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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA TRIÂNGULO MINEIRO CAMPUS UBERABA CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS GIOVANE TONELLI AVALIAÇÃO TECNOLÓGICA DOS PROCESSOS DE PASTEURIZAÇÃO DO LEITE PARA PRODUÇÃO DE QUEIJO MINAS FRESCAL UBERABA/MG, 2013 GIOVANE TONELLI

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

TRIÂNGULO MINEIRO – CAMPUS UBERABA

CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA

DE ALIMENTOS

GIOVANE TONELLI

AVALIAÇÃO TECNOLÓGICA DOS PROCESSOS DE

PASTEURIZAÇÃO DO LEITE PARA PRODUÇÃO DE QUEIJO MINAS

FRESCAL

UBERABA/MG, 2013

GIOVANE TONELLI

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

TRIÂNGULO MINEIRO – CAMPUS UBERABA

CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA

DE ALIMENTOS

AVALIAÇÃO TECNOLÓGICA DOS PROCESSOS DE

PASTEURIZAÇÃO DO LEITE PARA PRODUÇÃO DE QUEIJO MINAS

FRESCAL

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-

graduação Stricto sensu de Mestrado

Profissional em Ciência e Tecnologia de

Alimentos, do Instituto Federal de

Educação Ciência e Tecnologia do

Triângulo Mineiro, como requisito para

conclusão e obtenção do Título de Mestre

em Ciência e Tecnologia de Alimentos

Orientadora: Drª. Marlene Jerônimo

UBERABA/MG, 2013

GIOVANE TONELLI

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GIOVANE TONELLI

AVALIAÇÃO TECNOLÓGICA DOS PROCESSOS DE PASTEURIZAÇÃO DO LEITE PARA PRODUÇÃO DE QUEIJO

MINAS FRESCAL

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia

de Alimentos do Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia do

Triângulo Mineiro – Campus Uberaba,

como requisito parcial para a obtenção do

grau de Mestre em Ciência e Tecnologia

de Alimentos

Aprovada em 20 de Setembro de 2013

Banca Examinadora

__________________________________________________________

Profa. Dra. Marlene Jerônimo (Orientadora) – IFTM, Campus Uberaba

___________________________________________________________

Prof. Dra. Gabriela de Godoy Cravo Arduino – IFSP, Campus Avaré

__________________________________________________________

Profa. Dra. Sueli Ciabotti – IFTM, Campus Uberaba

UBERABA, MG

2013

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Catalogação da Publicação

Serviço de Documentação do Mestrado Profissional em Ciência e Tecnologia de

Alimentos

Instituto Federal do Triângulo Mineiro

Tonelli, Giovane.

Avaliação tecnológica dos processos de pasteurização do leite para produção

de queijo minas frescal/ Giovane Tonelli;

Orientador: Marlene Jerônimo. – Uberaba, 2013.

Dissertação (Mestrado) – Instituto Federal do Triângulo Mineiro- câmpus

Uberaba, 2013.

1. Leite. 2. Queijos 3. Pasteurização 4. Análises microbiológicas.

5. Análises físico-químicas.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho as pessoas que mais me apóiam e que sem eles jamais

teria conseguido chegar até aqui, minha mãe Tânia, meus irmãos Reinaldo e

Rejane, minha cunhada Elizabeth, meus avós Saida e Faiz e minha tia Nara.

.

“Tudo posso naquele que me fortalece.”

(Biblia – Filipenses 4:13)

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AGRADECIMENTO ESPECIAL

Agradeço carinhosamente a Profa. Marlene Jerônimo, minha amiga e

orientadora, pelos ensinamentos, dedicação, carinho, apoio e paciência em

todos os momentos.

“Bem aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire

conhecimento.”

(Bíblia – Provérbios 3:13)

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pois tudo que tenho devo a ele, mesmo

não merecendo ele tem cuidado de mim a cada dia e não foi diferente neste

trabalho, agradeço a toda minha família que é à base de toda minha força pra

viver.

Agradeço também aos Professores Gabriel, Carlos, Sueli e Elisa pelos

auxílios no projeto, pois sem eles seria difícil a conclusão deste trabalho.

Agradeço a Luciene, grande parceira e companheira de mestrado, pela

paciência e ajuda durante a realização das análises físico-químicas e ao Célio

pela força lá na agroindústria.

Agradeço à minha companheira e amiga Flávia pela ajuda e pelas idéias

que me possibilitaram construir este trabalho.

Agradeço aos grandes companheiros de trabalho Valdair, Michele e Luiz

Otávio pelo apoio e incentivo que me deram.

E a todas as pessoas que, de alguma forma, contribuíram e estiveram

presentes nessa jornada.

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RESUMO

TONELLI, G. Avaliação tecnológica dos processos de pasteurização do leite para

produção de queijo Minas Frescal. 2013. 57 f. Dissertação (Mestrado Profissional) –

Instituto Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba- MG

O processo de pasteurização é importante para impedir a contaminação e disseminação de

doenças em leite e de seus produtos derivados. O objetivo do presente trabalho foi comparar

os métodos de pasteurização rápida e lenta em leite obtido de produtores rurais da região de

Uberaba – MG para produção de queijo Minas Frescal. O projeto constou de três tratamentos,

sendo avaliada a Pasteurização Lenta sem equipamento (A), Pasteurização Lenta com

equipamento (B), Pasteurização Rápida (C) e os queijos Minas Frescal fabricados com o leite

obtido desses tratamentos térmicos. Os resultados para leite cru demonstraram que todas as

amostras apresentaram-se dentro dos padrões exigidos pela legislação para Contagem Padrão

em Placas (CPP) e Contagem de Células Somáticas (CCS). Para leite pasteurizado as análises

de CPP, coliformes totais e coliformes termotolerantes também apresentaram resultados

satisfatórios de acordo com a legislação. Não foram encontradas amostras de queijos

contaminadas com Salmonella spp. e Listeria monocytogenes. Avaliando-se individualmente

os resultados das análises dos queijos de cada produtor para Estafilococos coagulase positiva,

coliformes totais e termotolerantes observou-se que em alguns dias coletados, os produtos

estavam fora dos padrões exigidos pela legislação, no entanto, avaliando-se na média os

valores das análises apresentaram-se dentro dos limites permitidos pela legislação que

normatiza a produção do queijo Minas Frescal. Mesmo havendo diferença significativa nos

resultados das análises dos queijos produzidos com leite que foram pasteurizados do modo

artesanal, sem o equipamento, todos estavam dentro dos limites aceitáveis para consumo,

dando mostras de que a pasteurização é eficiente, pois as alterações apresentadas não se

relacionam com o tratamento térmico e sim com contaminações pós-produção observando-se

que a matéria prima estava dentro dos padrões exigidos. Todas as amostras de leite

pasteurizado apresentaram fosfatase negativa e peroxidase positiva mostrando a eficiência dos

três tratamentos. Para análise química do leite cru e pasteurizado todas as amostras estavam

dentro dos padrões legais exigidos mostrando a qualidade da matéria prima para a produção

dos queijos, mesmo após o tratamento térmico, tratamento este que não levou a desnaturação

nem perda de componentes, deixando o leite em níveis aceitáveis para consumo e produção

dos queijos. Nos dias em que as análises microbiológicas se apresentaram fora dos padrões é

indicativo que as técnicas de boas práticas de fabricação, no caso a higiene e a sanitização

tanto de equipamentos e locais de produção quanto de manipuladores devem ser

aperfeiçoadas, sendo feitas as correções nas empresas e em seus manipuladores.

Palavras- chave: Pasteurização lenta, pasteurização rápida, composição química e

composição microbiológica.

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ABSTRACT

TONELLI, G. Technology assessment of pasteurization of milk production Minas Frescal

cheese. In 2013. 57 f. Dissertation (Master Professional) - Federal Institute of Triangulo

Mineiro, Uberaba-MG

Pasteurization is important to prevent contamination and dissemination of disease in milk and

dairy products. The objective of this study was to compare the method of fast and slow

pasteurization of the milk obtained from farmers in the Uberaba – MG region for the Minas

Frescal cheese production. This study consisted of three treatments, evaluating the Slow

Pasteurization without equipment (A), Slow Pasteurization with equipment (B), Quick

Pasteurization (C) and Minas Frescal made from milk obtained from such heat treatments.

The results for raw milk showed that all samples were within the standards required by

legislation to CPP and CCS. For pasteurized milk the CPP analyzes, total coliforms and fecal

coliforms also had satisfactory results according to the legislation. There were no cheese

samples contaminated with Salmonella spp. and Listeria monocytogenes. Evaluating the

results of individual analyzes of each cheese producer for staphylococci positive coagulase,

total and fecal coliforms was observed within a few days collected, the products were out of

compliance with legal requirements, however, in evaluating the average test values were

within the limits allowed by the law that regulates the production of Minas Frescal cheese.

Even significant difference in the results of analyzes of cheeses made with pasteurized milk

were the craft way without the equipment, all are within acceptable limits for consumption,

giving shows that pasteurization is efficient because the amendments do not relate heat

treatment but with post-production contaminants noting that the raw material was in the

standards. All pasteurized milk samples showed negative phosphatase and positive peroxidase

showing the effectiveness of the three treatments. For chemical analysis of raw and

pasteurized milk samples were all within the legal standards required showing the quality of

the raw material for the production of cheese, even after heat treatment, this treatment did not

lead to denaturation or loss of components, leaving the milk at acceptable levels for

consumption and production of cheeses. On days when the microbiological analyzes were

outside of the standards is indicative that the techniques of good manufacturing practices, if

both hygiene and sanitization of equipment and production sites as handlers should be

improved, and made corrections in companies and in their handlers .

Keywords: slow pasteurization, fast pasteurization, chemical and microbiological

composition.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Fluxograma de Produção do Queijo Minas Frescal.......................................... 33

Figura 2- Fluxograma geral das análises físico-químicas e microbiológicas................... 34

Figura 3- Fluxograma da análise de Coliformes Totais e Termotolerantes...................... 38

Figura 4- Fluxograma da análise de Estafilococos coagulase positiva............................. 39

Figura 5- Fluxograma da análise de Salmonella spp........................................................ 41

Figura 6- Fluxograma da análise de Listeria monocytogenes........................................... 42

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Valores obtidos para amostras de leite cru e leite pasteurizado, para os

diferentes tratamentos térmicos utilizados .......................................................................

45

Tabela 2- Valores obtidos para amostras de queijo Minas Frescal, para os diferentes

tratamentos térmicos utilizados ........................................................................................

48

Tabela 3- Valores médios da composição química (%) do leite cru usado na

Pasteurização Lenta sem equipamento (A), Pasteurização Lenta com equipamento (B)

e Pasteurização Rápida (C) ..............................................................................................

49

Tabela 4- Valores médios da densidade (g/cm3), acidez Dornic, pH, crioscopia e

extrato seco total do leite cru usado na Pasteurização Lenta sem equipamento (A),

Pasteurização Lenta com equipamento (B) e Pasteurização Rápida

(C).....................................................................................................................................

49

Tabela 5- Valores médios da composição química (%) do Leite pasteurizado usando a

Pasteurização Lenta sem equipamento (A), Pasteurização Lenta com equipamento (B)

e Pasteurização Rápida (C)...............................................................................................

50

Tabela 6- Valores médios da densidade (g/cm3), acidez Dornic, pH, crioscopia e

extrato seco total do leite pasteurizado usando a Pasteurização Lenta sem equipamento

(A), Pasteurização Lenta com equipamento (B) e Pasteurização Rápida (C)...................

51

Tabela 7- Valores médios da composição química (%) dos queijos Minas Frescal

usando a Pasteurização Lenta sem equipamento (A), Pasteurização Lenta com

equipamento (B) e Pasteurização rápida (C).....................................................................

