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Contrato de trabalho - Disposições gerais 9 de Agosto de 2011 Em face da publicação da Lei nº 12.347/2010 - DOU de 13.12.2010 este procedimento foi colocado em manutenção, porém após análise técnica, concluímos que o referido ato não altera o seu conteúdo. Contrato de trabalho - Disposições gerais Sumário 1. Contrato de trabalho - Conceito 1.1 Experiência superior a 6 meses - Proibição de exigência na contratação 2. Duração 3. Prazo indeterminado 4. Prazo determinado 4.1 Hipóteses de aplicação 4.2 Prazo de vigência do contrato a termo 4.3 Segunda prorrogação - Consequência 4.4 Sucessão de contratos - Resultado 5. Contrato de experiência 5.1 CTPS - Anotação - Obrigatoriedade 5.2 Prazo e prorrogação 5.2.1 Extinção automática 5.2.2 Rescisão antecipada 5.2.2.1 Aviso prévio - Indenização ( CLT , art. 481 ) 5.2.2.2 Rescisão motivada pelo empregador - Indenização ( CLT , art. 479 ) 5.2.2.3 Rescisão motivada pelo empregado - Indenização ( CLT , art. 480 ) - Limite 5.2.3 Contratos sucessivos - Intervalo superior a 6 meses - Celebração 5.3 Extinção/Rescisão - Empregado - Direitos/obrigações 5.3.1 Extinção automática 5.3.2 Rescisão antecipada, sem justa causa, por iniciativa do empregador 5.3.2.1 Contrato sem cláusula de direito recíproco de rescisão 5.3.2.2 Contrato com cláusula de direito recíproco de rescisão 5.3.3 Rescisão antecipada, sem justa causa, por iniciativa do empregado 5.3.3.1 Contrato sem cláusula de direito recíproco de rescisão 5.3.3.2 Contrato com cláusula de direito recíproco de rescisão 5.3.4 Rescisão antecipada por culpa recíproca 5.3.5 Rescisão antecipada, com justa causa, por iniciativa do empregador 5.3.6 Rescisão antecipada, com justa causa, por iniciativa do empregado (rescisão indireta) 5.3.7 Falecimento do empregado 5.3.8 Contrato de trabalho - Verbas rescisórias 5.4 Indenização ( CLT , art. 479 ) - 13º Salário - Férias - Não-integração 5.5 Auxílio-doença 5.6 Acidente do trabalho 5.7 Estabilidade provisória 5.7.1 Gestante 5.7.2 Dirigente sindical 5.7.3 Membro da Cipa 5.7.4 Acidentado no trabalho 5.8 Indenização adicional (dispensa antes da data-base) 5.8.1 Extinção automática 5.8.2 Rescisão antecipada http://www.iobonlineregulatorio.com.br/print/module/print.html?s... 1 de 34 09/08/2011 15:26

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Contrato de trabalho - Disposições gerais9 de Agosto de 2011

Em face da publicação da Lei nº 12.347/2010 - DOU de 13.12.2010 esteprocedimento foi colocado em manutenção, porém após análise técnica, concluímosque o referido ato não altera o seu conteúdo.

Contrato de trabalho - Disposições gerais

Sumário

1. Contrato de trabalho - Conceito

1.1 Experiência superior a 6 meses - Proibição de exigência na contratação

2. Duração

3. Prazo indeterminado

4. Prazo determinado

4.1 Hipóteses de aplicação

4.2 Prazo de vigência do contrato a termo

4.3 Segunda prorrogação - Consequência

4.4 Sucessão de contratos - Resultado

5. Contrato de experiência

5.1 CTPS - Anotação - Obrigatoriedade

5.2 Prazo e prorrogação

5.2.1 Extinção automática

5.2.2 Rescisão antecipada

5.2.2.1 Aviso prévio - Indenização ( CLT , art. 481 )

5.2.2.2 Rescisão motivada pelo empregador - Indenização ( CLT , art. 479 )

5.2.2.3 Rescisão motivada pelo empregado - Indenização ( CLT , art. 480 ) - Limite

5.2.3 Contratos sucessivos - Intervalo superior a 6 meses - Celebração

5.3 Extinção/Rescisão - Empregado - Direitos/obrigações

5.3.1 Extinção automática

5.3.2 Rescisão antecipada, sem justa causa, por iniciativa do empregador

5.3.2.1 Contrato sem cláusula de direito recíproco de rescisão

5.3.2.2 Contrato com cláusula de direito recíproco de rescisão

5.3.3 Rescisão antecipada, sem justa causa, por iniciativa do empregado

5.3.3.1 Contrato sem cláusula de direito recíproco de rescisão

5.3.3.2 Contrato com cláusula de direito recíproco de rescisão

5.3.4 Rescisão antecipada por culpa recíproca

5.3.5 Rescisão antecipada, com justa causa, por iniciativa do empregador

5.3.6 Rescisão antecipada, com justa causa, por iniciativa do empregado (rescisão indireta)

5.3.7 Falecimento do empregado

5.3.8 Contrato de trabalho - Verbas rescisórias

5.4 Indenização ( CLT , art. 479 ) - 13º Salário - Férias - Não-integração

5.5 Auxílio-doença

5.6 Acidente do trabalho

5.7 Estabilidade provisória

5.7.1 Gestante

5.7.2 Dirigente sindical

5.7.3 Membro da Cipa

5.7.4 Acidentado no trabalho

5.8 Indenização adicional (dispensa antes da data-base)

5.8.1 Extinção automática

5.8.2 Rescisão antecipada

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5.9 Dano causado pelo empregado

5.10 Verbas rescisórias - Pagamento - Prazo

5.11 Penalidades

5.12 Empregado doméstico

5.13 Contrato de experiência - Modelo

6. Contrato por obra certa

6.1 Conceito

6.2 Objetivo

6.3 Duração

6.4 Prorrogação - Conseqüência

7. Contrato por prazo determinado - Lei nº 9.601/1998

7.1 Conceito

7.2 Duração

7.3 Prorrogação - Conseqüência

8. Trabalho temporário

8.1 Conceitos

8.2 Objetivo

8.3 Duração

8.4 Prorrogação

8.5 Contratos celebrados e prorrogados no mês anterior - Informação ao MTE

9. Contrato de safra

10. Aperfeiçoamento profissional - Cláusula de permanência

11. O apontador do jogo do bicho e a relação de emprego

1. Contrato de trabalho - Conceito

Entende-se por contrato individual de trabalho, nos termos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), art. 442,caput, o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego.

O contrato de trabalho é o ato jurídico correspondente à relação de emprego, gerando, desde o momento de suacelebração, direitos e obrigações para ambas as partes. Pode ser pactuado entre empregado e empregador, nãosendo obrigatória a participação da respectiva entidade sindical, ressalvadas as situações em que a legislação aexigir expressamente.

1.1 Experiência superior a 6 meses - Proibição de exigência na contratação

A CLT , em seu art. 442-A, estabelece que para fins de contratação, o empregador não poderá exigir do candidato aemprego comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 meses no mesmo tipo de atividade.

2. Duração

Quanto à duração, o contrato de trabalho pode ser firmado por prazo determinado ou indeterminado ( CLT , art. 443, caput).

3. Prazo indeterminado

Considera-se contrato por prazo indeterminado o celebrado sem prévia fixação do seu tempo de duração, sendoajustado para prolongar-se indefinidamente. Uma vez estipulado, pode durar o tempo que as partes desejarem, nãohavendo qualquer limite para a sua vigência.

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Veja adiante os subitens 4.3 e 4.4 deste procedimento que dispõem sobre as condições em que o contrato a prazodeterminado se transforma em indeterminado e sobre outras implicações.

4. Prazo determinado

O contrato de trabalho por prazo determinado é o combinado para vigorar por um período predeterminado, cujavigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados, ou ainda, da realização de certoacontecimento suscetível de previsão aproximada ( CLT , art. 443 , § 1º).

Constata-se, entretanto, que a execução de um contrato a prazo determinado não depende unicamente da vontadedas partes, sendo necessário que determinadas circunstâncias o justifiquem, podendo ser realizado tão-somente nashipóteses previstas em lei.

4.1 Hipóteses de aplicação

A CLT , art. 443 , § 2º, estabelece que o contrato por prazo determinado só será válido nas hipóteses seguintes:

a) serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo;

CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO CUJA NATUREZA OU TRANSITORIEDADE JUSTIFIQUE APREDETERMINAÇÃO DO PRAZO - EXEMPLOS

1º) hipótese de a empresa admitir, como empregado, um técnico especializado para a montagem de umequipamento industrial, por ela adquirido, poderá efetuar tal contratação mediante contrato a termo, cuja duraçãopoderá corresponder ao período de montagem do referido equipamento (serviço específico).

Uma vez terminado o serviço, os próprios empregados passarão a operar a máquina, tornando-se, desse modo,desnecessária, a permanência do técnico na empresa.

2º) contratação de empregados para a temporada de veraneio em uma região de turismo.

O serviço, neste caso, é transitório, pois, uma vez encerrada a temporada, não há mais necessidade daquelamão-de-obra específica.

b) atividades empresariais de caráter transitório (retrata o exercício por um curto período de uma atividade que nãoé habitual na empresa);

CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO CUJA ATIVIDADE EMPRESARIAL É DE CARÁTER TRANSITÓRIO -EXEMPLO

Contratação de intérpretes para a realização de uma feira internacional, da qual a empresa participa emdeterminadas épocas do ano.

c) contrato de experiência: é uma espécie de contrato a prazo determinado, também denominado contrato de prova,que tem por finalidade dar mútuo conhecimento às partes contratantes, as quais durante período prefixado analisamas condições em que a relação de emprego ocorre e sua intenção de dar ou não continuidade ao contrato (veja maisdetalhes no item 5).

Importante

Observe-se que o contrato de trabalho por prazo determinado instituído pela Lei nº 9.601/1998 e alteraçõesposteriores (veja item 7) não está sujeito às restrições acima especificadas, na medida em que pode ser celebradoem qualquer atividade empresarial, constituindo esta uma das principais diferenças entre os requisitos necessáriospara a possibilidade legal de celebração de um e de outro.

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4.2 Prazo de vigência do contrato a termo

Conforme disposto no art. 445 da CLT , o contrato a prazo determinado terá duração de, no máximo:

a) 2 anos; ou

b) 90 dias, em caso de contrato de experiência.

Nos contratos a prazo determinado permite-se uma única prorrogação ( CLT , art. 451 ). Assim, pode-se firmar umcontrato por certo período e prorrogá-lo por determinado prazo, desde que a soma dos dois totalize, no máximo, 2anos.

Tratando-se de contrato de experiência, admite-se também uma única prorrogação, de forma que a soma dosperíodos não poderá ultrapassar 90 dias.

Registre-se que o disposto na CLT , art. 451 , não se aplica ao contrato de trabalho por prazo determinadoestipulado nos termos da Lei nº 9.601/1998 , art. 1º , § 2º (veja item 7).

4.3 Segunda prorrogação - Consequência

O contrato de trabalho por prazo determinado que, tácita ou expressamente, for prorrogado mais de uma vezpassará a vigorar sem determinação de prazo, nos termos da CLT , art. 451.

Assim, a empresa deverá acautelar-se quanto à correta observância dos prazos de vigência dos contratos a prazodeterminado, evitando, desta forma, que eles se transformem em contratos a prazo indeterminado, hipótese em queo empregador ficará sujeito ao pagamento das verbas rescisórias devidas nos contratos sem determinação de prazo.

4.4 Sucessão de contratos - Resultado

Todo contrato que suceder, dentro de 6 meses, a outro por prazo determinado, será considerado por prazoindeterminado, salvo se a expiração daquele dependeu da execução de serviços especializados ou da realização decertos acontecimentos ( CLT , art. 452 ).

5. Contrato de experiência

Contrato de experiência é o acordo individual de trabalho em que as partes (empregador e empregado) estabelecemas cláusulas relativas às relações de trabalho, como salário, cargo, função, horas de trabalho etc., e fixam também adata em que ocorrerá a sua extinção, que não poderá exceder os limites fixados em lei.

É um contrato de trabalho por prazo determinado que proporciona ao empregador a oportunidade de observar,durante o período, o desempenho funcional do empregado na execução de suas atribuições e, ao empregado, ascondições de trabalho oferecidas e sua adaptação e integração, além de simplificar os procedimentos por ocasião deseu término normal.

Veja modelo de contrato de experiência no subitem 5.13 deste procedimento.

5.1 CTPS - Anotação - Obrigatoriedade

Celebrado o contrato de experiência, além das anotações normais efetuadas na parte do "Contrato de Trabalho",este deve, também, ser mencionado nas folhas de "Anotações Gerais" da Carteira de Trabalho e Previdência Social(CTPS), nos moldes seguintes:

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"Conforme documento em poder da empresa, o portador assinou contrato experimental de ____ (_____) dias, comvigência no período de ____/____/____ a ____/___/____."

