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I – Introdução Em geral, a relação jurídica é formada pelo triângulo juiz, autor e réu. Mas não é sempre que essa relação simples abarca todos os possíveis envolvidos ou interessados num processo, seja direta ou indiretamente. Em algumas situações, essas relações de direito material podem produzir efeitos, não somente sobre os litigantes diretos, mas sobre outras pessoas, em princípio estranhas ao processo. Dessa forma, a lei prevê a possibilidade de terceiros intervirem no processo, seja de forma espontânea ou provocada, seja em substituição a um dos litigantes ou em acréscimo. A este instituto dá-se o nome de “Intervenção de Terceiros”. Ocorre toda vez que alguma pessoa estranha à lide (que não é parte) ingressa no processo. Justifica-se apenas quando seu direito puder ser atingido pela decisão judicial (GONÇALVES, 2009, p. 147). É necessário, portanto, que o terceiro que intervier no processo tenha interesse jurídico no resultado da demanda, não sendo qualquer motivo que justifique sua entrada no litígio. Trata-se, de um incidente processual que, via de regra, causa morosidade ao processo, e só é permitido em alguns casos previstos em lei. Dependendo da modalidade da intervenção, ela pode ser voluntária ou compulsória (coercitiva). Não é possível a intervenção de terceiros no âmbito dos juizados especiais, em conformidade com o artigo 10 da lei 9.099/95, visto que tais juizados tem o objetivo de celeridade dos processos. Definição : “Dá-se à intervenção de terceiros quando uma pessoa ou ente, não sendo, originariamente, parte na causa, nela ingressa para defender seus próprios interesses ou os de uma das partes primitivas da relação processual”. (LEITE , 2009, p. 421). II – Modalidades de intervenção de terceiros: Conforme Gonçalves, a intervenção de terceiros pode ser dividida em duas grandes classificações: a) Quando a iniciativa parte do terceiro, podendo ser: Assistência; Oposição. b) Quando o ingresso de terceiro é provocado, podendo ser:

Intervenção de Terceiros

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Direito Civil

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I Introduo Em geral, a relao jurdica formada pelo tringulo juiz, autor e ru. Mas no sempre queessa relao simples abarca todos os possveis envolvidos ou interessados num processo, seja direta ou indiretamente. Em algumas situaes, essas relaes de direito material podem produzir efeitos, no somente sobre os litigantes diretos, mas sobre outras pessoas, em princpio estran!as ao processo."essa forma, a lei prev# a possibilidade de terceiros intervirem no processo, seja de forma espontnea ou provocada, seja em substituio a um dos litigantes ou em acrscimo. $ este instituto d%&se o nome de '(nterveno de )erceiros*.+corre toda vez que alguma pessoa estran!a , lide -que no parte. ingressa no processo. /ustifica&se apenas quando seu direito puder ser atingido pela deciso judicial -0+12$34E5, 6778, p. 9:;..< necess%rio, portanto, que o terceiro que intervier no processo ten!a interesse jurdico no resultado da demanda, no sendo qualquer motivo que justifique sua entrada no litgio. )rata&se, de um incidente processual que, via de regra, causa morosidade ao processo, e s= permitido em alguns casos previstos em lei."ependendo da modalidade da interveno, ela pode ser volunt%ria ou compuls=ria -coercitiva.. 1o possvel a interveno de terceiros no mbito dos juizados especiais, em conformidade com o artigo 97 da lei 8.788>8?, visto que tais juizados tem o objetivo de celeridade dos processos. Definio@ 'D-se interveno de terceiros quando uma pessoa ou ente, no sendo, originariamente, parte na causa, nela ingressa para defender seus prprios interesses ou os de uma das partes primitivas da relao processual*. -3E()E, 6778, p. :69.. II Modalidades de interveno de terceiros: Aonforme 0onalves, a interveno de terceiros pode ser dividida em duas grandes [email protected] a iniciativa parte do terceiro, podendo ser@ $ssist#nciaC +posio. b.Buando o ingresso de terceiro provocado, podendo ser@ 1omeao , autoriaC "enunciao da lideC A!amamento ao processo. 