagens e que visa a sua reutilização tantas vezes quanto for possível
antes de se produzir qualquer operação de transformação da embalagem. A
reutilização é ainda mais vantajosa do que a reciclagem porque exige um
mínimo de recursos no seu ciclo de uso. Por exemplo, no uso de embalagens
de vidro a operação de lavagem é certamente muito menos exigente em
energia do que a fusão do vidro, operação porque passa o procedimento de
reciclagem. Por fim o copo que parece lascado e foi para o lixo poderia ter se
tornado matéria-prima para novos vidros. A este simples gesto chamamos
reciclar. Em apenas alguns minutos, verificamos que metade de nosso lixo, não
é propriamente dito lixo, mas sim materiais recicláveis. Reciclar é transformar
de modo artesanal ou industrial um produto usado em um novo produto, igual
ou diferente do original, essa transformação deve ser química e/ou física, daí a
diferença do reaproveitamento que não altera de maneira tão profunda.
Podemos então dizer que a reciclagem obedece à regra dos 3rs: reduzir,
reutilizar e reciclar.
2.2. Por que reciclar?
A reciclagem de materiais é muito importante, tanto para diminuir o
acumulo de dejetos, quanto para poupar a natureza da extração inesgotável de
22
recursos. Além disto, reciclar causa menos poluição ao ar, a água e ao solo. A
produção de lixo vem aumentando assustadoramente em todo o planeta.
Visando uma melhoria da qualidade de vida atual e para que haja condições
favoráveis à vida das futuras gerações, faz-se necessário o desenvolvimento
de uma consciência ambientalista. O consumidor pode auxiliar no processo de
reciclagem das empresas. Se todo o lixo produzido em residências fosse
separado, haveria impedimento que a sucata se misturasse aos restos de
alimentos, o que facilita seu reaproveitamento pelas indústrias. Desta forma
evita-se também a poluição.
Algumas vantagens da reciclagem:
• Cada cinqüenta quilos de papel usado, transformado em
papel novo, evita que uma árvore seja cortada. Se for
pensado na quantidade de papel que já foi jogado fora até
hoje, pode-se imaginar quantas árvores foram preservadas.
• Cada cinqüenta quilos de alumínio usado e reciclado, evita
que sejam extraídos do solo cerca de 5.000 kg de minério.
• Com um quilo de vidro quebrado, faz-se exatamente um quilo
de vidro novo. E a grande vantagem do vidro, é que ele pode
ser reciclado infinitas vezes.
(http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/meio.ambiente.reciclagem/reci)
2.3. A reciclagem se transformando em arte na escola
Muitas são as formas de expressões existentes na arte, como arte
dramática, arte circense, artes gráficas, de culinária etc. Porém, detendo e
explorando o artesanato, especificamente a arte desenvolvida através do papel
reciclado, do papel marche etc. As folhas de papel reciclado são feitas em
menos de trinta minutos e demoram, em média, vinte e quatro horas para
secar. Com elas é possível confeccionar produtos muito valorizados no
mercado de papelarias e gráficas, como porta-retratos, agendas, blocos de
23
recados, álbuns, cartões e inúmeras outras coisas utilitárias, dependendo da
criatividade de quem trabalha com esta técnica.
O papel marchê, é feito agitando-se o papel de jornal e/ou ofício na
água até que as fibras fiquem bem separadas. Em seguida espreme-se o
excesso de água e adiciona-se cola ou grude caseiro, obtendo-se com isto um
material uniforme (espécie de massa de modelar) que pode ser moldado na
forma que desejar. O material confeccionado, depois de endurecido torna-se
bastante durável.
Segundo Taboada (1994), autor do livro “Artesanato – como fazer
trabalhos em papel marchê”,
“O papel marchê pode ser misturado com barro, areia, cal, sal ou bórax para adquirir consistência. O fosfato de sódio torna-o à prova de fogo. Máscaras, cabeças de boneca, capacetes de brinquedo e pratos de piquenique, são alguns dos muitos objetos feitos com papel marchê, quando prensados e impermeabilizados servem para fazer baldes, por exemplo (p. 11)”.
Além das diversas maneiras de reaproveitamento do papel, poderia
ainda, ressaltar o aproveitamento de revistas, cujas folhas coloridas,
devidamente trabalhadas através do enrolamento ou trançagem podem
transformar-se em objetos decorativos e úteis, na medida em que se trabalha
também a criatividade, o desenvolvimento crítico e a psicomotricidade do
aluno.
2.4. Reciclagem reduz custo de matéria-prima
A utilização de matéria-prima reciclada é uma boa opção de custos
para a indústria. No caso do PET (polietileno tereftalato), material que é usado
principalmente na fabricação de garrafas de refrigerante, o valor do produto
reciclado é sete vezes inferior ao da resina virgem, segundo fonte do mercado.
Outro setor cuja reciclagem também apresenta crescimento é o de papel.