MODELO DE PREENCHIMENTO DE CONTRATO DE EXPERIÊNCIA NA CTPS

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Veja determinações dos nossos tribunais:

"Contrato de experiência. Anotação na CTPS. A existência de celebração de contrato escrito não supre anecessidade de anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social do contrato celebrado a título de experiência,haja vista que o empregado teve ciência da transitoriedade no estabelecimento. Recurso de revista a que se negaprovimento." (TST - Ac. unânime da 4ª Turma - RR 343364/1997 - Rel. Min. Antonio José de Barros Levenhagem -DJ de 03.03.2000, pág. 172)

"Contrato ou cláusula de experiência. Anotação na CTPS. Necessidade. Por se tratar de condição especial, há,ao meu ver, necessidade da inscrição do contrato na CTPS e nos documentos da empresa (Alice Monteiro de Barros,O contrato de experiência à luz dos tribunais, publicada na Revista Síntese Trabalhista nº 132, junho/2000, p. 05).Contrato de experiência. Objetivo e validade. Para a validade do contrato (ou cláusula) de experiência,imprescindível é que o mesmo se refira à prova das aptidões do empregado (Sérgio Pinto Martins, Comentários àCLT. 4ª ed. São Paulo: Ed. Atlas, p. 359). Não é válido, pois, o pacto ou condição que vise preencher vagas abertasem temporada ou para atender a 'piques' de serviços. Para tal há negócio jurídico apropriado. Necessidade dejustificativa e prova do insucesso da experiência. Deve haver prova cabal de que o obreiro foi rejeitado naexperiência, bem como que as condições não se realizaram, fatos estes não comprovados nos autos." (TRT da 17ªRegião - RO 00197.2002.151.17.00.5 - Rel. Juiz Cláudio Armando Couce de Menezes - DO ES de 25.07.2002, pág.5.497)

"Contrato de experiência. Falta de anotação na CTPS. Nulidade. A ausência de anotação do contrato detrabalho a título de experiência na CTPS constitui-se irregularidade administrativa, que não enseja a nulidade docontrato de trabalho, quando tal contrato é devidamente preenchido e assinado pelas partes." (TRT da 2ª Região -Ac. unânime da 2ª Turma - RO 43879200390202000 - Rel. Juíza Sônia Maria Forster do Amaral - DJ SP de02.12.2003, pág. 03)

"Contrato de experiência - Prorrogação escrita - Não anotação da CTPS. Havendo termo escrito da prorrogaçãodo contrato de experiência assinado pelas partes, é desnecessário exigir a sua anotação na CTPS. Segundo a melhordoutrina, provar a própria existência do contrato de experiência não exige a anotação na Carteira de Trabalho.Assim, com muito mais razão ainda, não seria exigível tal registro para comprovar sua prorrogação. Nesse sentidocabe mencionar os arts. 443 e 451 da CLT e outros precedentes do TST. Recurso de Revista conhecido e a que senega provimento." (TST - Ac. unânime da 5ª Turma - RR 664.434/2000.4 - Rel. Min. João Batista Brito Pereira - DJU1 de 26.04.2002, pág. 678)

"Contrato de experiência - Anotação na CTPS. A ausência de anotação do contrato de experiência, quando

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celebrado por escrito entre as partes, não dá ensejo à nulidade ou invalida o referido pacto, porquanto observadosos ditames do art. 443 da CLT . Recurso de Revista conhecido parcialmente e ao qual se nega provimento." (TST -Ac. unânime da 5ª Turma - RR 380570/1997 - Rel. Min. João Batista Brito Pereira - DJ de 09.02.2001, pág. 615)

"Contrato de experiência. Validade. Anotação na CTPS. A falta de anotação na CTPS do contrato de experiêncianão enseja a nulidade do ajuste, por constituir mera infração administrativa, especialmente quando, como nahipótese vertente, as partes celebraram contrato escrito com prazo de vigência. Recurso de revista parcialmenteconhecido e não provido." (TST - Ac. unânime da 1ª Turma - RR 375586/1997 - Rel. Min. João Oreste Dalazen - DJde 09.02.2001, pág. 433)

"Contrato de experiência - Anotação em campo específico da CTPS - Desnecessidade - Existência de contratoescrito - A anotação do contrato de experiência na CTPS, no campo destinado às 'condições especiais', revela-sedesnecessária, para fins de prova, quando há instrumento contratual demonstrando que as partes adotaram aquelamodalidade de ajuste. Apenas a inobservância concomitante destes procedimentos é que tornaria presumível acelebração do contrato por prazo indeterminado, o que não é o caso dos autos. Impróspero, assim, o argumento deque ausência da formalidade inicialmente referida torna, de per si, nulo o contrato de prova..." (TRT da 15ª Região -Ac. unânime da 4ª Turma - RO 00195-2002- 089-15-00-1 - Rel. Juíza Vera Teresa Martins Crespo - DJ SP II de25.04.2003, pág. 18)

5.2 Prazo e prorrogação

O contrato de experiência, forma de contrato a termo, não pode exceder a 90 dias.Sendo estipulado por períodoinferior, admite uma única prorrogação até o limite máximo de 90 dias. Nesse sentido dispõe a Súmula TST nº 188 :"O contrato de experiência pode ser prorrogado, respeitado o limite máximo de 90 (noventa) dias."

Se for prorrogado tácita ou expressamente por mais de uma vez, ainda que dentro do limite total, passará a vigorarsem determinação de prazo.

Assim, por exemplo, o empregado com contrato de experiência de 45 dias pode tê-lo prorrogado por mais 45 dias.Um contrato de 30 dias pode ser prorrogado por mais 60 dias ou por um prazo menor. O essencial é que o períodoprorrogado, somando ao transcorrido, não ultrapasse 90 dias corridos, observando-se, ainda, eventuais disposiçõessobre o assunto, contidas no documento coletivo da respectiva categoria profissional.

CONTRATO DE EXPERIÊNCIA - PRORROGAÇÃO - EXEMPLO

Empregado admitido no dia 1º.06 tem contrato de experiência de 45 dias (o qual termina em 15.07), prorrogado pormais 45 dias, terminando em 29.08.

Observar que a prorrogação do contrato deve, obrigatoriamente:

a) ser assinada por ambas as partes, não bastando, simplesmente, a sua previsão no contrato; e

b) ser expressa, sob pena de o contrato passar a vigorar por prazo indeterminado se houver a continuidade daprestação de serviços sem a formalização da referida prorrogação, embora a jurisprudência não seja pacíficasobre a possibilidade ou não da adoção da cláusula de "prorrogação automática".

- Decisões favoráveis à cláusula de "prorrogação automática"

"Recurso de revista - 1- Contrato de experiência - Prorrogação tácita - Possibilidade - A teor dos arts.445, parágrafo único, e 451 da CLT , o contrato de experiência poderá ser prorrogado tacitamente, desde quenão se ultrapasse o limite de noventa dias. Não há óbice à previsão contratual em tal sentido, validando-se opacto que se contém no prazo da Lei." (TST - RR 122500-36.2009.5.09.0662 - Rel. Min. Alberto Luiz Brescianide Fontan Pereira - DJ-e 1º.10.2010, pág. 568)

"Recurso de revista - Contrato de experiência - Prorrogação automática - Validade - A concomitância dacontratação de experiência com cláusula de prorrogação não torna inválida a referida cláusula, uma vez que

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não há nenhum dispositivo legal sobre a impossibilidade de prorrogação automática do contrato deexperiência. Recurso a que se nega provimento." (TST - RR 813495/2001 - Rel. Min. Fernando Eizo Ono - DJ-e26.06.2009, pág. 1.046)

"Contrato de experiência. Prorrogação. Validade. Nada impede que as partes contratem a prorrogaçãoautomática do período inicial de experiência, desde que não se exceda o prazo de noventa dias, conformedeterminação contida no parágrafo único do art. 445 da CLT ." (TRT da 2ª Região - Ac. unânime da 11ª Turma- RO/RS 01 01455/2006 (RS 01 - 01455-2005-263-02-00) - Rel. Eduardo de Azevedo Silva - j. 04.04.2006 -DOE SP de 24.04.2006)

"Contrato de experiência - Prorrogação - O contrato de experiência, definido por Maurício GodinhoDelgado, como contrato de prova, onde ambas as partes aferem 'aspectos subjetivos, objetivos ecircunstanciais relevantes para a continuidade ou extinção do vínculo', equipara-se ao contrato por prazodeterminado estabelecido no art. 451 da CLT , pelo que o c. TST vem admitindo até mesmo a sua prorrogaçãoautomática ou tácita, desde que não ultrapasse os 90 dias, nos termos do art. 445, parágrafo único e Súmulan. 188 do c. TST. Assim, não descaracteriza o caráter provisório do contrato de experiência, quando nãoultrapassa o lapso temporal máximo de 90 dias, o fato da assinatura do termo de prorrogação ter ocorrido emato simultâneo com o do contrato de experiência, pois expressamente manifesta a intenção dos contratantesquanto à provisoriedade do vínculo e o intuito de prorrogá-lo." (TRT da 23ª Região - Ac. unânime - RO00612-2005-022-23-00-7 - Rel. Juíza Leila Calvo - j. 06.12.2005 - DJ MT de 31.01.2006)

"...Contrato de experiência - Cláusula de prorrogação automática - Validade - A prorrogação automáticado contrato de experiência não se mostra irregular quando o seu termo final é fixado desde o momento daadmissão, já que neste caso o empregado tem, como seria de rigor, ciência prévia do período máximo em quepoderá estar submetido à prova. Assim, anuindo os contratantes de forma expressa com a possibilidade de opacto vir a ser prorrogado até uma determinada data (não excedente do limite legal), não pode o trabalhador,posteriormente,tachar tal disposição de nula a fim de transmudar a natureza do ajuste. Argumento que serefuta." (TRT da 15ª Região - Ac. unânime da 4ª Turma - RO 00195-2002-089-15-00-1 - Rel. Juíza VeraTeresa Martins Crespo - DJ SP II de 25.04.2003, pág. 18)

"Contrato de experiência - Cláusula de prorrogação - Concomitância com a contratação: O contrato deexperiência constitui espécie do gênero contrato a termo, que não se transmuda em contrato por prazoindeterminado meramente pelo fato de as partes fazerem uso da faculdade legal de prorrogá-lo, desde queobservado o limite máximo de noventa dias, na forma dos arts. 443 e 451 , da CLT . Nesse sentido norteou-sea jurisprudência pacificada do TST, que se cristaliza no En. 188, sem que a circunstância de haver sido acláusula de prorrogação pactuada no momento mesmo em que admitido o empregado haja sido consideradacomo fator capaz de alterar a natureza do ajuste, que permanece temporária, até porque expressamentemanifesta a intenção das partes contratantes quanto à provisoriedade do vínculo. Recurso de Revistaconhecido e não provido." (TST - Ac. unânime da 5ª Turma - RR 239.555/96.7 - Rel. Min. Armando de Brito -DJU 1 de 12.09.1997, pág. 44.174)

- Decisões contrárias à cláusula de "prorrogação automática"

"Contrato de experiência - Cláusula de prorrogação automática - Nulidade - Conversão do contrato empor prazo indeterminado - Estabilidade provisória da gestante - Reconhecimento - Reintegração no emprego -Pagamento dos salários e vantagens do período de afastamento - A prorrogação do prazo do contrato deexperiência deve ser expressa, não se admitindo pré-ajuste quando da assinatura do contrato de trabalho.Nula a prorrogação, há que se reconhecer que o contrato passou a ser por prazo indeterminado a partir doprimeiro termo estabelecido no contrato. Havendo o desligamento da trabalhadora quando grávida, faz jus àreintegração no emprego, se ainda vigente o período da estabilidade provisória, com o pagamento dos saláriose vantagens do período de afastamento." (TRT 4a Região - RO 0001328-95.2010.5.04.0771 - 3ª Turma - Rel.João Ghisleni Filho - DJ-e 10.02.2011)

"Contrato de experiência - Prorrogação automática - Impossibilidade - É nula de pleno direito, nos termosdo art. 9º da CLT , cláusula contratual que prorroga automaticamente o contrato de experiência, casoultrapassados os primeiros 30 dias da contratação sem manifestação em contrário por qualquer das partes.Isto porque desvirtua os pilares do contrato de experiência, que fica sem objeto, uma vez que o empregadorjá conhece as aptidões e conduta pessoal do empregado, bem como este já tem conhecimento das condiçõesde trabalho. Entabulado dessa forma, é crista lino o objetivo contratual de fraudar os direitos trabalhistas sobo manto da contratação experimental." (TRT 3ª Região - RO 174/2010-151-03-00.7 - Rel. Des. AntonioFernando Guimaraes - DJ-e 25.08.2010, pág. 109)

"Recurso de revista - Contrato de experiência - Prorrogação tácita - Inexistência de cláusula deprorrogação automática - "Embora haja previsão na legislação trabalhista de prorrogação do contrato deexperiência, a prorrogação tácita do contrato de trabalho não pode ser presumida, pois é necessário que seconclua, por manifestação de ambas as partes (empregado e empresa), o desejo de prosseguir no ajustepré-determinado" (TST-RR-1881/2005-065-02-00.3, 6ª Turma, Rel. Min. Aloysio Corrêa da Veiga, DEJT12.12.2008). Consignado pela Corte Regional que não houve ajuste expresso das partes no sentido deefetivamente prorrogar o contrato de trabalho, tampouco existiu cláusula prevendo a prorrogação automáticado contrato, o elastecimento tácito do pacto laboral não pode ser presumido, ante a ausência de manifestaçãodas partes da intenção de continuar o ajuste pré-determinado. Recurso de revista conhecido e não-provido."(TST - RR 788/2005-071-01-00 - Rela. Min. Rosa Maria Weber - DJ-e 19.06.2009, pág. 754)

"Contrato de experiência - Prorrogação automática - Impossibilidade. Cláusula contida em contrato deexperiência prevendo que o empregador "poderá prorrogar" a sua vigência, além de multa por deixar a

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Empregado:Seção/Depto:Comunicamos a V.Sª. que seu contrato de experiência termina nesta data.Inexistindo interesse de nossa parte na continuidade do contrato de trabalho, solicitamos que V.Sa compareça aoDepto. de Pessoal da empresa às _____horas do dia ____/____/_____ (primeiro dia útil imediatamente ao término docontrato) munido de sua CTPS para as devidas anotações e o pagamento das parcelas decorrentes._____________, __________ de ___________ de ________.(Local e data)____________________________________(empregador)____________________________________(empregado)

condição ao alvedrio de uma das partes (art. 115 do Código Civil Brasileiro ), não autoriza a sua prorrogaçãoautomática, dependendo da manifestação expressa das partes." (TRT da 9ª Região - RO 3985/2000 - RedatorDesignado Juiz Arion Mazurkevic - j. 09.02.2001)

"(...) Contrato de experiência. A cláusula de prorrogação automática do contrato a termo, convencionadano início do contrato, é nula. Indeterminação do prazo prevalece por ultrapassado o termo final fixado.Verificada a dispensa injustificada de empregada gestante, devido o pagamento dos salários decorrentes doperíodo de estabilidade provisória prevista na letra "b", do inciso II ,do artigo 10 do Ato das DisposiçõesTransitórias, da Constituição Federal. Sentença que se mantém." (TRT da 4ª Região - Ac. da 2ª Turma - RO00313.661/96-0/1996) - Rel. Juiz Alvaro Davi Boessio - j. 16.03.1999)

"Contrato de experiência. Cláusula de prorrogação automática. Nulidade do pacto. A cláusula deprorrogação automática constitui vício insanável que torna nulo de pleno direito o pacto de experiência,porquanto submete a condição resolutiva, previamente, dois prazos finais, utilizáveis a critério unilateral doempregador, deixando o empregado na incerteza quanto ao verdadeiro término do contrato a termo. Assim,na dúvida quanto à real duração de um contrato que, por si mesmo, já é considerado na doutrina comonefasto ao empregado, há de se presumir a contratação por tempo indeterminado." (TRT da 2ª Região - Ac.unânime da 8ª Turma - RO 01 02960242810/1996 - Rel. Wilma Nogueira de Araujo Vaz da Silva - j.02.02.1998 - DO SP de 17.02.1998)

5.2.1 Extinção automática

Atingindo o termo avençado, o contrato de experiência se extingue, termina automaticamente, pelo decurso dorespectivo prazo.