9. 1.Assistncia Artigos 50 a 55 do CPC.1essa interveno, um terceiro que ten!a interesse no processo e se beneficie dele, poder% ingressar assistindo umas das partes -M$D$, 6797.+corre, portanto, na !ip=tese de um terceiro intervir no processo para colaborar com uma das partes, pois tem interesse em que a parte seja vencedora da demanda, uma vez que a deciso tambm l!e afeta.1a assist#ncia o assistente no avoca para si algum direito ou benefcio, mas tem o Enico objetivo de que a parte a quem assiste ten!a resultado positivo no processo. < o caso, por eFemplo, do sublocat%rio, cujo sen!orio, no caso o sublocador, est% sendo litigado pelo locador para devolver o im=vel a ele locado. 1a !ip=tese de o locador gan!ar a causa, fazendo com que o locat%rio deiFe o im=vel, a implicao indireta que o sublocat%rio tambm dever% deiFar o im=vel em questo, embora ele no ten!a nen!uma relao direta com o locador.G% duas formas de assist#ncia@ 5imples ou $desiva e 3itisconsorcial. 9.9. $ssist#ncia 5imples ou $desiva "e acordo com o A=digo de Hrocesso Aivil@$rt. ?7.Hendendo uma causa entre duas ou mais pessoas, o terceiro, que tiver interesse jurdico em que a sentena seja favor%vel a uma delas, poder% intervir no processo para assisti&la.Har%grafo Enico.$ assist#ncia tem lugar em qualquer dos tipos de procedimento e em todosos graus da jurisdioC mas o assistente recebe o processo no estado em que se encontra.1a assist#ncia simples o terceiro no tem ligao direta com o litgio, ou seja, no parte daao, porm pode ser afetado pela deciso. "essa forma ele ingressa no processo com o intuito de assistir, ajudar a uma das partes de forma a se beneficiar com a deciso judicial -1$"I, 6797.1este caso o assistente entra no processo como coadjuvante, e, embora sujeito do processo,no se torna parte dele. 5o necess%rios tr#s requisitos@ -i. que o terceiro ten!a relao jurdica com as partesC -ii. que essa relao seja distinta da que est% sendo discutida em juzo, eC -iii. que o resultado jurdico afete a relao jurdica do terceiro com a parte. -0+12$34E5, 6778, p. 9?9.. )em, portanto, o assistente, o interesse jurdico que a deciso da demanda seja favor%vel ao assistido.$ assist#ncia pode ser admitida em qualquer est%gio do processo, sendo claro, conforme par%grafo Enico do $rt. ?7, que o assistente participa do processo no estado em que se encontra, no podendo de nen!uma forma intervir em situaes j% resolvidas anteriormente. 9.6. $ssist#ncia 3itisconsorcial)ambm c!amada de $ssist#ncia Bualificada, assim descrita no $rt. ?: do AHA@$rt. ?:.Aonsidera&se litisconsorte da parte principal o assistente, toda vez que a sentena !ouver de influir na relao jurdica entre ele e o advers%rio do assistido.Har%grafo Enico.$plica&se ao assistente litisconsorcial, quanto ao pedido de interveno, suaimpugnao e julgamento do incidente, o disposto no art. ?9.1este caso, o assistente tem relao jurdica direta com o litigante do assistido, ou seja, o resultado da demanda afeta diretamente direito seu. < o caso do !erdeiro, em processo representado pelo esp=lio, cuja sentenaten!a efeito direto no seu direito de !erana.1essa modalidade, o terceiro solicita o ingresso na ao na qualidade de litisconsorte, dessa forma, um pode representar o outro ou o grupo no processo -0+12$34E5, 6778, p. 9??..Aonforme )ornag!i, o assistente litisconsorcial deiFa de ser coadjuvante e passa a ser litisconsorte facultativo do processo, como declara@1esse ponto reside a grande diferena entre o assistente coadjuvante -art. ?7. e o considerado litisconsorte -art. ?:.