8
Jornal Laboratório do curso de Comunicação Social da Unoeste Presidente Prudente, número 2, 1º semestre de 2010 Sexto termo jornalismo A Apresentador, editor de texto e repórter são algumas das funções do jornalista da TV Fronteira, filiada de Rede Globo, em Presidente Prudente, Rildo Herreira. Em entrevista exclusiva ao Jornal Ligação, ele fala sobre o início de sua carreira, jornalismo televisivo e como é trabalhar em equipe. Página 4 Bullying atinge alunos de PP Estudo realizado entre 2009 e 20010, pelo professor Marcos Vinícius Francisco, em defesa de Mestrado pela Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), de Presidente Prudente, mostra que 14% dos Pesquisa rrevela que agressão verbal é vivenciada por estudantes Livia Peretti INTOLERÂNCIA Grêmio Prudente conquista torcedores Desde que se instalou em Presidente Prudente, em janeiro deste ano, a equipe do Grêmio, ex-Barueri, vem, a cada jogo, conquistar mais torcedores. O reflexo dessa comoção em torno do time movimenta o comércio local e regional. Página 8 NOVA PAIXÃO Cedida / O Imparcial Cedida / O Imparcial O Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) lançou o catálogo Oeste Rios que via divulgar os principais pontos turísticos de 10 cidades da região de Presidente Prudente. Página 7 Oeste Rios divulga atrações turísticas PROJEÇÃO alunos de duas escolas da rede estadual de ensino já sofreram com o bullying.A pesquisa é inédita e aponta para necessidade de pais e professores em identificar o problema. Página 6 Escolas apostam na inclusão de alunos especiais Página 8 Idosos buscam novos aprendizados Página 5 Capa do catálogo Oeste Rios Gol da equipe pudentina na semifinal contra o Santo André, no Prudentão

INTOLERÂNCIA Bullying atinge alunos de PP - unoeste.br · Herreira. Em entrevista exclusiva ao Jornal Ligação, ele fala sobre o início de sua carreira, jornalismo televisivo e

Embed Size (px)

Citation preview

Jornal Laboratório do curso de Comunicação Social da Unoeste Presidente Prudente, número 2, 1º semestre de 2010Sexto termo jornalismo A

Apresentador, editor de texto e repórter são algumas das funções do jornalista da TV Fronteira, filiada de Rede Globo, em Presidente Prudente, Rildo Herreira. Em entrevista exclusiva ao Jornal Ligação, ele fala sobre o início de sua carreira, jornalismo televisivo e como é trabalhar em equipe. Página 4

Bullying atinge alunos de PPEstudo realizado entre 2009 e 20010, pelo professor Marcos

Vinícius Francisco, em defesa de Mestrado pela Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), de Presidente Prudente, mostra que 14% dos

Pesquisa rrevela que agressão verbal é vivenciada por estudantes

Livi

a P

eret

ti

INTOLERÂNCIA

Grêmio Prudente conquista torcedores

Desde que se instalou em Presidente Prudente, em janeiro deste ano, a equipe do Grêmio, ex-Barueri, vem, a cada jogo, conquistar mais torcedores. O reflexo dessa comoção em torno do time movimenta o comércio local e regional. Página 8

NOVA PAIXÃOCedida / O Imparcial

Cedida / O Imparcial

O Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) lançou o catálogo Oeste Rios que via divulgar os principais pontos turísticos de 10 cidades da região de Presidente Prudente. Página 7

Oeste Rios divulgaatrações turísticas

PROJEÇÃO

alunos de duas escolas da rede estadual de ensino já sofreram com o bullying.A pesquisa é inédita e aponta para necessidade de pais e professores em identificar o problema. Página 6

Escolas apostam na inclusão de alunos especiais Página 8

Idosos buscam novos aprendizados Página 5

Capa do catálogo Oeste Rios

Gol da equipe pudentina na semifinal contra o Santo André, no Prudentão

e sabores. Era tudo tão rico nessas culturas. Considero-me privilegiada pela experiência de estar inserida nessa miscigenação, por fazer parte da história, de certa forma, da imigração japonesa, por viver com meus amigos negros pelas ruas e poder brincar de queimada, bets e tantas outras brincadeiras com eles.

É dessa riqueza que estou falando, que parte da sociedade não percebe. Milhões de brasileiros unidos como um só povo, de tantas caras, credos, cores e religiões. Vivendo uma época histórica em que a liberdade e a democracia, embora deficientes, nos permite a convivência. É poder conviver com pessoas de histórias tão parecidas com as nossas.

Enquanto as pessoas se preocupam com a cor do seu semelhante, com sua origem, com sua posição financeira e social, não conseguem enxergar a beleza que há no ser humano. Suas experiências, seus gostos e prazeres, as semelhanças (que são tantas). É possível que essa classe de pessoas, que promove o preconceito, torne-se também outra classe tão discriminada quanto às citadas antes. Já pensou? Mas nenhuma forma de preconceito pode ser aceita. Devo conter-me.

O que a sociedade precisa lembrar é que no Brasil ninguém é “puro”, “somos todos mestiços”, como diz Gabriel O Pensador. Sabe, penso que a melhor campanha que pode ser feita para combater essa realidade trágica é aquela que começa em casa. O que tem ensinado sobre isso para seu filho?