24
Segundo Hermes Contesini (Abepet, 1990), o mercado de reciclagem de PET
vem crescendo na faixa de 30% nos últimos três anos. Outro setor cuja
reciclagem apresenta crescimento é o papel. Hoje são recicladas 2,7 mil
toneladas de papel, considerando-se consumo aparente de 6,7 toneladas. O
índice de reciclagem da indústria de vidro passou de 42% para 44% da
produção, segundo Stefan Jacques David, consultor de reciclagem da
Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro (Abividro).
David informa que o índice poderia chegar a 67% caso muitas pessoas não
aproveitassem as embalagens de vidro para outros fins. “Existe um reuso
indevido do vidro que impede a reciclagem”, afirma. Ele afirma que o valor do
caso reciclado, é o mesmo do produto virgem devido à política da associação.
“Para produzir um quilo de embalagem, é usado 1,2 quilo de matéria-prima. Na
fusão, perde-se 20% deste insumo. Já no caso reciclado, não há perda”,
afirma. Hoje, o Brasil tem o maior índice de reciclagem de latas de alumínio do
mundo. Cerca de 85% da produção é reaproveitada. Segundo José Roberto
Giosa, consultor de reciclagem da Associação Brasileira de Alumínio (ABAL,
2003).
25
CAPÍTULO III
EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ÂMBITO ESCOLAR
A questão ambiental não é apenas uma questão de conservação de
recursos, mas uma preocupação diretamente relacionada com a preservação
da vida no planeta como um todo. No início do movimento ambientalista
mundial, a maioria dos estudos apontou como caminho para reagir ao
problema, a educação.
Hoje em dia faz-se necessário restabelecer a condição humana, e
assim também restabelecer a condição de pertencer a terra, e isto faz parte de
um processo que deverá ser intensificado em diferentes esferas, de modo
particular nas escolas..
A tarefa educativa das escolas dá significado ao mundo através do
conhecimento sistematizado, tornando-se um ambiente adequado e facilitador
para despertar a tomada de consciência individual e coletiva, que se faz
necessário ás mudanças de conduta das quais precisamos para mudar o curso
da história.
A Educação Ambiental é considerada uma prática política, sendo
uma de suas características mais marcantes a busca por proporcionar a
organização coletiva na busca de soluções para os problemas. Deve-se
considerar, entanto, que além das dimensões coletivas, a Educação Ambiental
apresenta ainda a dimensão individual. Assim ambas sofrem mútuas
intervenções: o engajamento do individuo na luta por melhores condições de
vida depende de uma tomada de posição pessoal, que por sua vez modifica-se
conforme o fazer político. “É um processo de grande abrangência e não se
limita aos princípios e às teorias científicas nem pode ser confinada apenas a
sala de aula, mas extrapola estes limites e envolve toda a sociedade“
(CHAPANI e DAIBEM, 2003: 21).
26
3.1. Por que Educação Ambiental?
Nas últimas décadas o interesse mundial pela Educação Ambiental
como forma de resistência e enfrentamento da crise ambiental. Podemos
perceber que o desenvolvimento das nações modernas, acontece sem uma
preocupação maior com a conservação ambiental. Para que possamos
planejar nossas ações se faz necessário associar princípios de economia e
ecologia, pois são duas ciências que cuidam, basicamente, da organização da
casa. Se não tivermos cuidados e disciplina no uso dos recursos naturais, solo
e água, que são os bens de produção, seja nos espaços urbanos ou rurais,
como vencer esta crise?
Através de diferentes ações a Educação Ambiental vem tentando
fazer com que, cada vez mais, os cidadãos participem na solução dos
problemas ambientais harmonizando ações humanas em relação à sua própria
espécie e aos demais seres vivos do planeta, bem como ao conjunto de fatores
que compõem o ambiente.
3.2. A Educação Ambiental nas escolas
Ultimamente, tem se intensificado as preocupações que dizem
respeito à temática ambiental e, também, as iniciativas dos variados setores da
sociedade para o desenvolvimento de atividades e projetos na intenção de
ensinar as comunidades escolares no sentido de tentar sensibilizá-las para as
questões ambientais e mobilizá-las para a modificação de atividades nocivas e
a apropriação de posturas benéficas ao equilíbrio ambiental. Com este
processo de sensibilização da comunidade escolar poderemos criar iniciativas
que transcendam o ambiente escolar, atingindo tanto o bairro no qual a escola
está inserida como comunidades mais afastadas nas quais residam alguns
alunos, professores e funcionários, potenciais multiplicadores de informações e
atividades relacionadas à Educação Ambiental implementada na escola,
inclusive estas relações intra e extra – escolar é bastante útil na conservação
do ambiente, principalmente o ambiente da escola, pois os trabalhos sobre
27
Educação Ambiental nas escolas devem ter como objetivos principais á
sensibilização e a conscientização dos alunos para com isto criar uma
mudança de comportamentos, buscando, com isto que se formem cidadãos
mais atuantes; a sensibilização de professores também e muito importante,
pois eles são os agentes principais da Educação Ambiental e são eles que
vão criar condições para que no ensino formal, a Educação Ambiental seja um
processo contínuo e permanente, através de ações interdisciplinares
globalizantes e da instrumentação destes professores, procurando a integração
entre a escola é comunidade, objetivando a proteção ambiental.