Na hipótese de qualquer das partes não se manifestar em sentido contrário, no dia imediato ao termo previsto, ocontrato passa a vigorar por prazo indeterminado.

Portanto, se o empregador não desejar dar continuidade à contratação deve:

a) comunicar o fato ao empregado até o último dia útil de trabalho dentro da experiência, evitando ocomparecimento ao serviço no dia seguinte ao término do prazo;

b) impedir a compensação de horas de trabalho relativa a dia(s) que recaia(m) após o término da experiência.

Da mesma forma, se é o empregado que não deseja mais a continuidade do vínculo, deverá igualmente comunicarsua decisão ao empregador, até o último dia de trabalho do contrato, bem como não trabalhar no período que sedestina à compensação da jornada de trabalho relativa aos dias que recaiam após a extinção da experiência.

MODELO DE COMUNICAÇÃO DE EXTINÇÃO AUTOMÁTICA DO CONTRATO DE EXPERIÊNCIA

5.2.2 Rescisão antecipada

5.2.2.1 Aviso prévio - Indenização ( CLT , art. 481 )

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A denúncia antes do prazo acordado por qualquer das partes rescinde o contrato. Nos contratos de experiência, nãocabe a concessão de aviso prévio, por tratar-se de direito específico à rescisão de contrato por prazo indeterminado.

Contudo, celebrado o contrato a termo com cláusula assecuratória de direito recíproco de rescisão antecipada, édevido aviso prévio de, no mínimo, 30 dias, pela parte que exercer esse direito. Nesse caso, aplicam-se os princípiosque regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado.

"Aviso prévio e contrato de experiência - Art. 481 da CLT - Honorários - Súmula nº 219. Só nos contratos porprazo determinado, neles incluído o de experiência, que contenham cláusula assecuratória de direito recíproco derescisão antecipada, é que caberá o aviso prévio. Os honorários advocatícios só podem ser concedidos no processotrabalhista havendo assistência sindical e miserabilidade. Recurso nesta parte conhecido e acolhido." (TST - Ac.unânime da 2ª Turma - RR 373550/1997 - Rel. Juiz Convocado José Pedro de Camargo - DJ de 09.03.2001, pág.549)

"Contrato de experiência. Rescisão antecipada. Aviso prévio. Havendo por parte do empregador rescisãoantecipada do contrato de experiência realizado entre as partes, é devido o aviso prévio, nos termos do art. 481 daCLT . Inteligência da Súmula nº 163 do C. TST." (TRT - Ac. unânime da 1ª Turma - RO 01083-2002-801-10-00-1 -Rel. Juiz Pedro Luis Vicentin Foltran - DJ de 23.01.2004, pág. 10)

5.2.2.2 Rescisão motivada pelo empregador - Indenização ( CLT , art. 479 )

Na ausência da cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antecipada, o empregador, ao despedir oempregado sem justa causa, obriga-se ao pagamento de indenização igual à metade da remuneração a que oempregado teria direito até o término do contrato.

CONTRATO DE EXPERIÊNCIA - RESCISÃO MOTIVADA PELO EMPREGADOR - INDENIZAÇÃO - EXEMPLO

Empregado admitido no dia 1º.11, com contrato de experiência de 30 dias, é dispensado, sem justa causa, após 10dias de sua vigência, não havendo cláusula que preveja o direito recíproco de rescisão antecipada do contrato.

Neste caso, o empregador obriga-se a pagar, a título de indenização, a metade da remuneração a que o empregadoteria direito até o término normal do contrato. Assim, tem-se:

Remuneração em novembro = R$ 520,00

Prazo do contrato = 30 dias

Período de vigência = 10 dias

Remuneração a que o empregado teria direito nos 20 dias restantes = R$ 346,66

Indenização devida = R$ 173,33 (R$ 346,66 ÷ 2)

Importante notar que a indenização não é computada para fins de pagamento de férias e 13º salário proporcionais.

Entretanto, caso haja cláusula assecuratória de direito recíproco de rescisão, torna-se obrigatório o pagamento doaviso prévio de, no mínimo, 30 dias, mais o correspondente acréscimo (1/12) no 13º salário e nas fériasproporcionais, desobrigando o empregador do pagamento da indenização supramencionada.

Observar que, para qualquer forma de pagamento dos salários (mensal, semanal, horário etc.), o aviso prévio serásempre equivalente a, no mínimo, 30 dias, salvo prazo maior previsto em documento coletivo de trabalho darespectiva categoria profissional.

5.2.2.3 Rescisão motivada pelo empregado - Indenização ( CLT , art. 480 ) - Limite

A rescisão antecipada, sem justa causa, motivada pelo empregado obriga-o a indenizar o empregador dos prejuízosresultantes. A indenização, contudo, não pode exceder àquela a que o empregado teria direito em idênticas

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condições.

Ressalta-se, entretanto, que a Justiça do Trabalho tem exigido a comprovação dos prejuízos por meio dedocumentos, não bastando a simples alegação do empregador de que tal ato (rescisão) resultou em prejuízo para aempresa.

5.2.3 Contratos sucessivos - Intervalo superior a 6 meses - Celebração

Considera-se por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro de 6 meses, a outro contrato por prazodeterminado.

Logo, o empregado admitido com contrato de experiência só deve celebrar outro contrato de experiência com amesma empresa após 6 meses do término do primeiro, sob pena de vigência automática do segundo semdeterminação de prazo.

5.3 Extinção/Rescisão - Empregado - Direitos/obrigações

5.3.1 Extinção automática

Na extinção automática do contrato de experiência, serão devidas aos empregados as seguintes verbas rescisórias:

- saldo de salário;

- férias proporcionais;

- 1/3 sobre as férias;

- 13º salário proporcional;

- depósito e liberação do FGTS com código 04, se for o caso.

5.3.2 Rescisão antecipada, sem justa causa, por iniciativa do empregador

5.3.2.1 Contrato sem cláusula de direito recíproco de rescisão

Nos contratos de experiência sem cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antecipada, caso haja aruptura contratual antes do prazo, sem justa causa, e por iniciativa do empregador, o empregado fará jus a:

- saldo de salário;

- férias proporcionais;

- 1/3 sobre as férias;

- 13º salário proporcional;

- depósito e liberação do FGTS com código 01, se for o caso;

- 40% sobre o FGTS (*);

- indenização do art. 479 da CLT (veja subitem 5.2.2.2);

- seguro-desemprego.

NotaSomente tem direito ao seguro-desemprego, no caso de contrato de experiência, o empregado que for

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dispensado antecipadamente, sem justa causa, hipótese em que o FGTS é liberado com o código 01(informação verbal da Divisão de Operacionalização do Programa Seguro-Desemprego (DOPSD/Brasília) e daSuperintendência Regional do Trabalho e Emprego - SRTE/SP)

(*) Importante

Nos termos da Lei nº 9.491/1997 , art. 31 , regulamentada pelo Decreto nº 2.430/1997 , ficou estabelecido que osvalores relativos aos depósitos referentes ao mês da rescisão e ao imediatamente anterior que ainda não tenhamsido recolhidos, bem como a importância igual a 40% (despedida sem justa causa ou indireta), ou 20% (culparecíproca ou força maior) do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada do FGTS, durante avigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros, devem serdepositados na conta vinculada do trabalhador no FGTS.

Vale lembrar que, nos termos da Portaria MTE nº 60/1999 , ficou estabelecido que o agente homologador(assistência ao empregado na rescisão), ao constatar o não-recolhimento pelo empregador da multa rescisória deque trata a Lei nº 8.036/1990 , art. 18 (40% ou 20%), deverá adverti-lo quanto aos prazos e às penalidades a queestá sujeito, em conformidade com o disposto na CLT , art. 477 e na Lei nº 8.036/1990 , art. 23.

Caso o empregador não efetue o referido depósito na conta vinculada do FGTS do trabalhador, a homologação seráefetuada com ressalva, relatando-se o fato no Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT).

O TRCT com a ressalva quanto ao não-recolhimento da referida multa rescisória é documento comprobatório paraefeito de movimentação da conta vinculada pelo trabalhador perante o agente operador do FGTS, além dos demaisrequisitos exigidos pelas normas em vigor.

5.3.2.2 Contrato com cláusula de direito recíproco de rescisão

Nos contratos de experiência com cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antecipada, caso haja aruptura contratual antes do prazo, sem justa causa, e por iniciativa do empregador, o empregado fará jus a:

- saldo de salário;

- férias proporcionais;

- 1/3 sobre as férias;

- 13º salário proporcional;

- depósito e liberação do FGTS com código 01, se for o caso;

- 40% sobre o FGTS;

- aviso prévio (veja subitem 5.2.2.1);

- seguro-desemprego (veja nota no subitem 5.3.2.1);

- indenização adicional, se for o caso (veja subitem 5.8.2).

5.3.3 Rescisão antecipada, sem justa causa, por iniciativa do empregado

5.3.3.1 Contrato sem cláusula de direito recíproco de rescisão

Nos contratos de experiência sem cláusula assecuratória de direito recíproco de rescisão antecipada, caso haja aruptura contratual antes do prazo, sem justa causa, e por iniciativa do empregado, ele fará jus a:

- saldo de salário;

- 13º salário proporcional;

- férias proporcionais;

- 1/3 sobre as férias;

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- depósito do FGTS.

Obrigação:

- indenização a favor do empregador ( CLT , art. 480 ), se for o caso (veja subitem 5.2.2.3).

5.3.3.2 Contrato com cláusula de direito recíproco de rescisão

Nos contratos de experiência com cláusula assecuratória de direito recíproco de rescisão antecipada, caso haja aruptura contratual antes do prazo, sem justa causa, e por iniciativa do empregado, ele fará jus a:

- saldo de salário;

- 13º salário proporcional;

- férias proporcionais;

- 1/3 sobre as férias;

- depósito do FGTS.

Obrigação:

- avisoprévio.

5.3.4 Rescisão antecipada por culpa recíproca

Ocorrendo a rescisão por culpa recíproca, o empregado faz jus aos seguintes direitos:

- saldo de salário;

- depósito e liberação do FGTS com código 02, se for o caso;

- 20% sobre o FGTS;

- aviso prévio (*);

- férias proporcionais (*);

- 1/3 sobre as férias;

- 13º salário (*);

- 50% da indenização do art. 479 da CLT .

(*) Importante

Quando houver cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão, na sua utilização, devem-se aplicar osprincípios da rescisão dos contratos a prazo indeterminado, inclusive com direito ao aviso prévio.

A Súmula nº 14 do Tribunal Superior do Trabalho (TST) estabelece: "Reconhecida a culpa recíproca na rescisão docontrato de trabalho ( CLT , art. 484 ), o empregado tem direito a 50% (cinqüenta por cento) do valor do avisoprévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais".

5.3.5 Rescisão antecipada, com justa causa, por iniciativa do empregador

Na ocorrência de justa causa que justifique a rescisão por iniciativa do empregador, durante a experiência, oempregado não faz jus a indenização nem a aviso prévio, caso haja cláusula de rescisão antecipada, bem como a

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13º salário e férias proporcionais, nem à liberação do FGTS e seguro-desemprego, ou seja, neste caso o empregadotem direito apenas ao saldo de salário.

5.3.6 Rescisão antecipada, com justa causa, por iniciativa do empregado (rescisão indireta)

Na hipótese de justa causa que justifique a rescisão antecipada do contrato de experiência pelo empregado, este fazjus aos direitos devidos no caso de dispensa sem justa causa por iniciativa do empregador.

5.3.7 Falecimento do empregado

Em decorrência do falecimento do empregado durante a experiência, são devidos os seguintes direitos aosdependentes ou sucessores:

- saldo de salário;

- 13º salário proporcional;

- férias proporcionais;

- 1/3 sobre férias;

- depósito do FGTS.

Notas(1) O saldo total das contas vinculadas em nome do de cujus deve ser rateado, em partes iguais, entre osdependentes legalmente habilitados e, na falta destes, aos sucessores.(2) O código do saque é o 23.

5.3.8 Contrato de trabalho - Verbas rescisórias

Os direitos dos empregados nas diversas hipóteses de rescisão contratual constam da matéria Trabalhista - Rescisãocontratual - Principais modalidades .

5.4 Indenização ( CLT , art. 479 ) - 13º Salário - Férias - Não-integração

O período indenizado não se computa para fins de pagamento de férias e 13º salário proporcionais. Para esse efeito,considera-se somente o tempo de efetiva vigência do contrato de experiência.

5.5 Auxílio-doença

Durante o período de afastamento do empregado por auxílio-doença , os 15 primeiros dias (interrupção contratual)correm por conta da empresa e o contrato vigora normalmente. A partir do 16º dia, o empregado passa a receberauxílio-doença previdenciário e ocorre a suspensão dos efeitos contratuais.

AFASTAMENTO POR AUXÍLIO-DOENÇA DURANTE O CONTRATO DE EXPERIÊNCIA - EXEMPLOS

1º) Os dias trabalhados mais os 15 primeiros dias ultrapassam o período do contrato de experiência.

Empregado é admitido por um prazo de experiência de 30 dias em 02.08. Transcorrido 18 dias, é afastado pormotivo de doença, retornando ao trabalho (alta médica) no dia 1º.09.

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Neste caso, o contrato de experiência está totalmente cumprido. Ao empregado é devida apenas a remuneração de12 dias mais os 18 dias trabalhados, além das verbas pertinentes quando da extinção automática do contrato.

Não havendo interesse em dar continuidade ao contrato, a parte que tomar a iniciativa deve comunicar à outra a suaintenção, e a data da baixa na CTPS corresponde à do último dia do prazo fixado no contrato de experiência.

2º) Os dias trabalhados mais os 15 primeiros dias de afastamento não completam o período de experiência.

