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INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS FASB FACULDADE SÃO FRANCISCO DE BARREIRAS COORDENAÇÃO DE FISIOTERAPIA PERFIL SENSÓRIO MOTOR DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E PERCEPÇÃO DO CUIDADOR EM RELAÇÃO À FISIOTERAPIA BARREIRAS BA OUTUBRO 2018 Amanda Nunes Gobbi Sandra Margarethe Silva Freire Sobrinha

INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS

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Page 1: INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS

INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS

FASB – FACULDADE SÃO FRANCISCO DE BARREIRAS

COORDENAÇÃO DE FISIOTERAPIA

PERFIL SENSÓRIO MOTOR DE CRIANÇAS COM

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E PERCEPÇÃO DO

CUIDADOR EM RELAÇÃO À FISIOTERAPIA

BARREIRAS – BA

OUTUBRO 2018

Amanda Nunes Gobbi

Sandra Margarethe Silva Freire Sobrinha

Page 2: INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS

Amanda Nunes Gobbi

Sandra Margarethe Silva Freire Sobrinha

PERFIL SENSÓRIO MOTOR DE CRIANÇAS COM

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUISTA E PERCEPÇÃO DO

CUIDADOR EM RELAÇÃO À FISIOTERAPIA

Monografia apresentada a Faculdade

São Francisco de Barreiras como

requisito de avaliação do curso de

Fisioterapia, sob orientação da

professora Esp. Ana Paula

Rodrigues Camargo.

BARREIRAS – BA

OUTUBRO 2018

Page 3: INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS

AMANDA NUNES GOBBI

SANDRA MARGARETHE SILVA FREIRE SOBRINHA

PERFIL SENSÓRIO MOTOR DE CRIANÇAS COM

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUISTA E PERCEPÇÃO DO

CUIDADOR EM RELAÇÃO À FISIOTERAPIA

____________________________________

Prof. Dr. Magda Caino Teixeira Reis

Coordenadora de Fisioterapia

BANCA EXAMINADORA

______________________________ ______________________________

Page 4: INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho aos meus pais, aos quais nunca mediram esforços para que

eu chegasse até aqui, aos meus irmãos e meu sobrinho por todo incentivo e apoio e a

minha orientadora Ana Paula pela paciência e por lutar pela valorização da fisioterapia.

Amanda Nunes Gobbi

Page 5: INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS

DEDICATÓRIA

Dedico todo empenho e esforço depositado neste trabalho para a minha família, pela

capacidade de acreditar no meu futuro em especial a minha mãe Ivonete Freire e a

minha avó Joana Maria que sempre foram guerreiras e vibram minha vitória

constantemente.

Sandra Margarethe Silva Freire Sobrinha

Page 6: INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida, por me permitir ter saúde,

por me ofertar força para conseguir vencer todos os desafios encontrados durante a

elaboração desse trabalho.

Agradeço a minha dupla Sandra, pelo companheirismo, por toda a compreensão,

dedicação e comprometimento durante a realização de todas as etapas deste trabalho.

Agradeço à minha orientadora Ana Paula por toda a paciência durante as

orientações, e por compartilhar todo o seu conhecimento.

Agradeço a professora Luciane Jóia pelas aulas para orientar a realização deste

estudo.

Agradeço à presidente da Associação dos Amigos dos Autistas de Barreiras,

Maureen Coité, por colaborar com as informações necessárias para essa pesquisa e aos

pais que participaram e que autorizaram seus filhos a participarem.

Por fim agradeço aos demais professores, aos meus amigos e parentes, que de

alguma forma ajudaram na realização deste trabalho.

Amanda Nunes Gobbi

Page 7: INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS

AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus que iluminou o meu caminho durante esta

caminhada.

Gostaria de agradecer à todos os meus professores, especialmente a orientadora

Ana Paula Rodrigues Camargo, por exigir de mim muito mais do que eu imaginava ser

capaz de fazer. Agradeço a professora Luciane Jóia por todo o incentivo para realização

deste estudo, desde o primeiro dia da minha graduação.

Agradeço à presidente da Associação dos Amigos dos Autistas de Barreiras,

Maureen Coité, por colaborar com as informações necessárias para essa pesquisa, e aos

pais que foram de extrema importância por autorizarem seus filhos a participarem.

Manifesto aqui minha gratidão a minha dupla Amanda Gobbi pela grande ajuda

para realização desse trabalho. As minhas colegas de sala, em especial a Larissa Mendes

e Thabata Teixeira muito obrigada pelo companheirismo, apoio e paciência em vários

momentos de dificuldade durante todos esses anos.

Sandra Margarethe da Silva Freire Sobrinha

Page 8: INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 15

2. CAPITULO I – TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA .............................. 17

2.1. DEFINIÇÃO ........................................................................................................ 17

2.2. ETIOLOGIA ........................................................................................................ 18

2.3. EPIDEMIOLOGIA .............................................................................................. 19

2.4. DIAGNÓSTICO .................................................................................................. 19

2.5. A MULTIDISCIPLINARIEDADE NO TRATAMENTO DO TEA .................. 20

2.6. IMPORTANCIA DA PERCEPÇÃO DOS PAIS/CUIDADORES ..................... 21

3. CAPITULO II – INICIO DO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR . 23

3.1. PSICOMOTRICIDADE ...................................................................................... 23

3.1.1. TONICIDADE .............................................................................................. 24

3.1.2. MOTRICIDADE GLOBAL .......................................................................... 24

3.1.3. MOTRICIDADE FINA................................................................................. 24

3.1.4. EQUILIBRIO ................................................................................................ 25

3.1.5. LATERALIDADE ........................................................................................ 25

3.1.6. ORGANIZAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL .................................................. 25

3.1.7. ESQUEMA CORPORAL ............................................................................. 26

4. CAPITULO III – ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA .............................................. 28

5. OBJETIVOS............................................................................................................ 32

5.1. OBJETIVO PRIMÁRIO ...................................................................................... 32

5.2. OBJETIVOS SECUNDÁRIOS ........................................................................... 32

6. CASUÍSTICA E MÉTODO .................................................................................... 33

6.1. TIPO DE ESTUDO ............................................................................................. 33

6.2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DA PESQUISA ...................................................... 33

6.3. POPULAÇÃO ..................................................................................................... 33

6.4. AMOSTRA .......................................................................................................... 33

6.5. INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS ............................................... 34

6.6. DESCRIÇÃO DA COLETA DE DADOS .......................................................... 35

6.7. DESCRIÇÃO DA ANÁLISE DOS DADOS ..................................................... 35

6.8. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO PARA OS SUJEITOS ........................................ 35

6.9. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO PARA OS SUJEITOS ....................................... 36

Page 9: INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS

7. RESULTADOS ....................................................................................................... 37

8. DISCUSSÃO ........................................................................................................... 42

9. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 47

10. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................. 48

11. ANEXOS ............................................................................................................. 53

11.1. ANEXO I – ESCALA DE DESENVOLVIMENTO MOTOR (EDM) ............. 53

11.2. ANEXO II – CHILD AUTISM RATING SCALE (CARS) ............................ 87

11.3. ANEXO III – PERFIL SENSORIAL ................................................................ 93

11.4. ANEXO IV – PARECER DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA ...... 100

11.5. ANEXO V – TERMO DE ASSENTIMENTO ................................................ 102

11.6. ANEXO VI – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

(TCLE) ...................................................................................................................... 105

11.7. ANEXO VII – CARTA DE ACEITE INSTITUCIONAL .............................. 108

12. APÊNDICE ....................................................................................................... 109

12.1. CARTILHA DE ORIENTAÇÃO ENTREGUE AOS PAIS...................... 109

Page 10: INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

TEA – Transtorno do Espectro Autista

DSM-V – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5ª Edição

CARS – Childhood Autism Rating Scale

M-CHAT - Modified Checklist for Autism in Toddlers

DNPM – Desenvolvimento Neuropsicomotor

SNC – Sistema Nervoso Central

EDM – Escala de Desenvolvimento Motor

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

IM – Idade Motora

IMG – Idade Motora Geral

QMG – Quociente Motor Geral

IC – Idade Cronológica

ATE - Acompanhamento Terapêutico Escolar

Page 11: INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Descrição da Gravidade do Transtorno do Espectro Autista ......................... 37

Gráfico 2 Preferência lateral apresentada pelas crianças................................................ 40

Gráfico 3 Percepção dos Pais/ cuidadores em relação à atuação da Fisioterapia em

crianças com TEA .......................................................................................................... 41

Gráfico 4 Nível de Importância atribuída pelos pais em relação à atuação da Fisioterapia

em crianças com TEA..................................................................................................... 41

Page 12: INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Características das crianças participantes ........................................................ 37

Tabela 2 Média da Idade Cronológica das crianças em meses....................................... 37

Tabela 3 Percentual das alterações sensoriais apresentadas pelas crianças.................... 38

Tabela 4 Percentual de crianças que apresentaram Diferença Clara nos itens

relacionados ao Perfil Sensorial de acordo com a gravidade indicada pela CARS ........ 39

Tabela 5 Média das idades motoras de cada elemento psicomotor e da idade motora

geral da Escala de Desenvolvimento Motor ................................................................... 39

Tabela 6 Classificação do Quociente Motor Geral ......................................................... 40

Page 13: INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS

RESUMO

Introdução: O Transtorno do Espectro Autista é uma disfunção global do desenvolvimento, caracterizada

principalmente por alterações na comunicação, na interação social e por apresentar padrões estereotipados

de comportamento. Esses indivíduos também apresentam déficits sensoriais relacionados à audição, a

visão, ao tato, a sinestesia, propriocepção e motores como: alterações no equilíbrio, na marcha, na

coordenação, na motricidade fina e grossa. Objetivo: Traçar o Perfil Sensório Motor nas Crianças com

Transtorno do Espectro Autista e Identificar a Percepção do Cuidador em relação à Fisioterapia.

