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Órgao nacional de expressom do Capítulo Galiza da Coordenadora Continental Bolivariana Nº 6 · Outono de 2009 Mais de quinhentos anos de opressom nacional da Galiza, Frente à passividade do regionalismo pequeno-burguês, da sua inicialmente sob a dominaçom da coroa de Castela, e carência de valentia, do seu timoratismo, das suicidas atitudes posteriormente polo imperialismo espanhol, deveriam ter sido contemplativas, umha vez mais foi a pressom social a que mais que suficientes para lograr a plena destruiçom do nosso provocou a necessidade de reagir. O 17 de Maio e o 18 de Outubro povo e da nossa pátria. Mas, contrariamente aos desejos nom podem ficar numha expressom vigorosa para evitar o assimilacionistas espanhóis, Galiza resiste, Galiza vive, existe um lingüicídio. Deve ser o início da reactivaçom da luita pola língua, da projecto nacional com apoio social suficiente para evitarmos a ocupaçom de espaços, da superaçom do resistencialismo, derrota que desesperadamente procura Espanha. passando à ofensiva. Mas sem cairmos em atitudes ambíguas, em alianças conciliadoras, em grotescos e oportunistas discursos, Sob estes parámetros devemos interpretar a intensificaçom da rebaixando posiçons, transformando tácticas em estratégias. permanente e incessante ofensiva contra o nosso principal sinal de identidade nacional: o idioma galego, por parte da voraz e A língua proletária do meu povo só poderá recuperar a sua criminosa oligarquia concentrada em Madrid e as suas plenitude superando o quadro jurídico-político espanhol ramificaçons colaboracionistas. desligando-se de Espanha aproximando-se do tronco comum da lusofonia. Mas sem um Estado galego soberano e independente Mas nom devemos desconsiderar a fragilidade e vulnerabilidade nom se pode atingir este objectivo. actual da nossa língua e cultura nacional perante a aprofundizaçom e maior eficácia do processo de espanholizaçom Em 1863 Rosalia de Castro -a mais universal poeta e patriota em curso. galega- escreveu os versos que intitulam este editorial. Pioneira na recuperaçom da nossa causa nacional a partir de posiçons O inimigo está em plena ofensiva. Agora já nom emprega abertamente progressistas, sabia como nós que a nossa pátria é a subterfúgios, opta por desvendar os seus planos estratégicos: Galiza, e a nossa língua o galego. Mas hoje, devemos acrescentar acabar com a língua e a cultura galega, folclorizando-a que, para o fazermos realidade, devemos ligá-lo a um objectivo: convertendo-a num simples dialecto a proteger nas vitrines Independência e Socialismo. académicas, impondo o espanhol e a sua cultura ao nosso povo.

Insurreicom n 6

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Boletim da CCB Capitulo Galiza

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Órgao nacional de expressom do Capítulo Galiza da Coordenadora Continental BolivarianaNº 6 · Outono de 2009

Mais de quinhentos anos de opressom nacional da Galiza, Frente à passividade do regionalismo pequeno-burguês, da sua inicialmente sob a dominaçom da coroa de Castela, e carência de valentia, do seu timoratismo, das suicidas atitudes posteriormente polo imperialismo espanhol, deveriam ter sido contemplativas, umha vez mais foi a pressom social a que mais que suficientes para lograr a plena destruiçom do nosso provocou a necessidade de reagir. O 17 de Maio e o 18 de Outubro povo e da nossa pátria. Mas, contrariamente aos desejos nom podem ficar numha expressom vigorosa para evitar o assimilacionistas espanhóis, Galiza resiste, Galiza vive, existe um lingüicídio. Deve ser o início da reactivaçom da luita pola língua, da projecto nacional com apoio social suficiente para evitarmos a ocupaçom de espaços, da superaçom do resistencialismo, derrota que desesperadamente procura Espanha. passando à ofensiva. Mas sem cairmos em atitudes ambíguas, em

alianças conciliadoras, em grotescos e oportunistas discursos, Sob estes parámetros devemos interpretar a intensificaçom da rebaixando posiçons, transformando tácticas em estratégias.permanente e incessante ofensiva contra o nosso principal sinal de identidade nacional: o idioma galego, por parte da voraz e A língua proletária do meu povo só poderá recuperar a sua criminosa oligarquia concentrada em Madrid e as suas plenitude superando o quadro jurídico-político espanhol ramificaçons colaboracionistas. desligando-se de Espanha aproximando-se do tronco comum da

lusofonia. Mas sem um Estado galego soberano e independente Mas nom devemos desconsiderar a fragilidade e vulnerabilidade nom se pode atingir este objectivo. actual da nossa língua e cultura nacional perante a aprofundizaçom e maior eficácia do processo de espanholizaçom Em 1863 Rosalia de Castro -a mais universal poeta e patriota em curso. galega- escreveu os versos que intitulam este editorial. Pioneira na

recuperaçom da nossa causa nacional a partir de posiçons O inimigo está em plena ofensiva. Agora já nom emprega abertamente progressistas, sabia como nós que a nossa pátria é a subterfúgios, opta por desvendar os seus planos estratégicos: Galiza, e a nossa língua o galego. Mas hoje, devemos acrescentar acabar com a língua e a cultura galega, folclorizando-a que, para o fazermos realidade, devemos ligá-lo a um objectivo: convertendo-a num simples dialecto a proteger nas vitrines Independência e Socialismo.académicas, impondo o espanhol e a sua cultura ao nosso povo.

