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Sertão do São Francisco

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Governador do Estado de Pernambuco

Eduardo Henrique Accioly Campos

Secretário de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos Roldão Joaquim dos Santos

Secretário Executivo de Desenvolvimento e Assistência Social

Acácio Ferreira de Carvalho Filho

Gerente do Sistema Único de Assistência Social Margarida Maria Soares da Silva

Gerente de Proteção Social Básica

Rizete Serafim Costa

Instituto de Pesquisas Sociais Aplicadas – IPSA Diretor Presidente – Jorge Pereira de Sousa

Diretor Administrativo – José Nelson Barbosa Tenório Diretor Técnico – José Raimundo Oliveira Vergolino

Coordenação Geral da Pesquisa

Rido Antônio Ferreira Serpa

Coordenação Técnica Elisângela Barbosa Tenório

Rosângela Aires Fontes

Supervisão Técnica Edilma Mendes Silva de Medeiros

Glória Maria Miranda Juliana Costa Cunha

Lucia Lyra Gomes

Apoio Técnico Antônio Pessoa Nunes Neto

Joelson Rodrigues Reis e Silva

Digitação Demétrius Rodrigues de Freitas Ferreira

Danielson Holanda Cavalcanti de Andrade Marcos Leandro Pereira

Pesquisadores

Adriana Cristina Lyra Arcanjo Alane Renata Chagas de Araújo

Alessandra de Lima e Silva Cícero Vidal da Silva

Dalva Barbosa de Souza Eudice Barbosa Tenório

Geórgia Mesquita Iêda Saraiva Zarzar

Ivan José Gonçalves Silva Livaneide Barbosa de Souza

Luciana Lisboa Cristóvão dos Santos Luciana Vidal Maia

Maria de Jesus G. do Nascimento Maria Rosane Martins da Silva Natália Vivianni Muniz Costa

Patrícia Correia da Silva Paulo Fernando V. de Vasconcelos

Telma Cristina Gomes Barbosa Valberto da Silva Carneiro

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LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 01 Informações Sobre Famílias e Titulares do PBF (%)....................................... 30 Gráfico 02 Informações Sobre as Famílias: Renda Mensal Familiar (%).......................... 30 Gráfico 03 Domicílios e Famílias Beneficiárias................................................................. 31 Gráfico 04 Famílias e Condicionalidades do PBF (%)....................................................... 33 Gráfico 05 Opinião dos Gestores Municipais - Benefícios decorrentes do Programa (%). 34 Gráfico 06 Opinião dos Gestores Municipais do PBF - Dificuldades no Cumprimento

das Condicionalidades em Educação e Saúde (%)........................................... 38 Gráfico 07 Principais Potencialidades Municipais para Geração de Renda(%)................... 44 LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Entrevistas Realizadas pela Pesquisa................................................................ 20

Tabela 02 Entrevistas Realizadas na Etapa Piloto............................................................... 23

Tabela 03 População Urbana e Rural de Pernambuco (1991-2000).................................. 25 Tabela 04 Quantidade de Municípios com Estrutura na Área de Assistência Social, por

caracterização do Órgão Gestor – Brasil/Pernambuco – 2005............................ 26 Tabela 05 Entidades Públicas e Entidades Privadas sem Fins Lucrativos pesquisadas e

mapeadas no Sertão e Agreste de Pernambuco – 2006 ...................................... 27 LISTA DE TABELAS DO UNIVERSO (DADOS DAS FAMÍLIAS BENEFICIÁRIAS) – ANEXO V TAB Univ09 Imóveis segundo número de famílias residentes

TAB Univ10 Imóveis segundo tipo de família residente

TAB Univ23 Imóveis mistos segundo atividade instalada

TAB Univ23A Imóveis mistos segundo renda da atividade instalada

TAB Univ24 Imóveis segundo a condição de ocupação

TAB Univ25 Imóveis segundo tipo de construção

TAB Univ26 Imóveis segundo material das paredes

TAB Univ27 Imóveis segundo a forma de abastecimento d'água

TAB Univ27A Imóveis segundo a forma de tratamento d'água

TAB Univ29 Imóveis segundo forma de abastecimento de energia elétrica

TAB Univ31 Imóveis segundo destino do lixo domiciliar

TAB Univ32 Participação da família Programa e Benefícios sociais além do Bolsa

TAB Univ33 Composição das famílias segundo presença de deficientes físicos no domicílio

TAB Univ34 Pessoas com deficiência segundo tipo de deficiência

TAB Univ35 Titulares das famílias segundo conhecimento das condicionalidades do PBF

TAB Univ36 Titulares das famílias segundo condição de dificuldade para realização da inscrição no PBF

TAB Univ36A Titulares das famílias segundo tipo de dificuldade para se inscrever no PBF

TAB Univ37 Titulares das famílias segundo dificuldades para manter-se inscrito no PBF

TAB Univ39 Composição das famílias beneficiárias segundo parentesco com o chefe

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TAB Univ40 Composição dos membros das famílias beneficiárias segundo sexo

TAB Univ40A Titulares das famílias beneficiárias segundo sexo

TAB Univ41 Composição das famílias beneficiárias segundo classes de idade dos seus membros

TAB Univ41A Titulares das famílias beneficiárias segundo classes de idade

TAB Univ43 Composição das famílias beneficiárias segundo nível de instrução dos seus membros de 7 anos e mais

TAB Univ43A Titulares das famílias beneficiárias segundo nível de instrução

TAB Univ44 Crianças e adolescentes de 07 a 15 anos segundo condição de matrícula na escola

TAB Univ45 Crianças e adolescentes de 07 a 15 anos segundo condição de freqüência na escola

TAB Univ46 Crianças e adolescentes de 07 a 15 anos segundo condição de mudança de escola

TAB Univ47 Crianças e adolescentes de 0 a 07 anos que mudou de escola segundo condição de comunicação de mudança

TAB Univ48 Mulheres em idade fértil segundo condições de gestante e nutrizes

TAB Univ49 Gestantes e nutrizes segundo condição de posse do cartão de saúde

TAB Univ50 Gestantes e nutrizes segundo condição e realização do acompanhamento

TAB Univ51 Gestantes e nutrizes segundo condição e realização de educação pré-natal

TAB Univ52 Menores de 7 anos segundo condição de posse do cartão de saúde

TAB Univ53 Menores de 7 anos segundo condição de realizar acompanhamento vacinal

TAB Univ54 Menores de 7 anos segundo condição de realizar acompanhamento nutricional

TAB Univ55 Famílias beneficiárias segundo classes de renda mensal familiar

TAB Univ56 Ocupações da população de 10 anos e mais, identificadas entre os membros das famílias entrevistadas

TAB Univ57 Titulares das famílias segundo grau de dificuldade encontrado no cumprimento das condicionalidades: "MATRICULAR AS CRIANÇAS NA ESCOLA"

TAB Univ58 Titulares das famílias segundo grau de dificuldade encontrado no cumprimento das condicionalidades: "MANTER AS CRIANÇAS NA ESCOLA"

TAB Univ59 Titulares das famílias segundo grau de dificuldade encontrado no cumprimento das condicionalidades: "COMUNICAR MUDANÇA DE ESCOLA"

TAB Univ60 Titulares das famílias segundo grau de dificuldade encontrado no cumprimento das condicionalidades: "OBTER CARTÃO DE SAÚDE"

TAB Univ61 Titulares das famílias segundo grau de dificuldade encontrado no cumprimento das condicionalidades: "REALIZAR O ACOMPANHAMENTO PRÉ-NATAL"

TAB Univ62 Titulares das famílias segundo grau de dificuldade encontrado no cumprimento das condicionalidades: "REALIZAR A EDUCAÇÃO PRÉ-NATAL"

TAB Univ63 Titulares das famílias segundo grau de dificuldade encontrado no cumprimento das condicionalidades: "OBTER O CARTÃO DE SAÚDE DAS CRIANÇAS"

TAB Univ64 Titulares das famílias segundo grau de dificuldade encontrado no cumprimento das condicionalidades: "VACINAR AS CRIANÇAS"

TAB Univ65 Titulares das famílias segundo grau de dificuldade encontrado no cumprimento das condicionalidades: "REALIZAR ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL DAS CRIANAÇAS"

TAB Univ66 Titulares das famílias segundo opinião sobre principais itens de despesas cobertas com o dinheiro do PBF

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TAB Univ67 Titulares das famílias segundo opinião sobre as principais contribuições do PBF para a família

TAB Univ68 Titulares das famílias segundo posse de bens duráveis antes e depois da adesão ao incremento

LISTA DE TABELAS GESTORES (DADOS DOS GESTORES MUNICIPAIS) – ANEXO VI TAB Ges01 Opinião dos gestores quanto à dificuldade no cadastramento das famílias no PBF

TAB Ges02 Opinião dos gestores quanto à existência de dificuldades na implementação da instância de controle social

TAB Ges03 Opinião dos gestores quanto às dificuldades no setor da Educação (PBF) - "Número de escolas insuficiente"

TAB Ges04 Opinião dos gestores quanto às dificuldades no setor da Educação (PBF) - "Oferta de vagas nas escolas insuficiente"

TAB Ges05 Opinião dos gestores quanto às dificuldades no setor da Educação (PBF) -"Controle de freqüência insuficiente"

TAB Ges06 Opinião dos gestores quanto às dificuldades no setor da Educação (PBF) - "Localização das crianças"

TAB Ges07 Opinião dos gestores quanto às dificuldades no setor da Educação (PBF) - "Manuseio do sistema de freqüência escolar”

TAB Ges08 Opinião dos gestores quanto às dificuldades no setor da Saúde (PBF) – “Número de postos de saúde insuficiente”

TAB Ges09 Opinião dos gestores quanto às dificuldades no setor da Saúde (PBF) – “Recursos Humanos insuficientes”

TAB Ges10 Opinião dos gestores quanto às dificuldades no setor da Saúde (PBF) – “Para acesso ao cartão de saúde”

TAB Ges11 Opinião dos gestores quanto às dificuldades no setor da Saúde (PBF) – “Para marcação de consulta”

TAB Ges12 Opinião dos gestores quanto às dificuldades no setor da Saúde (PBF) – “Para o acompanhamento de gestantes e nutrizes”

TAB Ges13 Opinião dos gestores quanto às dificuldades no setor da Saúde (PBF) – “No manuseio do SISVAN”

TAB Ges14 Opinião dos gestores quanto às dificuldades no setor da Saúde (PBF) – “Outras dificuldades na área de saúde”

TAB Ges15 Opinião dos gestores quanto as principais dificuldades de gerenciamento do processo (múltipla escolha)

TAB Ges16 Gestores do PBF segundo dificuldades enfrentadas no gerenciamento de Recursos Humanos

TAB Ges17 Programas de desenvolvimento da capacidade produtiva da população apontados pelos gestores

TAB Ges18 Realização do acompanhamento e a fiscalização das ações inerentes ao programa

TAB Ges19 Opinião dos gestores segundo os itens em que aplica os Recursos do IGBDF

TAB Ges20 Opinião dos gestores sobre ocorrência ou não de evasão na Jornada Ampliada - PETI

TAB Ges21 Opinião dos gestores sobre as prováveis causas da evasão da Jornada Ampliada - PETI

TAB Ges22 Principais potencialidades econômicas municipais apontadas pelos gestores

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TAB Ges23 Dificuldades apontadas pelos gestores na realização de ações geradoras de trabalho e renda

TAB Ges24 Opinião dos gestores sobre os benefícios decorrentes do PBF – “Movimento do comércio local”

TAB Ges25 Opinião dos gestores sobre os benefícios decorrentes do PBF – “Oferta de vagas nas escolas municipais”

TAB Ges26 Opinião dos gestores sobre os benefícios decorrentes do PBF – “Permanência dos alunos nas escolas municipais”

Lista de Abreviaturas

BIRD Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento BPC Benefício de Prestação Continuada

CEDEPLAR Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional CEPAL Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe

CF Constituição Federal CONDEPE/FIDEM Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas

CRAS Centro de Referência de Assistência Social CREAS Centro de Referência Especializado de Assistência Social

FPM Fundo de Participação dos Municípios IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada IPSA Instituto de Pesquisas Sociais Aplicadas

LOAS Lei Orgânica de Assistência Social MDS Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome PBF Programa Bolsa Família

PETI Programa de Erradicação do Trabalho Infantil PIB Produto Interno Bruto

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio PNAS Política Nacional de Assistência Social PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PUC/SP Pontifícia Universidade Católica de São Paulo RD Região de Desenvolvimento

SDSC Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania SENARC Secretaria Nacional de Renda e Cidadania SEDSDH Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos

SIGAS/PE Sistema de Informação e Gestão da Assistência Social de Pernambuco SISVAN Sistema de Gestão Federal/Estadual da Vigilância Alimentar e

Nutricional SUAS Sistema Único de Assistência Social

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Sumário APRESENTAÇÃO ........................................................................................................10 1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................12

1.1 Programa Bolsa Família ..............................................................................................12 1.2 Pobreza e concentração de renda no Brasil .................................................................13 1.3 Política de Assistência Social no Brasil .......................................................................15 1.4 Programas de Transferência de Renda no Brasil .........................................................16 1.5 Administração Municipal e o Programa Bolsa Família ................................................20

2. ASPECTOS METODOLÓGICOS...........................................................................21 2.1 Objeto da Pesquisa ......................................................................................................21

2.1.1 Delimitação do Universo..............................................................................21 2.1.2 Objetivos da Pesquisa ..................................................................................22

2.2 Roteiro Metodológico..................................................................................................22 2.2.1Desenvolvimento de Plano Amostral..............................................................22 2.2.2Elaboração dos Instrumentos de Coleta de Dados...........................................24 2.2.3Desenvolvimento do Sistema de Processamento dos Dados ...........................24 2.2.4Estruturação da Equipe ..................................................................................25 2.2.5Treinamento da Equipe ..................................................................................25 2.2.6Estruturação logística da pesquisa ..................................................................26 2.2.7Realização da Etapa Piloto.............................................................................26 2.2.8Realização da Pesquisa ..................................................................................27 2.2.9Digitação e Processamento dos Dados ...........................................................27 2.2.10Elaboração do Relatório...............................................................................27

3. UNIVERSO DE ESTUDO ........................................................................................28 3.1 Contexto Estadual - Aspectos Geográficos ..................................................................28 3.2 Aspectos Socioeconômicos .........................................................................................28 Dados da Assistência Social no Universo da Pesquisa .......................................................29

4. RESULTADOS DA PESQUISA...............................................................................32 4.1 Contexto Socioeconômico das Famílias Beneficiárias .................................................32 4.2 Domicílios das Famílias Beneficiárias .........................................................................34 4.3 Famílias Entrevistadas e Condicionalidades do PBF....................................................36 4.4 OPINIÃO DOS GESTORES......................................................................................37

4.4.1 Benefícios do Programa Bolsa Família.........................................................37 4.4.1.1 Na Economia Municipal............................................................................38 4.4.1.2 No Atendimento à População .....................................................................38 4.4.2 Desenvolvimento de Programas Complementares .........................................39 4.4.3 Dificuldades na Gestão do PBF....................................................................40 4.4.3.1 Grau de Dificuldade no Cadastramento das Famílias..................................40 4.4.3.2 Dificuldades no Cumprimento das Condicionalidades ...............................40 4.4.4 Instância de Controle Social ........................................................................42 4.4.5 Dificuldade de Gerenciamento .....................................................................43 4.4.6 Fiscalização e Acompanhamento das Ações do PBF ....................................43 4.4.7 Utilização dos Recursos de Apoio à Gestão do Programa .............................44 4.4.8 Evasão da Jornada Ampliada do PETI .........................................................44 4.4.9 Dificuldades na Implementação das Ações Geradoras de Renda...................45 4.4.10 Principais Potencialidades Municipais Para Geração de Renda...................46

5. DADOS REGIONAIS DA PESQUISA ....................................................................47 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................106

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REFERÊNCIAS...........................................................................................................112

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ANEXOS: ANEXO I – FORMULÁRIO DE PESQUISA DA FAMÍLIA BENEFICIÁRIA

ANEXO II – FORMULÁRIO DE ENTREVISTA COM OS GESTORES

ANEXO III – MANUAL DE PREENCHIMENTO DOS FORMULÁRIOS DE COLETA

DE DADOS

ANEXO IV – FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DA ETAPA PILOTO DA PESQUISA

ANEXO V – TABELAS DAS FAMÍLIAS BENEFICIÁRIAS

ANEXO VI – TABELAS DOS GESTORES MUNICIPAIS DO PBF

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APRESENTAÇÃO Este documento consiste no relatório final da Pesquisa de Impactos do Programa Bolsa

Família sobre o contexto socioeconômico das famílias beneficiárias e no cenário dos seus

municípios de residência, realizada nos municípios das doze Regiões de Desenvolvimento

do Estado de Pernambuco. A pesquisa foi realizada pela Secretaria de Desenvolvimento

Social e Direitos Humanos de Pernambuco (SEDSDH), através do Instituto de Pesquisas

Sociais Aplicadas (IPSA), com o apoio do Ministério de Desenvolvimento Social e

Combate à Fome (MDS).

Em março de 2007, o Programa Bolsa Família (PBF) já atendia uma população

beneficiária distribuída em mais de 11 milhões de famílias. Em Pernambuco, este número

situava-se em torno de 875 mil núcleos familiares representando, em boa parte dos casos, a

única alternativa de renda da família.

Este Programa assumiu uma relevância superlativa nos últimos anos junto ao segmento da

população em situação de pobreza ou de extrema pobreza do País, o qual representa um

contingente significativo da população brasileira. Esta é uma das muitas razões que impõe

a necessidade de iniciativas no sentido de desenvolver mecanismos que auxiliem os

gestores municipais no aperfeiçoamento das ações desenvolvidas pelo Programa e seus

desdobramentos no cenário municipal.

Os resultados desta pesquisa estão detalhados neste relatório, onde o leitor encontrará os

dados e as informações resultantes do trabalho realizado, organizados da maneira seguinte:

• Introdução – onde o programa Bolsa Família é contextualizado em relação ao

panorama da Assistência Social do Brasil e de Pernambuco e referenciado

geográfica e socioeconomicamente. Ainda no texto introdutório encontra-se um

bloco dedicado à metodologia de desenvolvimento da pesquisa;

• Resultados da Pesquisa – considerando-se a setorização do universo pesquisado em

doze Regiões de Desenvolvimento optou-se por dividir o conjunto de informações

resultantes da análise dos dados coletados em dois blocos sistematizados segundo

unidades de agregação distintas:

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o Primeiramente os dados foram apresentados mostrando os resultados em

relação ao universo da pesquisa que abrangeu as doze Regiões de

Desenvolvimento - RDs. Neste nível de agregação fez-se uma análise

detalhada de todas as variáveis observadas pela pesquisa, junto às famílias

beneficiárias e aos gestores municipais do Programa. Os resultados relativos

ao universo de estudo encontram-se organizados da seguinte forma:

� Perfil das famílias – onde se comenta os dados levantados sobre as

famílias e os domicílios ocupados pelas mesmas, além dos aspectos

socioassistenciais pertinentes;

� As famílias entrevistadas e as Condicionalidades do Programa Bolsa

Família – neste bloco são analisados os dados sobre o

comportamento das famílias em relação ao cumprimento das

condicionalidades e das dificuldades encontradas;

� A Administração Municipal na Gestão do PBF - este capítulo foi

dedicado às informações registradas pelas entrevistas realizadas com

os Gestores municipais apresentando suas dificuldades em relação

ao gerenciamento e ao controle e fiscalização do Programa no

município, além de suas percepções sobre os benefícios decorrentes

do PBF.

o No segmento seguinte, apresenta-se um bloco composto de doze relatórios

sucintos com os aspectos mais relevantes revelados pela pesquisa em cada

uma das Regiões de Desenvolvimento.

• Considerações Finais – no bloco final realiza-se considerações a respeito das

informações relevantes evidenciadas pela pesquisa, além de recomendações que os

resultados obtidos permitiram formular. Estas considerações têm a finalidade de

oferecer subsídios à Gestão Estadual do PBF no apoio aos municípios para a retro-

alimentação do processo de implementação do Programa.

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1. INTRODUÇÃO

1.1 PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA

O Programa Bolsa Família é um instrumento governamental de transferência direta de

renda, criado pela Lei nº 10.836, de 9 de janeiro de 2004. Regulamentado pelo Decreto nº

5.209, de 17 de setembro de 2004 e pela Portaria nº 148 de 27 de abril de 2006, que

segundo esta última “constitui uma política intersetorial voltada ao enfrentamento da

pobreza, ao apoio público, e ao desenvolvimento das famílias em situação de

vulnerabilidade sócio-econômica”.

O Programa, que é o maior em termos de transferência de renda no país, gera impacto

positivo na economia dos municípios brasileiros, beneficiando mais de 7,5 milhões de

famílias, com repasse mensal de R$ 488 milhões. Está presente em todos os municípios

brasileiros e no Distrito Federal. De acordo com o Sistema de Informação da Secretaria

Nacional de Renda e Cidadania (SENARC), no mês de abril de 2007 o número de famílias

beneficiárias ultrapassou onze milhões e cem mil unidades familiares.

Segundo estudo do Banco Mundial (BIRD), o PBF é o programa brasileiro

especificamente dirigido para a população socioeconomicamente vulnerável. Uma parcela

de 73% dos recursos do Programa vai para o segmento da população brasileira situado

entre os 40% mais pobres do país (MDS, 2004a).

De acordo com a professora Rosa Maria Marques, autora do estudo "A importância do

Bolsa Família nos municípios brasileiros", e coordenadora do Núcleo de Pesquisa em

Políticas para o Desenvolvimento Humano da PUC/SP, em algumas localidades, o

Programa Bolsa Família chega a representar mais de 40% do total da renda municipal1. Os

dados da pesquisa revelam que quanto menor a receita disponível nas cidades, maior é o

impacto dos recursos transferidos pelo Programa. Isto acontece principalmente no

Nordeste, onde há maior desigualdade em relação à distribuição de renda. Nesta região,

que concentra a maioria dos atendidos pelo PBF, há situações em que até 45% da

população é constituída de beneficiários do Programa.

1 Considerando receitas próprias somadas as transferências constitucionais.

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13

No Sul do país, os percentuais de participação do contingente de beneficiários são mais

baixos devido a um cenário de menor concentração de renda entre outras manifestações.

Na região, os maiores índices de participação encontram-se no Paraná, nos municípios de

Turvo, Grande Rios e Prudentópolis, os quais registram 23%, 12% e 10% de sua população

atendida pelo programa, respectivamente, os demais percentuais encontrados são baixos.

Marques acrescenta ainda a possibilidade do Programa Bolsa Família contribuir, inclusive,

para reduzir as desigualdades regionais que dividem o país, uma vez que, em cada dez

famílias atendidas, seis vivem nas regiões Norte e Nordeste, somando 77,1% dos

atendimentos no país, sendo 69,1% nos Estados nordestinos e 8,0% nos Estados do Norte.

O Programa vem crescendo nas capitais e regiões metropolitanas. Em 2004, a estratégia de

expansão do PBF já priorizava o atendimento nessas áreas, atingindo uma cobertura de

48% das famílias em situação de pobreza. Naquele ano, cerca de um milhão de famílias

que não tinham acesso aos Programas Federais de Transferência de Renda ingressou no

Programa Bolsa Família. Atualmente, estima-se que 11.102.770 famílias possuam perfil

para ingressar no PBF. Entretanto, em maio de 2007, 11.155.467 famílias já se

encontravam inseridas no Programa, superando estimativa do IBGE (SENARC, 2007).

1.2 POBREZA E CONCENTRAÇÃO DE RENDA NO BRASIL

Segundo o CEPAL2, em 2005, 39,8% da população da América Latina (correspondendo a

209 milhões de pessoas), viviam em condição de pobreza. Informa ainda a Instituição, que

15,4% da população latino-americana (81 milhões de pessoas) viviam em condições de

extrema pobreza, ou indigência. No Brasil, em 1991, segundo dados do PNUD3, o

percentual de pessoas indigentes era de 20,2%. No ano 2000 este percentual sofreu redução

para 16,3%. Em relação à população pobre, em 1991, equivalia a 40,8% e, em 2000,

representava 32,7% do contingente populacional brasileiro.

A desigualdade de renda faz parte da história brasileira. Para alguns estudiosos do

problema, nosso extremo grau de concentração de renda4 consiste na principal

2 Panorama Social da América Latina, CEPAL, 2006. 3 Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, PNUD, 2000. 4 Concentração de renda é o processo pelo qual a renda, proveniente de lucro, de salário, de aluguéis e de outros

rendimentos, converge para uma mesma empresa região ou grupo privilegiado de pessoas.

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determinante da pobreza em nosso País. O Brasil, apesar de ter uma renda per capita5

relativamente elevada, manteve nos últimos 20 anos, cerca de 40% da sua população

abaixo da linha de pobreza (MDS, 2004a).

O Brasil, com 182 milhões de habitantes, é a nona economia mundial e a quarta maior

concentração de renda do planeta – só perdendo para países como Serra Leoa, República

Centro-Africana e Suazilândia. Em 2004 abrigava em seu território cerca de 50 milhões de

pessoas vivendo em condições de indigência, com renda inferior a 80 reais por mês. Ou

seja, 29,26% da população do país não conseguem atender minimamente suas necessidades

diárias (MDS, 2004a).