Revolta, decepção, autopiedade pela covardia da incapacidade de sentir o vento do mar, sentir o perfume das flores e da mulher ideal imaginária, ver os

pássaros e os animais e perceber a deteriorização da raça humana e se sentir incapaz de descrever o que psiquicamente sente e fisicamente tem certeza.

É horrível, acredito que o sofrimento seja maior que o do viciado sexual e da pessoa que perde a capacidade de satisfazer seus instintos. “Senhor, tente piedade de

2

Presidente Prudente, nº 2, 1º semestre de 2010

Expediente:

Coordenação Geral: Profº. Munir Jorge Felício Coordenação do Jornal Laboratório: Profº. Roberto Mancuzo e Profª. Giselle Tomé Coordenação de Jornalismo: Profº. Carolina Costa Mancuzo Edição: Profº. Roberto Mancuzo e Profª. Giselle Tomé

O Jornal Laboratório Ligação é um trabalho experimental dos alunos do sexto termo de Jornalismo da Facopp

Coordenação de Fotografia: Profº Paulo MiguelProjeto gráfico: Profº. Marcelo MotaDiagramação: Alunos do 6º termo A de jornalismo Realização: FACOPP - Faculdade de Comunicação Social “Jornalista Roberto Marinho” de Presidente Prudente

Editorial Artigo

ArtigoViviane Monteiro

José Bonifácio Gallindo

“Quatro olhos”, “mobral”, “baleia”, “macaco”, “toco de amarrar jegue”. Estes, entre tantos outros, são termos pejorativos com os quais temos familiaridade desde muito cedo. Muitos crescem ouvindo isso dos colegas de escola. Alguns sabem lidar com essa “brincadeira”, já outros, têm dificuldades em conviver com esta situação. Trata-se de apelidos impostos por algumas crianças e adolescentes a outros considerados “diferentes”.

Estamos falando sobre o bullying. De origem americana, a palavra deriva de bully e significa valentão, que pode ser caracterizado não só pela agressão verbal, mas, em muitos casos, pela agressão física. As maiores vítimas desse mau são negros, obesos ou muito magros, os considerados inteligentes (CDF’s na gíria dessa galera), pobres, deficientes físicos e portadores de necessidades especiais. Resumindo, pessoas que se encaixam em grupos minoritários. A questão já é corriqueira entre essas vitimas que levam suas vidas excluídas de seus grupos desde muito cedo, como se já não bastasse o preconceito vivido por eles.

O constrangimento é tal que essas pessoas se tornam depressivas e, em casos extremos, chegam ao suicídio. A importância de se tratar a questão é gritante e preocupa pais e educadores. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apontam as cidades de Brasília e Belo Horizonte como as de maior incidência do bullying nas escolas. Os números podem ser ainda mais expressivos, pois, nem sempre as vítimas registram as queixas.

Quando se vê notícias sobre o caso, o problema parece estar longe do nosso cotidiano. Mas ledo engano. Uma pesquisa realizada em escolas de Presidente Prudente mostra que a prática acontece aqui, em nossa cidade. Uma das medidas para se combater é a conscientização sobre o problema. O conhecimento pode nos ajudar a melhorar esta fase tão importante na vida das nossas crianças. Os pais devem participar efetivamente da vida escolar de seus filhos, para que comuniquem as escolas, quando sentir algum comportamento diferente dentro de casa. O que não pode acontecer é que esta agressão ocorra em silêncio, causando sofrimento e, até mesmo, um trauma irreversível.

Apelidos e brincadeiras de mau gosto podem causar traumas

A decepção da incapacidade pessoal

Somos mestiços

Como lidar com uma situação enraizada, onde os fatores históricos apenas não são suficientes para a conscientização dessa sociedade? O Brasil já aboliu a escravidão (em tese) há 122 anos. Negros andam livres, têm acesso (ou pelo menos, deveria ter) a tudo que os “brancos” têm, conquistam a cada dia o espaço que lhes é de direito no trabalho, esporte, educação e na sociedade, mas não se sentem à vontade ainda, isso porque precisam combater diariamente o preconceito que mancha a alma da maioria das pessoas. Mas as dificuldades de aceitação não se limitam só a este grupo. Japoneses, pobres, mestiços, deficientes, obesos, são vitimados também por essa sociedade que finge que o racismo e o preconceito não existem. É a visão distorcida de que o problema está sempre na casa do vizinho, nunca na sua.

Certa vez ouvi uma história que não saiu da minha cabeça. Uma mulher tanto quanto mal humorada, observava todos os dias a casa de sua vizinha. Ela se sentava em sua mesa pra tomar café, olhava pela janela enquanto a moça estendia as roupas no varal. E comentava: “Nossa, como é porca essa mulher. Suas roupas não são brancas, são encardidas”. Essa constatação seguiu por meses e impediu que ela se aproximasse da mulher, por acreditar que fosse uma pessoa sem higiene. Qual não foi sua surpresa quando descobriu que não eram as roupas da vizinha que estavam sujas, mas sim a sua janela, por onde olhava e criticava a pessoa que não conhecia?