A implementação da Educação Ambiental nas escolas tem se
mostrando uma tarefa exaustiva, pois existem grandes dificuldades nas
atividades de sensibilização, no desenvolvimento de atividades e projetos e
principalmente, na manutenção e continuidade dos já existentes.
Ainda que a Educação Ambiental esteja presente em duas de cada
três escolas brasileiras, esta é com freqüência abordada em atividades
pontuais e ou reduzidas a processo de sensibilização e percepção ambiental,
com enfoque naturalista e preservacionista dificultando seu reconhecimento
dentro da pratica educativa seja no ensino formal ou informal. Educação
Ambiental, normalmente tem sido abordada nas disciplinas de Biologia e
Ciências, e por outro lado a Química geralmente é associada á degradação
ambiental, ao invés de ser considerada como recurso didático útil para
promover a Educação Ambiental.
Um dos trabalhos da Educação Ambiental, nas escolas tem como
objetivo diagnosticar ações que têm sido desenvolvidas nas escolas e
investigar o impacto destas ações na mudança de atividades dos alunos com
relação aos problemas ambientais. É necessário que exista uma discussão
entre professores, diretores, pais de aluno é a comunidade, onde a escola está
inserida sobre os temas ambientais e juntos chegar a uma solução.
Ao analisar as causas dos eventos nocivos ao meio ambiente é
inevitável o sentimento de co- responsabilidade, pois os mesmos, em sua
28
grande maioria, são resultado exclusivo do desrespeito á natureza por parte
das comunidades humanas.
Em dezembro de 2003 foi realizada a Conferência Nacional do Meio
Ambiente. Voltada para adultos, adolescentes e crianças. Como deliberações
principais desta Conferência podemos citar:
§ Desenvolvimento e implementação do Sistema Nacional de
Informações do Meio Ambiente (SINIMA);
§ Criação de banco de dados e informações em forma impressa,
CDs, cartilhas, vídeos e outros;
§ Divulgação de campanhas educativas sobre bioética, enfatizando
os riscos do comercio de transgênicos;
§ Implementação da política nacional de Educação Ambiental em
uma perspectiva transdisciplinar crítica e problematizadora.
Outro ponto que se pode destacar na Educação Ambiental formando
no Brasil, foi firmado em abril de 2004, no encontro promovido pelos Ministério
do Ambiente, e da educação, pelos técnicos representantes de Educação
Ambiental e dirigentes de secretaria de educação e do meio ambiente, além de
órgão vinculados a estados e capitais reunidas em Goiânia.
A partir deste compromisso, estabeleceram-se objetivos de
abrangência institucional e política, de formação, de comunicação, de
financiamento e de eventos.
Como objetivos de abrangência institucional e política podemos citar:
§ Implementação de órgãos gestores nos âmbitos estadual e
municipal;
§ Criação fortalecimento de redes de Educação Ambiental;
§ Elaboração implementação de programas e políticas de Educação
Ambiental nas unidades federativas.
29
Apesar de se ter esclarecida a idéia de que a Educação Ambiental
no Brasil teve seu início em 1948, porém se apresentou mais forte nos anos de
1970, com o auge da ditadura militar no País, o que representava uma grande
ironia, afinal, a repressão, o militarismo e a própria ditadura, em si, nada tem a
ver, com o processo de libertação, de inovação, de preservação ambiental.
Contrariamente a esse fato, deve-se no entanto, pensar que essa
manifestação, apesar de ter ocorrido em uma época tão contraditória, foi muito
importante, pois apresentou a conscientização da população brasileira da
época, vindo a se estender até os dias de hoje, com os planejamentos
ambientais apresentados pelo MEC.
Uma das grandes contribuições do governo, em relação à educação
ambiental foi a implementação dos paramentos curriculares nacionais para a
Educação Infantil, tão importantes para conscientização da criança, desde o
início de seu desenvolvimento. Reconhecendo a cidadania como eixo central
da educação escolar justifica-se a relevância de temas transversais, a saber:
saúde, sexualidade. Ética e meio ambiente, que devem perpassar todos os
outros componentes curriculares. A proposta de tratamento transversal desses
temas no currículo tem por finalidade o desenvolvimento amplo do aluno e sua
formação cidadã.
