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FACULDADES INTEGRADAS DA UNIÃO EDUCACIONAL DO
PLANALTO CENTRAL – FACIPLAC
CURSO DE FISIOTERAPIA
A MUSICOTERAPIA COMO RECURSO TERAPÊUTICO AUXILIAR N O
TRATAMENTO DE PACIENTES COM SEQUELAS DE AVC
ROMÁRIO FERREIRA DE SOUSA
BRASÍLIA, 08 DE JUNHO DE 2009.
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ROMÁRIO FERREIRA DE SOUSA
A MUSICOTERAPIA COMO RECURSO TERAPÊUTICO AUXILIAR N O
TRATAMENTO DE PACIENTES COM SEQUELAS DE AVC
BRASÍLIA, 08 DE JUNHO DE 2009.
Projeto de Pesquisa apresentado para avaliação da disciplina Introdução a Saúde Humana, do curso de Fisioterapia das Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central, como requisito parcial à aprovação na disciplina. Orientado por: Prof. Esp. Luciana Vieira Tavernard Urache.
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Sumário
Introdução ............................................................................................................................. 4
Metodologia .......................................................................................................................... 6
Tipo de estudo .................................................................................................................... 6
Amostra ............................................................................................................................. 6
Procedimentos .................................................................................................................... 6
Instrumentos ....................................................................................................................... 7
Análise estatística .............................................................................................................. 8
Cronograma .......................................................................................................................... 9
Referências Bibliográficas ................................................................................................. 10
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Introdução
A música é uma arte e uma ciência. O seu papel, tanto na arte quanto na ciência,
consiste em combinar sons e silêncio em um padrão organizado ou aleatório, de modo a
provocar sensações diversas nos que a ouvem (MED, 1996). Desde a antiguidade, a música
é utilizada em rituais religiosos, manifestações culturais de povos, e, recentemente tem
sido usada para diminuir a ansiedade (BARRERA, RYKOV, & DOYLE, 2002), o stress e
até a dor em ambiente hospitalar (HATEM, LIRA, & MATTOS, 2006). O estudo de
Pacchetti (PACCHETTI, MANCINI, R., FUNDAR`O, MARTIGNONI, & NAPPI, 2000)
mostrou que a música pode ser muito útil na recuperação de várias doenças, especialmente
das ligadas à comunicação e a função motora. A música é capaz de provocar diversos
estímulos nas pessoas que a ouvem, dependendo de como é desenvolvida. A
musicoterapia, por sua vez, é a utilização da música como recurso terapêutico auxiliar ou
principal no tratamento de desconfortos e doenças somáticas ou psicossomáticas. Embora o
uso da música como modalidade terapêutica pareça pouco científico, isso não corresponde
à verdade, pois o estudo da musicoterapia se baseia em estudos científicos consistentes
(RUUD, 1990).
Sabe-se que a música ativa diversas áreas do cérebro de quem a ouve. Formisano
(FORMISANO, VINICOLA, PENTA, MATTEIS, BRUNELLI, & WECKEL, 2001)
mostrou que ela pode estimular o cérebro de maneira positiva, como na recuperação das
funções motoras e integrativas de pacientes lesados cerebrais. Uma das principais
capacidades que o cérebro tem é a de se reorganizar mediante lesões e fazer com que uma
área sadia tome o controle de uma região lesada fazendo com que a função perdida seja
retomada (AGUIAR & PINHEIRO, 2007). Esse é um processo lento e delicado que
envolve um programa de tratamento bem estruturado. Em tal programa a música tem se
inserido com sucesso notável. Entre os pacientes com lesão cerebral, encontram-se aqueles
5
acometidos por AVC: uma das maiores causas de morbidade e mortalidade do mundo, que
apesar de não levar alguns indivíduos a óbito pode deixar seqüelas devastadoras
(OLIVEIRA, CACHO, & BORGES, 2006). Portanto fazer com que os pacientes que tem
alguma seqüela de AVC recuperem o máximo de sua independência é o alvo principal das
profissões da saúde e passa a ser um objeto de estudo para a musicoterapia.
