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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
de São Paulo Propriedades dos materiais
Adilson de Melo Poggiato
01/01/2010
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Materiais de Construção Mecânica
Classificação dos materiais utilizados em equipamentos mecânicos em geral:
aço C comum
aço inox
aço ferramenta
etc
aço liga
aço
cinzento
lamelar
nodular
globular
branco
preto
maleável
branco
ferro fundido
ferrosos
cobre
estanho
zinco
chumbo
platina
ouro
pesados
alumínio
magnésio
titânio
leves
não ferrosos
materiais
metálicos
ureia
poliester
melamina
ferrolicos
resinas
termofíxos
vinílicos
nylon
acrílico
celulósicos
poliestireno
estireno
termoplásticos
plásticos
isopor
espuma
vidros
sintéticos
imã
prod. texteis
madeira
couro
fibras
pedras
cimento
naturais
materiais não
metálicos
materiais
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Introdução:
Um bom conhecimento de materiais é importante não só para quem projeta ou
constrói como para aquele que simplesmente realiza manutenção de equipamento mecânico (saber
substituir um material por outro). Para tanto o material deverá ser avaliado sob dois aspectos
fundamentais:
Suas qualidades mecânicas,
Custos de matéria prima e produção
Também é com o conhecimento das propriedades dos materiais que podemos
escolher os fatores de segurança e estes influem decisivamente na parte econômica do projeto.
O número de materiais usados na construção mecânica é elevadíssimo, bastando
dizer que só de aços existem várias centenas de tipos.
Se considerarmos um automóvel, por exemplo, veremos que o número de materiais
diferentes que o compõem, ultrapassa uma centena. Como exemplo, podemos citar que as válvulas
de admissão e escapamento são feitas contendo silício, cromo e níquel e a segunda pode ser de um
aço especial contendo silício e cromo em percentagens diferentes. Já nos motores de avião as
válvulas de escapamento podem ser ocas e cheias de sódio ou mercúrio.
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Ao estudarmos a classe dos materiais metálicos podemos dividi-los em dois grupos
distintos: ferrosos e não ferrosos.
Materiais metálicos ferrosos
Dê uma forma geral podemos dividir os mesmos em dois grupos distintos, mais
importantes:
aço: liga Fe-C contendo geralmente de 0,008 até cerca de 2% de C (carbono), além de certos
elementos residuais do processo, sendo um material tenaz, de excelentes propriedades, de fácil
trabalho, podendo também ser forjável.
Principais influências do carbono nas propriedade do aço:
Aumento da dureza
Aumenta o limite de resistência e limite de escoamento
Redução da ductilidade
Diminui a tenacidade
Diminuição do alongamento
Aumenta a temperabilidade (formação da martensita)
Dificulta a soldagem (endurecimento e trincas na solda e na ZAT – zona afetada
termicamentre)
Justificativa: hidrogênio do revestimento do eletrodo fica retido no cordão da solda (usar eletrodo
de baixo teor de hidrogênio, com pós – aquecimento para liberar hidrogênio)
Vejamos o gráfico a seguir:
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Os aço podem ser classificados em:
Aços ao carbono comum: são os aços cujos elementos residuais estão em
pequenas percentagens, ou seja, a liga é formada basicamente por ferro e carbono.
Aços liga: são os aços ao carbono que recebem a adição de um ou mais elementos
químicos (cromo, níquel, molibdênio, vanádio, etc.) de modo a melhorar a qualidade deste.
Causas principais para uso dos aços ligados:
Alta temperatura; fator fluência
Baixas temperaturas: fratura frágil
Corrosão
Exigência de não contaminação
Segurança
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Obs.: Usaremos os aços especiais ou ligados quando quisermos aliar resistência mecânica com o
fator peso das peças, através da diminuição do tamanho / secção das mesmas.
ferro fundido: liga Fe-C com 2<C<6,7%: material amplamente empregado na
construção mecânica, e que, mesmo não possuindo a resistência do aço, pode substitui-lo em
diversas aplicações, muitas vezes com grandes vantagens.
Como esses materiais são fáceis de serem trabalhados, com eles é construída a maior
parte das máquinas, ferramentas, estruturas, bem como instalações que necessitam materiais de
grande resistência.
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Materiais metálicos não ferrosos
São todos os demais materiais metálicos empregados na construção mecânica.
Possuem empregos os mais diversos, pois podem substituir os materiais ferrosos em várias
aplicações e nem sempre podem ser substituídos pêlos ferrosos.
Esses materiais são geralmente utilizados isoladamente ou em forma de ligas metálicas,
algumas delas amplamente utilizadas na construção de máquinas e equipamentos.