O desenvolvimento desigual pode ser considerado como elemento principal da equação

que explica o processo de concentração de renda no Brasil, materializando-se assim, as

disparidades regionais. Esta diferenciação entre regiões ricas e pobres permanece ao longo

das décadas, apesar do crescimento econômico verificado no país. A concentração de renda

está intrinsecamente relacionada às disparidades regionais que são facilmente observadas

principalmente nas regiões Norte e Nordeste, em relação ao restante do País.

Tal desenvolvimento é resultante de uma série de programas de crescimento econômicos

implementados nas últimas décadas, baseados em modelos equivocados. Seus efeitos

reproduzem-se no interior da sociedade, em regiões debilitadas como o Nordeste brasileiro,

aumentando drasticamente o abismo entre ricos e pobres. Cidades como o Recife abrigam

um contingente de mais de 40% dos seus habitantes residindo nos “assentamentos de baixa

renda” – também chamados de “subnormais” por constituírem assentamentos

populacionais onde prevalecem condições físico-urbanísticas e infra-estruturais precárias –

abaixo dos padrões convencionalmente aceitos.

Segundo estudo do IPEA (2001), a estratégia de redução da pobreza demanda uma

distribuição mais igualitária da renda. Uma combinação de políticas que estimulem o

desenvolvimento econômico, diminuindo as desigualdades, a princípio, poderá resultar em

maior eficácia ao processo de combate à pobreza.

5 Razão entre o somatório da renda per capita de todos os indivíduos e o número total desses indivíduos. A renda per capita de cada indivíduo é definida como a razão entre a soma da renda de todos os membros da família e o número de membros dessa família. Valores expressos em reais de 1º de agosto de 2000.(PENUD, 2003)

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Projetos e programas complementares que promovam a distribuição de renda, como o

Programa Bolsa Família, são elementos que visam mitigar os efeitos da concentração

exacerbada de renda no Brasil, assegurados pela Política Nacional de Assistência Social

(PNAS).

1.3 POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL A Assistência Social brasileira está estruturada a partir da Constituição Federal de 1988,

integrando o sistema de Seguridade Social juntamente com a Saúde e a Previdência Social,

os quais constituem o tripé basilar das Políticas Sociais no Estado brasileiro.

Na trajetória da Assistência Social no país, podem-se destacar os seguintes marcos

históricos:

• Publicação da primeira Política de Assistência Social (PAS), em 18 de dezembro de

1998, trata das diretrizes gerais de ordenamento das ações sociais e de formulação

de Planos de Assistência Social.

• Aprovação da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), em dezembro de 1993,

onde a Assistência Social conceitualmente, deixa de ser considerada filantropia

para integrar um tipo particular de Política Pública, articulada às demais políticas

socioeconômicas congêneres, direcionada à população socioeconomicamente

vulnerável.

• Publicação da resolução Nº 145, de 15 de outubro de 2004, consolidando a PNAS,

em novembro de 2004, onde o principal componente está na implantação do

Sistema Único de Assistência Social (SUAS), onde são previstos:

o Um sistema de proteção, buscando a universalidade no atendimento e o

direcionamento hierarquizado da gestão, priorizando a atenção à família em

situação de vulnerabilidade social;

o Criação de Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), os quais

devem prestar atendimento às famílias em situação de vulnerabilidade

social, executando serviços de atenção básica e de vigilância da exclusão

social em sua área de abrangência.

o Divisão das Proteções Sociais de Assistência Social em Básica e Especial.

Proteção Social Básica – objetiva o fortalecimento dos vínculos familiares e

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comunitários, favorecendo o protagonismo das famílias, com vista ao

rompimento do ciclo de reprodução da pobreza por meio da integração ao

mercado de trabalho. A Proteção Social Especial destina-se a famílias e

indivíduos, em situação de exclusão social, que tenham seus direitos

violados e/ou vínculos rompidos. Está dividida em:

� Média Complexidade: Destina-se a famílias e indivíduos que

tiveram seus direitos violados, mas que mantêm seus vínculos

familiares e comunitários.

� Alta Complexidade: garante proteção integral a famílias e indivíduos

que tiveram seus direitos violados e não possuem vínculos

familiares e/ou comunitários.

Neste cenário, a PNAS prevê programas de transferência de renda às famílias em situação

de vulnerabilidade social, destacando-se o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o

Programa Bolsa Família, sendo este último objeto de nosso estudo.

1.4 PROGRAMAS DE TRANSFERÊNCIA DE RENDA NO BRASIL Os Programas de Transferência de Renda existem a várias décadas no Brasil tendo passado

por inovações e grande expansão a partir da década de 90. O crescimento da oferta destes

Programas fez com que as famílias, muitas vezes, tivessem acesso a vários benefícios,

visto que poderiam receber mais de um deles. Em 2003 teve início à integração dos

benefícios em um único programa – o Programa Bolsa Família.

À exceção do Benefício de Prestação Continuada6 (BPC), todos os demais Programas,

foram incorporados ao Programa Bolsa Família, viabilizando o recebimento dos recursos

através de um único cartão – o Cartão Bolsa Família.

Entre os Programas existentes anteriormente, destacam-se os seguintes:

• 6 Benefício de Prestação Continuada (BPC) – foi assegurado pela Constituição Federal de 1988. Consiste na

transferência de um salário mínimo mensal sem condicionalidades e sem contribuição prévia, sendo destinado a pessoas

idosas a partir de 65 anos e a pessoas com deficiência não aptas ao trabalho e a uma vida independente, que vivam em

famílias cuja renda per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo. Prevê a realização de revisão cada dois anos.

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• Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) – criado em 1996,

consiste na transferência de renda às famílias onde existam crianças com idade de 7

a 15 anos, em situação de trabalho, especialmente aquelas que impliquem em

atividades perigosas e/ou insalubres. O Programa prevê repasse de verbas aos

municípios participantes, para que seja realizada a jornada ampliada em horário

complementar ao ensino regular. É também repassada uma bolsa mensal no valor

de R$ 25,00 por criança às famílias inseridas no Programa residentes na área rural e

R$ 40, 00, para aquelas que moram nas áreas urbanas dos municípios. Para que esta

bolsa seja transferida mensalmente, as famílias têm que atender as

condicionalidades do Programa que são:

• Não permitir que as crianças trabalhem;

• Tenham pelo menos 75% de presença na escola de ensino regular;

• Estejam presentes diariamente na jornada ampliada.

• Programa Bolsa Escola – criado em 2001 em nível Federal, destinado as crianças

entre 6 e 15 anos de idade, cujas famílias tivessem renda per capita inferior a R$

90,00. O valor destinado a cada criança correspondia a R$ 15,00 até um máximo de

três beneficiários. Para isso a família se comprometeria em manter a criança no

ensino regular com 85% de freqüência às aulas. Foi incorporado ao Programa Bolsa

Família a partir de janeiro de 2004.

• Programa Bolsa-Alimentação – criado em 2001 por uma iniciativa do Ministério

da Saúde, tinha como objetivo combater a mortalidade infantil em famílias com

renda per capita mensal de ½ salário mínimo. O valor do benefício era de R$ 15,00

por criança de 0 a 6 anos ou gestantes, podendo chegar ao máximo de R$ 45,00 por

família. Como condicionalidades, as famílias deveriam realizar a vacinação das

crianças e no caso de gestantes e nutrizes o acompanhamento pré e pós-natal.

• Auxílio-Gás – criado em 2001, com o objetivo de subsidiar o gás de cozinha às

famílias com renda per capita de até ½ salário mínimo. Exigia que a família se

inscrevesse no Cadastro Único do Governo Federal. O valor destinado pago a cada

dois meses era de R$ 15,00.

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• Cartão Alimentação – implantado em 2003 transferia uma renda mensal de R$

50,00 para famílias com renda per capita inferior a metade do salário mínimo por

um período de 6 (seis) meses, podendo ser prorrogado até no máximo 18 (dezoito)

meses. Tinha como alvo a insegurança alimentar das famílias em situação de

vulnerabilidade.

Todos estes Programas estão atualmente inseridos no PBF, sobre a gerência do Ministério

de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). O PBF assumiu, em grande parte,

suas condicionalidades, como pré-requisito de manutenção das famílias no benefício.

Programa Bolsa Família – programa de transferência mensal de renda que surgiu no final

de 2003, a partir da unificação de uma série de Programas preexistentes, fortemente

inspirados pelo programa de renda mínima vinculado à educação (Programa Bolsa Escola).

O Programa Bolsa Família atende a famílias cuja renda per capita seja inferior a R$ 60,00

mensais e famílias de gestantes, nutrizes e crianças e adolescentes de até 15 anos cuja

renda per capita seja inferior a R$ 120,00 (valores de outubro de 2006). Foi criado por

Medida Provisória, posteriormente convertido em Lei.

O cadastramento dos beneficiários é realizado pelos órgãos municipais de Assistência

Social, ficando a gerência do Programa a cargo do Ministério do Desenvolvimento Social e

Combate à Fome e as operações de pagamento sob responsabilidade da Caixa Econômica

Federal. O recebimento do benefício é condicionado a contrapartidas comportamentais nas

áreas de educação e saúde, de acordo com a composição das famílias beneficiárias.

O PBF prevê “transferência direta de renda, com condicionalidades, que beneficia famílias

pobres e extremamente pobres” (SENARC, 2006. p. 9). Pauta-se na articulação de três

dimensões essenciais à superação da fome e da pobreza, descritas abaixo:

1. Transferência Direta de Renda

Prevê a transferência direta de renda para famílias em situação de pobreza (com renda

per capita de até R$ 120,00 reais) ou extrema pobreza (renda per capita de até R$

60,00) para manter as necessidades básicas da família.

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2. Atribuição de Condicionalidades7

Condição obrigatória à permanência das famílias no Programa Bolsa Família, exigindo

o compromisso com os seguintes itens:

• Manter suas crianças e adolescentes em idade escolar freqüentando a escola;

• Cumprir com cuidados básicos de saúde:

o Cumprimento do calendário de vacinação, para as crianças entre 0 e 7 anos;

o Realização de programação pré e pós-natal, para as gestantes e nutrizes.

3. Programas Complementares

Buscando atender a diretriz da PNAS que prevê ações com vista ao protagonismo das

famílias atendidas pela Assistência Social, o Programa Bolsa Família, agrega a sua

proposta de transferência direta de renda, a promoção de Programas Complementares,

como forma de ampliar as oportunidades e capacidades de cada indivíduo para superar

a pobreza e alcançar o pleno exercício de seus direitos básicos de cidadania.

Entre as ações complementares, destaca-se a regularização de documentos dos

membros da família beneficiária, como registro civil, CPF, identidade e título de

eleitor. Este recurso é adotado como meio de habilitar minimamente o indivíduo para o

acesso ao mercado de trabalho e a sua condição de cidadania.

O Programa Bolsa Família foi concebido como um Programa de suplementação de

renda, pressupondo que os beneficiários possam ter outras fontes de renda que não

apenas o benefício. A promoção da emancipação das famílias é, sem dúvida, relevante,

consistindo na porta de saída do Programa. Esse processo também depende da

capacidade do mercado de trabalho, da elevação da escolaridade e capacitação da

população beneficiária.

1.5 ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL E O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA

7 No que diz respeito as condicionalidades na área de educação do Programa Bolsa Família, o Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (CEDEPLAR), realizou em 2006 um levantamento sobre sua eficácia. Especificamente sobre a educação, os resultados indicam que as crianças beneficiadas pelo Programa têm uma menor incidência de evasão às aulas, em comparação com crianças de domicílios similares que não recebem o benefício. Também foi verificado que as chances das crianças beneficiadas abandonarem a escola são menores.

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A contra partida da administração municipal é a garantia das condições materiais e

estruturais, para o acesso das famílias beneficiárias aos serviços de educação e saúde, que

lhes permitam cumprir as condicionalidades. São atribuições e responsabilidades da

administração municipal conforme explicitadas no Guia do Gestor do PBF (2006):

• Indicar o gestor responsável pelo PBF;

• Identificar e cadastrar as famílias pobres e extremamente pobres no Cadastro

Único;

• Constituir e apoiar a instância de controle social do Programa, ou delegar essa

competência para um conselho ou comitê previamente existente, desde que este

seja paritário entre governo e sociedade civil;

• Promover o acompanhamento do cumprimento das condicionalidades;

• Prover os serviços de saúde e educação que, além de direitos básicos, são

necessários ao cumprimento das condicionalidades pela família;

• Gerenciar, na sua esfera de competência, os pagamentos de benefícios e as

atividades de bloqueio, desbloqueio e cancelamento de benefícios;

• Promover o acompanhamento das famílias beneficiárias, em especial daquelas em

maior situação de vulnerabilidade social;

• Apoiar o desenvolvimento das famílias beneficiadas, por meio da articulação entre

o Programa Bolsa Família e outras ações e serviços de qualificação, geração de

trabalho e renda, desenvolvimento comunitário, dentre outras políticas municipais

que favoreçam a inserção e a promoção social dos beneficiários.

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2. ASPECTOS METODOLÓGICOS

2.1 OBJETO DA PESQUISA O objeto da pesquisa está focado nos benefícios gerados através da implementação do

Programa Bolsa Família no cenário socioeconômico dos municípios pernambucanos

contemplados pelo Programa e, em especial, no contexto das famílias beneficiárias.

2.1.1 DELIMITAÇÃO DO UNIVERSO

O universo da pesquisa foi definido pelo conjunto de famílias beneficiárias do Programa

Bolsa Família, residentes nos municípios nas 12 Regiões de Desenvolvimento do Estado

de Pernambuco:

1. Agreste Central 2. Agreste Meridional 3. Agreste Setentrional 4. Sertão Central 5. Sertão do Araripe 6. Sertão do Itaparica 7. Sertão do Moxotó 8. Sertão do Pajeú 9. Sertão do São Francisco 10. Mata Norte 11. Mata Sul e, 12. Região Metropolitana do Recife - RMR

Estas RDs foram pesquisadas em três etapas, devido a fatores limitadores encontrados

quando do planejamento da pesquisa, que não permitiam a cobertura de todas as regiões do

Estado de uma só vez. Desta forma, optou-se por escolher primeiro as regiões de difícil

acesso para pesquisar, deixando a Região Metropolitana do Recife e a RD da Mata Sul

para serem pesquisadas na terceira etapa. Esta última, concluída no mês de fevereiro de

2008. Este relatório agrega os resultados de todas as etapas incorporando as 12 Regiões de

Desenvolvimento listadas acima.

Este universo foi trabalhado na pesquisas a partir da elaboração de um plano amostral, que

permitiu extrair amostras significativas de cada uma das regiões, para sobre elas aplicar os

questionários da pesquisa.

2.1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA

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O desenvolvimento da pesquisa foi norteado para a consecução dos seguintes objetivos em

relação ao universo anteriormente definido:

Objetivo Geral:

Analisar os principais resultados e impactos sociais do Programa Bolsa Família em

Pernambuco e investigar como a execução do Programa influenciou ou influencia na

qualidade de vida das famílias beneficiárias e no cenário socioeconômico dos Municípios

contemplados.

Objetivos Específicos:

• Avaliar se os objetivos do Programa estão sendo alcançados;

• Aferir se as condicionalidades do Programa estão sendo atendidas;

• Identificar as principais dificuldades das famílias beneficiárias no cumprimento

das condicionalidades do Programa;

• Levantar as principais dificuldades na operacionalização do Programa;

• Verificar a permanência e a evasão escolar das crianças e adolescentes

contempladas pelo Programa;

• Observar as repercussões da migração do PETI para o Programa Bolsa Família;

• Apurar a permanência e evasão das crianças e adolescentes da jornada ampliada

desenvolvida pelo PETI;

• Registrar as mudanças na qualidade de vida das famílias beneficiárias;

• Levantar as principais habilidades profissionais e as perspectivas das famílias

articulando às potencialidades dos municípios e necessidades locais.

2.2 ROTEIRO METODOLÓGICO 2.2.1 DESENVOLVIMENTO DE PLANO AMOSTRAL

Delimitado o universo da pesquisa e seus objetivos, foi desenvolvido um plano amostral

para definição e dimensionamento do modelo a serem utilizados pela pesquisa,

fundamentado nos seguintes elementos:

• Definição da Amostra – a amostra foi definida tomando-se como base: 1)

Regiões de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco; 2) Os municípios

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integrantes de cada uma das RDs; 3) A listagem das famílias beneficiárias

fornecida pela Coordenação Estadual do Programa Bolsa Família.

• Dimensionamento da Amostra8 – O cálculo para dimensionamento da amostra

considerou o total de famílias beneficiárias existentes na listagem da

Coordenação do Programa Bolsa Família de abril de 2007, das 10 Regiões de

Desenvolvimento escolhidas para a pesquisa, que somaram 549.501 unidades

familiares. Deste universo foi extraída uma amostra aleatória de 1.368 famílias

beneficiárias do Programa Bolsa Família, distribuídas em 150 Municípios, sobre

as quais foram aplicadas as entrevistas.

• Definição dos municípios componentes da amostra – os municípios

componentes da amostra foram todos aqueles integrantes das Regiões de

Desenvolvimento do Agreste e Sertão de Pernambuco e também os da Mata

Norte, Mata Sul e Região Metropolitana. Para a aplicação das entrevistas com os

gestores foram escolhidos aleatoriamente 50% dos municípios nas regiões

mencionadas (Tabela 01).

Tabela 01 – Entrevistas Realizadas pela Pesquisa

Regiões de Desenvolvimento Total de famílias

Total de questionários

Total de Gestores

Agreste Central 125.424 298 09

Agreste Meridional 86.721 197 12

Agreste Setentrional 63.083 165 05

Sertão Central 22.731 65 04

Sertão do Araripe 44.335 115 06

Sertão do Itaparica 18.947 45 06

Sertão do Moxotó 27.541 74 05

Sertão do Pajeú 48.485 124 11

Sertão do São Francisco 40.287 110 05

Mata Norte 71.947 175 10

Mata Sul 88.062 214 12

RMR 263.630 665 07

Regiões da Pesquisa 901.193 2.247 92

• Definição do método de aplicação da amostragem em campo – na aplicação

da pesquisa de campo em cada município foi adotada uma proporção de 80% e

8 A definição amostral da pesquisa levou em consideração a distribuição espacial dos beneficiários nas diversas regiões, inclusive, diferenciando o meio urbano e rural. Em relação à distribuição municipal da amostra, ela foi calculada levando-se em consideração a média ponderada entre a população total do município e a população atendida pelo Programa Bolsa Família, em cada região específica. Desta forma, os municípios de pequeno e médio porte se equiparam, (em termos de cobertura amostral), aos municípios pólo.

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20% do total de questionários aplicados nas zonas urbana e rural de cada

localidade, respectivamente.

2.2.2 ELABORAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Foram desenvolvidos três instrumentos utilizados na coleta dos dados necessários a

investigação: um formulário de coleta de dados das famílias beneficiárias; um formulário

de coleta de dados junto aos gestores municipais e um manual de preenchimento dos

formulários em pauta.

• Formulário da família beneficiária – neste formulário procurou-se levantar dados

dos domicílios e das famílias beneficiárias, de modo a identificar o seu perfil, seu

comportamento e opiniões em relação às condicionalidades do Programa, além de

identificar suas posições em relação aos benefícios decorrentes de sua

participação no Programa Bolsa Família (Anexo I);

• Formulário de entrevista com os gestores – neste instrumento encontravam-se as

questões consideradas relevantes para atender os objetivos da pesquisa,

identificando as dificuldades encontradas pela gestão municipal no provimento

das condições necessárias a plena execução do Programa, e registrando a

estrutura instalada para o cumprimento das condicionalidades, juntamente com as

melhorias decorrentes do PBF, observadas pelo Gestor Municipal (Anexo II);

• Manual de preenchimento dos formulários de coleta de dados – o manual de

preenchimento consistiu num instrumento de orientação ao pesquisador com as

informações necessárias para o preenchimento dos formulários (Anexo III).

2.2.3 DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA DE PROCESSAMENTO DOS DADOS

O processo de desenvolvimento do sistema de processamento dos dados obedeceu aos

seguintes passos:

• Definição da plataforma de geração do sistema – considerou-se o software MS

Access 2003, como o mais adequado para o desenvolvimento do sistema de

processamento e tratamento dos dados coletados pela pesquisa;

• Definição das variáveis – preliminarmente esta definição foi associada à estrutura

básica dos formulários da pesquisa;

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• Relatórios estatísticos a serem gerados pelo sistema – elaborados, discutidos e

ajustados de acordo com as necessidades identificadas no desenvolvimento do

relatório analítico da pesquisa;

• Simulação de operação do sistema – foi realizada uma simulação do sistema em

termos de processamento da entrada de dados e geração de relatórios.

2.2.4 ESTRUTURAÇÃO DA EQUIPE

A equipe da pesquisa foi estruturada da seguinte forma:

• Coordenação – constituída por um coordenador geral e uma coordenadora técnica;

• Equipe de Pesquisa de Campo e Supervisão – foi selecionada entre profissionais da

área social, constituindo um grupo de 19 (dezenove) pesquisadores e 4 (quatro)

supervisores responsáveis pelo acompanhamento de campo, revisão de questionários,

realização de entrevistas com os gestores municipais e elaboração do relatório;

• Equipe de desenvolvimento e processamento dos dados – constituída por um estatístico

e 3 (três) digitadores realizando o processamento dos dados;

• Equipe de Apoio – constituída de 2 (dois) técnicos sociais e 4 (quatro) apoios

administrativos e 1 (um) auxiliar administrativo, dando suporte ao desenvolvimento da

pesquisa.

2.2.5 TREINAMENTO DA EQUIPE

O treinamento foi realizado em três dias, com a participação de toda a equipe da pesquisa,

quando foram abordados os seguintes itens:

• Informações sobre o Programa Bolsa Família;

• Apresentação dos Instrumentos de coleta de dados:

o Formulário da Família Beneficiária;

o Formulário da entrevista com os gestores;

o Manual de preenchimento dos formulários;

• Treinamento de preenchimento dos formulários.

2.2.6 ESTRUTURAÇÃO LOGÍSTICA DA PESQUISA

A logística da pesquisa foi planejada e executada pela coordenação técnica e pela equipe

de supervisoras durante o mês de maio de 2007, resumindo-se nas seguintes atividades:

• Programação de roteiros de viagens;

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• Planejamento de despesas com transporte, alimentação e hospedagem;

• Programação de acomodações nos municípios;

• Preparação dos Kits de pesquisa (bolsa, prancheta, crachá, lápis, borracha, caneta,

listas dos beneficiários, roteiro de viagem, formulários de pesquisa, panfletos

informativos, talão de recibos). Além destes itens cada membro da equipe de

campo possuía uma cópia do ofício, encaminhado às Secretarias Municipais,

fornecendo esclarecimentos sobre a pesquisa e apresentando os pesquisadores;

• Entrega dos Kits de pesquisa aos pesquisadores;

• Elaboração dos instrumentos de controle, rotinas, e programação das despesas de

viagem.

2.2.7 REALIZAÇÃO DA ETAPA PILOTO

Realizou-se uma “Etapa Piloto” da pesquisa, restrita a primeira semana de trabalhos de

campo onde as atividades desenvolvidas foram monitoradas e avaliadas, visando à

identificação de problemas e erros para possíveis ajustes e redirecionamentos. Nesta etapa

foram desenvolvidas as seguintes atividades:

• Aplicação dos instrumentos – Na Tabela 02 (a seguir) encontram-se

discriminados os números de entrevistas realizadas nesta etapa, segundo as

regiões de desenvolvimento onde se realizou a pesquisa:

Tabela 02 – Entrevistas realizadas na Etapa Piloto

Região de Desenvolvimento Questionários Sertão do Moxotó 74 Agreste Central 111 Agreste Meridional 180 Agreste Setentrional 36 Total 401

• Processamento dos dados da Etapa Piloto;

• Avaliação da Etapa Piloto pela equipe de campo através de formulário

adequado (Anexo IV);

• Ajustes e correções dos elementos evidenciados através da avaliação da Etapa

Piloto, (instrumentos e metodologia de coleta).

2.2.8 REALIZAÇÃO DA PESQUISA

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Foram realizadas 2.247 entrevistas (incluídas as 401 da Etapa Piloto), com as famílias

beneficiárias programadas para 184 municípios do Estado. Além destas, realizaram-se 92

entrevistas com os gestores municipais do Programa Bolsa Família.

2.2.9 DIGITAÇÃO E PROCESSAMENTO DOS DADOS

Os dados coletados foram digitados e processados através do sistema desenvolvido em MS

Access 2003 e expressos em tabelas e gráficos estatísticos para serem submetidos à

interpretação embasando o presente relatório.

2.2.10 ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO

No desenvolvimento do relatório adotou-se o sistema de subdivisão do conteúdo em blocos

com a finalidade de possibilitar uma maior flexibilidade na participação da equipe técnica

na elaboração do documento final.

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3. UNIVERSO DE ESTUDO

3.1 CONTEXTO ESTADUAL - ASPECTOS GEOGRÁFICOS Localizado no centro-leste da região Nordeste, Pernambuco tem como limites os Estados

da Paraíba, Ceará, Alagoas, Bahia e Piauí, ocupando uma área de 98.937,8 km², possuindo

uma densidade demográfica de 80,3 hab/Km2 (IBGE, 2000).

Constituído de 184 municípios e o Distrito Estadual de Fernando de Noronha, (arquipélago

localizado no Oceano Atlântico a 545 km da capital de Recife), tem como seus municípios

mais populosos: Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista, Caruaru, Petrolina.

Comparando os dados do Censo Demográfico de 1991 com os de 2000, identifica-se que o

Estado obteve um crescimento populacional de 10% nesse período, passando de uma

população de 7.127.855 habitantes em 1991, para 7.918.344 habitantes em 2000. Nesse

ano, a população de Pernambuco representava 4,66% da população brasileira, indicando

uma significativa tendência à urbanização. No referido período inter-censo de 1991 a 2000,

a taxa de urbanização sofreu um acréscimo de 7,95%, passando de 70,87% em 1991, para

76,5% em 2000. Portanto, a população urbana passa para 6.058.249 habitantes e a

população rural para 1.860.095. Ou seja, mais de dois terços da população pernambucana

(76,50%) residem em cidades conforme mostra a Tabela 03 (SDSC, 2006).

Tabela 03 - População Urbana e Rural de Pernambuco (1991-2000) População 1991 2000 % Total 7.127.855 7.918.344 100,0

Urbana 5.051.654 6.058.249 76,50

Rural 2.076.201 1.860.095 23,50 Fonte: IBGE, 2000.

3.2 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS Em 1991, a mortalidade até um ano de idade do Brasil era de 44,68 por cada mil crianças

nascidas vivas. Dentre os municípios do Estado de Pernambuco, o município com o melhor

índice era o Distrito Estadual de Fernando de Noronha, com 30,18, e o município com o

pior valor era Manari, com um IDH de 117,27. Em 2000, o índice de mortalidade de

crianças até um ano de idade no Brasil caiu para 30,57, Fernando de Noronha continuou

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sendo o município que apresentava melhor valor 20,34, e o município de Manari registrou

o pior, com 109,67 (PNUD, 2003).

A taxa de analfabetismo sofreu significativa queda no período de 1991 a 2000 (de 51,87,%

para 27,31%) na faixa etária de 7 a 14 anos. Entre crianças e adolescentes de 15 até 17

anos, os valores eram de 29,86% em 1991 e 12,07% em 2000. Na faixa populacional de 18

a 24 anos, a redução foi de 15,23%, passando de 33,54% em 1991, para 18,31% em 2000.

Quando analisados de forma conjunta, esses dados indicam que houve uma considerável

melhora no padrão educacional entre as diferentes faixas etárias no período em foco

(SDSC, 2006).

Por outro lado, a renda per capita média cresceu no mesmo período, passando de R$ 75,44

em 1991, para R$ 100,16 em 2000, apresentando aumento de 23,68%. Por sua vez, a

proporção de pobres existentes no Estado apresentou uma leve redução no mesmo

intervalo de tempo, passando de 74,67% para 65,98%. O mesmo aconteceu com o

percentual de pessoas indigentes. Em 1991 esse valor era de 47%, já em 2000 houve

redução para de 39,95% (PNUD, 2003).

3.3DADOS DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO UNIVERSO DA PESQUISA A organização da Assistência Social encontra-se estruturada através de Secretarias e

equipes técnicas próprias, na maioria dos municípios brasileiros. Em Pernambuco, como

identificado pelo IBGE em sua Pesquisa de Informações Básicas Municipais, realizada em

2005 (Tabela 4), verifica-se que 79,3% dos municípios já possuem Secretarias de

Assistência Social e em outros 20,1%, essa atividade está associada a outras políticas

setoriais de secretarias ou órgãos municipais.

Tabela 4 – Quantidade de municípios com estrutura na área de assistência social, por caracterização do órgão gestor – Brasil/Pernambuco – 2005

Municípios Com estrutura na área de assistência social (%)

Caracterização do órgão gestor Total Total

Secretaria exclusiva de assistência

social

Secretaria associada a

outras políticas setoriais

Setor subordinado à chefia do executivo

Setor subordinado

à outra secretaria

Fundação pública

Não possui

estrutura específica

(%)

Brasil 5.564 99,7 59,0 21,0 12,9 6,9 0,3 0,3 Pernambuco 185 99,5 79,3 20,1 0,0 0,5 0,0 0,5

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2005.

Institucionalmente a Assistência Social está constituída como serviço público de natureza

estatal. Entretanto, poderá também ser executada em parceria com entidades privadas sem

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fins lucrativos. Para a cobertura das atribuições a ela inerentes, a PNAS prevê a

constituição de uma rede integrada de serviços necessários ao seu público.

O conjunto de entidades que compõem a Rede Socioassistencial em Pernambuco foi

identificado e cadastrado pelo Governo do Estado em 2006. Na ocasião, identificaram-se

todas as entidades públicas e privadas sem fins lucrativos que atuam na área da Assistência

Social. A partir desta pesquisa, constituiu-se um perfil da Rede Socioassistencial existente

em cada município pernambucano. No total, foram identificadas 1.469 entidades privadas

sem fins lucrativos e 189 entidades públicas relacionadas à área de Assistência Social9.

Entidades Pesquisadas Região de Desenvolvimento Nº de Municípios

Entidades Públicas Entidades Privadas sem fins lucrativos

Total de

Entidades

PERNAMBUCO 184 189 1.469 1.658

Agreste 71 72 250 322 Agreste Central 26 27 136 163 Agreste Meridional10 26 26 54 80 Agreste Setentrional 19 19 60 79 Sertão 56 58 162 220 Sertão Central 8 8 20 28 Sertão de Itaparica 7 7 9 16 Sertão do Araripe 10 10 30 40 Sertão do Moxotó 7 7 35 42 Sertão do Pajeú11 17 18 45 63 Sertão do São Francisco12 7 8 23 31 Mata Norte 19 19 126 145 Mata Sul 24 25 136 161 RMR 14 15 795 810

Fonte: SIGAS/PE, 2006.

Como se pode observar na Tabela 05, as Regiões de Desenvolvimento abrangidas pela

pesquisa incorporam uma rede de atendimento constituída por 1.658 entidades, onde 189

são públicas e 1.469 privadas sem fins lucrativos. Na esfera privada, observa-se que as

Regiões de Desenvolvimento com maior oferta de serviços de assistência social são a

9 Essas e outras informações constituíram o Sistema de Informação e Gestão da Assistência Social de

Pernambuco – SIGAS/PE, e está disponível para acesso público através do endereço: www.sigas.pe.gov.br. 2

10 No município de Caruaru foram identificadas as seguintes entidades públicas: Secretaria da Infância e da Juventude e Secretaria de Programas Especiais e Ação Social. 11 No município de Carnaíba foram identificadas as seguintes entidades públicas: Secretaria de Assistência Social e Inclusão Social e Secretaria Municipal de Cultura e Esportes. 1

12 No município de Cabrobó foram identificadas as seguintes entidades públicas: Diretoria da Juventude e Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania. 8

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RMR, com 795 entidades, seguidos do Agreste Central e Mata Sul com 136 entidades

cada; Mata Norte com 126 e o Agreste Setentrional, com 60 entidades privadas. No Setor

Público essa tendência modifica-se ligeiramente, com o Agreste Central registrando 27

entidades (em geral, Secretarias Municipais de Assistência Social ou congêneres),

acompanhado pelo Agreste Meridional com 26, Mata Sul 25, Mata Norte e o Agreste

Setentrional, ambas com 19 entidades e pela RMR com apenas 15 entidades pública.

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4. RESULTADOS DA PESQUISA

O total de beneficiários do Programa Bolsa Família entrevistados correspondeu a 2.247

famílias, que recebiam os recursos do Programa, quando por ocasião da pesquisa.

Distribuídas nas doze Regiões de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco, estas

famílias integraram uma amostra representativa da população urbana e rural da área objeto

da pesquisa.

O tamanho médio do núcleo familiar, aferido pela pesquisa, foi de 4,1 pessoas. Foram

identificados 156 casos de famílias que residiam em regime de coabitação juntamente com

a família titular do domicílio representando 6,9% dos casos. Na composição dos 2.247

núcleos familiares observados, 60,3% estavam estruturados dentro do padrão de família

nuclear (pai, mãe e filhos). Os 39,7% restantes compunham-se primordialmente do titular e

dos filhos. Dentro do universo pesquisado, os filhos representaram 55,9% em relação ao

número de membros das famílias, destes 53,3% eram do sexo feminino.

4.1 CONTEXTO SOCIOECONÔMICO DAS FAMÍLIAS BENEFICIÁRIAS Entre os titulares do PBF entrevistados, 94,8% eram mulheres e apenas 5,2% homens.

Estes últimos, em geral, residiam sozinhos com os filhos. A faixa de idade mais

representativa dos titulares das famílias, revelada pela pesquisa, foi a de 31 a 40 anos, onde

se encontra concentrada 35,6% dos titulares. Entre os membros das unidades familiares, as

classes de idade que incorporaram maior número de indivíduos foram 07 a 15 anos

(29,2%), e 18 a 30 anos (19,4%). A faixa de 0 a 15 anos soma um total de 44,9% da

população amostral (TAB Univ41 e 41A).

O nível de escolaridade que agrega o maior número de chefes é o fundamental incompleto,

com participação de 50,2%, seguido de analfabetos com 11,2%. Ou seja, metade dos

titulares possui escolaridade mínima e mais de um décimo não possuem qualquer formação

escolar. Entre as famílias, 59,3% dos seus membros tinham escolaridade abaixo do ensino

fundamental incompleto, enquanto 7,0% haviam completado o ensino médio. Foram

identificadas apenas 6 com curso superior e 29 com curso superior incompleto (0,4%)

(TAB Univ43 e 43A).

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Grafico: 01 - Informações Sobre Famílias e Titulares do PBF (%)

94,8

35,6

50,2

59,3

11,2

6,8

30,0

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Titulares do sexo feminino

Faixa estária predominante dos

titulares = 31-40 anos

Escolaridade Predominante dos

titulares = Fundamental Incomp

Escolaridade Predominante na

Família = Fundamental Incomp

Analfabetismo entre os titulares

Analfabetismo na família

Renda Familiar Predominante

até 1/4 de SM

A classe de renda que concentra o maior número de famílias situa-se no intervalo de até ¼

de salário mínimo (30,0%). Enquanto a renda mediana – ponto da distribuição das

freqüências, abaixo do qual está concentrada a metade das rendas familiares identificadas,

está situada no intervalo “De 1 a 2 SM” em 23,7% dos casos. A configuração da renda

familiar entre as famílias consultadas encontra-se representada no Gráfico 02.

Gráfico 02 - Informações sobre as famílias: Renda Mensal Familiar (%)

30,0

23,7 23,519,2

2,70,5

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Até 1/4 SM De + 1 a 2 SM De + 1/2 a 1 SM De +1/4 a 1/2 SM De + de 2 a 3 SM Mais de 3 SM

Após a faixa que apresentou maior freqüência (até ¼ de SM) entre as famílias, aparece a

classe de mais de mais de 1 a 2 SM, com 23,7% de participação percentual. Na faixa de

mais de 3 salários mínimos foram encontradas apenas 12 famílias, correspondendo a 0,5%

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de participação no universo pesquisado. A renda per capita encontrada foi de R$ 61,03

por pessoa integrante da amostra13 (TAB Univ55).

As ocupações predominantes, no segmento da força de trabalho, foram as seguintes:

“Trabalhador Rural” (34,4%), “Prestadores de serviços domésticos” (8,0%), “Auxiliar de

serviços gerais” (4,7%), “Pedreiro” (3,4%) e “Vendedor” (3,1%) (TAB Univ56).

4.2 DOMICÍLIOS DAS FAMÍLIAS BENEFICIÁRIAS A quase totalidade dos imóveis habitados pelas famílias componentes da amostra (93,1%),

era ocupada por uma única família (TAB Univ09).

Em 79 residências, correspondentes a 3,5% do universo de 2.247 domicílios visitados,

havia algum tipo de atividade de comércio ou serviço sendo desenvolvidos, juntamente

com a atividade habitacional. As mais freqüentes eram a “Venda de bombons”, “Comércio

em geral” e “Confecções”. Estas atividades, em sua maioria, absorviam apenas um

membro da família no seu funcionamento.

Gráfico 03 - Domicílios e Famílias Beneficiárias (%)

6,0

96,4

3,6

70,5

31,5

21,5

7,6

68,4

53,3

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Imóveis ocupados por mais de uma família

Famílias em Imóveis exclusivamente habitacionais

Famílias em Imóveis Mistos (habitação+Com e/ou Serv)

Imóveis mistos c/apenas 01 pessoa trabalhando

Famílias com renda mensal Até 1/4 de SM (predominante)

Famílias com renda mensal De +1/4 a 1/2 SM (2ª maior)

% Analfabetismo na família

Renda Mensal dos Titulares Predominante = 1/4 SM

Renda Familiar Predominante = 1/4 SM

13

Para efeitos de cálculo da renda familiar, nesta pesquisa, o BPC foi considerado como renda na composição dos recursos disponíveis para fazer frente às despesas da família. Ressalta-se que no campo da Assistência Social, o BPC, como qualquer outro benefício, não é considerado na composição da renda familiar.

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A renda mensal que agregou maior número de casos situou-se na faixa de até R$ 95,00

concentrando 41,8% dos eventos. Em seguida, tem-se a faixa de R$ 96,00 a R$ 190,00 e

de R$ 191,00 a R$ 380,00 com participação de 29,1% e 12,7,0% respectivamente, nas

atividades encontradas (TAB Univ23 e 23A).

Quando questionados se participavam de algum outro Programa Social além do PBF,

64,8% dos entrevistados informaram utilizar o Programa Saúde da Família (PSF). Um total

de 15,7% estava inserido no Seguro Safra. Outros 11,9% dos entrevistados informaram

que a família não está inclusa em nenhum outro Programa Social além do PBF. (TAB

Univ32).

As pessoas com deficiência aparecem em 6,7%. Nesse conjunto, 38,0% são pessoas com

deficiência mental e 29,3% com deficiência do aparelho locomotor (TAB Univ33 e 34).

No que diz respeito à condição de ocupação do imóvel 57,5%, dos 2.247 entrevistados,

residiam em domicílio próprio, seguido por 18,0% que declararam morar em imóveis

cedidos. Estes imóveis eram, em sua quase totalidade, do tipo casa (97,3%), com paredes

de alvenaria em 96,0% dos casos (TAB Univ24, 25 e 26).

O abastecimento d’água é fornecido pela rede pública em 79,8% dos domicílios. Dos

entrevistados, 189 famílias informaram ter poço ou nascente em casa (8,4%) e 37 delas

informam fazer uso de carro-pipa para o abastecimento d’água na residência (1,6%) (TAB

Univ27).

A pesquisa apontou que 88,0% dos domicílios pesquisados eram regularmente abastecidos

pela concessionária de energia elétrica com medidor próprio e 7,5% sem medidor (TAB

Univ27 e 29).

Dos domicílios ocupados pelas famílias entrevistadas, 86,0% têm seus resíduos coletados

regularmente. Foram encontrados 9,0% de domicílios cujo lixo é queimado e um

percentual de 4,3% que deposita a céu aberto (TAB Univ31).

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4.3 FAMÍLIAS ENTREVISTADAS E CONDICIONALIDADES DO PBF Foi perguntado aos 2.247 entrevistados se sabiam quais as exigências (condicionalidades)

para se manter no PBF. Das respostas obtidas, 59,0% afirmaram que “Sim”, e 40,1%

responderam que “Não”. Ressalta-se que um pouco mais da metade dos entrevistados tinha

conhecimento de pelo menos uma das condições exigidas pelo PBF (TAB Univ35).

Em relação às dificuldades para se inscrever no Programa, 79,3% afirmaram não ter

enfrentado dificuldade enquanto 20,4% disseram ter encontrado algum tipo de dificuldade.

As principais foram: “Acesso ao local de inscrição” este presente em 36,8% das respostas

seguido de “Falta de documentação” (31,6%). Esses itens aparecem ainda agregados entre

si e com outros itens. (Gráfico 04).

Grafico 04 - Famílias e Condicionalidades do PBF (%)

59,0

20,4

36,8

31,7

4,0

86,3

10,6

87,4

9,7

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Conhecimento das Condicionalidades

Dificuldade de inscrição no PBF

Tipo de dificuldade: acesso

Tipo de dificuldade: documentação

Dificuldade em manter-se inscrito no PBF

Utilização do Recurso do PBF somente para alimentação

Utilização do Recurso do PBF para outro fim

O PBF tem contribuiído para melhoria da alimentação

O PBF tem contribuiído para melhoria da alimentação e outro fim

Sobre as dificuldades encontradas pelas famílias para manter-se inscritas no Programa, a

quase totalidade (95,8%) respondeu negativamente nesta questão (TAB Univ37).

A respeito do gasto com o dinheiro do Programa Bolsa Família pelo beneficiário, os dados

coletados revelaram que 86,3% são destinados unicamente para o item “Alimentação”. O

grupo “Outros” agregando diversos elementos de gastos, que soma uma participação de

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37

10,6%, seguido do item “Gás, querosene, e outros” onde apareceu com 2,1% dos casos,

(TAB Univ66).

Aos entrevistados solicitou-se a indicação dos principais itens de destinação com o

dinheiro do PBF que melhoraram a situação da família. Foi identificado que o recurso

contribui para melhoria da alimentação em 87,4% dos casos. (TAB Univ67).

A pesquisa investigou os bens duráveis que as famílias possuíam antes e depois do

Programa Bolsa Família. Verificou-se que no universo de 2247 famílias visitadas, 15,7%

delas não possuíam “Televisor” antes da adesão ao Programa, vindo a adquiri-lo após isto.

O mesmo ocorre com o bem “DVD/Videocassete” que aparece com 14,9% de aquisições e

com o “Som” com 12,6% aquisições posteriores a adesão. Destaca-se, entretanto, que a

pesquisa não investigou se, necessariamente, esses bens foram adquiridos com os recursos

oriundos do PBF. Verificou-se ainda aquisições de 11 “Motos” e 6 de “Carros”. (TAB

Univ68).

4.4 OPINIÃO DOS GESTORES 4.4.1 BENEFÍCIOS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA

Em um segundo momento, a pesquisa foi direcionada para investigação das opiniões dos

gestores municipais em relação ao processo de implementação do PBF. Buscou-se levantar

suas opiniões referentes às mudanças verificadas na realidade municipal com a chegada do

Programa, suas dificuldades na gestão do Sistema em nível local, e os benefícios

decorrentes do mesmo nas áreas da saúde, educação e na economia local.

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38

Gráfico 05 - Opinião dos Gestores Municipais

Benefícios decorrentes do Programa (%)

30,4

43,5

39,1

57,6

29,3

46,7

39,1

48,9

37,0

64,1

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Economia Local - Movimento no comércio - "aumentou muito"

Economia Local - Movimento no comércio - "aumentou pouco"

Educação - Oferta de vagas nas escolas - "aumentou pouco"

Educação - Oferta de vagas nas escolas - "continua a mesma"

Educação - Permanência dos alunos na escola - "aumentou muito"

Educação - Permanência dos alunos na escola - "aumentou pouco"

Saúde - Acomptº a gestantes/nutrizes - " aumentou muito"

Saúde - Acomptº a gestantes/nutrizes - "aumentou pouco"

Saúde - Acomptº a crianças < de 7 anos -" aumentou muito"

Saúde - Acomptº a crianças < de 7 anos -" aumentou pouco"

4.4.1.1 NA ECONOMIA MUNICIPAL

Aos gestores municipais foi solicitado avaliar os benefícios decorrentes do Programa Bolsa

Família no movimento do comércio local, como foco dos efeitos do Programa sobre a

economia municipal. Do total dos entrevistados, 64,1% declararam que o movimento no

comércio “Aumentou muito”. O dimensionamento desse incremento, na opinião dos

entrevistados, variou positivamente entre 60% a 100%. Por outro lado, 30,4% declararam

que “Aumentou pouco”, apontando um nível de crescimento entre 20% a 40%. Um total

3,3% declarou que não houve modificação no movimento do comércio (TAB Ges24).

Esses dados foram ratificados no depoimento dos gestores, quando afirmaram que o

período posterior à implantação do PBF coincidiu com a redução de solicitações de cestas

básicas à Secretária de Assistência Social ou congêneres.

4.4.1.2 NO ATENDIMENTO À POPULAÇÃO

Área da Educação

Os gestores avaliaram os benefícios do Programa Bolsa Família na educação municipal,

especificamente em relação à oferta de vagas, e sobre a permanência dos alunos nas

escolas municipais. No que diz respeito à oferta de vagas nas escolas, 43,5% responderam

que “Aumentou pouco”, estimando que ocorreu uma variação de percentual entre 20% a

40%. Outros 15,2% avaliaram que o item oferta de vagas “Aumentou muito”, sugerindo

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uma variação percentual estimada entre 60% a 80%. Dos consultados, 39,1% declararam

não ter havido aumento na oferta de vagas nas escolas municipais (TAB Ges25).

Quanto à permanência dos alunos nas escolas, 57,6% avaliaram que “Aumentou muito”,

com 60% a 80% de incremento estimado. Os que declararam ter “Aumentado pouco”

representam 29,3%, estes sugerindo que houve uma variação percentual de 20% a 40%.

Entre os gestores, 9,8% declararam que a permanência dos alunos nas escolas continuou a

mesma (TAB Ges26).

Área da Saúde

A avaliação realizada em relação à área de saúde focou o acompanhamento das gestantes,

nutrizes e das crianças de 0 até 7 anos. Em relação às gestantes e nutrizes, 46,7% dos

gestores declararam que o índice de acompanhamento “Aumentou muito”, estimando uma

variação entre 60% a 100%. Os que declararam que o índice de acompanhamento

“Aumentou pouco” representaram 39,1%, com uma estimativa de variação positiva entre

20% a 40%. Por outro lado, 6,5% dos gestores consideraram que não houve aumento no

acompanhamento realizado às gestantes e nutrizes após a implantação do Programa Bolsa

Família (TAB Ges27).

Em relação ao acompanhamento das crianças de 0 até 7 anos, 48,9% dos entrevistados

avaliou que “Aumentou muito”, sugerindo uma variação percentual entre 60% a 100%. Os

que declararam que o acompanhamento “Aumentou pouco” representaram 37,0%,

considerando uma variação percentual entre 20% a 40%. Do total, 6,5% revelaram que não

ocorreu alteração no acompanhamento das crianças (TAB Ges28).

4.4.2 DESENVOLVIMENTO DE PROGRAMAS COMPLEMENTARES

Para avaliar as condições do desenvolvimento das famílias de maneira sustentada, os

gestores responderam sobre a realização de programas e projetos de estímulo da

capacidade produtiva em três áreas: informática, capacitação em atividade produtiva

geradora de renda e artesanato e atividades semelhantes.

As capacitações nas áreas de artesanato e atividades semelhantes obtiveram o maior

percentual, com incidência de 28,3% das respostas. Em seguida, aparecem as atividades

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desenvolvidas na área de capacitações realizadas em atividades produtivas e/ou geradoras

de renda com 9,8%. As atividades realizadas na área de informática aparecem em 12,5%

das respostas. (TAB Ges17).

Entre os entrevistados, 23,4% destacaram outras atividades, desenvolvidas junto aos

beneficiários, visando estimular a emancipação sustentada das famílias, como: cabeleireiro,

manicura, corte-e-costura, culinária, hotelaria, gestão de pequenas empresas, criação de

unidades de beneficiamento de frutas, agricultura, formação de hortas comunitárias e

outras. Apesar do investimento realizado, os gestores informaram que as atividades

desenvolvidas, necessariamente não se materializaram em retorno financeiro para as

famílias.

4.4.3 DIFICULDADES NA GESTÃO DO PBF

Os gestores elencaram as dificuldades enfrentadas na execução do Programa Bolsa Família

em nível local, em relação aos seguintes itens: Cadastramento; Cumprimento das

condicionalidades; Gerenciamento; acompanhamento e fiscalização; Aplicação dos

recursos do Índice de Gestão Descentralizado do PBF (IGDBF); Implementação da

instância de controle social; Ações geradoras de renda; e, Evasão de crianças e

adolescentes do PETI.

4.4.3.1 GRAU DE DIFICULDADE NO CADASTRAMENTO DAS FAMÍLIAS

As dificuldades enfrentadas pelos gestores no momento do cadastramento das famílias

incidiram principalmente nos seguintes pontos: dificuldade de acesso ao local de residência

das famílias (24,1%); falta de documentação (12,2%) e falta de transporte com 2,3% das

respostas (TAB Ges01).

Outras dificuldades foram apresentadas, entre elas, lentidão e falhas no sistema de

processamento dos dados no âmbito da Caixa Econômica, especialmente, a demora na

devolução do arquivo retorno14 e dificuldade de comunicação entre os técnicos das

prefeituras e os da Caixa. Foi apontada ainda a relativa impossibilidade de comprovar a

veracidade das informações fornecidas pelos beneficiários; falta de conhecimento das

14 Devolução das informações do Cadastro Único atualizadas para os municípios pela Caixa.

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famílias sobre os critérios para inserção no PBF; pouco conhecimento sobre o Programa

pelos técnicos das Secretárias de Assistência Social, Saúde e Educação.

4.4.3.2 DIFICULDADES NO CUMPRIMENTO DAS CONDICIONALIDADES

A pesquisa levantou as principais dificuldades enfrentadas pela Administração Municipal

em prover, adequada e regularmente, os serviços de Educação e Saúde para atender as

demandas das famílias beneficiárias em relação às condicionalidades15 do Programa.

Área da Educação

Em relação a esta área foi solicitado aos gestores opinar se o número de escolas e a

quantidade de vagas ofertadas eram suficientes para atender a demanda; se o controle da

freqüência é eficiente; se existe dificuldade no manuseio do sistema ou de localização das

crianças.

Gráfico 06 - Opinião dos Gestores Municipais do PBF

Dificuldades no Cumprimento das Condicionalidades em Educação e Saúde (%)

47,8

19,6

19,6

18,7

12

31,5

29,3

25

23,9

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Dificuldade de localização das crianças

Dificuldade no manuseio do sistema de freqüência escolar

Número de escolas insuficiente

Controle de freqüência ineficiente

Número de vagas nas escolas insuficiente

Recursos humanos em saúde insuficientes

Número de postos de saúde insuficiente

Dificuldade para marcar consulta

Dificuldade de manuseio do SISVAN

O gráfico 06 mostra que 47,8% dos entrevistados apontaram como maior dificuldade à

localização das crianças, provocada pela mudança de endereço da família ou de escola,

sem a devida comunicação à unidade do PBF local. Esta informação também aparece nos

dados da pesquisa junto aos beneficiários, quando 29,3% declararam não atualizar o

endereço por ocasião da transferência de escola (TAB Ges06).

15

De acordo com a portaria GM/MDS Nº. 551 que regulamenta a gestão das condicionalidades do PBF, o objetivo das condicionalidades é o de “assegurar o acesso dos beneficiários às políticas básicas de Saúde, Educação e Assistência Social, de forma a promover a melhoria das condições de vida da população beneficiária e propiciar as condições mínimas necessárias para sua inclusão social sustentável”.

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Embora os demais itens não revelem números significativos, os gestores expressaram ainda

a existência de outras dificuldades no cumprimento das condicionalidades:

� Existência de poucas escolas na área rural;

� Salas de aula insuficientes, lotadas e de difícil acesso;

� Diretores e professores necessitando de maiores informações sobre o Programa;

� Pouca presença da Secretaria de Educação do Estado nas ações da Secretaria de

Educação municipal;

� Dificuldade de acesso ao sistema de atualização da freqüência escolar;

� Atraso no processamento e envio da freqüência;

� Dificuldade de incluir novas crianças no cadastro (substituição);

� Pouco intercâmbio de informações e articulação entre as Secretarias de Assistência,

Saúde e Educação do Município;

� Dificuldade de comunicação com o MDS (perda de informações).

Área da Saúde

Observando o Programa na perspectiva da área de saúde, os gestores se pronunciaram

quanto à quantidade de postos de saúde e de recursos humanos; dificuldade de

acompanhamento das crianças; e precariedade no manuseio do Sistema de Gestão

Federal/Estadual da Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN).

O Gráfico 06 revela a insuficiência de recursos humanos em relação à demanda, como a

maior dificuldade para o cumprimento das condicionalidades (31,5%). Os profissionais

apontados como insuficientes são: médico, agente de saúde e nutricionista. A pesquisa

também revela carência no número de postos de saúde. É importante ressaltar que essa

carência de cobertura se dá com maior intensidade na área rural. Quanto ao SISVAN, os

gestores informaram que constantemente muda de versão, dificultando desta forma, seu

manuseio (TAB Ges12).

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Ainda em relação à Saúde, foi evidenciada que a dificuldade para o cumprimento das

condicionalidades acentua-se em decorrência da falta de articulação entre as Secretarias

Municipais de Assistência, Saúde e Educação.

4.4.4 INSTÂNCIA DE CONTROLE SOCIAL

O controle social do Programa Bolsa Família pressupõe a existência no município de um

conselho ou entidade equivalente formalmente constituída. Esta entidade é composta por

integrantes das áreas da assistência social, saúde, educação, segurança alimentar e da área

da criança e do adolescente, respeitando a paridade entre governo e sociedade.

Buscando conhecer as dificuldades na execução da instância de controle social, a pesquisa

solicitou aos gestores avaliar essa atividade. Entre eles, 69,6% informaram não existir

dificuldades e os 28,3% restantes revelaram algumas delas. Entre as apontadas destacam-

se: dificuldade dos conselheiros de acompanhar e fiscalizar as ações; dificuldade em

articulação dos conselheiros falta de quorum nas reuniões; falta de conhecimento dos

conselheiros sobre o Programa; omissão da instância de controle social e demora destes em

responder as solicitações enviadas. Entre os municípios visitados, em apenas um, a

instância de controle social ainda não foi constituída (TAB Ges02).

4.4.5 DIFICULDADE DE GERENCIAMENTO

Os gestores se posicionaram quanto às principais dificuldades do processo de logística,

para operacionalização dos recursos materiais e humanos, controle de pagamento,

bloqueio, cancelamento do benefício.

A “Falta de transporte” surgiu como elemento dificultador, no depoimento de 44,7% dos

entrevistado, seguido pelo item “Falta de instalações adequadas” (22,4%); “Déficit em

recursos de informática”16 e “Falta e/ou depreciação do material permanente”, ambos com

14,5% das respostas (Tabela Ges15).

Quando solicitados a avaliar as dificuldades em relação aos recursos humanos demandados

pelo Programa, revelaram o seguinte:

� Falta de equipes técnicas qualificadas na área de Saúde e Educação com

participação percentual de 16,5% e 14,8% respectivamente; 16 Computador, impressora e comunicação com a internet.

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� Falta de equipes de apoio qualificadas (11,9%);

� Falta de equipes técnicas qualificadas nas áreas de informática representando

10,1% (TAB Ges16).

Os gestores complementaram as informações acrescentando a importância de qualificar

permanentemente as equipes envolvidas na gestão do Programa, observando a

intersetorialidade, a participação da comunidade, controle social e o agente operador –

Caixa Econômica Federal.

4.4.6 FISCALIZAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DAS AÇÕES DO PBF

De acordo com as declarações dos gestores a fiscalização e acompanhamento das ações

inerentes ao PBF são realizados pelos Assistentes Sociais das Secretarias Municipais de

Assistência Social (19,4%), Centros de Referência de Assistência Social, e representantes

da Instância de Controle Social, ambos com 18,5% de incidência dos casos. O

encaminhamento para o Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS aparece

também como uma opção utilizada pelos gestores, em 11,2% das respostas. Outras formas

utilizadas para a realização do acompanhamento das ações são através dos Gestores da

Secretarias Municipais de Assistência Social e dos Agentes de Saúde ambos com 8,06% e

7,25% respectivamente (TAB Ges18).

As declarações revelaram que têm sido utilizados outros meios / entidades, para realizar o

acompanhamento e fiscalização das ações, como: realização de parceria com o Conselho

Tutelar e com as lideranças comunitárias; e através da atuação dos técnicos que atuam

diretamente no Bolsa nos Municípios. Alguns gestores vêem também no momento da

atualização do cadastro, uma oportunidade de realizar o acompanhamento das ações. Ainda

chama atenção um percentual de 4,84% dos municípios que não realizam qualquer tipo de

acompanhamento e fiscalização do Programa (Tabela Ges18).

4.4.7 UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS DE APOIO À GESTÃO DO PROGRAMA

Com relação ao Índice de Gestão Descentralizada do Bolsa Família (IGDBF), os gestores

municipais do PBF, comentaram alguns aspectos sobre a forma de aplicação da verba

originária deste instrumento. Evidenciou-se que 43,0% dela é aplicada em recursos

técnico-administrativos. Outros 36,0% são destinados para a área de recursos humanos.

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45

Sua participação na complementaridade na verba da Saúde corresponde a 12,3% e na

Educação (8,8%). Apenas 2,2% dos gestores informou ainda não ter aplicado o recurso,

por desconhecer a forma correta para sua utilização (TAB Ges19).

Entre os consultados, indicaram outras formas de aplicação além das citadas: pagamento

de internet, contas telefônicas, aluguel de transporte, pagamento de cursos de geração de

renda e associativismo para os beneficiários, aquisição de automóvel, capacitação dos

monitores do PETI, manutenção dos equipamentos de informática. Ainda foram citados o

pagamento da regulamentação das associações de comunidades quilombolas, aquisição de

enxoval, pagamento da 2ª via de documentos, reforma da sala de atendimento do PBF,

pagamento de bolsa para jovens que participem de programa municipal de inclusão social,

pagamento de campanhas publicitárias esclarecendo os usuários sobre o funcionamento do

PBF, e aquisição de computadores para o CRAS, CREAS e PETI (Tabela Ges19).

4.4.8 EVASÃO DA JORNADA AMPLIADA DO PETI

Os dados da pesquisa revelaram que em 90,2% dos municípios houve evasão das crianças

e adolescentes do PETI, devido ao processo de migração deste para o PBF. Essa evasão

também acarretou o fechamento dos espaços de jornada ampliada em grande parte dos

municípios – em virtude da redução no repasse dos recursos de manutenção das atividades

sócio-educativas. Os gestores também apontaram as principais causas da evasão e

estimaram uma variação do valor percentual. (Tabela Ges20).

A evasão ocorreu prioritariamente devido perda financeira, resultante da migração do PETI

para o PBF. Esse item foi apontado como causa mais provável por 73,9% dos gestores. A

perda financeira também aparece agregado a outros motivos como: retorno ao trabalho

(7,6%), não recebimento da bolsa do PETI (2,2%) Tabela Ges21).

Ainda estimaram uma variação de percentual da evasão, da seguinte ordem: 73,7%

estimaram uma evasão entre 10,0% a 40,0%, outros 14,4% estimaram que a evasão das

crianças e adolescentes ocorreu entre 60% a 80,0%.

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4.4.9 DIFICULDADES NA IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES GERADORAS DE RENDA

Aos gestores foi solicitado informar as principais dificuldades para promoção de ações

geradoras de trabalho e renda17 no município. Essas dificuldades foram avaliadas como

resultantes da “Falta de recursos financeiros” (37,0% ), em segundo “Falta de interesse das

famílias” (13,0%) e em terceiro “Falta de instrutores e equipe técnica especializada” com

12,0% das respostas (Tabelas Ges23).

Outros elementos são acrescentados como dificultadores dessa implementação: falta de

estudos específicos sobre geração de renda nos municípios; pouco conhecimento técnico

para elaborar e implementar projetos de sustentabilidade; ausência de equipes técnicas

especializadas nas prefeituras para promover ações de geração de renda; pouca iniciativa

da gestão municipal em promover essas ações; pouco apoio dos Governos Estadual e

Federal; dificuldade de acesso das famílias e baixa escolaridade dos usuários. Os gestores

ainda destacaram que os cursos realizados, na sua grande maioria, não conseguem

promover autonomia financeira.

4.4.10 PRINCIPAIS POTENCIALIDADES MUNICIPAIS PARA GERAÇÃO DE RENDA

Os gestores das doze Regiões de Desenvolvimento da pesquisa identificaram um número

significativo de potencialidades. Algumas inerentes ao município e outras que se

disseminam para municípios circunvizinhos e outras regiões.

Grafico 07 - Opinião dos Gestores Municipais do PBF

Principais potencialidades municipais para geração de renda (%)

35,9

23,9

12,0

7,6

4,3

3,3

2,2

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Agricultura

Artesanato

Confecção

Culinária

Informática

Turismo

Avicultura

17

O decreto 5.209 que regulamenta o PBF trás em seu artigo 4º que um dos objetivos básicos do PBF aos seus usuários é “estimular a emancipação sustentada das famílias que vivem em situação de pobreza e extrema pobreza”.

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47

Na leitura do gráfico 07, observa-se que as mais representativas potencialidades municipais

destacadas concentraram-se expressivamente nos segmentos da agricultura (35,9%), no

artesanato (23,9%) e no setor de produção de confecções (12,0%). O turismo, informática,

fruticultura, avicultura e gesso, constituem outros componentes importantes no cenário

econômico das regiões estudadas – somando 14,2% de indicações como potencialidades

econômicas dos municípios (TAB Ges22).

5. DADOS REGIONAIS DA PESQUISA

Como visto nos capítulos introdutórios deste relatório a área de abrangência do universo da

pesquisa se estendeu por todo território pernambucano, exceto o território estadual de

Fernando de Noronha.

As unidades espaciais de referência adotadas pela pesquisa foram, primariamente, o

município

(unidade

primaria de

referência

espacial) e,

secundariam

ente, as

REGIÕES ABRAGIDAS PELA PESQUISA

Regiões de Desenvolvimento Total de

questionários Total de Gestores

RMR 665 07

Mata Norte 175 10

Mata Sul 214 12

Agreste Central 298 09

Agreste Meridional 197 12

Agreste Setentrional 165 05

Sertão Central 65 04

Sertão do Araripe 115 06

Sertão do Itaparica 45 06

Sertão do Moxotó 74 05

Sertão do Pajeú 124 11

Sertão do São Francisco 110 05

Regiões da Pesquisa 2.247 92

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Regiões de Desenvolvimento (RD) do Estado de Pernambuco, (unidade secundária de

referência espacial). Estas unidades, criadas pelo CONDEPE, constituem doze Regiões que

subdividem, com base em parâmetros de desenvolvimento econômico regionais, as Zonas

da Mata Pernambucana, do Agreste, do Sertão e da Região Metropolitana do Recife –

RMR.

Os dados da pesquisa foram sistematizados de forma a permitir uma leitura em nível do

universo, incorporando todos os municípios pernambucanos e, em segundo lugar, uma

leitura em nível das Regiões de Desenvolvimento do Estado. Neste capítulo serão

apresentados os resultados regionais da pesquisa. Organizou-se, de forma sucinta, doze

sub-relatórios regionais, onde são

apresentados os dados mais

relevantes de cada Região.

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REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

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50

1.0 A REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE Formada por 14 municípios, esta Região ocupa um território de 2.771 km². A população

total da região é de 3.337.567 habitantes. Destes, 3.234.647 vivem na área urbana dos

municípios e 102.918 na área rural. Seus municípios mais populosos são Recife com

1.422.905 habitantes, seguidos por Jaboatão dos Guararapes com 581.556 e Olinda com

367.902 (IBGE, 2000).

Quadro Região - 001: SÍNTESE DAS CARACTERÍSTICAS REGIONAIS

REGIÃO DE DESENVOLVIMENTO: METROPOLITANA DO RECIFE

Área População IDH Entidades

Assistenciais Município

(Km ²)

Total Urbana Rural 2000 Públicas Privadas

Crianças 10-14

Analfabetas

Mortalidade Infantil até

1 ano

Abreu e Lima

126 89.039 77.696 11.343 0,73 1 31 11,22 34,6

Araçoiaba 96 15.108 12.447 2.661 0,637 1 2 37,69 39,8 Cabo de Santo Agostinho

448 152.977 134.486 18.491 0,707 1 50 17,68 41,0

Camaragibe 55 128.702 128.702 0 0,747 1 32 11,59 34,8 Igarassu 306 82.277 75.739 6.538 0,719 1 27 16,39 31,1 Ipojuca 527 59.281 40.310 18.971 0,658 1 16 32,26 42,4 Itamaracá 65 15.858 12.930 2.928 0,743 1 3 15,25 27,5 Itapissuma 74 20.116 16.330 3.786 0,695 1 14 17,00 35,1 Jaboatão dos Guararapes

256 581.556 568.474 13.082 0,777 1 185 14,55 27,5

Moreno 196 49.205 38.294 10.911 0,693 1 12 16,88 34,8 Olinda 44 367.902 360.554 7.348 0,792 1 89 10,39 29,1 Paulista 94 262.237 262.237 0 0,799 1 38 8,71 21,4 Recife 220 1.422.905 1.422.905 0 0,797 2 284 12,24 29,8 São Lourenço da Mata

264 90.402 83.543 6.859 0,707 1 12 21,12 34,8

Total 2.771 3.337.567 3.234.647 102.918 0,729 15 795 17,36 33,1 Fontes: IBGE(2000); CONDEPE FIDEM (2000); PENUD (2000); SIGAS (2007)

2.0 SÍNTESE DOS DADOS COLETADOS Segundo dados fornecidos pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos

de Pernambuco - SEDSDH era de 263.630 o total de famílias beneficiárias na Região

Metropolitana, em junho de 2007. Os municípios que apresentavam maiores concentrações

de beneficiários do Programa Bolsa Família eram: Recife, Jaboatão dos Guararapes e

Olinda. Os municípios com menos famílias beneficiárias eram Ilha de Itamaracá,

Araçoiaba e Itapisssuma.

A pesquisa realizou entrevistas com 664 famílias beneficiárias da região e com sete

responsáveis pela gestão do Programa nos municípios. Os dados coletados revelaram

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traços do perfil socioeconômico das famílias beneficiárias, suas dificuldades em relação ao

programa e as opiniões dos gestores municipais entrevistados.

A quase totalidade das famílias residia em imóveis do tipo casa (94,7%). E, 4,2% das

famílias entrevistadas residiam em cômodos. As paredes de alvenaria em tijolo

encontravam-se presentes em quase todos os domicílios visitados (95,5%). Um total de

85,3% possuía abastecimento d’água pela rede pública. A energia elétrica estava presente

em 77,3% das residências com relógio próprio e 15,0% informaram que não possuía

medidor de energia. A coleta do lixo era realizada em 92,5% dos domicílios. Do total de

residências, 52,5% eram próprias e 23,6% cedidas, seguido por alugadas com 14, 4%.

Entre os imóveis visitados, foram encontradas 8 unidades que desenvolviam algum tipo de

atividade comercial ou de serviço em conjunto com o uso habitacional. Estes imóveis

foram considerados como “Imóveis mistos” pela pesquisa.

2.1. COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO BENEFICIADA

No conjunto de titulares entrevistados 95,3% pertenciam ao sexo feminino. A faixa de idade mais freqüente registrada entre os titulares variava de 31 a 40 anos (35,8%), enquanto que o nível de instrução mais freqüente situava-se no “Ensino Fundamental Incompleto” com 46,9% das respostas. A renda mediana, encontrada entre as famílias da Região, está situada na faixa de “Mais de ¼ a ½ SM” (19,7%).

2.2. CONDICIONALIDADES

Foram identificadas 458 crianças menores de 7 anos nas famílias entrevistadas pela pesquisa, correspondendo a 17,5% do total. Destas, 98,7% encontrava-se com o cartão de vacinação em dia. Na faixa de 07 a 15 anos foram registrados pela pesquisa um número de 807 crianças e adolescentes, e destes, 99,0% encontravam-se freqüentando a escola.

Entre as ocupações dos membros das famílias identificadas pela pesquisa, destacaram-se as

seguintes atividades: 1ª Faxineira, 2ª Empregada doméstica e 3ª Pedreiro; como as que

agregam maior número de pessoas dentro das unidades familiares pesquisadas.

Além do Programa Bolsa Família, a pesquisa registrou como o segundo Programa Social

de maior adesão na Região o Programa de Saúde da Família – PSF, com 70,2% de famílias

que declararam fazer uso do mesmo. Do total de famílias entrevistadas, 21,7% declararam

não fazer parte de nenhum outro Programa.

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2.3. O PROGRAMA E SUA UTILIZAÇÃO

Com relação ao Programa Bolsa Família na Região, 56,1% dos titulares entrevistados

afirmaram ter conhecimento das suas condicionalidades. É relevante a informação de que

42,9% não têm conhecimento das condicionalidades exigidas para permanência no PBF.

Dos inscritos, 79,5% informaram não ter tido dificuldade para se inscrever no Programa.

A destinação dos gastos realizados com o dinheiro recebido do Programa converge para

alimentação em 93,1% dos casos. Quando perguntado sobre o que melhorou após o PBF, a

maioria dos entrevistados (92,3%), informando que o Programa vem contribuindo para a

melhoria da alimentação familiar, confirmando o item sobre a destinação do recurso do

PBF.

2.4 OPINIÃO DOS GESTORES

A entrevista com os Gestores Municipais gerou informações importantes a respeito o

processo de gerenciamento do Programa Bolsa Família no âmbito municipal. Com relação

às dificuldades de gerenciamento do Programa encontradas pelos gestores, as mais

freqüentes foram: “Instalações inadequadas” (28,6%) e o item “Recursos de informática”

com 14,3% das respostas.

Os Gestores também repassaram as dificuldades enfrentadas nas áreas de Educação e

Saúde. Em relação à Educação destacaram como primeira dificuldade a falta de

qualificação profissional em 66,7% dos casos, seguido por “Manuseio no sistema de

freqüência escolar” (42,9%).

Na Saúde as principais dificuldades apontadas pelos gestores retratam a insuficiência de

recursos humanos e postos de saúde, ambos com 71,4% e dificuldade no acesso ao cartão

saúde e marcação de consulta, com 57,1% cada.

Os recursos do IGDBF tiveram como principal utilização a aquisição de material de

consumo, equipamentos, móveis, e utensílios diversos, todos com 33,3%, no que diz

respeito a gastos com recursos técnicos / administrativos. Este recurso também foi

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utilizado no item “Recursos humanos”, com a contratação temporária de técnicos

(100,0%).

No que diz respeito aos benefícios decorrentes do Programa Bolsa Família no contexto

municipal, os Gestores realizaram as seguintes avaliações de maiores freqüências:

Comércio local: “Aumentou muito” em 42,9%; oferta de vagas nas escolas “Continua o

mesmo” (71,4%); permanência dos alunos na escola, “aumentou muito” (71,4%);

acompanhamento de gestantes e nutriz “Aumentou um pouco” (28,6%); e

acompanhamento de crianças de 0 a 7 anos, “Aumentou um pouco” em (28,6%) dos casos.

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GLÓRIADO GOITÁ

VICÊNCIA

BUENOSAIRES

TIMBAÚBA

PAUDALHO

CARPINA

L. DOCARRO

L. DOITAENGA

NAZARÉDA MATA

TRACUNHAÉM

ITAQUITINGA

GOIANA

FERREIROS

ALIANÇA CONDADO

ITAMBÉCAMUTANGA

CHÃ DEALEGRIA

MACAPARANA

Região de Desenvolvimento do Mata Norte

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1.0. REGIÃO DA MATA NORTE

Formada por 19 municípios esta Região ocupa um território de 3.243 km². Sua economia

está baseada, principalmente na cana-de-açúcar e seus derivados. Sobressaem-se também

agricultura (banana, verdura, inhame, mandioca entre outras), indústria de transformação,

comércio, prestação de serviço e turismo.

A população total da região é de 541.428 habitantes. Destes, 377.275 vivem na área urbana

dos municípios, e 164.153 na área rural. Os municípios mais populosos são: Goiana com

71.177 habitantes, Carpina, com 63.811 e Timbaúba com 56.906 pessoas residindo em seu

território.

2.0 SÍNTESE DOS DADOS COLETADOS

Quadro 001: Características Sócio-Assistenciais da RD da Mata Norte

Área População IDH Entidades

Assistenciais Município

(Km ²)

Total Urbana Rural 2000 Públicas Privadas

Crianças 10-14

Analfabetas

Mortalidade Infantil até

1 ano

Aliança 273 37.189 17091 20098 0,578 1 5 18,65 85,29 Buenos Aires 97 12.007 6408 5599 0,621 4 12,47 52,58 Camutanga 37 7.844 6016 1828 0,632 1 5 13,20 47,66 Carpina 146 63.811 61006 2805 0,724 1 5 7,39 34,96 Chã de Alegria 48 11.102 8082 3020 0,629 1 3 18,65 44,18 Condado 90 21.797 18473 3324 0,627 1 7 17,78 52,58 Ferreiros 92 10.727 6957 3770 0,629 1 5 8,18 52,58 Glória do Goitá

231 27.554 12542 15012 0,636

1 4 17,60 38,94

Goiana 501 71.177 43531 27646 0,692 1 21 13,72 41,82 Itambé 304 34.982 26325 8657 0,573 1 1 19,70 85,29 Itaquitinga 103 14.950 10779 4171 0,587 1 7 18,90 85,29 Lagoa do Carro

70 13.110 8087 5023 0,654

1 0 10,50 55,39

Lagoa do Itaenga

58 20.172 15345 4827 0,638

1 5 19,18 46,01

Macaparana 126 22.494 13518 8976 0,597 1 6 11,72 65,9 Nazaré da Mata

151 29.254 24704 4550 0,703

1 4 7,36 36,87

Paudalho 278 45.138 34432 10706 0,670 8 16,29 41,48 Timbaúba 290 56.906 44035 12871 0,649 1 29 12,88 55,42 Tracunhaém 117 12.394 9442 2952 0,636 1 5 15,37 47,85 Vicência 231 28.820 10502 18318 0,644 1 2 7,13 51,51 TOTAL 3.243 541.428 377.275 164.153 19 126 14,03 53,76 Fontes: CONDEPE/FIDEM (2000); PNUD (2000); SIGAS (2006)

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Segundo dados fornecidos pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos

de Pernambuco - SEDSDH, era de 70.274 famílias beneficiárias na Mata Norte, em Junho

de 2007. Os municípios que apresentavam maiores concentrações de beneficiários do

Programa Bolsa Família eram: Goiana (8.603), Tinbaúba (7.773) e Carpina (7.071). Os

municípios com menos famílias beneficiárias eram: Camutanga (1.230), Ferreiros (1.475) e

Tracunhaém (1.515).

