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E mais... Atlantis Cup 2014 Canoagem Entrevista David Abecasis e Miguel Guimarães Natação Les Sables - Les Açores-Les Sables Resultados Desportivos em julho Lucas Silva, Bernardo Melo e Ricardo Hen- riques conquistaram o direito de representar os Açores no Campeonato Nacional de Infan- tis e Iniciados, em Tróia. Escola de Vela do Clube Naval da Horta sagrou-se Campeã Regional de Infantis Um prémio, resultados excelentes em termos organizacionais, visitan- tes encantados com o Faial e a hospitalidade de quem os recebeu e a realização de 8 das 9 regatas previstas. É este o balanço geral do Campeonato Nacional da Classe Access 2014, que terminou domingo (dia 13), com a Cerimónia de Entrega de Prémios no Restaurante “Barão Pal- ace”, na cidade da Horta. Provas, competição, mas acima de tudo muito convívio, amizade e hos- pitalidade, foram as tónicas do Campeonato Nacional da Classe Ac- cess 2014, que se real- izou de 11 a 13 do cor- rente, na ilha do Faial, organizado pelo Clube Naval da Horta. Este evento, destinado a velejadores com mobi- lidade reduzida, foi uma organização conjunta da Federação Portuguesa de Vela e da Associação Portuguesa da Classe Access. Ir_ao_mar Nº 4 Campeonato Nacional da Classe Access 2014 Pontos de Interesse Miguel Guimarães e David Abecasis do CNH são os vencedores do Ranking Nacional de Snipe Internacional Miguel Arrobas concretiza sonho antigo ao fazer a traves- sia a nado do Canal Pico -Faial Estágio em Santander, na Espanha - Rui Silvei- ra do CNH

Ir_ao_mar nº 4 - julho 2014

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Publicação mensal sobre as atividades desportivas do Clube Naval da Horta

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E mais...

Atlantis Cup 2014

Canoagem

Entrevista David Abecasis

e Miguel Guimarães

Natação

Les Sables - Les Açores-Les

Sables

Resultados Desportivos em

julho

Lucas Silva, Bernardo Melo e Ricardo Hen-

riques conquistaram o direito de representar

os Açores no Campeonato Nacional de Infan-

tis e Iniciados, em Tróia.

Escola de Vela do Clube Naval da

Horta sagrou-se Campeã Regional

de Infantis

Um prémio, resultados

excelentes em termos

organizacionais, visitan-

tes encantados com o

Faial e a hospitalidade

de quem os recebeu e a

realização de 8 das 9

regatas previstas. É este

o balanço geral do

Campeonato Nacional da

Classe Access 2014, que

terminou domingo (dia

13), com a Cerimónia de

Entrega de Prémios no

Restaurante “Barão Pal-

ace”, na cidade da Horta.

Provas, competição, mas

acima de tudo muito

convívio, amizade e hos-

pitalidade, foram as

tónicas do Campeonato

Nacional da Classe Ac-

cess 2014, que se real-

izou de 11 a 13 do cor-

rente, na ilha do Faial,

organizado pelo Clube

Naval da Horta.

Este evento, destinado a

velejadores com mobi-

lidade reduzida, foi uma

organização conjunta da

Federação Portuguesa de

Vela e da Associação

Portuguesa da Classe

Access.

I r _ a o _ m a r N º 4

Campeonato Nacional da Classe

Access 2014

Pontos de Interesse

Miguel Guimarães e

David Abecasis do CNH

são os vencedores do

Ranking Nacional de

Snipe

Internacional Miguel

Arrobas concretiza sonho

antigo ao fazer a traves-

sia a nado do Canal Pico

-Faial

Estágio em Santander,

na Espanha - Rui Silvei-

ra do CNH

Provas, competição, mas acima de

tudo muito convívio, amizade e hospi-

talidade, foram as tónicas do Campeo-

nato Nacional da Classe Access 2014,

que se realizou de 11 a 13 do corrente,

na ilha do Faial, organizado pelo Clu-

be Naval da Horta.

Este evento, destinado a velejadores

com mobilidade reduzida, foi uma

organização conjunta da Federação

Portuguesa de Vela e da Associação

Portuguesa da Classe Access.

Após o jantar de encerramento deste

evento, que decorreu na noite do últi-

mo domingo (dia 13) no Restaurante

“Barão Palace”, na cidade da Horta, o

tempo foi marcado por pequenas mas

eloquentes intervenções, entrega de

prémios, muitas palmas, calor huma-

no e alegria. A juntar a tudo isto, os

convivas foram brindados com modas

regionais pelo Grupo Folclórico do

Salão, tendo alguns dos presentes sido

convidados para um pé de dança den-

tro da Chamarrita.

O Presidente da Direcção do CNH,

José Decq Mota, começou por referir

“o gosto, a honra e o prazer” que o

Clube Naval da Horta teve na organi-

zação deste evento nacional, que se

realizou pela primeira vez na ilha do

Faial e na Região Autónoma dos Aço-

res, com a particularidade de, também

pela primeira vez, ter reunido partici-

pantes de todas as regiões do país:

Norte, Centro, Sul, Madeira e Açores.

A necessidade de uma so-

ciedade mais inclusiva foi

bem vincada neste jantar,

Um prémio, resultados excelentes em termos organizacionais, visitantes encantados com o Faial e a hospitalidade de

quem os recebeu e a realização de 8 das 9 regatas previstas. É este o balanço geral do Campeonato Nacional da Clas-

se Access 2014, que terminou este domingo (dia 13), com a Cerimónia de Entrega de Prémios no Restaurante

“Barão Palace”, na cidade da Horta.

onde todos sublinharam a

necessidade de derrubar

barreiras: arquitectónicas

e em termos de preconcei-

to

“Fizemos tudo o que pudemos”, frisou

este Dirigente, acrescentando que “do

ponto de vista regulamentar decorreu

tudo muito bem e nas vertentes social

e humana, o tom foi afectuoso, sobres-

saindo a conjugação de esforços”. Nes-

te sentido, José Decq Mota enalteceu a

colaboração de uma vasta lista de

entidades públicas e privadas, além de

cidadãos singulares, que se empenha-

ram em dar corpo a este projecto, que

congregou 29 velejadores de 9 clubes e

22 embarcações, além de mais de 70

voluntários.

O Presidente da Direcção do CNH

agradeceu o carinho e o acompanha-

mento da Assembleia Legislativa da

Região Autónoma dos Açores, o impor-

tante apoio da Câmara Municipal da

Horta, da Direcção Regional do Turis-

mo, dos Serviços de Ambiente e Flo-

restas, do Conselho de Administração

da Portos SA, da Marina da Horta, da

Autoridade Marítima, da Associação

de Bombeiros e da Santa Casa da Mi-

sericórdia da Horta. Quanto à Associ-

ação de Pais e Amigos dos Deficientes

da Ilha do Faial (APADIF), parceiro

privilegiado, José Decq Mota falou

directamente para o seu mais alto

responsável, José Fialho, afirmando:

“à APADIF não agradeço, pois esta-

mos juntos neste projecto”.

A realização deste Campe-

onato na ilha do Faial

veio demonstrar o espírito

de colaboração, voluntari-

ado e união de esforços e

de boas vontades que exis-

te entre as diversas insti-

tuições e particulares

Este Dirigente agradeceu a todos os

que vieram de fora e apelou a que

regressem, rematando: “As activida-

des da Classe Access são muito impor-

tantes e alguns destes velejadores já

garantiram a sua presença no Encon-

tro Internacional de Vela Ligeira”, que

decorrerá no âmbito do Festival Náu-

tico da Semana do Mar (primeira se-

mana de Agosto).

A mesa onde se encontravam os Pré-

mios, as Lembranças e os Certificados

de Participação foi muito observada,

elogiada e fotografada. O elemento

que mais ressaltou à vista foram os

Prémios, uma oferta original da Em-

presa Martipereira, propriedade de

Olindo e Carla Pereira. Foi igualmen-

te salientada a forma como António

Pereira acomodou os Emblemas do

Clube Naval da Horta.

A originalidade, a cor e a

forma dos Prémios, ofere-

cidos pela Empresa Marti-

pereira, foram muito co-

mentadas e apreciadas

Organização excelente do Clube Naval da Horta prestigia o

Campeonato Nacional da Classe Access 2014

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Olindo e Carla Pereira co-

laboraram, graciosamen-

te, para o brilhantismo

deste Campeonato, ofere-

cendo os Prémios

E no que toca a Prémios, Certificados

e Lembranças, além dos vencedores,

dos velejadores e dos Clubes, houve

duas pessoas, cujo papel e trabalho foi

efusivamente lembrado, reconhecido e

aplaudido com grande justeza: João

Duarte, Responsável pela Secção de

Vela Ligeira do Clube Naval da Horta

e grande mentor deste Campeonato, e

Nilzo Fialho, por parte da APADIF,

parceiro privilegiado neste Projecto.

Na sua intervenção, o Presidente da

edilidade faialense, José Leonardo

Silva, dirigiu uma palavra de estímulo

a todos os participantes, salientando o

orgulho dos faialenses em receber

estes visitantes.

José Decq Mota, Presiden-

te da Direcção do CNH e

José Leonardo Silva, Pre-

sidente da Câmara Muni-

cipal da Horta, que elogi-

ou o trabalho levado a ca-

bo pelo Clube Naval da

Horta

José Leonardo sublinhou o apoio que a

Câmara Municipal tem dado ao Clube

Naval da Horta, instituição que tem

feito “um grande trabalho na vertente

náutica, pedagógica e promocional da

ilha do Faial”, frisando que a entidade

a que preside “sempre acarinhou” a

parceria existente entre o CNH e a

APADIF.

Este governante realçou a importân-

cia de pôr os mais novos a falar das

acessibilidades, afirmando que “o te-

ma inclusão deve começar nas Esco-

las”.

Por seu turno, o Representante da

Associação da Classe Access, Coman-

dante Luís Cruz, agradeceu ao Clube

Naval da Horta por se ter candidatado

à Organização deste evento, tornando-

o numa festa. Saudou todos os partici-

pantes, felicitou os vencedores e agra-

deceu aos patrocinadores.

O Comandante Luís Cruz

agradeceu ao Clube Naval

da Horta o facto de se ter

candidatado à Organiza-

ção deste Campeonato Na-

cional de Access

A Presidente da Assembleia Legislati-

va da Região Autónoma dos Açores

referiu “a enorme honra” de estar na

Cerimónia de Encerramento do Cam-

peonato Nacional da Classe Access

2014, dirigindo uma palavra a todos

os que, de alguma maneira, estiveram

envolvidos neste evento de grande

dimensão. Ana Luísa Luís confessou

que hoje está mais consciente “do mui-

to caminho que há ainda a percorrer

no sentido de serem derrubadas as

(muitas) barreiras físicas

(arquitectónicas) e interiores (o nosso

olhar perante o outro que tem alguma

deficiência)”.

Esta faialense, com responsabilidades

políticas, lembrou que “é nossa obriga-

ção contribuir para que haja uma soci-

edade mais inclusiva”, agradecendo e

reconhecendo a coragem, a ousadia e o

trabalho de todos os atletas partici-

pantes.

Top ten para a Organização

Entre as arrumações próprias de

uma estrutura desta dimensão e

muitos outros afazeres, João Duar-

te fez um balanço deste Campeona-

to, referindo que “tudo correu bem

neste grande desafio, que incluiu

um vasto programa no mar e em

terra”. Das 9 provas, realizaram-se

8. “As condições de tempo foram

excelentes para a prática da Vela e

a baía estava muito boa.”

João Duarte não podia

estar mais satisfeito com

a forma como decorreu

este Campeonato

Para este mentor e organizador, “o

que marca mais é haver tanta gente

com inúmeras tarefas e as coisas

terem decorrido de forma natural,

descentralizada e com um envolvi-

mento, participação e entrega enor-

me por parte dos voluntários”. “O

feedback foi extremamente positi-

vo”, sustenta João Duarte, afirman-

do visivelmente orgulhoso, mas

realista: “Ainda não houve dentro

da Classe Access um Campeonato

que se igualasse a este”. E acres-

centa: “O nível competitivo deste

Campeonato distancia-se muito dos

outros, com um número recorde de

participantes e embarcações, além

de esta ter sido a primeira vez em

que estiveram presentes todas as

regiões do país”.

Os visitantes ficaram maravilhados

com a ilha, com a capacidade orga-

nizativa do Clube Naval da Horta e

com o número de entidades que se

envolveu neste evento.

Recorde-se que este projecto come-

çou a ser preparado há 6 meses. Em

Janeiro deste ano já havia Cartaz e

Programa. “Um dos nossos objecti-

Ir_ao_mar Page 4

vos era desenvolver um Campeona-

to com qualidade, mas que não

trouxesse um impacto negativo

para o Clube. As contas ainda não

estão feitas, mas sei que correu

bem. Conseguimos reunir bastantes

apoios públicos e privados do Faial,

num conjunto superior a 30 patroci-

nadores a quem estamos muito

gratos, porque também eles nos

facilitaram a realização desta inici-

ativa”.

O Campeonato Nacional da Classe

Access 2014 foi organizado por um

Grupo de Trabalho composto para o

efeito e de que fazia parte o Presi-

dente da Direcção do CNH, José

Decq Mota; a Directora Técnica,

Ana Sousa; Luís Paulo Moniz e

João Duarte, Directores da Secção

de Vela Ligeira, e Nilzo Fialho, da

APADIF.

Grupo de Trabalho que

preparou este Campeo-

nato

Da esquerda para a direita:

João Duarte, Ana Sousa,

José Decq Mota, Luís

Paulo Moniz e Nilzo Fi-

alho

Do ponto de vista do Projecto “Vela

Para Todos – Faial Sem Limites”,

os objectivos traçados também fo-

ram alcançados. “Queríamos uma

Medalha e tivemos (além do 3º pré-

mio, contámos ainda com um 4º e

um 6º lugares na classe 2.3)”.

Outro dos desideratos “era que al-

guns velejadores do CNH, que têm

menos experiência, ganhassem con-

fiança e à vontade na embarcação

em que velejam, o que também foi

uma realidade. Todos terminaram

regatas e estiveram envolvidos no

convívio. Portanto, estamos todos

de parabéns!”, salienta este Respon-

sável.

Para João Duarte não

há dúvidas de que este

foi o melhor Campeona-

to da Classe Access rea-

lizado até hoje

Em relação ao prémio arrebatado

por Lício Silva, João Duarte afirma:

“Há que valorizar o prémio em ter-

mos individuais, pois embora o Clu-

be exista para apoiar os velejado-

res, a verdade é que são eles que

tomam as decisões”.

No que concerne à Medalha con-

quistada pelo CNH, este Dirigente

garante que na Classe 2.3 sabia

“perfeitamente” que os “seus” vele-

jadores tinham condições para con-

seguir estas classificações.

Dezenas de voluntários muito

organizados

Este Dirigente recorda que, relati-

vamente aos voluntários, inicial-

mente estavam contabilizados 55,

incluindo comissões de regatas,

comissões de protestos, equipas de

mar (segurança) e de terra e os

velejadores da Escola de Vela. No

entanto, deu-se um fenómeno reve-

lador do espírito que sempre tem

caracterizado o Clube Naval da

Horta: o voluntariado espontâneo.

“Diariamente apareciam pessoas

que manifestavam total disponibili-

dade e vontade em ajudar e isso é

muito importante, porque mostra o

impacto deste evento de cariz nacio-

nal. A forma de estar das pessoas

não era no sentido de criar proble-

mas, mas de encontrar soluções.

Estes 3 dias passaram muito a cor-

rer, sem grandes complicações. Já

acabou o Campeonato, já estamos a

desmontá-lo e parece que começou

ontem”, frisa João Duarte.

Este grande entusiasta e pioneiro

da Vela da Classe Access na ilha do

Faial, elencou ainda outros dos

propósito deste Campeonato. Como

tal, congratulou-se com o facto de

domingo, na Cerimónia da Entrega

de Prémios, os responsáveis políti-

cos terem abordado a questão da

inclusão e a necessidade de melho-

rar a cidade e as acessibilidades

desta.

