9
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro MICROBIOLOGIA AMBIENTAL Prof. Aline dos S. Garcia Gomes Aula 1 1) Introdução: Podemos dizer que os microrganismos são os responsáveis pela manutenção da vida na Terra Importancia: perspectiva do homem Microbiologia: ~300 anos 2) A idade de ouro da Microbiologia (1875-1915) Estabelecimento da microbiologia como ciência Novos ramos: Ecologia Microbiana Descoberta da importância das bactérias na ciclagem dos nutrientes (C, N,S,P) (Winogradski e Beijerinck) Imunologia Indústria Drogas, antibióticos, alimentos (Fleming, Waksmam) Virologia: Iwanovski/Stanley Biologia Molecular – 1970 mapeamento, recombinação e engenharia genética Ciclagem dos elementos pela degradação da matéria orgânica Benefício/prejuízo a saúde do homem, animais e outros seres vivos Participam das atividades produtivas da vida do homem 99% 1% Benéficos ou inócuos Patogênicos

Introdução MICROBIOLOGIA AMBIENTAL

Embed Size (px)

DESCRIPTION

biologia

Citation preview

  • Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio de Janeiro

    MICROBIOLOGIA AMBIENTAL

    Prof. Aline dos S. Garcia Gomes

    Aula 1

    1) Introduo:

    Podemos dizer que os microrganismos so os responsveis pela manuteno da vida na Terra

    Importancia: perspectiva do homem

    Microbiologia: ~300 anos

    2) A idade de ouro da Microbiologia (1875-1915)

    Estabelecimento da microbiologia como cincia

    Novos ramos:

    Ecologia Microbiana

    Descoberta da importncia das bactrias na ciclagem dos nutrientes (C, N,S,P) (Winogradski e Beijerinck)

    Imunologia

    Indstria

    Drogas, antibiticos, alimentos (Fleming, Waksmam) Virologia: Iwanovski/Stanley

    Biologia Molecular 1970

    mapeamento, recombinao e engenharia gentica

    Ciclagem dos elementos pela degradao da matria orgnica Benefcio/prejuzo a sade do homem, animais e outros seres vivos Participam das atividades produtivas da vida do homem

    99%

    1%

    Benficos ou incuos Patognicos

  • Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio de Janeiro

    MICROBIOLOGIA AMBIENTAL

    Prof. Aline dos S. Garcia Gomes

    Aula 1

    3) Qual o futuro da microbiologia??

    rea mdica Doenas emergentes

    Microrganismos novos

    Reaparecimento de doenas

    Biotecnologia e Bioengenharia

    Bioinformtica

    Processos industriais e Ambiental (Diversidade e sua aplicao)

    4) Agora sim, MICROBIOLOGIA AMBIENTAL

    Muitos campos de aplicao da microbiologia

    Microbiologia Ambiental

    estuda os microrganismos, particularmente bactrias e fungos que desempenham papel importante na decomposio de matria orgnica e a reciclagem dos elementos qumicos da natureza (ciclos biogeoqumicos).

    O que temos que lembrar?

    Os microrganismos so diversos e ubquos e contribuem para a circulao global de matria

    As atividades humanas destroem a circulao causando poluio ambiental Para encontrar uma soluo com base nas atividades dos microrganismos

    estuda-se a ecologia microbiana

    Microrganismo

    Substantivo

    Ser vivo microscpico; microbiano (adjetivo) Do grego mikros(pequeno) + bios(vida

  • Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio de Janeiro

    MICROBIOLOGIA AMBIENTAL

    Prof. Aline dos S. Garcia Gomes

    Aula 1

    Ecologia

    Substantivo

    Ramo da biologia que estuda as relaes entre organismos e entre estes e o seu meio ambiente

    Do grego oikos (casa) + logos (conhecimento/estudo) Ecologia Micorbiana

    Estudo do comportamento e das atividades dos microrganismos nos seus ambientes naturais.