Atendendo às solicitações dos estados representados pelas suas
respectivas secretarias de educação em 1999, o MEC propõe os PCN’s em
Ação. O meio ambiente, um dos temas transversais, passa a ser trabalhado a
partir do ano de 2000. Dessa forma, para alcançar sua missão, a coordenação
geral de Educação Ambiental (COEA), segundo orientações da Política
Nacional de Educação Ambiental – Lei nª 9795/99, definiu duas linhas de
ações prioritárias: Projetos de Educação Ambiental no convívio escolar e
inserção de temas do meio ambiente nas disciplinas do ensino fundamental.
Como tema transversal o meio ambiente, evidencia as possibilidades
de transversalizar a temática ambiental a partir de exemplos concretos vividos
30
em situações cotidianas. Assim é possível reconhecer que as diversas
disciplinas têm acréscimos e podem contribui no entendimento da temática
ambiental.
Os PCNs foram de vital apoio nesse sentido, ao proporem que a
dimensão ambiental da educação escolar perpasse toda estrutura de
conteúdos das diferentes disciplinas curriculares. Representa um avanço, pois
compreende que a Educação Ambiental é uma dimensão da educação geral e
não um tipo especial de educação, o que condiz com as resoluções do
conselho federal de educação e das conferências nacionais e internacionais.
Neste contexto, a Educação Ambiental, como tema transversal, deve
ajudar alunos a construírem uma consciência global das questões relativas ao
meio ambiente para que possam assumir posições afinadas com os valores
referentes à sua proteção e melhoria.
No entanto, ao discutir a transversalidade da temática ambiental na
realidade escolar, reconhece-se que se tem visto neste encaminhamento,
práticas educativas realizadas por meio de projetos ou atividades extra-
curriculares, em um espaço escolar interrompido por outros fazeres educativos,
sem que haja a devida articulação com as diferentes disciplinas. Diante desta
realidade, Grün (1996) considera difícil ou até mesmo impossível a
compreensão da crise ambiental dentro de um currículo permeado por
estruturas conceituais cartesianas. Para ele as escolas estão preocupadas em
abordar as questões ambientais, mas raramente as propostas estão
desvinculadas da lógica cartesiana.
Como exemplo do cartesianismo presente na práxis escolar, Grün
(1996) menciona a redação dos textos dos livros didáticos, nos quais
freqüentemente aparecem frases que reforçam o mito do antropocentrismo,
como: raízes e caules úteis ao homem, animais nocivos ao homem, águas
necessárias á população. Desta forma os livros didáticos, que muitas vezes
são seguidos sem um posicionamento crítico do professor, reforçam a idéia de
31
que os seres humanos são a referência única e exclusiva para tudo que existe
no mundo.
Outra herança cartesiana predominante no currículo escolar
seguindo o autor é o abandono da tradição determinada às áreas de silêncio no
currículo moderno. O silêncio é entendido como a ausência da natureza na
abordagem das disciplinas, cita como exemplo, os livros textos de química, que
tratam as reações químicas em um espaço abstrato isolado de um contexto
cultural ambiental.
Ainda de acordo com Grün (1996) o caminho para superação do
para gama cartesiano acontecerá com a mudança de postura frete aos
problemas. O autor sugere a problematização das áreas de silêncio presentes
no currículo por meio do diálogo em um processo compreensivo que promova a
interação dos sujeitos com os horizontes de sentidos fornecidos pelo resgate
histórico e pela linguagem. Portanto, propõe que a abordagem ambiental deva
estar presente em todas as disciplinas, entendendo que tudo que é ensinado
na escola influência na maneira como os alunos se relacionam com a cultura e
meio ambiente.
As disciplinas devem deixar de serem apenas instrumentos de
formação intelectual, pois não se destinam a formação de especialistas. Os
temas transversais devem ser adotados pelas diferentes disciplinas como
instrumentos necessários para desenvolver a capacidade de pensar e manejar
adequadamente o mundo que nos rodeia. Assim associação das matérias
transversais e disciplinas, devem conferir sentido aos conteúdos curriculares,
aproximando o científico do cotidiano.
Alguns autores, como Carvalho (2003), explicam que os temas
transversais são provenientes de uma realidade complexa e sua inclusão nos
debates da sala de aula, podem possibilitar modificações nos conteúdos e
transformá-las em instrumentos necessários á compreensão das questões
sociais da atualidade. Entretanto os autores argumentam que o campo
32
temático meio ambiente é relativamente novo e há necessidade de
investimentos em capacitação permanente, para que professores possam
envolver educadores com os problemas locais e levá-los a participar em defesa
do meio ambiente.
Ao analisarmos como a práxis da Educação Ambiental se revela em
algumas escolas, identificaríamos a formação deficiente do professor.
Percebe-se que entre a intenção e a ação, os professores ainda estão muito
presos á rotina de trabalho individual, que pouco contribui para abordagem
crítica e participativa das questões ambientais, a dificuldade de compreensão
da rede de relações objetivas e subjetivas que envolvem a relação educador e
educando, impossibilitam o trabalho coletivo e a efetivação de ações realmente
transformadoras.
