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Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000 Jornal Mensal Ano 10 - Nº126 PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS Autorizado a circular em invólucro fechado de plástico ou papel Pode abrir-se para verificação postal NOVEMBRO 2010 PREÇO: 0,85 EUROS Guadiana Baixo Baixo Guadiana JORNAL DO PUB Prof. António Covas diz que a primeira década do século XXI foi mal aproveitada pelos cinco Governos que alternaram no poder. Defende o incentivo às exportações e obras como o TGV “não são prioridade”. Apesar da conjuntura, tem uma visão optimista sobre o Baixo Guadiana. Mas “é preciso ter a lição estudada” e aproveitar o que resta do QREN. País tem que recuperar de “década perdida” Aprovada moção de censura contra Miguel Freitas por “declarações tresloucadas” sobre ponte Alcoutim/Sanlúcar Ponte Internacional do Guadiana vai para obras. Estradas de Portugal garante que em Novembro vão iniciar-se os trabalhos. Requalificação de Monte Gordo aguarda visto de Tribunal de Contas. Investimento ascende aos 50 milhões de euros. As Associações de Desenvolvimento do Baixo Guadiana correm contra o tempo para aproveitar o máximo de apoios possível. A prioridade é executar os projectos estruturantes que os promotores apresentam num avanço de desenvolvimento.

JBG - Novembro 2010

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Edição de Novembro de 2010 do Jornal do Baixo Guadiana

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Page 1: JBG - Novembro 2010

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | NOVEMBRO 2010 | 1

Director: Carlos Luis FigueiraPropriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

Jornal Mensal

Ano 10 - Nº126PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

Autorizado a circular em invólucrofechado de plástico ou papel

Pode abrir-se para verificação postal

NOVEMBRO 2010

PREÇO: 0,85 EUROS

GuadianaBaixoBaixo

Guadiana

JORNALDO

pub

Prof. António Covas diz que a primeira década do século XXI foi mal aproveitada pelos cinco Governos que alternaram no poder. Defende o incentivo às exportações e obras como o TGV “não são prioridade”. Apesar da conjuntura, tem uma visão optimista sobre o Baixo Guadiana. Mas “é preciso ter a lição estudada” e aproveitar o que resta do QREN.

País tem que recuperar de “década perdida”

Aprovada moção de censura contra Miguel Freitas por “declarações tresloucadas” sobre ponte Alcoutim/Sanlúcar

Ponte Internacional do Guadiana vai para obras. Estradas de Portugal garante que em Novembro vão iniciar-se os trabalhos.

Requalificação de Monte Gordo aguarda visto de Tribunal de Contas. Investimento ascende aos 50 milhões de euros.

As Associações de Desenvolvimento do Baixo Guadiana correm contra o tempo para aproveitar o máximo de apoios possível. A prioridade é executar os projectos estruturantes que os promotores apresentam num avanço de desenvolvimento.

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Um Orçamento de Estado que não serve o País

R: Não vou porque não tenho transporte para ir, mas compensa muito mais. Estou contra todos estes aumentos que ainda vão piorar e muito as condições de vida de quem tem pouco. Compensa mais as pessoas porem baixa ou limitarem-se a receber um Rendimento Social de Insersão.

Director:Carlos Luis Figueira

Sub-Director:Vítor Madeira

Chefe de Redacção:Susana de Sousa

Redacção:Antónia-Maria,Carlos brito,Joana Germano,Victoria Cassinello

Colaboradores da Edição:Ana brásAna Lúcia GonçalvesAntónio Rosa MendesAntónio Victor Severo MartinsClaudio Natario João RaimundoMiguel GodinhoÓscar ReisRui RosaAssociação Odiana

Departamento Comercial:[email protected]

Sede:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21 8950-909Castro MarimTel: 281 531 171Fax: 281 531 080

Redacção:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21,8950-909 CASTRO MARIM281 531 171966 902 [email protected]

Propriedade:Associação OdianaRua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21,8950-909 CASTRO MARIMTel: 281 531 171Fax: 281 531 [email protected]

Pessoa Colectiva:504 408 755

Direcção Executiva:Associação Odiana

Design:Daniela VazLaura Silva Rui Rosa

Paginação:Daniela Vaz Laura SilvaRui Rosa

Impressão:postal do Algarve, LdaRua Dr. Silvestre Falcão,nº 13 C8800-412 TAVIRATel: 281 320 900

Tiragem desta edição:4.000 exemplares

Registo no ICS:n.º 123554

Depósito legal:n.º 150617/00

Desde há muito que tínhamos anun-ciado que, a manterem-se as opções que o Governo tinha no terreno, os tempos que se aproximavam iriam ser marcados por enormes dificuldades para o País, para o

universo empresarial sustentado por pequenas e microempresas, com consequências gravíssimas na diminuição do emprego, no aumento dos níveis de pobreza e desprotecção social, na qualidade de vida da esmagadora maioria dos portugueses. Por muito que custe a alguns admitir é um facto que chegamos a uma espécie de fim de linha, numa viagem que tem de ter outro ponto de partida para garantir uma melhor chegada. E mesmo que não tenhamos hoje ainda suficien-temente claro para onde e em que direcção caminhar, para além de algumas receitas avulso que daqui e dali nos vão sendo sugeridas, a curto ou médio prazo a viragem vai impor-se. Em que sentido? É questão em aberto!

Por insuportável que seja o que assistimos hoje em torno do folhe-tim do Orçamento de Estado, à volta do qual se processa uma dis-cussão que nos conduz à náusea, o que resta, para a generalidade dos

portugueses, é a realidade nua e crua de terem de enfrentar mais um ano em que lhes são pedidos, mais uma vez, todos os sacrifícios, numa proposta política envolvida num embrulho em cujo interior é possí-vel descortinar a incompetência, a irresponsabilidade, a arrogância no exercício de um poder que roda em torno de si mesmo ao longo, não de uma, mas de algumas décadas, num quadro em que o futuro tem estado ausente.

Aproximando-nos da realidade que nos está mais próxima, nestes territórios do Baixo Guadiana, são justificadas as apreensões que se expressam quanto ao futuro. Pro-jectos emperrados em burocracias autocráticas, desenhos de Progra-mas Comunitários desajustados da realidade em que se deveriam apli-car, um QREN projectado para uma economia em expansão, quando ao invés os tempos em que nos encon-tramos são de sinal contrário, a especulação financeira e o incen-

tivo ao consumo, em detrimento do apoio à actividade produtiva, provocando naturais desistências em vontades em criar novos pro-jectos empresariais.

No meio de todas estas apreen-sões, em territórios que ao longo de décadas lutam contra o isolamento e a desertificação humana e eco-nómica, um deputado eleito pelo Algarve, responsável regional do Partido do Governo, resolve emitir opinião, sustentada em desastrados factos, sobre a importância da cons-trução da ponte Alcoutim-Sanlucar, desvalorizando esta infra-estru-tura, velha reivindicação destas gentes e, mais grave, colocando-a como alternativa à expansão do IC 27, quando se tratam de facto de projectos complementares que mutuamente se potenciam.

De facto não há pachorra que aguente !

Carlos Luis [email protected]

JBGJornal do Baixo Guadiana

EDITORIAL

Com a crise a acentuar-se vai passar a comprar mais em Espanha?Vox Pop

R: Não. Vou manter as minhas compras em Portugal. Considero que é importante haver este escape para as famílias que não conseguem fazer face às despesas, mas sou da opinião que também temos de olhar pelo nosso mer-cado. Ou seja, quem tem maior poder de compra deve comprar cá para que haja uma reciclagem da economia.

Nome: Gonçalo MascarenhasProfissão: Técnico Informática

Nome: Emília GomesProfissão: Cantoneira

R: É natural que se recorra mais ao mercado espanhol. Vão atingir-se, com a entrada em vigor das novas taxas de IVA em Janeiro, diferenças muito grandes no valor de bens de primeira necessiadade. Por exemplo, aqui as conservas vão ser taxadas a 23%, ali não ultrapassam os 8%...

Nome: António SantosProfissão: Reformado Transportes do Guadiana

R: Claro que sim. Há muitos pro-dutos muito mais baratos e ainda vão ficar mais, em Espanha. A crise acentua-se em várias frentes e temos de tentar defendermo-nos o melhor possível. Em seis anos que tenho carro apenas duas vezes abasteci em Portugal.

Nome: Ângela CardosoProfissão: Funcionária Empresa Municipal

Ser e estar – falar verdadepela aposentação de uma médica, é um direito que lhe assiste, pelo que colma-tou esta falha com a colocação de um médico, enfermeiro, administrativo e assistente operacional, potencializando o não encerramento das mencionadas unidades de saúde.

Os silêncios comprometedores só são de alguns que per si preferem instrumen-talizar em passatempo de conveniências partidárias, isto é, saber a verdade, com verdade e pela verdade não é para todos. Mas, escrever só por escrever muitas vezes dando a cara de outras caras, não é postura da Presidente da Concelhia do

Em resposta ao artigo assinado por Vítor Madeira, venho em nome da Concelhia do PS de Castro Marim repor a verdade.

As extensões de saúde do Azinhal e Odeleite não estão encerradas, logo não está em perigo os cuidados de saúde a uma população maioritaria-mente envelhecida, mas não manipu-lável e com saberes de uma vida.

O Aces Sotavento que dirige a saúde do nosso Concelho, não tem culpa

Célia Brito

Presidente da Concelhia do

Partido Socialista

Castro Marim

Direito de Resposta Partido Socialista de Castro Marim.Felizmente para a população de Azi-

nhal e Odeleite esta mesma Presidente tem por habilitações próprias e reconhe-cidas a Licenciatura em Enfermagem, e a especialização em Saúde Comunitária.

Pelo que, a dedicação no cuidar que é meu propósito está e estará acima de qualquer suspeita. Estar na politica é ser aquilo que sempre fui na vida, correcta no meu mundo operandi e vivendi, sem trocar a verdade, por meias verdades e/ou instrumentalizar a mentira.

Vá se lá saber porquê? O incómodo de alguns será a motivação para o meu

trabalho para com a população do Concelho de Castro Marim, que me merece todo o respeito democrático e institucional.

Para bem de todos o PS Castro Marim fará tudo ao seu alcance para que as populações de Azinhal e Odeleite não sejam”Pedras de arremesso” para franjas de alguns políticos incomodados quiçá pela existência de novos rostos...Viva o PS pelos Castro-Marinenses.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | NOVEMBRO 2010 | 3

Até ao 5 de Outubro de 1910, o Algarve era, além de distrito e pro-víncia, também um “Reino”, o “Reino do Algarve”, como designado no artigo 2.º da Carta Constitucional da Monar-quia. Todavia, apesar de merecer essa honorífica e pomposa designação, não passava de um território perifé-rico e marginalizado, secularmente votado ao abandono e ao isolamento. “Nos remotíssimos tempos da minha mocidade”, escreve Manuel Teixeira Gomes, que nascera em 1860 em Vila Nova de Portimão, “a viagem terrestre de Lisboa para o Algarve era longa, complicada, e quase aventurosa”. E detalha o itinerário: “Comboio até Beja; diligência de Beja até Mértola; descida do Guadiana em vapor até Vila Real de Santo António e daí outra vez diligência ao longo da costa” – que, acrescenta noutro texto, “nos joei-rava os já desconjuntados ossos pelo decurso das muitas horas necessárias a alcançar Faro”. Enfim, apenas em 1889 o comboio chegaria a Faro, em 1906 a Vila Real de Santo António no extremo sotavento – e em 1922 a Lagos, na banda do barlavento. Quanto a comunicações internas, as escassas estradas eram na sua maioria praticamente intransitáveis.

De resto, o Algarve mantinha, no

No momento em que se assiste ao rompimento das negociações entre o Governo e o Partido Social Demo-crata, a propósito da viabilização do Orçamento do Estado (OE) para 2011, quando a crise económico-financeira atormenta os dias dos portugueses, quando um terço dos municípios não vão receber quaisquer verbas do Plano de Investimento e Despesas de Desen-volvimento da Administração Central (PIDDAC), importa, com seriedade e responsabilidade, reflectir sobre a política de José Sócrates para as Autarquias locais.

O Governo do Partido Socialista tem vindo, desde 2006, a proceder consecutivamente a cortes cegos nas

dealbar o século XX, uma estrutura económica arcaizante em que predo-minava uma agricultura rotineira e de subsistência, e em que a indústria mal aflorava. Produtos de exporta-ção, quase tão-só os figos secos, que alimentavam uma indústria artesanal de fumeiros, à custa de uma mão-de-obra intensiva e barata, feminina sobretudo. De maior dimensão eram as indústrias da pesca e da salga de peixe, complementares, sem que todavia lograssem atingir um surto apreciável. Já as conservas de peixe, designadamente atum e sardinha, desenvolveram-se a partir do último quartel de Oitocentos, empregando centenas de operários e operárias em quatro pólos: Vila Real de Santo António e Olhão, no sotavento, Vila Nova de Portimão e Lagos, no barla-vento. Por sua vez Silves e São Brás de Alportel destacavam-se como centros corticeiros, tirando proveito da abun-dância de sobro. Todas essas unidades

verbas do PIDDAC, a transferir para as câmaras municipais. No ano passado, retirou-lhes 100 milhões de euros. Em 2011, e de acordo com a proposta de lei do Orçamento do Estado (OE), as câmaras municipais vão deixar de receber 150 milhões. Tudo isto, segundo, José Junqueiro, Secretário de Estado da Administração Local, porque têm de gastar menos e gastar melhor. Serão da responsabilidade dos municípios, os 77% das despesas das estruturas dirigidas pelo governo, que contribuíram para o nosso endi-vidamento? Haja pudor no discurso político!

Em democracia, nunca o Poder Local foi esbulhado e os autarcas

vilipendiados pela administração cen-tral, como agora. O Partido Socialista parece ter esquecido que as autar-quias são as grandes responsáveis pelas profundas transformações que ocorreram em Portugal, nas últimas três décadas.

Fruto da inteligência e do trabalho abnegado de milhares de autarcas, nas câmaras municipais e juntas de freguesia deste país, foi possível a criação de infra-estruturas, respon-sáveis pelo bem estar e qualidade de vida das populações, desde o saneamento básico, às acessibilida-des, passando pela construção de equipamentos.

Neste tempo de crise, em que o

drama do desemprego bate à porta de milhares de portugueses, e que muitas famílias lutam, tenazmente, contra a precariedade das condições de vida, o Governo de José Sócrates, com o corte das verbas do PIDDAC às autarquias, parece ignorar a acção essencial que estas desempenham em matéria de política social.

É preciso lembrar o Governo que os municípios têm consciência social, e que diariamente são confrontados com as dificuldades, as angústias e as desilusões das pessoas, que vêem nos autarcas alguém capaz de resolver os seus problemas imediatos, como o emprego, a recuperação da habitação degradada, as operações às cataratas

ou problemas auditivos. Um dos casos mais paradigmáti-

cos onde o poder local tem vindo a assumir as obrigações que competem ao Governo, é na política de educa-ção, na construção dos novos centros escolares, nos transportes e nas refei-ções aos alunos, investimentos na ordem dos milhões de euros, que as autarquias têm de assumir sob pena das populações ficarem gravemente prejudicadas.

No que se refere ao Algarve, assistiu-se nos últimos seis anos a cortes drásticos do programa do Estado para o investimento público, na ordem dos 181 milhões de euros, sendo a região duplamente penali-zada pelo facto do grau de execução, comparativamente ao resto do país, ser significativamente mais baixo.

Basta pensarmos nas grandes obras prometidas e nunca cumpridas como são os casos do Hospital Central do Algarve, da requalificação da Estrada Nacional 125, da renovação da via férrea, do desassoreamento dos rios Arade e Guadiana, da construção da Ponte de San Lucar em Alcoutim, para perceber que o Poder Local é o parente pobre da política centra-lista do Governo Socialista de José Sócrates.

Vítor Madeira

António Rosa Mendes

O Insubmisso...

Poder local – O parente pobre do Governo de José Sócrates

Os primeiros dias da República nos concelhos do Baixo Guadiana

CRÓNICAS

apresentavam contudo escassa ou nula mecanização deparavam-se com um obstáculo de monta ao escoamento e consequente incremento da produção: os caminhos intransitáveis, quando não inexistentes. A este atraso material acrescia um não menos significativo atraso cultural. Basta atentar em que a percentagem de anafalfabetos no Dis-trito de Faro superava os 82%, superior à média nacional.

Neste quadro, a penetração do Par-tido Republicano Português no distrito de Faro processou-se lenta e irregular-mente. Em vésperas da revolução do 5 de Outubro o partido contava com uma Comissão Distrital, sediada em Faro, com dez Comissões Municipais (as excepções eram os municípios mais pobres e sertanejos, os de Vila do Bispo e Monchique, a barlavento, e a sota-vento os de Alcoutim e Castro Marim – além de Vila Real de Santo António, o que causa alguma estranheza) e com doze Comissões Paroquias acti-

vas (o distrito tinha sessenta e sete freguesias, mas importa ressalvar que a grande parte delas era rural). Tal distribuição das estruturas do Partido Republicano no território algarvio iria reflectir-se na maior ou menor facilidade com que nele, após o 5 de Outubro, se implantaria o novo poder local republicano.

O primeiro governador civil republi-cano de Faro, Zacarias José Guerreiro, um homem nascido em Mértola, mas há muito residente em Tavira, tomou posse no dia 6 de Outubro e tratou imediatamente de nomear represen-tantes seus – chamados administrado-res de concelho – para todos os quinze Municípios do distrito. Para Vila Real de Santo António nomeou o industrial Manuel Cumbrera, para Castro Marim o eng.º João José de Mattos-Parreira, um agrónomo residente em Tavira (e que seguramente veio suprir a falta de republicanos locais qualificados, até porque para a presidência da Câmara

viria a ser escolhido nada menos que o vice-presidente da Câmara monár-quica) e para Alcoutim José Centeno Passos (que, também devido à carên-cia de elementos republicanos nesse pobre concelho do nordeste algarvio, acumularia depois a presidência da Câmara Municipal).

Logo a seguir foi a vez de as Câmaras Municipais serem substituídas. Assim, no dia 14 de Outubro entraram em funções as novas câmaras de Alcoutim e de Vila Real de Santo António. Na primeira o administrador do concelho José Centeno Passos acumulou a pre-sidência; tal como na vila pombalina, em que o novo presidente republicano foi o referido Manuel Cumbrera. Em Castro Marim, o acto de posse da nova câmara ocorreu a 15 de Outubro, tendo sido outorgado pelo ex-presidente monárquico Jacinto Emídio Celorico Drago – ao seu monárquico ex-vice-presidente Jacinto Celorico Palma, que ora assim o substituía…

E desta maneira se encerrou o ciclo da mudança dos corpos administra-tivos municipais. Uma transição sem sobressaltos de maior. A República ini-ciava o seu curso, pleno de promessas e de aspirações. Lamentavelmente, teve muito pouco tempo – apenas 16 anos – para tentar realizá-las. Verda-deiramente, teríamos de esperar até ao 25 de Abril de 1974 para, com o novo poder local democrático, a vida das populações do Baixo Guadiana sofrer uma alteração significativa.

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Há cada vez mais alunos na secundária de VRSA a estudar o idioma espanhol. A motivação de seguir rumo para o outro lado da fronteira já pesa muito na balança dos jovens.

Desta vez foi um segundo lugar. Milene Nobre tem conseguido elevados méritos nos concursos em que entra e representa bem Portugal, cá dentro e lá fora.

EDUCAÇÃO

Alunos de espanhol querem ir para o país vizinho

Alcouteneja destaca-se em concurso de aspirantes a chef’s Crise cancela

concurso extraordinário de professores Finanças

autorizam contratação de 200 psicólogos

Milene Nobre, natural do concelho de Alcoutim e aluna do curso de Cozinha e Pastelaria da Escola de

Ana Nunes tem 18 anos e estuda espa-nhol há cerca de 8 anos e tem como grande objectivo ir estudar medicina para Espanha. Não é a única, nem a primeira a fazê-lo, e dos amigos que já lá estão recebe o conselho de estudar no outro lado da fronteira “porque é mais fácil ingressar no ensino superior, mais barato e há maior qualidade de vida”. São várias as motivações desta jovem que, entre outros, pretende romper as fronteiras que não sente e integrar-se em pleno no mercado, para já, estudantil e depois no de tra-balho em terras espanholas.

Barcelona é o destino

Esta estudante até já tem a escola escolhida e partirá, se tudo correr como planeia, daqui a dois anos. Aos pais “não agrada muito a ideia, mas acabarão por aceitar”. Está convicta

que essa será a melhor opção e quanto à decisão de seguir a continuação da disciplina de Espanhol tomou-a “por ser uma língua familiar, acessível e que pode abrir portas mais promis-soras”.

Portugal parece estar a ficar pequeno para alguns jovens, que tal como Ana, a partir, sobretudo, dos 15 anos para além de fazerem a escolha do percurso escolar pensam já além dos estudos. É o caso de Micaela Anjos que já aborda a crise económico-financeira como “um motivo para os jovens pensarem em sair de Portugal”. Apesar de saber que em Espanha a conjuntura também não está fácil acredita “que deve ser melhor que por cá”.

«Boom» do ensino de Espanhol

Para Sílvia Martins, professora de Ana e Micaela, assiste-se nos dias de hoje “a um boom no ensino do espanhol”. Lembra que em 2001, quando veio para VRSA, “não havia quase alunos a optarem por esta língua estrangeira” e hoje “há turmas imensas”. Frisa também que os Esta-dos Unidos, “onde há mais falantes de espanhol do que em Espanha”, é também um dos destinos apetecíveis para alguns dos seus alunos. Em todo o mundo há 500 mihões de pessoas a falar espanhol e os colegas de profis-são não têm mãos a medir. “Há falta de professores já, inclusivé”, garante a docente.

Hotelaria e Turismo de Vila Real de Santo António, conquistou o segundo lugar num concurso orga-

nizado pelo Turismo de Portugal e pela Associação Europeia de Escolas de Hotelaria e Turismo, realizado em Lisboa entre os dias 5 e 10 de Outubro.

No total 150 escolas de 31 países participaram na 23ª Conferência Anual e Concursos que contemplou oito provas. Desde «Concurso Bar», «Concurso Artes Culinárias», «Con-curso Front Office», «Concurso de Pastelaria», «Concurso Serviço de Restaurante», «Concurso Destinos Turísticos» e «Concurso de Serviço de Vinhos». A equipa da alcouteneja Milene Nobre conquistou o 2º lugar no «Concurso Artes Culinárias», jun-tando-se desta forma aos restantes oito prémios conquistados por Por-tugal.

Um novo prémio também para Milene Nobre que tem vindo a somar vitórias e a levar longe o nome de Alcoutim. Este prémio junta-se ao 2º lugar conquistado no concurso «Novos Talentos de Gastronomia», realizado em Maio do ano passado na Galiza e a um 1º lugar no concurso «Taça Jovens Cozinheiros», promovido pela Nestlé e pelo Turismo de Portugal.

Estudantes procuram a disciplina com os olhos postos no futuro

150 escolas de 31 países juntaram-se em Lisboa

Na escola secundária de VRSA

Milene Nobre soma e segue

O anúncio foi feito pela ministra Isabel Alçada a 20 de Outubro e justificado pela crise. A contenção orçamental levou a que o execu-tivo inviabilizasse o concurso de professores em 2011, com o qual o Governo se havia comprometido com os sindicatos. “A situação que vivemos actualmente impede o ministério de realizar o con-curso extraordinário de docentes em 2011, mas serão colocados todos os docentes necessários nas escolas”, garante a ministra da educação. O objectivo é reduzir a despesa, mas de acordo com a governante, o adiamento do concurso “não compromete outras medidas”. Isabel Alçada garan-tiu que não estará em causa o funcionamento das escolas e que a medida afecta toda a adminis-tração pública.

O Ministério das Finanças auto-rizou a contratação de duas centenas de psicólogos. As escolas já terão começado a receber infor-mação para os procedimentos de contratação, garante, por sua vez, o Ministério da Educação.Relativamente à redução de verbas inscritas na proposta do Orçamento do Estado para 2011, o secretário de Estado adjunto e da Educação, Alexandre Ventura, afirmou que não é pela “alocação de recursos em cima de recursos” que se obtêm melhores resul-tados, até porque “para alguns os recursos são como os afetos, nunca chegam”.

Paralelamente à evolução no ensino do espanhol em Portu-gal, na vizinha Espanha decorre um projecto denominado «José Saramago». Trata-se da implan-tação do português como segunda língua estrangeira nas escolas públicas de Andaluzia. Conta este ano com 43 alunos em seis escolas. Decorre nas escolas secundárias de Lepe, Ayamonte e Isla Cristina.

Este projecto tem uma dura-ção experimental de dois anos, renováveis a quatro, e correndo bem, será depois definido o modelo para o resto das esco-las andaluzas.

Juan Luis Suárez Martín, coordenador do projecto, na tertúlia do JBG intitulada «Aprender/Ensinar o idioma do país vizinho» mostrou-se “entusiasmado na expectativa que este projecto vingue e que a adesão ao português se repercuta por toda a Andaluzia muito em breve”.

