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JAQUELINE FERREIRA SILVA CARACTERIZAÇÃO MICROBIOLÓGICA E PÓS-ACIDIFICAÇÃO DE LEITES FERMENTADOS COMERCIALIZADOS EM BARRA DO GARÇAS-MT BARRA DO GARÇAS – MT 2019 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CÂMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS

JAQUELINE FERREIRA SILVA - UFMT Ferreira Silv… · prateleira do produto, exceto para a marcas C. Nota-se a necessicadade de uma maior fiscalização por parte dos responsáveis

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JAQUELINE FERREIRA SILVA

CARACTERIZAÇÃO MICROBIOLÓGICA E PÓS-ACIDIFICAÇÃO DE

LEITES FERMENTADOS COMERCIALIZADOS EM BARRA DO GARÇAS-MT

BARRA DO GARÇAS – MT

2019

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CÂMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS

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JAQUELINE FERREIRA SILVA

CARACTERIZAÇÃO MICROBIOLÓGICA E PÓS-ACIDIFICAÇÃO DE

LEITES FERMENTADOS COMERCIALIZADOS EM BARRA DO GARÇAS-MT

Monografia apresentada à banca examinadora

do Curso de Engenharia de Alimentos do Campus

Universitário do Araguaia – UFMT, como requisito

para obtenção do título de Bacharel em Engenharia de

Alimentos.

Orientadora: Profa. Dra. Keily Alves Moura de

Oliveira

BARRA DO GARÇAS – MT

2019

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F383c Ferreira Silva, Jaqueline.

CARACTERIZAÇÃO MICROBIOLÓGICA E PÓS-ACIDIFICAÇÃO DE LEITES FERMENTADOS COMERCIALIZADOS EM BARRA DO GARÇAS-MT / Jaqueline Ferreira Silva. -- 2019

35 f. : il. color. ; 30 cm.

Orientadora: Keily Alves de Moura Oliveira. TCC (graduação em Engenharia de Alimentos) - Universidade Federal de Mato

Grosso, Instituto de Ciências Exatas e da Terra, Barra do Garças, 2019. Inclui bibliografia.

1. Leite fermentado. 2. Viabilidade de bactérias láticas. 3. qualidade. I. Título.

Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.

Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos

pelo(a) autor(a).

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.

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JAQUELINE FERREIRA SILVA

CARACTERIZAÇÃO MICROBIOLÓGICA E PÓS-ACIDIFICAÇÃO DE

LEITES FERMENTADOS COMERCIALIZADOS EM BARRA DO GARÇAS-MT

Monografia julgada e aprovada,

como requisito parcial para a

obtenção do título de Bacharel em

Engenharia de Alimentos no

Campus Universitário do Araguaia –

UFMT.

Barra do Garças – MT

2019

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AGRADECIMENTOS

Meus agradecimentos:

Primeiramente agradeço a Deus por ter me guiado e protegido neste período da

minha vida que sonhei desde criança, me dando força e sabedoria à cada dia.

Aos meus pais, meu pai Miguel Ferreira pelo apoio e sempre sonhar um futuro que

ele não teve a oportunidade de ter e com isso fez o possível para que eu tivesse e minha

mãe Geni Luiz que sempre foi um incentivo e pelas orações para a conclusão desta

caminhada.

A minha irmã Pauliana Ferreira que sempre foi aquela amiga companheira que me

apoiou e esteve do meu lado durante está jornada. E meu namorado Marcos Vinicius pelo

amor, carinho e ombro disponíveis para amparo durante os momentos de dificuldades.

À minha orientadora Prof. Dra. Keily Alves de Moura Oliveira pela confiança e

atenção durante o período de pesquisa e nos momentos de dúvida disponibilizando o

tempo necessário para esclarecer as mesmas. Obrigada pela chance de trabalhar com você

que é um exemplo de profissional e pelos ensinamentos que levarei para a vida toda.

Aos professores Dr. Glauco Vieira de Oliveira e Dra. Karina da Silva Chaves pela

contribuição para realização deste trabalho.

Aos alunos Júlia, Marcel, Keila, Sabrina, Ladislayne e a técnica Vanessa pelos

auxílios durante o processo experimental.

À minhas amigas Keyle, Carmem, Daniele, Caroline, Gabriele, Ilma, Bruna,

Nágella pela amizade, companheirismo e paciência com a minha ansiedade. Que sempre

quando precisei de um direcionamento ou apenas um “CALMA JAQUE!” estiveram do

meu lado dando o apoio que precisei. Especialmente a Keyle, Daniele e Caroline que

durante o período mais difícil da minha vida estenderam as mãos e me ajudaram a não

desistir dos meus sonhos.

E a todos que torceram e oraram pelo meu sucesso que não citei, meus sinceros

agradecimentos.

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RESUMO

Os probióticos são amplamente empregados na indústria de laticínios por estar

relacionados à reestruturação e à manutenção da microbiota intestinal e na prevenção de

doenças. Os leites fermentados são produtos resultantes da fermentação do leite

pasteurizado ou esterilizado, por fermentos láticos próprios, mediante ação de cultivos de

micro-organismos específicos. O presente trabalho teve como objetivo avaliar as

características físico-químicas e microbiológicas de leites fermentados adquiridos em

supermercados da cidade de Barra do Garças-MT. Para tanto foram realizados análises

físico-químicas de pH e acidez titulável, e análises microbiológicas para coliformes a

30ºC e coliformes termotolerantes (NMP) e contagem total de fungos e leveduras e

bactérias láticas e detecção de Salmonella sp. Todas as marcas apresentaram valores de

acidez dentro do preconizado pela legislação vigente. Quanto à contagem de bactérias

láticas totais, somente umas das amostras não atendeu ao padrão recomendado durante o

período de estocagem avaliado. Os leites fermentados atenderam os requisitos

estabelecidos pela legislação, nos parâmetros físico-químicos e microbiológicos do ponto

de vista de segurança dos alimentos. Na enumeração de bactérias láticas, o número de

células viáveis apresentou-se dentro dos requisitos estabelecidos ao final da vida de

prateleira do produto, exceto para a marcas C. Nota-se a necessicadade de uma maior

fiscalização por parte dos responsáveis para que o consumidor não seja enganado ao

comprar produtos fora dos padrões estabelecidos por legislação.

