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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
INSTITUTO DE FíSICA E QUíMICA DE SÃO CARLOS
DEPARTAMENTO DE FíSICA E CI~NCIA DOS MATERIAIS ~•• -1t •••••••: •••.•. '
I\.._'
GRUPO VE RENORMALIZAÇÃO E RE
SULTAVOS EXATOS EM MOVELOS
Z(N) UNIVIMENSI0NAlS
J. C. CRESSONI·
Dissertação apresentada ao Ins. -tituto de Física e Química de
são Carlos, para obtenção dotitulo de Mestre em Física Bá-
sica.
Orientador:
Prof. Dr. Roland Kôberle
Sao Carlos
1981
••
MEMBROS DA COMISSAO JULGADORA DA DISSERTACAO DE MESTRADO DE
JOSf CARLQS CRESSONI
APRESENTADA AO INSTITUTO DE FrSICA E nuTMICA DE SAO CARLOS, DA
UNIVERSIDADE DE SAO PAULO, EM 07 DE dezembro
I
COMIssAO JULGADORA:
Or. ~oland K8berle
~l, J!~ ~ 1/t.~
~«.~ Jose Fernando Perez
DE 1981
- Orientador
A meus pais
À Marina, Carolina e
ao Franz Eric
AGRADECIMENTOS
- Aos Professores F.C. Alcaraz e J.R.D. de FelIcio
pelas criticas e sugestões que muito contribui
ram para a realização deste trabalhoi
- Ao colega Fernando Dantas Nobre pelo estímulo e
amizade constantes;
- Â Marina, Carolina e ao Franz Eric pela compre
ensao;
- A Marta Regina pelo excelente trabalho de datilo
grafiai
- A todo o Departamento de Física do Instituto de
Física e Química de são Carlos pelo carinho e
prestatividade;
- A FAPESP e CNPq pelo auxflio financeiro.
Ao Prof. Roland Kõberle meus agra
decimentos pela orientação segura
e eficiente, pelos ensinamentos e
sobretudo pela amizade.
!NDlCE
LISTA DE ILUSTRA,ÇOES •..•.••••....•..••.•..•...•••..•...••.•.•• ILISTA DE TABELAS ..•.•...•...................................... 11
RE SUMO •••..••.••••.••••.••••••••.••••••••.•••••••••.•••••••••• I I I
ABSTRACT ., , . IV
CAPíTULO I INTRODUÇ.l\.O ••••••.••••••••••••••••••••••••••••• 1CAPITULO II SISTEMAS D~ SPINS UNIDIMENSrONAIS COM SI-
METRIA GLOBAL Z (N) •••••...•.••••.••••.••..•..• 5
11.1 - Descrição dos modelos •...•.••.••....••. 5
II.2 - Matriz de transferência e função. -
de partlçao 8
II.3 - Funções de correlação spin-spin e
susceptibilidade magnética a campo
zero 13
CAPiTULO 111 - FORMALISMO DA TEORIA DE GRUPOS DE RENORMA
LI ZAÇAO •••.••••••••••••.•••••••••••••••••••••• 2 O
111.1 - Idéias gerais ...•...•.•••.••..••..••••• 20
111.2 - Formalismo da teoria •....•••..•.•••••• 24
CAPiTULO IV GRUPO DE RENORMALIZAÇÃO (DEDECORAÇÃO) 33
..................................
IV.2 - Busca de novas variáveis (N = 4)........IV.2.1 -
Relações derecorrência
e linhas de fluxo do Z(4) ••••.IV.2.2 -
Cálculo da energia livre.....IV.3 - Variáveis mais adequadas para
N
IV.l - Transformações de dedecoração
b=2
com
33
37
38
39
qualquer 42IV.3.1 - Transformações com b> 2 •....• 45- ~
IV.4 - Relaçoes de escala e expoentes crl
ti co s •••••••••••••••••••••••••••••••••• 4 9
IV.5 - Casos particulares ••••••••..•.•...•..•. 59
IV.S.! - Z(2) 59
IV.5.2 - Z(3) 62
IV.5.3 - Z(4) 64
AP~NDICE A
AP~NDICE B
AP~NDICE C
IV. 5. 4 - Z (5) ................•........• 73
rv. 5', 5 - Z ( 6) •••••• , •• , •••••••••••••••• 76
IV "5'. 6 - Z (7) •••••••••••••••••••••••••• 82
IV, 5•. - Pontos fixos' para N > 7 •••••••• 84
IV.6 - Cam~os de escala nao lineares •••••••••• 54
IV.6.l - Determinação dos cam-
pos não lineares para
Z (N} •.•.••.••••••••••••••••••• 88
IV,7 - Conclus8es e conjecturas ••••••••••••••. 89
DIAGONALIZAÇÃO DE UMA MATRIZCíCLICA
N xN 91
CÂLCULO DE FUNÇÔES DE CORRELAÇ~O DOr
TIPO «SLSL') > ••••••••••••••••••••••••••••• 94
TRANSFORMAÇÃO DE DEDECORAÇÃO COM b
INTEIRO QUALQUER •••••••••••••••••••••••••••••• 96
ENERGIA LIVRE PARA Z (N) ••••••••••••••••••••••• 99
REFEREN CIAS B IBL IOGRÁF ICAS .•••.••••••••••••••••••••••••••••••••• 102
I
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 11.1 - Rede de sp1ns de Ising unidimensional 5
FIGURA 11.2 - Subsistemas escolhidos para estabele-
cer a matriz de transferªncia •••••..•••••••••• 10
FIGURA 111.1 - Superfície critica e caminho termodi-
namico'no espaço de parâmetros ••.•.....•...... 22
FIGURA 111.2 - Pontos fixos típicos numa superfície
crítica bidimensional ..•••.•••••••••••••••• ~•• 22
FIGURA 111.3 - Sistema de eixos locais usado na li-
nearização da teoria •••••••• , ..••••••.•••••.•• 23
FIGURA IV.l - Transformação de dedecoração com fa
tor de reescala espacial (b) igual a
2 ••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••• 33
FIGURA IV.2 - Trajetórias e pontos fixos do grupo
de dedecoração (b=2) do modelo Z(4) •..•••..•. 39
FIGURA IV.3 - Transformação de dedecoração com b = 3 45
FIGURA IV.4 - Transformação de dedecoração com b in
teiro qualquer 48
FIGURA IV.5 - Diagrama esquemático (trajetórias,~
tos fixos, etc) do modelo Z (2) .•••.•..•...•.•. 60
FIGURA IV. 6 - Diagrama esquemático (trajetórias, pon
tos fixos, etcJ do modelo Z(3) ..••.•.•..•...•. 64
FIGURA IV.7 - Diagrama esquemático (trajetôrias,po~
tos fixos, etc) do modelo Z(4) ......••..•••.•• 66
FIGURA IV.8 - Caminhos termodinfimicos do modelo
Z(4) para os quais existe um valor
zero para o comprimento de correlação 73
FIGURA IV.9 - Diagrama esquemático (trajetorias,pon
tos fixos, etc) do modelo Z (5) •.••.•.•••.•... 75
FIGURA IV.IO - Região flsica do modelo Z(6) no espa-
ço dos parâmetros 78
FIGURA IV.II - Região física do modelo Z(7) no espa-
ço dos-
parametros . 83
11
Ll~TA DE TABELAS
TABELA IV.l - Pontos fixos do modelo Z(4) nos dois es-
p~ços de parâmetros usados ••.•.••.••.•.••...•• 67
TABELA IV.2 - Pontos fixos do modelo Z(6) nos dois es-
paços de parâmetros usados •••.••.••••••.•••..• 79
TABELA IV.3 - V~riãvel Z(6) expressa em termos de V~-
riâveis ZC2} e 2;(3) ••••••••••••••••••••••••••• 80
.,
111
o conportamentocritico de sisterrasunidinensionaisde spin do
tipo Z(N)na ausência de canpos magnéticos, é estudado sob a luz. da
teoria do grupo de renormalização. Os modelos são resolvidos exa
tamentepelo método da matriz de transferência e expressões para
as funçoes de correlação e susceptibilidade (a campo zero) por si
tio são também calculadas.
As transformações do grupo de renormalização são efe
tuadas através de um traço parcial na função de partiçao; obten
do-se um conjunto de relações de recorrênci~ que podem ser escri
tas de maneira simples para qualquer valor inteiro do·fator de
reescala espacial, mediante o uso de campos de escala convenien-
teso
Tirando vantagem de um ponto fixo inteiramente atrati
vo, calculamos urna expressão para a energia livre por sítio, exa
ta.para T~O. Analisamos o comportamento de nossos modelos no
espaço de parâmetros, onde identificamos em particular as xegiees
ferro e antiferromagnéticas. O problema de correções às previ
sões de escala em termos de campos de escala não lineares é dis
cutido. Aventamos também a possibilidade .de ~alcular os auto va-
lores da matriz de transferencia através dos campos não
ares.
line-
IV
ABST;R.ACT
In this work we study the critical behaviour of one
dímensional Z(N) spin systems in zero magnetic fields, using
the approachof the renormalization group lRG) theory. The
módels are solved by the transfer matrix method and expressions
for the correlation functions and zero fíeld susceptibility per
siteare:f;ound.
The RG transformations are carried out via a partial
trace over the partition function and one obtains a set of
recursion relations which, with the 'use of a convenient set of
scaling fields, are written out in a simple manner for any
integer value of the spatial rescaling factor.
Using a totaly attractive fixed point we calculate an
expression for the free'ener9Y per site, valid exactly for non
zero values of the temperature. We analyse the behaviour of our
models in the space of parameters, identifying in particular
ferro and antiferromagnetic reg1ons. The problem of corrections
to scaling in terms of nonlinear scaling fields is discussed
and a possibility of finding the eigen values of the transfer
matrix from suchfields is contemplated.
rB:8C;:;-iE~'" [):) HSflTUTO DE Fl~l("E O'-!íM:C" DE SÃO CARlOS· USP. FI S I C A .- I
1
CAPITULO I
INTRODUÇÃO
A teoria do grupo de renormalização já vinha sendo uti
lizada com bastante sucesso em teoria de campos quando seus con-
ceitos fundamentais, em uma.versao ligeiramente diferente, foram
introduzidos por Wilson, em 197115. Após esse trabalho várias
áreas da física têm sido beneficiadas, como a mecânica estatísti-
d ~l'd t .. d 16 t~ 1 -ca, esta oso 1 o, e c, eX1st1n o a e mesmo especu açoes
a possibilidade de aplicação da teoria na ciência como um
sobre
todo
(e.g. ciências sociais). Não h~ duvida alguma sobre quão frutífe-
ra tem sido sua utilização no estudo de fenômenos críticos em
transições de fase, particularmente no que diz respeito a compor
tamentos críticos magnéticos. Apesar disso a teoria do grupo de
renormalização não possui ainda fundamentos matemáticos firmemen-
te estabelecidos e, por outro lado, ainda que suas idéias básicas
sejam relativamente f~ceis de se compreender, sua utilização na
prática constitui. tarefa em geral bastante complicada. Mesmo os
exemplos mais simples de sua aplicação são, em geral, difícies de
serem executados, sendo necessário efetuar cálculos perturbativos
como expansões E (E=4-d, onde d é a dimensionalidade do espaço)
e l/n (onde n é o numero de graus de liberdade internos do siste-
ma) •
Torna-se, assim, necessário e importante testar as pre
visões da teoria em sistemas exatamente solúveis e, se possível,
com soluçoes exatas também para as equações do grupo de renormali
zação. O modelo de Baker, por exemplo, é um caso em que o grupo
de renormalização ê realizável exatamente, mas nem o modelo, nem
as equaçôes do grupo de renormalização foram resolvidos de manei
17ra exata •
2
5 -Em 1975, Nelson e Fischer efetuaram transformaçoes de
dedecoraçãoll em sistemas de spins de Ising em uma dimensão, para
os quais as equações de grupo de renormalização puderam ser cons
truÍdas exatamente, sob a forma de relações de recorrência. Dessa
maneira uma série de previsões da teoria puderam ser testadas uma
vez que o sistema é exatamente solúvel, e vários de seus aspectos
foram compreendidos com maior nitidez, dada a simplicidade do mo
delo (V. também ref. 21).
Nosso trabalho consiste, de uma certa maneira, em uma
generalização de alguns tópicos do trabalho de Nelson e Fischer ,
uma vez que consideramos uma rede unidimensional populada não por
spins de Ising, mas por variáveis de spin do tipo Z(N). Esse sis-
tema é invariante por uma rotação de todas as variáveis de spin
de um ângulo igual a 2mr/N, i.e., o si.stema exibe uma simetria
global e discreta do tipo Z(N), a qual não pode ser quebrada es -
pontaneamente em uma dimensão. Não se espera, portanto, uma tran
sição de fase a T:j. O. Entretanto, a T = O o sistema possui uma
"transição de fase" (com invariança por transformações de escala,
singularidade na energia livre e nos comprimentos de correlação ,
etc) que pode ser estudada dentro do formalismo da teoria do gru
po de renormalizaçao, permitindo que urna série de fatos e caracte
rísticas da teoria sej am analisados e comparados com a solução. ex~
ta do modelo, a qual pode ser facilmente obtida em uma dimensão.
O trabalho está dividido em 4 capítulos. O Capítulo
11 trata da solução exata, onde se obtém a função de partição (me
diante a diagonalização da matriz de transferência - Apendice A)
e as funções de correlação (Apêndice B) para campo magnético igual
a zero. Um caso particular do Z(N), o modelo N-Potts escalar com
valores especiais dos campos magnéticos, é também resolvido exata
mente.
3
No CapItulo III fazemos uma revisao dos principais as-
pectos da teoria de grupos de renormalização a serem utilizados
no decorrer do trabalho. Algumas referências bibliográficas utili. -
- ~ 18zadas para a elaboraçao desse cap1tulo foram: Ma , Pfeuty e
T I 16 K . t19 P' h 20 N I . h 5ou ouse , ogu , 1SC er e e son e P1SC er •
o Capftulo IV trata das transformaç6es propriamente di
tas onde se discute, entre outras coisas: transformaçoes com fa-
tor de reescala espacial b = 2 e b = 3, energia livre para o Z (4) ,
variãveis mais adequadas para descrever a transformaç~o para b in
teiro qualquer, transformação com b qualquer lApendice C), ener
gia livre para Z(N) (Apêndice D), pontos fixos ferro e antiferro-
magnéticos, pontos de temperatura zero que não são fixos, expoen
tes cr!ticos, dois comportamentos diferentes para uma funçao de
correlação ao longo de um caminho termodinâmico, campos não line-
ares, propriedade de semi grupo da teoria, etc.
As transformaçoes que efetuamos sao apenas com campo
magnético igual a zero. Isso porque para H:fO o sistema de ~qua-
çoes que se obtém não é compatível, sendo necessário adicionar
mais constantes de acoplamento na Hamiltoniana renormalizada, oo~
tantes essas que não existiam na Hamiltoniana original. Portanto
as transformaçoes com campo magnético tiram o sistema do espaço
de parâmetros considerado originalmente se N > 2 (para N = 2 isso
não aconteceS), o que nos levou a fazer H = O a fim de obter equa-
ções de transformação exatas.
Também, e finalmente, o problema de correçoes
visões de escala, consideradas originalmente por wegnerl4,
~as pre
foi
tratado por Nelson e Fischer no caso de valores discretos do fa-
tor de reescala espacial (o tratamento dado por Wegner era _para
valores contínuos desse fator). As expressoes obtidas por eles no
modelo de Ising para os campos de escala não lineares (em forma
de série de potências) não foram colocadas em forma fechada, o
4
que deixou em aberto o problema da convergência de tais expres
s~es. No nosso caso, graças ãs variãveis utilizadas, as relaç6es
de recorrência se desacoplam e os campos não lineares podem ser
"vistos" de imediato em forma fechada, sem a necessidade de uso
de qualquer mêtodo aproximativo na sua obtenção. Portanto o méto
do utilizado e desenvolvid~ por Nelson e Fischer pode ser testa
do e sua eficiência comprovada.
5
CAPiTULO 11
SISTEMAS DE SPINS UNIDIMENSIONAIS COM SIMETRIA GLOBAL Z(N)
11.1 - nesc'rição dos modelos
Consideremos uma rede unidimensional (d = 1), com N sí-
tios e parâmetro de rede constante e unitário, e coloquemos em ca
da sítio i uma variável de "spin" a, que pode assumir os valores~
a, = +1 (spin para cima) e a. = -1 (spin para baixo) •1 1
--- . • • •
FIGURA II.l - Rede de spins de Ising para d = 1
A Hamiltoniana (ou Ação) a campo zero, com
apenas entre os' primeiros vizinhos, será dada por
H = -J L ai ai +1i
interação
(II.l)
Este modelo foi proposto por Lenz em 1920 1 e resolv~
do por Ising6, em 1925, para o caso unidimensional, e por Onsager2,
em 1944, para o caso bidimensional. Apesar disso é usualmente cha
mado, mesmo para d = 2, de modelo de Ising.