“Embora isto seja um Campeonato

Nacional, para mim, quando estes

velejadores entram num barco dei-

xam de ter cadeira de rodas ou mo-

bilidade reduzida e passam a ser

velejadores que conseguem desem-

penhar na plenitude aquilo que são

as capacidades e as competências

necessárias para andar à Vela”,

confessa este Treinador da Classe

Access, acrescentando: “No entanto,

em terra, as coisas não são bem

assim. No Faial e nos Açores ainda

há um déficit de inclusão. Temos de

trabalhar mais na promoção da

inclusão que, por si só, traz tudo o

resto: melhoria das acessibilidades,

o derrube das barreiras arquitectó-

nicas, etc”.

Campeonato Regional para pro-

mover a Vela e a inclusão

Dentro da promoção da Classe, este

Responsável ambiciona vir a ter um

Campeonato Regional, que possa

reunir velejadores de diferentes

ilhas, promovendo a Vela e a inclu-

são nos Açores. Ainda neste contex-

to, João Duarte explica que este

Campeonato também visou dar

visibilidade à Classe, o que aconte-

ceu.

Refira-se que, além do Clube Naval

da Horta, onde a Vela da Classe

Access é uma realidade estruturada

e funcional há 3 anos, existe a pers-

pectiva de vir a ser desenvolvida na

ilha vizinha um projecto similar

uma vez que foi adquirida para o

efeito uma embarcação da Classe

2.3., além de a Associação Regional

de Vela dos Açores (ARVA) ter ad-

quirido 2 embarcações desta Classe,

que se destinam a percorrer os dife-

rentes clubes navais da Região,

encontrando-se neste momento em

Vila Franca do Campo.

João Duarte sublinha “a necessida-

de de se sensibilizar todos os agen-

tes da Vela regional, entre eles os

treinadores, no sentido de percebe-

rem os benefícios do desenvolvi-

mento desta Classe, quer para a

Page 5 Nº4

Vela enquanto desporto, quer para

a construção de uma sociedade

mais inclusiva, onde a igualdade

para todos seja uma realidade” Co-

mo tal, o CNH e o Projecto “Vela

Para Todos - Faial Sem Limites”

tem “total disponibilidade” para dar

formação, esclarecimentos e toda a

ajuda possível “visando a desmisti-

ficação de preconceitos e obstáculos

existentes nalguns Clubes”.

As aspirações e os planos são uma

constante numa escalada que se

tem pautado pela evolução. Neste

contexto, para completar a frota do

CNH é necessário mais um barco

da Classe 303. Com o intuito de

tornar a modalidade mais abran-

gente, “seria interessante aumentar

o número de praticantes em termos

de lazer e de competição”.

Sempre a pensar mais à frente, este

Treinador planeia já a presença no

próximo Campeonato Nacional e

nas 2 Provas de Apuramento Nacio-

nal (PAN), onde são escolhidos os

atletas que vão ao Campeonato

Mundial, um sonho que João Duar-

te não considera impossível, uma

vez que o Clube Naval da Horta

tem velejadores ao nível daqueles

que representam as nossas cores

nas competições mundiais.

Troca de palavras com alguns

dos vencedores deste Campeo-

nato:

JOÃO PINTO, 1º lugar, Classe

2.3:

Gabinete de Imprensa do CNH:

Qual o balanço que faz a este

Campeonato?

João Pinto: Posso começar logo

pela entrega de prémios, que foi 5

estrelas. Quando entrei no Restau-

rante, pensei que era um casamen-

to, devido à forma como estava tudo

organizado: mesas individuais, cada

Clube na sua mesa, etc. Mas o que

mais gostei, foi da hospitalidade em

geral. Uma referência de top para o

João Duarte e o Nilzo Fialho, que

organizaram este Campeonato de

forma excelente. Fizeram sempre

questão de nunca nos faltar nada.

Deram praticamente a volta à ilha

connosco e há que dar muito valor a

isso.

Houve sempre a preocupação em

não haver desconforto. A parte da

deficiência tem alguma importân-

cia, mas não foi isso que levou a

Organização a ter todas as precau-

ções. Acho que é a vossa maneira de

ser. Portanto: obrigada por tudo e

continuem a organizar eventos

aqui, porque eu venho.

G.I.: Este Campeonato correu-

lhe muito bem…

J.P.: Tem-me corrido sempre bem.

Faço Vela desde 94/95 e há 2 anos

que sofri esta lesão, na sequência

de um acidente de moto. Praticando

Vela há estes anos todos, é normal

que tenha muito mais experiência

do que o pessoal que está a come-

çar. Ganhei o Campeonato Nacional

o ano passado e fui Vice-Campeão

Europeu, na Suíça.

G.I.: Qual o seu objectivo?

J.P.: Promover a vontade. Quando

vimos para estes eventos, há que

pôr as deficiências de parte e focar-

mo-nos no trabalho dentro da água.

Há que ser solidários uns com os

outros, mas sem esquecer a verten-

te competitiva. Não vimos aqui só

para sair de casa, mas para compe-

tir, o que acontece em qualquer

desporto, quer as pessoas tenham

ou não deficiências. Em convívio,

abraçamo-nos e somos amigos, mas

na água vale tudo.

G.I.: Quando será o regresso ao

Faial?

J.P.: Ainda não sei, mas quando

acabar a minha vida como despor-

tista, pondero seriamente vir viver

para cá. A sério! Foi a minha es-

treia nos Açores e gostei muito e

digo isto de forma muito sincera.

Pódio da Classe 2.3:

1º lugar: João Pinto – Iate Clube

Marina de Portimão

2º lugar: Fernando Pinto – Sport

Clube do Porto

3º lugar: Lício Silva – Clube Naval

da Horta

FERNANDO PINTO, 2º lugar,

Classe 2.3:

- G.I.: Como decorreu o Campe-

onato?

- Fernando Pinto: Muito bem!

Esta foi a terceira vez que vim ao

Faial, tendo as vezes anteriores

sido para participar nas provas por

altura da Semana do Mar. Este ano

foi tudo excelente uma vez mais,

tanto ao nível do acolhimento como

da Organização e, principalmente,

do convívio, que é uma das verten-

tes mais importantes deste Campe-

onato. Isto não vale tanto pela ver-

tente competitiva, mas sobretudo

pela questão do convívio.

G.I.: Mas ninguém gosta de per-

der…

F.P.: Dentro da água há competi-

ção, fora somos todos amigos. A

parte do convívio permite-nos

aprender muito com a troca de ex-

periências e de conhecimentos.

G.I.: Já fez amigos cá?

F.P.: Sim e mantemos contacto.

G.I.: E é para voltar?

F.P.: Sem dúvida! Daqui a 15 dias

estou cá novamente para participar

no Festival Internacional de Vela

Ligeira. Deixo cá o barco e o equipa-

mento e só não fico porque não pos-

so.

Gostava de aproveitar essa oportu-

nidade para conhecer a ilha de São

Jorge, uma vez que já fui ao Pico e

assim completava o Triângulo.

G.I.: Gostou destas ilhas?

Muito! São muito boas para convi-

ver. Aqui, as pessoas têm uma for-

ma diferente de ser e de estar na

vida.

G.I.: O que destaca destes 3 dias

de Campeonato?

F.P.: Além do mar e da excelente

vista para o Pico, a magnífica Orga-

nização e as acessibilidades que

esta proporcionou. No entanto, no

que respeita à ilha, há muito a me-

lhorar (passeios, passadeiras, etc), o

que não se prende apenas com as

cadeiras de rodas, mas com um

simples carrinho de bebé ou com

uma pessoa de idade que tenha

dificuldade em andar. É verdade

que a cidade da Horta, pela sua

própria morfologia, não permite

esse tipo de acessibilidade em todos

as zonas, mas a parte mais plana

poderia estar bem mais acessível.

G.I.: Sente que a sociedade está

Ir_ao_mar Page 6

mais inclusiva?

F.P.: Mesmo as pessoas com limita-

ção física mostram-se muito mais e

não há aquele estereótipo de estar

em casa. São vistas e isso muda a

maneira de sermos olhados e acei-

tes. A sociedade acaba por ser, de

forma quase obrigatória, inclusiva,

porque regra geral toda a gente tem

um familiar ou um amigo nestas

circunstâncias.

G.I.: É possível estabelecer uma

comparação, ao nível organiza-

cional, entre este Campeonato –

o primeiro realizado nos Açores

– e os restantes, que decorre-

ram no Continente português e

na Madeira?

F.P.: Não, porque aqui foi melhor.

G.I.: Melhor em quê?

F.P.: Desde a preocupação manifes-

tada em saber se todos estavam

bem, passando pelo acolhimento,

além da disponibilização de trans-

portes, apoio na água e fora desta e

a receptividade com que fomos tra-

tados é precisamente o factor que

distingue esta Organização.

Devo realçar que, de todas as vezes

que vim cá, esta foi a melhor. É

claro que este Campeonato revestiu

-se de outra dimensão e foi tudo

muito bom.

G.I.: Estamos a aprender?

F.P.: E muito bem! Uma coisa é

arrumar 6 barcos, outra é arrumar

mais de 20, como aconteceu neste

Campeonato. Mas tenho de subli-

nhar que a Organização superou

tudo isso com distinção.

F.P.: O que tem sido mais im-

portante até aqui?

F. P.: Aprendo muito quando vou

ao estrangeiro. Treinamos muito cá,

mas uma coisa é treinar cá, com as

filosofias locais (Portugal) e outra é

ir ao Mundial, como aconteceu no

ano passado, em que estive na In-

glaterra.

Uma pessoa do país de origem dos

barcos, que é a Austrália, explicou-

me como é que o barco – que é feito

em forma de casca de noz – deve

andar, a importância do posiciona-

mento do velejador dentro da em-

barcação e a influência que tudo

isso tem para o seu rendimento.

Nesta fotografia é visí-

vel a amizade que une os

velejadores

- LÍCIO SILVA, 3º lugar, Classe

2.3:

G.I.: Este 3º lugar teve um sabor

especial.

L.S.: O Campeonato decorreu muito

acima das minhas expectativas.

Nunca me passou pela cabeça al-

cançar esta posição, porque sabia

que a concorrência era muito boa,

sobretudo os que ficaram à minha

frente. Os participantes que vieram

de fora tinham como objectivo com-

petir e ganhar.

G.I.: Foi difícil?

L. S.: Muito! Houve alturas em que

dei tudo como perdido.

G.I.: O que significa esta vitó-

ria?

L.S.: Estou contente, mas conscien-

te de que tenho muito trabalho e

aprendizagem pela frente. Conside-

ro que o Projecto “Vela Para Todos

– Faial Sem Limites” tem pernas

para andar.

G.I.: O que é que faltou nas pro-

vas?

L.S.: Faltou-nos concentração. Para

mim, a componente mais difícil da

Vela é ter de assimilar muitos

(pequenos) pormenores ao mesmo

tempo. É muito difícil numa frota

de 11/12 velejadores estar atento à

posição de vento, aos saltos de ven-

to, à posição de quem está no barco

à nossa volta, etc.

G.I.: Qual o elemento chave pa-

ra uma regata bem sucedida?

L.S.: Uma boa largada. Ganha-se

metade de uma regata à partida,

com uma boa largada.

G.I.: No seu entender, quais os

objectivos principais deste

evento organizado pelo Clube

Naval da Horta?

L.S.: Constituiu uma excelente

oportunidade para abrir os horizon-

tes dos nossos governantes no senti-

do de perceberem, de uma vez por

todas, que é preciso trabalhar para

pôr a nossa cidade-mar de forma a

andarmos de um lado para o outro

sem nenhum tipo de barreiras. Con-

sidero que o Faial não está minima-

mente preparado para cidadãos

pessoas com mobilidade reduzida,

dificuldades de locomoção, carri-

nhos de bebé, etc. Sinto isso todos

os dias na pele. O que me vale é a

minha família, que tem sido espec-

tacular. Se preciso de ir a algum

lado, lá vai a minha mulher ou o

meu filho comigo. Neste momento,

a única limitação que tenho são as

barreiras. E este tipo de evento

serve precisamente para dois aspec-

tos muito importantes: alertar cons-

ciências adormecidas de quem tem

poder de decisão, e pelo convívio,

que foi muito saudável.

G.I.: A Vela veio dar-lhe vida?

L.S.: A Vela está a devolver-me a

emoção que eu tinha de viver e que

me foi retirada há alguns anos. No

fundo, trata-se de um desporto que

está a substituir outro. A adrenali-

na e o despique estão a voltar. Te-

nho de agradecer ao João Duarte e

ao Nilzo Fialho por me terem inse-

rido neste Projecto. Jamais vou

esquecer o dia em que foram falar

comigo e me convocaram para estar

no Clube às 8 horas da manhã do

dia seguinte. Literalmente pegaram

em mim, meteram-me dentro do

barco e disseram: “Vamos embora”.

Eu ainda pensei: não percebo pata-

vina disto, mas correu bem, e agra-

deço-lhes a oportunidade e o voto de

confiança. Nunca me arrependo de

ter entrado neste desafio. Quando

era pequeno, tive uma experiência

de Vela e lembro-me de não gostar

nada, porque o meu maior proble-

ma era molhar-me. Não gostava de

andar molhado e ainda hoje conti-

nuo a não gostar.

L.S.: O passo seguinte é conti-

nuar a ganhar prémios.

L.S.: Seria muito bom, mas a mi-

nha intenção é fazer isso para dar

alegria aos que estão a trabalhar

para nós. Naturalmente que me

sinto orgulhoso, mas o meu grande

objectivo é compensar aqueles que

apostaram em mim, que acredita-

ram que eu era capaz.

Page 7 Nº4

G.I.: Há uma boa equipa no Clu-

be Naval da Horta.

L.S.: Sim e este prémio é também

um bocadinho do trabalho do Rui

Dowling e do Libério Santos, por-

que nos treinos eles dão muita luta

e nenhum gosta de perder. Este

Campeonato foi muito giro e eles

também têm mérito nesta vitória.

G.I.: Dá para fazer amigos nes-

tes eventos?

L.S.: Naturalmente que sim e o

Fernando Pinto é um deles. Quando

veio o meu barco, que é o mais re-

cente e o único que é mais largo por

ter dois lugares (o anterior era mais

apertado e dificultava-me certas

manobras), pedi umas dicas ao Fer-

nando Pinto, que tem um igual e a

partir daí passámos a conversar

mais e hoje somos amigos.

PEDRO REIS e ALIU BAIO, du-

pla vencedora do 2º prémio da

Classe 303:

G.I.: Como descreve o que viveu

estes dias?

Pedro Reis: Já fiz um Campeonato

Nacional na ilha da Madeira e acho

que foi totalmente diferente em

termos de mar e de paisagem. Refi-

ro-me à paisagem do canal, pois isto

de ter de um lado o Pico e do outro,

o Faial e ver a ilha toda a verde, é

algo fascinante. Fiquei rendido à

paisagem e não tenho palavras pa-

ra descrever exactamente o que

sinto.

Destaco as condições de mar, o facto

de as Comissões de Regata terem

estado sempre atentas e o percurso

ter sido sempre muito bem feito,

não havendo falhas a apontar. Foi

extraordinário. Palmas para a Or-

ganização!

Gostei imenso de chegar ao Vulcão

dos Capelinhos e de repente ver a

mudança da vegetação. Fiquei ho-

ras só a apreciar. É primeira vez

que estou no Faial e sem dúvida

que vou voltar.

G.I.: Alcançaram um bom resul-

tado?

P.R.: Este resultado foi óptimo para

aquilo que treinámos e para as nos-

sas expectativas atendendo a que

este foi o nosso primeiro ano como

equipa. Isto constituiu uma nova

experiência, porque tive de navegar

com um colega invisual, com uma

percepção completamente diferente

de quem vê. De início, foi muito

difícil e, sinceramente, pensei em

desistir, mas depois com o treino e

as provas, tudo foi melhorando e

hoje posso dizer que esta situação

me dá mais gozo em relação ao res-

to.

