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VIROLOGIA BÁSICA E CLÍNICA Profa. Coordenadora: Célia Regina Monte Barardi [email protected] MIP, CCB, 3° andar sala 311 1 MIP, CCB, 3° andar sala 311 Site do lab: www.lvapli.ufsc.br Professores colaboradores: Cláudia M. O. Simões CIF/CCS Carlos Roberto Zanetti MIP/CCB Aguinaldo Roberto Pinto MIP/CCB Estágio de docência: Doutoranda Aline Viancelli

Introdução à Virologia Básica e Clínica

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Virologia

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Page 1: Introdução à Virologia Básica e Clínica

VIROLOGIA BÁSICA E CLÍNICA

Profa. Coordenadora: Célia Regina Monte [email protected], CCB, 3° andar sala 311

1

MIP, CCB, 3° andar sala 311Site do lab: www.lvapli.ufsc.br

Professores colaboradores: Cláudia M. O. Simões CIF/CCSCarlos Roberto Zanetti MIP/CCBAguinaldo Roberto Pinto MIP/CCBEstágio de docência: Doutoranda Aline Viancelli

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Introdução à Virologia Humana - 2. ed. / 2008 -Acervo BU 267780

Autores: SANTOS, Norma Suely de O.; ROMANOS, Maria Teresa V.; WI GG, Marcia Dutra.

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Marcia Dutra. 2. ed. Rio de Janeiro (RJ) Guanabara Koogan, 532p.ISBN 9788527714563

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CRONOGRAMA 2012-1

09/03) Introdução aos vírus e replicação dos vírus RNA e DNA(2T) Célia16/03) Vírus causadores de gastroenterites: rotavírus, astrovírus e norovírus (2T) Célia 23/03) Feriado 30/03) Adenovírus e as múltiplas doenças por ele causadas (2T) Célia13/04) Vírus da Influenza, parainfluenza, vírus respiratório sincicial (2T) Célia 20/04) Vírus do sarampo, caxumba e rubéola (2T) Célia27/04) Dengue e Febre Amarela (2T) Célia04/05) I avaliação11/05) Vírus da imunodeficiência humana (2T) Aguinaldo18/05) Vírus Rábico (2T) Zanetti18/05) Vírus Rábico (2T) Zanetti25/05) Vírus oncogênicos (2T) Aguinaldo01/06) Interação vírus X hospedeiro:evasão da resposta imune nas infecções virais ( 2T) Zanetti15/06) Vírus das hepatites A, B, C, D e E (2T) Cláudia22/06) Vírus herpéticos (2T) Cláudia29/06) Rinovírus e Coronavírus causadores de infecções respiratórias (2T) Cláudia06/07) Fármacos antivirais (2T) Cláudia13/07) II avaliaçãoA definir) Prova para alunos que perderam uma das avaliações

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VIROLOGIA BÁSICA

• Estruturas virais distintas

• Diferentes modos de replicação dos vírus

• Implicações no:

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– diagnóstico

– tratamento

– prevenção

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VIROLOGIA CLÍNICA

• ENVOLVERÁ ABORDAGENS DE:– RESERVATÓRIOS VIRAIS– MODOS DE TRANSMISSÃO VIRAL– ETIOLOGIA DAS DOENÇAS VIRAIS

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– ETIOLOGIA DAS DOENÇAS VIRAIS– DIAGNÓSTICO DAS DOENÇAS VIRAIS– MEDICAMENTOS ANTIVIRAIS– INTERAÇÃO DOS VÍRUS COM OS HOSPEDEIROS

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UM POUCO DE HISTÓRIA E EVOLUÇÃO BASEADO NA PRESENÇA DOS VÍRUS NA FACE DA TERRA

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DOS VÍRUS NA FACE DA TERRA

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SÉCULO XIX A.C.

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Cidadão do povo retratado com seqüela de poliomielite

Faraó Ramsés V com seqüelas de varíola na face

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No caminho do descobrimento dos vírus

Dimitri Ivanofsky (1892)

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1915: Félix d´Herelle descobriu pontos de lise em culturas de bactérias causadoras de diarréias denominando estes pontos de “placas”. Os agentes causadores das placas foram por ele denominados “bacteriófagos”, conseguindo

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denominados “bacteriófagos”, conseguindo ainda definir suas propriedades lítica e lisogênica.