O exercício do diálogo é dificultado não só pela visão estreita dos
educadores, mas também pela organização do espaço institucional. Percebe-
se que a utilização indevida do horário de trabalho pedagógico, não promove a
discussão pedagógica para enriquecimento da prática educativa e que a
presença de diretores autoritários muitas vezes impedem a efetivação de
propostas inovadoras em Educação Ambiental. A ausência de diálogo também
é verificada no contato com alunos que mesmo, tendo vontade de participar,
raramente são ouvidos, e é um dos grandes obstáculos da prática
interdisciplinar, visto que pressupõe a abertura de novos saberes.
A interdisciplinaridade não pretende unificar o conhecimento das
disciplinas, mas realizar a troca de saberes em um espaço de mútua
coordenação e cooperação. No entanto, a compreensão imediata e linear do
termo interdisciplinaridade tem promovido equívocos entre educadores em
geral reduzindo a prática educativa ao cruzamento dos conteúdos das
disciplinas que oferecem pontos de contados. A prática interdisciplinar deve
orientar a reconstrução dos conteúdos por meio do diálogo das diferenças não
se tratando apenas do cruzamento de coisas.
33
Desta forma, a Educação Ambiental, que encontra na
interdisciplinaridade a sua identidade, desequilibra a estrutura estática das
escolas e incita mudanças. Logo, a inserção da temática ambiental nos
currículos pressupõe cumplicidades compartilhadas e envolve a
intencionalidade do ato educativo. Porém não existem fórmulas prontas,
entretanto sugerimos alguns caminhos:
§ Organizar canais de expressão e organização ( ampliar o alcance
de atuação );
§ Discutir, planejar e decidir de forma participativa;
§ Inserir os valores, como objetivo e prática de ação educativa;
§ Assumir o compromisso, com mudança para uma situação
melhor;
§ Descobrir caminhos coletivos para a qualidade de vida;
§ Discutir soluções;
§ Produzir conhecimentos significativos;
Para finalizar convém destacar que o ato de ensinar exige pesquisa,
respeito aos saberes dos educadores, criatividade, ética, estética, risco,
autonomia, humanidade, tolerância, alegria, esperança, bom senso, apreensão
da realidade, curiosidade, liberdade, autoridade, comprometimento,
disponibilidade para o diálogo e convecção de que a mudança é possível.
Assim sendo, os limites que se impõe á efetivação da Educação Ambiental nas
escolas, apontam para uma necessidade urgente de um trabalho coletivo em
um processo baseado nesses valores, ainda que tal tarefa não seja nada fácil.
3.3. Educação Ambiental para a Educação Infantil
A Educação Ambiental para a Educação Infantil insere-se na mesma
perspectiva do que se apresenta a Educação Ambiental no contexto escolar.
Segundo dados do PRONEA (2005), a Educação Ambiental no MEC atua em
todos os níveis de ensino formal, abrange um total de 32 mil professores e 32
mil alunos do ensino fundamental, por meio do programa, vamos cuidar do
34
Brasil, que deu continuidade ao processo de Conferência Nacional Infanto-
Juvenil pelo meio ambiente.
As dificuldades de implantação e desenvolvimento de projetos nas
escolas são muitas, como por exemplo: a falta de capacitação dos docentes a
escassa produção e distribuição de matérias didáticas, a falta de apoio
econômico e o não prosseguimento dos programas desenvolvidos pelo
governo junto às escolas.
A Educação Ambiental é um direito da Educação Infantil e deve
estar presente em todos os meios sociais, indo além das atividades
relacionadas com o ambiente escolar. Atualmente, mesmo com todas as leis,
congressos e redes de EA, pedagogos, que vivenciam o dia-a-dia das escolas
públicas de Educação Infantil, percebem que na prática pouco se avançou
diante da necessidade de projetos voltados para a melhoria do ambiente
escolar e da necessidade próxima.
Os problemas são inúmeros, desde a falta de cooperação entre os
colegas de diferentes áreas de saberes, falta de verba e problemas relativos a
violência no entorno das escolas. Diante de tantos desafios, faz-se necessário
que o educador ambiental não desanime e que através dos recursos que
dispõe, busque renovar a educação, explorando os temas ambientais mais
relevantes para a realidade de seus alunos, para que estes possam se tornar
cidadãos críticos e conscientes de seus deveres e direitos dentro da sociedade
e do mundo.
3.4. Os PCN’s e a Educação Ambiental: o que dizem
Sendo os conteúdos escolares os instrumentos pelos quais se busca
desenvolver a capacidade de pensar, de compreender e de agir
adequadamente no mundo, faz-se necessário pensá-las como “feudos”
disciplinares, fragmentados e descontextualizados da realidade dos alunos.
35
Estabelecer uma interação entre os conteúdos, produzindo um
conhecimento amplo, é uma maneira de construir um processo educativo
interdisciplinar, pautando na coerência entre o saber ensinado e a realidade
social. Por isso, é preciso repensar o currículo escolar como possibilidade de
estabelecer relações interpessoais, sociais e éticas de respeito ás pessoas, á
diversidade etnocultural e ao meio ambiente.