Aliu Baio: Este foi o meu primeiro

Campeonato Nacional e gostei mui-

to de competir neste mar, com o

ambiente que tivemos à nossa vol-

ta, tudo o que foi acontecendo, den-

tro ou fora do mar, onde se desta-

cam as pessoas. Os açorianos, a

avaliar pelos faialenses, têm uma

forma diferente de encarar as situa-

ções.

G.I.: É para voltar?

P.R.: Sem dúvida e para próxima

temos de ir conhecer o Pico e São

Jorge.

O nosso objectivo é trabalhar para

ficar em 1º lugar no próximo Cam-

peonato.

A.B.: Gostava de conhecer outras

ilhas e de voltar ao Faial. Agora vou

tirar Biologia e seria muito interes-

sante vir para cá, pois acho que isto

tem uma paz e um sossego incrí-

veis.

Aliu Baio (invisual) e Pe-

dro Reis (ambos em pri-

meiro plano) arrebata-

ram a 2ª posição na Clas-

se 303

CLASSIFICAÇÕES

Classe 303:

1º - Carlos Araújo/Ana Cunha –

Clube Naval de Cascais

2º - Pedro Reis/Aliu Baio – Clube

Naval de Cascais

3º - Sofia Machado/Benjamim Ma-

chado – Clube Naval Povoense

4º - Jorge Freiria/José Cavalheiro –

Clube de Vela de Viana do Castelo

5º - Jorge Ruivo/Ana Lemos – Sport

Clube de Aveiro

6º - Carlos Cadete/Luís Ramalho –

Iate Clube Marina de Portimão

7º - Francisco Correia/Carlos Car-

doso – Clube Naval da Horta

8º - Filipe Araújo/Manuel Costa –

Clube de Vela de Viana do Castelo

Classe 2.3:

1º - João Pinto – Iate Clube Marina

de Portimão

2º - Fernando Pinto – Sport Clube

do Porto

3º - Lício Silva – Clube Naval da

Horta

4º - Rui Dowling – Clube Naval da

Horta

5º - Maria Luísa Graça – Sport Clu-

be do Porto

6º - Libério Santos – Clube Naval

da Horta

7º - António Ribeiro – Iate Clube

Marina de Portimão

8º - Pedro Carvalho – Sport Clube

do Porto

9º - António Nóbrega – Clube Naval

do Funchal

10º - Elvio Barradas – Clube Naval

do Funchal

11º - Domingos Cagembe – Clube

Naval de Cascais

12º - Nuno Codinha – Clube Naval

da Nazaré

13º - Aguinaldo Luís – Clube Naval

da Horta

Pódio da Classe 2.3:

1º lugar: João Pinto – Iate Clube

Marina de Portimão

2º lugar: Fernando Pinto – Sport

Clube do Porto

3º lugar: Lício Silva – Clube Naval

da Horta

Fotografias de: José Macedo e

Cristina Silveira

Lucas Silva, Bernardo Melo e

Ricardo Henriques conquis-

taram o direito de represen-

tar os Açores no Campeonato

Nacional de Infantis e Inicia-

dos, em Tróia.

O Treinador Duarte Araú-

jo, os velejadores vencedo-

res: Lucas Silva, Bernardo

Melo e Ricardo Henriques

do CNH, e os dirigentes do

Clube Náutico das Lajes

do Pico na Entrega de

Prémios

Fotografia de: Clube Náutico das

Lajes do Pico

Escola de Vela do Clube

Naval da Horta está de pa-

rabéns!

Uma das equipas do Clube Naval da

Horta (CNH) composta pelos velejado-

res Lucas Silva, Ricardo Henriques e

Bernardo Melo, conquistou o direito

de representar a Região Açores no

Campeonato Nacional de Infantis e

Iniciados, que irá realizar-se em

Tróia, no próximo mês de Setembro.

Esta conquista foi alcançada no En-

contro Regional de Escolas de Vela

2014, que decorreu este sábado (dia 5),

nas Lajes do Pico, uma organização do

Clube Náutico das Lajes do Pico.

Inicialmente previstas para sábado e

domingo (dias 5 e 6), as provas fica-

ram-se apenas pelo primeiro dia devi-

do à falta de vento.

A falta de vento levou ao

cancelamento do 2ª dia do

Encontro Regional de Es-

colas de Vela

A propósito da participação do Clube

Naval da Horta, o Treinador de Vela,

Duarte Araújo, sublinha que os faia-

lenses foram “muito bem recebidos

nas Lajes do Pico”. E acrescenta: “Os

velejadores adoraram o Campeonato,

ainda que as condições de vento te-

nham sido muito duras, uma vez que

houve muito pouco vento ao longo de

todo o fim-de-semana”.

Escola de Vela do Clube Naval da Horta sagrou-se Campeã Regional de

Infantis no Encontro Regional de Escolas de Vela 2014, nas Lajes do Pico

Ir_ao_mar Page 8

“Sábado, os atletas saíram para a

água para disputar uma regata que foi

anulada por falta de vento. A Comis-

são de Regata esperou e insistiu, con-

seguindo fazer uma regata logo que o

vento entrou. Quando o vento caiu

novamente, os velejadores voltaram

para terra, mas para regressar ao mar

quando o vento voltou, aposta ganha

pela Organização que conseguiu reali-

zar mais duas regatas e evitou que os

velejadores sofressem mais com o forte

sol, calor e ondulação que se faziam

sentir. O dia terminou pelas 19 horas,

o que constituiu um teste duro de mar

para quem inicia a prática na modali-

dade, mas ainda assim todos se porta-

ram muito bem”, explica Duarte Araú-

jo.

Relativamente aos excelentes resulta-

dos alcançados pela Escola de Vela do

CNH, o Treinador afirma que “os vele-

jadores estão motivados com a vitória

e pretendem treinar mais para o Cam-

peonato Nacional”.

Duarte Araújo faz questão de endere-

çar “uma palavra especial ao Zakhar

Starinski e ao Arthur Moimeaux, que

fizeram o seu melhor e não pararam

de aprender e melhorar”. E remata:

“Esperamos encontrá-los em Setembro

para integrarem a equipa da Escola de

Vela do Clube Naval da Horta”.

Fotografias cedidas por: Duarte Ara-

újo

O Treinador Duarte Araújo incentiva sempre os

velejadores a darem o seu melhor

Os 18 dias de Estágio permi-tiram ao atleta do Clube Na-val da Horta recuperar o rit-mo perdido com a lesão con-traída num ombro, em Ju-nho, na sequência de uma queda de bicicleta, ocorrida durante o Campeonato Euro-peu de Vela, na Croácia. “Os primeiros dias de treino no Está-

gio foram difíceis devido à falta de

ritmo, provocada pela recuperação que

tenho vindo a fazer da lesão no ombro,

o qual ainda me dói”, explica o veleja-

dor do Clube Naval da Horta (CNH),

Rui Silveira, a propósito da forma

como decorreram estes 18 dias de Es-

tágio (de 2 a 20 do corrente), em San-

tander, no Norte de Espanha.

Rui Silveira afirma que ainda se sente

“limitado”, mas adianta que à medida

que o tempo foi passando houve me-

lhorias em termos de performance,

acabando por se sentir “confortável”

no barco. “Sinto-me satisfeito com a

evolução registada no Estágio”, salien-

ta.

Espanhóis, portugueses, noruegueses,

ingleses, suecos e holandeses, são al-

gumas das nacionalidades representa-

das neste Estágio, com destaque para

estas últimas três, tidas como “as

mais fortes” no que à Vela diz respei-

to.

Este Estágio, onde estiveram presen-

tes cerca de 15 barcos, é considerado

“um treino mais fechado”, onde cada

atleta trabalha as suas técnicas.

O velejador faialense da Classe Laser

encontra-se em Portugal, com o seu

Treinador, Gonçalo Carvalho, onde

está a fazer treino de ginásio e de bici-

cleta. O regresso a Espanha acontece-

rá no dia 3 de Agosto, onde ficará até

dia 25, período em que decorrerá o 2º

Estágio.

Recorde-se que esta preparação tem

como objectivo fazer boa figura no

Campeonato do Mundo das Classes

Olímpicas, que decorrerá no início de

Setembro próximo, em Santander. Aí

será feito o apuramento de 50% dos

países que irão estar representados

nos Jogos Olímpicos do Brasil, em

2016.

É por isso que Rui Silveira sublinha

que “é preciso trabalhar”, encarando

este 2º Estágio como um período

“duríssimo”.

derato: um novo barco para velejar no

próximo ano, uma vez que o actual

conta já com cerca de 15 anos.

A dupla de atletas da Classe Snipe do

Clube Naval da Horta (CNH), Miguel

Guimarães e David Abecasis, venceu o

Ranking Nacional de Snipe, o que

acontece pelo segundo ano consecuti-

vo. David Abecasis explica que isto

significa que foram os vencedores do

somatório de todas as provas de apu-

ramento nacional e Campeonato Naci-

onal. E acrescenta: “Com esta vitória,

somos a primeira equipa apurada

para representar o país no Campeona-

to da Europa”

Miguel Guimarães adianta que a du-

pla “já está a preparar a próxima épo-

ca”, tendo como “grande objectivo” a

participação no Campeonato Mundial

de Snipes, em Talamone, na Itália.

Nesse sentido, os velejadores do Clube

Naval da Horta começaram já a reu-

nir apoios com vista a essa participa-

ção. De realçar que os apoios que es-

tão a ser angariados destinam-se tam-

bém à concretização de um outro desi-

Estágio em Santander, na Espanha - Rui Silveira do CNH:

“Estou satisfeito com a evolução conseguida neste Estágio”

Miguel Guimarães e David Abecasis do CNH são os vencedores

do Ranking Nacional de Snipe, pelo segundo ano consecutivo

Page 9 Nº4

O atleta do CNH prepara-se já para o 2º Estágio em Santander, que decorrerá de 3 a 25 de Agosto

Fotografia de: Cristina Silveira

Francisco Garcia, Director

da Secção de Canoagem do

Clube Naval da Horta e um

nome bem conhecido na mo-

dalidade, se tivermos em con-

ta que está ligado a este des-

porto há 30 anos, há muito

que defende a necessidade de

haver mais provas regionais

nos Açores, com o intuito de

fomentar o intercâmbio e a

competição entre os canoístas

das diversas ilhas. Com a

inactividade da Canoagem

nos clubes do Pico e de São

Jorge, os atletas do Faial vê-

em-se reduzidos a um único

momento de competição du-

rante a época, o que desmoti-

va quem treina e quem é trei-

nado. A Associação Regional

de Canoagem dos Açores

(ARCA) está consciente desta

realidade e sabe que o actual

calendário anual é contrário

ao desenvolvimento da moda-

lidade na Região, invocando

razões financeiras para a não

realização de mais provas,

promotoras de Competição,

objectivo número um de

qualquer clube e atleta. Estas

e outras questões são aborda-

das no balanço que hoje é

feito à actividade da Secção

de Canoagem do Clube Na-

val da Horta, instituição que

é sempre elogiada pelo seu

nível organizativo.

Gabinete de Imprensa do Clube

Naval da Horta: Qual a classifica-

ção atribuída a esta época

(2013/2014)?

Francisco Garcia: Correu bem, pois

conseguimos ter um número razoável

de atletas federados, à volta de 12.

Este ano tivemos uma boa prestação

no Campeonato Regional de Canoa-

gem, que decorreu nos dias 12 e 13 do

corrente, na ilha Terceira. Trouxemos

3 troféus, o que é muito bom tendo em

conta o número de treinos semanais.

Só treinávamos aos sábados, mas no

mês anterior ao Regional, intensificá-

mos a carga de trabalho para 3 treinos

por semana, embora eu saiba que ou-

tros clubes treinavam todos os dias.

G. I.: É fácil manter os atletas na

modalidade?

Francisco Garcia: O facto de serem

poucos e de competirem entre si, faz

com que nem sempre seja fácil mantê-

los motivados. Por isso, são as desloca-

ções fora da ilha, como aconteceu no

Regional da Terceira, que funcionam

como um incentivo. Só treinar sem um

objectivo definido, é complicado.

G. I.: Há falta de momentos de

Competição?

Francisco Garcia: Debati-me sem-

pre no sentido de promover intercâm-

bio entre Faial Pico e São Jorge. No

entanto, nestes últimos 2 anos os clu-

bes de São Jorge estiveram sempre

inactivos, e no Pico, o Clube de São

Roque manteve activa a sua Secção de

Canoagem em 2013, o que permitiu

que nos deslocássemos lá em provas.

Mas durante a época que agora termi-

nou, isso não aconteceu e, como tal,

não tivemos nenhum clube para com-

petir dentro do Triângulo. Ficámos

reduzidos a uma prova regional.

“Há anos que venho de-

fendendo a realização do

Regional de Canoagem

por 3 etapas em 3 diferen-

tes ilhas: Faial, Terceira e

São Miguel”, realça Fran-

cisco Garcia G. I.: Esta prova realiza-se rotati-

vamente entre Faial, Terceira e

São Miguel?

Francisco Garcia.: Sim, em 2013

realizou-se no Faial, este ano na Ter-

ceira e em 2015 será em São Miguel.

G. I.: É manifestamente insufici-

ente em termos de Competição…

Francisco Garcia: É precisamente

por isso que venho defendendo desde

há muitos anos – trata-se de uma luta

muito antiga da minha parte – a des-

centralização do Campeonato Regional

de Canoagem em 3 etapas, com reali-

zação noutras tantas ilhas (Faial, Ter-

ceira e São Miguel), o que seria uma

forma de cativar os atletas, mas a

razão invocada sucessivamente para a

não concretização desse projecto tem

sido a falta de verbas.

G. I.: O Campeonato Regional de

Canoagem realizado no ano passa-

do no Faial foi um ponto alto?

Francisco Garcia: Sim! Propusemo-

nos organizar cá o Regional e correu

muito bem. A organização foi muitíssi-

mo gabada pela Associação Regional

de Canoagem dos Açores (ARCA).

Esse evento foi amplamente divulgado

no jornal terceirense “Diário Insular”

e a ARCA fez questão de, na sua reu-

nião da Assembleia-Geral, frisar que o

Clube Naval da Horta sempre se des-

tacou na organização de eventos.

G. I.: A Associação elogia a organi-

zação do CNH, o Dirigente máxi-

mo da Canoagem no Faial há anos

que vem fazendo este tipo de pres-

são, mas ainda assim a ARCA na-

da faz no sentido de inverter a

situação. Há consciência de que

este cenário está a prejudicar o

desenvolvimento da Canoagem

Canoagem do CNH: “São necessárias mais provas regionais

para fomentar o intercâmbio e a competição entre os atletas”

Ir_ao_mar Page 10

Page 11 Nº4

fora da Terceira e de São Miguel?

Francisco Garcia: Sim, a ARCA está

plenamente consciente dessa realida-

de, mas o dinheiro ou a falta dele, fala

mais alto.

G. I.: Esta situação é frustrante?

Francisco Garcia: Um bocadinho,

porque um atleta a competir com o

colega do mesmo clube acaba por ser

desmotivante. E quando digo que é

desmotivante, não falo só nos atletas

mas nos treinadores, dirigentes, etc.

Antes mesmo de ser Treinador e Diri-

gente, já no meu tempo de atleta, eu

defendia a realização de mais provas a

nível regional para incentivar os cano-

ístas, porque nestas idades o que fun-

ciona como estímulo são as viagens e

os troféus. Qualquer miúdo fica encan-

tado com um troféu, mesmo que fique

em 10º lugar, mas isto é algo que sem-

pre foi assim, não é de agora.

As viagens promovem o intercâmbio

entre jovens e eles adoram isso! Fa-

zem novas amizades, conhecem novos

lugares e contactam com novas experi-

ências.