Casuística e método: Se trata de um estudo quantitativo, descritivo, de corte transversal, de levantamento

de dados. A amostra foi composta por 11 crianças portadoras do Transtorno do Espectro Autista e por 11

cuidadores. Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram a Childhood Autism Rating Scale

(CARS), o Perfil Sensorial e a Escala de Desenvolvimento Motor (EDM). Resultados: A média da idade

cronológica das crianças foi de 75,2±33,5 meses, 100% eram do sexo masculino. Os participantes

apresentam alguma alteração em todos os itens do Perfil Sensorial. A média da idade Motora Geral foi

menor do que a idade cronológica. 81,82% dos pais não conhecem a atuação da fisioterapia. Conclusão:

Conclui-se que as crianças participantes apresentam alterações motoras e sensoriais. Os pais não possuem

percepção quanto à atuação da fisioterapia.

Palavras-Chaves: AUTISMO; DESENVOLVIMENTO INFANTIL; ESCALAS.

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ABSTRACT

Introduction: Autism Spectrum Disorder is a global developmental dysfunction characterized mainly by

changes in communication, social interaction, and stereotyped patterns of behavior. The canals also

exhibit sensory deficits related to hearing, vision, sensitivity, synesthesia and proprioception, and motor,

such as changes in balance, gait, direction, fine and gross motor skills. Objective: To map the Motor

Sensory Profile in Children with Autistic Spectrum Disorder and to identify the Caregiver's Perception

regarding Physiotherapy. Casuistry and method: This is a quantitative, descriptive, cross-sectional study

of data collection. The sample consisted of 11 children with Autism Spectrum Disorder and 11 caregivers.

The instruments used for data collection were the Childhood Autism Rating Scale (CARS), the Sensory

Profile and the Motor Development Scale (EDM). Results: The mean chronological age of the children

was 75.2 ± 33.5 months, 100% were male. The participants present some alteration in all items of the

Sensory Profile. The mean age of the General Motor was lower than the chronological age. 81.82% of the

parents do not know about physical therapy. Conclusion: It is concluded that the participating children

present motor and sensory alterations. Parents do not have perceptions regarding the performance of

physiotherapy.

Keywords: AUTISM; CHILD DEVELOPMENT; SCALES.

Page 15: INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS

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1. INTRODUÇÃO

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma síndrome, de caráter

heterogêneo, que afeta o desenvolvimento neuropsicomotor de crianças (FEZER et al,

2017). É caracterizado por três fatores: dificuldades na interação social, transtornos na

comunicação, seja, verbal ou não verbal, e padrões estereotipados repetitivos de

comportamento (MACHADO, 2015). De acordo com Maia et al (2016), os sinais e

sintomas passam a surgir antes dos 36 meses de idade e se tornam mais evidentes

quando a criança é inserida no contexto social. Em decorrência da causa ser

desconhecida, o diagnóstico é inteiramente clínico (PEREIRA et al, 2012).

Além das diversas características já citadas, o portador de Transtorno do

Espectro Autista pode apresentar respostas alteradas aos estímulos sensoriais,

agressividade, déficits cognitivos, levando a uma alteração significativa nas áreas

sensoriais (auditiva, tátil, sinestésica, visual, vestibular e proprioceptiva) permitindo que

a criança tenha um atraso no desenvolvimento do potencial neuropsicomotor.

(PEREIRA et al, 2012). Dentre as alterações motoras, podem ser citadas: mudanças no

equilíbrio, dificuldades na marcha, e nas habilidades manuais (ANJOS et al, 2017). Já

as alterações sensoriais são perceptíveis em relação ao olfato, a audição, a visão, ao tato

e ao paladar (MOTA, 2008).

A aquisição do estímulo sensorial é aprimorada a partir da infância, tratando-se

de um processo neurológico, tendo o objetivo organizar as sensações geradas dentro do

corpo e do meio externo sendo possível o uso e a comunicação do corpo com o

ambiente externo. Quando existe a dificuldade de processamento sensorial nas crianças

com Transtorno do Espectro Autista, há uma interferência na execução das atividades

de vida diária (ROCHA E DOUNIS, 2013).

O desenvolvimento motor também se inicia nos primeiros anos de vida, onde é

caracterizado pela aquisição de um amplo espectro de habilidades motoras, permitindo

que o indivíduo possua o domínio do seu corpo em diferentes posições, tanto de forma

estática quanto dinâmica, de se locomover por diferentes ambientes e de manipular

objetos (AMARO et al, 2009).

A depender do desenvolvimento motor da criança, deve ser adotada uma

intervenção para ajustar, modificar ou evoluir este desenvolvimento. Isto pode ser

Page 16: INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS

16

realizado através de escalas avaliativas, como por exemplo, a Escala de

Desenvolvimento Motor, que atua nas áreas da motricidade fina, motricidade grossa,

equilíbrio, esquema corporal, organização espacial, organização temporal e lateralidade

(ANJOS et al, 2017).

A atuação da fisioterapia se faz necessário na tentativa de minimizar as

alterações sensório - motoras, pois a intervenção precoce é um método da fisioterapia

que possui relevância quanto à estimulação adequada. (MACHADO, 2011). Os

principais objetivos do tratamento fisioterapêutico é diminuir as alterações motoras,

realizar os estímulos sensoriais, ajudar na integração social e adaptar o indivíduo nas

realizações das suas atividades funcionais e de vida diária (SEGURA et al, 2011).

A família, ou cuidadores, representam o primeiro contato da criança com

autismo com o meio social. São eles os responsáveis por prover as necessidades básicas

desses indivíduos, além de auxiliar no tratamento, conduzindo o indivíduo aos diversos

profissionais participantes da equipe multidisciplinar necessária. A grande maioria dos

familiares que cuidam dessas crianças são as mães, que na maioria das vezes

abandonam suas atividades laborais para se dedicarem exclusivamente aos filhos

(FILHO et al, 2016).

Anjos et al (2017), realizaram um estudo de caráter qualitativo sobre a percepção

dos cuidadores, onde foi constatado que os mesmos compreendem que a fisioterapia é

importante, mas não sabe do que se trata de fato. Nesse contexto é necessário entender o

que essas pessoas acham da atuação da fisioterapia, para que seja feito a orientação dos

mesmos, e assim, contribuir para o desenvolvimento das crianças diagnosticadas com

Transtorno do Espectro Autista. Nesses termos, o objetivo desse estudo foi traçar o

perfil sensório motor de crianças com transtorno do espectro autista e identificar a

percepção do cuidador em relação à fisioterapia.

Page 17: INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS

17

2. CAPITULO I – TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

2.1. DEFINIÇÃO

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio geneticamente

heterogêneo do desenvolvimento neurológico, que se inicia nos primeiros anos de vida,

sendo caracterizado por déficits sociais e comunicativos, assim como, por padrões de

comportamento restritos e repetitivos (FEZER et al, 2017). A quinta edição do Manual

Estatístico e Diagnóstico de Transtornos Mentais (DSM-V) aborda que o termo

Transtorno do Espectro Autista faz referência a múltiplas alterações incluindo: autismo,

Síndrome de Aspeger e Transtornos Globais do Desenvolvimento sem outra

especificação (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2013).

O termo autismo foi descrito pela primeira vez em 1943 por um psiquiatra

austríaco chamado Leo Kenner que publicou um artigo intitulado “Autistic disturb nace

of affetive contact”(Os distúrbios austísticos do contato afetivo), onde observou 11

crianças apresentado sintomas de isolamento social, problemas na comunicação e

movimentos estereotipados e repetitivos. Após mais de 70 anos, foram realizados

estudos, nas diversas áreas de conhecimento, no intuito, sem sucesso, de explicar o que

ocorre nesse transtorno e suas causas (MARTINS E MONTEIRO, 2017; SILVA E

OLIVEIRA, 2018).