Palavra-chave: Leite fermentado, viabilidade de bactérias láticas, qualidade.

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ABSTRACT

Probiotics are widely used in the dairy industry as they are related to the restructuring and

maintenance of intestinal microflora and disease prevention. Fermented milks are

products resulting from the fermentation of pasteurized or sterilized milk by specific

lactic fermentations, through the action of specific microorganisms. The present work had

the objective evaluating the physical-chemical and microbiological characteristics of

fermented milks acquired in supermarkets of Barra do Garças-MT city. Physical and

chemical analyzes of pH and titratable acidity and microbiological analyzes were

performed for coliforms at 30ºC and thermotolerant coliforms (MPN) and total counts of

fungi and yeasts and lactic bacteria and detection of Salmonella sp. All the brands

presented values of acidity in the one recommended by the current legislation. Regarding

the total lactic acid bacteria count, only one of the samples did not meet the

recommended standard during the evaluated storage period. The fermented milks met the

requirements established by the legislation, in the physical-chemical and microbiological

parameters from the point of view of food safety. In the lactic bacteria enumeration, the

number of viable cells was within the requirements established for the end of shelf life of

the product, except for the C marks. Note the need for greater supervision by those

responsible so that the consumer is not deceived when buying products outside the

standards established by legislation.

Keyword: Fermented milk, viability of lactic bacteria, quality.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Imagem ilustrativa das reações ocorrentes na fermetação lática, onde A

representa a homofermentação e B representa a

heterofermentação…......................................................................................................…14

Figura 2. Fluxograma de produção de leite fermentado…………..………….………….19

Figura 3. Produtos que apresentaram precipitação durante o período de validade...……27

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Padrão estabelecido pela instrução normativa nº 46, para micro-organismos…….20

Tabela 2. Avaliação microbiológica de leites fermentados comercializados em

supermercados de Barra do Garças-MT……………………..………………………….......25

Tabela 3. Caracterização físico-química de leites fermentados comercializados em

supermercados de Barra do Garças-MT……………………………………………………26

Tabela 4. Viabilidade das bactérias láticas encontradas nos leites fermentados durante a vida

de prateleira………….…...................................................………………………..………..28

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO………………………...….....………………………………..11

2. OBJETIVOS……..…………………...………….…………..……….……......12

2.1 Objetivos gerais…………...……….……….......……...……..………...…12

2.2 Objetivos específicos……...……………....………...…………………....12

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.……………………………………….…...…13

3.1 Histórico………………….....……………..…………………...…..…...13

3.1.1. Fermentação…............……………………………………....…….…13

3.1.2. Tecnologia de produção…….................................………..…………14

3.1.3.Segurança sanitárias dos alimentos…….............……………………...15

3.2 Leites fermentados………………….......…….………...………..…........16

3.2.1. Histórico………………………...........………………..…………….17

3.2.2. Alegação funcional……............……...…………………………..….17

3.2.3. Caracterização química, nutricional e microbiológica ….....................18

3.2.5. Contaminantes…………..………............………………………...…20

4. MATERIAIS E MÉTODOS.……………………………….....……..……21

4.1 Análise físico-química….....……….....……………………..………....21

4.1.1. pH………………...……..........…………………………….……….21

4.1.2. Acidez titulável……............…………………………….…………..21

4.2 Análises microbiológicas……...…………………….....………..…….....22

4.2.1. Diluições seriadas decimais……..........................…………..……....22

4.2.1.1 Coliformes a 30ºC e termotolerantes…............……………..22

4.2.1.2 Detecção de Salmonella sp…….......................…………...…22

4.2.1.3 Contagem total de fungos e leveduras…..............…..............23

4.2.1.4 Contagem de bactérias láticas…….............…………............23

4.3 Análise estatística...........……………………............………….……....24

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES..…………………………………..…..25

6. CONCLUSÃO………………….………………...…………………….....30

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS….………..……………..……..………..31

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1. INTRODUÇÃO

Com o avanço da ciência e acesso a informação a população têm apresentado

novos hábitos alimentares, visando uma melhoria da saúde e com isso buscam por

alimentos que contribuem para uma melhor qualidade de vida e mais saudável (REIS,

2014). Atualmente os consumidores não avaliam só as características de sabor, aroma,

aparência e padronização do alimento, mas também a preocupação em adquirir alimentos

que não causem efeitos nocivos à saúde (VIEIRA, 2008).

Com isso, os alimentos funcionais foram introduzidos primeiramente no Japão na

década de 80. Desde então se percebe um crescente interesse pelos consumidores em

alimentos que apresentam componentes ou substâncias funcionais, ou seja, aqueles que

ajudam ou modulam o sistema fisiológico do organismo de modo a promover a saúde

(GALLINA et al., 2011).

