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INSTITUTO TERZIUS SEGUNDO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSO EM MEDICINA INTENSIVA PEDIÁTRICA E NEONATAL Um olhar sobre a retinopatia da prematuridade: revisão de literatura por Joyce Rolim CAMPINAS – SÃO PAULO ABRIL - 2012

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INSTITUTO TERZIUS

SEGUNDO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSO EM MEDICINA

INTENSIVA PEDIÁTRICA E NEONATAL

Um olhar sobre a retinopatia da prematuridade: revisão de literatura

por

Joyce Rolim

CAMPINAS – SÃO PAULO

ABRIL - 2012

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JOYCE ROLIM

Um olhar sobre a retinopatia da prematuridade: revisão de literatura

Trabalho de Conclusão do Curso de

Pós-graduação Lato Senso em Medicina

Intensiva Pediátrica e Neonatal de

Instituto Terzius de Campinas.

Orientador: Prof. Msc. Ramão Luciano Nogueira Hayd

CAMPINAS – SÃO PAULO

ABRIL – 2012

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Título: Um olhar sobre a retinopatia da prematuridade: revisão de

literatura

Autor: Joyce Rolim

Natureza: Monografia

Objetivo: Título de Pós-graduação

Instituição: Instituto Terzios

Área de Concentração: Medicina

Aprovada em:

Banca Examinadora:

___________________________________________________

Instituição:_________________________________

___________________________________________________

Instituição:_________________________________

____________________________________________________

Instituição_________________________________

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À minha família

pela paciência, apoio, dedicação e amor.

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer a Deus pelas benções derramadas em minha vida, e pelas orientações e presença espiritual que me amparam na vida, meu pai celestial.

À minha família, razão de minha vida, a quem tanto amo, que estão sempre do meu lado, me ajudando, dedicando carinho, amor e principalmente companheirismo.

A meus pais, pelo amor, carinho, orações, pessoas maravilhosas que Deus colocou para me cuidar, nunca medindo esforços para me ajudar em todos os momentos de minha vida.

Ao Instituto Terzio que me recebeu de braços abertos e proporcionaram minha formação.

Aos professores do curso de PÓS-GRADUAÇÃO EM TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA E NEO-NATAL pelo empenho e dedicação na minha formação.

Aos professores Roberto Fioretto, Werther e Renato Terzi, por saber

transmitir o mundo que sabem.

Agradeço a todos que me incentivaram nessa jornada de minha vida.

Muito obrigada!

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"A ciência humana de maneira nenhuma nega a existência de Deus. Quando considero quantas e quão maravilhosas coisas o homem compreende,

pesquisa e consegue realizar, então reconheço claramente que o espírito humano é obra de Deus, e a mais notável."

Galileu Galilei

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SUMÁRIO

RESUMO............................................................................................................................ 09

ABSTRACT........................................................................................................................ 10

APRESENTAÇÃO ............................................................................................................ 11

1. REREFENCIAL TEÓRICO................................................................................ 12

1.1 Conhecendo a prematuridade ...................................................................... 12

1.2 A retinopatia relacionada a prematuridade ............................................... 15

1.3 Tratamento da retinopatia da prematuridade .......................................... 33

CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................... 42

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................ 44

ANEXO I............................................................................................................................ 50

ANEXO II.......................................................................................................................... 51

APENDICE I..................................................................................................................... 52

APENDICE II.................................................................................................................... 53

APENDICE III.................................................................................................................. 54

APENDICE IV.................................................................................................................. 55

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1................................................................................................... 26

TABELA 2.................................................................................................. 28

TABELA 3................................................................................................... 29

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RESUMO

A retinopatia da prematuridade (ROP) é uma doença vasoproliferativa

secundária à inadequada vascularização da retina imatura dos recém-nascidos

prematuros, que pode levar a cegueira ou a severas sequelas visuais. É uma

das principais causas de cegueira prevenível na infância, estimando-se que 2/3

das 50.000 crianças cegas em todo o mundo vivem na América Latina. Estudos

sugerem que a incidência e severidade de ROP mostram um relacionamento

inverso com o peso de nascimento e com a IG e poucos casos de ROP severa

são diagnosticados em pré-termos com peso de nascimento>1.500 g ou com

IG > 32 semanas. Contudo, isso provavelmente reflete um alto nível de atenção

neonatal em seu hospital, recém deram início à implementação eficaz de um

programa de triagem da RP no Brasil, uma vez que relatam sua experiência em

uma única maternidade. Estudos verificaram que o baixo peso como fator de

risco sugere que fatores envolvidos no crescimento e desenvolvimento do

indivíduo estejam implicados na etiologia dessa patologia. O nível sérico de

IGF-1 se correlaciona com o crescimento fetal. Com isso, uma expressão

menor desse fator contribuiria para um feto com peso reduzido e, portanto, com

maior risco para ROP. A detecção precoce e o manejo de ROP podem prevenir

a cegueira. O prognóstico para manter a visão funcional é pobre em casos

avançados da ROP, mesmo com a aplicação de métodos atualmente

disponíveis de tratamento, incluindo terapia com laser, crioterapia, escleral e

vitrectomia. Realizamos uma revisão bibliográfica acerca do assunto no intuito

de analisar os avanços das pesquisas nessa área.

Palavras-chave: Retinopatia, prematuridade, baixo peso ao nascimento.

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ABSTRACT

Retinopathy of prematurity (ROP) is a vasoproliferative disease secondary to

inadequate vascularization of the retina of immature preterm infants, which can

lead to blindness or severe visual sequelae. It is a major cause of preventable

blindness in children, it is estimated that 2/3 of the 50,000 blind children

worldwide live in Latin America. Studies suggest that the incidence and severity

of ROP show an inverse relationship with birth weight and gestational age, and

few cases of severe ROP is diagnosed in preterm infants with birth weight>

1500 g or GA> 32 weeks. However, this probably reflects a high level of

neonatal care at your hospital, recently began the implementation of an

effective screening program for ROP in Brazil, since reported their experience in

a single motherhood. Studies have found that low birth weight as a risk factor

suggests that factors involved in growth and development of the individual are

implicated in the etiology of this pathology. The serum level of IGF-1 correlates

with fetal growth. Thus, a lower expression of this factor would contribute to a

fetus with reduced weight and therefore at higher risk for ROP. Early detection

and management of ROP can prevent blindness. The prognosis for maintaining

functional vision is poor in advanced cases of ROP, even with the application of

currently available methods of treatment, including laser therapy, cryotherapy,

and scleral vitrectomy. We conducted a literature review on the subject in order

to analyze the progress of research in this area.

Keywords: retinopathy, prematurity, low birth weight.

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APRESENTAÇÃO

A retinopatia da prematuridade (RP) é uma das principais causas de

cegueira e morbidade visual na infância. Por se tratar de uma doença

vasoproliferativa desenvolve-se a partir da vascularização retiniana imatura. Se

trata de uma doença freqüente com predominância pelos estadios menos

avançados e regressão espontânea.

Atualmente, crianças com mais baixo peso têm sobrevivido, aumentando

progressivamente a incidência da retinopatia, sugerindo etiologia multifatorial,

sendo os principais fatores de risco para o seu desenvolvimento, o baixo peso

ao nascimento, a baixa idade gestacional ou a permanência em oxigenioterapia

por tempo prolongado, estimulando a realização de pesquisas que permitam o

conhecimento fisiopatológico.

Portanto, devido a essa importância em saúde pública é que realizamos

uma revisão bibliográfica sobre a retinopatia da prematuridade, para que

possamos disseminar esse conhecimento para outros profissionais da saúde,

sensibilizando os mesmos da importância que deve ser dada a cada caso

diagnosticado de recém-nascido com muito baixo peso e prematuro.

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1. Referencial teórico

1.1 Conhecendo a prematuridade

De acordo com a Organização Mundial da Saúde apud RIECHI et al

(2011) estima-se que mais de 20 milhões de crianças nasçam anualmente com

baixo peso, correspondendo à estimativa global de 15,5% dos nascimentos.

Essa taxa é mais elevada em países não desenvolvidos (16,5%) comparada à

observada em regiões desenvolvidas (7,0%). No Brasil, a prevalência de

recém-nascido com peso ao nascer <2500g é de 10,0%. Os países que

possuem mais dados a respeito do impacto do PT-BPN apresentam as

menores taxas de nascimento pré-termo e as melhores condições

socioeconômicas, educacionais e culturais.

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O desenvolvimento das Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN)

e os avanços científicos e tecnológicos têm proporcionado uma diminuição da

mortalidade de recém-nascidos (RN) gravemente doentes. Para garantir sua

sobrevida, são necessários um grande número de exames diagnósticos e

procedimentos terapêuticos invasivos que podem causar dor(1,2). Os efeitos

da dor frequente e prolongada no recém-nascido foram confirmados pelos

achados de alguns estudos, que verificaram, após um estímulo doloroso

variações na freqüência cardíaca (FC), freqüência respiratória (FR), pressão

intracraniana (PIC), saturação de oxigênio (SatO2), diminuição das trocas

gasosas e aumento da sudorese palmar (Cignacco et al., 2007; Pedron &

Bonilha (2008) apud ALVES et al., 2011).