Neste trabalho vamos considerar uma generalização desse
modelo, que consiste em colocar em cada sitio i da rede unidimen-
sional, uma variável de spin, S., que pode assumir os valores das1N raizes da unidade, ou seja:
(II.2a)
6
ou equivalentemente,
S. = exp {27Ti n.jN }1 1 (II.2b)
onde introduzimos variáveis de valores inteiros, n., para cada sí1t:Lo.
A Hamiltoniana mais geral possível para esses modelos,
com interaç~o apenas entre os primeiros vizinhos e construída de
forma a ser Hermitiana ê
H = E
<i,j>
NE
m=l ! rJ (S.s~)m + J*(S~s.)mJ2 Lm 1 J m 1 J(11.3)
onde <i,j> indica que a soma deve ser efetuada apenas entre os
vizinhos mais próximos e N é o maior inteiro menor ou igual a N/2.
o motivo de não se estender a somatória em m para potências maio
res que N decorre de
= (s~s)N-n1 .J (11.4)
o que implicaria apenas numa redefinição das constantes de acopl~
mento.
Usando as partes real J(R) e imaginária J(I).m m
podemos escrever:
1 ~ (S.s~)m + J* (S~S .)m]=2 m 1 J m 1 J
= J (R)
2nm(n.-n.)
_J(I)
2nm(n. -n.)
cos 1 Jsen
1 J
m
NmN
de Jm ,
(11. 5)
Por questões de simplicidade operacional, vamos consi-
derar apenas o caso particular de (11.3) em que Jm é real. Então
ficamos com:
H = - L
<i,j>
NL
m=1
7
(II.6a)
L
<i,j>
NL
m=l
Jm
{cos
2nm(n.-n.)~
N - I} (11. 6b)
onde omitimos o R de J(R) e acrescentamos constantes de maneira am
fazer a energia do estado fundamental ferromagnético igual a zero.
A Hamiltoniana assim particularizada exibe uma sime-
tria global do tipo Z(N), i.e., se girarmos todos os spins de um
ângulo igual a 2nn/N (o que corresponde a fazer n. -+- n. + lln) a ex-1 1pressão não se altera. Somando-se a isso o fato de que a intera -
ção é de curto alcance, não devemos esperar ,que o sistema aprese~
te transição de fase a T f O.
Naturalmente, para N = 2 recupera-se o modelo de Ising
com Jl =J e uma constante fisicamente irrelevante. Outros modelos
englobados pela Hamiltoniana geral acima? são, por exemplo, os mo
delos Potts vetorial ("clock model") e Potts escalar. No primeiro
a ação é dada por:
A =-Jvt tE {S.S. + S.S.}
<i,j> 1 J 1 J(11.7)
. que é o caso particular Jm = Jôm, l' No segundo
~ =-E E ô.. S., S.<l,J> 1 J
(11.8)
o que confere ao sistema uma energia -E quando as variáveis es-
tão alinhadas e zero quando não estão. Devido à propriedade
N-lE {s.S~}n =
n=O 1 JN Os S.i J
(11.9)
8
vemos que este modelo é o caso particular de (II.6a) quando:
JI = J = - ° "3 + °(°-°1°) N2 ••• - 20J_ = 2E/N
N(11.10)
11.2 - Matrloz deo transferência e funoçãoode partição
Para resolver o sistema descrito pela _Hami1toni ana
(11.6) vamos utilizar o método da matriz de transferência, uma po
derosa técnica operacional formulada originalmente por várias
. 8 9 10pessoas: Kramersand Wann1er , Montroll , Lasettre and Howe en
tre outros. O formalismo independe da dimensionalidade da
mas esse fator poderá limitar os cálculos.
rede,
A eficiência do método reside na possibilidade de divi
dir o sistema dado em um certo número M de subsistemas idênticos,
que denotaremos por Y., de tal maneira que a energia do1como um todo possa ser decomposta em uma soma
sistema
ES(Yi) (11.11)
onde EI(Yi'Yi+l) é uma energia de interação entre os subsistemas
y. e Y'+l e E (y.) é a energia do subsistema y .•1 1 S 1 1
Usando condições periódicas de contorno YM+I =YI, pode
mos escrever a função de partição como:
Z = L exp{-B E (Y)} ={Y}
=M
••• L TI e xp {- B [E I (Y i 'Yi +1) +Y i=l
M
(11.12)
onde 8 =
9
(KBT)-1, KB= constante de B01tzmann e {y} indica uma so-
ma sobre todas as configurações possíveis do sistema.
~ express~o acima pode ser interpretada corno um produ-
to de matrizes cujos elementos são:
onde T é chamada matriz de transferência. Naturalmente T é urna ma
triz quadrada de dimensão n x n onde n é o número de configurações
possíveis do subsistema y .•1Efetuando a sorna em (11~12) teremos:
2L: (T ) (Y 1 ' Y 3 ) T ( Y 3 ' Y 4) ••• T (YM ' Y 1 )YM
(11.14)
Se E1(yi,yi+l) =E1(yi+l, yi), a matriz de transferên
cia será simétrica o que possibilitará sua diagonalização por urna
transformação de semelhança. Então existe urna matriz U tal que
-1(U T U) ., = À. o ..1J 1 1J (11.15)
Corno o traço é invariante por tal transformação, tere-
mos:
Z = L: ÀM
i i
onde À. sao os auto valores de T.1
(11.16)
No limite termodinâmico em que o número de graus de
liberdade vai para infinito, apenas o maior auto valor será rele-
vante para o cálculo da energia livre por spin, f(8), dada por:
f (8) = lim ~ ~n Z (8,N)N+oo
(11.17)
10
onde N é o número de graus de liberdade do sistema e . absorvemos
um fator de (-8) na definição de f(8) por comodidade de notação.
o problema consiste, então, na escolha dos subsistema~
o que é bastante flexível, e na diagonalização da matriz de trans
ferência. Para nossos sistemas unidimensionais com interação ape-
nas entre primeiros vizinhos, vamos adotar como subsistemascada
um dos sítios da rede (fig. 11.2). Como em cada sítio vive uma va
riãvel que pode tomar N valores, T serã uma matriz NxN.
•r.---, 1.----,: Yi I 1Yi+l I" • I I • II I I S II Si I I i+l IL -l L -l
• •
FIGURA 11.2 - Os subsistemas Yi e Yi+l escolhidos
para estabelecer a matriz de trans
ferência no sistema Z(N) unidimen
sional.
Como nao haverá campos externos atuando sobre os sis-
temas, o segundo termo em (11.11) será igual a zero. Portanto te-
mos apenas o termo que descreve a interação entre os subsistemas,
e, de (I1.6b) vemos que os elementos da matriz de
sao:
transferência
onde K = J /KBT. Em termos dos pesos estatísticosm m
(11.18)
xn= exp [. ~ K Icosm=l ml
2nmnN - lJ] ; x = x (MJD.N)
n N-n(11.19)
11
a matriz de transferência se escreve:
xxlx2.........~-2~-lo
xl
xxl
.........~-3~-2o
x2
xlx'I' .", ..~-4~-3
T =
Io
I(11.2D)
~-2
~-l
~-3
~-2
~ _ 4 ••• ~•••••••• x o
~-3 ..••.•.•...• xl xo
De x = x_ (11.19) reconhecemos em T duas proprieda-n N-n
des importantes 3
1) os elementos de matriz são da forma x = x (os elementosm,n m-n.
de cada diagonal sio iguais};
2) transpondo a primeira linha para o fundo e a primeira
para a extrema direita, a matriz não se altera.
coluna
Matrizes que possuem a primeira propriedade sao chama
das matrizes de Toeplitz3; acrescentando-se a segunda a matriz é
denominada cíclica. No apêndice (A) mostramos como a diagonaliza-
çio de uma matriz cíclica pode ser efetuada. De acordo com o re-
sultado (A.IDa) os auto valores sio:
N-lL
m=D
k=l,2, ••• ,N
exp [2TI ikm/N J (A. IDa)
Note-se que, como x = xN ' estes termos se compoem nam -m
expressao acima resultando
ros 2TIkmN
(11.21)
12
o que mostra que os auto valores sâo reais, como esperãvamos. Pa
ra valores pares de N, XN/2 ficaria sozinho mas exp(2rrik/2)=±l.
Dê (II.17) a ênergia livre por spin, que passaremos a
chamar apenas de energia livre, se escreve:
(11. 22)
onde
e o maior dos auto valores de T. A somatória se estende
~II.23)
desde
n = O até n = N-l, convenção que adotaremos daqui para a frente p~
ra os índices de sorna, a menos que esteja explicitamente indica-
do de outra maneira.
No caso de existir um campo magnêtico externo, pode-
mos escrever a Hamiltoniana (11.6) genericamente corno
H=- E [~ .!. J {(s.stlIn+ (S:S.lIn I}<i,j> m=l 2 m 1 J 1 J
[ N
1 H {SIn + (St l In ) ]E E
(11.3')i m=l
2 m 1 1
o que faz com que a.matriz de transferencia deixe de ser cíclica
dificultando sua diagonalização no caso mais geral. Entretanto o
modelo Potts·(II.8) com campos tais que
H = H =1 2
reduz (11.3') a
N
3+ (-1) H= N2
(11.10')
H = - J E
<i,j>°n n.i' J
- H E o + NH/N. n. O1 1,
(11.8')
13
onde J = N J1/2 , H = N Hl/2 e usamos
L
ns~ =1 N ês i,l
(11.9')
Neste caso particular, trabalhando as linhas e colunas
do determinante característico, obtivemos os seguintes auto va10-
res definidos a menos do termo constante em (11.8'):
À = '(eK+L+ éK + N-2) ± v(eK- eK+L +N-2) 2 t4(N"';l)eL J+2
(A.15' )K
À =e -1n
n=1,2 ... N-2(A.1511)
onde L = H/ (KBT) •
Para grandes valores de N a energia livre (II.l?) pode
ser escrita corno
f (S , L) = .timN+oo
1 R.n [e-NL/N (À+) N ]N
~ + R.n À+N (II.22')
~ fácil ver que a magnetização média por sitio,
M = - (af/ClH)T'. é igual a zero para H = O, o que ·era esperado urna
vez que sistemas de spins com simetria global discreta e intera -
çao de curto alcance não podem experimentar quebra espontânea de
simetria em urna dimensãol3.
II.3 - Funções de 'correlação spin-spine susceptibilidade magnéti
ca a campO zero
o próximo objeto a ser calculado é, naturalmente, a
14
função de correlação spin-spin, G(L,L'), definida por:
G(L,L') = R,im <8L 8~, >N-+oo
(11.24)
onde 8L e 8L, são variáveis de spin localizadas nos sítios L e L',
respectivamente, e o valor esperado < ••• > é definido como
He (11.25)
{n.} indicando uma soma sobre todas as configurações possíveis do1
sistema e a Hamiltoniana reduzida, H , sendo dada por
(II.26)
com K = J /KBT já definidos anteriormente.m m
Vamos reescrever (II.25) da seguinte maneira:
(II.27)
onde usamos condições períodicas de contorno e o elemento de ma-
= exp{ ~ Km[COSm=l
(II.28)
que coincide com a definição (II.18) (introduzimos esta nova nota
ção unicamente por razões de conveniência).
15
Efetuando os produtos de matrizes em (II.27) obtemos:
< s st 1L LI > = Z
onde R = L I - L e M± são matrizes definidas por
M± = r InL> exp{±2TIinL/N}<nLInL
sendo InL> os vetores coluna
(II.29)
(lI. 30)
I nL = o> =
1O
"
o Nxl
;Nxl
(IIo3l)
e assim por diante, com nL = 0,1,2 .•. N - 1.
Podemos, agora, reescrever (II.29) da seguinte maneira
(IIo32)
onde U é a matriz que diagonaliza T por uma transformação de seme
lhança (ver apêndice A) .
-1Vamos chamar A± = U M± U, ou seja:
(IIo33)
onde I é a matriz com elemento unitário na linha n e coluna n en
zero nas outras posições:
(I ) i' = ô. Ô.n J ~n Jn
16
(II. 34)
.... 1Lembrando que os elementos de U sao da forma -- u kIN n
com unk = exp[27Tink/N] , podemos obter os elementos das matrizes
A±
1+ --aij - N
NE
n=l±27Ti(n-l)/N u*e ni (II.35)
Uma vez que U-l TU é diagonal, ou seja,
(U-l T U)ij =À. ô ..
~ ~J(II.36)
onde os À's são os auto valores de T dados por (A.lOa), .podemos
escrever (II.32) como
• • N-RO ••.•••••• ~
,o
o .... O
N-RÀ2 •
ÀR 0 ••• 01A+\ ~
R
À2 •.. • RO ••••••• ÀN
(II.37)
Como ÀN é o.maior dos auto valores e Z=E À~ ' quando
tomarmos o limite termodinãmico (com R fixo), o único termo que
sobreviverá será aquele que contém À~-R no numerador. t fácil ver
que esse termo será À~-R bNNonde bNN é elemento da matriz
ÀRO •••• O1
B = A+ I ~
ÀR: I A (II.38)2 .. ÀR. O N.JNxN
Portanto
De (11.35) obtemos:
17
(11.39)
+~k
= !N N 2rri(r-l)/N u* U kE e nN n
n=l
.-2rri/NN2rri(k+l)n/N
e L= e
Nn=l
-2rri/N °
(11.40a)= e k,N-l
e
-1
~ -2rri(n-l)/N u* uakN = N
e nk nNn=l
.21Ti/N
N-21Ti(k+l)n/N
e L= eN
n=l
z1Ti/N
°k N-l(11.40b)= e .,
Então bNN fica R _ R
(11.41)b =
L Àk 0k,N-l - ÀN-lNN k
e a expressao final para G(R) pode ser escrita como
18
onde usamos ÀN-l = 1.1 •
Naturalmente, para N >3 existirão funções de correlação
do tipo < (SL S~,) r > com r =1,2 ••.N que calculamos genericamente
no apêndice B. O resultado, de acordo com (B.8), se escreve
(B.8)
Vamos definir o comprimento de correlação ~r associado
a G (R) como:r
(11.43)
Portanto, se l/s fO, a função de correlação decai cormo exp(-R/s ) quando R vai para infinito. Entretanto esta definirção é suficientemente geral para incluir funções que decaem como
P(Rin) exp(-R/sr) onde P(Rin) é um polinômio de grau n em R e
R-I (12)
De (B.8) obtemos
(11.44)
Esta expressão tem a forma geral obtida por Fischer e
Campl2 para inversos de comprimentos de correlação em sistemas
com graus de liberdade discretos e camadas de tamanho finito (peg
samos no sistema d-dimensional como sendo construido por camadas
interagentes e sobrepostas, por exemplo, na direção ~), sendo a
correlação calculada entre spins situados em camadas distintas.
Esta última condição pode, na verdade, ser relaxada para incluir
correlações na direção das camadas de um grande, mas finito, hipeE
cubo no caso de interações de curto alcance. Evidentemente, no
nosso caso, as camadas seriam cada um dos sitios da rede.
19
Apesar de' não possuirmos a solução com campo magnéti -
co, podemos calcular a susceptibilidade inicial (acampo" zero)
usando o teorema da flutuação-dissipação4, i.e.:
Xr(T)= ""1 L < (S St r
L,L' L L') >(II.45)
t r IL'-LIComo «SL SL I) > = (Àr/ÀN) , teremos,
Àr/ÀN = x e olhando para um único sítio:
a) à direita do sItio considerado (inclusive ele)
21+ x + x + ••• = li (1- x)
b) à esquerda
x + x2 + ••• = xl (1 - x)
De a e b :
E x ILI -L I = N (1+ x) I (1- x)L,L'
chamando
(II.46a)
(II.46b)
(II~47)
onde o fator N é devido ao número de pontos.