A comunicação está presente no cotidiano das pessoas que as utiliza como forma

de expressar seus desejos e sentimentos, de demonstrar seus pensamentos, trocarem

informações com outros indivíduos. Segundo Passerine et al (2010), na comunicação

não verbal, a criança autista não apresenta linguagem corporal clara, assim como

dificuldades na linguagem coloquial na comunicação verbal, apresentando falas

desajustadas no contexto.

O comprometimento social apresentado pelas crianças diagnosticadas com o

transtorno do espectro autista ocorre devido ao fato dessas crianças apresentarem

dificuldades de compreender as outras pessoas. Os marcos que representam essa

dificuldade de interação interpessoal podem ser descritos por isolamento, falta de

contato visual, de expressão facial e de gestos corporais, além de não demonstrar afeto

por seus pares (BACKES et al, 2015).

Page 18: INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS

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Backes et al (2015) dizem que os comportamentos restritos dos portadores de

Transtorno do Espectro Autista são expressos por estereótipos e padrões repetitivos de

movimentos motores, ao utilizar objetos e na fala. Também podem ser notados

interesses restritos, atitudes obsessivas às rotinas e hipo ou hipersensibilidade aos

estímulos sensoriais, com os sons do ambiente, odores, sabores, tato. Além disso, essas

crianças podem apresentar comportamentos agressivos ou auto lesivos

(comportamentos relacionados a machucar a si mesmo), pode-se notar também birras

(BORBA E BARROS, 2018).

2.2. ETIOLOGIA

Nos últimos anos diversas pesquisas vêm sendo realizadas por todo o mundo no

que diz respeito a principal etiologia do autismo, no qual ainda é desconhecida. Partindo

do pressuposto que existem possíveis causas que condicionaram o aparecimento do

transtorno em questão, sendo eles: alterações genéticas, perinatais e obstétricas, hipóxia

perinatal, a prematuridade, a idade materna e paterna avançada, bem como condições

que colaboram para a fisiopatologia do autismo, acredita-se estar diretamente

relacionada com a carga genética que o indivíduo carrega e por fatores ambientais

(FEZER et al, 2017).

Em relação à teoria genética como fator desencadeante do Transtorno do

Espectro Autista, Coutinho e Bosso (2015) afirmam através de estudos que é possível a

existência de alterações em vários genes. Relatam ainda a possibilidade de existir

mutação em um único par de genes que codificam uma proteína que está envolvida nas

conexões sinápticas. Outra suposição é de que existem irregularidades no número de

cópias dos genes (mutações de novo), que antes não foram vistos nos genitores. A idade

paterna avançada pode ser o agente causador de novas mutações de novo.

Outro agente causal é a influência de fatores ambientais, sendo de origem

externa, como infecções maternas ou da criança, uso de determinados medicamentos

durante a gestação, podem possuir um efeito nocivo ao organismo, sendo assim bem

relevante no desenvolvimento do transtorno, como também a ação de substâncias

tóxicas: uso de bebidas alcoólicas e drogas ilícitas, que sendo ingeridas pela mãe

durante a gestação, possui o potencial de provocar complicações severas, como também

Page 19: INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS

19

condicionar um parto espontâneo com o descolamento prematuro da placenta, aspectos

que alteram o neurodesenvolvimento fisiológico. (OLIVEIRA E SERTIÉ, 2017).

Para Fezer et al (2017), a idade avançada da genitora tem influência tanto

genética quanto ambiental, podendo ser observados um grande número de mutações

genéticas e alterações cromossômicas, pois, o ambiente uterino dessas mães são menos

propícios em decorrência a desarranjos hormonais e endócrinos, podendo levar a

complicações obstétricas.

Há a discussão da possibilidade de o Autismo ser decorrente de disfunções do

Sistema Nervoso Central. As regiões dos Lobos Frontal, Temporal, Superior, Parietal e

das Amígdalas estão envolvidas com o comportamento social. A linguagem está

relacionada com a área de Broca, no Giro Frontal Inferior e em algumas regiões do

Córtex motor. O Sulco Temporal Superior tem fundamental importância no

processamento da linguagem e da atenção social. Já os padrões estereotipados e

repetitivos representam alterações em regiões do Córtex Orbito-Frontal e do Núcleo

Caudado (REGO, 2012).

2.3. EPIDEMIOLOGIA

Pesquisas demonstram que a incidência de pessoas com TEA é muito maior no

sexo masculino do que no feminino, apresentando níveis de 20 indivíduos para cada

20.000, entretanto esse valor tende a ser maior do que o esperado, chegando a 1% de

toda a população (BORBA E BARROS, 2018). No Brasil, o único estudo que existe, é

o de prevalência de Paula (2011) que diz que o autismo afeta uma em cada 370 crianças.

2.4. DIAGNÓSTICO

Em decorrência da ausência de um marcador biológico conhecido como agente

causal do Transtorno do Espectro Autista, o diagnóstico é essencialmente clínico, onde

uma equipe interdisciplinar realiza uma entrevista com os pais e cuidadores dessas

crianças (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

Os comportamentos que os autistas apresentam são comparados aos critérios da

quinta edição do Manual Estatístico e Diagnóstico de Transtornos Mentais (DSM-5)

Page 20: INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS

20

publicado em 2013 pela Associação Americana de Psiquiatria, que é um manual que

favorece a percepção das doenças mentais. Para ser diagnosticada desse modo, o

indivíduo deve apresentar sintomas de comprometimento sócio comunicativos nos

primeiros três anos de vida (BORBA E BARROS, 2018).

Para auxiliar na identificação do autismo, existem instrumentos de rastreamentos

que observam sintomas pertinentes ao transtorno levantando a suspeita do diagnóstico,

como por exemplo, a CARS e o M-CHAT (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

A CARS (Childhood Autism Rating Scale) é uma escala voltada para crianças

acima dos dois anos de idade, composta por 15 itens relacionados à: relações pessoais,

imitação, resposta emocional, uso corporal, uso de objetos, resposta a mudanças,

resposta visual, resposta auditiva, uso do paladar, olfato e tato, medo e ansiedade, nível

de atividades, nível de consistência de respostas intelectuais e impressões gerais. Avalia

o autismo diferenciando-o em leve, moderado ou grave (FERREIRA et al, 2016).

De acordo com Losapio e Pondé (2008), o M-CHAT (Modified Checklist for

Autism in Toddlers) é um questionário de rastreamento precoce contendo 23 perguntas,

que são realizadas para os pais ou cuidadores de crianças entre 18 e 24 meses de vida.

Apresenta critérios relativos aos interesses das crianças na interação social, capacidade

de realizar o contato visual, imitação, brincadeiras, no uso de gestos para atrair atenção

social do parceiro ou para solicitar ajuda.

2.5. A MULTIDISCIPLINARIEDADE NO TRATAMENTO DO TEA

O projeto terapêutico deve ser resultado da união de uma equipe multidisciplinar

em comum acordo com a família, baseado no diagnóstico elaborado. Para tal é

necessário que cada membro da equipe faça uma avaliação minuciosa da criança,

traçando um plano que atenda as necessidades individuais do paciente (MINISTÉRIO

DA SAÚDE, 2013).

O Ministério da Saúde (2013) determina que o processo de reabilitação e

habilitação deva ser feito de maneira humanizada e acolhedora, considerando o estado

emocional tanto da criança quanto da família, sendo voltado para o desenvolvimento da

funcionalidade e da independência do paciente, prevenindo possível deterioração da

capacidade funcional do mesmo, sendo feito o acompanhamento médico e dos demais

Page 21: INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS

21

profissionais envolvidos com os aspectos emocionais, comportamentais, cognitivas e de

linguagem.

O médico, geralmente neuropediatra, além de diagnosticar o autismo, é

responsável por identificar comorbidades, orientar os pais em relação aos tipos de

tratamento necessários e ainda pela farmacologia, receitando medicamentos voltados

para o controle da irritação, da autoagressão e de outras alterações associadas (SILVA E

MULICK, 2009).

Já o psicólogo, além de ter participação no diagnóstico, possui o papel de

orientar e dar suporte aos cuidadores, por ajustar o comportamento da criança, as

respostas emocionais, estimular a interação social e ainda de preparar para a vida

escolar (PAULA et al, 2016).

De acordo com Klinger, 2010, o fonoaudiólogo tem papel fundamental no

estimulo da comunicação nos portadores de TEA, desenvolvendo a linguagem oral e

também a não verbal, preparando-o para compreender o outro e agir de acordo com as

demandas exigidas pelo ambiente no qual vive.