É considerado o pai da Virologia Moderna

Page 10: Introdução à Virologia Básica e Clínica

Em 1935, Wendell M. Stanley (Prêmio Nobel de Química em 1946) da Universidade de Rockfeller cristalizou pela primeira vez o vírus do mosaico do tabaco.

Concluíu que os vírus consistiam de “um pacote de

agentes bioquímicos complexos” mas lhe “faltavam

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agentes bioquímicos complexos” mas lhe “faltavam

sistemas essenciais das funções metabólicas”.

Os vírus foram assim “rebaixados” a meros agentes inertes já que se assemelham mais a um conjunto químico do que a um organismo vivo.

Page 11: Introdução à Virologia Básica e Clínica

Organização hierárquica dos vírus segundo o “International Committee on Taxonomy of Viruses”

(ICTV)

•Ordem: (Ex: Mononegavirale, Nidovirale e Caudovirale)

•Família:(Ex: Poxviridae, Herpesviridae, Parvoviridae, Paramyxoviridae, etc)

•Subfamília: sufixo “virinaes”

•Gênero: sufixo “vírus”

•Espécie: vírus

(ainda....subespécies, estirpes, variantes, grupos e subgrupos)

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Exemplos de nomenclaturas:

Família: Poxviridae, Subfamília: Chordopoxvirinae, Gênero: Orthopoxvírus, Espécie: Vaccinia vírus

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Espécie: Vaccinia vírus

Família: Picornaviridae, Gênero: Enterovírus, Espécie: Poliovírus 1

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VIROLOGIADEFINIÇÃO DE TERMOS

• Partícula viral completa e infecciosa= virion• Proteínas que revestem a partícula viral = capsídeo (pode ter capsídeo externo e

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capsídeo (pode ter capsídeo externo e capsídeo interno)

• Capsídeo + Genoma = nucleocapsídeo• Natureza bilipídica, obtido da célulahospedeira e com pelo menos uma proteínaassociada= envelope

Page 14: Introdução à Virologia Básica e Clínica

ENVELOPE• OBTIDOS PELO BROTAMENTO ATRAVÉS DA MEMBRANA

CELULAR OU NUCLEAR

• NATUREZA BILIPÍDICA

• POSSIBILIDADE DE DEIXAR A CÉLULA SEM LISÁ-LA (BROTAMENTO)

• CONTÉM PELO MENOS UMA PROTEÍNA CODIFICADA PELO VÍRUS

• A PERDA DO ENVELOPE RESULTA EM PERDA DA

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• A PERDA DO ENVELOPE RESULTA EM PERDA DA INFECTIVIDADE

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• genomas RNA ou DNA

• genoma segmentado ou não-segmentado

• genoma linear ou circular

CLASSIFICAÇÃO DOS ÁCIDOS NUCLEICOS VIRAIS

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• genoma linear ou circular

• genoma simples-fita ou dupla-fita

• se genoma RNA simples-fita:– o genoma mRNA pode ser de senso (+) ousenso (-)

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CLASSIFICAÇÃO DOS VÍRUS DE ACORDO COM DAVID BALTIMORE:

Vírus são classificados em sete grupos arbitrários de acordo com a natureza de seu genoma:

I: DNA dupla fita I: DNA dupla fita II: DNA simples fitaIII: RNA dupla fita IV: RNA simples fita de senso positivo V: RNA simples fita de senso negativo VI: RNA simples fita de senso positivo com um ciclo intermediário de replicação DNA VII: DNA dupla fita com um intermediário de RNA

Page 17: Introdução à Virologia Básica e Clínica

5 TIPOS BÁSICOS DE ESTRUTURAS VIRAIS

ICOSAHEDRICO ENVELOPADOICOSAHEDRICO

lipid bilayer

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HELÍPTICO

HELÍPTICO ENVELOPADO

COMPLEXO

Adapted from Schaechter et al., Mechanisms of Microbial Disease

nucleocapsid

lipid bilayer

glycoprotein spikes= peplomers

Page 18: Introdução à Virologia Básica e Clínica

DEFINIÇÕES-PROTEÍNASVIRAIS

• PROTEÍNAS ESTRUTURAIS– TODAS AS PROTEÍNAS DO VÍRUS MADUROMADURO

• PROTEÍNAS NÃO-ESTRUTURAIS– CODIFICADAS PELO VÍRUS E QUE NÃO SÃO EMPACOTADAS NA PARTÍCULA VIRAL MADURA (SÃO REGULATÓRIAS)