    Estuda as interrelaes dos microrganismos uns com os outros e com o seu meio ambiente.

    Microbiologia Ambiental

    Relaciona-se principalmente com os processos microbianos que ocorrem no solo, na gua ou nos alimentos.

    No se debrua sobre o ambiente no qual os microrganismos existem mas sim sobre os efeitos provocados por esses microrganismos no nossomeio ambiente

    5) Interaes com outras clulas

    No ambiente deve existir energia, electrons e nutrientes para que os microrganismos funcionem

    Os microrganismos interagem com o seu ambiente para obter energia (a partir da luz ou de ligaes qumicas), electrons e nutrientes, contribuindo para os ciclos biogeoqumicos

    Os microrganismos alteram o estado fsico e a mobilidade de muitos nutrientes medida que os usam no seu processo de crescimento

    Os microrganismos so uma parte importante dos ecossistemas; participam na sucesso (alteraes previsveis que ocorrem num ecossistema quando perturbado

    Os ambientes extremos (temperatura, o pH, a presso ou a salinidade) restringem os tipos de microrganismo capazes de sobreviver.

    Muitos microrganismos que se encontram em ambientes extremos esto especialmente adaptados no apenas para sobreviver mas para funcionar metabolicamente sob aquelas condies

    Para estudar as interaes microbianas so usados mtodos microscpicos, qumicos, enzimticos e moleculares que providenciam informao sobre condies ambientais, biomassa microbiana, tipos de microrganismo, atividade e estrutura das comunidade

  • Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio de Janeiro

    MICROBIOLOGIA AMBIENTAL

    Prof. Aline dos S. Garcia Gomes

    Aula 1

    I. Simbiose

    Qualquer tipo de interao (positiva ou negativa) entre organismos de espcies diferentes

    Do grego sn com" e bsis vivo

    Bennett (1877): primeira utilizao da palavra para descrever a relao de mutualismo existente nos lquens Heinrich Anton de Bary (1879): a vida comum de organismos diferentes

    Ecto-simbiose: um organismo vive sobre o outro Endo-simbiose: um organismo vive dentro do outro

    Obrigatria: necessria para a sobrevivncia de pelo menos um dos organismos da relao Facultativa: a relao benfica mas no essencial para a sobrevivncia dos organismos

    As associaes entre organismos podem ser intermitentes | cclicas ou permanentes; doenas humanas como malria envolvem relaes intermitentes e cclica

    Relaes ciclicas

  • Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio de Janeiro

    MICROBIOLOGIA AMBIENTAL

    Prof. Aline dos S. Garcia Gomes

    Aula 1

    Relaes permanentes

    II. Mutalismo

    Obrigatrio que ambos os organismos se beneficiem

    Microrganismos e ruminantes: o rmen As ervas so pobres em nutrientes (por isso os herbvoros tm que ingerir grandes quantidades de alimento) e ricas em celulose que os animais so incapazes de digerir (no tm celulase)

    - Microrganismos anaerbios produzem celulase e degradam a celulose libertando glicose que depois fermentada em cidos orgnicos (ex. acetato) que servem de fonte de energia para o ruminante

    - O processo pode parar ao nvel do acetato (aerobiose) ou pode continuar at formao de metano (anaerobiose)

    O rmen O rmen dos ruminantes que produzem metano contm elevada diversidade microbiana como Procariotas, fungos anaerbios (ex. Neocallimastix), ciliados e outros protozorios

    Associao entre um fungo (ascomiceto ou basidiomicete) e um organismo fototrfico (alga verde ou cianobactria fixadora de azoto) *azoto = nitrogenio

    O fungo recebe o carbono sintetizado pelo organismo fotossinttico (no caso das cianobactrias recebe tambm azoto)

    A alga ou a cianobactria recebem os nutrientes inorgnicos que os fungos retiram do meio ambiente assim como gua

    Protozorio ciliado Paramecium bursaria e alga verde Chlorella spp.