Todavia, é fundamental ressaltar que a escola não é o único agente
educativo, uma vez que os padrões de comportamento família, a sociedade e
as informações veiculadas pela mídia também exercem influência sobre a
formação dos alunos. Portanto, se não existir um pacto social com as demais
instituições sociais (inclusive familiar) somadas ás reformas necessárias ao seu
desenvolvimento, não será possível formar cidadãos nos valores pelos PCNS,
sobre tudo em relação à transversalidade ambiental.
O trabalho com o Meio Ambiente, enquanto tema transversal, no
processo educativo propõe que se garanta ao aluno não só uma reflexão sobre
os problemas que afetam a sua vida, sua comunidade, seu pais e o planeta,
mas uma aprendizagem que lhes possibilite posicionar-se em relação a estes
problemas, para que possa agir de modo a minimizar, ou mesmo prevenir, tais
problemas que tem afetado a vida na terra. É responsabilidade da educação
escolar, a promoção de atores sociais capazes de se relacionarem de forma
mais harmônicas com a natureza.
Daí, podemos afirmar que a escola, preocupada com as questões do
nosso cotidiano, deve abrir uma nova possibilidade de discurso, de
pensamento sobre o valor e qualidade de vida – uma vida que vale a pena ser
vivida. Por isto, o foco tem que ser o aluno, e esta é a característica
institucional da escola – trabalhar com alunos, para alcançar os pais, os adultos
de um modo geral, e até mesmo a sociedade.
Os alunos levam para casa coisas que eles ouvem, estudam e
pensam na escola. Assim, a escola tem que dedicar esforços sobre os alunos,
36
na esperança de que (isto acontece, às vezes), os alunos tragam uma visão
diferente da que eles têm em casa. Por isto, é na escola, e em particular, nas
escolas de ensino fundamental, que se deve trabalhar enfocando os temas
ligados aos valores da ética, da justiça, da equidade, na esperança de que
estar crianças e adolescentes levem estas discussões de volta para casa, no
sentido de propagar a defesa da qualidade de vida. Dias (1999) afirma que a
“escola é a única instituição social à qual a maioria das pessoas estão
ligadas,de uma maneira ou de outra.A escola tem um papel aglutinador que ela
não usa plenitude.” (p. 8)
Por isso, a educação se apresenta como o elemento indispensável
para a consolidação de uma consciência ambiental. Deve-se investir na
percepção interior do aluno, possibilitando-o para a tomada de consciência da
necessidade de adotar novos hábitos em relação ao meio.
Os PCNS reconhecem que: A Educação Ambiental está longe de ser
uma atividade tranquilamente aceita e desenvolvida, porque ela implica
mudanças profundas e nada inócuas. Ao contrário, quando bem realizada,a
Educação Ambiental leva a mudanças de comportamento pessoal e atitudes e
valores de cidadania que podem ter fortes conseqüências sociais.
De acordo com os PCNS, a principal razão de se trabalhar o tema
meio ambiente é construir para a formação de cidadãos conscientes, aptos a
decidirem e atuarem na realidade socioambiental. Além de trabalhar com
informações e conceitos, é importante trabalhar com atitudes, com formação de
valores, construção de habilidades e procedimentos no dia-a-dia da escola, a
partir de gestos simples de solidariedade hábitos de higiene pessoal dos
diversos ambientes, como jogar lixo nas cestas, cuidar das plantas da escola,
cuidar das relações interpessoais. Tais gestos, muitas vezes, conflitam com os
estímulos propostos e que mostram valores insustentáveis de consumismo,
desperdício, individualismo, irresponsabilidade, desrespeito, preconceito e
tantos outros.
37
A proposta do PCNS reforça a idéia de se trabalhar, em primeiro
lugar, a percepção do espaço pesado, intuído, apreendido, para, a seguir e
concomitantemente, disseminá-lo, como algo a ser realizado no cotidiano.
O sentido de uma educação de valores está em entrar em relação
dinâmica com a realidade e com os problemas que os alunos e as aulas vivem,
levando-se em conta o contexto de globalidade da experiência pessoal. É
nessa questão que reside o desafio: como educar para valores que por vezes,
entram em contradição com a realidade social, plural, que se vivencia no
cotidiano?
Os valores e as atitudes se educam sempre em contextos as
realidades, ou seja, na interação com os outros, com o ambiente e com a
realidade em que se está inserido. Os valores são algo abstrato, homogêneo e
definido que se aprende e se incorpora conceitualmente na estrutura do
conhecimento.
Os valores se expressão em atitudes e em comportamentos
concretos, comprometidos com a realização de projetos de vida e de
felicidade,próprios de determinado grupo social.São ainda características de
ação humana que motivam a conduta,orientam a vida e marcam a
personalidade do educando.