Eu freqüento a casa de amigos negros desde criança, bem como as de japoneses. Brincávamos todos juntos no bairro. Lembro-me perfeitamente de suas casas, seus costumes, sua culinária, seus cheiros

mim”.Sim peço piedade, pois é a única escapatória

que um homem de 67 anos muito bem vividos e com uma vasta experiência de vida tem a fazer. Até o presente momento, este homem não achou nada para se arrepender ou para comemorar, simplesmente procurou deixar esse mundo um pouco melhor do que o encontrou e, hoje, já no ocaso da vida fica surpreso de ver tanta injustiça e tanta banalização dessa tal de “modernidade” que vivemos, onde o ser humano é deixado em segundo plano como algo sem valor ou utilidade, por isso, mais uma vez eu rogo: “Senhor, tende piedade de mim!”

3

Presidente Prudente, nº 2, 1º semestre de 2010

Inclusão garante acesso de crianças especiais

Nos últimos 10 anos, muitas mudanças aconteceram na área do ensino para os Portadores de Necessidades Especiais (PNE). Em Presidente Prudente, estas alterações também ocorreram, mas há uma diferença entre a realidade da escola pública para a privada. Segundo a psicanalista e psicopedagoga Jeanne Santos da Rocha, 47, a escola pública e a privada seguem o mesmo critério, porém, a última tem um pouco mais de liberdade para iniciativas que contribuem com o melhor desenvolvimento destas questões. “É necessário que além da inclusão social ocorra, também, a pedagógica”, diz. Rocha trabalha em uma escola privada da cidade que realiza esse trabalho há cinco anos, e diz que a experiência é positiva. O importante, para ela, é distinguir um aluno do outro. “Cada caso é um caso e isso deve ser respeitado, porque a idade cronológica, muitas vezes, não acompanha a idade pedagógica. Neste sentido, as instituições privadas estão na frente”, comenta.

A escola atendida por Jeanne possui vários casos, os mais comuns são autismo, Síndrome de Down, transtornos de déficit de atenção e dislexia. Em geral, não tem havido dificuldades no convívio com as outras crianças. Para ela, o maior problema está em conscientizar alguns pais sobre a necessidade de que seu filho interaja com os demais colegas. Por receio do preconceito, muitos acabam por afastar o filho do convívio, o que causa um atraso no seu desenvolvimento.

Este também é o relato da funcionária pública estadual, Maria Ana dos Santos, 40, que reside no município de Martinópolis. Para ela, que sempre lutou pela inclusão do filho com Síndrome de Down e de crianças, com qualquer tipo de deficiência na escola “comum”, as crianças não têm preconceito, os preconceituosos são pais porque o relacionamento entre os “coleguinhas” é ótimo.

Ana relata que quando tomou a decisão de matriculá-lo no ensino público teve dificuldades. Segundo ela, a diretora de uma instituição municipal não deu a oportunidade de inclusão para o garoto alegando que a escola não tinha professores especializados para atendê-lo. “Colocar uma criança deficiente numa

escola pública não é fácil, é muito difícil”, declara.

No atual colégio onde seu filho estuda, também municipal, a mãe diz que o aluno foi muito bem recebido e ressalta a importância da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) como coadjuvante na alfabetização. “Sem a Apae o aprendizado dele (filho) seria mais complicado. Na escola não há nenhuma outra professora para auxiliar nesse ponto. É uma professora para trinta ou mais alunos”, comenta.

Perfil O aprendizado do aluno

é comprovado pela coordenadora pedagógica, Maria Cecília Rizo Pereira, 53. “Em termos de aprendizado ele evoluiu significativamente. Quando chegou ‘aqui’ só falava as vogais”, disse. Cecília diz que a inclusão sempre existiu, mas antes, os pais colocavam os filhos em escolas especializadas porque as instituições públicas não estavam preparadas para recebê-los. Outro fator que dificultava essa inclusão era a falta de legislação que garantisse o acesso e condições necessárias de estudo para eles. “Mesmo antes da discussão as escolas já tinham esses alunos”, explica.

A coordenadora reconhece a dificuldade que o colégio enfrentou no início dessa socialização pela falta de conhecimento dos limites e das necessidades de cada aluno, e, da dificuldade das crianças na adaptação, em uma unidade escolar grande. Disponibilizaram uma funcionária para auxiliá-los em suas necessidades básicas, tais como: ir ao banheiro e no intervalo da aula. Porém, em termos de disciplina são tratados como qualquer criança.

Os professores, segundo Cecília, aprendem muito com eles, pois observam o aprendizado e repensam a metodologia de ensino aplicada. Já os alunos aprendem a conviver com as diferenças. “Na sociedade nunca vão encontrar alguém igual a eles. E, esse respeito às diferenças se inicia na escola”, conclui.

Preocupados com o desenvolvimento, aprendizado e a super proteção dos amigos que acompanhavam o garoto desde a primeira série, hoje na quarta, o corpo escolar decidiu transferir o aluno de sala.

“Prazer, eu sou a Fer”. Foi assim que, Maria Fernanda Zavanella Cruz, 24 anos, intitulou o seu terceiro livro que foi lançado em 2008. “É o que adoro fazer. Escrevo poesia para deixar a alma leve e dar um colorido maior à vida”, diz. O título foi escolhido pela autora para estabelecer um diálogo intimista com leitor e aproximá-lo da poesia. Ela teve paralisia cerebral ao nascer e chegou a ser condenada por médicos que disseram que ela não iria se desenvolver.

Maria Fernanda superou os diagnósticos negativos e se desenvolveu como toda criança com alguma dificuldade.

