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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO MULTIPROFISSIONAL NA ATENÇÃO BÁSICA 2016 Yaima Rodriguez Perez Intervenção educativa sobre o controle de fatores de risco em pacientes com hipertensão arterial sistêmica da Unidade Básica de Saúde de Cidade Nova, em Campo Mourão - PR Florianópolis, Março de 2018

Intervenção educativa sobre o controle de fatores de risco ......Intervenção educativa sobre o controle de fatores de ... pessoas conforme dos relatório de atendimento, sendo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINACENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICACURSO DE ESPECIALIZAÇÃO MULTIPROFISSIONAL NA ATENÇÃO BÁSICA 2016

Yaima Rodriguez Perez

Intervenção educativa sobre o controle de fatores derisco em pacientes com hipertensão arterial sistêmica daUnidade Básica de Saúde de Cidade Nova, em Campo

Mourão - PR

Florianópolis, Março de 2018

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Yaima Rodriguez Perez

Intervenção educativa sobre o controle de fatores de risco empacientes com hipertensão arterial sistêmica da Unidade Básica de

Saúde de Cidade Nova, em Campo Mourão - PR

Monografia apresentada ao Curso de Especi-alização Multiprofissional na Atenção Básicada Universidade Federal de Santa Catarina,como requisito para obtenção do título de Es-pecialista na Atenção Básica.

Orientador: Murielk Motta LinoCoordenadora do Curso: Profa. Dra. Fátima Büchele

Florianópolis, Março de 2018

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Yaima Rodriguez Perez

Intervenção educativa sobre o controle de fatores de risco empacientes com hipertensão arterial sistêmica da Unidade Básica de

Saúde de Cidade Nova, em Campo Mourão - PR

Essa monografia foi julgada adequada paraobtenção do título de “Especialista na aten-ção básica”, e aprovada em sua forma finalpelo Departamento de Saúde Pública da Uni-versidade Federal de Santa Catarina.

Profa. Dra. Fátima BücheleCoordenadora do Curso

Murielk Motta LinoOrientador do trabalho

Florianópolis, Março de 2018

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ResumoIntrodução: A hipertensão arterial sistêmica se define como uma elevação de pressão

arterial sistólica e /ou diastólica, aparecendo como causa direta ou indireta de elevadonúmero de complicações como doença cardiovasculares, cerebrovasculares e renais. Sendoassim, quanto maior sejam as cifras sistólicas ou diastólicas, mais elevadas são as possibi-lidades de morbilidade e mortalidade dos indivíduos. Objetivo: Fazer uma intervençãoeducativa para melhorar o controle dos fatores de risco em pacientes com Hipertensão Ar-terial sistêmica na UBS de Cidade Nova. Metodologia: Este projeto envolve pacienteshipertensos cadastrado pela equipe de saúde da unidade, o planejamento das estratégiase ações será organizada em 5 fases para uma melhor sistematização do estudo realizado.

Resultados esperados: Com este estudo de intervenção espera-se que os pacientesque participarem do programa de educação adquiram conhecimento adequado sobre a hi-pertensão arterial, seus fatores de risco e suas complicações, aumentem seu conhecimentosobre a importância de fazer o tratamento farmacológico e não farmacológico para evitarcomplicações, proporcionando a possibilidade de alcançar uma sobrevida maior com umamelhor qualidade de vida.

Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde, Hipertensão, Prevenção de Doenças, Pro-moção da Saúde, Qualidade de Vida

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Sumário

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

2 OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112.1 Objetivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112.2 Objetivos Específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

3 REVISÃO DA LITERATURA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

4 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

5 RESULTADOS ESPERADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

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1 Introdução

O município de Campo Mourão - PR foi instalado em 10 de outubro de 1947 tendo seuprimeiro prefeito nomeado em 18 de outubro de 1947, chamado José Antonio dos Santos.A localidade fica situada entre as cidades de Cianorte, Goioeré, Cascavel e Maringá etem suas origens em antigas estradas onde se passavam circos e lojas voadoras vindo deMato Grosso e São Paulo com destino ao oeste do Paraná. A partir de então começou areceber migrantes gaúchos e catarinenses que vinham atraídos pela fertilidade da terraroxa e por problemas políticos na região, formando assim a base da sociedade mourãoense.Atualmente com mais de 90 mil habitantes, Campo Mourão é a 21ª entre as 50 cidadesmais populosas do Paraná e está distante 450 quilômetros da capital do Estado (MCM,2017).