A transversalidade no currículo, tal qual é apresentada pelos PCNS,
fundamenta-se em uma concepção da educação ética e humanista, que
objetiva uma educação integral, de valores que sirvam de referência aos alunos
e que lhe permitam conjugar, em harmonia, o aprender a viver por meio do
conhecer, sentir, conviver, intervir, como realidade que se encontram e se
fundem ao longo do processo educativo.
Os PCNS propõem que o professor atue para desenvolver uma
postura crítica frente á realidade do aluno, incluindo-se os valores oriundos de
casa. Portanto, recomenda-se o estabelecimento e restabelecimento de uma
38
relação entre o que se aprende e a realidade do aluno. O contexto local e
comunidade escolar (professores, funcionários, alunos e pais) e que ocorre
nesta porção do espaço geográfico e nesta fração do social, são considerados
como elementos de vital importância para o processo de reflexão ambiental.
Com relação á prática de transversalidade, especificamente na
abordagem do tema Meio Ambiente, faz-se necessário que o professor tenha
alguma familiaridade com a linguagem ambientalista, sendo fundamental que o
mesmo possibilite aos alunos o reconhecimento de fatores que produzam o
desenvolvimento sustentável. Embora as questões ambientais e a vivência de
valores que façam parte da preocupação de muitos professores e ainda que
parte deles, por meio de diferentes concepções teóricas metodológicas, venha
discutindo estes problemas, a prática da temática ambiental ainda gera muita
controvérsia, em relação á formação dos professores. Castro; Spazziani; e
Santos (2000) afirmam que para o efetivo alcance dos objetivos dos PCNS, é
necessária uma formação continua dos professores, no sentido de superar a
falta de clareza entre os conteúdos e a transversalidade, como também de
suplantar lacunas metabólicas, em relação à prática interdisciplinar da
Educação Ambiental.
Assim como o MEC instituiu os PCNS como uma proposta para
separar o quadro crônico do fracasso escolar e os descréditos em relação á
fundação social da escola, principalmente a pública, que de modo geral, retrata
a realidade das camadas desfavorecidas da sociedade, tal órgão também
deveria promover e instituir articulações para que os princípios de uma
consciência ambiental responsável possam alcançar todas as esferas do
conhecimento. Neste caso, as universidades devem desempenhar um papel
de suma importância, para que, partindo dos pressupostos discutidos
acima,integrem a Educação Ambiental com um princípio arraigado no processo
de formação acadêmica nos cursos de formação de professores.
A prática da Educação Ambiental deve se caracterizar como uma
concepção do mundo, tanto para o professor quanto para o aluno, bem como
39
deve alcançar todos os setores envolvidos no processo educacional, no sentido
de desenvolver uma postura crítica, gente á realidade das informações e aos
conceitos inerentes ao tema. Este perfil de educação é um desafio, pois vai
além da pedagogia, tendo em vista a necessidade do que poderíamos chamar
de ecopedagogia.
É neste sentido que a proposta definida por meio dos PCNS precisa
ser revista e trabalhada com mais profundidade. A discussão que envolve a
problemática ambiental deve estar atenta aos modelos econômicos. O atual
contexto sociopolítico e econômico sugere que as diferentes disciplinas
científicas busquem a internacionalização de princípios econômicos e valores
ecológicos para garantir a sustentabilidade do processo econômico de
desenvolvimento, tendo em vista que as relações político-econômicas
resultaram na expansão da exploração desenfreada da natureza. Conforme
Oliveira (2008), este modelo de civilização resulta do processo de
industrialização acelerado pela globalização, que tem agravado a qualidade de
vida, e faz com que a humanidade entenda que os problemas ambientais e a
violência contra o meio ambiente se constituem como fenômenos
transnacionais, visto que uma ação realizada em um lugar acaba afetando os
outros. Um exemplo são os problemas pelos acidentes atômicos, ou ainda o
desmatamento desenfreado da floresta amazônica. Os acidentes atômicos no
primeiro momento dão a impressão de que afetam apenas os que estão
próximos, mas a radiação atômica chega a todos os lugares do Planeta,
carregada pelas correntes de água, pelos ventos e outras formas. Esta
compreensão de ambiente planetário se alimenta de novos acontecimentos
que produzem catástrofes na superfície da Terra, como náufragos de grandes
petroleiros, acidente nucleares como o Chernobyl. Estes acidentes são
pontuais, no entanto dão ao futuro do globo a imagem de um Planeta em
perigo. A tais fatos localizados, se acrescentam os fenômenos da extensão,
que atravessam fronteiras, como a destruição da camada de ozônio e as
chuvas ácidas, que reforçam o sentimento de risco enfrentado pela
comunidade terrestre.