Portanto a susceptibilidade inicial por sítio se es-
creve:
Xr (T)= "1 " .ÀN +À. r
À - ÀN r(II.48)
20
CAPITULO 111
FORMALISMO DA TEORIA DE GRUPOS DE RENORMALIZAÇÃO
111.1 - Teo'ria degrupo's derenormaliz'ação - idéias gerais
A Hamil toniana de um sistema de spins, e.g. (11.3) , mos
tra claramente corno os graus de liberdade interagem a distâncias
da ?rdem do espaçamento da rede, mas não deixa transparecer as ca
racterísticas de longa distância da teoria, particularmente impor-
tantes na região crítica, onde o comprimento de correlação é enor
me dada a ocorrência de efeitos cooperativos. Para estudar tal re-
gião podemos fazer médias sobre alguns graus de liberdade do siste
ma mediante a construção de blocos de spins substituindo, em segui
da, cada um desses aglomerados por um único spin definido, por exem-
pIo, corno a média dos spins em um bloco e localizado no centro do
bloco correspondente. Os spins são então re-rotulados de a parax
L , mediantex
L ,=f(a)x x (111.1)
onde x' = x/b, b sendo o tamanho de urna das arestas do bloco. Clara
mente este último passo encolhe o tamanho do sistema por um fator
b. Quanto a f(a ), em geral é escolhida corno sendo igual a c-I ax x
onde C[H] é chamado fator de reescala dos spins, dependente dos
acoplamentos existentes na Hamiltoniana. Essa escolha classifica o
grupo de renormalização corno sendo linear urna vez que relaciona li
nearmente o spin renormalizado com o spin original.
Evidentemente o procedimento de substituir um bloco
por um único spin empobrece a resolução espacial do sistema, urna
vez que os spins de bloco podem descrever variações desde urna dis-
tância mínima da ordem de b, o tamanho do bloco, que é de algumas
21
vezes o parâmetro da rede. Isso não vai, entretanto, alterar o
comportamento de longas distâncias em que estamos interessados.
A fim de definir alguns conceitos, vamos voltar nossa
atenção para o espaço de parâmetros. Mantendo fixos os valoresdas
constantes de acoplamento, à medida que a temperatura varia o sis
tema descreve uma curva nesse espaço, a qual denominaremos cami
nho termodinâmico do modelo. A cada ponto do espaço de parâmetros
corresponde uma Hamiltoniana a uma certa temperatura; escolhendo
um deles como ponto de partida, e ~terando o processo de constru
ção de blocos esquematizado acima, geraremos uma sequência de Ha
miltonianas que por sua vez definirá uma trajetória no espaço de
parâmetros,que será chamada linha de fluxo (ou simplesmente traj~
tória) do grupo de renormalização. Vamos denotar por r~ a superfí
cie no espaço de parâmetros sobre a qual o comprimento de correIa
ção se mantém constante. A superfície r~ (superfície crítica) se-
rá de interesse especial, essencialmente por dois motivos:
a) o ponto P (Fig. III.~) onde um determinado caminho termodinâmi
co intercepta r~ corresponde ao ponto crítico e define a tempe
ratura crítica (T ) do modelo;c* ~ -
b) pontos fixos (P ) i.e., pontos que nao mudam por transforma~s
de grupo de renormalização, estão necessariamente sobre r~ (ou
r ).o
E fácil de compreender o ítem (b) se lembrarmos que,
uma vez que os spins que efetivamente se acoplam entre si estão
contidos num volume com dimensões lineares da ordem do comprimen-
to de correlação, o processo de construção de blocos (ou seja, de
redução do número de graus de liberdade do sistema) estabelece uma
correspondência entre Um problema com um certo comprimento de cor
relação e outro com um comprimento de correlação menor. Dessa ma
neira pontos pertencentes a r permanecerão nessa superfície.~
22
CT
FIGURA 111.1 - Superficie critica e caminho teE
modinâmico (CT) mostrando um po~
to fixo p*e o ponto critico P.
Os pontos fixos são de interesse crucial na teoria de
grupos de renormalização. Na figura 111.2 mostramos urna superfi
cie critica bidimensional com os três casos possiveis de pontos
fixos (note-se que as trajetórias que se iniciam em pontos perte~
centes a roo permanecem inscritas nessa superficie): totalmente es,
tável (fundo de cavidade), de estabilidade menor (ponto de sela)
e instável (pico).
FIGURA 111.2 - Tipos de pontos fixos: A é um
fundo de cavidade, B um ponto de
sela e C um pico.
BIBL;,::~A DO J:,S;ÚUTO DE FJSICA E aulMICA DE SÃO CARLOS· USP
fls I CA
23
Perto de um dado ponto fixo poderroslinearizara. teoria estu
dando apenas os pontos que diferem pouco do valor do ponto fixo.
Dessa maneira definimos um sistema de eixos locais (ver Figura
111.3) através da diagonalização de uma matriz de transformação
linear. Nessa região linear o efeito da transformação é simples-
mente multiplicar as variáveis (ou campos) de escala h. definidasÀ. J
pelos eixos locais, por números b J, onde b é o fator de reescala
espacial, i.e., a dilatação da unidade de comprimento, e À. a diJ
À. > O a trajetória aoJ
hl ê chamada variável
para À. = O a variáJ
vel h. é chamada marginal. Nesse último caso o campo h. não mudaJ J
por transformaçoes do grupo de renormalização e o eixo correspon-
longo do eixo h. tende a se afastar de p* eJ
relevante; para À. < O a trajetória caminha em direção a p* e h. éJ J
denominada variável irrelevantei e finalmente
mensão anômala da variável de escala h .. SeJ
dente se constitui, até onde é válida a aproximação linear, em um
contínuo de pontos fixos. Em geral os eixos locais, e portanto as
variáveis de escala, são diferentes para diferentes pontos fixos.
FIGURA III.3 - Sistema de eixos locais na proxi
midade de um ponto fixo mostran
do três eixos, um dos quais cor
responde a um campo relevante e
os dois outros a campos irrele
vantes.
24
A cada ponto fixo corresponde um comportamento crítico
governado pelas variáveis de escala locais e suas dimensões anôma
Ias. Todo sistema cujo caminho termodinâmico intercepte a área de
captação de um dado ponto fixo p* (esta definida cornoa região
constitulda por pontos que convergem para P*), apresenta o compor
tamento crítico associado a esse ponto fixo.
Em termos das variaveis h. definidas pelos e~s locais,J
a teoria de grupos de renormalização fornece previsões de escala
que s~o v~lidas apenas na regi~o linear em torno do ponto fixo,À.
onde as variáveis renormalizadas h ~ são dadas por h ~~ b J h .. Es-J J J
sa regiã~ de validade pode ser ampliada através da introdução de
termos não lineares nos campos de escala. Os novos eixos corres -
pondem a um sistema de coordenadas curvilíneas e as novas variá-
veis, chamadas variáveis (ou campos) de escala não lineares queÀ.
denotaremos por g. (h.), se transformam como g ~(h.)= b J g. (h.) eJ 1 J 1 J 1se reduzem a h. em primeira ordem. Como os campos de escala linea
J
res, os campos g's dependem, em geral, do particular ponto fixo
em torno do qual são calculados sendo, portanto, não únicos sob
esse ponto de vista. Entretanto, mesmo para apenas um ponto fixo,
os campos não lineares não são únicos. De fato, Nelson e Fischer5
exibiram um contínuo de campos não lineares, calculados em torno
do ponto fixo ferromagnético de urnacadeia de 1sing, campos esses
associados a grupos de renormalização distintos. Na aproximação
linear todos os campos g's se reduziam aos mesmos campos line-
ares, i.e.,gj (h±)~ hj + O(h~).
111.2 - Formalismo da teoria
Vamos rever o formalismo geral da teoria de grupos de
renorma~ização de maneira mais quantitativa, embora bastante sin
tética, e com enfoque voltado para nossas necessidades futuras.
A Hamiltoniana reduzida, translacionalmente invariante
25
(111. 2)
graus de liber
dade locais ou variáveis de campo, é transformada, por uma trans
formação do grupo de renormalização R, em uma nova Hamiltoniana
H' (omitiremos o termo reduzida daqui para a frente) e escrevemos
H'= R[S] (111.3)
exibeonde :~upomos que a Hamiltoniana renormalizada RI também
invariança translacional.
O operador R age no sentido de diminuir o número de
graus de liberdade do sistema, ou seja
NI = N/bd (111.4)
onde b é o fator de reescala espacial e d a dimensionalidade do
sistema. Existe uma grande flexibilidade na construção de R, sen
do que para nós esse operador será definido via um traço parcial
sobre N - N I das N variáveis de campo, definindo a Hamil toniana re
normalizada por
exp HI = TrN_NI {exp li} (111.5)
onde TrN denota a operação de traço, soma, integração, etc, apr~
priada às variáveis de campo {s}N .
A condição essencial a ser satisfeita pelo operador de
grupo é que a função de partição zNCliJ= TrN eH seja preservada,
ou seja:
o que é garantido simplesmente efetuando o traço sobre as variá-
26
veis restantes em (111.5).
Com o intuito de preservar a densidade espacial dos
graus de liberdade, todos os vetares espaciais devem ser reescala
dos pelo fator b, isto é:
-t -t -tx+ x' = x/b (111.7)
ê, finalmente, os vetores de spln sao reescalados de acordo com
(III. 8)
De (111.4) e (111.6) vemos que a energia livre (11.17)
satisfaz a uma relação de recorrência básica
f[E' J = bd f[E] . (III.9)
Analogamente a função de correlação spin-spin, para
grupos de renormalização lineares, se transforma corno:
(111.10)
Estas últimas relações levarão a propriedades de homo
geneidade e escala no ponto critico.
Definido o grupo de renormalização, a teoria toma o se
guinte rumo:
a) lteração - A transformação é iterada:
(111.11)
onde o fator de reescala espacial associado a R2 é:
2b2 =b . (111.12)
27
Em geral
b~ = b~
satisfazendo a propriedade de semi grupo
(111.13)
~+~'IR =
com
(III.14a)
bQ,+Q,' = b~b~' (IIL14b)
b) Ponto fixo - Variando os parâmetros da Hamiltoniana inicial
procura-se um ponto fixo da transformação definido por
,
lR[li*] =H* (IILIS)
c) Linearização - Presume-se que a seguinte expansao possa ser
feita:
li' = lR[li* + wQ ] = H* + W L Q + O (w2)
onde w é um parâmetro escalar e L um operador de
linear que age sobre Hamiltonianas.
d) Diagon'alização - Em face de um operador linear,
(III.16)
renormalização
pergunta-se
por seus auto-operadores Q. e auto valores À. tais queJ J
LQ.=A.Q.J J J
(III.I?)
Da propriedade de semi grupo, espera-se que os auto va
lores A. tenham a forma:J
À.
A. (b) = b JJ
(IILI8)
28
onde À. independe de b.J
e) Expansão em torno do 'ponto fixo - Supondo a completeza do con-
junto de auto operadores Q. para o ponto fixo H* teremos:J '
H = H* + E h. Q.. J JJ
(IIL19)
,
onde {h.} = {h ,hl •••} são chamados campos críticos ou campos de] o
escala. (Na verdade a completeza suposta acima pode perfeitamente
ser questionada, mas algum tipo de "completeza assint6tica" com
respeito a valores esperados termodinâmicos par~ Hamiltonianas a-
proximadamente críticas, deve ser esperada). Um dos auto operado-
res, por exemplo Ql' pode ser identificado com a densidade de ener
gia e outro, Q2' com o parãmetro de ordem, 'a magnetização; os cam
pos de escala correspondentes seriam a temperatura (T-T /T ) ~c c
t c:C hl e o campo magnético H a: h2 ' respectivamente. Para transições
ocorrendo a T = O outras escolhas poderão ser maisc convenientes
para hl• O termo constante na Hamiltoniana pode sempre ser identi
ficado com um auto operador, digamos Q , com campo de escala coro
respondente h . Como este termo pode ser removido para fora doo
traço na função de partição, segue-se que ele sempre se transfor-
ma de tal maneira que seu auto valor À. seja igual a bd.o
Inserindo (III.19) em (III.16) obtém-se:
RI = !R[li] =H~+ L h. A. Q. +O{h2). J J JJ(III.20)
que se pode expressar na forma de relações de recorrência
h~=A.h. [1+O{h ,hl ..•)]J J J o(III.21)
ou, iterando ~ vezes e desprezando termos não lineares ( portanto
perto do ponto fixo):
:::: 1\.~~) h.J J
(111.22)
29
A esta altura podemos classíficar os campos de escala
lineares em:
1) relevantes quando A. > 1 (À. > O):J J
2) irrelevantes quando A. < 1 (À. < O); eJ J
3) marginais quando A. = 1 (À. = O)J J
cujo significado físico foi discutido no início do capítulo.
f) Energia livre - Usando a relaç~o b~sica de recorr~ncia (111.9)
obtém-se:
(III.23)
onde parametrizamos a energia livre em termos dos campos de esca-
Ia. Esta é uma relação de homogeneidade assintótica que implica
em escala. Basta escolher ~ tal que, quando um campo relevante,
e.g. hl = t, estiver próximo do ponto fixo (portanto bastante ~'pe~ÀI
queno) se tenha b t = I • Dessa maneira (III. 23) pode ser escri-
ta na forma de escala
onde
<1>.=À./ÀIJ J
e a função de escala é dada por
(III.24)
(III.25)
(III.26)
Para campos irrelevantes o expoente <1>. em (III.25) (chaJ cp. -
mado expoente de "crossover")é negativo e portantohj/t J -)-O quando t~. E~
peramos então poder ignorar a dependência da energia livre em h.J
fazendo o argumento correspondente y. em (III.26) igual a zero naJ
-_._------_.,---~--....
30
regiao crítica. Podemos obter correções às previsões de escala ex
pandindo em potências de y .• Note-se que ê tambêm necessário leJ
. ~var em conta termos nao lineares nos campos de escala relevantes
(termos esses oriundos de (111.22)), os quais podem perfeitamente
ser mais importantes que as correções de irrelevância5•
Comparando (111.2~) com a previsão de escala
vemos que
e
2-a = d/Àl
(111.27)
(111.28)
(111.29)
onde /:"(expoente de gap) :é determinado em termos de a.e y por
/:,,= (2-a.+y)/2 (111.30)
y'sendo o expoente crítico associado à susceptibilidade, i.e.:
X (T)o: t-y (111.31)
g) Função de correlação - A propriedade de semi grupo só é válida
se C[H] tiver uma dependência em b do tipo
Kc=b (111.32)
onde K. independe de b. Então, usando (111.10) no ponto fixo tere-
mos:
+ 2 +G (R)= c* G (R/b)
-2w += b G (R/b)
Escolhendo b = R vem que
+ 2wG(R) o: D/R
(111.33)
(111.34)
31
identificando, dessa maneira, o expoente critico n através da re-
lação
d - 2 + n = 2w *Rnc
= - 2 ---in--'-b-
Isso mostra que, em geral, c[a] deve ser
convenientemente a fim de que o ponto fixo obtido de
(111.36)
escolhido
IR[H*] = H*
descreva o comportamento critico sob interesse. Na verdade o va
lor de C[H*] está ligado à existência· de um fonto fixo, i.e., a
escolha do fator de reescala dos spins deve ser tal que IR[H*]=H*
tenha solução não trivial.
Por outro lado, perto do ponto fixo ternos, ainda de
(111.10) :
(111.37)
1Àl 1e es colhendo 1 tal que b t = 1 e b tal que b = R vem que
l/À A..:t: ,-2w -+ 1 "'J
G(.l<,h,hl•••):::R D(lVt ,•••,h./t ,•••)o J(111.38)
identificando assim l/À~=v o que em combinação com (111.28) im
plica em
2 - a = dv (111.39)
h) Campos de escala não lineares - são campos para os quais rela
çoes do tipo (111.22) são válidas exatamente. Portanto tais cam
pos, que chamaremos g's, diagonalizam as relações de recorrência
mesmo longe do ponto fixo. A relação linear (111.21) ou (111.22),
em termos dos campos nao lineares devem ser lidas
g~l) =A ~1) g.J J J(111.40)
sem termos de correção. Parametrizando H em termos dos g's, as re
lações de homogeneidade para a energia livre e função de correla-
32
ção tornam-se exatas e validas mesmo em regi8es afastadas do pon~
to fixo. Por exemplo, a relação para a energia livre se escreve:
(IIr. 41)
•Para finalizar, notemos que a idéia de universalidade
entra de maneira muito natural no contexto da teoria de grupos de
renormalização. Se adicionarmos a uma Hamiltoniana próxima de H*
um operador QK para o qual ÀK< 1 (ou seja, um operador irrelevan
te), devido ao fato de o correspondente campo crítico hK decair
rapidamente por iteração, os expoentes críticos e as funções de
escala não mudarão. Em outras palavras, a classe de universalida-
de engloba todas as Hamiltonianas cujo caminho termodinâmico .in~
... - -*tércepta a area de captaçao do ponto fixo H •
j3
CAP!':['ULOXV
•
GRUPO DE RENORMALIZAÇÃO (DEDECORAÇÃO)
IV.l - Trah'sfo'rnla'ço'e's'de' dedeco'ra'ça'o'conrb:::: 2
A transformação de grupo dê rênormali2ação qUê vamos
utilizar é uma transformação essencialmente algébrica conhecida
(ou iteração) desenvolvida genecomo transformação de dedecoração
. t F' h 11 ,rlcamen e por lS er para splns d I' A 'd~' ~eSlng. 1 ela e substituir
um spin central, 50' acoplado a dois spins vizinhos, SI e 52' por
uma única ligaçao (ver figura IV.I) acoplando os spins externos.
A transformação, na verdade, é mais geral podendo existir, em vez
de so' um sistema físico mais complicado acoplando Sl e 82• Efe -
tua-se a transformação mediante um traço pa~cial sobre os graus
de liberdade internos do sistemafisico. No caso desse sistema ser
um único spin teremos
s.• s.• S2•
FIG; IV.l - Transformação de dedecoração no ca
so mais simples de um único spin
acoplado aos spins externos.
'K_} são as constantes de acoplamento entre osN
spins.
Vamos trabalhar com a Hamiltoniana introduzida no Capí
tulo 11 acrescida de algumas constantes que se mostrarão conveni-
entes no futuro:
(IV.l)
34
onde E ({K}) representa uma contribuição despin zero para a ener-
gia. Na forma reduzida teremos:
IKT= LH =- H'-B <i,j>
(IV. 2)
onde C({K}) = E/KBT. A fim de que a Hamiltoniana assuma u"m aspecto
de nosso interesse, vamos reescreve-Ia como:
H = L
<i,j> ~ I K [(S .S~)m + (S!S .)m _ 21+m=l 2 m 1 J 1 J j
+ N [c + KI + K2 + ••• + KN ](IV.3a)
= L
<i,j> N [ 27Tm(ni-n.) ]
L K cos J - I +m=l m N
onde apenas somamos e subtraímos constantes.
Os pesos estatísticos
(IV.3b)
Xe = exp [ ~m=l
(MOD. N)
- 1JJ(IV. 4)
já definidos no Capítulo 11:, desempenharão um papel importante nas
expressões que estão por vir.
Quando se efetua o traço parcial mencionado acima, fi
camos com uma função de partição condicional, W2({K}'SI,S2)' que
depende das variáveis de spin externas. ~ fácil ver que no nosso
caso:
35
N [[ hm(n -n ) ]1/12 ({K},n1,n2) =
rexp im=1 Krn oos- N1 o - I +n
o
[ 2nm(nz-no) J]
+ Km cos N - 1 +
+ 2 [c + KI+ K2 + .,. + Kli] }= exp[2(C+K1 + ••• +K_ )] l: xI _ I xI - I
. N n1 n n2 nin o oo
(IV.5)
onde o índice 2 lembra o fator de reescala espacial b = 2.
A fim de que pos$amos expressar a transformação na for
ma de relações de recorrência entre os parãmetros das Hamiltonia
nas inicial e final, faremos o seguinte "ansatz":
(IV. 6)
Podemos agrupar C({K}) e C' ({K}) definindo
</>2 ({K})
exp [C' + Ki + ••• + K~ ]_ N
exp ~ [C + K1 + ••• + KJJ
(IV. 7)
o que nos deixa com as relações de recorrência
(IV.8)
As expressoes (IV.5) e (IV.6) geram o sistema de equa-
ções (IV.8) com as novas constantes de acoplamento K' (K) corno in-
cógnitas o qual, esperamos, seja compatível e tenha solução úni-
..numero
36
ca. Com tais aspectos do problema em mente, vamos olhar o
de configuraçBes posslveis do sistema a ser dedecorado, ou seja ,
o número de valores possíveis que ~({K},nl,n2) pode assumir. ~ fá
cil ver que a soma em (IV.5) depende apenas da diferença In1-n21
pois o que se faz é somar todos os produtos possíveis x x comp q
diferença Ip-ql constante e isso, evidentemente, depende apenas
de !p-ql . Como após N todos os pesos estatísticos começam a se
repetir, teremos N + 1 possibilidades para ~ ({K} ,nl ,n2). Por outro
lado, de (IV.6) vemos que existem N+ 1 incógni-l::as.Tantas possibi
lidades quantas incógnitas não é uma garantia de compatibilidade,
principalmente num sistema não linear, mas constitui-se em uma
grande esperança nesse sentido. Devemos salientar que quando tra-
tamos o mesmo problema com campo magnético, encontramos um número
maior de equações do que de incógnitas, o que nos levou a conside
rar o fato de que a expressão obtida, correspondente a (IV.6), po
deria não ser uma identidade válida para todos os valores de nl e
n2 {com certeza o "ansatz" (IV. 6) não foi suficientemente ge
ral, isto é, deveríamos considerar, além dos campos magnéti
cos, mais termos quebrando a simetria Z(N) ). E realmente, corno
pudemos notar para o Z{3) e um caso particular do N-potts, as e-
quaçoes levavam a informações não compatíveis o que nos forçou a
abandonar as transformações com campo magnético.
Se, dessa maneira, dedecorarmos os spins alternadamen-
te, estaremos gerando um exemplo de uma transformação de grupo de
renormalização com fator de reescala espacial b = 2. Note-se que
estamos, na verdade, efetuando uma soma sobre spins pares e o
efeito desse traço parcial na função de partição é
(IV. 9)
K~ } representa o conjunto de acoplamentosN
37
efetivos entre os spins remanescentes. A transformação de dedeco-
ração mapeia o ponto {K} em outro ponto {K'} no espaço de parâ-
metros.
o objeto removido pela dedecoração poderia, corno obser
vamos, ser algo mais complicado do que um único spin. Mais tarde
veremos o caso em que removemos um número qualquer de spins situa-
dos entre dois spins externos 81 e 82,
O sistema de equações implicito em (IV.8), pode ser co
locado em forma mais adequada agora que sabemos que a soma do la-
do direito depende apenas da diferença Inl - n2/ . Basta fazermos
nl = O e variarnos_n2 desde O até N. Assim ficamos com as seguintes
relações de recorrência:
<P2({K}) =E x
2
n
n
E xn xIn-8 I
Xl = n e2r
xn
n
(IV.IOa)
(IV.IOb)
e = 1,2, ••• , N
onde fizemos n2 = e
IV.2 - Busca de novas variáveis (N = 4)
Apesar de as variáveis XiS serem inegavelmente úteis
para descrever a transformação (note-se que as relações de recor-
rência foram facilmente obtidas em virtude da parametrização em
termos dos XiS), existe outro conjunto de variáveis que se adapta
melhor nesse sentido, simplificando enormemente as relações (IV.IOb).
Corno percebemos sua existência, quase que acidentalmente, no Z(4),
vamos ilustrar como isso ocorreu antes de prosseguirmos com o es-
quema geral da teoria de grupos de renormalizaçao do C~pítulo Irr~
3tl
N
IV.2.1 -"R~la~bes de ~ecor~gncia ~ linhas de fluxo do
, Z(4)
Para N = 4 as relações de recorrencia (IV.10) se escre-
vem:
onde
e
-K -2K
xl = e 1 2
(IV.lla)
(IV.llb)
(IV.llc)
(IV.lld)
-2KI {IV.lle)x = e •2
Urnavez que os parâmetros xl e x2 movem-se no plano
(xI,x2) independentemente do termo independente de spin, C, ~mplí
cito em ~2(KI,K2)' podemos pesquisar os pontos fixos da transfor~
mação usando. apenas "asduas primeiras relações, {IV.lla)e (IV.llb).
Encontramos os seguintes pontos fixos:
(xi ' X2) = (U, O), (0,1) e (l, 1) (IV.12)
onde (0,0) é ferromagnético e (1,1) paramagnético correspondendo
a T = ° e T = cx>, respectivamente, enquanto que em (0,1) temos um mo
delo de Ising (a temperatura zero) na variável 52, uma vez que
x2 = 1 implica em J1 = O. À medida que a transformação é iterada
uma Hamiltoniana inicial especificada por (xiO) ,X~O» descreve uma
trajetória no plano (xl,x2). À guisa de ilustração mostramos na
figura IV.2 algumas dessas trajetórias (ou linhas de fluxo) traça
39
das como se fossem cont!nuas, no caso J1 >- O.
FIGURA IV.2 - Pontos fixos e trajetórias para o
grupo de dedecoração com b = 2. Os
pontos fixos são (xi,x~)= (0,.0>', (0,1)e (1,1) ~ As trajetórias, têm o sen
tido indicado pelas setas sobre
as curvas contInuas, onde estâo
mostrados pontos representando a
plicações sucessivas da transfor~
mação a partir de um ponto inicial.
Evidentemente pode-se concluir que a transição de fase
do Z(4) ferromagnético se dá a temperatura zero, como já esperava
mos de resultados mais gerais13
Não queremos entrar em maiores detalhes e também nao
efetuaremos o passo seguinte do esquema geral das transformações'
de grupo de renormalização, i.e., linearizar as relações de recor
rência em torno dos pontos fixos de temperatura zero, uma vez que
o Z(4) será discutido extensivamente mais adiante.
IV.2.2 - Cálculo da energ~~ livre
O ponto (1,1) é totalmente atrativo, isto é, completa
mente destitu1do de operadores relevantes e assim não pode descre
40
ver um comportamento verdadeiramente crítico. Entretanto o fato
de todas as trajetórias levarem a ele, pode servir como ponto de
partida na busca de uma expressão para a energia livre, exata pa-
ra 1':f O. Para isso vamos usar a Hamiltoniana (IV.2) no caso espe
cifico de N = 4, ou seja:
[ t t J K2S.S. + S.S. +-21 J 1 J
(IV .13)
Agora olhamos para a funçao de partição e fazemos uma
expansão a altas temperaturas. Obtemos:
Portanto,
(IV .14)
onde
~ -JI,n (IV.15J
(IV.16)
Da relação básica de recorrencia para a energia livre
f( (O) (O) (O» = 2-.l/,f( (JI,) (JI,) (JI,»w ,xl ,x2 w ,xl ,x2
e notando que no lim .l/, + 00, K (JI,) + O, encontramos:
. f(w(O) (O) (O» _ . -.l/, (w(JI,) )1/4,xl ,x2 - -11m 2 Jl,n -----'---JI,+oo 4
que e exata para T f. O.
(IV .17)
(IV.18)
41
Par~ calcular este limite, teremos que iterar as rela
ções de recorrencia (IV.11) • Se, em lugar de ~2' xl e x2 usarmos,
respectivamente, u, VI e v2 dados por
u = 1/4 exp [-c - Kl - K2 ]
as relações de recorrência se escreverão
2 2 2 2u'=u (1+2vl+v2) !(1+2vl+v2)
2v' = v1 12v' = v2 2
Iterando (IV.20a) t vezes, teremos
(IV.19a)
(IV.19b)
(IV.19c)
(IV.ZOa)
(IV.20b)
(IV.20c)
e usando novamente o fato de que no lim t +00, K(t) + O, (IV .18) fi
ca:
f(w{O) ,xiO) ,x~O) =-lim 2-t tn u(t)t+oo
Notando que
teremos, afinal:
válida para T I- o.
(IV. 22)
(IV. 23)
(IV. 24)
Note-se que essa expressão concorda com aquela calcula
da no Capítulo II usando atecnica de transferencia (a menos,
42
.-.
e
claro, da constante que não existia na Hamiltoniana
naquela ocasião).
considerada
As variáveis definidas em (IV.19) são evidentementemais
adequadas para descrever a transformaçao de dedecoração com b = 2
do Z(4), como se pode ver comparando (IV.20) com (IV.II). Confor-
me veremos em seguida, a generalização dessas variáveis para N
qualquer permitira obter uma expressao para a energia ·livre do
Z(N), facilitará o trabalho de pesquisa dos pontos fixos, levará
a uma expressao extremamente simples para transformações com b
qualquer o que por sua vez fornecera também pontos fixos antifer-
romagnéticos, etc.
IV.3 - Variáveis mais adequadas para N qualquer
Uma vez que nosso objetivo neste trabalho não é unica-
mente resolver o sistema e comparar com os resultados oriundos da
teoria de grupos de renormalização, mas sim, e principalmente,
aprender a manipular essa teoria, vamos nos permitir, a esta alt~
ra, olhar também para a solução exata já obtida, na tentativa de
reconhecer as variáveis "naturais" do sistema. Veremos que· .dessa
maneira poderemos, de uma certa forma, extrapolar as idéias de ma
neira interessante e significativa.
Se olharmos para as funções de correlação do Z(4) cal-
culadas genericamente no Apêndice B, ou seja:
Gl (R) = 0'1/À4) R
= [(1- x2)/(1 + 2xl + x2)] R
(IV.25a)
e
RG2 (R) = 0'2/À4)
= [( 1 - 2xl + x2) / (1 + 2xl + x2)] R
(rV.25b)
43
onde, lembramos, G (R.) = lim.:: (SLS~,) r> reconheceremos nas razoes_ .r N-+oo
Àl/À4 e À2/À4 as expressões para vI e v2 dadas por (IV.19b) e
(IV.19c) ,respectivamente. Serâ que para N>4 as razões v = À /ÀN.. r r-- • I 2
r = l,2 ••• N se transformarao como vI e v2' ou seJa, vr = vr' no caso N= 4? Para verificar vamos definir as variaveis..
vr = Àr/ÀNr=l,2 ••• N (IV. 26)
e· calcular v'. Teremos (lembramos que os índices de soma assumemrvalores desde O até N- 1 quando não especificado diferentemente):
L x' exp(2~inr/N)n nv' =À '/À I =r r N
Ln
x'n
L xx/n -nln
no oL I
o2n
Lxnn oo
L xLXI no-n/nn exp(2~inr/N)
=
oon
L
x Ln
nx/no-n/
(IV.27)
o
on
Portanto podemos escrever v' comor
L xn exp(2~imo/N) L xln -nl exp(2~ir(n-no)/N)n o n oov' =----------------------r =
44
exp(27Tirn/N)2
(IV. 28)
E
x2
n
= v
h
r
= I
~ xnn
o que confirma nossa expectativa.
Para completar a transformação precisamos escrever
~2({K}) em termos dos ViS. Para isso vamos mostrar que ~2({K}) =
= L x2 pode ser escrito comonn
o numerador fica
(IV.29)
NL
n=l
2
exp (2nimn/N)] ..
= LLxexp(27Timn/N)L xexp(27Tinp/N)m p pn m
N
=Lxx Lexp [27Tin(m+p)/N ]mpm,p
n=l
N
L2=x
mm
E o denominador, por sua vez,fornece
N
NNL
À= L Lxexp (27Timn/N)n=l
nn=lm=lm
N
= L xLexp(27Timn/N)
m
mn=l
= N L x
<5 = Nm m
m,N
completando assim a demonstração.
(IV. 30)
(IV. 31)
Então as relações de recorrencia (IV.IOa) e (IV.lOb)
45
ficam, em termos das novas variáveis:
<P2({ir:}) = N E v2; tE v )2n n
2Vi =vr r
(IV.32a)
(IV.32b)
n=1,2 •••N e r=I,2 •••N
onde (IV.32a) ê obtida multiplicando e dividindo (IV.29) ,por À~'
A presença do fator númêrico 2 em (IV.32b) nos lembra
fortemente que estamos fazendo transformações com fator de reesca
Ia espacial b = 2 ~ Isso sugere tentarmos transformações com b > 2 o
que será feito a seguir.
IV. 3.1 - T'ransformações com b > 2
Inicialmente faremos transformações com b = 3. Portanto
o objeto a ser dedecorado consiste, agora, em dois spins (figura
IV.3)
s.• So.• IR
===>s.•
FIGURA IV.3 - Transformação de dedecoração com
b=3.
A função de partição condicional W3({K},nl,n2), a me
nos da exponencial (ver (IV.5» que será englobada futuramente em
<P3({K}) como fizemos em (IV.?), agora se escreve:
t 2rrm(nOI-n02) ]
+ K cos ------ I '.+m N
46
+Km
(IV. 33)
onde x(,l) _ I = E xI _ I xI -n I depende a~enas denl n02 n nl nOl ~Ol 0201
Inl-n02' e, como é fácil ver, xe = ~-e (MOD. N).
Portanto concluímos que VJ3 ({K},nl ,n2) T cx:mo VJ2({K},nl,n2),,
depende apenas da diferença Inl-n2' com Inl-n21 =O,l ••. N.
Analogamente ao que fizemos no caso b = 2, escrevemos
[ N í. 2mn (nl-n2) 11]VJ3 ({K},nl,n2) = cl>3({K})exp ~l ~~ LooS N - lJ .
onde
exp [C" + K' + ••• + K~ ]= l-~
exp [3 (C+ Kl + ••• + K_)]- N
(IV.34)
(IV.35)
Novamente, como VJ3({K},nl,n2)depende apenas da dife
rença Inl-n21 , fazemos nl = O e variamos n2 desde O até N, resul
tando as seguintes relações de recorrênciao
cl>31{K}) = (IV.36a)
X' =e
E
nOl,n02 (IV.36b)
e=1,2 ••• N
47
Vamos tentar, novamente, as variáveis v. = À IÀN utilir . rzadas no caso b = 2. A variável transformada, v', ficará:r .
n
v· = À • I'A' =r . r N
1: x'n n.
exp(21Tinr/N)
1: x'n(IV. 37)
o numerador pode ser escrito
e o denominador
= À 3r (IV.38a)
L x· = Lnn n
= (L x )3m m
= (ÀN)3 (IV.38b)
Para escrever_ ~3({K}) em termos dos v's, vamos calcu-
NL À3 =
r=l r N [N-l J3L 1: xn exp(21Tinr/N)
r=l n=O
=NL L x
r=l m mL xnn exp [21Tir(m+n+p) I~
= N Lm,n,p
x xm n
xp
<S
m+n+p,O
= N E
m,n
48
(IV. 39)
Como, de (IV.3l) L\ = N, teremos:n
(IV. 4 O)
De (IV.38) e (IV.40), podemos escrever as relações de
recorrência para o grupo de dedecoração b = 3:
3VI =vr r
n=I,2 N
r=I,2 N
(IV.4Ia)
(IV.4Ib)
No apêndice C calculamos as relações de recorrência pa
ra b inteiro qualquer, i.e., no caso em que o objeto a ser remov!
do pela dedecoraçãoé constituido de b-l spins situados entre dois
spins externos (Fig. IV.4).
S, SOlS02 So(b-llS2••• ---••
{k}{k} { k}
IR
SIS2===:>
••{ k'}
FIGURA IV.4 - Dedecoração com b inteiro qualquer.
49
o resultado é
(IV.42a)
bVi = Vr "r
n=1,2 ••• N .I r = 1,2. ',' N
(IV. 42b)
como era de se esperar em vista dos resultados anteriores
b = 2 e b = 3, sendo ~b dado por
para
exp [ C I + Ki + ... + K~ ]
exp [ b (C + Kr + •.. +K N]J
(IV. 43)
IV.4 - Relações de escala e expoentes críticos
Note-se que o termo constante C({K}) = E({K })/KBT, ana
logamente ao que ocorreu quando escrevemos as relações de recor
rência para o Z(4) usando os pesos estatísticos como variáveis,
não participa das relações (IV.42b) que descrevem as transforma
ções dos termos de interação. Dessa forma podemos pesquisar pon
tos fixos através do estudo dessas relações apenas~
Naturalmente o espaço de parâmetros é um hiperespaço
N dimensional e as variáveis v assumem valores que vão desde -1raté +1. Portanto tais variáveis "vivem", nesse espaço, dentro da
regiao delimitada externamente por um hipercubo com centro na
origem das coordenadas e "arestas" que vão desde -1 até +1 e cujos
vértices e centros das faces, juntamente com a origem (0,0..•0) ,são os pontos fixos da transformação, como podemos ver de (IV.42b).
Evidentemente, para valores pares de b, os vértices e faces com
50
uma ou mais coordenadas negativas deixam de representar pontos fi
xos. Além disso, no interior desse hipercubo existem, em geral,
regiões correspondendo a acoplamentos imaginários (valores negati
vos dos x's) e portanto não físicas. Tais regiões devem ser excluí
das de nosso estudo o que implicará, naturalmente, na exclusão tam
bém dos pontos fixos situados em seu interior.
Se invertermos a relação (IV.26) para obter xCv) tere-
mos:
r v exp(2ninr/N)n nx =r
r Vn
r=1,2 •••N
(IV. 44)
e portanto o ponto fixo (vl,v2 ••. v.,..) = (1,1 ••• 1), que denotareNmos por {v}= {I} , pertence à região física uma vez que correspon
de a (xl,x2••.•x_) = (0,0.••0), (ou {x} = {O}). Das relações (IV.42b)Nvemos que perto desse ponto todas as variáveis v·, r = 1,2•..••.Nrsao relevantes já que as trajetórias se afastam dele à medida
que a transformação ê iterada,dirigindo-se para {v} = {O} (ou, no
espaço dos x's, {x} = {I} ). Uma vez que {v} = {I} corresponde a
T = a concluímos que a transição de fase dos modelos Z (N) em estu-
do se dá a temperatura zero. O ponto fixo {v}= {a} para o qual
convergem todas as trajetórias do interior do hipercubo represen
ta T = CCl e o fato de ser completamente destituído de operadores
relevantes pode ser usado, como no caso N= 4, para se obter uma
expressão para a energia livre, exata para T # a (ver apêndice D),
que concorda como resultado do CapItulo II.
Vamos expandir as relações de recorrência (IV.42b) em
torno de {v} = {I} (os outros pontos fixos serão vistos mais tarde
para valores particulares de N). Chamando
l-v r (IV.45)
51
vemos que
!J.v' ~ b !J.vr r
perto do ponto fixo. Portanto os auto valores são
(IV.46)
A = br ., À = 1r (IV. 47)
existindo N campos criticas relevantes, como dissemos acima. Um
tal número de parâmetros relevantes era esperado se lembramos que
o Z(N) possui N funções de correlação distintas, cada uma origi
nando um comprimento de correlação os quais são capazes de, inde-
pendentemente, tirar o sistema da criticalidade.
Se agora olharmos a expressão (IV.42a) veremos que, per
to do ponto fixo acima, <Pb ~ 1 e portànto, definindo
teremos, de (IV.43);
z' ~ zb
Tomando o logarítmo vem que:
o que confirma nossa observação acerca do auto valor do
dconstante ser da forma b o
( IV. 48)
(IV. 49)
(IV. 50)
,termo
Se interpretarmos a relação acima pensando na tempera
tura corno não sendo afetada pela transformação, teremos, por ite--
raçao
(E+JI + 000 +J_) (i)~ bi(E(o)+ JiO).+N
(IV o 51)
e escolhendo E(O) = -(JiO) + J~O) + .. o +J~O» o que equivale a faN
52
zer o estado fundamental igual a zero, obteremos
(IV. 52)
o que mostra que, perto do ponto fixo, a energia do estado funda-
mental permanecerá nula na região linear. Dessa maneira evitamos
considerações sobre o termo constante na energia livre naquela r~
gião. Com essa escolha e usando as relações básicas de recorrên -
cia, equações (111.9) e (111.10), para a energia livre e função
de correlação, respectivamente, podemos escrever, parametrizando'
essas funções em termos de {~v } :r
(IV.53a)
e
(IV.53b)
onde iteramos t vezes a transformação.
tEscolhendo t ta.l quQ-. ~-l1v = k« 1, de forma a per-mane....p
cer dentro do regime linear, vem que
~v..,E:l!J.vp
,!J.vp+l !J.vN}
!J.v , ••• !J.vP P
(IV.54a)
e
[ !J.vl
••• !J.v) ~ D .R!J.v,-;:---,•••- p p uVN P!J.vp-l!J.vptl!J.v' !J.v,•••
p p
(IV.54b)
onde as funções de escala são dadas por
(IV.55a)
e
(IV.55b)
Identificando,em (IV.54b) a combinação de escala Mv = R/t;p p
obtemos os comprimentos de correlaç~o:
t;p ~ 1/ f1v p , p = 1,2, •.• , N
que, perto de b.v = O, podem ser aproximados porp
1F,:pZ Q,n (l/vp)
que concorda com a expressão exata (II.44).
(IV. 56)
(IV. 57)
No que diz respeito aos expoentes críticos, notemos
que a definição usual
I1f= f - f cc t 2-ac
X (T) cc"t-Y
F,: cct-V
(IV.58a)
(IV.58b)
(IV.58c)
onde t = (T - T )/T , não é adequada para transições ocorrendo ac ctemperatura zero. Por isso vamos definir expoentes críticos redu-
5 . d 1 - .zidos em termos do comprlmento e corre açao, l.e.:
X(T) ccF,:Y/V
(IV.59a)
(IV.59b)
Note-se que se substituirmos t por T - T = T nas expresc -
54
sões (XV.58) , chegaremos à conclusao de que 2-~, y e v são iguais
a 00 •
De (IV.56) , (IV.54a) e (IV.59a) obtemos
2-ae
v .p
= 1 (IV.60)
e reescrevendo (11.48) em termos de ~v ou seJa
IX (T)= -(l+v )/(l-v)
P K T P PB
1= -(2-/:"v )/(/:"v)
K T . P PB
chegaremos a y = vp pPortanto, de (IV.60):
2-a =y =vp p p
p=I,2 ..•N
(IV.61)
(IV. 62)
Como na transformação que estamos efetuando o fator de
reescala dos spins c[n] é constante e unitário, podemos obter de
(111.36) o valor do expoente critico n
n = IP
(IV. 63)p=I,2 ... N
que concorda com o resultado exato para a função de correlação,
G •.crltico ~ I/Rd-2+n (IV.64)
Os resultados (IV.62) e (IV.63) foram obtidos por
Nelson e Fischer5 no caso N = 2 (p= I) .
Note-se que as relações acima para os expoentes cri ti-
cos concordam com as relações de escala dv = 2-a. e y:= (2-n)v •
55
o fato de existirem N possibilidades para cada um dos
índices crIticos estg, naturalmente, ligado às diferentes orien-
tações das variâveis de spin. Se for possível construir um campo
de temperaturas que faça distinção entre essas orientações, cer
tamente seremos capazes de obervar N valores de u. Quanto aos ou
tros expoentes será necessário um feixe de neutrons que possa
sentir diferentemente as diferentes orientações dos momentos ma~
néticos daquelas variáveis.
As previsões de escala da teoria de grupos de renorma
lização devem ser comparadas com as soluções exatas do Capítulo
11_ Para isso vamos escrever a energia livre, equação (11.22) co
mo:
f({y }) =r .Q.n (IV. 65)
onde usamos (11.23) e (1V.44).
Note-se que em (11.22) está implícito que o termo cons
tante foi escolhido de maneira a fazer o estado fundamental igual
a zero, como se pode ver de (11.6a) e (I1.6b).
A energia livre, parametrizada em termos dos
de escala ~v , fica:rcampos
f({~vr}) = R.n
N
( N~vN')
3-(-)N-2~vl + 2~v2+ ••• + 2
( N
~vN )
1 3-(-) (IV.66)::: N 2~v1+ 2~v2+ ••• + 2
onde a última passagem é válida perto do ponto fixo. Dessa manei
ra identificamos a função de escala em (1V.54a) como
} _ I ( 3- (_) NYP ({u ) - N 2ul + 2u2 + ••• + 2 + ••• + --2--
Só
Por outro l~do, ÀS funções de correlação são dadas por
(B.8) e podem ser escritas
G = (v ) Rr r_ (1 - I1v ) Rr
ou, perto do ponto fixo:
G :: R f1vr r
Entao
D (s , { u }) = RsP
(IV.68)
(IV. 69)
(IV. 70)
Para identificar, dentro do formalismo da teoria de
grupos de renormalização, a função de correlação à qual ~ estáp
associado, vamos fazer uma mudança de variáveis, desta vez nas va
riáveis de spin:
S.S~+1 = 0-v (IV.7Ia)111S. =
TI 0- (IV.7Ib)J
. nn:;:J
Vamos considerar N muito grande de maneira que nao pre
cisaremos nos incomodar com os spins situados nas extremidades do
sistema. Em termos de 0. a Hamiltoniana1
se escreve:
(IV. 72)
H.= L:
i (IV. 73)
onde omitimos o til nos índices das novas variáveis. Como 0. assu1me os N valores das raizes da unidade, ou seJa,
57
(IV.74)
teremos
ni = 0,1 ... N-l
H= Ei (IV. 75)
Portanto a função de correlação pode ser escrita como
_ 1-Z I:
{a.}.1.
(IV.76)
Agora faremos a transformação somando sobre b-I spins
situados entre dois spins externos, supondo que aqueles localiza-
dos nos .sitios O (zero) e R não são removidos pela dedecoração. No
denominador teremos
(1 + xl + •.. + }C ) N (b-l)/b =,N-lÀN(b-l)/bN (IV. TI)
onde a potência indica o ntimero de spins que são dedecorados. No
numerador existem dois casos:
a} os spins removidos não se localizam entre os sítios O (zero) e
R. Teremos:
(1 + xl + •.• + ~-l) (N-R) (b-l)/b = À~N-R} (b-l)/b (IV. 78)
b} os spins removidos estão localizados entre aqueles sítios. Te-
remos:
= . [~ e2nipn/N
= (À }R(b-l}/bp (IV.79)
58
- - -Entao a funçao de correlaçao fica
G (R I { V }) = (À / ÀN) R (b-l) jb G (R/b I { V } )p p p
e iterando ~ vezes vem que
Agora escolhemos ~ tal que b~ = R e ficamos com
Gp (R I {v}) = (v ) R (l-li R) G (1 , f v } )p p
(IV.80)
(IV.81)
-R [l-l/R]=exPI ---~
[~n(l/v)]-lP
G (1, {v})P
G (l,{v})P
(IV.82)
onde o til timo passo é válido perto de T = O (lembramos que nessa
região [.R.n(l/v )J-l diverge). Como toda a dependência em R estáp
na exponencial, podemos identificar o comprimento de
associado a G (R,{v}) como sendop .
l; ~ l/.R.n(l/v )p p
correlação
(IV. 83)
o que completa o quadro de informações oriundos da teoria de gru-
pos de renormalização na região crítica em torno de {v} = {I}.
59
IV.5 - Casos Particulares
Vamos estudar o fluxo do grupo de renormalização no es
paço dos parâmetros dos modelos Z(N) com Hamiltoniana dada por
(IV.3), para valores particulares de N em termos dos pesos estatís
ticos Xe e das variáveis vr (-l~vr~ +1) definidos por (11.19) e
(IV.26) respectivamente.
IV.5.l - Z(~)
o cas'O N = 2 já foi objeto de estudo5 inclusive com
po magnético. Vamos incluí-Ia aqui apenas por completeza.
cam
o espaço de parâmetros ê unidimensional com peso esta-
tístico-2K
xl = e I (IV. 84)
e o modelo mais geral é o Potts escalar Z(2) (modelo de Ising). A
variável VI é dada por
(IV. 85)
e existe urna regiao ferromagnética (O < xl< I ou VI > O) e urna an
tiferromagnética (Xl> I ou VI < O). As relações de recorrência são
bVi =v1 1 (IV.86a)
(IV.86b)
ondecl + KI
<Pb=e 1 / (IV. 87)
e existe um ponto fixo ferromagnético vi = +1 (T = O, J1 > O) , um
antiferromagnético (para b ímpar) vi = -1 (T = O, Jl < O) e um para
magnético vi = O (T= ()()ou, equi valentemente, J1 = O). À medida que a.transformação é iterada, a Hamiltoniana descreve urna trajetória cu
60
Ja direç~o est~ mostrada na Figura IV.5.
• t>
y"=-l
•l=o
<l •y. = + 1
FIG. IV.5 - Diagrama de fluxo do Z(2) em ter
mos de vI = (l-xl) / (l+xl).A re
gião vI > O é ferromagnética e
vI < O antiferromagnética. Os pon
tos indicados são pontos fixos e
as setas indicam a direção do
;fluxo.
Note-se que para valores pares de b, se começarmos com
um ponto na região antiferromagnética (vI < O), tal ponto será ma
peado na região ferromagnética (vI> O) após a primeira iteração.
Isso ocorre porque, mesmo no caso não'ferromagnético, a interação
entre spins distando um número par de parâmetros da rede um do ou-
tro tem caráter ferromagnético.
A região próxima de vi = +1 foi estudada genericamente
na seçao anterior em termos de ~vl = 1 - vI onde obtivemos que o com
primento de correlação diverge como
l;=:: l/~vl2Kl
=:: e
com expoentes críticos tais que
2-a=y=v
T) = 1
(Iv.88)
(IV.89a)
(IV.89b)
resultados que já eram de nosso conhecimentoS. Perto de vi=-l (b
61
ímpar) vemos que ~b+w .e portanto o termo constante deveria, em
princípio, ser levado em conta na relação de recorrência para a
energia livre. Entretanto, se em (IV.8?) fizermos
C'-K'2K'e 1
1~ =
e
b b(C-Kl)2bKle
e
C'-K'
b1 xl-e =
b(C-Kl)x'e1
C'-K'1e
= b (C-Kl)e
teremos, usando (IV.86b),
C'-K'e 1b(C-K ) ~ 1
e 1
[<l-VI) / (l+vl)] b
. b b(l-vl) / (l+vl)
(IV. 90)
(IV.91)
perto de vi = -1. Então, analogamente ao que fizemos para Z (N) em
geral, escolhendo
(IV. 92)
vem que
na regiao linear. Note-se que a Hamiltoniana (IV.l) se escreve, com
essa escolha:
H=- 1::i (IV.94)
Como Jl < O, o estado fundamental é antiferromagnético
(corresponde a ni - ni+l = 1) e (IV.93) implica em fazer a energia
62
desse estado igual a zero. Dessa maneira n~o teremos que nos pre-
ocupar com o termo constante na energia livre. Ao que parece o
valor da energia do estado fundamental, mesmo para N > 2 (testamos
também para N = 4), se mantém nulo na região linear se o fizermos
nulo antes da transformação mediante uma escolha apropriada do
termo constante. Por isso esse termo não mais será analisado da-
qui para a frente.
Usando
teremos, perto de vi = -1,
!::.v'~b/1v1 1
(IV. 95)
(IV.96)
e portanto seguem-se, para esta regiio, os mesmos resultados obti
dos para a regiio linear próxima de vi=+l, os quais concordam oom- ~
a soluçao exata do Capltulo 11.
A redefiniçio da variável de escala da maneira acima
nio afeta as relações entre os expoentes críticos, que continua -
rio sendo dadas por (IV.89a) e (IV.89b). Em geral, se para um da-
do ponto fixo alguma coordenada, digamos v , é negativa (i.e.,qv =-1), definimos /1v =l+v e as relações (IV.62) e (IV.63) se-q q qrio obtidas para p = q. Por isso situações análogas não serio dis-
cutidas nos próximos exemplos.
Note-se que quando VI < O, G (R) se aIterna entre valo
res positivos (R par) e negativos (R ímpar), o que é natural numa
região antiferromagnética.
IV.5.2 - Z(3)
Para N = 3 o modelo mais geral é ainda um Potts escalar
com espaço de parâmetros unidimensional e peso estatístico
63
(IV. 97)
A variável vI é dada por
e existe uma regi~o ferromagnêtica (O < xl < 1 ou vI> O) e uma anti
ferromagnética (xl> 1·ou vI < O). As relaçoes de recorrência são
com
exp (C' +K').. 1expQ:>(C+K)]
(IV.99)
(IV.IOO)
A Figura IV.6 mostra o espaço de parâmetros (em termos
de vI) cuja região física se situa entre -1/2 e +1, implicando na
não existência de ponto fixo antiferromagnético. Isso acontece
porque no Z (3), mesmo a T = O, as interações 'entre segundos, ter -
ceiros vizinhos, etc, não têm, necessariamente, caráter antiferro
magnético. Para ver isso basta fixar um spin e olhar para o segun
do, terceiro vizinho, etc; estes podem estar apontando no mesmo
sentido que o spin fixado. Portanto uma transformação com b = 2
b = 3, etc, não levaria a um sistema com interações de caráter to-
talmente antiferromagnético como o original, e assim T = O não
ponto fixo da transformação.
~e
'V = -1/2I+1I1111111111~ ~
-1 -1/2
V~ =+ I•+1
64
FIG. IV.6 - Diagrama de fluxo do Z(3). A re
gião fisica está entre -1/2 e +1. -
e os pontos fixos são vi:= tI(T=O) e vi=O (T=oo). Não há
ponto fixo antiferroma~nético,
A reg±~o pr~x:lma de v! = +1 J~ foI estudada (ver
geral) e fornece,
caso
(IV.IOl)
para o comprimento de correlação; os expoentes críticos se rela -
cionam como no Z(2), equações (IV.89a) e (IV.89b), resultados que
concordam com a solução exata.
IV.5.3 - Z (4)
Neste caso temos um espaço de parâmetros bidimensional
com pesos
-K -2K
xl = e 1 2-2K
x2 = e 1
e variáveis vI e v2 dadas por
(IV .10 2a)
(IV.l02b)
(IV.l03a)
(IV.l03b)
6S
As relações de recorrência sao
bv' = v1 1
bv' = v2 2
(IV.I04a)
(IV.I04b)
b b(1+2v1+v2)
(1 + 2v 1 + v 2) b
(IV.104c)
onde
exp [C' + Ki + KzJ
exp[b(C + Kl + KZ)]
. (IV.IO~)
Da solução exata vemos que as funções de correlação as
sociadas a <sos; > e «SoS;)2 > são, respectivamente,
(IV.I06a)
e
e, de (IV.I02), os caminhos termodinâmicos são dados por
x2 = xi
onde
(IV.I06b)
(IV.I07a)
p =2
1 - 2J 2/ JI(IV. 1 08b)
Na figura IV.7 mostramos a região física do Z(4) no
plano (vl,v2), bem como indicamos os pontos fixos da transformação
para b ímpar (ver Tab. IV.I). Com exceção da origem (0,0) onde
T = 00 esses pontos fixos representam T = O. Algumas linhas de fluxo
no caso b = 3 estão também indicadas na figura.
Os eixos coordenados da figura IV.7 separam as regloes
ferro e antiferromagnéticas que definimos através dos sinais dos
v's: se um ponto possuir ambas as coordenadas positivas, nesse po~
to o sistema e ferromagnetico; se pelo menos uma das coordenadas
66
FIG. IV.7 - Diagramade fluxo do Z(4) no plano (vl,v2).
O triângulodelimita a região física onde e~
tão indicadasas regiões ferro (F) e antifer
romagnéticas (A) separadaspelos eixos. Algu
mas linhas de fluxo para b=3 e os pontos fi
xos (@) estão indicados.Na origem T=ooe nos
pontos fixos restantesT = O.
for .negativa ocorre antiferromagnetismo. Esse critério nos parece
adequado uma vez que v < O significa que G (R) = (v )R se aI terna,r r r
entre valores positivos (R par) e negativos (R ímpar) indicando I
que vizinhos ímpares tendem a se orientar de maneira não ferromag
n~tica. Por exemplo, lembrando que G ~ (S SR)r , se Gl(R» O par o -
ra todo R e G2(R) oscila com R (portanto vI> O e v2< O), então
dois vizinhos próximos (R ímpar) se orientarão de maneira a desfa
vorecer, em média, a formação de um ângulo de 1800 entre eles (po~
que SosI < O se So e SI formam um ângulo de 1800 entre si). Assim,
em m~dia, spins vizinhos oscilam apenas num hemisf~rio. A esta e
outras situações análogas damos o nome de antiferromagnetismo uma
vez que diferem do caso ferromagnêtico (v > O, r = 1,2) onde ambasras funções de correlação são positivas de maneira que vizinhospri
67
xinos tendema se alinhar na mesmadireção (ângulo de 00 entre si). Esse cri té
rio para separar as regiões ferro e antiferromagnéticas se adapta aos rrode10s
Z(2) e Z(3) (Le., para esses rrode10sG(R»O para todo R na região ferromagné-
tica e oscilante can R na região antiferrornagnética) onde ferro e antiferroma5,i
netisno são bemdistinguidos urra vez que existe apenas urnaconstante de acop1a
nento. Por outro lado poderrosverificar se o critério é adequadotambém nos
pontos onde T=Oo Nesses pontos não é necessário considerar o fator de entropia
e assim. considerações energéticas (emtenros dos pesos estatísticos) são sufi
cientes para determinar a configuração do sistema o Noterrosinicialmente que pa
ra spins vizinhos que se orientam fonnando umângulo igual a 2mn,14(m=O,1,2) o
peso estatístico associado é xmoDessa maneira Xl (X2)é o peso quando spins
vizinhos fonnamumângulo igual a 1T/2 (1T) entre si (o peso estatístico X .foio
nonna1izado a 1 - Ver e:;IUaçãoII 019)o Então, por exerrp10no ponto fixo
(Vi,vi) = (1,1) o peso Xo= 1 predomina sobre os outros ('1. = ~ = O conforma
Tab. IV.V e spins vizinhos apontamna mesmadireção (ângulo igual a zero) o Daí
o sistema ser ferranagnético nesse ponto, o que está de acordo cemnosso crité,
rio que prevê ferromagnetisrro para todo o 19 quadrante da figura IV. 7o Nopon_
to (vi,vi) = (-1,1), ~ = CIO predanina e o sistema aCk}uireurnaconfiguração do
tipo antiferromagnética comspins vizinhos formandoumângulo de 1800 entre
si, ajustando-se tàrrbémao critério escolhido. Assim, uma umIX'derros testar
todos os pontos de T = O e vererros que não há desacordo nenhumcomnossa por_
posta de classificação de ferro e antiferrana.gnetisno para o node10.
TABEIA IV.1
Pontos fixos do Z(4) para ~ores.irrpar~ de b.
* * **(v1,v2) (x1,x2)
(O, O)
(1,1)
(1,1)
(0,0)
(-1,1)(O ,00) , (1 ,(0) ou (00,(0) p/ x2/xl -+ 00
(O ,-1)
(00,0), (00,1) ou (00,00) p/ xl/x2-+00
(0,1)
(0/1)
68
Uma vez que para R par as f;unç8es de correlação Gr (R)=
= (v )R, r=1,2 s-ão sempre positivas, os vizinhos pares terão semrpre a tendência de se orientarem de maneira ferromagnética. Por
esse motivo transformaç8es com valores pares de b sempre mapeiam
pontos das regi8es antiferromagneticas em pontos na região ferro-
magnética, como se pode ver das relaç8es de recorrªncia.
A vizinhança linear do ponto fixo ferromagnético* *
(vI i v2) = (1,1), já foi estudada e fornece para os comprimentos I
de correlação:
-2K -K -2K~ 1/ (e 1 + e 1 2)
e
~2 ~ 1/llv2
RI + 2K2 '~ e
onde Vp = 1- vp' p = 1,2 (K1,K1 + 2K2 -+- +00).
Quanto aos expoentes críticos teremos:
2-(1 =y =vP P P
Tl = 1P
(IV .10 8a)
(IV.108b)
(IV.108c)
(IV.108d)
* *Perto de (VI' v2) = (-1, +1) (onde -K1 -+- 00, x2/x1 -+- 00),mu
dando a definição de llv1 para
(IV.109)
- como fizemos no Z(~), obtemos
e
~ x _ 12KlI2-e
69
(IV.lIDa)
(IV.110b)
* *
Nos pontos fixos restantes o::::'evI = O e v2 = ±1 devemos
notar que (ver tabela IV.l):
* *. * *1) (vI' v2) = (O, +1) <=> (xl' x2) = (O, +1). Neste caso Jl = O, J2 > O
e portanto vI = O enquanto a temperat~a* *
(levando o sistema para (vI' v2) = (O,:)
varia desde O até + 00
* *ou seja, (xl,~)=(l,l»;
2)* *
(xl' x2) = (00,0),(=,1) ou (00,00),estedes-
de que x2/xl+0. Aqui a vari~vel VI n~~ est~ vinculada ao va-*
lor crítico VI =0 à medida que T vai ~ara infinito. Entretan
to haver~ sempre a tendência de "puxa=w o sistema para o eixo
vI = O urna ve z que vi = v~ (e IvII .< 1) •
Neste ultimo caso não achamos ~onveniente classificar
o campo VI corno irrelevante j~ que ele s= pode assumir valores
diferentes de zero se v2 também se a=~5tar do seu valor críti-
co. Entretanto, irrelevante ou não, o fê~~ de ir a zero rapidamen
te nos permite usar o argumento delineac= após (111.26) resultan-
do:
CASO 1 - J1 = O, J2 > O, /).v2 = =--v2
Ç;2~1//).v2
= (1+2xl+x2) / (4xl,
(IV.lll)
70
CASO 2 - J1+ 2J 2 < O ,
= (1-+-2xl-+-x2)) (2 -+-2x2)
1Kl+2K21~ x = e1 nV.112)
Quanto aos expoentes criticos, as relaçoes (IV.108c) e
(IV.108d) sao ainda válidas mas apenas para p = 2 uma vez que sornen
te a variável v2 é relevante.
Se agora escrevermos as variáveis Z(4) em termos de va
." . dI' 7 .rlavelS e slng, l.e.,:
(IV.113)
a Hamiltoniana do modelo Z(4) pode ser escrita corno
(IV.114)
e quando J1 = O a transformação O"T + O" I fornece
(IV.115)
mostrando que o sistema se comporta corno um modelo de Ising na
variável di = S2. Portanto devemos esperar um comportamento críti-
co tipo Ising perto dos pontos onde que
pode ser confirmado através de (IV.lll).
Quando J2=O vemos que, de (IV.114) , ternos dois mode
los de Ising não interagentes com constante de acoplamento igual
a Jl/2. O caminho termodinamico correspondente será definido por
71
p = 2, ou seja,
(IV .116)
o que implica em
(IV .117)
Note-se que se começarmos com um ponto sobre essa curva a trajetõ
ria (descontínua) descrita pela Hamiltoniana quando iteramos as
transformações de dedecoraç~o andará sobre tal curva, como é natu
ral uma vez que as transformações são exatas e n~o levam o Z(2)
Kla outros modelos. Também E;1~E;2~e. (de (IV.I08a) e (IV.I08b»
para J2 = O, como se espera para um modelo de Ising com constante
de acoplamento Jl/2.
Quando J2 + 00 (Xl = O), devemos ter
(IV.118)
pois seria preciso·uma quantidade infinita de energia para violar
tal condição. Nesse caso a Hamiltoniana (IV.114) pode ser escrita
H (J + 00) - -J1: 0i 0i+l2 - 1i
- -J
1: Ti Ti+l- 1 i
que é equivalente a um modelo de Ising. O caminho
(IV.119a)
(IV.119b)
termodinãmico
* * * *correspondente sai de (vI' v2) = (1,1) ou (vI' v2) = (-1,+1) e anda
sobre a reta v2 = 1 enquanto J2/T + 00. Quando J2/T + O o sistema* *imediatamente jogado em (VI' v2) = (0,0).
No caso Xl =x2 (modelo Potts), teremos
-e
vI = v2 = (1-xlJ(1+3x) (IV.120)
-2Konde x = e 1
-4K2 N 1 . -. - b= e • atura mente a traJetor~a estara so re o
caminho termodin~mico do Potts se o ponto inicial estiver
72
sobre
ele, como se pode ver das relaçbes de recorrência. Neste caso te-
remos
2Kl~1 ~ ~2 ~ e (IV .121)
Queremos tambªrn salientar que, como ocorreu no Z(3),
existem pontos de temperatura zero (( xl' x2) = (1, O) e xl = x2 = 00
i.e., (vl,v2) = (1/3, -1/3) e (v1,v2) = (-1/3, -1/3), respectivame~
te), que n~o s~o pontos fixos de transformaç~o. Podemos
isso elaborando um pouco mais o argumento apresentado
entender
no Z (3)
lembrando qUê X !!!! 1 ê qUê êm T!!!! O não ê prêciso se preocupar como
o fator de entropia, se olharmos por exemplo para (xl,x2) = (1,0)
veremos que nesse ponto as únicas configurações proibidas-
sao
vizinhos
aquelas em que vizinhos mais próximos estão orientados antiparale
lamente (pois x2=0) o que nao impede, entretanto, que
mais distantes, e.g. segundos, terceiros vizinhos, etc., se orien
tem dessa maneira. Assim um traço parcial que remova as variáveis
situadas entre tais spins (o que equivale a efetuar uma transfor-
mação de dedecoração com um valor apropriado de b) levará a um es
tado com x2 > O uma vez que o acoplamento efetivo entre as variá
veis remanescentes favorece tal· configuração, tirando o sistema
do ponto onde x2=0. O mesmo argumento se aplica, com algumas mu-
danças ,a xl = x2 = 00 bem como a outras situações semelhantes
encontraremos mais adiante.
que
Finalmente queremos chamar a atenção para o seguinte
fato: existem caminhos termodinãmicos que, a TfO, cruzam a fron-
teira entre duas regiões, cada urna exibindo um tipo de comporta -
- - ( t)2mento para a funçao de correlaçao G2 (R) = lim N -+ 00 < SoSR > • Por
exemplo, para p >2 (ver equação (IV.I07», variando a temperatura* * * *
desde T = O (xl = x2 = O) até T = ro (xl = x2 = 1), os caminhos termodi-
n~micos cruzam a reta 1 - 2xl + x2 = O para algum valor fini toda
temperatura (ver figura IV.8). Portanto a funç~o de
73
correlaç~o
G2(R) passa de G2(R) = qv2pR para G2(R) = (-1)Rqv21)R (o que lem
bra o modelo XY bidimensional onde também não há quebra espontâ -
nea de simetria mas existe uma transiç~o de fase devido a compor-
tamentos diferentes da funç~o de correlaç~o a baixas e altas tem-
peraturas) •
+1
FIG. IV.8 - Caminhos termodinamicos (CT) do
Z (4) para p > 2 cruzando a reta
1 - 2xl + x2 = O (onde G2 (R) = O) •
Entretanto, uma vez que o comprimento de correlaçãoper
manece finito (na verdade Ç2=O) no ponto de fronteira, não exis
te correlação de longo alcance e portanto não há possibilidade de
transição de fase no sentido usual (com invariança por transforma
ções de escala, singularidades, expoentes críticos, etc.).