@ aquele no pode assumir, em face do pedido, posio diversa da do assistidoC esse, o assistente litisconsorcial, de que trata este artigo, pode faz#&lo. $ assist#ncia simples cessa nos casos em que o processo termina por vontade do assistido -art. ?J.C a litisconsorcial permite que o interveniente prossiga para defender o seu direito, ainda que a parte origin%ria !aja desistido da ao, !aja recon!ecido a proced#ncia do pedido ou !aja transacionado com a outra parte -)+D1$0G(, 98;?, p. 6J9..Aarlos Genrique Kezerra 3eite coloca da seguinte forma@1a pr%tica, a assist#ncia litisconsorcial assemel!a&se a uma espcie de litiscons=rcio facultativo ulterior, na medida em que o assistente litisconsorcial poderia, desde o incio do processo, ter sido litisconsorte facultativo&unit%rio da parte assistida -3E()E, 6778, p. :6J..Aitando Alaudio $rmando Aouce de Menezes, o mesmo autor coloca que@1a assist#ncia simples, a relao jurdica com o assistido e na relao litisconsorcial com a parte contr%ria a do assistidoC na assistencia litisconsorcial, o direito tanto do assistido quanto do assistenteC j% na assist#ncia simples o direito somento do assistido. 1a assist#ncia litisconsorcial, no se aplica o disposto no art. ?J do AHA, pois o assistente litisconsorcial poder% se opor , desist#ncia do assistido, , proced#ncia do pedido, , transao e ao acordo, porque ele parte, litisconsorteC o assistente coadjuvante no podeassumir, em face do pedido, posio diversa da do assistidoC o assistente litisconsorcial pode faz#&loC a assist#ncia simples cessa nos casos em que o processo termina por vontade do assistido -art. ?J.Ca litisconsorcial possibilita a defesa do interveniente, mesmoque a parte origin%ria ten!a desistido, transacionado ou recon!ecido -3E()E, 6778, p. :6J e :6:..+ $rt. ?? do AHA diz que,$rt. ??.)ransitada em julgado a sentena, na causa em que interveio o assistente, este nopoder%, em processo posterior, discutir a justia da deciso, salvo se alegar e provar que@( L pelo estado em que recebera o processo, ou pelas declaraes e atos do assistido, fora impedido de produzir provas suscetveis de influir na sentenaC(( L descon!ecia a eFist#ncia de alegaes ou de provas, de que o assistido, por dolo ou culpa, no se valeu. Buer dizer que, uma vez participante como terceiro no processo em discusso entre $ e K, no poder% A, em processo posterior, discutir o que foi julgado, a menos que prove que fora impedido de produzir provas que pudessem mudar o quadro da deciso, ou que o assistido, parte do processo, deiFou de se valer de provas e alegaes de que dispun!a. 4ale dizer que tal impedimento deve ter ocorrido a partir do momento em que o terceiro entrou no processo, uma vez que no pode questionar atos anteriores , sua entrada. 9. 2.Oposio art. 56 a 61 $rt. ?M.Buem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e ru, poder%, at ser proferida a sentena, oferecer oposio contra ambos.$rt. ?;.+ opoente deduzir% o seu pedido, observando os requisitos eFigidos para a propositura da ao -arts. 6N6 e 6NJ.. "istribuda a oposio por depend#ncia, sero os opostos citados, na pessoa dos seus respectivos advogados, para contestar o pedido no prazo comum de 9? -quinze. dias.Har%grafo Enico.5e o processo principal correr , revelia do ru, este ser% citado na forma estabelecida no )tulo 4, Aaptulo (4, 5eo (((, deste 3ivro.$rt. ?N.5e um dos opostos recon!ecer a proced#ncia do pedido, contra o outro prosseguir% o opoente.$rt. ?8.$ oposio, oferecida antes da audi#ncia, ser% apensada aos autos principais e correr% simultaneamente com a ao, sendo ambas julgadas pela mesma sentena.$rt. M7.+ferecida depois de iniciada a audi#ncia, seguir% a oposio o procedimento ordin%rio, sendo julgada sem prejuzo da causa principal. Hoder% o juiz, todavia, sobrestar noandamento do processo, por prazo nunca superior a 87 -noventa. dias, a fim de julg%&la conjuntamente com a oposio.$rt. M9.Aabendo ao juiz decidir simultaneamente a ao e a oposio, desta con!ecer% em primeiro lugar.+posio a interveno onde um terceiro, por sua iniciativa e em nome pr=prio, postula emjuzo contra autor e ru reclamando o bem ou direito objeto da ao -K$DD+5+, 677;..< permitida no processo em rito ordin%rio, sendo defesa no rito sum%rio, conforme art. 6N7 do AHA que diz@Art. 28. !o procedimento sumrio no so admiss"veis a ao declaratria incidental e a interveno de terceiros, salvo a assist#ncia, o recurso de terceiro pre$udicado e a interveno fundada em contrato de seguro.