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Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000 Jornal Mensal Ano 12 - Nº149 OUTUBRO 2012 PREÇO: 0,85 EUROS Guadiana Baixo Baixo Guadiana JORNAL DO PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS TAXA PAGA PORTUGAL CEM NORTE

JBG Outubro 2012

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | OUTUBRO 2012 | 1

Director: Carlos Luis FigueiraPropriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

Jornal Mensal

Ano 12 - Nº149

OUTUBRO 2012

PREÇO: 0,85 EUROS

GuadianaBaixoBaixo

Guadiana

JORNALDO

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADODE PLÁSTICO OU PAPELPODE ABRIR-SE PARAVERIFICAÇÃO POSTALDE 01132011 SNS/GSCS

TAXA PAGAPORTUGALCEM NORTE

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2 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |OUTUBRO 2012

JBGJornal do Baixo Guadiana

Editorial

Vox Pop

R: Tenho a minha opinião, mas não sou financeiro. Temos que ir buscar os 4.000 milhões , talvez às PPP e taxar mais o capital, mas também depois vão todos para os outros Países e o desemprego aumenta. Estamos todos metidos numa boa alhada... Se não crescermos no mínimo 3% ao ano estamos lixados. E quando é que vamos crescer ? As empresas estão todas descapitalizadas…

Nome: Joaquim FélixProfissão: Reformado

R: O governo deixa cair a TSU, ou seja, o roubo de mais um salário aos trabalhadores (7% x 14 = 98%); mas, para compensar...

O governo em colaboração com o BP e o PR está a pensar retirar metade do subsí-dio de Natal aos trabalhadores; mais, outra metade através da chamada modulação das taxas de IRS a partir de 2013. Resumindo o roubo continua e os senhores conselheiros (de Estado) estão todos muito contentinhos. Tó Zé Seguro incluído que já disse que sem TSU já não “censura” este executivo.

Nome: António BoronhaProfissão: Ex Gestor Reformado

Diretor:Carlos Luis Figueira

Sub-Diretor:Vítor Madeira

Chefe de Redação:Susana de Sousa

Redação:Antónia-Maria,Carlos Brito,Joana Germano,José CruzVictoria Cassinello

Colaboradores da Edição:Ana Lúcia GonçalvesEusébio CostaFernando PessanhaHumberto FernandesJoão RaimundoNuno AntónioOsório SantosPedro PiresRui RosaAssociação AlcanceAssociação GUADIAssociação RodactivaDECOEurope Direct Algarve - CCDRAlge Associação Odiana

Departamento Comercial:[email protected]/[email protected]

Sede e Redação:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21 8950-909Castro MarimTel: 281 531 171Fax: 281 531 080966 902 [email protected]

Propriedade:Associação OdianaRua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21,8950-909 CASTRO MARIMTel: 281 531 171Fax: 281 531 [email protected]

Pessoa Colectiva: 504 408 755

Direção Executiva:Associação Odiana

Design e Paginação:Rui Rosa

Impressão:Postal do Algarve, LdaRua Dr. Silvestre Falcão,nº 13 C8800-412 TAVIRATel: 281 320 900

Tiragem desta edição:3.000 exemplares

Registo no ICS: 123554

Depósito legal: 150617/00

JBG ONLINEhttp://issuu.com/jornalbaixoguadianaeFacebook

NIB: 00350 234 0000 586 353 080 Caixa Geral de Depósitos

Com um fim de Verão particularmente quente, dominado pela mão criminosa dos incendiários, que selvaticamente destruíram milhares de hectares de floresta, roubando vidas humanas e um início de Outono inflamado pela conflitualidade política, o país vive acorrentado pelo síndrome da aus-teridade.

No mês de Setembro, meio milhão de portugueses protestou nas ruas contra a polémica medida comunicada pelo primeiro-ministro, ao defender a subida da Taxa Social Única (TSU) em 7% para os trabalhadores e a descida em 5,75% para as empresas, com o objectivo de encontrar uma alternativa ao chumbo decretado pelo Tribunal Constitucional ao corte dos subsídios de férias e de Natal dos funcionários públicos e pensionistas.

A receita para combater o flagelo social do desemprego, fazendo aumen-tar os descontos para a Segurança

Social dos trabalhadores do público e do privado sem aumentar os impostos, penalizou socialmente Pedro Passos Coelhos. Se é certo que não assinou a sua certidão de óbito política como alguns cronistas da nossa praça se apressaram a escrever, a verdade é que terá vivido um dos piores momentos desde que é primeiro-ministro, onde as escaramuças dentro da coligação se tornaram visíveis, o que fez com que recuasse na decisão.

O primeiro-ministro escutou a rua e ouviu o Conselho de Estado e aposta num acordo com os parceiros sociais para encontrar alternativa à TSU – sim, porque o Estado tem de arrecadar dois mil milhões de euros, que é o valor que deveria arrecadar com o corte dos subsídios da função pública.

O facto é que a queda da medida do aumento da TSU não é um palia-tivo para a falta do poder de compra dos portugueses, nem atira o endi-vidamento do país para debaixo do tapete, que nos últimos seis anos de governação socialista passou de 90 para 176 milhões de euros, muito menos permite que Portugal deixe de cumprir com o memorando de enten-dimento assinado com a troika, da qual dependemos até alcançarmos a nossa independência financeira.

Não serão as atitudes primitivas de alguns cidadãos em manifesta-ções de rua ruidosas ou o chumbo do Orçamento do Estado (OE) de 2013, por parte dos partidos da oposição e do Partido Socialista em particular, o

mesmo que conduziu o país à beira da falência, que vão declarar o fim da austeridade ou nos vão poupar da perda dos subsídios de Natal de 2012 e 2013, para cumprir o défice de 4,5% negociado pela troika.

Neste clima de incerteza e instabili-dade em que vivemos, é com agrado e entusiasmo que registo a iniciativa da Associação de Defesa do Patri-mónio de Mértola (ADPM), que no passado mês de Setembro promoveu um seminário, denominado «Desen-volvimento Sustentável do Baixo Guadiana» reunindo à mesma mesa, académicos, empresários e dirigentes regionais e locais portugueses e espa-nhóis, para debateram as perspectivas de desenvolvimento para as terras do Baixo Guadiana, com destaque para a intervenção do Presidente da CCDR/Algarve, David Santos, ao afirmar que nos próximos seis meses o IPTM dará início aos trabalhos de dragagem do rio Guadiana.

Outro dos destaques desta edição do Jornal do Baixo Guadiana é o primeiro lugar do concurso nacional «Jovens Jornalista da Ciência», conquistado pelo castromarinense Ricardo Rolim, que com outros dois colegas da escola de secundária de Tavira constituíram o grupo «Scientia», que desenvolveu três trabalhos sobre ciência. Actualmente no 12º ano, Ricardo Rolim é um aluno com média de 19 valores, que perse-gue o sonho da investigação e até lá quer seguir Medicina na Universidade no Porto.

Também gostaria de realçar a «Histó-ria de Vida» publicada pelo JBG, sobre João Caldeira Romão, um pedagogo que ao longo da sua vida tem procu-rado incutir nos milhares de alunos a quem ensinou, o gosto pelo saber e pelo conhecimento. Um dos maiores orgulhos que sente enquanto profes-sor de educação física é ter criado a «Escola de Ginástica», que teve um papel relevante no desenvolvimento da motricidade básica das crian-ças. Também Caldeira Romão é um homem de causas, que sabe cultivar como poucos os valores da amizade e da solidariedade, e que procura que a sua terra, Vila Real de Santo António, seja cada vez uma cidade de excelência no campo cultural e desportivo.

Num momento particularmente difí-cil para a sociedade portuguesa, em que os meios de comunicação vêem as suas páginas ocupadas por notícias pessimistas, é um gosto encontrar pági-nas onde ainda há crença no valor do ser humano e esperança no futuro.

Vítor [email protected]

R: Não creio que esta seja a solução, porque mais uma vez os aumentos não serão direcionados a quem de facto os pode e deve suportar.

Nome: Dinora NogueiraProfissão: Desempregada

R: Não. Acho que deviam cortar no salá-rio nos deputados em vez de darem sempre na classe média.

Nome: Catarina AzevedoProfissão: Estudante de Marketing

ABERTURA

O Governo recuou nas alterações à Taxa Social Única (TSU), no entanto pondera agravar IRS e impostos sobre o capital e património. Acha que o novo aumento de impostos é solução?

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

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CRÓNICAS

Ao cabo de um ano, em que foram exigidos aos portugueses os maiores sacrifícios, Passos Coelho veio reconhe-cer o fracasso que todos já tínhamos percebido. Isto é, não atingiu nenhum dos objectivos que invocou para os sacrifícios, pelo contrário, o défice aumentou, a dívida cresceu, as recei-tas do Estado caíram e o desemprego alastrou, enfim, a situação é muito pior do que há um ano atrás.

O mais revoltante é que o Primei-ro-Ministro em nenhum momento admitiu que o erro profundo está na sua própria política e nas orientações do memorando da «troika» que exe-

cuta acriticamente, até agravando-as, com o seu frio fundamentalismo neo-liberal.

Na sua cabeça e na do seu mentor, o ministro das finanças, tudo se passa como se tratasse de um mero exer-cício académico. O viver do nosso povo pouco lhes parece interessar. Se as contas de Gaspar continuam a não dar as metas anunciadas, como tem acontecido, então o que fazem é agravar ainda mais os impostos, taxas e alcavalas de todo o género e juntar ao roubo de dois salários dos funcioná-rios públicos e dos reformados novos cortes salariais e outras penalizações

aos trabalhadores. E não ficam por aqui, acrescentam-lhe, ao mesmo tempo, ainda mais cortes na saúde, no ensino público, na segurança social empobrecendo por todas as formas as condições de vida dos portugueses e tornando-as insuportáveis.

Foi este novo programa de austeri-dade agravada que os dois governantes vieram anunciar ao país, respectiva-mente, Passos Coelho, a 7 de Setem-bro, na já denominada de «sexta-feira negra» e Vitor Gaspar, naquela terça-feira, dia 12, em que afirmou: «os portugueses estão dispostos a fazer sacrifícios.»

Os portugueses têm estado a res-ponder-lhe, especialmente a partir das gigantescas manifestações de 15 de Setembro, com uma tal gana que se tivesse vergonha nunca mais falaria em nome dos portugueses.

A rejeição da nova vaga de auste-ridade não se ficou, porém, pela rua, fez o pleno das oposições, sensibilizou vultos grados da maioria e abalou a própria coligação governamental.

O país não consentiu que fosse avante a medida mais obscena do novo pacote: as alterações à TSU, com as quais pretendia dar um bodo ao capital com dinheiro roubado aos

trabalhadores. O governo recuou nesta medida,

mas logo inventou o derivativo das negociações com os parceiros sociais e já está a passar ao contra-ataque.

Faltando-lhe firmeza para debater com a «troika» condições que permitis-sem um aligeiramento da austeridade, como podia ter acontecido no recente «chamado 5º exame regular», o que faz agora é, a pretexto de preparar uma alternativa às alterações à TSU, desencadear uma nova escalada fiscal, com a subida generalizada dos impos-tos, especialmente do IRS, e novos e violentos cortes nas despesas sociais.

Julgo contudo que vai voltar a enganar-se e que o seu contra-ataque encontrará pela frente uma indignação ainda mais maciça, decidida e aguer-rida da que encontrou a 15 e 29 de Setembro.

Ora isto põe cada vez mais gente a pensar que, se o Governo não muda de política, tem o país que mudar de governo.

Carlos Brito

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-monn, alertou para o facto de que a juventude atual, a mais afetada pela corrente crise das dívidas sobera-nas e que, segundo os últimos dados do Fundo das Nações Unidas para a População, representa que quase metade da população humana mun-dial corre o risco de se transformar numa «geração perdida» caso não sejam tomadas as medidas neces-sárias.

No mesmo ano em que já havia

Em termos políticos, o século XIX circunscreveu a batalha do intento liberal sobre o absolutismo de matriz monárquica. Em Portugal, a luta iniciada com o Vintismo (Constituição de 1822), marcou três décadas de efervescência polí-tica, caracterizadas por sucessivas guerras civis. A Regeneração (1851) implementada por Fontes Pereira de Melo, obtida através da conver-gência do progressismo moderado e do cartismo liberal, proporcionou um certo apaziguamento político que iria subsistir até ao advento da República. Também no século XIX, Friedrich Nietzsche anuncia ao mundo a «morte de Deus». Na segunda década do II Milénio, anun-

basta pensarmos nas comemorações do Dia Internacional da Juventude no passado dia 12 de Agosto que praticamente não se fizeram sentir; nem os jovens aparentam ter inte-resse em se fazer ouvir, talvez fruto do desânimo perante a crença de que nada é possível fazer face às crescentes desigualdades. Por outro lado, nem da restante sociedade estas declarações foram alvo de uma receção condigna, basta pen-sarmos na diminuta divulgação de que foram merecedoras nos meios de comunicação social.

Que se passa? Estarão os nossos

dade portuguesa. Neste particular, evidencia-se uma forte resistência corporativa instalada, que dificulta a introdução e execução de reformas ditas estruturais. Recuando nova-mente no tempo lusitano, compro-va-se que o Liberalismo do século XIX e a República do século XX, não lograram vingar devido à forte resistência corporativa, que impul-sionou e fomentou alguns períodos de ditadura (Sidonismo, Cabralismo e mais tarde o Estado-Novo). Mou-zinho de Silveira (1780-1849) terá sido o último grande reformista do período contemporâneo. A segunda metade do século XIX e todo o século XX foram marcados pelo florescimento da acção política. A

jovens adormecidos? Estarão resig-nados por não acreditar ser possível uma mudança? Ou esta apatia será fruto de um sistema que necessita de jovens incapazes de se fazer ouvir para se perpetuar? Na minha opinião, será uma mistura destes e, possivelmente outros fatores. Mas, mais do que procurar a causa, importa procurar a solução e esta não aparenta ser fácil perante os crescentes números de desemprego juvenil que vamos verificando e perante a quantidade de jovens a viver na pobreza. É urgente tomar medidas específicas para ajudar os

política tornou-se moda. «O com-bate político» tornou-se expressão de signatários ofuscados pela «Von-tade de Poder».

Sem demagogia, verifica-se de forma inequívoca, uma supremacia do poder económico face ao poder político. A economia regula a polí-tica! Que mudança! Desta forma, a tecnocracia assume relevância acrescida. A produção e fomento de normas e directivas governati-vas que potenciem o tão desejado crescimento económico apostado na construção de uma sociedade plural e justa quanto possível, são actualmente, tarefas atribuídas a ministros claramente tecnocratas. A política enquanto sistema, reve-

75 milhões de jovens que estão sem emprego no mundo e os 228 milhões de jovens que vivem em situação de pobreza extrema e lutam para sobreviver na economia informal. A ausência destas medidas irá relegar para segundo plano muitas vidas que ficarão suspensas nos sonhos típicos da idade. Por outro lado, é também necessário que os jovens reconheçam a importância de fazer ouvir a sua voz, serão eles que irão determinar se nos próximos tempos caminharemos para um maior perigo, ou se iremos no sentido de mudanças positivas.

Por fim, que se retire a lição das vivências deste tempo, para que os erros não se repitam no futuro. Tal como referiu Franklin Roosevelt: “Nem sempre podemos construir o futuro para nossa juventude, mas podemos construir a nossa juven-tude para o futuro.”

la-se entrópica, fecha-se, dilui-se em si mesma. Os modelos políticos transformaram-se num “bricolage” de ideias de ocasião. Aprofunda-se um total descrédito nos agentes políticos. De forma pouco surpre-endente verifica-se uma constante incapacidade política na resolução dos grandes desafios colocados a descoberto pela crise das dívidas soberanas- edificada por políticos, criticada pelos mesmos políticos!

Faz, cada vez mais sentido obser-var o materialismo histórico pro-posto por Marx e Engels, em que a luta de classes (detentores dos meios de produção Vs. produto-res de riqueza) se comporta como o motor da história, culminando em revoluções sociais. Na verdade assiste-se a uma nítida transferência de poder; desejada, mas potencial-mente perigosa!

definido como prioridade da sua agenda «o compromisso de envolver e trabalhar com e para os jovens», esta declaração do Secretário-Geral da ONU deveria, no mínimo, colocar em alerta todos os jovens, bem como os responsáveis pelas políticas de juven-tude. Mais, numa época em que exis-tem tantos jovens como nunca houve no mundo, declarações desta gravi-dade partindo do mais alto repre-sentante da ONU deveriam colocar a juventude em alvoroço. No entanto nada disto se verifica, nem os nossos responsáveis atribuem a devida importância aos jovens da sociedade,

cia-se por toda a Europa a «morte da política». Visão assustadora para alguns! Efectivamente assiste-se a uma transformação nas relações de poder, onde recorrentemente se verifica que a orientação e governa-ção dos estados soberanos são con-fiadas a tecnocratas em detrimento de políticos. Porquê? Será que desa-pareceu a cultura política? O que é na verdade a política? As respostas não são certamente óbvias e muito menos, simplistas. Analisando a conjuntura actual, e em particular a componente socio-económica portu-guesa, rapidamente se projecta um cenário particularmente adverso, pelo que urge conceber reformas de fundo, transversais a toda a socie-

Nuno António

Osório dos Santos

O recuo e o contra-ataque

Secretário-geral das Nações Unidas alerta que a juventude atual corre o risco de se transformar numa «geração perdida».

Política… Crónica de uma morte anunciada!

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

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Alcoutim garante almoços ao 2º e 3º ciclos

Escola de Martinlongo inaugurada 13 anos após abertura

Apoios Sociais e requalificação do parque escolar mantêm-se

EDUCAÇÃO

Este ano letivo, e dada a crise agudizada que tem vindo a dete-riorar as condições das famílias, a câmara de Alcoutim fez da ajuda um imperativo e vai proporcio-nar “um benefício que julgamos inédito no país; iremos também oferecer os almoços às crianças do 2º e 3º ciclos”, refere Francisco Amaral que garante tratar-se de “um grande esforço da autarquia, mas as nossas crianças e famílias merecem-no”. Relembre-se que os almoços já são gratuitos para o pré

Foi precisamente em Setembro de 1999 que a Escola Professor Joa-quim Moreira abriu portas a jovens que, por esta altura, devem estar a ingressar no ensino universitário. Nesta escola, que atualmente conta com 140 estudantes, só volvidos 13 anos aconteceu o descerramento de placa de inauguração pelo Secretá-rio de Estado do Ensino e da Admi-nistração Escolar, João Casanova de Almeida. Tardou, mas aconte-ceu. “Finalmente, após 13 anos de insistência, um membro do Governo aceita o convite do município para inaugurar a escola de Martinlongo; a decisão de a construir não foi nada fácil, mas as gentes desta parte do concelho mereciam”, referiu o autarca alcoutenejo Francisco Amaral, caracterizando a indisponi-bilidade do anterior executivo como «estranha». Para o governante social democrata, esta demora é uma ques-tão que o “ultrapassa” e remete as

Para o pré-escolar o prolongamento do horário (até às 18h) abrange quase 90% dos inscritos de forma gratuita. Para o primeiro ciclo a autarquia auxilia 262 alunos com escalão A de apoio social e 201 no escalão B. Quanto às refeições a autarquia irá pagar a totalidade das refeições aos alunos do 1º ciclo e do ensino pré-escolar do 1º escalão e 50 por cento do seu valor aos alunos destes níveis de ensino inseridos no 2º escalão. O transporte escolar, será gratuito para os estudantes do ensino básico que, segundo o regu-lamento de transportes escolares, estejam em condições de usufruir do mesmo.

Para o ensino secundário do 1º escalão o transporte é disponibili-zado a custo zero, enquanto para os do 2º escalão, o transporte é comparticipado em 75 por cento;

Já os restantes alunos têm uma com-participação de 50 por cento. Está também programada uma visita de estudo a título gratuito, num auto-carro camarário, a todas as crianças do primeiro ciclo e pré-escolar.

A autarquia acrescenta ainda em comunicado que disponibiliza gratuitamente atividades de enri-quecimento curricular e procedeu à instalação de 14 aparelhos de ar condicionado na escola EB1 JI Santo António. Para o edil vila-realense Luís Gomes “o conjunto de medidas preparadas para o arranque do ano escolar mostram que, em pleno ano de dificuldades, a autarquia conti-nua a apoiar as famílias que mais precisam e a manter inalteradas as suas políticas sociais, assegurando a aposta na qualidade das escolas concelhias”.

–escolar e 1º ciclo. Em suma, são agora 200 as crianças cujo almoço é providenciado pela autarquia; portanto a todos os jovens que estudam em ambas as escolas do concelho.