A pesquisa realizou entrevistas com 175 famílias beneficiárias da região e com dez

responsáveis pela gestão do Programa nos municípios. Os dados coletados revelaram

traços do perfil socioeconômico das famílias beneficiárias, suas dificuldades em relação ao

programa e as opiniões dos gestores municipais entrevistados.

A quase totalidade das famílias residia em imóveis do tipo casa (98,9%). Do total de

residências, 54,3% eram próprias e 18,3% alugadas. As paredes de alvenaria em tijolo

encontravam-se presentes em quase todos os domicílios visitados (98,3%). Pouco menos

de um quinto das moradias (22,8%) não possuía abastecimento d’água ligado à rede

pública. A energia elétrica estava presente em 89,7% das residências e coleta do lixo em

era realizada em 80,0%. Apenas 10,3% informaram queimar o lixo residencial. Entre os

imóveis visitados, foram encontradas apenas sete unidades que exerciam algum tipo de

atividade de comércio ou serviço sendo desenvolvidos, juntamente com a atividade

habitacional.

2.1 COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO BENFICIADA

Entre os titulares do PBF entrevistados 96,0% eram mulheres e apenas 4,0% homens. A

faixa de idade mais freqüente registrada entre os titulares, foi a de 31 a 40 anos, com

(30,3%) enquanto que o nível de instrução mais freqüente situava-se no “Ensino

Fundamental Incompleto” com 57,1% das respostas. A renda mediana, encontrada entre as

famílias da Região, esta situada na faixa de “Mais de 1 a 2 SM” (24,0%).

Entre as ocupações dos membros das famílias identificadas pela pesquisa, destacaram-se as

seguintes atividades: 1ª Agricultor, 2ª Trabalhador rural e 3ª Biscate; como as que agregam

maior número de pessoas dentro das unidades familiares pesquisadas.

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2.2 CONDICIONALIDADE

Foram identificadas 115 crianças menores de 7 anos nas famílias entrevistadas pela

pesquisa correspondendo a 15,4% do total. Destas, 99,1% encontrava-se com o cartão de

vacinação em dia. Na faixa de 07 a 15 anos foram registrados pela pesquisa um número de

186 crianças e adolescentes, e destes, 98,9 % encontravam-se freqüentando a escola.

Com relação ao Programa Bolsa Família, apenas 48,0% dos entrevistados na Região

afirmou ter conhecimento das suas condicionalidades. E 8,6% declararam que tiveram

dificuldade para se inscrever no Programa.

2.3 O PROGRAMA E SUA UTILIZAÇÃO Além do Programa Bolsa Família, a pesquisa registrou como o segundo Programa Social

de maior adesão na Região é o Programa Saúde da Família – PSF, com 40,6% de famílias

que declararam fazer uso do mesmo. Dos entrevistados (42,9%) declarou não participar de

nenhum outro Programa Social.

A destinação dos gastos realizados com o dinheiro recebido do Programa converge para

“Alimentação” (74,3%). Nestes casos os titulares gastam o recurso exclusivamente com

este item. Em seguida aparece o grupo “Gás, querosene, outro” com 7,4% das respostas.

2.4 OPINIÃO DOS GESTORES

A entrevista com os Gestores Municipais gerou informações importantes a respeito do

processo de gerenciamento do Programa Bolsa Família no âmbito municipal.

Primeiramente, quanto às dificuldades encontradas, onde as mais freqüentes foram: Falta

de transporte (30,0%), seguido do grupo “Falta de estrutura física adequada e transporte”

com 20,0% das respostas apontadas pelos gestores.

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Opinaram também sobre as dificuldades nas áreas de Educação e Saúde. Em relação à

Educação destacaram como primeira dificuldade a localização das crianças (50,0%),

seguidos de número de escolas e de vagas insuficientes; controle de freqüência insuficiente

e dificuldade no manuseio do sistema da freqüência escolar, todos com 30,0% de

incidência das respostas.

Na Saúde a principal dificuldade apontada pelos gestores remete para marcação de

consulta e de operacionalização do SISVAN ambos com 40,0% das respostas. Seguidos de

insuficiência de recursos humanos e de postos de saúde; dificuldade de acompanhamento

das gestantes e dificuldade de acesso ao cartão saúde, todas com 20,0% dos casos.

Os recursos do IGDBF tiveram na Região do Sertão do Itaparica como principais

destinações às aplicações com: Recursos técnicos / administrativos (100,0%), recursos

humanos (80,0%), complementação da verba da Educação (10,0%), complemento da verba

da Saúde com 20,0% das respostas.

Por outro lado, os benefícios decorrentes do Programa no contexto municipal tiveram dos

gestores as seguintes avaliações de maiores freqüências: Comércio local: “Aumentou

muito” (50,0%); oferta de vagas nas escolas: “Aumentou pouco” (50,0%); permanência

dos alunos nas escolas: “Aumentou muito” (60,0%); Acompanhamento das gestantes e

nutrizes e acompanhamento das crianças de 0 a 7 anos: “Aumentou muito” (50,0%).

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REGIÃO DE DESENVOLVIMENTO DA MATA SUL

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1.0 A REGIÃO DA MATA SUL Formada por 24 municípios, esta Região ocupa um território de 5.186,70 km². A população

total da região é de 665.846 habitantes. Destes, 456.161 vivem na área urbana dos

municípios e 209.685 na área rural. Seus municípios mais populosos são Vitória de Santo

Antão com 117.609 habitantes, seguidos por Escada com 57.341 e Palmares com 55.790

(IBGE, 2000).

Quadro Região - 001: SÍNTESE DAS CARACTERÍSTICAS REGIONAIS

REGIÃO DE DESENVOLVIMENTO: REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

Área População IDH Entidades

Assistenciais Município (Km ²) Total Urbana Rural 2000 Públicas Privadas

Crianças 10-14

Analfabetas

Mortalidade Infantil até 1

ano Amaraji 237,80 21.309 14.381 6.928 0,617 1 5 23,34 52,18 Água Preta 529,80 28.531 14.707 13.824 0,597 1 12 34,32 55,24 Barreiros 228,80 39.139 31.028 8.111 0,635 1 3 30,47 62,69 Belém de Maria

63,50 10.626 6.566 4.060 0,59 1 0 25,87 69,58

Catende 160,30 31.257 23.451 7.806 0,644 1 5 21,58 52,57 Chã Grande 83,40 18.407 11.736 6.671 0,612 1 7 26,71 62,1 Cortês 98,70 12.681 8.443 4.238 0,582 1 4 25,24 87,32 Escada 348,80 57.341 45.596 11.745 0,645 1 11 25,41 52,57 Gameleira 259,70 24.003 16.663 7.340 0,59 1 2 29,84 69,58 Jaqueira 110,70 11.653 5.904 5.749 0,588 1 1 27,77 72,06 Joaquim Nabuco

115,10 15.925 9.617 6.308 0,613 1 5 30,02 54,5

Maraial 196,20 14.017 7.937 6.080 0,564 1 0 32,07 75,64 Palmares 374,60 55.790 43.452 12.338 0,653 2 19 23,65 68,26 Pombos 235,10 23.351 13.979 9.372 0,641 1 7 30,5 48 Primavera 96,10 11.477 6.641 4.836 0,632 1 1 23,34 54,65 Quipapá 224,70 22.145 10.885 11.260 0,579 1 1 33,47 58,72 Ribeirão 286,80 41.449 29.646 11.803 0,658 1 7 29,83 44,42 Rio Formoso 339,60 20.764 8.349 12.415 0,621 1 10 39,21 59,73 São Benedito do Sul

208,40 10.477 5.271 5.206 0,549 1 0 27,39 78,55

São José da Coroa Grande

74,70 13.971 9.516 4.455 0,628 1 8 33,93 62,2

Sirinhaém 355,20 33.046 13.646 19.400 0,633 1 2 31,55 47,34 Tamandaré 98,50 17.281 11.548 5.733 0,596 6 41,79 69,58 Vitória de Santo Antão

344,20 117.609 99.342 18.267 0,663 1 18 20,49 51,15

Xexéu 116,00 13.597 7.857 5.740 0,561 1 2 35,32 83,2 TOTAL 5186,70 665.846 456.161 209.685 0,612 25 136 29,30 62,2 Fontes: IBGE(2000); CONDEPE FIDEM (2000); PENUD (2000); SIGAS (2007)

2.0 SÍNTESE DOS DADOS COLETADOS Segundo dados fornecidos pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos

de Pernambuco - SEDSDH era de 88.062 o total de famílias beneficiárias na Região da

Mata Sul, em junho de 2007. Os municípios que apresentavam maiores concentrações de

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beneficiários do Programa Bolsa Família eram: Vitória de Santo Antão, Palmares e Escada.

Os municípios com menor número de famílias beneficiárias eram São Benedito do Sul,

Belém de Maria e Cortês.

A pesquisa realizou entrevistas com 213 famílias beneficiárias da região e com doze

responsáveis pela gestão do Programa nos municípios. Os dados coletados revelaram

traços do perfil socioeconômico das famílias beneficiárias, suas dificuldades em relação ao

programa e as opiniões dos gestores municipais entrevistados.

A quase totalidade das famílias residia em imóveis do tipo casa (99,5%). As paredes de

alvenaria em tijolo encontravam-se presentes em quase todos os domicílios visitados

(94,4%). Um total de 73,8% possuía abastecimento d’água pela rede pública. A energia

elétrica estava presente em 91,6% das residências com relógio próprio e coleta do lixo em

era realizada em 82,7% dos domicílios. Do total de residências, 46,3% eram próprias e

19,2% alugadas. Entre os imóveis visitados, foram encontradas 11 unidades que

desenvolviam algum tipo de atividade comercial ou de serviço em conjunto com o uso

habitacional. Estes imóveis foram considerados como “imóveis mistos” pela pesquisa.

2.1. COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO BENEFICIADA

No conjunto de titulares entrevistados, 70 (94,6%) pertenciam ao sexo feminino. A faixa

de idade mais freqüente registrada entre os titulares variava de 31 a 40 anos (41,9%),

enquanto que o nível de instrução mais freqüente situava-se no “Ensino Fundamental

Incompleto” com 52,3% das respostas. A renda mediana, encontrada entre as famílias da

Região, esta situada na faixa “De ½ a 1 SM”.

2.2. CONDICIONALIDADES

Foram identificadas 138 crianças menores de 7 anos nas famílias entrevistadas pela

pesquisa correspondendo a 15,2% do total e, todas elas, encontravam-se com o cartão de

vacinação em dia. Na faixa de 07 a 15 anos foram registrados pela pesquisa um número de

259 crianças e adolescentes, e destes, 99,6% encontravam-se freqüentando a escola.

Entre as ocupações dos membros das famílias identificadas pela pesquisa, destacaram-se as

seguintes atividades: 1ª Agricultor, 2ª Aposentado e 3ª Pensionista; como as que agregam

maior número de pessoas dentro das unidades familiares pesquisadas.

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Além do Programa Bolsa Família, a pesquisa registrou como o segundo Programa Social

de maior adesão na Região o Programa Saúde da Família - PSF, com 64,5% de famílias

que declararam fazer uso do mesmo. Declararam não fazer uso de nenhum outro programa,

20,1% dos entrevistados.

2.3. O PROGRAMA E SUA UTILIZAÇÃO

Com relação ao Programa Bolsa Família na Região 55,1% afirmaram ter conhecimento das

suas condicionalidades. É relevante a informação de que 43,5% não têm conhecimento das

condicionalidades exigidas para permanência no PBF. Dos inscritos, 81,8% informaram

não ter tido dificuldade para se inscrever no Programa.

A destinação dos gastos realizados com o dinheiro recebido do Programa converge para

alimentação em 79,4% dos casos. Quando perguntado sobre o que melhorou após o PBF, a

maioria dos entrevistados (77,1%) informou que o Programa vem contribuindo para

melhoria da alimentação, confirmando o item sobre a destinação do recurso do PBF.

2.4 OPINIÃO DOS GESTORES

A entrevista com os Gestores Municipais gerou informações importantes a respeito do

processo de gerenciamento do Programa Bolsa Família no âmbito municipal. Em relação

às dificuldades de gerenciamento do Programa encontradas pelos gestores, a mais

freqüente estava relacionada ao “Transporte” para 33,3% dos entrevistados na Região.

Nesses casos, o transporte é utilizado para a realização de visitas domiciliares de

acompanhamento e fiscalização, feitas pela equipe técnica municipal.

Os Gestores também repassaram as dificuldades enfrentadas por eles nas áreas de

Educação e Saúde. Em relação à Educação, destacaram como primeira dificuldade para

melhor cumprimento das condicionalidades, o item “Localização das crianças”, devido à

mudança de escola ou município sem prévia comunicação, com 75,0% dos casos. Outro

aspecto relevante na Região é a “Falta de pessoal qualificado para manuseio do sistema”

(50,0%), segundo os entrevistados.

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Na Saúde a principal dificuldade apontada pelos Gestores diz respeito ao “Manuseio do

SISVAN” (50,0%), seguido por “Falta de recursos humanos” para a demanda municipal

(25,0%). Segundo 33,3% dos Gestores faltam capacitação e acompanhamento para a

equipe técnica municipal.

Os recursos do IGDBF tiveram, na Região da Mata Sul, como principais destinações às

aplicações com: material de consumo, computador, móveis e utensílios diversos (72,8%),

no que diz respeito a gastos com recursos técnicos / administrativos; e para a contratação

de equipe técnica temporária, em 87,5% dos casos.

No que diz respeito aos benefícios decorrentes do Programa Bolsa Família no contexto

municipal, os Gestores realizaram as seguintes avaliações de maiores freqüências:

Comércio local: “Aumentou muito” em 83,3%; oferta de vagas nas escolas “Continua o

mesmo” (50,0%); permanência dos alunos na escola, “aumentou muito” (83,3%);

acompanhamento de gestantes e nutriz “Aumentou muito” (66,7%); e acompanhamento de

crianças de 0 a 7 anos, “Aumentou muito” (66,7%).

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ALAGOINHA

PESQUEIRA

SÃO BENTODO UNA

CACHOEIRINHA

SANHARÓ TACAIMBÓ

BELO JARDIM

JATAÚBABREJO DA

MADRE DE DEUS

PANELAS

ALTINHO

IBIRAJUBA CUPIRA

AGRESTINA

SÃOCAITANO

S. JOAQUIM DO MONTE

CARUARUPOÇÃO

RIACHODAS ALMAS

LAGOADOS GATOS

BEZERROS

BONITO

BARRA DEGUABIRABA

CAMOCIM DESÃO FELIX

SAIRÉ

GRAVATÁ

REGIÃO DE DESENVOLVIMENTO DO AGRESTE CENTRAL

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1.0 A REGIÃO DO AGRESTE CENTRAL Formada por 26 municípios esta Região ocupa um território de 10.117 km². Sua economia

está baseada, principalmente, na pecuária leiteira e no turismo.

A população total da região é de 935.207 habitantes. Destes, 653.604 vivem na área urbana

dos municípios e 281,603 na área rural. Seus municípios mais populosos são Caruaru com

253.634 habitantes, seguidos por Belo Jardim com 68.698 e Gravatá com 67.273 (IBGE,

2000).

Quadro Região - 001 : SÍNTESE DAS CARACTERÍSTICAS REGIONAIS

REGIÃO DE DESENVOLVIMENTO: AGRESTE CENTRAL

Área População IDH Entidades

Assistenciais Município (Km ²) Total Urbana Rural 2000 Públicas Privadas

Crianças 10-14

Analfabetas

Mortalidade Infantil até

1 ano Agrestina 198 20.036 12.895 7.141 0,612 1 4 19,78 60,72 Alagoinha 180 12.535 6.738 5.797 0,630 1 8 16,68 54,41 Altinho 453 22.131 10.542 11.589 0,590 1 5 15,56 69,48 Barra de Guabiraba

118 10.939 9.260 1.679 0,554 1 2 23,22 87,32

Belo Jardim 654 68.698 50.392 18.306 0,619 1 3 20,00 70,35 Bezerros 546 57.371 44.566 12.805 0,593 1 10 11,11 68,33 Bonito 393 37.750 22.995 14.755 0,579 1 10 16,12 74,66 Brejo da Madre de Deus

783 38.109 24.713 13.396 0,642 1 6 28,87 70,35

Cachoeirinha 183 17.042 12.084 4.958 0,626 1 2 12,97 47,66 C.de São Felix 51 15.115 11.177 3.938 0,713 1 3 11,34 59,51 Caruaru 932 253.634 217.407 36.227 0,606 2 26 12,34 47,66 Cupira 104 22.383 18.085 4.298 0,610 1 4 25,11 61,94 Gravatá 492 67.273 55.536 11.710 0,654 1 21 13,25 56,11 Ibirajuba 218 7.438 2.428 5.010 0,558 1 3 19,63 87,32 Jataúba 716 14.653 6.628 8.025 0,583 1 - 16,48 65,97 Lagoa dos Gatos

189 16.100 7.460 8.640 0,536 1 1 25,86 95,59

Panelas 370 25.874 10.851 15.023 0,576 1 1 19,37 72,55 Pesqueira 1.036 57.721 40.991 16.730 0,636 1 11 18,17 69,08 Poção 212 11.178 6.359 4.819 0,571 1 - 24,72 84,55 Riaço das Almas

314 18.142 6.123 12.019 0,609 1 - 15,22 73,07

Sairé 199 13.649 5.648 8.001 0,598 1 3 12,12 59,51 Sanharó 248 15.879 7.613 8.266 0,618 1 5 20,58 78,25 São Bento do Uma

716 45.360 23.306 22.054 0,623 1 3 20,75 72,4

São Caetano 374 33.426 22.499 10.927 0,580 1 1 23,74 93,38 São J. do Monte 231 19.842 11.354 8.488 0,571 1 3 19,39 76,74 Tacaimbó 211 12.929 5.927 7.002 0,598 1 1 14,35 64,04 Total 10.117 935.207 653.604 281.603 0,603 27 136 18,34 69,17 Fontes: IBGE(2000); CONDEPE FIDEM (2000); PENUD (2000); SIGAS (2007)

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2.0 SÍNTESE DOS DADOS COLETADOS Segundo dados fornecidos pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos

de Pernambuco - SEDSDH era de 125.424 o total de famílias beneficiárias do Agreste

Central, em junho de 2007. Os municípios que apresentavam maiores concentrações de

beneficiários do Programa Bolsa Família eram: Belo Jardim (9.436), seguido de Pesqueira

(8.895) e de Gravatá (8.791). Os municípios com menor número de famílias beneficiárias

eram Ibirajuba (1.132), Barra de Guabiraba (1.390) e Tacaimbó (1.788).

A pesquisa realizou entrevistas com 298 famílias beneficiárias da região e com 09

responsáveis pela gestão do Programa nos municípios. Os dados coletados revelaram

traços do perfil socioeconômico das famílias, suas dificuldades em relação ao programa e

as opiniões dos gestores municipais entrevistados.

A quase totalidade das famílias residia em imóveis do tipo casa (98,0%). As paredes de

alvenaria em tijolo encontravam-se presentes em quase todos os domicílios visitados

(97,0%). Pouco menos de um quinto das moradias (16,1%) não possuía abastecimento

d’água. A energia elétrica estava presente em 91,6% das residências e a coleta do lixo era

realizada em 92,6%. Apenas 6% informaram queimar o lixo residencial. Do total de

residências, 60,7% eram próprias e 18,8% alugadas. Entre os imóveis visitados, foram

encontradas 12 unidades que desenvolviam algum tipo de atividade comercial ou de

serviço em conjunto com o uso habitacional. Estes imóveis foram considerados como

“Imóveis mistos” pela pesquisa.

2.1. COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO BENEFICIADA

No conjunto de titulares entrevistados 96,3% pertenciam ao sexo feminino. A faixa de

idade mais freqüente registrada entre os titulares, foi a de 31 a 40 anos (38,8%), enquanto

que o nível de instrução mais freqüente situava-se no “Ensino Fundamental Incompleto”

com 53,8% de presença entre os entrevistados. A renda mediana, encontrada entre as

famílias da Região, esta situada na faixa “De + ¼ a ½ SM”.

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2.2. CONDICIONALIDADES

Foram identificadas 176 crianças menores de sete anos nas famílias entrevistadas pela

pesquisa, correspondendo a 14,5% do total. Destas, 94,9% encontrava-se com o cartão de

vacinação em dia. Na faixa de 07 a 15 anos foram registrados pela pesquisa um número de

396 (31,8%) crianças e adolescentes, e destes, 99,2 % encontravam-se freqüentando a

escola.

Entre as ocupações dos membros das famílias identificadas pela pesquisa, destacaram-se as

seguintes atividades: 1ª Agricultor, 2ª Empregada doméstica e 3ª Costureira; como as que

agregam maior número de pessoas dentro das unidades familiares pesquisadas.

Além do Programa Bolsa Família, a pesquisa registrou como o segundo Programa Social

de maior adesão na Região o Programa de Saúde da Família – PSF, com 57,4% de famílias

que declararam fazer uso do mesmo.

2.3. O PROGRAMA E SUA UTILIZAÇÃO

Com relação ao Programa Bolsa Família, a grande maioria dos entrevistados na Região

(71,5%) afirmaram ter conhecimento das suas condicionalidades e destas, pouco menos de

um terço (28,9%), tiveram dificuldade para se inscrever no Programa.

A destinação dos gastos realizados com o dinheiro recebido do Programa converge para

alimentação em 80,2% dos casos. Quando perguntado sobre o que melhorou com o PBF, a

maioria dos entrevistados (86,9%) informou que o Programa vem contribuindo para

melhoria da alimentação, confirmando o item sobre a destinação do recurso do PBF.

2.4 OPINIÃO DOS GESTORES

A entrevista com os Gestores Municipais gerou informações importantes a respeito do

processo de gerenciamento do Programa Bolsa Família no âmbito municipal. “Recursos de

informática” e “Instalações inadequadas”, ambos com 22,2% das respostas, foram os itens

de maior dificuldade para o gerenciamento do PBF apontados pelos Gestores durante as

entrevistas realizadas na Região.

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Aos Gestores, também foram realizadas perguntas sobre as dificuldades de gerenciar as

condicionalidades nas áreas de Educação e Saúde. Em relação à Educação a maior

dificuldade está relacionada à “Dificuldade de localização das crianças”, com 55,6%,

seguido por “Controle da freqüência escolar insuficiente”, com 22,2%.

Na Saúde as principais dificuldades apontadas pelos Gestores dizem respeito à

“Insuficiência de recursos humanos”, “Insuficiência de postos de saúde”, e “dificuldade de

acompanhamento das gestantes e nutriz”, todas com 33,3% de incidência nas respostas.

Os recursos do IGDBF tiveram na Região do Agreste Central como principais destinações

aplicações com recursos técnicos / administrativos e recursos humanos, ambos com 44,4%

dos casos. No que diz respeito aos benefícios decorrentes do Programa no contexto

municipal, tiveram dos gestores as seguintes avaliações de maiores freqüências: Comércio

local: “Aumentou muito” (66,7%); Oferta de vagas e permanência dos alunos nas escolas:

“Aumentou um pouco” (55,6%); Acompanhamento das gestantes e nutrizes: “Aumentou

um pouco” (44,4%); Acompanhamento das crianças de 0 a 7 anos: “Aumentou muito”

(33,3%).

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REGIÃO DE DESENVOLVIMENTO DO AGRESTE

MERIDIONAL

ITAÍBA

TUPANATINGA

BUÍQUE

IATI

BOM CONSELHO

ÁGUASBELAS

SALOÁ

PARANATAMA

CAETÉS

PEDRA

VENTUROSA

CORRENTES

LAGOA DO OURO

PALMERINABREJÃO

TEREZINHA

GARANHUNS

SÃO JOÃOANGELIM

LAJEDO

CALÇADOJUPI

JUCATI

CAPOEIRAS

CANHOTINHO

JUREMA

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1.0. REGIÃO DE DESENVOLVIMENTO DO AGRESTE MERIDIONAL A região do Agreste Meridional é formada por 26 municípios tendo sua extensão territorial

corresponde a 10.783 km². A economia da RD está baseada, principalmente, na pecuária

leiteira e no turismo.

A população total da Região é de 594.890 habitantes. Destes, 310.004 vivem na área

urbana dos municípios, e 284,886 na área rural. Os municípios mais populosos são

Garanhuns (117.749), Buíque, (44.169) e Bom Conselho (42.085).