G. I.: O facto de na Terceira e em

São Miguel a situação ser bem

melhor do que no Faial faz com

que a Canoagem tenha melhores

resultados?

Francisco Garcia: O facto de existi-

rem vários clubes em cada uma destas

2 ilhas por si só, muda completamente

o cenário da Canoagem, pois eles po-

dem competir uns com os outros den-

tro da própria ilha, o que é impossível

no Faial e nos arredores, como já ex-

pliquei. Em São Miguel, há clubes em

Ponta Delgada, Lagoa, Vila Franca do

Campo e Rabo de Peixe para não falar

de outros, e na Terceira existe pelo

menos o Ar Livre, o Angra Iate Clube

e o da Praia da Vitória, o que permite

uma dinamização da modalidade.

G. I.: Falou-se há pouco de que os

treinos são apenas aos sábados,

mas o facto é que sem Competi-

ção, os treinos fazem pouco senti-

do.

Francisco Garcia: Pois, tendo em

conta que estamos reduzidos a um

Regional, não se justifica passar a

época toda a fazer 3 treinos semanais.

“Uma forma de atrair no-

vos atletas é no decorrer

das Férias Desportivas do

CNH, Projecto em que os

miúdos têm oportunidade

de experimentar a Canoa-

gem”, sublinha Francisco

Garcia

G. I.: Há condições para o Clube

Naval da Horta ter mais atletas na

Canoagem?

Francisco Garcia: Sim, há, embora

na próxima época iremos ficar nova-

mente reduzidos a um treinador, por-

que o Tiago Valente vai deixar-nos,

por motivos profissionais. Ele encon-

tra-se a tirar o Curso de Treinador e

agora vai estagiar. A Secção de Canoa-

gem vai ficar apenas com o treinador

Carlos Pedro.

G. I.: E é suficiente?

Francisco Garcia: Posso dizer sim,

porque durante toda a minha vida fui

sempre Treinador único e consegui-

mos alcançar os objectivos. O Carlos

Pedro pode dividir os atletas em gru-

pos de treino e esta situação não é, de

modo algum, impeditiva para que

apareçam mais interessados em prati-

car este desporto. Aliás, temos o exem-

plo da Vela Ligeira aqui no CNH, em

que tendo só um treinador, os veleja-

dores são divididos em grupos, embora

a situação seja um pouco diferente,

porque trata-se de um treinador a

tempo inteiro. Ainda assim, no que diz

respeito à Canoagem, é possível traba-

lharmos apenas com um treinador.

G. I.: A Secção conta com diferen-

tes escalões, mas isso também não

permite a competição interna por-

que são poucos atletas em cada

escalão.

Francisco Garcia: Temos Iniciados,

Menores, Infantis e Cadetes, mas real-

mente o número de atletas em cada

escalão é reduzido e então o que faze-

mos para “animar a coisa” é a realiza-

ção de alguma Prova de Absolutos

entre eles, o que acontece no decorrer

do Festival Náutico da Semana do

Mar, evento que é aberto a quem qui-

ser e não apenas a atletas federados.

Promovemos essa prova em 2013 e

tivemos 13 participantes que não esta-

vam ligados à Secção, o que foi muito

bom.

G. I.: Como é que se cativa novos

atletas?

Francisco Garcia: Uma forma de

captar mais pessoas para a Canoagem

é durante o Projecto das Férias Des-

portivas, promovido anualmente pelo

Clube e que decorre durante todo o

mês de Julho. Sendo a Canoagem uma

das actividades deste Projecto, possi-

bilita o contacto com a modalidade, e é

muitas vezes após estes campos de

férias que surgem novos praticantes.

Outro desejo antigo que tenho neste

sentido, passa por trazer alunos da

Escola Secundária Manuel de Arriaga

(ESMA) ao Clube, para assistirem a

um treino de Canoagem. Na prática, a

aula de Educação Física seria dada no

CNH. E isso já aconteceu, mas em

2013 não consegui recuperar essa

iniciativa, porque a deslocação implica

fazer um seguro e tratar de uma série

de procedimentos burocráticos, já que

em termos legais é vista como uma

actividade extra-curricular. Mas sei

que esta acção dava grandes resulta-

dos e, aliás, é assim que se faz no Con-

tinente. Os clubes vão recrutar novos

atletas às escolas.

Ainda foi ponderada a hipótese de

levarmos 2 kayak’s até à ESMA, com o

intuito de os alunos experimentarem a

modalidade na Piscina, mas isso im-

plicava haver disponibilidade dos pró-

prios professores de Educação Física,

o que não foi possível nessa altura.

Temos tentado de diversas formas,

mas o esforço ainda não foi frutífero.

Não estou muito preocupado com esta

questão, pois sei por experiência pró-

pria que a mensagem do passa-

palavra funciona muito bem e que as

conversas dos atletas no seu núcleo de

amigos surtem efeitos. Aliás, no início

de cada época, temos sempre interes-

sados em experimentar a modalidade.

G. I.: Há desistências?

Francisco Garcia: Desistências, não

digo, mas há questões que não contro-

lamos, como é o caso dos atletas que

saem da ilha para prosseguir os seus

estudos, ou aqueles que, mesmo fican-

do na ilha, vão para a Escola Profissio-

nal (o que acontece cada vez mais ce-

do) e não conseguem conciliar os trei-

nos com as aulas, porque os treinos no

CNH acontecem aos sábados de ma-

nhã, por ser o dia de maior disponibili-

dade por parte dos treinadores.

G. I.: Em termos de equipamento,

está tudo funcional?

Francisco Garcia: Sim. Em 2013

adquirimos pagaias, coletes e saiotes

novos, fizemos uma estrutura nova

para guardar os kayak’s, arranjámos o

tecto do pré-fabricado que tinha infil-

trações e este ano comprámos 2

kayak’s. Posto isto, agora pede-se que

haja o retorno desse investimento e

isso consegue-se com resultados. Não

se pode investir só por investir.

G. I.: O que não foi possível alcan-

çar?

Francisco Garcia: Com muita pena

minha, não conseguimos tornar reali-

dade o convite formulado por Frederi-

co Benjamim, do Clube Náutico do

Montijo, no Continente. Este senhor,

além de ser um canoísta veterano,

também está à frente deste Clube e

costuma vir ao Faial todos os anos.

Em 2013 o Clube Naval da Horta con-

vidou-o a participar no Regional de

Canoagem, que decorreu cá. Ele veio e

convidou a Secção de Canoagem para

fazer um Estágio nas instalações do

seu Clube. O plano era irem 5 atletas

para, de certa forma, premiá-los pelo

facto de não terem saído da ilha em

2013, uma vez que a única deslocação

que tivemos foi ao Pico, onde fizemos

uma prova (em São Roque).

Esse Estágio de uma semana no Con-

tinente deveria ter acontecido em

Maio do ano passado. O nosso anfi-

trião cedia as instalações, algumas

refeições e os transportes e o Clube

Naval da Horta teria de suportar as

viagens aéreas, mas não foi possível.

G. I.: Os pais apoiam os filhos e

mostram-se interessados na acti-

vidade da Secção?

Francisco Garcia: Bastante! E a

comprovar isso temos um Represen-

tante dos pais na própria Secção que

está sempre inteirado de toda a activi-

dade, tendo a missão de informar os

restantes pais.

Os pais são sempre bem-vindos no

Clube Naval da Horta e quando quise-

rem acompanhar os treinos dos filhos,

podem fazê-lo. Temos muito gosto em

recebê-los e esclarecê-los sobre tudo o

que envolva a Canoagem. E diga-se

em abono da verdade, que os educado-

res apoiam muito as deslocações que

são feitas, tendo consciência da impor-

tância desta modalidade na formação

desportiva, pedagógica e cívica dos

seus educandos.

G. I.: Como é que a Canoagem sur-

ge na vida do Francisco?

Francisco Garcia: Comecei a prati-

car Canoagem aos 7 anos de idade,

portanto passaram-se 30 anos. O meu

percurso na Canoagem é engraçado.

Saí do Faial em 1996 para prosseguir

estudos em São Miguel e, ao contrário

da maioria dos jovens que saem da

ilha e deixam de praticar, eu continuei

a fazê-lo no Clube de Ponta Delgada,

onde tirei o Curso de Treinador e co-

mecei a treinar os canoístas do Clube

Naval de Ponta Delgada. Nesses anos

como Treinador, consegui ter atletas

que foram campeões regionais e vice-

campeões nacionais, como por exemplo

o Jorge Castro – que ainda hoje vem

ao Faial, ilha onde tem familiares –

que se tornou um atleta de Alta Com-

petição, tendo mesmo feito parte da

Selecção Portuguesa.

Regressei ao Faial em 2004 e comecei

a treinar a Secção de Canoagem do

Clube Naval da Horta, onde tive bons

campeões como foi o caso do Cliff Pe-

dro, que foi Vice-Campeão Nacional 2

anos consecutivos, tendo alcançado

um 9º lugar no Campeonato Nacional

de Velocidade, prova muito competiti-

va. Recordo também a atleta Carla

Dias, que foi igualmente Vice-Campeã

de Mar, e depois tive vários campeões

regionais, como o Jacinto Cipriano, o

Pedro Cipriano ou a Renata Rodri-

gues, que também foi Vice-Campeã

Regional vários anos consecutivos.

G. I.: Isso é a glória de qualquer

Treinador?

Francisco Garcia: Sem dúvida! Dá

sempre um gozo ver esses atletas irem

longe. É um prazer enorme vê-los vin-

gar, mas depois por motivos de estudo

ou de trabalho, acabam por se afastar

da modalidade.

G. I.: Perfilam-se campeões no

actual conjunto?

Francisco Garcia: Há atletas que

estão a andar muito bem. Temos 2 ou

3 miúdos que se forem bem trabalha-

dos, conseguem ser campeões regio-

nais. Naturalmente, que o espírito

competitivo do atleta também ajuda.

E há essa garra nalguns. Mas trata-se

de um percurso muito difícil, pois isso

é sinónimo de aumentar a carga de

treinos e nem todos estão dispostos,

porque isso acarreta sacrifícios.

G. I.: E custos!

Francisco Garcia: Muitos! E nos

tempos actuais conseguir patrocínios

não se afigura fácil. Já que abordámos

este assunto, quero aproveitar a opor-

tunidade para referir que em 2013

consegui que a Sport Zone patrocinas-

se a equipa de Canoagem do Clube

Naval da Horta, mediante a oferta de

15 fatos de treino, a quem agradeço

uma vez mais de forma pública. Quero

ainda reiterar o meu agradecimento à

empresa Espaço X, que ofereceu a

impressão do nome da Secção no refe-

rido equipamento, o que constitui

sempre um orgulho e uma responsabi-

lidade para os canoístas que, quando

se deslocam em provas, exibem as

cores que representam e fazem-no de

forma muito empenhada.

G. I.: Custa muito formar um cam-

peão?

Francisco Garcia: Costumo dizer

que formar um campeão é muito fácil,

o difícil é mantê-lo.

G. I.: Qual a maior compensação

recebida?

Francisco Garcia: A minha maior

compensação é ver a alegria dos atle-

tas quando ganham uma prova ou o

seu sorriso durante um convívio, um

treino ou outro momento. Gosto de vê-

los alegres.

G. I.: Um Treinador, um Dirigente

é também…?

Francisco Garcia: Um amigo! Temos

de ser um bocadinho psicólogos, com-

preendê-los, escutá-los, aconselhá-

los…

Fotografias de: Cristina Silveira

Ir_ao_mar Page 12

Page 13 Nº4

Um quadro técnico competente e

habilitado e fazer transitar nadado-

res para a Competição, são os facto-

res chave para dar um novo fôlego à

Secção de Natação do Clube Naval

da Horta (CNH), onde estão inscritos

cerca de 130 atletas em diversos es-

calões. Olga Marques, Dirigente res-

ponsável pela Secção de Natação do

CNH, gostava de poder dizer que

tudo foi perfeito nesta época que

agora terminou (2013/2014), mas tem

consciência de que há aspectos que

necessitam de uma mudança urgente

para que este Clube possa vir a ter

resultados como teve, em termos de

Competição, num passado bem re-

cente.

Esta Dirigente acedeu fazer o balan-

ço deste ano de actividade, não des-

cartando a hipótese de dar o seu con-

tributo no próximo mandato. Mas

para isso acontecer, terá de haver

algumas garantias de mudança.

Olga Marques põe a hipótese

de continuar a dar o seu

contributo no próximo man-

dato

Gabinete de Imprensa do Clube Na-

val da Horta: Qual o balanço que faz

desta época?

Olga Marques: Há aspectos positivos e

outros que têm de ser alvo de uma remo-

delação para que, tanto o Clube como os

atletas fiquem a ganhar. De uma manei-

ra geral, a formação decorreu dentro da

normalidade.

G. I.: Os resultados alcançados foram

satisfatórios?

O. M.: O normal é querermos sempre

mais e melhor, mas a verdade é que, para

o número de atletas que temos na Compe-

tição, acho que os resultados alcançados

foram satisfatórios.

G. I.: A Competição conta com

quantos nadadores?

O. M.: A Secção de Natação do Clube

Naval da Horta tem cerca de 130 atle-

tas nos Escalões de Escolinhas, Cade-

tes, Infantis A e B, Juniores, Juvenis e

Seniores. Em termos de Competição,

no fim da época tivemos 8 nadadores

regulares.

G. I.: Por que razão o número é

tão reduzido?

O. M.: É aqui que reside uma das

dificuldades que temos de ultrapassar.

Levar os atletas a transitarem para a

Competição não tem sido fácil, porque

isso implica outra disponibilidade e

outro investimento por parte dos pais

e dos próprios nadadores. Neste caso,

os treinos são diários, tendo a duração

de 90 minutos cada. Depois, os treinos

têm de ser mais tardios devido aos

horários dos atletas e da Piscina da

ESMA que, durante o dia, tem outros

utilizadores. Quando se está na Com-

petição, há deslocações aos fins-de-

semana e os educadores têm de vir

com os educandos ao sábado, dia em

que se realizam sempre as provas.

Como tal, os pais queixam-se de que

os filhos ficam sem tempo para as

actividades escolares e para outras em

que estão envolvidos.

G. I.: Considera que a Natação

rouba tempo aos atletas?

O. M.: Na minha opinião, acho até o

contrário por experiência própria, pois

os meus filhos também praticaram

Natação durante muitos anos e esta-

vam simultaneamente no Conservató-

rio e os resultados escolares foram

sempre bons. É claro que não brinca-

vam muito, mas encontravam esse

tempo para descontrair antes e depois

dos treinos junto dos colegas e dos

treinadores e brincavam de uma for-

ma saudável. Quando participam em

muitas actividades, aprendem a fazer

uma boa gestão do seu tempo. A for-

mação das crianças e dos jovens nou-

tras vertentes que não apenas a esco-

la, faz parte do crescimento e é muito

importante nos dias que correm.

Esta Dirigente, que tam-

bém é mãe, recorda que os

tempos em que os filhos ti-

nham mais actividades fo-

ram aqueles em que os re-

sultados escolares se reve-

laram melhores

G. I.: Na sua opinião, o CNH poderia

ter mais atletas a competir?

O. M.: Naturalmente que sim, pois eles

treinam sempre, mas quando chega ao

dia das provas, não aparecem. E não

pode haver Competição sem realização

de provas. Esta época tivemos cerca de

18 atletas a treinar nas turmas de Com-

petição e Pré- Competição. No entanto,

participaram regularmente nos Campe-

onatos/Torneios, 3 Cadetes, 4 Infantis e

1 Júnior, num total de 8 atletas, o que é

muito pouco. Também é preciso referir

que alguns atletas sofreram lesões, o

que contribuiu para o decréscimo verifi-

cado este ano.

G. I.: No ano passado o cenário era

muito diferente?

O. M.: Não foi muito diferente, em 2013

tínhamos cerca de 20 atletas mas só 12

competiam regularmente. Em anos an-

teriores, esse número atingia os 40.