MORAES (2007) afirma que o baixo peso ao nascer pode ser resultado,

tanto de parto prematuro (antes de 37 semanas de gestação), como devido ao

crescimento intra-uterino restrito. Este último, também conhecido como

desnutrição fetal, ocorre quando a criança nasce com peso abaixo do valor

limite para a sua idade gestacional, sendo que a maior parte dessas crianças

nasce a termo. Ainda, o baixo peso ao nascimento devido ao crescimento fetal

restrito afeta a pessoa ao longo da vida e está associado com o fraco

crescimento na infância e uma maior incidência de doenças na vida adulta.

Para as meninas, há um risco adicional de terem RN de baixo peso quando se

tornarem mães. Assim, a ocorrência desse desfecho sinaliza para a vigilância

dessas crianças, e a obtenção desse dado pode contribuir para o planejamento

e adequação de práticas que minimizem os riscos a saúde do RN.

No entanto, FERRAZ & NEVES (2011) entendem que há uma rede

complexa que envolve esses fatores, articulando características maternas e do

Recém-Nascido (RN) como as condições socioeconômicas da família e da

atenção à saúde. Todas essas variáveis relacionadas desempenham um papel

importante nas condições de nascimento do RN e à sua saúde futura.

Realizaram uma pesquisa quantitativa, transversal, de caráter descritivo. A

coleta de dados se deu por meio da aplicação de um formulário às mães de RN

que nasceram com baixo peso internadas nas duas maternidades públicas

(Hospital Universitário de Santa Maria [HUSM] e Hospital Casa de Saúde

[HCS]) do município de Santa Maria, Rio Grande do Sul, no período de outubro

a dezembro de 2009. Com relação à distribuição dos RN de baixo peso quanto

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à idade gestacional, evidenciou-se, neste estudo, que a prematuridade esteve

presente em 78% dos nascimentos. A duração da gestação é, sem dúvida, um

dos fatores determinantes do crescimento intra-uterino. Quanto mais curta a

gestação, menor o tamanho do RN e maior o risco de mortalidade, morbidade e

incapacidade. A média do peso ao nascer neste estudo foi de 2070g, sendo

que 83,7% dos RN obteve o peso na faixa de 1500g a 2500g. Os autores

concluíram que, dentre os demais fatores relacionados, destaca- se o fator

socioeconômico com renda familiar inferior a dois salários mínimos,

evidenciando-se a relação do emprego e renda com a saúde da população; a

nuliparidade e a multiparidade, a ocorrência de aborto prévio, o parto cirúrgico,

as intercorrências na gestação, principalmente, as infecções e a pré-eclâmpsia

e a história prévia de RN de baixo peso.

SURITA et al., (2011) realizaram estudo de corte transversal, foram

incluídas as adolescentes com parto no Centro de Atenção à Saúde da Mulher

– Professor Doutor José Aristodemo Pinotti (CAISM), entre outubro de 1994 e

dezembro de 2009. Dentre seus achados podemos destacar a média de idade

das adolescentes foi 17,4 anos. A gestação foi recorrente em 294 meninas

(8,2%). Ocorreram 27 gestações gemelares (1,1%). A frequência de BPN foi de

15,1% (367). A média de idade da menarca foi 12,1 anos e a média de idade

do início da atividade sexual foi 14,5 anos. A frequência de BPN entre as

adolescentes foi de 15,1%, maior do que o esperado para a população geral e

a do Serviço (que é aproximadamente de 10%). E verificou que a

prematuridade está associada ao BPN, pois em situações, como quando o

parto ocorre prematuramente, o bebê pode vir a ter comprometimentos em seu

desenvolvimento psíquico e motor, podendo levar os pais, diante das

dificuldades advindas desta situação, a estabelecer formas de relação com

esta criança que também comprometam o seu desenvolvimento.

Ainda segundo SURITA et al., (2011) o baixo peso ao nascer,

prematuridade, asfixia neonatal, infecções congênitas ou hospitalares, além de

malformações não compatíveis com a vida, são reconhecidamente fatores de

risco para o óbito infantil e, em especial, no período neonatal. Esses dados

geralmente são obtidos por meio de fontes oficiais, como o Sistema de

Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) do Ministério da Saúde e Sistema

de Informações sobre Mortalidade (SIM). Os estudos utilizam técnicas como a

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regressão logística ou a regressão de Cox para identificar possíveis fatores de

risco para o óbito neonatal.

Com o advento das Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN),

houve uma mudança considerável no prognóstico de recém-nascidos

gravemente enfermos, criando-se escores preditivos para estimar a

probabilidade ou possibilidade de óbito nesse grupo de crianças. Assim, foram

criados o PRISM (Pediatric Risk of Mortality Score), SNAPPE (Score for

Neonatal Acute Physiology-Perinatal Extension) e o CRIB (Clinical Risk Index

for Babies)(7-9), além de um modelo pouco convencional que utiliza a lógica

fuzzy (HELENA et al., 2005) .

1.2 A retinopatia relacionada a prematuridade

A retinopatia da prematuridade (ROP) é uma doença vasoproliferativa

secundária à inadequada vascularização da retina imatura dos recém-nascidos

prematuros, que pode levar a cegueira ou a severas sequelas visuais. É uma

das principais causas de cegueira prevenível na infância, estimando-se que 2/3

das 50.000 crianças cegas em todo o mundo vivem na América Latina. A

proporção de cegueira causada pela ROP é muito influenciada pelo nível de

cuidados neonatais (disponibilidade de recursos humanos, equipamentos,

acesso e qualidade de atendimento), assim como pela existência de programas

de triagem e tratamento. Por conseguinte, existe uma grande variabilidade de

ocorrência da doença em países desenvolvidos e em desenvolvimento (Darlow

et al., (2005); Gilbert et al., (1997) apud Conselho Brasileiro de Oftalmologia,

2011).

A retinopatia da prematuridade é um distúrbio vasoproliferativo da retina,

multifatorial, que aumenta a incidência com o decréscimo da idade gestacional.

Aproximadamente 65% dos recém nascidos com peso ao nascer inferior a

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1.250g e 80% daqueles abaixo de 1000g apresentarão algum grau de

retinopatia (NUNES et al., 2008).

MOREIRA et al., (2004); LEONE, (2004) afirmam que a retina é uma

camada de células no fundo do olho que capta a luz e que nos permite

enxergar. O desenvolvimento dos vasos sanguíneos retinianos se iniciam no 4º

mês de gestação e crescem a partir do nervo óptico, alcançando a periferia da

retina nasal no oitavo mês e temporal no final da gravidez. A retina do

prematuro encontra-se avascular na periferia por ocasião do nascimento.

MOREIRA et al., (2004) afirmam em seus estudos que a ROP surgiu

como causa de cegueira infantil em países industrializados durante a década

de 40 e 50 quando se observou progresso no atendimento do cuidado

neonatal, chegando-se a classificação de acordo com a gravidade (estágio de 1

a 5) e pela extensão da doença (zona 1 a 3) e uma classificação adicional a

doença “PLUS” que traduz a presença de colapso da barreira sanguínea

ocular, pela dilatação, tortuosidade dos vasos retinianos, iris e vítreo turvo.

Estágio 1 – apresenta linha de demarcação entre a retina vascularizada e

a retina avascula (Apendice I);

Estágio 2 – presença de crista isquêmica e neovasos (Apendice II);

Estágio 3 – presença de proliferação fibrovascular (Apendice III);

Estágio 4 - Descolamento subtotal da retina mais as características do

Estágio 3 (Apendice IV); Este estágio ainda divide-se em: estágio 4a: a mácula

está colada e estágio 4b: a mácula está descolada.

Estágio 5: retina totalmente Descolada.

Em um mesmo olho podem ser encontrados estágios diferentes, mas,

considera-se para a classificação o estagio mais avançado.

ZONA 1 - corresponde a um círculo, tendo como raio 2 vezes a distância

do nervo óptico à mácula, tendo o nervo óptico como o centro.

ZONA 2 - estende-se das bordas da Zona 1 e seu raio corresponde à

distância do nervo ótico até a “ORA SERRATA” nasal.

ZONA 3 - corresponde a retina temporal restante. A retina cresce durante

o desenvolvimento do bebê, do centro para a periferia. A última zona a ser

atingida é a 3. Por isso, muitos prematuros examinados encontram-se na zona

2 ou 3 quando examinada pela primeira vez. Quando o bebê é muito prematuro

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pode estar com a retina ainda na zona 1. A retina atinge a “ORA SERRATA”

temporal em torno da 42ª semana de gestação.

EXTENSÃO: este crescimento natural pode ser interrompido e a quantidade de

retina envolvida em extensão é descrita em horas (Ex.: 1 às 3h são duas horas

contínuas da doença) (anexo II).

Nos estadios 4 e 5, a importância de se observarem os seguintes

aspectos:

- O espaço retrolental. Este espaço pode ser preenchido por tecido translúcido

vascularizado;

- Anel periférico. A presença de reflexo vermelho em associação à aparência

de funil fechado no estadio 5, indicativo de descolamento de retina avascular e

não funcionamento da retina periférica;

- Segmento anterior. Nos estadios mais avançados, a RP determina alterações

na integridade e estruturas do segmento anterior como: diminuição da câmara

anterior, edema e descompensação corneana, aumento da pressão intra-ocular

ou hipotonia, atrofia iriana e hifema.

- Outros tecidos. Membranas sub-retinianas podem estar presentes. Essas

alterações estruturais oculares sugerem um grave comprometimento e pior

prognóstico (COMMITTEE FOR THE CLASSIFICATION OF RETINOPATHY

OF PREMATURITY, PART II, 1987 Apud TORIGOE & CARVALHO, 2005)

Ao final da década de 1950, o oxigênio foi reconhecido como um fator de

risco no desenvolvimento da doença e sua utilização em RN fora restringida.