Devido a busca por esse tipo de alimento como os probióticos e prebióticos

promove o bem-estar, a saúde e a redução do risco de doenças. Aumentando para mais de

500 novos produtos com esta aplicação sendo introduzidos no mercado (ASHRAF E

SHAH, 2011). Mani-López et. al (2014) relataram em seu trabalho que os produtos

lácteos são o grupo mais importante de alimentos que transportam probióticos, nos quais

o leite é o grupo mais tradicional nesta categoria. Para obter benefícios para a saúde,

recomenda-se que um produto contenha pelo menos 106 Unidades formadoras de

colônias (UFC) por grama de leite fermentado no momento do consumo (BRASIL,

2007).

O emprego de bactérias probióticas em produtos lácteos fermentados tem sido

amplamente estudado devido às dificuldades de manutenção da viabilidade destes micro-

organismos ao longo da estocagem refrigerada. Fatores como acidez e oxigênio

dissolvido e interações entre espécies, práticas de inoculação e condições de estocagem

podem influenciar na sobrevivência da microbiota probiótica em produtos lácteos

fermentados (GALLINA et al., 2011).

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2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar as características microbiológicas e pós-acidificação d diferentes marcas de

leites fermentados comercializadas na cidade de Barra do Garças – MT durante sua vida

de prateleira.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Determinar as características físico-químicas dos leites fermentados: quantificação

de pH e acidez titulável.

Avaliar a qualidade microbiológica dos leites fermentados quanto à presença de

Salmonella sp, contagem de Coliformes à 30°C e Termotolerantes, fungos e leveduras e

bactérias láticas.

Avaliar pós-acidificação nos leites fermentados durante o período de estocagem:

valores de pH e acidez titulável durante o armazenamento.

Avaliar a viabilidade das bactérias láticas totais durante o armazenamento.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. HISTÓRICO DOS ALIMENTOS FERMENTADOS

A África tem uma história antiga da produção de alimentos fermentados

tradicionais e talvez seja o continente com a mais rica variedade de alimentos

fermentados com ácido lático. Estes alimentos têm um grande impacto na nutrição, saúde

e socioeconomia dos povos do continente, frequentemente atormentados pela guerra,

seca, fome e doença. A África Subsariana é a região do mundo com a maior porcentagem

de pessoas cronicamente desnutridas e alta mortalidade infantil (FRANZ et al., 2014).

Tamang e Samuel, (2010) relatam que os alimentos tradicionais fermentados ainda

desempenham um papel importante na dieta de numerosas sociedades no mundo todo. O

caráter dietético africano inclui produtos fermentados e não fermentados de sorgo, milho,

painço e mandioca, leguminosas silvestres, sementes e tubérculos, mas também carne,

produtos lácteos e bebidas alcoólicas. Com importância para todas as sociedades rurais

pelo fato de serem procedimentos de processamento de alimentos de baixo custo e, na

maioria das vezes, “de baixa tecnologia” tornando assim acessível também pelas pessoas

com uma renda familiar menor.

Atualmente, os leites fermentados são considerados um produto com elevado

potencial para o desenvolvimento de novos produtos, principalmente por estarem

associados à saúde, o que vem sendo explorado pelas indústrias de laticínios. Este fator

está relacionado com três características: (1) as propriedades tecnológicas da matriz

láctea, que permiti a viabilidade funcional de ingredientes adicionados ao produto; (2) a

elevada praticidade dos derivados lácteos; (3) e a relação que os consumidores fazem dos

produtos lácteos com o aspecto de saudabilidade (DA COSTA et al., 2013).

3.1.1. FERMENTAÇÃO

A fermentação é um método de preservação largamente utilizado desde os

primórdios da civilização, pela ausência de métodos de refrigeração ou pasteurização. Há

tempos, o processo de fermentação envolvia a coagulação do leite por micro-organismos

presentes no meio, obtendo-se um produto final com características e propriedades físico-

químicas diferentes da matéria-prima (ALM, 1991). Atualmente este processo ocorre

com a adição dos micro-organismos fermentadores específicos para a obtenção de

melhores características sensoriais.

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As bactérias láticas são micro-organismos que caracterizam-se pela capacidade de

produzir ácido lático a partir do processo de fermentação da lactose como visualizado na

figura 1. Podem ser classificadas como homofermentativas, quando produzem ácido

lático como principal ou único produto resultante da fermentação, ou ainda

heterofermentativas, quando produzem, além do ácido lático, outros compostos que

podem contribuir para as características de sabor e aroma de produtos lácteos

fermentados (JAY, 2005).

Fonte: JAY, 2005.

Figura 1. Imagem ilustrativa das reações ocorrentes na fermentação lática, onde A

representa a homofermentação e B representa a heterofermentação.

3.1.2. TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO

De acordo com a Codex standard for fermented milks (CODEX STAN 243-2003)

os ingredientes permitidos para produtos fermentados, são:

Culturas iniciadoras de micro-organismos inofensivos;

Outros micro-organismos adequados e inofensivos;

Cloreto de sódio;

Ingredientes não lácteos (Leites Fermentados com Sabor);

Água potável;

Leite e produtos lácteos;

Gelatina e amido em:

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Leites fermentados tratados termicamente após a fermentação;

Leite fermentado com sabor;

Bebidas à base de leite fermentado; e

Leites fermentados simples, se permitido pela legislação

nacional do país de venda para o consumidor final;

desde que sejam adicionados apenas em quantidades funcionalmente necessárias,

conforme as boas práticas de fabricação, levando em conta qualquer uso dos

estabilizadores /espessantes.

A Instrução Normativa n° 46 (BRASIL, 2007), estabelece como ingredientes

obrigatórios os leite e/ou leite reconstituído padronizado em seu conteúdo de gordura.