Português: segunda língua estrangeira em Espanha

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | NOVEMBRO 2010 | 5

Em média só em manuais escolares para o 2.º ciclo os encarregados de educação podem gastar 150€/ano com cada filho. Quando lá em casa as contas se multiplicam há que poupar o mais possívelr.

O nome do protocolo é «Aprender» e trata-se de mais uma medida de apoio da junta de freguesia de Odeleite face às despesas com a educação.

Até final do mês de Dezembro vão estar a concurso cartoons nas escolas do Baixo Guadiana, incluindo margens lusa e espanhola.

Crianças têm apoio na compra dos manuais

Banda Desenhada a concurso

Pais recorrem aos manuais escolares usados

“Tão bons quantos os novos”

“Temos que dizer às nossas crian-ças que é preciso estimar os livros porque podem vir a ser usados por outra criança”. Esta mãe tem a convic-ção que a adesão à troca dos manuais escolares vai evoluir positivamente “até porque já se fala muito nas escolas, na vizinhança e até nos cafés, na impor-tância desta dinâmica”. Para Svetlana “é tudo uma questão de mentalidade”. Lamenta, no entanto, que o Governo mude regularmente os manuais “de ano para ano e de escola para escola”. Mas salienta que esta condicionante “não vai desmotivar porque os tempos difíceis não o permitem e os jovens aos poucos vão ganhando uma cultura de troca dos manuais”.

Recorde-se que pode saber mais sobre estas medidas na Rede de Biblio-tecas do Baixo Guadiana, que inclui as bibliotecas escolares e municipais de Alcoutim., Castro Marim e Vila Real de Santo António.

13 crianças que estudam na escola básica de 1º ciclo de Odeleite vão contar com apoio financeiro na aqui-sição dos manuais escolares.

A junta de freguesia local em con-junto com a Associação de Bem-Estar Social de Odeleite, face ao panorama de crise e à agudização das despesas escolares nos orçamentos familiares, decidiu financiar os manuais das crian-ças com subsídio- escalão B. Ou seja,

Svetlana Vrabie é moldava e vive em Castro Marim com a família. Na escola tem três filhos, sendo que dois são gémeos e frequentam o 2.º ciclo. Habituada a “uma vida difícil e de res-trições” aprendeu há muito tempo a cortar na despesa. A troca dos manuais escolares entre os alunos parece estar a ganhar a adesão, tanto da parte dos jovens, bem como dos pais que não têm mãos a medir para fazer face às limitações dos orçamentos familia-res. “Podemos aproveitar a oportuni-dade de troca dos livros, utilizando o dinheiro para outras áreas da educação complementares, mas muito impor-tantes também para a formação dos nossos filhos”. Svetlana esteve sempre habituada a um regime de troca de livros, até porque na Moldávia a prática era habitual mesmo sendo o Estado a financiar integralmente os manuais. Aqui, apesar de haver bolsas para os mais carenciados “esta é uma iniciativa que deveria ser muito mais divulgada porque há muitos agregados familiares que precisam de apoio”, diz em jeito de apelo.

para quem é beneficiário do escalão B e paga apenas metade do valor dos manuais pode agora comprá-los a custo zero, visto que o protocolo formalizado entre as duas entidades custeia os restantes 50% do valor monetário. Trata-se, portanto, de mais um apoio da junta e da associação em tempo de «vacas magras».

Apoio à natalidade e combate à desertificação

À semelhança do anterior proto-colo, «Enxoval do Bebé», lançado em Dezembro de 2010, com apoio de 500 euros para cada recém-nascido, surge então o «Aprender». “O apoio é dado as todas as crianças que estudem na escola de 1º ciclo de Odeleite, não sendo necessário residir na freguesia”, esclarece Valter Matias do executivo da junta ao focar que desde o encer-ramento das escolas de Junqueira e Azinhal, a escola de Odeleite agrega alunos de outras localidades. “Esta é uma medida que se insere na polí-tica de natalidade da freguesia e um claro combate à desertificação”, diz, acrescentando que “devido ao cená-rio de crise estamos conscientes das dificuldades que as despesas de edu-cação representam no orçamento das famílias”.

Quanto a outros apoios ainda o JBG apurou que podem surgir dentro do quadro financeiro da junta de fregue-sia de Odeleite.

A promover a prática desportiva no território desde 2008 os «Jogos do Baixo Guadiana» abrem agora uma porta à disciplina de educação visual, mas não só. O concurso de cartoons cinge-se ao tema «A igualdade de género e de oportunidades na prática de desporto e lazer». O tema é cada vez mais actual numa sociedade oci-dental moderna que distingue valores como a liberdade e igualdade entre sexos feminino e masculino. “Este é um tema de extrema pertinência e que julgamos ser um contributo indis-pensável para colmatar lacunas ainda existentes na sociedade actual, sendo que é desde a tenra infância que se promove esta sensibilização”, consi-dera a organização do reconhecido evento desportivo.

Posterior ao concurso será editado

JUVENTUDE

Um dos partidos da oposição apresentou, há bem pouco tempo, um projecto-lei baseado no exercício das Rádios Escolares e Univer-sitárias, no sentido de lhes proporcionar meios e recursos para se poderem sustentar e, acima de tudo, dinamizar.Este projecto-lei permitia às Rádios Escolares ir buscar à sociedade civil financiamen-tos para a dinamização dos seus equipamentos, da sua programação, etc.

No entanto, o projecto-lei foi rejeitado pela maioria da Assembleia da República que, não vendo, ou não querendo ver, impediu que os estu-dantes se pudessem expri-mir através das suas rádios; impediu que aqueles que querem seguir comunicação social, jornalismo e ciências da comunicação pudessem entrar nessas variantes já com alguma experiência. Esta maioria parlamentar, que rejeitou este projecto-lei, veio fazer o mesmo que Salazar fazia nos seus mandatos- «Calar a população!»

Pensava eu, passados alguns meses das últimas eleições legislativas, que este Portugal acabado de sair de uma maioria absoluta era já fruto de uma Democracia amadurecida, de uma Repú-blica de liberdades e vonta-des, de uma República que cantava a muitas vozes. No entanto, com esta reprovação basicamente “calaram-me”!

É puramente demagó-gico dizer-se que as Rádios Universitárias devem estar submetidas à tutela do Minis-tério do Ensino Superior. É inaceitavel que se continue a proibir a obtenção de finan-ciamentos privados pelas rádios escolares. Se o medo é a instrumentalização e o controlo dos privados nestas Rádios, o que é que se diz quando é o Estado o único patrocinador das mesmas? Não poderemos olhar para esta questão como a instru-mentalização das Rádios pelo Estado?...

Lápis Azul em cima das Rádios Escolares

Miguel GomesPresidente da Associação «Ganda Cena»

DA JUVENTUDECOLUNA

Odeleite comparticipa a 50% o valor dos manuais de alunos com escalão B de subsídio

Svetlana Vradi recorreu aos manuais escolares usados para os seus filhos

«Jogos do Baixo Guadiana» promovem concurso de cartoons

Em tempos difíceis

uma publicação com a colectânea dos melhores trabalhos num total de 20 páginas que vai ser impresso e estar disponível também via digital. Para os vencedores o prémio será de um vale de compras no valor de € 120 numa loja desportiva; para as seguin-tes melhores bandas desenhadas está reservado um vale de € 60. Os traba-lhos vão ser também publicados no Jornal do Baixo Guadiana.

As escolas a concurso representam a plenitude do território; no lado luso os concelhos de Alcoutim, Castro Marim e VRSA; na margem espanhola do Guadiana também as escolas dos Ayuntamientos de Ayamonte, Cartaya e Mancomunidad de Beturia.

Consulte o regulamento do con-curso: www.turismoactivoguadiana.com

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6 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |NOVEMBRO 2010

LOCAL | EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANHA

por Antónia-Maria

Español-Português: Dos lenguas que suman…

El camino natural del Guadiana comprende una red de caminos naturales a lo largo del cauce del Guadiana, el cuarto más largo en longitud de la Península Ibérica, que forma frontera con Portugal a lo largo de 100Kms, comenzando su recorrido en las Lagunas de Rui-dera y atravesando las provincias de Albacete, Ciudad-Real, Cáceres, Badajoz y Huelva.

Su trazado será de un total de 1021Kms y atravesará 65 mu-nicipios, incorporando caminos vecinales, riberas y zonas que se integren a lo largo del camino en un trazado único y homogéneo dis-frutando, al mismo tiempo de una gran diversidad de paisajes.

Se invertirán en las obras 7.201.433Euros

La construcción de dicho camino estará a cargo del Ministerio de M. Ambiente Rural y Marino y será una gran iniciativa para permitir ofrecer a la población la prácti-ca de actividades vinculadas con la Naturaleza y la salud como el senderismo y el turismo ecológico permitiendo llegar a áreas cuyo acceso por otros medios seria muy difícil.

En el bajo Guadiana, las obras se encuentran en el lugar llamado la Estacada junto al arroyo Grande y se piensa que estén concluidas en 2011. Tendrá un recorrido de 20Kms dentro del termino muni-cipal de Ayamonte con zonas de refugio, fuente, zonas recreativas con pérgola, mesas, bancos y de-posito de residuos.

“Repensando” de Deonato Pires

El Camino Natural del Guadiana

Promovida por la Comisión de Coordinación y Desenvolvimiento Regional del Algarve se realizó a principios de Octubre una conferen-cia a cargo de D. José María Martín Valenzuela, director del Instituto Cervantes en Lisboa, en el palacete Doglioni de Faro dentro del Ciclo de Encuentros Café-Taller Doglioni.

El director del Instituto Cervantes expuso en su intervención la impor-tancia del español como segunda lengua más hablada en el mundo por su número de hablantes nativos y el segundo idioma de comunica-

ción internacional. Se supone que en 2030 un total de 535 millones de personas serán hispanohablantes.

Siendo una lengua exportada por España en la conquista del Nuevo Mundo, es la lengua oficial de más de 20 países como Argentina, Boli-via, Chile, Colombia, Costa-Rica etc, siendo Méjico con 107 millones de habitantes, el principal país de habla española, aunque se espera que ese lugar sea ocupado en un futuro no lejano por EE.UU.

Las inversiones de empresas es-pañolas en estos países y la nume-

rosa mano de obra de los mismos, hacen que los lazos sociales y econó-micos se consoliden aún más.

Señaló, igualmente, que la música en español a través de la globaliza-ción, ha hecho posible que personas que no hablan este idioma se inte-resen por la música de cantantes mediáticos como Ricky Martin o Shakira- que han penetrado en otros mercados de habla no castellana y ayudan a difundir la lengua.

El español pasó a ser, también, la tercera lengua mas usada en la Red.

Este sugestivo título corresponde al libro de poemas del autor y amigo Deonato Pires, al que le agradece-mos su amable envío.

El poeta Deonato Pires vive en Olhão y cultiva la poesía “como un Arte, un Hacer, un Decir para comu-nicar, deleitar, encantar, persuadir, transformar”…

Extraemos aquí un fragmento del poema “Frorbela en el Algarve” que forma parte de esta obra editada en 2006, con ilustraciones de su espo-sa, Maria Conceição Pires.

En una casa situadaEn Quelfes, junto al caminoNo lejos de OlhaoUna lápida sencillaNos da esta información:Aquí residió Florbela…Florbela, la poetisaCuya vida simbolizaDesespero, Angustia, DolorAmargura, AnsiedadTristezas, Sueños, “Saudade”Y desilusiones de Amor…

El Instituto Cervantes es una institución creada en 1991 para promover y enseñar el español o castellano y difundir la cultura de España e His-panoamérica en el mundo.

Su trazado será de un total de 1021Kms y atravesará 65 municipios

Ya la tarde en Isla Canelaestá perdiendo su brillo;

sólo por el horizontequeda rojo y amarillo.

Los tejados de Ayamontevisten con ropa de lirio,

y el Guadiana está quietosobre un Levante dormido.

La tarde se está apagandoen un fulgor escarlata,y la luna despertandode su letargo de plata.

Y el sol sigue sepultandoa la tarde en un suspiro,

de la hoguera que en el cielo con su pincel ha encendido.

Cuando el Sol ya se ha ocultado tras la nación lusitanaestá la Luna soñando

bañarse en el Guadiana.

Poema de Juan Arias Aragón

Atardecer

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | NOVEMBRO 2010 | 7

LOCAL

Miguel Freitas “ofendeu os alcoutenejos”

VRSA quer revisão do acordo de pescas

O líder do PS Algarve diz que em tempo de crise a prioridade é o IC27 e não a ponte tão ambicionada pelos alcoutenejos e sanluqueños

VRSA quer revisão do «Acordo de Pescas do Guadiana»

que “é falso, pois actualmente moram apenas dois alcoutenejos em Sanlucar e dois sanluqueños em Alcoutim”.

Dias depois de ouvir o programa na Rádio Guadiana, de VRSA, o PSD de Alcoutim fez um comu-nicado onde exige que “o PS/Algarve e o PS/Alcoutim se retra-tem, pois segundo afirmações textuais do Eng.º Miguel Freitas, tal informação foi fornecida pela estrutura local do Partido Socia-lista”. O comunicado fala em nome de Alcoutim e dos Alcoutenejos, exigindo desculpas e reafirmando que vão continuar “na luta pela construção da ponte Alcoutim / Sanlúcar, fazendo jus a um anseio, de há décadas, destas populações, que tão esquecidas têm sido pelo seu Poder Central”.

Francisco Amaral, presidente da câmara municipal de Alcoutim, está indignado com as declarações do presidente do PS Algarve, Miguel Freitas. A 2 de Outubro na Rádio Guadiana, de VRSA, no programa «Boca no Trombone» o dirigente afirmou que o processo da ponte Alcoutim/Sanlúcar “esmoreceu”. Para o edil a afirmação é “muito infeliz quando foi o próprio Miguel Freitas que quando era oposição ao Governo veio cá colocar uma pedra para a ponte e prometer batalhar por ela”. Amaral consi-dera “irresponsáveis” as afirmações do líder socialista do Algarve e diz “que é ainda mais grave mentir quando diz que uma grande parte dos alcoutenejos já mora em San-lucar e se fizermos a ponte pas-savam todos para lá”. Amaral diz

“Não há transferência de população”

A Associação Transfronteiriça Alcoutim-Sanlúcar (ATAS), que liga as duas margens do Guadiana, fez também um esclarecimento público na sequência das afirmações públi-cas de Miguel Freitas e afirmou que “não há qualquer transferência de população da vila e do concelho de Alcoutim para a vila e município de Sanlúcar, nem há tão pouco o mínimo indício de que tal situação possa acontecer; não se percebe aliás como haja alguém que possa prestar tão absurda informação”.

A autarquia, por sua vez, aprovou uma moção de censura às afirma-ções de Miguel Freitas. O PS local também está a este nível contra o lider algarvio.

«Acordo de Pescas do Guadiana»

O oficialmente designado «Acordo de Pescas do Guadiana» foi aprovado no ano de 1986, tendo sofrido alte-rações, num encontro luso-espanhol realizado em 13 de Outubro do ano de 1993 que passaram a vigorar em Janeiro de 2004, até 31 de Dezem-bro de 2013, salvo se os dois países encetarem negociações até ao final deste ano.

O âmbito da sua aplicação, dentro das doze milhas costeiras, tem uma abrangência desde o meridiano da Torre de Aires até ao de Punta del Gato. Para a pesca artesanal, esta abrangência é mais reduzida: Redondela, em Espanha, e Cacela-Velha, do lado do lado português.

As possibilidades de pesca para Espanha são 25 licenças do arrasto de bivalves, 7 de cerco, 2 de tres-malho artesanal e 10 licenças de arrasto de cintura para a conqui-

lha. Para Portugal, são 8 licenças de cerco, 11 de tresmalho, 6 de emalhar, 7 licenças de alcatruzes, 10 de tresmalho artesanal e 2 de licença artesanal.

Está previsto que, a cada navio, se apliquem as medidas técnicas do país, em cujas águas ele desenvolva a sua actividade pesqueira.

O pomo da discórdia continua a ser, segundo afirmam as diver-sas associações de pescadores, os abusos com os arrastos e a proxi-midade da linha de terra, as gan-chorras que destroem as redes dos pescadores portugueses e, o mais grave, as sugadoras.

E.Z.

Freitas diz que em crise “há que priorizar”

Para o líder do partido socialista “a ponte Alcoutim/Sanlúcar neste momento não constitui prioridade”, considerando que o desenvolvimento do Interior “passa muito mais pela conclusão do IC 27 até Beja”. O líder socialista no Algarve diz que em tempo de crise “há que priorizar”.

Recorde-se que no início de 2009 foi inaugurada a nova Ponte Interna-cional do Baixo Guadiana que, sobre o Rio Chança, liga as localidades de Pomarão (Mértola) a El Granado, mas mesmo assim a distância não torna esta uma alternativa para quem de Alcoutim quer seguir para a terra que está ali mesmo em frente: Sanlúcar de Guadiana.

Em causa está uma entrevista onde o líder distrital do PS disse que a ponte entre Alcoutim e Sanlúcar “não é uma prioridade”, insinuando que a ponte iria acelerar a desertificação do concelho português.

A Assembleia Municipal (AM) de Vila Real de Santo António aprovou uma recomendação ao Governo, no sentido que este procure realizar de imediato negociações com os vizinhos espanhóis, a propósito do «Acordo de Pescas do Guadiana».

A autarquia vilarealense lembra que, no próximo dia 31 de Dezem-bro de 2010, termina o período que tem efeitos para o «Acordo sobre as condições de exercício da actividade das frotas espanhola e portuguesa nas águas de ambos os países», que tem âmbito nacional e ao abrigo do qual se celebrou o «Acordo Fron-teiriço do Guadiana». Este acordo, caso as partes não se oponham, será reconduzido tacitamente, até 31 de Dezembro de 2013.

Por isso a AM do concelho pom-balino entende que “existe, ainda, até ao final deste ano, uma janela de oportunidade para que, no âmbito da troca periódica das listas nomi-nativas dos navios autorizados para as águas abrangidas pelo citado acordo, o Governo português inter-venha no sentido de ser colocado um ponto final à utilização das artes predadoras que são utilizadas pelas embarcações espanholas na costa portuguesa”.

Lembra que as associações de pescadores, quer de Monte Gordo quer de Vila Real de Santo Antó-nio, têm-se vindo a pronunciar “pela necessidade da denúncia do acordo, ou que sejam passadas licenças em números iguais para artes iguais não predadoras, o que implica a exclusão dos arrastos e da ganchorra e a erradicação da arte ilegal e assassina das sugadoras”.

Diz ainda a AM que, nas actuais circunstâncias, existem dois cami-nhos para seguir e recomenda ao Governo que “actue no sentido da defesa dos recursos marinhos das nossas costas, com perspectiva de futuro, responsabilizando-o pela ausência de uma solução que ponha cobro às dificuldades porque passam as comunidades piscatórias do concelho”.

Esta recomendação foi apresentada pelos membros da CDU, aprovada por unanimidade e subscrita por todos os membros que a votaram.

Ponte Alcoutim-Sanlúcar

Recomendação da Assembleia Municipal

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GRANDE REPORTAGEM

Joana Germano

A Associação Terras do Baixo Gua-diana (ATBG) existe há nove anos e é constituída pelas associações de desenvolvimento local (ADL) do ter-ritório, nomeadamente a Alcance em Alcoutim, a Odiana em Castro Marim (serve também os concelhos de VRSA e Alcoutim) e a Associação de Desen-volvimento do Património de Mértola (ADPM). A missão da ATBG não deixa margem para dúvidas; combater a desertificação através da realização de candidaturas a programas nacionais e comunitários. É gestora do PRODER num território elegível de 18 freguesias de Interior que engloba os concelhos de Alcoutim, Castro Marim, VRSA, cinco freguseias de Mértola e três de Tavira. Também aqui as ADL detêm um papel importante e directo com a ATBG e os promotores de candida-turas.

Perda de autonomia O actual PRODER sofreu alterações e a perda de autonomia foi significativa. “O LEADER, enquanto programa de iniciativa comunitária acabou na sua terceira geração e isso teve implicações ao nível da gestão em que perdemos muita autonomia”, explica Ricardo Bernardino, coordenador da ATBG, adiantando que “o Governo aproveitou a filosofia de intervenção LEADER e aplicou-a ao eixo 3 do PRODER”. Actualmente, e embora tenha havido uma perda de autonomia, a mais-valia ainda está do lado das entidades locais. “As decisões ainda são a grande arma que temos, pois os projectos são aprovados por entidades locais”, diz.

Promotores são muitos

Nas sessões de esclarecimento realizadas pela ATBG no território a população nem sempre adere, sendo que a média por freguesia rondou a dezena, noutros casos duas

a três pessoas apenas. “Existe um certo comodismo; há pessoas mais informadas e outras menos e isso até se nota em termos de execução dos projectos”. Ricardo Bernardino remete para casos em que até há que “dar um empurrão, ser insistente”. Mas o que é certo é que as candidaturas não têm faltado. 42 candidaturas no primeiro concurso e pelas intenções feitas vão ser “muitas no próximo”.

Taxa de Aprovação de 35%

A missão da ATBG tem revelado ao longo do tempo uma elevada taxa de eficiência, sobretudo no que diz respeito ao aproveitamento de verbas. “O anterior programa conseguimos executá-lo a 100%, no actual também já temos uma boa taxa de aprovação de 35%”. Para já a execução do actual programa [de Outubro de 2009] só agora está a começar com a chegada dos primeiros pedidos de pagamento. O coordenador mostra-se orgulhoso pela execução plena do anterior programa, mas define claramente as prioridades. “Queremos chegar a um bom nível de execução que nos permita ter, no início de 2011, acesso à «Reserva de Eficiência» [verbas extra distribuídas pelos GAL mais eficientes]. De momento a grande preocupação e prioridade até ao final de 2010 é a execução.

Mais intenções que projectos

Mas panorama de crise financeira e política que se vive os promotores fazem contas à vida e o saldo nem sempre é positivo e a consequência são as desistências. Em termos de projectos aprovados a ATGB acusa apenas uma desistência, já nas intenções de candidatura o panorama muda de figura. É certo que nem todas as intenções culminam em candidatura e projecto aprovados, no entanto, sem ideias consolidadas não se chega a «bom porto». “Muitas vezes as pessoas procuram um financiamento mas não sabem bem para quê”, sendo de acordo com o coordenador o parâmetro que justifica o maior número de desistências, assegurando que quem traz as ideias identificadas faz contas e sabe se o projecto pode ter pernas para andar ou não.

PRODER – Programa de Desenvolvimento Rural

Corrida contra o tempo na execução de projectosA marca LEADER é uma realidade no território do Baixo Guadiana, um programa de iniciativa

comunitária que deu origem ao PRODER. Com duas medidas que incidem na diversificação da economia, criação de emprego e na melhoria da qualidade de vida as candidaturas têm-se multiplicado e está para breve a abertura de novo concurso. Em tempos de crise financeira e política a prioridade para este programa é a execução, numa corrida contra o tempo em que as garantias de reembolso para os promotores podem estar em causa em anos vindouros.

A Associação Terras do Baixo Guadiana trabalha no âmbito das freguesias de Interior de Tavira, VRSA, Castro Marim, Alcoutim e Mértola

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | NOVEMBRO 2010 | 9

GRANDE REPORTAGEM

É claro que a crise não é de descartar; é grave e prevê-se longa, e esta é por si só o derradeiro obstáculo. “O que preocupa é o que vem para 2011 e isso retrai as pessoas e estou con-vencido que muitas dessas inten-ções de candidatura esperam por 2011, já com outra segurança”. Outra condicionante é o crédito; os bancos já tiveram melhores dias. “Os promotores com projec-tos aprovados têm a possibilidade de pedir um adiantamento até ao final de 2010 mas não está fácil; as garantias bancárias têm taxasa elevadas e as pessoas preferem prolongar a execução do projecto à medida que têm disponibilidade financeira”, assegura.

O boom do Turismo em Espaço Rural

Entre Outubro e Dezembro de 2009 das 42 candidaturas recebidas a sua maioria foram direccionadas à abertura de Turismos em Espaços Rurais (TER). O fenómeno é de todo visível e pode ser um efeito demonstrativo do anterior programa. “As pessoas viram que o vizinho fez o turismo rural e ao perceberam que tinham sido apoiados por nós despertou-lhes o interesse”, clarifica Ricardo B.,revelando haver já cerca de seis intenções de candidatura para TER em Alcoutim e cerca de uma dezena em Castro Marim. Mas a grande dúvida é o mercado. “O que é certo é que tenho algumas dúvidas se há mercado para tantas intenções; o que sei é que o TER não é uma actividade que seja viável por si só, raros são os casos em que a pessoa só consegue viver dessa actividade”, alerta, dizendo ver no TER uma actividade complementar e nunca viável só por si só.

Prioridade: Execução

Depois de aprovado o projecto começar a implementá-lo é a tarefa que se segue, mas aqui o investimento é essencial e o coordenador da ATBG deixa o apelo. “Para quem executar até final de 2010 os reembolsos são céleres, os promotores recebem num prazo de 10 até 12 dias; agora essas garantias não são dadas para 2011”. Por isso desconhcendo-se o que o futuro nos reserva “é de executar o máximo

possível ainda este ano, porque para 2011 pode levar 3, 4, 5, 6, 7 ou mais meses…ninguém sabe”.