Segue-se então, uma redução da incidência de cegueira, acompanhada,

contudo de uma elevação da mortalidade e morbidade infantil.

LERMANN et al., (2006) afirma que a retinopatia da prematuridade

(ROP) acomete vasos retinianos em formação, principalmente em crianças

com peso de nascimento (PN) e idade gestacional (IG) muito baixo (Anexo I). A

literatura brasileira sobre ROP tem importantes trabalhos, porém sem estudos

específicos referentes ao uso de surfactante e sua possível correlação com a

ROP. FORTES-FILHO et al., (2009) em estudo sobre a prevalência da ROP

entre prematuros de extremo e de muito baixo PN, também não encontraram

diferença significativa entre os pacientes que usaram ou não o surfactante

endotraqueal. A evolução natural da doença gera um elevado custo social e

financeiro para toda a comunidade, por causar, em suas fases mais

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avançadas, dano severo e irreversível à visão, prejudicando, também, todo o

desenvolvimento cognitivo e psicomotor da criança afetada. Nos anos mais

recentes, devido à maior disponibilidade de hospitais habilitados ao

atendimento de gestantes de risco e pela melhora na qualidade assistencial,

aliada ao grande desenvolvimento tecnológico da Neonatologia, houve um

aumento, também, na sobrevivência de prematuros de extremo baixo peso

(PEBP: nascidos com peso d”1.000 gramas) de 8% para mais de 35% na

maioria dos países em desenvolvimento e, desde os anos 80, essa entidade

tem sido considerada a maior causadora de cegueira infantil possível de ser

prevenida, também nos países de economia ascendente, dentre os quais,

encontra-se o Brasil.

NUNES et al., (2008) em seus estudos concluiu que o número maior de

RNs acometidos de ROP estavam em menor idade gestacional e além da

prematuridade muitos dos RNs sofreram algum fator concomitante a

retinopatia. Faz-se necessário o desenvolvimento de mais estudos para

aprofundar o conhecimento e as inter-relações das variáveis mais importantes

para o desenvolvimento da ROP, de modo que haja uma padronização nas

técnicas de prevenção e tratamento mais adequadas, a fim de minimizar a

incidência da patologia, que pode trazer graves conseqüências para o

desenvolvimento neuropsicomotor do recém-nascido prematuro.

Nos dias de hoje, ainda existem controversias sobre a importância do

fato de o pré-termo ter nascido pequeno para sua respectiva IG (PIG) e a

ocorrência da ROP. A ROP não surge logo apos o nascimento, mas manifesta-

se ao redor da 34a ou 35a semana de IG corrigida. Nesse período, a doença

pode ser identificada pelos oftalmologistas, através de exames de fundo de

olho, e tratada por volta da 37a ou 39a semana de IG corrigida, ainda em

tempo hábil de se evitar danos severos e irreversíveis a visão. Também ha

controvérsias se nascidos PIG desenvolveriam a ROP em período de tempo

anterior ao esperado e, nesse caso, se o momento ideal para o inicio dos

exames oftalmológicos, nas triagens de detecção da ROP entre pacientes PIG,

deveria ser antecipado em relação ao recomendado pelas diretrizes

estabelecidas em muitos países industrializados e com excelência de

resultados em neonatologia.

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A Organização Mundial da Saúde, em seu programa Visão 2020,

identificou a ROP como uma causa importante de cegueira em países com

baixa mortalidade infantil. FORTES-FILHO et al., (2009) sugeriram que a ROP

e predominante em pré-termos nascidos com peso de nascimento<1.000 g nos

países industrializados e esta emergindo como causa importante de cegueira

infantil, também, nos países de economia ascendente, como o Brasil e outros

da America Latina, bem como na Ásia e no leste europeu, em função da maior

sobrevivência de recém-nascidos pré-termo de muito baixo peso. Estudos

sugerem que a incidência e severidade de ROP mostram um relacionamento

inverso com o peso de nascimento e com a IG e poucos casos de ROP severa

são diagnosticados em pré-termos com peso de nascimento>1.500 g ou com

IG > 32 semanas. A ROP severa, necessitando de tratamento, tem maior

incidência entre nascidos com IG < 28 semanas ou com peso de

nascimento<1.000 g, embora ainda sejam relatados casos dessa ocorrência

em bebes nascidos com IG entre 34 e 35 semanas e peso de nascimento >

1.500g, principalmente na presença de muitas comorbidades, como o relatado

na Índia, China e nas economias emergentes do leste europeu.

FORTES-FILHO et al., (2009) estudaram bebês com pesos de

nascimento 1.500 g e/ou idade gestacional 32 semanas e que sobreviveram

até o início das avaliações na sexta semana. Durante um período de 4 anos,

em um único hospital, eles examinaram 300 bebês e descobriram que 6%

deles desenvolveram RP suficientemente grave a ponto de necessitar de

tratamento. A incidência da doença condiz com aquela relatada por grandes

estudos multicêntricos realizados nos Estados Unidos, embora tais estudos

tenham sido feitos com bebês cujo peso de nascimento não excedia 1.250g.

Contudo, isso provavelmente reflete um alto nível de atenção neonatal em seu

hospital, recém deram início à implementação eficaz de um programa de

triagem da RP no Brasil, uma vez que relatam sua experiência em uma única

maternidade. Outras maternidades brasileiras precisam relatar seus resultados

com essa triagem, pois, com base na experiência de outros países, é

relativamente comum que bebês maiores desenvolvam cegueira à medida que

os serviços neonatais são disponibilizados à comunidade em geral. São

considerados fatores de risco: fatores maternos diversos, flutuação dos níveis

de oxigênio nas primeiras semanas, ventilação mecânica, hemorragia

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intracraniana, transfusões de sangue, septicemia, infecções congênitas,

persistência de canal arterial, índice de Apgar menor que 7 no 5º minuto, baixa

estatura para idade gestacional e principalmente a prematuridade e o baixo

peso ao nascer.

A classificação internacional da ROP, de 1984, define a doença de

acordo com a gravidade em cinco estágios (1-5), a localização em três zonas

(I-III) e a extensão em horas (1-12 h). A doença plus caracteriza-se pela

dilatação arteriolar e tortuosidade venosa, o que seria um indicador de

atividade da doença. A descrição desses achados é a seguinte: Estágio 1:

isquemia periférica da retina e presença de linha de demarcação entre a retina

vascularizada e a retina isquêmica; Estágio 2: presença de uma crista elevada

sobre a região periférica da retina; Estágio 3: presença de proliferação

fibrovascular retiniana ou extraretiniana sobre as áreas das cristas elevadas;

Estágio 4: início do descolamento tracional parcial periférico ou central da

retina (estágios 4A ou 4B); Estágio 5: deslocamento total da retina. Também

foi definido como doença limiar a presença de ROP estágio 3, em zona 1 ou 2,

com pelo menos cinco horas contínuas ou oito horas intercaladas, na presença

de doença plus. A importância clínica desse achado é que, as crianças com

essa apresentação, se não forem tratadas nesse momento, têm 50% de

chance de desenvolverem resultados anatômicos ruins. Posteriormente foi

sugerido que o tratamento poderia ser indicado já em momento de doença pré-

limiar. A doença pré-limiar tipo 1 é definida como qualquer ROP em zona 1 com

plus; estágio 3, zona I, sem plus; estágio 2 ou 3 em zona II, sem plus. A doença

pré-limiar tipo 2 é definida como qualquer ROP estágio 1 ou 2, zona I, sem

plus; estágio 3, zona 2, sem plus. No Brasil, estima-se que 16.000 recém-

nascidos por ano desenvolvam ROP, sendo que destes 562 evoluem para

cegueira. No entanto, a ROP inclui-se entre as causas evitáveis de cegueira e

por isso, o diagnóstico na fase inicial da doença é fundamental (TOMÉ et al.,

2010).

Um outro ponto crítico dos programas de triagem da RP é a realização

de consultas de acompanhamento. No relato de FORTES-FILHO et al., (2009)

a única criança cujo quadro evoluiu para cegueira não tinha sido levada pelos

pais para fazer o acompanhamento recomendado. Isso é trágico, já que o

tratamento oportuno provavelmente teria evitado esse desfecho. Os cuidadores

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precisam se certificar de que os pais ou responsáveis estejam cientes e

entendam a importância do acompanhamento oportuno; em alguns casos,

talvez seja até mesmo necessário manter os bebês internados até que os

riscos de desenvolvimento de doença grave tenham sido eliminados. É crucial

que os oftalmologistas e os neonatologistas/pediatras encarregados da atenção

ao bebê desenvolvam diretrizes que permitam que o acompanhamento

ambulatorial seja realizado.

