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INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS
FASB – FACULDADE SÃO FRANCISCO DE BARREIRAS
COORDENAÇÃO DE FISIOTERAPIA
PERFIL SENSÓRIO MOTOR DE CRIANÇAS COM
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E PERCEPÇÃO DO
CUIDADOR EM RELAÇÃO À FISIOTERAPIA
BARREIRAS – BA
OUTUBRO 2018
Amanda Nunes Gobbi
Sandra Margarethe Silva Freire Sobrinha
Amanda Nunes Gobbi
Sandra Margarethe Silva Freire Sobrinha
PERFIL SENSÓRIO MOTOR DE CRIANÇAS COM
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUISTA E PERCEPÇÃO DO
CUIDADOR EM RELAÇÃO À FISIOTERAPIA
Monografia apresentada a Faculdade
São Francisco de Barreiras como
requisito de avaliação do curso de
Fisioterapia, sob orientação da
professora Esp. Ana Paula
Rodrigues Camargo.
BARREIRAS – BA
OUTUBRO 2018
AMANDA NUNES GOBBI
SANDRA MARGARETHE SILVA FREIRE SOBRINHA
PERFIL SENSÓRIO MOTOR DE CRIANÇAS COM
TRANSTORNO DO ESPECTRO AUISTA E PERCEPÇÃO DO
CUIDADOR EM RELAÇÃO À FISIOTERAPIA
____________________________________
Prof. Dr. Magda Caino Teixeira Reis
Coordenadora de Fisioterapia
BANCA EXAMINADORA
______________________________ ______________________________
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho aos meus pais, aos quais nunca mediram esforços para que
eu chegasse até aqui, aos meus irmãos e meu sobrinho por todo incentivo e apoio e a
minha orientadora Ana Paula pela paciência e por lutar pela valorização da fisioterapia.
Amanda Nunes Gobbi
DEDICATÓRIA
Dedico todo empenho e esforço depositado neste trabalho para a minha família, pela
capacidade de acreditar no meu futuro em especial a minha mãe Ivonete Freire e a
minha avó Joana Maria que sempre foram guerreiras e vibram minha vitória
constantemente.
Sandra Margarethe Silva Freire Sobrinha
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida, por me permitir ter saúde,
por me ofertar força para conseguir vencer todos os desafios encontrados durante a
elaboração desse trabalho.
Agradeço a minha dupla Sandra, pelo companheirismo, por toda a compreensão,
dedicação e comprometimento durante a realização de todas as etapas deste trabalho.
Agradeço à minha orientadora Ana Paula por toda a paciência durante as
orientações, e por compartilhar todo o seu conhecimento.
Agradeço a professora Luciane Jóia pelas aulas para orientar a realização deste
estudo.
Agradeço à presidente da Associação dos Amigos dos Autistas de Barreiras,
Maureen Coité, por colaborar com as informações necessárias para essa pesquisa e aos
pais que participaram e que autorizaram seus filhos a participarem.
Por fim agradeço aos demais professores, aos meus amigos e parentes, que de
alguma forma ajudaram na realização deste trabalho.
Amanda Nunes Gobbi
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus que iluminou o meu caminho durante esta
caminhada.
Gostaria de agradecer à todos os meus professores, especialmente a orientadora
Ana Paula Rodrigues Camargo, por exigir de mim muito mais do que eu imaginava ser
capaz de fazer. Agradeço a professora Luciane Jóia por todo o incentivo para realização
deste estudo, desde o primeiro dia da minha graduação.
Agradeço à presidente da Associação dos Amigos dos Autistas de Barreiras,
Maureen Coité, por colaborar com as informações necessárias para essa pesquisa, e aos
pais que foram de extrema importância por autorizarem seus filhos a participarem.
Manifesto aqui minha gratidão a minha dupla Amanda Gobbi pela grande ajuda
para realização desse trabalho. As minhas colegas de sala, em especial a Larissa Mendes
e Thabata Teixeira muito obrigada pelo companheirismo, apoio e paciência em vários
momentos de dificuldade durante todos esses anos.
Sandra Margarethe da Silva Freire Sobrinha
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 15
2. CAPITULO I – TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA .............................. 17
2.1. DEFINIÇÃO ........................................................................................................ 17
2.2. ETIOLOGIA ........................................................................................................ 18
2.3. EPIDEMIOLOGIA .............................................................................................. 19
2.4. DIAGNÓSTICO .................................................................................................. 19
2.5. A MULTIDISCIPLINARIEDADE NO TRATAMENTO DO TEA .................. 20
2.6. IMPORTANCIA DA PERCEPÇÃO DOS PAIS/CUIDADORES ..................... 21
3. CAPITULO II – INICIO DO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR . 23
3.1. PSICOMOTRICIDADE ...................................................................................... 23
3.1.1. TONICIDADE .............................................................................................. 24
3.1.2. MOTRICIDADE GLOBAL .......................................................................... 24
3.1.3. MOTRICIDADE FINA................................................................................. 24
3.1.4. EQUILIBRIO ................................................................................................ 25
3.1.5. LATERALIDADE ........................................................................................ 25
3.1.6. ORGANIZAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL .................................................. 25
3.1.7. ESQUEMA CORPORAL ............................................................................. 26
4. CAPITULO III – ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA .............................................. 28
5. OBJETIVOS............................................................................................................ 32
5.1. OBJETIVO PRIMÁRIO ...................................................................................... 32
5.2. OBJETIVOS SECUNDÁRIOS ........................................................................... 32
6. CASUÍSTICA E MÉTODO .................................................................................... 33
6.1. TIPO DE ESTUDO ............................................................................................. 33
6.2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DA PESQUISA ...................................................... 33
6.3. POPULAÇÃO ..................................................................................................... 33
6.4. AMOSTRA .......................................................................................................... 33
6.5. INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS ............................................... 34
6.6. DESCRIÇÃO DA COLETA DE DADOS .......................................................... 35
6.7. DESCRIÇÃO DA ANÁLISE DOS DADOS ..................................................... 35
6.8. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO PARA OS SUJEITOS ........................................ 35
6.9. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO PARA OS SUJEITOS ....................................... 36
7. RESULTADOS ....................................................................................................... 37
8. DISCUSSÃO ........................................................................................................... 42
9. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 47
10. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................. 48
11. ANEXOS ............................................................................................................. 53
11.1. ANEXO I – ESCALA DE DESENVOLVIMENTO MOTOR (EDM) ............. 53
11.2. ANEXO II – CHILD AUTISM RATING SCALE (CARS) ............................ 87
11.3. ANEXO III – PERFIL SENSORIAL ................................................................ 93
11.4. ANEXO IV – PARECER DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA ...... 100
11.5. ANEXO V – TERMO DE ASSENTIMENTO ................................................ 102
11.6. ANEXO VI – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO
(TCLE) ...................................................................................................................... 105
11.7. ANEXO VII – CARTA DE ACEITE INSTITUCIONAL .............................. 108
12. APÊNDICE ....................................................................................................... 109
12.1. CARTILHA DE ORIENTAÇÃO ENTREGUE AOS PAIS...................... 109
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
TEA – Transtorno do Espectro Autista
DSM-V – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5ª Edição
CARS – Childhood Autism Rating Scale
M-CHAT - Modified Checklist for Autism in Toddlers
DNPM – Desenvolvimento Neuropsicomotor
SNC – Sistema Nervoso Central
EDM – Escala de Desenvolvimento Motor
TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
IM – Idade Motora
IMG – Idade Motora Geral
QMG – Quociente Motor Geral
IC – Idade Cronológica
ATE - Acompanhamento Terapêutico Escolar
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 Descrição da Gravidade do Transtorno do Espectro Autista ......................... 37
Gráfico 2 Preferência lateral apresentada pelas crianças................................................ 40
Gráfico 3 Percepção dos Pais/ cuidadores em relação à atuação da Fisioterapia em
crianças com TEA .......................................................................................................... 41
Gráfico 4 Nível de Importância atribuída pelos pais em relação à atuação da Fisioterapia
em crianças com TEA..................................................................................................... 41
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Características das crianças participantes ........................................................ 37
Tabela 2 Média da Idade Cronológica das crianças em meses....................................... 37
Tabela 3 Percentual das alterações sensoriais apresentadas pelas crianças.................... 38
Tabela 4 Percentual de crianças que apresentaram Diferença Clara nos itens
relacionados ao Perfil Sensorial de acordo com a gravidade indicada pela CARS ........ 39
Tabela 5 Média das idades motoras de cada elemento psicomotor e da idade motora
geral da Escala de Desenvolvimento Motor ................................................................... 39
Tabela 6 Classificação do Quociente Motor Geral ......................................................... 40
RESUMO
Introdução: O Transtorno do Espectro Autista é uma disfunção global do desenvolvimento, caracterizada
principalmente por alterações na comunicação, na interação social e por apresentar padrões estereotipados
de comportamento. Esses indivíduos também apresentam déficits sensoriais relacionados à audição, a
visão, ao tato, a sinestesia, propriocepção e motores como: alterações no equilíbrio, na marcha, na
coordenação, na motricidade fina e grossa. Objetivo: Traçar o Perfil Sensório Motor nas Crianças com
Transtorno do Espectro Autista e Identificar a Percepção do Cuidador em relação à Fisioterapia.
Casuística e método: Se trata de um estudo quantitativo, descritivo, de corte transversal, de levantamento
de dados. A amostra foi composta por 11 crianças portadoras do Transtorno do Espectro Autista e por 11
cuidadores. Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram a Childhood Autism Rating Scale
(CARS), o Perfil Sensorial e a Escala de Desenvolvimento Motor (EDM). Resultados: A média da idade
cronológica das crianças foi de 75,2±33,5 meses, 100% eram do sexo masculino. Os participantes
apresentam alguma alteração em todos os itens do Perfil Sensorial. A média da idade Motora Geral foi
menor do que a idade cronológica. 81,82% dos pais não conhecem a atuação da fisioterapia. Conclusão:
Conclui-se que as crianças participantes apresentam alterações motoras e sensoriais. Os pais não possuem
percepção quanto à atuação da fisioterapia.
Palavras-Chaves: AUTISMO; DESENVOLVIMENTO INFANTIL; ESCALAS.
ABSTRACT
Introduction: Autism Spectrum Disorder is a global developmental dysfunction characterized mainly by
changes in communication, social interaction, and stereotyped patterns of behavior. The canals also
exhibit sensory deficits related to hearing, vision, sensitivity, synesthesia and proprioception, and motor,
such as changes in balance, gait, direction, fine and gross motor skills. Objective: To map the Motor
Sensory Profile in Children with Autistic Spectrum Disorder and to identify the Caregiver's Perception
regarding Physiotherapy. Casuistry and method: This is a quantitative, descriptive, cross-sectional study
of data collection. The sample consisted of 11 children with Autism Spectrum Disorder and 11 caregivers.
The instruments used for data collection were the Childhood Autism Rating Scale (CARS), the Sensory
Profile and the Motor Development Scale (EDM). Results: The mean chronological age of the children
was 75.2 ± 33.5 months, 100% were male. The participants present some alteration in all items of the
Sensory Profile. The mean age of the General Motor was lower than the chronological age. 81.82% of the
parents do not know about physical therapy. Conclusion: It is concluded that the participating children
present motor and sensory alterations. Parents do not have perceptions regarding the performance of
physiotherapy.
Keywords: AUTISM; CHILD DEVELOPMENT; SCALES.
15
1. INTRODUÇÃO
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma síndrome, de caráter
heterogêneo, que afeta o desenvolvimento neuropsicomotor de crianças (FEZER et al,
2017). É caracterizado por três fatores: dificuldades na interação social, transtornos na
comunicação, seja, verbal ou não verbal, e padrões estereotipados repetitivos de
comportamento (MACHADO, 2015). De acordo com Maia et al (2016), os sinais e
sintomas passam a surgir antes dos 36 meses de idade e se tornam mais evidentes
quando a criança é inserida no contexto social. Em decorrência da causa ser
desconhecida, o diagnóstico é inteiramente clínico (PEREIRA et al, 2012).
Além das diversas características já citadas, o portador de Transtorno do
Espectro Autista pode apresentar respostas alteradas aos estímulos sensoriais,
agressividade, déficits cognitivos, levando a uma alteração significativa nas áreas
sensoriais (auditiva, tátil, sinestésica, visual, vestibular e proprioceptiva) permitindo que
a criança tenha um atraso no desenvolvimento do potencial neuropsicomotor.
(PEREIRA et al, 2012). Dentre as alterações motoras, podem ser citadas: mudanças no
equilíbrio, dificuldades na marcha, e nas habilidades manuais (ANJOS et al, 2017). Já
as alterações sensoriais são perceptíveis em relação ao olfato, a audição, a visão, ao tato
e ao paladar (MOTA, 2008).
A aquisição do estímulo sensorial é aprimorada a partir da infância, tratando-se
de um processo neurológico, tendo o objetivo organizar as sensações geradas dentro do
corpo e do meio externo sendo possível o uso e a comunicação do corpo com o
ambiente externo. Quando existe a dificuldade de processamento sensorial nas crianças
com Transtorno do Espectro Autista, há uma interferência na execução das atividades
de vida diária (ROCHA E DOUNIS, 2013).
O desenvolvimento motor também se inicia nos primeiros anos de vida, onde é
caracterizado pela aquisição de um amplo espectro de habilidades motoras, permitindo
que o indivíduo possua o domínio do seu corpo em diferentes posições, tanto de forma
estática quanto dinâmica, de se locomover por diferentes ambientes e de manipular
objetos (AMARO et al, 2009).
A depender do desenvolvimento motor da criança, deve ser adotada uma
intervenção para ajustar, modificar ou evoluir este desenvolvimento. Isto pode ser
16
realizado através de escalas avaliativas, como por exemplo, a Escala de
Desenvolvimento Motor, que atua nas áreas da motricidade fina, motricidade grossa,
equilíbrio, esquema corporal, organização espacial, organização temporal e lateralidade
(ANJOS et al, 2017).
A atuação da fisioterapia se faz necessário na tentativa de minimizar as
alterações sensório - motoras, pois a intervenção precoce é um método da fisioterapia
que possui relevância quanto à estimulação adequada. (MACHADO, 2011). Os
principais objetivos do tratamento fisioterapêutico é diminuir as alterações motoras,
realizar os estímulos sensoriais, ajudar na integração social e adaptar o indivíduo nas
realizações das suas atividades funcionais e de vida diária (SEGURA et al, 2011).
A família, ou cuidadores, representam o primeiro contato da criança com
autismo com o meio social. São eles os responsáveis por prover as necessidades básicas
desses indivíduos, além de auxiliar no tratamento, conduzindo o indivíduo aos diversos
profissionais participantes da equipe multidisciplinar necessária. A grande maioria dos
familiares que cuidam dessas crianças são as mães, que na maioria das vezes
abandonam suas atividades laborais para se dedicarem exclusivamente aos filhos
(FILHO et al, 2016).
Anjos et al (2017), realizaram um estudo de caráter qualitativo sobre a percepção
dos cuidadores, onde foi constatado que os mesmos compreendem que a fisioterapia é
importante, mas não sabe do que se trata de fato. Nesse contexto é necessário entender o
que essas pessoas acham da atuação da fisioterapia, para que seja feito a orientação dos
mesmos, e assim, contribuir para o desenvolvimento das crianças diagnosticadas com
Transtorno do Espectro Autista. Nesses termos, o objetivo desse estudo foi traçar o
perfil sensório motor de crianças com transtorno do espectro autista e identificar a
percepção do cuidador em relação à fisioterapia.
17
2. CAPITULO I – TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
2.1. DEFINIÇÃO
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio geneticamente
heterogêneo do desenvolvimento neurológico, que se inicia nos primeiros anos de vida,
sendo caracterizado por déficits sociais e comunicativos, assim como, por padrões de
comportamento restritos e repetitivos (FEZER et al, 2017). A quinta edição do Manual
Estatístico e Diagnóstico de Transtornos Mentais (DSM-V) aborda que o termo
Transtorno do Espectro Autista faz referência a múltiplas alterações incluindo: autismo,
Síndrome de Aspeger e Transtornos Globais do Desenvolvimento sem outra
especificação (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2013).
O termo autismo foi descrito pela primeira vez em 1943 por um psiquiatra
austríaco chamado Leo Kenner que publicou um artigo intitulado “Autistic disturb nace
of affetive contact”(Os distúrbios austísticos do contato afetivo), onde observou 11
crianças apresentado sintomas de isolamento social, problemas na comunicação e
movimentos estereotipados e repetitivos. Após mais de 70 anos, foram realizados
estudos, nas diversas áreas de conhecimento, no intuito, sem sucesso, de explicar o que
ocorre nesse transtorno e suas causas (MARTINS E MONTEIRO, 2017; SILVA E
OLIVEIRA, 2018).
A comunicação está presente no cotidiano das pessoas que as utiliza como forma
de expressar seus desejos e sentimentos, de demonstrar seus pensamentos, trocarem
informações com outros indivíduos. Segundo Passerine et al (2010), na comunicação
não verbal, a criança autista não apresenta linguagem corporal clara, assim como
dificuldades na linguagem coloquial na comunicação verbal, apresentando falas
desajustadas no contexto.
O comprometimento social apresentado pelas crianças diagnosticadas com o
transtorno do espectro autista ocorre devido ao fato dessas crianças apresentarem
dificuldades de compreender as outras pessoas. Os marcos que representam essa
dificuldade de interação interpessoal podem ser descritos por isolamento, falta de
contato visual, de expressão facial e de gestos corporais, além de não demonstrar afeto
por seus pares (BACKES et al, 2015).
18
Backes et al (2015) dizem que os comportamentos restritos dos portadores de
Transtorno do Espectro Autista são expressos por estereótipos e padrões repetitivos de
movimentos motores, ao utilizar objetos e na fala. Também podem ser notados
interesses restritos, atitudes obsessivas às rotinas e hipo ou hipersensibilidade aos
estímulos sensoriais, com os sons do ambiente, odores, sabores, tato. Além disso, essas
crianças podem apresentar comportamentos agressivos ou auto lesivos
(comportamentos relacionados a machucar a si mesmo), pode-se notar também birras
(BORBA E BARROS, 2018).
2.2. ETIOLOGIA
Nos últimos anos diversas pesquisas vêm sendo realizadas por todo o mundo no
que diz respeito a principal etiologia do autismo, no qual ainda é desconhecida. Partindo
do pressuposto que existem possíveis causas que condicionaram o aparecimento do
transtorno em questão, sendo eles: alterações genéticas, perinatais e obstétricas, hipóxia
perinatal, a prematuridade, a idade materna e paterna avançada, bem como condições
que colaboram para a fisiopatologia do autismo, acredita-se estar diretamente
relacionada com a carga genética que o indivíduo carrega e por fatores ambientais
(FEZER et al, 2017).
Em relação à teoria genética como fator desencadeante do Transtorno do
Espectro Autista, Coutinho e Bosso (2015) afirmam através de estudos que é possível a
existência de alterações em vários genes. Relatam ainda a possibilidade de existir
mutação em um único par de genes que codificam uma proteína que está envolvida nas
conexões sinápticas. Outra suposição é de que existem irregularidades no número de
cópias dos genes (mutações de novo), que antes não foram vistos nos genitores. A idade
paterna avançada pode ser o agente causador de novas mutações de novo.
Outro agente causal é a influência de fatores ambientais, sendo de origem
externa, como infecções maternas ou da criança, uso de determinados medicamentos
durante a gestação, podem possuir um efeito nocivo ao organismo, sendo assim bem
relevante no desenvolvimento do transtorno, como também a ação de substâncias
tóxicas: uso de bebidas alcoólicas e drogas ilícitas, que sendo ingeridas pela mãe
durante a gestação, possui o potencial de provocar complicações severas, como também
19
condicionar um parto espontâneo com o descolamento prematuro da placenta, aspectos
que alteram o neurodesenvolvimento fisiológico. (OLIVEIRA E SERTIÉ, 2017).
Para Fezer et al (2017), a idade avançada da genitora tem influência tanto
genética quanto ambiental, podendo ser observados um grande número de mutações
genéticas e alterações cromossômicas, pois, o ambiente uterino dessas mães são menos
propícios em decorrência a desarranjos hormonais e endócrinos, podendo levar a
complicações obstétricas.
Há a discussão da possibilidade de o Autismo ser decorrente de disfunções do
Sistema Nervoso Central. As regiões dos Lobos Frontal, Temporal, Superior, Parietal e
das Amígdalas estão envolvidas com o comportamento social. A linguagem está
relacionada com a área de Broca, no Giro Frontal Inferior e em algumas regiões do
Córtex motor. O Sulco Temporal Superior tem fundamental importância no
processamento da linguagem e da atenção social. Já os padrões estereotipados e
repetitivos representam alterações em regiões do Córtex Orbito-Frontal e do Núcleo
Caudado (REGO, 2012).
2.3. EPIDEMIOLOGIA
Pesquisas demonstram que a incidência de pessoas com TEA é muito maior no
sexo masculino do que no feminino, apresentando níveis de 20 indivíduos para cada
20.000, entretanto esse valor tende a ser maior do que o esperado, chegando a 1% de
toda a população (BORBA E BARROS, 2018). No Brasil, o único estudo que existe, é
o de prevalência de Paula (2011) que diz que o autismo afeta uma em cada 370 crianças.
2.4. DIAGNÓSTICO
Em decorrência da ausência de um marcador biológico conhecido como agente
causal do Transtorno do Espectro Autista, o diagnóstico é essencialmente clínico, onde
uma equipe interdisciplinar realiza uma entrevista com os pais e cuidadores dessas
crianças (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).
Os comportamentos que os autistas apresentam são comparados aos critérios da
quinta edição do Manual Estatístico e Diagnóstico de Transtornos Mentais (DSM-5)
20
publicado em 2013 pela Associação Americana de Psiquiatria, que é um manual que
favorece a percepção das doenças mentais. Para ser diagnosticada desse modo, o
indivíduo deve apresentar sintomas de comprometimento sócio comunicativos nos
primeiros três anos de vida (BORBA E BARROS, 2018).
Para auxiliar na identificação do autismo, existem instrumentos de rastreamentos
que observam sintomas pertinentes ao transtorno levantando a suspeita do diagnóstico,
como por exemplo, a CARS e o M-CHAT (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).
A CARS (Childhood Autism Rating Scale) é uma escala voltada para crianças
acima dos dois anos de idade, composta por 15 itens relacionados à: relações pessoais,
imitação, resposta emocional, uso corporal, uso de objetos, resposta a mudanças,
resposta visual, resposta auditiva, uso do paladar, olfato e tato, medo e ansiedade, nível
de atividades, nível de consistência de respostas intelectuais e impressões gerais. Avalia
o autismo diferenciando-o em leve, moderado ou grave (FERREIRA et al, 2016).
De acordo com Losapio e Pondé (2008), o M-CHAT (Modified Checklist for
Autism in Toddlers) é um questionário de rastreamento precoce contendo 23 perguntas,
que são realizadas para os pais ou cuidadores de crianças entre 18 e 24 meses de vida.
Apresenta critérios relativos aos interesses das crianças na interação social, capacidade
de realizar o contato visual, imitação, brincadeiras, no uso de gestos para atrair atenção
social do parceiro ou para solicitar ajuda.
2.5. A MULTIDISCIPLINARIEDADE NO TRATAMENTO DO TEA
O projeto terapêutico deve ser resultado da união de uma equipe multidisciplinar
em comum acordo com a família, baseado no diagnóstico elaborado. Para tal é
necessário que cada membro da equipe faça uma avaliação minuciosa da criança,
traçando um plano que atenda as necessidades individuais do paciente (MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2013).
O Ministério da Saúde (2013) determina que o processo de reabilitação e
habilitação deva ser feito de maneira humanizada e acolhedora, considerando o estado
emocional tanto da criança quanto da família, sendo voltado para o desenvolvimento da
funcionalidade e da independência do paciente, prevenindo possível deterioração da
capacidade funcional do mesmo, sendo feito o acompanhamento médico e dos demais
21
profissionais envolvidos com os aspectos emocionais, comportamentais, cognitivas e de
linguagem.
O médico, geralmente neuropediatra, além de diagnosticar o autismo, é
responsável por identificar comorbidades, orientar os pais em relação aos tipos de
tratamento necessários e ainda pela farmacologia, receitando medicamentos voltados
para o controle da irritação, da autoagressão e de outras alterações associadas (SILVA E
MULICK, 2009).
Já o psicólogo, além de ter participação no diagnóstico, possui o papel de
orientar e dar suporte aos cuidadores, por ajustar o comportamento da criança, as
respostas emocionais, estimular a interação social e ainda de preparar para a vida
escolar (PAULA et al, 2016).
De acordo com Klinger, 2010, o fonoaudiólogo tem papel fundamental no
estimulo da comunicação nos portadores de TEA, desenvolvendo a linguagem oral e
também a não verbal, preparando-o para compreender o outro e agir de acordo com as
demandas exigidas pelo ambiente no qual vive.
Para Barba e Minatel (2013), o terapeuta ocupacional, auxilia no
desenvolvimento das habilidades de vida diária, como vestir-se, usar o banheiro, pentear
os cabelos, calçar sapatos; melhora da motricidade fina usada para, por exemplo,
realizar escrita, cortar papel; também para ajuste sensorial, diminuindo estereotipias,
além de melhorar a concentração.
Para a integração social da criança autista na escola, atualmente está sendo
utilizado um método conhecido por Acompanhamento Terapêutico Escolar (ATE), que
consiste na possibilidade de o indivíduo possuir um acompanhante dentro e fora da sala
de aula que possui a função de incentivar e facilitar a socialização com o restante do
grupo e incentiva-las a realizar as atividades elaboradas pelo professor, respeitando seus
limites (NASCIMENTO et al, 2015).
2.6. IMPORTANCIA DA PERCEPÇÃO DOS PAIS/CUIDADORES
Os cuidadores, em sua grande maioria composta pelas mães, são os primeiros a
perceber os sinais de que existe algo de diferente no desenvolvimento da criança
portadora do TEA. Geralmente esses indivíduos abandonam suas atividades laborais, de
22
lazer e de autocuidado para dedicar-se exclusivamente nos cuidados do filho (SILVA et
al, 2017).
O entendimento acerca do que se trata o autismo pelos tutores é de fundamental
importância, pois, os mesmos são os encarregados de procurar os tratamentos
necessários para aprimorar o desenvolvimento da criança. Quanto mais cedo for
realizado o diagnóstico, mais cedo o autista irá receber a reabilitação adequada. Desse
modo é imprescindível que os profissionais expliquem aos pais o que se passa no TEA
(ANJOS et al, 2017).
A atuação da fisioterapia para o desenvolvimento neuropsicomotor das crianças
diagnosticadas com o TEA é pouco conhecida pelos pais ou cuidadores. Provavelmente
isso se deve ao fato de que esses indivíduos são pouco orientados em relação às
características do distúrbio, a presença de alterações sensoriais e motoras, e também,
por acreditar que o tratamento deva ser somente de cunho psicopedagogo (SEGURA et
al, 2011).
Ainda segundo Ferreira et al (2016), o profissional de fisioterapia deve dominar
as propriedades do transtorno em questão, além das técnicas pertinentes ao tratamento
fisioterapêutico voltados para o desenvolvimento neuropsicomotor dessas crianças
assim como para ocorrer a inclusão social. Com isso, é possível que esses profissionais
saibam como orientar os pais a cerca da importância desse tratamento para seus filhos.
23
3. CAPITULO II – INICIO DO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR
O desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) é um processo sequencial,
contínuo e que tem relação com a idade cronológica, pelo qual se adquire habilidades
motoras, que progridem de movimentos simples e desorganizados para habilidades
motoras altamente organizadas e complexas. Diversos fatores podem colocar em risco o
curso normal do desenvolvimento e entre estes estão uma série de condições biológicas
ou ambientais (MARINHO et al., 2015).
A forma em que a criança se expressa através dos movimentos permite uma
comunicação direta com o mundo, pois, a partir dele começam a atuação do ser
pensante participando ativamente em sua vida social. Ao nos deparar com diversos tipos
de criança sendo elas: apáticas, hipotônicas, com a atividade motora reduzida, e
posturas viciosas, nota-se dificuldades de iniciar um movimento. Existem crianças
hiperativas, sem ter nenhum interesse por objetos ou pessoas, a qual é possível perceber
alteração no desenvolvimento motor. (GESCHWIND, 2013).
Pode-se dizer que a aquisição de marcos de desenvolvimento pelas crianças
depende do funcionamento do SNC e de outras dimensões do funcionamento orgânico,
bem como da carga e da qualidade dos estímulos e das relações que a criança vivencia,
na qual ela se depara constantemente no seu cotidiano (CRISTÓBAL, 2015).
3.1. PSICOMOTRICIDADE
Segundo a Associação Brasileira de Psicomotricidade define-se a
Psicomotricidade como o resultado da interação do corpo do homem em movimento em
relação às suas experiências ao meio interno e externo, pela sua individualidade
genética, além da linguagem e da capacidade de interação social (COSTA E SILVA,
2009).
A Psicomotricidade é a forma como o indivíduo consegue perceber a si próprio
no tempo e no espaço, concebendo diferentes meios de comunicação entre o ambiente e
ele mesmo, ou seja, desenvolvendo a capacidade de os movimentos corporais com a
inteligência em paralelo. Para que haja o movimento a partir do sistema
24
musculoesquelético, o intelecto deve fornecer estímulos a partir do Sistema Nervoso
(FALCÃO, 2010).
Existem estruturas psicomotoras as quais são consideradas unidades básicas, que
são representados por: tonicidade, motricidade global, motricidade fina, equilíbrio,
organização espaço-temporal, esquema corporal e lateralidade (FALCÃO, 2010).
3.1.1. TONICIDADE
A tonicidade é o estado de tensão fisiológica dos músculos, permitindo tanto o
equilíbrio estático, quanto o dinâmico, independente da postura e se o corpo está em
inércia ou não. A modulação do tônus é essencial para a realização do movimento
corporal, pois, é preciso que ocorra a contração concêntrica e excêntrica dos músculos
(SOUSA, 2013).
3.1.2. MOTRICIDADE GLOBAL
Motricidade Global são movimentos de grandes grupos musculares diferentes
com o objetivo de realizar movimentos voluntários com os membros inferiores junto
aos membros superiores. É dependente do equilíbrio postural. A movimentação permite
a criança a encontrar seu eixo corporal, se adaptando e em busca do equilíbrio,
aprimorando a cada vez mais, sendo conscientizado de seu próprio corpo e de suas
posturas. Compreendem-se como motricidade global atividades como: andar, correr,
saltar, pular, nadar, sentar, entre outros (ANDRADE, 2013).
3.1.3. MOTRICIDADE FINA
Para Andrade (2013) a motricidade fina pode ser definida como a capacidade de
realizar movimentos coordenados utilizando pequenos grupos musculares distais.
Representa a união de três componentes: o objeto, o olho e a mão. As atividades que
compõem esses movimentos são: desenhar, escrever, pintar, costurar, recortar, digitar.
25
3.1.4. EQUILIBRIO
Para Falcão (2010), o equilíbrio é a capacidade de manter-se em uma base de
sustentação corporal, que se apresenta mediante a ação da gravidade. Para que haja o
equilíbrio, é necessário a modulação adequada do tônus muscular. Existem 3 tipos de
equilíbrio: Estático: quando o corpo está em estado de inercia, por exemplo, ficar nas
pontas dos pés. Dinâmico: quando há movimentação, por exemplo, o ato de andar em
linha reta. Recuperado: quando há a restauração do equilíbrio partindo de qualquer
movimento.
3.1.5. LATERALIDADE
A lateralidade está relacionada com a capacidade do individuo em utilizar mais
um lado do corpo do que o outro (esquerdo ou direito), acontecendo em três níveis:
olho, membro superior e membro inferior. Essa unidade só é amadurecida a partir das
vivencias experimentadas pela criança. O lado dominante possui maior força muscular,
é mais rápido e mais preciso em comparação ao outro lado (ANDRADE, 2013).
3.1.6. ORGANIZAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL
É a habilidade que o individuo possui de se orientar no espaço e no tempo. Para
isso, é necessário que ocorra em várias dimensões em relação aos devidos planos e
eixos. Para Sousa (2013), a organização espaço-temporal possui fundamental
importância na interação social. É o meio que a criança possui para se adequar ao
ambiente em que vive, analisando as semelhanças e diferenças entre objetos. Para haver
a aquisição da organização espaço-temporal é necessário ter o conhecimento de
diferentes formas, de tamanho, de qualidade, de quantidade, de posições e de
movimentos.
26
3.1.7. ESQUEMA CORPORAL
O esquema corporal é a consciência que o indivíduo tem sobre o próprio corpo,
permitindo que consiga se relacionar com espaços, com outras pessoas e com objetos.
As informações proprioceptivas são o que permite essa consciência. Falcão (2010) diz
que o córtex é o responsável por coletar as informações recebidas através das sensações
táteis, visuais, auditivas e dos órgãos permitindo a noção espacial em virtude das suas
posturas.
Tendo em vista que a gravidade do autismo é influenciada pela independência
funcional do indivíduo, em relação ao seu desenvolvimento fisiológico, entende-se que
a pessoa com o atraso neuropsicomotor pode mesmo assim agregar funções ao
desempenhar atividades que lhe proporciona autonomia por um longo período
(CRISTÓBAL, 2015).
Existem algumas crianças portadoras do Transtorno do Espectro Autista que
mesmo com estímulos realizados de forma precoce para conseguir desempenhar as
competências motoras normais, não adquirem a capacidade de desenvolvê-las no tempo
adequado para a idade cronológica. (SACREY et al., 2014).
No tratamento fisioterapêutico a ativação motora e sensorial é crucial. Jogos
interativos, brinquedos pedagógicos e lúdicos ajudam na busca do aperfeiçoamento a
concentração das habilidades da motricidade fina, na coordenação e nas demais
unidades psicomotoras. (SEGURA, NASCIMENTO, KLEIN, 2011).
Conforme descrito por Amaro (2010) o autismo é referido como um transtorno
adverso no desenvolvimento normal que vem a ser percebido na criança antes dos três
primeiros anos de vida. Os movimentos estereotipados e reiterativos são característicos
do envolvimento prejudicial à linguagem verbal, interação social e comunicação.
As crianças com Síndrome do Espectro Autista podem sofrer um
comprometimento dos aspectos fonológicos com uma influência considerável na
comunicação, onde a linguagem será principalmente a base para a estruturação psíquica,
psicomotora e cognitiva. Conceder novos meios de expressão acarreta possibilidades e
acesso a funções importantes. (ROSA NETO et al., 2013).
27
Em decorrência da criança autista apresentar dificuldades na comunicação e da
própria percepção perante o meio ambiente e em relação a outras pessoas, verifica-se
diferentes níveis de alterações no desenvolvimento psicomotor. Além disso,
modificações no comportamento, como os movimentos repetitivos e estereotipados, são
características pertinentes ao portador e do mesmo modo fator influenciador para o
comprometimento do desenvolvimento neuromotor (FALKENBACH et al, 2010).
28
4. CAPITULO III – ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA
No que diz respeito à fisioterapia, suas técnicas e práticas aplicadas à criança
com transtorno do espectro autista, inicialmente se faz necessário compreender como as
alterações neuro-músculo-esqueléticas influenciará no atraso do DNPM e como essa
interferência pode afetar diretamente na aquisição de postura, na marcha do paciente e
qual a principal forma para que a incitação seja antecipada. De fato, o que se sabe ao
certo é que a estimulação precoce é fundamental para crianças que possuem patologias
neurológicas, e é por meio de estímulos associados baseados nos conceitos da Pediatria
que é possível melhorar a vida de cada criança (SEGURA et al, 2011).
Corroborando, Gondim et al (2014), realizaram pesquisas que demonstram
técnicas específicas como a intervenção precoce, que é um método da fisioterapia que
possui relevância quanto a estimulação adequada para pacientes com microcefalia,
levando em conta todas as áreas sensoriais (auditiva, tátil, sinestésica, visual, vestibular
e proprioceptiva) a serem estimuladas, permitindo que a criança tenha o máximo de
desenvolvimento do potencial neuropsicomotor.
Visar o tratamento específico para cada tipo de paciente que possua
características de desordens do desenvolvimento neuromotor não é uma tarefa muito
fácil de ser realizada. As afecções motoras comprometem seriamente a qualidade de
vida de cada um. Fernandes (2008) evidenciou que crianças portadoras do TEA
possuem limitações no padrão motor da marcha, pois, elas apresentaram irregularidades
ao caminhar e no movimento geral, além de andar na ponta dos pés, passando por
mudanças que estão intimamente ligados á sua funcionalidade, prejudicando os
movimentos durante uma simples caminhada.
Além das alterações na marcha, os Autistas podem ainda apresentar dificuldade
de noção do próprio corpo, incoordenações na motricidade global e na motricidade fina,
fator que prejudica as realizações das Atividades de Vida Diárias, alteração do tônus,
provocando desregulação no equilíbrio e alterações sensoriais (AZEVEDO E
GUSMÃO, 2016).
O Ministério da Saúde (2013) assegura que a avaliação deve ser realizada
respeitando a variabilidade genética e a individualidade de cada criança. A partir disso
os objetivos do tratamento pleiteado devem estar relacionados em fornecer
29
funcionalidade às crianças, viabilizar o máximo de independência possível e prevenir
declínios do quadro clínico. É crucial frisar como a comunicação não só com as crianças
mais também com o respectivo familiar que lhe acompanha influencia na eficácia do
tratamento, cabe ao fisioterapeuta adequar a linguagem aos diferentes contextos sociais,
principalmente possuir atitudes de comportamento ético frente ao paciente.
Existem recursos importantes que auxiliam a formação do diagnóstico clinico e
também o cinético funcional da criança com o Transtorno do Espectro Autista, sendo
estes, a aplicação de escalas que tem o objetivo graduar o comprometimento motor,
sensorial e o grau de severidade que cada indivíduo apresenta. Mesmo sendo elas de
diferentes grupos etários, as condutas terapêuticas junto com as perspectivas para um
bom prognóstico são traçadas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).
Uma das escalas que pode auxiliar o fisioterapeuta, tanto a identificar as
alterações psicomotoras, quanto na instituição do tratamento é a EDM (Escala de
Desenvolvimento Motor) desenvolvida para crianças de 2 a 11 anos, através de testes de
motricidade fina, motricidade global, equilíbrio, organização temporal e espacial e
lateralidade. Essas provas são realizadas de acordo com a idade cronológica do
individuo, sendo que, se a idade motora for menor que a idade cronológica considera-se
que a criança está numa idade negativa (COSTA E SILVA, 2009).
Outra escala que assiste na atuação da fisioterapia é o Perfil Sensorial,
questionário que possui 125 itens, dividido em três seções principais: processamento
sensorial, modulação e respostas comportamentais e emocionais, sendo respondidos
pelos pais através de suas observações em relação à criança. Tem o objetivo de
identificar as alterações sensoriais a certos estímulos que interferem nas funções diárias
da criança (ROCHA E DOUNIS, 2013).
Os atos cotidianos realizados por uma criança portadora do TEA podem ser
treinados. São esses: os atos de sentar, levantar-se, ficar em pé, deambular, pegar e
manipular objetos. O principal recurso fisioterapêutico a ser utilizado é estimular o
paciente através de atividades motoras apropriadas, da forma adequada, facilitando o
movimento da criança (AZEVEDO E GUSMÃO, 2016).
Baseando-se na idade cronológica de cada criança portadora do TEA, sabe-se
que mesmo havendo lesões eventuais no sistema nervoso o não comprometimento total
das habilidades, permite a criança à melhora da capacidade funcional dentro das suas
30
possibilidades, objetivando assim a qualidade de vida desses pacientes. Seja qual for a
idade que a criança autista venha a adquirir a capacidade de realização da marcha com
todas as fases corretas da deambulação, o mesmo está destinado a aprender como ocorre
o desempenho motor eficaz (GONDIM et al, 2014).
Os métodos de intervenção fisioterapêuticos respeitam sobre tudo a
individualidade e a disponibilidade da criança para a realização, assim como o contexto
ambiental, técnicas de alongamento muscular, treino proprioceptivo para melhor
adequação da localização espacial da criança portadora do TEA, o treino de marcha com
obstáculos, melhorar a motricidade fina e grossa com objetos lúdicos que estimulem e
como todo treinamento deve ser especifico para cada paciente, proporcionando o
máximo de independência dentro dos limites. A melhora da aprendizagem motora
depende exclusivamente da prática supervisionada, do conhecimento da meta e da
motivação que é passado do fisioterapeuta para com a criança (FERREIRA et al, 2016).
Ainda de acordo com Ferreira et al (2016) é possível realizar um plano
terapêutico para as crianças com TEA que auxiliam a modulação do tônus, melhora do
equilíbrio, aumento da força muscular, integração sensorial e o desenvolvimento da
propriocepção, através de atividades lúdicas envolvendo as habilidades de sentar,
levantar, rolar, pular, subir escadas, pegar e arremessar objetos.
A integração sensorial é um tratamento voltado para a habilidade de organizar as
sensações táteis, vestibulares e proprioceptivas. Tem o objetivo de diminuir
movimentos estereotipados, aumentar a capacidade de atenção, comunicação, interação
social, organização das sensações internas e de melhorar o desempenho das Atividades
de Vida Diária. É realizada através de objetos que apresentam diferentes cores, formas e
texturas e também através de tarefas que permitem a transferências de posturas
(SEGURA et al, 2011).
É imprescindível salientar que as intervenções fisioterapêuticas em crianças são
de grande valia, pois o profissional capacitado realiza o tratamento eficaz utilizando
diversos estímulos aplicados, podendo potencializar o DNPM, assegurando o bem-estar
do paciente atendido (FERREIRA et al, 2016). Tornando-se necessário notabilizar a
eficácia da estimulação precoce na evolução significativa do desenvolvimento
neuropsicomotor e nas deformidades presentes nesses pacientes infantis.
31
Do ponto de vista de Segura et al (2011) a fisioterapia tem como papel a
identificação e maximização das esferas de promoção, prevenção, intervenção,
habilitação e reabilitação da vida do indivíduo portador do TEA. Isto engloba a parte
física, fisiológica, psicológica e bem-estar social, é notório o quanto a vida de cada
criança pode ser modificada dia após dia. Envolvendo a interação entre o fisioterapeuta
e uma comunicação maior entre os familiares, vale ressaltar os cuidadores como um
todo, mostrando como um profissional devidamente qualificado e totalmente necessário
para avaliar os pacientes para traçar um diagnóstico cinético funcional devido, sendo
assim, instituindo um plano terapêutico eficiente.
32
5. OBJETIVOS
5.1. OBJETIVO PRIMÁRIO
Traçar o Perfil Sensório Motor nas Crianças com Transtorno do Espectro Autista
e Identificar a Percepção do Cuidador em relação à Fisioterapia.
5.2. OBJETIVOS SECUNDÁRIOS
• Identificar as características de crianças com Transtorno do Espectro Autista;
• Avaliar a motricidade fina, a motricidade global, o equilíbrio, o esquema
corporal, a organização espacial, a organização temporal e a lateralidade em
crianças com Transtorno do Espectro Autista;
• Abordar as possíveis alterações sensoriais nos indivíduos com Transtorno do
Espectro Autista;
• Investigar a percepção dos cuidadores das crianças com Transtorno do Espectro
Autista em relação à Fisioterapia.
33
6. CASUÍSTICA E MÉTODO
Este estudo foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa com seres humanos da
Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB, sendo aprovado através do CAAE
89671018.7.0000.5026 em 03 de agosto de 2018.
6.1. TIPO DE ESTUDO
Este trabalho caracterizou-se por um estudo do tipo quantitativo, descritivo, de
corte transversal, de levantamento de dados, onde foi realizado a aplicação de duas
escalas de avaliação e de um questionário, para se obter dados de um determinado grupo
de pessoas que possuem características em comum.
6.2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DA PESQUISA
A pesquisa foi realizada em uma instituição de utilidade pública, localizada na
cidade de Barreiras, estado da Bahia, na rua Drº Renato Gonçalves, número 144, bairro
Renato Gonçalves.
6.3. POPULAÇÃO
A população deste estudo foi composta por 60 indivíduos entre as crianças que
possuem diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista e seus cuidadores.
6.4. AMOSTRA
Foi realizado um cálculo amostral com 90% de nível de confiança e com
margem de erro de 10%, tendo assim uma amostragem de 33 participantes de ambos os
sexos entre crianças portadoras do Transtorno do Espectro Autista e cuidadores.
34
6.5. INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS
Para a realização deste estudo utilizou-se como instrumento as seguintes escalas:
EDM, CARS e Perfil Sensório Motor. Além disso, foi feito uma questão objetiva aos
cuidadores das crianças com TEA, relacionada à percepção dos mesmos quanto à
atuação da fisioterapia, elaborada pelas pesquisadoras.
A Escala de Desenvolvimento Motor (EDM) tem o objetivo de avaliar o
desenvolvimento motor de crianças entre 2 e 11 anos de acordo com as provas de
habilidades relacionadas a motricidade fina, motricidade grossa, equilíbrio, esquema
corporal, organização temporal e espacial e lateralidade. Os dados obtidos determina a
idade motora geral, expressada em meses, que é obtida através do somatório de todos os
resultados positivos. Determina também o quociente motor geral, que é obtido pela
divisão da idade motora geral pela idade cronológica, em seguida o resultado é
multiplicado por 100.
A Childhood Autism Rating Scale (CARS) é uma escala de avaliação que possui
15 itens, apresentando variação de sete pontos, de normal a significantemente anormal,
que tem como objetivo identificar crianças com autismo e também distinguir de outras
crianças com prejuízo no desenvolvimento sem autismo. Além disso, permite a
descriminação de autismo leve, moderado e grave. Avalia os quesitos: relação com as
pessoas, resposta emocional, imitação, movimento do corpo, uso de objetos, adaptação
a mudanças, resposta visual, do som, ao paladar, cheiro e tato, medo e ansiedade,
comunicação verbal e não-verbal, nível de atividade, de consciência da resposta
intelectual e impressão global.
O Perfil Sensorial é uma avaliação contendo 125 itens, acrescido de duas
perguntas sobre a percepção do cuidador quanto à fisioterapia elaboradas pelos autores,
que deve ser respondida pelos pais de acordo com suas observações, indicada para
crianças de 3 a 10 anos. Tem o objetivo de mensurar o processamento sensorial, a
modulação, o comportamento e respostas emocionais. Cada questão apresenta cinco
opções de repostas: 1- sempre, 2- frequentemente, 3- ocasionalmente, 4- raramente e 5-
nunca. Em cada seção é realizado o somatório para encontrar o score bruto, que é
comparado em uma tabela para saber se a pontuação condiz com o processamento
sensorial para a idade.
35
6.6. DESCRIÇÃO DA COLETA DE DADOS
A coleta dos dados ocorreu durante os meses de agosto a setembro do ano de
2018. Para tal, utilizou-se uma sala de avaliação contendo uma maca, uma mesa, duas
cadeiras, um ar condicionado de 18.000 btus e um armário contendo materiais lúdicos.
Os participantes da pesquisa foram recebidos individualmente, sendo a data
previamente agendada pelas autoras da pesquisa, mediante os contatos informados pela
presidente da instituição onde os mesmos eram cadastrados. As pesquisadoras leram e
explicaram os objetivos, a justificativa e os riscos da pesquisa e informaram aos
participantes que caso os mesmos desejassem desistir da pesquisa teriam total liberdade,
após esse momento assinaram o Termo de Assentimento e o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido.
No primeiro momento, as pesquisadoras leram e explicaram as questões contidas
na CARS e no Perfil Sensorial aos pais, sendo as respostas marcadas a caneta
esferográfica azul ou preta no próprio instrumento. Por último realizou-se os testes
propostos pela Escala de Desenvolvimento Motor com as crianças.
6.7. DESCRIÇÃO DA ANÁLISE DOS DADOS
Após a coleta dos dados os resultados foram devidamente analisados através de
uma estatística frequência simples e posteriormente transcritos e apresentados em forma
de tabelas e gráficos.
6.8. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO PARA OS SUJEITOS
Foram incluídos nessa pesquisa, crianças de 2 a 11 anos, que possuem
diagnóstico fechado de Transtorno do Espectro Autista, de grau leve a moderado, que
residirem na cidade de Barreiras Bahia e seus cuidadores que aceitaram participar do
estudo, assinando o TCLE.
36
6.9. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO PARA OS SUJEITOS
Foram excluídas da pesquisa, as crianças que não foram capazes de entender o
que está sendo solicitado nas escalas de avaliação e que apresentaram patologias
associadas.
37
7. RESULTADOS
Dentre a amostra de 33 pessoas, 1 foi excluída por apresentar outas patologias
associadas ao autismo e 10 por não aceitar a assinar o TCLE. Por tanto, participaram
deste estudo 11 crianças e 11 pais, totalizando 22 pessoas. Em relação ao gênero das
crianças 100% (11) eram do sexo masculino (Tabela 1).
Tabela 1 Características das crianças participantes
Total de Crianças Participantes 11
Gênero Feminino 0
Gênero Masculino 11 Fonte: Elaborado pelas autoras
A média da idade cronológica das crianças avaliadas nesse estudo, calculada em
meses, foi 75,2±33,5 o que corresponde a aproximadamente 6 anos (Tabela 2).
Tabela 2 Média da Idade Cronológica das crianças em meses
Média da Idade Cronológica 75,2±33,5
Idade Máxima 132
Idade Mínima 24 Fonte: Elaborado pelas autoras
Com a aplicação da CARS, foi possível perceber que a maioria das crianças,
sendo 45,45% (5), recebeu a classificação de autista leve a moderado, como pode ser
visto no gráfico 1.
Gráfico 1 Descrição da Gravidade do Transtorno do Espectro Autista
Fonte: Elaborado pelas autoras
NÃO AUTISTA AUTISTA LEVE AMODERADO
AUTISTA SEVERO
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
CARS
38
Quanto ao questionário Perfil Sensorial, foi possível notar que a maior parte das
crianças apresentam alguma alteração sensorial em todos os itens, sendo, A; C; D; E; H;
e M os mais notáveis em relação à atuação da fisioterapia. (Tabela 3).
Tabela 3 Percentual das alterações sensoriais apresentadas pelas crianças
PERFIL SENSORIAL
PROCESSAMENTO
SENSORIAL
DESEMPENHO
TÍPICO
DIFERENÇA
PROVAVÉL
DIFERENÇA
CLARA
A. Auditivo 9,10% 27,27% 63,63%
B. Visual 72,73% 0% 27,27%
C. Vestibular 18,18% 27,27% 54,55%
D. Tátil 9,10% 36,36% 54,54%
E. Multissensorial 0% 27,27% 72,73%
F. Oral 9,10% 18,18% 72,72%
G. Processamento
Sensorial relacionado ao
Tônus/ Resistência
45,46% 18,18% 36,36%
H. Modulação
relacionada à posição do
corpo no espaço
0% 36,36% 63,64%
I. Modulação do
movimento afetando o
nível de atividade
63,63% 27,27% 9,10%
J. Modulação da entrada
sensorial afetando as
respostas emocionais
0% 18,18% 81,82%
K. Modulação da
entrada visual afetando
respostas emocionais
0% 36,36% 63,64%
L. Respostas
emocionais/ sociais 9,10% 27,27% 63,63%
M. Resultados
comportamentais do
processamento sensorial
36,36% 9,10% 54,54%
N. Itens que indicam
limiar de resposta 27,27% 27,27% 45,46%
Fonte: Elaborado pelas autoras
39
Na tabela 4 pode-se observar que quanto mais Severo foi a classificação do TEA
identificada na CARS, maior foi o comprometimento relacionado aos itens do Perfil
Sensorial mais evidentes para a atuação da fisioterapia.
Tabela 4 Percentual de crianças que apresentaram Diferença Clara nos itens relacionados ao
Perfil Sensorial de acordo com a gravidade indicada pela CARS
Processamento Sensorial Não
Autista
Autista Leve a
Moderado
Autista
Severo
Auditivo 100% 60% 100%
Visual 50% 40% 75%
Tátil 0% 60% 100%
Multissensorial 50% 60% 100%
Modulação Relacionada à Posição do Corpo
no Espaço 50% 80% 100%
Resultados comportamentais do
processamento sensorial 50% 20% 100%
Fonte: Elaborado pelas autoras
A média da Idade Motora Geral, obtida com a utilização da EDM, foi de
63,4±34,6 meses, sendo esta inferior à idade cronológica. Na tabela 5 pode ser
observada a idade motora de cada elemento psicomotor avaliado, onde, a IM4 e a IM6
foram as que apresentaram menores resultados em comparação à idade cronológica.
Tabela 5 Média das idades motoras de cada elemento psicomotor e da idade motora
geral da Escala de Desenvolvimento Motor
ESCALA DE DESENVOLVIMENTO MOTOR
IDADE EM MESES
PROVA MOTORA MÉDIA MÍNIMO MÁXIMO
IM1 - Motricidade Fina 66,5±33,67 24 120
IM2 - Motricidade Global 69,8±29,3 24 108
IM3 - Equilíbrio 64,3±31,4 24 132
IM4 - Esquema Corporal 58,9±37,3 0 132
IM5 - Organização Espacial 70,9±34,9 24 132
IM6 - Organização Temporal 57,8±49,1 0 132
IMG - Idade Motora Geral 63,4±34,6 16 122 Fonte: Elaborado pelas autoras
40
Em relação à lateralidade, 63,63% (7) é destro completo, 9,10% (1) é sinistro
completo e 27,27% (3) apresenta lateralidade cruzada (gráfico 2).
Gráfico 2 Preferência lateral apresentada pelas crianças
Fonte: Elaborado pelas autoras
Foi realizado o cálculo da média do Quociente Motor Geral (QMG), sendo
81,1±14,5 meses, representando a classificação normal baixo. Estratificando os
resultados, foi possível observar que 36,36% (4) eram classificados como normal
médio, 27,27% (3) como normal baixo, 9,10% (1) como inferior e 27,27% como muito
inferior.
Tabela 6 Classificação do Quociente Motor Geral
Muito Superior 0
Superior 0%
Normal Alto 0%
Normal Médio 36,36%
Normal Baixo 27,27%
Inferior 9,10%
Muito Inferior 27,27% Fonte: Elaborado pelas autoras
A maioria dos pais, ou seja, 81,82% (9) disseram não ter o conhecimento da
atuação da fisioterapia com crianças autistas (Gráfico 3).
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
Destro Completo Sinistro Completo Lateralidade Cruzada
41
Gráfico 3 Percepção dos Pais/ cuidadores em relação à atuação da Fisioterapia em
crianças com TEA
Fonte: Elaborado pelas autoras
Porém, 81,82% (9) de todos os pais disseram considerar o tratamento
fisioterapêutico importante para os portadores do Transtorno do Espectro Autista
(Gráfico 4).
Gráfico 4 Nível de Importância atribuída pelos pais em relação à atuação da Fisioterapia
em crianças com TEA
Fonte: Elaborado pelas autoras
0,00%
50,00%
100,00%
SIM
NÃO
0,00%
50,00%
100,00% IMPORTANTE
MUITO
IMPORTANTE
POUCO
IMPORTANTE
42
8. DISCUSSÃO
Os dados obtidos no presente trabalho foram realizados com a análise de
instrumentos aplicados as crianças que possuíam diagnóstico médico de transtorno do
espectro autista, a amostra foi composta por 22 pessoas, no entanto uma criança possuía
patologia associada, sendo assim a mesma não pode ser incluída no projeto de pesquisa,
segundo esse o critério de exclusão que determinava e outras 10 pessoas não aceitaram
participar do estudo.
É consenso entre os diversos autores na literatura que existem mais casos de
indivíduos do sexo masculino diagnosticados com o Transtorno do Espectro Autista do
que do gênero feminino (FERREIRA et al, 2016). Estes dados corroboram com este
estudo, uma vez que, 100% das crianças participantes são do sexo masculino, onde
totalizou 11 crianças, e nenhuma criança do sexo feminino por meio de uma avaliação
quantitativa relacionada ao gênero da criança.
Para Fadda e Cury (2016), existe certa complexidade para se estabelecer o
diagnóstico do TEA, em virtude de não existir uma etiologia definida. O fato de o
distúrbio ser heterogêneo e possuir uma grande variabilidade de grau de
comprometimento funcional, indo do leve até o grave, dificultam ainda mais a
identificação da patologia em questão. Em decorrência a isso, o diagnóstico é
substancialmente clínico.
Além do DSM-V, existem outros meios para auxiliar na identificação do
autismo, como escalas de avaliação objetivas. Um exemplo é Childhood Autism Rate
Scale (CARS), no qual é um instrumento utilizado em várias partes do mundo que
avalia desde a interação social da criança até a capacidade de imaginação e possui a
vantagem de o aplicador não necessitar de muita capacitação prévia (SANTOS et al,
2012).
Partindo do pressuposto da aplicação da escala CARS ser um instrumento de
triagem, sua confiabilidade é feita através de uma confirmação clinica colaborando para
diagnósticos mais completos, pois ela determina o nível de gravidade que a criança tem
em relação ao autismo. Em um estudo de Santos et al (2016), foi utilizado a CARS com
o objetivo de classificar o grau de severidade de crianças matriculadas na Associação
Maringaense dos Autistas, pode-se perceber que a maior parte das crianças (47,91%)
43
apresentaram grau Leve a Moderado, o que ratifica essa pesquisa sendo que
aproximadamente 45% das crianças participantes apresentam o mesmo resultado.
Em contrapartida, Rapin e Golgman (2008) criticam a CARS por não diferenciar
o Autismo da Síndrome de Asperger, além disso, as autoras depreciam essa escala por
existir crianças que apresentam características do TEA e que possuem pontuação entre
20 e 30, sendo classificadas como Sem Autismo. Sugerem ainda que este instrumento
não deve ser utilizado isoladamente para o fechamento do diagnostico. Este fato vai de
encontro com este estudo, onde, 2 meninos (18,18%) receberam a classificação Sem
Autismo, porém, um dos critérios de inclusão foi de a criança ter previamente o
diagnóstico de TEA.
O Perfil Sensorial elaborado por Winnie Dunn em 1999, foi produzido com o
objetivo de avaliar e mensurar o quanto o processamento sensorial auxilia ou
compromete no desempenho funcional das atividades cotidianas. Dentre os benefícios
da aplicação desse questionário estão: investigar informações importantes sobre o
processamento sensorial, associar com o desempenho das funções diárias, fornecer
informações para a tomada de decisões terapêuticas, integrar os cuidadores como
membros críticos da equipe multidisciplinar, avaliar crianças com deficiência
(MATTOS et al, 2015).
Para Mattos (2016) crianças diagnosticadas com o Transtorno do Espectro
Autista apresentam quadros de alterações sensoriais, sendo caracterizados por hipo ou
hiperreatividade aos estímulos ou por um interesse atípico aos aspectos sensoriais
presentes no ambiente como, negligencia a dor ou a temperatura, reações controvérsias
a sons ou texturas, necessidade exagerada de tocar ou cheirar objetos, fascínio por luzes
e objetos. Partindo dessa premissa, grande parte dos avaliados dessa pesquisa
apresentaram modificações auditiva (63,63%) e tátil (54,54%).
O Processamento Sensorial acontece por meio de receptores sensoriais onde os
estímulos recebidos geram impulsos elétricos que serão direcionados a medula espinhal
e, por conseguinte ao tronco encefálico, passando por um processo de integração
precedentes de outros sentidos que requer interpretação e organização, logo após são
emitidas ao córtex cerebral onde as informações terão uma resposta do estímulo de
forma efetiva do planejamento motor, que por fim são enviados aos comandos, pois
quanto mais completa for as informações enviadas da região sub cortical ao córtex
44
cerebral permitirá o cumprimento das funções cognitivas e motoras de forma suficiente
(ROCHA E DOUNIS, 2013).
A função sensorial está relacionada às sensações do corpo como resposta aos
estímulos provenientes do ambiente, possibilitando a realização de atividades, a
organização do próprio corpo e o comportamento. É irrefutável que ao interferir na
modulação no nível de atividade, o déficit no processamento sensorial ocasionará
instabilidade em filtrar informações sensoriais onde pode prejudicar diretamente as
atividades de vida diária (MATTOS et al, 2015). Seguindo esse pressuposto, 63,64%
das crianças apresentaram diferença clara em relação à Modulação Relacionada à
Posição do Corpo no Espaço e Resultados Comportamentais do Processamento
Sensorial.
Em um estudo de Vitorino (2016), que teve como objetivo descrever as
dificuldades encontradas em crianças com TEA em desempenhar tarefas funcionais
devido aos déficits sensoriais, foi aplicado o Perfil Sensorial em sete crianças entre 3 e
5, sendo notado que todas as crianças apresentaram alterações no processamento
multissensorial, o que foi evidenciado pelo fato dessas crianças apresentarem
dificuldades em tarefas de higiene pessoal e nas demais atividades cotidianas.
Reiterando esses dados, o presente estudo demonstrou que nenhuma criança apresentou
desempenho típico, sendo que 72,72% apresentaram diferença clara.
O sistema Vestibular regula funções relacionadas à postura, o equilíbrio e a
coordenação. Déficits nessa área provocam dificuldades de interação social, em realizar
movimentos coordenados, sensações distorcidas das estruturas do corpo, das relações
espaciais, prejudicando a percepção da criança para com o meio ambiente (ROCHA E
DOUNIS, 2013). Em concordância a isso, foi possível observar que um grande número
dos avaliados, representados por 54,55%, apresentam distúrbio vestibular.
Crianças diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista apresentam uma
heterogeneidade relacionados ao quadro clínico, fator que dificulta a identificação e
padronização das alterações apresentadas por esses indivíduos de acordo com a
gravidade da patologia (VITORINO, 2016). Entretanto, nessa pesquisa observou-se que
as crianças que receberam classificação de Autismo Severo com a aplicação da CARS,
foram as que mais apresentaram alterações sensoriais nos quesitos mais evidentes para a
estimulação da fisioterapia.
45
O desenvolvimento motor na infância é caracterizado pela obtenção de
habilidades que permitem que a criança possua o domínio do próprio corpo em
diferentes posturas, em se locomover em diferentes ambientes e de diferentes formas,
além de manipular objetos e instrumentos diversos. Seguindo essa linha, a avaliação
motora tem o objetivo de monitorar as alterações ou atrasos do desenvolvimento motor
e elaborar estratégias intervencionistas. Um instrumento de avaliação objetivo e que
engloba todas as áreas do crescimento é a Escala de Desenvolvimento Motor, criada por
Francisco Rosa Neto em 2002 (AMARO et al, 2010).
A média da idade cronológica em meses das crianças encontrada nessa pesquisa
foi de 75,2±33,5 e média da Idade Motora Geral, também em meses, foi de 63,4±36,6.
Costa e Silva (2009) demonstraram que quando a Idade Cronológica for maior que a
idade Motora Geral significa que a criança apresenta um desenvolvimento motor abaixo
do esperado, sendo considerado em uma idade negativa.
Como resultado da aplicação da EDM pode perceber que as médias das idades
motoras das 6 medidas (motricidade fina e global, equilíbrio, esquema corporal,
organização espacial e temporal) foram menores do que a média da idade cronológica.
No estudo de Gusman (2017), foi aplicado a EDM com sete crianças diagnosticadas
com TEA, onde todas as crianças apresentaram idades motoras em todas as seis medidas
negativas comparadas à idade cronológica.
Apesar de as crianças terem apresentado alteração em todas as medidas, as que
mais se destacam por possuírem médias muito baixas, são a IM4 relacionada ao
esquema corporal e a IM 6 relacionada à organização temporal. Corroborando, Anjos et
al (2017), aplicaram a EDM em 30 crianças com TEA, onde, os participantes obtiveram
menor idade motora no esquema corporal e na organização espacial.
Diante do presente estudo, com relação à lateralidade das crianças, 63,63%
apresentaram preferência pelo lado direito do corpo, sendo considerado destro
completo. Bottesitini et al (2010) sugere que este dado se deve à fatores genéticos e pré-
natais, além disso, relata que 90% de toda a população é composta por destros.
A família representa a primeira forma de interação social do individuo. A
criança depende dos cuidados básicos dos pais ou cuidadores, pois, os mesmos são os
responsáveis por prover os cuidados básicos necessários, exercendo grande influencia
no crescimento e desenvolvimento da criança. Para os indivíduos com TEA, é assídua e
46
participativa a presença dos pais em reuniões, consultas e acompanhamentos com toda a
equipe multidisciplinar. Por esse motivo é crucial que essas pessoas sejam bem
informadas a respeito da patologia e da gama de tratamentos multidisciplinares
disponíveis na atualidade (FILHO et al, 2015).
Dentre os 11 cuidadores entrevistados, 9 disseram não ter o conhecimento a
respeito da atuação da fisioterapia com crianças autistas. Em contrapartida, 81,82% dos
mesmos disseram considerar o tratamento fisioterapêutico para esses indivíduos muito
importante. Isso vai de encontro ao que diz Anjos et al (2017) que investigou a
percepção de 50 cuidadores, que alegaram não saber do que se trata a fisioterapia, mas
imaginam que seja importante para o desenvolvimento das crianças com TEA.
Como forma de melhorar a percepção dos pais e cuidadores daqueles
diagnosticados com o Transtorno do Espectro Autista em relação à atuação da
fisioterapia, é preciso que o fisioterapeuta domine os mecanismos fisiopatológicos e o
quadro clínico da patologia em questão, além de todas as possibilidades terapêuticas a
serem instituídas respeitando a individualidade de cada criança, para que assim, possam
orientar de forma sucinta os mesmos.
47
9. CONCLUSÃO
Com este estudo, pode-se perceber que as crianças diagnosticadas com o
Transtorno do Espectro Autista apresentam déficits motores em comparação à idade
cronológica, relacionados à motricidade fina, motricidade global, equilíbrio, esquema
corporal, organização espacial e organização temporal. Além disso, apresentam
alterações sensoriais em vários segmentos, principalmente os correspondentes à
audição, vestibular, tátil, multissensorial, modulação relacionada à posição do corpo no
espaço e resultados comportamentais do processamento sensorial. Nota-se também que
as crianças que obtiveram classificação de Autismo Severo na CARS foram as que
apresentaram maiores índices de alterações sensoriais. A fisioterapia possui técnicas
terapêuticas capazes de auxiliar no desenvolvimento dessas crianças, junto com a equipe
multiprofissional.
Com relação aos pais e cuidadores, conclui-se que os mesmos desconheciam a
atuação da fisioterapia com crianças autistas, porém, os mesmos acreditam que seja
fundamental para a melhora do quadro de seus filhos. O fato de apenas 11 pais
concordarem participar deste estudo é um fator que evidencia ainda mais a falta da
percepção dos mesmos. Cabe ao fisioterapeuta conhecer todos os aspectos possíveis
pertinentes ao transtorno, para que assim possa orientar os pais adequadamente e
instituir a terapêutica adequada respeitando a individualidade de cada criança.
48
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53
11. ANEXOS
11.1. ANEXO I – ESCALA DE DESENVOLVIMENTO MOTOR (EDM)
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
11.2. ANEXO II – CHILD AUTISM RATING SCALE (CARS)
88
89
90
91
92
93
11.3. ANEXO III – PERFIL SENSORIAL
94
95
96
97
98
99
Você conhece a atuação da Fisioterapia em autistas?
( ) SIM ( ) NÃO
Nível que você considera importante o tratamento fisioterapêutico para seu filho:
( ) Não é importante
( ) Pouco Importante
( ) Importante
( ) Muito Importante
100
11.4. ANEXO IV – PARECER DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA
101
102
11.5. ANEXO V – TERMO DE ASSENTIMENTO
103
104
105
11.6. ANEXO VI – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO
(TCLE)
106
107
108
11.7. ANEXO VII – CARTA DE ACEITE INSTITUCIONAL
109
12. APÊNDICE
12.1. CARTILHA DE ORIENTAÇÃO ENTREGUE AOS PAIS
110
111
112