Empregado é admitido por um prazo de experiência de 30 dias em 1º.06. Transcorridos 5 dias, é afastado pormotivo de doença, tendo alta no dia 1º.08.

Nesta hipótese, o empregado tem de trabalhar mais 10 dias, após a alta médica, para completar os 30 dias deexperiência, isto porque os 15 primeiros dias de afastamento, remunerados pela empresa, são contadosnormalmente como que trabalhados e, somados aos 5 já cumpridos, totalizam 20 dias, restando ao empregado,quando retornar ao trabalho, cumprir mais 10 dias para completar o prazo total de experiência. Neste exemplo, arescisão do contrato e a baixa na CTPS, se for o caso, ocorrem no dia 10.08, último dia de trabalho.

5.6 Acidente do trabalho

No afastamento por acidente do trabalho , ocorre interrupção do contrato de trabalho, considerando-se todo operíodo como de efetivo serviço.

Dessa forma, se a soma dos dias trabalhados e os dias de afastamento, inclusive após os 15 primeiros dias, resultarem prazo inferior ao do contrato de experiência, o empregado retorna ao trabalho para completar o prazo deexperiência. Entretanto, se esta soma resultar em prazo igual ou superior ao do contrato, este é considerado comocumprido, dando a baixa na CTPS, se for o caso, no último dia da experiência, como previsto no contrato.

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AFASTAMENTO POR ACIDENTE DO TRABALHO DURANTE O CONTRATO DE EXPERIÊNCIA - EXEMPLOS

1º) Empregado é admitido por um prazo de experiência de 30 dias em 1º.07. Transcorridos 5 dias, acidenta-se e éafastado por acidente do trabalho, retornando ao serviço em 26.07. Neste caso, terá de trabalhar até o dia 30.07para completar o período de experiência.

NotaNo exemplo supracitado, o empregador paga o salário referente aos dias efetivamente trabalhados mais os 15primeiros dias de afastamento (20/07), sendo que do 16º dia (21.07) até o dia da alta médica (26.07) o pagamentodeve ocorrer somente pela Previdência Social. A partir da alta (27.07), o pagamento volta a ser efetuado peloempregador.

2º) Empregado é admitido por um prazo de experiência de 30 dias, em 1º.06. Transcorridos 5 dias, acidenta-se e éafastado por acidente do trabalho tendo alta médica no dia 15.07. O termo do contrato e a baixa na CTPS, se for ocaso, dão-se em 30.06, sendo que o empregador efetua o pagamento do salário do empregado, normalmente, até odia 20.06 (15º dia de afastamento).

Não havendo interesse em dar continuidade ao contrato, a parte que tomar a iniciativa deve comunicar a outra a suaintenção.

Se o acidente ocorresse no dia 20.06, o empregador responderia pelo pagamento dos 10 dias subseqüentes. No 30ºdia, completado o prazo de experiência, o contrato poderia ser rescindido normalmente, pois o acidente apenasinterrompe o contrato de trabalho.

5.7 Estabilidade provisória

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A jurisprudência trabalhista tem-se firmado no sentido de que o contrato de experiência é incompatível comqualquer forma de estabilidade, inclusive a estabilidade provisória, visto que o término do contrato estápredeterminado desde a sua celebração.

Ressalte-se que, eventualmente, poderão ser encontradas decisões judiciais favoráveis à concessão de estabilidade(corrente minoritária) na citada situação (contratação por prazo determinado).

5.7.1 Gestante

O salário-maternidade é devido, independentemente de carência , durante 120 dias, com início 28 dias antes etérmino 91 dias depois do parto.

Durante o período de afastamento o salário-maternidade será pago pela empresa, efetivando-se a dedução quandodo recolhimento das contribuições sobre a folha de salário .

A Constituição Federal/1988 veda a dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada gestante desde aconfirmação da gravidez até 5 meses após o parto.

Como não há legislação que disponha sobre o assunto, questiona-se a aplicação dessa estabilidade aos contratos deexperiência.

Em muitos casos, tal questão é resolvida com cláusulas constantes em acordo coletivo de trabalho, convenção ousentença normativa em dissídio coletivo .

No âmbito da Justiça do Trabalho, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) consubstanciou entendimento quanto àinaplicabilidade da estabilidade provisória para a empregada gestante ao término do contrato de experiência, pormeio da Súmula TST nº 244 , a qual no seu item III estabelece:

"Não há direito da empregada gestante à estabilidade provisória na hipótese de admissão mediante contrato deexperiência, visto que a extinção da relação de emprego, em face do término do prazo, não constitui dispensaarbitrária ou sem justa causa. (ex-OJ nº 196 - Inserida em 08.11.2000)"

Ressalte-se que a tendência para tal entendimento já se vislumbrava na jurisprudência trabalhista há algum tempo,conforme ementas a seguir:

"Estabilidade gestante - Contrato de Experiência. Este Tribunal vem firmando entendimento no sentido de queo artigo dez, inciso dois, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias adotou o princípio da impossibilidadeda dispensa arbitrária ou sem justa causa. Portanto, na hipótese do contrato de experiência não se identificadispensa arbitrária nem sem justa causa, já que sequer se dá a dispensa em si, havendo apenas o término darelação de trabalho da gestante porque atingido o termo final do contrato de experiência, não havendo que se falarem estabilidade constitucional provisória. Recurso de revista conhecido e improvido." (TST - Ac. unânime da 3ªTurma - RR 337172/1997 - Rel. Min. Carlos Alberto Reis de Paula - DJ de 12.11.1999, pág. 193)

"Estabilidade da gestante - Contrato por prazo determinado. No contrato de experiência inexiste direito àestabilidade provisória para a gestante, porque o art. 10, inciso II, alínea "b", do Ato das DisposiçõesConstitucionais Transitórias , veda apenas a dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada gestante, o quenão ocorre quando há a natural extinção do contrato de trabalho por prazo determinado. Revista conhecida edesprovida." (TST - Ac. unânime da 2ª Turma - RR 346177 - Rel. Juiz Convocado Ricardo Mac Donald Ghisi - DJ de25.02.2000, pág. 141)

"Estabilidade da gestante - Contrato por prazo determinado. No contrato de experiência inexiste direito àestabilidade provisória para à gestante, porque o art. 10, inciso II, alínea "b", do Ato das DisposiçõesConstitucionais Transitórias veda apenas a dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada gestante, o quenão ocorre quando há a natural extinção do contrato de trabalho por prazo determinado. Revista conhecida edesprovida." (TST - Ac. unânime da 2ª Turma - RR 351988/1997 - Rel. Min. José Luciano de Castilho Pereira - DJde 24.03.2000, pág. 113)

"Contrato de Experiência - Requisitos - Validade - Prorrogação - Conversão em contrato por tempoindeterminado. Esta Egrégia Corte Superior vem firmando entendimento, por meio da sua douta SDI, no sentido deque o artigo 10, inciso II, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias adotou o princípio da impossibilidadeda dispensa arbitrária ou sem justa causa. Contudo, na hipótese do contrato de experiência, mesmo estandográvida a empregada, não se identifica dispensa arbitrária, nem sem justa causa, já que sequer se dá a dispensaem si, havendo apenas o término da relação de emprego da gestante porque atingido o termo final do contrato deexperiência, expressamente ajustado na admissão, não havendo assim que se falar em estabilidade constitucional

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provisória. Recurso de Revista conhecido parcialmente e não provido." (TST - Ac. unânime da 2ª Turma - RR517314/1998 - Rel. Min. Juiz Convocado Márcio Ribeiro do Valle - DJ de 30.06.2000, pág. 729)

"Gestante. Contrato de experiência. Estabilidade provisória não assegurada. Estando a data da demissãoexpressa no contrato de trabalho a título de experiência não se pode aplicar a teoria da imprevisão para conferirestabilidade a trabalhadora devendo fazer valer a cláusula pacta sunt servanta onde o contrato faz lei entre aspartes. Recurso a que se nega provimento. Sentença que se mantém." (TRT da 21ª Região - Ac. nº 38.473 doTribunal Pleno - RO 02855/2000 - Rel. José Vasconcelos da Rocha - j. 20.09.2001 - DJ RN nº 10.113)

"Recurso de Revista. Gestante. Estabilidade provisória. Contrato de experiência. O direito à estabilidadeprovisória da gestante é incompatível com o contrato de experiência (Orientação Jurisprudencial 196 da SDI-I doTST). Estando o acórdão recorrido em harmonia com tal entendimento, o processamento do recurso de revistaencontra óbice no Enunciado 333 desta Corte e no § 4º do art. 896 da CLT . Recurso não conhecido." (TST - Ac.unânime da 5ª Turma - RR 610475/1999-2ª R. - Rel. Juiz Convocado André Luís Moraes de Oliveira - j. 26.11.2003- DJU de 12.12.2003)

NotaA Orientação Jurisprudencial nº 196, da Seção de Dissídios Individuais - Subseção I (SDI-I), do TST foi canceladaem decorrência da nova redação conferida à Súmula TST nº 244 , cujo item III transcrevemos no início destesubitem.

"Agravo de Instrumento em Recurso de Revista. Estabilidade. Grávida. Contrato de Experiência.Não-provimento. A despeito do que preconiza a OJ nº 196, da SBDI-1, à gestante não é assegurada a estabilidadeprovisória, quando a hipótese se tratar de contrato de experiência. Nesse contexto, não há como vislumbrar adenunciada violação ao artigo 10, II, "b", do ADCT , vez que a interpretação dada pelo Tribunal Regional ao mesmofoi a correta, encontrando-se, aliás, em perfeita harmonia com a orientação jurisprudencial desta Corte, como jáasseverado. Agravo conhecido e não provido." (TRT 1ª Região - Ac. unânime da 1ª Turma -AIRR-77.722/2003-900-01-00.1 - Rel. Juiz Convocado Guilherme Augusto Caputo Bastos - DJ de 06.02.2004, pág.567).

"(...) Estabilidade provisória. Gestante. Contrato de experiência. O contrato a título de experiência, previstono art. 443, § 2º, 'c', da CLT , ao contrário do contrato de duração indeterminada, não visa proporcionar qualquergarantia jurídica de emprego, mas apenas e tão-somente avaliar se o empregado possui ou não aptidão necessáriaà consecução dos serviços ou, ainda, capacidade de adaptação ao novo ambiente de trabalho, não se aplicando, poresta razão, o disposto no art. 10, II, 'b', do Ato das Disposições Transitórias, à empregada gestante que firmoucontrato de prova. Aplicação da Súmula 196 da SDI 1 do TST. Todavia, torna-se imprescindível que a obreira, antesde requerer a indenização correspondente, pleiteie pela reintegração ao seu posto de trabalho. In casu, por ter ademandante postulado tão somente parcela indenizatória, sem demonstrar qualquer interesse no retorno ao seuposto de trabalho, deve o pleito ser rejeitado, visto que o ordenamento jurídico garante o direito de permanecer noemprego, e este o direito que deveria ter buscado." (TRT da 23ª Região - Ac. unânime - RO01426-2004-036-23-00-7 - Rel. Juiz Osmair Couto - j. 20.09.2005 - DJ MT de 30.09.2005)

NotaA ementa supra, ao citar a "Súmula 196 da SDI 1 do TST" quis, na realidade, se referir à Orientação Jurisprudencialnº 196, da Seção de Dissídios Individuais - Subseção I (SDI-I), do TST. Referida OJ foi cancelada em decorrência danova redação conferida à Súmula TST nº 244 , cujo item III transcrevemos no início deste subitem.

"Contrato de experiência. Gestante. O contrato de experiência caracterizado pelo termo certo, o qual é deconhecimento prévio das partes não comporta a garantia de estabilidade provisória da empregada gestante.Aplicação da súmula 244, III, do C. TST." (TRT da 2ª Região - Ac. unânime da 12ª Turma - RS 01 00657/2006 (RS01 - 00657-2005-040-02-00.) - Rel. Sonia Maria Prince Franzini - j. 04.05.2006 - DOE SP de 16.05.2006)

"Gestante. Estabilidade. A regra é que os contratos de trabalho se firmam por prazo indeterminado. A exceçãoestá prevista no § 2º, do art. 443 , da CLT e em outras normas específicas. O contrato de experiência é uma dasexceções autorizada pela CLT , que em razão de contar com data pré-fixada para seu termo, impede oreconhecimento da garantia de emprego à gestante, posto que não implica em demissão arbitrária da trabalhadorae nem em ato de discriminação no emprego (Lei 9.029/95 ). Exegese da Súmula 244, item III, TST." (TRT da 23ªRegião - RO 00333-2005-046-23-00-3 - Rel. Juiz José Simioni - j. 11.04.2006 - DJ MT de 31.05.2006)

"Estabilidade da gestante. Contrato de experiência. Incabimento. Em se tratando, como se trata, de contratode experiência, não como reconhecer o direito do empregado à estabilidade provisória e, principalmente, apenar oempregador quando ambos se prepararam previamente para um pacto trabalhista curto e precário, como é aexperiência. A propósito, esse é o entendimento do C. TST através da Orientação Jurisprudencial n. 196 da SDI queassim dispõe: "Gestante. Contrato de experiência. Estabilidade provisória. Não assegurada". (TRT da 19ª Região -Ac. unânime do Tribunal Pleno - RO 207-2005-005-19-00-5 - Rel. Juiz Nova Moreira - Revisor Juiz SeverinoRodrigues - j. 14.12.2005 - DOE AL de 13.01.2006)

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5.7.2 Dirigente sindical

A candidatura ao cargo de dirigente sindical do empregado contratado em experiência pode ser considerada pelaJustiça do Trabalho como ato de má-fé do empregado candidato, não se estendendo a ele a estabilidade provisóriaprevista para este cargo.

"Estabilidade provisória - Registrada candidatura no curso do período de experiência, o registro dacandidatura, para cargo de direção ou representação sindical, no curso do contrato de experiência, não tem ocondão de assegurar ao obreiro a estabilidade provisória prevista no artigo quinhentos e quarenta e três da CLT."(TST - Ac. unânime da 3ª Turma - RR 310953/1996 - Rel. Min. Antonio Fabio Ribeiro - DJ de 04.06.1999, pág. 167)

5.7.3 Membro da Cipa

Por analogia, da mesma forma que o dirigente sindical, entende-se que os candidatos e/ou membros da ComissãoInterna de Prevenção de Acidentes (Cipa) não gozam de estabilidade durante o contrato de experiência.