5 Milhões de euros disponíveis

No LEADER o montante disponível de apoio era de pouco mais de 3 milhões de euros, no PRODER é quase o dobro com 5 milhões de euros. Para quem julgava que antes havia maior volume de dinheiro para menos projectos e agora mais projectos para montantes menores, bem se engana, trata-se de uma falácia. Contudo, no LEADER + houve cerca de 120 candidaturas e neste momento com o dobro do dinheiro vão ser poucos mais os projectos. E porquê? Porque o montante máximo dos projectos aumentou exponencialmente. “Antes os projectos tinham uma média de investimento que rondava os 40 mil euros, hoje essa média aumentou, daí como mais dinheiro apoiarmos os mesmos projectos”, clarifica o responsável que admite ser essa a tendência, alertando no entanto que é cedo para análises.

Novo concurso em Novembro

O novo concurso terá início no dia 22 de Novembro e encerramento a 7 de Janeiro. Há promotores que esperam e desesperam pela abertura de nova fase de candidaturas indagando o porquê da demora. A resposta é simples. “Para se abrir um concurso o outro tem que estar encerrado e isso significa não os projectos executados, mas todo o circuito administrativo concluído, portanto ter os contratos todos assinados”, clarifica.

No concurso a abrir as regras vão ser diferentes de 2009. A abertura é apenas para a medida relativa à «Diversificação de Economia e Cria-ção de Emprego» [a 3.1]. A resposta encontra-se no carácter extrema-mente diferenciado entre esta e a vocacionada para a «Melhoria da Qualidade de Vida» [3.2]. A justi-ficação é peremptória, a equipa é reduzida e o tempo de resposta ao promotor não pode ser comprome-tido. “Temos prazo para resposta e ao termos que canalizar tempo para tipologias completamente diferentes é muito mais complicado”. Para já abre a medida a 3.1 e mais adiante a 3.2, factor que o coordenador não julga restritivo. “O circuito da 3.2 ainda

não está fechado e ao abrir a medida 3.2 para Março ou Abril não se perdem projectos”.

Regras mais apertadas

Do LEADER para o PRODER muito mudou. Se antes as candidaturas estavam abertas em contínuo agora o procedimento é realizado através de concursos e as candidaturas concorrem entre si para alcançar o financiamento desejado. Entre os investimentos apoiados constam o mínimo de 5 mil e o máximo de 300 mil euros, mais um cêntimo acima deste montante e a candidatura «cai» automaticamente. “Quando ultrapassa o investimento elegível nem poderemos dizer ao promotor para reformular a candidatura, estas são as regras do jogo e bem mais exigentes”, alerta.

A ATBG deixa também algumas sugestões para quem pretende apresentar candidatura, tal como preencher o formulário lado-a-lado com o guião e na ocorrência de dúvidas antes de submeter a candidatura contactar sempre a ATBG. Ficam em simultâneo a crítica e o alerta: “Temos o mau hábito português de entregar tudo no último dia; das 42 candidaturas do 1º concurso 37 entraram no último dia e os outros na última semana”.

Execução pode estar comprometida

Para os promotores a corrida é contra o tempo, é contra as crises financeiras e contra todos os obstáculos que possam tornar inexecutáveis os seus projectos. Fala-se de um desaproveitamento de fundos comunitários e a este nível pode-se perder quando a comparticipação nacional é pouca ou nenhuma. Os fundos comunitários não são financiados a 100%, o Estado português é obrigado a entrar com comparticipação e em clima de tensão política e corte de verbas é evidente. “Julgo que ninguém terá em mente perder verbas comunitárias, mas uma coisa é certa, para nos darem 5 temos que pôr 1, para nos darem 10 temos que pôr 2. Se a comparticipação nacional fosse maior íamos buscar mais da comunidade”, explica o coordenador que não perde a confiança. “O facto de baixarmos a comparticipação nacional poderá atrasar um pouco a execução, mas pode-se compensar em 2012, 2013”.

Associações de Desenvolvimento Local sobrevivem no panorama actual

Uma gestão com engenho é o trunfo das ADL num tempo em que as tempestades financeiras já não são novidade. “Conseguimos sobreviver graças à gestão de vários projectos e programas candidatados aos fundos comunitários que permitem o pros-seguimento de estratégias de desen-volvimento”, considera Valter Matias da Associação Odiana, enquanto que a Associação de Desenvolvimento e Património de Mértola (ADPM) aponta desadequação dos programas. “Exis-tem dois grandes obstáculos, a defi-ciente formatação dos programas para a tipologia de território, e por outro lado, o enorme atraso na abertura dos concursos e depois dos pagamentos”, critica Jorge Revez que se vê a braços com tempos “muito difíceis”.

A dependência dos apoios também não traz qualquer segurança, sobre-tudo tendo em conta a actual redução dos mesmos, e esta é uma preocupação generalizada. “Esta redução penalizou bastante as ADL que, na maioria dos casos, estão quase exclusivamente dependentes da existência de progra-mas de apoio, aos quais possam candi-datar os projectos que lhes permitam continuar a desenvolver a sua activi-dade”, afirma José Simão da Associa-ção Alcance, adiantando que “com as regras do actual QREN [Quadro de Referência Estratégica Nacional] a dificuldade em ver um projecto apro-vado é ainda maior para uma pequena associação”.

Os fundos estão escassos e as ADL têm que estar cada vez mais atentas a todas as oportunidades de apoios para a sua concretização. Entre os programas desenvolvidos com base nos fundos comunitários, destaca-se o Programa INTERREG (actual POCTEP que é baseado na cooperação trans-fronteiriça) e o PRODER. “Estes dois programas têm uma forte expressão de apoio ao nível dos inúmeros pro-jectos e investimentos realizados em Portugal, nas duas últimas décadas”, afiança Valter M. A palavra crise não é repetida à toa, é uma realidade evi-dente e de acordo com a ADPM parece incidir mais nos territórios de baixa densidade. “Quanto menos gente, menor a pressão política e isso afecta decisivamente este território; aliás já se fala que a partir do próximo ano, nomeadamente no PRODER, a existi-rem, os reembolsos serão demorados”, diz Jorge Revez.

PRODER é mais-valia para os territórios. O papel das associações Alcance, ADPM e Odiana no PRODER é o de apoio à entidade gestora, neste caso a ATBG. Têm um papel de divulgação e encaminhamento de candidaturas e fazem parte do órgão de gestão com papel activo nas

decisões. Participam na divulgação do programa junto da população e prestam apoio os promotores em matéria de acompanhamento e elaboração de candidaturas. É já uma marca no território e as associações são as ferramentas indicadas na sua dinamização, constituindo um contacto personalizado com os promotores. E é directamente às associações que os promotores se deslocam na sua maioria para esclarecer dúvidas e muitas vezes para a realização da própria candidatura. “Nestes territórios de baixa densidade em que a informação passa mais dificilmente, as associações desempenham um papel importante; cabe-lhes realizar uma prévia identificação dos potenciais promotores para que na abertura de candidaturas os contactem directamente”, explica Jorge R. No que toca a esta parte a ADPM apresentou uma única candidatura ao PRODER, relativa a um documentário e livro sobre o território, isto porque considera que a formatação do PRODER não tem muita abertura para as ADL. “As associações de desenvolvimento por norma desenvolvem projectos transversais de incubação de clusters e o facto de não terem muita abertura no PRODER para candidatar projectos inviabiliza obviamente toda uma série de trabalho”, revela o presidente da associação alentejana. No caso da Odiana a implementação de 19 km de percursos pedestres foi o resultado de uma candidatura ao antigo Leader+ e no actual PRODER já foram aprovadas candidaturas na área social e educação. A Associação Alcance não candidatou projectos seus, mas deixa transparecer que ainda há tempo e vontade para tal.

Excesso de burocratização não ajuda. Dúvidas são muitas e as dificuldades no preenchimento do formulário são imensas entre os promotores que procuram frequentemente as ADL. “As dificuldades prendem-se essencialmente com o grau de burocratização envolvido e complexidade dos formulários, nomeadamente no que respeita ao volume de informação necessária”, confessam Valter M. e José Simão. “Do meu ponto de vista o PRODER, em termos de burocracia é uma perfeita tontice”, diz Jorge R., revelando “não fazer sentido que os promotores e associações ocupem um tempo desmesurado a elaborar candidaturas quando o antigo programa LEADER, da forma como foi desenhado era útil para os territórios”, acusa e alerta que “rapidez não quer dizer facilitismo ou falta de responsabilidade na forma como os projectos eram elaborados”. Admite, no entanto, que “o LEADER tem dado um impulso muito grande mas é preciso reforçá-lo e embora existam fragilidades há muita gente a ter ideias de desenvolvimento que o PRODER tem dado uma resposta boa”, mas admitindo que é preciso ampliar o programa.

Corrida contra o tempo na execução de projectos

Como é que vivem actualmente as associações de desenvolvimento local (ADL)? A resposta é uníssona. Sobrevivem em tempos complicados. O PRODER não salva, mas o que é certo é que representa uma mais-valia para o território.

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LOCAL

A 17 de Outubro, Dia Internacional do Combate à Pobreza e Exclusão Social, e inserido no programa nacional de marcha e corrida do Algarve, caminhou-se em terras de Martinlongo pelo combate à pobreza e exclusão social.

A caminhada iniciou-se pelas 10h da manhã. Ao todo participaram 600 pessoas e a mensagem mostrou passos largos no combate a estes flagelos sociais. Em tempo de crise estes movimentos caracterizam-se por terem mais expressão pela adesão que adquirem.

A ideia partiu da Junta de Freguesia de Vila Real de Santo António. O grupo «Inclusão» pratica um voluntariado de grande significado para quem está numa Unidade de Cuidados Continuados (UCC).

Desta vez os visitantes ascenderam aos 10 mil. Os números avançados pela organização mostra que o evento “superou todas as expectativas”.

dos doentes”, garante.

Actividades várias

As actividades “vão-se prevendo” já que são pensadas de acordo com as necessidades e disponibilidades de cada utente. Os voluntários já tiveram a oportunidade de levá-los ao teatro e à praia, por exemplo.

Rita Calejo Pires frisa que a aber-tura da Santa Casa da Misericórdia de VRSA “foi total para a nossa von-tade em exercer este apoio voluntá-rio”. Garante também que o papel dos voluntários não é avaliar o desempenho destas entidades, mas serem colaborantes.

A equipa solidária reúne-se uma

vez por mês na sede da junta de freguesia de VRSA e que quem pre-tender pode juntar-se ao grupo.

Recorde-se que a criação de

grupos de trabalho é uma ideia implementada pelo actual executivo liderado por Luís Romão.

“A ideia é que o voluntariado seja praticado de uma forma livre e com muita vontade”, explica-nos, desde logo, Rita Calejo Pires membro do executivo da junta de freguesia de VRSA e responsável pelo grupo de trabalho «Inclusão».

O acto voluntário de proporcionar momentos diferentes aos utentes da UCC de VRSA iniciou-se há cerca de seis meses e estão associados a eles “uma dúzia de pessoas”. Volun-tários que têm surgido pelo «boca a boca», mas sobretudo “pela von-tade de ajudar”. A responsável não quer equívocos e por isso frisa que “ninguém é obrigado a horários nem rotinas de voluntariado”. O que sig-nifica que “quem está, está por uma

grande vontade de ajudar”.

Preencher momentos do dia

Na Unidade de Cuidados Conti-nuados de VRSA estão actualmente cerca de 20 pessoas. “Muitas sem família, sem amor”. Rita C. Pires diz que provoca “angústia ver tanto sofrimento, mas ao ajudar fica o sen-timento de contribuir para melhorar um pouco as vidas de cada um”.

Na equipa cada voluntário faz aquilo que tem mais vocação. Entre todos há apenas um homem. “Faz muita companhia nas idas ao café, por exemplo”. Momentos “que mudam muito positivamente o dia

Equipa de voluntários apoia utentes da UCC

São 20 pessoas que agradecem a solidariedade destes voluntários

Caminhada inseriu-se no programa nacional de marcha e corrida

procurado para a actividade cine-gética. Um sector “que é preciso rentabilizar com dinâmicas como a «Feira da Perdiz», que mexem com a economia local e dão a conhecer este “paraíso cinegético”, diz a orga-

nização.Entretanto para o fomento da

actividade, bem como da sua empresarialização, está a decorrer no concelho alcoutenejo curso de «Gestão Cinegética».

Feira da Perdiz em Martinlongo recebeu dobro dos visitantes

Martinlongo marchou pelo combate à pobreza

Martinlongo recebeu a quarta edição da «Feira da Perdiz». Depois de quatro anos de vida parece que o certame colheu a maior aprovação de sempre, recebendo o dobro dos visitantes.

“Ao longo dos últimos quatro anos, a Feira da Perdiz tem cres-cido e melhorado”, garantiu a autar-quia que apresentou uma «Feira da Perdiz» “com uma caracterização única, carregada de semblantes da natureza serrana”. Entre a fauna apresentaram-se javalis, veados, perdizes, cães de caça, coelhos, pombos, galos e peixes.

No espaço da feira venderam-se diversas variedades de artigos ligados à caça e à pesca, além dos procurados pratos de caça. Muita animação de rua, o desfile eques-tre, balonismo, o concurso de cães e demonstrações de falcoaria com-

pletaram o quadro de festa.

“A Natureza é fashion”

Uma tónica de inovação do evento esteve relacionada com a passagem de modelos levada a cabo pela orga-nização, o que provou que “a Natu-reza também pode ser fashion”. O certame contou uma vez mais com Carlos Luz que apresentou a sua nova colecção de aguarelas que este ano dedicou-se à caça grosseira. A dinamização da mostra contou também com actividades desporti-vas, entre elas BTT e uma marcha/corrida.

Alcoutim é “paraíso cinegético”

Com cerca de 40 reservas de caça, o concelho de Alcoutim é bastante

Grupo «Inclusão» em VRSA

10 mil em 2010

Inovação este ano com passagem de modelos mostrou o quão a natureza pode ser fashion

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | NOVEMBRO 2010 | 11

LOCAL

Passagens sem guarda de Matadouro e Hortas vão ser melhoradasA confirmação foi dada pela autarquia pombalina que ao longo de vários meses esteve em negociação com a empresa responsável para a elaboração do projecto finalizado em Setembro.

José Carlos Barros, vereador com o pelouro da mobilidade, refere que “a autarquia esteve nos últi-mos meses em conversações com a REFER. O vereador garante que a preocupação foi encontrar uma “proposta genérica para a inter-venção em várias passagens”. O autarca adiantou-nos que “nas Hortas e Matadouro a REFER vai colocar automatizações com meias barreiras”, consubstanciando um entendimento geral entre a autar-quia e a empresa pública.

José Carlos Barros frisa ainda que “não teve acesso a nenhum abaixo-assinado de moradores” e recusa críticas à REFER, pelo contrário. Garantiu ao JBG que “a autarquia

Nas Hortas moradores dizem ter feito três abaixos-assinados a pedir mais segurança para a passagem de nível sem guarda

A população vive angustiada perante o perigo eminente. Cristina Pires, do café «Cantinho», junto à passagem de nível sem guarda nas Hortas, garante que anda todos os dias “com o coração nas mãos” e que do café já saiu um abaixo-assi-nado para que a segurança daquela passagem fosse prioridade para a REFER. Uma declaração de pro-testo que saiu após a última vítima registada no local, no início deste ano. “Foi um dos três abaixos-assi-nados que a população já fez, mas até agora sem sucesso”, lamenta a moradora.

António Leal, outro morador, testemunha que a visibilidade da sinalização é “má” e que “só

quando se está em cima da linha é que a vemos”, acusa.

Entre as falhas de segurança a população aponta a falta de guarda, de um espelho e a má sinalização.

“Preocuparam-se mais em pôr uma vedação para os animais não passarem para a linha do que dar resposta a um perigo tão grande a que estamos todos sujeitos”, contesta Cristina Pires que frisa que “há muitas crianças e jovens que diariamente passam aquela linha”.

Autarquia fala em “projecto finalizado”

Autarquia e REFER elaboram proposta

tem estado atenta e a REFER tem tido uma postura irrepreensível, demonstrando sempre abertura e disponibilidade”.

O JBG tentou apurar junto da

REFER a data para o início das intervenções, no entanto, até à data de fecho da edição não foi obtida qualquer resposta.

A morte e o funeral do «velho» PeterO Peter, o inglês de barbas brancas com aspecto de velho lobo-do-mar, que se tornara uma figura típica de Alcoutim, faleceu no passado dia 23 de Setembro. Foi vitimado por um aneurisma que o surpreendeu na pequenina casa em que morava sozinho. O seu funeral, devido a formalidades legais, só veio a realizar-se a 6 de Outubro.

de talhe antigo e soberba madeira, onde viveu muitos anos, escrevendo sobre o rio, construindo miniaturas de navios famosos e participando nas escavações arqueológicas lide-radas pela arqueóloga municipal Alexandra Gradim.

A certa altura conseguiu vender o barco e comprou a casa onde passou a morar. Fez, a seguir, uma demo-rada ausência parecendo que ia de vez, chegando mesmo a pôr a casa à venda. Mas não tardou a regres-

sar dizendo que era em Alcoutim que se sentia bem. Após o regresso passou a integrar-se mais na vida da comunidade, comparecendo nas iniciativas cívicas e culturais com um jaquetão escuro que lhe dava marcada distinção.

Família na despedida

O seu funeral, muito participado pela comunidade alcouteneja, e pela comunidade estrangeira da zona, foi um claro testemunho de como era apreciado, respeitado e estimado por todos.

Vindos de Inglaterra estiveram presentes a sua filha, Claire, o genro, Roger e um sobrinho, Christopher.

Foi o genro que fez o elogio do falecido em inglês. Publicamos a seguir uma tradução portuguesa desse texto feita por Cristina Ahrens, e algumas frases na língua em que foram pronunciadas, para a comu-nidade estrangeira.

Disse Roger: «Todos os que conhe-ceram o Peter teriam algo a dizer sobre ele, mas sendo uma pessoa inde-pendente, reservada e despretensiosa, talvez não o suficiente.

Uma breve explicação: A principal paixão da sua vida foi o mar, um dos seus tios era capitão de um cargueiro e foi com ele que trabalhou desde muito jovem. A única diversão da sua vida

foi quando esteve nas Forças Armadas a bordo do «Signals».

De tripulante rapidamente pro-grediu para proprietário de um car-gueiro com o qual transportava trigo de Tillbury para Rochford, a sua filha Claire guarda memórias muito felizes destas viagens.

Tornou-se um do mais jovens capitães de todos os cargueiros, especializou-se em carpintaria e mecânica. Mais tarde em Portugal veio a interessar-se por arqueologia. Os seus conhecimentos sobre diferen-tes matérias surpreendiam todos os que o conheciam.

Era uma companhia agradável com um riso maravilhoso ofere-cendo de vez em quando um antídoto refrescante!!!

Pessoalmente, todas as minhas tentativas para que aparasse a sua barba e cabelo não foram muito bem sucedidas, pois mudanças no seu quo-tidiano não eram bem- -vindas.

Terminou a sua vida no lugar onde se sentia mais feliz, Alcoutim, como o original «Professor Maluco» que todos nós amamos de uma maneira especial.

Foi muito amado pela sua Família que o recordará para sempre.

Letter to Peter

All of you who known Peter would probably had something to tell about him, as an independent, astute unassuming type.

A briefly explanation:The main love of his life was the

sea; one of his uncles was a sailing large trader which Pete naturally crewed from an early age. The only diversion was the National Service in board of «Signals».

He soon progressed to owner large trader usually transporting wheat from Tillbury to Rochford, of which Claire, his daughter, has many happy memories. Being self employed he soon became a jack of all trades, specializing in carpentry and engi-neering. Later, in Portugal he showed interest in archaeology. Peter depth of knowledge on many wide and seve-ral subjects was a surprise to most people. He was a very lovely company with a wonderful laugh and smile as a refreshing antidote to everything and everyone around.

Personally, all my attempts to cut his hair and to clip his beard weren’t successful. He didn’t like changes and refused to let much of it go.

Peter finished up where he was happiest, in Alcoutim as the origi-nal «Nutty Proff» who we all loved in our own way. He was specially loved by his family and will always be remembered.

by Roger

Cidadão britânico, Peter Francis Carey, de seu nome completo, tinha nascido em 21 de Fevereiro de 1934. Foi o primeiro ou dos pri-meiros estrangeiros que se fixaram na zona de Alcoutim, Sanlúcar e no trecho do Guadiana que banha os dois municípios, nos finais do século passado. Chegou em 1992, num iate

Carlos Brito

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12 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |NOVEMBRO 2010

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | NOVEMBRO 2010 | 13

LOCAL

Requalificação de Monte Gordo aguarda aval de Tribunal de ContasO total da obra de requalificação dos oito hectares da frente de mar de Monte Gordo ascende aos 50 milhões de euros. Para a sua exe-cução está em vista a criação de uma empresa constituída pela câmara municipal e o consórcio que ganhou o concurso público. No entanto, a intenção de adjudi-cação está a aguardar o visto do Tribunal de Contas.

A obra prevê a total requalifi-cação da zona.O estacionamento vai ser rebaixado, adaptado a 800 novos lugares, e onde vão surgir novos equipamentos. O presidente da câmara municipal quer que a população usufrua naquela área

de “um enquadramento paisagís-tico e cénico muito importante que até agora tem sido subapro-veitado”.

Mais animação para Monte Gordo

O edil pombalino Luís Gomes garante que a localidade turís-tica de Monte Gordo vai ter mais animação para atrair públicos de todas as idades, isto “para que todos se sintam bem num espaço moderno e requalificado”.

Depois de iniciada a obra vai levar 20 meses de execução num total de 50 milhões de euros de investimento

PSP nega aumento de violência em VRSA

Ponte sobre o Guadiana vai para obras

Em Outubro o homicídio de um homem de 48 anos sobressaltou Vila Real de Santo António, mas a PSP garante que “não há razões para alarme”.

A ponte que se atravessa entre as localidades de fronteira de Castro Marim e Ayamonte vai para obras. A Estradas de Portugal (EP) assegura que a intervenção vai acontecer em Novembro.

O sub-comissário garante que o Programa Integrado de Poli-ciamento de Proximidade (PIPP) “tem dado os seus frutos”, uma vez que “o objectivo de dissuadir a criminalidade está mais garan-tido com uma polícia que diaria-mente acompanha os cidadãos”. Os idosos e vítimas de violência doméstica são dois públicos que mais requerem a atenção deste programa.

A empresa prevê “a pavimenta-ção de todo o troço incluindo o tabuleiro e o viaduto de acesso à ponte sobre o rio Guadiana”.

O gabinete de comunicação da EP garantiu também que vão ser realizados trabalhos de melho-ria do sistema de drenagem e de

reposição e reforço da sinalização vertical e horizonal existentes.

O valor destas intervenções vai ascender aos 450 mil euros.

Ponte sofreu últimas intervenções em 2006

Contactado pelo JBG o sub-comis-sário José Dias, da PSP de VRSA, garante que apesar de ter havido recentemente um homicídio [ver caixa] em que um homem de 48 anos foi encontrado morto em casa, com vestígios de esfaque-amento violento, “Vila Real de Santo António continua a fregue-sia calma que sempre foi”. José Dias garante ainda que há menos furtos durante a Feira da Praia do que se registava antes”. Afirma que

As queixas dos utentes são mais que muitas e os perigos de condu-ção sobre a ponte acumulam-se. O pavimento bastante danificado e a iluminação insuficiente vão ser reparados já a partir do início do mês de Novembro. A Estradas de Portugal (EP) disse ao JBG

“não há razões para alarme” e que as situações que acontecem são esporádicas, “não estando ligadas a nenhum tipo de organizações criminosas”. Este responsável afirma “que existe muita extra-polação à volta das temáticas e que fazem por vezes parecer que há mais criminalidade, mas não é disso que se trata”.

Polícia de Proximidade dá os seus frutos

que lançou o concurso público, publicado em Diário da República a 24 de Março de 2010, para a beneficiação do IP1 entre o Nó de Casto Marim e o limite da Ponte Internacional do Guadina, numa extenção total de cerca de 2600 metros.

Depois de homicídio violento

Melhoria de pavimento e iluminação

Oito hectares da frente de mar

Assalto e Homicídio em 15 dias

Depois de um homem de 48 anos ter sido encontrado em casa, na Rua dos Combatentes em VRSA, com sinais de esfaqueamento violento, estando na altura o corpo em avançado estado de decomposição, em pouco mais de duas semanas chega às redac-ções um comunicado do «Hel-Bar» de Monte Gordo a dar conta de um episódio de furto e vandalismo. “Um de tantos que têm acontecido nos últi-mos tempos mas que não são de conhecimento público”, garante o proprietário Hélder Pinto. O proprietário afirma que em seis anos, este é o terceiro assalto

com os prejuízos mais elevados a rondar os 2500 euros. E que quase todas as semanas o res-taurante sofre outros actos de vandalismo em janelas de vidro, mesas e cadeiras da esplanada. Acrescenta também que “muitos outros apoios de praia têm sido assaltados no último ano, prin-cipalmente no Inverno, o que acaba por gerar algum clima de insegurança e uma péssima imagem aos turistas”.Até ao fecho da edição não foi possível obter declarações da Polícia Marítima de VRSA, que tem a jurisdição dos Apoios de Praia.