< um processo incidente, com todos os requisitos eFigidos para a propositura de uma ao, conforme descritos nos artigos 6N6 e 6NJ do AHA. Hrocesso incidente assim definido por "inamarco@%rocesso incidente uma relao jurdica processual nova, assentada sobre um procedimento novo. "iz&se incidente esse processo porque instaurado sempre de modo relacionado com algum processo pendente e porque visa a um provimento jurisdicional que de algum modo influir% sobre este ou seu objeto. < o que se d%,v.g., no processo dos embargos do eFecutado, no qual se produzir% sentena destinada a atuar sobre o processo eFecutivo ou sobre a pr=pria pretenso eFeqOenda. < o que se d% tambm na oposio autPnoma, que d% origem a um processo novo e esse processo novo produzir% sentena sobre matria prejudicial ao objeto do processo pendente -"(1$M$DA+, (nterveno de )erceiros, 6776, p. 8:..$ ao de oposio de natureza espontnea, ou seja, cabe ao terceiro opositor decidir se e quando vai intervir no processo pendente.Aom a ao demonstra o opositor interesse parcial ou total no objeto em litgio entre autor e ru do processo original, os quais passam , condio de litisconsortes necess%rios na nova ao. 5ua entrada dever% ser feita por petio inicial feita pelo terceiro visando o bem jurdico em questo no processo original e demanda em face do autor e ru da ao -K$DD+5+, 677;, p. 9;J.)em o objetivo de ensejar julgamento simultneo em face de autor e ru originais, e deduz jurisdicionalmente pretenso incompatvel com interesses de autor e ru.)al ao, como deduz a doutrina, s= pode ser proposta at ser proferida a sentena, uma vezque, transitada em julgado, no !% como entrar com ao de oposio em face daquele que perdeu a ao original, seno atravs de outro processo -K$DD+5+, 677;, p. 9;J..5ua distribuio ser% por depend#ncia, ou seja, o juiz da causa principal dever% ser competente para julgar a ao de oposio, pois se tratam de causas coneFas.1a ao de oposio, a citao dos rus feita na pessoa de seus procuradores, independente de terem sido apoderados para isto ou no, pois trata&se de determinao especfica, constante do art. ?;.G% dois tipos de ao de oposio, quais sejam@9. (nterveniente@ ao incidente proposta antes do incio da audi#ncia de instruo. 1esse caso !aver% uma Enica instruo e uma Enica sentena.6. $utPnoma@ ao incidente proposta ap=s iniciada a audi#ncia. 1esse caso pode sobrestar, ou seja, prorrogar a audi#ncia por at noventa dias, aguardando que os atos da ao de oposio se alin!em com os da principal, para que possam ser julgados em conjunto. Aaso contr%rio, julgar% as duas aes isoladamente, ou seja, proferir% sentenas em separado.1o caso de julgamento das aes em conjunto, a ao de oposio ter% primazia sobre a ao principal, pois tem car%ter de prejudicialidade, quer dizer, uma vez acol!ida a ao de oposio como vencedora, julgou&se a ao principal como improcedente. 9. 3.Noeao ! a"toria art. 62 a 6# 9. Art. &2.Aquele que detiver a coisa em nome al'eio, sendo-l'e demandada em nome prprio, dever nomear autoria o proprietrio ou o possuidor.6. Art. &(.Aplica-se tam)*m o disposto no artigo antecedente ao de indeni+ao, intentada pelo proprietrio ou pelo titular de um direito so)re a coisa, toda ve+ que o responsvel pelos pre$u"+os alegar que praticou o ato por ordem, ou em cumprimento de instru,es de terceiro.J. M:.Em ambos os casos, o ru requerer% a nomeao no prazo para a defesaC o juiz,ao deferir o pedido, suspender% o processo e mandar% ouvir o autor no prazo de ? -cinco. dias.:. M?.$ceitando o nomeado, ao autor incumbir% promover&l!e a citaoC recusando&o, ficar% sem efeito a nomeao.?. MM.5e o nomeado recon!ecer a qualidade que (!e atribuda, contra ele correr% o processoC se a negar, o processo continuar% contra o nomeante.M. M;.Buando o autor recusar o nomeado, ou quando este negar a qualidade que (!e atribuda, assinar&se&% ao nomeante novo prazo para contestar.;. MN.Hresume&se aceita a nomeao se@( L o autor nada requereu, no prazo em que, a seu respeito, (!e competia manifestar&seC(( L o nomeado no comparecer, ou, comparecendo, nada alegar.9. M8.Desponder% por perdas e danos aquele a quem incumbia a nomeao@( L deiFando de nomear , autoria, quando (!e competirC(( L nomeando pessoa diversa daquela em cujo nome detm a coisa demandada.