Cultivos de bactérias lácticas e/ou cultivos de bactérias lácticas específicas, segundo

corresponda às definições estabelecidas em iogurte, leite fermentado, leite acidófilo,

kefir, kumys e coalhada. E como ingredientes opcionais: leite concentrado, creme,

manteiga, gordura anidra de leite ou butter oil, leite em pó, caseinatos alimentícios,

proteínas lácteas, outros sólidos de origem láctea, soros lácteos, concentrados de soros

lácteos. Frutas em forma de pedaços, polpa(s), suco(s) e outros preparados à base de

frutas. Maltodextrinas. Outras substâncias alimentícias tais como: mel, coco, cereais,

vegetais, frutas secas, chocolate, especiarias, café, outras, sós ou combinadas. Açúcares

e/ou glicídios (exceto polialcoóis e polissacarídeos). Cultivos de bactérias lácticas

subsidiárias. Amidos ou amidos modificados em uma proporção máxima de 1% (m/m) do

produto final. Onde estes ingredientes opcionais não-lácteos, sós ou combinados deverão

estar presentes em uma proporção máxima de 30% (m/m) do produto final.

3.1.3. SEGURANÇA SANITÁRIA DOS ALIMENTOS

As primeiras “normas” sanitárias com o objetivo de evitar doenças alimentares

eram de cunho místico. Várias religiões antigas já estabeleciam regras para sacrifícios de

animais. De fato, essa era uma função sacerdotal no antigo Egito, onde os médicos eram

responsáveis por inspecionar a carne dos animais sacrificados em rituais, bem como a

saúde de quem fazia o sacrifício (SANTANA e FAGNANI, 2014)

De acordo com a resolução RDC nº 12 (BRASIL, 2001), são descritos a tolerância

máxima e padrões mínimos para os diferentes grupos de produtos alimentícios para

caracterizá-lo e assim ser possível seu registro e fiscalização. Estes limites e critérios

podem ser complementados com o estabelecimento de programas de vigilância e

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rastreamento de micro-organismos patogênicos e de qualidade higiênica e sanitária de

produtos.

Pela Instrução Normativa nº 46, (BRASIL, 2007), as práticas de higiene para

elaboração do produto fermentados deverão estar de acordo com o Regulamento Técnico

sobre as Condições Higiênico-Sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para

Estabelecimentos Elaboradores/Industrializadores de Alimentos, aprovado pela Portaria

368/97 – MA, de 4 de setembro de 1997 (BRASIL, 1997)

Para a portaria nº 326, (BRASIL, 2018), o alimento apto para o consumo humano é

considerado como aquele que atende ao padrão de identidade e qualidade pré-

estabelecido, nos aspectos higiênico-sanitários e nutricionais. O armazenamento é

considerado o conjunto de atividades e requisitos para se obter uma correta conservação

de matéria-prima, insumos e produtos acabados. O armazenamento juntamente com as

Boas Práticas de Fabricação são processos necessários para garantir a qualidade sanitária

dos alimentos. Além disso, eliminar ou diminuir as contaminações que pode estar

associada à presença de substâncias ou agentes estranhos, de origem biológica, química

ou física considerados nocivos ou não para a saúde humana.

Para o cumprimento dos requisitos higiênicos e de Boa Prática de Fabricação o leite

a ser utilizado deverá ser higienizado por meios mecânicos adequados e submetido à

pasteurização, ou tratamento térmico equivalente, para assegurar fosfatase residual

negativa (A.O.A.C.15ª Ed. 1990, 979.13, p.823 2005) combinado ou não com outros

processos físicos ou biológicos que garantam a inocuidade do produto (BRASIL, 2007).

3.1 LEITES FERMENTADOS

3.2.1. HISTÓRICO

Leite fermentado obtido a partir da fermentação microbiana espontânea tem sido

tradicionalmente usado por populações nômades da península arábica, Cáucaso e

Anatólia, que basearam sua nutrição no leite e produtos à base de leite (OBERMAN;

LIBUDZISZ, 1998).

Na Europa, os maiores segmentos dos mercados de alimentos funcionais são

representados por alimentos preparados com probióticos, prebióticos ou simbióticos (uma

combinação de probióticos e prebióticos). O mercado de probióticos, especialmente

direcionados para iogurtes e leites fermentados, tem experimentado rápido crescimento

no ano de dois mil e onze. Os mercados mais desenvolvidos para tais produtos estão

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situados nos países do norte da Europa e da Escandinávia, onde os consumidores têm

longa tradição de consumo de láticos fermentados (BHADORIA E MAHAPATRA,

2011).

De acordo com Khani et al. (2012) o leite fermentado é amplamente utilizado para

transportar cepas probióticas porque as bactérias são mantidas vivas, e sua ingestão diária

é recomendada.

De acordo com a Instrução Normativa nº 46, (BRASIL, 2007), entende-se por leites

fermentados os produtos adicionados ou não de outras substâncias alimentícias, obtidas

por coagulação e diminuição do pH do leite, ou reconstituído, adicionado ou não de

outros produtos lácteos, por fermentação lática mediante ação de cultivos de micro-

organismos específicos. A fermentação citada se realiza com um ou vários dos seguintes

cultivos: Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus casei. Bifidobacterium sp.

Streptococus salivarius subsp thermophilus e/ou outras bactérias ácido lácticas que por

sua atividade contribuem para a determinação das características do produto final. Estes

micro-organismos específicos devem ser viáveis, ativos e abundantes no produto final

durante o prazo de validade (BRASIL, 2007).