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VIRUS CARREGAM INFORMAÇÃO GENÉTICA PARA:

• ASSEGURAR A REPLICAÇÃO DE SEU

PRÓPRIO GENOMA

• ASSEGURAR O EMPACOTAMENTO DE SEU

GENOMA NO NUCLEOCAPSÍDEO

• ALTERAR A ESTRUTURA OU FUNÇÃO DA

CÉLULA HOSPEDEIRA

Page 20: Introdução à Virologia Básica e Clínica

PASSOS BÁSICOS DO CICLO DE REPLICAÇÃO DE UM VÍRUS

• ADSORÇÃO À CÉLULA

• ENTRADA NA CÉLULA

• EXPOSIÇÃO DO GENOMA• EXPOSIÇÃO DO GENOMA

• SÍNTESE DO ÁCIDO NUCLEICO E DAS PROTEÍNAS

• MATURAÇÃO VIRAL

• ESPALHAMENTO PARA AS OUTRAS CÉLULAS

Page 21: Introdução à Virologia Básica e Clínica

ADSORÇÃO

• Os vírus possuem proteínas em sua superfície queinteragem com receptores específicos na célula hospedeira.interagem com receptores específicos na célula hospedeira.

• Interação é PASSIVA

• Especificidade da interação define e limita o tipo de célulahospedeira que pode ser infectada.

• Danos causados a estes sítios de ligação (ex: pordesinfetantes ou calor), ou o bloqueio por anticorposespecíficos (anticorpos neutralizantes) podem impedir a

infectividade de um vírus.

Page 22: Introdução à Virologia Básica e Clínica

ENTRADA - VÍRUS ENVELOPADOS

Após a adsorção os vírus envelopados se Após a adsorção os vírus envelopados se fundem à membrana da célula hospedeira e ocorre a entrada do nucleocapsídeo viral no citoplasma da célula hospedeira.

Page 23: Introdução à Virologia Básica e Clínica

ENTRADA DE VÍRUS ENVELOPADOS

herpesvirus, paramyxovirus, HIV

Page 24: Introdução à Virologia Básica e Clínica

Vírus não envelopados entram na célula por

ENTRADA VÍRUS NÃO ENVELOPADOS

Vírus não envelopados entram na célula porum processo de endocitose que envolve ainvaginação da membrana da célulahospedeira e formação de uma vesículadentro do citoplasma da célula.

Page 25: Introdução à Virologia Básica e Clínica

ENDOCITOSE DE VÍRUS NÃO ENVELOPADOS

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CITOPLASMA

Page 26: Introdução à Virologia Básica e Clínica

ESTRATÉGIAS DE REPLICAÇÃO DOS VÍRUS

DE GENOMA RNADE GENOMA RNA

Page 27: Introdução à Virologia Básica e Clínica

ESTRATÉGIAS DOS VÍRUS DE GENOMA RNA

RNA RNA(RNA polimerase viral dependente de RNA)

RNA DNA(DNA polimerase viral dependente de RNA transcriptase reversa)

Posteriormente na célula hospedeira: DNA RNA

(RNA polimerase celular dependente de DNA)

Retrovírus

Page 28: Introdução à Virologia Básica e Clínica

VIRUSDE GENOMA RNA DE

POLARIDADE POLARIDADE POSITIVA

Page 29: Introdução à Virologia Básica e Clínica

O genoma viral já é um mRNA

GENOMAS DE RNA DE SENSOPOSITIVO (“PLUS”)

AAA

mRNA de senso positivo

Page 30: Introdução à Virologia Básica e Clínica

REPLICAÇÃO DORNA VIRAL

RNA GENÔMICO SENSO POSITIVO3’5´

RNA (- SENSO) 3’ 5´

RNA GENÔMICO SENSO POSITIVO3’5´

Page 31: Introdução à Virologia Básica e Clínica

REPLICAÇÃO DO RNA

• RNA polimerase viral (replicase)

• Fatores proteicos do hospedeiro envolvidos como acessórios de replicação;como acessórios de replicação;

• Novas fitas de RNA positivas servem para:– Empacotamento viral

– Moldes para replicação

– Moldes para mais tradução

Page 32: Introdução à Virologia Básica e Clínica

RNA GENÔMICO SENSO POSITIVOAAAAA

tradução

Page 33: Introdução à Virologia Básica e Clínica

Retrovírus: Genomas de RNA senso positivo com DNA intermediário

Transcriptase Reversa deve

DSDNA

+RNA

DSDNA

Reversa deve estar empacotada no virion.