< um incidente processual pelo qual o ru contesta ilegitimidade de parte e nomeia o verdadeiro ru.Andido Dangel "inamarco define que 'a utilidade da nomeao autoria consiste em antecipar solu,es para a questo da legitimidade passiva, mediante incidente ra+oavelmente simples, em que o autor, alertado, tem oportunidade de retificar a mira da demanda proposta.- .D/!A0A123, /nstitui,es de Direito %rocessual, 24, p. (567.)rata&se, portanto, de procedimento que visa a correo do p=lo passivo da relao processual. < uma das modalidades de interveno de terceiros e caracteriza&se pela entrada-interveno. coercitiva de terceiro, indicado pelo ru original, e que visa seu eFpurgo do processo como parte ilegtima. Em tese, ocorre a substituio do ru demandado erroneamente pelo ru ora nomeado.$ nomeao somente pode ser provocada pelo demandado -ru.. )rata&se de pessoa que detm coisa al!eia, e que a tem demandada em nome pr=prio. Hode ser mero detentor ou mero eFecutor ou cumpridor de ordens.1o primeiro caso temos como eFemplo a figura do caseiro que foi contratado para cuidar de uma gleba de terras, supostamente pelo dono. + caseiro, nesse caso tem a deteno da terra. Buando o verdadeiro donodescobre a invaso, promove ao em face do caseiro supondo ser ele o invasor. $o arguir sua ilegitimidade como parte do processo, o caseiro deve nomear o verdadeiro possuidor das terras, por quem foi contratado.1o segundo caso temos a figura do funcion%rio que faz determinada tarefa a mando de seu patro, por eFemplo, joga o liFo no terreno do vizin!o e flagrado em tal ato. $o entrar comao contra esse funcion%rio, o mesmo argEi ilegitimidade de parte alegando que foi mero eFecutor da ordem dada por seu patro, nomeando&o, assim, no processo.$ nomeao , autoria deve ser feita no prazo de defesa. Em caso de eventual indeferimento do pedido, o ru, que perdeu o prazo de defesa pois o utilizou para a contestao de ilegitimidade de parte tem novo prazo de defesa concedido pelo juiz.5e deferido o pedido, o juiz determina a suspenso do processo e manda ouvir o autor no prazo de ? -cinco. dias, que poder% aceitar ou no a nomeao, correndo o risco de eFtino do processo por car#ncia da ao e assuno das custas processuais e !onor%rios advocatcios em favor do ru.$ aceitao por parte do autor da ao tida como t%cita em caso de no manifestao dentro do periodo de ? -cinco. dias. Aabe ao autor do processo promover a citao do nomeado -K$DD+5+, 677;, p. 9;M..+ nomeado tambm tem a prerrogativa de aceitar ou no entrar no processo. 5e o nomeadorecon!ecer a autoria, correr% contra ele o processo e o antigo ru deiFar% o processo -H(A+3(1, 6797.. Em caso de recusa, o processo correr% normalmente contra o demandado. Entretanto, fica o nomeado sujeito , sentena a ser proferida no processo. -K$DD+5+, 677;,p. 9;M., ou seja, o fato de no recon!ecer a autoria no o eFimir% de responsabilidade, pois a sentena pode produzir efeitos contra ele.Hode tambm, neste caso, o autor do processo, em descobrindo o verdadeiro autor do esbul!o, desistir da ao contra o ru ilegtimo e mover nova ao contra o legitimado."e acordo com o art. MN inc. ((, ser% considerada aceita a nomeao se 'o nomeado no comparecer, oucomparecendo nada alegar*.Aaso o ru, ainda que ilegtimo, deiFe de fazer a nomeao , autoria dentro do prazo de contestao, responde o ru pelas perdas e danos ocorridos no decurso do processo -art. M8 do AHA..Hode, contudo, o ru entrar com uma ao de regresso posterior em face do terceiro para reivindicar reparao dos danos eventualmente sofridos pela sentena, no entanto, trata&se de uma ao autPnoma. 9. $.Den"nciao da %ide art. &0 a &6 9. ;7.