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14 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |NOVEMBRO 2010

LOCAL

Entre 2 e 4 de Novembro, Castro Marim recebe a exposição itinerante “Viva a República… em Digres-são”, numa viatura móvel, locali-zada junto à Casa da Música, na vila castromarinense. A exposição que se insere nas comemorações do centenário da implantação da República em Portugal é dedicada à história da I República, na qual “o visitante é convidado a acompanhar o percurso de evolução do ideário republicano, o processo de implan-tação da República, os principais contextos e transformações a que esteve associada.”

Para a autarquia, «Viva a Repú-blica… em Digressão» constitui uma oportunidade para o público em geral, e os jovens em particular ficarem a conhecer um dos perío-dos mais emblemáticos da história recente de Portugal. A exposição pode ser visitada entre as 10h e as 20h.

Entretanto, para comemorar a República em Outubro, no dia 2, passou pela Biblioteca Municipal a peça «Breve História da Repú-blica Portuguesa», pela Companhia «Teatro Azul». Durante Outubro esteve patente ao público, uma exposição de cartazes oferecida pela Direcção Geral do Livro e das Bibliotecas (DGLB), com ilustrações alusivas à efeméride.

As notícias de antes dadas a conhecer em três exemplares de imprensa escrita do «Jornal da República». Uma edição especialíssima editada pela câmara municipal de VRSA por ocasião do Centenário da República.

As comemorações do Centenário da República foram assinaladas em Alcoutim com nova toponímia. Também se assistiu à apresentação do futuro edifício dos paços do concelho.

tural António Aleixo (CCAA) abriu as portas ao colóquio que marcou o segundo grande momento das come-morações deste Centenário.

«Da Monarquia à República» foi o nome dado ao colóquio que juntou Jorge de Morais, Francisco Moita Flores, Hugo Cavaco, Vilhena Mes-quita, António Ventura, António Rosa Mendes, Pedro Pereira e Perfecto Cua-drado. As visões apresentadas foram muito distintas, complementando-se e permitindo dar uma visão mais abran-gente do momento decisivo que alte-rou o regime político português, que hoje se mantém.

Reflectiu-se sobre as apropriações da morte pela República e a sua crescente secularização, sobre figu-ras republicanas, sobre a maçonaria

e até os ecos do 5 de Outubro na vida espanhola.

Os conterrâneos Hugo Cavaco e António Rosa Mendes trouxeram a

este encontro aspectos relacionados com os usos e costumes da época no concelho de Vila Real de Santo António ou com os valores republicanos e a evolução do conceito de cidadania.

A Liga dos Amigos da Galeria Manuel Cabanas (LAGMC) e a câmara munici-pal de VRSA juntaram-se para come-morar o Centenário da República. Uma organização conjunta que permitiu um «painel de luxo» e uma «edição espe-cialíssima».

Os três números do jornal com notícias, grafismo, composição e até distribuição fiéis à época, foram oferecidos à população entre 3 e 5 de Outubro e resultaram “de uma minuciosa pesquisa historiográfica”, reflectindo factos ocorridos, tal como relatados na imprensa de há 100 anos, ou registados nos documentos oficiais. O número mostrou as notícias da antevéspera, o n.º 2 da véspera e o n.º3 do dia da Revolução que alterou

por completo a organização política, social e financeira do país. Foi há 100 anos atrás e a data “tinha de ser assi-nalada com pompa e circunstância”. A organização contou para a pesquisa e redacção do historiador Jorge de Morais “que se refugiou dias a fio no Arquivo Histórico de VRSA para recolher toda a informação”, como assinalou João Caldeira Romão, pre-sidente da LAGMC. A distribuição foi feita por ardinas em diferentes espaços públicos da cidade.

Morte, Usos e Costumes, Maçonaria até à vida em Espanha

No dia 4 de Outubro o Centro Cul-

O Centenário com a comunicação social «à época»

A população recebeu gratuitamente exemplares onde se podem ler as notí-cias desde a antevéspera até à revolução republicana

edifício e, ao mesmo tempo, conhe-cer a implantação da República em Alcoutim e todos os presidentes da câmara municipal.

«Liberdade, Igualdade e Fraternidade»

A cerimónia encerrou com os dis-cursos do Presidente da Assembleia Municipal de Alcoutim, Rui Cruz, e

do presidente alcoutenejo, Francisco Amaral. Dando vivas à República, Rui Cruz salientou o sonho com 100 anos, “Liberdade, Igualdade e Fra-ternidade”, lembrando que “ainda não se concretizou plenamente”, mas que está ao alcance de todos os portugueses, “se formos par-ticipativos e cidadãos de corpo e alma, conscientes dos nossos direi-tos e obrigações”. Francisco Amaral destacou os antepassados alcoute-nejos que, com a implementação da República, “enobreceram Alcoutim e serviram Portugal”, construindo uma história de que hoje o concelho se orgulha.

Alcoutim honrou personalidades republicanas

«Viva a República... em Digressão» em Castro Marim

Em honra de todas as personali-dades republicanas “que enchem de orgulho Alcoutim”, foram des-cerradas placas toponímicas na vila, que perpetuam três nomes alcoutenejos ligados à República – José Centeno Passos (o primeiro presidente da câmara municipal de Alcoutim e Administrador do concelho no período republicano), Francisco Madeira do Rosário (ilustre comerciante, autarca e republicano) e Maria Eduarda de Freitas (republicana alcouteneja que se destacou como enfermeira militar e escritora). Este foi um dos momentos altos das comemorações do centenário da República no nor-deste algarvio.

O novo edifício da câmara

Também em Alcoutim, como se reflectiu por todo o território

do Baixo Guadiana, o centenário da República foi assinalado, con-vidando a população a participar. A sessão solene serviu de pretexto para ser apresentado o projecto de Remodelação do Edifício Paços do Concelho. A apresentação coube ao arquitecto Victor Brito. Para a autarquia este edifício constitui um marco patrimonial da história de Alcoutim e símbolo da proclamação da República, sendo que desde o final do séc. XIX que serve os pro-pósitos da administração local.

O edifício vai ser recuperarado e dinamizado novamente com os serviços que há quatro anos estão distribuidos por espaços improvisa-dos na vila alcouteneja.

Também para um maior acesso da população ao projecto da autarquia, a brochura «Os Paços do Concelho de Alcoutim no Centenário da Repú-blica», onde se pode consultar o pro-jecto de remodelação e a história do

Organização LAGMC/CMVRSA

Nova toponímia na vila

A nova toponímia foi descerrada nas comemorações do Centenário

Page 15: JBG - Novembro 2010

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Director: Carlos Luis FigueiraPropriedade da Associação ODIANA

Novembro 2010Suplemento Bimensal

Ano 1 - Nº4 Este suplemento não pode ser vendido separadamente

CASTRO MARIMJá existe o «Restaurante da Leitura»

VRSAMelhorias introduzidas na Educação

ALCOUTIMTertúlia sobre alimentação saudável

No teu «Papel de Parede» fica a saber mais sobre a troca de manuais escolares nas escolas e bibliotecas do teu concelho.

COM ApOIO DE:

Castro Marim em 2º lugar

A EB 2.3 de Castro Marim ficou em 2º lugar no Algarve nos

exames nacionais de 9.º ano. Estão de parabéns professores

alunos e toda a comunidade escolar!

Estudar bem compensa! Boa sorte para todos neste ano lectivo!

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16 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |NOVEMBRO 2010

As escolas tomaram novos impulsos com a introdução da figura do professor-bibliotecário. Há mais alunos a aderirem a esta promoção de leitura de proximidade.

Bibliotecas escolares estão a impulsionar a leitura

faz actividades e dinamiza inicia-tivas extra curriculares”.

Mas num país onde os hábitos de leitura têm índices baixos, há que levar a cabo “uma planificação conjunta”, referindo-se à interacção entre as bibliotecas escolares e muni-cipais.

Recorde-se que a «Rede de Bibliotecas do Baixo Guadiana» integra as bibliotecas escolares e municipais e foi criada há cerca de um ano quando Vila Real de Santo António inaugu-rou a sua biblioteca municipal.

Também Paulo Cavaco, pro-fessor-bibliotecário em Alcou-tim, reforça a importância da Rede de Bibliotecas. “É um óptimo meio para desenvolver a cooperação entre as bibliote-cas municipais e escolares, não só dentro de cada município, mas também entre as institui-ções dos três municípios que a integram”, refere, admitindo que “a cooperação entre as instituições ainda está muito aquém das potencialidades que a Rede oferece”. O professor-bibliotecário salienta que “a «Rede» permite que a política de aquisições seja feita de forma integrada, possibilitando uma maior oferta de obras, disponíveis para os utilizadores das diversas bibliotecas através do sistema de empréstimos entre bibliotecas”. Em Alcou-tim, tal como explica as dinâ-micas criadas entre a biblioteca municipal e as escolares têm-se centrado ao nível da realização de eventos.

Por seu lado, Pedro Tavares refere também que a “boa divulgação” pode ser meio caminho andado para que a estratégia resulte, “sendo disso exemplo o concurso literário do Algarve, em que a biblioteca escolar e a municipal deram as mãos e foram o concelho com mais prémios ao nível do Algarve”.

Técnicas assertivas

Se é fácil cativar os alunos mais interessados, como chegar até aos outros? Maria do Carmo Romão dá-nos a resposta. “Passámos a incenti-var a leitura por meio daquilo que realmente interessa a esse público servindo-nos de

As bibliotecas escolares têm-se destacado nos últimos dois anos com a introdução do professor-bibliotecário. Tal como nos diz Maria do Carmo Romão, professora bibliotecá-ria do agrupamento de escolas de VRSA “num modelo muito anterior, a biblioteca escolar era um espaço que servia para ler. Fazia-se pesquisa em livros requisitados, logo arrumados pelo funcionário quando dei-xavam de fazer falta. O funcio-nário zelava pela ordem, pelo silêncio e também pelo regresso dos livros à devida prateleira. Na biblioteca não se faziam

perguntas, não se esclareciam dúvidas. Pesquisava-se, lia-se. O professor encarregado da biblioteca nunca estava à vista, os alunos e alguns professores ignoravam quem era”.

Se antes se reclamava apenas a presença dos alunos nas bibliotecas, hoje fazem-se contas à adesão, avaliando-a qualitativamente, sendo na generalidade saldos “muito positivos”.

Em Castro Marim, o profes-sor-bilbiotecário Pedro Tavares, diz que a dinâmica introdu-zida nas bibliotecas “é muito interessante”, referindo-se ao agrupamento escolar de Castro Marim. Neste caso “as várias actividades, desde teatro, vinda de escritores, concursos locais, regionais e nacionais de leitura, entre outros, acabam por ter efeito na promoção da leitura”, assegura.

Este responsável aponta a biblioteca escolar como o centro do conhecimento da escola, “logo promove a leitura e a literacia, apoia o currículo, estabelece parcerias e projectos,

´~

actividades apropriadas aos vários níveis etários, apoiando os alunos nas suas escolhas, dando-lhes a conhecer as novi-dades literárias que se ade-quam aos seus gostos”. O que significa que não são postos de parte jornais desportivos, revistas juvenis e qualquer tipo de documento que incentive à leitura. “Levamos em conta que o tipo de literatura que agrada a um adulto não é necessaria-mente aquele que agrada a um pré-adolescente ou a um ado-lescente. A leitura tem também sido incentivada por meio de visitas à biblioteca para escolher um ou mais livros, informando os alunos que se não gostarem daquele podem sempre vir escolher outro”. As técnicas assertivas para chegar até aos alunos têm resultado e para além da leitura os alunos interagem com a biblioteca, “participando activamente no blogue e no Facebook e em concursos literários; utilizam-na nos seus tempos livres para verem filmes ou pesquisarem na internet, para estudarem ou fazerem trabalhos”, conta-nos a responsável em VRSA.

Actividades a baixo custo

Pedro Tavares, em relação à actividade das bibliotecas esco-lares, conta também que “neste momento, mais ao nível de funcionários, a maior parte das activiades é feita sem custos ou com custos mínimos”. Mas “é possível fazer com criatividade e boa dose de força de von-tade”, afirma.

Já Maria do Carmo Romão frisa que na biblioteca que coordena há actividades em colaboração “com os docentes no âmbito das suas disciplinas”, enumerando as actividades da «Semana da Leitura», as come-morações de várias datas e encontros com escritores.

Em Alcoutim as dinâmicas instaladas “também estão a resultar e a maioria dos alunos visita, pelo menos uma vez por dia, a biblioteca”. Para Paulo Cavaco a dinâmica instalada é “bastante positiva”, prome-tendo dinamizar, tanto quanto possível, no grande objectivo de servir “a sociedade da informa-

Professores-bibliotecários vão de encontro às apetências dos jovens e cativam-nos cada vez mais para as bibliotecas das escolas

ção em que vivemos”.

Iniciativa concelhia traz prémio

Recentemente, Castro Marim obteve os dois primeiros lugares e uma menção honrosa na fase regional do concurso literário infantil e juvenil «Manuel Teixeira Gomes». A iniciativa ao nível concelhio foi uma organização conjunta da biblioteca municipal e escolar, à qual se juntaram os profes-sores do 1.º, 2.º e 3.º ciclos do agrupamento.

“Passámos a incen-tivar a leitura por meio daquilo que realmente inter-essa a esse público servindo-nos de actividades apro-priadas aos vários níveis etários”

“As várias activi-dades, desde teatro, vinda de escritores, concursos locais, regionais e nacio- nais de leitura, entre outros, acabam por ter efeito na promoção da leitura”

“É um óptimo meio para desenvolver a cooperação entre as bibliotecas munici-pais e escolares”

Prof. Maria do Carmo Romão

Prof. Pedro Tavares

Prof. Paulo Cavaco

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | NOVEMBRO 2010 | 17

A parte mais divertida é quando descobrem que as folhas são doces e para comer

Crianças preparam afincadamente a história

Plano educativo 2010/11 do executivo municipal de VRSA não cede a quebras orçamentais.

A maior surpresa é que as páginas da história são comestíveis. Iniciativa para alunos do pré-escolar e 1.º ciclo básico.

Estudantesvão tertuliar uma vez mais

Educação mantém-se prioridade

«Restaurante da Leitura» delicia alunos

A contribuir para a tertúlia, para além do professor Paulo Cavaco, vai estar a dietista Ana Brás e a professora Carla Horta, responsável pelas ementas da EB 2.3 de Alcoutim. O objectivo é perceber o que se deve e não deve comer; conhecer melhor a Roda dos Alimentos.

Recorde-se que já este ano, em Março, o JBG levou a cabo uma tertúlia na EBI 2.3 de Mar-tinlongo. Alunos do 1.º ensino básico ouviram atentamente e intervieram com a arqueóloga Alexandra Gradim que deu a conhecer aos mais pequenos a riqueza arqueológica de Alcou-tim.

Apesar dos cortes previstos para as autarquias, em comunicado o executivo de Vila Real de Santo António garante que “a Educação mantém-se prioritária”. Concei-ção Cabrita, vereadora com o respectivo pelouro, quer que a educação “cumpra o seu papel para uma comunidade dotada de

O «Restaurante da Leitura» é mais uma iniciativa a pensar nos mais novos, com organização da biblio-teca municipal de Castro Marim. Tudo começa com a confecção da história em que os alunos são convidados a colocar as letras e os ingredientes dentro de uma

No Agrupamento escolar de Alcoutim, mais precisamente na biblioteca escolar da EB 2.3, vai realizar-se no início do mês de Novembro uma tertúlia que terá como grande destaque «A Alimentação Saudável». A iniciativa vai acontecer numa parceria entre o Jornal do Baixo Guadiana e a instituição escolar. O repto da tertúlia foi lançado pelo JBG; já o tema foi sugerido pelo próprio professor-bibliote-cário Paulo Cavaco. “Já que se assinalou a 16 de Outubro o dia da Alimentação Saudável seria interessante falarmos sobre uma temática tão importante”, desafiou Paulo Cavaco.

conhecimento e preparada para os desafios e empreendedorismo com vista ao melhor desenvolvi-mento do concelho”.

São várias as medidas enuncia-das no plano educativo vigente; desde a conservação, manutenção e apetrechamento dos estabeleci-mentos de ensino “para melhores condições de habitabilidade, segurança e conforto aos alunos, corpo docente e não docente”. A vereadora quer que todos os jovens tenham acesso às tecnolo-gias de informação, considerando que “estas se afiguram como instrumento privilegiado para

Em Março a tertúlia em Martinlongo dedicou-se à arqueologia com a especialista Alexandra Gradim

«Escola Activa» é um dos pro-gramas em que a autarquia em parceria com o Ministério com-bate a obesidade infantil

´~

Chamo-me Vasco e estudo na escola EBI de Martinlongo.Acho a Escola muito impor-tante, pois é lá que nós, alunos, aprendemos imensas coisas essenciais para a nossa vida. É pena que algumas pes-soas muito inteligentes não possam prosseguir os estu-dos por motivos financeiros. Quanto a isso, acho que o Estado deveria ajudar mais, uma vez que poderemos estar perante um grande médico ou advogado que se perde. Existem alguns alunos que menosprezam a escola, que não gostam das aulas e acham-nas aborrecidas, mas não nos podemos esquecer que aqui aprendemos muitas coisas que utilizamos no nosso dia-a-dia ou que podem vir a ser impor-tantes no nosso futuro.Também existem alguns alunos que, apesar de até gostarem da escola, têm medo de a frequentar, por causa de alguns colegas mais agres- sivos que os agridem fisica e verbalmente. Este é um pro-blema que afecta cada vez mais por todo o país, feliz-mente ainda não chegou à minha.Para além disso, existem alunos, que desprezam a escola, e que influenciam outros colegas, que até podem ser bons alunos, e levam-nos por maus caminhos e expe-rimentam coisas que não deveriam. Para existir um bom ambiente nas escolas, deve haver respeito mútuo entre alunos, funcionários e professores, pois um bom ambiente é o cenário ideal para uma aprendizagem sau-dável e enriquecedora. Acho que nisso sou um privilegiado, pois, na minha escola, talvez por sermos só cerca de 150 alunos, isso acontece e tenho muito orgulho em dizê-lo!

Vasco Martins 8º ano

As mensagens dos nossos leitores devem ser enviadas para: [email protected]

difusão do conhecimento e, con-sequentemente, para a promoção do desenvolvimento integral dos alunos”. Vai ser dada conti-nuidade ao apoio às famílias “e promover o bem-estar social das crianças dos Jardins-de-Infância e Escolas Básicas do 1.º ciclo, atra-vés do fornecimento de refeições, de actividades de prolongamento de horário e de actividades de enriquecimento curricular”. No plano constam muitas outras medidas “que têm de contri-buir para um objectivo comum: melhorar sempre a Educação/ Formação em VRSA.

panela que está sob um tradicio-nal forno de lenha. Ora, depois de pronta a história infantil vem o momento da leitura. Atentamente as crianças ficam a conhecer novas peripécias literárias e o entusiasmo atinge o seu expoente máximo quando descobrem que as folhas da história que têm na mão são para comer!

“Queremos que as crianças de uma forma criativa ganhem gosto pela leitura e vejam despertados os sentidos”. A organização está con-fiante no sucesso de uma iniciativa que torna as manhãs dos alunos do pré-escolar e 1.º ciclo mais doces e literárias.

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Sabias que a Rede de Bibliotecas do Baixo Guadiana, que inclui as bibliotecas escolares e municipais de VRSA, Castro Marim e Alcou-tim, promovem a troca de manuais escolares?!!! A iniciativa está disponível para todos os estudantes e famílias. A ideia é aprender a poupar e a partilhar.

Entre as Brumas da memóriaSentada ao pé da janela com ar de quem não tem muita coisa para fazer, Olga olhava com atenção para a placa com o nome da sua rua. – Rua Miguel Bombarda… – repe-tiu a menina. – Avó! – Chamou. Nesse mesmo momento a avó apareceu, e Olga perguntou: – Porque é que a minha rua se chama Miguel Bombarda? A avó fez um sorriso e sentou-se ao pé da sua neta. – Essa é uma boa pergunta minha querida. – Sabes, esta rua é dedicada a esse homem, sendo ele um grande republicano! Mas, infelizmente, morreu pouco tempo antes da proclamação da República, não assistindo à realização do seu sonho! – Afirmou a avó. – Que pena! – Manifestou Olga.O laço grande e rosa que pendia na cabeça de Olga, fez com que o assunto da república continuasse.– A cor do teu laço faz-me lembrar o respon-sável da revolução republicana, o mapa cor-de-rosa – disse a avó.A avó levantou-se e dirigiu-se à estante dos livros. A estante tinha livros de todas as cores e feitios.– Pronto, já o encontrei! – Exclamou por fim a avó.Olga perguntava-se a si mesma qual seria a ideia da avó. Olga olhou com entusiasmo para o livro que a avó tinha nas mãos. Que Maravilha! Apesar do livro parecer bastante antigo tinha um ar requintado. O título estava escrito em letras grandes e douradas e dizia: “ENTRE AS BRUMAS DA MEMÓRIA”– Olga, vou ler-te este pequeno conto sobre a república, pode ser que fiques a saber como tudo começou. – Disse a avó, enquanto folheava lentamente as folhas.E tudo começa…Estava um dia frio, embora estivesse sol, e as ondas batiam contra as rochas. Eu sobrevoava o céu enquanto sentia a liberdade.A esta altura devem estar a perguntar quem sou eu? Bem, eu sou uma das gaivotas pre-sente nesse dia, dia 5 de Outubro de 1910. Estava eu a descansar na praia dos pes-cadores, na Ericeira, quando avisto o El-Rei D. Manuel II a entrar no iate real “D. Amélia”, acompanhado pela sua mãe e pela sua avó. O barco seguia rumo a Gibraltar. E as ondas levavam consigo muitos anos de monarquia.E eu, ainda parecia ouvir a voz daquela manhã, vinda da câmara municipal de Lisboa a dizer em alto e bom som PROCLAMO A REPÚBLICA!!!!Terminou o conto, e a avó fechou o livro com cuidado.– Oh avó, isso já aconteceu há muito tempo?– Sim, precisamente cem anos! Ainda me recordo do meu avô contar, que a notícia da implantação da República chegou a Faro por telégrafo.Olga bocejou, era noite, a avó despediu-se e ao fechar a porta termina esta estória ou história…

Maria Miguel Rodrigues Cavaco 5. ano

Alcoutim

Castro Marim

VRSA

Alunos de Martinlongo aprendem sobre arqueologiaRecordar é bom! O fim do ano lectivo 2009/2010 em Alcoutim

Na biblioteca municipal aprendeu-se mais sobre «Roda dos Alimentos»Jovens partilharam opiniões na tertúlia «Bullying» do JBG

Em Monte Gordo «Escola Activa» serviu lanche saudável

No CIIPC em Santa Rita crianças aprenderam sobre brinquedos de outros tempos

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | NOVEMBRO 2010 | 19

ENTREVISTA

“ Representante da UALg no GAL Terras do Baixo Guadiana

Representante da CCDR Algarve no Conselho Nacional de Educação

Licenciado em Economia e doutorado em Estudos Europeus pela Universidade de Bruxelas Professor

Catedrático de Economia UAlg

Economia e Governos

não souberam aproveitar excelentes condições

financeiras

António Covas

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ENTREVISTA

Jornal do Baixo Guadiana: Qual o diagnóstico que faz em rela-ção à conjuntura económica que vivemos em Portugal e que tem deixado os portugueses em sobressalto, sobretudo nos últi-mos dias em que a juntar-se à crise financeira vive-se uma intensa crise política?

António Covas: Eu diria que nesta primeira década do séc. XXI existem dois grandes períodos. Um que começa com a entrada do Euro e até 2008. Depois o grande período que começa com a crise de 2008 até ao ano de 2010. O facto mais assina-lável é a economia e os governantes portugueses não terem aproveitado as excelentes condições financeiras do início da década. Tínhamos uma taxa de juro baixíssima que podia ser apro-veitada, tínhamos o QCA III [Quadro Comunitário de Apoio], e volumes financeiros substanciais. Ao invés de aproveitarmos essas condições para fazer reformas estruturais e corrigir um défice de longa data, que é o da competitividade, fizemos coisas muito diferentes: aumentámos a despesa de consumo privado. A este nível a grande despesa foi a aquisição de habitação própria, sem dúvida que a grande fatia do crédito bancário é o da habitação.

Por outro lado ao nível público fize-mos grandes infrestrauturas, nomea-damente autoestradas, e aquilo que é emblemático desta década: os está-dios de futebol. O grande perdedor foi o sector da exportacão, perdendo-se oportunidades para os incentivos aos exportadores para melhorar a quota de mercado do nosso país la fora.

JBG: Que tipo de incentivos?AC: Podíamos ter aproveitado as

condições favoráveis do dinheiro para fazer a modernização das empresas sobretudo as que exportam, mas não o fizemos. E porque refiro isto; porque a introdução do Euro criou um problema difícil às empresas que exportam, já que esta moeda valori-zou muito. Só tínhamos uma maneira de contrariar esta valorização, era modernizar as empresas. Ao não ser feito pede-se agora que se baixem os salários...

JBG: Há depois o segundo perí-odo...

AC: Sim, em 2008 tudo se agrava.

Apesar da situação não ser famosa ainda tivemos um saldo de orçamento de 2,8%, portanto, a economia estava a compôr-se. Mas em 2008 há uma segunda fase porque às nossas fra-gilidades, ou seja, à crise estrutural somam-se outras três: a orçamen-tal que tem que ver com o défice, a financeira, da dívida soberana do Estado português e do sistema ban-cário, e a crise de liquidez relacio-nada com os pagamentos imediatos. Estão aqui todas as crises, não falta nenhuma!...

Ora isto reflectiu-se no custo do dinheiro porque o mercado res-ponde apresentando juros muito altos. Quanto à conjuntura actual o mercado tem respondido positiva-mente face às medidas anunciadas, mas agora tudo depende da execução dessas medidas em 2011. Podem ser ao nível teórico muito boas, mas tudo depende da execução.

JBG: Depreendo que não tenha as melhores expectativas...

AC: Repare que o ano de 2010 é muito atípico. Desde logo temos um orçamento aprovado só em Abril; entre Janeiro e Abril vivemos com duodécimos. Depois de aprovado finalmente em Maio foi necessário fazer uma primeira correcção, em Junho uma segunda e em Outubro uma terceira - os famosos PEC’s. Nunca tinha acontecido isto em tempos recentes. E é com esta base de 2010 que estamos a prever para 2011. Como é que podem ser previ-sões fiáveis?!

JBG: Como é que ao nível económico se pode explicar três PEC’s [Plano de Estabili-dade e Crescimento] num ano apenas?...

AC:Eu só tenho uma explicação: não houve controlo do lado da des-pesa. Do lado da receita com o IVA houve comportamentos esperados, mas a despesa não está controlada. Os consumos intermédios do Estado tive-ram aumentos elevados; o sector do saúde está um pouco à deriva, houve uma cedência do lado dos professores. E tanto é assim que a forma deste Governo corrigir o défice já este ano foi transferir do Fundo de Pensões da PT, no último trimestre do ano, para o Orçamento Geral do Estado. E falamos de um valor astronómico de 2,6 mil milhões de euros que equi-vale a 1,5% do PIB. Ou seja, só essa quantia corrige uma boa parte do

importante lembrar que o consumo das famílias pesa dois terços no cres-cimento do PIB...

JBG: Podem apontar-se culpa-dos?

AC: Todos somos culpados, mas uns mais que outros. É impossível fazer políticas estruturais com cinco Governos em 10 anos. Precisamos pelo menos de 10 a12 anos. Também as reformas estruturais mudam; os mercados abriram muito, a globali-zação é mais severa que antes e não temos as mesmas condições para fazer as reformas estruturais.

JBG: Integrar a União Europeia (UE) foi positivo para Portu-gal?

AC: Eu costumo dizer aos meus alunos que não há em Portugal um problema europeu, mas sim na Europa um problema português (risos). A UE tem o princípio da condicionalidade; dá recursos, mas pede em troca dis-ciplina. Tivemos 25 anos para fazer reformas estruturais e não fizemos o trabalho de casa. O problema é nosso e das nossas opções. Mas o que mais me preocupa é a destruição do apare-lho produtivo sem estarmos a rejuve-nescer o tecido empresarial. Vivemos em mercado aberto e a exportação é a

défice orçamental... Não é por acaso que para 2011 se prepara a transfe-rência de outros fundos de pensões. O Estado receoso jogou pelo seguro; estes fundos de pensões cobrem algum imprevisto.

JBG: Não havendo uma base de previsibilidade fiável, ante-vendo derrapagens ao mesmo nível para 2011 e sendo este um ano tão atípico, faz sentido a intervenção do Fundo Mone-tário Internacional [FMI]?

AC: Só em Dezembro é que vamos saber se resulta ou não a transferên-cia da verba de pensões, ou seja, se vamos atingir os necessários 7,3% do défice, o que acredito que sim. Creio que para 2010 não faz falta o FMI, mas para 2011 já não posso garantir. Nós não sabemos os valores da reces-são; haverá sempre recessão, mas não sabemos qual o impacto. Tudo depende das famílias e das empre-sas. Se houver contracção do consumo das famílias podemos ter surpresas.Repare que as famílias perante uma situação difícil antecipam-se. Não se admire que passem a gastar menos este ano, apesar dos aumentos do IVA serem para 2011. Se gastam menos já este ano o crescimento do PIB [Pro-duto Interno Bruto] é atingido e é

variável chave. O país cresce quando há uma aposta clara nas exportações e não à custa do consumo privado e despesa pública.

JBG: Há quem diga que este OE 2011 não aposta nas expor-tações e que haverá também quebra na poupança externa e no investimento...

AC: A exportação é a variável que cresce mais neste orçamento, mas não é suficiente porque a base actual é baixa. Devia haver incentivos cirúr-gicos à exportações.

JBG: Nomeadamente… AC: Nos sectores que já expor-

tam, pois temos poucos sectores que exportam, nomeadamente os da cha-mada «balança tecnológica». A maior parte dos sectores exportadores são tradicionais com muita mão de obra e pouca tecnologia. A nossa balança de exportação de mercadorias com tecnologia devia ser incentivada pois quanto ao sectores têxtil, do vestuá-rio e calçado, há sempre alguém que vende mais barato que nós. Concor-rer com a mão de obra é empobrecer o país. Temos de fazer o upgrading dessas mercadorias. Podemos e deve-mos acrescentar valor a esse mercado senão não somos competitivos, falo nomeadamente ao nível do marketing e da comercialização.

JBG: O TGV é, então, um erro?

AC: Não seria erro se houvesse condições financeiras. Nos próximos dois anos não há condições financei-ras, nem para TGV nem para o novo aeroporto. Há sempre boas condi-ções para sectores que têm retorno elevado. Se precisamos de dinheiro lá fora a 5,5% então o retorno do inves-timento tem de ser superior e isso não acontece com bens não transa-cionáveis como é o caso do TGV.. Em termos de estratégia há que fazer um compasso de espera com o sector dos investimenttos não transaccionáveis e apostar cirurgicamente no sector exportador.

JBG: Os salários líquidos da função pública diminuem já em Janeiro, mas as obras públi-cas como o TGV e o novo aero-porto são para avançar. Qual é o resultado desta equação? Porque os portugueses estão a pesar tudo na balança...

AC: Pesam, sem dúvida. Estamos a empobrecer há cerca de 10 anos. O que o Estado tem vindo a fazer é criar uma nuvem cinzenta pouco transparente através das parcerias público-privadas. Se essas parcerias estivessem dentro do OE era a catás-trofe total. O OE reflecte apenas a administração central e local. Tudo o que é sector empresarial do Estado e empresas públicas não está contem-plado.

Susana de Sousa

“É impossível fazer políticas estruturais com cinco Governos em 10 anos”Prof. António Covas diz que a primeira década do século XXI foi mal aproveitada pelos cinco Governos que alternaram no poder. Defende o incentivo às exportações e obras como o TGV “não são prioridade”. Apesar da conjuntura, tem uma visão optimista sobre o Baixo Guadiana. Alerta, no entanto, que “é preciso ter a lição estudada” para aproveitar o que ainda resta do QREN.

Prof. António Covas defende que o Baixo Guadiana precisa de mais projectos ligados à produção para gerar riqueza na região

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | NOVEMBRO 2010 | 21

ENTREVISTA

JBG: O que pode fazer-nos ante-ver uma derrapagem inevitável para 2011...

AC: Pode. Aliás a história diz-nos isso. Basta ler o livro recente de Carlos Moreno, que foi auditor do Tribunal de Contas, que nos diz que o Estado negoceia sempre mal quando se trata de parcerias público-privadas. O Estado não tem as quantias volu-mosas dentro do OE, mas não quer dizer que a situação financeira do país fique mais aliviada, isto porque essas empresas publicas vão também ao mercado de capitais. Lembro-me da Estradas de Portugal, por exemplo, que tem uma dívida monumental. Ou seja, não é só Estado através da dívida soberana que vai ao mercado de capi-tais. Já para não falar dos consórcios privados que também precisam de recorrer à banca. E é o que está a pôr o mercado à beira de um ataque de nervos.

JBG: Quando o Estado fala em extinguir 50 organismos e poupar 100 milhões de euros a regra dos três simples está, realmente, bem aplicada?

AC: Não acredito… Um dos orga-nismos que vai fechar é a Direcção Regional de Economia que se vai integrar na Comissão de Coordenação Regional do Algarve (CCDR), mas como na função pública não pode haver despedimento colectivo; das duas uma: ou as pessoas passam a estar sob a tutela do presidente da CCDR, e a única coisa que acontece é mudar a chapa do edifício e não poupamos nada. A segunda hipótese é dizer que essa reestruturação implica um excendente de pessoal que inte-gra um quadro de mobilidade.E já se pode discutir a questão, mas tenho muitas dúvidas. Muitos dos organis-mos identificados já só existiam no papel. Lembro-me, inclusivamente, que há uns anos atrás houve o PRACE [Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado] e o seu resultado foi muito minguado. Repare como esta lista foi feita, o numero é tão redondo! Foi uma lista feita em cima do joelho só para mos-trar que o Estado está preocupado. Mas, claro, que o mínimo a fazer é dar o benefício da dúvida...

JBG: Hoje em dia deparamo-nos com o surgimento de diversas empresas municipais, fusões de outras. A verdade é que têm ganho protagonismo. Faz sentido em tempo de apertar o cinto as autarquias desobra-rem-se e actuarem em palcos que até agora pertenciam ao privado?

AC: Em relação às empresas municipais (EM) pode-se, em certa medida, estabelecer um paralelismo em relação ao que a administração central fez com as parcerias publico-privadas: desorçamentação. Como as câmaras não tinham meios financei-ros para fazer certos investimentos e como o acesso ao crédito estava limitado, desorçamentaram certas áreas e transferiram para as EM e estas não têm restrições orçamen-tais, nem no acesso ao crédito. Ao nível nacional criaram-se cerca de 200 empresas municipais e 700 empresas públicas. Moda que surgiu na famosa

primeira década do século XXI. Há-de haver empresas municipais que fazem muita falta e outras que não fazem falta nenhuma. Essa triagem tem de ser feita e não me admiraria que devido às dificuldades financeiras se separe o trigo do joio, até porque a banca não está a emprestar dinheiro e a lei do orçamento está a restrin-gir plafonamento. Estamos perante uma crise que afecta as autarquias e as empresas municipais, não sabemos como vão sobreviver do ponto de vista financeiro.

JBG: E quanto perde o Algarve com este orçamento

AC: Dou-lhe um número desta década que mostra as diferenças. Ao nível do PIDDAC [Programa de Inves-timentos e Despesas de Desenvolvi-mento da Administração Central], o ano em que o Algarve mais recebeu foi em 2002 com 333,7 milhões de euros. Para 2011 está previsto apenas 60 milhões de euros... É certo que em 2002 o Algarve era Objectivo 1, ou seja, considerada pela UE uma região subdesenvolvida. Em 2007 com QREN [Quadro de Referência Estra-tégica Nacional] passou para fasing out (desenvolvido), mas de qualquer forma é uma diferença abissal...

JBG: A crise e os cortes eleva-dos de verba comprometem projectos estruturantes?

AC: Sem dúvida. Neste momento ninguém pode garantir que o Hos-pital Central se vai construir, que a requalificação da EN 125 vai entrar em «velocidade de cruzeiro». Mas, apesar disso, o Algarve vai gastar 1,6 milhões para edifício de PJ em Portimão, 1,2 milhões de euros com a alimentação da praia de Lagos e 1 milhão para alimentação de areal da praia de Albufeira. Se pensarmos que os irlandeses, ingleses bem como espanhóis estão a atravessar uma crise económico-financeira fortíssima podemos prever prejudiciais quebras no fluxo turístico na região.

JBG: A precariedade social vai aumentar...

AC: A consequência é o aumento rápido da actividade paralela. Em tempos de crise em economias como esta, de monoactividade e com gran-des flutuações, a economia clandes-tina cresce. E quando assim é não há apoio da segurança social. A precarie-dade aumenta, e as pessoas podem passar períodos, mais ou menos longos, nestas condições e mais tarde vão ter reformas muito baixas, porque não fizeram os descontos devidos.

JBG: Tem dados relativos à eco-nomia paralela na região?

AC: Há 23% em média de econo-mia paralela em Portugal, mas no Algarve, seguramente, que é um valor mais elevado. Há muitas empresas que nestas alturas passam para o lado da informalidade. Muitas apresentam prejuízo, com contabilidades mais criativas. Estas economias têm muitas empresas no limbo, sobretudo o que tem a ver com comércio, restauração, serviços e construção civil que respon-dem de acordo com o comportamento económico.

JBG: O OE 2011 diz que o apoio

social vai cair na ordem dos 6,5%. Vai haver cortes nos sub-sídios de desemprego e 20% no RSI. A classe média e os traba-lhadores que ganham menos é que vão suportar a maior subida de carga fiscal. Como é que as contas feitas dão estes resultados? Não deveriam ser os que mais ganham a descon-tar mais?...

AC: Uma economia forte faz-se com governos competentes e com um consenso alargado entre os dois maio-res partidos de governação para que o país cresça acima dos 2% de forma a criar os empregos necessários. O país cresceu nos últimos 10 anos, mas o desemprego também cresceu. O país há 10 anos que não cresce acima dos 2%; isso só se consegue apostando nas exportações.

JBG: Os três PEC’s de 2010 foram mal desenhados no seu ponto de vista?

AC: O famoso PEC só faz metade porque não é um programa de cres-cimento, uma vez que a verba para o investimento é muito pequena. Estamos à espera que países como Alemanha e até Espanha cresçam para arrastar a economia portu-guesa. Quando o Governo diz que tudo depende das exportações está a contar com uma variável que não conhece.

JBG: Faz sentido esta sobre-carga fiscal?

AC: Faz sentido para um ano, mas depois é preciso que a eco-nomia cresça. No final de 2012 o QREN terá menos recursos ainda. A única hipótese é a União Europeia dotar a economia portuguesa de um estatuto especial, ou seja atribuir maiores comparticipações.

JBG: Acredita nessa possibi-lidade?

AC: Será difícil. Há países que precisam mais do que nós; falo da Roménia e Bulgária, por exemplo, que precisam de fazer esforços que nós iniciámos há 25 anos atrás.

JBG: Para o Governo este pacote orçamental vai fazer crescer a economia em 0,2%, mas há muitas vozes contrá-rias...

AC: Não acredito porque o con-sumo interno vai retrair-se e as exportações estão sobreavaliadas. Tenho confiança que na discussão na Assembleia da República se consiga um pacote de incentivos cirúrgicos às exportações.

JBG: No OE 2011 apresentado há um aumento de 33,5% para o sector da agricultura e pescas, o que se traduz em 1129,4 milhões de euros. É o sector com maior aumento de verba. Poderão o PRODER (Programa de Desenvolvi-mento Rural) e o Baixo Gua-diana ganhar com isso?

AC: É preciso ter cuidado, porque se não formos realistas na dotação dessa verba podemos ter execução baixa e ter de devolver saldo e isso é mau, porque significa que perdemos toda a capacidade de negociação.

Não temos capacidade empresa-rial na agricultura e pescas para executar. Temos vindo a perder capacidade industrial. Nós temos um défice de alimentação muito ele-vado e era necessário apostar a este nível. A nossa classe industrial está envelhecida, mas também está des-capitalizada e logo os investimentos têm dificuldade em ser elegíveis.

JBG: Esse é o retrato que podemos aplicar à conjuntura do Baixo Guadiana, apesar de todo o trabalho já desenvol-vido para o desenvolvimento. Para mudar a realidade seria necessário começar-se por onde?

AC: Tenho uma opinião muito particular. Temos praticamente em todas as capitais de distrito ensino vocacionado para a agricultura, e não se consegue encontrar um nexo de casualidade entre as duas coisas, ou seja, entre a população rejuve-nescida e a envelhecida e descapita-lizada. Tem que se encontrar solução imaginativa para que os nossos agricultores voltem a investir, em particular sob o modo associativo, nomeadamente, para que tenham jovens a trabalhar nesse sistema, desde logo na elaboração da can-didaturas e nos primeiros tempos de actividade.

JBG: Não se vêem iniciativas dessas...

AC: Pois não e não se previu também a constituição de Bancos de Solos para arrendar a esses jovens. Toda a área de Pomar Tradicional de Sequeiro poderia ser melhor aproveitada. Devia ser criada uma agência fundiária que gerisse os terrenos, tanto públicos como pri-vados. Criar condomínios de espaço rural que agregasse os agricultores e fizesse uma gestão da produção, libertando-os dessa carga adminis-trativa. O papel das autarquias a este nível seria muito importante porque podiam promover agricul-tura de grupo. O movimento coo-perativo perdeu importância, mas vamos ter de regressar a ele de modo a que se possam reagrupar agricultores que voltem a confiar numa gestão colectiva.

JBG: Considera que seriam iniciativas que aumentariam toda a dinâmica económica do Baixo Guadiana?

AC: Sem dúvida. No Baixo Gua-diana acrescentaria mais duas ou três coisas. A área de negócios do Sotavento Algarvio pode ter bene-fícios especiais do POCTEP (Pro-grama Operacional de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal). Defendo também que o parque patri-monial do Guadiana devia ser traba-lhado. Já reparou que o Guadiana é uma autêntica SCUT?! (risos). É uma linha de água perfeitamente navegável que não está aproveitada e merecia a maior atenção. Penso também que se devia criar a Euro-Cidade VRSA/Castro Marim e Aya-monte que daria um impulso enorme ao território raiano. Todo o ordena-mento do Guadiana e suas margens está por fazer e é um investimento volumoso, mas que se multiplica. A

região do Baixo Guadiana tem pernas para andar. Este é o momento certo porque de certa forma estamos na linha de partida para o próximo QREN e quem tiver a lição estudada sai na frente.

JBG: É o representante da Uni-versidade do Algarve (UALg) no Gabinete de Acção Local (GAL) da Associação Terras do Baixo Guadiana (ATGB). Do seu ponto de vista o PRODER está a contribuir para o desen-volvimento do território?

AC: Está, mas não tanto como gostaríamos; são necessários mais projectos na área produtiva que criem riqueza. No Algarve come-temos um erro de palmatória, não tirámos partido suficiente do pomar tradicional de sequeiro, na região optou-se pela edificação dispersa, retalhando o território e destruindo explorações agrícolas, fazendo com que perdessem viabilidade. Não é por acaso que a horticultura forçada é que é viável. No Baixo Guadiana ainda há hipótese de se recuperar a actividade.

JBG: Mas para isso é preciso vontade empresarial e incen-tivos. Nomeadamente, os seus alunos mostram vontade em serem empresários no Interior da região?

AC: Apenas há uma minoria que quer, mas o país não tem capacidade para criar trabalhadores por conta de outrém. Os politécnicos têm de ter a capacidade para criar empre-sários de futuro; os professores têm de criar com os alunos as microem-presas. Não podemos esperar que as pessoas com 60/70 anos criem empresas...

JBG: Mas temos assistido a verbas de PIDDAC nulas ou baixas para os concelhos mais deprimidos do Baixo Guadiana. Já para não falar de um QREN que não dá respostas às neces-sidades. Como é que se anima o tecido empresarial?

AC: A minha resposta é muito franca: se houver bons projectos há apoios. Quando o projecto é bom o dinheiro aparece. Há um excesso de municipalização que condiciona muito as próprias estratégias empre-sariais. O município tem tendência, mesmo ao nível do PDM [Plano Direc-tor Municipal], em ser vítima dos seus próprios erros e rotinas. Devia haver mais liberdade e iniciativa. Os muni-cípios do Baixo Guadiana deviam ir ao politécnico e ir às associações empresariais, ao estrangeiro e faze-rem promoção; e recentrar investi-mento municipal. A fase que se tem que seguir é a empresarialização, dos negócios e aí precisa-se até de outra qualificação do pessoal das câmaras. Os quadros precisam de outra orien-tação e de estratégia, e esses quadros muitas vezes não existem.

Quanto ao QREN, se não houver aumento das taxas de comparticipa-ção da UE sairemos tarde da crise da crise que se iniciou em 2008. Receio bem que tenhamos taxas de execução baixíssimas. É preciso estar atento e fazer bem o trabalho de casa, mais do que nunca.

“É impossível fazer políticas estruturais com cinco Governos em 10 anos”

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22 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |NOVEMBRO 2010

DESENVOLVIMENTO

Outra proposta é “governar melhor, mas com menos dinheiro”, propondo o líder regional dos socialistas que se equacione o ordenamento do território, porque contribuem para uma melhor gestão de recursos exis-tentes.”

O novo líder dos social democra-tas algarvios prometeu no acto de tomada de posse, a 18 de Outubro passado, “um novo paradigma de desenvolvimento sem barreiras para investidores”. Para tal prome-teu que vai saber quais os projec-tos que estão parados “na CCDR, ARH, IPTM...”. Perante centenas de militantes que encheram o salão nobre do Clube Farense, na capital de distrito, foi severo nas críticas ao Governo numa altura particularmente tensa, pondo em causa a real vontade do Governo em executar obras tão emblemá-ticas para o desenvolvimento da região. “Tenho duas perguntas para o PS/Algarve: Quando vão ser concretizadas as promessas

feitas, quanto à construção do Hospital Central e a requalifica-ção da EN 125. “Estão estas obras contempladas no Orçamento de Estado para 2011?”.

Prioridade no investimento

O também edil de VRSA, a cum-prir segundo mandato, defende um paradigma de desenvolvi-mento para o Algarve que retire as barreiras aos investidores. Considera que na região tem-se desincentivado o investimento.

No que toca ao Orçamento de Estado para 2011 mostra-se soli-dário para com o líder nacional do PSD, Pedro Passos Coelho.

Gabinete PSD Algarve

Uma das medidas do novo líder é implementar um gabinete autá-quico com os olhos postos já nas eleições municipaiss previstas em

calendário para 2013. Sabe-se que será dirigido por Hélder Martins, ex-presidente da então Região de Turismo do Algarve (antiga RTA) agora Entidade Regional de Turismo do Algarve (ERTA).

Nos planos de Luís Gomes está também a criação de uma Enti-dade Regional de Transportes e a construção do Hospital Cen-tral no Parque das Cidades. Está também contra as portagens na via do Infante.

Desempenho em VRSA não está comprometido

Questionado pelo JBG se o facto de assumir a liderança da estru-tura distrital do partido poderá pôr em causa o desempenho ao nível autárquico o presidente da câmara garantiu que vai manter o mesmo desempenho “pelo desen-volvimento do concelho de Vila Real de Santo António.

Miguel Freitas diz que EN125 e Hospital Central são “inadiáveis”

Luís Gomes quer fazer “levantamento dos projectos parados”

“Estamos num momento particular-mente complicado a nível nacional; o país precisa de um orçamento, de estabilidade política, e tem que ficar claro que o Governo e o PS tudo farão para que haja uma solução para o país. Não pode ficar a mínima dúvida do empenhamento do Governo num acordo parlamentar para termos um Orçamento do Estado. O PS não se pode fechar”, afirmou, e ao mesmo tempo apelou a uma “posição res-ponsável” do PSD.

Freitas defende “a criação de um programa regional de emprego, ade-quado às especificidades do Algarve e o alargamento da luta contra a pobreza”. “Com o mesmo dinheiro - cerca de 16 milhões de euros que a região dispõe para programas de qualificação e emprego -, é preciso criar programas ajustados à reali-dade regional, que é diferente do resto do país e tem uma economia

Freitas “tudo fará” para aprovar OE 2011

2011 ainda sem Orçamento de Estado

assente em três grandes sectores - turismo, comércio e construção e obras públicas”.

Aproveitar potencial humano

Defendendo que a prioridade do PS vai para a economia e o emprego, lembrou que “dos 27 mil licenciados existentes na região, 12 mil estão nos sectores da economia social”, ape-lando ao melhor aproveitamento dos recursos humanos qualificados.

Sugerindo fazer mais com menos, através de uma gestão rigorosa, apelou à reequação do ordenamento do território através de planos direc-tores intermunicipais.

“Considero que o investimento público é inadiável, por exemplo, na obra da EN 125 e no Hospital Central”, relembrou o deputado socialista.

Luís Gomes promete combater “inércia”

Depois de uma vitória com com 90,7% dos votos (742 militantes), à frente de uma lista única, Luís Gomes lidera os destinos do PSD Algarve. Promete “fazer um levantamento dos projectos parados na região.

Há quatro mandatos na liderança do PS Algarve Miguel Freitas espera “posição responsável” do PSD. Na opinião do líder do PS no Algarve, reeleito em Outubro, as medidas de austeridade do Governo têm de ser aplicadas “a todos”, lançando duras críticas às “reformas milionárias”.

Nova liderança algarvia no PSD

Reeleito para quarto mandato

Agora o Orçamento de Estado (OE) para 2011 aguarda pela votação na generalidade da Assembleia da Repú-blica marcada para 3 de Novembro. No fecho da edição de Novembro do JBG PSD e PS romperam relações depois da tentativa para um acordo que se prolongou por quatro dias. A direcção de Pedro Passos Coelho decidiu a 27 de Outubro adiar a deci-são sobre o destino do Orçamento do Estado até à véspera da votação da proposta do Governo na genera-lidade, prevista para 3 de Novembro. Foi Miguel Relvas, secretário-geral do PSD, que reproduziu a resposta da Comissão Política do partido, dando conta da ruptura das nego-ciações com o Governo. O PSD opta por “aguardar até à véspera da vota-ção na generalidade da proposta de Orçamento para 2011, que o Governo demonstre vontade de abandonar a posição de intransigência que agora assumiu e reconsidere a sua dispo-nibilidade para aceitar as propostas realistas e construtivas que o PSD apresentou nas conversações entre ambas as partes”, comunicou.

Os sociais democratas conside-ram que da parte do executivo de Sócrates houve “irredutibilidade” e “falta de abertura”. O PSD defende que fez propostas “equilibradas e

realistas” , nomeadamente para atenuar “o impacto negativo sobre as famílias, os funcionários públicos e as empresas” decorrente do novo pacote de austeridade definido pelo Governo, “nomeadamente no que toca ao IVA e às deduções em IRS das despesas sociais com saúde, edu-cação e habitação” e continuou afir-mando notar “a recusa do Governo em proceder a cortes adicionais da despesa não essencial do Estado, apesar de o PSD ter indicado com clareza as áreas em que, sem prejuízo para a filosofia global da proposta de Orçamento, seria possível levar a cabo esses cortes sem pôr em causa o objectivo fixado de 4.6 para o défice em 2011”.

Governo responde

O ministro das finanças Teixeira dos Santos falou aos portugueses e respondeu ao PSD. “Há um aspecto no qual nós somos verdadeiramente irredutíveis. É que Portugal tem que cumprir os seus compromissos orça-mentais para 2011”, reiterou o gover-nante, afiançando que as propostas do partido laranja comprometeriam a meta traçada para o défice das contas públicas em 2010 - 4,6 por cento do Produto Interno Bruto.

Depois de conhecida a proposta do Governo para o OE 2011 muita polémica se levantou e os dois principais partidos (PS e PSD) não se conseguiram entender.

Page 23: JBG - Novembro 2010

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | NOVEMBRO 2010 | 23

DESENVOLVIMENTO

GAL aprova 300 mil euros em projectos

Risco de pobreza atinge 18% da população portuguesa

apoio apresentados no primeiro con-curso ao abrigo da acção 3.2.1 ( con-servação e valorização do património

se uma quebra de cerca de 10% na distância entre os rendimentos aufe-ridos pelos 20% da população com maiores rendimentos e os 20% da população com menores rendimen-tos. O indicador de privação mate-rial atingiu, em 2009, 21,4%, que compara com 22,2% em 2004. A privação material para a população

O Órgão de Gestão do Grupo de Acção Local Terras do Baixo Guadiana apre-ciou e decidiu sobre 21 pedidos de

O risco de pobreza nas famílias com crianças dependentes era maior do que o das famílias sem crianças dependentes, respectiva-mente, 20,6% e 14,9% em 2008. Os resultados apontam para a redu-ção progressiva da desigualdade na distribuição dos rendimentos fami-liares naquele período, observando-

Comissão Europeia propõe sus-pensão temporária da clonagem animal para produção de alimen-tos

A Comissão Europeia anunciou que pro-porá uma suspensão temporária da clona-gem animal para a produção de alimentos na UE. A Comissão planeia igualmente suspender temporariamente a utilização de animais de exploração clonados e a comercialização de produtos alimentares provenientes de clones. Todas as medidas temporárias serão revistas após cinco anos. Está igualmente previsto introduzir um sis-tema de rastreio das importações de mate-riais reprodutivos para clones, como sémen e embriões de clones. O sistema permitirá aos agricultores e à indústria criar uma base de dados relativa aos animais resultantes destes materiais reprodutivos.

Conselho Europeu da Investiga-

ção anuncia 580 milhões de euros em bolsas para investigadores

O Conselho Europeu da Investigação vai conceder cerca de 580 milhões de euros a 427 jovens investigadores de 39 naciona-lidades no seu concurso para «Bolsas de arranque». Cada bolsa poderá valer até 2 milhões de euros e permitirá levar a cabo ideias pioneiras em qualquer campo da investigação na Europa. A idade média dos investigadores seleccionados é de 36 anos, sendo 26,5 % mulheres.

Investigação no domínio das TIC:

projecto apoiado pela Comissão Europeia vai ajudar a identificar os riscos sistémicos nos mercados financeiros

A Comissão Europeia vai investir num projecto de investigação para desenvolver novos indicadores de risco sistémico para utilização em «sistemas de alerta precoce» que sinalizem aos governos e banqueiros uma potencial crise financeira, logo nas suas primeiras fases, e que lhes permitam actuar precocemente para evitar o alastramento. Investigadores universitários de Itália, Espa-nha, Suíça e Reino Unido e peritos da Yahoo! e do Banco Central Europeu irão investigar de que modo as instituições financeiras se encontram expostas a riscos sistémicos em resultado dos seus sistemas digitais de informação e de transacção altamente com-plexos e interligados. Com base numa nova abordagem de investigação pluridisciplinar, o projecto analisará o complexo sistema de transacções financeiras electrónicas, juntamente com buscas na Internet, para acompanhar a evolução da acumulação de riscos no sistema financeiro e na economia em geral.

«Perto da

Europa»

Centro de Informação Europe Direct do AlgarveComissão de Coordenação e Desenvolvimento

Regional - CCDR Algarve Rua do Lethes nº 32, 8000-387 Faro tel: (+351) 289 895 272 fax: (+351) 289 895 279 [email protected]

www.ccdr-alg.pt/europedirect

rural) e acção 3.2.2. (serviços básicos para a população rural) da medida 3.2 (melhoria da qualidade de vida) do

idosa registou uma queda de 6,6 p.p. no mesmo período.

A publicação destes dados enqua-dra-se nas iniciativas a propósito do Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social, assinalado ao longo do ano corrente de 2010 e do Dia Mundial da Estatística que se assinalou a 20 de Outubro.

Programa de Desenvolvimento Rural ( PRODER), os quais já haviam sido analisados pela Equipa Técnica.

Exposição / I�nerário Cultural "Alcou�m, Terra de Fronteira"

Câmara Municipal de Alcou�m 176.544,00 € 147.120,00 € 0 88.272,00 € 60 70.617,60 € 80 17.654,40 € 20 58.848,00 € 40

Arquitectura em Terra - do barro se molda o homem

Associação de Defesa do

Património de Mértola85.000,00 € 85.000,00 € 0 51.000,00 € 60 40.800,00 € 80 10.200,00 € 20 34.000,00 € 40

Saber O OntemCâmara Municipal de Alcou�m 146.364,00 € 38.700,00 € 0 23.220,00 € 60 18.576,00 € 80 4.644,00 € 20 15.480,00 € 40

Documentar Tavira Barrocal 49.464,60 € 49.365,60 € 0 29.619,36 € 60 23.695,49 € 80 5.923,87 € 20 19.746,24 € 40

Documentar Vila Nova de Cacela 49.464,60 € 40.965,60 € 0 24.579,36 € 60 19.663,49 € 80 4.915,87 € 20 16.386,24 € 40

Documentar Castro Marim

Associação ALGARVE FILM COMISSION

Associação ALGARVE FILM COMISSION

Associação ALGARVE FILM COMISSION

49.464,60 € 31.680,00 € 0 19.008,00 € 60 15.206,40 € 80 3.801,60 € 20 12.672,00 € 40

Documentar Alcou�m

Associação ALGARVE FILM COMISSION

49.464,60 € 31.680,00 € 0 19.008,00 € 60 15.206,40 € 80 3.801,60 € 20 12.672,00 € 40

Visões Salgadas José Paulo Chagas Fialho 15.587,30 € 15.587,30 € 0 9.352,38 € 60 7.481,90 € 80 1.870,48 € 20 6.234,92 € 40

Total Acção 3.2.1 621.353,70 € 440.098,50 € 264.059,10 € 211.247,28 € 52.811,82 € 176.039,40 €

Requalificação Serviço de Apoio Domiciliário - Tavira

Cruz Vermelha Portuguesa Delegação de Tavira

61.036,00 € 60.727,60 € 0 45.545,70 € 75 36.436,56 € 80 9.109,14 € 20 15.181,90 € 25

Renovar para Melhor Cuidar Centro Paroquial de Vaqueiros

113.602,44 € 99.295,53 € 0 74.471,65 € 75 59.577,32 € 80 14.894,33 € 20 24.823,88 € 25

Crescer com Qualidade 36.116,59 € 36.116,59 € 0 27.087,44 € 75 21.669,95 € 80 5.417,49 € 20 9.029,15 € 25

BIBLIOMÓVELAssociação para o Desenvolvimento do Baixo Guadiana

71.610,46 € 71.610,46 € 0 53.707,85 € 75 42.966,28 € 80 10.741,57 € 20 17.902,62 € 25

Remodelação e Aquisição de Equipamento Básico para o Centro Infan�l

Centro de Desenvolvimento

Cultural e Social de Mar�nlongo 51.610,10 € 51.610,10 € 0 38.707,58 € 75 30.966,06 € 7.741,52 € 20 12.902,53 € 25

Requalificação Extensão de Castro Marim -

Unidade de Socorro

Cruz Vermelha Portuguesa Delegação de Tavira 30.555,75 € 30.247,35 € 0 22.685,51 € 75 18.148,41 € 80 4.537,10 € 20 7.561,84 € 25

Escola Ac�va - Estudo de caso de combate à obesidade infan�l

Associação para o Desenvolvimento do Baixo Guadiana

5.856,88 € 5.856,88 € 0 4.392,66 € 75 3.514,13 € 80 878,53 € 20 1.464,22 € 25

Saúde Mais Próxima Câmara Municipal de Alcou�m

90.000,00 € 75.000,00 € 0 56.250,00 € 75 45.000,00 € 80 11.250,00 € 20 18.750,00 € 25

«Jornal do Baixo Guadiana: + Projecção»

Associação para o Desenvolvimento do Baixo Guadiana

23.851,44 € 19.876,20 € 0 14.907,15 € 75 11.925,72 € 80 2.981,43 € 20 4.969,05 € 25

Equipamento Básico para o Funcionamento do Centro de Afonso Vicente

Centro Cultural, Social e

Recrea�vo de Afonso Vicente 23.984,52 € 23.559,22 € 0 17.669,42 € 75 14.135,53 € 80 3.533,88 € 20 5.889,81 € 25

Sociedade Recrea�va Popular Banda Musical Castromarinense

Sociedade Recrea�va Popular Banda Musical Castromarinense 51.110,96 € 51.110,96 € 0 38.333,22 € 75 30.666,58 € 80 7.666,64 € 20 12.777,74 € 25

Total Acção 3.2.2 559.335,14 € 525.010,89 € 393.758,17 € 315.006,53 € 78.751,63 € 131.252,72 €

Santa Casa da Misericórdia de Mértola

O risco de pobreza diminuiu de 20,4% para 17,9%

Resultou a aprovação de mais oito pedidos de apoio de ambas as acções num total de 300 mil euros

Portugal registou uma redução da taxa de risco de pobreza monetária entre 2003 e 2008, que passou de 20,4% para 17,9% da população, destacando-se uma diminuição de 8,9 pontos percentuais no risco de pobreza para a população idosa.

Depois de conhecida a proposta do Governo para o OE 2011 muita polémica se levantou e os dois principais partidos (PS e PSD) não se conseguiram entender.

Page 24: JBG - Novembro 2010

24 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |NOVEMBRO 2010

CULTURA

Domingos Lopes diz que Carlos Brito escreveu “obra corajosa”

Associação «1/4 Escuro» premeia a melhor fotografia

Domingos Lopes, advogado e escri-tor, antigo membro do Comité Cen-tral do PCP, que foi assessor jurídico de Álvaro Cunhal quando este desempenhou o cargo de Ministro em quatro Governos Provisório, fez a apresentação, a 15 de Outubro,

em Vila Real de Santo António da mais recente obra de Carlos Brito «Álvaro Cunhal: sete fôlegos do combatente».

Este ex-dirigente comunista classificou de “corajoso” o livro que vai já na terceira edição. A

apresentação contou com a sua visão sobre a obra e o homem que foi Álvaro Cunhal e contou com a partilha de opiniões dos pre-sentes no auditório da Biblioteca Municipal de Vila Real de Santo António.

Francisco Brás dá continuidade ao Teatro em Alcoutim

Entre 11 e 16 de Outubro o actor/encenador alcoutenejo Francisco Brás ministrou em Alcoutim um curso de Expressão dramática / teatro. Alguns formandos fazem parte do grupo fundador do recen-temente criado Teatro Experimental de Alcoutim (TEA). Agora preparam mais uma produção para apresentar ao público alcoutenejo. “Penso que um atelier de expressão dramática

A 9 de Outubro a Associação «1/4 Escuro» decidiu os prémios do con-curso «Portugal, Gentes e Lugares» de 2010. No total foram entregues 137 fotografias por 47 concorren-tes. O júri foi composto por Hélder Oliveira e os fotógrafos André Boto e José Luís Silva, que após seleccio-

nar os 40 melhores trabalhos atri-buiu a melhor classificação à foto de Guilherme Limas com «Serra da Arada».

As 40 fotografias seleccionadas vão ser expostas no centro Cultu-ral António Aleixo, em Vila Real de Santo António.

Encenador aceitou desafio de autarquia e ensina arte dramática

Ex-dirigente comunista trespassou a história do PCP

«Serra da Arada» de Guilherme Limas

Convicto que “um atelier de teatro deve ter sempre a apresentação de um trabalho” Francisco Brás está a dar continuidade ao jovem «Teatro Experimental de Alcoutim». A poesia trabalha-se no palco de Molière.

2008 com o professor Paulo Rodri-gues, que entretanto foi leccionar para o estrangeiro. Reconhece que a formação inicial que teve deu-lhe as bases importantes para querer con-tinuar com mais confiança. Realça que o teatro que já levou pela serra de Alcoutim tem “sido determi-nante” e que a população “já sente a falta”. Vai dizendo que “a juventude é um bocado alheia a estas coisas”, mas acredita que a continuidade irá combater bloqueios a este nível e atenuar o desenvolvimento de uma população maioritariamente enve-lhecida. Este actor amador garante mesmo que “há já maior interesse pelo teatro da parte da população em geral” em Alcoutim.

Jovem integra-se

Marlene Cipriano tem 19 anos e iniciou-se agora no teatro. Sente-se já integrada e garante que esta arte “faz já parte de um sonho”. Não des-corando os estudos garante que é pos-sível “conciliar as duas coisas”. Com a experiência que está a ter mostra-se muito mais entusiasmada com a arte da representação e da poesia. Admite que “os jovens alcoutenejos ainda não ligam muito ao teatro”, mas tal como ela mudou de visão acredita que muitos dos seus amigos também vão mudar.

tem sempre que ter como objectivo uma apresentação. Temos que dar essa oportunidade para se aprende-rem coisas. O teatro é uma arte para o público”, diz-nos Francisco Brás.

Entre Lisboa e Alcoutim

Francisco Brás que trabalha em Lisboa em televisão, teatro e cinema aceitou o desafio de Francisco

Amaral, presidente da câmara muni-cipal local para trazer mais ensina-mentos da arte de representar aos alcoutenejos. “O desafio foi aceite com muita vontade” até porque este actor tem uma relação umbilical com a terra que o viu nascer. Con-sidera que “há muito caminho para andar”, mas acredita que “há voca-ção das gentes alcoutenejas para o teatro”. O importante “é descen-tralizar competências e trazer para a região uma realidade cultural um pouco diferente”. Defende que “a iniciativa vem sempre em boa altura e oferece um produto com um pouco mais de qualidade, retirando Alcou-tim do marasmo cultural e abrindo horizontes”.

O profissional reconhece que a iniciativa colmata a falta de incen-tivos a este nível e promete “dedicar-se”.

Armando Martins satisfeito pela continuidade do grupo

Armando Martins faz parte do grupo de seis elementos fundadores do TEA que nasceu em Alcoutim em

Prepara-se já nova produção

Page 25: JBG - Novembro 2010

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | NOVEMBRO 2010 | 25

CULTURA

Nova produção

Sem querer levantar muito “a pon-tinha do véu” Pedro Santos antecipa que está a ser preparada mais uma produção. Chama-se «Cabaret» e vai levar para o palco teatro, dança, música e circo.

liares e alunos da Universidade dos Tempos Livres (UTL) de VRSA, onde lecciona a matéria de construção naval.

A simpatia, alegria e graça fize-ram parte da conversa que teve para com a plateia; mesmo quando os episódios que contava lembraram sacrifícios e dias mais tristes “que já lá vão”.

Mais uma vez a Festa «Entrecul-turas», organizada pelo Centro

Local de Apoio à Integração dos Imigrantes, da Cruz Ver-

melha Portuguesa de Vila Real de Santo António, levou até

à Praça Marquês de Pombal a terceira edição de uma festa

dedicada aos imigrantes.Juntaram-se muitos países

diferentes; desde a Moldávia, Ucrânia, Brasil, Cabo Verde,

Rússia, Angola e Bulgária para festejar a integração. “Hoje é

dia de festa, mas temos de cele-brar todos os dias a integração destes imigrantes”. Rita Prieto, coordenadora do CLAII garante que a entidade tem conseguido

encaminhar os imigrantes e afirma que “os imigrantes não páram de chegar, embora haja

quem esteja a regressar à terra, nomeadamente cidadãos brasi-leiros visto que a economia do

seu país está a exponenciar-se”.

No espaço da «Fech’Ó Pano» reu-niram-se muitos amigos do teatro. Festejou-se o 11.º aniversário e apresentaram-se seis novos «refor-ços». As aulas de circo consegui-ram acolher novos talentos; cinco rapazes e uma rapariga. “Vamos encontrando sempre mais talentos jovens”. Para Pedro Santos, director da companhia aniversariante, a for-mação “é essencial”, garantindo que desde que está em VRSA que tem vindo a formar o público. Sendo o vilarealense “amante do teatro” a tarefa não tem sido difícil.

O director, que é também actor e encenador, mostrou-se muito crítico “à cultura que não é arte”. Lamenta que haja “muitos sorvedores” na área e “poucos profissionais”. No entanto, promete batalhar conti- nuamente, elogiando a política local. Mostrou-se também satisfeito por ter vindo a juntar no espaço da companhia outras associações “que trabalham para um bem comum”, garantindo que “tudo faz mais sen-tido trabalhando em conjunto”.

«Mestre Germano» como é conhe-cido por todos os vilarealenses foi homenageado em Vila Real de Santo António. A iniciativa foi do Rotary Club de Vila Real de Santo António que homenageou “um grande cons-trutor naval e desportista”.

E foi mesmo sobre a sua vida que Mestre Germano falou na tarde de homenagem perante amigos, fami-

corpo e alma não consegue ainda hoje passar um minuto sem cantar. “A música é a minha vida”, diz.

Homenagem

O espectáculo «Rita - o musical» pretendeu contar “a história real que é bonita”, diz-nos João Lopes. “É uma homenagem merecida”.

Em palco perto de 50 elementos, entre actores, bailarinos e cantores. O brilho das luzes e do guarda-roupa mostrou um espectáculo mais arrojado e completo. Os pormenores estiveram lá, desde a infância até à apoteose onde a sempre a fulgo-rosa e, sobretudo, alma de artista se apresentou. Rita Tenório foi acla-mada com aplausos prolongados. “Em vida tem um gosto especial a homenagem”, ouvia-se dizer à saída do Centro Cultural.

Fech’Ó Pano festejou 11 anos de vida

Mestre Germano falou do seu percurso de vida

Actriz no palco, onde sempre gostou de estar, junto de amigos

Fech’Ó Pano aposta na formação

«Mestre Germano» foi homenageado

“Que belos 84 anos” Rita TenórioRita Tenório, cantora profissional vilarealense, foi homenageada em Outubro pelo «II Acto Produções Teatrais». “Que belos 84 anos” foi a expressão que mais transpareceu nos rostos, sorrisos e lágrimas no Centro Cultural António Aleixo.

Duas sessões de «Rita – o musical» no Centro Cultural António Aleixo, em Vila Real de Santo António, pela mão de «II Acto Produções Teatrais», fizeram Rita Tenório, amigos, familiares e admiradores reviver toda a sua vida. Oito déca-das de uma senhora que apaixonou muitos directores de teatro, e não só, que a quiseram para cabeça de cartaz. Mas a infortunada Rita nem sempre conseguiu corresponder às expectativas porque conviveu com uma doença que lhe tirava inespe-radamente a voz. Só aos 47 anos é que, na Alemanha onde vivia, identificaram no pulmão de Rita um parasita. Depois de uma ope-ração difícil saiu rejuvenescida. Mas já não era a mesma menina e moça e as obrigações familiares não permitiram que a carreira no mundo do espectáculo que sempre a apaixonou se concretizasse em pleno. “Talvez por isso tenha ficado para muitos no esquecimento”, diz João Lopes encenador/actor deste musical.

Mas também foi possível perce-ber através deste espectáculo que

«Entreculturas» colorida e animada

Amigos», em hóteis e sempre que solicitavam a sua voz.

Uma mulher de paixão pelo palco detentora de uma voz cheia de

os admiradores foram crescendo sempre e que na sua terra-natal conseguiu construir uma car-reira. Cantou no grupo «Cantar de

Page 26: JBG - Novembro 2010

26 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |NOVEMBRO 2010

CULTURA & TRADIÇÃO

POR CÁ ACONTECE A G E N D A C U LT U R A L

Exposição «Alcoutim, Terra de FronteiraExposição exterior no centro de Alcoutim Org: RMA e CM Alcoutim

Festa de S. Martinho em Giões11 NovembroOrg. Associação Grito d’Alegria

Festa de S. Martinho em Giões11 NovembroOrg. Associação Grito d’Alegria

II Mostra de Doçaria Algarvia de VRSA5 e 6 Novembro, 10h às 22h7 Novembro, 10h às 18hCentro Cultural António Aleixo

Teatro «Tabacaria»9 Novembro, 10h às 14h30Biblioteca Municipal

Tertúlia no Baixo Guadiana – «Que crise vivemos hoje?!»19 Novembro, 17h30Biblioteca Municipal Org. Jornal do Baixo Guadiana

Workshop «Emociones a Compás»22 a 26 Novembro, 19h às 22hCentro Cultural António AleixoOrg.: Associação Cultural de Dança Espanhola de VRSA

Exposição «VRSA e o Urbanismo Iluminista»Exposição exterior: centro pombalinoOrg: RMA e CM VRSA

Clube de Leitura «Livros Mexidos»5 Novembro, 21h30Restaurante / Bar Casa Azul em Cacela Velha

Serões de Acordeão, 20h06 Novembro – Rio Seco

Excursão: Monchique – Parque da Mina07 Novembro – Azinhal e Castro Marim14 Novembro – Odeleite e AlturaInscrições no GAMOrg: Câmara Municipal

Alcoutim

E V E N T O S

Convívio S. Martinho7 NovembroAlta MoraOrg. ARCDAA

Exposição «Castro Marim Baluarte Defensivo do Algarve»Exposição exterior. Org: RMA e CM Castro Marim

Atelier – Oficina «Viver a biodiversidade» 25 Novembro, 10h e 14h30Público-alvo: Pré-escolar e 1.º cicloBiblioteca Municipal

Castro Marim

VRSA

Exposição «Bonecas da Flor d’Agulha»Novembro e DezembroCentro de Artes e Ofícios em Alcoutim

Exposição Itinerante «Viva a República…em Digressão»2 a 4 NovembroViatura móvel - Casa da Música

Exposição de Fotografia de Márcia Hou4 de Novembro a 10 de DezembroCasa dos Condes

Magusto Transfronteiriço5 Novembro, 17h30Organização da ATAS

Exposição de trabalhos do Concurso PresépiosDe 6 de Novembro a 6 de JaneiroCasa dos Condes

O historiador vilarealense Hugo Cavaco apresentou mais

uma obra. O lançamento e apresentação aconteceram a 22 de

Outubro na Biblioteca Municipal Vicente Campinas, em Vila

Real de Santo António na presença do vereador da cultura,

José Carlos Barros.

«Contributos para a Construção da História Local» insere-

se na Colecção «Patrimónios», editada pelo município e foca

aspectos de Vila Real de Santo António, como o feriado munici-

pal, os relógios públicos e as feiras e mercados do concelho.

Na sessão de apresentação o autor trespassou as várias

informações que apresenta para delícia dos presentes.

Contou com o contributo, no final, da assistência que par-

tilhou episódios da história do concelho pombalino.

Hugo Cavaco apelou à população para que coloque “cá

para fora o património que detém sobre a história local”, tal

como fotografias. “Vamos fazer todos um sacrificiozinho pela

história de Vila Real de Santo António”, apelou.