53

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1- Requisitos físicos e químicos a serem seguidos para o leite cru refrigerado... 21

Quadro 2- Requisitos microbiológicos a serem seguidos para leite cru........................... 22

Quadro 3- Requisitos físicos, químicos e microbiológicos a serem seguidos para o leite

pasteurizado.......................................................................................................................

23

Quadro 4- Pontos Criticos de Controle durante a pasteurização do leite.......................... 25

Quadro 5- Requisitos microbiológicos para o queijo Minas Frescal................................ 31

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS.......................................................................................... vii

LISTA DE FIGURAS........................................................................................... viii

LISTA DE QADROS............................................................................................ viiii

RESUMO.............................................................................................................. viiiii

ABSTRACT ......................................................................................................... viiiii

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 15

1.1 Objetivo Geral ................................................................................................

2. REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................

16

18

2.1 Pasteurização................................................................................................... 18

2.2 Pasteurização lenta.......................................................................................... 19

2.3 Pasteurização rápida........................................................................................ 19

2.4 Legislações para o leite cru e pasteurizado..................................................... 21

2.5 Identificações dos Pontos Críticos de Controle (PCC) na pasteurização do

leite........................................................................................................................

24

2.6 Controle do processo de produção do leite pasteurizado................................ 25

2.7 Produção do queijo minas Frescal.................................................................. 29

2.8 Legislações para a produção do Queijo Minas Frescal................................... 30

3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................. 32

3.1 Coleta de amostras e a produção do queijo Minas Frescal............................. 32

3.2 Análises físico-químicas e microbiológicas.................................................... 33

3.3 Análises físico-químicas em leite cru, leite pasteurizado e queijo Minas

Frescal....................................................................................................................

34

3.3.1 Determinação do pH..................................................................................... 34

3.3.2 Acidez total titulável..................................................................................... 34

3.3.3 Determinação da densidade a 15ºC.............................................................. 35

3.3.4 Composição química.................................................................................... 35

3.3.5 Extrato seco total.......................................................................................... 35

3.3.6 Crioscopia..................................................................................................... 35

3.3.7 Teste da presença de fosfatase alcalina........................................................ 36

3.3.8 Teste da presença de peroxidase................................................................... 36

3.4 Análises microbiológicas................................................................................. 36

3.4.1 Contagem de coliformes totais e termotolerantes........................................ 37

3.4.2 Contagem de Estafilococos coagulase positiva............................................ 38

3.4.3 Pesquisa de Salmonella spp.......................................................................... 39

3.4.4 Detecção de Listeria monocytogenes........................................................... 42

3.4.5Contagem padrão em placas.......................................................................... 42

3.4.6 Contagem de células somáticas................................................................... 43

3.5 Delineamento experimental............................................................................. 43

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 44

4.1 Análises microbiológicas................................................................................. 44

4.1.1 Leite cru........................................................................................................ 44

4.1.2 Leite pasteurizado......................................................................................... 46

4.1.3 Queijo Minas Frescal.................................................................................... 46

4.2 Análises Físico - químicas do leite cru e pasteurizado.................................... 49

4.2.1 Leite cru........................................................................................................ 49

4.2.2 Leite pasteurizado......................................................................................... 50

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4.3 Análises Físico-químicas dos queijos Minas Frescal...................................... 52

5. CONCLUSÃO ................................................................................................. 54

CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 54

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 56

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1 INTRODUÇÃO

O leite é definido como o produto oriundo da ordenha completa e ininterrupta, em

condições de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e descansadas (BRASIL, 2002). É

considerado um dos alimentos mais completos do ponto de vista nutricional, apresentando em

sua composição alto teor de proteínas, vitaminas, sais minerais, principalmente cálcio,

importantíssimo para alimentação de crianças e idosos. Devido a esta riqueza de constituintes

tem grande importância no desenvolvimento de microorganismos patógenos e na transmissão

de doenças (SILVA, 2007).

O leite cru pode transmitir doenças como a tuberculose, brucelose, difteria, febre Q, e

uma série de gastrenterites. No entanto, nos últimos anos, alguns surtos de salmoneloses,

colibaciloses, listerioses, campilobacterioses, mycobacterioses e yiersinioses têm despertado a

atenção dos pesquisadores, o que levou a classificação destes como doenças emergentes. Os

principais agentes emergentes são Listeria monocytogenes, Yersinia enterocolitica,

Campylobacter jejuni, Escherichia coli enteropatogênica, Escherichia coli O157:H7

enterohemorrágica, Escherichia coli O27:H20 enterotoxigênica e Streptococcus

zooepidemicus (SILVA, 2007).

Diante dos diversos problemas ocasionados pelo consumo de leite e derivados

oriundos de leite cru, a pasteurização tornou-se exigência de legislações específicas, as quais

se encontram bem estabelecidas na Instrução Normativa 62 (BRASIL, 2011) que alterou a

Instrução Normativa 51 (BRASIL, 2002) e no Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária

de Produtos de Origem Animal - RIISPOA (BRASIL, 1980).

Há três tipos de pasteurização: a pasteurização lenta ou LTLT (Low Temperature Long

Time) na qual se aplicam temperaturas mais baixas durante maior tempo, a pasteurização

rápida ou HTST (High Tempeature and Short time) quando se aplicam temperaturas mais

altas por um tempo menor e a pasteurização muito rápida para temperaturas da ordem de

140ºC durante 3 a 5 segundos, processo que é denominado UHT (Ultra High Temperature) ou

temperatura super elevada, obrigatórias de serem realizadas em equipamento permitido –

pasteurizador/esterilizador (SILVA, 2001).

A pasteurização rápida (72-75°C por 15-20 segundos) é, muitas vezes, inviável para

pequena escala de produção, pois a maioria dos equipamentos fabricados é destinada a um

grande volume de leite, apresenta alto custo e necessita de instalações complexas. Para os

pequenos laticínios e produtores, uma das soluções pode ser o uso da pasteurização lenta, que

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requer equipamentos de menor custo e de fácil operação e manutenção, mas que exige

controle mais efetivo (EGITO et al., 1989).

No Rio Grande do Sul existem mais de 100 pequenos laticínios com inspeção estadual

e alguns com inspeção municipal que utilizam, satisfatoriamente, a pasteurização lenta. Estas

indústrias não têm produção ou condições econômicas para adotarem a pasteurização rápida

(KIRCHOF, 2001).

Em Portugal se tem a preocupação em definir o melhor tratamento térmico do leite

para a produção de derivados com qualidade microbiológica e melhor custo e rendimento para

as indústrias e isto e feito através de análises microbiológicas e fisico-químicas nos produtos

fabricados neste país (VEIGA, 2012).

Na França, uma pesquisa em 61 amostras de queijo minas frescal de leite cru 15%

apresentaram contaminação por Staphylococcus aureus em níveis que causam riscos elevados

a quem consumir estes produtos, assim também acorreu em pesquisas na Dinamarca também

mostrando assim a importância do tratamento térmico do leite antes da produção de queijos

(LARSEM, et al.; 2000).

Para a produção de queijo Minas Frescal, bastante consumido na região de Minas

Gerais além do leite ser um produto de boa qualidade é necessário e obrigatório submetê-lo

pelo processo de pasteurização, o que tem sido um problema para os pequenos produtores,

uma vez que os mesmos não possuem recursos financeiros disponíveis para a compra do

equipamento de pasteurização (KIRCHOF, 2001).

No município de Uberaba, de acordo com pesquisas da Secretaria de Agricultura da

Prefeitura de Uberaba, tem-se uma boa parcela destes pequenos produtores de queijo Minas

Frescal com grandes dificuldades em atender a legislação para a elaboração deste produto,

uma vez que os equipamentos para a pasteurização de leite são muito caros. Baseado neste

fato, este estudo teve como objetivo comparar a eficiência da pasteurização lenta, utilizando

recipiente simples de aço inox, a qual é utilizada por pequenos produtores da região de

Uberaba, comparando com a pasteurização rápida.

1.1 Objetivo Geral

Comparar o método de pasteurização rápido e lento em leite obtido de produtores

rurais da região de Uberaba – MG para produção de queijo Minas Frescal.

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Também determinar parâmetros físico-químicos da composição centesimal do leite cru

e pasteurizado, parâmetros físico-químicos da composição centesimal dos queijos obtidos dos

diferentes processos de pasteurização. Além dos parâmetros microbiológicos do leite e

queijos obtidos e avaliar as enzimas fosfatase ácida e peroxidase para avaliar a eficiência da

pasteurização dos leites.

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18

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Pasteurização

Louis Pasteur observou em 1864 que o aquecimento de certos alimentos e bebidas

acima de 60°C, por um determinando tempo, com posterior abaixamento da temperatura do

alimento evitava a sua deterioração. Testado primeiro principalmente no coco onde

observaram que ao se aquecer este alimento ele demorava mais para se deteriorar.

Descobrindo-se depois que era devido à redução da carga de micro-organismos no produto,

iniciou-se a descoberta do processo de pasteurização (AZEREDO, 2004). Em 1837, Pasteur

demonstrou que o azedamento do leite era provocado por micro-organismos e, em 1860,

empregou o calor para destruir microrganismos indesejáveis nos alimentos (ROQUE et al.,

2003).

No final do século XIX, os alemães iniciaram a aplicação do procedimento da

pasteurização para o leite in natura, comprovando que o processo era eficaz para a destruição

das bactérias existentes neste produto. Deste modo, deram origem não só a um importante

método de conservação, como também a uma medida higiênica fundamental para preservar a

saúde dos consumidores (AZEREDO, 2004).

Após as descobertas de Pasteur e a implantação pelos alemães em relação ao

tratamento térmico, outras combinações tempo - temperaturas de aquecimento foram

investigadas e propostas para o processo de pasteurização do leite. Segundo Almeida (2006)

as relações originais de tempo e temperatura de pasteurização foram obtidas para o

Mycobacterium tuberculosis, por ser considerado, entre os patógenos em potencial

encontrados no leite, o mais resistente ao calor. Essa bactéria é destruída quando exposta a

uma temperatura de 60°C durante 10 minutos. Mais tarde verificou-se que a Coxiella burnetii,

agente etiológico da febre Q, transmissível pelo leite, pode sobreviver em alimento aquecido a

61,7°C durante 30 minutos. Como resultados dessas descobertas, foram estabelecidas as

atuais temperaturas de pasteurização.

De acordo com Azeredo (2004) a pasteurização consiste em submeter o leite a um

nível de aquecimento onde todos os microorganismos patogênicos presentes neste alimento

sejam destruídos. É importante que este processo não cause alterações físico-químicas e

sensoriais e, também, não altere o valor nutritivo do produto. O leite pasteurizado deve ser

garantido do ponto de vista higiênico-sanitário, deve apresentar características semelhantes,

ao máximo, ao produto natural e, além de apresentar maior vida de prateleira, pois há a

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destruição de, aproximadamente, 99% dos microrganismos deteriorantes presentes no leite. O

processo de pasteurização pode ocorrer de diferentes formas levando em consideração o

tempo e a temperatura.

2.2 Pasteurização lenta

A pasteurização lenta consiste em aquecer o leite de 62 a 65°C e mantê-lo a esta

temperatura por 30 minutos seguida de resfriamento. Durante este tempo, o leite deve ser

agitado para evitar aderência às paredes do recipiente, promover aquecimento uniforme de

todas as suas partículas e, ao mesmo tempo, evitar formação de espuma (SCHUSTER et al.;

2006).

Este processo é mais usado em pequenas indústrias onde o volume de produção não

justifica a aquisição de um pasteurizador de placas. É importante a rapidez no resfriamento do

leite, pois lentidão nesta fase pode favorecer o aumento considerável de bactérias que não

fazem mal a saúde, porém acidificam o produto e também daquelas maléficas que porventura

possam entrar em contato com o produto durante o resfriamento (SCHUSTER et al.; 2006).