$ denunciao da lide obrigat=ria@( L ao alienante, na ao em que terceiro reivindica a coisa, cujo domnio foi transferido , parte, a fim de que esta possa eFercer o direito que da evico (!e resultaC(( L ao propriet%rio ou ao possuidor indireto quando, por fora de obrigao ou direito, em casos como o do usufrutu%rio, do credor pignoratcio, do locat%rio, o ru, citado em nome pr=prio, eFera a posse direta da coisa demandadaC((( L ,quele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar, em ao regressiva, o prejuzo do que perder a demanda.9. ;9.$ citao do denunciado ser% requerida, juntamente com a do ru, se o denunciante for o autorC e, no prazo para contestar, se o denunciante for o ru.6. ;6.+rdenada a citao, ficar% suspenso o processo.Q 9o L $ citao do alienante, do propriet%rio, do possuidor indireto ou do respons%vel pela indenizao far&se&%@a. quando residir na mesma comarca, dentro de 97 -dez. diasCb. quando residir em outra comarca, ou em lugar incerto, dentro de J7 -trinta. dias.Q 6o1o se procedendo , citao no prazo marcado, a ao prosseguir% unicamente em relao ao denunciante.9. ;J.Hara os fins do disposto no art. ;7, o denunciado, por sua vez, intimar% do litgioo alienante, o propriet%rio, o possuidor indireto ou o respons%vel pela indenizao e, assim, sucessivamente, observando&se, quanto aos prazos, o disposto no artigo antecedente.6. ;:.Reita a denunciao pelo autor, o denunciado, comparecendo, assumir% a posio de litisconsorte do denunciante e poder% aditar a petio inicial, procedendo&se em seguida , citao do ru.J. ;?.Reita a denunciao pelo ru@( L se o denunciado a aceitar e contestar o pedido, o processo prosseguir% entre o autor, de um lado, e de outro, como litisconsortes, o denunciante e o denunciadoC(( L se o denunciado for revel, ou comparecer apenas para negar a qualidade que (!e foi atribuda, cumprir% ao denunciante prosseguir na defesa at finalC((( L se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor, poder% o denunciante prosseguir na defesa.9. ;M.$ sentena, que julgar procedente a ao, declarar%, conforme o caso, o direito do evicto, ou a responsabilidade por perdas e danos, valendo como ttulo eFecutivo.+utra das modalidades da interveno de terceiros, a denunciao da lide a mais compleFadas intervenes. 1o A=digo de Hrocesso Aivil de 98;J substituiu o antigo instituto que era c!amado de A!amamento , $utoria pela "enunciao da 3ide. Esse instituto visa adicionar ao processo um terceiro, ao qual ser% facultado assumir a qualidade de litisconsorte ao lado do denunciante, negar a qualidade que l!e foi atribuda ou ainda confessar os fatos alegados pelo denunciante -A$MH+5, 677N.< interveno de garantia ou de direito de regresso, e visa incluir algum que vir% futuramente ser responsabilizado pelo resultado da lide. $ soluo da lide decidir% no somente o conflito da ao principal, mas tambm aquele criado pela ao acess=ria, entre denunciante e denunciado.Hode ser provocada tanto pelo autor quanto pelo ru, tem natureza jurdica de ao sem, no entanto, ensejar processo autPnomo, est% ligado ao direito de regresso. + autor deve fazer adenunciao na petio inicial e o ru no prazo da contestao.4.1 Inciso I Evico + artigo ;7 inciso ( menciona a obrigatoriedade da denEncia 'ao alienante, na ao em que terceiro reivindica a coisa, cu$o dom"nio foi transferido parte, a fim de que esta possa e8ercer o direito que da evico /'e resulta* -AHA..Evico perda da propriedade ou posse de bem adquirido de quem no era o verdadeiro dono. )rata&se, por eFemplo, do adquirente de bem im=vel cujo alienante era suposto dono do im=vel. 1o momento que se descobre tal transao, o verdadeiro dono pode entrar com ao reivindicat=ria para reaver o bem. 5e condenado, ou seja, se recon!ecido o direito do terceiro, tem o aquirente o direito de regresso em face do alienante para ressarcimento dos prejuzos oriEndos da evico. 1esse caso o adquirente deve denunciar , lide o alienante para, em caso de condenao , evico, seja o alienante tambm condenado ao ressarcimento dos prejuizos causados. )rata&se, portanto, de uma obrigatoriedade constante do caput do artigo ;7, e que, neste caso, deve ser promovida pelo ru -adquirente..Aomo dissemos acima, a denunciao , lide pode tambm ser promovida pelo autor. 5upon!amos que /oo ten!a adquirido um im=vel de Hedro, ao tentar tomar posse do im=vel, descobre que o mesmo est% ocupado por $ntonio. /oo, ento, move uma ao em face de $ntonio, denunciando Hedro , lide, que foi quem l!e vendeu o im=vel. 1este caso /oo o autor -adquirente., $ntonio o ru e Hedro o alienante -terceiro..4.2 Inciso II Possuidor indireto + artigo ;7 inciso (( do AHA determina a denunciao da lide 'ao proprietrio ou ao possuidor indireto quando, por fora de o)rigao ou direito, em casos como o do usufruturio, do credor pignorat"cio, do locatrio, o r*u, citado em nome prprio, e8era a posse direta da coisa demandada.-5obre posse temos no A=digo Aivil a seguinte definio@$rt. 9.98M. Aonsidera&se possuidor todo aquele que tem de fato o eFerccio, pleno ou no, dealgum dos poderes inerentes , propriedade.$rt. 9.98;. $ posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, no anula a indireta, de quem aquela foi !avida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.+ c=digo civil, portanto, define como possuidor direto 'aquele que tem de fato o e8erc"cio, pleno ou no, de algum dos poderes inerentes propriedade-, isto , trata&se, por eFemplo, do locat%rio que durante a vig#ncia do contrato de locao tem a posse do im=vel, do usufrutu%rio que detm a posse do im=vel para seu usufruto pelo tempo determinado no contrato que assim o denominou, do credor pignoratcio que tem o bem objeto da lide como garantia creditcia, sendo possuidor indireto aquele que entregou o bem em garantia, ou o locou, ou o concedeu em usufruto a algum.1estes casos o ru, possuidor direto, deve denunciar , lide o propriet%rio ou possuidor indireto para, em caso de condenao, possa o ru ser ressarcido dos danos causados por aquela perda.5o raros os casos enquadrados nesta situao, mas, como eFemplo, temos o inquilino que faz obra de mel!orias necess%rias no im=vel que detm a posse, a mando do locador, e que provoca danos ao im=vel contguo, sendo acionado para a devida reparao. $ssim, por direito de regresso, pode o locat%rio provocar a entrada do locador no processo, denunciando&o , lide, para responder pelas perdas causadas pela eventual condenao, ressarcindo o locat%rio.4.3 Direito de Regresso G% ainda o inc. ((( do art. ;7 que diz da denunciao da lide 'quele que estiver o)rigado, pela lei ou pelo contrato, a indeni+ar, em ao regressiva, o pre$u"+o do que perder a demanda*. )rata&se de um artigo com amplitude tal que abarca, inclusive, os casos mencionados nos incisos ( e ((, j% que aqueles so previstos em lei. G% v%rios contratos que preveem o direito de regresso, entre eles est% o de seguro, em que a seguradora contratada recebe pr#mio para garantir eventual ressarcimento de perdas e danos, inclusive de terceirosenvolvidos em eventual acidente de transito, do Estado em relao ao funcion%rio pEblico que culposamente causou dano a terceiros.$ denunciao da lide tem como objeto o direito de regresso, questo no discutida no processo principal.Aom base no caput do artigo ;7, Aampos defende que a no denunciao da lide acarretar% na perda do direito de regresso em direitos formais -A$MH+5, 677N.. Aontudo, embora conste a obrigatoriedade da denunciao da lide, nos casos dos incisos (( e ((( pode o detentor do direito de regresso optar pela denunciao da lide ou a moo de um processo em separado, sem que !aja perda do seu direito. Herdura ainda a obrigatoriedade da denunciao, nos casos do inciso (, que trata da evico, contudo !% entendimentos de que nem mesmo neste caso, o evicto deve perder o seu direito de regresso."iz o ac=rdo do 5uperior )ribunal de /ustia, DEsp 6??.MJ8&5H, Del. Min. Aarlos $lberto Menezes "ireito, publicado no "/I de 99.7M.6779@'9vico. Denunciao da lide. %recedentes da 2orte. :. ; assentou a 2orte, em diversos precedentes, que o