3.2.2. ALEGAÇÃO FUNCIONAL

A palavra "alimento funcional" foi empregada pela primeira vez no Japão, nos anos

80, para alimentos e bebidas que apresentam constituintes especiais e que ao serem

consumidos na alimentação diária causam efeitos benéficos sobre o organismo humano

(MORAES e COLA, 2006).

A RCD n° 241 (BRASIL, 2018) define como probiótico os micro-organismo vivo

que, quando administrado em quantidades adequadas, confere um benefício à saúde do

indivíduo, como linhagem as subpopulação de células de uma mesma espécie que

apresentam as mesmas características e são identificadas por números, letras ou nomes

que seguem o epíteto específico. Onde o uso de probióticos em alimentos requer a

comprovação da sua segurança e benefícios à saúde.

Para Wendling e Weschenfelder (2013) os alimentos funcionais são aqueles que

fornecem uma nutrição básica e satisfatoriamente geram benefícios à saúde e neles se

enquadram os probióticos, que são micro-organismos vivos que conferem benefícios à

saúde humana, pelos vários benefícios são atribuídos ao consumo de alimentos e

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suplementos contendo micro-organismos probióticos, como na prevenção do câncer de

cólon, intolerância a lactose, atividade antimicrobiana.

Os probióticos são amplamente empregados na indústria de laticínios por estarem

relacionados à reestruturação e à manutenção da microbiota intestinal e na prevenção de

doenças. São administrados para manter o equilíbrio da microbiota intestinal, sob a forma

de suplementos dietéticos ou formas farmacológicas (OLIVEIRA; ALMEIDA;

BOMFIM, 2017).

3.2.3. CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA, NUTRICIONAL E

MICROBIOLÓGICA

A fermentação lática de produtos alimentícios é uma alternativa interessante e

bastante aplicada para a obtenção de produtos diferenciados, como produtos acidificados

com texturas diferentes a partir do leite e derivados; nesse processo, a lactose é

fermentada pelas bactérias do ácido lático. O processo de fermentação do leite resulta na

diminuição do teor de lactose e na acidificação do meio e formação de metabólitos

secundários conferindo ao produto características diferenciadas, maior vida útil além de

um reduzido teor de lactose (MALDONADO et al., 2015). O processo de produção do

leite fermentado é apresentado na figura 2, mostrando como este produto é obtido.

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Fonte: CUNHA et al. 2008

Figura 2. Fluxograma de produção de leite fermentado.

Os leites fermentados são produtos da fermentação de um ou vários dos seguintes

cultivos: Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus casei, Bifidobacterium sp.,

Streptococus salivarius subsp thermophilus e/ou outras bactérias acidolácticas que

contribuem para a caracterização do produto, podendo ter de 0,6 a 2,0% de ácido lático e,

no mínimo, 106UFC/g de bactérias láticas totais (BRASIL, 2007).

A viabilidade de cepas probióticas adicionado a produtos alimentícios,

especialmente a um leite fermentado, é afetado por vários fatores, como sensibilidade aos

fatores de processo (pH baixo, oxigênio, temperatura de fermentação), composição da

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matriz alimentar (atividade de água, pH, presença de antimicrobianos naturais,

disponibilidade de nutrientes) e condições de embalagem e armazenamento. Além disso,

as condições do trato gastrointestinal podem afetar viabilidade das bactérias probióticas

durante a passagem (BARBOSA E TEIXEIRA, 2017).

3.2.4. CONTAMINANTES

Contaminação é a presença de substâncias ou agentes estranhos, de origem

biológica, química ou física que sejam considerados nocivos ou não para a saúde humana

(BRASIL, 2007).

A Instrução Normativa nº 46, (BRASIL, 2007) determina padrões de aceitação para

quantidade de micro-organismos presentes em produtos fermentados como é descrito na

tabela 1.

Tabela 1. Padrão estabelecido pela Instrução Normativa nº 46, para micro-organismos.

Micro-organismo Critério de

aceitação

Situação Norma

Coliformes/g

(30°C)

n=5

c=2

m=10

M=100

4 FIL3A:1985

Coliformes/g

(45°C)

n=5

c=2

m<3

M=10

4 APHA

1992c.24(1)

Bolores e leveduras/g n=5

c=2

m=50

M=200

2 FIL94B:1990

(1) Compendium of Methods for the Microbiological Examination of Foods 3rd. Ed., Edited by Carl

Vanderzant and Don F. Splittstoesser (APHA).

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21

4. MATERIAIS E MÉTODOS

Foram coletadas amostras de leite fermentado de três marcas denominadas como A,

B e C comerciais em supermercados da cidade de Barra do Garças-MT (latitude:15º 53'

24" S e longitude 52º 15' 24" W ). O critério de seleção utilizado foi as marcas com maior

predominância na região sendo que de cada marca, três lotes diferentes foram

amostrados. Nos supermercados avaliados, constatou-se que os leites fermentados foram

disponibilizados para comercialização com aproximadamente 14 a 16 dias após a data de

fabricação. Assim todas as amostras adquiridas apresentavam 15 dias de fabricação,

sendo este considerado o tempo zero. As amostras foram enviadas para o Laboratório de

Microbiologia de Alimentos do Campus Universitário do Araguaia da Universidade

Federal de Mato Grosso, onde permaneceram acondicionadas em refrigerador na

temperatura indicada pelo fabricante até o momento das análises.

4.1 Análises físico-químicas

Foram realizadas análises físico-química de pH e acidez titulável em ácido lático

nas amostras de leite fermentado segundo recomendações do Instituto Adolfo Lutz

(2008).