A jovem estudou dois anos em escola pública e, depois se transferiu para um colégio particular onde sua mãe dava aulas, e lá concluiu os estudos. As provas que realizava eram orais, pois sua coordenação motora é lenta e seu raciocínio rápido. Segundo ela, o convívio com os professores, amigos de classe, e os pais dos alunos era o melhor possível porque os colegas a ajudavam muito. Ela avalia este relacionamento como uma relação de troca. “Todos nós aprendíamos

uns com os outros numa relação de troca. Acho que a vida é isso, troca”, declara.

Maria Fernanda relata que vivenciou uma educação inclusiva com o apoio da mãe educadora. Com isso, ela estava sempre inserida nas escolas, fato que não ocorre com a maioria das pessoas. “Acredito que as diferenças estão diminuindo e a diversidade entre as pessoas está ganhando cada vez mais espaço”, fala.

O preconceito para ela é uma palavra “meio pesada”, prefere pensar que as pessoas não sabem se aproximar daquilo que elas pensam que é “diferente” delas. À medida que uma pessoa “normal” e a deficiente tem a oportunidade da convivência, uma se adapta ao mundo da outra e, é nesse processo que a inclusão vai ocorrendo.

“Tudo o que conquistei na vida até hoje foi com muita luta, apoio da minha mãe, dos amigos e lógico, de Deus. Amo tudo o que eu faço. Amei fazer a faculdade de letras. Amo escrever. Escrever surgiu como uma válvula de escape para expressar tudo aquilo que eu sentia”, conclui.

Escolas particulares e estaduais se adequam à nova realidade no ensino Regina PortelaViviane Monteiro

Escritora supera obstáculos

Eriberto Margarizo

Eriberto Margarizo

Crianças hoje brincam juntas, prática antigamente inviável para as escolas

A prática da Educação Inclusiva nas escolas, insere a criança com

necessidades especiais no cenário de uma sociedade que é de todos

EDUCAÇÃO

Reconhecido por matérias investigativas, Rildo também atua como apresentador

4

Presidente Prudente, nº 2, 1º semestre de 2010

Para Rildo Herrera, através da profissão é possível ajudar a mudar realidades

Ninguém poderia imaginar que o menino magrelo que admirava o trem passar na estação de Presidente Prudente fosse narrar a história das ferrovias da região numa série da TV Fronteira sobre o assunto. “Foram minhas melhores reportagens. Revivi a minha história, a dos meus familiares e até hoje algumas pessoas me param para falar disso”, afirma o irreverente e, ao mesmo tempo, centrado repórter de rede da emissora afiliada da Globo, Rildo Herrera, 36.

De cabelos bem penteados, sorriso fácil, seguido de um ou outro assovio, ele chegou animado para a entrevista e brincou: “vocês não vão fazer nenhuma pergunta difícil, né?”. Talvez o bom humor seja conseqüência do reconhecimento profissional e do prazer de conviver com novos desafios, personagens e situações diferentes.

A carreira do jornalista deu tão certo que a letra de música da banda Aliados 13: “Logo, logo chego lá. Ninguém segura!”, saiu do MSN dele e se concretizou na exibição de uma matéria no Jornal Nacional, após a afiliada ficar dez anos sem conseguir colocar matérias no telejornal de maior repercussão do país. Rildo fala tudo com muita humildade e sempre atribui os resultados satisfatórios à equipe com quem trabalha ou já trabalhou.

Celso Alípio, cinegrafista cuja carreira teve início na mesma época que a do repórter, é um desses integrantes. Após mencionar um caso de denúncia envolvendo o afastamento de professoras com mais de 20 anos de profissão por perseguição política em Adamantina - encerrado com o retorno delas ao trabalho - não consegue conter as lágrimas. “Eu me emociono muito quando falo das reportagens com o Rildo. É muito bom ajudar as pessoas e fazer o que a gente faz”.

Embora pareça calmo, quando Rildão, como é conhecido pelos amigos, foi questionado sobre o que tira a tranquilidade dele, a resposta foi imediata: a “hipocrisia”. O jornalista considera imprescindível a verdade na profissão e na vida, por isso, não

esconde o medo de errar e perder a credibilidade. Ele conta ainda que ao lado do produtor da TV Fronteira, João Paulo Nunes, viveu momentos de tensão no Paraguai, numa matéria sobre tráfico de armas. No entanto, afirma jamais deixar de fazer algo por estar em situação de perigo. “É natural do ser humano sentir medo, mas eu não corro riscos desnecessários”, diz.

O repórter de rede da afiliada da Globo compara o exercício do jornalismo com a conquista da “menina mais bonita da festa”: quanto mais difícil atingir o objetivo, melhor. No núcleo de reportagens investigativas da emissora, ele costuma brincar com Nunes dizendo: “se fosse fácil, não era nós”.

Criar, trabalhar na rua, aprender sobre assuntos tão diversificados e estar em contato com pessoas dos mais variados níveis socioeconômicos e culturais - além de ter a possibilidade de ajudá-las - é o que mais o deixa feliz na atividade exercida. “Não tem dinheiro no mundo que pague poder melhorar a situação de uma comunidade, cobrando

“Jornalista é um tipo de super-herói”Jacqueline GarciaLivia PerettiLuana Medina

providências dos responsáveis, acabando com injustiças”, explica. Ele resgata a relação entre super heróis e o jornalismo, ao citar o fato do Homem

Aranha ser repórter fotográfico e o Super Homem ser jornalista.