O autarca relembrou ainda a contratualização levada a cabo em 2009 com o Ministério da Educação que permitiu a descen-tralização de competências propor-cionando às crianças e jovens do concelho um ensino de qualidade. “Atribuímos bolsas de estudo aos

respostas “para quem não esteve disponível anteriormente”.

Abertura letiva no interior do país

A inauguração do ano letivo numa região do interior não foi um acaso, mas sim intencional. “É normal agendarmos esta deslocação propositadamente como primeira numa região do interior do país”, assegura o Secretário de Estado, apontando como um “sinal de que todos os nossos recursos humanos são importantes e temos que esti-mular as aprendizagens dos nossos jovens, independentemente da sua localização no território nacional”. O responsável revelou ainda o seu “apreço” pelos esforços levados a cabo, nomeadamente na edu cação, num dos concelhos mais desertificados do país.

alunos que frequentam o ensino superior, cedemos subsídios cole-tivos e individuais para a compra de material e manuais escolares, subsidiamos os almoços e garan-timos também o transporte esco-lar”, atesta o autarca frisando a oportunidade gratuita dada aos alunos do concelho para usufruir das várias atividades extracurricu-lares e desportivas. Como novidade fica para já a criação de uma Banda de Música em Alcoutim muito bre-vemente.

Novos exames aumentam cultura de exigência

O governante defendeu ainda a realização de exames no final de cada ciclo como forma de permitir um desenvolvimento sustentável

do seu percurso escolar e aumen-tar a cultura de exigência. Atesta também que “é necessário que os jovens tenham cada vez mais consciência do que tem que ser um conhecimento sustentável ao longo do tempo”, referindo que “o conhecimento pessoal e profissio-

nal não começa a partir da data do exame, começa sim a partir da data de entrada na escola”. A meta é “trazer ao sistema educativo uma mensagem de necessidade de maior rigor, maior exigência e na qual se enquadram os exames de final de ciclo”. Recorde-se que este ano, e à semelhança do que sucedeu o ano passado com o 6º ano, os alunos do 4º ano do ensino básico vão ter exames nacionais.

Quanto à situação dos professores, João Casanova de Almeida espera da classe docente o “profissiona-lismo que tem permitido aos alunos ultrapassar as suas dificuldades em anos anteriores”, esclarecendo que “não existem ruturas, existem sim mudanças que estão a ser feitas, porque entendemos que os resul-tados que os alunos alcançavam, para o investimento que era feito na Educação, não tinham o retorno desejado”.

Escola de Martinlongo abriu portas em 1999 sem inauguração oficial

Para além do pré-escolar e 1º ciclo, este ano também o 2º e 3º ciclos vão poder contar com almoço gratuito

Mais de uma década depois a Escola Professor Joaquim Moreira, em Martinlongo, finalmente descerrou a placa de inauguração com a presença de Secretário de Estado. O governante aproveitou para anunciar os novos exames de final de ciclo.

O executivo alcoutenejo liderado por Francisco Amaral decidiu “abrir os cordões à bolsa”, nas palavras do edil, e oferecer os almoços aos alunos do 2º e 3º ciclos das duas escolas do concelho.

No arranque do ano letivo 2012/2013 a câmara municipal de Vila Real de Santo António não coloca travões ao orçamento com a educação, mantendo a generalidade dos apoios ao pré-escolar e primeiro ciclo.

Início de ano letivo em VRSA

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | OUTUBRO 2012 | 5

Jovem Jornalista da Ciência persegue sonho da investigação

Campus Desportivo no Baixo Guadiana

JUVENTUDE

A fase que Portugal está a atravessar é bastante conturbada e não passa ao lado de Ricardo. Este jovem castro-marinense tem dado provas das suas capacidades intelectuais com um percurso escolar exemplar. Atualmente no 12.º ano sonha já com uma vida profissional na área da medicina e pretende enveredar por uma carreira na investigação. Consciente que para o conseguir terá de trabalhar bastante tal facto não o assusta, até porque, com o atual estado da nação e do velho continente, sabe que os dias que virão não serão nada fáceis. Gos-taria de construir uma carreira em Portugal, mas não sabe se por cá existe mercado para si e até descon-fia da valorização do seu trabalho. “Infelizmente, o que se tem visto é que os investigadores portugueses que conseguem vingar foram os que emigraram”, observa o jovem em tom de lamento.

Ricardo ganhou o primeiro lugar do concurso nacional «Jovens Jor-nalistas da Ciência», tendo inte-grado com dois colegas de turma o grupo «Scientia». Ao longo do ano letivo passado, enquanto o con-curso decorria, foram superando

O fim-de-semana de 15 e 16 de Setembro foi considerado, tanto pela organização, como para os participantes, um «sucesso» a repetir. Jovens entre os 16 e 19 anos do Baixo Guadiana luso e espanhol rumaram a Villanueva de los Castillejos (Espanha) para três dias de desporto, animação e muito convívio em margens transfronteiriças. De resto uma organização liderada pela Asso-ciação Odiana no âmbito do pro-jeto TAG.

O idioma não foi um problema para os 45 jovens do Baixo Gua-diana luso (incluindo o conce-lho de Mértola) e espanhol, cuja ligação era o espírito de convívio. Esta é a II Edição do «Campus de Beturia», a 1ª foi realizada em 2011, pela mesma altura, mas com crianças entre os 11 e 12 anos.

O grande objetivo do «Campus» foi estar sempre em movimento com um leque variado de ativida-des, desde canoagem, provas de bicicletas coletivas, orientação,

as diversas provas, realizando três trabalhos que versaram temas diferenciados da ciência através de três suportes diferentes de jor-nalismo: vídeo, imprensa e rádio. Os temas em causa foram «fornos solares», «fragilização das arribas no barlavento algarvio» e entrevista ao cientista português Alexandre Quintanilha. Em Maio chegaram à grande final, vencendo-a de forma inequívoca.

Depois de um ano letivo em que participaram neste concurso 147

paintball, aeróbica, jogos noturnos e didáticos, caminhadas, gravação de curtas-metragens e a «grua humana», ou seja, quase que o regresso dos «Jogos Sem Fron-teiras». Os jovens partiram com os monitores à aventura naquilo que foi caracterizado como um «intercâmbio transfronteiriço de largo sucesso e com muito diver-timento».

Jovens pedem repetição do «Campus»

José Beirão tem 18 anos, estuda em terras pombalinas e foi um dos participantes deste «Campus» considerando-o como «uma experiência muito positiva». “Correspondeu às curiosidades que tinha e ajudou a praticar diversas modalidades não muito habituais no nosso dia-a-dia”, defende o estudante manifes-tando ainda as grandes vanta-gens da convivência entre povos irmãos. “Tivemos oportunidades de conviver e trocar experiências

equipas, chegaram até à grande final apenas cinco equipas, sendo que a melhor redação foi do grupo «Scientia» que teve oportunidade de entrevistar a cientista Carlota Simões, formada nas áreas da mate-mática e da música. O momento de glória teve lugar no fim-de-semana de 26 e 27 de Maio no Casino da Figueira da Foz perante um júri exigente e que reconheceu aos três jovens alunos, da escola secundária Dr. Jorge Augusto Correia, a capa-cidade prática e teórica, destacan-do-se dos demais.

Conhecimento e criatividade

Em entrevista ao JBG o jovem castromarinense garante que esta experiência – que já tinha vivido o ano passado, mas sem chegar tão longe – permitiu desenvolver o conhecimento e a criatividade. “Foi bastante motivador porque tivemos que estudar, mas também desenvolver com criatividade as diversas abordagens”. Para já o con-curso «Jovens Jornalistas da Ciên-cia» permitiu-lhe abrir horizontes, estabelecer contactos e espicaçar a

com jovens espanhóis da nossa idade, sabendo ainda um pouco sobre a cultura e hábitos que têm”. Para José Beirão esta não foi a estreia em campus deste género, sendo que a novidade foi mesmo a componente internacio-nal. “O convívio entre nós jovens foi muito bom”, diz confessando ser também um desafio para o futuro. “Este campus para mim, e para vários colegas ligados à área do desporto, serviu também como uma experiência que futu-ramente pode vir a ser elaborada por nós, futuros profissionais”. Para o José, como para muitos dos participantes, pede-se um «bis». “Acho que este Campus deveria repetir-se, mas com uma maior expansão a nível internacional, para que as barreiras que nos separam possam ser quebradas num só fim-de-semana”. Ao que o JBG apurou este ano irá decor-rer mais um Campus já no mês de Outubro em Lepe (Espanha) dirigido a crianças entre os 11 e 12 anos.

Organização: O Campus é da organização da parceria e projeto TAG – Turismo Ativo no Guadiana, uma iniciativa de cooperação entre o Algarve – Alentejo – Andaluzia e financiado pelo Programa de Cooperação Trans-fronteiriça Portugal – Espanha [POCTEP] 2007-2013. Entre os principais objetivos do TAG consta a cooperação das entidades do Baixo/Bajo Gua-diana, ao nível de infraestruturas e ofertas de desporto, lazer, natureza e convívio. Pretende também intervir na formação para jovens criando uma estratégia conjunta de redes transfronteiriças, promovendo o território como uma Zona Desportiva, de lazer e de convívio de Excelência.

paixão que já é grande pela ciência. Aluno com média de 19 valores, na área da ciência e tecnologia, Ricardo quer seguir medicina na Universidade no Porto. Preocupado com o futuro de Portugal Ricardo promete esforçar-se por assegurar um lugar na área que ambiciona. Reconhece que só conseguirá com muito trabalho e esforço”, mas promete dar continuidade a uma carreira estudantil, tal como até aqui.

Viagem a Nova Iorque

Um novo ano letivo já come-çou, mas o grupo «Scientia» aguarda a prometida viagem a Nova Iorque, com direito a uma visita ao jornal «New York Times», o prémio atri- buído ao primeiro lugar «Jovens Jornalistas da Ciência», uma organização de «Ciência Hoje». A viagem deveria ter sido em Setembro, mas ao que sabemos deverá ser no final do ano.

Cerca de 50 jovens participaram no «Campus Desportivo»

Equipa aguarda ansiosamente a viagem e visita ao «New York Times»Ricardo Rolim quer seguir medicina

É natural e residente em Castro Marim e tem 17 anos. Ricardo Rolim venceu, com outros dois colegas da escola secundária de Tavira, o concurso nacional «Jovens Jornalistas da Ciência». Como aluno exemplar já perspetiva o futuro com os olhos postos na investigação e, quem sabe, no estrangeiro.

No mês de Setembro um grupo de estudantes da Escola Secundária de Vila Real de Santo António rumou a Espanha a Villanueva de los Castillejos. Desporto, gincana fotográfica, orientação e paintball foram algumas das muitas atividades que rechearam durante três dias um grupo de quase meia centena de jovens lusos e castelhanos.

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LOCAL | EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANHA

por Antónia-Maria

El voluntariado ambiental en Andalucia

La ciudad de Olivenza recupera sus antiguas «ruas»

El festival internacional de danza de Villablanca Una palmera

junto al Guadiana

muy lejos de la media europea por la falta de programas educativos serios en la enseñanza primaria

Ya en el año 1995, la Conseje-ría de Medio Ambiente, pone en marcha el Programa de Volunta-riado Ambiental en nuestra comu-nidad, con la intención de contar con una estructura de apoyo al desarrollo de estas actividades. Desde entonces muchísimas perso-nas y colectivos han participado en actividades promovidas desde este programa: campo de voluntarios, redes de voluntarios en el litoral

andaluz, redes de voluntarios en espacios naturales, actividades dentro del programa Migres…Coastwtch…consolidando esta actividad dentro del ámbito euro-peo.

En los campos del Voluntariado conviven durante 10 días, jóvenes para desarrollar un programa de actuaciones concretas para la con-servación del medio; como pro-tección de la flora y fauna y la recuperación del patrimonio histó-rico – etnológico degradado.

La participación en los campos

incluye alojamiento y manuten-ción a pensión completa.

En la provincia de Huelva tene-mos numerosos colectivos como: “Asociación Ecologista Boscal”, “Doñana Educa”, “Grupo de Amigos de la Naturaleza Madroño”, “Red de Voluntarios Marismas del Odiel”, “WWWF-Adena en Sierra de Aracena”, “Asociación Ecolo-gista Ojo de Lince”, “Asociación Juvenil Acrópolis”… y muchos más que desarrollan su actividad durante parte del año en toda la provincia de Huelva.

En la región de Andalucía, muchas han sido las iniciativas sociales para la mejora del Medio Ambiente y conservación de los recursos naturales.

Numerosos organismos, grupos y asociaciones han aportado sus esfuerzos en cuestiones tan diver-sas como la conservación de los espacios naturales, la protección de la biodiversidad, la mejora del medio urbano, la conservación del litoral…etc.

Pero, sin embargo, la conciencia-ción de la sociedad andaluza está

La ciudad de Olivenza está recupe-rando los nombres de sus antiguas calles. La iniciativa partió de la Aso-ciación “Além Guadiana”, que pre-sentó un proyecto al Ayuntamiento de esta Ciudad, y a los representantes políticos del mismo. Este proyecto consistía en retomar y poner en valor, la antigua toponimia oliventina, recuperando los antiguos nombres en sus calles actuales pero con la misma estética en sus placas.Se rescatan así, denominaciones como “becos”, “calçadas” o “ruas”que forman parte del extenso casco his-tórico que encierran sus antiguas

El Festival Internacional de Danza de Villablanca se ha celebrado en la última semana de Agosto, en su 33 edición. Nació en el año 1998 como una iniciativa de algunos veci-nos, interesados en dar a conocer y difundir sus danzas autóctonas, como la “danza de los Palos”, de carácter ritual – religioso, y que inaugura el inicio de este festival desde su creación.

Este Festival forma, ya, parte del patrimonio cultural de la provincia de Huelva, siendo un vehículo para difusión de la cultura y del patri-monio folclórico por medio de la danza.

Villablanca, un municipio de cerca de 2000 habitantes, en la Manco-munidad de Beturia y fronterizo con el Guadiana y el país vecino, en esos días, se vuelve una amalgama de mezclas de culturas y lenguas. Actuaron cerca de 10 grupos de países tan diferentes como Bulgaria, Argentina, Senegal, Georgia, Portu-gal, Rumania, Brasil o Siberia.

Los vecinos participan de forma activa en el mismo, alojando a los

La palmera es una planta tropical de climas cálidos que está conside-rada la joya del reino vegetal por su gran exotismo y ornamentación. También son llamados los príncipes de los jardines.

Existen mas de 2000 variedades de la misma, aunque con caracte-rísticas muy parecidas. Sus troncos son robustos y fuertes por el anillo uniforme que los rodea, y sus raíces, en lugares secos, pueden alcanzar los veinte metros de longitud. Las hojas se llaman palmas.

Su flor es pequeña y poco llama-tiva, sólo empieza a dar frutos a los cuatro años de su plantación

Según la leyenda, la primera pal-mera que vivió en el Al Andalus, llegó procedente de Oriente Medio a la Arruzafa, el palacio de verano del

emir Abderraman I, que se asoma a la vega del río Guadalquivir desde las laderas de Sierra Morena.

Abderraman I, siempre se sintió un príncipe desterrado y errante fuera de Siria, su país natal, y le dedicó este poema de tan grande sensibilidad…

Tú también, insigne palmeraEres aquí forasteraLlora, pues, mas siendo muda¿Cómo has de llorar mis penas?De Algarve, las dulces aurasTu pompa, alagan y besan.En fecundo suelo arraigasY al cielo tu cima elevasTú no sientes, cual yo sientoEl martirio de la ausencia.

diferentes grupos en sus propias casas y colaboran como voluntarios en la organización del evento.

Su labor ha sido reconocida en Febrero de este mismo año con el premio “Huelva Joven”, que entrega, cada año, el Instituto Andaluz de la Juventud, en la capital de la provin-cia, a las iniciativas mas destacadas de los jóvenes.

murallas.La toponimia urbana de Oli-

venza, fue modificada a mediados del siglo pasado, pero sus antiguos nombres seguían siendo utilizados por la población por tradición. Estos nombres nos hablan de su pasado portugués y de su desconocida his-toria: la “Rua das Atafonas” el “Ter-reiro Salgado”, el “Beco de Joao da Gama”, la “Calcada Velha”…son algunos ejemplos, que aluden a figuras históricas de la ciudad o la “Vila”, como también se le conoce, o a los antiguos gremios de artesanos allí establecidos.

Con esta acertada iniciativa, se pretende poner en relieve la rica herencia de este municipio donde se respiran dos culturas, y la recu-peración del portugués oliventino, creando un amplio banco sonoro recogido entre personas mayores que aún lo hablan, ininterrumpida mente, desde la Edad Media, según Joaquin Fuentes Becerra, presidente de la Asociación,

Este convenio es una actividad enmarcada dentro del proyecto “Cir-cuito Turístico por Tierras Rayanas”, financiado por la Unión Europea. para la región extremeña.

En los campos del Voluntariado jóvenes conviven durante 10 días

Olivenza está recuperando los nombres de sus antiguas calles

La primera palmera que vivió en el Al Andalus, llegó procedente de Oriente Medio

El Festival se ha celebrado en la última semana de Agosto

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LOCAL

Não existindo o projeto da Ponte para a travessia Alcoutim – Sanlú-car, José Constantino, empresário há mais de 30 anos, aventurou-se numa travessia alternativa; não de ponte, mas de barco.

O projeto consiste na travessia de um ferryboat que liga as duas margens e transporta viaturas e pessoas. Trata-se de um projeto “adaptado à realidade do rio e baseado numa jangada com 11 metros por 5,5m que foi dese-nhado para fazer face à corrente do rio e poder atracar nas duas plataformas disponíveis, tanto em Sanlúcar como em Alcoutim”.

Apesar de parecer um projeto de grande envergadura, o promotor é perentório. “Ao contrário do que possa parecer não é um projeto megalómano; não é muito grande, nem muito caro”, sendo que foi desenhado para se encaixar nesta região do rio”.

O total do projeto varia entre 150 e 200 mil euros, um valor que em época de crise profunda reserva um grande investimento, sendo que o responsável garante que a sua empresa «Jangada Diver-tida Lda.», associada à «Ventos do Mediterrâneo S.A.», “está dispo-nível e quer fazer precisamente o investimento nessa área”. A salientar que este projeto mere-ceu parecer positivo da câmara municipal de Alcoutim, ayunta-miento de Sanlúcar de Guadiana e

Ricardo Cipriano assumiu em 2010 a direção geral do «Castro Marim Golfe». Desde essa altura que a direção deste empreendimento é totalmente portuguesa, mantendo-se a empresa-mãe na Holanda. Em declarações ao JBG Ricardo Cipriano garante que em termos de “voltas ao campo o ano de 2011 foi melhor que 2010 e este ano está a manter a performance do ano passado”. Do mercado de aluguer de moradias este responsável também não se queixa. “Estamos a trabalhar melhor que nunca ao nível de explo-ração hoteleira desde há três anos”, confirma, notando que tem havido maior procura do empreendimento pelo condomínio privado que pos-suem e onde se encontram 61 mora-dias, piscina, snack-bar e playground para crianças.

Corte na ordem dos dois milhões

A direção geral do «Castro Marim Golf» mostra-se empenhada em redu-zir a despesa do empreendimento, tendo desde 2010 conseguido reduzir em mais 1 milhão e 700 mil euros. “Foi necessário fazer uma série de cortes de gastos que eram supérfluos”, frisa Ricardo Cipriano, lembrando que “o paradigma de vida mudou”. Tra-ta-se de uma redução significativa que não implicou a redução de ordenados nem despedimentos, já que este res-ponsável garantiu ao JBG que “desde 2009 que são mantidos os 66 postos de trabalhos”, não escamoteando, no entanto, as “dificuldades para manter os salários em dia”. Ricardo Cipriano lembra que “o aumento da carga fiscal

é bastante pesado neste setor o que, conjugado com a conjuntura difícil da imobiliária, que está parada, torna tudo muito difícil”. O responsável explica também que estes cortes estão a ser feitos graças ao “cumprimento rigoroso de um plano de gestão que foi apresentado à administração na Holanda”, admitindo que a área com maior dificuldade em atingir as metas delineadas é a de imobiliária, que está completamente parada”.

Para além da crise global Ricardo Cipriano acusa que “as portagens vieram prejudicar a dinâmica do campo de golfe”, reivindicando que deveria haver uma maior conflu-ência de sinergias para empolar a real situação, pois desde a fronteira até Altura não se pagam portagens. “Deveria haver um consórcio, ou algo

do género, entre campos de golfe, restauração, hotelaria, municípios, comércio para defender esta área livre de portagens que se apresenta muito apetecível para os turistas que vêm de Espanha”. Este responsável nota que “individualmente a mensagem não está a funcionar”.

Hotel com 150 quartos

De referir que este empreendimento tem previsto um hotel de 150 quartos. A conjuntura não tem permitido que avance e a direção está à procura de um parceiro da área para concessio-nar o projeto.

associação transfronteiriça ATAS.

Transporte para 24 pessoas e 2 viaturas

O ferryboat pode transportar um máximo de 24 pessoas e 2 a 3 viaturas até 3500 kg. Trata-se de um projeto «muito simples e muito agradável», diz o responsável que conta ainda que se trata de “uma estrutura metálica com flutuadores em resina que tem características de manobra muito grandes, pois trabalha com dois motores que giram em 360 graus”, explica referindo ainda que a embarcação dispõe de uma capacidade de atra-cagem para vencer as correntes do Guadiana.

Em relação ao transporte de via-turas o processo é simples e fácil. “Os carros entram por um lado e saem pelo outro, portanto não há cruzamentos, não há manobras, não há marcha atrás”, explica revelando que este ferryboat irá funcionar à imagem do ferry que trabalha em Setúbal. A embarca-ção dispõe de motores hidráulicos e já foi feito um estudo e apresen-tado ao IPTM, que o responsável garante ter recebido nota positiva: “o feedback foi o melhor”.

Apoios e entraves

Sendo um projeto com um investimento na ordem das cen-

tenas de milhar, José Constan-tino recorreu a apoio financeiro. Candidatou-se à Medida 3.1.2 - Criação e Desenvolvimento de Microempresas, do Subprograma 3 – Dinamização das Zonas Rurais do Programa PRODER (Programa de Desenvolvimento Rural) gerido, no território do Baixo Guadiana, pela Associação Terras do Baixo Guadiana; a candidatura surgiu no 1º Concurso 2012 que decorreu entre 16 de Abril e 16 de Maio. O apoio seria uma «grande ajuda», mas no percurso deparou-se com um obstáculo, um CAE (Código de Atividade Económica) inadequado. “A ATBG aprovou uma estratégia que engloba única e simplesmente o Rio Guadiana, o que acontece é que no Aviso de Abertura colocou um CAE para o mar e não para o rio”, refere indignado o empresário

que adianta que a colocação de um CAE para o mar não faz sentido, visto que não existem infraestrutu-ras que sustentem qualquer ativi-dade no âmbito marítimo-turístico (neste caso somente aplicável à localidade de Altura, concelho de Castro Marim). “Nós colocámos o CAE certo, (transporte fluvial de passageiros); não correspondia ao aviso de abertura, mas nós tive-mos o cuidado de alertar a ATBG que estava incorreto”, explicou advertindo que a ATBG já deti-nha conhecimento da intenção desta candidatura desde Janeiro de 2012.

Caso o projeto não seja aprovado na ATBG vai exigir um esforço suplementar da empresa, mas para José Constantino tal não consti-tui entrave. “Esse não é um pro-blema para a execução do projeto

porque a empresa está disponível para avançar, independentemente do financiamento ou não,” expõe informando que a embarcação já se encontra semiconstruída.

De acordo com o promotor, esta situação já mereceu contestação em instâncias superiores e aguarda uma resposta da Autoridade de Gestão do PRODER.

ATBG responde

Contactada sobre esta situação a ATBG explicou que a estratégia PRODER do Baixo Guadiana inte-gra território de influência fluvial e também marítima, dado que três das suas freguesias, pertencentes aos concelhos de VRSA, Castro Marim e Tavira, têm costa marí-tima, daí a inclusão do CAE relacio-nado com o transporte marítimo de passageiros. A entidade fez saber que “já foram aprovados inúmeros projetos relacionados com o rio Guadiana, inclusivamente o sócio maioritário da empresa promotora (Jangada Divertida, Lda) tem um projeto relacionado com ativida-des no rio aprovado pela ATBG ao abrigo do eixo 3 do PRODER”. A ATBG salientou ainda que já foram explicadas ao promotor, e dado conhecimento à Autoridade de Gestão do PRODER, as razões que estiveram na base da não inclusão do CAE em causa no aviso de aber-tura do 1º concurso/2012.

Ferryboat pode ligar Alcoutim a Sanlúcar

Castro Marim Golfe reduz quase 2 milhões em custos operacionais

2013 pode ser o ano em que finalmente a travessia entre margens vizinhas do Guadiana pode vir a ser assegurada, não via automóvel, mas por um ferryboat. A ponte Alcoutim Sanlúcar não é presentemente uma realidade, mas um empresário de Mértola aventurou-se naquilo que caracteriza um «projeto inovador».

Joana Germano

Susana de Sousa

Investimento na ordem dos 150 mil euros

«Castro Marim Golfe» reduziu a despesa em 1milhão e 700 mil euros

José Constantino é o promotor do ferryboat para Alcoutim- Sanlúcar

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ESPECIAL «GRANDE RIO DO SUL»

Promovido pela Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM), decorreu no passado dia 20 de Setembro, naquela locali-dade do Baixo Alentejo, um semi-nário visando o desenvolvimento do Baixo Guadiana e a relação com o grande motor do território, o turismo. O Cineteatro Marques Duque foi palco da iniciativa que contou com um painel de oradores diversificado. O tema central foi o «Desenvolvimento Sustentável do Baixo Guadiana e a sua relação sim-biótica com o turismo».

Na sessão de abertura Jorge Revez, Presidente da ADPM, entidade organizadora da iniciativa, deixou algumas reflexões e indagou os constantes entraves à região, nome-adamente o caso do Guadiana. “O desassoreamento do Rio Guadiana é uma questão que persiste após tantos anos e após tantos fundos comuni-tários, e porquê?”. A desistência de investidores presos na malha da burocracia tem sido e perspetiva-se, de acordo com o responsável, que se mantenha um forte obstáculo à criação de riqueza e mais-valias no território. “As burocracias são muitas e para se poder fazer alguma coisa são por vezes necessários pareceres de 18 entidades distintas”, alerta acautelando a urgência de siner-gias e articulação entre as entida-des. “Necessitamos de muito mais articulação para fazer coisas neste território”.

Respeito pela dimensão

territorial

José Carlos Barros, vice-presidente da câmara municipal de Vila Real de Santo António, voltou a refor-çar as sinergias como prementes para o desenvolvimento da região e sobretudo no «empenho». “Os planos de ação não existem se não forem partilhados e se os políticos e os técnicos não estiverem empenha-dos, pois a sua execução depende dos compromissos que se assumem à volta deles”, salientou o autarca que apelou e formulou algumas refle-xões à luz do contexto atual. “No passado consideraram-se alguns projetos de sucesso e neste contexto já não o são; verificou-se que afinal não geraram emprego e a mais-valia económica esperada”, frisou dando como exemplo o caso de abandono do aldeamento «Costa Esuri» em Ayamonte. Ainda neste aspeto o res-ponsável alertou para a «escala e a dimensão», relembrando que deve existir «respeito pela dimensão ter-ritorial», dado que o território é de baixa densidade. A título de exemplo do município que representa ,José Carlos Barros falou do complexo desportivo vila-realense e da ciclovia explicando que segundo inquérito feito aos visitantes do complexo de alto rendimento as duas grandes motivações de visita destacavam-se por serem as endógenas, «o clima e a envolvência ambiental». “Estes são fatores muito importantes para a diferenciação e é à volta destes pequenos projetos que devemos continuar a discutir”, remata.

“Temos que saber adaptar as intervenções às realidades e envolver os agentes locais”

A CCDR Alentejo, através de Figueira Antunes, referiu que as estratégias devem ser adaptadas à realidade. “Não existe uma estraté-gia de modelo único, existem sim abordagens diferenciadas”, não fazendo esquecer que “temos que saber adaptar as intervenções às rea-lidades e envolver os agentes locais”. David Santos, Presidente da CCDR do Algarve, teve uma apresentação sobretudo centrada nas apostas atuais; a produção de energia solar (relembrando que o Algarve é uma região com elevado número de horas de exposição solar), e uma aposta em produtos turísticos diferenciados, entre os quais mencionou a restrutu-ração da rede de Parques Naturais e salientou o nicho de turismo de natu-reza, este último como produto turís-tico de valor acrescentado. Também os números e valores de projetos foram apresentados, mencionando o responsável os 34 milhões do Pro-grama POCTEP (Programa Operacio-nal de Cooperação Transfronteiriça Espanha – Portugal). Relativamente a projetos aprovados para o Baixo Guadiana a Alcoutim coube um total de 1,6 milhões sujeitos à comparti-cipação FEDER destinados ao lote-amento empresarial do concelho e ainda ao núcleo museológico do Cas-telo, entre outros. Para Castro Marim o montante de 1,7 milhões para a

requalificação de espaços públicos, o polo incubador de empresas, entre outros. VRSA com um montante de 1,4 milhões para o ninho de empre-sas, requalificação da entrada norte (ciclovia), alfandega, pavilhão e pista de atletismo. Montante menos avul-tado, mas também significativo coube ao IPTM para o desassoreamento do rio, nomeadamente a dragagem que dispõe de 450 mil euros; no que diz respeito ao Guadiana, David Santos fez notar que num prazo máximo de 6 meses o IPTM dará início aos trabalhos de dragagem.

“As instituições são a chave, pela sua qualidade e eficiência”

O primeiro painel, sob a temática «Um olhar sobre a relação entre turismo e desenvolvimento sustentá-vel» contou com Sérgio Guerreiro, do Turismo de Portugal e com Eduardo Fayos-Sola, presidente da Ulysses Foundation.

O representante do turismo nacio-nal traçou uma análise da evolução do desempenho da entidade e enu-merou alguns dos desafios em que a entidade tem que trabalhar. Desde o apoio ao investimento e formação nas empresas, a desburocratização da relação entre as empresas, o ate-nuar da sazonalidade, captação de rotas aéreas e a criação de iniciativas que premeiem as boas práticas. Por seu turno Eduardo Fayos-Sola traçou uma breve análise do turismo atual referindo desde logo que, no que

Estratégias de futuro para desenvolvimento sustentado do Baixo Guadiana estiveram

em debate

A iniciativa foi desde logo arrojada. A discussão à volta do desenvolvimento e sustentabilidade da região e do próprio Guadiana tem décadas. A novidade é que pela primeira vez, personalidades académicas, empresariais e responsáveis regionais e locais lusos e espanhóis, reuniram-se para apresentar, debater e discutir quais os passos rumo ao tão esperado desenvolvimento de um território com potencialidades endógenas de diversidade inimaginável. Sinergia, articulação e envolvimento dos agentes locais foram as palavras-chave. A CCDR Algarve afirmou que nos próximos seis meses o IPTM dará início aos trabalhos de dragagem do Guadiana.

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ESPECIAL «GRANDE RIO DO SUL»

diz respeito às políticas de turismo, as ameaças são financeiras, eco-nómicas e institucionais. Entre os pontos-chave para o alavancamento do setor o responsável apontou três pilares: «posicionamento, qualidade e eficiência». Primeiro que tipo de turismo se pretende (o qual remeteu a resposta para a «decisão política»); segundo ter agentes ativos e satis-feitos; e por último a produção de resultados individuais e coletivos. “As instituições são a chave, pela sua qualidade e eficiência”, concluiu o responsável.

“Os empresários devem agarrar o destino e dinamizar o território”

Adão Flores abriu o 2º painel «Par-ticipação, Governança e Desenvolvi-mento Sustentável» com o exemplo prático de governança não estru-turada da Associação «Casas Bran-cas» [Associação de Turismo de Qualidade do Litoral Alentejano e Costa Vicentina] responsável pela criação da «Rota Vicentina». “Aqui a liderança e a visão foi sempre dos empresários; criaram a associação e lideraram todo o envolvimento e capitalizaram-no no produto «Rota Vicentina»”, enalteceu o docente que acrescentou ainda que esta entidade “tem os valores inerentes à gover-nação mas que partiu da iniciativa privada, o que é raro”. O docente da Universidade do Algarve finali-zou com um repto aos agentes do território. “Os empresários devem agarrar o destino e dinamizar o território” defendendo ainda que a

«participação pública não deve ser limitada».

Jorge Revez, responsável da ADPM e doutorando em Turismo, falou concretamente no caso do Baixo Guadiana, revelando os principais resultados de um inquérito feitos à população no âmbito da governança do território. Entre as conclusões o presidente da ADPM mencionou que a comunidade “defende que um modelo de gestão de governa-ção conjunto para o Baixo Guadiana pode contribuir para o seu desenvol-vimento”, acrescentando ainda entre as lacunas auscultadas a urgência de uma agenda conjunta e de um plano estratégico.

Visão do Potencial Turístico: Guadiana, turismo e desenvolvimento rural

No 3º painel da iniciativa José Manuel Jurado da Universidade de Huelva efetuou um resumo histórico dos programas e fundos de coopera-ção entre Portugal e Espanha. Raúl Marques do Gabinete de Estudos «SublimApoio» falou em novas estra-tégias para o desenvolvimento turís-tico num estudo intitulado «Cenários Prospetivos do Desenvolvimento Turístico e Sustentabilidade do BG»; um estudo disponibilizado via digital para todos os participantes do semi-nário. A este respeito Raúl Marques abordou o apelidado «Método dos Cenários» [método inspirado na teoria dos jogos e na análise socioló-

gica das organizações, desenvolvido em 1990; trata-se de instrumento de análise dos jogos entre os diferentes atores, permitindo simplificar e orga-nizar a informação de uma forma sis-temática]. O responsável não aponta o método como a solução desejada, mas antes uma sugestão. “Não é uma receita, é sim um conjunto de cená-rios possíveis, sugestões prováveis, centradas na participação de todos os atores”, explicou adiantando que “poderá contribuir para uma parti-cipação em torno da promoção do Baixo Guadiana, numa perspetiva de colaboração interterritorial”.

Rui Mateus da ADPM falou em cenários para o futuro sustentando o desenvolvimento «no Guadiana, no turismo e no desenvolvimento rural». Inocêncio Coelho, do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) abordou o valor da paisagem, dos recursos naturais e do desenvolvimento rural.

“Não se admite que um Plano esteja cinco anos sem revisão; a revisão tem que ser anual, a mudança da sociedade atual assim o exige”

A parte final do seminário foi dirigida à apresentação e análise de casos práticos que represen-tam experiências tidas em conta aquando da estratégia para o ter-ritório. Mas antes, e na moderação do debate, esteve Ceia da Silva, presidente do Turismo do Alen-tejo, que teceu algumas críticas a instrumentos que exigem revisão,

defendendo um planeamento moni-torizado. “Não se admite que um Plano esteja cinco anos sem revi-são; a revisão tem que ser anual, a mudança da sociedade atual assim o exige”, fundamenta.

No que diz respeito às boas práti-cas o painel foi recheado por casos concretos de produtos e iniciativas turísticas que criaram mais valias e que constituem o exemplo a seguir. A «Casa das Penhas Douradas», o «Alto Douro» e as «Aldeias do Xisto». Todos retratam uma oferta conjunta e diversificada.

Após o debate, as reflexões finais couberam a Adão Flores, da Uni-versidade do Algarve, Francisco Amaral, presidente da câmara municipal de Alcoutim e Filomena Sintra, vice-presidente da câmara municipal de Castro Marim.

Para além do seminário e parale-lamente aconteceram exposições, degustação, passeios e tertúlias.

Recorde que o seminário tendo como âncora o «Grande Rio do Sul» foi uma iniciativa da ADPM e contou com a parceria das câmaras muni-cipais de Mértola, Castro Marim, Alcoutim e VRSA, cujos limites confrontam com o rio Guadiana. Também foram parceiros o Campo Arqueológico de Mértola, a Asso-ciação Terras do Baixo Guadiana, a Odiana, o Instituto Politécnico de Beja, a Universidade do Algarve, e as ERT do Alentejo e Algarve. O apoio financeiro é da INALENTEJO, no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional e dos Fundos Estruturais da União Europeia.

O encontro «Grande Rio do Sul» para além do seminário contou, de 15 a 23 de Setembro, com exposições, gastronomia e degus-tação, percursos pedestres, work-shops e oficinas, cinema ao ar livre, tertúlias e animação de rua. esta iniciativa teve como grande âncora o Guadiana, o «Grande Rio do Sul».

Eduardo Fayos-Sola, João Albino (moderador) e Sérgio Guerreiro lançaram o debate sobre a relação entre turismo e desenvolvimento sustentável no Baixo GUADIANA

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LOCAL

A festa é rija e não de tempo para descanso. Foram três dias de conví-vio no qual o nascer do sol significou beber um cacau no rio. A tradição ainda é o que era e foram aos milhares os que por lá passa-ram num fim-de-semana quente. Desde a animação de rua, música, dança, atividades desportivas, des-file etnográfico, bailes à antiga e para os mais jovens a «discoteca no Cais». Também a apetitosa «Feira dos Sabores» fez sucesso em dias

Em contraste com os hábitos comer-ciais tradicionais, neste mercado o dinheiro não circula. Os «negócios» feitos entre os vários participantes assenta exclusivamente na troca direta de bens e serviços [também por isso não circulou o «Pombalino», uma moeda fictícia criada para o anterior mercado de trocas, reali-zado em Cacela Velha].

Esta foi a terceira edição da ini-ciativa cujo intuito foi, em tempos de crise e agravamento da carteira das famílias, estimular a solidarie-dade. Aqui foi dada a possibilidade

Entre Setembro e Outubro realiza-se mais uma edição dos «Passeios Sénior Outono 2012», do INATEL. Trata-se de uma iniciativa destinada aos seniores residentes no conce-lho de Olhão com 60 anos ou mais. Desta vez a iniciativa viaja até às Terras do Guadiana.

A organização apela à inscrição dos seniores lembrando que as terras do Guadiana “são locais de rara beleza banhadas pelo Rio Gua-diana, como acontece no concelho de Alcoutim”. O Baixo Guadiana vai receber os olhanenses a 3, 10, 12, 17 e 19 de Outubro. Alcoutim vai ser a terra contemplada com este passeio com visitas e passeios na zona ribeirinha, Castelo, Museu de Arqueologia, Igreja Matriz e Núcleo de Arte Sacra. Na parte da tarde, uma empresa de panificação e moagem de Martinlongo e o Museu de Santa Justa vão dar continuidade ao roteiro.

«O Guadiana será um dos grandes motivos de interesse destes Passeios que têm como destino o Algarve raiano, onde será possível descobrir memórias e tradições que vêm dos tempos dos romanos, assim como comprovar a influência islâmica e os fortes laços que abraçam os residen-tes das duas margens do rio», refere a organização em comunicado.

A câmara de Alcoutim anunciou que vai prescindir dos 5% a que tem direito no IRS dos contribuintes do município e vai cobrar a taxa mínima do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI). A medida surge para travar o despovoamento do conce-lho e considerando as dificuldades do país e das famílias. O executivo frisa que o município de Alcoutim foi o primeiro do país a prescindir dos 5% no Imposto sobre os Rendi-mentos Singulares (IRS), o que já acontece há quatro anos num con-celho com 3 mil habitantes.

No que respeita ao IMI, aos pré-dios urbanos não avaliados será cobrada uma taxa de 0,5% e, no caso de prédios urbanos avaliados, uma taxa de 0,3%. Para estímulo do mercado de arrendamento, venda de casas de habitação e para melhorar o impacto ambiental, aos imóveis devolutos (risco de insalubridade, risco de insegurança, risco de saúde pública) serão cobradas as taxas do IMI elevadas ao triplo.

A sessão de esclarecimentos vai acon-tecer já no dia 3 de Outubro, Quarta-feira, sendo o auditório da Biblioteca Municipal de Castro Marim palco da apresentação das medidas pelo Dire-tor do Centro de Emprego de VRSA, Álvaro Araújo.

Entre os objetivos deste programa constam o combate ao desemprego jovem através do apoio à contratação de desempregados e aumento a sua empregabilidade através de formação profissional. Desta Forma, Passaporte Emprego, Passaporte Emprego Eco-nomia Social, Passaporte Emprego Agricultura, Passaporte Emprego Associações federações Juvenis e Desportivas apresentam-se como forma de fazer frente à difícil situa-ção de empregabilidade do país.

A sessão é dirigida às empre-sas e entidades privadas com ou sem fins lucrativos. A organização desta sessão de esclarecimentos é da Odiana em colaboração com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) de VRSA e com o apoio das câmaras municipais de Alcoutim e Castro Marim.

No início do Outono a Associa-ção Recreativa, Cultural e Des-portiva dos Amigos de Alta Mora (ARCDAA) retoma os seus pas-seios pela serra algarvia castro-marinense. O próximo é já dia 11 de Novembro com a tradicional comemoração do «Convívio de S. Martinho». A iniciativa tem lugar em Alta Mora com o tradicional Magusto e Passeio Pedestre, a

prova do vinho novo, as casta-nhas e o 2º Passeio de BTT pela Cumeada de Alta Mora. O 8º Con-vívio de São Martinho é organi-zado pela ARCDAA e conta com os apoio da câmara municipal de Castro Marim, junta de freguesia de Odeleite e associação Rodac-tiva. Para mais informações con-tacte: 965284657 ou por e-mail: [email protected].

de trocar produtos por outros ou ainda por serviços. “Quem quiser adquirir um produto e não dispuser de contrapartidas pode, em alterna-tiva, executar pequenas reparações, ou prestar serviços de engomadoria e pedicure”, assegurou a organiza-ção.

Já no mercado existiram duas formas de participação: em banca ou como visitante. O primeiro caso destinou-se às pessoas com artigos suficientes para expor numa banca ou que prestaram serviços durante ou fora do mercado. Já a segunda

hipótese esteve vocacionada para visitantes que dispunham produtos e/ou serviços e pretendiam efetuar uma troca direta.

Dentro da lista de bens passíveis de troca constaram frescos e hortí-colas, produtos extraídos do mar, bolos e petiscos, artesanato, roupa, objetos de decoração, livros e até manuais escolares.

Recorde que o «Mercado de Trocas» é uma organização da câmara municipal de Vila Real de Santo António e do Banco de Volun-tariado do município.

de festa que contaram com Marco Paulo e os Bandit Beatles.

Dia 15 foi dedicado aos «nuestros hermanos», com uma mega paella para 250 pessoas. A organização foi da associação sanluqueña, «La Viña-vila», sob a alçada do movimento associativo “Yo soy portuñol” ou “Eu sou portunhol”, que tem na sua génese a aproximação entre lusos e castelhanos. No último dia, e sendo dedicado à Juventude, os «Mercado Negro» vieram animar a capital do

nordeste algarvio. Também as ati-vidades populares e tradicionais, tais como a travessia do Guadiana a nado, a «apanha do pato» e o fogo-de-artifício reuniram muitos adeptos.

De salientar que a Festa de Alcou-tim contou com a organização da autarquia alcouteneja e os lucros reverteram a favor da construção do Lar dos Balurcos, obra da Associação de Solidariedade Social, Cultura, Desporto e Arte dos Balurcos.

De 14 a 16 de Setembro a vila de Alcoutim foi mais uma vez palco das afamadas festas da vila que cumpriram 61 anos de tradição. Animação, música, desporto e gastronomia foram os grandes atrativos que juntaram milhares de pessoas de uma e outra margem do Guadiana.

A Praça Marquês de Pombal voltou a receber no dia 29 de Setembro a terceira edição do «Mercado de Trocas», um mercado de trocas diretas sem envolver dinheiro.

Do nascer ao nascer do Sol em terras alcoutenejas

Mercado de trocas promoveu solidariedade em VRSA

Seniores olhanenses descobrem Terras do Guadiana Alcoutim

prescinde dos 5% do IRS

Castro Marim recebe sessão sobre «Passaporte Emprego»

Passeio de S. Martinho em Alta Mora

Festa voltou a contar com um dia dedicado aos «nuestros hermanos»

A Praça Marquês de Pombal voltou a ser palco de trocas solidárias

Castanhas assadas e jeropiga não faltam nos convívios da ARCDAA

DR

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | OUTUBRO 2012 | 11

LOCAL

O dia foi de festa e antecedia já as tão aguardadas festas da vila alcou-teneja que celebrou este ano a sua 61ª edição. Mas o início foi marcado pela tão aguardada inauguração do Posto da GNR. Recorde-se que o novo posto custou 671.011,03 euros, divi-dido entre a Câmara Municipal de Alcoutim (54%) e a Direção-Geral de Infraestruturas e Equipamentos do Ministério da Administração Interna (46%). A cerimónia contou com as presenças do Ministro da Admi-nistração Interna, Miguel Macedo, do Comandante-Geral da G.N.R., Tenente General Luís Newton Par-reira, e do presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, Francisco Amaral.

“Temos sabido aliar a preserva-ção do património à inovação, ao desenvolvimento e à modernidade”, afirmou o edil relativamente à recu-peração do solar do século XVIII, (novo quartel da GNR), que repre-senta “uma aspiração de vários anos”, a qual foi complementada com a publicação «A Casa do Capi-tão-Mor de Alcoutim», imóvel edifi-cado no final do século XVIII e que Francisco Amaral considera como

Erasmo Laszcano, o responsável pela comitiva que levou a cabo a «Semana Cultural Cubana» em Vila Real de Santo António, (entre 23 de Agosto e 1 de Setembro), informou, no Arquivo Histórico durante a sessão de encerramento desta iniciativa, que a próxima reunião do Comité de Solidariedade José Martí vai ter lugar em Vila Real de Santo Antó-nio já no próximo ano. O respon-sável deu conta que estas reuniões juntam políticos e intelectuais de todo mundo, entre eles alguns Nobel da Paz. “Foi Frei Betto [escritor e religioso dominicano brasileiro] que no nosso encontro no Equador disse ter conhecimento de um jovem pre-sidente de câmara que estava a levar a cabo importantes medidas sociais em Vila Real de Santo António, Por-tugal, e que deveríamos levar a cabo a reunião de 2013 nessa cidade do

Algarve”, reportou aquele respon-sável cubano.

Luís Gomes, presidente da câmara municipal de VRSA, mostrou-se lisonjeado com o anúncio feito por Erasmo Laszcano e lembrou as medidas que o município tem levado a cabo na assistência à saúde dos munícipes vila-realenses. “Faz hoje [1 de Setembro], precisamente cinco anos que enviámos os primeiros munícipes para receber tratamentos de oftalmologia em Cuba [no total foram assistidos em Cuba 300 vila-re-alenses]”, recordou o autarca. Frisou que “a política não é feita de consen-sos, mas de convicções”, garantindo que abdicou de novos voos políticos para “trabalhar pelos munícipes que depositaram confiança” ao votarem em esmagadora maioria na sua lista em 2009.

Presente no último dia do «Encon-

tro de Cultura Cubana 2012” esteve o embaixador de Cuba em Portugal. Eduardo Lerner mostrou-se “grato” à comunidade vila-realense pela relação estabelecida com o povo cubano, recordando uma geminação entre Vila Real de Santo António e o município de La Playa que se iniciou em 2007 e cuja mais recente medida anunciada é uma clínica de reabilita-ção luso-cubana que deverá abrir no complexo desportivo de Vila Real de Santo António até ao próximo mês de Novembro.

O embaixador de Cuba em Portu-gal sublinhou as dificuldades mun-diais “devido à crise internacional” e lembrou o embargo norte-americano a Cuba. “A solidariedade de um povo como o de Vila Real de Santo Antó-nio tem sido muito importante para Cuba, reforçou”.

um “desvendar da memória local”, sublinhando que “um povo sem memória é um povo sem futuro”.

A sessão foi ainda marcada por uma homenagem aos militares da G.N.R. que prestaram serviço no Posto Territorial de Alcoutim

Crise financeira na ordem do dia

Tendo como pano de fundo as mais recentes medidas de austeri-dade anunciadas a 11 de Setem-bro pelo Ministro das Finanças e a “conturbada conjuntura económica e social”, o autarca aproveitou para sublinhar a estabilidade financeira da câmara que dirige. “Soubemos definir objetivos, programá-los, sem preocupação de calendários eleito-rais e, principalmente, devido ao estabelecimento de um rigoroso controlo financeiro”.

A estas palavras, e no seu discurso, o Ministro da Administração Interna elogiou a edilidade por “não ter caído na tentação de dar um passo mais largo do que a perna”, frisando que tal “revela um sentido de res-ponsabilidade para com o futuro”.

E tendo em conta o panorama político vivido o governante não se poupou nas críticas afirmando que a política em Portugal vive em alguns aspetos uma “situação que raia a esquizofrenia”, indo mais longe e considerando “espantoso que alguns dos que conduziram o país à situa-ção de bancarrota, um ano depois estejam praticamente todos os dias

Dia 14 de Setembro aliou a comemoração do feriado municipal da capital do nordeste algarvio à inauguração do posto da GNR local . O concelho recebeu a visita do Ministro da Administração Interna, Miguel Macedo que congratulou o trabalho levado a cabo em pleno interior do país e a situação financeira exemplar da autarquia. Por outro lado teceu críticas ao panorama político atual caracterizando-o como «esquizofrénico».

O anúncio foi feito por Erasmo Laszcano vice-presidente da Sociedade Cultural José Martí. Vila Real de Santo António vai ser palco da próxima reunião do Comité de Solidariedade José Martí em 2013.

Alcoutim inaugura novo quartel da GNR

Intelectuais e políticos mundiais vão juntar-se em VRSA

nas televisões a explicar aos portu-gueses como se deve governar”.

Miguel Macedo disse reconhecer as “terríveis dificuldade vividas pelo povo”, mas garantiu a premência no cumprimento do acordo de ajusta-mento económico definido com os parceiros internacionais. O gover-nante sublinhou que Portugal está “nas mãos dos credores” e que é

fundamental “libertar o país dessa necessidade e dessas condições” no prazo fixado, pois os custos resul-tam em “mais dívida e, portanto, mais juros, mais desemprego, menos capacidade de financiar a econo-mia e menos capacidade de gerar emprego”.

Inauguração do novo posto contou com a presença do Ministro da Administração Interna, Miguel Macedo

VRSA vai ser anfitriã de Reunião do Comité de Solidariedade José Martí

Em Dia do Município

2013

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LOCAL

Alcoutim aprova moção de repúdio pela «fusão» concelhia no Baixo Guadiana

Mariscadores de arrasto de Monte Gordo criam associação

VRSA e Tavira com novo Capitão de Porto

Projeto Alcoutim está em marcha

Entre as várias atividades promovidas pelo «Projeto Querença» constaram tertúlias e apresentações de produtos locais; neste caso a doçaria

A associação que agora surge cumpre antiga aspiração dos mariscadores

Pedro Ventura Borges é o novo Capitão de Porto

Alcoutim está na fase preparatória de um projeto inovador para o concelho. Inspiradas no «Projeto Querença», a Associação Alcance, a Câmara Municipal de Alcoutim e a Universidade do Algarve (UAlg) estão a promover o «Projeto Alcoutim».

A «Associação de Mariscadores de Arrasto de Cintura da Baía de Monte Gordo» foi fundada a 31 de Agosto. Trata-se de uma antiga aspiração que foi concretizada com o apoio do município.

O executivo de Alcoutim aprovou por unanimidade, no passado mês de Setembro uma manifestação de repúdio, pelo teor da moção apre-sentada pela bancada socialista da Assembleia Municipal de Vila Real de Santo António e aprovada por larga maioria (no mês de Agosto), visando a fusão dos três Municípios do Baixo Guadiana: VRSA, Castro Marim e

Os mariscadores de arrasto da Baía de Monte Gordo já dispõem de uma associação organizada para os repre-sentar nas matérias relacionadas com a profissão. O passo foi dado a 31 de Agosto, com a fundação da «Associação de Mariscadores de Arrasto de Cintura da Baía de Monte Gordo», ato que foi formalizado na Conservatória do Registo Comercial de VRSA. A medida contou com o apoio da edilidade local, entidade colaborante na criação da associa-ção, tendo em conta a importância desta atividade no sustento de deze-nas de famílias e no próprio tecido económico do concelho.

Alcoutim. “Tal posição revela uma profunda falta de respeito para com as populações destes três concelhos, que têm há séculos a sua identidade, a sua história e a sua cultura”, pode ler-se na moção enviada à redação do JBG, que garante que “esta deci-são vai contra o sentir das gentes destes três Municípios que se encon-tram associados na Odiana e, aí sim,

Antiga aspiração

A fundação desta nova agremiação responde a uma antiga aspiração e visa colmatar uma lacuna até agora sentida pelos profissionais do arrasto uma vez que, apesar de já existi-rem estruturas associativas locais dedicadas à pesca e aos armadores, nenhuma estava exclusivamente centrada na defesa dos mariscadores de arrasto. Além da representativi-dade dos associados nas matérias relacionadas com a mariscagem, a nova entidade propõe-se a pro-mover a apanha da conquilha, de

forma harmoniosa, respeitando quer o direito à sua prática, quer a sua preservação sustentada por razões sócioambientais. Dignificação da apanha da conquilha

Por outro lado, procurará impulsio-nar a realização de atividades que promovam a dignificação da apanha da conquilha enquanto arte de pesca local e colaborará com entidades públicas e privadas que visem a pre-servação da arte de mariscar através de arrastos de cintura. A associação compromete-se igualmente a apoiar

e realizar manifestações culturais, científicas, desportivas ou festivas que se revelem de interesse para o

concelho, cooperando com outras associações de mariscadores e pes-cadores ou com entidades oficiais.

No último dia 11 de Setembro teve lugar, no edifício da Capitania do porto de VRSA, a tomada de posse do novo capitão do Porto e Comandante Local da polícia Marítima de Tavira e VRSA, Capitão-tenente Pedro Miguel Barros Silva de Ventura Borges. A sublinhar que de Julho de 2011 até Abril de 2012 desempenhou fun-ções de professor da Área de Ensino Específica de Marinha no Instituto Estudos Superiores Militares nas disciplinas de Organização Naval e de Técnicas de Estado-Maior. Ao longo da carreira foi alvo de vários louvores, tendo sido graciado com as medalhas Militar da Cruz Naval e com a medalha NATO.

com respeito pela individualidade e autonomia de cada um, são apro-fundadas matérias que interessam aos Municípios. A classe política, seja ela qual for, tem que assumir as suas responsabilidades e cumprir os seus compromissos com o eleitorado e esta ideia “peregrina” de fundir os três Municípios, nunca fez parte de qualquer programa eleitoral de qual-

quer partido”. De referir que também José Estevens, presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, após tomar conhecimento da proposta socialista vilarealense em Agosto considerou-a como “uma insensatez monstruosa e uma falta de respeito e de consideração pelas instituições dos três municípios que brada aos céus”. Já o social-democrata Luís

Gomes, edil vilarealense, afirmou que se “tratou de uma moção apre-sentada pelo PS que mereceu o apoio de deputados municipais do PSD”, mas para ser concretizada terá de ser aprovada em referendo e merecer a concordância dos outros concelhos. Lembrou que se trata de “uma pro-posta genérica, que em princípio não me parece mal”.

A grande meta deste projeto é a definição de uma estratégia para a dinamização do território de Alcoutim. A implementação assenta na constituição de uma equipa de missão, neste caso falamos de cinco jovens recém-licenciados ou mestres, localmente coordenados por um técnico e apoiados por uma comissão organizadora e por uma comissão técnica de acompa-nhamento (professores da UAlg e outros especialistas convidados). De acordo com as entidades pro-motoras este é «um desafio» cujos objetivos passam pela dinamização dos territórios rurais e por aumen-tar a empregabilidade dos jovens qualificados, atualmente desempre-gados ou à procura de 1º emprego. Entre as áreas de formação abertas a concurso para a equipa de missão (até ao último dia 28 de Setem-bro), constam Gestão de Empresas, Engenharia Alimentar, Agronomia, Design/Comunicação e Turismo.

Os jovens selecionados vão ser integrados no projeto através de estágios profissionais do IEFP, com duração de nove meses e início pre-visto para Dezembro de 2012, caso a candidatura seja aprovada. Um dos pré-requisitos é a residência em Alcoutim, visto que “este é um fator essencial da metodologia problem-solving e de forte envolvimento com as comunidades locais”, referem as entidades promotoras.

A meta é e mesma utilizada no «Projeto de Querença» (Loulé), embora com menos jovens. “Os objetivos passam por criar uma dinâmica criativa e empreende-dora que resulte em novas ideias e soluções e, no final, proporcione aos jovens a possibilidade de conti-nuarem profissionalmente ligados ao território, através da criação de microempresas ou enquanto cola-boradores em empresas localmente sedeadas”, é referido em comuni-cado. Trata-se de uma «metodolo-

gia inovadora», que constitui um «desafio para os jovens, para as entidades promotoras e para as comunidades locais». Recorde-se que o «Projeto Querença» é tido como um forte exemplo de dina-

mização da comunidade local, com especial incidência em torno da atividade agrícola e mercados de produtos tradicionais que tem vindo a ser recuperados desde que o projeto tomou forma.

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JOãO ROMãO, O ETERNO PROFESSOR

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A conversa com João Caldeira Romão, conhecido por todos como «Pro-fessor Romão», começou num local

que emana cultura, a mais comum catedral local do conhecimento, falamos neste caso da Biblioteca Municipal Vicente Campinas em Vila Real de Santo António. João Caldeira Romão é vilarealense, terra que traz no peito e ostenta grande orgulho em pertencer. “Sempre tive uma grande paixão por divulgar e promover a terra e mantenho esta atitude de algum inconformismo com as coisas e de tomar inicia-tiva”, diz.

E foi às terras de Arenilha que cedo trouxe protagonismo com o o seu brilhante percurso na ginás-tica de competição. Na realidade a sua singularidade reside não só no percurso desportivo, mas como, e sobretudo, pelo facto de ser um dedicado defensor da intervenção e de exercício de cidadania.

A formação em educação física veio depois da carreira de ginasta e prémios desportivos. Efetivou-se em VRSA na Escola D. José onde desenvolveu por muitas décadas o seu trabalho e as tantas aspirações que detinha, muitas delas concreti-zadas. “Enquanto professor de edu-cação física fiz muitas coisas com a sua relevância, desde a publicação de artigos e produção de manuais” conta revelando que “publiquei uma série de livros utilizados nas

escolas a nível nacional”, mas não só, também na produção de docu-mentos e ações de formação. “Tive 14 anos na formação de professo-res no já extinto polo de VRSA da Universidade do Algarve e «corri» vários modelos de formação de pro-fessores”. Mais recentemente lecio-nou na Universidade Lusófona em Portimão.

Alto rendimento desportivo e profissionalização

Um dos momentos cruciais que alavancaram a «instituição» [Escola de Ginástica] pelo qual muitos dos seus antigos alunos hoje o reconhe-cem e admiram, surgiu exatamente num país da Europa Oriental, a Roménia, onde fez uma pós gra-duação; corria o ano de 1979. “A Roménia era na altura, e ainda hoje é, uma das potências da ginástica desportiva”, hoje intitulada artística. “Tive um contacto muito direto com aquilo que é o alto rendimento des-portivo e percebi que países como Portugal, e outros de cultura ociden-tal, não têm hipóteses de ter aquele nível de rendimento”, defende o pro-fessor justificando que as mudanças teriam que ser drásticas. “Teríamos que mudar a própria cultura porque o alto rendimento significa sete a oito horas de treino diário e basta

fazermos um exercício de organiza-ção da nossa vida em função disso para percebermos a implicação que isso tem ao nível escolar, alimentar, do controle de saúde e da relação familiar”, refere fixando-se no exem-plo claro da participação lusa nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, a qual considera uma prestação «medíocre». Ressalva porém que está em causa muito mais. “Quando pedimos condições excecionais de apoio aos atletas, no fundo estamos a pedir a profissionalização daquela atividade; e isto não é fácil, pois nin-guém admite esta possibilidade”, advoga João Romão adiantando que “para ter medalhas só assim”. Esta conclusão foi dececionante mas a aprendizagem foi enriquecedora e inspiradora. “Percebi que o alto rendimento em Portugal teria que sofrer grandes alterações, mas algo que sempre recusei foi permitir que a minha profissão fosse menos significativa ou apenas paliativa”, afiança.

1500 Alunos passaram pela «Escola de Ginástica»

Foi precisamente neste contexto de aprendizagem na Roménia, que no ano letivo de 1979/80 arrancou um projeto sem precedentes e cujos

Joana Germano

Professor, autodi-data, impulsionador,

crítico, apaixonado pelo desporto, pela cultura

e pela sua cidade. Esta não foi uma entrevista, foi antes uma conversa

com um vila-realense que tudo faz para que o seu concelho chegue

mais além. As suas pala-vras são sábias mas mod-

estas, o seu discurso é interventivo mas sereno. É atualmente presidente

da Liga dos Amigos da Galeria Manuel Caba-

nas onde a vida e obra do «Mestre» são mote para falar e debater a

cultura. Mas foi na sua vertente de formação, a educação física, que

cativou gerações de pais e filhos com a «Escola

de Ginástica de VRSA», um «bem» do concelho e atualmente fenómeno de

popularidade nas redes sociais. Falamos de João

Caldeira Romão, mais conhecido por

«Professor Romão».

“Sou de Vila Real de Santo António e sempre tive uma grande paixão por divul-gar e promover a terra e mantenho essa

atitude de algum inconformismo; de tomar a iniciativa e mexer com as coisas”

“O interesse não está na pessoa, está mais nas ideias e nos projetos e sobretudo na ação

desenvolvida”

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aspetos inovativos marcaram para sempre a «Escola de Ginástica» de VRSA como uma instituição e quase «um bem» do concelho vila-realense tendo como destinatários crianças dos 3 até aos 10 anos de idade. Os objetivos passavam por cumprir um processo de ativação e de estimulação do desenvolvimento da motricidade básica das crianças. Trocado por miúdos: “Estimular as crianças através de habilidades de manipulação, habilidades de des-locamento que iam ajudando os miúdos a crescer e isto através de uma forma lúdica e muito agradá-vel”, atesta. A ideia era simples e lógica, tratava-se de um estímulo a crianças que, naquela altura, não tinham educação física nos estabe-lecimentos de ensino. “Sobretudo ao nível de 1º ciclo não existia, apesar dos programas apontarem para isso”, conta.

O projeto começou a ser desen-volvido num ginásio e contou com quase 1500 alunos no total, sendo que a escola funcionava em regime de autossuficiência. “Eram os pais que procuravam a escola e era autos-suficiente exatamente por isso; os pais tinham uma mensalidade (hoje em dia sem significado nenhum face aos valores que estão em jogo)”. A escola percorreu 30 anos no tempo passando por pais e posteriormente por filhos e o professor ainda mantém o registo dos seus tantos alunos, desde fotos, dados e uma série de indicadores, enfim toda uma base de dados de tal modo valiosa que tem corrido e feito sucesso junto

dos alunos que lecionou através da rede social facebook.

Este trabalho de ginástica con-fessa o professor que exigiu um “grande respeito pelos miúdos pelas motivações, interesses, necessida-des e sobretudo pela capacidade de resposta de cada um deles” subli-nhando com a maior franqueza. “O que eu propunha é que um aluno se superasse a ele próprio e não que superasse os outros”. É este é o tra-jeto e a motivação da escola. “Fiz este projeto porque queria sentir-me útil e sentir que estava a contribuir para o desenvolvimento dos meus pares”, conta o Professor Romão.

A paragem aconteceu há sete anos atrás com o surgimento das Ativi-dades de Enriquecimento Curricular (AEC’s). “Com esta história da escola a tempo inteiro os miúdos começa-ram a chegar da escola muito tarde e inviabilizou completamente o pro-jeto. Os números dos miúdos fica-vam quase que residuais e foi tempo de parar”. O projeto terminou mas deixou saudades a muitos que ainda insistem com o retorno desta escola com um sentimento de nostalgia. No entanto João Romão deixa alguma desilusão no ar por um sonho que caiu por terra. “Tive a esperança que este projeto e os seus conteúdos e metodologias, fosse um dia absor-vido pela instituição” ou seja, que ao invés de ter ali 120 crianças o programa pudesse ser extensível a toda a população; esse sempre foi o meu sonho e tive esperanças que acontecesse, confesso, mas as coisas tomaram um rumo diferente”, tes-

temunha o professor adiantando que fez diversas propostas neste sentido, inclusive a criação de uma rede de salas de motricidade”, mas não há muita recetividade para isso. A política faz-se muito no efémero, naquilo que parece que é mas não é”, lamenta.

Depois do desporto a cultura

Após a aposentação da vida pro-fissional o professor deparou-se com uma forte necessidade de não estar parado e de continuar a estar envolvido na sociedade. Os dados estavam lançados e surgia a Liga de Amigos da Galeria Manuel Cabanas com o objetivo de dar continuidade e promoção ao legado biográfico e ao espólio do Mestre Cabanas, mas não somente; trata-se de mais uma forma de intervir ativamente. “Claro que não vamos passar o resto da vida a falar de histórias do Manuel Cabanas, porque isso esgota-se, não é um instrumento de intervenção, é sim mote para falar sobre a cultura, promover exposições e debates”, explica. A associação mantém uma regularidade «razoável» destacando o entrevistado as tertúlias realizadas nas últimas sextas-feiras de cada mês cuja particularidade é o relato das pessoas. “O que nos interessa são os relatos pessoais de cada um que se traduzem numa grande riqueza local e um contributo para a construção da história da própria terra”.Destaca

ainda que a Liga efetua sobretudo um trabalho de permuta e partilha com várias instituições, utilizando como base as «sinergias» para poder realizar as mais variadas iniciativas culturais. “Não precisamos de orça-mento, basta algum apoio para rea-lizar as coisas” diz alertando que “a subsidiodependência coloca hoje o associativismo em causa”.

Duas publicações em marcha

João Romão diz não ser escritor nem historiador, mas propôs-se a um projeto arrojado que vai permitir um profundo conhecimento da cidade de VRSA desde o início do século passado; o desafio foi aceite. A pro-posta surgiu por parte da autarquia, nos moldes do desporto, mas cedo se apercebeu que era muito mais que isso. “Propus-me a tentar des-crever a dinâmica social e associa-tiva de VRSA desde a sua fundação; comecei a recolher informações e dei comigo com um volume de dados ambicioso”. Passou muitas horas na biblioteca, arquivo, mas sobretudo a recolher testemunhos dos quais já construiu uma imensa base de dados. Em suma são 300 páginas com dois eixos principais: a história do Clube Náutico do Guadiana e o eixo da ginástica. “Fala de dezenas e dezenas de pessoas que contribu-íram para o desenvolvimento desta terra e as pessoas nem sabem que eles existiram”. Paralela ao livro

o professor está a pensar já numa exposição naquilo que configura “uma abordagem mais visual ao livro”.

O segundo livro é uma coletâ-nea de 100 artigos publicados no Jornal do Algarve durante 20 anos, portanto desde 1992. Para a publi-cação final trata-se apenas de uma questão de orçamento. O título é sugestivo: «O Valor das Coisas» e pretende servir de mote para uma reflexão. “Muitas das ideias, con-trariamente ao que seria desejável, ainda estão atuais”, reflete con-cluindo com palavras sábias, mas modestas que “o interesse não está na pessoa, está mais nas ideias e nos projetos e sobretudo na ação desen-volvida”. E é assim que João Romão tem conduzido a sua vida, passando das palavras aos atos e sempre tendo presente uma cidadania consciente, ativa e enriquecedora para quem o acompanha. Quanto aos antigos alunos o sentimento é de um pro-funda satisfação. “Tenho um certo orgulho; sinto-me bem por saber que estimulei as pessoas a lutarem pela vida, pelos seus projetos e dá-me uma satisfação enorme que me cum-primentem e que não se esqueçam de mim”.

Este ainda não é o fim da histó-ria. O «Professor Romão» promete continuar o seu percurso e a sua «paixão» pela promoção da terra e das gentes vila-realenses com des-porto, cultura, cidadania e sempre com disponibilidade.

“Claro que não vamos passar o resto da vida a falar de histórias do Manuel Cabanas, porque isso esgota-se, não é um

instrumento de intervenção, é sim mote para falar sobre a cultura, promover exposições e debates”

João Romão é o presidente da Liga dos Amigos da Galeria Manuel Cabanas que promove a vida e obra do «Mestre». A Liga pretende promover a cultura e artes no concelho de VRSA

A «Escola de Ginástica de VRSA» funcionou durante três décadas e juntou mais de 1500 alunos. As fotografias da «Escola» são um fenómeno de popularidade nas redes sociais

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LOCAL

O jardim de Blain encheu-se de familiares, amigos e cidadãos alcou-tenejos que integraram a cerimónia de homenagem ao médico benemé-rito João Lopes Dias (1932-2007). A homenagem foi levada a cabo pela câmara municipal de Alcou-tim, tendo o presidente da câmara, Francisco Amaral, descerrado com Victória Cassinello, viúva de Dr. João Lopes Dias, a placa toponímica com o nome deste filho da terra.O tributo contou com as emocionadas pala-vras de Carlos Brito, seu amigo; do seu filho, João Cassinello Dias; e do autarca de Alcoutim e também seu colega e amigo, Francisco Amaral.

Em todos os discursos foi subli-nhada a paixão de João Lopes Dias por Alcoutim e o seu trabalho em prol da terra, tendo sido fundador e presidente do Grupo Desportivo de Alcoutim e um dos maiores entu-siastas da «Festa de Alcoutim» como a conhecemos hoje.

Carlos Brito salienta o médico notável que foi em Alcoutim, “fê-lo em circunstâncias duríssimas de um «João Semana», sem qualquer espé-cie de apoios, tendo ao seu cuidado todo o concelho e ainda a freguesia de Cachopo. (…) Testemunhei em várias ocasiões que ele tinha her-

dado do pai uma rara equidade para o diagnóstico certeiro, que é aquilo que faz os médicos de exceção”.

“Recordar o meu pai é também acreditar que as coisas que ele defen-deu e amou devem representar um sentido e uma força de vida”, con-cluiu João Cassinello Dias, depois de ler um texto de seu pai, que o próprio tinha preparado para uma homenagem em Alcoutim em 1966, mas que acabaria por não ler.

O presidente da câmara munici-pal, Francisco Amaral, manifestou o seu apreço pelo médico, cidadão e amigo. “Desde pequeno aprendi a admirar e a respeitar o Dr. João Dias. Porventura gostaria de ser como ele. O nosso amor, quase loucura, por Alcoutim, uniu-nos ainda mais”. Recordando algumas histórias que partilharam, o autarca terminou sublinhando que “convivemos com um homem com «H» grande, a que Alcoutim muito deve como médico e como alcoutenejo e que ficará para sempre nos nossos corações”.

À cerimónia seguiu-se a atuação do grupo «Sara Gonçalves e Quin-teto Fado», que em memória do homenageado tocaram o Fado de Coimbra.

As palavras foram emocionadas de todos quanto prestaram homenagem pública ao médico benemérito de Alcoutim que faleceu no ano de 2007. Uma placa com o seu nome foi descerrada no passado dia 5 de Setembro no Jardim de Blain.

Câmara de Alcoutim homenageia Dr. João Lopes Dias

Jardim de Blain ganha placa toponímica com o nome de Dr. João Lopes Dias

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LOCAL

A candidatura que a equipa da vereadora Sílvia Madeira, com o pelouro da ação social no município vilarealense, está a levar a cabo é a segunda fase do projeto «Vencer o Tempo nas Sete Cidades» que se iniciou em 2010 em Vila Real de Santo António. Após dois anos de intensa atividades que tiveram como grande preocupação juntar os mais jovens e os mais idosos, a autarquia está a submeter a nível nacional um processo mais burocrático onde estão elencados as diversas inicia-tivas concelhias em prol das pessoas idosas. Desde elementos urbanísti-cos de acessibilidades desta cidade, os equipamentos existentes, bem como as atividades promovidas pela melhoria de vida dos idosos. “É uma fase mais técnica e burocrática”, explica Sílvia Madeira que lembra também que VRSA tem já um plano local de mobilidade e acessibilidade que favorece a circulação dos mais idosos. Ao nível de equipamentos ao serviço dos idosos há bastan-tes com acessibilidade e proximi-dade entre si”, refere a vereadora, enunciando, a título de exemplo, a proximidade entre centro de saúde, piscinas, biblioteca e bombeiros. A

A 19 a 20 de Outubro decorre no Auditório do Castelo de Alcoutim uma iniciativa pioneira, o I Encon-tro Transfronteiriço de Profissionais de Museus. a iniciativa é subordi-nada ao tema «Museus e Acessibili-dades»; uma organização da APOM e AMMA, associações cuja missão é incrementar a qualificação dos profissionais de museus e outros organismos. Este I Encontro conta com a participação de mais de uma dezena de especialistas de ambos os países e pretende iniciar uma coope-ração mais estreita entre as regiões do Algarve e Andaluzia, bem como debater a acessibilidade física em edifícios históricos com um elevado grau de proteção, as tecnologias de informação e comunicação (TIC) e

os diferentes públicos e as formas de comunicação. A troca de experi-ências e boas práticas museológicas são um dos objetivos também.

Parceria transfronteiriça

A parceria ibérica é de grande relevância e surgiu sem dificulda-des. “A componente transfrontei-riça foi consolidada quando Dália Paulo, Diretora Regional da Cultura do Algarve, nos apresentou a Asso-ciação de Museólogos e Museógra-fos da Andaluzia (AMMA)”, conta Maria Luísa Francisco, Delegada Regional da APOM, assegurando que estavam assim reunidos os elementos para uma parceria transfronteiriça que se tem vindo

a fortalecer.

Castelo de Alcoutim recebe o encontro

A localização em Alcoutim não foi mero acaso. Na verdade a responsá-vel pertence também à Associação Transfronteiriça Alcoutim Sanlúcar (ATAS) sediada em Alcoutim, e que procura desenvolver atividades que aproximem Portugal e Espanha, como tal “ foi quase uma junção natural entre as duas funções e o facto de estar no terreno permite mais facilmente agilizar todos os procedimentos para o desenvol-vimento do evento”, nota assegu-rando ainda que o objetivo final é “aproximar estas associações de

modo a incrementar a qualificação dos profissionais que trabalham em museus e organismos afins”. Quanto a uma próxima edição tudo está em aberto mas a responsável refere que «seria interessante acontecer em Espanha». No encontro estão envolvidos cerca de 14 profissio-nais e são esperados cerca de 70 participantes.

Esta iniciativa conta ainda com a coorganização da Associação ATAS e Direção Regional de Cultura do Algarve, com o apoio da Câmara Municipal de Alcoutim, tendo como parceiros de comunicação o JBG e RUA FM. Consulte o programa do Encontro em: http://etpm2012.wordpress.com/

responsável refere que programas como «Passo a Passo» que tem eli-minado barreiras arquitetónicas em VRSA, bem como o transporte social devem ser valorizados nesta vertente. “A cidade de Vila Real de Santo António é uma cidade plana, com piso antiderrapante nas pas-sadeiras com uma praia acessível”, observa Sílvia Madeira. “Temos um caminho já muito grande e foi com essa convicção que integramos o projeto Vencer o Tempo”. A verea-dora lembra também a existência da «Casa do Avô», do Banco de Ajudas Técnicas, entre outros equipamen-tos “que muito têm ajudado os mais idosos” reforça.

Projeto termina em 2012

O projeto termina em 2012 com a submissão desta candidatura e ainda não é possível apurar se vai haver renovação do projeto em terras pombalinas. De referir que ao longo dos dois últimos anos 28 jovens aderiram ao projeto e cada um acompanha dois idosos. São gerações diferentes que estreitaram laços que se reforçaram em 2012 «Ano de Envelhecimento Ativo e

Solidariedade entre Gerações».

Europa distingue «Vencer o Tempo nas 7 cidades»

O projeto nacional «Vencer o Tempo nas 7 Cidades» foi um dos 37 vencedores do Prémio do Cida-dão Europeu 2012, um galardão do Parlamento Europeu (PE) criado em 2008 com o objetivo de reco-

nhecer indivíduos ou grupos que promovam a integração europeia e a compreensão mútua entre os povos da UE.

O projeto «Vencer o Tempo nas 7 Cidades», da Associação para a Educação e Prevenção da Saúde Vencer o Tempo, tem como objetivo sensibilizar a população portuguesa para o conceito “cidade amiga dos idosos”, melhorando as condições de vida dos mais velhos. O projeto

pretende também promover o diá-logo entre gerações, apostando na recriação dos valores da amizade, respeito e partilha. A associação colabora com sete autarquias num programa com escolas e instituições de apoio a seniores. As autarquias envolvidas são: Alfândega da Fé, Angra do Heroísmo, Maia, Porti-mão, Vila Nova de Foz Côa, Vila Real de Santo António e Póvoa de Lanhoso.

Depois de realizadas diversas iniciativas em prol de uma aproximação entre os jovens e os idosos no âmbito do projeto «Vencer o Tempo nas Sete Cidades», a câmara municipal pombalina prepara candidatura para tornar «Vila Real de Santo António cidade amiga das pessoas idosas».

A Associação Portuguesa de Museologia (APOM) e a Associação de Museólogos e Museógrafos da Andaluzia (AMMA) realizam em Alcoutim o I Encontro Transfronteiriço de Profissionais de Museus. A acessibilidade física em edifícios históricos é tema central.

VRSA candidata-se a «Cidade Amiga das Pessoas Idosas»

Profissionais de Museus reúnem-se na capital nordestina

Muitas foram as atividades que juntaram nos últimos dois anos jovens e idosos

Maria Luísa Francisco explicou a importância do encontro que reúne profissionais lusos e espanhóis

«Vencer o Tempo»

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18 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |OUTUBRO 2012

LOCAL

ODIANA encerra projeto europeu RURALAND

23 Mil euros para a promoção do Baixo Guadiana

a qual resultou num plano de ação para o Baixo Guadiana. O objetivo é tentar implementar uma mini cen-tral de biomassa no território com o intuito de aquecimento e refrigera-ção sustentáveis a edifícios públicos. Neste âmbito, e para a realização do documento, a ODIANA contou com a colaboração do Departamento de Engenharia Mecânica da Universi-dade do Algarve, da CCDR Algarve e da Autoridade Florestal Nacio-

nal (AFN). O projeto é ambicioso mas já detém um plano de ação e aguarda por financiamento no pró-ximo quadro comunitário.

O projeto

De recordar que o RURALAND -Agentes de Desenvolvimento Rural, surge no âmbito do programa Interreg IV C, integrado nos fundos estruturais 2007-2013 e é constitu-

ído por dez regiões de nove países (Espanha, França, Itália, Portugal, Finlândia, Roménia, Bélgica, Suécia, Bulgária) que partilham uma visão comum de oportunidades e neces-sidades das áreas rurais europeias. No âmbito do RURALAND foi sele-cionado um vasto conjunto de boas práticas; no final o projeto alcançou um total de 30 planos de ação com o objetivo de implementação física em cada território.

Desde o início de 2010 que o projeto começou, mas todo o trabalho já vinha desde 2007. O projeto reuniu dez regiões de nove países distintos cuja problemática é a mesma «Como desenvolver de forma sustentável o mundo rural?». Não existe até à data uma solução rápida, mas exis-tem algumas medidas resultantes do trabalho da parceria, entre eles a publicação de um conjunto de políticas estratégicas para efetivar a eficácia de projetos europeus no meio rural. Esta publicação surge para desbloquear o potencial das zonas rurais com recomendações que apontam as necessidades de crescimento sustentável e estraté-gico. Estas recomendações são uma ferramenta útil no caminho para o desenvolvimento sustentável das entidades que se candidatam a fundos europeus e que encontram entraves na implementação de ações estruturantes, desde excessiva buro-cracia, ilegibilidade de ações e equi-pamentos essenciais, entre outras.

Conferência contou com Odiana e CCDR

Com término no final de 2012 rea-

No mês de Setembro a ODIANA - Associação para o Desenvolvi-mento do Baixo Guadiana –assinou o protocolo com a Associação de Turismo do Algarve (ATA), entidade que gere os Planos de Comercia-lização e Vendas (PCV) 2012 no Algarve. De recordar que os PCV resultam do Acordo para a Pro-moção Turística Externa Regional (assinado em Novembro de 2010) e que envolve o Turismo de Por-tugal, a Confederação do Turismo Português (CTP) e as sete Agências Regionais de Promoção Turística (ARPT), onde se insere a ATA. Estes planos permitem aos privados e às ARPT definir a estratégia de pro-moção adequada às necessidades de cada região através da presença em feiras internacionais, ações de contacto comercial ou de promoção conjunta e novos canais de comer-cialização.

Enfoque: turismo de natureza, desporto e saúde

O valor ultrapassa pouco mais de 23 mil euros e a finalidade é manter a aposta na promoção do territó-rio. Dentro do quadro das ações a desenvolver estão a captação de estágios desportivos, turismo de saúde e natureza com recurso à promoção de eventos em meios de comunicação internacionais espe-cializados e nos operadores turís-ticos. De referir ainda que 50% do valor é assegurado pelo Turismo de Portugal, já os restantes 50% vão ser assegurados pela iniciativa privada. Valter Matias, diretor da associação de desenvolvimento local confirma que este protocolo “permite pela primeira vez no ter-ritório do Baixo Guadiana aceder aos apoios previstos para promoção

turística”.

Aposta na promoção persiste

Para além desta candidatura a ODIANA garante que a estratégia promocional e turística conjunta para a região transfronteiriça do Baixo Guadiana levada a cabo desde 2011 mantem-se, independente-mente desta aprovação. A associa-ção avança para já que o território vai novamente estar representado na INTUR – Feira de Turismo de Interior de Valladollid (Novem-bro) e também na BTL ( Fevereiro de 2013). Valter Matias relembra ainda que o portal de turismo e via-gens Lifecooler continua a ser uma das apostas. “ O Lifecooler permite que o território esteja online para todo o mundo e os resultados são os melhores”, relembrando que de

Março a Julho de 2012 o canal do Baixo Guadiana “alcançou a soma exponencial de mais de um milhão de visualizações”.

De salientar que tanto o Lifeco-oler como as feiras promocionais são consideradas pela associação como «fundamentais» na estratégia promocional levada a cabo. “Esta estratégia permite à ODIANA em

pleno tempo de crise, e sendo o turismo é um importante motor deste território, continuar a aposta na promoção, nomeadamente no turismo de natureza e turismo des-portivo”, assegura o responsável acrescentando que “o objetivo é procurar minimizar o impacto das dificuldades vividas pelos empre-sários da região”.

lizou-se nos dias 20 e 21 de Setem-bro, «Dia da Cooperação Europeia», em Sevilha [Consejería de Agricul-tura e Pescas], a conferência de encerramento. A Odiana e a CCDR Algarve marcaram presença. “As sinergias entre os agentes públicos privados devem ter sobretudo como metas a inovação, competitividade e sustentabilidade no desenvolvi-mento de projetos rurais”, referiu o Presidente da Associação Odiana, José Estevens, apontando a entidade como um exemplo. “A Odiana é um exemplo de uma estrutura que tenta constituir-se como agente dinamiza-dora local e em forte contacto com a comunidade local”. Também o Vice-Presidente da CCDR Algarve, Nuno Marques, atestou que “esta via de apoio é decisiva para os territórios da ruralidade”, não descurando que no panorama de crise os negócios tem que ser cada vez mais geridos de «forma sustentável».

Metodologia

De todo este intercâmbio de projetos de dez regiões europeias a ODIANA importou uma boa prá-tica da Córsega, relativa à biomassa,

José Estevens, Presidente da ODIANA e Nuno Marques, Vice-presidente da CCDR Algarve marcaram presença

A associação local tem apostado na participação em feiras internacionais

Pela eficácia das políticas de desenvolvimento rural

Protocolo com a ATA

Ao longo de três anos, a ODIANA, em conjunto com dez regiões rurais distintas da União Europeia trabalhou pelo desenvolvimento do mundo rural. Os resultados são ambiciosos e foram apresentados na conferência de encerramento em Sevilha.

Foi recentemente aprovada a candidatura do Plano de Promoção e Marketing do Baixo Guadiana ao Plano de Comercialização e Vendas do Algarve. O montante vem viabilizar o reforço da estratégia de divulgação do território com recurso à promoção externa.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | OUTUBRO 2012 | 19

DESENVOLVIMENTO

Medida combate a sazonalidade com 5 milhões

ACRAL apoia internacionalização de empresas

Os municípios estão paralisados, alerta AMAL

o montante do subsídio a atribuir» e «na obrigatoriedade das empresas suportarem as contribuições para a Segurança Social». O responsável da AHETA reprova o facto de «o Estado só ao fim do sexto mês se disponibi-lizar a devolver parte do subsídio», alertando em contexto de crise para «uma utilização residual por parte das empresas». A recordar que para aceder à medida os empresários não podem

ter dívidas ao Estado e têm que manter todos os postos de trabalho sem termo durante o período que forem apoiados, sob pena de perderem o subsídio.

A sublinhar que na chegada a Faro a receção do governante foi feita por um grupo de manifestantes da União de Sindicatos do Algarve (USAL) que garantem que esta medida vem «esti-mular a precariedade», sendo que tem como base contratos de um ano.

Está aberto o concurso para a interna-cionalização no âmbito da qualificação de pequenas e médias empresas com vista ao reforço da sua competitivi-dade assegurando maior orientação dos produtos internos para a procura externa. As empresas selecionadas poderão integrar as Missões Empre-sariais beneficiando dos incentivos do QREN.

Preocupado com a situação dos comerciantes João Rosado, presi-

A Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) alerta para o facto da crise e da Lei dos Compromissos estarem a paralisar os municípios algarvios, advogando que a degra-dação financeira da região “é mais acentuada quando comparada com a dos municípios do país”. A enti-dade liderada pelo autarca Macá-rio Correia avança que nos últimos quatro anos os municípios algarvios

perderam cerca de 300 milhões de euros com as quebras de receitas de Imposto Municipal sobre Tran-sações Imóveis), e acumularam uma dívida superior 80 milhões de euros à empresa «Águas do Algarve».

A AMAL lembra que o Algarve é uma região turística e que a população flutuante obriga a um investimento redobrado da parte dos municípios, notando a AMAL

em comunicado que muitas das responsabilidades assumidas pela administração local são feitas “em substituição da administração cen-tral”.

Quanto à Lei dos Compromissos, que entrou em vigor em Fevereiro, a AMAL considera que “impede de forma grave e cega a capacidade das autarquias apoiarem as suas populações”, referindo que esta lei

“está a fazer parar os municípios”. Os presidentes de câmara que se reuniram a 3 de Setembro decidi-ram uma vez mais condenar a «Lei dos Compromissos», lembrando que vem agudizar o desemprego na região que atinge os 17,4%, e pedem ao Governo que tenha em conta as singularidades da região, bem como crie medidas que relancem a econo-mia e promovam emprego.

dente da Associação de Comércio da Região do Algarve (ACRAL), diz que “atendendo ao momento crítico que o comércio atravessa abrimos esta candidatura a empresas de produção, comércio e distribuição agroalimen-tar; a empresas ligadas às indústrias criativas, audiovisuais e multimédia; e a empresas na área da construção e serviços”. O responsável reforça a aposta no setor agroalimentar, nome-adamente nos produtos típicos da

região como os frutos secos, a laranja, o medronho e os enchidos, por consi-derar que “este é um setor estratégico para alavancar a economia da região, bem como o nicho da gastronomia que é complementar ao segmento do Turismo”.

Sobre o processo de internacionali-zação afirma que “a melhor exportação é aquela que os visitantes levam nas suas memórias paliativas e sensoriais e nesse sentido os nichos de gastronomia

e natureza são fundamentais para eco-nomia regional”, diz enfatizando que a missão da ACRAL é apoiar estes Nichos do Turismo vitais para a sobrevivência dos associados. A recordar que neste sentido a ACRAL está a contactar os municípios e direções regionais. Numa primeira fase vai apurar o valor da fileira regional e numa segunda fase procede à seleção das empresas candi-datas. Para mais informações consulte: www.acral.pt

No dia 19 de Setembro o Secretário de Estado do Emprego, Pedro Silva Martins, esteve na capital algarvia, no centro de Formação Profissional do Areal Gordo, para apresentar o pro-grama «Formação Algarve». A medida pretende manter dois mil postos de trabalho pelo período de um ano nas empresas, nomeadamente no setor da hotelaria, turismo, restauração, comércio e construção civil. O objetivo é reduzir a taxa de desemprego que em época baixa deverá voltar a subir drasticamente.

Refere o Governo que este Programa aponta algumas soluções aos empre-sários, propondo a renovação dos contratos com os trabalhadores (até podem já ter terminado, desde que há menos de 60 dias), consagrando apoio financeiro no pagamento dos salários nos primeiros seis meses de contrato. Ou seja, o subsídio corres-ponde a 50 por cento, num máximo de 460 euros por mês/trabalhador e pressupõe que durante esse período os beneficiados frequentem ações de formação. O apoio do Governo pode

alcançar os 60% quando as empresas passem de um contrato a prazo para um contrato sem termo. Segundo o Secretário de Estado este programa foi alvo de alterações após a concertação com os parceiros sociais, «quatro asso-ciações de empresários e as duas prin-cipais intersindicais». A possibilidade de readmissão de quem já não esteja a trabalhar, mas com vínculo à empresa até dois meses antes da entrada em vigor da medida, e o alargamento aos setores do comércio e construção civil a esta medida são alguns dos acrésci-mos à proposta inicial. O responsável admite ainda que a medida pode não ser suficiente, mas é um passo no com-bate ao desemprego.

Sindicatos e Empresários reticentes

O presidente da AHETA Elidérico Viegas considerou que a medida é «positiva nos seus objetivos e linhas gerais», mas teme que possa não ser «suficientemente usada pelas empresas». As dúvidas surgem «com

A aposta é reforçada no setor agroalimentar, nomeadamente nos produtos típicos da região: laranja, medronho e enchidos

Trabalhadores consideram que a medida pode estimular a precariedade

«Formação Algarve» para as Empresas Algarvias

Crianças na Europa aprendem línguas estrangeiras cada vez mais cedo.

As crianças estão a começar, na Europa, a aprender línguas estrangeiras cada vez mais cedo, com a maioria dos alunos a iniciar a aprendizagem de uma língua estrangeira com 6-9 anos, segundo um relatório publicado pela Comissão Europeia. A maioria dos países ou regiões diminuiu a idade mínima obrigatória para o início da aprendizagem de línguas nos últimos 15 anos e alguns passaram mesmo a propor esta aprendizagem a partir do ensino pré-escolar – a comunidade germanófona da Bélgica, por exemplo, prevê a aprendizagem de línguas estrangeiras para as crianças jovens a partir dos 3 anos de idade. O relatório, inti-tulado Key data on teaching languages at school in Europe 2012 (Dados-chave sobre o ensino de línguas nas escolas europeias 2012) confirma que o inglês é, de longe, a língua estrangeira mais ensinada em quase todos os países europeus, com o francês, o espanhol, o alemão e o russo a seguir muito atrás.

O relatório salienta que um número cres-cente de alunos aprende agora duas línguas durante, pelo menos, um ano ao longo da escolaridade obrigatória. Em média, em 2009/10, 60,8 % dos estudantes do ensino secundário inferior encontravam-se a apren-der duas ou mais línguas estrangeiras - um aumento de 14,1 % em relação a 2004/05. No mesmo período, a percentagem de alunos do ensino primário que não se encontravam a aprender uma língua estrangeira diminuiu de 32,5 % para 21,8 %.

O inglês é a língua estrangeira mais ensi-nada em quase todos os 32 países abrangidos pelo inquérito (os 27 Estados-Membros, a que se juntam a Croácia, a Islândia, o Liechtens-tein, a Noruega e a Turquia) - uma tendência que tem aumentado significativamente desde 2004/05. No ensino secundário inferior e no ensino secundário superior em geral, a percen-tagem de estudantes a aprender inglês excede os 90 %. Só uma pequena percentagem de alunos (0-5 %, consoante o país) aprende línguas diferentes do inglês, do francês, do espanhol, do alemão e do russo.

Caminhos-de-ferro: 71% dos euro-peus a favor de mais concorrência nas linhas nacionais e regionais.

71% dos cidadãos da União Europeia apoiam a abertura dos seus sistemas ferro-viários nacionais e regionais à concorrência. O apoio total ultrapassa 60% em todos os Estados-Membros, com duas exceções (Países Baixos e Luxemburgo). Ascendem a 78% os cidadãos da UE que pensam que um acrés-cimo da concorrência será benéfico para os passageiros.

«Perto da

Europa»

Centro de Informação Europe Direct do Algarve

Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional - CCDR Algarve

Rua do Lethes nº 32, 8000-387 Farotel: (+351) 289 895 272 fax: (+351) 289 895 [email protected]

www.ccdr-alg.pt/europedirect

O Programa «Formação Algarve», medida que pretende combater os efeitos da sazonalidade e aumentar as competências dos trabalhadores, vai injetar 5 milhões de euros nas empresas do Algarve. Sindicatos e Empresários não poupam críticas.

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DESENVOLVIMENTO

Incêndio deflagrou na madrugada de 24 de Setembro

O país saiu à rua em protesto

Alternativa à TSU pode passar por mais IRS

Reabilitação do centro de VRSA com financiamento

Empresas do Retail Park de Portimão podem reabrir

Centenas de milhares de pessoas manifestaram-se no dia 15 de Setembro. De norte a sul o protesto contra a troika e as medidas de austeridade foi uma das maiores manifestações de sempre em Portugal.

Recuo no aumento da Taxa Social Única leva o Estado a estudar nova proposta. A alternativa considerada pelo Governo é o aumento de impostos em sede de IRS.

O mote para a manifestação come-çou nas redes sociais e juntou mais de 600 mil pessoas em 40 cidades sob o protesto «Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas!». A troika e as mais recen-tes duras medidas de austeridade anunciadas configuraram a razão pelo povo ter saído à rua.

No Algarve não foi diferente. Mais de oito mil pessoas em Faro e Portimão participaram nas mani-festações anti-troika e contra o governo. Em Faro juntaram-se ao protesto cerca de 4 mil pessoas, que percorreram as ruas da Baixa da cidade. Na capital algarvia, o protesto partiu do Largo da Ponti-nha e percorreu a cidade. Ao longo do percurso, gritaram-se palavras como «gatunos», «demissão» e «O povo unido, jamais será vencido». No meio do mar de gente, várias crianças às cavalitas dos pais batiam em panelas, enquanto havia

No fim-de-semana de 22 e 23 de Setembro o Governo esteve reu-nido com os parceiros sociais para encontrar alternativas ao aumento da Taxa Social Única (TSU) que, segundo tinha avançado no início de Setembro, iria descer paras as empresas mas aumentar em 7%, passando de 11% para 18%, sobre o ordenado mensal dos trabalha-dores.

De acordo com a Agência Finan-ceira a solução mais provável é uma nova sobretaxa, equivalente a meio subsídio de Natal, além dos aumentos já esperados no IRS, com

Foi assinado dia 27 de Setembro um acordo de financiamento, no valor de 976,3 mil euros, que viabiliza a reabilitação e dinamização econó-mica do centro histórico pombalino de Vila Real de Santo António e a criação de um centro comercial a céu aberto.

A reabilitação urbana e moderni-zação de equipamentos e edifícios resulta do primeiro acordo cele-brado no Algarve pelo Turismo de Portugal ao abrigo do Fundo JES-SICA Portugal.

O projeto prevê intervenções nas ruas pedonais para maximizar o comércio, a instalação e padroni-

A câmara municipal de Portimão mostra-se esperançada que as empresas que viram as suas lojas destroçadas por um incêndio arrasador, na madrugada de 24 de Setembro, possam vir a reabrir as suas portas.

Ficariam, desta forma, salva-guardadas as cerca de três cente-nas de postos de trabalho daquele

equipamento comercial do barla-vento. Os espaços, para este efeito, podem ser reabertos noutro local do concelho.

Arderam as lojas da Decathlon, DeBorla, Staples, Rádio Popular, do AKI Continente e a Moviflor. O Retail Park apoia-se num fundo de investimento.

zação de equipamentos e sinaliza-ção e a reabilitação do edifício da alfândega para centro de receção e informação ao visitante, envol-vendo um investimento total de 1,4 milhões de euros.

Este acordo é o segundo assinado com intervenção do Turismo de Por-tugal ao abrigo do JESSICA, depois de, em junho passado, ter sido celebrado um contrato de financia-mento para viabilizar a reabilitação e reconversão em polo comercial e cultural da Ala Nascente do Ter-reiro do Paço, em Lisboa.

A iniciativa europeia JESSICA – Joint European Support for Sus-

tainable Investment in City Areas – apoia projetos de reabilitação e o desenvolvimento urbano sus-tentável, através da recuperação e reaplicação dos fundos do QREN. O Fundo JESSICA Portugal opera-cionaliza a iniciativa em Portugal dispondo de 130 milhões de euros para investir nos vários Fundos de Desenvolvimento Urbano. O Turismo de Portugal gere o Fundo de Desenvolvimento Urbano – Turismo, dotado de 31,2 milhões de euros para apoio a projetos que reforcem a competitividade e atra-tividade turística nas NUTS II de Lisboa e Algarve.

a redução dos escalões. A primeira medida é já conhecida dos portu-gueses, uma vez que é semelhante ao que foi aplicado no ano passado, e que rendeu 800 milhões de euros ao Estado. No que toca ao aumento do IRS por via da redução de esca-lões, o «Correio da Manhã» avançou que o aumento médio poderia ser de 3,5%, o que equivaleria a outro meio subsídio.

A dúvida para já é saber se o Governo mantém o corte integral de um subsídio para os funcionários públicos e de dois subsídios para os pensionistas, como anunciado,

ou se se aplica a mesma medida a todos.

Aumento de 30% no Tabaco

Com o recuo do aumento das con-tribuições para a Segurança Social por parte dos trabalhadores, o corte da TSU para as empresas também terá de ser revisto. Uma das ideias é que o corte se aplique apenas às empresas com criação líquida de emprego, proposta da Confede-ração do Comércio e Serviços de Portugal (CCP). Outra, proposta

pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP) é que a TSU desça apenas para empresas exportado-ras. O impacto da medida nos cofres da Segurança Social seria de 480 milhões de euros, uma queda de receita que os empresários propõem que seja compensada através de um aumento de 30% no imposto sobre o tabaco. Uma solução que, para a Associação de Grossistas de Tabaco do Sul, conduz à redução das receitas fiscais do Estado e ao aumento do contrabando. A UGT não apresentou qualquer proposta, mas avisou já que a alternativa tem

de incidir sobre todos os rendimen-tos e não apenas sobre os salários. A CGTP, que apesar de não ter assi-nado o acordo tripartido reuniu com Pedro Passos Coelho, acabou por apresentar as suas propostas no dia 22 de Setembro garantindo que não aceitará cortar «nem um cêntimo» aos salários. Recorde-se que o Governo precisa de assegurar dois mil milhões de euros. Era este o valor que o Estado deveria encaixar em 2013 com o corte dos subsídios da função pública, que o Tribunal Constitucional chumbou, por violar o princípio da equidade.

quem tivesse levado tambores. As últimas palavras ouvidas foram «Portugal sim, partidos não!».

Esta manifestação parou o país e fez-se notar na imprensa inter-nacional. Após o protesto e em reunião de concertação social o Governo recuou no aumento da TSU, no entanto o aumento de impostos diretos está a ser estu-dada.

CGTP marcou Jornada de Luta Nacional para 29 de Setembro

O Conselho Nacional da CGTP-IN marcou uma Grande Jornada de Luta Nacional para 29 de Setem-bro, em Lisboa, em resposta às novas medidas de austeridade anunciadas pelo Governo, fixando como objetivo encher o Terreiro do Paço “como nunca aconteceu”.

O secretário-geral da CGTP,

Arménio Carlos apelidou as medi-das anunciadas pelo Governo como “propostas miseráveis” e, apontando para a revisão da legis-

lação laboral, o líder sindical acusa de estar em curso “um verdadeiro retrocesso” nos direitos dos tra-balhadores. No dia em que vai

acontecer esta jornada de luta o JBG estará a ser impresso, motivo pelo qual não dispomos de mais detalhes em relação à iniciativa.

Ao abrigo do Fundo JESSICA

DIREITOS RESERVADOS

Cerca de 600 mil pessoas saíram à rua em protesto contra a austeridade no país

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | OUTUBRO 2012 | 21

CULTURA

A igreja Matriz de Cacela Nossa Senhora da Assunção apresenta-se como a mais inte-ressante manifestação artística em todo o conjunto urbanístico de Cacela Velha. De facto, as “Visitações da Ordem de Santiago de Espada” referem este templo cristão já em época quinhentista, mais propria-mente entre os anos de 1518 e 1538, no entanto, é bastante provável que a sua primitiva construção remonte à segunda metade do séc. XIII. Com efeito, sabemos que D. Paio Peres Correia trocou as praças de Estombar e Alvor por Cacela, situada “açerqua de Guadiana” e perto de Tavira, pelo que se tornava imperativo a constru-ção de um templo cristão que albergasse o culto religioso.

É entre o ano de 1534 e 1538 que a igreja sofre uma empreitada, deixando de ter nave única e passando a apresentar três naves que hoje podemos ver. De um modo geral, trata-se de uma igreja com reminiscências góticas que incorpora traços renascentistas integrados numa escola de arquitectura local, cujo expoente máximo remete-nos para o arquitecto algarvio André Pilarte. Desta feita, talvez não seja exagerado atribuir a esta “escola local” uma certa influência verificável em elementos como o arco da capela-mor ou o pórtico cujas pilastras, com capitéis compósitos, apresentam interessantes motivos icono-gráficos. É já durante a dinastia filipina, em 1586, que é construída a capela late-ral de Nossa Senhora dos Mártires, onde se destacam o arco de estilo renascença e a abóbada. Com o terramoto de 1755 procedeu-se à reconstrução parcial da igreja, resultando da campanha de obras de D. Francisco Gomes de Avelar a capela baptismal na fachada norte, os acrescen-tos das janelas no corpo da igreja ou o campanário.

Não obstante as lamentáveis intervenções que vieram descaracterizar a originalidade arquitectónica deste templo, subsistem ainda vários elementos de elevado inte-resse patrimonial. Todo o Centro Histórico de Cacela está classificado pelo Instituto Português do Património Arquitectónico enquanto “Conjunto de Interesse Público”, pelo que se aconselha a sua visita com uma atenção redobrada à Igreja Matriz de Cacela.

Cacela Velha e a sua Igreja Matriz

Fernando PessanhaMestrando em «História do Algarve»- CEPHA/UALG

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Setembro foi mês de celebração da poesia nos cantos e recantos de Cacela Velha, em plena Ria Formosa. Tendo como ponto de partida a herança poética de Ibn Darraj al Qastalli, poeta natural de Cacela, bem como de autores que viveram e escreveram sobre Cacela Velha, a aldeia viveu a 16 de Setembro, dia onde na rua, e de forma informal, a poesia foi senhora e rainha.2012, ano de dificuldades financeiras agravadas, não esqueceu a iniciativa onde se conversou poesia, recordaram-se e homenagearam-se poetas. Pela manhã foram sobretudo as atividades infantis juvenis com a caça ao poema, estendal de poesia a «Hora do Conto».Durante a tarde as conversas, leituras, debates, homenagens, poemas e

apresentações de antologias e coletâneas constituíram o cerne da iniciativa, mas não só. “A homenagem a António Ramos Rosa, poeta natural de Faro e um dos mais respeitados da contemporaneidade portuguesa, foi um dos momentos de destaque”, confirma Catarina Oliveira do Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela (CIIPC). “A sessão contou com um testemunho escrito de Gisela Ramos Rosa, sua sobrinha, e com a presença de Manuel Madeira, seu amigo, que trouxe um registo da sua relação pessoal com o autor, desde os tempos em Faro, mais tarde em Lisboa, e da luta comum contra a repressão e a favor da liberdade de expressão, durante a ditadura”.

Estendais de poesia são já tradição

Mas não só de homenagens viveu este «Poesia na Rua» foram também apresentadas duas antologias poéticas «Algarve: 12 poetas ao sul do séc. XXI» e «Poetas do Guadiana», também e com António Baeta, o percurso poético pelas heranças poéticas do al-Andaluz. Para fechar, e ao cair da noite, a verdadeira festa da poesia com «Poemas ao ritual da Igrejinha», “um momento festivo que já faz tradição e decorreu sob o compasso da Banda Filarmónica de Vila Real de António. “Foram muitos os que se sentaram no largo da fortaleza lendo os muitos livros de poesia disponíveis junto aos cadeirões; passearam-se pelas ruas lendo os poemas que pendiam nas paredes ou presos nos estendais da poesia ou compraram livros no mercado que animou a vila”.

Outras atividades

O CIIPC não está parado e são já aguardadas várias atividades. No dia 29 de Setembro, no âmbito das Jornadas Europeias do Património, o CIIPC/CMVRSA lançou a 2ª corrida fotográfica no concelho de VRSA sobre os «Patrimónios da Água» [http://ciipcacela.wordpress.com/]. No dia 20 de Outubro é o encerramento da sexta edição do ciclo de passeios pedestres «Passos Contados». Já a 28 de Outubro mais um «Mercadinho de Outono» promete encher as ruas de Cacela Velha.

Poesia voltou às ruas de Cacela

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Pelo terceiro ano consecutivo a aldeia de Cacela Velha recebeu um verdadeiro «hino» à poesia celebrando o género lírico numa aldeia repleta de «estendais de poemas».

Incêndio deflagrou na madrugada de 24 de Setembro

O «estendal de poesia» voltou à aldeia de Cacela Velha para promover o género lírico

De 23 de agosto a 18 de setembro esteve patente ao público, na Igreja da Misericórdia, no Castelo da vila, uma exposição de pintura a óleo sobre tela, de Oliveira Tavares.Ao longo dos 12 quadros Oliveira Tavares deixou transparecer a marca impressiva da sua pintura, dominada pelos tons azuis, amarelos, verdes e vermelhos.Segundo João Tavares, estamos em presença de uma pintura de luz: “As suas telas sempre acrescentam luz à luz sem a dividir, sendo cada uma das suas pinceladas, um hossana dado por suas mãos a QUEM a dispensa a todos nós para que a partilhemos”.Oliveira Tavares nasceu em Lisboa, no ano de 1961, viveu e trabalhou em Bruxelas e Paris. Frequentou o curso de Engenharia do Instituto Superior Técnico de Lisboa, o Curso de Desenho no A.R.C.O e o curso de História de Arte na Sociedade de Belas-Artes. Presentemente, vive em Borba, no Alentejo.Do seu currículo constam a realização de um naipe alargado de exposições individuais no país e na Europa, designadamente, no Castelo de Hirschhom, Heidelberg, Alemanha, na Galeria Lewis Guy – Den Haag, Holanda e no Centro Cultural L’Escale, Levallois em Paris, bem como, a participação em diversos concursos de pintura e, ainda, a ilustração do livro de poesia «A Gaveta de Baixo» de Rosa Lobato Faria.A presente exposição insere-se na

política cultural delineada pela câmara municipal de apoio às artes e aos artistas, os quais desempenham

um papel de relevo, na promoção e divulgação dos valores culturais e na afirmação da nossa identidade coletiva.

Oliveira Tavares expôs em Castro

Marim

Ao longo dos 12 quadros Oliveira Tavares transpareceu a marca impressiva da sua pintura, dominada pelos tons azuis, amarelos, verdes e vermelhos

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22 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |OUTUBRO 2012

CULTURA

POR CÁ ACONTECE A G E N D A

Exposição Bonecas Flor d’AgulhaMeses de Outubro a DezembroCentro de Artes e Ofícios – Alcoutim

Castro Marim

Sessão Esclarecimento «Passaporte Emprego»3 Outubro, 18hBiblioteca Municipal

Serões do Acordeão6 de Outubro - Alta Mota20 de Outubro - Rio Seco

Excursão «Guimarães Capital da Cultura»5, 6 e 7 OutubroFreguesias Azinhal, Altura, Odeleite e Castro Marim

Mercado de Castro Marim13 OutubroCastro Marim

VRSA

Exposição de fotografia de João Serras PereiraDe 01 a 31Biblioteca Municipal

João Frizza convida Wanda Stuart5 de Outubro, 22hCentro Cultural António Aleixo

Curso - Sessão inaugural do Curso «Aula José Saramago» com a pre-sença de Pilar del Rio8 Outubro, 18hBiblioteca Municipal

Feira da Praia10 a 15 de Outubro18h às 02hVRSA

Exposição de pintura de Rui Dias SimãoAté 19 de OutubroArquivo Histórico Municipal

Clube de leitura «Livros Mexi-dos»Tema: Autores contemporâneos: Philip Roth25 de Outubro, 18hBiblioteca Municipal

«Descobrir a violência nas relações amorosas dos jovens»25 de Outubro, 21hCentro Cultural António AleixoOrg: CPCJ e Cruz Vermelha

Curso de meditação Raja Yoga 26 Outubro, 18h às 19h45Biblioteca Municipal

VIII Encontro de Academias de Baile Espanhol27 de Outubro, 22hCentro Cultural António Aleixo

Mercadinho de Outono28 de Outubro10h30 às 17h30Cacela Velha

Hora do contoTer. a Qui. às 10h30 Biblioteca Municipal

Alcoutim

Tertúlia na Casa dos Condes – «A Palavra Sexta à Noite»Concerto de violino e pianão, por Kate e Bob 26 Outubro, 18hCasa dos Condes

VI Feira da Perdiz13 e 14 de Outubro Pavilhão José Rosa Pereira – Martinlongo

Encontro Transfronteiriço de Profissionais de Museus 19 e 20 de Outubro, 10hAnfiteatro do Castelo de Alcoutim

Exposição «O Mundo da Perdiz», por Hugo Barradas 02 a 31 de Outubro Casa dos Condes

Meses de Outubro a Dezembro Concurso de Árvores de Natal em material reciclado Vaqueiros

Campeonato Municipal de SuecaMeses de Outubro a Dezembro Locais a definir

Ivo Costa tem 32 anos e a fotografia é parte integrante da sua vida, «quase uma questão de genética». “O meu avô era fotógrafo, a minha mãe passeava-se pelo laboratório desde os 4 anos, e as primeiras duas coisas que devo ter visto na minha vida foram, uma objetiva e um pincel”, sublinha o artista.A arte desde bem cedo está presente na sua vida, seja sob a forma de música, pintura, fotografia ou até a escrita. Na adolescência alternou primeiro entre a fotografia e depois a pintura, mas a arte da fotografia foi mais forte. “Primeiro em modo autodidata e experimental, e por fim acabei por tirar um curso e consolidar”. Atualmente Ivo Costa é licenciado em multimédia e como freelancer é extremamente polivalente; é fotógrafo, cameraman, editor de vídeo, designer gráfico, designer. “Tudo começou com a paixão pela arte, a paixão pelo conhecimento, a paixão pela tecnologia, e uma grande necessidade de expressão”.

21 quadros a «Verde Perto»

Esta foi a primeira exposição a solo de Ivo Costa com o nome «Verde Perto» e reúne 21 quadros. Desde o convite até à montagem de exposição decorreram seis meses. “Alguns quadros vêm sido preparados há alguns anos, outros

fotografias a preto e branco mas ao “ver de perto” é possível denotar todo um mundo tão perto, mas em simultâneo tão longe, onde no preto e branco afinal reina a cor e muito mais que só é possível se realmente se observar. “As pessoas não vêm, ninguém vê nada... passa-se os olhos, quanto muito”, assegura alertando que “é preciso que as pessoas parem,, mas mais importante, que as pessoas questionem”. Ver para além do que se vê é uma das aprendizagens da exposição patente de 4 a 28 de Setembro por terras raianas.

tiveram um processo de crescimento e metamorfose”, ressalva o autor que alia a fotografia à pintura numa composição única. “Para desenvolver o conceito baseei-me não só em conceitos fotográficos, como também na pintura, e poesia orientais; trata-se de um género de continuação dos trabalhos da primeira exposição (conjunta), onde a fotografia era complementada por Haiku e as imagens em termos gráficos; uma mistura entre fotografia e tinta-da-china”. E porquê «Verde Perto»? Ao ver de longe os quadros parecem a uma primeira vista

«Verde Perto» por terras alcoutenejasNo mês de Setembro a Casa dos

Condes em Alcoutim recebeu uma exposição fotográfica

bem diferente do habitual. A exposição questiona o que se vê

e lê.

A exposição integrou 21 quadros fotográficos

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | OUTUBRO 2012 | 23

PATRIMÓNIO E COLABORADORES

No território do Baixo Guadiana, quer seja na serra ou no litoral, encontramos ainda vestígios das eiras de pisoteio lajeadas ou em barro. Geralmente associadas a palheiros, as eiras apresentavam na sua forma mais antiga uma composição em barro, palha e por um anel de pedras que circun-dava a estrutura. Era nesse local que as “parelhas” de burros ou de vacas debulhavam a semente, e onde o trigo secava, durante um a dois meses, até ser armaze-nado no palheiro. Mais tarde, o processo mecanizou-se e o gado foi substituído pela debulhadora mecânica. Nos montes rurais, onde não existem açoteias, é nas eiras que comummente secam os

figos colhidos no final do verão. Em muitos casos, secam em cima de “almeixares”, pequenas esteiras em cana que no fim do dia são recolhidas e armazenadas, para evitar a humidade da noite.

No interior, onde o povoamento é marcado por montes e casais dispersos, o conjunto das eiras e dos palheiros dos diferentes habitantes concentravam-se pró-ximos do monte, revelando uma organização que remete para uma cultura do espaço comum no meio rural, e que perderá relevância durante o século XX. O número e localização das eiras definiam a hierarquia dos núcleos familiares do monte, correspondendo a eira de maiores dimensões ao monte do lavrador.

A eira localizava-se normal-mente no pico dos cerros ou em áreas abertas, locais favoráveis aos bons ventos para debulhar o cereal. Em primeiro lugar, limpa-vam o solo com um “picarete”.

As eiras do Baixo Guadiana

RUBRICA DE PATRIMÓNIO

Depois, deitava-se em cima da terra o palhuço (a palha mais fina) e a água. Os animais faziam o resto: um rebanho de cabras pisava durante três, quatro horas o barro e a palha para alisar o terreno. Eram segui-damente colocadas pedras em xisto para delimitar o perímetro da eira e evitar a saída do trigo. Este processo era repetido todos os anos.

Mais tarde, esta tipologia caiu em desuso, e as eiras que encontramos atualmente são revestidas com lajes de xisto, tijoleira de barro ou arga-massa. Esta evolução, geralmente associada às grandes propriedades do litoral, também se verificou no território serrano.

Pedro PiresTécnico de Património Cultural. Centro de Estudos de Patrimó-nio e História do Algarve da Universi-dade do Algarve CEPHA/UAlg

Maria crise, falou ao Zé

Meu nome é Maria Crise,passei por cá, vou ficar;enquanto de ti precise

nunca mais te vou largar.

Sou filha de Zebedeue com Belzebu fui casar;a todos prometo o céu,

mas para o inferno os vou levar.

Farei de ti um desgraçado,aqui neste mundo cão,até partires entalado

nas tábuas do teu caixão.

Para a terra da verdade,repouso dos mortais;

por lá, não passa a maldadee somos todos iguais.

Dormes então descansado,não há crise que te apoquente,

pois já cumpriste o teu fadoe os vizinhos, são boa gente!

Manuel Palma

Fado Fadinho

Não é um fado de amor!De tão grande ardor!

Que eu canto a saudade!E sem vaidade!

Que eu sou quem souPorque à tua espera estou

E posso esperar à toaPorque sou barco sem proa

Não é um fado de amorDe tão grande clamor

Que eu canto a verdadeE sem vaidade

Que eu sou quem souPorque à tua espera não estou

Não posso esperar à toaPorque sou barco sem proa!

Ilda Ferreira

Dedicação a

N. Sra. da Conceição

Deus me salve, VirgemDa Trindade do Templo,

Dos Céus e alegria,Da pureza exemplo,Fragrante jardim,

Que viviticais,E da minha paciênciaPalma que alentaisDo que Trono temNas sumas alturas,

Escolhido fuiEntre as criaturasExaltado cedro,

Cipreste alteroso,Formosa Oliveira,

Sois a minha terra bendita,É Sacerdotal,

Sois da castidadeSímbolo do povo real,Sois um Deus Cidade,Uma porta oriental,Sois da mesma graça

Virgem sem igual.Cercada de espinhos,Sois pura açucena,Entre as criaturas

Íris que serena.

António Victor Severo Martins

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia dez de Setembro de dois mil e doze foi lavrada neste Cartório, de folhas setenta e um a folhas setenta e três verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número vinte e um - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram:Manuel Pereira Afonso e mulher, Conceição Beatriz Gonçalves Pereira Afonso, casados sob o regime da comunhão geral de bens, ambos naturais do concelho de Alcoutim, ele da freguesia de Giões, ela da freguesia de Pereiro, onde residem em Cerro da Vinha de Cima, na dita freguesia de Pereiro, portadores dos bilhetes de identidade números 5279134, emitido vitaliciamente a 27 de Novembro de 2003, pelos Serviços de Identificação Civil de Lisboa, e 8666632, emitido a 12 de Abril de 2007, pelos Serviços de Identificação Civil de Faro, contribuintes fiscais números 105 533 211 e 105 533 203, e pelos outorgantes foi dito, são donos e legítimos possuido-res, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios, todos localizados na freguesia de Pereiro, concelho de Alcoutim, não descritos na Conservatória do Registo Predial daquele concelho:a) Prédio rústico sito na Cerca do Cerro da Vinha, composto por cultura arvense de sequeiro, amendoeiras, citrino e horta, com a área de dois mil e duzentos metros quadrados, a confrontar a Norte com Manuel Pereira Afonso, a Sul com Carlos Cipriano Domingos Mar-tins, a Nascente com caminho, Maria Catarina Cavaco Afonso, Maria de Lurdes Moreira e Maria Susete Moreira José e a Poente José Guerreiro Pereira e José Simão, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 14, da secção 023, com o valor patrimonial tributável de 107,17 euros;b) Prédio rústico sito no Porto da Medronheira, composto por cultura arvense de sequeiro, com a área de cinco mil e seiscentos me-tros quadrados, a confrontar a Norte com José Teixeira Rodrigues, a Sul, a Nascente e a Poente com Manuel Pereira Afonso, inscrito na matriz rústica sob o artigo 8, da secção 012, com o valor patrimonial tributável de 81,05 euros.c) Prédio rústico sito no Cerro da Vinha de Cima, composto por cultura arvense de sequeiro e oliveiras, com a área de seis mil metros quadrados, a confrontar a Norte com Estrada, a Sul com Manuel Teixeira, a Nascente com Baltazar Xavier da Silva Diogo e a Poente com Sebastião Martins Corvo, Manuel José Pereira, José Maria Pereira, José Francisco Pereira, Fernando Rodrigues Pereira, José Joa-quim e José Teixeira Rodrigues, inscrito na matriz rústica sob o artigo 26, da secção 028, com o valor patrimonial tributável de 266,28 euros.d) Prédio rústico sito na Cerca do Serro da Vinha, composto por amendoeiras, cultura arvense de sequeiro, figueiras e horta, com a área de oitocentos e quarenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Alice Martins Rodrigues, a Sul com Herdeiros de António Lino, a Nascente com José Joaquim e a Poente com aglomerado urbano de Cerro da Vinha de Baixo, inscrito na matriz rústica sob o artigo 31, da secção 023, com o valor patrimonial tributável de 142,33 euros.e) Prédio rústico sito na Horta do Barranco da Águia, composto por amendoeiras, cultura arvense de sequeiro e oliveiras, com a área total de quatro mil e quarenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Barranco, a Sul com Herdeiros de João António Martins, a Nascente com Sebastião Maria e a Poente com Herdeiros de Manuel Cavaco, inscrito na matriz rústica sob o artigo 63, da secção 012, com o valor patrimonial tributável de 213,66 euros.f) Prédio rústico sito no Barranco da Águia, composto por amendoeiras e cultura arvense de sequeiro, com a área de mil quatrocentos e quarenta metros quadrados, a confrontar a Norte e Nascente com Barranco, a Sul com Sebastião Maria e Herdeiros de João António Martins e a Poente com Sebastião Maria, inscrito na matriz rústica sob o artigo 65, da secção 012, com o valor patrimonial tributável de 99,23 euros.g) Prédio urbano sito no Cerro da Vinha, composto por edifício térreo com uma divisão, destinado a arrecadação e arrumos, com a área total e de implantação de vinte vírgula oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte e Poente com Rua, a Sul com Cesaltina e a Nascente com Custódio Rodrigues, inscrito na matriz urbana sob o artigo 1271, com o valor patrimonial tributável de 710,00 euros.Que atribuem aos referidos prédios os respectivos valores patrimoniais, calculados para efeitos de Imposto Municipal sobre as Trans-missões Onerosas de Imóveis e de Imposto do Selo, pelo que somam os mesmos o valor global de mil seiscentos e dezanove euros e setenta e dois cêntimos.Que o prédio identificado em a) lhes pertence, por o terem adquirido por compra verbal e nunca reduzida a escrito, feita em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta, a João Pereira, solteiro, maior, residente em Santa Marta, na freguesia e concelho de Alcoutim.Que o prédio identificado em b), lhes pertence, por o terem adquirido por compra verbal e nunca reduzida a escrito, feita em data im-precisa do ano de mil novecentos e oitenta, a Tomás Candeias e mulher, Antónia Maria, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, e residentes em Furnazinhas, na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, ele actualmente já falecido.Que os prédios identificados em c) e d), lhes pertencem, por os terem adquirido por compra verbal e nunca reduzida a escrito, feita em data imprecisa do ano de mil novecentos e setenta, a João da Fonseca e mulher, Antónia Branca Prates Emídio Soares, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram em Carcavelos, Cascais, ambos já falecidos.Que os prédios identificados em e), f) e g), lhes pertencem, por os terem adquirido por compra verbal e nunca reduzida a escrito, feita em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta, a António André, viúvo, residente no Monte das Velhas, na freguesia de Giões, concelho de Alcoutim.E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse dos referidos prédios, cuidando da sua manutenção, arando suas terras, colhendo os seus frutos, utilizando o urbano para armazenamen-to, pagando suas contribuições e impostos, enfim usufruindo-os no gozo pleno de todas as utilidades por eles proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa que, tendo-se iniciado já no estado de casados, é exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os justificantes adquiriram os referidos prédios por usucapião, não tendo, todavia, dado os modos de aquisição, títulos extrajudiciais normais capazes de provar o seu direito.Está conforme o original.