A Unidade Básica de Saúde Cidade Nova tem uma população cadastrada de 2.925pessoas conforme dos relatório de atendimento, sendo destes 1.356 homens e 1.567 mulhe-res, distribuídos por faixa etária da seguinte forma: menores de 20 anos são 551 homense 580 mulheres, totalizando 1.131; entre 20-59 anos são 684 homens e 810 mulheres, tota-lizando 1.494 pessoas; com mais de 60 anos são 121 homens e 179 mulheres, totalizando300 pessoas nesta faixa. Sobre o nível educacional, 72% dos moradores do comunidadeestão alfabetizados. A maior parte das famílias moram em casas próprias, com condiçõesestruturais variáveis, ainda tendo casas de madeira na comunidade.

Entre os aparatos sociais disponíveis na área, há uma escola, uma creche, a unidadede saúde, 6 igrejas, 4 mercados, 7 comércios/lojas e também um espaço coletivo paraa prática de esportes. A maioria da população tem redes de esgoto, água tratada e osaneamento básico está bem organizado, a coleta de lixo é feitas 3 vezes por semana acoleta selectiva 2 vezes por semana.

A Unidade Básica de Saúde tem um atendimento mensal entre 400 e 500 pessoas edentro das queixas mais comuns que levaram a população a procurar a unidade de saúdeestão: doenças crônicas não transmissíveis (HAS, DM), doenças do aparelho respiratório(resfriado comum, sinusite, bronquite, amigdalite), doenças do aparelho genito-urinário(infeção urinária, doenças prostática, corrimento vaginal), doenças do aparelho diges-tivo (gastrite, esofagite, esteatose hepatica, refluxo gastroesfágico), doenças do aparelhocirculatório em geral. Outras causas de procura dos serviços de saúde são as doençaspsiquiatricas (depressão, ansiedade, transtorno do sono, entre outras).

Dentro dos principais problemas de saúde da comunidade destaca-se a hipertesão arte-rial sistêmica, que é uma das principais doenças crônicas não transmissíveis. A hipertensãoarterial é a doença crônica com maior frequência em nossas instituições de saúde e emtodo o mundo. Podemos definir a hipertensão arterial como uma elevação da pressão ar-terial sistólica e/ou diastólica, sendo assim, que quanto maior sejam as cifras sistólicas ou

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10 Capítulo 1. Introdução

diastólicas mais elevadas som a morbilidade e mortalidade dos indivíduos. Além disso, ahipertensão é um fator de risco modificável maior e sua prevalência tem relação direitacom hábitos dietéticos não adequados, diminuição de atividade física e outros aspectos quetem relação com hábitos tóxicos, tem complicações como são doenças cardiovasculares,cerevasculares, renais, estas complicações que muitas vezes provocam sequelas irreversiveísem ocasiões a morte como desenlace fatal.

Esta doença é um motivo de consulta frequente e nossa undiade de saúde, que temcadastrados 429 pacientes portadores desta patologia, sendo 181 homens e 148 mulheres.Este estudo é importante para nossa equipe de saúde e para nosso população e queatravés dele vamos fazer uma estratégia de intervenção educativa para estudar, identificare modificar os fatores de risco dos pacientes com hipertensão arterial na comunidadeatendida pela UBS de Cidade Nova e como pode influenciar a modificar os fatores derisco nestes pacientes. Isso nos permitirá alcançar resultados para melhorar a qualidadee estilo de vida da população, onde os pacientes adquiram conhecimento adequado dadoença para ajudar a reduzir a incidência da doença e suas complicacões. Além disso,este projeto está de acordo com os interesses da comunidade porque dá solução a umproblema que existe e que afeta a população.