Para Barba e Minatel (2013), o terapeuta ocupacional, auxilia no

desenvolvimento das habilidades de vida diária, como vestir-se, usar o banheiro, pentear

os cabelos, calçar sapatos; melhora da motricidade fina usada para, por exemplo,

realizar escrita, cortar papel; também para ajuste sensorial, diminuindo estereotipias,

além de melhorar a concentração.

Para a integração social da criança autista na escola, atualmente está sendo

utilizado um método conhecido por Acompanhamento Terapêutico Escolar (ATE), que

consiste na possibilidade de o indivíduo possuir um acompanhante dentro e fora da sala

de aula que possui a função de incentivar e facilitar a socialização com o restante do

grupo e incentiva-las a realizar as atividades elaboradas pelo professor, respeitando seus

limites (NASCIMENTO et al, 2015).

2.6. IMPORTANCIA DA PERCEPÇÃO DOS PAIS/CUIDADORES

Os cuidadores, em sua grande maioria composta pelas mães, são os primeiros a

perceber os sinais de que existe algo de diferente no desenvolvimento da criança

portadora do TEA. Geralmente esses indivíduos abandonam suas atividades laborais, de

Page 22: INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS

22

lazer e de autocuidado para dedicar-se exclusivamente nos cuidados do filho (SILVA et

al, 2017).

O entendimento acerca do que se trata o autismo pelos tutores é de fundamental

importância, pois, os mesmos são os encarregados de procurar os tratamentos

necessários para aprimorar o desenvolvimento da criança. Quanto mais cedo for

realizado o diagnóstico, mais cedo o autista irá receber a reabilitação adequada. Desse

modo é imprescindível que os profissionais expliquem aos pais o que se passa no TEA

(ANJOS et al, 2017).

A atuação da fisioterapia para o desenvolvimento neuropsicomotor das crianças

diagnosticadas com o TEA é pouco conhecida pelos pais ou cuidadores. Provavelmente

isso se deve ao fato de que esses indivíduos são pouco orientados em relação às

características do distúrbio, a presença de alterações sensoriais e motoras, e também,

por acreditar que o tratamento deva ser somente de cunho psicopedagogo (SEGURA et

al, 2011).

Ainda segundo Ferreira et al (2016), o profissional de fisioterapia deve dominar

as propriedades do transtorno em questão, além das técnicas pertinentes ao tratamento

fisioterapêutico voltados para o desenvolvimento neuropsicomotor dessas crianças

assim como para ocorrer a inclusão social. Com isso, é possível que esses profissionais

saibam como orientar os pais a cerca da importância desse tratamento para seus filhos.

Page 23: INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS

23

3. CAPITULO II – INICIO DO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR

O desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) é um processo sequencial,

contínuo e que tem relação com a idade cronológica, pelo qual se adquire habilidades

motoras, que progridem de movimentos simples e desorganizados para habilidades

motoras altamente organizadas e complexas. Diversos fatores podem colocar em risco o

curso normal do desenvolvimento e entre estes estão uma série de condições biológicas

ou ambientais (MARINHO et al., 2015).

A forma em que a criança se expressa através dos movimentos permite uma

comunicação direta com o mundo, pois, a partir dele começam a atuação do ser

pensante participando ativamente em sua vida social. Ao nos deparar com diversos tipos

de criança sendo elas: apáticas, hipotônicas, com a atividade motora reduzida, e

posturas viciosas, nota-se dificuldades de iniciar um movimento. Existem crianças

hiperativas, sem ter nenhum interesse por objetos ou pessoas, a qual é possível perceber

alteração no desenvolvimento motor. (GESCHWIND, 2013).

Pode-se dizer que a aquisição de marcos de desenvolvimento pelas crianças

depende do funcionamento do SNC e de outras dimensões do funcionamento orgânico,

bem como da carga e da qualidade dos estímulos e das relações que a criança vivencia,

na qual ela se depara constantemente no seu cotidiano (CRISTÓBAL, 2015).

3.1. PSICOMOTRICIDADE

Segundo a Associação Brasileira de Psicomotricidade define-se a

Psicomotricidade como o resultado da interação do corpo do homem em movimento em

relação às suas experiências ao meio interno e externo, pela sua individualidade

genética, além da linguagem e da capacidade de interação social (COSTA E SILVA,

2009).

A Psicomotricidade é a forma como o indivíduo consegue perceber a si próprio

no tempo e no espaço, concebendo diferentes meios de comunicação entre o ambiente e

ele mesmo, ou seja, desenvolvendo a capacidade de os movimentos corporais com a

inteligência em paralelo. Para que haja o movimento a partir do sistema

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24

musculoesquelético, o intelecto deve fornecer estímulos a partir do Sistema Nervoso

(FALCÃO, 2010).

Existem estruturas psicomotoras as quais são consideradas unidades básicas, que

são representados por: tonicidade, motricidade global, motricidade fina, equilíbrio,

organização espaço-temporal, esquema corporal e lateralidade (FALCÃO, 2010).

3.1.1. TONICIDADE

A tonicidade é o estado de tensão fisiológica dos músculos, permitindo tanto o

equilíbrio estático, quanto o dinâmico, independente da postura e se o corpo está em

inércia ou não. A modulação do tônus é essencial para a realização do movimento

corporal, pois, é preciso que ocorra a contração concêntrica e excêntrica dos músculos

(SOUSA, 2013).

3.1.2. MOTRICIDADE GLOBAL

Motricidade Global são movimentos de grandes grupos musculares diferentes

com o objetivo de realizar movimentos voluntários com os membros inferiores junto

aos membros superiores. É dependente do equilíbrio postural. A movimentação permite

a criança a encontrar seu eixo corporal, se adaptando e em busca do equilíbrio,

aprimorando a cada vez mais, sendo conscientizado de seu próprio corpo e de suas

posturas. Compreendem-se como motricidade global atividades como: andar, correr,

saltar, pular, nadar, sentar, entre outros (ANDRADE, 2013).

3.1.3. MOTRICIDADE FINA

Para Andrade (2013) a motricidade fina pode ser definida como a capacidade de

realizar movimentos coordenados utilizando pequenos grupos musculares distais.

Representa a união de três componentes: o objeto, o olho e a mão. As atividades que

compõem esses movimentos são: desenhar, escrever, pintar, costurar, recortar, digitar.

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25

3.1.4. EQUILIBRIO

Para Falcão (2010), o equilíbrio é a capacidade de manter-se em uma base de

sustentação corporal, que se apresenta mediante a ação da gravidade. Para que haja o

equilíbrio, é necessário a modulação adequada do tônus muscular. Existem 3 tipos de

equilíbrio: Estático: quando o corpo está em estado de inercia, por exemplo, ficar nas

pontas dos pés. Dinâmico: quando há movimentação, por exemplo, o ato de andar em

linha reta. Recuperado: quando há a restauração do equilíbrio partindo de qualquer

movimento.

3.1.5. LATERALIDADE

A lateralidade está relacionada com a capacidade do individuo em utilizar mais

um lado do corpo do que o outro (esquerdo ou direito), acontecendo em três níveis:

olho, membro superior e membro inferior. Essa unidade só é amadurecida a partir das

vivencias experimentadas pela criança. O lado dominante possui maior força muscular,

é mais rápido e mais preciso em comparação ao outro lado (ANDRADE, 2013).

3.1.6. ORGANIZAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL

É a habilidade que o individuo possui de se orientar no espaço e no tempo. Para

isso, é necessário que ocorra em várias dimensões em relação aos devidos planos e

eixos. Para Sousa (2013), a organização espaço-temporal possui fundamental

importância na interação social. É o meio que a criança possui para se adequar ao

ambiente em que vive, analisando as semelhanças e diferenças entre objetos. Para haver

a aquisição da organização espaço-temporal é necessário ter o conhecimento de

diferentes formas, de tamanho, de qualidade, de quantidade, de posições e de

movimentos.

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26

3.1.7. ESQUEMA CORPORAL

O esquema corporal é a consciência que o indivíduo tem sobre o próprio corpo,

permitindo que consiga se relacionar com espaços, com outras pessoas e com objetos.

As informações proprioceptivas são o que permite essa consciência. Falcão (2010) diz

que o córtex é o responsável por coletar as informações recebidas através das sensações

táteis, visuais, auditivas e dos órgãos permitindo a noção espacial em virtude das suas

posturas.

Tendo em vista que a gravidade do autismo é influenciada pela independência

funcional do indivíduo, em relação ao seu desenvolvimento fisiológico, entende-se que

a pessoa com o atraso neuropsicomotor pode mesmo assim agregar funções ao

desempenhar atividades que lhe proporciona autonomia por um longo período

(CRISTÓBAL, 2015).

Existem algumas crianças portadoras do Transtorno do Espectro Autista que

mesmo com estímulos realizados de forma precoce para conseguir desempenhar as

competências motoras normais, não adquirem a capacidade de desenvolvê-las no tempo

adequado para a idade cronológica. (SACREY et al., 2014).

