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Apontamentos sobre a interlocução realizada em um período de um ano com Rafaela Jemmene e Rita Balduino.
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Alguns apontamentos sobre a exposição
individual “Janela Muda” de Rita
Balduino por Rafaela Jemmene
Interlocução
Em abril de 2012, comecei com a artista Rita
Balduino um percurso que foi chamado de
interlocução, entendida neste processo como uma
troca de pensamentos que ocorriam a cada
encontro entre eu e Rita. Conversámos e
debatíamos seu processo artístico, suas
aflições e pensamentos.
A interlocução entre nós propiciou a construção
de um conhecimento, que culminou em uma
exposição, por meio de articulação dos
pensamentos e das ideias da artista.
A exposição que surgiu a partir deste processo
intitulou-‐se “Janela Muda” e dela fizeram parte
três instalações que ocuparam o térreo do
sobrado que abriga a Casa Contemporânea.
O processo iniciado antes desta corporificação
do trabalho, foi longo, aproximadamente 1 ano,
e dele participei ativamente como interlocutora
da artista.
Os nossos encontros eram direcionados a pensar
e discutir o trabalho de Rita, que estava em
período de ebulição em sua busca artística, e
descobria várias possibilidades nas quais
poderia encaminhar seu trabalho e
questionamentos. Diante disso, lemos,
escrevemos, projetamos e assim a exposição foi
aos poucos mostrando sua forma.
A Imagem
Porém a imagem que Rita Balduino propõe não é a
representação de um objeto, situação ou cena,
com o intuito de provar sua existência,
resgatar ou preservar sua memória. Mas antes de
tudo é a vontade de questionar, na ebulição de
tantas vozes e imagens, nesta multidão de
tantas coisas, o que fica?
E assim passamos por estes lugares, que Rita
construiu para abrigar seus trabalhos. Lugares
de imagens reinventadas, reconstruídas e
projetadas, voltando a um questionamento tão
importante para pensar a imagem e suas
possibilidades atualmente: O que de fato vemos?
"O que vemos e o que nos olha"? 1
1 DIDI-‐HUBERMAN, Georges. O que vemos, que nos olha. São Paulo: Editora 34, 1998.
Janela Muda
1,33 (ou 4:3) -‐ também chamada de "janela clássica", utilizada na televisão tradicional (SDTV) e na grande maioria das telas de computadores, bem como em praticamente todo o cinema feito até por volta de 1950 -‐ e ainda hoje, por alguns raros filmes que buscam um enquadramento "clássico".
Na verdade, desde o final da década de 1920, o fotograma cinematográfico teve que ser redimensionado para abrir espaço para o som e tomou o formato 1,37 (aproximadamente 11:8). A partir daí, a proporção 1,37 passou a ser conhecida como "janela acadêmica" ("Academy aspect ratio") e o velho e quase idêntico padrão 1,33 tomou o nome de "janela muda" ("Silent aspect ratio").
http://pt.wikipedia.org/wiki/Propor%C3%A7%C3%A3o_de_tela
Relação de Imagens
Imagem Capa: Visualização comparada de três proporções de tela de cinema: a "janela clássica" (1,33), a "janela norte-‐americana" (1,85) e a "janela panorâmica" (2,35). http://pt.wikipedia.org/wiki/Propor%C3%A7%C3%A3o_de_tela -‐ acesso: 06 de junho de 2013.
Desenhos para as instalações: (Corredor/ Sala 1 e Sala 3): Rafaela Jemmene.
Fotografia “Caixa de Diálogo # 1”: Marcia Gadioli.
Fotografia: “A distância é um perto dos olhos”: Rita Balduino.
Rafaela Jemmene
Doutoranda em Artes Visuais e Mestre pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Realizou com apoio da Capes a pesquisa “Espaço Diminuto: o espaço como potência”. Graduada em Artes Visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo (2008). Atua como artista visual, pesquisadora e educadora. Desde 2005 participa de exposições em salões de arte, galerias e espaços culturais, no Brasil e no exterior. Fez parte do grupo de pesquisa em arte issotudoégrupo (2008 a 2011). Uma das idealizadoras e organizadoras da plataforma de arte impressa sobrelivros. Participa do Grupo de Pesquisa Arte e Cidade na Unicamp.