Na pasteurização lenta, mesmo com aquecimento brando, consegue-se uma eficiência

superior a 98% de eliminação de patógenos, contudo, apresenta a desvantagem de ser um

processo demorado, descontínuo e com operação manual. De acordo com a Instrução

Normativa n° 62 (BRASIL, 2011), do Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de

Leite Pasteurizado, em estabelecimentos de laticínios de pequeno porte pode ser adotada a

pasteurização lenta para a produção de leite pasteurizado para abastecimento público ou para

a produção de derivados lácteos, desde que o equipamento de pasteurização a ser utilizado

cumpra com os requisitos operacionais ditados pelo Regulamento de Inspeção Industrial e

Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA) (BRASIL, 1980). É também conhecida

como LTLT (Low Temperature Short Time, ou seja, temperatura baixa tempo longo)

(ALMEIDA, 2006).

2.3 Pasteurização rápida

A pasteurização rápida consiste em aquecer o leite de 72 a 75°C e mantê-lo, por 15 a

20 segundos, em equipamento com trocadores de calor de placas seguido de resfriamento até

temperatura igual ou inferior a 5ºC. É o processo mais usado em indústrias de médio e grande

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porte, este processo recebe também o nome de HTST (High Temperature and Short Time, ou

seja, alta temperatura e curto tempo) (SCHUSTER et al., 2006).

Na pasteurização rápida, a utilização da tecnologia de placas para o aquecimento,

manutenção e até resfriamento, é em sistema de fluxo bidirecional, isto é, o leite em sentido

progressivo e a água quente em contra corrente, proporciona ao sistema maior eficiência e

rapidez. Desse modo faz também uma auto-economia térmica, na medida em que o leite frio

que está adentrando ao sistema troca calor com o que está saindo, aquecendo o primeiro e

resfriando o segundo (ALMEIDA, 2006).

A circulação do leite pelas placas alternadas, em camadas extremamente delgadas, faz

com que a troca de calor seja muito rápida e eficiente, de modo que a unidade de

retardamento, na qual o leite permanece pelo tempo necessário à temperatura de

processamento, não necessite ser excessivamente grande, permitindo um fluxo contínuo e um

procedimento industrial rápido que pode ser adequado a quantidades variadas de leite a

processar. Nessa fase, o processo deve ser monitorado através de um registro termográfico,

podendo acusar possíveis falhas, como temperaturas inferiores às necessárias. Completando

esse aspecto de segurança há, à saída do leite, uma válvula de derivação automática de fluxo

que, se a temperatura necessária não for alcançada, força o retorno do leite ao circuito para

que seja reprocessado (SILVA, 2001).

A legislação brasileira estabelece que a pasteurização rápida deva ser realizada

submetendo o leite a temperaturas entre 72°C a 75°C por 15 a 20 segundos. Para verificar se a

temperatura e tempo utilizados na pasteurização foram adequados, são realizadas pesquisas de

duas enzimas encontradas no leite cru, a fosfatase e a peroxidase. Durante a correta

pasteurização do leite, a fosfatase é inativada e a peroxidase deve permanecer ativa, já que

esta só consegue ser totalmente destruída em temperaturas superiores a 80°C (SILVEIRA;

ABREU, 2003).

De acordo com Almeida (2006), sabe-se que a pasteurização é muito eficaz contra

bactérias tais como Salmonella sp., Listeria sp., Campylobacter sp., e Escherichia coli. Logo,

surtos de origem alimentar associados a estes microrganismos no leite pasteurizado ou

derivados lácteos, quando ocorrem, são tipicamente o resultado de técnicas impróprias de

pasteurização ou contaminação pós-pasteurização, a partir do contato do produto com

equipamentos contaminados ou com manipuladores. Por isto é essencial que a pasteurização

seja planejada e operada de tal maneira que todo o leite seja aquecido à temperatura exigida e

durante o tempo estabelecido. Precauções devem ser tomadas para prevenir a recontaminação

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após a pasteurização, assim como o produto deve ser armazenado a baixas temperaturas para

retardar o crescimento dos microrganismos que sobreviveram à pasteurização.

2.4 Legislações para o leite cru e pasteurizado

Em setembro de 2002 foi publicada a Instrução Normativa (IN) 51, que aprova os

Regulamentos Técnicos de Produção, Identidade e Qualidade do Leite tipo A, do Leite tipo B,

do Leite tipo C, do Leite Pasteurizado e do Leite Cru Refrigerado e o Regulamento Técnico

da Coleta de Leite Cru Refrigerado e seu Transporte a Granel (TIMM; OLIVEIRA, 2012) que

apresenta as datas de alterações que ocorrerão nos parâmetros microbiológicos, e outras mais

que vem ocorrendo como as já exigidas devido à publicação da IN 62 de 2011.

Os Regulamentos Técnicos de Produção, Identidade e Qualidade do Leite foram

aprovados, estabelecendo características dos estabelecimentos produtores, exigências quanto à

sanidade do rebanho, higiene e controle da produção, procedimentos específicos para o

controle de qualidade da matéria-prima e parâmetros de composição, físicos, químicos e

microbiológicos para o leite cru e pasteurizado (TIMM; OLIVEIRA, 2012).

Os requisitos de composição físicos e químicos, além dos microbiológicos, sofreram

alterações no ano de 2011 pela Instrução Normativa 62 (BRASIL, 2011), conforme Quadros 1

e 2, apresentando os novos padrões do leite cru refrigerado e do leite pasteurizado para

produtores rurais.

Quadro 1. Requisitos físicos e químicos a serem seguidos para o leite cru refrigerado:

Requisitos Limites

Matéria Gorda, g /100 g Teor Original, com o mínimo de 3,0

Densidade relativa a 15/15 ºC g/mL 1,028 a 1,034

Acidez titulável, g ácido lático/100 mL 0,14 a 0,18

Extrato seco desengordurado, g/100g mín. 8,4

Índice Crioscópico - 0,530ºH a -0,550ºH (equivalentes a -

0,512ºC e a -0,531ºC)

Proteínas, g /100g mín. 2,9 Fonte: BRASIL, 2011

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Quadro 2. Requisitos microbiológicos a serem seguidos para leite cru:

Índice medido

por

propriedade

rural ou por

tanque

comunitário

A partir de

01.7.2008 Até

31.12.2011

Regiões: S / SE

/ CO

A partir de

01.7.2010 até

31.12.2012

Regiões: N / NE

A partir de

01.01.2012 até

30.6.2014

Regiões: S / SE

/ CO

A partir de

01.01.2013 até

30.6.2015

Regiões: N / NE

A partir de

01.7.2014 até

30.6.2016

Regiões: S / SE

/ CO

A partir de

01.7.2015 a

30.6.2017

Regiões: N / NE

A partir de

01.7.2016

Regiões: S / SE

/ CO

A partir de

01.7.2017

Regiões: N / NE

Contagem

Padrão em

Placas (CPP),

expressa em

UFC/mL

(mínimo de 01

análise mensal,

com média

geométrica

sobre período

de 03 meses)

Máximo de 7,5

x 105

Máximo de 6,0

x 105

Máximo de 3,0

x 105

Máximo de 1,0

x 105

Contagem de

Células

Somáticas

(CCS), expressa

em CS/mL

(mínimo de 01

análise mensal,

com média

geométrica

sobre período

de 03 meses)

Máximo de 7,5

x 105

Máximo de 6,0

x 105

Máximo de 5,0

x 105

Máximo de 4,0

x 105

Fonte: BRASIL, 2011

Os microrganismos mesófilos aeróbios são todos aqueles capazes de crescer em

temperaturas de 35-37 ºC em condições de aerobiose. Esses microrganismos indicam a

qualidade com que o alimento foi obtido ou processado, e sua presença em altas contagens é

indicativa de procedimento higiênico-sanitário inadequado na produção (ordenha), no

beneficiamento ou na conservação, dependendo da origem da amostra. Também se deve

considerar que todas as bactérias patogênicas de origem alimentar são mesófilas e, portanto

uma alta contagem de mesófilos aeróbios pode significar que houve condições para o

crescimento de patógenos (FRANCO; LANGRAF, 1996).

Para se avaliar a eficiência de um tratamento térmico, como a pasteurização, testes

laboratoriais devem ser realizados em amostra de leite pasteurizado e nos produtos elaborados

a partir do mesmo. Alguns dos testes que devem ser realizados são os de fosfatase alcalina e

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peroxidase, contagem de microrganismos aeróbios mesófilos e quantificação de

microrganismos do grupo dos coliformes totais e fecais e a prova de ausência/presença de

Salmonella (JÚNIOR et al., 2001).

De acordo com Timm et al. (2004) a enzima fosfatase é termossensível, ou seja, em

leites pasteurizados, não devem apresentar atividade enzimática da mesma. A fosfatase

alcalina hidrolisa o p-nitro-fenilfosfato (incolor), formando p-nitrofenol, este composto tem

cor amarelada. Se comprovada a atividade enzimática da fosfatase alcalina no leite

pasteurizado, há indícios de que a pasteurização não foi conduzida corretamente.

A peroxidase é uma das enzimas presentes no leite mais termorresistente e caso ela

tenha sido desnaturada, há indícios de que houve um excessivo tratamento térmico. A

peroxidase reage condensando moléculas de guaiacol, gerando produtos de coloração escura,

estes compostos diluídos no leite resultarão em coloração alaranjada (salmão), caso as

amostras não tenham atividade enzimática da peroxidase, a coloração permanecerá branca

durante a análise (TIMM et al., 2004). A prova de fosfatase deve ser negativa e da peroxidase

positiva; o número de colônias de microorganismos aeróbios estritos e facultativos mesófilos

para o leite pasteurizado deve estar dentro dos limites estabelecidos, conforme se verifica no

Quadro 3.

Quadro 3. Requisitos físicos, químicos e microbiológicos a serem seguidos para o leite

pasteurizado.

Requisitos Integral Semidesnatado Desnatado

Gordura, (g/100g) Mín. 3,0 0,6 a 2,9 máx. 0,5

Acidez, (g ác. Láctico/100 mL) 0,14 a 0,18 para todas as variedades quanto

ao teor de gordura

Estabilidade ao Alizarol 72 % (v/v) Estável para todas as variedades quanto ao

teor de gordura

Sólidos Não Gordurosos (g/100g) mín. de 8,4 (leite integral) *

Índice Crioscópico - 0,530ºH a -0,550ºH (equivalentes a -

0,512ºC e a -0,531ºC)

Contagem Padrão em Placas (UFC/mL) n = 5; c = 2; m = 4,0x104 M = 8,0x104

Coliformes, NMP/mL (30/35 ºC) total n = 5 ; c = 2 ; m = 2 M =4

Coliformes, NMP/mL(45oC) fecal n = 5; c = 1; m = 1 M = 2

Salmonella spp/25mL n = 5; c = 0; m= ausência

Fonte: BRASIL, 2011

*SNG = 8,652 - (0,084 x G) (na qual SNG = Sólidos Não-Gordurosos, g/100g; G = Gordura, g/100g), para os outros leites

alterar por esta fórmula.

A amostragem para análises microbiológicas deixa de ser indicativa e passa a ser

representativa. n representando o número de amostras retiradas de um único lote e analisadas

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independentemente, c correspondendo ao número máximo aceitável de amostras que podem

ultrapassar o valor de m, que é o limite inferior para o número máximo de microrganismos

tolerado, e M representando o limite superior, cujo valor nenhuma amostra deve ultrapassar

(TIMM; OLIVEIRA, 2012).