No tratamento fisioterapêutico a ativação motora e sensorial é crucial. Jogos

interativos, brinquedos pedagógicos e lúdicos ajudam na busca do aperfeiçoamento a

concentração das habilidades da motricidade fina, na coordenação e nas demais

unidades psicomotoras. (SEGURA, NASCIMENTO, KLEIN, 2011).

Conforme descrito por Amaro (2010) o autismo é referido como um transtorno

adverso no desenvolvimento normal que vem a ser percebido na criança antes dos três

primeiros anos de vida. Os movimentos estereotipados e reiterativos são característicos

do envolvimento prejudicial à linguagem verbal, interação social e comunicação.

As crianças com Síndrome do Espectro Autista podem sofrer um

comprometimento dos aspectos fonológicos com uma influência considerável na

comunicação, onde a linguagem será principalmente a base para a estruturação psíquica,

psicomotora e cognitiva. Conceder novos meios de expressão acarreta possibilidades e

acesso a funções importantes. (ROSA NETO et al., 2013).

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27

Em decorrência da criança autista apresentar dificuldades na comunicação e da

própria percepção perante o meio ambiente e em relação a outras pessoas, verifica-se

diferentes níveis de alterações no desenvolvimento psicomotor. Além disso,

modificações no comportamento, como os movimentos repetitivos e estereotipados, são

características pertinentes ao portador e do mesmo modo fator influenciador para o

comprometimento do desenvolvimento neuromotor (FALKENBACH et al, 2010).

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28

4. CAPITULO III – ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA

No que diz respeito à fisioterapia, suas técnicas e práticas aplicadas à criança

com transtorno do espectro autista, inicialmente se faz necessário compreender como as

alterações neuro-músculo-esqueléticas influenciará no atraso do DNPM e como essa

interferência pode afetar diretamente na aquisição de postura, na marcha do paciente e

qual a principal forma para que a incitação seja antecipada. De fato, o que se sabe ao

certo é que a estimulação precoce é fundamental para crianças que possuem patologias

neurológicas, e é por meio de estímulos associados baseados nos conceitos da Pediatria

que é possível melhorar a vida de cada criança (SEGURA et al, 2011).

Corroborando, Gondim et al (2014), realizaram pesquisas que demonstram

técnicas específicas como a intervenção precoce, que é um método da fisioterapia que

possui relevância quanto a estimulação adequada para pacientes com microcefalia,

levando em conta todas as áreas sensoriais (auditiva, tátil, sinestésica, visual, vestibular

e proprioceptiva) a serem estimuladas, permitindo que a criança tenha o máximo de

desenvolvimento do potencial neuropsicomotor.

Visar o tratamento específico para cada tipo de paciente que possua

características de desordens do desenvolvimento neuromotor não é uma tarefa muito

fácil de ser realizada. As afecções motoras comprometem seriamente a qualidade de

vida de cada um. Fernandes (2008) evidenciou que crianças portadoras do TEA

possuem limitações no padrão motor da marcha, pois, elas apresentaram irregularidades

ao caminhar e no movimento geral, além de andar na ponta dos pés, passando por

mudanças que estão intimamente ligados á sua funcionalidade, prejudicando os

movimentos durante uma simples caminhada.

Além das alterações na marcha, os Autistas podem ainda apresentar dificuldade

de noção do próprio corpo, incoordenações na motricidade global e na motricidade fina,

fator que prejudica as realizações das Atividades de Vida Diárias, alteração do tônus,

provocando desregulação no equilíbrio e alterações sensoriais (AZEVEDO E

GUSMÃO, 2016).

O Ministério da Saúde (2013) assegura que a avaliação deve ser realizada

respeitando a variabilidade genética e a individualidade de cada criança. A partir disso

os objetivos do tratamento pleiteado devem estar relacionados em fornecer

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29

funcionalidade às crianças, viabilizar o máximo de independência possível e prevenir

declínios do quadro clínico. É crucial frisar como a comunicação não só com as crianças

mais também com o respectivo familiar que lhe acompanha influencia na eficácia do

tratamento, cabe ao fisioterapeuta adequar a linguagem aos diferentes contextos sociais,

principalmente possuir atitudes de comportamento ético frente ao paciente.

Existem recursos importantes que auxiliam a formação do diagnóstico clinico e

também o cinético funcional da criança com o Transtorno do Espectro Autista, sendo

estes, a aplicação de escalas que tem o objetivo graduar o comprometimento motor,

sensorial e o grau de severidade que cada indivíduo apresenta. Mesmo sendo elas de

diferentes grupos etários, as condutas terapêuticas junto com as perspectivas para um

bom prognóstico são traçadas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

Uma das escalas que pode auxiliar o fisioterapeuta, tanto a identificar as

alterações psicomotoras, quanto na instituição do tratamento é a EDM (Escala de

Desenvolvimento Motor) desenvolvida para crianças de 2 a 11 anos, através de testes de

motricidade fina, motricidade global, equilíbrio, organização temporal e espacial e

lateralidade. Essas provas são realizadas de acordo com a idade cronológica do

individuo, sendo que, se a idade motora for menor que a idade cronológica considera-se

que a criança está numa idade negativa (COSTA E SILVA, 2009).

Outra escala que assiste na atuação da fisioterapia é o Perfil Sensorial,

questionário que possui 125 itens, dividido em três seções principais: processamento

sensorial, modulação e respostas comportamentais e emocionais, sendo respondidos

pelos pais através de suas observações em relação à criança. Tem o objetivo de

identificar as alterações sensoriais a certos estímulos que interferem nas funções diárias

da criança (ROCHA E DOUNIS, 2013).

Os atos cotidianos realizados por uma criança portadora do TEA podem ser

treinados. São esses: os atos de sentar, levantar-se, ficar em pé, deambular, pegar e

manipular objetos. O principal recurso fisioterapêutico a ser utilizado é estimular o

paciente através de atividades motoras apropriadas, da forma adequada, facilitando o

movimento da criança (AZEVEDO E GUSMÃO, 2016).

Baseando-se na idade cronológica de cada criança portadora do TEA, sabe-se

que mesmo havendo lesões eventuais no sistema nervoso o não comprometimento total

das habilidades, permite a criança à melhora da capacidade funcional dentro das suas

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30

possibilidades, objetivando assim a qualidade de vida desses pacientes. Seja qual for a

idade que a criança autista venha a adquirir a capacidade de realização da marcha com

todas as fases corretas da deambulação, o mesmo está destinado a aprender como ocorre

o desempenho motor eficaz (GONDIM et al, 2014).

Os métodos de intervenção fisioterapêuticos respeitam sobre tudo a

individualidade e a disponibilidade da criança para a realização, assim como o contexto

ambiental, técnicas de alongamento muscular, treino proprioceptivo para melhor

adequação da localização espacial da criança portadora do TEA, o treino de marcha com

obstáculos, melhorar a motricidade fina e grossa com objetos lúdicos que estimulem e

como todo treinamento deve ser especifico para cada paciente, proporcionando o

máximo de independência dentro dos limites. A melhora da aprendizagem motora

depende exclusivamente da prática supervisionada, do conhecimento da meta e da

motivação que é passado do fisioterapeuta para com a criança (FERREIRA et al, 2016).

Ainda de acordo com Ferreira et al (2016) é possível realizar um plano

terapêutico para as crianças com TEA que auxiliam a modulação do tônus, melhora do

equilíbrio, aumento da força muscular, integração sensorial e o desenvolvimento da

propriocepção, através de atividades lúdicas envolvendo as habilidades de sentar,

levantar, rolar, pular, subir escadas, pegar e arremessar objetos.

A integração sensorial é um tratamento voltado para a habilidade de organizar as

sensações táteis, vestibulares e proprioceptivas. Tem o objetivo de diminuir

movimentos estereotipados, aumentar a capacidade de atenção, comunicação, interação

social, organização das sensações internas e de melhorar o desempenho das Atividades

de Vida Diária. É realizada através de objetos que apresentam diferentes cores, formas e

texturas e também através de tarefas que permitem a transferências de posturas

(SEGURA et al, 2011).

É imprescindível salientar que as intervenções fisioterapêuticas em crianças são

de grande valia, pois o profissional capacitado realiza o tratamento eficaz utilizando

diversos estímulos aplicados, podendo potencializar o DNPM, assegurando o bem-estar

do paciente atendido (FERREIRA et al, 2016). Tornando-se necessário notabilizar a

eficácia da estimulação precoce na evolução significativa do desenvolvimento

neuropsicomotor e nas deformidades presentes nesses pacientes infantis.