Apesar de poder transformar a realidade alheia por meio de uma boa atuação, as decepções também são comuns na “melhor profissão do mundo”, denominação atribuída ao escritor colombiano Gabriel Garcia Márquez. “Há momentos de falta de criatividade, matérias que após horas de trabalho não entram no ar - como uma feita na Bolívia para o Fantástico que caiu devido o caso Eloá – problemas técnicos e, até mesmo, algumas descartadas pela chefia”, enumera. No entanto, Rildo nunca pensou abandonar a carreira.

Apresentador, editor de texto, repórter, entre outras funções, Rildo disse apenas não ter sido apenas editor de imagens, profissão a qual admira e considera extremamente importante. Versátil, ele já foi feirante quando adolescente, cobrador – saía de bicicleta para fazer cobranças para uma empresa - auxiliar de escritório e ferroviário. O início da carreira de jornalista se deu graças ao esforço pessoal: ofereceu gratuitamente os serviços dele em troca de experiência na área, porque como sempre trabalhou na Ferrovia Paulista S/A (FEPASA) para poder pagar os estudos, não havia estagiado.

“Olho para trás e gosto do meu passado”, diz ele que está há 11 anos na área e cuja prioridade nunca foi TV. Segundo Rildo, uma colega de trabalho responsável por ele ser promovido de produtor para repórter e apresentador, foi a editora Leila Tonicante. Apesar de estar há menos de quatro meses no veículo foi ela quem indicou o nome dele para apresentar um quadro de empregos quando soube da vaga. “Jornalista aprende com todos, mas, principalmente, com os cinegrafistas, pois é com eles que passa a maior parte do tempo”, revela.

Casado há mais de dois anos com a também jornalista e apresentadora do SPTV 1ª edição, Carin Ferraz, Rildo explica que ambos evitam falar sobre trabalho por conta do sigilo profissional e, até mesmo, para se protegerem e evitarem o envolvimento de pessoas próximas em situações de risco.

Livia Peretti

PERFIL

Livia Peretti

Para ele, cinegrafista é o“maior professor”

O aposentado Manoel Barbosa vai à escola de idomas duas vezes por semana para aprender inglês. “I speak english“ significa “Eu falo inglês“

Presidente Prudente, nº 2, 1º semestre de 2010

5

A TODO VAPOR

Com novos aprendizados, a terceira idade tem se mantido ativa na sociedade

Manoel Roberto Barbosa é aposentado, mas só usa pijamas para dormir e não fica o dia todo em frente à televisão. Aliás, os momentos que reserva para ver TV também servem para exercitar sua paixão de longos anos: a língua inglesa. Todas terças e quintas-feiras, no início da manhã, ele vai à escola de idiomas aprimorar seu inglês junto aos colegas de sala que tem idade para ser seus filhos e netos.

Ativo e empenhado, aos 75 anos Manoel é um senhor que não envelhece. Primeiro porque, apesar da idade, velho é um termo pesado demais. Segundo porque que não combina em nada com a sua aparência e atitude. “Você nunca pode dizer que sabe tudo independentemente da atividade que realiza. Se você for humilde naquilo que sabe e tentar aprender mais você sempre estará no caminho certo”, ensina.

A aprendizagem na terceira idade é concebida de forma diferente. De acordo com a médica geriatra, Regina Sykora, o aprendizado dos idosos está centrado na resolução de um problema ou na realização de um projeto ou desafio

imposto pela própria pessoa. É uma absorção de conhecimento construída e não apenas memorizada.

Conectada na webHá três anos a aposentada Lizete

Kawassaki, 67, ganhou um computador. Foi uma surpresa empacotada com um susto. O motivo para tal mimo foi a ausência física dos três filhos da aposentada. Um mora em Campinas (SP), o outro em Goiânia (GO) e a filha no Japão. “Todo final de semana eu ligava para eles, por isso eles me deram um computador, para facilitar a comunicação”, explica. Ela também achou que “nunca ia aprender” a manejar a máquina e que computação era “coisa para os jovens”.

Mesmo assim, Lizete e o marido se matricularam em uma escola de informática. Apesar da motivação ter face em uma necessidade, a de aprender a manusear algo desconhecido, não era algo indispensável, e eles encararam como um desafio a ser vencido. “No começo foi difícil e eu falei pro meu marido ter paciência, mas ele não teve e largou as aulas. Até hoje tem trauma”, comenta aos risos a aposentada.

A dupla computador e internet melhorou a comunicação entre mãe, filhos

Idosos mostram capacidade de reinvençãoEriberto MargarizoHeloise Hamada

e netos e a possibilidade de ver a pessoa do outro lado é ainda mais emocionante. “O contato que começou com meus filhos se expandiu e hoje converso com amigos que moram longe”, diz. O computador também ajuda o casal a organizar as fotos digitais das viagens. “Temos a vida toda para aprender, na nossa idade é bom ter uma motivação. Dá um ânimo a mais”, enfatiza.

Companheira musical

Angélico Ferreira, 69, também está no time dos aposentados. Tem um casal de filhos e já trabalhou como bancário, funcionário público e contador. Hoje vê na música uma ótima companheira. “Agora tenho muito tempo livre e por incentivo da esposa decidi aprender teclado”. Segundo ele, por enquanto, não tem outros projetos, está focado na música.