«Contributos para a Construção da História Local», de Hugo Cavaco

Reviver a tradição do magusto11 de Novembro é dia De S. Marti-nho. Diz a lenda que num dia frio e chuvoso um cavaleiro romano cha-mado Martinho, encontrou um men-digo com fome e frio; o cavaleiro cortou a sua grossa capa ao meio e deu-a ao mendigo. Em pouco tempo a chuva parou e o sol voltou. A lenda durou e a comemoração também, sendo que a 11 assam-se as casta-nhas e prova-se o vinho novo.

Em Alta Mora, localidade serrana de Castro Marim, a tradição não passa ao lado e há sete anos que a Associação Recreativa, Cultural e Desportiva dos Amigos de Alta Mora (ARCDAA) comemora a efeméride. Este ano não é a 11, mas é antes, no Domingo dia 7 que se abrem alas à tradição do magusto.

São 120 kg de castanhas e 50 litros de vinho e jeropiga que não faltam no convívio. “Para além de reavivar a tradição o objectivo é pro-mover a realização de actividades

recreativas, recuperar tradições e divulgar o interior serrano”, garante a organização.

Pela manhã o tradicional passeio pedestre pelos trilhos da Cumeada de Alta Mora. No início da tarde começa o Magusto onde não faltam castanhas assadas, o vinho novo, a jeropiga e muitos petiscos com a mostra de produtos locais tradicio-nais (pão, doces tradicionais, mel, frutos secos) e baile para finalizar. As inscrições finalizam a 5 de Novem-bro pelo valor de € 7 com direito a seguro, carro de apoio, e almoço de confraternização. Consulte www.arcdaa.com ou 965284657.

Também em Alcoutim realiza-se a 5 de Novembro, pelas 17h30, no quiosque à beira-rio o «Magusto Transfronteiriço» , uma organiza-ção da Associação Transfronteiriço ATAS. O intuito é também recuperar a tradição e a confraternização entre ambas as margens do Guadiana. Castanhas assadas e a jeropiga não faltam nos magustos do Baixo Guadiana

Concurso de Presépios2 Novembro a 3 DezembroOrg. C.M. Alcoutim

Tertúlia «Palavra Sexta à Noite”, tema: «São Martinho»12 Novembro Casa dos Condes

Apresentação do livro “Multinacionais: histórias de um vendedor” 6 Novembro, 17hBiblioteca Municipal

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | NOVEMBRO 2010 | 27

Equipa está “orgulhosa” pela distinção

O céu encontra-se ofuscado pela poluição luminosa

Edifício poderá vir a ser transformado num hotel de charme

PATRIMÓNIO & AMBIENTE

ALGAR «Qualidade de Serviço em Águas e Resíduos 2010»

Poluição luminosa

Hotel Guadiana «Imóvel de Interesse Municipal»

A ALGAR recebeu o prémio «Qua-lidade de Serviço em Águas e Resíduos 2010». A distinção foi atribuída pela Entidade Regu-ladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) e pelo Jornal Água e Ambiente, contempla o citado prémio alusivo ao tema «Qualidade de Serviço de Gestão de Resíduos Urbanos Prestados aos Utilizadores».

O prémio atribuído vem reco-nhecer e galardoar o desempenho global da ALGAR na gestão do sis-tema multimunicipal de triagem, recolha selectiva, valorização e tratamento de RSU do Algarve.

Por unanimidade o júri homena-geou ainda o empenho da ALGAR

O mapa que publicamos, com a terra vista através dos satélites da NASA, agência espacial dos Esta-dos Unidos da América, mostra-nos de que forma estão iluminadas as regiões do Mundo, com larga vanta-gem para a costa Leste dos Estados Unidos e a Europa.

Esta iluminação feérica das ruas das nossas cidades é a responsável pelo facto de todos os que sob ela vivemos tenhamos deixado de apre-ciar, à noite, a beleza do firmamento e das estrelas e suas constelações, a mancha de luz da Via Láctea, esta própria galáxia em que vivemos.

Muita da nossa juventude, que

no âmbito da valorização orgânica de resíduos verdes, a recuperação do biogás, a caracterização dos resíduos, a qualidade dos lixivia-dos após tratamento, e também a construção em curso, de uma unidade de valorização orgânica de resíduos urbanos. Foi ainda salientada a Certificação em Qualidade e Ambiente, de que a empresa é detentora.

A atribuição deste prémio, tem como objectivo contribuir para a melhoria da qualidade dos servi-ços de abastecimento público de água, saneamento de águas resi-duais urbanas e gestão de resí-duos sólidos urbanos, divulgando casos portugueses de excelência,

ainda não visitou os campos onde não existe iluminação eléctrica, não conhece o nosso céu nocturno. Ainda que, ofuscados pelos cande-eiros ou projectores de iluminação pública, uma vez por outra, obser-vará alguma estrela ou planeta mais brilhante, como tem sido ultima-mente o caso de Vénus e Júpiter.

Porém, dificilmente identificará a estrela polar ou conseguirá ver o desenho das Ursas, maior e menor, ou das constelações do Zodíaco.

O céu está mais pobre? Claro que não, encontra-se apenas ofus-cado. Quando se fala das estrelas cadentes, será mais fácil avistar o pisca-pisca de um avião que cruza o céu nocturno com o seu potente projector.

Os astrónomos não gostam da poluição luminosa, como é natu-ral. Por isso, os seus observatórios

como o da ALGAR. O Júri para atribuição deste

prémio foi constituído pelo ERSAR, Jornal Água & Ambiente, a Associação Portuguesa de Dis-tribuição e Drenagem de Águas (APDA), a Associação Portu-guesa de Engenharia Sanitária e Ambiental (APESB), a Associação Portuguesa de Recursos Hídricos (APRH) e do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).

são construídos no alto das cordi-lheiras, Chile, Tenerife, Porto Rico, Austrália, em locais ermos, onde não chegam as luzes das cidades. Alguns telescópios, como o Hubble, um satélite artificial, estão a abrir os horizontes da Humanidade, fazendo observações a partir do espaço.

Mas os astrónomos amadores, que muito têm contribuído para a descoberta de asteróides e cometas, este realizam as suas observações em casa, num quintal ou em des-campados onde se deslocam para o efeito, sendo-lhes mais difícil afastarem-se das luzes das cidade e dos problemas que a poluição luminosa lhes cria.

Até as praias estão a ser invadidas por holofotes.

Aquelas histórias de amor, sob as estrelas, são cada vez mais uma mira-gem que só se observa nos filmes.

Pode estar desobstruída a futura rea-bertura do Hotel Guadiana, edíficio emblemático da Avenida da Repú-blica, em Vila Real de Santo António. O Instituto de Gestão do Património Arquitectónico (IGESPAR) não se opôs à autarquia de Vila Real de Santo António que solicitou a clas-sificação deste imóvel de «Interesse Municipal». Ora, esta classificação permite uma expropriação do edi-fício que a autarquia pretende levar a cabo para a reabertura.

Tal como Luís Gomes, presidente da câmara municipal, teve opor-tunidade de explicar a autarquia tinha o pedido em sede de análise no IGESPAR há 10 meses e agora o “objectivo é recuperar o edifício,

que se está a degradar de dia para dia e reabri-lo”. O edil reforça que “não podemos é ter um património como este, que é uma referência e um elemento arquitectónico impor-tante para a cidade a degradar-se”, salientando que é preciso jogar mão e pôr termo ao processo de degra-dação constante do imóvel”.

O futuro deste emblemático hotel pode passar por um hotel de charme.

Passado de burla

Recorde-se que este hotel foi alvo de burla pelo advogado Luís Sommer Martha que conseguiu da parte dos herdeiros procurações e

acabou por vender este hotel por 1,1 milhões de euros, verba muito acima do seu real valor e da qual se terá apropriado. Foi acusado formal-mente em Março deste ano no tri-bunal de VRSA, por este e mais três crimes de burla agravada, abuso de confiança, falsificação de documen-tos e branqueamento de capitais.

Inaugurado em 1926

Agora, depois de um passado recente muito conturbado, o edifício parece ganhar novo rumo. Recorde-se que o Hotel Guadiana é uma obra do arquitecto Ernesto Korrodi, do estilo Arte Nova. Foi inaugurado em 1926.

Lugar à expropriação para reabertura

Castanhas assadas e a jeropiga não faltam nos magustos do Baixo Guadiana

José Cruz

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28 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |NOVEMBRO 2010

COLABORADORES

O barco da saudade

Castro MarimUma terra, um povo, uma lenda ou uma

história...O Livro da vida

Um dia bem passado

Lágrima de Amor

Idoso (feliz)

Chamava-se RomanitaA canoa mais bonitaQue navega no rioNinguém queria acreditarQue um dia vinha acabarUm barco com tanto brio

O Guadiana parouQuando na praia-mar encalhouVendo a sua destruiçãoO povo estava a lamentarO seu mestre triste a olharEra o tio Sebastião

O veleiro ali ficouFoi assim que terminouEssa jóia tão queridaDevemos mais meditarAo mesmo tempo pensarQue é assim a própria vida

Na hora da despedidaTanta gente comovidaMuitos a fazer-lhe adeusNão pude mais suportarEu vi olhos a chorarSenti o mesmo nos meus

Henrique Roberto

Permita-me de volta Uma questão tão faladaUma senhora me visitou

Onde agradou e foi encantada

Eu por mim fiquei contentePela forma que ela vinhaDeveras disse que voltava

Procurando dizer quando podia

Em lugar sentado conversarTal criatura agradou a chegada

De boa vontade ela voltariaMas não querendo dar maçada

Sentiu-se a cabeça num vulcãoDerivado os meus pensamentos

E agora adeus até outro diaNão falaremos nos acontecimentos

António Severo Martins

Cada dia do ano é uma lição Que nós temos de aprender Com ou sem explicação Somos forçados a saber.

Quem estuda no livro da vida Não precisa de professorOs anos e a lição bem sabida Fazem dele um bom doutor

Estudei no livro da vida E nestes anos, muito aprendi Quase cheguei ao doutorado

Os anos pregaram-me a partida E tudo o que nele aprendi... esqueci Nada me lembro do passado

Relógio

Cá vamos ao nosso passeioNeste navio transparente

Com as comidas e bebidasQue consola toda a gente

Pois é um grande convívioE uma viagem divertida

Juntamos àquele passeioOnde não falta a comida

É um dia bem passadoJuntamente com os amigos

E cá vai o bailaricoPara os que são mais divertidos

Eu faço estas poesiasDo fundo do coração

Fazemos uma linda equipaQue é uma perfeição

Fazemos este passeioCom o distinto Alcoutim

Pois desde que temos tão boa genteTodos os anos tem sido assim

São coisas bem terminadasPara juntar a populaçãoPois são pessoas de bemE que têem bom coração

Pois o nosso presidenteConsta-se um homem perfeito

Tem mexido muita coisaE faz o que ninguém tem feito

Frequentamos este passeioQue é um acto de alegriaPois tenho o maior prazer

Pela vossa companhia

Maria Leonor

Pedi uma lágrima sofridaNem empréstimo gratuito

Como esta oferta solto o gritoPorque é um farrapo de vida

Exprimia sofrimentoNum doer desmedido

Não era apenas lamentoEra um sofrer sentido

Essa lágrima que insisteIdentificada no sentir

E na aflição com muita dor

Deixa lá não fiques tristeDiz a lágrima que vem fugindo

Ser uma lágrima de amor

Manuel Gomes

Eu já sou um feliz idosoAté vou aos bailaricos dançar

Danço sempre, até me sinto orgulhosoDanço até nunca mais parar

Eu vou a todas as festasA todos os bailaricos de Verão

Não há festas como estasDançam todos com consolação

Já não tenho nada a passarPorque eu sou homem de sorte

Penso em ir para os bailaricos dançarHaver se um dia me sinto mais forte

Ainda bem que já sou um idosoJá cheguei à terceira idade

Tenho esta idade, todo vaidosoPor isso a vivo com humildade

Sou sempre aquele idoso brincalhãoNão quero recordar os tempos passadosOs tempos que me restam queiram o não

Por isso nunca são tempos recordados

O idoso vai-se despedirFaço com muita alegria

Desta passagem quero subirPorque ele é uma simpatia

A Mestre

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | NOVEMBRO 2010 | 29

PASSATEMPOS & LAZER

1) Automóvel2) Carroça3) Cavalo4) Burro

5 Mula6) Bicicleta7) Barco8) Comboio9) Avião10) Autocarro11) Telefone12) Fumo

13) Bandeiras14) Telégrafo15) Internet16) Telemóvel17) Carta18) Telegrama19) Fax20) (Correio) Electrónico

Quadratim - n.º77

Auto

r: Jo

ão R

aim

undo

Jogo da Paciência n.º 83

“Transportes e Comunicações”Portugal produz qualidade; desde carnes, frutas, legumes, leite, quei-jos, enchidos, doçaria, artesanato e outros produtos alimentares. É utilizada tecnologia moderna, por vezes pioneira, mas para que a economia portuguesa floresça, e aumente o bem-estar dos portugueses e de outros cidadãos que cá vivem e trabalham, é obrigatório COM-PRAR produtos e artigos genuinamente portugueses. O lucro (mais-valia) é sempre reinvestido em Portugal para bem de outros circuitos comerciais e industriais nacionais. O lucro dos produtos estrangeiros raramente desenvolvem a nossa economia, pelo contrário, produzem menos valia, além de que podem ser (quase sempre) de inferior qualidade em comparação com os produtos e artigos lusos.Desenvolva Portugal e garanta possíveis empregos para as gerações futuras comprando PORTUGUÊS, sempre! Pelo caminho correcto do Quadratim vá ao encon-tro de um dos símbolos identificativos do PRODUTO PORTUGUÊS.

Este mês trago-vos as ervilhas, que vêm da ervilheira (Pisum Sativum),

considerada uma «planta legume». Oriundas da Àsia Central, assim como da Europa, existem mais de duzentas variedades, e sendo também uma planta trepadeira podem plantar-se em vasos com o apoio de varas ou canas.

Prefira um local fresco, com muita luz, mantendo a terra húmida (nunca demasiado molhada) pondo o vaso num reci-piente raso com água, borrifando as sementes e seguintes reben-tos diariamente. Elas darão vagem até ao início do Inverno.

Sugiro uma sopa fria de ervilhas e iogurte

2 cebolas picadas3 colheres sopa azeite600g de ervilhas frescas (ou congeladas)½ litro de água5 colheres sopa de hortelã picada2 iogurtes naturais. Sal e pimenta q.b.

Numa panela pequena, aqueça o azeite em lume brando e deite as cebolas, refogando uns minutos. Adicione as ervilhas, mexa e deixe cozinhar um pouco. Junte a água e deixe levantar fervura. Tape e cozinhe por 20 minutos. Retire do lume e deixe arrefecer.

Bata tudo com a varinha, adicione a hortelã e o iogurte e volte a bater até ficar cremoso e suave. Acrescentar um pouco de água se necessário. Sirva bem fria e decore com uma folha de hortelã.

Para mais informações acerca das ervilhas, consulte o site www.portaldoardim.com. Pode comprar sementes no site www.loja.jardimcentro.pt Garden Center perto de si.

Este mês vou partilhar algumas das tendências para o Inverno que se aproxima, inspirado nas referências do SPFW (Brasil ). Seleccione as suas notas pessoais, de forma a personalizar as próximas compras. Não esqueça que ainda existem saldos que nos permitem adquirir peças a baixos preços que

nos apelam à irreverência! Neste inverno... Atreva-se! Tendências: Malhas / As malhas estão na moda. As malhas

da temporada Inverno 2010, são enormes: na largura do fio, nos pontos e nos tamanhos, e inclusivé nos detalhes das peças. As novas tendências apresentam gorros que podem acompa-nhar o formato do corpo e até ser drapeados. Sobreposições: Neste inverno vão usar-se inúmeras sobreposições, princi-palmente nas saias. Vamos ver vestidos, saias, calças, blusas, vestidos, numa sobreposição de diferentes cores e formatos! Use a criatividade, personalize o seu estilo, porque sobrepondo, pode fugir da moda, criando a sua própria moda!

Brilhos: O brilho estará em destaque no Inverno 2010 de acordo com os desfiles, tanto do SPFW, como do Fashion Rio. Tanto na maquilhagem como nas peças de roupa.Texturas variadas e estampas divertidas: podemos verificar que as tex-turas e os tecidos estampados estão bem em alta. Recorre-se à mistura de elementos e texturas diferentes, onde a mistura entre texturas, estampados, e mesmo entre as duas, é uma constante.

Franjas: As franjas são também uma grande tendência, podem ser de tecido, de couro, aplicações de vidrilhos e até de correntes. Aposte em peças como os coletes de franjas de correntes.

Ombros marcados: Os ombros estão marcadamente pre-sentes na temporada de moda Inverno 2010. A tendência são os ombros volumosos e opulentos. Se optar por seguir a tendência, aposte nos modelos com golas românticas com um toque de feminilidade. Reinaldo Lourenço fez óptimas peças em couro verde-militar com essa referência. E como sempre, não se esqueça de cuidar da sua saúde e bem-estar, beba muita água....Boas compras e siga as tendências!

É bem sabido que, no nosso país, o consumo de sal é excessivo, quando por dia não deveríamos ultrapas-

sar os 5g. As consequências deste exagero são várias. Dê-se como exemplo o aumento do risco de se con-traírem doenças como a úlcera gástrica e do duodeno, a hipertensão, as doenças cardiovasculares, a celulite e a retenção de líquidos.

O sal está escondido em certos alimentos – nalguns mais que outros – e, nesse sentido, deve ter-se especial atenção a alguns em particular. As sopas instantâneas, os enchidos e os enlatados, os caldos de carne e os alimentos pré-preparados são bons exemplos, já que contribuem em muito para o aparecimento de todas as doenças cardiovasculares, sobretudo para a hiperten-são.

Se tem por hábito o uso de sal em todas as refeições, tente diariamente ir diminuindo o seu consumo. Poderá substituir parte do mesmo por ervas aromáticas (louro, salsa, manjericão, orégãos, coentros, cravinho, cebolinho, hortelã, alho, …) ou por especiarias (caril, pimenta, açafrão, noz moscada, colorau, cravo da índia, canela…). A utilização de marinadas, com vinho branco ou cerveja, são também uma óptima opção para se con-seguir dar um sabor agradável aos alimentos.

Lembre-se que o nosso organismo necessita apenas de 1 colher de chá de sal por dia, tudo o que vier a mais é de evitar, pela sua saúde!

O Sal na Alimentação

para ele e ela

glamour

bom apetite´ ´

u m a s l i n h a s p a r a a a l m a . . .

Soluções Jogo da Paciência - n.º82

Ana Brásdietista

Óscar Reisprodutor de moda

Claudio Natariochef

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CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃONos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia vinte e um de Outubro de dois mil e dez foi lavrada neste Cartório, de folhas cento e quarenta e sete a folhas cento e cinquenta verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Treze - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram: Manuel Francisco Mestre e mulher, Almerinda Inácia Martins, casados sob o regime da comunhão geral de bens, ambos naturais da freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, residentes na Avenida Dr. Eduardo Mansinho, número 6, 1º direito, em Tavira, portadores dos bilhetes de identidade números 5136458 e 2320046, emitidos vitaliciamente a 21 de Janeiro de 2003 e a 24 de Outubro de 2006, pelos Serviços de identificação Civil de Lisboa e Faro, respectivamente, contribuintes fiscais números 118 428 128 e 118 428 110. Que os outorgantes declararam serem donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios, todos localizados na freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim, não descritos na Conservatória do Registo Predial daquele concelho: a) Prédio rústico sito na Umbria João Fernandes, composto por cultura arvense, com a área de oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte, a Sul e Poente com José António Guerreiro e a Nascente com António João Silva, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 242, da secção 117, com o valor patrimonial tributável de um euro e seis cên-timos; b) Prédio rústico sito em Guinhos, composto por cultura arvense e mato, com a área de quatro mil cento e cinquenta metros quadrados, a confrontar a Norte com João Teixeira Gonçalves, a Sul com Francisco Pereira, a Nascente e Poente com Manuel Francisco Mestre, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 134, da secção 099, com o valor patrimonial tributável de quarenta e oito euros e vinte cêntimos; c) Prédio rústico sito em Lagoinha, composto por cultura arvense e mato, com a área de mil quatrocentos e noventa metros quadrados, a confrontar a Norte com Manuel Martins, a Sul com José Francisco Teixeira, a Nascente com António Guerreiro e a Poente com José Manuel da Conceição, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 321, da secção 099, com o valor patrimonial tributável de dezoito euros e dois cêntimos; d) Prédio rústico sito na Eirinha de Baixo, composto por cultura arvense, com a área de mil duzentos e quarenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Custódio Lourenço, a Sul com Ramires António, a Nascente com caminho e a Poente com Eduardo Francisco Costa, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 8, da secção 110, com o valor patrimonial tributável de dezassete euros e oitenta e quatro cêntimos; e) Prédio rústico sito na Várzea Longa, composto por mato, cultura arvense e figueiras, com a área de mil quatrocentos e oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Manuel Rodrigues Gonçalves, a Sul com José Alexandre Guerreiro, a Nascente com António Guerreiro e a Poente com Manuel Guerreiro, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 65, da secção 110, com o valor patrimonial tributável de vinte e oito euros e sete cêntimos; f) Prédio rústico sito na Horta do Poço Novo, composto por cultura arvense e leitos de curso de água, com a área de setecentos e cinquenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Barranco da Horta Velha, a Sul com José Manuel da Conceição, a Nascente com Floriano António Pereira e a Poente com Manuel Guerreiro, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 341, da secção 110, com o valor patrimonial tributável de vinte e um euros e dezanove cêntimos; g) Prédio rústico sito no Corrego da Zorra, composto por cultura arvense, com a área de três mil duzentos e oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte com José António Martins, a Sul e Poente com Ezequiel Custódio Ramos e a Nascente com Manuel Martins, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 192, da secção 118, com o valor patrimonial tributável de quarenta e sete euros e cinquenta e um cêntimos; h) Prédio rústico sito em Cadavais, composto por cultura arvense, com a área de mil e oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Adérito Miguel Teixeira Francisco, a Sul com Ildefonso Rosa, a Nascente com José Manuel da Conceição e a Poente com Estado Português (Decreto-Lei n.º 143/82), inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 236, da secção 118, com o valor patrimonial tributável de quinze euros e cinquenta e quatro cêntimos; i) Prédio rústico sito na Várzea da Curralada, composto por mato e cultura arvense, com a área de mil metros quadrados, a confrontar a Norte com José Alexandre Guerreiro, a Sul com Francisco Guerreiro, a Nascente com José António Martins e a Poente com Florêncio Armando Francisco, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 204, da secção 117, com o valor patrimonial tributável de doze euros; j) Prédio rústico sito na Eira do Velho, composto por cultura arvense e figueiras, com a área de duzentos metros quadrados, a confrontar a Norte e Poente com José António Guerreiro, a Sul e Nascente com Estado Português (Decreto-Lei n.º 143/82), inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 240, da secção 117, com o valor patrimonial tributável de onze euros e quarenta e sete cêntimos; k) Prédio rústico sito na Fonte Velha, composto por cultura arvense e oliveiras, com a área de cento e vinte metros quadrados, a confrontar a Norte, a Sul e Poente com Alberto Henriques Faustino e a Nascente com Custódio Lourenço, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 49, da secção 135, com o valor patrimonial tributável de vinte e seis euros e quarenta e oito cêntimos; l) Prédio rústico sito em Barreiros, composto por amendoal, com a área de quinhentos metros quadrados, a confrontar a Norte com Alfredo Maria Gonçalves, a Sul com José António Martins, a Nascente com António Valente Guerreiro e a Poente com Manuel Guer-reiro, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 198, da secção 135, com o valor patrimonial tributável de cinquenta e oito euros e noventa e oito cêntimos; m) Prédio rústico sito no Corgo das Colmeias, composto por cultura arvense, com a área de mil e quarenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Alberto Henriques Faustino, a Sul e Nascente com Avelino Pereira e a Poente com Manuel Rodrigues Gonçalves, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 215, da secção 135, com o valor patrimonial tributável de quinze euros e um cêntimo; n) Prédio rústico sito na Boca do Vale, composto por cultura arvense, com a área de oitocentos e sessenta metros quadrados, a confrontar a Norte com José Albino Domin-gos, a Sul com Manuel José, a Nascente com Manuel Guerreiro e a Poente com António Inácio, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 325, da secção 135, com o valor patrimonial tributável de doze euros e trinta e cinco cêntimos; o) Prédio rústico sito na Quinta das Carochas, composto por cultura arvense, com a área de três mil e vinte metros quadrados, a confrontar a Norte com Ma-nuel Martins, a Sul com Alberto Maria Gonçalves, a Nascente com Alberto Francis-co Costa e a Poente com Estado Português (Decreto-Lei n.º 143/82), inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 68, da secção 136, com o valor patrimonial tributável de quarenta e três euros e sessenta e um cêntimos;e p) Prédio urbano sito em Alcarias, composto por edifício térreo com duas divisões e logradouro, destinado a arrecadação e arrumos, com a área total de trinta e cinco vírgula vinte e seis metros quadrados, dos quais vinte e sete vírgula sessenta metros quadrados são de área coberta, a confrontar a Norte com Domingos Lourenço, a Sul com via pública, a Nascente com Marcolino José Agostinho e a Poente com Norberto Mestre, inscrito na matriz predial sob o artigo provisório P1922, pendente de avaliação, ao qual atribuem o valor de mil euros. Que atribui aos prédios os respectivos valores patrimoniais, calculados para efeitos de IMT e de Imposto do Selo, e atribuído pelo que somam os mesmos o valor global de mil trezentos e setenta e sete euros e trinta e três cêntimos. Que todos os prédios, com excepção do indicado em a), entraram na posse dos primeiros outorgantes por compra verbal e nunca reduzida a escrito, feita em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e cinco, a Amândio António de Sousa e mulher, Gracinda Maria, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, e residentes que foram no Sítio da Calada, Caixa Postal 156-G, na freguesia de Tavira (Santiago), concelho de Tavira, o marido actualmente já falecido. Que, por sua vez, o prédio referido em a), entrou na posse dos primeiros outorgantes por compra verbal e nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e seis, feita a Domingos Lourenço e mulher, Maria Faustina, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes em Alcarias, na freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse dos referidos prédios, cuidando da sua manutenção, colhendo os seus frutos, pagando contribuições e impostos, enfim usufruindo-os no gozo pleno de todas as utilidades por eles proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar di-reito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os justi-ficantes adquiriram os prédios por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, títulos extrajudiciais normais capazes de provar o seu direito. Está conforme o original.