Podemos dividir os materiais não ferrosos em dois tipos em função da densidade.
Metais pesados:
(ρ > 5 kg/ dm3), ex.: cobre, estanho, zinco, chumbo, platina, etc.
Metais leves:
(ρ < 5 kg/ dm3), ex.: alumínio, magnésio, titânio, etc.
Normalmente, os não ferrosos são materiais caros, logo tudo faremos para não
utiliza-los em componentes que possam ser substituídos por materiais ferrosos.
Dar-se-á preferência para a sua utilização em peças sujeitas a oxidação, dada a sua
resistência, sendo muito utilizadas em tratamentos galvânicos superficiais de materiais. São também
amplamente utilizados em componentes elétricos pois em geral apresentam bom coeficiente de
condutibilidade elétrica.
Nos últimos anos, a importância dos metais leves e sua ligas têm aumentado
consideravelmente, principalmente na construção de veículos, nas construções aeronáuticas e
navais, bem como na mecânica de precisão, pois têm-se conseguido ligas metálicas de alta
resistência e de menor peso e, com isto, tende-se a trocar o aço e o ferro fundido por esses metais.
Observação:
A palavra “metal” tem em Metalurgia, um conceito diferente daquele que se lhe dá
em Química. Quando um metalurgista se refere a um metal, não tem em vista um elemento simples,
no estado de pureza, mas sim um produto industrial em que juntamente com o elemento químico
considerado, se encontram sempre impurezas e elementos estranhos, ora em quantidade
insignificante, ora em percentagem apreciável.
Muitas vezes uma pequena variação na percentagem de um elemento secundário
altera consideravelmente as propriedades do metal principal. sendo portanto, indispensável indicar
os elementos estranhos que acompanham o metal e a sua percentagem.
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Os metais são extraídos dos minérios que os contêm por processos metalúrgicos que
nem sempre reduzem as impurezas dos mesmos.
Em geral o processo adotado, termina numa fusão, se já não advém dela.
A maioria dos metais, à temperatura ambiente, se apresenta em estado sólido. O
mercúrio, gálio, rubídio e césio se apresentam em estado líquido. Na prática, todos os metais são
passíveis de constituírem ligas quando associados a outros.
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Propriedades físicas dos materiais
Incluem-se neste grupo, as propriedades inerentes dos materiais relativas a sua
constituição, composição química e forma de obtenção. São elas que definem o que é o material.
a) peso especifico:
É o peso correspondente a massa existente em uma unidade de volume do material
considerado. É ele quem define qual material deve ser conforme haja necessidade de alívio de peso
ou de maior lastro. A unidade usualmente usada em mecânica para o peso específico é o kg/dm3.
Ex.: feixe de tubos para trocadores de calor.
Calcular o peso da chapa de aço abaixo sabendo-se que a mesma tem 1,5 x 2,5 m e
espessura de ¼”, e o material é aço.
Calcular o peso de uma barra de diâmetro igual a 2” e comprimento de 6 m, cujo
material é o alumínio.
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b) Fusibilidade:
Determina a temperatura em que o material passa do estado sólido para o líquido sob
a ação do calor, o que restringe a aplicação de materiais que tem baixo ponto de fusão como o
chumbo, estanho, plásticos, etc. Exprime a capacidade do material em estando fundido, preencher
facilmente moldes complicados e com muitas reentrâncias. Ex.: peças fundidas (carcaça de bombas,
compressores e carcaças de máquinas em geral).
Todo o material é fusível, mas para ser industrialmente fusível é preciso que tenha
um ponto de fusão relativamente baixo e que não sofra durante o processo de fusão, oxidações
profundas, nem alterações na sua estrutura e homogeneidade.
c) Dilatação Térmica:
É a propriedade do material de se dilatar/contrair com a variação da temperatura, o
que oF impede alguns materiais de serem usados em condições extremas de temperatura, como em
fornos, caldeiras, sistemas de refrigeração e frigoríficos.
Obs.:
Temperatura: È a grandeza que mede o estado de agitação térmica das partículas
que constituem um corpo.
Dilatação linear: é aquela em que predomina a variação em uma única direção. (ex.:
barras, trilhos de trem, cabos em geral, etc.).
l = Li . . t
Lf = Li ( 1 + t )
Onde:
∆l = variação linear
L1 = comprimento inicial
α = coeficiente de dilatação linear (função do material)
∆t = variação de temperatura
Lf = comprimento final
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Dilatação superficial: idem, em duas direções. (ex.: chapas). É também conhecida
por dilatação superficial.
s = Li . . t
Sf = Li ( 1 + t )
Dilatação volumétrica: é aquela em que se considera a dilatação em três direções.
v = Li . . t
Vf = Li ( 1 + t )
Dilatação em líquidos: Aumentando-se a temperatura da H2O entre 0 oC e 4
oC, há
uma diminuição do volume, a partir dai há um aumento deste volume.