Page 34: Introdução à Virologia Básica e Clínica

VIRUSDE GENOMA RNA DE POLARIDADE DE POLARIDADE

NEGATIVA

Page 35: Introdução à Virologia Básica e Clínica

Necessitam sintetizar o mRNA

GENOMAS DE RNA DE SENSO NEGATIVO (“MINUS”)

RNA polimerase deve estar empacotada no virion.

AAAmRNA de senso positivo

RNA de senso negativo

Page 36: Introdução à Virologia Básica e Clínica

3’ 5’genoma senso negativo

Cópias completas

replicaçãotranscrição

mRNAs (positivos)

TRANSCRIÇÃO, TRADUÇÃO, REPLICAÇÃO

3’ 5’(-)

5’ 3’(+)AAA

AAA

AAA

AAA

AAA

= Grupo Metil no 5’(“cap”)AAA= Poliadenilação no 3’

Page 37: Introdução à Virologia Básica e Clínica

VIRUSRNA

DUPLA FITA

Page 38: Introdução à Virologia Básica e Clínica

GENOMAS DE RNA DUPLA FITA (A FITA NEGATIVA É TRANSCRITA A mRNA)

RNA polimerase deve estar

Necessitam sintetizar o mRNA

AAAmRNA de senso positivo

RNA genômico dupla fita

deve estar empacotada no virion.

Page 39: Introdução à Virologia Básica e Clínica

MUTAÇÕES

• VÍRUS DE GENOMA RNA NÃO PODEM CORRIGIR ERROS DE

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PODEM CORRIGIR ERROS DE REPLICAÇÃO OCORRENDO FACILMENTE MUTAÇÕES

VIRAIS

Page 40: Introdução à Virologia Básica e Clínica

ESTRATÉGIAS DE REPLICAÇÃO DOS VÍRUS

DE GENOMA DNADE GENOMA DNA

Page 41: Introdução à Virologia Básica e Clínica

ESTRATÉGIAS DOS VÍRUS DNA DE REPLICAÇÃO NUCLEAR

• Necessidades:

1) Transcrever RNA para a síntese de proteínas viraisvirais

Responsável: RNA polimerase dependente de DNA, mais proteínas adicionais todos “emprestados”da célula hospedeira

Page 42: Introdução à Virologia Básica e Clínica

2) Replicar o DNA para replicação viral– Responsável: DNA polimerase, mais proteínas adicionais “emprestados”da célula hospedeira para replicar o DNA viral

TUDO ESTÁ DENTRO DO NÚCLEO DA CÉLULA HOSPEDEIRA E

PORTANTO O GENOMA DESTES VÍRUS NÃO É TÃO GRANDE!

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EXPRESSÃO GÊNICA DOS VÍRUS DNA DE REPLICAÇÃO NUCLEAR

• GENES DE FASE MUITO PRECOCE (IMMEDIATE EARLY)- Papel na descapsulação viral quando no citoplasma da célula hospedeira

• GENES DE FASE PRECOCE (EARLY) -Alterar a expressão gênica do hospedeiro; Interferir com as defesas anti-virais do hospedeiro; Interferir com o ciclo de regulação celular

• GENES DE FASE TARDIA (LATE) –Replicação do genoma viral; proteínas estruturais do vírus

Page 44: Introdução à Virologia Básica e Clínica

ESTRATÉGIAS DOS VÍRUS DNA DE REPLICAÇÃO CITOPLASMÁTICA

• Precisam ter genes para codificar DNA e RNA polimerases citoplasmáticas.

• Precisam ter genes para codificar proteínas acessórias para a síntese do RNA e DNA.

• Precisam de genomas maiores!!!!!

• Ex: família dos poxvírus (100x mais DNA do que os vírus de DNA de replicação nuclear)

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TRANSCRIÇÃO DOS VÍRUS DNA DE REPLICAÇÃO CITOPLASMÁTICA

• Ocorre no citoplasma da célula hospedeira

• RNA polimerase viral empacotada no interior do • RNA polimerase viral empacotada no interior do virion

• Enzimas de modificações do mRNA (metilação, poliadenilação) contidas no virion