Historicamente, o perfil da ROP é classificado em três epidemias. A

primeira epidemia surge entre os anos 40 e 50 em países desenvolvidos, como

consequência da melhoria do cuidado neonatal intensivo. Nos anos seguintes,

a redução do uso irrestrito de oxigênio foi acompanhada da redução na

incidência de cegueira por ROP, no entanto, concomitantemente, houve um

aumento da taxa de mortalidade infantil. A crescente sobrevivência de bebês

com menor peso e idade gestacional, fruto da constante melhora da tecnologia

e da assistência neonatal em países industrializados, traz consigo um novo

aumento de cegueira por ROP nestes países, chamada de segunda epidemia,

sendo esta restrita ao grupo de muito baixo peso ao nascer. Nestes países, as

mudanças na assistência neonatal com o uso mais conservador de oxigênio

suplementar, o monitoramento mais rigoroso dos níveis sanguíneos de

oxigênio e manuseio agressivo de intercorrências, sobretudo de alterações na

pressão sanguínea, concorrem para diminuir o risco de cegueira em bebês

mais maduros. A terceira epidemia surge como resultado do fenômeno na

América Latina e de alguns países do leste Europeu, no qual a ROP é a maior

causa de cegueira, afetando bebês mais maduros. Acredita-se que 2/3 das

50.000 crianças cegas por ROP estão na América Latina. No Brasil, estima-se

que por volta de 1.500 crianças nascidas pré-termo de muito baixo peso

estejam em risco de desenvolver ROP em forma grave e que possa ocorrer

mais de 500 novos casos de cegueira pela ROP a cada ano (TOMÉ et al.,

2010).

SCHUMANN et al., (2010) realizaram um estudo transversal

retrospectivo, com coleta de dados em prontuário. Foram critérios de inclusão:

Recém-nascidos com idade gestacional igual ou menor que 32 semanas e/ou

peso de nascimento igual ou menor que 1.500 gramas, admitidos na UTI do

Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) da Universidade Federal

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Fluminense, entre janeiro de 2003 e maio de 2005. Os critérios de exclusão

foram: recém-nascidos com malformações oculares ou síndromes genéticas

com comprometimento ocular. No período estudado, foram internados 101

RNPT e destes, 73 preencheram os critérios de inclusão.

O exame oftalmoscópico foi realizado por um único médico

oftalmologista, através de oftalmoscopia binocular indireta entre a 4ª e a 6ª

semana de vida ou entre 32 e 36 semanas de idade gestatória corrigida. Foi

utilizado colírio com fenilefrina a 2% e tropicamida a 0,5%, lente de +28 D e,

quando necessário, colírio anestésico, blefarostato e indentador. O sexo

masculino correspondeu a 45,2% da amostra. Oitenta e três por cento das

mães relataram ter realizado o prénatal, 64% apresentaram alguma

intercorrência na gestação e 38% apresentaram alguma intercorrência no

parto. O tipo de parto mais frequente foi o cesáreo (69%). Todos os RNPT

pertenciam à mesma classe de CRIB, variando de 0 a 5 (Grau 1). Cerca de

metade da amostra era de pacientes pequenos para a idade gestatória

(49,3%). O maior tempo médio de oxigenoterapia associou-se à maior

ocorrência e gravidade da ROP (F=10, p<0,05). O Apgar de 5º minuto não

estava associado à ocorrência de ROP (p=0,743). A análise multivariada

através da regressão logística hierárquica (método “forward”), forçando a

entrada da variável sexo no primeiro bloco, revelou que as características dos

RNPT são responsáveis por boa parte da explicação do modelo e que, das

variáveis representativas de tratamentos e morbidade, apenas transfusão

sanguínea foi incluída no modelo. A menor idade gestatória e o menor peso de

nascimento são fatores classicamente associados à ocorrência de ROP. Neste

estudo, estes fatores foram importantes preditores de ROP, tanto na análise

bivariada quanto na multivariada. Os mesmos achados são corroborados por

outros estudos(17-19). Isto se dá pela vascularização incompleta da periferia

da retina, que ocorre próximo do parto(20). A associação entre ROP e uso de

oxigênio, observada neste estudo, de forma independente, também tem sido

relatada na literatura(19,21-22) ( SCHUMANN et al., 2010).

Uma das complicações associadas à presença da RP é o

desenvolvimento de miopia (SIRA et al., 1988). Alguns estudos têm registrado

média de maior miopia em crianças com RP (cicatricial ou não) em

comparação aos sem retinopatia observou uma maior freqüência de miopia

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acima de seis dioptrias no primeiro ano de vida em crianças com RP. Possíveis

mecanismos para o desenvolvimento da miopia incluem deficiência mineral

associada às deformidades ósseas e danos retinianos subclínicos, com

alongamento axial (POHLANDT, 1994; GERDING e BUSSE, 1995). Ocorrência

de astigmatismo em crianças com baixo peso ou prematuras tem sido

controversa observaram não haver diferenças significativas na prevalência de

miopia em crianças prematuras ou com baixo peso ao nascimento sem

presença de RP, o mesmo ocorrendo em relação ao astigmatismo

YAMAMOTO et al., 1979; NISSENKORN et al., 1983; QUINN et al., 1991; LUE

et al., 1994). TASMAN 1979; POHLANDT, 1994; GERDING e BUSSE, 1995

Apud TORIGOE & CARVALHO, 2005).

FORTES-FILHO et al., (2006) afirmam que o conceito de prevenção da

cegueira nas unidades neonatais é recente. Se fossem realizados programas

de triagem para a retinopatia, o número de cegos de uma comunidade poderia

ser significantemente reduzido. A ROP tornou-se a maior causa de cegueira

infantil nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, em função da grande

sobrevivência de prematuros com menor PN e menor IG2. A Organização

Mundial da Saúde (OMS) estimou, em 2005, que, das 100.000 crianças cegas

na América Latina, 24.000 sejam em decorrência da ROP. Entre melhorias no

cuidado pré-natal, citam-se o uso preventivo de corticóides e os programas

assistenciais de préparto para evitar a prematuridade. A melhoria do cuidado

perinatal após o nascimento prematuro incluiu o uso de incubadoras com

aquecimento controlado, respiradores mecânicos de melhor qualidade,

respiradores de alta freqüência, dispositivos como o CPAP de uso imediato

após o nascimento, disponibilidade de surfactante, eritropoetina, indometacina,

além de equipamentos de ultra-sonografia e raio X para identificação de

comorbidades associadas à prematuridade.

No estudo realizado por SHINSATO et al. (2010) no período de fevereiro

de 2005 a janeiro de 2006 nasceram 92 crianças com peso inferior a 1.500

gramas, sendo que 19 evoluíram para óbito antes da primeira avaliação e três

receberam alta e não retornaram para o exame. Desta forma foram avaliados

70 recém-nascidos. A amostra foi dividida em dois grupos: ROP (grupo dos

pacientes que apresentaram algum grau de retinopatia da prematuridade) e

Normal (grupo dos pacientes que não apresentaram retinopatia da

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prematuridade). A frequência de ROP entre os recém-nascidos avaliados no

período de estudo foi de 35,71% (25/70). Considerando todos os nascimentos

ocorridos no HCFMRP-USP, a frequência de ROP foi de 1,36%. O estágio III

foi o mais predominante no grupo ROP, com 11 crianças (44% das ROP),

seguido do estágio I com 8 crianças (32%) e do estágio II com 6 pré-termos

(24%) Não houve pacientes nos estágios IV e V. Dez por cento dos pré-termos

necessitaram de tratamento com laser por apresentarem doença limiar.

incidência de retinopatia da prematuridade neste estudo foi de 35,7%

considerando todos os pré-termos avaliados. Na literatura nacional é descrito

incidências de 29,1%(8); 28,5%( e 27,2% de ROP. Todos estes estudos se

situam numa faixa de incidência semelhante e apresentam uma frequência

maior de ROP no estágio I, já o presente estudo apresentou uma frequência

maior de ROP no estágio III. Isso poderia justificar o aumento da freqüência de

ROP encontrada. Tlucek et al., (2012) verificou que a menor frequência de

ROP no estagio I neste trabalho pode significar uma falha na diferenciação

deste estágio no exame oftalmológico de triagem. Outro fator de risco que

apresentou relação significativa entre os grupos foi a presença de múltiplas

transfusões sanguíneas (p=0,01). Acredita-se que como a hemoglobina fetal

tem maior afinidade ao oxigênio em relação à hemoglobina do adulto, a

transfusão de hemoglobina do adulto geraria uma possível hiperóxia devido à

maior liberação de oxigênio para os tecidos. Outra teoria seria o aumento de

radicais livres após transfusões, devido ao aumento do ferro livre plasmático.

TORIGOE & CARVALHO, (2005) verificaram que a incidência da RP foi

28,19%, sendo que 66,67% de RP ocorreu em crianças nascidas com 1.000g

ou inferior; predominando os estádios mais precoces da RP, com incidência de

43,16% para o estadio 1 e 31,57% para o estadio 2 semelhantes aos países

desenvolvidos. A maior incidência dos estadios menos avançados coincidiu

com a regressão espontânea da RP. A idade cronológica média para o estadio

1 da RP foi 8 semanas, 12semanas para o estadio 2 e 14 semanas para o 3. O

estadio 3-limiar obteve média de detecção em 13 semanas de idade

cronológica, com incidência de 7,37%. O período crítico para o

desenvolvimento da RP foi 4 a 16 semanas para a IC ou 32 a 62 semanas para

a IPC. Para a detecção precoce dos estadios da RP e a seleção do momento

ideal para tratamento o exame oftalmológico deve iniciar-se entre 4 a 6

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semanas de IC ou 31 a 33 semanas de IPC, sendo o período de risco para o

desenvolvimento do estadio 3-limiar as primeiras 16 semanas de IC ou até 62

semanas de IPC, período mínimo de seguimento nas crianças com fatores de

risco para RP. O tratamento por meio de crioterapia foi realizado em 5,64% do

total de crianças, proporcionando 100% de resolução da doença. O tratamento

por meio de crioterapia mostrou-se uma forma eficaz de controle da doença. O

oxigênio foi significativo para o desenvolvimento da RP, sendo que o aumento

em um dia no uso do oxigênio elevou o risco em 1,5% de desenvolver a RP e

2,7% de pertencer ao grupo dos doentes. O não uso do oxigênio aumentou em

3,87 % a chance do não desenvolvimento da RP. Notou-se que 100% dos

doentes que necessitaram tratamento utilizaram oxigênio, sugerindo uma maior

gravidade da doença.