Como os líquidos estão contidos em recipientes sólidos, a dilatação realmente sofrida
pelo líquido é igual a soma da dilatação aparente do líquido com a dilatação volumétrica do
recipiente.
d) condutibilidade térmica:
É a capacidade de o material dissipar energia, na forma de calor. Alguns materiais
têm alto coeficiente de irradiação de calor, como o alumínio e o cobre, sendo utilizados em
trocadores de calor, radiadores, dissipadores, panelas, etc..
Condução: é a principal forma de propagação de calor de uma partícula a outra de
um corpo. Quando se aquece a extremidade de uma barra de ferro, por exemplo, seus átomos
ganham mais energia no ponto de aquecimento. Assim, vibram mais intensamente e se chocam com
os átomos vizinhos, transferindo-lhes calor. Estes, por sua vez, transmitem a energia cinética, de
modo que o calor é conduzido ao longo da barra e alcança a extremidade fria. Apesar de o calor
passar de uma partícula a outras, elas não se chocam, mais apenas vibram mais intensamente.
Convecção: é a transferência de calor pela matéria em movimento. Essa propagação
ocorre por causa do deslocamento de moléculas. Desse modo, quando se esquenta a água, as
moléculas que estão no fundo do recipiente se aquecem primeiro. Então, a densidade da água no
fundo diminui e as moléculas sobem. Formam-se correntes ascendentes mais quentes e correntes
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descendentes mais frias. São as chamadas correntes de convecção que uniformizam a temperatura e
facilitam o aquecimento dos líquidos e dos gases.
Radiação: é a propagação de calor por ondas eletromagnéticas. O calor do Sol, por
exemplo, chega a Terra por meio de ondas (raios infravermelhos) que se propagam através do
vácuo.
Trabalho:
1- Pesquisar um exemplo prático da área industrial em que o peso específico seja a
propriedade determinante e/ou uma das propriedades que levaram ao uso de um determinado
material.
2- Idem para dilatação térmica.
3- Idem para condutibilidade térmica.
e) condutibilidade elétrica:
É a propriedade que possuem certos corpos de permitir mais ou menos a passagem
da corrente elétrica.
Os corpos que permitem a eletricidade passar são chamados de condutores. Os
metais em geral são bons condutores de eletricidade.
O cobre e suas ligas e o alumínio conduzem bem a eletricidade, sendo empregados
na fabricação de linhas elétricas e aparelhagens; as ligas Cr – Ni, Fe – Ni conduzem mal, servindo
para construção de resistências elétricas, como por exemplo reostatos, etc.
Materiais isolantes: não deixam passar a eletricidade: madeira seca, baquelite,
ebonite, etc.
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Tabela de propriedades físicas dos materiais
material Símbolo
químico
Peso específico
(x10 –6
) Kg/mm3
Temperatura de fusão
oC
Coeficiente de
dilatação
Aço doce 0,20 %C 7,85 1500 11 x 10-6
Aço duro 0,60 %C 7,84 1470 11 x 10-6
Alumínio Al 2,70 659 23,8 x 10-6
Antimônio Sb 6,69 630 1 x 10-6
Bronze 8,80 900 17,5 x 10-6
Cádmio Cd 8,648 320
Chumbo Pb 11,34 327 29 x 10-6
Cobalto Co 8,71 1480 12,4 x 10-6
Cobre Cu 8,90 1083 17 x 10-6
Cromo Cr 6,93 1610
Estanho Sn 7,28 232 20 x 10-6
Ferro fundido 7,10 à 7,80 1152 à 1350 9 x 10-6
Latão 8,40 900 19 x 10-6
Magnésio Mg 1,74 650 26 x 10-6
Manganês Mn 7,30 1260 23,4 x 10-6
Mercúrio Hg 13,60 - 38,9
solidificação x 10-6
Molibdênio Mo 10,20 2620 5,3 x 10-6
Níquel Ni 8,80 1452 18 x 10-6
Ouro Au 19,30 1063 14 x 10-6
Platina Pt 21,40 1774 9 x 10-6
Prata Ag 10,50 960 20 x 10-6
Tungstênio W 18,6 à 19,10 3260 4,3 x 10-6
Urânio U 18,70 1850
Vanádio V 5,60 1660
zinco Zn 7,04 à 7,16 419 30 x 10-6
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PROPRIEDADES TECNOLÓGICAS DOS MATERIAIS
Classificam-se neste grupo as propriedades referentes ao comportamento dos
materiais, sob diferentes ações mecânicas e aos tratamentos térmicos
a) maleabilidade
Propriedade do material que expressa a maior ou menor facilidade do material ser
deformado permanentemente por ação de uma pressão ou choque (compressão) uma carga de
compressão, sem se romper, ou seja, é o quanto ele pode ser amassado (laminado, forjado, dobrado,
extrudado).