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Nos últimos anos, com as vitórias seguírom, que liquidárom os caracterizado por umha forte e livres; as guerrilhas depunham as eleitorais dos candidatos da incipientes sistemas de apoio decisiva componente estatal armas, enquanto os partidos esquerda latino-americana, social e privatizárom todo, articulada com o sector privado. revolucionários chegavam à p r i n c i p a l m e n t e d o s q u e abrindo as economias ao exterior Sob novas roupagens, retomam- d e m o c r a c i a f o r t e m e n t e perspectivam um futuro socialista e transferindo o poder real para as s e a s s i m o s p r o g ra m a s debilitados por anos de feroz para o subcontinente e afastárom grandes multinacionais. democráticos que as burguesias d i t adu ra m i l i t a r. Face à do poder os partidos das nacionais latino-americanas possibilidade real de, pola oligarquias, começou a falar-se Mas sem buscar culpados, tentárom levar a cabo nos anos primeira vez em muitas décadas, de um “socialismo do século XXI”. se poderem constituir partidos Que socialismo é esse que pol ít icos e de l ivremente entusiasma largos sectores da disputarem e ganhar eleiçons, a esquerda da América Central e via revolucionária armada para a Latina e algumha da ibérica, que tomada do poder começou a ser vê com discreta simpatia a questionada.guerrilha colombiana e quebrou o isolamento de Cuba? Com a implosom do bloco de

Leste esta tendência acentuou-Que socialismo? se. A forças revolucionárias, o que Desde logo chama a atençom a restava delas, afundou-se ainda gritante falta de explicitaçom do mais com a perda de referências. que será esse socialismo do Em crise e incapaz de se século XXI, quais as suas autoavaliar criticamente, foi diferenças em relaçom aos perdendo base de apoio. “socialismos” praticados na URSS Enquanto isso, as oligarquias e nas democracias populares, a punham em prática as receitas ausência de qualquer balanço neoliberais por toda a América crítico a essas experiências Latina e Central, privatizando e fracassadas e aos actuais abrindo sem restriçons os seus “socialismos” cubano, chinês e pa íses à vorac idade das norte-coreano. Como também multinacionais.nom há qualquer explicitaçom sobre as classes que o realizarám. procurando acima de todo a paz 50 e 60, de inevitável conteúdo O resultado foi o estalar, com

social, o al ic iamento das ant i - imper ia l i s ta , dado o umha dimensom continental, de Sabe-se, isso sim, que rejeita a oligarquias e evitar rupturas com asfixiante domínio político, violentas crises económicas, via armada para a conquista do as oligarquias afastadas do poder. económico e militar dos EUA políticas e sociais, a partir de poder, que a esse socialismo se Trata-se portanto de recuperar o sobre a regiom. Polo que nom se meados dos anos 90. O chegará por via democrática, de papel do Estado como regulador e trata de edif icar nengum desemprego e a miséria atingírom forma gradualista e sem rupturas motor da economia, virando-a socialismo –entendido como o níveis inimagináveis, a inflaçom violentas com a antiga ordem, para o ataque às conseqüências controlo do aparelho de Estado tornou-se galopante, voltárom a aprofundando a “democracia económicas e soc ia is do pelo proletariado revolucionário, proliferar doenças que se pa r t i c i pa t i va ” e f a zendo neoliberalismo, recuperando as tendo em vista a criaçom de julgavam erradicadas, etc. s u c e s s i v a s a l t e r a ç o n s economias através de políticas relaçons de produçom nom Milhares de trabalhadores constitucionais, nacionalizando s o c i a i s a n t i c r i s e e d e baseadas no lucro e na aboliçom vinhérom para a rua, mas os recursos estratégicos, como o diversificaçom dos parceiros da propriedade privada e das também as pequena e média gás e petróleo, alguns sectores internacionais –Federaçom c lasses soc ia i s– mas da b u r g u e s i a s u b i t a m e n t e produt ivos e terras nom Russa, Irám, China, Coreia do substituiçom de um tipo de empobrecidas ou em vias disso, exploradas polos latifundiários Norte, Uniom Europeia, Médio Estado burguês (neoliberal) por ao mesmo tempo que irrompiam para as entregar a pequenos Oriente– a par da implementaçom outro, de tipo nacionalista mas fortes e massivos movimentos empresários e camponeses de importantes programas de igualmente burguês, em que a indígenas. Caírom governos por p o b r e s , n e g o c i a n d o a s desenvolvimento socioeconómico antiga oligarquia já nom é a entre violentos e prolongados i n d e m n i z a ç o n s c o m o s de combate à pobreza e de detentora exclusiva do poder protestos na Argentina, Brasil, expropriados e promovendo fortalecimento da “economia político e económico e o Venezuela, Chi le, Bol ív ia, importantes programas de nacional”. Daí estes novos imperialismo vê o seu campo de Equador… em defesa dos desenvolvimento humano e social governos colocarem no centro acçom limitado. O sistema depósitos bancários, contra o nas áreas da saúde, educaçom, d a s s u a s p o l í t i c a s a económico mantém-se o mesmo desemprego e a corrupçom, cultura e desporto. independência nacional e a – capitalista. contra a pilhagem dos recursos

soberania sobre os recursos naturais pelas multinacionais, Para a rea l i zaçom desse nacionais. pela posse da terra e o respeito socialismo caberia ao Estado Porque fôrom as oligarquias dos seus direitos ancestrais, etc. assegurar o controlo dos sectores Ou seja, o ataque ao capitalismo afastadas do poder nom se revendo nem nos partidos e empresas estratég icas, fica-se pola rejeiçom da sua A partir dos anos 80, com o tradicionais da esquerda nem nos desenvolvendo políticas de forma neoliberal, sendo o fracasso da revoluçom sandinista, da oligarquia, dada a sua c o r r e c ç o m a o s e f e i t o s socialismo em perspectiva de tipo assistiu-se a um processo de incapacidade de responder às d e s a s t r o s o s d a s o p ç o n s social-democrata, resultado de democratizaçom na América r e i v i nd i ca çons , t an to o s neoliberais praticadas polas um “contrato social” interclassista Latina. As velhas e sangrentas trabalhadores como as camadas ditaduras militares e os governos conforme os preceitos das ditaduras davam lugar a regimes intermédias da burguesia democráticos que se lhes revo luçons bu rguesas , e parlamentares, com eleiçons começárom a procurar novas

Reproduzimos a análise de António Barata, do Conselho de Redacçom da revista comunista portuguesa Política Operária, sobre os alguns dos processos vigorantes na América Latina.

Socialismo do século XXI

Umha receita requentada

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partidários de representaçom movimentos indígenas e num A resposta só pode ser umha. começasse a “dourar a pílula”, se parlamentar, tendo como únicos d i s c u r s o f o r t e m e n t e Inserindo-se nele. Mas tendo demitisse e voltasse a alimentar pontos comuns a rejeiçom da nacionalista, de defesa da bem clara a natureza social desse velhas mistificaçons – confundir globalizaçom neoliberal, a defesa soberania nacional sobre os movimento, que nom é proletário socialismo com capitalismo de os direitos humanos e da recursos naturais. nem almeja o controlo dos meios Estado, acreditar que se pode liberdade. de produçom por parte de quem chegar ao socialismo por via

Que fazer? t raba lha, que nom quer eleitoral, por etapas e em A vaga de vitórias eleitorais Aos trabalhadores e à esquerda expropriar o grande capital, nem negociaçom com a burguesia democráticas de 2005-2006, revolucionária coloca-se a liquidar o sistema capitalista. Por patriótica detentora do grande após a eleiçom de Lula e de questom: como podemos isso há que começar, sem capital, neutralizando-a ou Chávez, foi o ponto de viragem aproveitar esta onda nacionalista sectarismos, a demarcar campos conquistando parte dela. Essa do quadro político latino- progressista, popular e anti- e a chamar a cousas polos receita já foi experimentada, por americano, com a eleiçom de Evo imperialista, que colocou na nomes, de acordo com os seus exemplo no Chile de Allende, Morales na Bolívia, Daniel Ortega defensiva as oligarquias, está a conteúdos reais. com trágicas conseqüências.na Nicarágua, Raul Correa no der novo alento aos movimentos Seria trágico que a esquerda Equador, todos apoiados em p o p u l a r e s e a c a u s a r revolucionária, em nome de um programas de reformas sociais preocupaçons ao imperialismo unitarismo sem princípios, de favoráveis aos mais pobres e aos americano? u n i d a d e p e l a u n i d a d e ,

Se alguém pode pensar que a intençom do Na verdade, a Colômbia é a plataforma de prémio é comprometer a que cumpra as suas agressom para a conquista militar da promessas de paz e desmonte a política América do Sul, enquanto as Honduras som guerreirista do imperialismo que preside, há o ponto de partida de um operativo que lhe dizer que objectivamente esta estratégico que persegue reconquistar decisom do júri serve sobretodo para pôr ao politicamente toda Centroamérica, após as revés a actuaçom de Obama e lhe dar vitórias políticas da FLSN e da FMLN na leg i t imidade med iát i ca e l i cença Nicarágua e El Salvador. E em todos os casos internacional a nome da paz ao sua empenho de reacçom militar, Obama nega-se a na readequaçom dos planos de guerra dessa rectificar ou a contradizer as políticas dos super-potência estado-unidense, os quais - falcons e a razom de ser do Complexo para surpresa dos que se figérom Industrial Militar.exageradas ilusons em torno de sua vitória eleitoral- fijo seus o novo presidente desse Ao que parece, o “bondoso” presidente dos país. EUA quer-nos matar de maneira mais suave,

usando palavras mais benévolas e elegantes Mas além disso, como todo o prémio é do que as empregadas polos negociantes e inseparável do propósito de reconhecer fazedores de guerras. Agora abençoado com méritos numha determinada direcçom do o prémio Novel da Paz.afazer humano, há que acrescentar que Porque matar à grande perseguem as novas Obama carece deles em política de paz, já bombas super-inteligentes, as guerras de que inclusive tem intensificado a guerra no intervençom no Oriente e as tropas caminho Afeganistám e aprofundado os seus planos do Afeganistám; e matar soberanias e seres guerreiros no Paquistám, segue sem humanos perseguem os factos ominosos que resultados loables no Iraque, autorizou a apontam de imediato para apoiar o regime instalaçom de cinco novas bases militares narco-para terrorista de Àlvaro Uribe e (mais outras duas existentes) e o desestab i l i zar processos como o relançamento do Plano Colômbia-Iniciativa venezuelano, o equatoriano e o boliviano, Ainda, incrementou o orçamento militar do dentro da vertente continental de sua seu país, autorizou a fabricaçom de bombas “guerra global” destinada a conquistar a de alto poder destruidor, mantivo o seu apoio Amazonia.a Israel, continuou muitos dos traços da junto às onze famílias multimilionárias das anterior política exterior e garantiu a Honduras, aos generais ultradireitistas e à Obama quer ocultar essa realidade e nom impunidade das forças estado-unidenses partidocracia corrompida desse país. pode. Nem sem prémio, nem com prémio.que sustentam o golpe nas Honduras e o Quando se di que há “dous Obama”, um é engendro de Uribe na Colômbia. Entom a ele nom se lhe está a solicitar que virtual e outro real, um para valer e outro de

intervenha nas Honduras, e sim que anule a mentira, um de palavras voláteis e outro de Obama -tentando defender-se- considerou intervençom perpetrada. Que tire o tapete factos que as negam. E como é preciso ver irónico que quem historicamente aqueles imperialista aos golpistas, ou que se retire para crer, o Obama da paz singelamente nom que tenhem condenado as intervençons dos definitivamente a máscara do “poder suave”. existe, é umha falacia maior inocultável com EUA no Continente, lhe estejam agora Esta exigência em relaçom às Honduras nom o seu elegante cinismo, com a sua fina “solicitando” umha atitude enérgica frente tem nada de irónica. De ironia e cinismo inteligência e com esse maltratado e ao golpe nas Honduras. estivérom carregadas as suas palavras ao imerecido prémio.Mas ele sabe muito bem que o Pentágono, a referir as bases militares na Colômbia: para CIA, os seus oficiais da Base de Soto Cano, o Barak isso nom é mais que um “invento”, seu Embaixador, o funesto Negroponte e porque a seu dizer “nom se trata de bases inclusive certos assessores da senhora militares” mas de um velho “acordo de Clinton, preparárom esse golpe criminoso segurança” entre ambos países. Era boa!

Obama: cinismo maior

A infame concesom do Prémio Nobel da Paz 2009 ao presidente dos Estados Unidos provocou a nível mundial umha enorme consternaçom. Reproduzimos as sempre lúcidas reflexons do camarada Narciso Isa Conde, dirigente revolucionário dominicano e membro da Presidência Colectiva da CCB, em trânsito a MCB.

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contraataqueAvanço da esquerda revolucionária

Equador: Pátria Nova e SocialismoCom um duro discurso, Correa recusou as bases pobreza, a habitaçom, etc. Os casos de O Equador vive momentos conflituosos, a luita que os Estados Unidos pretendem implementar corrupçom com o irmao do presidente à cabeça, social aumenta, sectores sociais e populares na Colômbia. No Equador, contrariamente a esse a incompetência de seus servidores públicos, o tenhem sido insultados, estigmatizados e discurso pronunciado na UNASUR e que desprestígio da institucionalidade burguesa, que reprimidos. Os luitadores sociais tenhem sido geralmente o fai no exterior, a realidade é outra. apesar dos esforços do governo, nom tem podido criminalizados, qualificados de terroristas, Os gringos mantenhem presença efectiva no ser recuperada, a prepotência e autoritarismo de caceteiros, medíocres, preguiçosos.Equador e agora legalizada mediante acordos Correa tem provocado o descontentamento Este é o caso do magistério equatoriano que assinados no passado 25 de Agosto, entre os popular. Os remendos ao sistema som enfrenta constantes ataques por parte do dous governos, onde consta a legalizaçom da insuficientes diante da crise. regime. Em primeiro lugar, o Magistério fijo uso presença da DEA, o financiamento e Propujo-se a criaçom de Comités de Defesa da do direito à resistência consagrado no art. 98 da capacitaçom às forças repressivas, as operaçons Revoluçom Cidadá (ou de Rafael Correa), Constituiçom, perante a implantaçom, por parte conjuntas, a criaçom de unidades investigativas, integrados com militantes de Aliança País ou do Ministro de Educaçom Raúl Vallejo (10 anos o submetimento ao polígrafo (detector de servidores públicos do regime, inclusive sabe-se neste posto), de umha avaliaçom educativa mentiras) a militares e polícias, todo abaixo da que gente com antecedentes paramilitares, em netamente punitiva e persecutória que viola cortina da luita contra o narcotráfico e o crime governos anteriores, estám a cargo de recrutar preceitos constitucionais e que procura organizado. pessoas para estes comités que basicamente responsabilizar da crise educativa do País. Os A retórica da revoluçom cidadá, que a Pátria já é estám concebidos para enfrentar quem se mestres nom fôrom escuitados apesar das de todos (muito mais da nova burguesia), que as opuger aos desígnios de sua majestade Rafael constantes mobilizaçons.maos limpas (agora salpicadas de corrupçom), Correa. Procuram o confronto povo contra povo. Com o fim de destruir a organizaçom gremial as mentes lúcidas (agora retrógradas), se voltou maior do Equador, aprovou-se umha reforma à contra os sectores sociais e populares, freando o Por outro lado, a oligarquia reagrupa-se, fai lei de carreira docente que conculcou direitos avanço do processo que se vinha dando no País. tentativas de tomar força, fai-no em meios de sindicais consagrados inclusive na OIT; por outro

comunicaçom para desprestigiar o governo, lado mediante decretos pretende-se asfixiar Correa anunciou na sua posse do passado 10 de escandaliza-se em defesa da liberdade de economicamente este grémio impedindo o Agosto, que é necessário radicalizar o processo, expressom, no meio de todo isto, aumenta umha contributo voluntário de quase $1.50 por mestre proposta que é correcta, desde que seja com os campanha anticomunista, antirrevolucionária a à UNE.trabalhadores e povos do Equador. Este nom é o propósito dos cantos de sereia de Correa. A Nesse caminho também os trabalhadores fôrom caso. direita guarda um silêncio complacente perante atingidos com decretos como o 1701 que procura No meio da agudizaçom das contradiçons os protestos, aprovando no fundo as políticas de o incremento de salários retirando-o das internas do governo, a ala direita tem Correa. Há que assinalar que a burguesia nom utilidades dos trabalhadores ou como a lei do conseguido implantar a sua hegemonia, tem sido afectada significativamente; no serviço público que tenciona dividir o movimento promovendo leis e medidas que prejudicam aos governo existe a abertura para conversar com sindical e nesta mesma lei, roubar ao mestre a trabalhadores, mestres, estudantes, indígenas, banqueiros, empresários, cámaras de metade ou mais de seu salário ao o incorporar camponeses, comerciantes, etc. O povo pede produçom, contrariamente à política de ouvidos como servidor público e deixar inexistente a lei factos, o palavrório do discurso de Correa já nom surdos para com os mestres, trabalhadores, de remuneraçons que rege o magisterio.fai efeito perante a falta de soluçom da crise estudantes e indígenas. Quanto ao movimento estudantil, o governo económica, da alta de preços, o desemprego, a criou uns semideuses tecnocratas na Secretaria

Correa e a viragem para a direita: Equador, a luita social aumenta

Publicada biografia de Moncho Reboiras destinada à difusom internacional

O Capítulo Galiza da CCB publicou, com o intuito de dar a conhecer a sua f i gu ra na Amér i ca La t i na , aproveitando a viagem de umha delegaçom internacionalista à República Bolivariana da Venezuela.

No site da CCB-Galiza disponibiliza-se a ediçom digital da obra, editada em papel e ilustrada com imagens de Reboiras e de documentos da história da Galiza dos últimos 35 anos.

Col bor com a a a

esquerda

revolucionária

10 e ro u s

a Galiza rebelde com a America Insurgente

a Galiza rebelde com a America Insurgente

(vermelha)

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atrás

(vermelho, verde caqui e preta)Talha M, L e XL

Talha M, L e XL

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Com um duro discurso, Correa recusou as bases servidores públicos do regime, inclusive sabe-se impedindo o contributo voluntário de quase que os Estados Unidos pretendem implementar que gente com antecedentes paramilitares, em $1.50 por mestre à UNE.na Colômbia. No Equador, contrariamente a esse governos anteriores, estám a cargo de recrutar Nesse caminho também os trabalhadores fôrom discurso pronunciado na UNASUR e que pessoas para estes comités que basicamente atingidos com decretos como o 1701 que geralmente o fai no exterior, a realidade é outra. estám concebidos para enfrentar quem se procura o incremento de salários retirando-o das Os gringos mantenhem presença efectiva no opuger aos desígnios de sua majestade Rafael utilidades dos trabalhadores ou como a lei do Equador e agora legalizada mediante acordos Correa. Procuram o confronto povo contra povo. serviço público que tenciona dividir o movimento assinados no passado 25 de Agosto, entre os sindical e nesta mesma lei, roubar ao mestre a dous governos, onde consta a legalizaçom da Por outro lado, a oligarquia reagrupa-se, fai metade ou mais de seu salário ao o incorporar presença da DEA, o financiamento e tentativas de tomar força, fai-no em meios de como servidor público e deixar inexistente a lei capacitaçom às forças repressivas, as operaçons comunicaçom para desprestigiar o governo, de remuneraçons que rege o magisterio.conjuntas, a criaçom de unidades investigativas, escandaliza-se em defesa da liberdade de Quanto ao movimento estudantil, o governo o submetimento ao polígrafo (detector de expressom, no meio de todo isto, aumenta criou uns semideuses tecnocratas na Secretaria mentiras) a militares e polícias, todo abaixo da u m h a c a m p a n h a a n t i c o m u n i s t a , de Planejamento SENPLADES; a partir este cortina da luita contra o narcotráfico e o crime antirrevolucionária a propósito dos cantos de supra organismo criam-se leis neoliberais a fio. organizado. sereia de Correa. A direita guarda um silêncio A retórica da revoluçom cidadá, que a Pátria já é complacente perante os protestos, aprovando Numha síntese de urgência: A Lei de de todos (muito mais da nova burguesia), que as no fundo as políticas de Correa. Há que assinalar ordenamento territorial propom a entrega em 8 maos limpas (agora salpicadas de corrupçom), que a burguesia nom tem sido afectada anos da educaçom, saúde, habitaçom e outras as mentes lúcidas (agora retrógradas), se voltou significativamente; no governo existe a abertura aos governos seccionais, o que significa contra os sectores sociais e populares, freando o para conversar com banqueiros, empresários, privatizaçom. A lei de educaçom superior, bem avanço do processo que se vinha dando no País. cámaras de produçom, contrariamente à política como as outras, deixa ver as posiçons

de ouvidos surdos para com os mestres, desenvolvimentistas do regime de Correa, esta Correa anunciou na sua posse do passado 10 de trabalhadores, estudantes e indígenas. lei elimina a autonomia universitária, procura Agosto, que é necessário radicalizar o processo, equilibrar a oferta e demanda da mao de obra proposta que é correcta, desde que seja com os O Equador vive momentos conflituosos, a luita qualificada ou semiqualificada, mediante o trabalhadores e povos do Equador. Este nom é o social aumenta, sectores sociais e populares controlo governamental, umha universidade ao caso. tenhem sido insultados, estigmatizados e serviço do governo e nom do povo. A propósito No meio da agudizaçom das contradiçons reprimidos. Os luitadores sociais tenhem sido desta lei Correa dixo numha das suas internas do governo, a ala direita tem criminalizados, qualificados de terroristas, comunicaçons habituais:“existem 10.000 conseguido implantar a sua hegemonia, caceteiros, medíocres, preguiçosos. carreiras universitárias (das quais) muitas nom promovendo leis e medidas que prejudicam aos Este é o caso do magistério equatoriano que contribuem para o desenvolvimento do País”. trabalhadores, mestres, estudantes, indígenas, enfrenta constantes ataques por parte do Acrescentando: “É possível seguir subsidiando camponeses, comerciantes, etc. O povo pede regime. Em primeiro lugar, o Magistério fijo uso com 400 milhons de dólares as universidades factos, o palavrório do discurso de Correa já nom do direito à resistência consagrado no art. 98 da para graduar desempregados?”.fai efeito perante a falta de soluçom da crise Constituiçom, perante a implantaçom, por parte económica, da alta de preços, o desemprego, a do Ministro de Educaçom Raúl Vallejo (10 anos A educaçom básica também se vê afectada por pobreza, a habitaçom, etc. Os casos de neste posto), de umha avaliaçom educativa umha lei que viola direitos dos mestr@s, corrupçom com o irmao do presidente à cabeça, netamente punitiva e persecutória que viola concebe a educaçom como um serviço e nom a incompetência de seus servidores públicos, o preceitos constitucionais e que procura como um direito. Neste tema, Rafael Correa, o desprestígio da institucionalidade burguesa, que responsabilizar da crise educativa do País. Os pregoeiro do liberalismo de Eloy Alfaro que apesar dos esforços do governo, nom tem mestres nom fôrom escuitados apesar das implantou o laicismo no Equador, lança um podido ser recuperada, a prepotência e constantes mobilizaçons. decreto 1780 no qual o ministério de governo e autoritarismo de Correa tem provocado o Com o fim de destruir a organizaçom gremial as missons religiosas terám sob a sua tutela a descontentamento popular. Os remendos ao maior do Equador, aprovou-se umha reforma à educaçom, a saúde, os meios de comunicaçom e sistema som insuficientes diante da crise. lei de carreira docente que conculcou direitos a cultura, e irám evangelizar as comunidades Propujo-se a criaçom de Comités de Defesa da sindicais consagrados inclusive na OIT; por indígenas do oriente, Esmeraldas e Galápagos, Revoluçom Cidadá (ou de Rafael Correa), outro lado mediante decretos pretende-se apoiados, claro está, com as forças armadas. integrados com militantes de Aliança País ou asfixiar economicamente este grémio Isto assemelha-se à época da colónia quando os

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Um comunicado do Estado Maior Central da Presidente da República para manifestar a sua de Tres Esquinas, ou em Barrancón, é umha guerrilha comunista colombiana solicita aos infinita molestia polo irrespeitoso desprezo. negaçom de proporçons faraónicas. Ali

“militares de honra” do exército regular unir forças “Nom podo fazer nada”, respondeu. Era um mandam os gringos. Os oficiais colombianos, para fazer frente aos militares estrangeiros, em

presidente autista, sem noçom de pátria, como acontecia na Loma Linda, nem sequer clara alusom ao incremento dos efectivos após o

acostumado a rumiar no estábulo ianque dos poderám aproximar-se as barracas e acordo de instalaçom de sete bases ianques. As lacaios. Matallana, homem de coragem instalaçons onde operam os militares norte-FARC-EP voltam a manifestar a sua radical

oposiçom a um acordo que viola a soberania militar, apresentou entom a sua renúncia americanos. A “soberania compartilhada”, a nacional colombiana. irrevogável, afirmando com energia que na que de maneira insólita alude Uribe, é um

Reproduzimos integralmente o comunicado Colômbia nom pode existir território algum sofisma para tontos, porque nunca pode ser insurgente difundido por ANNCOL. ocupado por forças estrangeiras e muito soberano um país ocupado por tropas

menos vedado a um General da República. estrangeiras. A humilhaçom de ver oficiais Aos militares de honra Uns anos depois, reunido na Casa Verde com colombianos subordinados a oficiais do Fazemos um fraternal e patriótico apelo aos os comandantes guerrilheiros Manuel Comando Sul do exército dos Estados Unidos, militares de honra para que junto ao nosso Marulanda Vélez e Jacobo Arenas, o altivo nom deve ser tolerada onde há honra.povo formemos um só feixe que converja general prometeu-lhes com énfase: contem Quem entende esse linguajar presidencial de numha guerra pátria para defender a nossa comigo se algum dia o país é invadido polos que os militares gringos terám imunidade, soberania e dignidade latino-americana, gringos. Qué qualidade humana e militar a do mas nom impunidade? Talvez Uribe está enlamada até a medula de infamia, sangue, nosso digno adversário na guerra de acreditando que os colombianos som umha corrupçom e servilismo polo presidente Álvaro Marquetália! manada de ignorantes atronados.Uribe Vélez, quem sem ficar sequer corado, Essa é a honra que deve inflamar o peito de porque carece de dignidade, aceitou a um militar que verdadeiramente sinta a pátria Senhores oficiais e suboficiais: frente as instalaçom polo Império de 7 bases militares por dentro. projeçons neocoloniais do governo de na Colômbia, as quais serám como umha daga Washington devemos assumir a mesma envenenada enterrada no corpo da Pátria e a atitude insubornável e patriótica do Libertador sua ponta atingirá o coraçom mesmo da Simón Bolívar, que dizia: “Aborreço essa América Latina, cujo único objectivo é impedir canalha de tal modo que nom quigera que se o processo democrático e integracionista dos dixera que um colombiano fazia nada como nossos povos, que baixo a luz da ALBA tenhem eles… Os Estados Unidos som os piores e som continuado o inconcluso projecto libertário os mais fortes ao mesmo iempo… Formado que desejara truncado o Libertador Simón umha vez o pacto com o forte, já é eterna a Bolívar. obrigaçom do débil”.

Apelamos a sua honra porque sabemos que Nós devemos é priorizar a procura da unidade ela é a primeira virtude do militar. A honra é o dos nossos povos. Retomar o projecto da que fai que se sofra com espartano estoicismo Grande Naçom de Repúblicas que dominava o e sem desespero todas as vicisitudes que nos sonho do Libertador, como escudo do nosso depara a guerra; ela é a que nos impulsiona a destino. Na história da Nossa América, entregar a vida no campo de batalha sem sobressai o anti-imperialismo de militares nengum cálculo diferente ao bem da Pátria. patrióticos como o general Omar Torrijos do Entendendo por Pátria o território da Naçom Panamá, o coronel Francisco Caamaño da com a sua biodiversidade, riquezas naturais, Dominicana, o general Velasco Alvarado do populaçom e cultura, e nom, os bens, Peru, Prestes no Brasil e Arbenz na interesses e livros de cheques dos Guatemala, entre outros, que pola sua atitude Santodomingo, dos Ardila Lulle, os Sarmiento ganhárom o afecto dos seus povos.Angulo e pare de contar…

Aqui devemos forjar a resistência patriótica, Sabemos que na Instituiçom Militar para sorte O afastado incidente de Loma linda trouxo a coordenando esforços com as organizaçons da Colômbia e orgulho da América Latina, nossa memória a recente afrenta de militares políticas e sociais do país, para fazer ainda há nom poucos homens que preservam gringos contra a guarda de honra que prevalecer a soberania e a dignidade. Exército imaculado a sagrada honra militar e por isto, esperava ao presidente Bush na escada do patriota, guerrilha bolivariana e povo podem com altivez olhar de frente aos seus aviom, na sua escala em Bogotá. Para mobilizado, som os únicos que podem atalhar concidadaos e estreitar a mao dos mesmos, assombro do País, os gorilas da segurança de o voo ameaçador da águia da doutrina Monroe porque nom a tenhem manchada de sangue Bush requisárom aos militares colombianos e sobre os céus da Nossa América. Fagamos com os crimes de lesa humanidade dos mal revisarom-lhe as suas armas, sem que realidade o sentimento puro do general chamados “falsos positivos”, que evidenciam ninguém se queixasse. Matallana de fazer respeitar a pátria, unidos umha profunda descomposiçom moral tanto como deve ser.dos ordenadores como dos executores, nem Nengum protesto; só o silêncio servil do alto tenhem a consciência cheia de mofo pola comando e o presidente. Como se ultrajou Ontem o honorável adversário dizia-nos: degradante corrupçom que cada dia nessa ocasiom o nosso decoro! A decisom de contem comigo; hoje dizemos-lhes, contem reverdesce mais neste Governo de mafia, Uribe de permitir a instalaçom de 7 bases connosco, nom só para defendermos a paramilitarismo e crime, onde os que se militares dos Estados Unidos no território soberania pátria, como também para consideram figuras da soberania, som colombiano é um acto de alta traiçom à pátria construirmos umha Colômbia Nova, se traidores infames que nom tenhem sequer o latino-americana. Ceder o território como ousarem.prestígio da legalidade, porque os seus actos, base de agressom contra países irmaos, inclusive as suas vidas, tenhem sido toda contra os mesmos compatriotas, e como Saudaçons cordiais. Compatriotas,umha fraude. esteio de consolidaçom de umha estratégia de

predomínio continental, deve encher de Secretariado do Estado Maior Central das Senhores oficiais e suboficiais: Quando o vergonha a alma dos colombianos. Nom há FARC-EPgeneral Joaquín Matallana quijo entrar ao argumento mais irrisório e cínico que o de enclave estado-unidense de Loma Linda Uribe para explicar, que neste caso, nom se Montanhas da Colômbia, 6 de Novembro de (Meta), um oficial gringo de terceira categoria configura perda de soberania, porque os 2009impediu-lho com arrogância. Ferido na sua militares colombianos estariam no comando honra o general colombiano dirigiu-se ao de tais bases. O que acontece na base aérea

FARC-EP apelam a militares patriotas para combaterem conjuntamente a intervençom norte-americana na Colômbia

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O Dia Nacional da nossa Pátria é 25 de Julho. É umha data de luita em defesa da nossa identidade nacional e de combate pola independência. Hoje, 12 de Outubro, o nosso povo nada tem que celebrar pois nem somos espanhóis nem queremos seguir pertencendo a um Estado alicerçado no extermínio permanente de povos e culturas, construido sobre o maior genocídio da história universal, e que 500 anos depois mantém intacto o seu projecto assimilacionista e imperialista. Hoje o povo galego sinte-se mais perto que nunca dos povos irmaos da América Latina e as Caraíbas, do conjunto de povos e naçons indígenas que lográrom sobreviver à brutalidade da conquista e colonizaçom espanhola. Como galegas e galegos sabemos do que falamos porque levamos mais de 500 anos sofrendo nas nossas carnes o que significa o projecto assimilacionista espanhol para o nosso povo e a nossa naçom.

Hoje estamos com o povo trabalhador das Honduras na sua luita contra a ditadura da camarilha fascista de Micheletti, com a insurgência colombiana no seu combate heroico contra o regime criminoso e terrorista de Uribe, ao lado das mudanças e contraditórios processos de transformaçom na Venezuela, no Equador, na Bolívia, na Nicarágua, no Salvador, contra as bases ianques, contra as oligarquias, ao lado de todas as luitas pola segunda independência e o socialismo.

12 de Outubro: O povo galegonada tem que celebrar

No quadro da ofensiva imperialista espanhola contra a nossa Pátria e do Capital contra o proletariado e a classe trabalhadora só existe umha alternativa real para evitar a destruiçom da Galiza e o incremento da nossa exploraçom e dominaçom de classe: a luita consequente e organizada. Todas as outras vias, ensaiadas desde há mais de século e meio polo reformismo, constatárom umha e outra vez o seu estrepitoso fracasso. A incorporaçom das forças populares à lógica institucional da burguesia, -a ditadura das democracias formais-, saldarom-se sempre com a derrota do horizonte transformador que latejava nos seus objectivos, mediante a fagocitaçom dos líderes e a posterior adaptaçom as inaceitáveis regras que perpetuam a opressom e a dominaçom. Hoje, no quadragéssimo segundo aniversário da morte do comandante Che Guevara, devemos recolher e fazer nosso a integridade do seu exemplo de combatente insubornável pola Revoluçom Socialista. Sem umha transformaçom radical do sistema nom é possível acabar com tanta infamia, dor, sofrimento e destruiçom. Este nom se vai deixar nunca mudar desde o seu interior. Há que destruí-lo desde fora. Isto só é possível mediante umha estrategia que combine a mobilizaçom de massas com a hegemonia popular em todos os ámbitos. O nosso Povo de forma instintiva, mas também consciente, optou em diferentes etapas históricas pola rebeliom e a insurreiçom. Existe um fio condutor, umha invisível linha vermelha, entre Benigno Álvares, Gomes Gaioso, Foucelhas, O Piloto, Moncho Reboiras, Abelardo Colaço, Henriqueta Outeiro, Lola Castro, José Vilar e a actual esquerda revolucionária independentista. O seu sangue nom foi derramado em vao. A sua entrega e sacrifício forma parte da melhor expressom da tradiçom que honramos e pola qual manifestamos um profundo orgulho como povo trabalhador combatente. O aroma da sua pólvora, a fragância dos seus valores, a textura da sua prática, o brilho do seu exemplo estám vigentes em nós, projectam-se até a eternidade em forma de vitória. Sem mulheres e homens assim Galiza e a nossa classe nunca atingirá a liberdade e a emancipaçom. Para fazer a Revoluçom é imprescindível ter revolucionári@s. O degrau mais elevado da espécie humana nom aparece espontaneamente, é um produto social que há que construir com constância e teimosia. O Capítulo Galiza da Coordenadora Continental Bolivariana saúda e adire às iniciativas que em diversos pontos da Naçom comemoram o Dia da Galiza Combatente. Viva a Galiza Combatente!Antes mort@s que escrav@s!Honra e glória as nossas heróis e mártires!Pátria, Socialismo ou morte!

A Coordenadora Mapuche Arauco-Malleco emitiu um comunicado em que reivindicava a queima de dous camions da empresa transformadora de madeira e no qual se declarava a guerra ao Estado do Chile. A Coordenadora dava por finalizado o diálogo com o governo do Estado sobre a propriedade das terras incluídas na naçom mapuche, renunciava à nacionalidade chilena e declarava a independência de todo o território reconhecido como Mapuche no Tratado de Tapihue, o que significa desde o rio Bio-Bio para o Sul.A CAM declarou que tomou estas decisons em resposta à violência repressiva incessante contra o povo mapuche e perante o nom avanço do diálogo com o Estado. O governo chileno chamou de delinqüentes aos alçados e ameaçou com cortar toda possibilidade de negociar sobre o reconhecimento da propriedade da terra às comunidades que dessem acobilho a membros da CAM.

Mapuches declaram a guerra ao Estado chileno

A segunda Brigada Galega Fuco Gomes, conformada por internacionalistas galeg@s, partiu para Cuba 24 e de Outubro para incorporar-se no contingente da Brigada 50º Aniversário da Morte de Camilo Cienfuegos.

Além do trabalho voluntário em projectos de desenvolvimento social, a brigada conhecerá ao perto a forma de participaçom social, bem como a cultura e outros aspectos da realidade cubana. Da mesma forma, a existência da luita galega pola independência e o socialismo será dada a conhecer junto do movimento revolucionário cubano.

O nosso país estará representado no Congresso Constitutivo do Movimento Continental Bolivariano que se celebrará em Caracas os dia 7, 8 e 9 de Dezembro.

Galiza participará no Congreso do MCB

Segunda Brigada Galega a Cuba

11 de Outubro, Dia da Galiza Combatente

Teimosamente construindo as forças da insurreiçom

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Edita: Capítulo Galiza da Coordenadora Continental BolivarianaTiragem: 1.000 exemplaresEncerramento de ediçom: 12 de Novembro de 2009Blogue: www.ccb-galiza.orgCo-e: [email protected]

parte do mundo, cheira a guerrilha bolivariana. Vivemos um controlo do pensamento que faria tornar moderados os vaticínios mais sombrios dos romances 1984, Um mundo feliz e Fahrenheit 451 ou os filmes Brazil, Matrix e até a mais recente Sector 9.

Tanto os grandes telejornais como a ficçom de Hollywood, passando polas toneladas de papel manchado de tinta dos grandes empórios jornalísticos, hoje todos atacam um mesmo alvo. Inclusive os principais presidentes da América Latina devem discutir com Uribe, servil ventríloquo local do grande amo imperial, tomando como eixo o apoio, a rejeiçom ou a indiferença em frente às FARC-EP. Nem UNASUR nem a OEA tenhem escapado a estes debates.Nesse contexto global, onde a culminaçom da guerra fria nom tem permitido que baixe um grau a temperatura da guerra psicológica contra as rebelions armadas contemporáneas, que pensam realmente as FARC-EP? Possuem um plano? Tenhem ideologia? Mantenhem a suas dezenas de milhares de jovens combatentes obrigados e ameaçados? Como vem o futuro da América Latina?

A longametragem FARC-EP: A insurgência do século XXI tenta responder aquelas perguntas, submetendo a discussom a propaganda barroca e macartista promovida polos EUA. Para isso, a equipa de cinema «Glauber Rocha», formada por camarógrafos de diversos países da América Latina e Europa, interna-se na selva, percorre as cordilheiras e as montanhas, mostrando de dentro, como nunca dantes se viu, a vida quotidiana nos acampamentos das FARC-EP. O documentário, que dura quase duas horas, incorpora entrevistas aos principais comandantes guerrilheiros do secretariado das FARC-EP e numerosos depoimentos de combatentes de base, camponeses e jovens urbanos do Partido Comunista Clandestino de Colômbia (PCCC), incluindo seqüências sobre o papel fundamental das mulheres na luta guerrillera, os indígenas e povos originarios, o problema do narcotráfico, o paramilitarismo, os prisioneiros de guerra, as novas bases militares norte-americanas e a violaçom sistémica dos direitos humanos por parte do terrorismo de Estado na pátria do líder independentista Simón Bolívar.

A estrutura formal do documentário constitui um imenso collage, onde aparecem reconstruidos tanto as matanças da empresa bananeira UNITED FRUIT em 1928,

Enquanto os Estados Unidos lançam a sua Quarta Frota e instalam sete novas como o assassinato do dirigente popular Eliécer Gaytan em Abril de 1948 e a bases militares na Colômbia, em diferentes países da América Latina acaba- fundaçom das FARC-EP até a captura de militares norte-americanos na selva se de estrear simultaneamente «FARC-EP A insurgência do século XXI», colombiana, o caso recente de Ingrid Betancourt e as declaraçons dos principais documentário de longa metragem que narra o conflito armado do ponto de referentes paramilitares (aliados de Uribe) que confessam terem recebido dinheiro vista da guerrilha bolivariana. das bananeiras para assassinar guerrilheiros e massacrar populaçom civil.No século XXI a insurgência é um souvenir do passado? Acabárom-se as Nesse mosaico que nom deixa nada ou quase nada de fora, som retratadas pola ideologias? Os revolucionários convertêrom-se em delinqüentes, primeira vez na história (até onde temos notícias) os cursos de formaçom, políticos, narcotraficantes, assaltantes de caminhos, terroristas? ideológicos e militares, dos combatentes comuns das FARC-EP e também das suas

forças especiais. No meio da selva, os rios, as árvores imensas e os animais Os grandes monopólios da (in)comunicaçom insistem com umha mensagem aparecem bibliotecas, grupos de leitura, quadros pretos e muita, mas muita gente velha, gasta e única: a insurgência colombiana nom tem ideologia, jovem a estudar. Quem assista a alguma projecçom deste filme nom poderá deixar formaçom cultural nem projecto político. O seu coraçom mercenário palpita de recordar as cenas daquelas Notas da guerra revolucionária polidos e retratados ao ritmo frenético e louco da coca. O antigo e tenebroso “ouro de Moscovo” noutra época pola pluma extraordinária de Ernesto Che Guevara, um dos foi substituído polas pastas cheias de dólares e euros, provenientes do inspiradores da ideologia das FARC-EP junto ao seu lendário comandante e fundador narcotráfico. Os indígenas massacrados, as mulheres violadas, os jovens Manuel Marulanda Vélez, recentemente falecido. Mas as cenas e entrevistas que maltratados. Nos ecráns de TV o movimento guerrilheiro converteu-se num retrata este filme nom pertencem aos saudosos anos sessenta, tam louvados e tam monstro bem mais temível do que Satám, Lucifer, Luzbel e os piores bastardeados, mas… ao século XXI.demónios medievais.

Como em Cuba, Nicarágua e El Salvador, como na Argélia e sobretodo no Vietname, O velho e barbudo Karl Marx começava o seu célebre Manifesto Comunista hoje a Colômbia vive umha guerra civil de dimensom continental. Este filme mostra afirmando que “Um fantasma percorre a Europa: o espectro do comunismo. o que jamais aparece na CNN e outros altofalantes do poder: o conflito armado Contra este espectro conjurárom-se em santa turba todas as potências da desde o ponto de vista da rebeldia bolivariana. Nom passará despercebida.velha Europa … nom há um partido de oposiçom que seja a quem os adversários dirigentes nom alcunhem de comunista”. Se trocarmos “comunismo” por FARC-EP (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo), hoje o fantasma continua a deambular por ali. Que movimento social radicalizado da América Latina nom tem sido estigmatizado e acusado de simpatizar com as FARC?

Hoje em dia, a CIA, o FBI, a DEA e outros organismos “democráticos” andam a repartir a acusaçom de colaborador das FARC a qualquer que tentar, parecer ou aspirar a ser um dissidente radical.A obra As bruxas de Salem de Arthur Miller parece ter sido escrita ontem. O macartismo passeia altaneiro e desafiante. Toda dissidência, em qualquer

FICHA TÉCNICA:Roteiro e direcçom / Script and Direction: Diego RiveraMontagem / Editing: Afasto CarpentierCámaras / Cameras: Diego Rivera, Tina Modotti e César VallejoFotografa / Cinematography: Frida KahloProduçom / Production: Grupo de cinema «Glauber Rocha»Postproduçom / Pós-production: Julius Fucik e André Gunder FrankMúsica / Music: Banda de som das FARC-EP / Songs of FARC-EPInvestigaçom Jornalística / Journalistic Research: Roque DaltonAssessoramento historiográfico / Historical Consultant: Ruy Mauro MariniAgradecimientos / Thanks: Frida Kahlo, Ulrike Meinhof e Vladimir Maiacovsky112 minutos / minutesMini DV Cam, 2009

Documentário FARC-EP: A insurgência do século XXI