5.7.4 Acidentado no trabalho

Uma situação muito comum vivenciada pelas empresas é a ocorrência de acidente do trabalho que envolveempregado em cumprimento de contrato de experiência. Em decorrência do acidente surge a dúvida se oempregado terá direito ou não à estabilidade provisória no emprego.

A legislação previdenciária estabelece que o segurado que sofrer acidente do trabalho terá garantida a manutençãodo seu contrato de trabalho na empresa, pelo prazo mínimo de 12 meses contados após a cessação do benefícioprevidenciário correspondente.

NotaVale destacar que acidente do trabalho é aquele que ocorre pelo exercício de atividade a serviço da empresa ou peloexercício do trabalho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou a redução,permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.Considera-se acidente de trajeto (acidente de trabalho) aquele que ocorre no deslocamento de casa para o trabalho,ou vice-versa, ou de um para outro local de trabalho habitual, levando-se em conta a distância e o tempo dedeslocamento compatíveis com o percurso do referido trajeto.São equiparadas a acidente do trabalho a doença profissional e a do trabalho. A doença profissional é aquelaproduzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade. A doença do trabalho, porsua vez, é adquirida ou desencadeada em função das condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele serelaciona diretamente. Ambas as doenças (do trabalho e profissional) devem constar de relação prevista nalegislação previdenciária.

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) por meio da Súmula nº 378 determina:

"378. Estabilidade provisória. Acidente do trabalho. Art. 118 da Lei nº 8.213/1991 . Constitucionalidade.Pressupostos

I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que assegura o direito à estabilidade provisória por período de12 meses após a cessação do auxílio-doença ao empregado acidentado.

II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a conseqüente percepçãodo auxílio doença acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação decausalidade com a execução do contrato de emprego."

Assim, observa-se que, para fazer jus à mencionada estabilidade provisória no emprego, é necessário que o acidentetenha ocasionado o afastamento do trabalhador das suas atividades por mais de 15 dias, posto que somente nessahipótese haverá benefício previdenciário, um dos requisitos exigidos para a aplicação da garantia.

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Não obstante tais determinações legais, há que observar que o contrato de experiência constitui uma dasmodalidades de contrato de trabalho a prazo determinado, ou seja, contrato no qual o termo final (extinção) foipreviamente fixado por acordo entre as partes. Nessa espécie contratual, uma vez atingido o prazo pactuado, ocontrato estará totalmente cumprido.

O ponto crucial da questão é saber se o acidente do trabalho sofrido pelo empregado altera a natureza jurídica docontrato de experiência, situação em que este passaria a observar as regras de um contrato a prazo indeterminado,e o empregado acidentado, por conseqüência, teria direito à estabilidade provisória no emprego.

Entendemos que o instituto da estabilidade provisória do acidentado é incompatível com o contrato de experiência,uma vez que essa modalidade de contrato tem o seu termo final predeterminado desde a sua celebração, mediantevontade expressa das partes, a qual se sobrepõe a qualquer tipo de estabilidade.

Portanto, se o empregado sofrer acidente do trabalho que determine o afastamento das atividades por mais de 15dias no curso da experiência, será encaminhado à Previdência Social a partir do 16º dia de afastamento, cabendo aesta o pagamento do benefício de auxílio-doença acidentário.

A contar de tal data (16º dia de afastamento) o contrato de experiência será interrompido, considerando-se todo operíodo como de efetivo serviço.

Dessa forma, se a soma dos dias trabalhados e os dias de afastamento, inclusive após os 15 primeiros dias, resultarem prazo inferior ao do contrato de experiência, o empregado retorna ao trabalho para completar o prazo deexperiência. Entretanto, se essa soma resultar em prazo igual ou superior ao do contrato, este é considerado comocumprido, procedendo-se à baixa na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) no último dia da experiência,como previsto no contrato.

Exemplo

Empregado é admitido por um prazo de experiência de 30 dias em 1º.07. Transcorridos 5 dias, acidenta-se e éafastado por acidente do trabalho, retornando ao serviço em 26.07. Nesse caso, terá de trabalhar até o dia 30.07para completar o período de experiência.

Não obstante a posição ora adotada, importa ressaltar que, embora o entendimento jurisprudencial predominanteseja no mesmo sentido, isto é, que o contrato de experiência é incompatível com qualquer forma de estabilidade, hádecisões contrárias, esparsas, defendendo a aplicação do instituto da estabilidade aos contratos a prazodeterminado, sob a alegação de que a Lei nº 8.213/1991 , ao conceder a estabilidade ao acidentado, nãoexcepcionou qualquer forma de contrato, conforme se observa das decisões transcritas adiante.

Vale ressaltar ainda que, diante da dúvida existente, antes de adotar o posicionamento que entender mais coerente,recomenda-se que a empresa, por medida preventiva, verifique o posicionamento do Ministério do Trabalho eEmprego e do sindicato da categoria profissional respectiva. Lembramos que a decisão final sobre a questão caberáao Poder Judiciário, caso a parte que se sinta prejudicada promova a competente ação.

- Decisões contrárias à estabilidade

"Embargos - Estabilidade provisória - Acidente de trabalho - Artigo 118 da Lei nº 8.213/91 - Contrato deexperiência - Incompatibilidade - É incompatível a garantia de emprego a que alude o artigo 118 da Lei nº8.213/91 com o contrato a prazo, notadamente o contrato de experiência, porque a garantia de empregopressupõe a proteção da continuidade do vínculo de emprego, nos contratos por prazo indeterminado. Embargosconhecidos e desprovidos." (TST - RR 512/2004-003-17-00.4 - SBDI 1 - Rel. Min. Carlos Alberto Reis de Paula -DJU 09.11.2007)

"Contrato de experiência - Acidente de trabalho - Estabilidade - Estando o empregado submetido ao contratode trabalho de experiência, e ocorrendo acidente de trabalho, não existe a garantia de estabilidade no emprego,prevista no art. 118 da Lei 8.213/91 . Recurso conhecido e não provido." (TST - RR 93566/2003-900-04-00.0 - 2ªTurma - Rel. Min. José Simpliciano Fontes de F. Fernandes - DJU 16.03.2007)

"Contrato de experiência - Acidente de trabalho - Estabilidade - Estando o empregado submetido ao contratode trabalho de experiência, e ocorrendo acidente de trabalho, inexiste a garantia de estabilidade no emprego,prevista no art. 118 da Lei 8.213/91 . Recurso conhecido e desprovido." (TST - RR 93753/2003-900-04-00.3 - 2ªTurma - Rel. Min. José Simpliciano Fontes de F. Fernandes - DJU 02.02.2007)

"Contrato de experiência. Acidente de trabalho. Estabilidade. A estabilidade consagrada no art. 118 da Lei8.213/91 é instituto que não se compatibiliza com o contrato de experiência previsto no art. 443, § 2º, 'c', da CLT ,pois é da essência dessa modalidade de contrato o prévio ajuste do seu termo final, de modo que a ocorrência deacidente de trabalho no seu curso não gera o direito à estabilidade provisória. (...). Recurso obreiro não provido."(TRT da 23ª Região - Ac. unânime - RO 00061-2007-081-23-00-0 - Rel. Desembargador Luiz Alcântara - j.13.06.2007 - DJ MT de 28.06.2007)

"Contrato a termo. Contrato de experiência x Estabilidade provisória. Acidente de trabalho. Causa suspensiva.

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Cediço é que, nos contratos a termo, em consonância com a dicção do art. 472, § 2º, da CLT , as causassuspensivas do contrato podem atuar, no máximo, como fatores de prorrogação do vencimento do respectivo pactolaboral, de modo a estender o seu término à data do retorno do empregado ao trabalho, sem concessão dequalquer das garantias de emprego conferidas pelo ordenamento legal. Nesse contexto, o infortúnio laboralocorrido no curso do contrato de prova ou de experiência não tem o condão de prorrogar a vigência do pacto ou detransformá-lo em prazo indeterminado, visto que apenas faz adiar o seu termo final para o retorno do empregado,em face de constituir causa de suspensão do contrato de trabalho. Assim, não tem direito à estabilidade provisóriao empregado que sofre acidente de trabalho no lapso do contrato de experiência, máxime quando é respeitado oprazo fixado inicialmente para sua vigência, com efetivação da rescisão contratual imediatamente após o seuretorno da alta médica pelo órgão do INSS." (TRT da 23ª Região - Ac. unânime - RO 00644-2006-008-23-00-7 -Rel. Desembargador Tarcísio Valente - j. 29.05.2007 - DJ MT de 31.05.2007)

"Agravo de instrumento - Contrato de experiência - Acidente do trabalho - Estabilidade - Art. 118 da Lei nº8.213/91 - Divergência jurisprudencial comprovada - Comprovado o dissenso pretoriano sobre o tema emdiscussão, é de se autorizar o processamento do Recurso de Revista. Agravo de instrumento conhecido e provido.Recurso de revista. Contrato de experiência. Acidente do trabalho. Estabilidade. Art. 118 da Lei nº 8.213/91 . Nocontrato de experiência, que corresponde a uma das modalidades de contrato a termo, o instituto da estabilidadeacidentária torna-se inaplicável, na medida em que aludida garantia objetiva a proteção da continuidade do vínculoempregatício, pressupondo-se a existência de um contrato por prazo indeterminado. Conhecida a revista pordivergência jurisprudencial, a ela se dá provimento para julgar improcedente a ação. Recurso de revista conhecidoe provido." (TST - RR 1570/1996-023-01-40.0 - 4ª Turma - Rel. Juíza Convocada Maria Doralice Novaes - DJU de01.04.2005)

"Contrato de experiência - Estabilidade do acidentado - O art. 118 da Lei nº 8.213/91 estabelece que osegurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de 12 meses, a manutenção do seucontrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepçãode auxílio-acidente. Verifica-se que a referida norma não contempla o empregado contratado por prazodeterminado, como enfatizado no acórdão recorrido. O legislador, ao assegurar a estabilidade, buscou evitar que oempregado acidentado, detentor de contrato por prazo indeterminado, passível de rescisão a qualquer momento,fosse demitido após o seu retorno ao trabalho. Registre-se que não existe dispensa imotivada do empregado,quando o contrato de trabalho, a título de experiência, chega ao seu termo. Tecnicamente, o contrato é extinto(resolvido) pela implementação do termo, razão pela qual, segundo a jurídica interpretação do art. 118 da Lei nº8.213/91 , não há que se falar em direito à estabilidade que pressupõe a existência de relação jurídica de prazoindeterminado. Recurso de revista não provido." (TST - RR 570/2003-018-10-00.4 - 4ª Turma - Rel. JuizConvocado José Antonio Pancotti - DJU de 11.03.2005)

"Recurso de revista - Estabilidade provisória - Contrato de experiência - O contrato de experiência tem comocaracterística ser resolvido com o término do prazo previamente fixado entre as partes, sendo incompatível com oinstituto da estabilidade provisória, que somente tem sentido para impedir o despedimento no contrato por prazoindeterminado. O fato de o reclamante encontrar-se em gozo de benefício previdenciário em virtude de ter sofridoacidente de trabalho não transforma o contrato a termo em contrato por prazo indeterminado, não se havendo defalar em estabilidade provisória do empregado. Recurso de revista conhecido e provido." (TST - RR 816282 - 2ªTurma - Rel. Min. Renato de Lacerda Paiva - DJU de 03.12.2004)

"Contrato de experiência - Acidente do trabalho - Estabilidade - Inaplicabilidade "Recurso de revista - Acidenteno curso do contrato de experiência - Estabilidade do art. 118 da Lei nº 8.213/91 - Divergência jurisprudencial -Recurso conhecido e improvido - O contrato de experiência, modalidade de contrato de trabalho por prazodeterminado, embora quando extrapolado o período legal máximo de duração possa tornar-se por prazoindeterminado, com este não se confunde. O art. 118 da Lei nº 8.213/91 assegura manutenção do contrato detrabalho, entendendo como sendo a modalidade típica, isto é, por tempo indeterminado, não sendo admissívelinterpretação ampliativa, de modo a estender-se garantia a ele inerente para a modalidade por prazo determinadoou a termo. Revista conhecida e desprovida." (TST - RR 706.679/00.9 - 2ª Turma - Rel. Min. José Luciano deCastilho Pereira - DJU de 19.11.2004, pág. 577)

"Acidente de trabalho. Contrato de experiência. Estabilidade provisória. Contrato de experiência. Acidente detrabalho. Estabilidade provisória. O contrato de experiência é forma de contrato por tempo determinado,encerrando-se quando do seu termo (art. 443, § 2º, c, da CLT). Dessa forma, inexistindo pactuação no sentido detransformá-lo em contrato por prazo indeterminado ao seu término, o acidente de trabalho ocorrido durante operíodo de experiência não confere ao obreiro o direito à estabilidade provisória prevista no art. 118 , da Lei n.8.213/91 ." (TRT da 1ª Região - Ac. unânime da 6ª Turma - Proc. nº 00176-2002-341-01-00 - Rel. DesembargadorJosé Antônio Teixeira da Silva - j. 13.07.2004 - DO RJ III de 18.10.2004)

"Recurso de Revista. Acidente no curso do contrato de experiência. Estabilidade do art. 118 da Lei nº8.213/91 . Divergência jurisprudencial. Recurso conhecido e improvido. O contrato de experiência, modalidade decontrato de trabalho por prazo determinado, embora quando extrapolado o período legal máximo de duração, possatornar-se por prazo indeterminado, com este não se confunde. O art. 118 da Lei nº 8.213/91 assegura manutençãodo contrato de trabalho, entendendo como sendo a modalidade típica, isto é, por tempo indeterminado, não sendoadmissível interpretação ampliativa, de modo a estender-se garantia a ele inerente para a modalidade por prazodeterminado ou a termo. Conheço da revista por divergência jurisprudencial, mas nego provimento." (TST - Ac.unânime da 2ª Turma - RR 536194/1999 - Rel. Juiz Convocado Samuel Corrêa Leite - j. 06.08.2003 - DJU de15.08.2003)

"Contrato de experiência. Garantia de emprego. Incompatibilidade. O contrato de experiência é uma espéciede contrato por prazo determinado em que ocorre a extinção da relação entre empregado e empregador pelo

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simples decurso do prazo pré-fixado. O instituto da estabilidade tem por escopo a proteção da continuidade dovínculo de emprego, o que pressupõe a existência de contrato por prazo indeterminado. Assim, a celebração decontrato de experiência afasta a aplicação da garantia de emprego prevista no art. 118 da Lei nº 8.213/91 ." (TRTda 12ª Região - Ac. unânime da 1ª Turma - RO 06714/2001- Rel. Juíza Lourdes Dreyer - j. 20.11.2001 - DJ SC de26.02.2002, pág. 151)

"Contrato de experiência. Acidente de trabalho. Estabilidade. A Lei 8.213/91 (art. 118 ) que estabeleceugarantia de emprego, após o término do beneficio previdenciário do acidente de trabalho, por 12 meses, nãoalcança o contrato de experiência. Recurso de Revista conhecido e desprovido." (TST - Ac. unânime da 2ª Turma -RR 280527/1996 - Rel. Min. José Luciano de Castilho Pereira - DJ de 12.03.1999, pág. 154)

"Acidente de trabalho. Estabilidade. Contrato por prazo determinado. O contrato de trabalho por prazodeterminado não se transforma em contrato por prazo indeterminado pelo fato de o empregado sofrer acidente detrabalho ao tempo de sua vigência. Não há que se falar, pois, em estabilidade acidentária, salvo se assimpreviamente acordado. Aplicação analógica do artigo 472, parágrafo segundo, da CLT. Recurso conhecido e nãoprovido." (TST - Ac. unânime da 3ª Turma - RR 298182 /1996 - Rel. Min. Francisco Fausto - DJ de 07.05.1999,pág. 180)

"Contrato de experiência. Acidente de trabalho. É incontroverso nos autos que o contrato celebrado entre aspartes era por período de experiência (fl s. 65), portanto, contrato por prazo determinado, que não tem naturezade continuidade, extinguindo-se no término do prazo previsto. O art. 118 da Lei 8.213/91 assegura, em caso deacidente de trabalho, a manutenção, pelo prazo mínimo de 12 meses, do contrato de trabalho, referindo-se àmodalidade típica, por prazo indeterminado, não sendo admissível interpretação ampliativa, de modo a estender-segarantia a ele inerente para o contrato por prazo determinado ou a termo. Recurso de Revista de que se conhece ea que se nega provimento." (TRT da 1ª Região - Ac. unânime da 5ª Turma - RR -592.253/1999.2 - Rel. Min. JoãoBatista Brito Pereira - DJ de 30.04.2004, pág. 1003)

"Contrato de Experiência. Acidente de Trabalho. Estabilidade provisória do artigo 118 da Lei nº 8.213/91 . Atese de que é inconciliável com o contrato de experiência a garantia de emprego do artigo 118 da Lei 8.213/91decorre do entendimento consagrado nesta Corte, através da OJ paradigmática de no 196, segundo a qual aempregada gestante, contratada mediante contrato de experiência, não tem direito à estabilidade provisóriaprevista no artigo 10, alínea "b", do ADCT Constituição de 1988. Recurso provido." (TRT da 17ª Região - Ac.unânime da 4ª Turma - RR-539.307/1999.0 - Rel. Juíza Convocada Maria do Perpétuo Socorro Wanderley de Castro- DJ de 12.12.2003, pág. 927)

"Contrato de experiência. Acidente de trabalho. Estabilidade. Tratando-se de acidente de trabalho ocorrido navigência de contrato de experiência. Inexiste garantia de estabilidade no emprego, conforme previsto no art. 118da Lei 8.213/91 . 2. No contrato de experiência, que corresponde a uma das modalidades de contrato a termo, oinstituto da estabilidade acidentária torna-se inaplicável, pois a aludida estabilidade objetiva a proteção dacontinuidade do vínculo de emprego, supondo necessariamente, a vigência do contrato por tempo indeterminado.3. Recurso de revista conhecido e provido para julgar improcedente o pedido de estabilidade provisória noemprego." (TST - Ac. unânime da 1ª Turma - RR 475.587/98.6 - Rel. Min. João Oreste Dalazen - DJU 1 de12.04.2002, pág. 519)

"Recurso de Revista. Acidente de trabalho. Contrato de experiência. Estabilidade do art. 118 da Lei nº8.213/91 . O fato de o empregado sofrer acidente de trabalho durante a vigência do contrato de experiência nãomodifica a natureza desta espécie contratual que se extingue, normalmente, quando atingido o termo prefixado.Portanto, não há como se deferir pagamento relativo à estabilidade acidentária prevista no art. 118 da Lei no8.213/91 , tornando o instituto, na hipótese, inaplicável. Recurso de Revista conhecido e desprovido." (Ac. unânimeda 5ª turma do TST - RR 638.404/00.4 - Rel. Juiz João Carlos Ribeiro de Souza, Convocado - DJU 1 de 12.03.2004,pág. 637)

"Contrato de experiência. Acidente de trabalho. Estabilidade provisória do art. 118 da Lei no 8.213/91 . Tendoem vista ser da essência do contrato a prazo, modalidade em que se insere o contrato de experiência, a suaextinção com o advento do termo final ou da condição resolutiva, impõe-se a conclusão de não lhe serem aplicáveisgarantias de emprego ou estabilidades provisórias, provenientes indiferentemente da Constituição, de leis ou deinstrumentos normativos. Do contrário, estar-se-ia desnaturando o contrato a prazo por fato alheio à suacelebração, dando-lhe ultratividade incongruente com o preceito consolidado. A tese ora acolhida de serinconciliável com o contrato de experiência a garantia de emprego do art. 118 da Lei nº 8.213/91 acha-se jáconsagrada nesta Corte, através da OJ paradigmática de nº 196, segundo a qual a empregada gestante, contratadamediante contrato de experiência, não tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, alínea 'b', do ADCTda Constituição de 1988. Recurso conhecido e provido." (Ac., por maioria de votos, da 4ª Turma do TST - RR816.634/2001.5 - Rel. Min. Barros Levenhagen - DJU 1 de 06.12.2002, pág. 608)

- Decisões favoráveis à estabilidade

"Contrato de experiência. Acidente do trabalho. Garantia de emprego. A atividade econômica do empregadorgera o risco do acidente do trabalho e a responsabilidade objetiva na indenização do acidentado. Em razão dotrauma físico e psíquico do sinistro, o empregado demanda algum tempo para recuperar a normalidade e o seunível histórico de produtividade. Diante dessas realidades, a norma legal garantiu a manutenção do contrato detrabalho do acidentado por doze meses, após a cessação do auxílio-doença acidentário, sem distinção quanto àmodalidade do ajuste celebrado (art. 118 da Lei 8.213/91 ). Assim, ainda que o acidente ocorra no período deexperiência, haverá garantia de emprego e a conseqüente indeterminação do pacto laboral "ex vi legis." (SebastiãoGeraldo de Oliveira)." (TRT da 3ª Região - Ac. da 5ª Turma - RO 00956/2004 (00956-2004-017-03-00-9) - Rel.Eduardo Augusto Lobato - Redator Designado José Murilo de Morais - j. 29.11.2005 - DJ MG de 03.12.2005, pág.

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"Recurso de revista - Estabilidade provisória - Contrato de experiência - Acidente de trabalho - Art. 118 da Leinº 8213/91 - O caput do art. 118 da Lei nº 8213 , de 24.07.1991, estabelece que o segurado que sofreu acidentede trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de 12 (doze) meses, a manutenção de seu contrato de trabalho naempresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.Essa regra especial não está em conflito com o inciso I do art. 7º da Constituição Federal , pois a exigência de LeiComplementar dirige-se àquela proteção ou estabilidade genéricas. Saliente-se, também, que não há na referidaLei diferenciação entre o contrato de trabalho e o contrato de experiência. Nesse sentido são as OrientaçõesJurisprudenciais nºs 105 e 230 da eg. SBDI-1. Recurso de Revista não conhecido." (TST - RR 476991 - 2ª Turma -Rel. Min. José Simpliciano Fernandes - DJU de 28.03.2003)

"A Lei nº 8.213/91 (artigo 118 ) que estabeleceu garantia ao emprego, após o término do benefícioprevidenciário do acidente de trabalho por 12 meses, o fez de forma ampla e genérica, não trazendo, pois,qualquer exceção quanto ao tipo de contrato, quer na sua espécie, quer no seu objeto - Recurso de revistaprovido." (TST - RR 204.516/95.5/4ª R. - 1ª Turma - Red. Designado Min. Lourenço Prado - DJU de 20.03.1998,pág. 265)

5.8 Indenização adicional (dispensa antes da data-base)

O art. 9º da Lei nº 6.708/1979 , bem como da Lei nº 7.238/1984 , asseguram ao empregado dispensado sem justacausa, no período de 30 dias que antecede a data de sua correção salarial (data-base), o direito à indenizaçãoadicional equivalente a 1 salário mensal.

5.8.1 Extinção automática

Ocorrendo a extinção automática do contrato de experiência no período de 30 dias que antecede a correção salarialda categoria profissional (data-base) não há de se falar na indenização adicional, por não se tratar de dispensa semjusta causa, e sim extinção do contrato de trabalho por término do prazo de experiência.

5.8.2 Rescisão antecipada

Na hipótese de ocorrer a rescisão antecipada do contrato, sem cláusula de direito recíproco de rescisão antecipada,no período de 30 dias que antecede a data-base, entende-se ser devida tão-somente a indenização prevista no art.479 da CLT (veja subitem 5.2.2.2), pelo fato de continuar sendo tratado juridicamente como contrato por prazodeterminado

Entretanto, tratando-se de contrato com cláusula de direito recíproco de rescisão, aplicam-se os princípios queregem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado, sendo devida, portanto, a referida indenização.

5.9 Dano causado pelo empregado

A CLT veda qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, dispositivosde lei ou contrato coletivo. Normalmente a reparação do dano causado por empregado na execução docorrespondente contrato de trabalho efetua-se mediante descontos indenizatórios.

Tais descontos podem ocorrer, licitamente, desde que essa possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência dedolo do empregado.

Portanto, se o dano causado por empregado resultar da prática de ato doloso, ou seja, de ato praticado com ointuito deliberado de prejudicar o empregador, é lícito o desconto, ainda que não previsto contratualmente.

Esse procedimento não é aplicado na ocorrência de simples culpa, isto é, quando o dano é conseqüência de

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imperícia, imprudência ou negligência do empregado no exercício de suas funções. Neste caso, o desconto somenteé possível se previsto e acordado no contrato de trabalho (na 6ª cláusula do modelo de Contrato de Experiênciainserido no subitem 5.13 adiante, há previsão de desconto por danos).

5.10 Verbas rescisórias - Pagamento - Prazo

O pagamento das parcelas constantes de instrumento de rescisão ou recibo de quitação deve ser efetuado nosseguintes prazos:

a) até o 1º dia útil imediato ao término do contrato;

b) até o 10º dia contado da data da notificação da demissão, quando da ausência do aviso prévio, suaindenização ou dispensa de seu cumprimento.

Dessa forma, nos casos de extinção automática do contrato de experiência, aplica-se o disposto na letra "a" anterior.

Entretanto, tratando-se de rescisão antecipada, com ou sem cláusula assecuratória de direito recíproco de rescisãoantecipada, o prazo é o previsto na letra "b".

Observar que na hipótese de rescisão antecipada, quando o 10º dia (letra "b") recair em data posterior ao 1º dia útilimediato ao termo normal do contrato, convém respeitar o prazo previsto na letra "a", ou seja, efetuar o pagamentoaté o 1º dia útil imediato à data inicialmente prevista para o término normal do contrato.

5.11 Penalidades

Conforme dispõe a Portaria MTb nº 290/1997 , a infração às proibições constantes do Título IV da CLT (Do AcordoIndividual do Trabalho) acarreta multa de valor igual a 378,2847 Ufir, dobrada na reincidência.

Lembramos, porém, que, nos termos do § 3º do art. 29 da Lei nº 10.522/2002 , foi extinta a Unidade Fiscal deReferência (Ufir), instituída pelo art. 1º da Lei nº 8.383/1991 . No que concerne às implicações da extinção da Ufirna legislação trabalhista, informamos que não há, até o presente momento, qualquer manifestação oficial por partedo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Assim, tendo em vista que as multas por infração à legislação trabalhista estão representadas em quantidade deUfir, conforme cada tipo de infração, nos termos da supracitada Portaria MTb nº 290/1997 , aguarda-se que o MTEvenha a se manifestar sobre os critérios que passarão a ser adotados para fins de aplicação das multas trabalhistasapós a extinção da Ufir.

Não obstante os supracitados comentários, vale lembrar que, por meio da Lei nº 10.192/2001 , em seu art. 6º,parágrafo único, ficou estabelecido que a reconversão para Real dos valores expressos em Ufir, extinta em27.10.2000, será efetuada com base no valor dessa unidade fixada para o exercício de 2000, ou seja, R$ 1,0641.

5.12 Empregado doméstico

Uma das dúvidas mais comuns surgidas por ocasião da contratação de um trabalhador doméstico diz respeito àpossibilidade legal de se firmar ou não o contrato de experiência.

Conforme se sabe, essa classe de trabalhadores não é regida pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e sim porlegislação especial, ou seja, a Lei nº 5.859/1972 , regulamentada pelo Decreto nº 71.885/1973 , a qual é silente noque tange à aplicação do contrato de experiência à categoria.

Por sua vez, a CLT , art. 7º , "a", dispõe taxativamente que os preceitos nela contidos, salvo quando for, em cadacaso, expressamente determinado em contrário, não se aplicam aos empregados domésticos.

O art. 2º do Decreto nº 71.885/1973 , que regulamenta a lei do doméstico, determina que, excetuado o capítulo das

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férias, não se aplicam aos domésticos as demais disposições da CLT .

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) publicou em seu site a Cartilha do Empregado Doméstico, a qualesclarece:

"O(a) empregado(a) doméstico(a) poderá ser contratado(a) em caráter experimental, de modo a que suas aptidõespossam ser melhor avaliadas.

O contrato de experiência deverá ser anotado na CTPS do(a) empregado(a) e recomenda-se que seja firmado porescrito entre empregado(a) e empregador(a), podendo ser prorrogado uma única vez, desde que a soma dessesperíodos não exceda 90 (noventa) dias."

No âmbito jurisprudencial e doutrinário, o entendimento quanto à questão não é pacífico. Alguns admitem aaplicação da experiência à relação de trabalho doméstico por entender que as partes têm direito a um período deconhecimento e também em virtude de a legislação especial aplicável à categoria não ter expressamente vedado ocontrato de experiência.

Outros, em sentido contrário, defendem a não-aplicação dessa modalidade de contrato (experiência) exatamente pornão ter sido prevista na legislação específica que rege a categoria (veja algumas decisões judiciais transcritasadiante).

Ante o exposto, considerando que o contrato de experiência se encontra previsto na CLT , art. 443 , § 1º, alínea "c",e que tal disposição não se aplica aos domésticos, conforme prevê expressamente a própria CLT e também alegislação especial aplicável à categoria, entendemos que a modalidade de contrato de experiência não é observadapara essa categoria.

Veja ementas a seguir:

"Empregada doméstica - Contrato de experiência - Estabilidade da gestante - É aplicável aos empregadosdomésticos o contrato de experiência, segundo jurisprudência dominante nos Tribunais Regionais. Embora oentendimento doutrinário e jurisprudencial pela formalização escrita para semelhante modalidade de contrato, é deser abrandada a exigência para a relação doméstica, celebrada que é com pessoa física, para prestação de serviçosno âmbito residencial. Reconhecido o contrato de experiência, não se aplica a estabilidade provisória à empregadagestante, nos termos da Súmula 244, III, do TST . Recurso desprovido." (TRT 4ª Região - RO0062700-56.2009.5.04.0811 - 8ª Turma - Rel. Des. Denis Marcelo de Lima Molarinho - DJ-e 06.07.2010)

"Empregada doméstica. Contrato de experiência. Inaplicabilidade das disposições contidas na Consolidaçãodas Leis do Trabalho , razão por que o contrato de trabalho é tido como a prazo indeterminado." (TRT da 4ª Região- Ac. da 2ª Turma por maioria de votos - RO 96.022750-4 - Rel. Designada Juíza Dulce Olenca B. Padilha - DJ RSde 16.03.1998, pág. 37)

"Contrato de experiência. Doméstico. Ao contrato de trabalho de empregado doméstico é perfeitamenteaplicável a cláusula de experiência por se tratar de serviços prestados dentro do âmbito familiar, justificando aaveriguação da qualificação do empregado." (TRT da 3ª Região - Ac. da 5ª Turma por maioria de votos - RO19.651/1999 - Rel. Juiz Virgílio Selmi Dei Falci - DJ MG de 10.06.2000, pág. 19)

"Empregada doméstica - Contrato de experiência - Validade. Consoante a previsão do parágrafo único do art.7º da Constituição Federal , vários direitos sociais foram estendidos aos empregados domésticos, entre eles o avisoprévio, instituto este que atinge tanto o empregado doméstico quanto o empregador, o que viabiliza as situaçõesprevistas nos arts. 482 e 483 da CLT . Logo, cabível o contrato de trabalho a título de experiência, para odoméstico. Se a Lei 5.859/72 e o seu decreto regulamentador não proíbem a adoção desse tipo de contrato, nãocabe ao intérprete fazer qualquer distinção. Recurso a que se dá provimento para imprimir validade ao contrato deexperiência e julgar improcedente a ação." (TRT da 2ª Região - Ac. da 6ª Turma por maioria de votos - RO02980437373 - Rel. Juiz Fernando Antonio Sampaio da Silva - DO SP de 05.10.1999, pág. 56)

5.13 Contrato de experiência - Modelo

MODELO DE CONTRATO DE EXPERIÊNCIA

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6. Contrato por obra certa

6.1 Conceito

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Entende-se por contrato de trabalho por obra certa aquele celebrado entre as partes pelo período de duração daobra, constituindo-se em contrato por prazo determinado, podendo ser enquadrado na condição de execução de"serviços especificados" de que trata a CLT , art. 443 , § 1º, bem como de realização de certo acontecimentosuscetível de previsão aproximada. Os serviços realizados por obra certa são transitórios ou, muitas vezes, nãopassa a obra certa de atividade empresarial de caráter transitório.

6.2 Objetivo

Execução de serviços especificados, ou realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada.

6.3 Duração

O contrato por obra certa não poderá exceder 2 anos.

6.4 Prorrogação - Conseqüência

Não poderá ser prorrogado mais de uma vez.

Na hipótese de ser prorrogado por mais de uma vez, transformar-se-á em contrato por tempo indeterminado.

7. Contrato por prazo determinado - Lei nº 9.601/1998

7.1 Conceito

Caracteriza-se como contrato por prazo determinado, nos termos da Lei nº 9.601/1998 , aquele firmado paraadmissões que representem acréscimo no número de empregados, cuja celebração deve contar com a participaçãoobrigatória do sindicato representativo da respectiva categoria profissional, não sendo possível à empresa celebrá-lodiretamente com o empregado, sob pena da perda de sua eficácia plena. Admite-se sua implantação em qualqueratividade desenvolvida pela empresa ou estabelecimento, independentemente dos requisitos previstos na CLT , art.443 , § 2º.

7.2 Duração

O contrato por prazo determinado de que trata a Lei nº 9.601/1998 tem duração máxima de 2 anos.

7.3 Prorrogação - Conseqüência

Permite-se, dentro do período de 2 anos, sofrer sucessivas prorrogações.

Desde que observado o período máximo de 2 anos, referidas prorrogações não acarretarão implicações para aempresa, visto que nesta modalidade de contrato admite-se a prorrogação por mais de uma vez, sem estar adstritoao limite previsto na CLT , art. 451.

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8. Trabalho temporário

8.1 Conceitos

Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física a uma empresa para atender à necessidade transitória desubstituição de seu pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços.

Trabalhador temporário é aquele contratado por empresa de trabalho temporário, para prestação de serviçodestinado a atender necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimoextraordinário de tarefas de outra empresa.

Empresa de trabalho temporário é a pessoa física ou jurídica urbana, cuja atividade consiste em colocar à disposiçãode outras empresas, temporariamente, pessoal devidamente qualificado (trabalhador temporário), por elasremunerados e assistidos.

Empresa tomadora de serviço ou cliente é a pessoa física ou jurídica que, em virtude de necessidade transitória desubstituição de seu pessoal regular e permanente ou de acréscimo extraordinário de tarefas, contrate locação demão-de-obra com empresa de trabalho temporário.

8.2 Objetivo

Justifica a contratação de trabalhadores temporários unicamente o acréscimo extraordinário de serviços na empresa,devidamente comprovado, ou a necessidade de substituição temporária de determinado empregado pertencente aosseus quadros permanentes. O contrato celebrado em desconformidade com o estabelecido pela legislação em vigorserá considerado nulo de pleno direito, sujeitando as empresas - contratante e contratada - às penalidades legaisaplicáveis.

8.3 Duração

O contrato de trabalho temporário mantido entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora oucliente, em relação a um mesmo empregado, não pode ultrapassar de 3 meses, salvo autorização do órgão local doMinistério do Trabalho e Emprego (MTE), devendo ser necessariamente por escrito e conter expressamente o prazode duração.

8.4 Prorrogação

O prazo de vigência do contrato de trabalho temporário poderá, mediante autorização prévia do órgão regional doMTE, ser ampliado para até 6 meses, nas seguintes hipóteses:

a) houver prorrogação do contrato de trabalho temporário, limitada a uma única vez;

b) ocorrerem circunstâncias que justifiquem a celebração do contrato de trabalho temporário por períodosuperior a 3 meses.

A autorização deverá ser solicitada à Seção ou Setor de Relações do Trabalho (SERET) da Superintendência Regionaldo Trabalho e Emprego do estado da Federação onde for prestado o serviço, por meio da página eletrônica do MTE,no endereço www.mte.gov.br, por meio do Sistema de Registro de Empresa de Trabalho Temporário (SIRETT).

A solicitação para a prorrogação de contrato de trabalho temporário deve ser feita até o penúltimo dia anterior ao

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termo final do contrato e nos contratos cuja prorrogação ocorreu em virtude de circunstâncias que justifiquem acelebração do contrato de trabalho temporário por período superior a 3 meses, a solicitação deverá ser realizada até2 dias antes do seu início.

A empresa de trabalho temporário deverá acessar o SIRETT, preencher os dados requeridos pelo Sistema etransmitir a solicitação via eletrônica. A transmissão ensejará o envio automático de mensagem ao correio eletrônico- e-mail da chefia da SERET ou de servidor por ela formalmente designado, do estado indicado pela empresa detrabalho temporário para a autorização.

A concessão de autorização constará de certificado gerado pelo SIRETT, que será enviado para o e-mail da empresade trabalho temporário constante de seu registro no MTE.

A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, se julgar necessário, poderá empreender ação fiscal paraverificação da veracidade dos dados informados pela empresa de trabalho temporário.

8.5 Contratos celebrados e prorrogados no mês anterior - Informação ao MTE

A partir de 1º.05.2010 as empresas de trabalho temporário deverão informar mensalmente ao MTE, por meio doSIRETT, os contratos de trabalho temporários celebrados e prorrogados no mês anterior, com os dadosidentificadores da tomadora, do empregado e o motivo da contratação, para fins de estudo do mercado de trabalhotemporário, conforme previsto na Lei nº 6.019/1974 , art. 8º .

As empresas de trabalho temporário ficam dispensadas de informar os contratos já incluídos no SIRETT em face deautorizações para contratação por período superior a 3 meses e para prorrogação do contrato inicial.

A falta de envio destas informações consiste em infração ao art. 8º da Lei nº 6.019/1974 , e implicará aplicação demulta, conforme dispõe a Lei nº 7.855/1989 , art. 3º , III.

9. Contrato de safra

Contrato de safra é aquele que tem a sua duração dependente de variações estacionais das atividades agrárias,assim entendidas as tarefas normalmente executadas no período entre a preparação do solo para o plantio e acolheita.

Esta espécie de contrato não está sujeita à limitação de apenas uma prorrogação, podendo-se firmar várioscontratos consecutivos ou não, com o mesmo empregador. Por exemplo: um contrato para adubar a terrapreparando-a para o plantio, outro para o plantio propriamente dito e outro por ocasião da colheita.

10. Aperfeiçoamento profissional - Cláusula de permanência

A legislação trabalhista vigente estabelece, no art. 444 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que as relaçõescontratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto nãocontravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhe sejam aplicáveis e às decisõesdas autoridades competentes.

Este dispositivo fundamenta o princípio da autonomia da vontade das partes na medida em que reconhece o amplopoder deliberativo do empregador e do empregado quando da celebração do contrato individual de trabalho,assegurando a ambos a possibilidade de livremente acordarem as condições em que o mesmo será desenvolvido,restringindo somente a existência de cláusulas contratuais contrárias à legislação em vigor.

Atualmente, a necessidade de aperfeiçoamento profissional é cada vez mais premente, obrigando as empresas ainvestirem grandes somas em cursos de especialização de seus empregados, visando, com o exercício de atividadesespecíficas, a melhoria de seus produtos e serviços.

Com a finalidade de resguardar o investimento efetuado, é comum as empresas optarem pela inclusão de cláusulas

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no contrato de trabalho que estabeleçam determinadas condições para a realização desses cursos, as quais, umavez pactuadas, passam a integrar a relação empregatícia, produzindo os efeitos que nelas estão previstos.

Tendo por base o princípio da liberdade contratual, consagrado pelo citado art. 444 da CLT , os Tribunais trabalhistastêm se manifestado no sentido de que é legalmente possível a inclusão de cláusulas condicionais e/ou restritivas,podendo ser ajustadas, entre outras, as seguintes:

a) previsão de restituição das despesas com o curso;

b) previsão de indenização, por parte do empregado, dos gastos despendidos pela empresa;

c) proibição de o empregado demitir-se, por certo período (cláusula de permanência), sob pena de multapreviamente estabelecida etc.

A doutrina e a jurisprudência trabalhistas, contudo, não são pacíficas acerca do posicionamento anteriormentemencionado, havendo entendimentos diversos sustentando a tese de que o risco da atividade econômica, previstono art. 2º da CLT , deve ser suportado pela empresa, incluindo-se, portanto, as despesas decorrentes daespecialização do empregado nos custos empresariais, não podendo ser transferidas ao empregado.

Os adeptos dessa corrente doutrinária afirmam que as cláusulas anteriormente referidas, se inseridas no contrato,são nulas de pleno direito, não produzindo quaisquer efeitos legais.

Assim, cabe à empresa, após uma análise cuidadosa dos argumentos aqui apresentados, optar pela prática quejulgar mais conveniente e acertada, ficando clara a possibilidade de oposição, principalmente pela via judicial.

11. O apontador do jogo do bicho e a relação de emprego

Embora se trate de uma contravenção penal, a prática do jogo do bicho é comumente observada nas cidades earregimenta um grande número de trabalhadores.

A questão que se impõe é saber se existe vínculo empregatício entre a banca do jogo do bicho e os trabalhadoresque esta arregimenta.

A questão não é de fácil solução. Assim, vejamos. O art. 3º da CLT define como empregado toda pessoa física queprestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.

Da análise desse conceito, chega-se à conclusão de que, uma vez verificada a ocorrência dos pressupostos darelação de emprego mencionados - ou seja, a habitualidade na prestação de serviços, a subordinação e aremuneração -, estaria caracterizado o vínculo.

Na questão em comento, os requisitos da relação de emprego estão presentes, o que pode levar alguns a, semmaiores reflexões, concluir, de imediato, pela existência do vínculo empregatício com os seus consequentes reflexos.

O Tribunal Superior do Trabalho, por meio da Orientação Jurisprudencial SDI-I nº 199, esclarece:

199. Jogo do bicho. Contrato de Trabalho. Nulidade. Objeto ilícito.

É nulo o contrato de trabalho celebrado para o desempenho de atividade inerente à prática do jogo debicho, ante a ilicitude de seu objeto, o que subtrai o requisito de validade para a formação do ato jurídico.

Contudo, há que se observar que na análise da questão devem ser verificadas, também, a legislação civil e a penal.

O art. 58 do Decreto-lei nº 3.688/1941 (Lei das Contravenções Penais) assim dispõe:

Art. 58. Explorar ou realizar a loteria denominada jogo do bicho, ou praticar qualquer ato relativo à suarealização ou exploração:

Pena - prisão simples, de quatro meses a um ano, e multa, de dois a vinte contos de réis.