Um material é maleável quando sob a ação do laminador ou do martelo da forja não sofrer
rupturas ou fortes alterações na estrutura (endurecimento inadmissível).
A maleabilidade pode ser a quente ou a frio. Se a maleabilidade a frio é muito grande o
material é chamado plástico.
Laminação:
O material é submetido sucessivamente a cargas de compressão, aplicadas entre dois
cilindros laminadores, que vão reduzindo sua espessura e alterando sua forma.
Pode ser executada tanto a frio quanto a quente, e seus principais produtos são:
a quente: placas e chapas grossas, barras de secção redonda, retangular (chata) ou quadrada,
perfilados.
a frio: chapas finas para estampagem (recozidas), barras de pequena secção para usinagem,
tiras paras fatorização de tubos (com costura).
Forjamento:
O material é conformado por compressão através de impressões sucessivas de uma
ferramenta (martelo), adquirindo o formato dado pela seqüência de golpes (recalque e estiramento)
ou da matriz em que fica apoiada (moldagem). No caso de estiramento, a peça vai sendo virada a
cada golpe pela ação de um manipulador mecânico, permitindo que a carga seja aplicada em
diversos pontos, em todos os sentidos da peça, obtendo um material de maior tenacidade. Como na
extrusão, em geral , é feito a quente.
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Extrusão:
O material é empurrado por um êmbolo, que o força a escoar através do orifício de
uma matriz, tomando o formato e as dimensões deste. A compressão sofrida pelo material é muito
grande, gerando grandes esforços, motivo pelo qual este processo é feito, em geral, a quente. É
usado para aços mais macios (extra doces) e, em larga escala, para metais não ferrosos. É um
processo muito usado na fabricação de tubos.
Abaixo temos uma figura que mostra o detalhe o cilindro num processo de extrusão
direta. Os principais produtos são: perfilados; barras redondas, quadradas e sextavadas; tubos sem
costura; arruelas; etc.
b) ductilidade
Capacidade do material de ser deformado
permanentemente, por carga de tração sem se
romper, ou seja, a possibilidade de ser estirado,
trefilado, repuxado. Pode-se dizer que a
ductilidade é o oposto da fragilidade. Ex.: cobre ,
alumínio, aço com baixo teor de carbono, etc.
Obs.: Abaixo apresentamos uma classificação dos metais usados pela ordem decrescente de
maleabilidade e ductilidade.
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Maleabilidade: Au –Ag – Cu – Sn – Pt – Pb – Zn – Fe – Ni
Ductilidade: Au – Ag – Pt – Fe – Ni – Cu – Zn – Sn - Pb
c) fragilidade:
Característica do material de apresentar ruptura repentina, quando submetido a um
esforço, sem apresentar deformação aparente. Os materiais frágeis não aceitam conformação. EX.:
ferro fundido, vidro.
d) soldabilidade:
Capacidade do material de ser soldado (rejuntado) por caldeamento (compressão a
quente das partes a serem unidas, sem utilização de material auxiliar). Materiais de baixa
caldeabilidade só podem ser soldados através de eletrodos especiais.
A soldabilidade depende do tempo em que o metal permanece num estado sólido –
plástico, sob o efeito do calor produzido pela ação soldante. O metal ou liga que passar
instantaneamente do estado sólido para o líquido é dificilmente soldável. (Ex.: ferro fundido).
1- O que é soldagem?
Segundo a American Welding Society (AWS), “soldagem é o processo de união de
materiais usado para obter a coalescência (união) localizada de metais, produzida por aquecimento
até uma temperatura adequada, com ou sem utilização de pressão e ou material de adição” (in
Tecnologia de Soldagem de Paulo Villani Marques, pág. 352).
O material frágil quebra
quando submetido a um
impacto ou batida.
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2- Qual a principal vantagem da soldagem sobre os outros processos de união, como por exemplo a
rebitagem ou o aparafusamento?