Castro Marim, aos 10 de Setembro de 2012.A Colaboradora,

(Ana Rita Guerreiro Rodrigues)(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 05.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos

termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 20/09 Factura / Recibo n.º 3114

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Outubro 2012

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24 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |OUTUBRO 2012

PASSATEMPOS&LAZER

u m a s l i n h a s p a r a a a l m a . . .

GUADI Centro de Animais Rua D. Pedro V, Nº 38 – 2º andar 8900 – 283

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Contactos: 964773101 e [email protected]/

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A DECO INFORMA…

Como todos os bens de consumo, também estamos sujeitos a que o automóvel que comprámos há tão pouco tempo avarie. No entanto, se comprámos um veículo com defeito, temos a lei do nosso lado.

Sem quaisquer encargos extra, podemos optar pela reparação do auto-móvel, a sua substituição por outro com características semelhantes, ou a rescisão do contrato.

Reunidas as condições legais, poderá ainda exigir à empresa que lhe vendeu o carro uma indemnização pelos prejuízos causados, por exemplo, se faltar a uma reunião importante em virtude de uma avaria.

Tudo isto é válido durante 2 anos após a compra do carro. Este é o prazo de garantia legal. Saliente-se que estes 2 anos de garantia só não se aplicam aos carros usados se comprador e vendedor acordarem outro prazo.

Frequentemente, stands de usados oferecerem garantia de 1 ano, per-mitido para bens usados.

Caso compre o carro a um particular, é importante saber que estes não são obrigados a oferecer garantia, só os comerciantes o podem fazer. Se comprar nestas condições, peça a um mecânico da sua confiança para avaliar o carro.

Para accionar a garantia basta apresentar o comprovativo da aquisição do veículo, com o contrato de compra e venda, recibo ou prova de paga-mento.

A partir do momento em que descobre o defeito tem 60 dias para comu-nicar ao vendedor. Se o vendedor nada fizer, conte com 2 anos após a data da denúncia para exigir que aquele cumpra o seu dever, sendo também este o prazo para recorrer à via judicial.

Caso haja dificuldade na resolução do assunto, poderemos sempre recorrer ao Centro de Arbitragem do Sector Automóvel, que tem competência para resolver conflitos relacionados com assistência, manutenção e reparação automóvel, compra e venda de veículos novos e usados, desde que o negócio tenha sido feito entre um particular e um comerciante.

a GUADI apela

Susana Correiajurista

“Existe diferença ao nível de garantia entre

comprar um carro a uma empresa e a um

particular?”

Número solidário: 760 300 012

Boccia1. Natação 2. Hipismo3. Remo4. Vela5. Damas6.

Xadrez7. Bilhar8. Hóquei9. Voleibol10. Basquetebol11. Pesca12. Saltos13.

Quadratim - n.º100

Auto

r: Jo

ão R

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Jogo da Paciência n.º 106

“Desporto”

Se Portugal tem dificuldades financeiras os membros do Governo e outros órgãos de soberania não devem viajar pelo Mundo e internamente. Se não há dinheiro não se podem sacrificar os cidadãos com impostos, cortes de salários, desemprego e falências para outros viajarem. É preciso chamar à responsabilidade todos os possíveis culpados da má situação em que Portugal se encontra. Sem investimentos e sem redução de impostos não pode renascer a economia e haver harmonia social.Porque é que os membros do Governo se escondem nas viaturas e outros entram pelas traseiras dos locais onde vão? Têm medo de ouvir a razão pela voz do povo? Ou porque sabem que podem ser incompetentes e não sabem fazer melhor? Se assim for, demitam-se.

Pelo caminho correto do Quadratim vá ao encontro de – NÃO AO AUMENTO DA TAXA SOCIAL ÚNICA.

Soluções Jogo da Paciência - n.º105

Atletismo14. Ciclismo15. Tiro16. Futebol17. Pólo18. Ginástica19. Ténis20.

As pessoas de menor estatura vivem mais. Essa foi a conclu-são de uma pesquisa realizada pelas Universidade de Louvain (Bélgica) e da Universidade de Cagliari (Itália).

Foi feito um estudo com 500 homens e segundo as insti-tuições os homens baixos vivem dois anos a mais que os de estatura alta.

E como era previsto em cada pesquisa há uma conclusão é que, os corpos pequenos têm maior capacidade de substituição das células, menor concentração de proteína C-reativa (que, em níveis elevados, pode resultar em problemas cardiovasculares) e que são mais eficientes na hora de bombear o sangue, além de apresentar danos menores no DNA e maior quantidade de SHBG (glicoproteína que se encarrega do transporte dos hor-mônios sexuais).

No fim das contas, o perfil de quem vive bastante tem até 10% de relação com a estatura. O resto vem da alimentação, exercícios físicos, cuidados médicos, e vida social ativa e sau-dável. Ou seja, um pouquinho de vida saudável e nem tudo está perdido para os homens altos.

Um detalhe: essa pesquisa foi realizada os 500 homens, nascidos entre 1866 e 1915, na ilha da Sardenha. A escolha não foi à toa!, já que o arquipélago entre os lugares do mundo com as maiores expectativas de vida (a cada 100 mil habitantes, 22 chegam aos 100 anos) e ainda tem uma das populações mais baixinhas da Europa.

As pessoas baixas vivem mais?!

SABIA QUE

?ALICE - CADELA ADOTADA

FIDEL - CãO JOVEM, ARRAçADO DE LABRADOR, ENCONTRADO NA MARINA DE VRSA EM 20/08/2012 (NãO FOI RECLAMADO

EVE - CADELA C/ CERCA DE 2 ANOS, PORTE MéDIO/GRANDE (ENTREGUE ESTERILIzADA).

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DESPORTO

A câmara municipal de VRSA e a Federação de Andebol de Portugal (FAP) assinaram a 10 de setembro um protocolo pioneiro que tem em vista fomentar o andebol em terras pombalinas. O documento, que dá conta dos objetivos e entidades envol-vidas, contou com a assinatura do presidente da Federação Portuguesa de Andebol, Ulisses Pereira, e do edil vila-realense, Luís Gomes.

O protocolo envolve os dois agrupa-mentos de escola de VRSA, a Associa-ção de Andebol do Algarve e o Clube Náutico do Guadiana. O objetivo é fomentar ações que promovam a prá-tica do Andebol junto da população jovem do concelho democratizando a modalidade.

À FAP, à Associação de Andebol do Algarve e ao Clube Náutico do Guadiana compete a promoção e a

A equipa de triatlo dos Leões do Sul de S. Bartolomeu, em Castro Marim, é a primeira do Baixo Guadiana a estar presente no Campeonato Nacional de Triatlo na distância olímpica (1500m natação, 40 kms ciclismo, 10 kms cor-rida). A prova decorre no dia 7 de Outubro em Lisboa. Os atletas parti-cipantes são: Nelson Mestre, David Costa, Fernando Cardoso. No mesmo dia, mas em Espanha ruma ao Triatlo

de Sevilha [750m natação, 30 kms ciclismo, 5 kms corrida] onde irão participar Lopo Faísca, Luís Viegas e Amândio Norberto.

A referir que a equipa de triatlo do Leões do Sul marcou também pre-sença no «Triatlo Playas de Punta de Umbria». A prova decorreu no dia 23 de Setembro e contou com os seguintes atletas: Nelson Mestre - 24ª posição, David Costa - 167º, Fernando

Cardoso - 215º, Lopo Faísca - 262º e Amândio Norberto em 301º. A subli-nhar que as posições foram alcança-das entre os 400 inscritos na prova.

Recorde que o Grupo Desportivo, Recreativo e Cultural Leões do Sul Futebol Clube é uma coletividade sem fins lucrativos cujo fim é a pro-moção cultural, desportiva e recre-ativa .

O atleta do Clube Pic Nic de Vila Real de Santo António, Nelson Gonçal-ves, cego total, atingiu a sua melhor marca nos Jogos Paralímpicos de Londres, que decorreram entre 29 de Agosto e 9 de Setembro, com o 8.º lugar. Tratou-se da prova de lan-çamento de disco com 29.04 metros. Um 8.º lugar entre 12 atletas. Já na

modalidade de peso a marca foi de 9.74 metros, tendo obtido a 18.ª posição em prova, desta vez entre 21 atletas.

O atleta e treinador, Hélder Silva, consideraram esta uma “belíssima prestação”, já que, segundo afirmam, “foram cumpridos alguns objetivos”, desde logo a manutenção deste atleta

no projeto paralímpico “ o que só foi possível pelo facto de ter estado na final com a 8.ª posição”, explicou o atleta em vésperas de encerramento destes Jogos Paralímpicos 2012. A comitiva portuguesa, constituída por 30 atletas, chegou a Portugal a 10 de Setembro.

divulgação das atividades associadas ao Andebol, bem como a formação de agentes desportivos que divulguem e enquadrem as atividades desportivas oriundas do município de VRSA no âmbito das respetivas carreiras fede-radas. Cabe-lhes ainda o apoio direto dos docentes de Educação Física, ou outros agentes desportivos, para o fomento e a prática da modalidade nos estabelecimentos de ensino e/ou nas estruturas associativas em que estiverem inseridos.

Apoiar a filiação e inscrição

Este conjunto tripartido de entida-des deverá apoiar a filiação e a ins-crição de clubes locais que desejem encetar a prática federada do Andebol e incentivar a criação de condições

Baixo Guadiana sobre rodas

crónicas

Com a época 2012 de ciclismo a apro-ximar-se a passos largos do seu final, as provas de estrada diminuem, havendo um acréscimo das provas de BTT onde os ciclistas de estrada também marcam presença para manterem o seu estado de forma.

No que diz respeito ao BTT XCO,

correu-se no passado dia 16 de Setem-bro a 5ª e última etapa da Taça do Algarve, definindo assim a classificação geral desta competição onde os atletas do Baixo Guadiana foram conseguindo algumas posições de destaque.

Nas categorias de formação, em Iniciados masculinos, Rodrigo Palma

da equipa do Núcleo Sportinguista de VRSA, foi o 3º classificado enquanto que em Infantis masculinos a equipa pombalina também se fez representar com dois atletas, tendo Guilherme Fer-nandes sido o 14º e Filipe Cavaco o 17º da geral.

Quanto à categoria de Juvenis mas-

culinos, o Baixo Guadiana deu cartas e Pedro Mestre (Núcleo Sportinguista VRSA) foi o melhor, vencendo a Taça do Algarve de XCO na sua categoria. Ainda nesta categoria Henrique Silva foi 8º, Miguel Soares 16º e Jaime Chumbinho 19º, todos atletas da mesma formação. Nas categorias femininas destacamos

Adriana Gomes, a grande vencedora em Juniores e Beatriz Martins que foi 2º em Cadetes.

Passando para as restantes categorias masculinas e deixando as de formação. Diogo Afonso (Núcleo Sportinguista VRSA) foi 3º em Sub23 enquanto que em Elites, André Vieira foi o melhor representante da equipa vila-realense, com um modesto 8º lugar, seguido de Carlos Brás que foi 13º e Duarte Dias 15º. Em Veteranos a 6º posição coube aos homens de Mário Alpiarça, respon-sável pela única equipa do Baixo Gua-diana nesta competição, através Carlos Faustino, Hugo Conceição natural de Vila Nova de Cacela foi 11º, seguido de David Costa em 12º e Pedro Rodrigues em 18º. Para terminar também Mário Alpiarça fez parte desta competição, na categoria de Veteranos B onde foi o 6º classificado. Por equipas o Núcleo Sportinguista iluminista ficou à porta do pódio com um honroso 4º lugar.

Humberto Fernandes

O BTT marca a pauta do final de época velocipédica

Andebol em Vila Real de Santo António é aposta da federação

Leões do Sul no Campeonato Nacional de Triatlo

Nelson Gonçalves atinge o 8.º lugar nos Jogos Paralímpicos de Londres

Trata-se do primeiro protocolo do género em Portugal

Leões do Sul marcaram presença no Triatlo Playas de Punta de Umbria

Nelson Gonçalves veio muito satisfeito de Londres

para a estruturação de Escolas de Andebol, nomeadamente na constitui-ção da direção técnica e na operacio-nalização inicial. Aos agrupamentos escolares compete a promoção das condições à prática do Andebol nas atividades de enriquecimento curri-cular, disponibilizando instalações e materiais, entre outras.

Ao município de VRSA cabe apoiar as ações previstas no protocolo, garantir a realização de uma «Festa do Andebol» no final do ano letivo e divulgar as diversas ações a desen-volver, possibilitando uma parti-cipação alargada da população. Para o presidente da câmara de VRSA, Luís Gomes, este protocolo dá “seguimento ao compromisso claro que o município tem desenvol-vido com a formação dos jovens”, sublinhando que é realizado “sem

acréscimo de encargos financei-ros”.

Por sua vez o presidente da federa-ção portuguesa de andebol lembrou o clima de contenção, mas garantiu que “a formação estará sempre em

prioridade na Federação, pelo que este é um modelo para se repetir no resto do país”. De referir que este foi o primeiro protocolo do género a celebrar-se no país e o repto partiu da própria federação.

Modalidade de BTT junta ciclistas de estrada

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A ideia não é nova, já tem cerca de um ano, e desde então que tudo se tem feito para colocar o projeto em prática. A associação foi tomando corpo e forma através do «Fórum BTT do Baixo Guadiana», um fórum dedicado aos desportos de duas rodas no Baixo Guadiana que reúne atu-almente cerca de 600 utilizadores. “O Fórum tem quatro anos e a partir de uma certa altura decidimos criar oficialmente uma associação dedi-cada única e exclusivamente ao BTT, sendo que estamos a ultimar porme-nores para arrancar já em Outubro”, confirma o Presidente da Associação, Rui Oeiras que atesta o «dinamismo e atividade deste grupo».

Para já na associação constam apenas os fundadores, pois para abrir portas aos sócios há ainda uma série de detalhes a tratar, desde protoco-los, seguros e alguma burocracia. No entanto adiantam já que a abrangên-cia da associação corre todo o Baixo Guadiana, desde Alcoutim, Castro Marim, VRSA, Tavira e Mértola. A quota já está fixada; são vinte euros anuais. “Trata-se de uma quota aces-sível sem ter pretensão de lucrar à conta dos sócios”, assegura André Salgueiro, Presidente do Conselho Fiscal da Associação, garantindo que “o objetivo é fomentar a prática do BTT e providenciar as melhoras condições a quem pratica a moda-lidade”.

Descontos no comércio local para sócios

A associação é nova, mas está a «mexer-se» e, porque a crise assim o obriga, a criar uma metodologia bastante inovadora: parcerias com as empresas da região e fidelização do “ciclista”. “Para dinamizar o comércio e trazer vantagens aos nossos sócios estamos a estabelecer parcerias para que tenhamos alguma coisa a ofere-cer aos sócios, neste caso descontos, e que as entidades venham a beneficiar

Cerca de 40 atletas do Clube de Natação da Amadora escolheram Alcoutim para realizar um está-gio.

O Clube treinou desde 21 até 30 de Setembro na Praia Fluvial do Pego Fundo e permaneceu alojado na Pousada da Juventude.

Para além de reunir «excelen-tes» condições naturais, a câmara local refere que o concelho “tem sido progressivamente enrique-

cido pela criação de infraestru-turas desportivas, o que faz com que seja cada vez mais procurado por clubes e atletas de outras con-celhos, e também do estrangeiro, para a realização de estágios e competições desportivas”. Este estágio contou com o apoio da edilidade alcouteneja que garante ser política da autarquia atrair e apoiar a prática desportiva no concelho.

com isso”, atesta Rui Oeiras. E no que toca a sócios já foi feita uma ausculta-ção e a reação à associação tem sido largamente positiva. “Há muita gente a querer aderir, inclusivé pessoas que não andam de bicicleta mas que vêm no facto de se tornarem sócios uma vantagem, pois o cartão de sócio vai dar acesso a uma série de descontos em sítios como clínicas dentárias, clí-nicas médicas, ginásios,etc”, explica André Salgueiro adiantando que os sócios vão ter à sua disposição uma lista dos estabelecimentos aderentes e estes últimos vão ter um autocolante a identificar. O objetivo é praticar BTT e em simultâneo ajudar o comércio local em dias de recessão.

Apresentação oficial para breve

Para Outubro a associação estima já estar em funcionamento, mas para já há que tratar da parte burocrática. Quanto a estímulos financeiros a associação é peren-tória. “Não está fácil, até porque as entidades e empresas não têm; o apoio pode ser sim o nível de transporte e recursos humanos, balneários; a esse nível existe algo pensado, mas ainda nada concreto”, adianta o presidente da nova asso-ciação lançando o enfoque para o futuro. “Eventualmente, um dia que a associação cresça e ganhe prota-gonismo, quem sabe até possam ser as próprias entidades/empresas a querer fazer publicidade connosco e querer entrar no jogo”. A apresen-tação oficial da Associação BTT do Baixo Guadiana irá decorrer no mês de Novembro.

Para saber mais sobre a associa-ção contacte através de:

http://associacaobttbaixoguadiana.

blogspot.pt

http://www.facebook.com/abttbg

www.forumbttbaixoguadiana.com

Clube de Natação da Amadora estagiou na Praia do Pego Fundo Nasceu nova

associação de BTT

Praia do Pego Fundo

Trata-se de uma associação nova e cheia de ideias inovadoras para promover a modalidade e atrair participantes. Uma das grandes novidades são as parcerias com o comércio local do Baixo Guadiana. Pedalar dá direito a descontos.

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Desligue o seu computador. Muita gente tem o péssimo hábito de deixar o computador ligado inin-terruptamente, às vezes fazendo downloads, outras vezes por pura comodidade. Desligue o compu-tador sempre que pretenda ficar mais de duas horas sem utilizá-lo e o monitor por até quinze minu-tos.

De 1 a 7 de Outubro a vila de Alcoutim recebe um intercâmbio de jovens europeus cuja temática é a saúde. A MOJU – Asso-ciação Movimento Juvenil em Olhão, é a organizadora do intercâmbio cujo nome traduz o conceito do encontro: «Shake your body!». Durante uma semana Alcoutim vai receber 35 jovens oriundos de diversos países (Portugal, Chipre, Romé-nia, Sérvia, Bósnia & Herzegovina e Albânia). Trata-se de um intercâmbio juvenil que assenta num projeto de educação para a saúde. Os jovens, dos 18 aos 26 anos, irão reunir-se em Alcoutim, na Pousada da Juventude, para debater e partilhar experiências e estratégias de prevenção sobre temas como os Programas de Educação para a Saúde e Consciencialização Europeia [financiamento pelo Programa Juventude em Ação da Comissão Europeia].

O intercâmbio pretende um amplo debate sendo que no dia 4 de Outubro decorrem workshops na prevenção dos fatores de risco das denominadas doenças do Séc. XXI, tendo como alvo a população estudantil alcouteneja. No mesmo dia, na câmara municipal, uma mesa redonda intitulada «Health Education’s strategies – What’s next?», contando com a pre-sença de Francisco Amaral, médico e edil local, António Pina, vereador da câmara municipal de Olhão e Luís Romão, diretor regional do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). A segunda ação consiste em dedicar um dia à promo-ção de hábitos de vida saudáveis a toda a população, através da realização de atividades ao ar livre. De acordo com Nuno António, presidente da MOJU a “ideia deste intercâmbio de jovens é capacitar os participantes e torná-los multiplicadores da mensagem de que uma vida ativa e saudável diariamente são extremamente importantes para a sua saúde.

Recorde que a MOJU surgiu em 2007 e é uma associação sem fins lucrativos cujos objetivos consistem na promoção da participação ativa dos jovens na sociedade e o seu desen-volvimento pessoal e social.

CartoonECOdica

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Câmara Municipal de Alcoutim garante almoços gratuitos para todos os alunos das escolas do concelho.

Jovem natural de Castro Marim venceu concurso nacional «Jovens Jornalistas da Ciência». Aluno exemplar já perspetiva carreira em medicina

Mais medidas de austeridade. Governo não avança com o aumento da TSU, em contrapartida aumenta os impostos diretos.

Jovens europeus debatem Educação para a Saúde

sotavento algarvio