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31

Do ponto de vista de Segura et al (2011) a fisioterapia tem como papel a

identificação e maximização das esferas de promoção, prevenção, intervenção,

habilitação e reabilitação da vida do indivíduo portador do TEA. Isto engloba a parte

física, fisiológica, psicológica e bem-estar social, é notório o quanto a vida de cada

criança pode ser modificada dia após dia. Envolvendo a interação entre o fisioterapeuta

e uma comunicação maior entre os familiares, vale ressaltar os cuidadores como um

todo, mostrando como um profissional devidamente qualificado e totalmente necessário

para avaliar os pacientes para traçar um diagnóstico cinético funcional devido, sendo

assim, instituindo um plano terapêutico eficiente.

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5. OBJETIVOS

5.1. OBJETIVO PRIMÁRIO

Traçar o Perfil Sensório Motor nas Crianças com Transtorno do Espectro Autista

e Identificar a Percepção do Cuidador em relação à Fisioterapia.

5.2. OBJETIVOS SECUNDÁRIOS

• Identificar as características de crianças com Transtorno do Espectro Autista;

• Avaliar a motricidade fina, a motricidade global, o equilíbrio, o esquema

corporal, a organização espacial, a organização temporal e a lateralidade em

crianças com Transtorno do Espectro Autista;

• Abordar as possíveis alterações sensoriais nos indivíduos com Transtorno do

Espectro Autista;

• Investigar a percepção dos cuidadores das crianças com Transtorno do Espectro

Autista em relação à Fisioterapia.

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6. CASUÍSTICA E MÉTODO

Este estudo foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa com seres humanos da

Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB, sendo aprovado através do CAAE

89671018.7.0000.5026 em 03 de agosto de 2018.

6.1. TIPO DE ESTUDO

Este trabalho caracterizou-se por um estudo do tipo quantitativo, descritivo, de

corte transversal, de levantamento de dados, onde foi realizado a aplicação de duas

escalas de avaliação e de um questionário, para se obter dados de um determinado grupo

de pessoas que possuem características em comum.

6.2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DA PESQUISA

A pesquisa foi realizada em uma instituição de utilidade pública, localizada na

cidade de Barreiras, estado da Bahia, na rua Drº Renato Gonçalves, número 144, bairro

Renato Gonçalves.

6.3. POPULAÇÃO

A população deste estudo foi composta por 60 indivíduos entre as crianças que

possuem diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista e seus cuidadores.

6.4. AMOSTRA

Foi realizado um cálculo amostral com 90% de nível de confiança e com

margem de erro de 10%, tendo assim uma amostragem de 33 participantes de ambos os

sexos entre crianças portadoras do Transtorno do Espectro Autista e cuidadores.

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34

6.5. INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS

Para a realização deste estudo utilizou-se como instrumento as seguintes escalas:

EDM, CARS e Perfil Sensório Motor. Além disso, foi feito uma questão objetiva aos

cuidadores das crianças com TEA, relacionada à percepção dos mesmos quanto à

atuação da fisioterapia, elaborada pelas pesquisadoras.

A Escala de Desenvolvimento Motor (EDM) tem o objetivo de avaliar o

desenvolvimento motor de crianças entre 2 e 11 anos de acordo com as provas de

habilidades relacionadas a motricidade fina, motricidade grossa, equilíbrio, esquema

corporal, organização temporal e espacial e lateralidade. Os dados obtidos determina a

idade motora geral, expressada em meses, que é obtida através do somatório de todos os

resultados positivos. Determina também o quociente motor geral, que é obtido pela

divisão da idade motora geral pela idade cronológica, em seguida o resultado é

multiplicado por 100.

A Childhood Autism Rating Scale (CARS) é uma escala de avaliação que possui

15 itens, apresentando variação de sete pontos, de normal a significantemente anormal,

que tem como objetivo identificar crianças com autismo e também distinguir de outras

crianças com prejuízo no desenvolvimento sem autismo. Além disso, permite a

descriminação de autismo leve, moderado e grave. Avalia os quesitos: relação com as

pessoas, resposta emocional, imitação, movimento do corpo, uso de objetos, adaptação

a mudanças, resposta visual, do som, ao paladar, cheiro e tato, medo e ansiedade,

comunicação verbal e não-verbal, nível de atividade, de consciência da resposta

intelectual e impressão global.

O Perfil Sensorial é uma avaliação contendo 125 itens, acrescido de duas

perguntas sobre a percepção do cuidador quanto à fisioterapia elaboradas pelos autores,

que deve ser respondida pelos pais de acordo com suas observações, indicada para

crianças de 3 a 10 anos. Tem o objetivo de mensurar o processamento sensorial, a

modulação, o comportamento e respostas emocionais. Cada questão apresenta cinco

opções de repostas: 1- sempre, 2- frequentemente, 3- ocasionalmente, 4- raramente e 5-

nunca. Em cada seção é realizado o somatório para encontrar o score bruto, que é

comparado em uma tabela para saber se a pontuação condiz com o processamento

sensorial para a idade.

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35

6.6. DESCRIÇÃO DA COLETA DE DADOS

A coleta dos dados ocorreu durante os meses de agosto a setembro do ano de

2018. Para tal, utilizou-se uma sala de avaliação contendo uma maca, uma mesa, duas

cadeiras, um ar condicionado de 18.000 btus e um armário contendo materiais lúdicos.

Os participantes da pesquisa foram recebidos individualmente, sendo a data

previamente agendada pelas autoras da pesquisa, mediante os contatos informados pela

presidente da instituição onde os mesmos eram cadastrados. As pesquisadoras leram e

explicaram os objetivos, a justificativa e os riscos da pesquisa e informaram aos

participantes que caso os mesmos desejassem desistir da pesquisa teriam total liberdade,

após esse momento assinaram o Termo de Assentimento e o Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido.

No primeiro momento, as pesquisadoras leram e explicaram as questões contidas

na CARS e no Perfil Sensorial aos pais, sendo as respostas marcadas a caneta

esferográfica azul ou preta no próprio instrumento. Por último realizou-se os testes

propostos pela Escala de Desenvolvimento Motor com as crianças.

6.7. DESCRIÇÃO DA ANÁLISE DOS DADOS

Após a coleta dos dados os resultados foram devidamente analisados através de

uma estatística frequência simples e posteriormente transcritos e apresentados em forma

de tabelas e gráficos.

6.8. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO PARA OS SUJEITOS

Foram incluídos nessa pesquisa, crianças de 2 a 11 anos, que possuem

diagnóstico fechado de Transtorno do Espectro Autista, de grau leve a moderado, que

residirem na cidade de Barreiras Bahia e seus cuidadores que aceitaram participar do

estudo, assinando o TCLE.

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36

6.9. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO PARA OS SUJEITOS

Foram excluídas da pesquisa, as crianças que não foram capazes de entender o

que está sendo solicitado nas escalas de avaliação e que apresentaram patologias

associadas.

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7. RESULTADOS

Dentre a amostra de 33 pessoas, 1 foi excluída por apresentar outas patologias

associadas ao autismo e 10 por não aceitar a assinar o TCLE. Por tanto, participaram

deste estudo 11 crianças e 11 pais, totalizando 22 pessoas. Em relação ao gênero das

crianças 100% (11) eram do sexo masculino (Tabela 1).

Tabela 1 Características das crianças participantes

Total de Crianças Participantes 11

Gênero Feminino 0

Gênero Masculino 11 Fonte: Elaborado pelas autoras

A média da idade cronológica das crianças avaliadas nesse estudo, calculada em

meses, foi 75,2±33,5 o que corresponde a aproximadamente 6 anos (Tabela 2).

Tabela 2 Média da Idade Cronológica das crianças em meses

Média da Idade Cronológica 75,2±33,5

Idade Máxima 132

Idade Mínima 24 Fonte: Elaborado pelas autoras

Com a aplicação da CARS, foi possível perceber que a maioria das crianças,

sendo 45,45% (5), recebeu a classificação de autista leve a moderado, como pode ser

visto no gráfico 1.

Gráfico 1 Descrição da Gravidade do Transtorno do Espectro Autista

Fonte: Elaborado pelas autoras

NÃO AUTISTA AUTISTA LEVE AMODERADO

AUTISTA SEVERO

0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

CARS

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38

Quanto ao questionário Perfil Sensorial, foi possível notar que a maior parte das

crianças apresentam alguma alteração sensorial em todos os itens, sendo, A; C; D; E; H;

e M os mais notáveis em relação à atuação da fisioterapia. (Tabela 3).