As bactérias do grupo coliforme são consideradas como os principais agentes

causadores de contaminação associados à deterioração de queijos, causando fermentações

anormais e estufamento precoce dos produtos (OLIVEIRA et al., 1998; ALMEIDA;

FRANCO, 2003). Incluem todos os bacilos Gram negativos, aeróbios e anaeróbios

facultativos, que não formam esporos e são capazes de fermentar a lactose com produção de

gás em 24-48 horas a 35º C (coliformes totais), e 44,5º C - 45,5º C (coliformes

termotolerantes), em meio de cultura sólido ou líquido (SILVA et al., 2001).

O grupo coliforme termotolerante compreende bactérias originárias do trato

gastrointestinal de humanos e de outros animais homeotermos, além de representantes não

fecais que podem ser destruídos pela pasteurização. Sendo assim, a presença de coliformes em

alimentos processados é considerada uma indicação útil de contaminação pós-sanitização ou

pós-processo, evidenciando práticas de higiene e sanitização aquém dos padrões requeridos

para o processamento de alimentos (SILVA et al., 2001).

2.5 Identificações dos Pontos Críticos de Controle (PCC) na pasteurização do leite

Para produção de queijos com qualidade e segurança necessita-se da utilização de uma

matéria-prima nas mesmas condições, por isto a pasteurização do leite deve ser realizada com

critério e bastante rigor durante as etapas do tratamento térmico, sendo assim a identificação

dos Pontos Críticos de Controle (PCC) é de suma importância para se realizar um

processamento eficiente e seguro (ALMEIDA, 2006). O Quadro 4 mostra os PCCs durante as

etapas de pasteurização do leite.

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Quadro 4. Pontos Críticos de Controle durante a pasteurização do leite

Etapa Perigo Medidas Preventivas Monitoramento

Produção de leite (PCC) Antibióticos, pesticidas,

micotoxinas (Q),

microrganismos patogênicos (B)

Assistência técnica ao

produtor, higiene da ordenha

e controle de antibióticos no leite, pagamento do leite pela

qualidade

Análise de antibióticos e

testes microbiológicos

Transporte (PCC) Multiplicação de bactérias patogênicas (S. aureus)

Manutenção da refrigeração, menor tempo de transporte

entre a coleta na fazenda e a

indústria, higiene e sanitização adequada dos

latões e tanques

Medida da temperatura e tempo, observação visual da

proteção contra

contaminações, teste de swabs (medição de ATP) nos

latões e caminhões-tanque

1° Filtração (PC) Sujidades e corpos estranhos

(F)

Filtros em boas condições,

nova filtração em etapa subseqüente

Resfriamento (PC) Multiplicação de

microrganismos patogênicos (B), toxinas

(B), acidez (Q)

Manutenção da temperatura

igual ou inferior a 4°C

Controlar temperatura

Armazenamento

do leite cru (PCC)

Multiplicação de

microrganismos patogênicos (S. aureus) (B)

Manutenção da temperatura a

4°C, higiene e sanitização adequada dos tanques

Inspeção visual dos tanques,

swabs dos tanques (medição de ATP), controle da

temperatura e tempo de estocagem

2° Filtração (PC) Sujidades e corpos estranhos

(F)

Filtros em boas condições Inspeção visual dos filtros a

cada turno

Pasteurização (PCC) Sobrevivência de microrganismos patogênicos

(B)

Manutenção, limpeza e manuseio correto do

pasteurizador, situação

adequada e funcionamento correto da válvula de desvio

de fluxo

Registro contínuo de tempo e temperatura, teste das

enzimas fosfatase e

peroxidase

Armazenamento (PC) Recontaminação microbiana

(B), multiplicação das

bactérias que sobrevivem à

pasteurização (B); acidez (Q)

Manutenção da temperatura

de refrigeração abaixo de

4°C, higiene e sanitização

adequada das tubulações e

tanques

Envasamento (PC) Recontaminação microbiana

(B)

Higiene e sanitização

adequada dos operadores,

tubulações, máquinas de envase e local, manutenção

adequada das máquinas de

envase e manutenção da temperatura de refrigeração

do leite

Distribuição (PC) Multiplicação microbiana (B) Temperatura de refrigeração

adequada e curto tempo de estocagem, higiene no

transporte

B= perigo biológico; F= perigo físico; Q= perigo químico; PCC= ponto crítico de controle; PC= ponto de controle. Os pontos de controle são prevenidos com Boas Práticas de Fabricação (BPF). Fonte: Adaptado de Almeida, 2006

2.6 Controle do processo de produção do leite pasteurizado

De acordo com Almeida (2006), a análise do leite, seja qual for sua finalidade, sempre

abrange os caracteres sensoriais (cor, cheiro, sabor e aspecto), temperatura, lacto filtração e as

provas de rotina como densidade a 15ºC, acidez Dornic, gordura pelo método de Gerber;

extrato seco total e desengordurado, considerando-se como provas complementares a da

cocção, da resistência ao álcool ou ao alizarol. As provas consideradas de precisão abrangem

a determinação do índice de refração no soro cúprico e a determinação do índice crioscópico.

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Dada a imprecisão das provas de rotina só poderá ser considerado anormal e, desse modo,

descartado do consumo ou considerado fraudado, o leite que se apresente fora do padrão no

mínimo em três provas de rotina ou em uma de rotina e uma de precisão.

De acordo com o RIISPOA, o leite pasteurizado para ser exposto ao consumo como

integral, deveria apresentar-se com caracteres sensoriais normais do leite cru, com teor de

gordura original (integral), acidez não inferior a 15ºD (graus Dornic) nem superior a 20ºD,

extrato seco desengordurado e extrato seco total não inferior a 8,5% e a 12,2%

respectivamente, densidade a 15ºC entre 1028 e 1033 g/L, ponto crioscópico a menos 0,55ºC

e índice refratométrico no soro cúprico a 20ºC não inferior a 37º Zeiss (BRASIL, 1980).

Entretanto, com a publicação da Instrução Normativa n° 62, em 29 de dezembro de 2011,

novos critérios de produção, identidade e qualidade do leite pasteurizado foram estabelecidos,

trazendo algumas modificações (BRASIL, 2011).

De acordo com essas novas normas, o leite pasteurizado passou a ser definido quanto

ao teor de gordura como integral, padronizado a 3%, semi-desnatado ou desnatado; com uma

faixa de acidez entre 14°D a 18°D, extrato seco desengordurado com mínimo de 8,4%,

densidade a 15ºC entre 1028 e 1034 g/L, ponto crioscópico a menos 0,512ºC e índice

refratométrico no soro cúprico a 20ºC não inferior a 37º Zeiss (BRASIL, 2011).

Quanto aos procedimentos específicos para o controle de qualidade da matéria-prima,

estabelece, dependendo do tipo de leite (A e leite cru refrigerado), a medição da temperatura

do leite cru refrigerado, a contagem padrão em placas, a contagem de células somáticas, a

pesquisa de resíduos de antibióticos, de indicadores de fraudes e adulterantes, pesquisa das

enzimas fosfatase e peroxidase e os testes da redutase ou de redução do azul de metileno,

além das provas de rotina (acidez titulável, densidade relativa, teor de sólidos totais e

desengordurado, teor de gordura), complementares (prova do álcool ou do alizarol) e de

precisão (índice crioscópico e índice de refração ao soro cúprico), sendo que a periodicidade

de realização dessas análises varia de acordo com o tipo de leite que será beneficiado

(ALMEIDA, 2006).

Só pode ser beneficiado leite considerado normal, proibindo-se o beneficiamento de

leite que provenha de propriedade interditada, que revele presença de microrganismos

patogênicos, esteja adulterado ou fraudado, revele presença de colostro ou leite de retenção,

apresente modificações em suas propriedades sensoriais, inclusive impurezas de qualquer

natureza, acidez inferior a 14ºD ou superior a 18ºD e que tenha estabilidade ao alizarol 72%

(v/v) (BRASIL, 2011).

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Após o controle da qualidade da matéria-prima, deve-se atentar para o controle do

processo de beneficiamento do leite, envolvendo monitoramento e medidas preventivas para

todos os pontos críticos de controle (PCCs) – em verdade, um único PCC existe em todo o

processo, que é a própria pasteurização, capaz de salvaguardar alguma segurança, e pontos de

controle (PCs) relacionados ao processo (ALMEIDA, 2006).

Os procedimentos de monitoramento devem ser efetuados rapidamente porque se

relacionam com o produto em processo e não existe tempo suficiente para a realização de

métodos analíticos demorados. Os métodos microbiológicos raramente, ou quase nunca, são

utilizados devido ao tempo envolvido nos procedimentos. Por isso, os métodos físicos e

químicos são os preferidos, porque podem ser realizados rapidamente e em caráter contínuo,

indicando a situação durante o processo (SILVEIRA; ABREU, 2003).

Na pasteurização, por ser um PCC, devem ser fielmente observados os limites quanto

à temperatura e ao tempo de aquecimento e a refrigeração posterior. Um cuidado especial

deve ser dispensado para a correta observação do tempo de sangria do pasteurizador, de forma

que a água acumulada no seu interior seja totalmente eliminada, assim como os gráficos de

registro das temperaturas do pasteurizador devem ser rubricados e datados pelo encarregado

dos trabalhos. Imediatamente após a pasteurização devem ser realizadas as pesquisas das

enzimas peroxidase e fosfatase, para verificar a eficiência do processo, ainda, apresentar

enumeração de coliformes a 30/35°C (menor que 0,3NMP/mL (Número Mais Provável / mL

da amostra) (BRASIL, 2011).

Após a pasteurização, os pontos de controle (PCs), tais como armazenamento,

empacotamento e distribuição, precisam ser também controlados e monitorados

freqüentemente, para garantir a qualidade e segurança do produto. Entretanto, isso dependerá

do gerenciamento da indústria, de sua estrutura interna e do número de funcionários

capacitados para os procedimentos de monitoramento de cada medida preventiva. A

monitoração contínua é sempre preferível, mas quando não for possível é necessário

estabelecer uma freqüência de controle para cada ponto crítico de controle e para cada ponto

de controle (TIMM; OLIVEIRA, 2012).

Durante o armazenamento do leite pasteurizado, deve ser controlada e monitorada a

temperatura do tanque de refrigeração, devendo manter-se em 4°C. A embalagem do produto

deve ser rigorosamente avaliada utilizando-se materiais permitidos e sem contaminação

alguma não levando assim essa contaminação ao produto. O leite envasado, então, deve ser

imediatamente depositado em câmara frigorífica e mantido em temperatura máxima de 4°C

ou imediatamente utilizado na produção dos derivados (BRASIL, 2011).

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Nas etapas de distribuição e comercialização é preciso monitorar a temperatura de

refrigeração em seu curto tempo de estocagem e levado ao comércio distribuidor através de

veículos com carrocerias providas de isolamento térmico e dotadas de unidade frigorífica,

para alcançar os pontos de venda com temperatura não superior a 7°C (BRASIL, 2011).

A responsabilidade pelo controle de qualidade do produto elaborado é exclusiva do

estabelecimento beneficiador, mesmo durante a sua distribuição. Sua verificação deverá ser

feita periodicamente ou permanentemente, a critério do Serviço de Inspeção, de acordo com

procedimentos oficialmente previstos, em função do resultado das Auditorias de Boas Práticas

de Fabricação (BPF) e dos Sistemas de Análise de Perigos e de Pontos Críticos de Controle

(APPCC) de cada estabelecimento e segundo a classificação que o estabelecimento vier a ter

como conclusão da Auditoria realizada (SILVEIRA; ABREU, 2003).