Parágrafo único. Incorre na pena de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, aquele queparticipa da loteria, visando a obtenção de prêmio, para si ou para terceiro.

O Código Civil Brasileiro (Lei nº 10.406/2002 ) determina em seus arts. 104, 422 e 594:

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Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:

I - agente capaz;

II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;

III - forma prescrita ou não defesa em lei.

Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em suaexecução, os princípios de probidade e boa-fé.

Art. 594. Toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial, pode ser contratada medianteretribuição.

Da análise dos mencionados dispositivos verifica-se que:

a) a prática de qualquer ato relativo à realização do jogo do bicho está devidamente tipificada comocontravenção penal, portanto constitui atividade ilícita;

b) para que os contratos em geral sejam válidos, entre outros, o seu objeto há de ser lícito;

c) os contratantes (partes) estão obrigados a observar os princípios da probidade (honestidade, honradez,decoro etc.);

d) os serviços ou trabalhos lícitos podem ser contratados mediante remuneração.

A contrario sensu, conclui-se que os serviços ou trabalhos ilícitos não poderão ser contratados.

Não obstante os dispositivos legais em comento, a questão é controvertida no âmbito doutrinário e jurisprudencial.

A maioria das decisões não reconhecem o vínculo empregatício em virtude da ilicitude do objeto do contrato.Entretanto, há várias decisões favoráveis ao reconhecimento do vínculo por entender ser esta atividade tolerada pelasociedade e que a empregadora não pode se beneficiar da própria torpeza.

De todo o exposto, pode-se concluir:

a) ser a prática de todos os atos relativos à realização ou à exploração do jogo do bicho contravençãopenal;

b) ser público e notório o fato de o jogo do bicho ser vedado por lei;

c) que a validade dos contratos em geral, inclusive o de trabalho, está condicionada à licitude do seuobjeto;

d) que a ninguém é concedido o direito de alegar o desconhecimento da lei em sua defesa;

e) que todo cidadão está obrigado a se pautar com honestidade e honradez.

Dessa forma, entendemos, s.m.j., que o contrato de prestação de serviços, verbal ou escrito, firmado entre oexplorador do jogo do bicho e os trabalhadores é nulo e, assim o sendo, não pode resultar no reconhecimento dovínculo empregatício entre as partes, portanto, as relações decorrentes deste contrato não estão sujeitas àapreciação à luz do direito do trabalho.

- Decisões contrárias ao reconhecimento do vínculo empregatício

Recurso de revista - Jogo do bicho vínculo de emprego - Configuração - O Tribunal Pleno desta Corte Superior,reunido em 7/12/2006, julgou o Incidente de Uniformização Jurisprudencial (IUJ) suscitado nos autos do processonº TST-E-RR-621145/2000, tendo decidido manter o entendimento consubstanciado na Orientação Jurisprudencialnº 199 da SBDI-1, no sentido de que não há contrato de trabalho em face da prestação de serviços em jogo dobicho, ante a ilicitude do objeto. Recurso de revista conhecido e provido. (TST - RR 152/2007-003-06-00 - Rel. Min.Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - DJ-e 13.03.2009)

Agravo de instrumento em recurso de revista - Jogo do bicho - Contrato de trabalho - Objeto ilícito - Inviávelo reconhecimento do vínculo empregatício, uma vez que a relação de trabalho questionada tem por objeto odenominado jogo do bicho, atividade ilícita, considerada contravenção penal. Incidência da OrientaçãoJurisprudencial nº 199 da SBDI-1. Agravo de instrumento desprovido. (TST - AIRR 1552/2003-005-23-40 - Rel.Min. Vantuil Abdala - Dje 08.05.2009)

Contrato de trabalho - Jogo do bicho - Esta Corte já firmou o entendimento de que, ante a ilicitude do objeto,não há contrato de trabalho em face da prestação de serviços em jogo do bicho (Orientação Jurisprudencial 199 daSBDI-1 do TST). Recurso de Revista de que se conhece e a que se dá provimento. (TST - RR 452/2004-007-06-00- Rel. Min. João Batista Brito Pereira - DJ-e 19.06.2009)

Recurso de revista - Jogo do bicho vínculo de emprego - Configuração - O Tribunal Pleno desta Corte Superior,reunido em 7/12/2006, julgou o Incidente de Uniformização Jurisprudencial (IUJ) suscitado nos autos do processonº TST-E-RR-621145/2000, tendo decidido manter o entendimento consubstanciado na Orientação Jurisprudencial

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nº 199 da SBDI-1, no sentido de que não há contrato de trabalho em face da prestação de serviços em jogo dobicho, ante a ilicitude do objeto. Recurso de revista conhecido e provido. (TST - RR 916/2003-010-06-85 - Rel. Min.Luiz Philippe Vieira de Mello Filho - DJ-e 27.02.2009)

Recurso de revista - Vínculo de emprego jogo do bicho - Efeitos - Orientação Jurisprudencial nº 199 da C.SBDI-1 - O Eg. Tribunal Regional, embora tenha assumido que os serviços prestados pela Reclamadarelacionavam-se à atividade ilícita do jogo do bicho, reconheceu o vínculo em-pregatício com o Reclamante.Contrariou, assim, o entendimento desta Corte, contido na Orientação Jurisprudencial nº 199 da SBDI-1, que negaefeitos à referida prestação, em razão da ilicitude do objeto. Recurso de Revista conhecido e provido. (TST - RR281/2007-008-06-00 - Relª Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi - DJ-e 27.03.2009)

[?] Jogo do bicho - Atividade ilícita - Verbas resultantes do vínculo de emprego - Indevidas - OrientaçãoJurisprudencial nº 199 da SBDI-I - Consoante a jurisprudência consagrada nesta Corte uniformizadora, não hácomo reconhecer validade a contrato de trabalho em atividade ilegal relacionada a jogo do bicho, tendo em vista odisposto na Orientação Jurisprudencial nº 199 da SBDI-I, confirmada pelo Plenário deste Tribunal Superior por meiodo Incidente de Uniformização de Jurisprudência IUJ - E-RR-621.145/2000.8, julgado em 7/12/2006. Recurso derevista conhecido e provido. (TST - RR 1956/2005-161-06-00 - Rel. Min. Lelio Bentes Corrêa - DJ-e 12.06.2009)

[?] Jogo do bicho - Contrato de trabalho - Nulidade - Objeto ilícito - OJ 199 DA SBDI-1/TST - Quem prestaserviços em banca de "jogo do bicho" exerce atividade ilícita, definida por lei como contravenção penal. Assim, ocontrato de trabalho celebrado não gera direitos, porque é ilícito o objeto e são ilícitas as atividades do tomador edo prestador dos serviços. Orientação Jurisprudencial 199 da SBDI-1 do TST. Recurso de Revista conhecido eprovido. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO PARA RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIASOBRE TODO O PERÍODO TRABALHADO E MULTA POR AUSÊNCIA DE ANOTAÇÃO DE CONTRATO DE TRABALHO NACTPS. A análise dos presentes temas encontra-se prejudicada em razão do entendimento adotado no item anterior.(TST - RR 1171/2007-122-06-00 - Rel. Min. José Simpliciano Fontes de F. Fernandes - DJ-e 18.09.2009)

[?] Jogo do bicho - Relação de emprego - A falta de costume em observar a norma que cuida da contravençãopenal do jogo do bicho não autoriza reconhecer, daí em diante, os efeitos de uma relação jurídica que, em verdade,ainda se mantém ilícita diante do ordenamento jurídico vigente, cuja extirpação é tarefa própria do legislador penal,insuscetível de se transferir ao mero intérprete das normas trabalhistas. Aliás, a matéria em questão encontra-sesuperada no âmbito desta Corte, tendo em vista o reiterado entendimento consubstanciado na OJ 199 da SDI-I.Dessa forma, não se reconhece o vínculo de emprego decorrente de contrato laboral que tenha por objeto o jogo dobicho, atividade ilícita, de acordo com o disposto nos arts. 104 e 166 do Código Civil (ressalvado o entendimentopessoal da Ministra relatora). Recurso de revista conhecido e provido. (TST - RR 1534/2007-144-06-00 - Relª Min.Rosa Maria Weber - DJ-e 29.05.2009)

Relação de emprego. Jogo do bicho. Não obstante a ilicitude da atividade desenvolvida pela Reclamante,tolerada pelos usos e costumes pela nossa sociedade, esta prestou serviços permanentes remunerados e sob adependência da Empresa-ré. A despeito dessas considerações, é a Autora empregada, dentro do contrato-realidade, não podendo, pois, a Empregadora beneficiar-se da própria torpeza. Recurso de Revista da Reclamadaconhecido e desprovido. (Acórdão unânime da 1ª Turma do TST -RR 419.252/98.0-13ª R. - Rel. Min. WagnerPimenta - DJU-e 1 24.11.2000)

Jogo do bicho. Reconhecimento da relação de emprego. Princípios da primazia da realidade e da proteção.Seria incompatível com os princípios da primazia da realidade e da proteção negar, por completo, eficácia jurídicaao contrato celebrado entre as partes, para coleta do jogo do bicho, em razão da ilicitude do objeto contratual. NoDireito do Trabalho, a nulidade do contrato pode não acarretar negação plena dos efeitos jurídicos do ato. É o queacontece com a contratação sem concurso pela Administração Pública. Declara-se a nulidade do ato, sem prejuízoda obrigação de pagar os salários dos dias trabalhados (Orientação Jurisprudencial nº 85 da SBDI-1). Assim, atutela jurisdicional prestada pela Justiça do Trabalho obsta o enriquecimento sem causa, valorizando a força detrabalho despendida, considerada a impossibilidade de restabelecimento do estado anterior. Recurso conhecido edesprovido. (Acórdão unânime da 3ª Turma TST - RR 24.397/2002-900-06-00.6-6ª R. - Relª Min. Maria CristinaIrigoyen Peduzzi - DJU 1 19.12.2002, pág. 967)

Jogo do bicho. Apontador e captador de jogos. Estabelecimento aberto ao público. Vínculo legal. O apontadore captador de jogo do bicho não traduz atividade ilícita que venha a desnaturar o vínculo empregatício, quandoestão preenchidos todos os requisitos do art. 3º da CLT , tais como a subordinação, onerosidade e nãoeventualidade. Aliado a isso, temos que o estabelecimento era aberto ao público com pleno conhecimento dasautoridades, equivalente a centena de jogos de azar criados pelo Governo. Se o apontamento e captação de jogosde azar em sentido amplo for considerado ilegal, as diversas empresas que fazem tal trabalho para as CaixasEconômica Federal e Estaduais, teriam seus empregados enquadrados como contraventores penais. (Acórdãounânime, no mérito, da 3ª Turma do TRT da 3ª Região - RO 14.163/98 - Rel. Juiz José Miguel de Campos - DJ MG17.11.1999, pág. 13)

Cambista de jogo do bicho, que presta serviços com os requisitos do art. 3º da CLT , é empregado e portanto,beneficiário da proteção dispensada pela legislação obreira ao trabalhador, a despeito de se tratar de atividadeilícita, segundo a ótica do Direito Penal. (Acórdão da 1ª Turma do TRT da 8ª Região - RO 2.181/95 - Prolator do Ac.Juiz Ary Brandão de Oliveira - DJ PA 3 06.02.1996, pág. 5)

Relação de emprego. Jogo de bicho. Configurado está o vínculo de emprego com a presença dos elementosconstantes no art. 3ª da CLT. Embora ilícita a atividade exercida pelo empregador, esta não descaracteriza avinculação empregatícia com o reclamante. Recurso provido. (Acórdão unânime da 2ª Turma do TRT da 6ª Região -RO 3.019/95 - Rel. Juiz Mardônio Quintas - DJ PE 30.12.1995, pág. 16)

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Observe-se que, apesar do posicionamento adotado pelo Conselho Técnico IOB, tendo em vista a divergênciaexistente, o empregador deverá acautelar-se diante da ocorrência concreta da situação ora retratada, podendo, pormedida preventiva, consultar o Ministério do Trabalho e Emprego sobre o assunto. Lembramos que caberá à Justiçado Trabalho a decisão final da controvérsia, caso seja proposta ação nesse sentido.

( Constituição Federal/1988 , art. 7º , I, XVII e XXI, e art. 10 , I e II, do ADCT; Lei nº 5.859/1972 , regulamentadapelo Decreto nº 71.885/1973 ; Lei nº 6.019/1974 , regulamentada pelo Decreto nº 73.841/1974 ; Lei nº5.889/1973 ; Lei nº 6.708/1979 , art. 9º ; Lei nº 6.858/1980 ; Lei nº 8.213/1991 , arts. 19 , 20 , 21 e 118 ;Regulamento da Previdência Social (RPS), aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999 , arts. 93 , 94 e 97 ; Lei nº4.090/1962 ; Lei nº 8.036/1990 , art. 18 ; CLT , arts. 7º , "a", 29, 147, 442, 442-A, 443, 445, 451, 452, 462, 477,479 a 483 e 543; Portaria MTb nº 290/1997 ; Portaria MTE nº 60/1999 , art. 1º , § 4º; Portaria MTE nº 41/2007 ,art. 5º , § 2º; Portaria MTE nº 550/2010 , alterada pela Portaria MTE nº 1.100/2010 , e Súmulas TST nºs 14 , 163 ,171 , 188 , 244 e 261 .

Legislação Referenciada

Ato das Disposições Constitucionais Transitórias

Constituição Federal/1988

Decreto nº 2.430/1997

Regulamento da Previdência Social

Decreto nº 71.885/1973

Decreto nº 73.841/1974

Decreto-lei nº 3.688/1941

Consolidação das Leis do Trabalho

Lei nº 10.192/2001

Código Civil Brasileiro

Lei nº 10.522/2002

Lei nº 4.090/1962

Lei nº 5.859/1972

Lei nº 5.889/1973

Lei nº 6.019/1974

Lei nº 6.708/1979

Lei nº 6.858/1980

Lei nº 7.238/1984

Lei nº 7.855/1989

Lei nº 8.036/1990

Lei nº 8.213/1991

Lei nº 8.383/1991

Lei 9.029/95

Lei nº 9.491/1997

Lei nº 9.601/1998

Portaria MTb nº 290/1997

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Portaria MTE nº 1.100/2010

Portaria MTE nº 41/2007

Portaria MTE nº 550/2010

Portaria MTE nº 60/1999

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