Possibilidade de obter uma união em que os materiais tem uma continuidade não só
na aparência externa, mas também nas suas propriedades mecânicas e químicas, relacionadas a sua
estrutura interna.
Percentagens de custo
Matéria - prima Fabricação
Aços ao carbono A – 285 Gr C 40 60
Aço liga 1 Cr e Mo 50 50
Aço inoxidável tipo 304 65 35
materiais soldabilidade
ótima boa regular difícil
Aço de baixo carbono X
Aço de médio carbono X X X
Aço de alto carbono X
Aço inox X X
Aço liga X
Ferro fundido cinzento X
Ferro fundido maleável
e nodular X
Ferro fundido branco X
Ligas de alumínio X
Ligas de cobre X
Carbono equivalente = % C + % Mn/6 + % Cr + % Mo/5 + % V + (% Ni + % Cu)/15
Obs. Importantes quanto à solda em aço ao carbono comum.
a) teor de carbono acima de 0,30 % e espessura acima de 12 mm.
Pré aquecer a 110 oC e aquecer entre os passes.
b) alívio de tensões , a 600 oC quando:
b1) vasos de pressão ASME, seção VIII divisão I
espessura até 50 mm (exceto quando feito pré – aquecimento)
espessura acima de 50 mm, tratamento obrigatório durante 2:00 horas.
b2) tubulações:
obrigatório para espessuras acima de 19 mm.
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c) emprego de eletrodos de baixo teor de hidrogênio quando:
espessura igual ou maior que 25 mm.
Teor de carbono igual ou maior à 0,22 %.
Limite de escoamento maior que 35 kg/mm2.
d) radiografia total das soldas importantes em partes com espessura superior a 30 mm.
Limites de carbono para soldagem em equipamentos de processo químico:
0,26%: limites para partes soldadas sujeitas a pressão ou a outros esforços principais, em
vasos de pressão importantes.
0,30%: limite para outras partes soldadas em vasos de pressão importantes, bem como para
tubulações soldadas, tanques sem pressão e vasos de baixa responsabilidade.
0,35%: limite máximo admissível para qualquer parte soldada.
e) temperabilidade:
Capacidade do material sofrer alterações nas suas características mecânicas e,
consequentemente, nas suas aplicações quando submetido a Tratamentos Térmicos (Def.: processo
de aquecimento e resfriamento do material em condições adequadas para obtermos a alteração de
determinadas propriedades).
Tal propriedade caracteriza o aço com certo teor de carbono, assim, como
determinadas ligas de alumínio, transformando a estrutura cristalográfica do material que em
conseqüência altera todas as propriedades mecânicas.
f) Usinabilidade
Capacidade do material apresentar maior ou menor resistência de ser usinado
(cortado, desbastado, furado, etc.) pela ação de uma ferramenta de corte. Podemos relaciona-la
também com a “vida da ferramenta de corte”, ou com a “energia ou tempo necessário ara
removermos certa quantidade de material”. Os graus de usinabilidade dos diferentes aços são
estabelecidos em função do aço de CORTE LIVRE SAE 1112 que é tido como o de 100% de
usinabilidade.
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Por exemplo, se disser que a usinabilidade de aço SAE 1070 é de 45 %, significa que
na usinagem deste aço, o rendimento é de 45% em relação ao do aço SAE 1112.
Os fatores envolvidos nessas propriedades são entre outros:
Natureza do material sob usinagem
Natureza do material da ferramenta
Forma da ferramenta
Condições de corte: velocidade, avanço, profundidade de corte
Natureza da operação de corte: torneamento, frezamento, etc.
Natureza do corte: contínua ou interrompido
Condições da máquina operatriz
Refrigeração
Devido a necessidade de termos um custo cada vez mais baixo na indústria, para
reduzirmos os custos em uma produção em massa, a usinabilidade é uma propriedade de grande
interesse e assim, temos uma série de profissionais estudando métodos de melhorarmos a
usinabilidade dos materiais. Podemos assim melhorar a usinabilidade dos materiais basicamente por
dois métodos:
Modificação do desenho da ferramenta
Alteração da sua estrutura
Para exemplos de usinabilidade relativa de algumas ligas ferrosas e não ferrosas
consultar tab. 32 do vol. 1 do Livro Tecnologia Mecânica, Vicente Chiaverini.
g) tenacidade:
Capacidade do material suportar
grandes esforços antes de se romper, sem
apresentar grande deformação. O material
tenaz, ao contrário do material frágil pode
sofrer deformações pequenas, mas para isto,
são necessárias grandes cargas. Pode ser
considerada uma característica mecânica, já
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que a energia mecânica total necessária para
levar o material a ruptura, pode ser
determinada pela área abaixo da curva obtida
no ensaio de tração.