No estudo de PINHEIRO et al., (2009) a população estudada foi

composta por 663 neonatos, sendo 338 (51,0%) do sexo masculino. A média

do peso ao nascimento foi igual a 1.334,9 ± 345,6 g. A idade gestacional variou

de 23,0 a 39,6 semanas, sendo a média igual a 31,9 ± 2,3 semanas. A média

do tempo de oxigenioterapia foi igual a 10,0 ± 14,0 dias. Foram submetidos à

ventilação mecânica 233 (35,1%) pacientes; 304 (45,9%) prematuros tiveram

sepse neonatal e 185 (27,9%) receberam transfusão sanguínea. Na análise

univariada, as variáveis - peso �1.000 g, o peso de 1.000 g - 1.500 g, a IG <28

g, o tempo de oxigenioterapia de 11-20 dias e >20 dias, o uso de ventilação

mecânica, a ocorrência de sepse e o emprego de transfusão sanguínea –

apresentaram associação estatisticamente significativa (p<0,05) com o

desenvolvimento da ROP. Por outro lado, o gênero, a IG �34 semanas e o

tempo de oxigenioterapia ��10 dias não mostraram qualquer relação (p>0,05).

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Tabela 1: fatores de risco para retinopatia da prematuridade (ROP) analisados

em estudo.

Extraído de Pinheiro et al., (2009).

PINHEIRO et al., (2009) (Tabela 01 e Tabela 02) em seus estudos

verificaram que o baixo peso como fator de risco sugere que fatores envolvidos

no crescimento e desenvolvimento do indivíduo estejam implicados na etiologia

dessa patologia. Ainda de acordo com seus dados o nível sérico de IGF-1 se

correlaciona com o crescimento fetal. Com isso, uma expressão menor desse

fator contribuiria para um feto com peso reduzido e, portanto, com maior risco

para ROP. No que se refere ao tempo de oxigenioterapia, assim foi um

importante fator a ser levado em consideração no rastreamento de casos. Os

níveis arteriais de oxigênio interferem na formação vascular retiniana do

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neonato. A terapia de suplementação com oxigênio, geralmente empregada em

prematuros, expõe a retina à pressão arterial de oxigênio (PaO2) variando de

60 a 100 mmHg. Normalmente, a vascularização retiniana se processa intra-

útero sob baixas pressões de oxigênio – PaO2 igual a 30 mmHg. Numa

primeira fase, a hiperóxia provoca obliteração dos vasos já formados e suprime

a produção do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF),

comprometendo a angiogênese e causando hipóxia retiniana. Num segundo

momento, essa hipóxia estimula um aumento do VEGF e, com isso, provoca

uma neo-vascularização patológica. Ambas as alterações podem contribuir

para o desenvolvimento da doença. O recebimento de transfusão sanguínea

também expõe o prematuro ao desenvolvimento da doença, pois atribuem esse

risco às alterações hemodinâmicas durante a transfusão em bebês prematuros

que têm volume sanguíneo reduzido. Zin et al., (2007) corrobora cquando

afirma que as hemácias adultas, devido a sua menor afinidade pelo oxigênio,

poderiam causar toxicidade tecidual pela maior liberação desse elemento no

tecido retiniano. A avaliação das características dos recém-nascidos

prematuros e de seus fatores de risco é fundamental para identificar o grupo de

risco e, consequentemente, tornar mais eficaz sua triagem, possibilitando a

prevenção da cegueira e reduzindo a incidência da ROP ao longo do tempo.

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Tabela 02: Fatores de risco associados a retinopatia (ROP).

No estudo realizado por LERMANN et al., (2006) foram estudados 114

recém-nascidos. Em 83 pacientes, não se diagnosticou retinopatia da

prematuridade; 18 apresentaram retinopatia da prematuridade 1; sete,

retinopatia da prematuridade; seis, retinopatia da prematuridade em doença. A

prevalência de retinopatia da prematuridade foi de 27,2% (IC 95%: 19,28-

36,32), afetando 31 recém-nascidos, e a prevalência de retinopatia da

prematuridade que atingiu doença limiar foi de 5,26% (IC 95%: 1,96-11,10),

afetando seis pacientes. Verificou-se retinopatia da prematuridade em 50% dos

pacientes com peso inferior a 1.000 g e em 71,5% dos recém nascidos com

idade gestacional inferior a 28 semanas. A idade gestacional e o peso de

nascimento foram significativamente menores nos pacientes com retinopatia da

prematuridade em comparação aos normais (Tabela 03). A Tabela 03 ainda

apresenta a comparação entre os grupos com e sem ROP, evidenciando

significância estatística em peso ao nascimento, idade gestacional, uso de

ventilação mecânica e transfusões sangüíneas. Na tabela são apresentados os

dados comparativos entre os pacientes sem ROP e com ROP estágios 1, 2 e 3.

As variáveis que foram estatisticamente significativas na análise univariada

foram analisadas através de um modelo de regressão logística, sendo que o

peso e a idade gestacional não foram colocados juntos por existir colinearidade

entre eles. Os seis recém-nascidos com ROP que atingiram a doença limiar

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necessitaram de intervenção cirúrgica. Em nenhum deles foi necessário outro

tratamento cirúrgico para deter a ROP, mas foi necessária uma segunda

sessão de Foto coagulação a laser nos dois olhos de um dos recém nascidos

tratados. Todos os recém-nascidos tratados tiveram seus dois olhos tratados

no mesmo momento.

Tabela 03: Características dos grupos estudados e comparação com os que

apresentam ou não a doença.

Extraída de Lermann et al., (2009).

Nos estudos de Fortes-Filho et al. (2009) as médias do PN e da IG em

nossa coorte de pacientes foram, respectivamente, 1.213,50 gramas (± 277,4)

e 30,3 semanas (± 2,2). As prevalências da ROP em qualquer estadiamento e

da ROP severa, necessitando de tratamento, em nosso estudo podem ser

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comparadas com trabalhos originados de países ou de instituições com

elevada qualidade de atendimento perinatal. Os fatores de risco independentes

para o surgimento da ROP estiveram relacionados tanto com a baixa IG quanto

com o baixo ganho de peso no período pós-natal e, também, com o uso da

oxigenioterapia e com a necessidade de transfusões sangüíneas.

MOTA et al., (2008) em seu estudo das 168 crianças, 86 (51,2%)

apresentaram ROP em qualquer estadiamento e 12 (7,1%) desenvolveram

ROP limiar. Entre as 40 crianças do grupo I, 24 (60%) desenvolveram ROP em

qualquer estadiamento e 5 (12,5%) ROP limiar. Dos 128 pacientes do grupo II,

62 (48,4%) desenvolveram ROP, enquanto 7 (5,5%) avançaram para doença

limiar. Os grupos I e II não mostraram diferença significativa entre as

incidências de qualquer estadiamento de ROP e de ROP limiar. A IG variou

entre 26 e 31 semanas nos 5 pacientes que apresentaram ROP limiar e

pertenciam ao grupo , com mediana de 27,8 + 1,9 semanas. Em 7 crianças do

grupo II que tiveram ROP limiar, a IG variou entre 27 e 36 semanas, com a

média de 29,9 + 3,2 semanas. O teste t de Student, com intervalo de confiança

de 95%, não mostrou diferença entre as médias da IG nesses dois subgrupos

(p>0,05). Nos bebês com ROP limiar, o tempo de oxigênioterapia variou de 28

a 70 dias, com mediana de 60 dias para os 5 pacientes no grupo I; nos 7

pacientes com ROP limiar do grupo II, a variação ocorreu entre 1 e 91 dias,

com mediana de 38 dias. O teste não paramétrico de Kruskal-Wallis não

mostrou diferença significativa entre as medianas (p>0,05).

TOME et al., (2010), encontraram em seus estudos que todas as

crianças com PN menor que 750 g estudadas apresentaram ROP. De acordo

com a análise estatística realizada há dependência entre o PN e a presença de

ROP (p=0,0005). Todos os RN com idade gestacional menor que 28 semanas

apresentaram ROP, e a análise estatística demonstrou dependência entre a IG

e a presença de ROP (p=0,0005). Foram observadas diferenças

estatisticamente significativas quanto à ventilação mecânica, transfusão

sanguínea, hipertensão intracraniana e persistência do canal arterial (PCA),

para estes quatro fatores o p-valor foi menor que 0,01. Quando avaliado o

tempo médio de oxigenoterapia: oferecimento de oxigênio suplementar na

incubadora, cateter paranasal, capacete, CPAP nasal e entubação

endotraqueal, foi observado que no grupo com ROP a média foi de 31,02 dias

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contra 10,42 dias no grupo sem ROP, mostrando uma diferença

estatisticamente significativa pelo teste de Mann-Whitney (p=0,0001).

TOME et al., (2010) realizaram estudo no Hospital de Clínicas da

Universidade Federal de Uberlândia, um hospital universitário de nível terciário,

situado em uma região metropolitana, abrangendo uma população em torno de

2 milhões de habitantes. Os resultados mostraram uma prevalência de ROP

de 44,6%. Na literatura a ocorrência de ROP é variável; em estudos realizados

no Brasil a prevalência encontrada foi relativamente menor. No entanto, há

estudos internacionais cuja prevalência de ROP é semelhante a encontrada

neste estudo. A alta prevalência de ROP no HC-UFU pode estar relacionada

com alguns fatores, como por exemplo, a não padronização do uso de

oxigenioterapia. O estadiamento da retinopatia pode sofrer influencia

dependente ou relacionada ao examinador; ou mesmo devido ao fato de que, o

HC-UFU é um hospital de referência regional que atende pacientes de alto

risco, e por esse motivo teria uma prevalência aumentada de ROP. Os recém-

nascidos analisados no presente estudo tiveram peso de nascimento entre 500

g e 1.945 g e idade gestacional entre 26 e 39 semanas, sendo a ROP mais

frequente naqueles com menor peso e menor idade gestacional. Além disso, foi

observado que outros fatores de risco como transfusão sanguínea, PCA e

ventilação mecânica foram significativos no aparecimento da ROP. MOTTA et

al., (2008) corroboram com os resultados de Tomé et al., (2010) quando

afirmam que a prevalência de ROP encontrada em nosso estudo foi elevada no

grupo analisado, sendo que o desenvolvimento da doença foi inversamente

proporcional ao peso e a idade gestacional ao nascimento e esteve

diretamente relacionado ao tempo médio de oxigenoterapia.

SCHUMANN et al., (2010) sua amostragem foi constituída de 73 RNPT

e destes, 34 RNPT não apresentaram ROP (46,6%). Dos 53,4% que

apresentaram ROP, 13 tinham ROP 1 (17,8%), 20 tinham ROP 2 (27,4%) e 6

tinham ROP 3 (8,2%). Não foram observados ROP 4 e 5. O sexo masculino

correspondeu a 45,2% da amostra. Oitenta e três por cento das mães

relataram ter realizado o prénatal, 64% apresentaram alguma intercorrência na

gestação e 38% apresentaram alguma intercorrência no parto. O tipo de parto

mais frequente foi o cesáreo (69%). Todos os RNPT pertenciam à mesma

classe de CRIB, variando de 0 a 5 (Grau 1). Cerca de metade da amostra era

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de pacientes pequenos para a idade gestatória (49,3%). A menor idade

gestatória (F=12,196, p<0,001) e o menor peso de nascimento (F=11,235,

p<0,001) associaram-se à ocorrência e gravidade da ROP. O maior tempo

médio de oxigenoterapia associou-se à maior ocorrência e gravidade da ROP

(F=10, p<0,05). O Apgar de 5º minuto não estava associado à ocorrência de

ROP (p=0,743). A menor idade gestatória e o menor peso de nascimento são

fatores classicamente associados à ocorrência de ROP. Neste estudo, estes

fatores foram importantes preditores de ROP, tanto na análise bivariada quanto

na multivariada. As transfusões sanguíneas associaram-se à chance elevada

de ocorrência de ROP na análise multivariada. Entretanto, vale ressaltar que

pelo caráter retrospectivo do estudo, não controlamos as indicações de

transfusão e os índices hematimétricos pré-transfusionais.

Múltiplas transfusões sanguíneas têm sido descritas como fator de risco

para ROP (BASSIOUNY, 1996; REKHA; BATTU, 1996; GRUNAUER et al.,

2003; MARTIN BEGUE; PERAPOCH LOPEZ, 2003; LERMANN; FORTES

FILHO; PROCIANOY, 2006; FORTES FILHO et al., 2007; BINKHATHLAN et

al., 2008; CHEN et al., 2008 apud SHINSATO & JORGE (2009). Uma teoria

para explicar essa associação seria maior afinidade da hemoglobina fetal (HbF)

ao oxigênio em relação à hemoglobina do adulto (HbA), que geraria uma

possível hiperóxia devido à liberação maior de O2 para os tecidos. Outra teoria

seria que as múltiplas transfusões formariam mais radicais livres nos

prematuros devido ao aumento do ferro livre plasmático com aumento da

peroxidação lipídica.

Ainda em seu estudo SHINSATO & JORGE (2009) examinaram,

prospectivamente, os prontuários de 70 RN pré-termos com peso inferior a

1500g atendidos no Ambulatório de Retinopatia da Prematuridade do

HCFMRP-USP, no período de fevereiro de 2005 a janeiro de 2006. Nesse

período houve um total de 92 nascimentos com peso �1500g. Dezenove

pacientes evoluíram para óbito antes da primeira avaliação e três receberam

alta e não retornaram para seguimento. A frequência de ROP nos RN do

HCFMRP-USP foi de 35,71% entre os pré-termos com peso >1500g e de

1,36% no total de nascimentos, no período de fevereiro de 2005 a janeiro de

2006. Os fatores de risco associados à doença no nosso estudo foram: peso,

idade gestacional, o escore de gravidade SNAPPE II, uso de oxigenoterapia

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por ventilação mecânica e CPAP, múltiplas transfusões sanguíneas e uso de

diuréticos na análise univariada. A regressão logística múltipla não apresentou

diferença estatisticamente significativa entre os fatores de risco pesquisados,

provavelmente pelo tamanho reduzido de nossa amostra.

1.3 Tratamento da retinopatia na prematuridade

MELO & PRATESI (2009) em seus estudos concluiram que a retinopatia

da prematuridade por ser uma doença progressivo, porém passível de

tratamento, deve ser diagnosticada e tratada precocemente a fim de se evitar a

progressão da doença, o que poderá incidir em caso de cegueira irreversíveis.

A realização do exame oftalmológico para a detecção da ROP não está sendo

feita em todas as crianças nascidas prematuras e com o peso ao nascimento

de 1500g na UTI neonatal do HRC e, aquelas submetidas ao exame não o

realizam no período adequado, o que pode aumentar as chances para o

desenvolvimento da ROP grave. A prematuridade, o baixo e extremo baixo

peso ao nascer relaciona-se á maior tempo de exposição ao oxigênio, fato que

pode associar-se ao desenvolvimento da ROP severa com consequente perda

de visão. Sugere que o acompanhamento oftalmológico destas crianças, bem

como a orientação dos pais/responsáveis, após a alta hospitalar é fundamental,

pois a Retinopatia da Prematuridade poderá passar despercebida ocasionando

sequelas visuais importantes ou ainda, desencadeando cegueira total e

irreversível.

POZZI et al., (2000) em seus estudos avaliaram os prontuários de 761

crianças prematuras que nasceram no Hospital São Paulo da Universidade

Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina - no período compreendido

entre janeiro de 1988 e abril de 1998, que continuaram acompanhamento no

setor de Retina e Vítreo. Do total de crianças acompanhadas, 15 evoluíram

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com Retinopatia da Prematuridade que precisou de tratamento. Da população

original de 761 crianças pré-termo nascidas no Hospital São Paulo e

acompanhadas no Setor de Retina e Vítreo da Escola Paulista de Medicina,

132 (17,35%) tiveram algum grau de retinopatia. Dos 132 pacientes com lesões

retinianas, 15 (11,36%) evoluiram com Retinopatia da Prematuridade grau 3

com características de .doença limiar. sendo submetidos a tratamento. Destes

15 pacientes, 6 (40%) eram de sexo feminino, 9 (60%) de sexo masculino;

idade gestacional compreendida entre 25 e 33 semanas (média de 27,9

semanas); peso ao nascer entre 590 e 1600 gramas (média de 929,7gramas).

A refração foi feita em 10 olhos dos 5 pacientes tratados com crioterapia e em

18 olhos dos 9 pacientes submetidos a tratamento com laser. Nove pacientes

(64,3%) do total, desenvolveram erro refrativo de tipo miopia. Dos 5 pacientes

tratados com crioterapia, 4 apresentaram miopia considerada alta no nosso

trabalho (miopia com valores acima de 3,00 D), correspondendo a 80% desses

pacientes; 1 paciente mostrou hipermetropia leve (inferior +3,00 D)

correspondendo a 20%. A crioterapia já tem o seu valor comprovado no

tratamento da Retinopatia da Prematuridade. O laser vem sendo usado no

tratamento da retinopatia há bastante tempo e recentemente seu uso tem se

popularizado muito.

MOTA et al., (2008) concluiram que a crioterapia da retina isquêmica

periférica tornou-se o “padrão ouro”, após os resultados do estudo multicêntrico

para tratamento da ROP. Estudos mais recentes demonstraram que a ablação

da retina avascular periférica pela fotocoagulação com laser, além de ser tão

eficaz quanto a crioterapia em promover regressão da ROP limiar, oferece

melhor prognóstico visual e menor incidência de miopias elevadas. Nos nossos

pacientes, a eficácia do tratamento foi semelhante à dos estudos supracitados.

É possível que o uso do surfactante proporcione redução no tempo necessário

de ventilação mecânica, o que tem sido sugerido como fator de risco para

ROP. Nesse sentido, a utilização do surfactante deveria relacionar-se com

redução na freqüência da ROP. Por outro lado, esta medicação tem permitido

maior taxa de sobrevida em crianças com PN e IG muito baixas, que são os

fatores de risco considerados como os mais importantes para surgimento da

ROP. Os resultados sugerem que o risco de ROP limiar não é maior nas

crianças com síndrome de membrana hialina e que necessitaram de tratamento

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com surfactante endotraqueal. Os motivos que poderiam justificar diferenças na

ocorrência da ROP ou ROP limiar, em crianças tratadas com o surfactante

endotraqueal não estão bem esclarecidos.

SCHUMANN et al., (2010) demonstraram em seus resultados que a

amostra foi constituída de 73 RNPT e destes, 34 RNPT não apresentaram ROP

(46,6%). Dos 53,4% que apresentaram ROP, 13 tinham ROP 1 (17,8%), 20

tinham ROP 2 (27,4%) e 6 tinham ROP 3 (8,2%). Não foram observados ROP

4 e 5. O sexo masculino correspondeu a 45,2% da amostra. Oitenta e três por

cento das mães relataram ter realizado o pré-natal, 64% apresentaram alguma

intercorrência na gestação e 38% apresentaram alguma intercorrência no

parto. O tipo de parto mais freqüente foi o cesáreo (69%). Todos os RNPT

pertenciam à mesma classe de CRIB, variando de 0 a 5 (Grau 1). Cerca de

metade da amostra era de pacientes pequenos para a idade gestatória

(49,3%). A menor idade gestatória (F=12,196, p<0,001) e o menor peso de

nascimento (F=11,235, p<0,001) associaram-se à ocorrência e gravidade da

ROP. Também concluíram que as transfusões sanguíneas associaram-se à

chance elevada de ocorrência de ROP na análise multivariada. Entretanto, vale

ressaltar que pelo caráter retrospectivo do estudo, não controlamos as

indicações de transfusão e os índices hematimétricos pré-transfusionais.

SAEIDI et al., (2009) realizaram um estudo transversal prospectivo

coletando dados de 47 casos que receberam alta do Hospital Qaem em

Mashhad, no nordeste do Irã no periodo compreendido entre Abril de 2005 a

março de 2006. Foram analisados os bebês internados em UTI Neonatal com

um nascimento com peso inferior a 1500g ou idade gestacional menor de 32

semanas. Quarenta e sete lactentes foram incluídos no estudo. Destes, 4

(8,5%) crianças desenvolveram ROP (incluídos todos os estádios da doença).

O peso médio no grupo de ROP foi menor ue no grupo sem ROP e esta

diferença foi significativa (P = 0,03). A análise revelou que a idade gestacional

baixa, sepse e síndrome da angústia respiratória foram preditores

independentes para o desenvolvimento da ROP. Houve uma relação

significativa ROP entre início e sepse (P = 0,006). Outro dado importante foi

que não encontramos nenhuma diferença significativa entre os grupos em

relação a hemorragia intra-ventricular (IVH) e ROP, O2 e terapia ROP,

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convulsão e início ROP. A prevalência de ROP não foi diferente entre os sexos

e idade gestacional.

KLUCEK, at al., (2012) investigaram a relação entre a idade pós-

menstrual de aparecimento da retinopatia da prematuridade (ROP) e a

necessidade de tratamento, ao examinar os efeitos de dois diferentes

protocolos de saturação de oxigênio neonatal sobre esta relação através de

uma análise retrospectiva para as crianças elegíveis inatos nascidas antes e

após a instituição de novo protocolo de ajuste de saturação oxigênio alvo de

90% -99% a 85% -93%. O peso de nascimento médio/idade das crianças foi

de 840g por 26,1 semanas (de início precoce ROP) versus 952,5g por 28

semanas (de início tardio ROP; P <0,01 vs P <0,01). ROP desenvolvido em

119 dos 369 (32,2%) das crianças de oxigênio de alto-alvo, e 100 dos 373

(26,8%) crianças no grupo-alvo de baixa (P = 0,11). Cumulativamente, 35 de

144 (24,3%) de início precoce e 8 em 69 (11,6%) de início tardio pacientes

necessitaram de tratamento (P = 0,03). Portanto, verificaram que o

comportamento clínico do tipo 1 ROP é semelhante no início da doença e de

início tardio, independentemente de metas de saturação de oxigênio. ROP Tipo

1 da doença ocorreu em 11,6% dos pacientes com início tardio da ROP.��

No estudo de VENTURA et al., (2002) verificamos que foi elaborado um

protocolo em cinco etapas:

Primeira etapa: Realizaram-se a capacitação da equipe de profissionais da

Fundação Altino Ventura, discutindo-se os objetivos e a metodologia a ser

utilizada. Desenvolveram-se protocolos atualizados de condutas terapêuticas

para os casos de catarata congênita, doenças externas oculares, glaucoma

congênito, retinopatia da prematuridade, uveítes e visão subnormal. Segunda

etapa: Foram ministradas palestras, dirigidas aos profissionais (diretores,

comissão de ética, neonatologistas, pediatras, obstetras e enfermeiras) das

quatro principais maternidades públicas do Estado de Pernambuco,

separadamente, explicando quanto ao objetivo e a metodologia do projeto,

assim como, orientando acerca da importância do diagnóstico e tratamento das

principais patologias oculares da infância. Terceira etapa: uma equipe de

alunos do Curso de Residência Médica e Especialização em Oftalmologia e

uma aluna do Curso de Fellow em Oftalmologia Pediátrica e Estrabismo da

Fundação Altino Ventura, supervisionados por oftalmologistas pediátricas do

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"staff", realizaram a triagem visual dos recém-nascidos internados nas

enfermarias, berçários e UTIs neonatais, nas maternidades públicas, duas

vezes por semana. Eram encaminhados para a quinta fase do projeto os casos

com doenças oculares ou fatores de risco para doença ocular neonatal. Quarta

etapa: Realizou-se um protocolo específico com pesquisa da flora conjuntival

do recém-nascido, correlacionando-a a flora vaginal materna. Para esta etapa

do projeto, selecionou-se o serviço do CISAM, tendo em vista o maior número

de parto/mês. Uma aluna do segundo ano do Curso de Especialização em

Oftalmologia, foi devidamente treinada em laboratório, por um período de três

meses, para o processo de coleta do material conjuntival e vaginal. Os dados

da coleta foram obtidos logo a seguir, na maternidade do CISAM, onde no

período de agosto a outubro de 2000 foram realizados um total de 1.389

partos. A aluna do Curso de Residência Médica e Especialização em

Oftalmologia permanecia na maternidade, a espera que o parto transpelviano

se concretizasse, a fim de fazer a coleta do material, antes da aplicação do

nitrato de prata (método de Credé). Em se tratando de uma etapa mais onerosa

do projeto, coletou-se material conjuntival, de uma amostra aleatória de 25

recém-nascidos (50 olhos), e de material vaginal de sua genitora. Nesse grupo

de pacientes realizou-se a pesquisa de bactérias, fungos ou clamídia, por

métodos padronizados Quinta Etapa: Os casos triados na terceira etapa eram

examinados e tratados nos ambulatórios especializados da Fundação Altino

Ventura, através de protocolos atualizados Adotou-se como fatores de risco

para doença ocular neonatal antecedentes maternos de doenças infecciosas

gestacionais, baixo peso ao nascer (< 2.000g), e prematuridade (< 37

semanas), independentemente do uso de oxigenioterapia. Os dados obtidos

em cada etapa do projeto foram cadastrados em banco de dados especifico. A

análise estatística dos dados do projeto foi feita utilizando-se o Software

Minitab, versão 11. HUNGI et al., (2012) em seus dados corroboraram com

VENTURA et al., (2002) quando afirmam que é através da experiência e dos

dados obtidos nos estudos, que possibilitaram uma avaliação ampla sobre a

situação da saúde ocular na região, viabilizando uma melhor estratégia para o

planejamento de programas e ações futuras, focalizadas nos recém-nascidos

com maiores fatores de risco, atingindo nível de projetos mais organizados,

regidos pela demanda. Através de protocolos de atendimentos específicos para

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as doenças detectadas será possível estabelecer rotinas de padrão ideal de

tratamento em serviços públicos e privados.

BONOTTO et al., (2007) em seus estudos verificaram que nasceram,

durante o período de junho de 1992 a junho de 1999, na Maternidade Darcy

Vargas, 45.849 crianças. Destas, 1.422 (3,1%) eram prematuras, e

compreenderam a população de referência do estudo. Foram a óbito 256

durante a internação na UTI neonatal 200 prematuros não sobreviveram mais

de sete dias. Dos 1.166 prematuros sobreviventes, 457 não retornaram para

seguimento após a alta da maternidade, sendo que 709 foram protocolados no

serviço ambulatorial de seguimento ao prematuro no HOSAG. Excluindo, os

não cadastrados, os óbitos e os 423 prematuros que não preencheram os

critérios de seleção descritos na metodologia, permanecem para análise

estatística 286 prematuros e 269 mães. Dentre o grupo de prematuro

selecionado, 58 desenvolveram algum grau de ROP, prevalência de 20%. ROP

com indicação de tratamento na população estudada seria de 2%.Ainda de

acordo com BONOTTO et al., (2007) dos 286 prematuros 162 (56,64%) eram

do sexo feminino: 36 (22,2%) com ROP. Cento e vinte e quatro (43,35%) eram

do sexo masculino: 22 (17,7%) com ROP. O fator sexo não teve significado

estatístico (p=0,3504). O peso mínimo foi de 600 g e máximo 2.970 g, peso

médio 1.670 g ± 474,9. O fator peso ao nascimento mostrou-se altamente

significativo para o desenvolvimento da ROP. Apenas um caso dentre os

prematuros sem ROP (grupo I) não teve a informação do peso ao nascimento.

A idade mínima encontrada foi de 23 semanas e máxima 36 semanas (média

31,9 ± 4,155). Três casos do grupo sem ROP (grupo I) não tinham essa

informação. A idade gestacional mostrou-se altamente significativa em relação

à ROP, p=0,0006. A retinopatia dita limiar, observada no presente trabalho,

concentrou-se abaixo de 1.399 g e idade gestacional inferior a 33 semanas

(houve apenas um caso com 35 semanas IG). Conclui-se que o melhor

"screening" será feito examinando prematuros abaixo de 1.400 g e com idade

gestacional menor que 33 semanas.

A detecção precoce e o manejo de ROP podem prevenir a cegueira. O

prognóstico para manter a visão funcional é pobre em casos avançados da

ROP, mesmo com a aplicação de métodos atualmente disponíveis de

tratamento, incluindo terapia com laser, crioterapia, escleral e vitrectomia.

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Infelizmente, em muitos casos, o diagnóstico foi feito numa fase avançada,

quando o condição não era tratável. A frequência de ROP neste estudo foi

menor do que da faixa relatada em outros estudos em países em

desenvolvimento, e fatores de risco os nossos eram um pouco diferentes. Em

nosso estudo, apenas baixo peso ao nascimento, sepse e baixa idade

gestacional têm sido consistentemente associados com o doença (SAEIDI et

al., 2009).

De cordo com SOUZA & SANTOS (2010) dos 50 neonatos analisados,

27 (54,0%) foram do sexo feminino. Houve predominância por prematuros não

gemelares, 46 (92,0%). No peso ao nascimento houve predomínio pela faixa de

corte de 1000-1500 gramas, 35 (70,0%). Em relação a idade gestacional

predominou a faixa de 30-32 semanas, 25 (50,0%). b) A incidência da ROP foi

de 32%. b.1. Predominando os estágios mais precoces da ROP, com

incidência de 37,50% (06/16) para o estágio 1 e 25% (04/16) para o estágio 2.

O estágio 3 apresentou 6,25% (01/16). Os estágios 4 (a-b) e 5, apresentou

incidência de 0% (00/16). b.2. 68,75% (11/16) de ROP ocorreram em crianças

nascidas com 1.000 g ou inferior. Na faixa de 1000-1500 gramas apresentou

25% (04/16) de incidência. O corte das crianças com peso igual ou maior a

1500 g apresentou incidência de 6,25% (01/16). Em relação à idade

gestacional, 68,75% (11/16) ocorreu na faixa de nascimento igual ou menor a

30 semanas. Na faixa de 30-32 semanas de idade gestacional apresentou 25%

(04/16) de incidência de ROP. O corte das crianças com idade gestacional

igual ou maior a 32 semanas apresentou incidência de 6,25% (01/16). Para a

detecção precoce dos estágios da ROP e a seleção do momento ideal para

tratamento o exame oftalmológico deve iniciar-se entre 4 a 6 semanas de IC,

respeitando-se a idade gestacional, peso ao nascimento e os fatores de risco

como é preconizada pelo Grupo ROP Brasil. O tratamento da ROP, por meio

de laserterapia foi realizado em 10% (5/50) do total de crianças,

proporcionando 100% de resolução da doença. Dentre os fatores de risco

analisados para o desenvolvimento da ROP os únicos que apresentaram-se

estatisticamente significativos, com valor de p <0,05: a idade gestacional

(IG<30), o peso ao nascer (P<1000) e a utilização de oxigênio no período

neonatal.

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HUNGI et al., (2012) verificaram que a incidência global de ROP foi de

41,5% e tratável ROP foi de 26,4% (24/91) dos olhos com diagnóstico de ROP

e 10,2% (24/236) dos olhos globais selecionados. Os pesos médios ao nascer

e os períodos de gestação com e sem ROP foram 1555,9 vs 1672,5 g (P 0,005)

e 32,2 vs 34,6 semanas, respectivamente (P <0,001). Metade dos olhos

tratados tinham agressivo ROP posterior na zona 1. Todos os olhos tratados

tiveram um resultado favorável. Síndrome do desconforto respiratório,

oxigenioterapia, icterícia neonatal e sepse foram maiores no grupo ROP, mas

não foi estatisticamente significativa. Dos recém-nascidos totais selecionados,

68 (57,6%) foram mais pesadas e mais velho do que a seleção americana de

corte. Destes, 36,8% tinham alguma fase ROP e 8% de tratamento requerido.

FEGHHI et al., (2012) realizaram estudos com um total de 576 crianças

que preencheram os critérios de avaliação. Foi um estudo transversal de caso-

controle onde analisou-se todos os bebês com baixo peso ao nascer (BPN, �

2000g) recém-nascidos e/ou recém-nascidos menores de 32 semanas de idade

gestacional que havia sido hospitalizado na Unidade de Terapia Intensiva

Neonatal no período compreendido entre 2006-2010. A coorte foi dividida em

recém-nascidos sem ROP (nonROP grupo) e recém-nascidos com ROP (ROP

grupo). Os bebês foram examinadas por um grupo de oftalmologistas

pediátricos a partir de 6 semanas após o parto, e depois foram acompanhados

a cada 1-2 semanas até a alta hospitalar, morte ou completa avascularização

da retina. De 576 pacientes totais, 183 crianças (32%) (88 machos, 95 fêmeas)

tinha ROP. Houve diferenças significativas entre os grupos em idade

gestacional, peso corporal, e a duração da administração de oxigênio, e sepse

(P <0,05). Na razão masculino/feminino, nascimentos únicos e múltiplos,

icterícia, fototerapia e transfusão de sangue não foram significativas. A maioria

dos ROP foi de fase I ou II (137, 74,8%). Estágio III ou superior foi

desenvolvido em 46 lactentes (25,1%). A incidência de ROP neste estudo foi

maior do que em outras partes do mundo. Consciência e conhecimento de

ROP e seus riscos relativos precisam ser reforçados em oftalmologistas e

outros profissionais da saúde.

HENRIQUES et al., (2006) afirmam que a ROP é uma doença complexa

e é considerada um exemplo de . doença oxidante.do prematuro, assim sendo

uma doença relacionada com o uso de oxigênio todas as atitudes que

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conduzam a um menor uso de oxigenoterapia constituem por si só uma forma

de prevenção. As medidas para prevenir o parto prematuro e a indução pré-

natal da maturidade pulmonar pela corticoterapia constituem formas de

prevenção da ROP. O uso de surfactante pós-natal parece não diminuir a

incidência de ROP, mas o grau de gravidade da doença parece ser menor. O

uso da Vitamina E tem sido muito discutido nos últimos anos, não havendo

presentemente um consenso, no entanto uma nutrição adequada é um dos

fatores mais importantes para evitar o stress oxidativo. Enquanto esperamos

por novas armas terapêuticas como reguladores seletivos das prostaglandinas

e novos antioxidantes, a prevenção possível passa pela diminuição da

prematuridade, estimulação da maturação pulmonar, monitorização

permanente da PaO2, nutrição adequada e rastreio precoce da retinopatia da

prematuridade.

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2. Considerações finais

A retinopatia da prematuridade (ROP) é hoje a maior responsável pela

cegueira infantil devido a uma maior sobrevivência de prematuros de muito

baixo peso nos últimos anos.

Crianças com síndrome da membrana hialina, tratadas com o

surfactante, não apresentaram maior risco de ROP limiar.

Apesar da falha do sistema de saúde em prevenir a cegueira (ROP),

essas crianças merecem nossos esforços na tentativa de educá-las e integrá-

las à sociedade na medida do possível.

São fatores de risco: flutuação dos níveis de oxigênio nas primeiras

semanas, ventilação mecânica, hemorragia intracraniana, transfusões de

sangue, septicemia, infecções congênitas, persistência de canal arterial,

estatura para idade gestacional e principalmente a prematuridade e o baixo

peso ao nascer.

Por estar intimamente ligada aos prematuros, a retinopatia está

relacionada às práticas de cuidados neonatais. A administração e o

monitoramento inadequados de oxigênio, infecção, controle de temperatura

inadequado podem propiciar o desenvolvimento da ROP dos bebês nas UTIs

neonatais.

Outro fator constatado foram as transfusões sanguíneas associaram-se

à elevada chance de ocorrência de retinopatia da prematuridade.

Também encontramos uma relação expressiva mostrando que a idade

gestacional foi altamente significativa em relação à retinopatia da

prematuridade.

Portanto, o baixo peso ao nascer, um tempo prolongado de

oxigenoterapia, bem como a transfusão sanguínea são fatores associados ao

desenvolvimento da retinopatia da prematuridade.

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Sugerimos novos estudos acerca da retinopatia da prematuridade, uma

vez que é um agravo de saúde pública e requer atualizações constantes da

literatura, buscando sempre aprimorar o conhecimento do profissional da saúde

com relação aos cuidados com paciente prematuro. É importante buscar uma

sensibilização da sociedade médica no que se refere a retinopatia da

prematuridade.

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3. Referências Bibliográficas

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ANEXO I

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ANEXO II

Fonte: Conselho Brasileiro de Oftalmologia, 2011

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APENDICE I

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APENDICE II

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APENDICE III

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APENDICE IV