Tabela 3 Percentual das alterações sensoriais apresentadas pelas crianças

PERFIL SENSORIAL

PROCESSAMENTO

SENSORIAL

DESEMPENHO

TÍPICO

DIFERENÇA

PROVAVÉL

DIFERENÇA

CLARA

A. Auditivo 9,10% 27,27% 63,63%

B. Visual 72,73% 0% 27,27%

C. Vestibular 18,18% 27,27% 54,55%

D. Tátil 9,10% 36,36% 54,54%

E. Multissensorial 0% 27,27% 72,73%

F. Oral 9,10% 18,18% 72,72%

G. Processamento

Sensorial relacionado ao

Tônus/ Resistência

45,46% 18,18% 36,36%

H. Modulação

relacionada à posição do

corpo no espaço

0% 36,36% 63,64%

I. Modulação do

movimento afetando o

nível de atividade

63,63% 27,27% 9,10%

J. Modulação da entrada

sensorial afetando as

respostas emocionais

0% 18,18% 81,82%

K. Modulação da

entrada visual afetando

respostas emocionais

0% 36,36% 63,64%

L. Respostas

emocionais/ sociais 9,10% 27,27% 63,63%

M. Resultados

comportamentais do

processamento sensorial

36,36% 9,10% 54,54%

N. Itens que indicam

limiar de resposta 27,27% 27,27% 45,46%

Fonte: Elaborado pelas autoras

Page 39: INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS

39

Na tabela 4 pode-se observar que quanto mais Severo foi a classificação do TEA

identificada na CARS, maior foi o comprometimento relacionado aos itens do Perfil

Sensorial mais evidentes para a atuação da fisioterapia.

Tabela 4 Percentual de crianças que apresentaram Diferença Clara nos itens relacionados ao

Perfil Sensorial de acordo com a gravidade indicada pela CARS

Processamento Sensorial Não

Autista

Autista Leve a

Moderado

Autista

Severo

Auditivo 100% 60% 100%

Visual 50% 40% 75%

Tátil 0% 60% 100%

Multissensorial 50% 60% 100%

Modulação Relacionada à Posição do Corpo

no Espaço 50% 80% 100%

Resultados comportamentais do

processamento sensorial 50% 20% 100%

Fonte: Elaborado pelas autoras

A média da Idade Motora Geral, obtida com a utilização da EDM, foi de

63,4±34,6 meses, sendo esta inferior à idade cronológica. Na tabela 5 pode ser

observada a idade motora de cada elemento psicomotor avaliado, onde, a IM4 e a IM6

foram as que apresentaram menores resultados em comparação à idade cronológica.

Tabela 5 Média das idades motoras de cada elemento psicomotor e da idade motora

geral da Escala de Desenvolvimento Motor

ESCALA DE DESENVOLVIMENTO MOTOR

IDADE EM MESES

PROVA MOTORA MÉDIA MÍNIMO MÁXIMO

IM1 - Motricidade Fina 66,5±33,67 24 120

IM2 - Motricidade Global 69,8±29,3 24 108

IM3 - Equilíbrio 64,3±31,4 24 132

IM4 - Esquema Corporal 58,9±37,3 0 132

IM5 - Organização Espacial 70,9±34,9 24 132

IM6 - Organização Temporal 57,8±49,1 0 132

IMG - Idade Motora Geral 63,4±34,6 16 122 Fonte: Elaborado pelas autoras

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40

Em relação à lateralidade, 63,63% (7) é destro completo, 9,10% (1) é sinistro

completo e 27,27% (3) apresenta lateralidade cruzada (gráfico 2).

Gráfico 2 Preferência lateral apresentada pelas crianças

Fonte: Elaborado pelas autoras

Foi realizado o cálculo da média do Quociente Motor Geral (QMG), sendo

81,1±14,5 meses, representando a classificação normal baixo. Estratificando os

resultados, foi possível observar que 36,36% (4) eram classificados como normal

médio, 27,27% (3) como normal baixo, 9,10% (1) como inferior e 27,27% como muito

inferior.

Tabela 6 Classificação do Quociente Motor Geral

Muito Superior 0

Superior 0%

Normal Alto 0%

Normal Médio 36,36%

Normal Baixo 27,27%

Inferior 9,10%

Muito Inferior 27,27% Fonte: Elaborado pelas autoras

A maioria dos pais, ou seja, 81,82% (9) disseram não ter o conhecimento da

atuação da fisioterapia com crianças autistas (Gráfico 3).

0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

80,00%

Destro Completo Sinistro Completo Lateralidade Cruzada

Page 41: INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS

41

Gráfico 3 Percepção dos Pais/ cuidadores em relação à atuação da Fisioterapia em

crianças com TEA

Fonte: Elaborado pelas autoras

Porém, 81,82% (9) de todos os pais disseram considerar o tratamento

fisioterapêutico importante para os portadores do Transtorno do Espectro Autista

(Gráfico 4).

Gráfico 4 Nível de Importância atribuída pelos pais em relação à atuação da Fisioterapia

em crianças com TEA

Fonte: Elaborado pelas autoras

0,00%

50,00%

100,00%

SIM

NÃO

0,00%

50,00%

100,00% IMPORTANTE

MUITO

IMPORTANTE

POUCO

IMPORTANTE

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42

8. DISCUSSÃO

Os dados obtidos no presente trabalho foram realizados com a análise de

instrumentos aplicados as crianças que possuíam diagnóstico médico de transtorno do

espectro autista, a amostra foi composta por 22 pessoas, no entanto uma criança possuía

patologia associada, sendo assim a mesma não pode ser incluída no projeto de pesquisa,

segundo esse o critério de exclusão que determinava e outras 10 pessoas não aceitaram

participar do estudo.

É consenso entre os diversos autores na literatura que existem mais casos de

indivíduos do sexo masculino diagnosticados com o Transtorno do Espectro Autista do

que do gênero feminino (FERREIRA et al, 2016). Estes dados corroboram com este

estudo, uma vez que, 100% das crianças participantes são do sexo masculino, onde

totalizou 11 crianças, e nenhuma criança do sexo feminino por meio de uma avaliação

quantitativa relacionada ao gênero da criança.

Para Fadda e Cury (2016), existe certa complexidade para se estabelecer o

diagnóstico do TEA, em virtude de não existir uma etiologia definida. O fato de o

distúrbio ser heterogêneo e possuir uma grande variabilidade de grau de

comprometimento funcional, indo do leve até o grave, dificultam ainda mais a

identificação da patologia em questão. Em decorrência a isso, o diagnóstico é

substancialmente clínico.

Além do DSM-V, existem outros meios para auxiliar na identificação do

autismo, como escalas de avaliação objetivas. Um exemplo é Childhood Autism Rate

Scale (CARS), no qual é um instrumento utilizado em várias partes do mundo que

avalia desde a interação social da criança até a capacidade de imaginação e possui a

vantagem de o aplicador não necessitar de muita capacitação prévia (SANTOS et al,

2012).

Partindo do pressuposto da aplicação da escala CARS ser um instrumento de

triagem, sua confiabilidade é feita através de uma confirmação clinica colaborando para

diagnósticos mais completos, pois ela determina o nível de gravidade que a criança tem

em relação ao autismo. Em um estudo de Santos et al (2016), foi utilizado a CARS com

o objetivo de classificar o grau de severidade de crianças matriculadas na Associação

Maringaense dos Autistas, pode-se perceber que a maior parte das crianças (47,91%)

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43

apresentaram grau Leve a Moderado, o que ratifica essa pesquisa sendo que

aproximadamente 45% das crianças participantes apresentam o mesmo resultado.

Em contrapartida, Rapin e Golgman (2008) criticam a CARS por não diferenciar

o Autismo da Síndrome de Asperger, além disso, as autoras depreciam essa escala por

existir crianças que apresentam características do TEA e que possuem pontuação entre

20 e 30, sendo classificadas como Sem Autismo. Sugerem ainda que este instrumento

não deve ser utilizado isoladamente para o fechamento do diagnostico. Este fato vai de

encontro com este estudo, onde, 2 meninos (18,18%) receberam a classificação Sem

Autismo, porém, um dos critérios de inclusão foi de a criança ter previamente o

diagnóstico de TEA.

O Perfil Sensorial elaborado por Winnie Dunn em 1999, foi produzido com o

objetivo de avaliar e mensurar o quanto o processamento sensorial auxilia ou

compromete no desempenho funcional das atividades cotidianas. Dentre os benefícios

da aplicação desse questionário estão: investigar informações importantes sobre o

processamento sensorial, associar com o desempenho das funções diárias, fornecer

informações para a tomada de decisões terapêuticas, integrar os cuidadores como

membros críticos da equipe multidisciplinar, avaliar crianças com deficiência

(MATTOS et al, 2015).

Para Mattos (2016) crianças diagnosticadas com o Transtorno do Espectro

Autista apresentam quadros de alterações sensoriais, sendo caracterizados por hipo ou

hiperreatividade aos estímulos ou por um interesse atípico aos aspectos sensoriais

presentes no ambiente como, negligencia a dor ou a temperatura, reações controvérsias

a sons ou texturas, necessidade exagerada de tocar ou cheirar objetos, fascínio por luzes

e objetos. Partindo dessa premissa, grande parte dos avaliados dessa pesquisa

apresentaram modificações auditiva (63,63%) e tátil (54,54%).