Corresponde a energia total absorvida pelo material durante o ensaio. É
numericamente igual à área abaixo da curva obtida no ensaio de tração, incluindo as zonas elástica e
plástica.
Ex.: Barra de torção.
Em ordem decrescente, segundo a tenacidade, temos os metais:
Fe – Cu – Ag – Au – Zn – Sn – Pt - Ni
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PROPRIEDADES MECÂNICAS
São valores obtidos em ensaios de laboratório, que simulam condições reais de aplicação do
material, ou seja, quando ele é submetido a um esforço (tração, compressão, flexão, torção, etc.)
Quando o material recebe a ação de uma solicitação extrema, aparecem, em seu interior, reações a
esse esforço, o que são denominadas tensões, essas propriedades são representadas em sua maioria,
em valores numéricos obtidos através de ensaios efetivados nos laboratórios.
a) Dureza
Em princípio, designa-se a propriedade do material de se opor (oferecer resistência) à
penetração de outro material.
Quando aumentamos a dureza de um material aumentamos a sua resistência
mecânica e sua fragilidade, diminuindo a sua ductilidade.
Na prática, representa duas coisa importantes:
resistência ao desgaste
resistência a deformação ( ou conformação)
Por esta razão, os materiais mais duros são usados na fabricação de peças sujeitas a
maiores esforços, atrito constante, etc., enquanto os materiais mais dúcteis são usados em
aplicações que necessitam de conformação mecânica (laminação, dobramento, estampagem, etc.).
No ensaio de tração, percebemos que, quanto mais duro é o material, maiores são os
seus limites de escoamento e de ruptura, sendo a dureza diretamente proporcional ao limite de
resistência do material, de maneira que, conhecido o valor de sua dureza pelo método Brinell (HB),
podemos determinar o limite de resistência do material.
Existem, na prática, vários padrões para medirmos a dureza do material e entre os
mais usados, incluem-se os métodos Brinell, Rockwell, Vickers e Shore.
Apresentamos abaixo algumas definições típicas de dureza
Metalurgia: resistência a deformação permanente (laminação).
Mecânica: resistência a penetração de um material duro no outro.
Projetista: resistência mecânica com ou sem tratamento térmico, resistência
ao desgaste.
Técnico em usinagem: resistência ao corte do metal.
Mineralogista: resistência ao risco.
Só existe um material duro se existir um material mole.
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b) Plasticidade
É a propriedade do material de se deixarem deformar permanente sem se romper,
assumindo diferentes tamanhos ou formas sem sofrerem rupturas, rachaduras ou fortes alterações de
estrutura quando submetidos a pressões ou choques compatíveis com as suas propriedades
mecânicas. O material quando submetido a um esforço sofre uma deformação permanente, e só se
rompe quando a tensão aplicada ao material ultrapassa a tensão máxima.
A plasticidade é influenciada pelo calor ( aço ao rubro torna-se bastante plástico).
O inverso da plasticidade é a fragilidade ou quebrabilidade; assim, um material é dito
frágil ou quebradiço quando o mesmo ao romper-se apresenta uma pequena deformação.
A plasticidade pode ser subdividida em:
Maleabilidade
Ductilidade
c) elasticidade:
É a propriedade do material, cuja deformação causada por uma tensão, desaparece
quando esta deixa de agir. Em termos de engenharia, o maior interesse concentra-se mais na tensão
do que na deformação, e é esta a razão porque se registra, para os dados técnicos de elasticidade o
valor da tensão que representa o limite de elasticidade. Ex.: aço para molas.
d) resistência:
No sentido amplo, a palavra resistência refere-se à habilidade do material de suportar
esforços sem se romper. No entanto, nos projetos de máquinas, a resistência implica no
conhecimento do tipo e maneira como uma carga atua sobre cada componente de máquina.
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Ponto I: Limite de proporcionalidade: É a maior tensão que uma material pode suportar sem
perder a proporcionalidade entre a tensão e a deformação, o que vale dizer que dentro desse limite,
a deformação do material é proporcional à tensão produzida no mesmo (Lei de Hook).
Ponto II: Limite de elasticidade: É definido como sendo a maior tensão que o material pode
suportar sem que se produza no mesmo uma deformação permanente, isto é, limite no qual o corpo
retorna a sua forma original quando a tensão deixa de existir.
Ponto III: Limite de escoamento: É definido como sendo a tensão na qual o material perde a sua
propriedade elástica. Num material dúctil (ex.: aço doce SAE 1020), o fenômeno do escoamento é
bem definido, em virtude de um acréscimo acentuado de deformação sem que haja aumento
considerável de tensão, provocando uma deformação permanente, ou seja, ele nunca mais retorna a
forma original.