G. I.: Pelo que percebo, os nadado-

res estão preparados para compe-

tir. Por que razão não o fazem?

O. M.: Uns não aparecem pelo facto de

nem sempre os pais terem disponibilida-

de para os virem pôr e buscar à Piscina

durante o fim-de-semana e outros não

se sentem à vontade, ficando nervosos

nos dias das provas, mas aquilo que

tenho observado é que depois de eles

competirem uma vez, gostam e passam

a ir sempre.

G. I.: A aposta tem de ser em que

Secção de Natação do Clube Naval da Horta precisa de

Treinadores de nível II e de mais atletas na Competição

escalão?

O. M.: Para haver escalões superiores na

Competição e darmos continuidade à

modalidade no ano seguinte, é necessá-

rio uma formação técnica adequada, bem

como motivação e gosto pela modalidade

enquanto Cadetes. Isto também contri-

bui para a evolução deles enquanto na-

dadores, pois se contarem com colegas a

competir lado a lado, isso vai fazer com

que dêem o seu máximo e melhorem os

seus tempos, objectivo principal da Com-

petição.

G. I. É urgente fazer o quê?

O. M.: Planear muito bem a próxima

época e encontrar um bom quadro técni-

co.

A Natação é um desporto bastante sau-

dável e completo, mas obrigatoriamente

tem de contemplar uma vertente técnica

adequada e com resultados a nível com-

petitivo.

G. I.: Não há treinadores qualifica-

dos no Faial?

O. M.: Existem poucos e são pessoas

bastante ocupadas.

G. I.: O trabalho do Treinador é mui-

to importante não só em termos téc-

nicos?

O. M.: Importantíssimo! Há pessoas que

têm muito boa formação técnica, mas

não conseguem fazer passar aos atletas

aquela garra, aquela força de competir e

vencer. Os Treinadores têm um papel

fundamental nos treinos, na aprendiza-

gem, na evolução e, consequentemente,

nos resultados. Ser Treinador é muito

mais do que uma profissão, é uma voca-

ção, uma vez que estão a lidar directa-

mente com crianças e são o elo mais pró-

ximo entre os atletas, os pais e o Clube.

Outra questão indispensável a um bom

Treinador é a sua própria formação e

actualização. Nesse sentido, há que estar

atento aos fóruns e às acções de forma-

ção que vão acontecendo com alguma

frequência.

G. I.: Os atletas pagam uma inscri-

ção mensal?

O. M.: Sim, daí eu frisar que a responsa-

bilidade é muito grande e não se pode

encarar este aspecto de ânimo leve até,

porque, são os atletas que suportam, em

grande parte, os custos da manutenção

do quadro técnico do CNH. Os nadadores

e os pais merecem todo o nosso respeito e

dedicação.

“O papel dos Treinadores é

importantíssimo a diversos

níveis, não podendo ser

descurado ou desculpado”

G. I.: Os pais mostram-se atentos ao

que se passa com os filhos?

O. M.: Sim, bastante! Existem pais que

acompanham os filhos nas provas reali-

zadas fora do Faial e estão presentes

nos treinos, manifestando a sua preocu-

pação relativamente a todas estas ques-

tões. Curiosamente, o quadro de arbi-

tragem da ANARA aqui no Faial é com-

posto essencialmente por pais de atletas

ou ex-atletas que, ao acompanharem os

filhos, também criaram gosto pela mo-

dalidade.

G. I.: Os atletas do CNH treinam na

Piscina situada na Escola Secundá-

ria Manuel de Arriaga (ESMA) tute-

lada pelo Serviço de Desporto da

Ilha do Faial, o que fica a alguma

distância do Clube. Eles têm sem-

pre presente a ideia de que defen-

dem as cores do Clube Naval da

Horta?

O. M.: Os nadadores sabem que são

atletas do CNH e para estreitar essa

ligação e representação ainda recente-

mente o Clube organizou um lanche-

convívio na sua sede. É importante que,

de vez em quando, eles sejam convida-

dos para festas ou eventos no Clube e

possam ter a oportunidade de interagir

com outras modalidades náuticas e com

os restantes atletas do Clube, o que irá

ser desenvolvido na próxima época. Os

convívios também fazem parte do cresci-

mento e da formação enquanto atletas e

cidadãos.

G. I.: Considera-se satisfeita com o

seu trabalho?

O. M.: Gostava de ter sido possível fazer

mais. Sei que dei o meu melhor, mas

não atingi o objectivo a que me propus.

G. I.: E que era…?

O. M.: Mais atletas e melhores resulta-

dos na Competição.

G. I. Nesse sentido, põe a hipótese

de se recandidatar?

O. M.: Se a equipa toda o fizer, eu tam-

bém alinho, principalmente com o objec-

tivo de conseguir recuperar a vertente

competitiva da Natação, e aqui a questão

técnica terá que ser muito bem avaliada.

G. I.: Isso é um compromisso?

O. M.: Pode ser visto assim. Tenho a

firme convicção de que a próxima época

vai ser muito diferente e que o novo qua-

dro técnico será uma realidade. Sei que

esse é também um grande desiderato do

actual Presidente desta casa e que os

pais contam com essa remodelação, as-

sim como esperamos poder continuar

com o apoio, empenho e acompanhamen-

to deles no que diz respeito à actividade

da Natação no Clube Naval da Horta.

No Faial, temos tudo para que a Natação

seja muito bem sucedida, começando

pelos atletas que têm grande potencial e

melhoraram muito esta época, passando

pelos pais que acompanham de perto a

actividade dos filhos e por um Clube com

tradição e know-how e acabando num

grupo de voluntários que dão o melhor

que têm, que é o seu tempo, os seus co-

nhecimentos e a sua grande vontade.

G. I.: Esta ligação ao CNH e à Nata-

ção, começou quando?

O. M.: Há mais de 10 anos que sou Juiz

de Natação da Associação de Natação da

Região Açores (ANARA). Os meus 2 fi-

lhos praticaram Natação no Clube Naval

da Horta durante um largo período e

perante a necessidade de revitalizar os

aspectos fundamentais desta modalidade

na ilha do Faial, acedi dar o meu contri-

buto atendendo aos conhecimentos que

tenho sobre esta modalidade e à ligação

com o Clube.

“Sei que os pais estão a con-

tar com uma remodelação

de fundo na Natação para a

próxima época e o CNH con-

ta com o apoio e o empenho

deles, como sempre”

Fotografias de: Cristina Sil-

veira

Ir_ao_mar Page 14

Page 15 Nº4

São atletas do Clube Naval

da Horta (Classe Snipe) e an-

dam na Vela há muitos anos.

O primeiro nasceu em Man-

chester, no Reino Unido, e o

segundo em Lisboa. Fazem

muita ginástica para conse-

guir trabalhar, treinar e ob-

ter títulos, num país que não

tem um desígnio para que a

Vela possa evoluir. Trata-se

de David Abecasis e Miguel

Guimarães que fazem o ba-

lanço à época 2013/2014, par-

tilhando ambições e projectos

(onde se inclui a aquisição de

um novo barco, já que o ac-

tual tem 15 anos) de um des-

porto que, representando

melhor que qualquer outro a

história e a tradição de Por-

tugal, não tem a atenção ne-

cessária para possa haver

melhores resultados, porque

talento, há de sobra.

David Abecasis e Miguel

Guimarães: amigos há 25

anos com uma paixão em

comum: a Vela! Fotografia tirada no Rio de Janeiro e

cedida por: David Abecasis

Gabinete de Imprensa do Clube

Naval da Horta: Como decorreu

esta época?

David Abecasis: Com excepção do

Campeonato Nacional, correu bastan-

te bem.

Miguel Guimarães: Na minha opini-

ão correu bem, foi pena não termos

conseguido ganhar o Campeonato

Nacional.

G. I.: Quais eram as vossas expec-

tativas?

David Abecasis: Depois da vitória no

Ranking Nacional do ano passado e de

termos sido Vice-Campeões Nacionais,

a nossa ambição para esta época era

tentar ganhar novamente o Ranking

Nacional e lutar pela vitória no Cam-

peonato Nacional.

Miguel Guimarães: Lutar pela vitó-

ria no Campeonato Nacional.

G. I.: Estão satisfeitos com o resul-

tado final alcançado?

David Abecasis: De um modo geral,

sim. Fizemos bons campeonatos em

Espanha e em Portugal. Apesar de

terem sido um pouco abaixo das nos-

sas expectativas, não podemos dizer

que foi uma má época.

Miguel Guimarães: Em geral sim,

obtemos boas classificações em rega-

tas importantes.

G. I.: O que correu muito bem e

menos bem?

David Abecasis: Menos bem foi a

nossa adaptação a navegar com ondu-

lação, como foi o caso do Campeonato

Nacional e do Campeonato Ibérico.

Conseguimos melhorar um pouco en-

tre os 2 campeonatos, mas ainda não

estamos no nível que pretendemos. A

parte que correu bem foram os bons

campeonatos que realizámos em Espa-

nha, com frotas maiores do que em

Portugal e onde, por norma, o nível

também é elevado. Também já come-

çamos a ficar mais habituados ao bar-

co e a dominar melhor alguns aspectos

da sua navegação.

Miguel Guimarães: Os campeonatos

em Espanha correram bem e a nave-

gação em águas planas está boa. O

Campeonato Nacional e a dificuldade

em navegar com ondas, foram as par-

tes menos boas deste ano.

G. I.: Quais os maiores títulos al-

cançados até agora?

David Abecasis/Miguel Guima-

rães: Nesta Classe, apesar de recente

para nós, podemos destacar em 2013:

- vitória no Torneio Internacional do

Carnaval de Vilamoura

- 2º lugar no Campeonato Nacional

- 2º lugar no Memorial Nacho Rey

(Villgarcia, Espanha)

- 6º lugar no Trofeo da Armada

(Santiago de la Ribera, Espanha) on-

de, apesar de parecer um lugar menos

bom, é preciso referir que estavam

presentes cerca de 70 barcos e que o

nível da frota era bastante alto

- vencedores do Ranking Nacional

2014:

- 1º lugar no Trofeo Memorial Cholo

Armada (Vigo, Espanha). Esta vitória

deu-nos o título de Campeões Luso-

Galaicos

- vencedores do Ranking Nacional

Os Campeonatos realiza-

dos em Espanha, com fro-

tas maiores do que em

Portugal e onde o nível

competitivo é elevado,

correram muito bem a es-

ta dupla de atletas da

Classe Snipe

G. I.: Quais os vossos objectivos a

médio e longo prazo?

David Abecasis/Miguel Guima-

rães: O nosso principal objectivo para

as próximas épocas passa por conquis-

tar o título de campeões nacionais.

G. I.: O que gostariam de conquis-

tar e que consideram quase “um

sonho”?

David Abecasis/Miguel Guima-

rães: Um bom lugar num Campeona-

to Europeu ou Mundial (top 5).

G. I.: Quem é que admiram

(velejadores)?

David Abecasis: São muitos! Seria

uma lista enorme.

Miguel Guimarães: Há muitos. Pela

sua história e feitos, admiro o Paul

Elvstrom e o Eric Tabarly. Das gera-

ções mais recentes, admiro o Ben

Atletas do CNH: David Abecasis e Miguel Guimarães ambicionam

conquistar um bom lugar num Campeonato Europeu ou Mundial

Ainslie e o Torben Grael. Em Portugal,

acho que temos excelentes velejadores,

como por exemplo, o Hugo Rocha, mas

há muitos mais.

G. I.: Com que idade começaram a

velejar?

David Abecasis: Com 10 anos.

Miguel Guimarães: Com 8 anos.

G. I.: Havia antecedentes familiares

nesta modalidade?

David Abecasis: Tudo começou por

iniciativa de meu pai que, quando era

adolescente, chegou a construir um pe-

queno catamarã com um amigo. Comecei

por dar uns passeios num barco de um

amigo do meu pai e pouco mais tarde

iniciei-me nos Cursos de Vela da Associ-

ação Naval de Lisboa.

Miguel Guimarães: Sim, havia antece-

dentes familiares, o meu pai já fazia

Vela. Nasceu em Angola e o meu avô

estava muito ligado ao mar, sendo o Res-

ponsável pela Escola de Vela em Luan-

da, de onde saíram grandes velejadores.

Tinha um negócio de construção de bar-

cos, bem como embarcações que opera-

vam no porto e faziam a travessia para o

Mussulo. Foi, portanto, com naturalida-

de que, anos mais tarde, me inscrevi na

Vela, actividade de que gostei muito.

Gostei tanto que, quando me foi dado a

escolher entre ficar no futebol ou na Ve-

la, não tive qualquer dúvida.

G. I.: Ainda hoje há mais pessoas nas

vossas famílias que se dediquem à

Vela ou a outro desporto?

David Abecasis: Tenho alguns tios e

primos que praticam Vela por lazer. O

meu sogro tem um barco e para além de

lazer, também faz algumas regatas.

Miguel Guimarães: Penso que neste

momento não.

G. I.: Gostavam que a vossa descen-

dência também continuasse no mun-

do da Vela?

David Abecasis: Claro, e espero ter

condições para lhes proporcionar isso.

Miguel Guimarães: Sim, gostava mui-

to.

Nem sempre é fácil concili-

ar a vida profissional com a

Vela, mas a grande vontade

ajuda a superar as dificul-

dades encontradas Fotografia de: José Camelo

G. I.: Se voltassem atrás, a vossa

história seria igual?

David Abecasis: Provavelmente, sim.

Miguel Guimarães: Parece-me que

seria. Vivo e trabalho perto do mar e

posso velejar e participar em regatas

ocasionalmente! Sinto-me privilegiado

por isso.

G. I.: Como surgiu a oportunidade

de velejarem como dupla? Também

competem de forma individual?

David Abecasis: Quando atingimos a

idade limite para andar de Optimist, a

nossa opção foi seguir para uma Classe

de 2 tripulantes. A escolha recaiu no

420 e começámos a navegar juntos em

1994/1995. Para além de competirmos

juntos na Classe Snipe, participamos

juntos ou separados em campeonatos de

outras classes, como por exemplo SB20,

Cruzeiros ou Match Race.

Há cerca de 1 mês eu, o Miguel Guima-

rães e o Rui Silveira, também atleta do

CNH, fizemos parte da tripulação

(liderada pelo Miguel) que se sagrou

Vice-Campeã Nacional de Cruzeiros

ORC. Curiosamente, participámos no

antigo barco do Dr. Luís Quintino.

Miguel Guimarães: Conhecemo-nos

desde muito novos. Quando saímos dos

Optimist, decidimos navegar juntos em

420 e desde aí velejamos juntos. De vez

em quando competimos em outras clas-

ses e barcos, o que é sempre uma boa

forma de ganhar experiência que depois

usamos em conjunto.

G. I.: Sempre foram amigos?

David Abecasis: Sim, desde que nos

conhecemos na Associação Naval de

Lisboa quando ambos andávamos de

Optimist, que nos damos bastante bem.

Já lá vão 25 anos!

Miguel Guimarães: Sim, desde os 10

anos.

G. I.: Como vêem a Vela em Portu-

gal?

David Abecasis: Infelizmente, nestes

últimos anos cada vez pior. Penso que

temos um enorme potencial, no entanto,

do meu ponto de vista as opções tomadas

não têm sido muito felizes.

Miguel Guimarães: Infelizmente não

existe um desígnio nacional para que a

Vela evolua. Este desporto representa a

história e tradição de Portugal melhor do

que qualquer outro, mas não tem a aten-

ção necessária para que possa haver

melhores resultados. Mesmo assim, va-

mos (neste caso, os velejadores portugue-

ses) obtendo alguns resultados bons na

Vela, principalmente graças ao esforço

individual de alguns atletas, mas sem

uma boa estrutura por trás.

G. I.: Vão continuar na Vela até

quando?

David Abecasis/Miguel Guimarães:

Até sempre!!

David Abecasis e Miguel Guimarães

são amigos na Vela e na vida

Fotografia de: José Camelo

G. I.: Paralelamente à Vela, têm ocu-

pações profissionais. Quais? Como

conseguem conciliar tudo? Quando

é que treinam?