Para Angélico, a vida resume-se em coisas realizadas. Ele também não dá conselhos, pois acredita que cada ser humano tem um jeito diferente de ver a vida e de se motivar para realizar as coisas. “As atitudes dependem muito do ‘espírito’ de cada pessoa. Eu me sinto muito bem com meu corpo e psicologicamente”, explica.

Fazer atividades consideradas novas é uma forma de estimular o cérebro do idoso, de manter o funcionamento constante. “Além disso, integra essa faixa etária na sociedade com um envelhecimento ativo”, explica Sykora. O fato de sair de casa, conhecer pessoas novas, aprender novos conteúdos já estimula a continuidade no desenvolvimento do indivíduo e melhora a altoestima. Outro apontamento da médica é o fato da pessoa se sentir útil naquilo

que desenvolve e ainda ter o apoio dos familiares. “Dessa forma vários problemas são evitados, principalmente a depressão, muito comum nessa fase da vida, onde o aposentado não se considera mais útil e não se vê apto a novos aprendizados já que fica preso no ambiente doméstico”, expõe a médica.

‘Na cola’ dos netosÉ entre a “rapaziada” que Manoel

se sente bem para renovar as energias e aprender inglês. “Ter colegas novos é importante porque eles têm ânsia e necessidade do saber e muita disposição. Acho que se estivesse em uma sala de idosos eu não iria aguentar”, brinca Manoel.

Sua professora, Ana Cláudia Botelho, 34, explica que essa interrelação entre adolescentes e idosos traz muitos benefícios, porém há uma diferença no modo como cada grupo assimila o conteúdo. “Os adolescente têm maior acesso a língua inglesa e acabam produzindo com facilidade, eles conseguem um nível de comunicação mais alto em pouco tempo. Já o aluno idoso tem problemas relacionados aos exercícios que envolvem audição e fala, mas ele acaba por suprir essa falta com uma dedicação extra”, diz.

“Eu quero mostrar pros meus filhos e pros meus netos que eu estou ‘na cola’, quero ouvir deles que eu estou cada dia melhor”, diz Manoel. Com um filho e netos residentes nos Estados Unidos ele tem muita oportunidade de utilizar seu inglês. “Não quero me sentir velho. Uma das formas de mostrar que não está ‘morto’ é mostrar a si mesmo e aos outros sua capacidade de reinventar”, finaliza.

Heloise Hamada

A aposentada Lizete Kawassaki durante conversa via internet com a neta, Natália Yumi Kawassaki, que mora em Goiânia (GO).

Heloise Hamada

6

Presidente Prudente, nº 2, 1º semestre de 2010

Pesquisa mostra que 14% dos entrevistados já sofreram com perseguição

Uma pesquisa inédita realizada em duas escolas da rede estadual de ensino em Presidente Prudente, na região central da cidade e na periferia, constatou que de 283 alunos, 14% sofreram ou sofrem com o bullying. A palavra vem do inglês e significa amedrontar, e se configura através de agressões físicas ou verbais. O estudo foi realizado entre os anos de 2009 e 2010, pelo professor Marcos Vinicius Francisco, 25, em defesa da tese em mestrado na Universidade Estadual do São Paulo – Unesp de Presidente Prudente.

Na sondagem foram constatados índices semelhantes entre 5ª à 8ª série, além de comprovar que na maioria dos casos, os professores não tomam nenhuma atitude diante da situação, por não conhecer a gravidade do assunto, ou por não saber como proceder. O assunto, que sempre esteve presente na sociedade e na esfera escolar, atualmente ganha mais espaço para o debate, apesar dos primeiros estudos terem surgido na década de 1970, revela Francisco.

Segundo os resultados, os meninos aparecem tanto como agressores como vítimas. Ao mesmo tempo em que sofrem com algum tipo de preconceito, também praticam o desrespeito com colegas. Com relação ao tipo de agressão, entre os meninos os ataques físicos são mais comuns. Já com as meninas, a agressão que prevalece são os insultos, difamações e provocações. “Muitas pessoas acham normal, pois já passaram por isso e não lhe faz mal algum. Nenhum processo de relação social vai ter o mesmo valor”, esclarece Francisco.

O professor destaca que um dos comportamentos mais comuns de quem sofre bullying é faltar na escola sem motivos. Pais e professores até questionam, mas a criança não fala o motivo pelo desinteresse em ir as aulas. Muitos chegam em casa sujos e machucados. Os agressores são aqueles que possuem características

de liderança e habilidades sociais dentro de um grupo de amigos. Intimidam, perseguem os colegas com algum tipo de interesse. “O que pode ser normal para uns, para outros não é, e quem sofre bullyng acaba desenvolvendo uma baixa autoestima, que pode levar ao isolamento” completa Francisco.

Segundo o professor José Eduardo Dias Araújo, 26, esta prática não pode ocorrer nem entre os alunos e nem entre professores e alunos. Disse que em algumas vezes já teve que interferir em brigas de alunos,

Bullying é tema de pesquisa acadêmica em PP

Larissa LimaRubens RamosTiago Rodrigues

COMPORTAMENTO

mas que percebeu algo grave. “Nestes casos, a falta de ética do professor traz conseqüências negativas à profissão, fazendo com que o este profissional perca o cargo”, completa Araújo.