IV.5.4 - Z(5)
o espaço de parametros é bidimensional, corno no Z(4) ,
com pesos
[ 4n 2n ]x =exp -K (cos --1) - K (cos --1)
2 1 5 2 5
(IV.122a)
(IV.122b)
74
e variáveis VI e v2 dadas por
v =1
2TI 4TI
I + 2x1 cos 5 + 2x2 cos "5
1 + 2xI + 2x2
(IV.123a)
v =2
4TI
I + 2x1 cos 5" + 2x2
I + 2x1 + 2x2
cos2TI""5
(IV.123b)
As funções de correlaç~o se escrevem
GIO<,)= (vI)R
(IV.124a)
e G2 (R) = (v2)R
. (IV.124b)
Podemos obter a região fisica no espaço dos VIS (ver
figura IV.9) impondo Xl ,x2 ~ O.Os caminhos termodinâmicos 0-
bedecem a uma expressão do tipo x2 = xi (comparar com (IV.IO?)) on
de
(cos ~TI- I) +J2 (cos 2STI_ I)(IV.12S)
JI
p=
(cos 2STI- I) +J2 (cos 4; _ I)JI
e as regiOes ferro e antiferromagnéticas do Z(S) têm o mesmo aspec-
to das regi5es an~logas do Z(4). A diferença essencial, na verda-
de, entre esses dois casos, -reside no fato de que aqui, como no
Z(3), existem apenas dois pontos fixos qualquer que seja o valor* * * *
de b: (vI' v2) = (I,I) onde T = O e (vI' v2) = (O,O) onde T = 00 •
Não existem pontos fixos antiferromagnéticos com sime-
tria Z(5) pelas mesmas razões j~ discutidas anteriormente (ver por
exemplo o caso N = 3). Por outro lado o Z (S) não pode ser subdivi-
dido, ou seja, não existem pontos no espaço de parâmetros que cor
75
-1
FIG. IV.9 - Diagrama de fluxo do Z(5). Existem
apenas dois pontos fixos (pontos* * * *cheios): (vl,v2) = (1,1) e (vl,72)==(0,0). As linha de fluxo corres
pondem a b = 2 e as regiões ferro e
antiferromagnéticas estão separa
das pelos eixos. Náo hã ponto.fixo
antiferromagnético.
respondem a sistemas com simetria Z (N), N < 5 (subsimetrias), o
que 2xplica o fato de não existirem outros pontos fixos (ferro e
antiferromagnéticos) associados a essas subsimetrias.* * * *
Perto de (vl,v2)= (1,1), Le., (xl,x2) = (0,0)
(ver caso geral):
1
e
ternos
(IV.125a)
1
76
(IV.125b)
com expoentes críticos obedecendo às relações (IV.62) e (IV.63)
para p = 1,2.
IV.5.5 - Z(6)
Neste caso ( e no Z(7) a seguir) vamos apenas identifi
car os pontos fixos existentes fazendo a devida associação com as
subsimetrias eventualmente englobadas pelo modelo. Cálculos no
sentido de determinar as divergências apresentadas pelos compri
mentos de correlação perto de um dado ponto fixo podem ser facil-
menteefetuados nos mesmos moldes dos casos anteriores; os expoen
tes críticos sempre obedecerão às relações (IV.62) e (IV.63) onde
p é o índice da variável relevante correspondente.
Para N = 6 o espaço de parâmetros é tridimensional com
pesos
Xl = expt [Kl/2 + JK2/2 + 2KJ ] }
x2 = expf ~~l + K2 J}
xJ = eXP{-2h+ KJ]}
e as variáveis v , p = 1,2 e 3 dadas porp
(IV.127a)
(IV.127b)
(IV.127c)
v =1
v =2
1 + xl - x2 - x3
1 + 2xl + 2x2 + x3
1- xl - x2 + x3
1 + 2xl + 2x2 + x3
(IV.128a)
(IV.128b)
v =3.1- 2xl -+- 2X2 - x3
1 + 2xl -+- 2x2 + x3
77
(IV.128c)
que se transformam como
As funções de correlação se escrevem
(IV.129)
e invertendo as relações (IV.128) podemos obter x (v):p
x =1
x =2
x =3
1 + vI - v2 - v3
1+2Vl+2V2+v3
l-Vl-V2+v3
1+2vl+fv2+v3
1 - 2v1 + 2v2 - v3
1+2vl+2v2+v3
(IV.13la)
(IV.13lb)
(IV.13lc)
Como sempre, impondo x > O encontramos a região físicap-
no espaço (vl,v2,v3) mostrada na Figura IV.lO onde nao .aparecem
os pontos fixos e linhas de fluxo para não sobrecarregar a figu -
ra.
Os pontos fixos, naturalmente, são os vértices e cen-
tros das faces do cub~ devendo ser considerados apenas aqueles
situados na região física. Tais pontos fixos estão relacionados
na tabela IV.2 juntamente com os pesos estatísticos corresponden~
tes; como anteriormente, a origem corresponde a T = co (inteiramen
te atrativo, como se po~e ver das relações de recorrência) e os
,\,,
""",
" ,,...•.• --...•.. ,' •.... ~
." "
/' "."../ ---,-~------- .".
FIG. IV.IO - Região fisica do Z(6) no espaço
(vl,v2,v3): os pontos interiores ao tetraedro, bem como os
de sua superficie. Os pontos fi
xos (não indicados na figura
são os vértices'e centros das
faces do cubo, o qual está cen
trado na origem das coordenadas.
78
79
TABELA IV.2
Pord:c~ fi~o~ no caso N~ b (vêr figura IV.10). O ponto* -r *(v1,·J::,v3) = (0,0,0) corresponde a T=oo e os restantesa T= O. Naturalmente rontos com coordenadas negativas
132 fixos ~<~ 2nas para valores ímpares de b.
*** ***
\Vl'V2'VJ~(Xl'X2'XJ~
(0,0,0)
(1,1,1)\
(1,1,1)
(0,0,0)
(0,1,0)
(0,0,1)
(0,0,1)
(0,1,0)
(O f
,-I) (1) x =x =00x3/x2 -+ 003 1 '
(-1,+1,-1) (2)x3/x1-+00, x3/x2 -+ 00
---
Poderemos entender melhor o significado dos pontos fi
xos da Tabela IV.2 se colocarmos? em cada ponto da rede urna vari~
vel Z(2) (cr = ±l) e urna variável Z(3) (~= ei27Tn/3 , n = 0,1,2). A
variável Z(6) pode então ser escrita em termos das variáveis Z(2)
e Z(3) conforme Tabela IV.3 abaixo.
(2) Aqui
80
TABELA IV.3
Variável Z(4) expressa em termos de variáveis
Z(2) e Z(3)
S 1 i:rr/3i27T/3i7Ti47T/3iS7T/3eeee e
c~
+1 i47T/3+ei27T/3-1
+ei47T/3i27T/3-e-e
l I
vê-se.então que:
S. = a. ~.]. ]. ].
o que permite escrever a Hamil toniana para N = 6 como
(IV.132)
H'= -J /21
- J /22
Vamos considerar os seguintes casos limites:
(IV.133)
a) J1 = J3 = O (Xl = x2' .x3 = 1); a Hamil toniana acima torna-se ana-
Ioga a um Potts Z(3) com variáveis v dadas porp
VI =v3=0
v2 = (2-2x)/ (2+4x)
(IV.134a)
(IV.134b)
L./-p.....~ -3K /2
onde\ e 2 (= Xl = x2). Existe um ponto fixo ferromagnético ,* * *
(vl,v2,v3) = (0,1,0) correspondente
xo antiferromagnético, como era de
a J > O, T = O; não há ponto fi2
se esperar.
81
b) J 1 = J2 = O (xl = x3 ' x2 = 1) i a Hamil toniana (IV .132) torna-se anã
Ioga a um il.Gdel0 de Ising com vari~veis v dadas porp
v =v =01 2
V 3 = (3- 3x) I (3+ 3x)
(IV.135a)
(IV.135b)
-[1\
de x = e 3 (=x1 = x2). Existe um ponto fixo ferromagnético1C *
2' v3) = (0,0,1)* *
v2 ' v3) = (0,0 ,-I)
onde J 3 > O, T = O
para J3 < O, T = O.
*(vI'*
e um antiferroma~nético, (VI '
c) J3 + 00 (xl = x3 = O); neste caso as variáveis Z(2) ficam congela
das (o-. 0-. +1 = +1) urna vez que seria necessário uma energia infini11-ta para virar um dado spin a .•1 Assim a Hamiltoniana (rV.132) se es
creve de maneir2 dn~loga a um Potts Z(3), ou seja:
As variáveis v ficamp
VI = v2 = (l-x)/(1+3x)
v -13-
(IV .136)
(IV.137a)
(IV.137b)
- ~ (K.+K2)onde x = e J.. (=x2). O ponto fixo ferromagnético (J1+J 2 > O,.* * * .T= O) tem coordenadas (vl,v2,v3) = (l,l,l) e não há ponto fixo anti
ferromagnético.
d) J2+oo (xl =X2=0)i agora as variáveis Z(3) é que se congelam
(l1i ~1+1 = +1) e ficamos com um modelo de Ising com Hamiltoniana
(IV .138)
82
e variáveis v dadas· porp
vI = v3 = (l-x)/ (1+x)
v = 12
(IV.139a)
(IV.139b)
-2 (Kl+K3)com x = e C=x3). Existe um ponto fixo ferromagnético com
.* * * .-coordenadas (vl,v2,v3) = (1,1,1) e um antiferromagnetico com coorde* * *nadas (vl,v2,v3) = (-1,+1,-1).
Naturalmente os pontos fixos não estão associados unica
mente aos modelos com subsimetrias; na verdade eles correspondem a
uma ampla gama de valores das constantes de acoplamento (entre os
quais se incluem os casos particulares acima) que descrevem o com-
portamento crítico do modelo mais geral com simetria global Z(6).
IV.5.6 - Z (7)-o espaço de parametros é tridimensional, como no Z(6) ,
com pesos
(IV.140)
p=1,2,3
e variáveis vI' v2 e v3 dadas por
vI -
2~ 4~ 6~1 + 2xl cos 7 + 2x2 COS T+ 2x3 COS 7
1 + 2xl + 2x2 + 2x3
(IV.14la)
v =21 + 2xl cos
4~ 6~ 2~7+ 2x2 COS T+ 2x3 COS T1 + 2xl + 2x2 + 2x3
(IV.14lb)
1 + 2x cos §~ + 2x cos ,?'IT + 2x cos _4'IT., 1 7 J2· 7 3 7v = ---------- ..- -------------
3 1 + 2x1 + 2x2 + 2x3
83
(IV.141c)
P. figura IV.l1 mostra a região física no espaço (v1,v2,v3).
o que quc~emos salientar é que a.qui exisLem apenas dois pontos* * *
fixos (como em N = 3 e N= 5): um ferromagnético, (v1,v2,v3)= (1,1,1)* * *onde T = O e um paramagnético, (VI ,v2' v3) = (O,O,O) onde T = 00 cor
* * * * * *re~'~ondendo, respectivamente, a (x1,x2,x3) = (0,0,0) e (x1,x2,x3)=
=(1,1,1). A não existência de outros pontos fixos pode ser enten
dida através dos mesmos argumentos dados anteriorrrlente (ver Z(3)
e Z(5».
" ,I "I "I "I I. "-
/ . I "-'''"----------- ...• "-/ I 'I '7 ,I '1-.. . __ // ,.I', __//I I /
' , I I /I , I
I , I / / _/ 'J--I---r/ ,/ I // I / / ~// (/ / .,.,./ / / -
/ /, 1// ,./,.// /, I __/ / , 1 / _....
/ 'l. / ....-/ .~I' -".,.,./( .,.,.-/ "" .,.,.i'
FIG. IV.l1 - Região física do Z(7) no espaço (v1,v2,v3):pontos do interior e da superfície do tetraeÓ-o, Note-se que o ,lado inferior. desse tetraedro (que não pode ser visto) está conti
do no plãno 1+2Vl+2v2+2V3=O'definido pelosseg:rrentosda reta traçados na superfície docubo. Dessa maneira o tetraedro "toca" dita* * *superfície apenas no ponto (v1,v2,v3)=(1,1,1)
84
IV. 5 •7 - Pontos fixos para N > 7
Dos casos estudados podemos fazer algumas previsões a
respeito da existencia de pontos fixos para um dado N. Por exem-
pIo:
(1) o ponto fixo ferromagnetico {v} = {I} e o paramagnetico {v}={O}
existem sempre;
~2) valores primos de N possuem apenas os dois pontos fixos acima
(exceçâo feita a N=2 que, por ser par, admite ainda um ponto
fixo antiferromagnético associado a xN/2 = xl = 00 );
(3) existe sempre um ponto fixo (ou mais) associado a cada uma
das subsimetrias englobadas pelo modelo mais geral (para veri
ficar quais sao essas subsimetrias basta decompor N em
fatores primos);
seus
(4) modelos N-Potts escalares (N)2) nao possuem pontos fixos ant~
ferromagnéticos. Para N ímpar existem apenas os pontos fi-
xbs mencionados em (1) ie assim por diante.
IV.6 - Campos de escala nao lineares
Até agora estudamos a renormalizaçâo de parâmetros que
diferem pouco do seu valor no ponto fixo, o que trouxe como conse
quência previsões de escala que sâo válidas apenas na regiâo li-
near próxima daquele ponto. Nesta seção vamos fazer algumas dis-
cussões a respeito da introdução de termos nâo lineares nos cam
pos de escala o que irá aumentar a regiâo de validade de tais pre
visões.
Vamos definir as variáveis
v.=l-v.J J
(IV.142)j=1,2 •• ·• N
85
em ~c~mos das quais as relaç6es de recorr~ncia t~m a seguinte ex
~ansão em série de Taylor
-2
_, _ . v.v j = bv. - b ( -I) -.lJ 2 ~
-3v.+ b (b-l) (b-2) -1
3 ~+ ....
,JDae
= ov. +J
'fi
L
n=2
1n~
-na. v.Jn J
(IV. 143)
a =jn
~:(b-n) ~
(IV.144)
Perto do ponto fixo ferromagnético {v}= {I} o termoÀ.
mais importante é o linear, cujo coeficiente é da forma b J (com
À. = 1), resul tado que já era de nosso conhecimento (também esperaJ -
do da propriedade de semi-grupo da teoria de grupos de renormali
zação). O que queremos é encontrar campos não lineares, que cha
maremos g. (y.), os quais se reduzem a v. perto do ponto fixo e1 J 1que sob a ação do operador de grupo de renormalização se trans-
formam como
lR(g.)1 - (g~)1À.
= (b 19i) (IV .145)
com À. =1. Isso implica em que todas as previsoes de escala es1critas em termos dos campos lineares v., podem ser escritas em1
termos dos g's fazendo a substituição v. 7g., com o que passam a1 1ser válidas para todos os valores dos campos g. e nao apenas nas1
proximidades do ponto fixo onde g. =0. Dada a simplicidade das1
relações de recorrência que, além de desacopladas estão escritas
em forma fechada, não é preciso ir muito longe para encontrar os
~ - bg's; tomando o logarltmo dessas relaçoes (lembrar que v~ = (v.) )1 1vem que
(IV.146)
86
e poderían,Qsconclui;resta seção neste ponto. Entretanto, J a que
es~-~os de posse dos campos não lineares escritos em forma fecha
a, o que não é comum, podemos testar os métodos de aproximação
conhecidos e que agem no sentido de determinar uma express~o em
série de potências para esses campos, expansão essa cUJa conver-
... - 5gencia nao pode, em geral, ser provada
o problema de corrigir as previsões de escala assintó
f . d 14 ~ . -_cas, 01 trata o por Wegner atraves da 1ntroduçao de termos
.lãolineares no~ campos de escala, termos esses que podem ser
obtidos se forem conhecidas as relações de recorrência (dadas em
forma diferencial) para os campos lineares. O método apresentado
por Wegner, no entanto, envolve derivadas, em relação a b, dos
coeficientes dos termos da expansão dessas relações, e uma vez
que os grupos de renormalização que vimos discutindo são defini-
dos apenas para valores discretos de b, não podemos utilizar es-
se procedimento. Em vez disso vamos recorrer a um método desen
volvido por Nelson e Fisher5, seguindo a linha geral de Wegner,
e adaptado para tratar grupos de renormalização discretos.
o método supõe conhecidas as relações de recorrência
diagonalizadas até primeira ordem, i.e.,
À.
h~=b Jh. +J J
00
L:
n=2
1n~ L:
I(n)(IV .14 7)
onde o multi-índice I(n) representa ili2 ...in e
hI (n) = hil hi2h.l n
(IV .14 8)
Supõe-se também que g. (h.) pode ser escrito da seguinJ. l -te maneira
00
9 . (h.) = h . + L:
J l J n=2
1n~ L:
I(n)(IV.149)
87
o que é bastante plausível uma vez que g. deve se reduzir a h.J' J
p~ ~~imeira ordem. Os coeficientes cJI(n) nio devem depender de
b, uma vez que g. (h.) independe desse fator. Formando o produtoJ J.
onde
(IV. 150)
+ •.• + À.J.n
(IV.15l)
podemos construir a combinaçio linear
12"
r c h'I (2) j I (2)! (2)
_ 1- 2"
r1(2)
que adicionada a (IV.147) fornece
(IV.152)
hj + ~ ;rf2) cjI(2) hjI(2)
=
À ~
[ -Âj ÀI(2)-À. ] J= b j hj+ ~ I f2) b 'ajI(2)+b J cjI(2) hI(2)
00
+L 1
L(3)
hI (n)(IV.153)n~ ajI (n)
n=3I(n)
onde a~i~3) vem da adiçio dos termos de terceira ordem
(IV.152) aos termos correspondentes em (IV.147).
Portanto, a quantidade
em
g~2) (h.) =h. + 12J J. J(IV.154)
satisfaz (IV.145) até segunda ordem se
88
(IV.155)
(3)
gj (hi)
Dessa maneira podemos gerar uma sequéncia g~2) (h,)J 1.
onde
,
. ·1·(n+1) _ (n) (h ) + r9j (hi) - gj i (n+l)~. I(n+1) CjI (n+l)hI (n+l)
(IV.156)
satisfaz (IV.145) até (n+l) ésima ordem desde que
c. = (n+l) (.À1ÀJI (n+l) ~jI (n+l) / b -·b I (n+l_)](IV .15 7)
Note-se que se em algum estigio ÀI(n)=Àj, o lado di
reito da expressão para cjI(n) pode divergir. Não pretendemos nos
aprofundar nesse aspect~ do problema, mas queremos mencionar que
justamente nesse caso Wegner precisou introduzir correções loga-
rítmicas.
IV.6.l - Determinação dos campos não linearespara Z (N)
Evidentemente, o método apresentado acima é bastante
·geral para incluir casos em que as relações de recorrência estão
acopladas, como geralmente acontece; daí a necessidade de intro-
duzir o multi-índice I (n)para levar em conta termos do tipo h.h.,1. J
i~j (e de ordem mais alta) em (IV.147) e (IV.149). No nosso
caso as relações de recorrência não possuem termos desse tipo ,de ver que, como consequência ,
verdade, apenas de v. (ver porJ
cjI(2)' de (IV.155), é zero quando
(Jer equação (IV.142» e é ficil
... (n)-tambem os g. (v.) dependem, naJ 1.
exemplo g~2) em (IV.154) ondeJ
iFj).
89
Com isso osc~lculos ~icam bastante simples e fornecem
- - Ig.(v.)=v.+ -J J J 2
+ .•• (IV.158)
independente do fator de reescala espacial, como esperávamos.
Vemos que até a ordem calculada gj(v~) concorda com o
resultado exato (IV.146), o que comprova a eficiência do método
de Nelson e Fischer para a obtenção desses campos.
IV.7 - Conclusões e conjecturas
o que possibilitou analisar o modelo para N qualquer
foi, naturalmente, o fato de termos conseguido encontrar as vari~
veis vr= Àr/ÀN em termos das quais as transformações se expressam
de maneira trivial. Essa descoberta permitiu escrever as relações
de recorrência para b qualquer, o que por sua vez tornou possível
o estudo de pontos fixos antiferromagnéticos (nesse sentido b = 3
teria sido suficiente) e facilitou o trabalho de procura dos pon-
tos fixos do modelo (note-se que, em termos dos XiS as relações
de recorrência não deixam claro, à primeira vista, quais sao os
pontos fixos, mesmo para b = 2, como se pode ver de (IV.11) no ca
so N = 4); devido à simplicidade das relações de recórrência foi
também possível obter uma expressão exata para a energia livre do
modelo (Apêndice D). Além disso, com os ViS, notamos que os casos
b = 2 e b = 3 (em geral, par e ímpar) cobrem todas as situações pos
síveis, i'.e., nenhum ponto fixo diferente aparecerá para b > 3. Tam
bém, a propriedade de semi grupo (111.14) da teoria de grupos de
renormalização pode ser provada neste tipo particular de transfor
mação (dedecoração) para os modelos Z(N). De fato:
(IV.159)-
90
Portanto
;;; V (b ~b~ ' )
= lR~+~' (v)
de onde podemos identificar
(IV.160)
b~+~ '
(IV.lbla)
(IV.161b)
~onde b~ = b ,.
De caráter mais geral, de (II.44) e (IV.146) vemos que
gr a: l/i;:r (IV.162)
o que podia ser previsto de antemão usando (III.37) para os cam-
pos g's; corno existe urna relação entre ç: e os auto valores da ma-
'd f - . 12 -l'd 1 I d'trlz e trans erenCla va 1 a para urna amp a c asse e slstemas,
podemos obter os auto valores de T a partir dos campos não linea-
res. Urna vez que estes últimos podem ser obtidos de urna maneira
natural pelo grupo de renormalização, ternos aqui urna forma de cal
cular os auto valores da matriz de transferência através da teo-
ria de grupos de renormalização, método este que talvez possa vir
a ser estendido a outros rrodelos.Note-se que os comprirrentosde correlação sao
sempre candidatos a campos não lineares. Isso porque o processo de redução do
número de graus de ,liberdade seguido de urra.mudança de escala.faz com que o com
prirrento de correlação do sistema.mude por um fator igual a b.
Também, a possibilidade de inclusão dos ternos proporcionais..a
parte imaginária de J na Harniltoniana (11.6) e/ou a adição de campos rnagnétim
cos externos ao sistema.,p:>derãoser abordados no futuro, o que fecharia o pro-
blernaem urradimensão.
AP~NDICE A
DIAGONALIZAÇÃO DE UMA MATRIZ C1CT,ICA N x N
Consideremos a 3atriz cíclica abaixo:
91
xxlx2·.....xN-2~-:lo
~-i
xxl
·....."N-3~-2e~-2
~-lXo ~-4 .~-3X = I
-I
(A.l)
x2x3x4·.....x
xlo
J
xl
~x3·.....~-lx
o
.A equação de au~o valores
XVk = Àk
Vk •(k=I,2, ••• ,N) (A.2)
com
(A. 3)
escreve-se explicitamente =omo
.+ xovN-l,k + xlvN,k = \ vN-I,k
(A.4)
92
Usando o seguinte 11 ansatz"
(A. S)
com
(A. 6)
e em seguida dividindo a primeira equação por vI,k' a segunda por
v2,k e assim por diante, as N equações do sistema ficam idênticas.
Para ver isso basta enumerar as linhas e as colunas da matriz X
de zero a N-I. Então a n-ésima equação do sistema (A.4) será, apÕs
a divisão por vn+l,k :
N-II:
m=O
~-·(h-nl)· .vm+l k-------,- =
vn+l,k
(A.7)
Como, de (A.6) ,
CXk = exp (27fikjN);
teremos, usando (A.S)
k=I,2, •••N (A.8)
ou
N-I [ ]Àk = I: . x _ exp{ 27fik(m-n)/N}m=O m n
(A.9a)
(A-9b)
Esta soma, evidentemente, independe de n e assim toman
do n = O teremos para os auto valores {Àk} e auto vetores· {Vk} cor
respondentes:
Àk =N-I
I:m=O
x exp{27fikm/N}m
(A.IOa)
onde
93
rV1kV~k
(A. 1Gb)
v, = • IK
I.
vNk
vnk = exp{ 21TlnkJN } (A..11)
Então a matriz U que diagona1iza. X mediante a transfor
- -1 .. 1 -maçao U X U tera elementos - v k onde v k sao dados por
YN n nN t U .• · t'" ..• t -1 do e-se que e un1. ar1.a, l.sto e, U = U on e
adjunta de U pois utu fornece
t 1N
t(u u) =-l:(u )* u
pq N n=lpn nq
1
l:u*1
l:27Ti(q-p)n/N
u Ne
N npnq
= Ô
pq
(A.II) •
ut é a
(A.12 )
Evidentemente o mesmo resultado é obtido para Uut de
onde se segue
-1 tU = u
Para o modelo Potts escalar (11.8) onde
(A.IDa) fica:
e:IKB T _ I + N Ô k , NÀ = ek
k=1,2, ••• , N
(A.13)
(A.14a)
(A.14b)
(A. 15)
94
APENDICE B
CÁLCULO DE FUNÇOES DE CORRELAÇÃO DO TIPO «SL S~,)r>
Basta generalizar algumas das expressões obtidas no
cálculo para r = 1. Por exemplo, (11. 29) se generaliza para
< (8L Sr,) r > =! Tr{TN-R Mt TR M_ }
onde agora
M± = L InL> exp [±27TirnL/N]<nL InL
Naturalmente (11.33) será escrita como
(B.I)
(B.2)
±27Tir(N-l)/Nu-l L_ U+e ~
(B.3)
e (11. 35) ,por sua vez,ficará
+
1Na-:-.
NLexp{27Tir(n-l)/N} u*. u .
1Jn=l
n1 nJ
(B.4)
Agora precisamos apenas de bNN onde B é a matriz
ÀRO •••••• O1
B=A 10
ÀROI A (B.5)+ .2
. .O
R
••••••••• ÀN
sendo os elementos das matrizes A± dados por (B.4). Portanto,
NL
k=l(B.6)
)
95
o cálculo dos elementos de matriz a~k e akN é imedia-
to;
+ . 1~k = N
N
L exp{2nir(n-l)/N} u*N U k1 n nTI;
. ,-,2.n,ir(N N 2n i (k+r) nJ~- ê . L: e- N n=l
- -2nir/N Ô (B.7a)- e k,N-r
e
N
a - 1 L: exp{-2nir(n-l)/N} u~k unNkN N n=l
2nir/N N -2ni(k+r)n/N= e L: eN n=l
2nir/N o (Bo7b)= e k,N-r o
Portanto ficamos com
Gr (R) = (ÀN-r/ÀN)R
(Bo8)
onde usamos ÀN = À , r = 1,2, o o N, -r r
96
TRNASFO&~ÇÃO DE DEDECORAÇAO COM b INTEIRO QUALQUER
Neste caso queremos remover b-l spins situados entre
gl e ~2 (figura !v.4). A !unç~o de partiç:o condicional, neste ca
50, assume a forma
= Ex(l)x
... xn02,n03•••no(b-l) jnl-n02j·InO2-nO3 II~-no (b-l)I
=
Ex(2)x
... xn03,n04·••nO(b-I) Inl-n031 jn03-n041In2-nO(b-I)I
= x (b-l)
. (C.I)
Inl-n21
Portanto, seguindo a mesma linha de raciocínio dos ca-
sos ,anteriores, concluímos que também ~b({K},nl,n2) depende ape
nas da diferença Inl-n21 •
A generalização de (IV.34) é imediata
com
(C.2)
exp{C'+Ki + .••+K~ }N
exp{b (C + KI + ..• +K_) }N
(C.3)
e, de (C.2), vemos que possuímos um sistema com N+I equaçoes e
N + I incógnitas, como ,antes. Novamente, como ~b depende apenas da
diferença Inl-n21 = O,I, ..N, fazemos nl = O e variamos n2 desde O
97
ate N. Então (C.2) fica
(C.4)
Assim as relações de recorrencia em termos de XIS se
escrevem:
(c.5a)
e queremos tais relações em termos dos VIS. Para tanto vamos pro-
curar escrever a variável transformada VI, ou seja:r
_[N-l,..,..L
n=O ~ N-l
Xl exp(2rrinr/N)/ L. Xln n=O n
(C.6)
o numerador pode ser escrito como:
L xn exp{2rrin01r/N} L xln -n I exp{2rri(n02-n01)r/NL.n01 01 n02 01 02
L xI I expGrri(n -n ) -J. nO(b-2)-nO(b-l) L o (b-l) O(b-2)no (b-l)
~ xl'1l (b-ll-nl ex{21f+-'1l (b-ll J IN]
= (À )br· (c.7)
98
A soma no denominador é imediata (idêntica à do numera
dor mas sem a exponencial) e fornece O: xn)b = (ÀN)b • Portanto:
, r = 1,2 ••N . (C.8)
A transformação do termo constante representado por
ct>btambém não
Nl: (À )b
n=l n -
oferece dificuldades. Basta olhar para
N-l= l: l:
n lI].=O
••• I L
~
= N l:
lI]....
Ôl:m. ,O1.
= N l: x 'l: xIn:t In:t ~ I~ -lI]. I
(C.9)
Comparando com (C.l) (no caso nl = n2 = O) e consideran
do· que l: Àn =N (IV.31), podemos escrever, para ct>b:
n =1,2, •• ,N
(C.IO)
Esta expressão, ao lado. de (C.8), completa a busca das
relações de recorrência que estavamos procurando.
99
APt:NDICE D
ENERGIA LIVRE PARA Z(N)
Os cálculos são análogos àqueles que levaram à expres-
são da energia livre para o Z(4) •
•Uma expansao a altas temperaturas fornece, para a fun-
ção de partição:
(D .1)
onde usamos a Hamiltoniana (IV.2) para Z(N).
Iterando ~ vezes vem
e a energia livre fica
f (C ( ~) ,{ K ( $1,)}) ~ $l,n N + C ( $I,) + O ({ (K ( $1,)) 2 } )
Definindo
w ($I,) = exp [-N C ($I,) ]
podemos escrever
f(w($I,) ,{K($I,)}) ~-$I,n r(w($I,»l/N]L N
(D.2)
(D.3)
(D.4)
(D. 5)
Se usarmos a relação básica de recorrência para a ener
gia livre
(D.6)
notando que no lim $1,+00, K ($I,) + O, teremos
f (w (O) { (O)}) _ ' - ~ "[(W(~J")l/N ], X - -11m b R,n ---
R,-HX) N
Definindo
e usando (rv.43) vem que
100
(D.7)
(D.8)
(D.9)
Portanto as relações de recorrência (IV. 42a) e (IV.42b)
podem ser escritas da seguinte maneira:
u' = (D.10a)
bv' =vr r r=1,2, •• N (D.10b)
Iterando (D.10a) 9- vezes obtemos
(D.ll)
Novamente, como no lim ~+oo, {K(~) }+O, podemos escre
ver (D.7) em termos de u{~):
e afinal
f(w(O) ,{x(O)}) = -lim b-~ ~n u(~)~+oo
(D.12)
f (w(O),{x (O)}) = C (O) + KiO) + .•• + K~O) + ~n o: xn)N
(D.13)
onde usamos
e
lim,Q,+oo
~b -.Q, ,Q,n L: (v ( O) ) b = On
101
(D.14)
~ v = NJ rxn n (D.IS)
A expressão (D.13), válida para T f O, concorda com o
resultado exato do Capítulo 11.
102
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