David Abecasis: Eu sou biólogo mari-

nho. Por vezes não é fácil conciliar o tra-

balho com os campeonatos, mas com

algum esforço e muita organização, tor-

na-se possível. Por norma, treinamos ao

fim-de-semana (sábado ou domingo) e

em períodos de preparação para alguns

campeonatos por vezes conseguimos

treinar à hora de almoço.

Miguel Guimarães: Eu tenho, em par-

ceria com mais 2 sócios, uma empresa de

venda de barcos à Vela, que é a Desco-

breventos. Apesar de a minha vida pro-

fissional ser os barcos, o trabalho deixa

Ir_ao_mar Page 16

Page 17 Nº4

pouco tempo para os treinos, por isso

temos de nos organizar e treinar

quando é possível.

G. I.: Não é possível dedicarem-se

somente à Vela?

David Abecasis: Infelizmente, neste

país, isso é praticamente impossível.

Miguel Guimarães: Não, não dá

para sobreviver sem ir para outro país

e encontrar bons projectos de Vela.

G. I.: Quem é que vos patrocina?

Falem do novo barco.

David Abecasis: Esta parte deixo

para o Miguel, mas não queria deixar

de realçar o apoio que temos tido por

parte do Clube Naval da Horta.

Miguel Guimarães: Neste momento,

o financiamento é maioritariamente

pessoal. O esforço é grande, mas o

gosto pela Vela faz com que se ultra-

passem as dificuldades. Os investi-

mentos são avultados. Por exemplo, a

ida ao Mundial no Brasil devido ao

custo da viagem e aluguer do barco,

foi muito cara. O Clube Naval da Hor-

ta deu-nos algum apoio o que sempre

ajudou.

Neste momento queremos tentar ar-

ranjar um barco novo. Apesar dos

resultados serem bons, o nosso barco

tem perto de 15 anos e penso que po-

demos ter melhores resultados com

um barco actual. Para isso, estamos

sempre a tentar obter algum apoio

também de um patrocinador que nos

ajude.

G. I.: Quais seriam as condições

que consideram ideais para a prá-

tica da Vela?

David Abecasis: Tendo já vivido de

perto com a realidade do Clube Naval

da Horta, posso dizer que as condições

não andam muito longe das que aí

existem. Claro que há alguns pontos

que são necessários e que não se en-

contram facilmente nos Açores, nome-

adamente a existência de uma frota

com vários barcos e um nível competi-

tivo elevado. Por outro lado, as condi-

ções de mar e de acesso a ele são bas-

tante boas.

Miguel Guimarães: Os Açores têm

as condições ideais. Agora é a vontade

de vencer e a força de vontade que

poderão trazer melhores resultados.

Para David e Miguel a prática

deste desporto representa um

horizonte sem fim à vista

Fotografia de: Guilherme Bom

G. I.: Sentem-se reconhecidos pelo

vosso trabalho?

David Abecasis: Sem dúvida, e em

grande parte devido ao esforço de di-

vulgação por parte do Clube Naval da

Horta.

Miguel Guimarães Sim, o Clube

Naval da Horta faz um excelente tra-

balho na comunicação.

G. I.: O que é a Vela?

David Abecasis: Esta é uma pergun-

ta muito difícil de responder. Para

mim, a Vela tem várias

“perspectivas”: em primeiro lugar, a

vertente de competição, de lutarmos

pelos nossos objectivos, de tentarmos

superar-nos; dá-me um gozo enorme

competir. Por outro lado, a tranquili-

dade que andar num barco à vela me

transmite funciona como um escape e

é uma maneira de ganhar forças para

me focar naquilo que preciso. Para

além disso, é também uma maneira de

conviver com outras pessoas e de estar

com alguns amigos.

Miguel Guimarães: É muito difícil

de explicar... é uma parte de mim...

sem a qual não consigo viver.

G. I.: Uma vez que não estão no

Faial, sentem-se apoiados pelo

Clube que representam (Clube

Naval da Horta)?

David Abecasis: Bastante!

Miguel Guimarães Sim.

G. I. Como começou a vossa rela-

ção com o Clube Naval da Horta?

David Abecasis: Eu desde que aí

estive, entre 2003 e 2005, e fui treina-

dor do CNH, passei a correr pelo Clu-

be. O Faial é uma ilha que adoro, as-

sim como a Região Açores, e vejo esta

nossa relação com o Clube Naval da

Horta como uma forma de promover

não só o próprio Clube, mas também o

Arquipélago açoriano. Para além dis-

so, é um Clube que nos dá atenção e

sempre que vou ao Faial, sou muito

bem-vindo.

Miguel Guimarães: Em pequeno fiz

regatas nos Açores e vários amigos no

Clube Naval da Horta. Entretanto,

voltei aos Açores para fazer regatas de

cruzeiro e reencontrei vários desses

amigos.

G. I.: Há quantos anos são atletas

do Clube Naval da Horta?

David Abecasis: Não sei precisar,

mas penso que desde 2004.

Miguel Guimarães: Não me recordo

com exactidão da data.

G. I.: Mantêm uma relação regular

com o Faial?

David Abecasis: Desde que saí do

Faial, tenho regressado praticamente

todos os anos, quer em férias quer em

trabalho.

Miguel Guimarães: Mantenho uma

relação regular em termos de traba-

lho. Infelizmente, o lazer tem ficado

em segundo plano porque, para mim,

não há melhor do que os Açores para

quem gosta de mar.

G. I.: O Clube Naval da Horta é

conhecido? Quando vão a provas

fora de Portugal e se identificam

como atletas do CNH, qual a reac-

ção das pessoas?

David Abecasis: Em Portugal, é um

Clube que já começa a ser reconhecido

sendo, sem dúvida, um dos mais co-

nhecidos no que às ilhas diz respeito.

Por norma, as pessoas acham curioso

estarmos a representar um Clube dos

Açores e algumas ficam expectantes

por saber como são as ilhas. Depois,

temos as pessoas que conhecem a

“mística” do Faial e do que representa

na comunidade da Vela, principalmen-

te para a Vela Oceânica. Essas gostam

de saber que, para além de ser um

importante local de passagem na tra-

vessia do Atlântico, existe um Clube

que é representado não só em Portu-

gal mas também lá fora.

Miguel Guimarães: Na minha opini-

ão, é menos conhecido do que devia,

mas fazemos questão de o dar a conhe-

cer em todos os Campeonatos em que

participamos.

Esta dupla sente-se apoiada

e reconhecida pela “casa”

que representa: o Clube Na-

val da Horta Fotografia de: José Camelo

G. I.: Já representaram outros clu-

bes? Quais?

David Abecasis: Para além do Clube

Naval da Horta, apenas corri pela Asso-

ciação Naval de Lisboa.

Miguel Guimarães: Associação Naval

de Lisboa e Clube Naval de Cascais.

G. I.: Quem são os vossos suportes

(emocionais, familiares, etc)? Senti-

ram-se sempre apoiados pelas vos-

sas famílias?

David Abecasis: Sem dúvida que a

família tem sido o principal pilar na mi-

nha vida como velejador e não só. Em

primeiro lugar, têm sido os meus pais e

nestes últimos tempos também a minha

mulher.

Miguel Guimarães: Os meus pais sem-

pre me apoiaram e principalmente esfor-

çaram-se para que eu tivesse a oportuni-

dade de velejar. Muito lhes agradeço por

isso. A minha mulher sempre me deu o

apoio necessário para poder estar longe

em regatas, onde às vezes as saudades

existem. Sem esse apoio seria difícil es-

tar concentrado.

G. I.: Têm algum ritual antes de ca-

da prova?

David Abecasis: Não temos nenhum

ritual, mas antes dos campeonatos ten-

tamos focar-nos no que são os nossos

objectivos e pensar na melhor maneira

de os atingir.

Miguel Guimarães: Treinar.

G. I.: Os portugueses têm talento?

David Abecasis: Para dar e vender!

Miguel Guimarães: Muito, falta é a

estrutura de apoio.

DAVID ABECASIS DESCONTRAÍ-

DO:

Fotografia de: Neuza Aires Pereira

- Data de nascimento: 17/09/1979

- Signo: Virgem

- Cor preferida: Verde

- Clube preferido (de qualquer mo-

dalidade): Sporting Clube de Portugal

- Passatempo (s): Correr, andar de

bicicleta, nadar, mergulhar, kitesurf

- Definição enquanto pessoa: Calmo,

focado

- Qualidade (s): Organizado

- Defeitos: Demasiados para referir

- O que é mais importante na vida:

A família, os amigos e, claro, o desporto

- Destino do euromilhões: Uma das

coisas seria certamente comprar um

cruzeiro e dar umas boas voltas

- Sonho de criança para ser em

adulto: Biólogo marinho

MIGUEL GUIMARÃES DESCON-

TRAÍDO:

Miguel Guimarães na Rega-

ta do Trofeo Armada em

Santiago de la Ribera

(Espanha) Fotografia cedida por: David Abecasis

- Data de nascimento: 06/03/1979

- Signo: Peixes

- Cor preferida: Azul

- Clube preferido (de qualquer mo-

dalidade): Sporting Clube de Portugal

- Passatempo (s): Desporto em geral

- Definição enquanto pessoa: Persis-

tente

- Qualidade (s): Não sei bem

- Defeitos: Devem ser muitos

- O que é mais importante na vida:

Família e amigos. Viver com calma

- Destino do euromilhões: Aí, só fazia

Vela!!!

- Sonho de criança para ser em adul-

to: Astronauta!!!

Ir_ao_mar Page 18

Page 19 Nº4

Enfrentar as águas dos Aço-

res era um sonho antigo para

Miguel Arrobas, embaixador

das águas livres desde 2003.

Por isso, não pensou duas

vezes quando o líder do Gru-

po Nadar Açores, Vítor Me-

dina, da ilha Terceira, lhe

propôs atravessar a nado o

Canal Pico-Faial, o que vai

acontecer este sábado, dia 2

de Agosto, sendo as caravelas

a sua única preocupação.

Este amante do desporto ra-

dical sublinha que sem a fa-

mília (onde não há antece-

dentes desportivos) nunca

teria conseguido alcançar ne-

nhum destes feitos, recordan-

do que a travessia mais dura

que fez foi entre os Farilhões

e Peniche.

É conhecido como o

“Champion du Monde” pelo

facto de ter sido o nadador

mais rápido na travessia do

Canal da Mancha, em 2008,

associando (quase sempre) os

seus desafios a causas sociais.

Está apresentado o ex-

nadador olímpico Miguel Ar-

robas, o único ultramarato-

nista no mundo pai de 6 fi-

lhos (o mais velho tem 11

anos e o mais pequeno 10 me-

ses), que descobriu ter raízes

faialenses, pelo lado da avó

materna. Por isso, a vinda ao

Faial será também um en-

contro com o passado, ligado

à figura do primeiro Presi-

dente da República Portu-

guesa, Manuel de Arriaga.

Gabinete de Imprensa do Clube

Naval da Horta: Como surgiu esta

iniciativa de vir fazer a travessia

do Canal Pico-Faial?

Miguel Arrobas: Era um sonho anti-

go. Depois de ter feito a travessia en-

tre a Ilha da Madeira e as Ilhas De-

sertas em 2006, pensei que um próxi-

mo passo seria enfrentar as águas dos

Açores. Este projecto concretizou-se

por via de um convite que me foi ende-

reçado pelo nadador terceirense, Vítor

Medina, a quem respondi afirmativa-

mente no minuto seguinte pois ia ao

encontro do que vinha planeando.

G. I.: Trata-se de uma travessia

em grupo, mas realizada de forma

solitária. Classifica-a como?

Miguel Arrobas: Sim, vamos em

grupo, mas trata-se de uma travessia

solitária. Não é nenhuma competição

até, porque, o grande desafio deste

tipo de travessias é mesmo o chegar à

outra margem. É uma travessia que

pode apresentar várias dificuldades.

Em termos de distância, não lhe cha-

maria difícil, mas se as condições at-

mosféricas não ajudarem, pode ser

bem difícil.

G. I.: Qual a distância deste per-

curso?

Miguel Arrobas: Cerca de 7 quilóme-

tros. No entanto, com o efeito das cor-

rentes, contamos nadar cerca de 9

quilómetros.

Miguel Arrobas há muito

que acalentava o sonho de

experimentar as águas

dos Açores

G. I.: Este percurso insere-se nal-

gum recorde ou é apenas mais

uma travessia no seu palmarés?

Miguel Arrobas: É mais uma traves-

sia que enfrento. No entanto, gostaria

que ficasse registado o nome de todos

os que conseguirem fazê-la a fim de

figurar no histórico. Segundo me dis-

seram, esta travessia ainda nunca foi

feita neste sentido e, se assim for, o

recorde será estabelecido por todos os

que a enfrentam pela primeira vez.

G. I.: O que é que o preocupa nes-

ta travessia?

Miguel Arrobas: As caravelas. As

águas vivas não me preocupam. Por

isso, no dia da travessia (2 de Agosto)

consoante as condições, poderá ser

ponderada a utilização do fato como

forma de protecção. Naturalmente,

que quem nada com fato está mais

favorecido e o objectivo de todos é rea-

lizar a travessia da forma mais natu-

ral possível.

G. I.: Conta com uma equipa de

apoio, patrocinadores…?

Miguel Arrobas: A minha equipa de

apoio tem sido, ao longo dos anos, a

minha mulher, o meu irmão e o meu

treinador. Claro que não posso esque-

cer a equipa que fica em terra e que

cuida dos meus filhos (que agora são

6) enquanto eu vou nadar para os

mais variados sítios. Fui tendo patro-

cinadores para as grandes aventuras

que já fiz e que ajudam a suportar

todos os encargos. Actualmente, tenho

o apoio do Eggcellent (projecto na área

da restauração em Lisboa) e da Zoggs

(material desportivo cedido pela Ro-

tapro).

G. I.: Da sua equipa, quem é que

vem ao Faial?

Miguel Arrobas: Estava previsto ser

a minha mulher, mas com 6 filhos há

sempre imprevistos. E assim sendo,

como o bebé, que tem 10 meses, está

internado com uma pneumonia, vou

ter de ir sozinho.

Festival Náutico - dia 2 de Agosto: Internacional Miguel Arrobas

concretiza sonho antigo ao fazer a travessia a nado do Canal Pico-Faial

O “Champion du Monde”

frisa bem que sem a família

nada disto teria sido possí-

vel

G. I.: De que tipo de apoio necessita

durante a prova?

G. I.: Há quanto tempo se dedica a

este desporto/competição? Pode ser

encarado como um desporto ou é

uma competição?

Miguel Arrobas: A natação em águas

abertas é um desporto (aliás, olímpico e

a 5ª vertente da natação desde os Jogos

de Pequim em 2008) da mais pura com-

petição. As travessias são uma forma de,

em águas abertas, desafiar a natureza e

viver boas aventuras. Desde 2003 que

me dedico às travessias a nado.

Miguel Arrobas é um ultra-

maratonista na “aventura”

e na vida, se tivermos em

conta as travessias exigen-

tes já realizadas e a sua vas-

ta descendência, composta

por 6 filhos

G. I.: Qual a travessia mais dura rea-

lizada até hoje?

Miguel Arrobas: A mais dura que fina-

lizei, acho que ainda continua a ser a

travessia entre os Farilhões

(Arquipélago das Berlengas) e Peniche,

em 2008. Mas não esqueço a travessia do

lago Bibane, na Tunísia, onde acabei por

ficar cerca de 3 horas sem comer nem

beber durante o percurso. Claro que a

travessia do Canal da Mancha foi espe-

cial por ser a mais emblemática do

mundo e só não a considero a mais difí-

cil, porque estava de tal forma prepara-

do e motivado, que consegui ultrapassar

as dificuldades mais facilmente.

G. I.: Quais as travessias mais em-

blemáticas ou significativas feitas

até agora?

Miguel Arrobas:

- Travessia Madeira/Ilhas Desertas, em

2006

- Travessia Berlengas a Peniche, em

2007

- Canal da Mancha, em 2008

- Estreito de Gibraltar, em 2009

- Travessia do Golfo de Gabés, na Tuní-

sia, em 2009

- Volta à Ilha de Manhattan, em Nova

Iorque, em 2011

G. I.: É possível enumerar todas?

Miguel Arrobas: Para além das acima

mencionadas, refiro ainda:

- Travessia entre Alhandra e o recinto

da Expo 98, em 2006

- Travessia entre Lagos e Portimão, em

2006

- Travessia entre a Lagoa de Santo An-

dré e Sines, em 2007

- Travessia Farilhões a Peniche, em

2008

- Travessia do Lago Bibane, na Tunísia,

em 2009

- Travessia de Peniche para as Berlen-

gas, em 2010

- Sines a Porto Côvo, também em 2010

G. I.: Isto é uma forma de continuar

a nadar, atendendo a que era nada-

dor olímpico? O que é que o move?

Miguel Arrobas: Move-me a enorme

paixão que tenho pela natação e o gosto

em nadar ao ar livre e em contacto di-

recto com a natureza. Gosto de desafiar

os meus limites perante as mais diver-

sas adversidades e a possibilidade de

juntar causas sociais às minhas traves-

sias fruto da visibilidade que tenho por

ser o único português, praticamente.

G. I.: É muito solicitado? Qual o

convite que mais o surpreendeu?

Miguel Arrobas: O suficiente. Não me

considero nenhuma estrela. Dois convi-

tes de que me recordo bem aconteceram

em 2009 e em 2010. Em 2009 fui convi-

dado pelo Governo da Tunísia para

atravessar o Golfo de Gabés. Esse convi-

te surgiu por ter sido o nadador mais

rápido, em 2008, na travessia do Canal

da Mancha e por isso fui sempre apre-

sentado como o “Champion du Monde”,

até mesmo nas entrevistas à Comunica-

ção Social.

Em 2010, recebi um outro convite, que

considero fora do comum. A Nissan

(marca de automóveis) reconhecendo os

meus feitos no mar, convidou-me a en-

trar numa das maiores provas do mundo

de BTT, no Deserto. Foi a Nissan Titan

Desert e tive de pedalar 500 quilómetros

em 5 dias em condições de temperatura

dificílimas! Mas consegui, e marca para

sempre a minha história.

G. I.: Profissionalmente é jurista.

Consegue conciliar o emprego e a

“aventura”?

Miguel Arrobas: Consigo, com dificul-

dade, claro. É que para além de tudo isso

não descuro a minha prioridade com a

família e tendo 6 filhos, não é fácil mes-

mo! Mas consigo com muita organização,

gosto e abdicando de algumas coisas.

G. I.: O que é preciso para entrar

neste tipo de desafio?

Miguel Arrobas: Muito treino, gosto e

coragem. Muitas das travessias organi-

zadas e históricas exigem prova de deter-

minadas características, como por exem-

plo o treino em águas frias (de referir

que não são permitidos fatos isotérmicos

na maior parte delas).

G. I.: Treina muito? Onde?

Miguel Arrobas: Não tanto como gosta-

ria, claro. Agora treino, sobretudo, no

mar de Cascais e no ginásio. Vou passan-

do por algumas piscinas.

G. I.: Pensa continuar até quando?

Miguel Arrobas: Até poder. Há nadado-

res internacionais que, mesmo aos 60 ou

70 anos de idade, atravessaram o Canal

da Mancha. Com a idade, perde-se resis-

tência e rapidez, mas não o entusiasmo.

G. I.: Qual a compensação que retira

disto?

Miguel Arrobas: Apenas ao nível do

cumprimento de objectivos e de que,

quando se acredita numa coisa, se acaba

por conseguir realizá-la. Digo sempre

que o chegar ao fim de uma travessia é

um sonho concretizado e um objectivo

alcançado e na maior parte das vezes a

Ir_ao_mar Page 20

Page 21 Nº4

exigir um enorme esforço para chegar

ao fim.

G. I.: Não considera perigoso o

que faz? Gosta mais de nadar no

mar ou em rio? Porquê?

Miguel Arrobas: Assim posta a per-

gunta acho que gosto mais de mar.

Perigoso pode ser que sim, mas os

riscos são controlados. O perigo vem

de riscos de hipotermia (já tive uma

urgência de hospital em 2011), cansa-

ço extremo e, em alguns casos, a pre-

sença de fauna marinha mais perigo-

sa. Também há fortes possibilidades

de desidratação.

Quase sempre as causas

sociais estão associadas às

travessias deste ex-

nadador olímpico G. I.: É visto como um exemplo?

Por quem? Em que termos?

Miguel Arrobas: Pelo universo da

natação, pela família e por quem me

cruzo. Faço palestras em escolas e

empresas sobre a importância do tra-

balho em equipa (sem equipa de certe-

za que não consigo os meus objecti-

vos), da perseverança e de acreditar-

mos nos nossos sonhos.

G. I.: Como classifica o que faz?

Miguel Arrobas: Algo radical e de

aventura extrema muitas vezes.

G. I.: Faz travessias a favor de

alguma causa?

Miguel Arrobas: Quase sempre aliei

as minhas travessias a causas sociais.

Apoiei a Associação Portuguesa do

Síndrome de Asperger (Autismo) e a

Associação Portuguesa dos United

World Colleges com a minha travessia

do Canal da Mancha. Também colabo-

rei com a Casa do Gaiato, em 2009,

com a travessia do Estreito de Gibral-

tar. Mas também apoio no sentido de

fazer passar mensagens, como por

exemplo a da protecção dos golfinhos,

em 2008, tendo mesmo sido nomeado

Embaixador das Nações Unidas para

o Ano Internacional do Golfinho.

G. I.: Há muitos portugueses a

fazerem isto ou são mais estran-

geiros?

Miguel Arrobas: A natação em

águas abertas é dos desportos com

maior crescimento a nível mundial.

Em termos de ultramaratonas a nado

e travessias, tirando casos muito pon-

tuais, acabo por ser o único português

com projectos de realizar as grandes

travessias, constando mesmo na lista

dos nadadores que estão a caminho de

realizar as já míticas “Oceans Seven”.

Ao nível competitivo e na distância

olímpica de 10 quilómetros, isso é um

feito conseguido já por inúmeros por-

tugueses.

G. I.: O que é mais importante: o

físico ou o psicológico?

Miguel Arrobas: Um sem o outro,

nada faz. Preciso de muito treino físi-

co, mas também de muita preparação

psicológica.

G. I.: O que faz habitualmente an-

tes de uma travessia?

Miguel Arrobas: Descanso e planeio

como fazer a travessia e as paragens

que vou realizar para abastecimentos

e como vou fazê-las.

G. I.: Sente-se reconhecido?

Miguel Arrobas: Acho que sim….

Miguel Arrobas: “Preciso

de muito treino físico, mas

também de muita prepa-

ração psicológica”

Fotografias cedidas por: Mi-

guel Arrobas

Os 12 nadadores que vão fazer a

travessia a nado do Canal Pico-

Faial, no dia 2 de Agosto de 2014:

Terceira:

1.Vitor Medina (líder do Grupo Nadar

Açores)

2.Duarte Simões

3.Nuno Braga (sobrinho do bispo D.

António de Sousa Braga)

4.Rodrigo Ferreira (filho de Duarte

Simões)

5.Letícia Toste

6.João Medeiros

São Miguel:

1.Ricardo Bettencourt (Professor de

natação)

2.Francisco Menezes

3.Camilo Moniz (Presidente da ZON)

4.Miguel Furtado (faz 1 km em 14

minutos, em piscina)

Faial:

1.Vitor André (praticante de atletis-

mo)

Continente português:

1.Miguel Arrobas (Embaixador das

águas livres desde 2003)

Festival Náutico do país, a

cargo do Clube Naval da

Horta.

Esta Regata, que tem como

entidade organizadora o Clube

Naval da Horta e como co-

organizadores o Clube Naval

de Santa Maria, o Clube Naval

de Ponta Delgada e o Angra

Iate Clube, conta com o alto

patrocínio da Assembleia

Legislativa da Região

Autónoma dos Açores

(ALRAA), Governo Regional

dos Açores e da Liberty

Seguros.

Recorde-se que a XXV edição

da Atlantis Cup - Regata da

Autonomia (realizada em

2013) reuniu 40 barcos, unindo

velejadores portugueses e

estrangeiros.

O Presidente da Direcção do

CNH, José Decq Mota; a Presi-

dente da ALRAA, Ana Luísa

Luís; o Representante da Li-

berty Seguros, João Pinto e o

Director de Prova da Atlantis

Cup - Regata da Autonomia

2014, na apresentação da prova,

em Março deste ano, no Clube

Naval da Horta

Estão inscritas 20 embarca-ções na mais importante Re-gata de Cruzeiro dos Açores, que une as ilhas de Santa Maria, São Miguel, Terceira e Faial. A largada da XXVI edição da

Atlantis Cup - Regata da

Autonomia ocorreu às 13 horas

do dia 27, a partir de Vila do

Porto, na ilha de Santa Maria.

A prova, destinada a barcos de

cruzeiro das Classes ORC,

ANC e OPEN, une as ilhas de

Santa Maria, São Miguel,

Terceira e Faial, e tem como

Director de Prova, Jorge

Macedo, Responsável pela

Secção de Vela de Cruzeiro do

Clube Naval da Horta e Vice-

Presidente desta instituição;

como Presidente da Comissão

de Regatas, Eduardo Sarmento,

e como Presidente da

Comissão de Protestos, Vítor

Medeiros. Estão inscritas 20

embarcações oriundas de Hong

Kong, New Bedford, Portugal

Continental, Madeira e Açores.

A mais importante Regata de

Cruzeiro dos Açores conta este

ano com uma inovação: uma

simbólica Cerimónia de

Entrega de Prémios em cada

uma das 3 etapas da prova,

contando, para isso, com as

parcerias da BMW/Auto-

Açoreana, Quinta dos Açores

e NOS Açores. Os prémios

destinam-se aos primeiros

classificados de cada classe e

ao primeiro barco na linha de

chegada.

A 1ª etapa termina em São

Miguel, ilha onde a Entrega de

Prémios terá lugar pelas 18 ho-

ras do dia 28 deste mês, no

stand BMW/Auto-Açoreana. A

2ª etapa termina na Terceira,

sendo a Quinta dos Açores

uma das parcerias da festa

nesta ilha, estando a Entrega de

Prémios agendada para as 20

horas do dia 1 de Agosto. A

Regata termina no Faial, ilha

que conta com a parceria da

NOS Açores, estando a

simbólica cerimónia de Entre-

ga de Prémios marcada para as

18 horas do dia 4 de Agosto.

Como habitualmente, em cada

uma das ilhas por onde passa a

Regata, será feita uma

recepção aos participantes e

organizadores, oferecida pelas

Câmaras Municipais.

Além de tudo isto, no Faial

haverá, como sempre vem

acontecendo, um grande

momento de convívio entre

todos, com um jantar de

encerramento da Atlantis Cup -

Regata da Autonomia, marcada

para as 20 horas do dia 5 de

Agosto, durante o qual serão

entregues os prémios aos

vencedores das diversas classes

participantes nesta competição.

A chegada à Horta coincide

com a realização do maior

Largada da Atlantis Cup – Regata da Autonomia 2014

Ir_ao_mar Page 22

Page 23 Nº4

Largada da Regata Les Sables/Les Açores/Les Sables

pelo Sports Nautiques Sablais, uma

regata de alto nível.

Aymeric Chappellier, em Protótipos, a

bordo do 788 “La tortue de l'Aquarium

de la Rochelle”, foi o vencedor em

2012, com o tempo de 16 dias, 10 ho-

ras, 59 minutos e 35 segundos. Nos

barcos de Série, venceu o homónimo

Aymeric Belloir, a bordo do 810 “Tout

le monde chante contre le cancer”, com

o tempo de 17 dias, 19 horas, 43 minu-

tos e 43 segundos.

Em 2012, a Regata Les Sables/Les

Açores/Les Sables contou com 39 par-

ticipantes e algumas desistências.

No Clube Naval da Horta estão a ser

ultimados os preparativos para rece-

ber as diferentes comitivas francesas,

há muito habituadas a ter amigos na

A largada da 5ª edição da Regata in-

ternacional Les Sables/Les Açores/Les

Sables aconteceu no dia 20, (mais pre-

cisamente pelas 13h02, mais 2 horas

do que nos Açores) da cidade francesa

de Les Sables d’Olonne com destino à

cidade da Horta, na ilha do Faial.

Trata-se de uma prova para navega-

dores solitários, que inclui um percur-

so de 2540 milhas náuticas no total

das 2 etapas (1270 milhas em cada

etapa). Faz parte do Campeonato de

França da Classe Mini 6,5 metros

(embarcações com 6,5 metros) e é a

maior regata do circuito Mini, depois

da Mini-Transat. Nesta competição

estão inscritos 33 barcos, sendo 10 na

categoria Protótipos e 23 na categoria

de Série.

Estima-se que os skippers cheguem à

cidade da Horta no fim deste mês/

princípio de Agosto.

A largada da 2ª etapa – Les Açores/

Les Sables – está marcada para o dia

5 de Agosto próximo, sendo Denis

Hugues o Director de Prova.

Recorde-se que esta Regata se realiza

de 2 em anos, acontecendo nos anos

pares. Nos anos ímpares, realiza-se a

Regata Les Sables/Horta/Les Sables,

destinada a embarcações da Classe 40

(veleiros com 12 metros de compri-

mento).

Os variados sistemas meteorológicos,

o ritmo existente nas 2 etapas e as

numerosas opções tácticas fazem des-

ta prova,

organizada

Ir_ao_mar Page 24

Terminou esta quinta-feira, 31 de

Julho, o Projecto Férias Desportivas

do Clube Naval da Horta 2014, que

começou no dia 1 do mês supra-

referido. Este Projecto destinou-se a

crianças entre os 6 e os 12 anos, que

realizaram actividades desportivas,

lúdicas e culturais. Teve como Respon-

sáveis Lúcio Rodrigues e Davide Cas-

tro e como Monitores Isabel Carvão,

Joana Castro, Maria Castro, João

Pedro Pereira e Jorge Salvador.

As actividades terminaram com um

churrasco, no Parque da Falca, nos

Flamengos.

Trilho do Bacalhau, visita às instala-

ções da PSP, à Central de Triagem, ao

DOP, aos Bombeiros e Centro de Ciên-

cia, ao Aquário de Porto Pim e Casa

dos Dabney, à Assembleia Legislativa,

à Biblioteca, Observação de Cetáceos e

Ocean Eye (visionamento do fundo do

mar), constituíram algumas das acti-

vidades do programa ao longo do mês

de Julho, o qual também incluiu Jogos

Tradicionais, Natação, Canoagem,

Vela, Torneio de Futebol e de Basque-

tebol, Corta-Mato e outras.

Fotografias cedidas por: Davide Cas-

tro

Férias Desportivas 2014 do CNH chegaram ao fim: “Valorizo muito a inter

-acção, com a diversão e o cumprimento de regras” afirma Davide Castro

PARTICIPANTES NO PROJECTO FÉRIAS DESPORTIVAS

DO CNH – 2014:

- Inscritos pelo CNH: 46

- Inscritos pela Junta de Freguesia da Matriz: 21

- Inscritos pela Junta de Freguesias das Angústias: 15

- Inscritos pela Junta de Freguesia da Conceição: 11

- Inscritos pela Junta de Freguesia dos Cedros: 15

Total: 108

Masc., 100m Livres

10. Guilherme Oliveira Nunes

Masc., 100m Costas

6. Guilherme Oliveira Nunes

Masc., 100m Mariposa

11. Guilherme Oliveira Nunes

Masc., 200m Estilos

5. Guilherme Oliveira Nunes

Campeonato Regional de Absolutos – Natação, na Terceira

Page 25 Volume 1, Issue 1

Guilherme Nunes con-seguiu melhorar os seus tempos

CNH, Francisco Garcia, refere que

“correu bem”, salientando que “a pres-

tação dos atletas foi muito positiva

tendo em conta o número de treinos

realizado”.