Ponto IV: Limite de resistência: É definido como a maior tensão que o material pode suportar
(tensão de ruptura). Pode se calculado dividindo-se a carga máxima aplicada no ensaio pela área da
secção transversal inicial.
Ponto V: Tensão limite de ruptura.
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e) resiliência
Representa a energia mecânica absorvida pelo material até o seu limite de elasticidade, ou
seja, sem sofrer deformação permanente. Na prática representa a resistência do material a choques
e, é numericamente igual a área abaixo da curva até o limite de elasticidade.
Obs.: Recursos para melhorarmos as propriedades mecânicas dos materiais:
Alterar composição química
Processos mecânicos de fabricação
Alteração do tamanho do grão
Tratamentos térmicos
Estes assuntos serão motivo de nossas próximas aulas.
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PROPRIEDADES DE USO OU DE UTILIZAÇÃO
Essas propriedades se relacionam com o comportamento dos materiais em face às
diversas condições ambientes que as peças encontrarão durante o seu trabalho.
Dentre as mais importantes temos:
Preço: de grande importância na fabricação seriada;
Cor: também de grande importância nas fabricações, tendo em vista o grande interesse
despertado nas massas consumidoras, pelas combinações de cores agradáveis;
Atualmente estão sendo lançados aços inoxidáveis coloridos (podem ser usados nos
para choques de automóveis); um outro exemplo seria a borracha branca usada na banda branca dos
pneumáticos.
Resistência ao ar: propriedade pela qual o material pode ser empregado sem
qualquer revestimento protetor, nas atmosferas como em Copacabana, etc., é necessário um
revestimento protetor. As chapas galvanizadas (folhas de zinco) são exemplos.
Resistência ao calor: de grande importância na fabricação de peças sob ação do
calor, é uma propriedade de grande importância quando as peças vão ficar expostas ao fogo direto
ou indiretamente, por exemplo, nas máquinas térmicas, tubos de caldeiras, fomos, caçambas, em
usinas siderúrgicas, etc.
Resistência à ação corrosiva: - propriedade pela qual o material resiste a ambientes
sujeitos à corrosão química, petróleo, etc.
Os tubos. de ferro fundido quando enterrados são corroídos em face das bactérias que
produzem emanações sulfurosas que originam H2SO4 devendo assim ser protegidos com uma
camada asfaltica. Nas latas de conservas são usadas as folhas de flandres.
Resistência à fluidez - (creep) - Os materiais ferrosos quando submetidos a cargas
de tração constantes por longo tempo a elevadas temperaturas, se deformam continuamente mesmo
quando a solicitação é menor do que a tensão de escoamento do material naquela temperatura. Este
fenômeno de alongamento contínuo e que pode conduzir à ruptura é denominado fluência ( creep ).
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A fluência ocorre mesmo quando o material é solicitado na temperatura ambiente,
mas nessa temperatura a fluência é praticamente desprezível comparada com a que ocorre em
temperaturas elevadas.
O fenômeno da fluência ainda não está completamente estudado, mas o seu
conhecimento é necessário quando o material trabalha em temperaturas elevadas, como por
exemplo: palhetas de turbinas a vapor que podem trabalhar a 500 oC; palhetas de turbinas a gás que
podem trabalhar a 650 oC; auto claves; tubos de caldeiras; reservatórios de alta .pressão, etc.
A resistência à fluência é especificada pelo alongamento percentual que se produz
numa temperatura, num certo intervalo de tempo para uma certa solicitação, por exemplo 1% para
550 oC em 1000 horas, para 40 kg/mm
2.
O fenômeno da fluência ocorre nos instrumentos de corda, violão, por exemplo. É
importante frisar que certas peças ficam inutilizadas se alongarem apenas 0,01%.
Grau de polimento: há casos em que o material deve deixar-se polir até o
espelhamento (lapidação).
O grau de polimento depende do acabamento que se deseja dar à superfície. Os
metais mais duros e os preciosos adquirem e conservam um polimento maior que os outros.
As engrenagens, mancais, canos, válvulas, apresentam um grau de polimento bem
elevado o que influi na escolha da viscosidade do lubrificante adequado. Quanto mais polida a peça
menos viscoso é o óleo e maior a resistência à fadiga da peça.