Para Wilson José dos Santos, 38, policial militar, pai de duas filhas adolescentes “isto é inaceitável”. Certa vez uma de suas filhas reclamou que estava sendo apelidada por um colega, e isto a estava constrangendo. Segundo Santos, se ele não tivesse interferido e orientado, a filha correria o risco de ter seu desenvolvimento escolar prejudicado.

... quem sofre bullying acaba desenvolvendo

baixa autoestima...

Marcos Vinícius FranciscoProfessor

Saiba como ocorreO bullying se configura quando um grupo de pessoas ou indivíduo “persegue” de forma

sistemática e repetitiva uma pessoa que foge dos padrões homogêneos de um grupo, seja por motivos de religião, sexualidade, altura e peso.

Isolamento e falta de motivação no estudo são alguns dos sintomas de quem se sente, de alguma forma, agredido

Tiago Rodrigues

7

Catálogo Circuito Oeste Rios visa divulgar atrações das cidades do interior paulista

O oeste paulista costuma ser destaque na mídia devido a presídios e confrontos agrários. Porém, o que poucos sabem é que a Alta Sorocabana conta com paisagens belíssimas, como Presidente Epitácio, às margens do rio Paraná, e a Represa Laranja Doce, em Martinópolis. A novidade é que tudo isso agora está catalogado em um documento único, o Circuito Oeste Rios, um projeto para ajudar a desenvolver o turismo na região.

O projeto consiste num catálogo, criado pelo Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), cujo roteiro compreende uma área de 8.354 quilômetros quadrados, com dez cidades da região de Presidente Prudente, as margens das hidrovias Tietê- Paraná e do Rio Paranapanema.

O projeto visa manter a preservação e a sustentabilidade das paisagens da região, do turismo e a valorização da cultura regional. Por essa razão o Circuito Oeste Rios é composto por quatro roteiros: das águas, que visa a pesca e o lazer aquático; de campo, com o agroturismo; da natureza, como as paisagens ecológicas e de aventura; e cultural, com as igrejas, museus e centros culturais presentes na região. Cada trecho deste envolve uma ou mais cidades. Estão inseridas no programa Presidente Epitácio, Iepê, Martinópolis, Paulicéia, Panorama, Presidente Prudente, Rancharia, Rosana, Santo Expedito e Teodoro Sampaio.

Segundo o gerente regional do escritório do Sebrae em Presidente Prudente, José Carlos Cavalcante, “os catálogos do circuito serão distribuídos em várias agências de turismo do país, colocando a disposição dos turistas mais uma opção de viagem”. Além da versão impressa será disponibilizado o catálogo online para download no site do Sebrae de São Paulo (www.sebrae.com.br).

Presidente PrudenteO município participa do circuito

Oeste Rios por ser a capital da região e oferecer infraestrutura e opções de cultura para a população. A cidade se destaca no catálogo tendo como principais pontos turísticos: o Centro Cultural Matarrazo, o Parque do Povo e a Cidade da Criança. Segundo Cavalcante, o catálogo traz ainda a história da região e de suas terras.

Segundo a assessoria de

Circuito divulga pontos turísticos regionaisCamila NogueiraTaisa Nelli

imprensa do Sebrae, o prefeito de Prudente, Milton Carlos Mello, Tupã (PTB), acha que o projeto é `muito importante para o desenvolvimento da região`. Segundo um texto divulgado pelo órgão o prefeito diz que, a capital da região “fica em desvantagem quando o assunto são belezas naturais”, porém no catálogo Oeste Rios serão destacadas a cultura e a história de Presidente Prudente.

MartinópolisO turismo na cidade está

passando por inúmeras transformações e desenvolvimento, tendo hoje, um Departamento de Turismo, coisa que não existia há alguns anos.

O investimento nos pontos turísticos é grande, segundo o diretor de turismo da cidade, Paulo Silvio da Costa Sanches, somente na Represa Laranja Doce serão investidos 1 milhão de reais para limpeza e tratamento

RECONHECIMENTO

Camila Nogueira

de esgoto. “Serão 1,4 mil metro de calçadão e, a cada 150 metros , serão implantadas lanchonetes padronizadas. Toda a extensão do calçadão na orla do balneário receberá iluminação”.

Novidades no turismo municipal serão o desenvolvimento do City Tour de Martinópolis, que funcionará ainda em 2010, e do Turismo Religioso, com a Igreja Santa Bibiana, a única no país que representa a santa protetora dos epiléticos, dos insanos e dos depressivos.

O prefeito de Martinópolis, Waldemir Caetano de Souza (DEM), tem uma visão inovadora sobre o turismo e, segundo o diretor de turismo, apóia todos projetos voltados para o desenvolvimento turismo da cidade. Para o prefeito, o Catálogo de Turismo do Circuito Oeste Rios “é uma grande oportunidade para todos conhecerem nossa região e o potencial turístico que temos a explorar”.

Divulgação

O Mart Folia ocorre na orla da Represa Laranja Doce, em Martinópolis

Em destaque, as onze cidades participantes do Catálogo de Turismo do Circuito Oeste Rios

Presidente Prudente, nº 2, 1º semestre de 2010

8

Presidente Prudente, 1º semestre de 2010

Torcedores acolhem equipe profissional e município comemora bons resultadosPrudentinos resgatam paixão pelo futebol

Jean Ramalho Rafael Bianchi

ESPORTE

O Grêmio Prudente chegou às semifinais do Campeonato Paulista defendendo oficialmente as cores prudentinas desde o dia 26 de fevereiro deste ano, data em que foi assinada a lei municipal 7.159, que o transferiu, de Barueri, na Grande São Paulo, para o interior. Desacordos entre a prefeitura da antiga sede e o clube possibilitaram a transferência da equipe, que já havia utilizado o estádio Prudentão para mandar seus últimos jogos na série A do Campeonato Brasileiro 2009. Desde então, os prudentinos começaram a enxergar nessa mudança possibilidade de crescimento.

“O clube está para a cidade como uma propaganda, uma jogada de marketing”, diz Vitalino Crellis, presidente do Sincomércio (Sindicato do Comércio de Prudente). Ele entusiasma ao falar do aquecimento na economia de Presidente Prudente gerado pela onda positiva em torno do esporte, que balança a cidade após a chegada do novo morador. Ao ser questionado sobre as mudanças percebidas no cotidiano econômico e social dos prudentinos com a iminência de partidas que o Grêmio disputará em casa pelo Campeonato Brasileiro, Crellis

vai além, acredita que a mudança de comportamento se propagará também a nível internacional, já que o clube está classificado para a Copa Sul – Americana, torneio que reúne times de vários países do continente americano, realizado pela Conmebol, e que trará alguns jogos para a cidade.

Alguns comerciantes prudentinos já sentiram suas cifras crescerem depois da chegada do time a cidade, e garantem estar adequados para atender a demanda. Hotéis, restaurantes, postos de gasolina e lojas de artigos esportivos iniciaram uma preparação específica para a nova realidade. Segundo Rilton Nespolo, gerente de um hotel de Prudente, o fluxo de hóspedes na empresa em dias de jogos do Grêmio chega a ser 70% maior. “Nos finais de semana os hotéis de Prudente tem um movimento baixo, mas em dias de jogos tende a crescer. Inclusive, dois jogadores do Grêmio moram aqui e pagam mensalmente”, completa Nespolo.

E não é só no comércio que essa mudança de padrão é sentida. A cobertura de esportes da imprensa local também teve de mudar para acompanhar as informações sobre uma equipe de série A do futebol brasileiro. O radialista Sérgio Jorge, da rádio Comercial AM disse que o clube em pouco menos de

seis meses já conseguiu números que nenhum outro time prudentino alcançou em termos de audiência. “Nem mesmo a Prudentina, ou o Coríntinha em seus tempos de ouro. Claro que esse apoio da cidade se dá, em grande parte, pelo fato do time ter vindo para o município já disputando a primeira divisão em todos os campeonatos, mas o torcedor prudentino tem apoiado a equipe de uma forma apaixonante.” Ele destaca outra mudança no paradigma jornalístico regional, agora os profissionais da imprensa esportiva prudentina acompanham os jogos do Grêmio em loco, uma caracteística que contribui para valorizar ainda mais a cobertura.

E quem ganha é mesmo o torcedor apaixonado pelo futebol. Agora o assunto nas praças e bares é um só, as atuações do novo time prudentino. Para o empresário Everaldo Malaquias, a prefeitura não deve medir esforços para apoiar o Grêmio Prudente. Corinthiano de coração, Everaldo abraçou o Grêmio como segunda paixão. “Não perco um jogo aqui no Prudentão porque tenho a oportunidade de ver os times grandes jogando contra o Gremio”. Ele se diz agraciado com a chegada do clube, já que a sua história com o futebol da cidade vem desde a infância, época em que acompanhava o pai, Carlindo, ex-goleiro da Prudentina e do Coríntinha.

Jean Ramalho

Fundação em 18/06/1940, chegou a ser chamada no inicio por Clube Atlético Prudentino (CAP), era apelidada de “Búfalo do Oeste” – Principal conquista – Campeão Paulista de 1961.

Fundação em 09/03/1945 – era apelidado de Jerônimo do Sertão, seu estádio era o Parque São Jorge, onde hoje em dia fica o Prudente Park Shopping – Principal conquista Campeão Paulista da 2º divisão 1959 – Ultima partida da equipe foi em meados do ano de 2000 contra o Noroeste de Bauru na casa do adversário com o estádio vazio e com apenas 10 jogadores.

Fundação em 29/01/2001 – Também chamado de “Cavalo do Oeste”, no inicio optou-se por chamar Prudente Futebol Clube mais como já existia o PPFC foi impossível seguir com este nome – já chegou colocar mais de cinco mil torcedores no Prudentão mas seu fim foi triste, em meados de 2004 o clube acabou fazendo o acerto salarial dos jogadores profissionais através de bolas, chuteiras e camisetas.

Fundado no final de 2005- 13/12/2005 – era chamado de “Laranja Mecânica” se consagrou Campeão Paulista da 2º divisão em 2007- Fato curioso – O Presidente e Fundador do clube, Adriano Gerlin Também atuou como atacante pela equipe.

Fundação em 09/04/1989, Clube pioneiro em ter uma escolinha de futebol e também categorias de base na cidade – No ano de 2008 dirigentes pediram afastamento do quadro de profissionais da CBF.

Histórico dos times fundados em Presidente Prudente

Jogadores da base do Grêmio Prudente durante treino físico

Rafael Bianchi

Fonte: TCC Futebol Prudentino: uma histórica de paixão e glória