40
Levando-se em conta a complexidade da dinâmica sociocultural e
ambiental, a escola não pode se abster, preocupando-se apenas com alguns
aspectos, como a preservação pura e simples dos recursos naturais. É
necessário ir além da prática tradicional, que considera o Meio Ambiente como
algo separado do indivíduo cidadão.
Para serem eficazes, os PCNS exigem uma releitura da prática,
pedagógica e do processo de formação humana, como também uma
concepção do conhecimento. Assim as discussões sobre o Meio Ambiente
necessitam desvelar o contexto histórico, para explicitar os porquês da crise
ambiental atual e os enganos cometidos no passado. Isto demanda do
educador ambiental uma visão integrada no meio e de seus determinantes não
só naturais, mas também históricos, políticos, econômicos e sociais. Do mesmo
modo, é necessário ultrapassar a idéia de que o salvamento do Meio Ambiente
está somente nas mãos das ciências naturais e tecnológicas.
41
CONCLUSÃO
As leituras e estudos que nortearam este estudo não deixam dúvidas
que nos últimos trinta anos, a Educação Ambiental tem assumido um papel de
destaque, tornando-se um dos elementos mais essenciais na construção de
uma nova sociedade conquistando o reconhecimento da sua importância.
Contudo, há pouca expressividade de hábitos e atitudes individuais e coletivas
o que denota uma consciência ainda superficial e difusa sobre as questões
ambientais.
O papel da educação ambiental escolar, especialmente no âmbito
escolar, merece destaque o quanto esta favorece a construção de
conhecimentos, valores, e atitudes sustentáveis visando à formação de sujeitos
críticos e participantes da realidade a que pertencem de um modo
ambientalmente equilibrado. Isso é possível a partir de um trabalho
aprofundado de análise das condições sócio-ambientais e sensibilização para o
atual estado de crise ecológica que a Educação Ambiental promove não
apenas na sala de aula, mas na comunidade escolar como um todo.
Se de fato existir um cumprimento da Lei 9795/99 e se a Educação
Ambiental fizer parte do próprio Projeto Político Pedagógico (PPP) da
instituição de ensino, as chances de que a nova geração de alunos formados a
partir de uma consciência ecológica nascerem e renovarem a sociedade é
muito maior. Entendemos que isso é possível, mas a falta da disposição das
autoridades competentes e não priorização deste tema tem dificultado sua
realização.
O Lixo é um dos problemas ambientais mais graves que o planeta
enfrenta e precisa ser encarado com seriedade pelas autoridades ambientais
competentes não apenas através da promoção dos 3 rs (reduzir, reciclar e
reutlizar), mas através de um maior rigor no cumprimento da legislação
favorecida através da capacitação de profissionais para o trabalho com o lixo e
42
a promoção da Educação Ambiental em todos os níveis de ensino sem
distinção de classe social.
Diante do exposto, chega-se ao final desta dissertação com a
certeza de que é preciso um processo educativo permanente envolvendo toda
a sociedade para que, de fato, se obtenham resultados expressivos na sua
transformação rumo à construção de uma sociedade mais justa e sustentável.
O problema do lixo não é uma exceção. Estimulando o consumo responsável, a
reciclagem e o reaproveitamento sempre que possível, a Educação Ambiental
tem um papel fundamental na busca de respostas para seu enfrentamento.
43
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I O desafio do lixo 10 1.1. Conseqüências ambientais do lixo 12 1.2. Formas para diminuir o lixo 13 1.3. Sobre o destino final do lixo 14 1.3.1. Aterros 15 1.3.2. Incinerador 16 1.3.3. Compostagem 16 1.4. Os cuidados com o lixo 16 1.4.1. Em casa 17 1.4.2. No trabalho 17 1.4.3. Na praia ou no campo 17 1.5. Algumas dicas para melhorar a nossa qualidade de vida 18 1.6. O aterro de Jardim Gramacho e o processo de trabalho dos catadores de lixo 18 CAPÍTULO II Reciclagem 20 2.1. A regra dos 3r 20 2.2. Por que reciclar? 21 2.3. A reciclagem se transformando em arte na escola 22 2.4. Reciclagem reduz custo de matéria-prima 23 CAPÍTULO III Educação Ambiental no Âmbito Escolar 25 3.1. Por que Educação Ambiental? 26 3.2. A Educação Ambiental nas escolas 26 3.3. Educação Ambiental para a Educação Infantil 33 3.4. Os PCN’s e a Educação Ambiental: o que dizem 35 CONCLUSÃO 41 BIBLIOGRAFIA 42 WEBGRAFIA 43 FOLHA DE AVALIAÇÃO 45
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FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES Instituto de Pesquisa Sócio-Pedagógicas Curso de Graduação a Distância Título da Monografia
ENFRENTANDO O PROBLEMA DO LIXO ATRAVÉS DA
EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS Data da Entrega: ___________________________ Avaliado por: ______________________________Grau: ________________
Rio de Janeiro, ______ de ______________________ de ________ _______________________________________________________________
Coordenação do Curso