2.0. SÍNTESE DOS DADOS COLETADOS

Quadro 001: Características Sócio-Assistenciais da RD do Agreste Meridional

População IDH Entidades

Assistenciais Município Área

(Km ²) Total Urbana Rural 2000 Públicas Privadas

Crianças 10-14 Analfabetas

Mortalidade Infantil até 1 ano

Águas Belas

883,9 36.641 19.937 16.704 0,602

1 2 39,37 69,55

Angelim 126,2 9.082 4.543 4.539 0,532 1 2 15,74 98,12 Bom Conselho

794,9 42.085 25.222 16.863 0,572

1 5 27,86 81,84

Brejão 161,2 8.916 3.217 5.699 0,569 1 3 21,57 77,67 Buíque 1.273,6 44.169 15.472 28.697 0,575 1 5 32,47 51,32 Caetés 322,9 24..37 5.508 18.629 0,521 1 - 25,74 94,11 Calçado 55,7 11.709 3.265 8.444 0,582 1 - 16,36 76,17 Canhotinho 421,2 24.920 12.261 12.659 0,588 1 1 25,47 69,72 Capoeiras 342,9 19.556 4.843 14.713 0,593 1 1 21,70 65,97 Correntes 284,1 17.044 8.844 8.200 0,587 1 - 24,31 80,65 Garanhuns 465,8 117.749 103.435 14.314 0,693 1 24 10,91 54,2 Iati 565,2 17.691 6.608 11.083 0,526 1 - 31,71 91,83 Itaíba 1.068,7 26.799 8.735 18.064 0,567 1 1 34,00 67,8 Jucati 108,9 9.695 2.277 7.418 0,553 1 - 24,60 96,37 Jupi 150,6 12.329 5.785 6.544 0,609 1 1 15,99 64,45 Jurema 146,4 13.741 7.634 6.107 0,550 1 - 26,22 94,11 Lagoa do Ouro

218,7 10.977 4.548 6.429 0,569

1 - 25,90 69,55

Lajedo 208 32.209 22.531 9.678 0,625 1 14,73 75,99 Palmeirina 199,6 9.536 4.790 4.746 0,596 1 21,77 69,55 Paranatama 271,6 10.348 1.647 8.701 0,561 1 19,45 84,25 Pedra 848,8 20.244 10.267 9.977 0,601 1 4 29,64 62,46 Saloá 295,8 15.006 5.141 9.865 0,561 1 21,20 87,32 São João 235,6 19.744 7.144 12.600 0,593 1 17,55 74,74 Terezinha 141,9 6.300 1.880 4.420 0,565 1 22,52 67,08 Tupanatinga 866,1 20.801 6.420 14.381 0,540 1 2 28,20 75,24 Venturosa 324,7 13.462 8.050 5.412 0,633 1 3 18,52 60,4 Total / Média 10.783,0 594.890 310.004 284.886 0,579 26 54 23,59 1960,46

Fontes: CONDEPE/FIDEM (2000); PNUD (2000); SIGAS (2006)

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E-mail: [email protected] - Website: www.ipsa.org.br

71

Segundo dados fornecidos pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos

de Pernambuco - SEDSDH, o total de beneficiários do Agreste Meridional, em Junho de

2007, correspondia a 86.721 famílias. Os municípios que apresentavam maior

concentração de beneficiários do Programa Bolsa Família eram: Garanhuns (12.269),

Buíque (6.865) e Bom Conselho (6.161). O município com menor número de beneficiários

era, nas últimas estatísticas da SEDSDH, Terezinha com 1.175 famílias.

A pesquisa realizou entrevistas com 197 famílias beneficiárias da Região e com 12 pessoas

responsáveis pela gestão do Programa nos municípios. Os dados da pesquisa revelaram

alguns traços do perfil socioeconômico do conjunto das famílias beneficiárias, suas

dificuldades em relação ao programa e as opiniões dos gestores municipais entrevistados.

A quase totalidade das famílias residia em imóveis do tipo casa (99,0%). Em apartamento

foram registrados apenas 0,5% de ocorrências. Do total das residências, 64,5% eram

próprias e 16,2% alugadas. As paredes de alvenaria em tijolo constituíam também a quase

totalidade dos domicílios visitados (97,5%). Menos de um quinto das moradias (22,8%)

não possuía abastecimento d’água. A energia elétrica estava presente em 95,9% e a coleta

do lixo em 85,3% das residências. Ainda em relação à coleta do lixo (11,2%) informou que

queimava e 2,0% que jogava a céu aberto. Entre os imóveis visitados, foram encontradas

apenas 6 unidades que exerciam algum tipo de atividade de comércio ou serviço sendo

desenvolvidos, juntamente com a atividade habitacional.

2.1. COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO BENEFICIADA

Entre os titulares do PBF entrevistados 90,4% eram mulheres e apenas 9,6% homens. A

faixa de idade mais freqüente encontrada entre os titulares do PBF foi de a de 31 a 40 anos

com (37,1%), enquanto o seu nível de instrução mais freqüente situava-se no “Ensino

Fundamental Incompleto” com 46,2% das repostas. A renda mediana, encontrada entre as

famílias da Região, esta situada na faixa de “Até ¼ de SM” (28,9%).

Entre as ocupações dos membros das famílias identificadas pela pesquisa, destacaram-se as

seguintes atividades: 1ª Agricultor, 2ª Empregada doméstica e 3ª Vendedor, somando

66,3%, como as que agregam maior número de pessoas dentro das unidades familiares

pesquisadas.

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2.2. CONDICIONALIDADES

Foram identificadas 151 crianças menores de 07 anos nas famílias entrevistadas pela

pesquisa correspondendo a 16,4% do total. Destas, 91,4% encontrava-se com o cartão de

vacinação em dia. Na faixa de 07 a 15 anos foram registrados pela pesquisa um número de

258 crianças e adolescentes, e destes, 97,2 % encontravam-se freqüentando a escola.

Com relação ao Programa Bolsa Família, a grande maioria dos entrevistados na Região

(60,4%) declararam ter conhecimento das condicionalidades. Um total de 18,3% dos

entrevistados teve dificuldade para se inscrever no Programa PBF.

2.3. O PROGRAMA E SUA UTILIZAÇÃO

Além do Programa Bolsa Família, a pesquisa registrou como o segundo Programa Social

de maior adesão na Região à inserção no Seguro Safra com 46,7%, seguido do Programa

Saúde da Família – PSF, com 43,7% de famílias que declararam fazer uso do mesmo. O

terceiro é o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI, com 2,5% de

participação entre os entrevistados.

A destinação dos gastos realizados com o dinheiro recebido do Programa converge em

primeiro lugar para alimentação, um total de 88,3% dos entrevistados gasta o recurso

exclusivamente com este item. Em seguida aparece o grupo “Gás, querosene e outro”

(1,0%).

2.4 OPINIÃO DOS GESTORES

A entrevista com os Gestores Municipais gerou informações importantes a respeito o

processo de gerenciamento do Programa Bolsa Família no âmbito municipal.

Primeiramente, quanto às dificuldades encontradas, onde as mais freqüentes foram: Falta

de transporte (16,7%) e recursos de informática (8,3%). Na área da educação, a principal

dificuldade foi relacionada à localização das crianças, devido à grande mobilidade das

famílias e troca de escolas sem a devida comunicação para alteração no cadastro, somando

41,7% dos casos. Na saúde, as dificuldades mais freqüentes estavam relacionadas à

marcação de consultas e ao acompanhamento de gestantes e nutrizes, ambos com 33,3%.

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Os recursos do IGDBF tiveram na Região do Agreste Meridional como principais

destinações às aplicações com: Recursos técnicos / administrativos (8,3%), recursos

humanos (8,3%), transferência para educação (8,3%), transferência para saúde também

com 8,3% dos casos.

Quando questionados sobre os benefícios decorrentes do Programa no contexto municipal,

os gestores avaliaram que as melhorias se deram com maior freqüência no aumento da

movimentação do comercio local, configurado na categoria “Aumentou muito” com

58,35%; oferta de vagas e permanência dos alunos nas escolas, acompanhamento das

gestantes e nutrizes, cada uma “Aumentou um pouco” (50,0%); e o acompanhamento das

crianças de 0 a 7 anos “Aumentou muito”, com 58,3%.

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REGIÃO DE DESENVOLVIMENTO DO SERTÃO

CENTRAL

PARNAMIRIMTERRA NOVA

SERRITA

SALGUEIRO

VERDEJANTE

SÃO JOSÉDO BELMONTE

CEDRO

MIRANDIBA

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1.0 A REGIÃO DO SERTÃO CENTRAL

A região do Sertão Central é formada por 8 municípios. A economia da RD está baseada,

principalmente, na agropecuária, na pequena indústria e no setor de comércio e serviços.

Sua extensão territorial corresponde a 9.144,6 km².

A população total da região é de 159.397 habitantes. Destes, 84.057 vivem na área urbana

dos municípios e 75.340 na área rural. Os municípios mais populosos são Salgueiro, com

39.891 habitantes, seguido por São José do Belmonte, com 31.652.

2.0 SÍNTESE DOS DADOS COLETADOS Segundo dados fornecidos pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos

de Pernambuco - SEDSDH, o total de beneficiários do Sertão Central, em Junho de 2007,

correspondia a 22.731 famílias. Os municípios que apresentavam maiores concentrações de

beneficiários do Programa Bolsa Família eram: Salgueiro (6.323), seguido de São José do

Belmont (4.839). Os municípios com menores números de beneficiários eram Terra Nova

(1.069) e Verdejante (1.433).

Quadro001: Características Sócio-Assistenciais da RD do Sertão Central Área População IDH

Entidades Assistenciais Município

(Km ²) Total Urbana Rural 2000 Públicas Privadas

Crianças 10-14

Analfabetas

Mortalidade Infantil até

1 ano

Cedro 172,3 9.551 5.017 4.534 0,672 1 2 12,80 39,84 Mirandiba 770,0 13.122 6.375 6.747 0,636 1 4 15,54 45,66 Parnamirim 2.587,6 19.289 7.323 11.966 0,665 1 2 13,90 33,49 Salgueiro 1.726,4 51.571 39.891 11.680 0,708 1 9 10,75 38,44 S. J. do Belmonte 1.484,8 31.652 14.763 16.889 0,635 1 - 16,33 45,66 Serrita 1.595,6 17.848 4.419 13.429 0,645 1 1 11,28 39,84 Terra Nova 360,7 7.518 3.969 3.549 0,666 1 1 11,69 41,73 Verdejante 447,2 8.846 2.300 6.546 0,650 1 1 12,51 38,07 Total / Média 9.144,6 1.593,97 84.057 75.340 0,659 8 20 13,10 40,34 Fontes: CONDEPE/FIDEM (2000); PENUD (2000); SIGAS (2006)

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A pesquisa realizou entrevistas com 65 famílias beneficiárias da região e com 4

responsáveis pela gestão do Programa nos municípios. Os dados coletados revelaram

traços do perfil socioeconômico das famílias beneficiárias, suas dificuldades em relação ao

programa e as opiniões dos gestores municipais entrevistados.

Os imóveis pesquisados eram constituídos por um núcleo familiar em 93,8% dos casos.

Em sua maioria eram do tipo casas (96,9%), de alvenaria (87,7%), tendo em seu interior

um total de cinco cômodos, em 30,8% dos casos. Em 56,9% das famílias entrevistadas no

Sertão Central, havia a posse do imóvel no qual residiam. O abastecimento d’água era

fornecido pela rede pública municipal em 78,5%, dos casos. Seguido por abastecimento

através de poço ou nascente (12,3%). As casas dispunham de relógio próprio para o

abastecimento de energia elétrica em 93,8% dos casos. No que diz respeito ao lixo

domiciliar, a coleta era realizada para 76,9% dos domicílios e, para 15,4% dos

entrevistados, esses resíduos eram queimados.

2.1. COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO BENEFICIADA

No conjunto de titulares entrevistados, 62 (95,4%) pertenciam ao sexo feminino. A faixa

de idade mais freqüente registrada entre os titulares do PBF foi de 31 a 40 anos (33,8%) e

na composição familiar a faixa etária registrada com maior freqüência foi de 7 a 15 anos

(26,4%). O nível de instrução mais freqüente entre os titulares entrevistados, situava-se no

“Ensino Fundamental Incompleto”, com 58,5%das respostas. A renda mediana, encontrada

entre as famílias da Região, está situada na faixa “De + ½ a 1 SM” (38,5%).

2.2. CONDICIONALIDADES

Foram identificadas 45 crianças menores de 7 anos nas famílias entrevistadas pela

pesquisa. Destas, 95,6% encontrava-se com o cartão de vacinação em dia. Na faixa etária

de 07 a 15 anos foram registradas 78 crianças e adolescentes, e todos estavam

freqüentando a escola. O conjunto de gestantes e nutrizes levantado pela pesquisa

totalizaram 03 mulheres, sendo que 100,0% delas declararam ter posse do cartão de saúde.

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Entre as ocupações dos membros das famílias identificadas pela pesquisa, destacaram-se as

seguintes atividades: 1ª Trabalhador rural, 2ª Empregada doméstica e 3ª Servente; como as

que agregam maior número de pessoas dentro das unidades familiares pesquisadas.

Além do Programa Bolsa Família, a pesquisa registrou como o segundo Programa Social

de maior adesão na Região o Programa Saúde da Família - PSF, com 78,5% de famílias

que declararam fazer uso do mesmo.

2.3. O PROGRAMA E SUA UTILIZAÇÃO

Com relação ao Programa Bolsa Família na Região 64,6% afirmaram ter conhecimento das

suas condicionalidades. Dos inscritos, 93,8% informaram não ter tido dificuldade para se

inscrever no Programa.

A destinação dos gastos realizados com o dinheiro recebido do Programa converge para

alimentação em 90,8% dos casos. Quando perguntado sobre o que melhorou após o PBF, a

maioria dos entrevistados (93,8%) informou que o Programa vem contribuindo para

melhoria da alimentação, confirmando o item sobre a destinação do recurso do PBF.

2.4 OPINIÃO DOS GESTORES

A entrevista com os Gestores Municipais gerou informações importantes a respeito do

processo de gerenciamento do Programa Bolsa Família no âmbito municipal. As

dificuldades apontadas pelos gestores foram: Transporte com 50,0% e material permanente

com incidência de 25,0% nas respostas.

Os Gestores também repassaram as dificuldades enfrentadas por eles nas áreas de

Educação e Saúde para cumprimento das condicionalidades. Em relação à Educação

destacaram como primeira dificuldade o “Controle da freqüência” que é precário para

50,0% dos entrevistados. Para outros 50,0% dos gestores outra dificuldade é a “Perda de

informações pelo MEC”.

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Na Saúde as principais dificuldades apontadas pelos gestores dizem respeito à insuficiência

de postos de saúde (75,0%) para atender a demanda do município; e insuficiência de

recursos humanos e dificuldade de manuseio do SISVAN, ambos com 50,0% das repostas.

Para 25,0% dos entrevistados, outra dificuldade para cumprimento das condicionalidades

está relacionada a pouca ou nenhuma articulação entre as Secretarias de Educação, Saúde e

Assistência Social, dificultando a operacionalização do Programa.

Os recursos do IGDBF tiveram como principal utilização à aquisição de computador,

móveis e utensílios, no item “Recursos técnicos / administrativos” (75,0%). No item

“Recursos humanos”, 25,0% dos recursos foram destinados a pagamento de técnico de

informática e outros 25,0% com a contratação temporária de técnicos.

No que diz respeito aos benefícios decorrentes do Programa Bolsa Família no contexto

municipal, os Gestores realizaram as seguintes avaliações de maiores freqüências:

Comércio local: “Aumentou muito” em 100,0%; oferta de vagas nas escolas “Aumentou

um pouco” (50,0%); permanência dos alunos na escola, “Aumentou muito” (100,0%);

acompanhamento de gestantes e nutriz “Aumentou muito” (75,0%); e acompanhamento de

crianças de 0 a 7 anos, “Aumentou muito” em (75,0%) dos casos.

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BELÉM DE SÃO FRANCISCO

PETROLÂNDIA

ITACURUBA

CARNAUBEIRADA PENHA

JATOBÁ

TACARATU

FLORESTA

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REGIÃO DE DESENVOLVIMENTO DO SERTÃO DO

ITAPARICA

1.0 A REGIÃO DO SERTÃO DO ITAPARICA

A região do Sertão do Itaparica é formada por 7 municípios. A economia da RD está

baseada, principalmente, na produção agrícola e na pecuária. Sua extensão territorial

corresponde a 9.550,1 km². A população total da região é de 116.574 habitantes. Destes,

63.958 vivem na área urbana dos municípios e 52.616 na área rural. Os municípios mais

populosos são Petrolândia com 27.320 habitantes, seguido por Floresta, com 24.729.

Quadro 001: Características Sócio-Assistenciais da RD do Sertão do Itaparica

Área População IDH Entidades

Assistenciais Município (Km ²) Total Urbana Rural 2000 Públicas Privadas

Crianças 10-14

Analfabetas

Mortalidade

Infantil até 1 ano

Belém de S.Francisco 1.835,0 20.208 11.803 8.405 0,669 1 3 19,29 40,09 Carnaubeira da Penha 995,2 10.404 1.122 9.282 0,537 1 2 25,15 78,79 Floresta 3.674,9 24.729 15.547 9.182 0,698 1 2 12,60 35,57 Itacuruba 463,7 3.669 3.233 436 0,684 1 1 13,39 42,79 Jatobá 276,1 13.148 5.412 7.736 0,686 1 - 11,32 42,79 Petrolândia 1.083,7 27.320 19.599 7.721 0,688 1 1 14,89 39,30 Tacaratu 1.248,5 17.096 7.242 9.854 0,585 1 - 16,82 78,79 Total / Média 9.550,1 116.574 63.958 52.616 0,649 7 9 16,20 51,2 Fontes: CONDEPE/FIDEM (2000); PENUD (2000); SIGAS (2006)

2.0 SÍNTESE DOS DADOS COLETADOS Segundo dados fornecidos pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos

de Pernambuco - SEDSDH, o total de beneficiários do Sertão do Itaparica, em Junho de

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2007, correspondia a 18.947 famílias. Os municípios que apresentavam maiores

concentrações de beneficiários do Programa Bolsa Família eram: Itacuruba (4.299),

segundo município Petrolândia (3.437) e terceiro município Floresta (3.084). O município

com menor número de beneficiários era Carnaubeira da Penha com 1.427 beneficiários.

A pesquisa realizou entrevistas com 43 famílias beneficiárias da região e com 06

responsáveis pela gestão do Programa nos municípios. Os dados coletados revelaram

traços do perfil socioeconômico das famílias beneficiárias, suas dificuldades em relação ao

programa e as opiniões dos gestores municipais entrevistados.

A totalidade das famílias residia em imóveis do tipo casa (100,0 %). As paredes de

alvenaria em tijolo constituíam também a quase totalidade (88,9%) Das moradias visitadas

(77,8%) possuíam abastecimento d’água. A energia elétrica estava presente em 91,1% das

residências das famílias entrevistadas no Sertão do Itaparica. Do total de residências,

57,8% eram próprias e 22,2% alugadas.

2.1. COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO BENEFICIADA

No conjunto de titulares entrevistados, todos pertenciam ao sexo feminino. A faixa de

idade mais freqüente registrada entre os titulares do PBF foi de 31 a 40 anos em 37,8% dos

casos, enquanto seu nível de instrução mais freqüente situava-se no “Ensino Fundamental

Incompleto” com 33,3% das respostas. A renda mediana, encontrada entre as famílias da

Região, esta situada na faixa “De + ¼ a ½ SM”.

2.2. CONDICIONALIDADES

Foram identificadas 34 crianças menores de 07 anos nas famílias entrevistadas pela

pesquisa. Destas, 94,1% encontrava-se com a vacinação em dia. Na faixa de 07 a 15 anos

foram registrados pela pesquisa um número de 54 crianças e adolescentes, e destes,

100,0% encontravam-se freqüentando a escola.

Entre as ocupações dos membros das famílias identificadas pela pesquisa, destacaram-se as

seguintes atividades: 1ª Trabalhador rural, 2ª Aposentado e 3ª Servente; como as que

agregam maior número de pessoas dentro das unidades familiares pesquisadas.

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Rua da Aurora, 295 – Sala 502 – Boa Vista - Recife/PE CEP: 50.050-901 – Tel/Fax:81- 3272 5022/32711434 CNPJ: 40.818.841/0001-25 – Inscrição Municipal 212.972-8

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Além do Programa Bolsa Família, a pesquisa registrou como o segundo Programa Social

de maior adesão na Região o Programa de Saúde da Família – PSF, com 86,7% de famílias

que declararam fazer uso do mesmo. O terceiro é o Programa Seguro Safra com 2,2% de

participação entre os entrevistados.

2.3. O PROGRAMA E SUA UTILIZAÇÃO

Com relação ao Programa Bolsa Família, a quase totalidade (97,8%) dos entrevistados na

Região, declarou não terem tido dificuldades para inscrever-se ou manter-se inscrito no

Programa e 64,4% informaram ter conhecimento de suas condicionalidades.

A destinação dos gastos realizados com o dinheiro recebido do Programa converge em sua

quase totalidade para alimentação, em 93,3% dos casos. Quando perguntado sobre o que

melhorou com o PBF, a maioria dos entrevistados informou que o mesmo vem

contribuindo para melhoria da alimentação, com 95,6% das respostas dos entrevistados da

região, confirmando o item sobre a destinação do recurso do PBF.

2.4 OPINIÃO DOS GESTORES

A entrevista com os Gestores Municipais gerou informações importantes a respeito do

processo de gerenciamento do Programa Bolsa Família no âmbito municipal. Quanto às

dificuldades encontradas, as mais freqüentes foram: Falta de transporte e instalações

adequadas (16,7%) para cada um desses itens. Vale ressaltar que nesta Região, 66,7% dos

gestores declararam não ter dificuldade no gerenciamento do Programa.

Os Gestores também repassaram as dificuldades enfrentadas por eles nas áreas de

Educação e Saúde para cumprimento das condicionalidades. Na área da Educação as

principais dificuldades foram: Número de escolas insuficientes (33,3%) e dificuldade de

localização das crianças em 50,0% das respostas.

Na Saúde as principais dificuldades apontadas pelos gestores dizem respeito à

“Dificuldade de acesso ao cartão saúde” (33,3%), em seguida “Recursos humanos

insuficientes” com 16,7% das respostas.

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Os recursos do IGDBF tiveram como principal utilização com a contratação de recursos

humanos (16,7%). Outros declaram utilizar os recursos para pagamento de cursos para os

beneficiários (16,7%).

No que diz respeito aos benefícios decorrentes do Programa Bolsa Família no contexto

municipal, os Gestores realizaram as seguintes avaliações de maiores freqüências:

Comércio local: “Aumentou muito” em 83,3%; oferta de vagas nas escolas “Continua o

mesmo” (66,7%); permanência dos alunos na escola, “Aumentou muito” (66,7%);

acompanhamento de gestantes e nutriz “Aumentou muito” (83,3%); e acompanhamento de

crianças de 0 a 7 anos, “Aumentou muito” (50,0%) .

BETÂNIA

INAJÁ

IBIMIRIM

CUSTÓDIASERTÂNIA

ARCOVERDE

MANARI

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REGIÃO DE DESENVOLVIMENTO DO SERTÃO DO

MOXOTÓ

1.0 A REGIÃO DO SERTÃO DO MOXOTÓ

A região do Sertão do Moxotó é formada por 7 municípios. A economia da RD está

baseada, principalmente, na caprinovinocultura, na agricultura e no setor de prestação de

serviços. Sua extensão territorial corresponde a 8.970,4 km². Sua população total

corresponde a 185.179 habitantes. Destes, 114.176 vivem na área urbana dos municípios e

71.003 na área rural. Os municípios mais populosos são Arcoverde, com 61.600 habitantes,

seguido por Sertânia, com 31.657.

Quadro 001 : Características Sócio-Assistenciais da RD do Sertão do Moxotó Área População IDH

Entidades Assistenciais Município

(Km ²) Total Urbana Rural 2000 Públicas Privadas

Crianças 10-14

Analfabetas

Mortalidade Infantil até

1 ano

Arcoverde 379,0 61.600 55.301 6.299 0,708 1 12 16,77 43,96 Betânia 1.227,5 11.305 2.921 8.384 0,593 1 1 15,82 58,96 Custódia 1.478,4 29.969 16.645 13.324 0,653 1 1 19,65 40,7 Ibimirim 1.893,6 24.340 13.496 10.844 0,566 1 3 23,6 75,23 Inajá 1.094,1 13.280 6.479 6.801 0,566 1 7 33,97 79,03 Manari 548,3 13.028 2.287 10.741 0,467 1 2 38,16 109,67 Sertânia 2.349,5 31.657 17.047 14.610 0,648 1 9 13,86 47,35 Total / Média 8.970,4 185.179 114.176 71.003 0,600 7 35 23,11 64,98 Fontes: CONDEPE/FIDEM (2000); PENUD (2000); SIGAS (2006)

2.0 SÍNTESE DOS DADOS COLETADOS Segundo dados fornecidos pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos

de Pernambuco – SEDSDH, o total de beneficiários do Sertão do Moxotó em Junho de

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2007, correspondia a 27.541 famílias. Os municípios que apresentavam maiores

concentrações de beneficiários do Programa Bolsa família eram: Arcoverde (7.517),

Custódia (4.715) e Sertânia (4.349). O município com menor número de beneficiários era

Betânia com 1.517.