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2 Objetivos

2.1 Objetivo GeralFazer uma intervenção educativa para melhorar o controle dos fatores de risco em

pacientes com Hipertensão Arterial sistêmica na UBS de Cidade Nova.

2.2 Objetivos Específicos• Caraterizar a população de hipertensos de acordo com as variáveis biomédicas, so-

ciais e demográficas.

• Realizar ações educativas em pacientes com hipertensão arterial para sensibilizá-lospara a modificação de fatores de risco.

• Acompanhar clinicamente os pacientes com hipertensão arterial indicando a impor-tância do tratamento para evitar as complicações .

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3 Revisão da Literatura

A Hipertensão Arterial é a doença crónica com maior frequência em nossas instituiçõesde saúde e em todo o mundo. Podemos definir a Hipertensão Arterial como uma elevaçãoda pressão arterial sistólica e/ou diastólica. Sendo assim que quanto maior sejam as cifrassistólicas ou diastólicas mais elevadas som a morbilidade e mortalidade dos indivíduos(HERRERA, 2017). A pressão sanguínea envolve duas medidas, sistólica e diastólica,referentes ao período em que o músculo cardíaco está contraído (sistólica) ou relaxado(diastólica). A pressão normal em repouso situase entre os 100 e 140 mmHg para a sistólicae entre 60 e 90 mmHg para a diastólica.

Para que os valores sejam confiáveis, a medida deve fazerse após um período de repousode 5 a 10 minutos num ambiente calmo. A largura da braçadeira deve corresponder a 2/3do comprimento do braço, com comprimento suficiente para rodear bem todo o braçoenvolvendo cerca de 80% deste. Uma braçadeira muito estreita origina valores falsamentealtos e por sua vez uma larga demais estará na origem de falsos negativos (WIKIPÉDIA,2017).

No fim do século 19, Mohamed descreveu a síndrome arterial hipertensiva. Em 1881,Riva-Rocci criou o primeiro esfigmomanômetro e em 1906, Korotkoff tornou prática amedida de pressão arterial. Em 1914, Volhard descreveu as síndromes de hipertensão ma-ligna e benigna. Goldblatt, em 1934, descreveu a hipertensão renovascular e, em 1939,Page e Braun Menendez descobrem a angiotensina; Cohn, em 1955, descreveu o hiperal-dosteronismo e, em 1959, ficou clara a inter-relação entre angiotensina e aldosterona. Em1939, a “American Heart Association” e a “Society of Great Britain and Ireland” padro-nizaram os métodos de determinação da pressão arterial. Em 1949, criouse o “Council forHigh Pressure Research”, concentrando a pesquisa sofisticada em hipertensão.As pesqui-sas conduziram à descoberta dos receptores simpáticos específicos, dos canais de cálcio,dos canais de potássio, dos inibidores do sistema renina-angiotensina e, finalmente, estãosurgindo as primeiras conquistas através da biologia molecular (RAMOS, 1998).

Números da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que há cerca de 600 mi-lhões de hipertensos no mundo. A doença atinge, em média, 25% da população brasileira,chegando a mais de 50% na terceira idade e, surpreendentemente, a 5% dos 70 milhões decrianças e adolescentes no Brasil (BRASIL, 2011). A hipertensão é herdada dos pais em90% dos casos. Em uma minoria, a hipertensão pode ser causada por uma doença relacio-nada, como distúrbios da tireoide ou em glândulas endocrinológicas, como a suprarrenal.Entretanto, há vários outros fatores que influenciam os níveis de pressão arterial, entreeles: Consumo de bebidas alcoólicas, Obesidade, Idade, Consumo excessivo de sal, Gêneroe etnia (maior em homens, e em indivíduos de cor não branca), Idade, Sedentarismo. Osfatores de risco cardiovasculares adicionais aos pacientes com Hipertensão são: Tabagismo,

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14 Capítulo 3. Revisão da Literatura

Alteração dos níveis de colesterol total e frações e triglicérides, Diabetes mellitus, Históriafamiliar prematura de doença cardiovascular (MEKHITARIAN, 2017).

A hipertensão não tem cura, mas tem tratamento para ser controlada. Somente omédico poderá determinar o melhor método para cada paciente, que depende das comor-bidades e medidas da pressão. É importante ressaltar que o tratamento para hipertensãoinicia-se a mudança do estilo de vida (MEV) associado ou não a medicamentos. São es-tas medidas: Manter o peso adequado, se necessário, mudando hábitos alimentares; nãoabusar do sal, utilizando outros temperos que ressaltam o sabor dos alimentos; Praticaratividade física regular; Aproveitar momentos de lazer; Abandonar o fumo; Moderar oconsumo de álcoo; Evitar alimentos gordurosos; Controlar o diabetes e outras comorbi-dades (MEKHITARIAN, 2017).

A primeira alternativa terapêutica é a mudança de estilo de vida (MEV), que é in-dicada no tratamento da HAS com ou sem medicamentos associados. As orientações deMEV variam de acordo com Guideline seguido e dependem, em grande parte, da adesãodo paciente. Ela deve ser sugerida no início do tratamento, encorajada e reforçada periodi-camente ao longo do tempo. Uma forma de reforçar a MEV é explicar sua importância aopaciente, estar disponível para responder perguntas, escrever as orientações e, se possível,oferecer material audiovisual.

A figura do médico é muito importante na hora de apresentar a MEV, e o reforçodas orientações por outros profissionais da saúde, como enfermeiros e nutricionistas, ébenéfio e melhora os resultados clínicos . Diferentemente da terapia com drogas, que podecausar efeitos adversos e reduzir a qualidade de vida, a terapia não farmacologica nãotem efeitos danosos conhecidos, melhora o benestar, melhora a resposta ao tratamentomedicamentoso e possui menor custo.

Sobre os hábitos de vida, sabese que parar de fumar é a MEV mais significativana prevenção de uma série de doenças cardiovasculares, como o AVE e infarto agudodo miocárdio, e por isso a interrupção do tabagismo deve ser encorajada .A relação entreconsumo de álcool, pressão arterial e prevalência de hipertensão arterial é linear. O excessono consumo de sódio tem um papel principal na patogênese da HAS e na prevalência dehipertensos, sendo importante encorajar a redução da ingesta diária. Além disso, ele éum fator de risco independente para a hipertrofia de ventrículo esquerdo,fibrose cardíacae renal . O aumento do consumo de potássio e a dieta DASH (Dietary Approches toStop Hypertension) têm efeito antihipertensivo comprovado. Esta dieta diminuio peso dopaciente, frequência cardíaca, risco de diabetes tipo 2, proteína C reativa, apoliproteínaB e homocisteína. A diminuição do peso é efetiva na redução da pressão arterial empacientes obesos e com sobrepeso. Mesmo níveis moderados de exercícios podem diminuirapressão arterial . São recomendadas caminhadas de 30 a 40 minutos na maioria dosdias(ROHRBACHER; CORRÊA; SCHMITZ, 2014)

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) pode evoluir para complicações nos sistemas

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cardiovascular, renal e vascular, como: insuficiência renal, acidente vascular encefálico,infarto do miocárdio e insuficiência cardíaca.Para complicar ainda mais a situação, é im-portante lembrar que um grande contingente de pacientes hipertensos também apresentaoutras comorbidades, como diabete, dislipidemia e obesidade (DANTAS, 2011).

No Brasil, as doenças do aparelho circulatório são as principais causas de óbitos jáhá algumas décadas.Dessa maneira, a HAS configura-se como importante problema desaúde pública no Brasil. Com o intuito de minimizála,no ano 2000 foi lançado o Planode Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial Sistêmica e ao Diabetes Mellitus noBrasil. Diversas ações foram implementadas nos estados e municípios, como capacitaçõesprofissionais na atenção básica, pactuação de normas e metas entre as três esferas dagestão de saúde, atenção à assistência farmacêutica e dispensação de medicamentos deuso contínuo, e promoção de atividades educativas. Também foi criado o Sistema de Ca-dastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos (HiperDia).Por meio dessesistema informatizado, tornouse possível a descrição do perfil epidemiológico dos pacientescadastrados.Tal potencialidade, no entanto, pode ser mais explorada no país e agregadaainda aos indicadores de controle de hipertensão presentes no Pacto de Indicadores daAtenção Básica (BOING; BOING, 2007).

As atividades de saúde na Atenção Básica (AB) no sistema de saúde brasileiro sãodesenvolvidas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) no âmbito individual e coletivo, queabrangem a promoção e a proteção da saúde, aprevenção de agravos, o diagnóstico, o tra-tamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. É o contato preferencial dos usuárioscom os sistemas de saúde. Orientase pelos princípios da universalidade, da acessibilidade eda coordenação do cuidado, do vínculo e continuidade, da integralidade, da responsabili-zação, da humanização, da equidade e da participação social .Dentre as ações garantidorasdo modelo assistencial na AB de saúde, surge a Estratégia de Saúde da Família (ESF),considerada como porta de entrada ao sistema de saúde, representada como um impor-tante instrumento capaz de promover uma nova dinâmica para a estruturação dos serviçosde saúde, bem como para a sua relação com a comunidade e entre os diversos níveis decomplexidade assistencial (JÚNIOR; QUEIROZ; FERNANDES, 2011).

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4 Metodologia

Trata-se de um estudo de intervenção educativa com pacientes que padecem hiper-tensão arterial da área de abrangência da UBS Cidade Nova, no município de CampoMourão, Paraná. Será feito com o objetivo de melhorar o controle dos fatores de risco empacientes com esta doença, em uma ação de educação em saúde promovida pela equipemultiprofissional.

Primeiramente será feita a apresentação do projeto de intervenção para a equipe desaúde, a fim de contar com seu apoio para alcançar os objetivos traçados e resultadosesperados. A partir do aceite da equipe em colaborar com a intervenção, iniciará a etapaonde a equipe de saúde deverá fazer o estudo dos recursos necessários para executar oprojeto e solicitar à gestão municipal os materiais de apoio. Quando a equipe tenha osrecursos, é preciso a discussão das estratégias e planejamento do trabalho a realizar.

As ações a serem feitas para cumprir com o objetivo deste planejamento são:1) Caraterizar a população de hipertensos de acordo com as variáveis biomédicas,

sociais e demográficas. 2) Realizar ações educativas em pacientes com hipertensão arterialpara sensibilizá-los para a modificação de fatores de risco. 3) Acompanhar clinicamenteos pacientes com hipertensão arterial indicando a importância do tratamento para evitaras complicações .

A primeira fase, então, consiste na identificação dos pacientes elegíveis para o estudoa realizar e que tem que cumprir os seguintes requisitos: pacientes da área de abrangênciada UBS Cidade Nova, pacientes diagnosticados com hipertensão arterial e pacientes quedeem seu consentimento para ser incluídos na investigação. Neste momento estão incluídosos processos de inclusão/exclusão.

A segunda fase será a caracterização da amostra estudada de acordo as variáveissociais, demográficas e biomédicas: Idade (número de anos cumpridos), sexo (feminino emasculino), escolaridade (fundamental, media e universitária), habito de fumar (sem ounão), consumo de álcool (sem ou não), índice de massa corporal (normopeso, sobrepesoe obesidade), prática de exercícios físicos (sim ou não), ingestão excessiva de sal (sim ounão), estresse (sim ou não), doenças associadas (sim ou não). Depois de coletar todos osdados, processar e determinar números e porcentagens correspondentes.

A terceira fase corresponde fazer um encontro por mês com os pacientes de 1 (uma)hora e 30 (trinta) minutos com o desenvolvimento de atividades educativas para elevar onível de conhecimentos dos pacientes sobre os fatores de risco.No encontro será de formainterativa e aclarando duvidas estabelecidas pelas pessoas participantes. Na oportunidadevamos avaliar atraves de entrevistas as mudanças feitas na conduta dos pacientes e o nívelde conhecimentos alcançados pelos mesmos. Também vamos a processar e comparar osdados com os resultados da segunda fase em as variáveis que podem ser modificadas,

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18 Capítulo 4. Metodologia

customizando os temas a serem discutidos nos encontros.Na quarta fase serão feitos os agendamentos de acompanhamento clínico dos pacientes

em estudo, com consultas multiprofissionais de acompanhamento registrados nos prontuá-rios, para verificar as condições individuais de saúde e dirimir dúvidas que ainda restaram.Também serão analisados exames, necessidade de medicação, controle e orientações emsaúde.

A quinta fase será para discussão e avaliação com a equipe de saúde dos resultadoslogrados e determinar novas estratégia de trabalho com os pacientes para um futuro.

Para a realização desta intervenção educacional os seguintes recursos serão necessários:1- Prontuários dos pacientes em estudo;2- Balança;3- Esfigmomanômetros;4- Cartolinas ;5- Cartilhas educativas; 6- Profissionais responsáveis/organizadores: médico, enfermeiro, téc/aux. enfermagem,

ACS, psicologo, nutricionista, fisioterapeuta;8- Sala para realização das atividades;9- Pasta para arquivo das atividades feitas.Por fim, aponta-se que a participação dos pacientes é voluntária e que ele pode desistir

de participar da intervenção em qualquer momento. O prazo para a aplicação da inter-venção será estabelecida juntamente com a equipe de saúde, bem como a distribuição detemáticas de estudo será conforme os resultados das entrevistas.

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5 Resultados Esperados

Com nosso estudo esperamos ter uma caracterização mais completa possível destegrupo de pacientes que nos permita estabelecer melhores estratégias de trabalho e buscarassim maior qualidade de suas vidas. Trabalhar com mais profundidade os riscos identi-ficados para tratar de modificar quanto seja possível para assim disminuir la incidenciade pacentes com Hipertenção Arterial da UBS Cidade Nova .Alem disso espera-se queos pacientes que participarem do programa de educação adquieram conhecimento ade-quado sobre a Hipertensão Arterial e de suas complicações,comprometer aos pacientescom seu cuidado próprio e sua adesão ao tratamento farmacologico e não farmacologicoincrementando a conscientização individual sobre os fatores de riscos e complicações dadoença apresentada. É importante que os pacientes compreendam que eles têm um papelfundamental no futuro de sua doença a traves das decisões que podem tomar.

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Referências

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DANTAS, A. de O. HipertensÃo arterial no idoso: Fatores dificultadores para a adesÃoao tratamento medicamentoso. Nescon - UFMG, p. 8–8, 2011. Citado na página 15.

HERRERA, A. D. La hipertensión arterial. 2017. Cuba 2011. Disponível em:<http://www.bvs.sld.cu/libros/hipertension_arterial/indice_p.htm>. Acesso em: 03Dez. 2017. Citado na página 13.

JÚNIOR, J. E. M.; QUEIROZ, J. C. de; FERNANDES, S. C. de A. EducaÇÃo emsaÚde como estratÉgia para melhoria da qualidade de vida dos usuÁrios hipertensos.Rev Rene, Fortaleza, p. 1046–1046, 2011. Citado na página 15.

MCM, M. de C. M. A História de Campo Mourão. 2017. Disponível em: <https://campomourao.atende.net/#!/tipo/pagina/valor/1>. Acesso em: 07 Nov. 2017. Citadona página 9.

MEKHITARIAN, D. P. Hipertensão: sintomas, tratamentos e causas. 2017. Disponívelem: <http://www.minhavida.com.br/saude/temas/hipertensao>. Acesso em: 03 Dez.2017. Citado na página 14.

RAMOS, O. Aspectos histÓricos da hipertensÃo. Escola Paulista de Medicina —UNIFESP, p. 230–230, 1998. Citado na página 13.

ROHRBACHER, I.; CORRÊA, C. J. da S.; SCHMITZ, G. L. P. Orientações de mudançade estilo de vida em pacientes hipertensos. Revista da AMRIGS,, p. 50–50, 2014. Citadona página 14.

WIKIPÉDIA, a. e. l. Hipertensão arterial. 2017. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Hipertens~ao_arte>. Acesso em: 03 Dez. 2017. Citado na página 13.