O Processamento Sensorial acontece por meio de receptores sensoriais onde os

estímulos recebidos geram impulsos elétricos que serão direcionados a medula espinhal

e, por conseguinte ao tronco encefálico, passando por um processo de integração

precedentes de outros sentidos que requer interpretação e organização, logo após são

emitidas ao córtex cerebral onde as informações terão uma resposta do estímulo de

forma efetiva do planejamento motor, que por fim são enviados aos comandos, pois

quanto mais completa for as informações enviadas da região sub cortical ao córtex

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44

cerebral permitirá o cumprimento das funções cognitivas e motoras de forma suficiente

(ROCHA E DOUNIS, 2013).

A função sensorial está relacionada às sensações do corpo como resposta aos

estímulos provenientes do ambiente, possibilitando a realização de atividades, a

organização do próprio corpo e o comportamento. É irrefutável que ao interferir na

modulação no nível de atividade, o déficit no processamento sensorial ocasionará

instabilidade em filtrar informações sensoriais onde pode prejudicar diretamente as

atividades de vida diária (MATTOS et al, 2015). Seguindo esse pressuposto, 63,64%

das crianças apresentaram diferença clara em relação à Modulação Relacionada à

Posição do Corpo no Espaço e Resultados Comportamentais do Processamento

Sensorial.

Em um estudo de Vitorino (2016), que teve como objetivo descrever as

dificuldades encontradas em crianças com TEA em desempenhar tarefas funcionais

devido aos déficits sensoriais, foi aplicado o Perfil Sensorial em sete crianças entre 3 e

5, sendo notado que todas as crianças apresentaram alterações no processamento

multissensorial, o que foi evidenciado pelo fato dessas crianças apresentarem

dificuldades em tarefas de higiene pessoal e nas demais atividades cotidianas.

Reiterando esses dados, o presente estudo demonstrou que nenhuma criança apresentou

desempenho típico, sendo que 72,72% apresentaram diferença clara.

O sistema Vestibular regula funções relacionadas à postura, o equilíbrio e a

coordenação. Déficits nessa área provocam dificuldades de interação social, em realizar

movimentos coordenados, sensações distorcidas das estruturas do corpo, das relações

espaciais, prejudicando a percepção da criança para com o meio ambiente (ROCHA E

DOUNIS, 2013). Em concordância a isso, foi possível observar que um grande número

dos avaliados, representados por 54,55%, apresentam distúrbio vestibular.

Crianças diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista apresentam uma

heterogeneidade relacionados ao quadro clínico, fator que dificulta a identificação e

padronização das alterações apresentadas por esses indivíduos de acordo com a

gravidade da patologia (VITORINO, 2016). Entretanto, nessa pesquisa observou-se que

as crianças que receberam classificação de Autismo Severo com a aplicação da CARS,

foram as que mais apresentaram alterações sensoriais nos quesitos mais evidentes para a

estimulação da fisioterapia.

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45

O desenvolvimento motor na infância é caracterizado pela obtenção de

habilidades que permitem que a criança possua o domínio do próprio corpo em

diferentes posturas, em se locomover em diferentes ambientes e de diferentes formas,

além de manipular objetos e instrumentos diversos. Seguindo essa linha, a avaliação

motora tem o objetivo de monitorar as alterações ou atrasos do desenvolvimento motor

e elaborar estratégias intervencionistas. Um instrumento de avaliação objetivo e que

engloba todas as áreas do crescimento é a Escala de Desenvolvimento Motor, criada por

Francisco Rosa Neto em 2002 (AMARO et al, 2010).

A média da idade cronológica em meses das crianças encontrada nessa pesquisa

foi de 75,2±33,5 e média da Idade Motora Geral, também em meses, foi de 63,4±36,6.

Costa e Silva (2009) demonstraram que quando a Idade Cronológica for maior que a

idade Motora Geral significa que a criança apresenta um desenvolvimento motor abaixo

do esperado, sendo considerado em uma idade negativa.

Como resultado da aplicação da EDM pode perceber que as médias das idades

motoras das 6 medidas (motricidade fina e global, equilíbrio, esquema corporal,

organização espacial e temporal) foram menores do que a média da idade cronológica.

No estudo de Gusman (2017), foi aplicado a EDM com sete crianças diagnosticadas

com TEA, onde todas as crianças apresentaram idades motoras em todas as seis medidas

negativas comparadas à idade cronológica.

Apesar de as crianças terem apresentado alteração em todas as medidas, as que

mais se destacam por possuírem médias muito baixas, são a IM4 relacionada ao

esquema corporal e a IM 6 relacionada à organização temporal. Corroborando, Anjos et

al (2017), aplicaram a EDM em 30 crianças com TEA, onde, os participantes obtiveram

menor idade motora no esquema corporal e na organização espacial.

Diante do presente estudo, com relação à lateralidade das crianças, 63,63%

apresentaram preferência pelo lado direito do corpo, sendo considerado destro

completo. Bottesitini et al (2010) sugere que este dado se deve à fatores genéticos e pré-

natais, além disso, relata que 90% de toda a população é composta por destros.

A família representa a primeira forma de interação social do individuo. A

criança depende dos cuidados básicos dos pais ou cuidadores, pois, os mesmos são os

responsáveis por prover os cuidados básicos necessários, exercendo grande influencia

no crescimento e desenvolvimento da criança. Para os indivíduos com TEA, é assídua e

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46

participativa a presença dos pais em reuniões, consultas e acompanhamentos com toda a

equipe multidisciplinar. Por esse motivo é crucial que essas pessoas sejam bem

informadas a respeito da patologia e da gama de tratamentos multidisciplinares

disponíveis na atualidade (FILHO et al, 2015).

Dentre os 11 cuidadores entrevistados, 9 disseram não ter o conhecimento a

respeito da atuação da fisioterapia com crianças autistas. Em contrapartida, 81,82% dos

mesmos disseram considerar o tratamento fisioterapêutico para esses indivíduos muito

importante. Isso vai de encontro ao que diz Anjos et al (2017) que investigou a

percepção de 50 cuidadores, que alegaram não saber do que se trata a fisioterapia, mas

imaginam que seja importante para o desenvolvimento das crianças com TEA.

Como forma de melhorar a percepção dos pais e cuidadores daqueles

diagnosticados com o Transtorno do Espectro Autista em relação à atuação da

fisioterapia, é preciso que o fisioterapeuta domine os mecanismos fisiopatológicos e o

quadro clínico da patologia em questão, além de todas as possibilidades terapêuticas a

serem instituídas respeitando a individualidade de cada criança, para que assim, possam

orientar de forma sucinta os mesmos.

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47

9. CONCLUSÃO

Com este estudo, pode-se perceber que as crianças diagnosticadas com o

Transtorno do Espectro Autista apresentam déficits motores em comparação à idade

cronológica, relacionados à motricidade fina, motricidade global, equilíbrio, esquema

corporal, organização espacial e organização temporal. Além disso, apresentam

alterações sensoriais em vários segmentos, principalmente os correspondentes à

audição, vestibular, tátil, multissensorial, modulação relacionada à posição do corpo no

espaço e resultados comportamentais do processamento sensorial. Nota-se também que

as crianças que obtiveram classificação de Autismo Severo na CARS foram as que

apresentaram maiores índices de alterações sensoriais. A fisioterapia possui técnicas

terapêuticas capazes de auxiliar no desenvolvimento dessas crianças, junto com a equipe

multiprofissional.

Com relação aos pais e cuidadores, conclui-se que os mesmos desconheciam a

atuação da fisioterapia com crianças autistas, porém, os mesmos acreditam que seja

fundamental para a melhora do quadro de seus filhos. O fato de apenas 11 pais

concordarem participar deste estudo é um fator que evidencia ainda mais a falta da

percepção dos mesmos. Cabe ao fisioterapeuta conhecer todos os aspectos possíveis

pertinentes ao transtorno, para que assim possa orientar os pais adequadamente e

instituir a terapêutica adequada respeitando a individualidade de cada criança.

Page 48: INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS

48

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11. ANEXOS

11.1. ANEXO I – ESCALA DE DESENVOLVIMENTO MOTOR (EDM)

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11.2. ANEXO II – CHILD AUTISM RATING SCALE (CARS)

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11.3. ANEXO III – PERFIL SENSORIAL

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Você conhece a atuação da Fisioterapia em autistas?

( ) SIM ( ) NÃO

Nível que você considera importante o tratamento fisioterapêutico para seu filho:

( ) Não é importante

( ) Pouco Importante

( ) Importante

( ) Muito Importante

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11.4. ANEXO IV – PARECER DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA

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11.5. ANEXO V – TERMO DE ASSENTIMENTO

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11.6. ANEXO VI – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

(TCLE)

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11.7. ANEXO VII – CARTA DE ACEITE INSTITUCIONAL

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12. APÊNDICE

12.1. CARTILHA DE ORIENTAÇÃO ENTREGUE AOS PAIS

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