O aspecto sanitário assume um papel decisivo na qualidade e segurança do leite e seus

derivados. Sob esse ponto de vista, investigações microbiológicas são imprescindíveis, visto

que esses alimentos são perecíveis e vulneráveis. A análise microbiológica de produtos

lácteos pode ter várias finalidades, podendo ser conduzida para estimar a quantidade dos

microrganismos presentes, para investigar a presença ou ausência de microrganismos

indesejáveis e, também, para identificar as diferentes espécies microbianas presentes. Dessa

forma, inúmeros métodos laboratoriais podem ser utilizados em cada uma dessas

circunstâncias, sendo comum que esses métodos sejam classificados em convencionais e

rápidos (ALMEIDA, 2006).

A partir da década de 70 surgiu uma série de métodos alternativos de análise

microbiológica, visando principalmente reduzir o tempo de análise, aumentar a produtividade

do trabalho e serem mais sensíveis e/ou específicos, quando comparados aos métodos

convencionais. Métodos rápidos para a avaliação da contaminação microbiológica são cada

vez mais necessários nas indústrias de alimentos e, principalmente, na de laticínios onde o

leite deve ser rapidamente processado (SILVA, 2001).

Em relação a qualquer método novo, os convencionais apresentam a vantagem de

serem utilizados há muito tempo como métodos de rotina, sendo reconhecidos como oficiais.

Por outro lado, têm desvantagens, as mais evidentes aquelas relacionadas com o tempo longo

para obtenção de resultados, com o volume de trabalho, tempo envolvido na execução e com

o custo de vidraria e equipamentos de laboratório necessários (SILVA, 2001).

De acordo com Almeida (2006), o desenvolvimento tecnológico no setor alimentício,

a implantação cada vez mais freqüente dos conceitos de Análise de Perigos e Pontos Críticos

de Controle (APPCC) e de Boas Práticas de Fabricação (BPF), além da ampliação dos

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conhecimentos sobre os microrganismos importantes em alimentos, indicam a necessidade de

substituição dos métodos convencionais por métodos alternativos mais modernos. Os métodos

rápidos também são justificados do ponto de vista de redução de gastos decorrentes de testes

de rotina, como nos programas de APPCC. Os novos métodos, apesar de inicialmente terem

custos relativamente mais altos do que os convencionais, podem tornar-se econômicos em

longo prazo.

Em qualquer método microbiológico, destacam a exatidão e a reprodutibilidade como

características importantes. Além dessas, a aprovação por órgãos oficiais, a simplicidade de

execução e o custo devem ser considerados para sua escolha e implantação (TIMM;

OLIVEIRA, 2012).

Nos sistemas modernos de gerenciamento, qualquer recurso que melhore a eficiência

relativa das análises é muito valorizado, visto que os métodos clássicos para detecção,

contagem e identificação de microrganismos em alimentos são efetivos, porém laboriosos e

lentos para aplicação em programas de controle de qualidade e segurança microbiológica nas

indústrias de alimentos. Portanto, é necessário que pesquisas sejam realizadas e possibilitem o

desenvolvimento de métodos mais rápidos, simples e eficientes para detecção de

microrganismos nos alimentos garantindo assim a segurança tão desejada (ALMEIDA, 2006).

2.7 Produção do queijo Minas Frescal

Na indústria queijeira, a principal preocupação é com a qualidade e o rendimento,

tendo em vista a maximização de seus lucros. Portanto, a composição do leite destinado à

produção de queijo é muito importante (MARZIALI; NG-KWA-HANG, 1986). A

composição físico-química do leite sofre uma série de alterações quando esse é submetido a

tratamento térmico, o grau de alteração depende da temperatura e do tempo de aplicação

(SILVA, 2001).

A maior parte da gordura e das proteínas, 30%-50% dos minerais, algumas proteínas

do soro e parte da lactose, no processo de elaboração de queijos, contribuem para a formação

do extrato seco do queijo, afetando diretamente a sua composição. Assim, o tipo de

tratamento térmico a que é submetido o leite destinado à fabricação de queijos é essencial na

qualidade final do produto, já que pode promover mudanças nos seus vários constituintes,

principalmente nas diferentes frações protéicas e, conseqüentemente, na distribuição de

nitrogênio (SILVEIRA; ABREU, 2003).

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Diferenças de rendimento observadas em queijos fabricados com leite pasteurizado

por diferentes sistemas são de grande interesse prático e econômico para a indústria de

laticínios. Os principais fatores que influenciam no rendimento dos queijos são: a composição

do leite, principalmente a quantidade de gordura e caseína, a porcentagem de transição dos

constituintes do leite para queijo e a quantidade de umidade retida no queijo, além da

incorporação de sais insolúveis e concentração de sal (NaCl) adicionado à massa (SILVEIRA;

ABREU, 2003). Além desses fatores, de acordo com Folegatti (1994), os tratamentos

térmicos e mecânicos aplicados ao leite e ao coágulo durante o processamento influenciam de

modo sensível no rendimento.

A indústria de laticínios não possui ainda informações precisas e tecnicamente

embasadas a respeito de qual sistema de pasteurização é o mais adequado para se obter

queijos de qualidade desejada (SILVEIRA; ABREU, 2003), mas o processo de pasteurização

é obrigatório e isto gera problemas ao S.I.M. de Uberaba – MG para adequação dos

produtores.

No Brasil, a indústria de laticínio é expressiva, sendo que em 2008 foram produzidos

22.654.082 litros de leite, destes 6.153.228 (27,2%) litros são produzidos no estado de Minas

Gerais sendo que, em 2002, foram produzidas 31.762 toneladas de queijo Minas Frescal e em

2008, houve um aumento na produção de 4,5% de queijo no Brasil (BARROS et al., 2004).

Produção esta que vem crescendo a cada ano devido à demanda crescente de alimentos pelo

aumento da população.

O investimento para a implantação do processo de pasteurização é de custo elevado e

mesmo a pasteurização lenta que é a mais viável para pequenos produtores e o foco da

pesquisa, exige um investimento considerável para ser implantada e realizada quando se exige

o equipamento, o que dificulta a produção dos pequenos produtores.

2.8 Legislações para a produção do queijo Minas Frescal

O queijo Minas Frescal é um dos mais populares do Brasil, sendo produzido em larga

escala e consumido por todas as camadas da população em diversas refeições durante o ano

todo. É uma variedade não maturada, para o consumo imediato e de curta durabilidade no

mercado como ocorre na região de Uberaba MG (PINTO et al., 2011).

De acordo com o Regulamento Técnico para Fixação de Identidade e Qualidade do

Queijo Minas Frescal, entende-se por “Queijo Minas Frescal”, o queijo fresco obtido por

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coagulação enzimática do leite com coalho e/ou outras enzimas coagulantes apropriadas,

complementada ou não com ação de bactérias lácticas específicas” (BRASIL, 2004).

As normas para a produção do queijo Minas Frescal a serem seguidas estão na Portaria

n° 146, de 7 de março de 1996 que contém o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade

de Queijos do Ministério da Agricultura (BRASIL, 1996) e nele contém os padrões

necessários para a produção do queijo Minas Frescal com umidade maior que 55%

classificado como queijo de muito alta umidade com bactérias lácticas em forma viável e

abundantes (Umidade > 55%), os requisitos microbiológicos exigidos para o queijo Minas

Frescal são demonstrados na Quadro 5.

Quadro 5. Requisitos microbiológicos para o queijo Minas Frescal.

Microorganismos Critérios de Aceitação

Coliforme/g(30ºC) total n=5 c=3 m=100

M=1000

Coliforme/g(45ºC) fecal n=5 c=2 m=10

M=100

Estafilococos/Coag.pos./g n=5 c=2 m=10

M=100

Salmonella sp/25g n=5 c=0 m=0

Listeria monocytogenes 25g n=5 c=0 m=0 Fonte: BRASIL, 1996

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Coleta de amostras e a produção de queijo Minas Frescal

Para o desenvolvimento desta pesquisa, amostras de leite cru, leite pasteurizado e

amostras de queijo Minas Frescal foram coletados de produtores e empresas da região de

Uberaba-MG.

Para cada tipo de pasteurização em estudo, Pasteurização Lenta sem equipamento (A),

Pasteurização Lenta com equipamento (B), Pasteurização Rápida (C), coletou-se duas

alíquotas de 500 mL, respectivamente, de leite cru e leite pasteurizado, além de uma amostra

de queijo Minas Frescal de cada produtor.

As amostras foram acondicionadas em recipientes estéreis e transportadas em caixas

isotérmicas para análises no laboratório de Análise de Alimentos do IFTM- Campus Uberaba,

para análises microbiológicas o acondicionamento foi igual mas foram transportados ao

laboratório Laborphys.

Analisou-se a composição centesimal e qualidade microbiológica do leite cru, leite

pasteurizado e queijo Minas Frescal para os três tipos de pasteurização avaliados, verificando

se eles se mantinham dentro dos parâmetros mínimos para consumo, de acordo com a

legislação.

A produção de leite destes produtores rurais é uma produção em ordenha mecânica de

balde ao pé circuito individual, alguns poucos fazem ordenha manual e todos possuem

cocheira coberta e calçada.

Os bovinos se alimentam basicamente de pastagem e alguns utilizam cana, capim

picado e silagem com uma complementação de ração, além de sal mineral.

O leite, após a ordenha, é imediatamente utilizado para produção dos queijos quando

isto não ocorre é colocado em tanques resfriadores, mantendo-se a baixa temperatura (4ºC),

impedindo a multiplicação de microorganismos.

O local de processamento do leite e produção dos queijos segue as normas do Serviço

de Inspeção Municipal – S.I.M. de Uberaba MG e também do Ministério da Agricultura, ou

seja, possui revestimento lavável nas paredes e pisos, forro nos tetos de PVC ou alvenaria,

janelas e portas teladas impedindo a entrada de insetos.

As salas de produção e armazenamento são separadas evitando-se assim a

contaminação cruzada, os equipamentos para a produção do queijo Minas Frescal são de

materiais permitidos (plástico ou aço inoxidável) e os produtores adotam as Boas Práticas de

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Fabricação, mantendo a higiene e qualidade dos produtos. A Figura 01 apresenta o

fluxograma com as etapas de produção do queijo Minas Frescal:

Figura 1 - Fluxograma de Produção do Queijo Minas Frescal

3.2 Análises físico-químicas e microbiológicas

De julho a setembro de 2012, foram realizadas análises microbiológicas e físico -

químicas em 27 amostras de leite cru, 27 de leite pasteurizado por diferentes métodos e 27

amostras de queijo Minas Frescal coletadas de três produtores diferentes, quantidades estas

para dar um resultado estatístico considerável e confiável.

Foram realizadas análises físico-químicas e microbiológicas com a finalidade de

avaliar a eficiência da pasteurização, observando se a matéria prima (leite) e os queijos

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derivados desta matéria prima estavam dentro dos parâmetros exigidos pelas legislações. O

fluxograma da Figura 2 apresenta as análises físico-químicas e microbiológicas realizadas.

Figura 2. Fluxograma geral das análises físico - químicas e microbiológicas

3.3 Análises físico-químicas em leite cru, leite pasteurizado e queijo Minas Frescal

3.3.1 Determinação do pH

O pH foi determinado utilizando-se um potenciômetro digital, realizando-se leituras

diretamente nas amostras de leite cru, leite pasteurizado e amostra de queijo. A inserção do

eletrodo foi realizada diretamente nas amostras de leite cru e pasteurizado e na amostra de

queijo homogeneizada (Brasil, 2006).

3.3.2 Acidez total titulável

A acidez titulável das amostras coletadas foram realizadas por titulação com solução

de NaOH 0,1M e indicador fenolftaleína, até a alteração da coloração de branco para róseo

claro (BRASIL, 2006).