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Fatores que influem na seleção do material:
Vejamos os principais fatores que devem ser considerados na seleção de um material
industrial:
Condições de trabalho, podendo ser subdivididas em:
solicitações mecânicas
local de trabalho do material
Assim, uma peça que vai ser submetida a um esforço de tração, tirante, por exemplo,
não poderá ser feita de um material de pequena resistência à tração, como por exemplo de ferro
fundido comum. Os materiais abrasivos, em locais de alta ou baixa temperatura, na presença de
radiações atômicas, em ambiente muito úmido, etc. Assim, uma bomba para ácido sulfúrico deve
ser feita de materiais que não sejam atacados por esse produto.
Na indústria de laticínios os materiais empregados são resistentes à corrosão como
por exemplo o aço inoxidável.
Os tubos de caldeira devem ser de materiais resistentes ao fogo.
Disponibilidade de material: para se escolher um material ele deve ser disponível
em quantidade necessária e também quando desejado para reposição de peças. A escolha do
material não deve ser feita apenas em livros, mas sim nos catálogos de fabricantes.
Custo: por custo entendemos não só o material em bruto como também o dos
processos de fabricação, isto é, o custo total, isto porque um material pode ter preço reduzido mais
implicar em processo de fabricação dispendioso.
Tabela 1: Custo relativo dos materiais de construção mecânica
Materiais Custo
relativo
materiais Custo
relativo
Aço carbono estrutural 1,00 Aço inoxidável tipo 321 13,7
Aço carbono qualificado 1,15 Aço inoxidável tipo 410 6,0
Aço carbono acalmado (Si) 1,25 Ferro fundido 0,95
Aço liga ½ Mo 2,3 Latão de alumínio 7,6
Aço liga 1 ¼ Cr – ½ Mo 3,1 Latão almirantado 7,8
Aço liga 5 Cr – ½ Mo 4,5 Cobre – Níquel 90-10 22,0
Aço liga 3 ½ Ni 3,0 Cobre – Níquel 70-30 27,0
Aço inoxidável tipo 304 8,6 Alumínio 2,5
Aço inoxidável tipo 304L 13,3 Metal Monel 31,8
Aço inoxidável tipo 310 13,5 Titânio 41,0
Aço inoxidável tipo 316 11,1 Incoloy 48,5
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Na comparação dos custos dos materiais, devem ainda ser levados em consideração
os seguintes pontos:
Resistência a corrosão dos diversos materiais. Em um material que seja menos resistente a
corrosão, deverá ser acrescentada uma sobre espessura de sacrifício, aumentando, assim, a
espessura total e o peso do material. Reciprocamente, poderá em muitos casos ser conseguida
uma economia de peso e de custo, com o emprego de um material mais resistente a corrosão,
ainda que mais caro.
Maior ou menor dificuldade de soldagem, pois há materiais que exigem técnicas especiais de
soldagem, tratamentos térmicos e também métodos mais rigorosos mais caros de inspeção das
soldas.
Maior ou menor facilidade de conformação e de trabalho do material.
Necessidade ou não de alívio de tensões após a solda, o que é necessário quando o material a ser
soldado ultrapassa certos valores de espessura, em função do tipo de material que se está
trabalhando.
Aparência: a aparência é importante quando o produto de destina ao grande público.
Assim uma peça de alumínio anodizado é agradável a vista (tampos de panelas, etc.). Já para uma
peça estrutural que está escondida, a aparência não é tão importante.
É em virtude da aparência que se usa niquelados, cromados, materiais plásticos
coloridos, oxidados (armas, ferramentas), partes esmaltadas (porcelanizadas), fundição sob pressão
(zamak, plásticos).
Adaptabilidade para os processos de produção: certos materiais se prestam
melhor que outro para determinados processos de fabricação incluindo ou não tratamentos térmicos,
e assim dependendo do equipamento que dispomos somos conduzidos a escolha de certos materiais
(sapatas de freio de chapas de aço estampadas e soldadas por pontos em lugar de liga de alumínio
fundida).
Forma da peça: em certos casos a forma da peça condiciona o processo de
fabricação e dessa maneira influi indiretamente na escolha do material.
É o caso de um bloco de motor, cujo processo normal de fabricação é a fundição. Já
grandes motores dieesel possuem o bloco fabricado a partir de chapas grossas e perfilados soldados.
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Bibliografia:
1- CHIAVERINI, Vicente – Tecnologia Mecânica
2o edição São Paulo – Ed. McGraw-Hill
2- CHIAVERINI, Vicente – Aços e ferros fundidos
4o edição São Paulo – Associação Brasileira dos Metais
3- SENAI – SP - Tecnologia Mecânica
Curso de Manutenção Mecânica – apostila
Piratini - Catálogo de aços finos