4.1.1. pH

O pH foi determinado introduzindo-se o eletrodo diretamente na amostra (pH meter

DMPH-2-Digimed, São Paulo, SP, Brasil) previamente calibrado com soluções tampão

pH 4,0 e 7,0.

4.1.2. Acidez titulável

A acidez titulável foi determinada de acordo com o método descrito pelo Instituto

Adolfo Lutz (2008). Mediu-se 10 mL de amostra e realizou-se a diluição em 10 mL de

água livre de CO2, titulou-se a solução com hidróxido de sódio (NaOH) 0,01N até

detenção de uma coloração roséa. A determinação de acidez titulável foi determinada

pela Equação 1.

Acidez( g de ácido lático por cento) = 𝐺×𝐵×𝐶

𝑉 Equação 1.

Sendo:

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22

V= volume de NaOH 0,01N utilizado na bureta (mL);

B = fator de correção do NaOH( 1,001);

C= fator de correção do ácido lático (0,9);

V = volume de amostra (mL).

4.2 Análises microbiológicas

As análises microbiológicas no tempo 0 foram realizadas empregando-se a técnica

do número mais provável (NMP) para a contagem de coliformes a 30°C e coliformes

termotolerantes, plaqueamento para detecção de Salmonella sp., contagem total de

fungos, leveduras e bactérias láticas. As análises microbiológicas foram realizadas de

acordo com as recomendações das legislações brasileiras (BRASIL, 2001) e

metodologias recomendadas pela American Public Health Association (APHA, 2001).

4.2.1. Diluições seriadas decimais

De cada amostra foram pesadas, assepticamente, 25 mL do produto e adicionados

225 ml de água peptonada com 0,1% (p/v) de peptona, a fim de obter-se a diluição inicial

(10-1). Posteriormente, 1 mL desta diluição foi colocada em tubo contendo 9 mL de água

peptonada tamponada, obtendo-se a diluição 10-2 repetindo-se os procedimentos para as

demais diluições.

4.2.1.1. Coliformes a 30ºC e termotolerantes

Para a contagem estimada de coliformes a 30°C, de cada diluição do alimento em

estudo, foram tomadas três porções de 1 mL e inoculadas, respectivamente, em tubos

contendo Caldo Lauril Sulfato Triptose (LST) e tubos de Durham, obtendo-se três séries

de três tubos. Os subcultivos positivos foram semeados em tubos contendo Caldo Verde

Brilhante Bile 2% com tubo de Durham, incubando-os a 35 - 37º C, durante 24 a 48 h,

sendo que a prova foi considerada positiva somente quando verificou-se turvação do

meio e produção de gás nos tubos de Durham. A determinação quantitativa foi realizada

de acordo com a técnica do Número Mais Provável (NMP), recomendada pela American

Public Health Association (HITCHINS, HARTMAN e TODD, 2001).

Para a contagem estimada de coliformes termotolerantes, uma alçada de cada

cultura dos tubos positivos de LST foi transferida para tubos de Caldo E. coli (EC),

contendo tubos de Durham, e incubados a 45ºC. Após a incubação, por 24 h, foi realizado

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a leitura e os tubos que apresentarem turvação do meio e produção de gás foram

considerados positivos para bactérias do grupo coliforme termotolerante. Para cada

diluição, o número de tubos positivos foi anotado e quantificado através da tabela de

NMP determinando, assim, o NMP de bactérias coliformes termotolerantes por grama de

produto analisado (HITCHINS, HARTMAN e TODD, 2001).

4.2.1.2. Detecção de Salmonella sp.

A pesquisa de Salmonella foi realizada segundo metodologia recomendada pela

APHA (2001). No pré-enriquecimento, um volume de 25 mL das amostras foram

adicionados a 225 mL de caldo lactosado. Esses homogenatos foram incubados a 37°C,

por 24 h. Desses caldos de pré-enriquecimento, transferiu-se alíquotas de 1 mL para

tubos contendo 10 mL de caldo Selenito Cistina (SC) e alíquotas de 0,1 mL para tubos

contendo 10 mL de caldo Rapapport-Vassiilidis (RV). O caldo Selenito Cistina foi

incubado a 35ºC por 24 h e o caldo Rapapport- Vassiilidis incubado a 42ºC por 24 h. A

partir dos tubos inoculados, foram feitas estrias compostas, em placas contendo Ágar

Verde Brilhante (VB) e Bismuto Sulfito (BS). As placas foram incubadas a 35ºC, por 24

h, para isolamento de colônias suspeitas de Salmonella sp. Após este período, as colônias

suspeitas foram transferidas para tubos contendo Ágar Tríplice Açúcar e Ferro (TSI), e

Ágar Lisina Ferro (LIA). Os tubos foram incubados a 35ºC e após 24 h foi realizada a

leitura.

4.2.1.3 Contagem total de fungos e leveduras

Na análise de fungos e leveduras 0,1 mL de cada diluição inicial foi depositada

sobre a superfície de placas contendo Agar Batata Dextrose Acidificado (PDA-AC) que

foram incubadas a 25ºC, por 5 dias, determinando-se assim o número de unidades

formadoras de colônias (UFC), segundo a metodologia recomendada pela APHA (2001).

4.2.1.4 Contagem de bactérias láticas

A contagem de bactérias láticas foi enumerada por meio de plaqueamento em

profundidade em ágar MRS e incubada em anaerobiose a 37 ºC por 72 h (APHA, 2001).