Quanto a resultados, Mariana Rosa

ficou em 1º lugar em Iniciados, Ricar-

do Raimundo classificou-se na 1ª posi-

ção no escalão de Menores, enquanto

Clésio Pereira ficou em 2º nos Infan-

tis.

A comitiva faialense regressou a casa

na noite desta segunda-feira (dia 15)

estando à sua espera o Presidente da

Direcção do Clube Naval da Horta,

José Decq Mota, o Responsável pela

Secção de Canoagem do CNH, Fran-

cisco Garcia, assim como alguns pais.

Mariana Rosa ficou em 1º lugar em Iniciados, Ricardo Raimundo em 1º em Menores e Clésio Pereira em 2º lugar em Infantis.

Os canoístas à chegada ao

Faial (os vencedores com

as taças) na noite desta

segunda-feira, dia 15,

acompanhados pelo Trei-

nador Tiago Valente, as-

sim como pelo Presidente

da Direcção do CNH, o

Responsável pela Secção,

Francisco Garcia, e alguns

pais, que os foram esperar

Fotografia cedida por: Francisco

Garcia

Realizou-se sábado e domingo últimos

(dias 12 e 13), em Angra do Heroísmo,

na ilha Terceira, o Campeonato Regio-

nal de Canoagem, em que estiveram

presentes 8 atletas da Secção de Cano-

agem do Clube Naval da Horta

(CNH): Leandro Medeiros, Leandro

Corvelo, Octávio Moreira, Ricardo

Raimundo, Clésio Pereira, Mariana

Rosa, Patrícia Piedade e David Graça,

que se fizeram acompanhar pelo Trei-

nador do CNH, Tiago Valente.

A propósito desta participação, o Res-

ponsável pela Secção de Canoagem do

Campeonato Regional de Canoagem, na Terceira: “Foi muito

positiva a prestação dos atletas do Clube Naval da Horta”

Classe OPEN:

“PAGODE” – Francisco Ribeiro

“SORAYA” – Frederico Rodrigues

Classe ORC:

1.”RIFT” – Carlos Moniz

2.”AZUL” – Luís Quintino

3.”NO STRESS” – António Oliveira

4.”TUBA V” – Fernando Rosa

1ª ETAPA

ORC A:

1º “Fun-Tastic” – José Correia

2º “Pagode” – Bartolomeu Ribeiro

“Azul” – Luís Quintino – DNC

ORC B:

1º “No Stress” – António Oliveira

2º “Tuba V” – Fernando Rosa

OPEN

“Soraya” – Frederico Rodrigues

“Ilha da Ventura” – Carlos Garcia

“Stella Maris” – Gjalt Van Der Zee

“Beaven” –

“Grizou” – Harry Schank – DNF

2ª ETAPA

Classes ORC

ORC A:

1º “Fun-Tastic” – José Correia

2º “Pagode” – Bartolomeu Ribeiro

“Azul” – Luís Quintino – DNC

ORC B:

1º “No Stress” – António Oliveira

2º “Tuba V” – Fernando Rosa

OPEN

“Soraya” – Frederico Rodrigues

“Ilha da Ventura” – Carlos Garcia

“Stella Maris” – Gjalt Van Der Zee

“Beaven” – DNF

“Grizou” – Harry Schank – DNF

Nota: DNF – não completou a prova

Nota: DNC – não competiu

Rali Horta/Velas/Horta

Regata da Liberdade do CNH

Ir_ao_mar Page 26

1º - “Senhora da Guia”

2º - “Rosana”

3º - “Gustavo”

4º - “100 Peixes”

5º - “Zeus”

2ª Prova do Campeonato Local de Pesca de Barco de Fundo

do CNH

1º “Senhora da Guia”

2º “Rosana”

3º “Zeus”

4º ”100 Peixes”

5º “Gustavo”

VELA:

1º “Senhora das Angústias” – Angús-

tias – Oficial: José Gonçalves

2º “Claudina” – CNH – Oficial: Susa-

na Salema

3º “Senhora do Socorro” – Salão – Ofi-

cial: José Alberto Norte

4º “Capelinhos” – Capelo – Oficial:

Vítor Mota

5º “Maria da Conceição” – CNH – Ofi-

cial: Mário Terra Carlos

6º “Senhora da Guia” – Feteira – Ofi-

cial: José Leal

7º “São José” – Capelo – Oficial: César

Matos

8º “Senhora de Fátima” – Castelo

Branco – Oficial: César Pereira

REMO MASCULINO:

1º “São José” – Capelo – Oficial: Paulo

Correia

2º “Capelinhos” – Capelo – Oficial:

David Sousa

REMO FEMININO:

1º “Senhora da Guia” – Oficial: An-

drea Mota

1º - “Rosana”

2º - “100 Peixes”

3º - “Gustavo”

4º - “Senhora da Guia”

5º - “Zeus”

2ª Prova do Campeonato de Pesca Desportiva de Corrico de

Barco do CNH

3ª Prova do Campeonato da Ilha do Faial 2014 - Comprido

3ª Prova do Campeonato Local de Pesca de Barco de Fundo

do CNH

Page 27 Nº4

Vela

Pontinha - Clube Naval de São Ma-

teus Mário Silva 1.º

São Miguel - Clube Náutico de Santa

Cruz Rui Costa 2.º

Maria Celeste - Clube Náutico das

Lajes do Pico Michael Medina 3.º

Norberto - Freguesia da Calheta Nel-

son Pereira 4.º

Senhora do Socorro - Freguesia do

Salão José Alberto Norte 5.º

Claudina - Clube Naval da Horta Su-

sana Salema 6.º

Diana - Clube Náutico das Lajes do

Pico Emídio Melo 7.º

Nossa Senhora do Livramento - Clube

Naval de São Roque Eduardo Dutra

8.º

Ester - Clube Náutico das Lajes do

Pico José Leal 9.º

São João Batista - Clube Naval de São

Roque Asdrubal Cabral 10.º

Senhora da Guia - Freguesia da

Feteira Rute Matos 11.º

Boavista - Clube Náutico de Santa

Cruz José Tomé 12.º

São José - Freguesia do Capelo Vítor

Mota 13.º

São João - Clube Náutico de Santa

Cruz José Eduardo 14.º

Maria da Conceição - Clube Naval da

Horta Luís Alves 15.º

Maria Pequena - Clube Naval de São

Mateus Bento Silva 16.º

São Pedro - Freguesia da Calheta

Vítor Ferreira 17.º

São José - Clube Naval do Topo Fer-

nando Pereira 18.º

Maria Adelaide - Freguesia da Pie-

dade Paulo Sérgio 19.º

Nossa Senhora da Conceição - Clube

Naval de São Roque Rui Maciel 20.º

Manuela Neves - Lira Fraternal

Calhetense Óscar Pimentel 21.º

Nossa Senhora de Santana - Fre-

guesia da Piedade Rui Machado 22.º

Santo Cristo - Freguesia de São João

Ilídio Rosa DNF

Maria Armanda - Clube Náutico das

Lajes do Pico Filipe Fernandes DNF

Maria da Boa Viagem - Clube Náutico

de Santa Cruz Hildebrando Tavares

DNF

Remo Feminino

São Pedro - Freguesia da Calheta 1.º

Diana - Clube Náutico das Lajes do

Pico 2.º

Santo Cristo - Freguesia de São João

5.º

Boavista - Clube Náutico de Santa

Cruz 6.º

Maria Armanda - Clube Náutico das

Lajes do Pico 7.º

São João Batista - Clube Naval de São

Roque DNF

Norberto - Freguesia da Calheta DNF

São José - Clube Naval do Topo DNF

Remo Masculino

São Joaquim - José Soares João Rob-

erto 1.º

Diana - Clube Náutico das Lajes do

Pico Emídio Melo 2.º

Maria Armanda - Clube Náutico das

Lajes do Pico Filipe Fernandes 3.º

São Pedro - Freguesia da Calheta

Daniel Freitas 4.º

Boavista - Clube Náutico de Santa

Cruz Luís Machado 5.º

Norberto - Freguesia da Calheta Jorge

Pontes 6.º

Maria Pequena - Clube Naval de São

Mateus Bento Silva 7.º

Ester - Clube Náutico das Lajes do

Pico José Brum 8.º

Santo Cristo - Freguesia de São João

Ilídio Rosa 9.º

São José - Clube Naval do Topo Fer-

nando Pereira 10.º

Maria Adelaide - Freguesia da Pie-

dade Steven Areia 11.º

Maria Celeste - Clube Náutico das

Lajes do Pico Francisco Ávila 12.º

São João Batista - Clube Naval de São

Roque Asdrubal Cabral 13.º

Botes Baleeiros - Regata da Calheta de Nesquim

Ir_ao_mar Page 28

João – Oficial: Guida Tomás

7º “Boavista” – Clube Náutico de San-

ta Cruz das Ribeiras – Oficial: Lélia

Gonçalves

8º “Nossa Senhora da Conceição” –

Clube Naval de São Roque do Pico –

Oficial: Margarida Goulart

Remo Masculino:

1º “Maria Armanda” – Clube Náutico

das Lajes – Filipe Fernandes

2º “São Pedro” – Freguesia da Calheta

– Oficial: Daniel Freitas

3º “Maria da Boa Viagem” – Clube

Náutico de Santa Cruz das Ribeiras –

Oficial: Armando Tomé

4º “Boavista” – Clube Náutico de San-

ta Cruz das Ribeiras – Oficial: Luís

Vasco

5º “Diana” – Clube Náutico das Lajes

do Pico – Oficial: Emídio Melo

6º “São José” – Freguesia do Capelo –

Oficial: Paulo Correia

7º “Norberto” – Freguesia da Calheta

– Oficial: Jorge Pontes

8º “São João Baptista” – Clube Náuti-

co das Lajes – Oficial: Asdrubal Ca-

bral

9º “Maria Adelaide” – Freguesia da

Piedade – Oficial: Steve Areia

10º “Maria Celeste” – Clube Náutico

das Lajes – Oficial: Francisco Ávila

“Santo Cristo II” – Freguesia de São

João – Oficial: Lídio - DNF

“Ester” – Clube Náutico das Lajes –

Oficial: José Leal - DNF

NOTA: DNF – Não concluiu a prova

Prova de Vela:

1º “Maria Celeste” – Clube Náutico

das Lajes – Oficial: Michael Medina

2º “São Miguel” – Clube Náutico de

Santa Cruz das Ribeiras – Oficial: Rui

Costa

3º “Pontinha” – Clube Naval de São

Mateus – Oficial: Mário Silva

4º “Senhora da Guia” – Freguesia da

Feteira – Oficial: Rute Matos

5º “Maria da Conceição” – Clube Na-

val da Horta – Oficial: Luís Alves

6º “Ester” – Clube Náutico das Lajes –

Oficial: José Leal

7º “Capelinhos” – Freguesia do Capelo

– Oficial: César Pereira

8º “Boavista” – Clube Náutico de San-

ta Cruz das Ribeiras – Oficial: Mário

Torres

9º “Diana” – Clube Náutico das Lajes

– Oficial: Igor Azevedo

10º “Senhora das Angústias” – Fre-

guesia das Angústias – Oficial: Nuno

Brito

11º “Senhora de Fátima” – Freguesia

de Castelo Branco – Oficial: António

Luís

12º “Santo Cristo” – Freguesia de São

João – Oficial: Lídio Rosa

13º “Manuela Neves” – Lira Fraternal

Calhetense – Oficial: Óscar Pimentel

14º “São João Baptista” – Clube Naval

de São Roque – Oficial: Asdrubal Ca-

bral

15º “Maria da Boa Viagem” – Clube

Náutico de Santa Cruz das Ribeiras –

Oficial: Ildebrando

16º “Senhora do Socorro” – Freguesia

do Salão – Oficial: José Alberto Norte

17º “Norberto” – Freguesia da Calheta

– Oficial: Nelson Pereira

18º “Maria Armanda” – Clube Náutico

das Lajes – Oficial: Filipe Fernandes

19º “São João” – Clube Náutico de

Santa Cruz das Ribeiras – Oficial:

José Eduardo

20º “Nossa Senhora da Conceição” –

Clube Naval de São Roque do Pico –

Oficial: Rui Maciel

21º “São Pedro” – Freguesia das Ca-

lheta – Oficial: Vítor Ferreira

22º “Maria Pequena” – Clube Naval

de São Mateus – Oficial: Bento Silva

23º “Nossa Senhora de Santana” –

Freguesia da Piedade – Oficial: Manu-

el Machado

24º “São José” – Freguesia do Capelo

– Oficial: Paulo Alves

25º “Claudina” – Clube Naval da Hor-

ta – Oficial: Susana Salema

“Nossa Senhora do Livramento” –

Clube Naval de São Roque – Oficial:

Eduardo Dutra – DNF

“Castelete” – Clube Naval de São Ro-

que – Oficial: Guilherme Alvernaz –

DNF

Remo Feminino:

1º “Diana” – Clube Náutico das Lajes

do Pico – Oficial: Sandra Azevedo

2º “Nossa Senhora da Guia” – Fregue-

sia da Feteira – Oficial: Andrea Mota

3º “São Pedro” – Freguesia da Calheta

– Oficial: Marion

4º “São João Baptista – Clube Naval

São Roque do Pico – Oficial: Cláudia

Ávila

5º “Norberto” – Freguesia da Calheta

– Oficial: Tatiana Ferreira

6º “Santo Cristo” – Freguesia de São

Regata de Botes Baleeiros em São Roque do Pico

Page 29 Nº4

Escolinhas:

1º Lucas Silva – Clube Naval da Horta

2º Pedro Xavier – Clube Naval da

Madalena

3º Flávio Pedro – Clube Naval da Ma-

dalena

4º Luís Figueiredo – Clube Naval da

Madalena

5º Bernardo Melo – Clube Naval da

Horta

6º Alexandre Moura – Clube Naval de

São Roque

7º Ricardo Henriques – Clube Naval

da Horta

8º Inês Antunes – Clube Naval de São

Roque - DNF

8º Miguel Rosa – Clube Naval de São

Roque – DNF

NOTA: DNF (não completaram a

prova)

Optimist A:

1º Tomás Pó – Clube Naval da Horta

2º Mariana Luís – Clube Naval da

Horta

3º Rita Branco – Clube Naval da Hor-

ta

4º Octávio Calouro – Clube Naval de

São Roque

5º Vasco Escobar – Clube Naval da

Horta

6º Tomás Oliveira – Clube Naval da

Horta

7º Alexandre Madruga – Clube Naval

da Madalena

8º Vasco Cabral – Clube Naval de São

Roque

9º Cristóvão Ribeiro – Clube Naval da

Horta

Laser 4.7:

1º Jorge Medeiros – Clube Naval da

Horta

2º Diogo Almeida – Clube Naval da

Madalena

3º Inês Duarte – Clube Naval da Hor-

ta

420:

1º Jorge Silva/Bartolomeu Ribeiro –

Clube Naval da Horta

2º Tiago Serpa/Ricardo Silveira – Clu-

be Naval da Horta

Regata de Vela Ligeira de Santa Maria Madalena

Ir_ao_mar Page 30

Classe Optimist

1º Tomás Pó

2º Mariana Luís

3º Tomás Oliveira.

Escolinhas Optimist

1º Lucas Silva

2º Bernardo Melo

Classe Laser

1º Jorge Medeiros

2º Pedro Costa.

Classe 420

1º Jorge Silva/Bartolomeu Ribeiro

2º Ricardo Silveira/Tiago Serpa

11º lugar - Rui Campos

Regata de Vela Ligeira Cais Agosto

Campeonato Nacional de Xadrez, em Famalicão

Page 31 Nº4

Textos: Cristina Silveira Montagem: Luís Moniz

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