A pesquisa realizou entrevistas com 73 famílias beneficiárias da região e com 05

responsáveis pela gestão do Programa nos municípios. Os dados coletados revelaram

traços do perfil socioeconômico das famílias, suas dificuldades em relação ao programa e

as opiniões dos gestores municipais entrevistados.

Os imóveis pesquisados eram constituídos por um núcleo familiar, que, em sua totalidade,

eram do tipo casas (100,0%) e, na maioria dos casos, de alvenaria (97,3%). Das 74

residências visitadas, 06 delas apresentavam alguma atividade geradora de renda, com

maior concentração de renda até R$ 95,00 (50,0%). Para 73,0% das famílias entrevistadas

no Sertão do Moxotó, havia a posse do imóvel no qual residiam. O abastecimento d’água

era fornecido pela rede pública municipal, em 62,2%, dos casos. Seguido por

abastecimento através de poço ou nascente (16,2%). As casas continham relógio próprio

para o abastecimento de energia elétrica em 93,2% dos casos. No que diz respeito ao lixo

domiciliar, a coleta era realizada para 64,9% dos domicílios e, para 17,6% dos

entrevistados, esses resíduos eram queimados.

2.1. COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO BENEFICIADA

No conjunto de titulares entrevistados, 195 (91,1%) pertenciam ao sexo feminino. A faixa

de idade mais freqüente registrada entre os titulares do PBF foi de 31 a 40 anos (40,5%) e

na composição familiar a faixa etária registrada com maior freqüência foi de 7 a 15 anos

(32,7%). O nível de instrução mais freqüente entre os titulares, situava-se no “Ensino

Fundamental Incompleto”, com 48,6% das respostas. A renda mediana, encontrada entre as

famílias da Região, esta situada na faixa “De + ¼ a ½ SM”.

2.2. CONDICIONALIDADES

Foram identificadas 48 crianças menores de 7 anos nas famílias entrevistadas pela

pesquisa. Destas, 95,8% encontrava-se com o cartão de vacinação em dia. Na faixa etária

de 07 a 15 anos foram registradas 106 crianças e adolescentes, e destes, 93,4%

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encontravam-se freqüentando a escola. O conjunto de gestantes e nutrizes levantado pela

pesquisa totalizaram 08 mulheres, sendo que 100,0% delas declararam ter posse do cartão

de saúde.

Entre as ocupações dos membros das famílias identificadas pela pesquisa, destacaram-se as

seguintes atividades: 1ª Trabalhador rural, 2ª Empregada doméstica e 3ª Artesão; como as

que agregam maior número de pessoas dentro das unidades familiares pesquisadas.

Além do Programa Bolsa Família, a pesquisa registrou como o segundo Programa Social

de maior adesão na Região o Programa Saúde da Família - PSF, com 50,0% de famílias

que declararam fazer uso do mesmo, seguido pelo Seguro Safra (33,8%).

2.3. O PROGRAMA E SUA UTILIZAÇÃO

Com relação ao Programa Bolsa Família na Região 77,0% afirmaram ter conhecimento das

suas condicionalidades. E esta mesma proporção informou não ter tido dificuldade para se

inscrever no Programa.

A destinação dos gastos realizados com o dinheiro recebido do Programa converge para

alimentação, onde 90,5% dos entrevistados informaram gastar o recurso do PBF

exclusivamente com este item. Quando perguntado sobre o que melhorou com o PBF, a

maioria dos entrevistados informou que o mesmo vem contribuindo para melhoria da

alimentação com 93,2% confirmando o item sobre a destinação do recurso do PBF.

2.4 OPINIÃO DOS GESTORES

A entrevista com os Gestores Municipais gerou informações importantes a respeito o

processo de gerenciamento do Programa Bolsa Família no âmbito municipal. Quanto às

dificuldades encontradas, a mais freqüente apontada pelos gestores foi: Transporte, com

incidência de 80,0 % das respostas.

Os Gestores também repassaram as dificuldades enfrentadas por eles nas áreas de

Educação e Saúde para cumprimento das condicionalidades. Na área da Educação a

principal dificuldade foi: número de escolas insuficientes e controle da freqüência escolar,

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ambas com 20,0% das respostas. Essa dificuldade no controle da freqüência se deve à

mudança de escola (100,0%) sem que seja realizada a atualização cadastral pelos pais.

Com relação à Saúde foram colocadas as seguintes dificuldades: Número de postos de

saúde, recursos humanos insuficiente, dificuldade de acesso ao Cartão Saúde e ao

acompanhamento a gestantes e nutrizes, todos com 40,0% de incidência de respostas.

Os recursos do IGDBF tiveram como principal utilização contratação temporária de

técnicos (40,0%) e aquisição de impressoras e computadores (20,0%), no item “Recursos

técnicos / administrativos”.

No que diz respeito aos benefícios decorrentes do Programa Bolsa Família no contexto

municipal, os Gestores realizaram as seguintes avaliações de maiores freqüências:

Comércio local: “Aumentou muito” em 60,0%; oferta de vagas nas escolas “Aumentou

muito” (60,0%); permanência dos alunos na escola, “Aumentou muito” (60,0%);

acompanhamento de gestantes e nutriz “Aumentou muito” (60,0%); e acompanhamento de

crianças de 0 a 7 anos, “Aumentou muito” em (60,0%) dos casos.

STª CRUZ DOCAPIBARIBE

TAQUARITINGADO NORTE

VERTENTES

STª Mª DO CAMBUCÁ

FEIRA NOVA

TORITAMA

FREI MIGUELINHO

VERTENTE DO LÉRIO

PASSIRA

CUMARU

SURUBIM

BOM JARDIM

JOÃOALFREDO

SALGADINHO

LIMOEIRO

CASINHAS

OROBÓ

S. VICENTEFÉRRER

MACHADOS

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REGIÃO DE DESENVOLVIMENTO DO AGRESTE

SETENTRIONAL

1.0 REGIÃO DO AGRESTE SETENTRIONAL

Formado por 19 municípios limita-se ao Norte e ao Oeste com o Estado da Paraíba, ao Sul

com o Agreste Central e ao Leste com a Região de Desenvolvimento da Mata Norte.

Ocupa uma superfície de 3.529,6 Km², (3,58% do território estadual). Abriga uma

população de 463.771 habitantes, agregando 255.620 indivíduos na zona urbana e 208.151

na zona rural. Entre eles os mais populosos são Bom Jardim com 37.013, Cumaru com

20.691 e Surubim com 17.186.

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2.0 SÍNTESE DOS DADOS COLETADOS Segundo dados fornecidos pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos

de Pernambuco - SEDSDH, o total de beneficiários do PBF no Agreste Setentrional, em

Junho de 2007, correspondia a 63.083 famílias. Os municípios que apresentavam maiores

concentrações de beneficiários do Programa Bolsa Família eram: Limoeiro (7.864),

Surubim (6.973) e Bom Jardim (5.837). Os municípios com menor número de

beneficiários eram, nas últimas estatísticas da SEDSDH Salgadinho (960), Vertente do

Lério (1.520) e Machados (1.648).

A presente pesquisa realizou entrevistas com 165 famílias beneficiárias da região e com

cinco responsáveis pela gestão do Programa nos municípios. Os dados da pesquisa

revelaram alguns traços do perfil socioeconômico do conjunto das famílias beneficiárias,

suas dificuldades em relação ao programa e as opiniões dos gestores municipais

entrevistados.

A quase totalidade das famílias residia em imóveis do tipo casa (97%,). Do total das

residências, 59,4% eram próprias e 24,8% alugadas. As paredes de alvenaria constituíam

também a quase totalidade (97,6%) dos domicílios visitados. Menos de um quinto das

moradias (25,4%) não possuía abastecimento d’água. A energia elétrica estava presente em

92,7% e a coleta do lixo em 91,5% das residências das famílias entrevistadas no Agreste

Quadro 001: Características Sócio-Assistenciais da RD do Agreste Setentrional Área População IDH

Entidades Assistenciais Município

(Km ²) Total Urbana Rural 2000 Públicas Privadas

Crianças 10-14

Analfabetas

Mortalidade Infantil até 1 ano

Bom Jardim 207,40 37.013 23.980 13.033 0,618 1 2 10,69 47,96 Casinhas 108,70 11.920 13.345 1.425 0,588 1 16,57 71,52 Cumaru 277,30 20.691 27.489 6.798 0,575 1 4 8,05 60,78 Feira Nova 118,30 6.701 18.857 12.156 0,606 1 2 6,06 65,90 Frei Miguelinho 214,90 10.614 12.978 2.364 0,610 1 1 13,03 49,98 João Alfredo 149,40 16.727 27.023 10.296 0,610 1 18,53 51,51 Limoeiro 276,30 13.910 56.322 42.412 0,688 1 13 6,28 37,44 Machados 44,90 4.352 9.826 5.474 0,601 1 17,18 65,90 Orobó 125,70 16.888 22.475 5.587 0,612 1 4 15,13 60,78 Passira 363,30 16.806 29.132 12.326 0,625 1 6 12,9 47,96 Salgadinho 71,60 4.888 7.139 2.251 0,602 1 5 20,45 58,53 Santa C. do Capibaribe 368,00 1.822 59.048 57.226 0,699 1 10 16,46 40,97 Santa M. do Cambucá 94,10 9.478 11.739 2.261 0,566 1 19,43 72,74 São Vicente Férrer 119,70 7.098 16.004 8.906 0,598 1 1 14,07 60,78 Surubim 253,80 17.186 50.331 33.145 0,641 1 7 13,11 64,70 Taquaritinga do Norte 448,80 7.735 19.757 12.022 0,688 1 5 10,56 36,28 Toritama 34,60 1.673 21.800 20.127 0,670 1 12,95 42,35 Vertente do Lério 80,80 7.028 8.536 1.508 0,563 1 16,1 72,74 Vertentes 172,00 8.654 14.957 6.303 0,616 1 17,45 51,23 Total / Média 3.529,60 463.771 255.620 208.151 0,620 19 60 13,95 55,79 Fontes: CONDEPE/FIDEM (2000); PNUD (2000); SIGAS (2006)

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Setentrional. Entre os imóveis visitados, foram encontradas apenas 11 unidades que

exerciam algum tipo de atividade de comércio ou serviço sendo desenvolvidos, juntamente

com a atividade habitacional.

2.1 COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO BENEFICIADA Entre os titulares do PBF entrevistados 97,0% eram mulheres e apenas 3,0% homens. A

faixa de idade mais freqüente registrada entre os titulares do PBF foi de 31 a 40 anos, com

30,3%, enquanto seu nível de instrução mais freqüente situava-se no “Ensino Fundamental

Incompleto” com 45,5% das respostas. A renda mediana, encontrada entre as famílias da

região, esta situada na faixa de “Mais de ½ a 1 SM” com 27,3%.

Entre as ocupações dos membros das famílias identificadas pela pesquisa, destacaram-se as

seguintes atividades: 1ª Agricultor, 2ª Costureira e 3ª Empregado doméstico; como as que

agregam maior número de pessoas dentro das unidades familiares pesquisadas.

2.2 CONDICIONALIDADES Foram identificadas 105 crianças menores de 7 anos nas famílias entrevistadas pela

pesquisa correspondendo a 14,8%. Destas, 93,3% encontrava-se com o cartão de vacinação

em dia. Na faixa de 07 a 15 anos foram registrados pela pesquisa um número de 168

crianças e adolescentes, e destes, 100,0% encontravam-se freqüentando a escola.

O conjunto de gestantes e nutrizes levantado pela pesquisa totalizaram 15 mulheres, sendo

que 93,3 % delas declararam realizar o acompanhamento pré-natal.

Com relação ao Programa Bolsa Família, a maioria dos entrevistados na Região (61,2%)

declararou ter conhecimento das condicionalidades. Pouco menos de um terço tiveram

dificuldade para se inscrever no Programa, ou seja, 24,8%.

2.3 O PROGRAMA E SUA UTILIZAÇÃO

Além do Programa Bolsa Família, a pesquisa registrou como o segundo Programa Social

de maior adesão na Região o Programa de Saúde da Família – PSF, com 70,9% de famílias

que declararam fazer uso do mesmo, seguido de 24,8% que declararam estarem inseridos

no Seguro Safra.

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A destinação dos gastos realizados com o dinheiro recebido do Programa converge em

primeiro lugar para alimentação (85,5%) gastam o recurso do PBF exclusivamente com

este item. O grupo “Gás, querosene, outro” aparece com 1,2% das respostas.

2.4 OPINIÃO DOS GESTORES

A entrevista com os Gestores Municipais gerou informações importantes a respeito do

processo de gerenciamento do Programa Bolsa Família no âmbito regional/municipal.

Destacaram como maiores dificuldades: instalações inadequada, falta de transporte e

material permanente todas com 20,0% das respostas.

Opinaram também sobre as dificuldades nas áreas de Educação e Saúde. Em relação à

Educação destacaram como primeira dificuldade o número insuficiente de Escolas, com

incidência de 40% das respostas, manuseio do sistema de freqüência escolar e dificuldade

de localização das crianças com 20% das respostas.

Na Saúde a principal dificuldade apontada pelos gestores retrata a insuficiência de recursos

humanos e marcação de consulta, ambos com 40% das respostas e dificuldade no

acompanhamento de gestantes e nutrizes com 20% de incidência nas respostas.

Os recursos do IGDBF tiveram na Região do Agreste Setentrional como principais

destinações às aplicações com: Recursos técnicos / administrativos (40,0%) e recursos

humanos em 60,0% dos casos.

Por outro lado, os benefícios decorrentes do Programa no contexto municipal tiveram dos

gestores as seguintes avaliações de maiores freqüências: Comércio local: variando entre

“Aumentou um pouco” (60%); Oferta de vagas nas escolas: “Continua o mesmo” (60%)

Permanência dos alunos nas escolas: “Aumentou muito” (60%); Acompanhamento das

gestantes e nutrizes: “Aumentou um pouco” (60%); Acompanhamento das crianças de 0 a

7 anos: “Aumentou muito” em 80% das respostas.

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Rua da Aurora, 295 – Sala 502 – Boa Vista - Recife/PE CEP: 50.050-901 – Tel/Fax:81- 3272 5022/32711434 CNPJ: 40.818.841/0001-25 – Inscrição Municipal 212.972-8

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92

SANTA FILOMENA

STA. CRUZ

OURICURI

TRINDADE

ARARIPINAIPUBI

BODOCÓ

GRANITO

EXÚ

MOREILÂNDIA

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REGIÃO DE DESENVOLVIMENTO DO SERTÃO DO

ARARIPE

1.0 A REGIÃO DO SERTÃO DO ARARIPE

A região do Sertão do Araripe é formada por 10 municípios. A economia da RD está

baseada, principalmente, na produção de gesso, no plantio de mandioca, na bovinocultura,

na caprinovinocultura e na apicultura. Sua extensão territorial corresponde a 11.969,5 km².

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A população total da região é de 277.362 habitantes. Destes, 124.455 vivem na área urbana

dos municípios e 152.907 na área rural. Os municípios mais populosos são Araripina com

70.898 habitantes, seguido por Ouricuri, com 56.733.

Quadro 001: Características Sócio-Assistenciais da RD do Sertão do Araripe

Área População IDH Entidades

Assistenciais Município

(Km ²) Total Urbana Rural 2000 Pública

s Privada

s

Crianças 10-14

Analfabetas

Mortalidade Infantil até 1 ano

Araripina 1.906,3 70.898 34.651 36.247 0,650 1 9 20,50 46,14 Bodocó 1.598,1 31.731 9.302 22.429 0,611 1 2 24,77 52,77 Exu 1.493,9 32.423 11.519 20.904 0,592 1 2 19,14 70,39 Granito 517,5 6.110 1.601 4.509 0,597 1 3 17,90 60,62 Ipubi 968,0 23.042 13.439 9.603 0,600 1 2 20,26 60,62 Moreilândia 617,0 11.116 5.586 5.530 0,616 1 3 9,37 60,62 Ouricuri 2.373,9 56.733 26.608 30.125 0,614 1 6 25,43 70,39 Santa Cruz 1.426,1 11.264 2.861 8.403 0,579 1 1 25,79 57,74 Sta Filomena 840,4 12.115 1.693 10.422 0,582 1 - 20,18 55,16 Trindade 228,3 21.930 17.195 4.735 0,641 1 2 16,98 75,93 Total / Média 11.969,5 277.362 124.455 152.907 0,682 10 30 20,03 61,04 Fontes: CONDEPE/FIDEM (2000); PNUD (2000); SIGAS (2006)

2.0 SÍNTESE DOS DADOS COLETADOS

Segundo dados fornecidos pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos

de Pernambuco - SEDSDH, o total de beneficiários do Sertão do Araripe, em Junho de

2007, correspondia a 44.335 famílias. Os municípios que apresentavam maiores

concentrações de beneficiários do Programa Bolsa Família eram: Araripina (11.353),

Ouricuri (9.105) e Bodocó (6.161). Os municípios com menores números eram Granito

(991), Moreilândia (1613) e Santa Cruz (1.896). A presente pesquisa realizou entrevistas

com 115 famílias beneficiárias da região e com 7 responsáveis pela gestão do Programa

nos municípios. Os dados da pesquisa revelaram alguns traços do perfil socioeconômico do

conjunto das famílias beneficiadas.

Os imóveis pesquisados eram constituídos por uma família e, em sua totalidade, eram do

tipo casas (100,0%) e, na maioria dos casos, de alvenaria (97,4%). Das 115 residências

visitadas nessa região, 02 delas apresentavam alguma atividade geradora de renda, com

renda variando entre R$ 100,00 e R$ 200,00.

Para 78,30% das famílias entrevistadas no Sertão do Araripe, havia a posse do imóvel no

qual residiam. O abastecimento de água era fornecido pela rede pública municipal em

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87,8%, dos casos. As casas continham relógio próprio para o abastecimento de energia

elétrica em 91,3% dos casos. No que diz respeito ao lixo domiciliar, a coleta era realizada

para 76,5% dos domicílios e, 12,2% dos entrevistados informaram que queimavam seus

resíduos domiciliares.

2.1. COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO BENEFICIADA

No conjunto de titulares entrevistados 100% pertenciam ao sexo feminino. A faixa de

idade mais freqüente registrada entre os titulares do PBF foi de 18 a 30 anos (33,0%),

enquanto que o nível de instrução mais freqüente situava-se no “Ensino Fundamental

Incompleto”, com 65,2% das respostas. A renda mediana, encontrada entre as famílias da

Região, está situada na faixa “De 1/4 a ½ SM” (23,5%).

2.2. CONDICIONALIDADES

Foram identificadas 73 crianças menores de sete anos nas famílias entrevistadas pela

pesquisa. Destas, 98,6% encontrava-se com o cartão de vacinação em dia. Na faixa etária

de 07 a 15 anos foram registradas 148 crianças e adolescentes e todas elas encontravam-se

freqüentando a escola. O conjunto de gestantes e nutrizes levantado pela pesquisa

totalizaram 11 mulheres, sendo que 100,0% delas declararam ter posse do cartão de saúde.

Além do Programa Bolsa Família, a pesquisa registrou como o segundo Programa Social

de maior adesão na Região o Programa de Saúde da Família – PSF, com 69,6% de famílias

que declararam fazer uso do mesmo.

2.3. O PROGRAMA E SUA UTILIZAÇÃO

Também foi questionado aos entrevistados se eles conheciam as condicionalidades

inerentes ao PBF, onde 57,4% informaram ter conhecimento delas. Entretanto, foi

verificado que 41,7% dos entrevistados não tinham conhecimento das condicionalidades

exigidas para a permanência no Programa. Não houve dificuldade no processo de inscrição

do beneficio para 85,2% e, ainda, a maior parte dos entrevistados (99,1%) informou que

não encontra dificuldade em manter-se inscrito no PBF.

A destinação dos gastos realizados com o dinheiro recebido do Programa converge para

alimentação em 91,3% dos casos. Quando perguntado sobre o que melhorou com o PBF, a

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maioria dos entrevistados (85,2%) informou que o Programa vem contribuindo para

melhoria da alimentação, confirmando o item sobre a destinação do recurso do PBF.

2.4 OPINIÃO DOS GESTORES

A entrevista com os Gestores Municipais gerou informações importantes a respeito do

processo de gerenciamento do Programa Bolsa Família no âmbito regional/municipal. Em

relação às dificuldades de gerenciamento do Programa encontradas pelos gestores, as mais

freqüentes foram: “Instalações inadequadas” (28,6%) e o grupo “Transporte e Instalações

inadequadas” com 14,3% das respostas.

Os Gestores também repassaram as dificuldades enfrentadas nas áreas de Educação e

Saúde. Em relação à Educação os Gestores municipais destacaram como primeira

dificuldade para melhor cumprimento das condicionalidades, a “Localização das crianças”

com 71,4% das respostas, em segundo lugar aparece o “Controle da freqüência” como

insuficiente em 42,9% das respostas. Tais dificuldades se devem, segundo os Gestores, a

desatualização do Sistema e à falta de informação dos pais dos alunos quando estes mudam

de escola ou município.

Na Saúde a principal dificuldade apontada pelos Gestores diz respeito ao “Manuseio do

SISVAN” em 48,9% das respostas, seguido de “Número de postos de saúde insuficiente” e

“dificuldade no acompanhamento de gestantes e nutrizes” com 14,3% de incidência nas

respostas.

Os recursos do IGDBF tiveram como principal aplicação à “Aquisição de computadores e

impressoras” (57,1%), no que diz respeito a recursos técnicos / administrativos; com

relação aos recursos humanos, em 85,7% das entrevistas realizadas na Região, os recursos

foram utilizados para “Contratação de pessoal”.

No que diz respeito aos benefícios decorrentes do Programa Bolsa Família no contexto

municipal, os Gestores realizaram as seguintes avaliações de maiores freqüências:

Comércio local: “Aumentou muito” em 71,4%; oferta de vagas nas escolas “Continua o

mesmo” (85,7%); permanência dos alunos na escola, “Aumentou muito” (85,7%);

acompanhamento de gestantes e nutriz “Aumentou muito” (71,4%); e acompanhamento de

crianças de 0 a 7 anos, “Aumentou muito” em (57,1%) dos casos.

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REGIÃO DE DESENVOLVIMENTO DO SERTÃO DO

PAJEÚ

1.0 A REGIÃO DO SERTÃO DO PAJEÚ

CALUMBI

TRIUNFO

FLORES

SERRA TALHADA

STª CRUZ DA BAIXA VERDE

AFOGADOSDA INGAZEIRA

CARNAÍBA

QUIXABA

TABIRASOLIDÃO

IGUARACI

INGAZEIRATUPARETAMA

SÃO JOSÉ DO EGITO

BREJINHO

SANTA TEREZINHA

ITAPETIM

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A região do Sertão do Pajeú é formada por 17 municípios. A economia da RD está

baseada, principalmente, na agropecuária, na pequena indústria, no setor de comércio e no

setor de prestação de serviços e no turismo. Sua extensão territorial corresponde a 8.689,7

km².

A população total da região é de 297.494 habitantes. Destes, 166.145 vivem na área urbana

dos municípios e 131.349 na área rural. Os municípios mais populosos são Serra Talhada

com 70.912 habitantes, seguido por Afogados da Ingazeira, com 32.922.

Quadro 001 : Características Sócio-Assistenciais da RD do Sertão do Pajeú

Área População IDH Entidades

Assistenciais Município

(Km ²) Total Urbana Rural 2000 Pública

s Privada

s

Crianças 10-14

Analfabetas

Mortalidade Infantil até 1 ano

Afog da Ingazeira 384,4 32.922 23.149 9.773 0,683 1 8 10,04 42,39 Brejinho 84,8 7.278 2.389 4.889 0,586 1 2 14,64 73,83 Calumbi 217,7 7.079 1.914 5.165 0,580 1 2 18,42 73,83 Carnaíba 427,9 17.696 6.560 11.136 0,583 1 - 7,70 73,83 Flores 959,7 20.823 8.139 12.684 0,613 1 1 7,63 52,76 Iguaraci 770,3 11.486 5.308 6.178 0,604 1 - 10,17 73,83 Ingazeira 245,6 4.567 2.128 2.439 0,638 1 2 10,67 60,04 Itapetim 480,0 14.766 7.591 7.175 0,620 1 7 7,33 71,55 Quixaba 215,4 6.855 2.038 4.817 0,581 1 - 10,96 73,83 Sta C. da B. Verde 90,8 10.893 4.147 6.746 0,655 1 2 7,84 42,56 Santa Terezinha 218,6 10.251 5.868 4.383 0,602 1 1 13,59 73,63 São José do Egito 708,0 29.468 17.695 11.773 0,657 1 1 10,46 47,24 Serra Talhada 2.952,8 70.912 49.605 21.307 0,682 1 10 12,60 40,58 Solidão 130,1 5.532 1.303 4.229 0,581 1 2 16,05 73,83 Tabira 391,6 24.065 15.944 8.121 0,630 1 4 15,57 58,58 Triunfo 181,4 15.135 6.561 8.574 0,714 1 1 4,29 30,67 Tuparetama 230,6 7.766 5.806 1.960 0,662 1 2 8,06 45,63 Total / Média 8.689,7 297.494 166.145 131.349 0,627 18 45 10,94 59,33 Fontes: CONDEPE/FIDEM (2000); PENUD (2000); SIGAS (2006)

2.0 SÍNTESE DOS DADOS COLETADOS Segundo dados fornecidos pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos

de Pernambuco - SEDSDH, o total de beneficiários do Sertão do Pajeú, em Junho de 2007,

correspondia a 48.485 famílias. Os municípios que apresentavam maiores concentrações de

beneficiários do Programa Bolsa Família eram: Serra Talhada (10.613), São José do Egito

(5.110) e Afogados da Ingazeira (4.555). O município com menor número de beneficiários

era, segundo as últimas estatísticas da SEDSDH, Ingazeira, com 673 famílias beneficiárias.

A presente pesquisa realizou entrevistas com 124 famílias beneficiárias da região e com 11

responsáveis pela gestão do Programa nos municípios. Os dados da pesquisa revelaram

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alguns traços do perfil socioeconômico do conjunto das famílias beneficiárias, suas

dificuldades em relação ao programa e as opiniões dos gestores municipais entrevistados.

A quase totalidade das famílias residia em imóveis do tipo casa (98,4%). Em apartamento

foram registrados apenas 1,6% de ocorrências. As paredes de alvenaria em tijolo

constituíam também a quase totalidade (99,2%) dos domicílios visitados. Das moradias

visitadas, 69,4% possuíam abastecimento d’água e a energia elétrica estava presente em

92,7% das residências das famílias entrevistadas no Sertão do Pajeú. Do total de

residências, 57,3% eram próprias e 23,4% alugadas. Entre os imóveis visitados, foram

encontradas 4 unidades que desenvolviam algum tipo de atividade comercial ou de serviço

em conjunto com o uso habitacional. Estes imóveis foram considerados como “imóveis

mistos” pela pesquisa.

2.1. COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO BENEFICIADA

No conjunto de titulares entrevistados 92,7% pertenciam ao sexo feminino. A faixa de

idade mais freqüente registrada entre os titulares variava de 31 a 40 anos (40,3%),

enquanto que o nível de instrução mais freqüente situava-se no “Ensino Fundamental

Incompleto” com 50,8% de presença entre os entrevistados. A renda mediana, encontrada

entre as famílias da Região, está situada na faixa de “+ de ¼ a ½ SM” (22,6%).

2.2. CONDICIONALIDADES

Foram identificadas 66 crianças menores de 07 anos nas famílias entrevistadas pela

pesquisa. Destas, 98,5% encontrava-se com a vacinação em dia. Na faixa de 07 a 15 anos

foram registrados pela pesquisa um número de 136 crianças e adolescentes, e destes 99,3%

encontravam-se freqüentando a escola.

Entre as ocupações dos membros das famílias identificadas pela pesquisa, destacaram-se as

seguintes atividades: 1ª Agricultor, 2ª Empregado doméstico e 3ª Vendedor, como as

atividades que agregam maior número de pessoas dentro das unidades familiares

pesquisadas.

Além do Programa Bolsa Família, a pesquisa registrou como o segundo Programa Social

de maior adesão na Região, o Programa Saúde da Família – PSF, com 66,1% de famílias

que declararam fazer uso do mesmo.

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2.3. O PROGRAMA E SUA UTILIZAÇÃO

Com relação ao Programa Bolsa Família, 50,8% dos entrevistados na Região, declarou ter

conhecimento das condicionalidades. Destes, 34,7% tiveram algum tipo de dificuldade

para se inscrever no Programa e, apenas 16,1% dos entrevistados declararam estar

encontrando dificuldade para manter-se inscrito no PBF.

A destinação dos gastos realizados com o dinheiro recebido do Programa converge para

alimentação, onde 89,5% dos entrevistados informaram gastar o recurso do PBF

exclusivamente com este item. Quando perguntado sobre o que melhorou com o PBF, a

maioria dos entrevistados informou que o mesmo vem contribuindo para melhoria da

alimentação (91,1%) e matricula dos filhos nas escolas (6,5%).

2.4 OPINIÃO DOS GESTORES

A entrevista com os Gestores Municipais gerou informações importantes a respeito o

processo de gerenciamento do Programa Bolsa Família no âmbito municipal. As

dificuldades encontradas foram: Transporte, material permanente, recursos e instalações de

informática com 30,0% das repostas.

Os Gestores também repassaram as dificuldades enfrentadas por eles nas áreas de

Educação e Saúde para cumprimento das condicionalidades. Na área da Educação a

principal dificuldade foi à localização das crianças (50,0%), devido à mobilidade de suas

famílias sem a prévia comunicação para alteração no cadastro.

Na área de Saúde a principal dificuldade foi em relação aos recursos humanos insuficientes

(30,0%) seguidos de número de postos de saúde insuficiente, realizar acompanhamento das

gestantes e nutrizes e dificuldade de marcar consulta, todas com 20,0% das respostas.

Os recursos do IGDBF tiveram como principal utilização à aquisição de computador e

impressora (60,0%), no item “Recursos técnicos / administrativos”. No item “Recursos

humanos”, 60,0% dos recursos foram destinados à contratação temporária de técnicos.

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No que diz respeito aos benefícios decorrentes do Programa Bolsa Família no contexto

municipal, os Gestores realizaram as seguintes avaliações de maiores freqüências:

Comércio local: “Aumentou muito” em 60,0%; oferta de vagas nas escolas “Aumentou

muito” (60,0%); permanência dos alunos na escola, “Continua o mesmo” (50,0%);

acompanhamento de gestantes e nutriz “Aumentou um pouco” (90,0%); e

acompanhamento de crianças de 0 a 7 anos, “Aumentou um pouco” (90,0%).

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REGIÃO DE DESENVOLVIMENTO DO SERTÃO DO SÃO

FRANCISCO

1.0 REGIÃ DO SERTÃO DO SÃO FRANCISCO

AFRÂNIO

DORMENTES

LAGOA GRANDE

SANTA MARIADA BOA VISTA

OROCÓ

PETROLINA

CABROBÓ

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A região do Sertão do São Francisco é formada por 7 municípios. A economia da RD está

baseada, principalmente, na fruticultura irrigada, na agricultura e na vitivinicultura. Sua

extensão territorial corresponde a 14.828,6 km².

A população total da região é de 342.505 habitantes. Destes, 216.096 vivem na área urbana

dos municípios e 126.409 na área rural. Os municípios mais populosos são Petrolina, com

218.538 habitantes, seguido por Santa Maria da Boa Vista com 36.914.

Quadro 001 : Características Sócio-Assistenciais da RD do Sertão do São Francisco Área População IDH

Entidades Assistenciais Município

(Km ²) Total Urbana Rural 2000 Públicas Privadas

Crianças 10-14 Analfabetas

Mortalidade Infantil até 1 ano

Afrânio 1.491,0 15.891 3.985 11.906 0,634 1 1 8,69 43,61 Cabrobó 1.658,0 26.741 15.769 10.972 0,677 2 - 16,85 37,64 Dormentes 1.538,0 14.411 3.835 10.576 0,600 1 4 16,93 64,20 Lagoa Grande 1.852,0 19.137 8.651 10.486 0,627 1 1 16,45 64,20 Orocó 555,0 10.873 3.753 7.300 0,667 1 1 22,95 35,60 Petrolina 4.756,8 218.538 166.279 52.259 0,747 - 17 10,07 35,89 Sta Maria da Boa Vista

2.977,8 36.914 14.004 22.910 0,669 1 - 19,30 47,22

Total / Média 14.828,6 342.505 216.096 126.409 0,660 7 23 15,89 46,89 Fontes: CONDEPE/FIDEM (2000); PNUD (2000); SIGAS (2006)

2.0 - SÍNTESE DOS DADOS COLETADOS Segundo dados fornecidos pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos

de Pernambuco - SEDSDH, o total de beneficiários do Sertão do São Francisco, em Junho

de 2007, correspondia a 40.287 famílias. Os municípios que apresentavam maiores

concentrações de beneficiários do Programa Bolsa Família eram: Petrolina (21.756) e ,

Santa Maria da Boa Vista (4.918). Os municípios com menor número de beneficiários

eram nas últimas estatísticas da SEDSDH: Orocó (1.604) e Afrânio ( 2.707).

A presente pesquisa realizou entrevistas com 110 famílias beneficiárias da região e com

cinco responsáveis pela gestão do Programa Bolsa Família nos municípios. Os dados

coletados revelaram traços do perfil socioeconômico das famílias beneficiárias, suas

dificuldades em relação ao programa e as opiniões dos gestores municipais entrevistados.

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A quase totalidade das famílias residia em imóveis do tipo casa (95,5%) e em cômodos

onde foi registrado apenas 4,5% de casos. Do total das residências, 58,2% eram próprias e

16,4% alugadas. As paredes de alvenaria em tijolo encontravam-se presentes em quase

todos os domicílios visitados (93,6%). Pouco menos de um quinto das moradias (18,1%)

não possuía abastecimento d’água. A energia elétrica estava presente em 95,5% das

residências e coleta do lixo era realizada em 84,5%. Apenas 10,9% informou queimar o

lixo residencial. Entre os imóveis visitados, foram encontradas apenas três unidades que

exerciam algum tipo de atividade de comércio ou serviço sendo desenvolvidos, juntamente

com a atividade habitacional.

2.1 – COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO BENEFICIADA Entre os titulares do PBF entrevistados, 92,7 % eram mulheres e apenas 7,3% homens. A

faixa de idade mais freqüente registrada entre os titulares do PBF foi de 31 a 40 anos, com

34,5%, enquanto seu nível de instrução mais freqüente situava-se no “Ensino Fundamental

Incompleto” com 47,3% das respostas. A Renda mediana, encontrada entre as famílias da

Região, esta situada na faixa de “Até ¼ SM”com 25,5

Entre as ocupações dos membros das famílias identificadas pela pesquisa, destacaram-se as

seguintes atividades: 1ª Agricultor, 2ª Empregado doméstico e 3ª Pedreiro, como as que

agregam maior número de pessoas dentro das unidades familiares pesquisadas.

2.2 – CONDICIONALIDADES

Foram identificadas 62 crianças menores de 07 anos nas famílias entrevistadas pela

pesquisa, correspondendo a 12,2% do total. Destas, 100% encontrava-se com o cartão de

vacinação em dia. Na faixa de 07 a 15 anos foram registrados pela pesquisa um número de

134 crianças e adolescentes, e destes, 99,3 % encontravam-se freqüentando a escola.

Com relação ao Programa Bolsa Família, 54,5% dos entrevistados na Região disseram

conhecer as condicionalidades exigidas para manter-se no PBF. Menos de um terço

(22,7%), tiveram dificuldade para se inscrever no Programa.

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2.3 – O PROGRAMA E SUA UTILIZAÇÃO

Além do Programa Bolsa Família, a pesquisa registrou como o segundo Programa Social

de maior adesão na Região o Programa de Saúde da Família – PSF, com 67,3% seguido do

Seguro Safra com 31,8% de famílias que declararam fazer uso dos mesmos.

A destinação dos gastos realizados com o dinheiro recebido do Programa converge em

primeiro lugar exclusivamente em alimentação com 75,5%. Quando perguntado sobre o

que melhorou com o PBF, a maioria dos entrevistados informou que o mesmo vem

contribuindo para melhoria da alimentação em 79,1% dos casos, confirmando o item sobre

a destinação do recurso do PBF.

2.4 – OPINIÃO DOS GESTORES A entrevista com os Gestores gerou informações importantes a respeito do processo de

gerenciamento do Programa Bolsa Família no âmbito municipal. Quanto às dificuldades

encontradas, as mais freqüentes apontadas pelos gestores foram: Falta de transporte e

instalações adequadas ambas com incidência de 20,0% das respostas.

Opinaram também sobre as dificuldades nas áreas de Educação e Saúde. Em relação à

Educação destacaram como principais dificuldades: Controle e dificuldade no manuseio da

freqüência escolar insuficiente (40,0%), dificuldade de localização das crianças (60,0%),

das respostas.

Na saúde foram colocadas às dificuldades em relação ao número de postos de saúde e de

recursos humanos, considerados insuficientes, e dificuldade de acesso ao Cartão Saúde,

todas com 40,0% das respostas. Dificuldade em marcar consulta com 20,0%.

Os recursos do IGDBF tiveram na Região do Sertão do São Francisco como principais

destinações às aplicações com: Recursos técnicos / administrativos e com recursos

humanos em (80,0%) dos casos. Não houve nenhuma complementação em relação a verba

da Saúde e educação.

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Por outro lado, os benefícios decorrentes do Programa no contexto municipal tiveram dos

gestores as seguintes avaliações de maior freqüência: Comércio local, permanência dos

alunos nas escolas, acompanhamento das gestantes e nutrizes e acompanhamento das

crianças de 0 a 7 anos, “Aumentou muito” (60,0%). Em relação à oferta de vagas nas

escolas, “Aumentou pouco”, também com 60,0% das respostas.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise dos dados e informações produzidas pela Pesquisa possibilitou o registro de um

elenco de fatos de fundamental importância à retro-alimentação do processo de

implementação do Programa Bolsa Família em sua instância Estadual e Municipal, onde

efetivamente o Programa é consolidado e seus efeitos materializados.

Nessas considerações finais, serão evidenciados os aspectos relevantes obtidos na pesquisa,

bem como a formulação de algumas recomendações e encaminhamentos, direcionados ao

equacionamento de elementos dificultadores identificados nas entrevistas com as famílias

beneficiárias e com os gestores municipais do PBF.

Os dados levantados através da pesquisa realizada com as famílias beneficiárias permitem

destacar os seguintes pontos:

� Das famílias entrevistadas, 60,3% encontravam-se estruturadas de acordo com o

padrão de família nuclear (pai, mãe e filhos). Os 39,7% restantes compunham-se

primordialmente do titular que, em sua maioria, é do sexo feminino e dos filhos.

Esse percentual retrata a nova forma de organização familiar onde se destaca a

figura da mulher como provedora da família.

� A escolaridade dos titulares concentra-se no nível fundamental incompleto

(50,2%). Vale ressaltar que pouco mais de 10% deste contingente (11,2%) é

constituído de pessoas analfabetas ou que apenas assinam o nome. No conjunto de

membros das famílias, 59,3% possuem o nível fundamental incompleto e 6,8% não

são alfabetizados ou apenas assinam o nome.

� A quase totalidade dos domicílios visitados (86,7%) encontrava-se ocupada por

apenas uma família. Para mais da metade da população, a renda familiar mensal

encontrada não superou o valor de ½ salário mínimo, estando compatível com os

critérios de faixa de renda exigidos para inclusão no PBF.

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� A maior parte das famílias entrevistadas reside em casas de alvenaria (96,0%).

Entretanto, verificou-se in loco, que estes imóveis geralmente localizam-se em

áreas com pouca infra-estrutura e de risco.

� No que diz respeito às condicionalidades, não foram evidenciados números

significativos em relação a dificuldades para seu cumprimento pela família. No

cumprimento destas exigências, apenas os itens “Comunicar mudança na escola” e

“Realizar acompanhamento e educação pré e pós-natal” apresentaram alguma

dificuldade na opinião dos entrevistados, registrando 29,3% e 16,3%,

respectivamente.

� A quase totalidade das gestantes e nutrizes identificadas (87,2%) possuem cartão

de saúde. Entre elas, 66,0% realizaram ou estavam realizando acompanhamento

pré-natal e fizeram ou estavam fazendo educação pré ou pós-natal.

� As crianças de 0 a 7 anos da população amostral possuem cartão de saúde em

94,4% dos casos. A cobertura vacinal atinge a quase totalidade delas (95,1%) e o

acompanhamento nutricional é realizado em 90,7% dos casos.

� Entre os benefícios apontados como resultantes do ingresso das famílias no PBF,

destacou-se especialmente o item “Melhoria da alimentação” em 87,4% das

respostas. Essa informação é ratificada na questão relativa à destinação dos gastos

com o dinheiro do PBF, quando o item “Alimentação” aparece em primeiro lugar

com 86,3%.

O segmento da pesquisa, dedicado ao levantamento de dados e informações fornecidos

pelos gestores municipais do Programa Bolsa Família, possibilitou a identificação de um

elenco de informações relevantes ao processo de gestão do Programa no âmbito municipal,

objeto do estudo realizado. Os problemas e entraves identificados pelos gestores foram

reunidos nos seguintes grupos:

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� Agente operador - Caixa Econômica – Nesse grupo foram relatadas as seguintes

dificuldades: Dificuldade de interlocução com o agente operador; carência de

recursos humanos e pessoal qualificado, para atendimento do PBF ; procedimentos

administrativos incorretos, que vão desde a operação do sistema informatizado até

o nivelamento dos processos operacionais, dificultando a atualização dos dados

cadastrais e, conseqüentemente, prejudicando a efetivação dos cumprimentos das

condicionalidades. Outro ponto a ser destacado, é o serviço telefônico 0800

destinado ao atendimento dos beneficiários, que deixa margem à responsabilização

do município, pelos entraves ocorridos no processo.

� Instância de Controle Social - Entre as dificuldades apontadas destacam-se: falta

de conhecimento dos representantes da instância de controle social sobre o

Programa; falta de quorum nas reuniões; dificuldade dos membros em acompanhar

e fiscalizar as atividades; ações realizadas a partir de demandas sem sistematização

e acompanhamento e; demora em responder as solicitações enviadas.

� Intersetorialidade – dificuldade de articulação entre as Secretarias de Assistência

Social, Saúde e Educação para o acompanhamento dos beneficiários do Programa

Bolsa Família e o acompanhamento do cumprimento e verificação das

condicionalidades.

� Recursos de apoio à gestão do PBF – IGDBF – a pesquisa revelou que para uma

parcela significativa dos gestores, não há o absoluto domínio sobre a utilização dos

recursos. Essa questão, sempre que levantada, gerava discussões e questionamentos

sobre a finalidade desse recurso e sua utilização. Outra questão freqüentemente

levantada é que, alguns municípios não conseguem obter o total dos recursos

destinados, devido ao não cumprimento das condicionalidades.

� Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS – Foram

informadas dificuldades de interlocução com a gestão municipal; perda e

duplicidade de informações; e demora em responder as solicitações encaminhadas

pelos municípios.

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� PETI – O elevado índice de evasão das crianças e adolescentes do PETI,

ocasionado pela migração para o PBF, causou preocupação aos gestores

municipais. A pesquisa ainda apontou uma variação de percentual entre 20,0% e

60,0% de evasão da jornada ampliada, estimada por 84,3% dos gestores.

No tocante ao alcance dos objetivos propostos pelo PBF, verificou-se que a promoção do

acesso à rede de serviços públicos, em especial a Saúde e a Educação, apresentou

resultados favoráveis. Na Saúde o acompanhamento das gestantes, nutrizes e crianças

menores de 7 anos, apresentou um percentual médio de 79,1%, indicando aumento em

relação ao período anterior ao Programa, segundo os gestores.

Na área da Educação a permanência dos alunos na escola apresentou resultados superiores

(80,0%). Apesar dos números favoráveis apresentados pela pesquisa, os gestores

apontaram a necessidade de maior investimento, visando assegurar melhores condições de

acesso dos beneficiários às Políticas Sociais Básicas.

A aplicação dos recursos advindos do Programa representa uma elevação no nível imediato

das necessidades de alimentação para aquelas famílias em situação de extrema pobreza. O

que pode vir representar uma elevação no nível nutricional das famílias, contribuindo para

o combate à fome e a promoção da segurança alimentar. Além de solucionar em grande

parte as necessidades da alimentação, as famílias também utilizam o recurso para compra

de material escolar, medicamentos, roupas, entre outros. Tais dados revelam que o repasse

desse beneficio às famílias, de alguma maneira, possibilitou uma melhoria em sua

qualidade de vida.

O estímulo à emancipação sustentada das famílias e o combate à pobreza, apresentaram

resultados ainda insipientes, uma vez que, os investimentos em programas

complementares, principalmente nas ações de geração de trabalho e renda, aparecem na

pesquisa com um grau de dificuldade elevado para sua implantação. Estas dificuldades

vão, desde a escassez de recursos financeiros, à ausência de equipes técnicas para elaborar,

implementar e identificar programas e projetos, que propicie condições mínimas para a

inclusão social sustentada e a saída das famílias do Programa.

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Em relação à intersetorialidade, foi identificada pela pesquisa a fragilidade desse

mecanismo de integração das atividades demandadas pelo PBF, comprometendo o

cumprimento das condicionalidades e o atendimento dos objetivos básicos do Programa,

haja vista a dependência da capacidade de integração institucional e pactuações político-

administrativas nas esferas Federal, Estadual e Municipal.

RECOMENDAÇÕES: As informações emergentes do processo de pesquisa deixam evidentes algumas demandas,

que permitem a formulação de recomendações que poderão contribuir para o

aperfeiçoamento dos processos nas instâncias de gestão do Programa:

• Promover junto aos membros das instâncias de controle social, capacitações,

visando esclarecer as atribuições em relação ao PBF, visto que estas atribuições são

amplas, exigindo domínio das várias dimensões do processo de implementação do

Programa, que vão desde a seleção até o acompanhamento das condicionalidades.

• Promover ações de divulgação na mídia (televisão, rádio e jornal), sobre os critérios

de inclusão no PBF, as condicionalidades do Programa e a proibição do exercício

do trabalho infantil para crianças e adolescentes.

• Verificar estratégias de capacitação e orientação à equipe técnica que compõe o

serviço 0800, possibilitando repasse de informações coerentes e seguras aos

beneficiários.

• Implantar programas complementares de alfabetização e profissionalização de

jovens e adultos, com vistas ao cumprimento das condicionalidades do PBF e à

emancipação dos beneficiários.

• Assessorar as instâncias municipais, visando torná-las aptas a viabilizar a

articulação de programas complementares de geração de trabalho e renda para as

famílias do PBF.

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• Promover articulação intersetorial entre Saúde, Educação e Assistência Social, com

o apoio do Estado, realizando integração e pactuações político-administrativas nas

esferas Federal, Estadual e Municipal.

• Promover capacitações para as equipes técnicas das Secretarias de Assistência

Social, Saúde e Educação que atuam direta /indiretamente com os beneficiários do

PBF. Essas capacitações necessitam abordar conteúdos que demandem o

aperfeiçoamento da capacidade do poder público municipal no enfrentamento dos

desafios de execução do Programa a nível local.

Em síntese, a pesquisa revelou dados importantes que podem contribuir na elaboração de

um Plano de Gestão Estadual do PBF. Ressalta-se que estas ações precisam estar pautadas

no fortalecimento, ampliação e integração entre as três esferas de governo, agente

operador, instância de controle social e participação efetiva do Conselho Gestor

Interministerial – MDS, visando a retro-alimentação e o aperfeiçoamento do Programa

Bolsa Família.

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REFERÊNCIAS SISTEMA DE INFORMAÇÃO E GESTÃO DA ASSISTENCIA SOCIAL DE PERNAMBUCO. Rede de Proteção. [on-line] Disponível na Internet via WWW. URL: www. http://www.sigas.pe.gov.br/sigas/menu/menu.php. Arquivo consultado em 17 de dezembro de 2006;

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa de Informações Básicas Municipais – Perfil dos municípios brasileiros – Assistência Social 2005;

SECRETARIA NACIONAL DE RENDA DE CIDADANIA. Guia do Gestor do Programa Bolsa Família. Brasília, 2006;

SECRETARIA NACIONAL DE RENDA E CIDADANIA. Informações Bolsa Família. [on-line] Via URL: Pesquihttp://www.mds.gov.br/adesao/mib/matrizviewbr. asp?. Pesquisa realizada em 12 de julho de 2007;

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Programas de transferência de renda no Brasil: impactos sobre a desigualdade. Textos para Discussão nº 1228 - Brasília, 2004;

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. A Estabilidade Inaceitável: Desigualdade e Pobreza no Brasil, 2001.

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME. A importância do Bolsa Família nos municípios brasileiros. Brasília, 2004a.

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO E COMBATE A FOME. Política Nacional de Assistência Social. Brasília, 2004;

BRASIL. Lei Orgânica da Assistência Social. Brasília, 1993;

PESQUISA NACIONAL POR AMOSTRA DE DOMICÍLIOS. Síntese dos indicadores, 2004.

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ANEXO I:

FORMULÁRIO DE PESQUISA DA FAMÍLIA BENEFICIÁRIA

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ANEXO II:

FORMULÁRIO DE ENTREVISTA COM OS GESTORES

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ANEXO III:

MANUAL DE PREENCHIMENTO DOS FORMULÁRIOS DE COLETA DE

DADOS

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ANEXO IV:

FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DA ETAPA PILOTO DA PESQUISA

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ANEXO V:

TABELAS: FAMÍLIAS BENEFICIÁRIAS

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ANEXO VI:

TABELAS: GESTORES MUNICIPAIS DO PBF