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4.3 Análise estatística

Os dados das análises físico-químicas dos leites fermentados foram submetidos à

análise de variância univariada (ANOVA) e teste de Tukey para comparação entre as

médias, adotando-se nível de significância de 5% de probabilidade. O efeito do tempo de

armazenamento sobre os indicadores de qualidade medidos foi analisado por meio de

regressão, através do programa computacional Sisvar 5.3

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25

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A Tabela 2 apresenta avaliação microbiológica de leites fermentados

comercializados na cidade de Barra do Garças-MT.

Tabela 2. Avaliação microbiológica de leites fermentados comercializados em

supermercados de barra do Garças-MT

Micro-organismos Marca A Marca B Marca C

Coliformes a 30°C

(NMP.g-1) < 3,0 < 3,0 < 3,0

Coliformes termotolerantes

(NMP.g-1) < 3,0 < 3,0 < 3,0

Salmonella sp. (25g) Ausência Ausência Ausência

Fungos e leveduras

(UFC.g-1) <1,0x101 est <1,0x101 est <1,0x101 est

Um dos objetivos da contagem de micro-organismos mesófilos é para verificação

da contaminação geral de um alimento e assim tem sido usada como indicador da

qualidade higiênica dos alimentos e também pelo fornecimento da ideia sobre seu tempo

útil de conservação (FRANCO e LANDGRAF, 2003).

Observou-se que todas as amostras das três marcas avaliadas apresentaram

resultados dentro dos padrões estabelecidos pelas legislações vigentes com critério de

aceitação para coliformes à 30 °C de 1 × 101 à 1 × 102, para coliformes termotolerantes

3 × 100 à 1 × 101 e para fungos e leveduras 5 × 101 à 2 × 102 de UFC. g−1 (BRASIL,

2007; BRASIL, 2001). As baixas contagens de coliformes, fungos e leveduras e ausência

de Salmonella sp. nas amostras avaliadas indicam boas condições higiênico sanitárias

durante o processo de fabricação dos produtos. Além de ser primordial para minimizar os

riscos à saúde dos consumidores (FREITAS et. al, 2018).

O baixo pH que normalmente esses produtos apresentam, em função da produção

de ácido lático durante o processo de fermentação, atua eliminando ou inibindo micro-

organismos causadores de deterioração ou produtores de toxinas em alimentos, fenômeno

descrito como antagonismo lático (TORTORA, 2017).

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Os resultados encontrados na caracterização físico-química, dos leites fermentados

encontram-se na Tabela 3.

Tabela 3. Caracterização físico-química de leites fermentados comercializados em

supermercados de Barra do Garças-MT.

Acidez (g de ácido lático por g de leite fermentado)

Tempo(dias)

Marca

0 (15 dias de

fabricação)

07 ( 22 dias de

fabricação)

14 (29 dias de

fabricação)

A 0,94 c B ±0,09 0,94 c B ±0,09 1,12 b A ±0,11

B 1,57 a A ±0,11 1,57 a A ±0,11 1,51 a A ±0,05

C 1,25 b A ±0,05 1,25 b A ±0,05 1,05 b B ±0,01

pH

Tempo( dias)

Marca

0 (15 dias de

fabricação)

07 (22 dias de

fabricação)

14 (29 dias de

fabricação)

A 3,78 a A ±0,08 3,86 abA ±0,06 3,82 a A ±0,07

B 3,59 b B ±0,01 3,75 b A ±0,06 3,57 b B ±0,01

C 3,74 a A ±0,00 3,89 a B ±0,06 3,76 a A ±0,03 Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna difere entre si pelo teste Tukey (P>0,05).

Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na linha difere entre si pelo teste Tukey (P>0,05)

Com relação as características físico-químicas dos produtos apresentados na tabela

3, todas as marcas atenderam os valores de acidez preconizado pela legislação vigente

que é mínima de 0,6g de ácido lático.100g−1 do produto e máxima de 2,0 g de ácido

lático. 100g−1 do produto (BRASIL, 2007). Quando comparadas entre si, a acidez das

marcas diferiu durante tempo de avaliação. Ao final do período de avaliação a marca B

apresentou maior acidez, diferindo das marcas A (55%) e C (31,35%) (Tabela 3). Já

quando comparada a acidez de cada marca durante os tempos de estocagem, observou-se

que a marca A apresentou um acréscimo de 19,14 % e C apresentou um decréscimo de 16

% na acidez na última avaliação (14 dias de estocagem) sendo que a marca B manteve o

seu valor inalterado estatisticamente ao longo do tempo (Tabela 3).

As variações no teor de acidez podem ser atribuídas a produção de ácido lático em

função do teor de carboidratos disponível para a conversão, concentração de culturas

láticas, tipos de culturas láticas, tempo e temperatura ideal de incubação (OLIVEIRA et

al., 2016).

Valores mais baixos de pH são característicos dos leites fermentados, uma vez que

os produtos apresentam acidez elevada devido ao processo de fermentação em que é

obtido o ácido lático como produto final ( OLIVEIRA, et al., 2019).

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O pH da marca A manteve-se inalterado nas três avaliações, enquanto nas demais

marcas (B e C) houve uma pequena elevação no tempo 07, retomando o valor no tempo

14 igual ao tempo zero (Tabela 3). Apesar da legislação vigente não estabelecer valores

de pH para estes produtos, os resultados encontrados corroboram aos descritos por Farias

et al. (2012) que observaram valores de pH variando de 4,11 a 3,6 e por Oliveira et. al

(2017) que obtiveram uma variação de 3,69 a 3,78.

O acompanhamento do pH durante a estocagem do produto é um fator determinante

nas características sensoriais do produto e do seu estado de conservação e as variações

entre marcas de produtos fermentados podem estar relacionados ao tipo e porcentagem de

cultura lática, à atividade desta cultura, ao valor estabelecido para finalizar a fermentação,

à adição de diferentes ingredientes, assim como o tempo de armazenamento e, ainda, tem

sua importância relacionada com o aspecto visual do produto final durante a sua

conservação em temperaturas baixas (THAMER E PENNA, 2006).