A relação entre a música e a atividade cerebral é muito ampla e, de certa forma,
misteriosa por não haver muitos estudos que descrevam, com precisão, os efeitos da
música sobre a atividade cerebral. Não se sabe, ao certo, como e o quanto a música pode
ajudar na recuperação de lesados cerebrais. Não se sabe até onde a música pode ser
importante ou até fundamental na recuperação de pacientes lesados cerebrais e, sobretudo,
pacientes com seqüelas de AVC. Partindo do que foi discorrido até agora, surge o
questionamento: A música pode ser útil na recuperação das funções motoras e no
melhoramento da qualidade de vida dos pacientes com seqüelas de AVC?
Visto que a musicoterapia tem alcançado resultados tão satisfatórios, atuando como
terapia auxiliar no tratamento de diversas doenças, esta pesquisa tem como hipótese que a
musicoterapia pode ser fundamental para um melhor tratamento dos pacientes com
seqüelas de AVC.
O objetivo geral deste estudo é analisar de maneira objetiva os efeitos terapêuticos
da musicoterapia como agente facilitador da neuroplasticidade em pacientes com seqüelas
de AVC. São objetivos específicos dessa pesquisa: (i) verificar se há diferença na melhora
dos pacientes em relação à terapia convencional, ao final de um tratamento de seis meses; e
(ii) havendo melhora, identificar se ela ocorre precocemente com a associação de terapia
convencional e musicoterapia.
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Metodologia
Tipo de estudo
O presente estudo trata-se de um ensaio clínico randomizado.
Amostra
Critérios de inclusão
Pacientes com seqüelas de AVC atendidos nos consultórios de neurologia do sistema
público de saúde do Distrito Federal, com idade entre 15 e 50 anos.
Critérios de Exclusão
(i) Pacientes com alterações neurológicas congênitas;
(ii) Pacientes com comprometimento da audição;
(iii) Pacientes que se recusem a participar do estudo.
Procedimentos
Os pacientes selecionados serão encaminhados a Clinica Escola de Fisioterapia da
Faciplac.
A aleatorização será feita da seguinte maneira: o primeiro paciente a procurar o
serviço, a partir da data de início da amostragem, será direcionado a um dos grupos através
de sorteio feito com a utilização de uma moeda; cara para o grupo controle e coroa para o
grupo intervenção. Os próximos pacientes que procurarem passarão pelo mesmo processo,
e assim se seguirá a seleção dos pacientes através da utilização do mesmo critério. O grupo
controle será submetido à fisioterapia convencional, enquanto os pacientes do grupo
intervenção receberão, após a fisioterapia convencional, sessões de musicoterapia com
duração de 50 minutos.
As sessões de musicoterapia serão da modalidade ativa. Essa modalidade consiste num
tipo de música improvisada onde o terapeuta leva o seu paciente a participar tocando
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instrumentos musicas ou acompanhando o ritmo através de palmas ou cantando junto com
o terapeuta. Esse sistema foi utilizado no estudo Reyes (REYES, BHATTACHARYYA, &
HELLER, 1981), com notável sucesso.
Instrumentos
As variáveis a serem estudadas serão o grau de independência funcional – avaliado
pelo Índice de Barthel (MAHONEY & BARTHEL, 1965) e Medida de Independência
Funcional (RIBERTO, MIYAZAKI, JUCÁ, SAKAMOTO, PINTO, & BATTISTELLA,
2004); o nível de atividade física, quantificado pelo Questionário Internacional de
Atividade Física; e a qualidade de vida, medida pelo questionário WHOQOL - Abreviado,
desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde.
O Índice de Barthel é uma escala usada pra medir, de forma quantitativa, o nível de
independência funcional de idosos, lesados cerebrais ou qualquer outro tipo de paciente
que detenha algum tipo de fator limitante de função. Esse instrumento procura avaliar a
situação de autonomia dos pacientes ao realizar tarefas cotidianas como se alimentar,
tomar banho e outras tarefas que fazem parte do dia-a-dia desses indivíduos. A MIF,
semelhantemente ao Índice de Barthel, tem como função quantizar o nível de
independência dos pacientes, isto é, a quantidade de cuidado que determinada pessoa
requer para realizar tarefas motoras e cognitivas de vida diária. O IPAQ é um questionário
útil para estimar quanto tempo é gasto por cada pessoa em atividades físicas de intensidade
moderada e vigorosa em situações do cotidiano como: trabalho, tarefas domésticas
(BENEDETTI, ANTUNES, RODRIGUES-ANEZ, MAZO, & PETROSKI, 2007).
Finalmente, o WHOQOL – Abreviado é uma ferramenta desenvolvida pela OMS para
avaliar a qualidade de vida do ponto de vista de cada indivíduo. Trata-se de um
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questionário a ser respondido individualmente baseado no que a pessoa avaliada acha da
sua vida, tomando como base as duas últimas semanas vividas.
Análise Estatística
Para a análise de dados será feito primeiramente o Teste Komolgorov Smirnov para
avaliar a distribuição dos dados, se é ou não paramétrica. Caso a distribuição seja
paramétrica será usado o teste ANOVA para analisar se há diferença entre os valores
encontrados, caso haja diferença será feito o pós-teste de Tukey para identificar onde
houve a diferença. Se a distribuição for não-paramétrica o teste usado será o de Kruskal
Wallis para analisar se houve ou não diferença, caso tenha havido diferença será feito o
pós-teste de Man-Withney para identificar onde se localiza tal diferença.
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Cronograma
Etapas 1°
mês
2º
mês
3º
mês
4º
mês
5º
mês
6º
mês
7º
mês
8º
mês
9º
mês
Revisão bibliográfica X X X X X X X X X
Amostragem X
Realização das Sessões X X X X X X
Avaliações e coleta dos
dados
X X X X X X
Análise dos dados X
Redação da monografia X
Previsão da
apresentação da
monografia
X
10
Referencias bibliográficas
AGUIAR, A. S., & PINHEIRO, R. A. (Set /Out, de 2007). Efeitos do exercício físico sobre
o estado redox cerebral. Revista Brasileira de Medicina e Esporte , 13, pp. 335-360.
BARRERA, M. E., RYKOV, M. H., & DOYLE, S. L. (2002). The effects of interactive
music on hospitalized children with cancer: a pilot study. Pshyco-Oncology , 11, pp. 379-
388.
BENEDETTI, T. R., ANTUNES, P. C., RODRIGUES-ANEZ, C. R., MAZO, G. Z., &
PETROSKI, E. L. (Jan/Fev de 2007). Reprodutibilidade e validade do Questionário
Internacional. Revista Brasileira de Medicina e Esporte , 13 (1), pp. 11-16.
FORMISANO, R., VINICOLA, V., PENTA, F., MATTEIS, M., BRUNELLI, S., &
WECKEL, W. (2001). Active music therapy in the rehabilitation of severe brain injured
patients during coma recovery. Ann. Ist. Super. Sanità , 37, pp. 627-630.
HATEM, T. P., LIRA, P. I., & MATTOS, S. S. (2006). Efeito Terapêutico da música em
crianças em pós-operatório de cirurgia cardíaca. Jornal de Pediatria , 82 (3), pp. 186-192.
MAHONEY, F. I., & BARTHEL, D. (1965). Functional evaluation: the Barthel Index.
Maryland St Med J , pp. 56-61.
MED, B. (1996). Características da música e do som. In: B. Med, Teoria da Música (p.
11). Brasília - DF: Musimed.
OLIVEIRA, R., CACHO, E. W., & BORGES, G. (2006). A clinical correlation using
Fugl-Meyer assessment scale, Berg balance scale and Barthel index. Arquivo de
Neuropsiquiatria , 64 (3-B), pp. 731-735.
11
PACCHETTI, C., MANCINI, F., R., A., FUNDAR`O, C., MARTIGNONI, E., & NAPPI,
G. (2000). Active Music Therapy in Parkinson’s Disease: An Integrative Method for Motor
and Emotional Rehabilitation. . Psychosomatic Medicine , pp. 386-393.
REYES, R., BHATTACHARYYA, A., & HELLER, D. (1981). Traumatic head injury:
restlessness and agitation as prognosticators of physical and psychologic improvement in
patient. Arch Phys Med Rehab. , 1, pp. 20-23.
RIBERTO, M., MIYAZAKI, M. H., JUCÁ, S. S., SAKAMOTO, H., PINTO, P. P., &
BATTISTELLA, L. R. (2004). Validação da Versão Brasileira da Medida de
Independência Funcional. Acta Fisiátrica , 11 (2), pp. 72-76.
RUUD, E. (1990). Caminhos da Musicoterapia. São Paulo: Summus.