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3.3.3 Determinação da densidade a 15ºC

A determinação da densidade das amostras de leite foi realizada utilizando o

termolactodensímetro com leitura direta na sua escala com correção da densidade diferente de

15º C utilizando-se a tabela (BRASIL, 2006).

3.3.4 Composição química

A fração protéica foi obtida pela determinação da porcentagem de nitrogênio total da

amostra, segundo método de Kjeldahl, descrito pelo IAL (2008), multiplicando-se a

porcentagem de nitrogênio pelo fator médio 6,38.

A análise de gordura foi obtida pelo método de Gerber, utilizando-se butirômetro para

leite e queijo, respectivamente, conforme (BRASIL, 2006).

O teor de umidade foi obtido após a evaporação da água e substancias voláteis em

estufa, conforme metodologia do IAL (2008).

O teor de cinzas ou resíduo mineral fixo foi obtido por aquecimento da amostra em

mufla a 500ºC até cinzas brancas, conforme descrito por IAL (2008).

O teor de carboidratos foi calculado pela diferença entre 100 e a soma das

porcentagens de água, proteína, lipídeos totais e cinzas.

3.3.5 Extrato Seco Total

O extrato seco total foi obtido do teor de sólidos totais menos o teor de água presentes

no leite, ou seja, de forma indireta.

3.3.6 Crioscopia

O método baseia-se no princípio de que a adição de água ao leite dilui as substâncias

dissolvidas em seu soro, portanto uma leitura abaixo de 37° Zeiss do soro a 20°C sugere

adição de água ao leite. A leitura foi realizada utilizando equipamento - Refratômetro de

imersão de Zeiss - onde o índice crioscópico será apresentado diretamente no visor do

equipamento.

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Para o leite pasteurizado, além das análises físico-químicas mencionadas, foram

realizados os testes das enzimas que avaliam a pasteurização do leite: fosfatase alcalina e

peroxidade (BRASIL, 2006).

3.3.7 Teste da presença de fosfatase alcalina

A fosfatase alcalina é uma enzima hidrolítica natural do leite cru, sendo

sensível às temperaturas de pasteurização, portanto, a medida da fosfatase residual é uma

informação da eficiência da pasteurização. Esta análise foi realizada utilizando o kit do

laboratório Cap-Lab de acordo com a sua rotina de análise.

3.3.8 Teste da presença de peroxidase

A peroxidase é uma enzima presente no leite, que é destruída quando aquecido acima

de 75°C, por mais de 20 segundos (temperatura e tempo limites para a pasteurização do leite),

portanto, este teste também avalia se o processo de pasteurização foi eficiente. Esta análise foi

realizada utilizando também o kit do laboratório Cap-Lab de acordo com sua rotina de análise.

3.4 Análises Microbiológicas

Para as amostras de leite cru foram realizadas a contagem padrão em placas e a

contagem de células somáticas, nos queijos foram realizadas análises microbiológicas de

Contagem de coliformes totais, Coliformes termotolerantes e Estafilococos Coagulase

positiva, teste de Salmonella spp. e Listeria monocytogenes de acordo com os parâmetros

exigidos para o queijo Minas Frescal na Portaria n° 146, de 7 de março de 1996 que contém o

Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Queijos do Ministério da Agricultura.

Para análise de contagem de coliformes totais e termotolerantes foi utilizado o método

do Número Mais Provável (NMP) de acordo com Silva et al. (2007), que inclui as seguintes

etapas:

1º) Teste presuntivo, em que três alíquotas de três diluições da amostra são inoculadas

em uma série de três tubos de Caldo Lauril Sulfato Triptose (LST) por diluição. O LST

contém lactose e a observação de crescimento com produção de gás a partir da lactose, após

24-48h de incubação a 35ºC, é considerada suspeita (presuntiva) da presença de coliformes.

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2º) Para a confirmação dos coliformes totais e termotolerantes, uma alçada de cada

tubo suspeito é transferida para tubos de Caldo Verde Brilhante Bile 2% (VB) e Caldo E. coli

(EC), meios seletivos que contém lactose. A observação de crescimento com produção de gás

nos tubos de VB, após 24-48h de incubação a 35ºC, é considerada confirmativa da presença

de coliformes totais. Crescimento com produção de gás nos tubos de EC, após 24h de

incubação a 45,5ºC (ou 44,5/ºC, no caso de água), é considerada confirmativa da presença de

coliformes termotolerantes.

3º) Os tubos de EC positivos para coliformes termotolerantes são suspeitos da

presença de E. coli. Para a confirmação, uma alçada de cada tubo é estriada em Ágar Levine

Eosina Azul de Metileno (L-EMB), meio seletivo diferencial para distinguir E. coli dos

demais coliformes termotolerantes. Se houver desenvolvimento de colônias típicas de E. coli

no L-EMB, duas dessas colônias são isoladas para as provas bioquímicas de indol, VM, VP e

citrato (IMViC). São consideradas confirmadas as culturas com os perfis: + + - - (biotipo 1)

ou - + - - (biotipo 2).

3.4.1 Contagem de coliformes totais e termotolerantes

A Figura 3 apresenta o fluxograma da análise microbiológica para contagem de

coliformes totais e termotolerantes que foi realizada no projeto, de acordo com Silva et al.

(2007).

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Figura 3. Fluxograma da análise de Coliformes Totais e Termotolerantes (SILVA et al. 2007)

3.4.2 Contagem de Estafilococos coagulase positiva

A Figura 4 apresenta o fluxograma da análise microbiológica para Estafilococos

Coagulase Positiva realizada nas amostras coletadas, proposto por Silva et al. (2007).

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Figura 4 Fluxograma da análise de Estafilococos coagulase positiva (SILVA et al., 2007)

3.4.3 Pesquisa de Salmonella spp.

O método de análise de Salmonella spp baseou-se na American Public Healt

Association (1992), como foi descrito por Silva et al.; (2007).

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Foram pesados e homogeneizados 25 g da amostra em 225 mL de caldo pré-

enriquecimento. Em seguida, as amostras foram incubadas em estufa 35º C, durante 24 horas.

Posteriormente, foi realizado o enriquecimento seletivo, sendo transferida uma alíquota de 1

mL de cada amostra do caldo pré enriquecimento para dois tubos de ensaio, um contendo

caldo Rappaport-Vassiliadis (RV) e outro contendo caldo selenito cistina (SC) incubados em

banho úmido a 42º C, por 24 horas. A partir do crescimento no meio de enriquecimento

seletivo, alíquotas do inoculo foram semeadas em placas contendo ágar verde-brilhante

vermelho-de-fenol-lactose-sacarose e em agar Salmonella Shigella (SS) e incubados a 37º C

por 24 horas. Colônias características foram submetidas às provas bioquímicas para

confirmação da presença de Salmonella. A Figura 5 mostra o fluxograma da análise de acordo

com SILVA et al.; 2007:

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Figura 5 – Fluxograma da análise de Salmonella spp. (SILVA et al.; 2007).

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3.4.4 Detecção de Listeria monocytogenes

As análises de detecção de Listeria monocytogenes foram realizadas através da

metodologia desccrita por SILVA et al., 2007. A Figura 6 demonstra o fluxograma da análise:

Figura 6. Fluxograma da análise de Listeria monocytogenes (SILVA et al.; 2007).

3.4.5 Contagem padrão em placas:

A contagem padrão em placas foi realizada de acordo com o preconizado pelo

American Public Health Association (APHA) (VANDERZANT, SPLITTSTOESSER, 1992).

Foram preparadas placas em duplicata, utilizando-se o PCA e a incubação de 32ºC/48h.

Foram selecionadas placas com contagens entre 30-300 colônias. A contagem foi feita com o

auxílio do contador Quebec.

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3.4.6 Contagem de células somáticas:

A análise foi feita com o Kit Contagem de Células Somáticas (Kit Somatic cell) do

laboratório Cap-lab de acordo com sua rotina de análise.

3.5 Delineamento experimental

O experimento foi um Delineamento em Blocos Casualizados (DBC), com três

tratamentos e nove repetições, onde os tratamentos foram as três formas de pasteurização:

pasteurização lenta sem equipamento, pasteurização lenta com equipamento e pasteurização

rápida. As repetições foram os 3 produtores de cada tipo de pasteurização em 3 dias

diferentes.

Os dados numéricos obtidos da quantificação microbiológica foram submetidos ao

teste de Shapiro-Wilk para veirificação da normalidade dos dados e ao teste de Levene para

verificação da homogeneidade das variâncias. Quando os dados apresentaram distribuição

normal e variâncias homogêneas, a comparação entre os diferentes métodos de pasteurização

foi realizada por meio de análise de variância, seguido pelo teste de Bonferroni. Na presença

de distribuição não-normal e/ou variâncias heterogêneas, foi aplicado o teste não paramétrico

de Kruskal-Wallis, seguido pelo teste de Dunn . As análises estatísticas foram realizadas por

meio do software Statistica 8.0 (Statsoft Inc., Tulsa, OK, 2008) e o nível de significância foi

fixado em p<0,05.

E com os dados numéricos obtidos da quantificação físico-química, realizou-se a

análise de variância (ANOVA) e quando a mesma foi significativa (p<0,05) aplicou-se o teste

de Scott-Knott utilizando-se o software SISVAR (FERREIRA, 2000).

.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O meio mais importante utilizado para se avaliar a eficiência de um tratamento

térmico são as análises microbiológicas, pois a pasteurização tem o intuito de deixar a matéria

prima (leite) com cargas microbiológicas dentro dos limites aceitáveis das legislações, e

também seguros para o consumo originando assim produtos de qualidade e dentro dos

padrões sanitários.

As legislações que normatizam o leite cru e pasteurizado são os Regulamentos

Técnicos de Produção, Identidade e Qualidade de Leite cru refrigerado e leite pasteurizado

estabelecidos pela Instrução Normativa n° 62, de 29 de dezembro de 2011 do Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA e os queijos originados deste leite são

controlados pela portaria 146/1996 do MAPA.

A eficiência da pasteurização também foi medida pela análise da presença ou ausência

das enzimas fosfatase alcalina e peroxidase, na qual a fosfatase deve estar ausente e a

peroxidase presente em leites que sofreram um tratamento térmico eficiente.

Todas as amostras de leite analisadas apresentaram-se com resultados satisfatórios em

relação às enzimas fosfatase alcalina e peroxidase de acordo com a legislação, pois

imediatamente após a pasteurização, o produto assim processado deve apresentar teste

negativo para fosfatase alcalina e teste positivo para a enzima peroxidase (BRASIL, 2002).

4.1 Análises microbiológicas

4.1.1 Leite cru

As análises realizadas no Leite cru exigidos pela legislação foram: a Contagem Padrão

em Placas de microrganismos mesófilos aeróbios e Contagem de Células Somáticas que

devem ter um valor máximo de 6 X 105 UFC/mL e máximo de 6 X 10

5 UFC/mL

respectivamente, e encontra-se na Tabela 1.

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Tabela 1. Valores obtidos para amostras de leite cru e leite pasteurizado, para os

diferentes tratamentos térmicos utilizados.

Parâmetros Método de pasteurização Resultados 1 Valor-p2

Leite cru CPP

Lenta 3,0×104 (<10 - 4,5×105) b

0,001 Lenta com equipamento 4,2×105 (2,1×102 - 5,5×105) b

Rápida 4,5×105 (4,0×105 - 5,8×105) a

Leite cru CCS

Lenta 9,0×104 (8,2×104 - 1,12×106)

0,237 Lenta com equipamento 5,0×105 (2,8×105 - 6,0×105)

Rápida 4,4×105 (2,1×105 - 7,2×105)

Leite pasteurizado CPP

Lenta <10 (<10 - 3,4×102)

0,324 Lenta com equipamento <10 (<10 - 5,4×102)

Rápida <10 (<10 - <10)

Leite pasteurizado Coliformes

totais

Lenta 2,52 ± 0,42 b

0,038 Lenta com equipamento 3,09 ± 0,29 a

Rápida 2,93 ± 0,60 ab

Leite pasteurizado Coliformes

termotolerantes

Lenta 1,71 ± 0,23

0,062 Lenta com equipamento 1,40 ± 0,35

Rápida 1,59 ± 0,18

1 os valores foram expressos em Média ± Desvio padrão ou Mediana (Mínimo-Máximo).

2 O valor-p corresponde ao nível de significância obtido no teste de ANOVA ou Kruskal-Wallis. Para cada parâmetro, letras diferentes indicam entre quais métodos de pasteurização foram observadas diferenças significativas (p<0,05) após o teste de

múltiplas comparações de Bonferroni ou Dunn, para amostras paramétricas ou não-paramétricas, respectivamente.

Observa-se que todas as amostras apresentam-se dentro dos limites permitidos pela

legislação para utilização do leite. Houve diferença significativa na Contagem Padrão em

Placas para a pasteurização rápida em relação á pasteurização lenta, podendo ser pela

diferença no tipo de ordenha, pois um dos produtores da pasteurização lenta utilizou ordenha

manual o que pode causar um resultado com maior presença de micro-organismos. Para a

Contagem de Células Somáticas não se observou diferença significativa entre as amostras

estando todas nos padrões exigidos.

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4.1.2 Leite pasteurizado

Para o Leite Pasteurizado as análises exigidas pela IN 62/2011 são a Contagem Padrão

em Placas com limites de 4,0 x 104

UFC/mL de mínimo e máximo de 8,0 x 104 UFC/mL,

Coliformes totais com mínimo de 2 NMP/mLe máximo de 4 NMP/mL e Coliformes

termotolerantes com mínimo de 1 NMP/mL e máximo de 2 NMP/mL e a presença/ausência

de Samonella spp..

Em relação à Contagem Padrão em Placas não houve diferença significativa entre as

amostras, todas estavam nos valores mínimos de carga microbiológica ficando dentro dos

limites permitidos para consumo, mostrando a eficiência dos três tratamentos avaliados, pois

em todas as amostras houve uma grande redução na carga microbiológica deixando as

mesmas com valores iguais, como mostrado na Tabela 1.

Em relação às análises de Coliformes totais e Coliformes termotolerantes, mesmo

havendo diferença significativa entre os tipos de tratamento, estavam todos os valores dentro

dos padrões exigidos pelas legislações oficiais, podendo ser, como já citado, pela diferença da

ordenha de alguns produtores que utilizaram a ordenha manual que leva a uma maior presença

de micro-organismos, mas pelos resultados se comprova também a eficiência dos três

tratamentos pesquisados mostrando que os mesmos cumpriam seus propósitos de redução de

carga microbiana.

Quanto à pesquisa de Salmonella spp. nas amostras, cuja contaminação pode se

originar de animais com mastites ou de contaminações pela obtenção do leite sem cuidados

higiênico-sanitários na ordenha, obteve-se “ausência” na totalidade das análises realizadas,

sendo este resultado satisfatório já que a legislação vigente estabelece obrigatoriamente a

ausência desses microrganismos em leite.

4.1.3 Queijo Minas Frescal

Na Tabela 2 observa-se que na média os valores das análises dos queijos se encontram

dentro dos limites permitidos pela legislação que normatiza a produção do queijo Minas

Frescal, mesmo havendo diferença significativa nos queijos produzidos de leites que foram

pasteurizados de meio artesanal, sem o equipamento, todos estão dentro dos limites aceitáveis

para consumo, dando mostras de que a pasteurização é eficiente, pois as alterações

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apresentadas não se relacionam com o tratamento térmico e sim com contaminações pós-

produção observando-se que a matéria prima estava nos padrões exigidos

As contagens elevadas das bactérias do grupo estafilococos evidenciam eventuais

falhas durante e após seu processamento, tais como: pasteurização ineficiente, más condições

de higienização dos equipamentos e dos manipuladores, utilização incorreta da temperatura de

conservação e condições higiênico-sanitárias insatisfatórias (FORSYTHE, 2002). Neste caso

avaliando-se individualmente observa-se que as amostras que se encontraram fora dos padrões

não foram pela ineficiência do tratamento térmico e sim por problemas nas boas práticas de

fabricação, como citado acima.

No resultado das análises de cada produtor observou-se que em alguns dias coletados,

os produtos estavam fora dos padrões exigidos pela legislação, mostrando que as técnicas de

boas práticas de fabricação, no caso a higiene e a sanitização tanto de equipamentos e locais

de produção quanto de manipuladores devem ser aperfeiçoadas, sendo feitas as correções nas

empresas e em seus manipuladores.

No caso da Salmonella deve-se ter muita atenção com este microrganismo por ser uma

bactéria patogênica causando sérios prejuízos a saúde. Já a L. monocytogenes é agente

causador de enfermidades graves em homens e animais, e é amplamente distribuída na

natureza, tendo como característica a capacidade de multiplicação em temperatura de

refrigeração e relativa resistência térmica (INTERNATIONAL COMISSION ON

MICROBIOLOGICAL SPECIFICATION FOR FOODS, 2000), por isto a importância das

análises dos produtos em relação à contaminação com estes microrganismos.

Quanto à pesquisa feita de Salmonella spp. e L. monocytogenes nas amostras, obteve-

se “ausência” na totalidade das análises realizadas, sendo este resultado satisfatório já que a

legislação vigente estabelece a ausência desses microrganismos no queijo Minas Frescal,

confirmando a eficiência das pasteurizações avaliadas e dos processos de produção nos locais

estudados.

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Tabela 2. Valores obtidos para amostras de queijo Minas Frescal, para os diferentes

tratamentos térmicos utilizados.

Parâmetros Método de pasteurização Resultados 1 Valor-p2

Queijos Coliformes totais

0,039 Lenta com equipamento 1,5×102 (<3 - >1,1×103) a

Rápida 1,95×102 (9,0×10 - 4,6×102) a

Queijos Coliformes

termotolerantes

Lenta <3 (<3 - 2,8×10) b

0,001 Lenta com equipamento 1,2×102 (<3 - >1,1×103) a

Rápida 7,5×10 (3,8×10 - 4,5×102) a

Queijos estafilococos coagulase-positiva

Lenta 2,0×10 (<10 - 6,7×102)

0,075 Lenta com equipamento <10 (<10 - 2,0×10)

Rápida <10 (<10 - 3,0×10)

1 os valores foram expressos em Média ± Desvio padrão ou Mediana (Mínimo-Máximo).

2 O valor-p corresponde ao nível de significância obtido no teste de ANOVA ou Kruskal-Wallis. Para cada parâmetro, letras diferentes indicam entre quais métodos de pasteurização foram observadas diferenças significativas (p<0,05) após o teste de

múltiplas comparações de Bonferroni ou Dunn, para amostras paramétricas ou não-paramétricas, respectivamente.

As análises microbiológicas pela portaria 146/1996 do MAPA que devem ser

realizadas nos queijos Minas Frescal são a de Coliformes totais com máximo de 1,0 X 104

UFC/mL, Coliformes termotolerantes com máximo de 1,0 X 102 UFC/mL, Estafilococos

coagulase positiva com máximo de 1,0 X 102 UFC/mL, presença/ausência de Salmonella spp.

e presença/ausência de Listeria monocytogenes.

Foi avaliada a qualidade microbiológica dos queijos produzidos dos leites avaliados,

para também analisar e confirmar a eficiência dos tratamentos térmicos feitos nestes leites

como matéria prima dos queijos, pois leites contaminados resultam em produtos de má

qualidade e mais perecíveis, ou seja, gera dificuldades e prejuízos na produção.

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4.2 Análises Físico - químicas do leite cru e pasteurizado

4.2.1 Leite cru

Tabela 3. Valores médios da composição química (%) do leite cru usado na Pasteurização

Lenta sem equipamento (A), Pasteurização Lenta com equipamento (B) e Pasteurização

Rápida (C)

Composição Química (%)

Tratamento Umidade Proteína** Lipídios Cinzas Carboidratos

A 88,40 a2 4,22 a2 3,00 a1 0,70 a1 3,95 a1

B 87,54 a1 4,62 a2 3,67 a2 0,81 a1 3,65 a1

C 87,86 a1 3,70 a1 3,34 a2 0,68 a1 4,35 a2

CV (%) Médias com letras iguais na mesma coluna não diferem entre si estatisticamente pelo teste de Scott-Knott a 5%

de significância * Dados expressos com base em matéria integral **Fator de conversão N X 6,38).

Tabela 4. Valores médios da densidade (g/cm3), acidez Dornic, pH, crioscopia e extrato seco

total do leite cru usado na Pasteurização Lenta sem equipamento (A), Pasteurização Lenta

com equipamento (B) e Pasteurização Rápida (C)

Tratamento Densidade

g/cm3

Acidez

ºD

pH Crioscopia

ºH

EST***

(%)

A 30,98 a1 18,11 a2 6,62a1 0,54 a1 11,60 a1

B 31,25 a1 19,22 a2 6,56 a1 0,54 a1 12,46 a2

C 31,52 a1 15,11 a1 6,41 a1 0,54 a1 12,14 a2

CV (%) Médias com letras iguais na mesma coluna não diferem entre si estatisticamente pelo teste de Scott-Knott a 5%

de significância ***Extrato seco total (obtido por diferença: 100-umidade).

As composições químicas dos leites analisados estão apresentadas nas Tabelas 3 e 4.

Mesmo havendo diferenciação entre os produtores como tipo de alimentação, a raça e a idade

das vacas, observa-se que os parâmetros estão dentro dos níveis aceitáveis das legislações que

regulamentam a produção de leite, apresentadas anteriormente, sendo apropriados para o

consumo menos em relação à acidez que apresenta níveis fora do aceitável, podendo ser pela

presença de mastites sub-clínicas ou falta de higiene na ordenha.

A diferença significativa apresentada na Tabela 3 na umidade no tratamento A, na

proteína no tratamento C, nos lipídeos no tratamento A, nos carboidratos no tratamento C,

pode ser devida a variação nos animais que produzem o leite, na raça, idade, alimentação,

manejo de ordenha, clima e outras mais.

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Semelhantemente ocorre na diferença apresentada na Tabela 4, na acidez no

tratamento C e no extrato seco total no tratamento A, pois diferenças nas características do

animal, de manejo, clima e alimentação alteram as composições do leite produzido por eles.

O leite produzido pelo animal varia quanto ao volume e quanto à relação entre os seus

diversos componentes. As variações quanto à composição do leite dependem dos fatores:

espécie animal, raça, individualidade animal, intervalo entre ordenhas, variação durante a

ordenha, diferenças entre os quartos, período de lactação, influência das estações,

alimentação, temperatura, doenças, idade do animal e condições climáticas (PINHEIRO;

MOSQUI, 1991).

4.2.2 Leite pasteurizado

A pasteurização é um tratamento térmico usado quando processos mais rigorosos

poderiam afetar as suas propriedades sensoriais e nutricionais, é um tratamento térmico

relativamente suave (temperaturas geralmente inferiores a 100oC), que é utilizado para

prolongar a vida útil dos alimentos durante vários dias ou vários meses. Este método, que

conserva os alimentos por inativação de suas enzimas e destruição dos microrganismos

termossensíveis (por exemplo: bactérias não esporuladas, leveduras e mofos), provoca

mudanças mínimas no valor nutritivo e nas características organolépticas do alimento em

questão (SILVA, 2000).

Por isto este processo é muito utilizado na produção de derivados do leite como o

queijo Minas Frescal e nas Tabelas 5 e 6 se observa isto, pois a perda de nutrientes não foi tão

expressiva não originando um produto inadequado para consumo.

Tabela 5. Valores médios da composição química (%) do leite pasteurizado usando a

Pasteurização Lenta sem equipamento (A), Pasteurização Lenta com equipamento (B),

Pasteurização Rápida (C)

Composição Química (%)

Tratamento Umidade Proteína** Lipídios Cinzas Carboidratos

A 88,40 a2 4,12 a2 3,00 a1 0,62 a1 3,86 a1

B 87,53 a1 4,52 a2 3,61 a2 0,77 a1 3,57 a1

C 87,98 a1 3,68 a1 3,32 a2 0,68 a1 4,34 a2

CV (%) Médias com letras iguais na mesma coluna não diferem entre si estatisticamente pelo teste de Scott-Knott a 5%

de significância * Dados expressos com base em matéria integral **Fator de conversão N X 6,38

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Tabela 6. Valores médios da densidade (g/cm3), acidez Dornic, pH, crioscopia e extrato seco

total do leite pasteurizado usando a Pasteurização Lenta sem equipamento (A), Pasteurização

Lenta com equipamento (B) e Pasteurização Rápida (C)

Tratamento Densidade

g/cm3

Acidez

ºD

pH Crioscopia

ºH

EST***

(%)

A 30,86 a1 17,50 a2 6,51 a1 0,52 a1 11,60 a1

B 31,14 a1 18,13 a2 6,48 a1 0,51 a1 12,47 a2

C 31,42 a1 14,77 a1 6,37 a1 0,53 a1 12,02 a2

CV (%) Médias com letras iguais na mesma coluna não diferem entre si estatisticamente pelo teste de Scott-Knott a 5%

de significância ***Extrato Seco Total (obtido por diferença: 100-umidade).

De acordo com Silveira e Abreu, (2003) os principais componentes do leite que

influenciam no rendimento dos queijos são as proteínas, lipídeos, carboidratos, minerais

(cinzas) e a umidade.

O tratamento térmico do leite origina a desnaturação das proteínas do soro. O efeito

varia dependendo da severidade do aquecimento desde a desnaturação parcial durante a

pasteurização até a total na esterilização convencional. As imunoglobulinas são as proteínas

mais lábeis e em ordem crescente de estabilidade, a albumina sérica, β-lactoglobulina e α-

lactoalbumina. A desnaturação das proteínas do soro desempenha um importante papel no

desenvolvimento do aroma de cozido. Este aroma não é perceptível no leite pasteurizado

HTST (VARNAM; SUTHERLAND, 1995).

A desnaturação das proteínas é tão mais importante quanto mais alta a temperatura.

Pode constatar-se que uma pasteurização realizada em condições ótimas não ocasiona uma

desnaturação apreciável. No leite pasteurizado podem ocorrer maiores perdas por ação de luz

do que pela temperatura (VARNAM; SUTHERLAND, 1995; VEISSEYRE, 1988).

De acordo com Varnam; Sutherland, 1995 após a pasteurização observam-se perdas de

alguns aminoácidos, decorrentes da Reação de Maillard, na qual grupamentos amina destes

aminoácidos unem-se a lactose, que tem um paralelismo entre a sua intensidade, a

temperatura do tratamento térmico e o valor nutricional do leite. Quanto maior a temperatura

utilizada durante o tratamento térmico, maior a velocidade da Reação de Maillard e, portanto

maiores as perdas destes aminoácidos, justificando assim a alteração dos valores presentes na

tabela acima após a pasteurização dos leites.

De acordo com Veisseyre (1988) os componentes da matéria gorda têm uma baixa

sensibilidade aos tratamentos térmicos moderados, ou seja, existe a necessidade de se alcançar

temperaturas muito superiores a 100ºC e se fazer um aquecimento prolongado por várias

horas a 70-80ºC para se ocorrer a degradação de substâncias indesejáveis que alteram o sabor

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do leite e a composição desta matéria gorda do leite, por isto a mínima variação dos valores

em relação ao leite cru.

No que diz respeito às cinzas, frente aos tratamentos térmicos, os sais do leite são de

dois tipos: os que não sofrem nenhuma modificação como o sódio, potássio, cloro e enxofre e

os que são afetados pelo aquecimento como cálcio, magnésio, citrato e fosfato. O tratamento

modifica os equilíbrios dos sais de cálcio produzindo uma diminuição do cálcio solúvel e a

precipitação do fosfato de cálcio. Durante a pasteurização estes efeitos só têm importância em

circunstâncias excepcionais, apesar do papel que desempenha o leite como, importante fonte

de cálcio na dieta e também só causa redução na composição do produto em temperaturas

muito elevadas e por longos tempos, bem acima das temperaturas de pasteurização (NETO et

al, 2002).

O carboidrato, mais importante no leite é a lactose, sendo que a variação que ocorreu

em relação ao leite cru pode ter ocorrido devido a uma reação originada quando estas

substâncias atingem certas temperaturas, que é a Reação de Maillard que acontece

principalmente devido a reação de componentes da lactose e das proteínas, mesmo estas

temperaturas sendo acima das utilizadas na pasteurização, podem ocorrer algumas destas

alterações nestas substâncias que originarão as diferenças na composição dos carboidratos do

leite pasteurizado (NETO et al., 2002).

A alteração na umidade apresentada na tabela é explicada mais pela alteração dos

sólidos do que pela influencia do tratamento térmico, pois logicamente quando se ocorre

alteração nos sólidos conseqüentemente a umidade se altera também. Observa-se assim que os

tratamentos térmicos utilizados não têm influencia significativa na qualidade final da matéria

prima para a produção de queijos Minas Frescal, avaliando-se que nos três casos de

tratamento houve alterações bem próximas.

4.3 Análises Físico - químicas dos queijos Minas Frescal

A composição centesimal dos queijos Minas Frescal nos diferentes tratamentos

térmicos utilizados está apresentada na Tabela 6. A letra (A) representa a pasteurização lenta

sem pasteurizador, a (B) representa a pasteurização lenta com pasteurizador e a (C) representa

a pasteurização rápida:

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Tabela 7. Valores médios da composição química (%) dos queijos Minas Frescal usando a

Pasteurização Lenta sem equipamento (A), Pasteurização Lenta com equipamento (B),

Pasteurização Rápida (C) Tratamento Proteína**

(g)

Lipídeos

(g)

Cinzas

(g)

Umidade

(%)

Carboidratos (g) EST***

(%)

pH

A 14,43 a1 15,67 a1 6,32 a2 60,49 a1 3,10 a1 39,51 a1 6,49 a2

B 15,00 a1 18,33 a2 2,58 a1 61,63 a1 2,45 a1 38,37 a1 6,42 a2

C 16,32 a1 17,78 a2 3,23 a1 59,69 a1 2,98 a1 40,31 a1 6,28 a1

Médias com letras iguais na mesma coluna não diferem entre si estatisticamente pelo teste de Scott-Knott a 5%

de significância * Dados expressos com base em matéria integral **Fator de conversão N X 6,38 ***Extrato

Seco total (obtido por diferença: 100-umidade).

Observa-se que os valores de proteína, umidade, carboidratos e extrato seco total dos

queijos não apresentaram diferença significativa entre eles, concluindo- se que o tipo de

tratamento térmico que os leites sofreram não leva a uma alteração que cause prejuízos à

composição final dos queijos, a diferença das temperaturas e dos tempos dos processos de

pasteurização não influenciou na diferenciação destes parâmetros da composição dos queijos

e sim a composição dos leites dos quais originaram cada queijo avaliado (SILVA, 2000).

De acordo com Folegatti (1994) a diferença significativa, apresentada nos outros

parâmetros avaliados, pode ser explicada pelas tecnologias de fabricação como a manipulação

mecânica da matéria prima, esta manipulação pode causar a degradação de moléculas de

alguns dos componentes da composição centesimal e também no coágulo que originará os

queijos.

Verifica-se que os valores de proteínas estão abaixo da tabela brasileira de composição

de alimentos (TACO, 2011) de 17,4g contra os obtidos nos tratamentos A, B e C de 14,43;

15,00 e 16,32, respectivamente. Os valores de lipídeos, também se tomando como referência a

Taco (2011), ficaram abaixo da faixa da tabela, de 20,2g em relação aos obtidos de 15,67;

18,33 e 17,78 nos tratamentos A, B e C, respectivamente. As umidades 60,49; 61,63 e

59,69%, ficaram acima do valor da Taco (2011) que obteve um valor de 56,1%.

Em relação aos carboidratos o valor encontrado do tratamento A, de 3,1g ficou bem

próximo do valor da Taco (2011) que apresenta um valor de 3,2g, já quanto ao teor de

lipídeos dos queijos, é justificado que o tratamento A desse diferente dos outros, pois o leite

usado também tinha um teor menor de gordura.

Mesmo havendo estas variações nos valores da composição centesimal observa-se que

os mesmos se encontram em intervalos aceitáveis para o consumo, avaliando-se que os três

tratamentos são eficientes para a produção dos queijos.

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5 CONCLUSÃO

Com base no que foi exposto podemos dizer que o método mais confiável para

garantir a segurança do leite consumido e dos derivados produzidos deste leite é o tratamento

térmico, mesmo podendo haver mudanças na composição centesimal do produto. Após as

avaliações feitas tanto na composição centesimal quanto nas análises microbiológicas

confirma-se isto, pois os parâmetros exigidos em legislação foram atingidos.

O intuito do projeto de avaliar a eficiência dos três tipos de pasteurização escolhidos

teve como resultado a eficiência semelhante dos três tipos de tratamento térmico, na função

que o mesmo deve desempenhar que é a de reduzir a níveis seguros os microorganismos

presentes, níveis estes aceitos pelas legislações que normatizam a produção de leite e

derivados, com ressalva que o tratamento artesanal sem o equipamento (pasteurizador) só é

viável para produções diárias de até 100 litros de leite devido ao trabalho e tempo gastos para

realização do procedimento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de pasteurização é importante para impedir a contaminação e disseminação

de doenças em leite e produtos derivados do leite. Atualmente, os pequenos produtores, têm

grande dificuldade em realizar o processo de tratamento térmico para a elaboração de

produtos como o queijo Minas Frescal, de forma a atender aos órgãos de inspeção, uma vez

que é exigido um pasteurizador de custo elevado.

Para o município de Uberaba e outros do estado de Minas Gerais é de grande

importância o estudo da eficiência dos diferentes tipos de pasteurização, inclusive sem a

utilização do pasteurizador convencional, de forma a criar condições para que os pequenos

produtores se legalizem junto aos órgãos fiscalizadores para poderem desenvolver suas

atividades produtivas.

Neste sentido, a prefeitura de Uberaba juntamente com os Institutos de pesquisa tem o

papel social de propiciar melhores condições ou condições alternativas de trabalho de forma

que o pequeno produtor possa aumentar a sua renda e, conseqüentemente, reduzir o êxodo

rural que é um grande problema social nos dias de hoje. Essas alternativas de trabalho, além

de contribuir com a saúde pública, não lançando no mercado produtos clandestinos que

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possam estar contaminados, vão reduzir os problemas com os órgãos de fiscalização como a

Vigilância Sanitária e o Serviço de Inspeção Municipal - SIM.

Baseado nesta problemática, este projeto tem como objetivo de comparar os métodos

de pasteurização lenta com e sem pasteurizador e a pasteurização rápida através da realização

de análises físico-químicas e microbiológicas na matéria prima e no queijo Minas Frescal,

coletados de produtores rurais e indústrias que utilizam estes diferentes tipos de pasteurização

foi de relevante importância, uma vez que provou-se que os três métodos foram eficientes em

se tratando de segurança alimentar.

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