Foi possível observar que os lotes da marca A de dois supermercados( x e y)

sofreram separação de fases depois de 07 dias de armazenamento e para o supermercado

(w) esta precipitação aconteceu com o tempo de 14 dias. O que pode explicar o aumento

da acidez adquirida pela amostra A durante a estocagem (figura 3).

Figura 3. Produtos que apresentaram precipitação durante o período de

validade.

Esse processo de separação de fases pode estar associado a maiores teores de acidez

na marca A, levando a perda de estabilidade das proteínas. Resultados semelhantes foram

encontrados por Barros (2001) em seu trabalho onde o autor observou que a acidez

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produz perda da estabilidade das proteínas do leite, podendo provocar a precipitação da

mesma.

Os resultados encontrados para a contagem de bactérias láticas para as amostras de

leites fermentados estão descritos na Tabela 4.

Os leites fermentados apresentaram contagens iniciais que variaram de 6,42 a 8,05

log UFC.g-1 (Tabela 4 ).

Tabela 4. Viabilidade das bactérias láticas encontradas nos leites fermentados durante a vida

de prateleira

Viabilidade (log UFC.g-1)

Tempo

(dias)

Marca

0 ( 15 dias de

fabricação)

07 ( 22 dias de

fabricação)

14 (29 dias de

fabricação)

A 8,05 ± 0,63 6,83 ± 0,76 6,81 ± 0,57

B 8,60 ± 0,19 8,35 ± 0,05 8,06 ± 0,03

C 6,42 ± 0,34 6,42 ± 0,24 5,81 ± 0,47

Observou-se que as marcas A, B e C ao longo da vida de prateleira apresentaram

uma redução de 1,24, 0,54 e 0,62 ciclos logarítmicos, respectivamente, onde mesmo com

as reduções de viabilidades dos bactérias láticas nas diferentes marcas, as marcas (A e B)

atenderam aos valores mínimos de contagens de bactérias láticas totais que é de 106

estabelecido pela legislação vigente (BRASIL, 2007). No entanto, a marca C, que desde o

inicio da avaliação apresentou uma menor viabilidade, não atendeu os requisitos, estando

não conforme com a legislação (Tabela 4).

Nota-se que a marca B apresentou maiores contagens de bactérias láticas e menor

redução de ciclos logarítmicos ao longo do tempo de estocagem, indicando boas

características da cultura lática usada, garantindo assim um produto de qualidade para o

consumidor, com todos seus efeitos benéficos. Contagens mais elevadas de micro-

organismos probióticos nos produtos finais são desejadas no intuito de garantir que

quantidades de bactérias viáveis sejam mantidas durante todo o tempo de estocagem

(MENDES, et al., 2014).

A marca C desde o início da vida de prateleira apresentava contagens de bactérias

láticas menores que as outras marcas, indicando que o produto já chegou ao mercado

varejista com as contagens de bactérias láticas no limite estabelecido pela legislação. A

viabilidade dos micro-organismos probióticos em leites fermentados pode ser afetada

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durante as etapas de distribuição do produto, devido à exposição a diferentes fatores,

como presença/ausência de oxigênio (dependendo do tipo de micro-organismo), presença

de componentes antimicrobianos e temperatura de armazenamento. Além disso, os micro-

organismos probióticos são muito susceptíveis as condições do ambiente em que estão

crescendo, como acidez e altas temperaturas (VASILJEVIC; SHAH, 2008).

No trabalho realizado por Carvalho et al. (2015) a variação na contagem de

bactérias láticas foi de 106 − 108 UFC.mL−1, valores semelhantes aos encontrados neste

trabalho.

Para Forsythe (2013), a principal função das bactérias láticas nos alimentos é

promover a acidificação em pH próximo de 4,0, o que impediria o desenvolvimento de

bactérias indesejáveis pela produção de ácidos orgânicos, majoritariamente ácido lático.

A acidificação permite que o tempo de conservação dos produtos fermentados seja maior

que a dos produtos no qual a matéria prima não foi fermentada. Outra função é

desenvolver propriedades sensoriais características dos produtos fermentados.

6. CONCLUSÃO

As marcas de leites fermentados avaliadas atenderam os padrões físico-químicos e

microbiológicos de segurança dos alimentos estabelecidos pela legislação, indicando boas

práticas de fabricação dos produtos. Na enumeração de bactérias láticas, o número de

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células viáveis apresentou-se dentro dos requisitos estabelecidos ao final da vida de

prateleira do produto, exceto para a marca C, indicando baixa estabilidade da cultura

lática em relação às características do produto ao longo do armazenamento ou falha no

processo de estocagem.

Conclui-se a necessicadade de uma maior fiscalização por parte dos responsáveis

para que o consumidor não seja enganado ao comprar produtos fora dos padrões

estabelecidos por legislação.

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TERMO DE CORREÇÃO DA MONOGRAFIA

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Declaro que a acadêmica Jaqueline Ferreira Silva efetuou as correções necessárias no

trabalho de curso intitulado: Caracterização microbiológica e pós-acidificação de leites

fermentados comercializados em Barra do Garças-MT, no Campus Universitário do

Araguaia na Universidade Federal do Mato Grosso, como requisito parcial para obtenção

de grau de Bacharel em Engenharia de Alimentos em 08 de abril de 2019.

Data da entrega: 12 de abril de 2019.

ASSINATURAS: