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A Inveno doCotidiano
Morar, Cozinhar
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MOMENTOS E LUGARES
A Inveno do Cotidiano primeira edioem 1980; este artigo foi escrito por LuceGiard em 199 Certeau ha!ia fa"ecido em
198# e dois pes$uisadores do primeiro cic"otam%&m Marie 'eaumont em agosto de198 e Marie()ierre *upu+ em u"ho de 199-.
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Co"ocar em e!idencia as maneiras de fazere
de e"a%orar uma primeira forma"izaote/rica.
ecusa!a(se a se deiar aprisionar por um
2nico mode"o te/rico; seu prop/sito era aexperimentao controlada na ordem do
pensvel.
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*efinir um m&todo, encontrar mode"os para
ap"icar, descre!er, comparar e diferenciarati!idades de natureza su%terr3nea,ef4meras, fr5geis e circunstanciais, em sumaprocurar, tateando, e"a%orar 6uma ci4ncia dapr5tica singu"ar7.
cha!a(se em ogo o deseo da !irada doo"har ana"tico tentati!a de por em
e!id4ncia a ordem do fatos e captar ainte"igi%i"idade na ordem das teorias.
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Observao-participante: tematizar a"go to
pr/imo dos pes$uisadores, no meio de umasociedade $ue era to pr/ima fastamento contro"ado e contro"5!e" de
nossos "ugares e de nossas pr5ticas, a fimde podermos espantar(nos com e"es,interrog5("os e depois dar("hes sentido eforma numa esp&cie de no!a criao
conceitua" referencia" te/rico
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"guns seguidores do grupo: Marc ug&,
nne(Marie Chartier, ?ean @er%rad, MarcGui""aume ou Louis Au&r&
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ANAIS DO COTIDIANO
B o%eti!o deste segundo !o"ume & traar asinter"igaes de uma cotidianidade concreta,deiar $ue apaream no espao de umamem/ria.
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-D )EF: CBHI@
Jm eemp"o de pes$uisa
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FKJMB p.-11(1->
pes$uisa apresentada trata do pape" das mu"heresna preparao da comida no "ar. Io $ue estacondio sea feminina por natureza, mas pr/pria dasituao socia" e cu"tura" e da hist/ria das
menta"idades na
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-( MFMBHL p.-1-(1#>
Iegao do ato tpico feminino; *esco%erta de sua import3ncia; Eentati!a de aprendizado te/rico, em "i!ros de
gastronomia.
ememorao dos gestos aprendidos na inf3ncia; *esco%erta do prazer no ato de preparao; Ferccio de dar !oz aos sa%eres $ue, antes
neg"igenciados, hoe se tornam sm%o"os da hist/riapessoa" e, por conse$4ncia, tema de estudo para a
hist/ria cu"tura".
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No o prazer de comer bons pratos, mas aquele frutoda preparao manipular a mat!ria-prima, or"anizar,combinar in"redientes, modificar ou inventar umareceita# parece pr$ximo ao prazer da escrita, pois%averia parentesco &ntimo entre a escrita dos "estos[1]' do corpo e do esp&rito ' e a escrita das palavras
que no se pretendem imortais( (((# )e"uindo ospassos das mul%eres subtra&das da vida p*blica e dacomunicao do saber, quis fazer uma escrita pobre,de escritor cu+o pr$prio nome se apa"a, uma escritaque visa sua pr$pria perda(
1N*efinio do conceito de gestos: p.-OP.
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?JKEH
)or $ue comerS nutrio e as doenas re"acionadas T a"imentao pro!am,
segundo a autora, como & essencia" para a sa2de esta%e"ecerum regime a"imentar ade$uado. @5, o entanto, $ue se "e!arem considerao $ue tradies cu"turais induzem esco"hasa"imentares e $ue o senso comum so%re o tema & capaz defazer, por eemp"o, um cientista renomado afirmar 6segredosnutricionais7 tota"mente refutados pe"a ci4ncia. "&m disso, aa"imentao no se apresenta ao homem in natura, massempre cu"tura"izada pe"o conceito do $ue & ou no tido em
dada sociedade como comest!e". ssim, a nutrio dizrespeito tanto a uma necessidade $uanto a uma esco"ha,incorporando so%retudo na atua"idade, num cen5riog"o%a"izado de mo%i"idade socia" e geogr5fica e de eogamia a so%re!i!4ncia e tam%&m a %usca pe"o prazer.
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MFEB*BLBGH p.---(-8>
Fntre!istas1Ncom parentas e amigas, pertencentes T pe$uena e m&dia %urguesiafrancesa, com idades e profisses distintas mas no pertencentes ao setorindustria" e Ts ci4ncias eatas>. Cerca de duas horas de con!ersas informais, semformu"ao pr&!ia de $uestion5rio.
data de "anamento pre!ista para o 'rasi": u"hoR-010.
1NIo comeo, as entre!istadas pareciam tmidas, com medo de no terem nada adizer, mas ao "ongo das entre!istas, ta"!ez pe"o tom informa" das con!ersas, passam a
se uti"izar de epresses de cump"icidade, como 6!oc4 sa%e...7 e 6no &SV7. )eranteisto, a pes$uisadora sa"ienta $ue teria sido %astante pro!eitoso um segundo momentode entre!istas, passado um tempo, para a o%teno de informaes comp"ementares,no!as nuances para a interpretao das fa"as.
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*FKFIQBLQHMFIEB p.-P(-9O>
a>
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FW: uma criana $ue, na inf3ncia, ao se adoentar
rece%ia como afago e cuidado de sua me um docemingau de maizena, amare"inho e $uente. ?5adu"to, este sueito se$uer se "em%ra destapassagem e em nada "he apeteceria um mingau demaizena; mas ao ir ao shopping comprar umama"ha de " para o in!erno, esco"he tons past&iscomo o amare"inho. o se tornar uma senhora deidade, e sem sa%er ep"icar por $ue, a"imenta oneto doente com o afago e o carinho de um doce
mingau de maizena e faz $uesto de raspar apane"aV
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CBICLJKXB p.-98(PP->
Ynica transcrio "itera" de uma entre!ista
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ENTREMEIOOS FANTASMAS DA CIDADE
Jm fant5stico do 65 do "ado de fora7
Fspaos antigos resistem a cidademodernista, cidade de massa, homog4nea.Fssas i"has da cidade antiga produzem umefeito de eotismo a cidade.
6Citaes heter/c"itas, cicatrizes antigas, e"ascriam rugosidades so%re as utopias "isas dano!a )aris7.
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o mesmo tempo a conser!ao dosespaos $ue trazem uma mem/ria do $ue foia cidade, gera uma mudana no mercado deconsumo e !a"orizao dos terrenos, fruto de
uma po"tica protecionista. atrimnio, sua estranheza & con!ertida em
"egitimidade eistem "eis $ue preser!am opatrimZnio $ue pronuncia so%re a
destruio necess5ria de um passado $ueno !o"ta mais e a preser!ao de %ensse"ecionados de interesse naciona".
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Fsse passado tem ares de imagin5rio.
B $ue torna a cidade ha%it5!e" no & tantosua transpar4ncia uti"it5ria e tecnocr5tica,mas antes a opaca am%i!a"4ncia de suasestranhezas.
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Uma populao de obeto!"lend#$io!% B imagin5rio ur%ano, em primeiro "ugar, so as
coisas $ue o so"etram. Ko o%etos, atores $ue por sua estranheza muda e
sua eist4ncia su%trada da atua"idade, gera re"atose permite agir autoriza por sua am%iguidadeespaos de operaes.
Bs o%etos do passado !o atra!essando geraes
e tecem toda uma rede de nossa !ida cotidiana,compem a hist/ria do homem articu"a um espaode operaes.
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"egitimidade concedida aos patrimZnios passampor uma restaurao, so modernizados. shist/rias $ue esses patrimZnios carregam em si soda mesma forma reeducadas no presente. @5 umacontradio $ue esses o%etos carregam: e"esde!em ao mesmo tempo preser!ar e ci!i"izar oantigo, tornar no!o o $ue era !e"ho.
*essa forma se tornam "ugares de transito entre ofantasma do passado e os imperati!os do presente( so passagens so%re m2"tip"as fronteiras $ueseparam as &pocas, os grupos e as pr5ticas.
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Uma pol&ti'a de auto$e!( o!)abitante! $uesto da desapropriao dos sueitos de
seus "ugares em nome da restaurao dopatrimZnio faz desaparecer a$ui"o $ue
su%siste como uma cu"tura "oca" para dar"ugar ao gosto tecnocrata nesse sentido aarte popu"ar s/ eiste como uma curiosidade
ou um o%eto a ser o%ser!ado.
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B patrimZnio no se constitui apenas doo%eto, mas da capacidade criadora e doesti"o in!enti!o $ue a articu"a, T maneira da
"ngua fa"ada, T pr5tica suti" e m2"tip"a de um!asto conunto de coisas manipu"adas epersona"izadas, reempregadas e poetisadas
o patrimZnio so todas essas artes defazer.
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Uma m&!ti'a da 'idade
Bs gestos e os re"atos: so dois pontos deateno na no!a est&tica ur%ana.Caracterizam(se como cadeias de operaes
feitas so%re e com o "&ico, de dois modosdistintos, um t5tico e o outro "inguistico. Bsgestos e os re"atos manipu"am e des"ocam
o%etos, modificando("hes as reparties e osempregos so bricola"ensL&!i(Ktrauss>.
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Bs gestos so !erdadeiros ar$ui!os dacidade
r$ui!os o passado se"ecionado e
reempregado em funo de usos presentes.efazem diariamente a paisagem ur%ana.Fscu"pem ne"e mi" passados $ue ta"!ez 5
so inomin5!eis e $ue menos aindaestruturam a eperi4ncia da cidade.
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ES*A+OS *RI,ADOS
B territ/rio onde se repete as artes de fazer &o espao dom&stico. Fspao pr/prio, $ue pordefinio no poderia ser de outrem. B
!isitante & o intruso, a$ue"e $ue & con!idadode!e se manter em seu "ugar. B ha%itat confessa sem disfarce tudo so%re
seu ha%itante. Lugar do corpo, "ugar da !ida B ardim fechado po!oado de sonhos
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G$upo $e!pon!#vel pelot$abal)o( Ga%rie"a