    A paramcia tem um tom verde devido s centenas de algas existentes no seu interior; as algas dividem-se ao mesmo ritmo da paramcia

  • Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio de Janeiro

    MICROBIOLOGIA AMBIENTAL

    Prof. Aline dos S. Garcia Gomes

    Aula 1

    A alga fornece ao protozorio nutrientes que ela produz atravs da fotossntese (e o protozorio pode assim sobreviver desde que haja luz)

    Na ausncia de luz, a paramcia alimenta-se de bactrias e fornece s algas nutrientes

    III. Cooperao ou sintrofismo

    IV. Comensalismo

    Consiste principalmente na utilizao por uns dos produtos de excreo de outros

    VI. Predao

    Bactrias que comem bactrias

    ex. Bdellovibrio

    penetra a parede celular da presa, multiplica-se entre a parede e a membrana plasmtica e provoca a lise da presa e a libertao das clulas filhas consome bactrias Gram positivas (Pseudomonas phaseolicola, Pseudomonas fluorescens, Escherichia coli, Spirillum serpens, )

    A clula de Bdellovibrio se conecta superfcie da clula hospedeira, fazendo um buraco atravs do qual entra na clula

    A clula hospedeira perde a sua mobilidade e a sua atividade metablica e o contedo celular progressivamente degradado de forma a prover nutrientes ao parasita

    1-3 horas depois, a clula de Bdellovibrio transforma-se numa espiral e divide-se em 6-25 clulas filhas que se libertam para o meio ambiente

  • Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio de Janeiro

    MICROBIOLOGIA AMBIENTAL

    Prof. Aline dos S. Garcia Gomes

    Aula 1

    ex. Vampirococcus

    Adere-se superfcie da presa e secreta enzimas para provocar a libertao do seu contedo

    ex. Daptobacter

    Penetra na presa e utiliza o contedo citoplasmtico como fonte de nutrientes

    Fungos que comem protozorios

    Predao de condeos de fungos do solo (Cochliobolus sativus) por protozorios amebides

    Em 2-4 horas, os pseudpodes da ameba perfuram o condeo (furos com 2-4 mm de dimetro) e lisam o seu contedo alimentando-se dele

    VII. Amensalismo

    Muitos microrganismos, espcies de Bacillus e fungos, produzem antibiticos como produto do seu metabolitos (metablitos secundrios), que inibem grupos especficos de organismos:

    - Penicilinas e cefalosporinas - ativas contra bactrias Gram-positivas - Estreptomicina ativa contra bactrias gram positivas e gram

    negativas - Cicloheximida ativa contra clulas eucariotas

    VIII. Competio

    Ocorre quando microrganismos tentam usar o mesmo recurso (local fsico, nutriente, ). Se um deles dominar, crescer mais que o outro (princpio da excluso competitiva)

  • Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio de Janeiro

    MICROBIOLOGIA AMBIENTAL

    Prof. Aline dos S. Garcia Gomes

    Aula 1

    Ex. protozorios ciliados que tm nichos ecolgicos semelhantes

    TRADUZINDO EM POUCAS PALAVRAS

    Mutualismo: associao obrigatria na qual ambos beneficiam

    Cooperao ou sintrofismo: associao facultativa na qual ambos beneficiam

    Comensalismo: um dos organismos beneficia e o outro no afetado pela associao

    Predao: o predador mata e consome a presa

    Parasitismo: um organismo retira nutrientes dos tecidos ou das clulas de outro

    Amensalismo: represso de uma espcie pelas toxinas produzidas por outra (exemplo antibiticos)

  • Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio de Janeiro

    MICROBIOLOGIA AMBIENTAL

    Prof. Aline dos S. Garcia Gomes

    Aula 1

    Competio: ambos ficam limitados devido sua dependncia de um recurso comum; uma pode excluir a outra (excluso competitiva)