(Ana Rita Guerreiro Rodrigues)Colaboradora administrativa deste Cartório, no uso dos poderes de delegação confer-dos nos termos do nº1 do artigo 8.º do Decreto de Lei n.º 26/2004 de 4 de Fevereiro

Conta registada sob o n.º 69/10 Factura / Recibo n.º 1744

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Novembro 2010

NOTARIADO PORTUGUÊSJOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA

NOTÁRIO em TAVIRA Nos termos do art°. 100, N°1, do código do notariado, na redacção que lhe foi dada pelo dec-lei n°. 207/95, De 14 de agosto, faço saber que no dia dezoito de outubro de dois mil e dez, de folhas cinquenta e nove a folhas sessenta verso, do livro de notas para escrituras diversas número cento e quarenta e sete -a. Deste cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual:VALENTIM SEBASTIÃO BARÃO, NIF 114.237.395 e mulher DUCELINA MARIA PERPÉTUA BARÃO, NIF 139.348.387, Ambos naturais da freguesia de Martim Longo, concelho de alcoutim, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes na rua S. José, bairro da Tojeira, São Domingos de Rana, Cascais, declararam: Que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores dos seguintes prédios, to-dos situados no concelho de Alcoutim e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim, a saber:A) Prédio Rústico, sito em Chamuscada, freguesia de Giões, composto por cultura arvense, figueiras e oliveiras, a confrontar do norte com Manuel Vicente Horta, do sul com Agostinho Ma-nuel Martins, do nascente com Joaquim Silva e do poente com Maria Odilia da Palma Guerreiro, com a área de onze mil seiscentos e oitenta metros quadrados, inscrito na matriz sob o artigo número 37 da secção 056, com o valor patrimonial tributário e atribuído de DUZENTOS E TRINTA E DOIS EUROS E UM CÊNTIMO; B) Prédio Urbano, composto por edifício térreo com uma divisão, destinado a habitação, sito era Santa Justa, freguesia de Martim Longo, a confrontar do norte e poente com João Tendeiro e sul e nascente com José Martins, com a área de dezasseis metros quadrados, inscrito na matriz, sob o artigo número 1.546, Com o valor patrimonial tributário e atribuído de DUZENTOS E DOZE EUROS E TREZE CÊNTIMOS;C) Prédio Urbano, composto de edifício térreo com várias divisões e logradouro, destinado a habitação, no dito sitio de Santa Justa, a confrontar do norte e poente com Custódio Afonso, do sul com via pública e do nascente com José Martins, com a área de quarenta e dois virgula quinze metros quadrados, inscrito na matriz sob o artigo número 2.295, Com o valor patrimonial tributário e atribuído de DOIS MIL CENTO E VINTE EUROS E TRINTA E OITO CÊNTIMOS. Que adquiriram os prédios, já no estado de casados, por lhes terem sido adjudicados em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e nove, por partilha amigável e verbal, nunca reduzida a escritura pública, feita com os demais interessados, na herança aberta por óbito dos pais da justificante mulher. José Joaquim e Perpétua Maria, residentes que foram no dito sitio de Santa Justa. Que desde esse ano possuem os prédios em nome próprio, cuidando e cultivando a terra, fazendo as respectivas sementeiras, colhendo os frutos habitando e utilizando os urbanos e neles fazendo obras de conservação e reparação necessárias, pagando os impostos e contribuições devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu início, posse que sempre exerceram sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, continua e pública, pelo que adquiriram os prédios por usucapião. Vai conforme o original.

ESTÁ CONFORME: Tavira, aos 18 de Outubro de 2010

A funcionária por delegação de poderes;(Ana Margarida. Silvestre Francisco)

Conta registada sob o n°. PAO 2038/2010 Factura n° 0264

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Novembro 2010

CARTÓRIO NOTARIAL DE OLHÃORua Patrão Joaquim Casaca, lote 1, r/c,

Notário Lic. António Jorge Miquelino da Silva

Certifico narrativamente para efeito de publicação que por escritura de 16 de Setembro de 2010, exarada a folhas 71 do livro de notas deste Cartório número 75-A, Hélder Gonçalves Roberto e mulher Ana Xavier Cavaco Gonçalves, casados sob o regime da comunhão geral de bens, naturais da freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, onde residem no Lugar da Foz de Odeleite, contribuintes fiscais números 113 862 164 e 113 862 156, declaram-se donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrém, do prédio rústico no sitio de Porto das Noivas, freguesia e concelho de Alcoutim, composto por amendoeiras, citrinos, figueiras, horta e oliveiras, com a área de duzentos metros quadrados, a confrontar do Norte com António Pereira, do Sul e do Nascente com Hélder Gonçalves Roberto e do Poente com caminho, inscrito na matriz, em nome da antepossuidora, sob o artigo 131, secção 128, com o valor patrimonial tributável de centro e trinta euros e treze cêntimos, a que atribuem igual valor, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim. Que entraram na posse do prédio por compra meramente verbal e nunca reduzida a escrito, feita em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e nove, a Joaquina Domingos Cavaco e marido José Pereira Cavaco, casados sob o regime da comunhão geral, residente no Álamo, freguesia e concelho de Alcoutim, ele já falecido; e que sem qualquer interrupção no tempo desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado, eles, justificantes, na posse do referido prédio, colhendo os frutos, amanhando a terra, enfim, extraindo todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorarem lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que adquiriram o prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito. Está conforme:

Cartório Notarial de Olhão sito na Rua Patrão Joaquim Casaca, lote 1, r/c, aos 16 de Setembro de 2010.

O Notário,(António Jorge Miquelino da Silva)

Conta registada sob o nº 2135 / 2010

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Novembro 2010

Nos termos do Artº. 100, nº.1, do Código do Notariado, na redacção que lhe foi dada pelo Dec-Lei nº. 207/95, de 14 de Agosto, faço saber que no dia quinze de Outubro de dois mil e dez, de folhas quarenta e seis a folhas quarenta e sete, do livro de notas para escrituras diversas número cento e quarenta e sete – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual: JORGE MAURÍCIO ARAGONÊZ, NIF 103.047.123, divorciado, natural da freguesia de Sé, concelho de Portalegre, residente em Quinta dos Arcos, Casa Alta, Altura, Castro Marim, declarou:Que, com exclusão de outrem, é dono e legítimo possuidor do prédio rústico, com-posto por cultura arvense e alfarrobeiras, sito em Bernarda, freguesia de Altura, con-celho de Castro Marim, com a área de dois mil cento e sessenta metros quadrados, a confrontar do norte e nascente com Alberto Rodrigues do Carmo, do sul e do poente com o próprio, inscrito na matriz em nome do justificante, sob o artigo número 153 da secção BR, com o valor patrimonial tributável de 36,63 €; não descrito na Conser-vatória do Registo Predial de Castro Marim, a que atribui o valor de duzentos euros. Que o prédio lhe pertence por compra verbal e nunca reduzida a escritura pública, efectuada a Amândio da Rosa Correia e mulher Senhorinha Gonçalves Mestre, residentes que foram no lugar do Pocinho, freguesia de Vila Nova de Cacela, concelho de Vila Real de Santo António, em Agosto de mil novecentos e noventa e portanto há mais de vinte anos. Que desde esse ano possui o prédio em seu nome próprio, usufruindo do mesmo, cuidando e cultivando a terra, fazendo as respectivas sementeiras, colhendo os frutos, pagando os impostos e as contribuições devidas, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu inicio, posse que sempre exerceu sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriu o prédio por usucapião.

Vai conforme o original. Tavira, aos 15 de Outubro de 2010

A funcionária por delegação de poderes;(Ana Margarida Silvestre Francisco)

Conta registada sob o nº.PAO 2031/2010 Factura nº. 02058

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Novembro 2010

CARTÓRIO NOTARIAL DE OLHÃORua Patrão Joaquim Casaca, lote 1, r/c,

Notário Lic. António Jorge Miquelino da Silva

Certifico narrativamente para efeito de publicação que por escritura de 06 de Outubro de 2010, exarada a folhas 143 do livro de notas deste Cartório número 75-A, Joaquim Pereira Baltazar e mulher Almerinda Gonçalves Galrito Pereira Baltazar, casados sob o regime da comunhão geral, naturais da freguesia e concelho de Alcoutim, onde residem em Guerreiros do Rio, contribuintes fiscais números 165 820 462 e 221 888 691, declaram-se donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrém, do prédio rústico sito em Barranco do Esteiro, freguesia e concelho de Alcoutim, composto por pomar de citrinos, oliveiras e leito de curso de água, com a área de quatrocentos e setenta metros quadrados, a confrontar do Norte com caminho, do Sul com Barranco, do Nascente com Joaquim Pereira Baltazar e do Poente com Joaquim Manuel Pereira, inscrito na matriz, em nome da antepossuidora Maria Martinho Miguel (cabeça de casal de herança), sob o artigo 102, secção 114, com o valor patrimonial tributável de duzentos e oitenta e dois euros e oitenta e seis cêntimos, a que atribuem igual valor, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim. Que entraram na posse do prédio por compra meramente verbal e nunca reduzida a escrito, feita em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e nove, a Maria Martinho Miguel, solteira, maior, residente no Álamo, freguesia e concelho de Alcoutim, já falecida; e que sem qualquer interrupção no tempo desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado, eles, justificantes, na posse do referido prédio, colhendo os frutos, amanhando a terra, enfim, extraindo todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorarem lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que adquiriram o prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito. Está conforme: Cartório Notarial de Olhão sito na Rua Patrão Joaquim Casaca, lote 1, r/c, aos 06 de Outubro de 2010.

O Colaborador com competência delegadaAo abrigo do art° 8° do Dec.Lei n° 26/2004 de 4/02

(Carlos Eduardo Mendonça Viegas)

Conta registada sob o n° 2263/2010

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Novembro 2010

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia quinze de Outubro de dois mil e dez foi lavrada neste Cartório, de folhas cento e quarenta e dois a folhas cento e quarenta e quatro verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Treze - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram: Alberto Gonçalves e mulher, Maria Teresa dos Santos Rodrigues Gonçalves, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim, ela da freguesia de São Pedro de Agostém, concelho de Chaves, residentes na Rua General Teófilo da Trindade, número 28, 4º andar, em Faro, portadores dos bilhetes de identidade números 1097855 e 3543984, emitidos a 20 de Maio de 2003 e a 28 de Julho de 2006, pelos Serviços de identificação Civil de Faro, contribuintes fiscais números 117 005 860 e 117 005 851. Que o outorgante marido declarou ser dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios, todos localizados na freguesia de Martim Longo, concelho de Alcou-tim, não descritos na Conservatória do Registo Predial daquele concelho: a) Prédio rústico sito na Cerca do Corvo, composto por cultura arvense e amendoeiras, com a área de catorze mil e oitocentos metros quadrados, a confrontar a Norte e Sul com Manuel Domingos Lopes, a Nascente com Maria Otília Fernandes Guerreiro Pereira e a Poente com Bárbara Maria, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 60, da secção 038, com o valor patrimonial tributável de setecentos e vinte e um euros e treze cêntimos; b) Prédio rústico sito na Horta do Poço, composto por horta, com a área de sessenta metros quadrados, a confrontar a Norte com José Rosário, a Sul com Manuel Domingos Lopes, a Nascente com Manuel Joaquim Nobre e Artur Fernandes Nobre, e a Poente com Manuel Joaquim Fernandes, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 99, da secção 040, com o valor patrimonial tributável de sete euros e noventa e cinco cêntimos; c) Prédio rústico sito no Pego dos Nascedios, composto por horta, com a área de quatrocentos metros quadrados, a confrontar a Norte e Nascente com Artur Fernandes Nobre e Manuel Joaquim Nobre, a Sul com Bárbara Maria Palma, e a Poente com Maria Otília Fernandes Guerreiro Pereira, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 61, da secção 040, com o valor patrimonial tributável de cinquenta e três euros e sessenta e oito cêntimos; d) Prédio rústico sito no Rossio dos Penteadeiros, composto por cultura arvense de sequeiro, oliveiras, amendoeiras e sobreiros, com a área de cinco mil cento e oitenta metros quadra-dos, a confrontar a Norte com José Vicente, a Sul com Germano Maria Nobre e Maria Otília Fernandes Pereira, a Nascente com Artur Fernandes Nobre e Manuel Joaquim Nobre, e a Poente com José Vicente e Manuel Joaquim Fernandes, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 63, da secção 040, com o valor patrimonial tributável de trezentos e quatro euros e vinte e cinco cêntimos; e) Prédio rústico sito na Horta do Poço, composto por amendoeiras, citrinos, horta e olivei-ras, com a área de duzentos e oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Manuel Domingos Lopes, a Sul e Poente com Manuel Domingos Silvestre, e a Nascente com Artur Fernandes Nobre e Manuel Joaquim Nobre, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 95, da secção 040, com o valor patrimonial tributável de cento e trinta e dois euros e sessenta e um cêntimos; f) Prédio rústico sito na Horta do Poço, composto por alfarrobeiras, amendoeiras, horta e oliveiras, com a área de oitocentos e oitenta metros quadrados, a confrontar a Norte com António Luís, a Sul com José André e José Rosário, a Nascente e a Poente com Manuel Domingos Lopes, inscrito na respectiva matriz rústica sob o artigo 87, da secção 040, com o valor patrimonial tributável de trezentos euros e oitenta e oito cêntimos; g) Prédio urbano sito em Penteadeiros, composto por edifício térreo com cinco compartimentos e logradouro, destinado a habitação, com a área total de cento e dezasseis vírgula cinquenta e oito metros quadrados, dos quais cento e dois vírgula cinquenta e dois metros quadrados são de área coberta, a confrontar a Norte com Manuel Joaquim Nobre e servidão pública, a Sul e Nascente com via pública, e a Poente com Manuel Joaquim Fernandes e Manuel Domingos Lopes, inscrito na respectiva matriz predial sob o artigo 2816, com o valor com o valor patrimonial tributável de seis mil quinhentos e vinte euros; e h) Prédio urbano sito em Penteadeiros, composto por edifício térreo com três divisões e logradouro, destinado a habitação, com a área total de cento e noventa vírgula noventa e quatro metros quadrados, dos quais noventa vírgula vinte e sete metros quadrados são de área coberta, a confrontar a Norte com Herdeiros de Germano Maria Nobre, a Sul com Ma-nuel Domingos Lopes, a Nascente com servidão pública, e a Poente com Alberto Gonçalves, inscrito na respectiva matriz predial sob o artigo 2817, com o valor com o valor patrimonial tributável de três mil quinhentos e cinquenta euros. Que atribui aos prédios os respectivos valores patrimoniais, calculados para efeitos de IMT e de Imposto do Selo, pelo que somam os mesmos o valor global de onze mil quinhentos e noventa euros e cinquenta cêntimos. Que todos os prédios, com excepção do indicado em h), entraram na posse do primeiro outorgante por doação verbal e nunca reduzida a escrito, feita em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta, por sua mãe, Bárbara Maria, solteira, maior, residente que foi na Rua Eça de Queiroz, número 13, 1º andar, em Faro, actualmente já falecida. Que, por sua vez, o prédio referido em h), entrou na sua posse, por doação verbal e nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta, feita por seu pai, José Ramos, solteiro, maior, residente que foi em Penteadeiros, na freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim, actualmente já falecido. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, tem estado o justificante na posse dos referidos prédios, cuidando da sua manutenção, colhendo os seus frutos, pagando contribuições e impostos, enfim usufruindo-os no gozo pleno de todas as utilidades por eles proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que o justificante adquiriu os prédios por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, títulos extrajudiciais normais capazes de provar o seu direito. Está conforme o original. Castro Marim, aos 15 de Outubro de 2010.A Colaboradora,

(Ana Rita Guerreiro Rodrigues)Colaboradora administrativa deste Cartório, no uso dos poderes de delegação conferidos nos termos do nº1 do artigo 8.º do Decreto de Lei n.º 26/2004 de 4 de FevereiroConta registada sob o n.º 56/10 Factura / Recibo n.º 1732

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Novembro 2010

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | NOVEMBRO 2010 | 31

DESPORTO

Samuel Caldeira é promessa do ciclismo

«Leões do Sul» desafia à prática do BTT

Equipa da casa venceu última etapa nacional de Padel

O ciclista Samuel Caldeira, do Pal-meiras Resort-Prio-Tavira, que venceu o Grande Prémio Crédito Agrícola Costa Azul em Sines revela-se uma promessa no ciclismo nacional. O sprinter de 24 anos tem vindo a evidenciar-se nos últimos tempos, tendo alcançado a vitória na Volta a Albufeira em 2009.

Quanto ao último triunfo, o jovem frisou o apoio do grupo algarvio na conquista .“Mais uma vez ficou demonstrado que somos uma equipa e estamos aqui para trabalhar em con-junto. Agradeço aos meus colegas esta vitória”, disse.

Recorde-se que Samuel Caldeira é natural da localidade de Manta Rota, concelho de Vila Real de Santo António.

Desde o ano 2000 que o «Leões Clube do Sul» desafia à prática da Bicicleta-Todo-Terreno (BTT) na localidade de S. Bartolomeu do Sul, concelho de Castro Marim. Os pas-seios têm percorrido o país e distân-cias que impõem respeito, mesmo aos mais audazes, sendo que o I Pas-seio BTT teve lugar em 2004 com partida da Mina de S. Domingos, no concelho de Mértola até Castro Marim, precisamente 90km.

Com uma forte adesão aos pas-seios o clube em 2005 filiou-se na Associação de Ciclismo do Algarve e criou duas equipas, o BTT-Lazer e o BTT-Competição. “O arranque da modalidade deveu-se ao grande entusiasta Amândio Norberto, dirigente da colectividade”, reco-

Nos dias 9 e 10 de Outubro o Padel Clube de Vila Real de Santo Antó-nio recebeu a VII e última etapa do circuito nacional de padel.

Os vencedores foram a dupla do Padel Clube de Vila Real de Santo António constituída por Álvaro Garcia e Camilo Bel, que levaram a melhor por 7/6 e 6/2 frente à dupla constituída por João Roque e Pedro Plantier do Clube Nacional Ginástica.

A dupla da casa termina assim em 1º lugar do ranking nacional de padel. Na 3ª posição é de destacar outro jogador do Padel Clube de VRSA, Fernando Martins.

nhecem os associados. Recorde-se que a introdução da modalidade foi apoiada pelos fundos comu-nitários através do programa PIC –LEADER + [actual sub-programa3 PRODER].

Contacto directo com a natureza

A modalidade de BTT está inse-rida num conjunto de actividades a que o clube associa à exploração da natureza. “Sabemos que este tipo de actividades tem uma grande adesão por parte da população em geral, de jovens e de adultos, pelo gozo e sensações novas que provocam, pelas conhecidas descargas de adre-nalina”, explica o clube.

Futebolândia

Bem-vindos a mais uma edição do «Futebolândia»!Nesta edição vou falar de Cristiano Ronaldo, de Yanick Djaló e Luciana Abreu e de Samuel Eto´o.

Cristiano Ronaldo “reben-tou” como disse Mourinho, e na verdade foi isso que acon-teceu. Onde estava escondido aquele Ronaldo dos jogos frente à Dinamarca e Islândia?! Bom futebol, rápido, jogando para a equipa, golos; tudo o que os portugueses esperam de um jogador como ele. No Real Madrid é graças a ele a melhoria do jogo da equipa. Vamos ver até onde vai chegar o «Ronaldinho da Madeira».

Quanto a Yanick e à «Flori-bella» referiram que o nome do filho que estão à espera vai ser uma mistura do nome dos dois, eu como quero ajudar os papás aqui vão algumas sugestões:

Yanella,Nickella,Yaflo,Bellaya,Florini... espero que gostem...!

Quanto a Samuel Eto´o é inadmissível, em pleno século XXI, que aproveitem o futebol para aplicarem o sentimento racista que deve ser do mais primitivo e estúpido que possa existir; no jogo Cagliari-Inter os adeptos insultaram Samuel Eto´o com cânticos racistas. O futebol devia ser festa e não um lugar onde alguns aprovei-tam as suas frustrações pesso-ais para rebaixar qualquer ser humano, independentemente da religião, cor da pele ou crença.

Até á próxima e deixo-vos um conselho: não levem o futebol muito a sério!...

Eusébio Costa, radialista e estudante de ciências da comunicação

[email protected]

crónica

Câmara Municipal de Castro Marim promove natação e hidroginástica

Entre Outubro e Novembro, a câmara municipal de Castro Marim está a desenvolver mais um programa de actividades da Piscina Municipal que inclui natação e hidroginás-tica, destinado às diferentes faixas etárias da população.

Um dos públicos-alvo deste pro-grama são as crianças a partir dos quatro anos de idade, com as aulas de Adaptação ao Meio Aquático (AMA) e/ ou iniciação e Aperfeiçoa-mento da Natação (AP), em função dos conhecimentos e aptidões que possuam.

A Adaptação ao Meio Aquático (AMA) tem por finalidade vencer as resistências que a criança apre-senta no seu primeiro contacto com a natação, nomeadamente, o equi-líbrio, a respiração e a propulsão, e a Aprendizagem Técnica dos estilos de natação (AP) consolida os vários estilos da modalidade (crol, costas, bruços e mariposa).

No que se refere aos adultos e à Terceira Idade, a Autarquia dispo-nibiliza um programa de natação e hidroginástica dirigido a esta camada da população, que visa melhorar e aperfeiçoar a natação, com a possibilidade de integra-rem sessões em grupo de ginástica coreografada em meio aquático.

É de salientar que para estes esca-lões não é obrigatório saber nadar, uma vez que a aprendizagem é faci-litada por monitores da disciplina.

Nesta faixa etária da população, os benefícios da actividade física aquática são inegáveis ao nível do bem-estar físico e psicológico, melhorando a forma física e pos- sibilitando a recuperação de lesões e limitações relacionadas com a coluna e articulações.

O ciclista é natural da Manta Rota

Os «Leões» desafiam a experimentar o BTT

Vencedores Álvaro Garcia e Camilo Bel (ao centro) levaram a melhor

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Iguarias fazem as delícias de residentes e visitantes

CartoonECOdica

Sotavento Algarvio

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A solidariedade nunca é em demasia. Voluntariado, caminhadas pela pobreza e mais apoios sociais são bem-vindos e estão a acontecer.

Miguel Freitas, presidente do PS Algarve, comprou uma guerra com Alcoutim. Para o dirigente a construção da Ponte Alcoutim-Sanlúcar é uma convicção que já “esmoreceu”.

Homenagear em vida tem uma carga emocional maior e é melhor saboreado.Foi o que aconteceu com Rita Tenório e Mestre Germano em Outubro.

Agora que o Outono já chegou o frio aproxima-se a curtos passos. Em casa, ao invés de ligar o aquecedor ou ar con-dicionado, vista uma camisola quente.

Apesar de já estar mais frio, o Algarve dispõe de muitas horas de sol durante o ano, como tal evite utilizar máquina de secar; seque a roupa ao ar-livre, assim poupa muita energia.

O Roteiro Gastronómico, da iniciativa conjunta «Três Municípios por Uma Região» já terminou, mas os apetitosos pratos mantêm-se nas ementas dos espaços de restauração.

Tratou-se de uma viagem de um mês (1 a 31 de Outubro) pela gastronomia do território nos concelhos de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António. Um roteiro com os mais típicos e tradicionais pitéus que tantos visitantes, nacionais e estrangeiros traz à região. Desde os bivalves da ria formosa e os tantos pratos de atum de VRSA, os doces mais típicos do concelho de Castro Marim até aos pratos de caça da vila transfronteiriça de Alcoutim.

A iniciativa foi inaugural, e em conjunto com uma tertúlia sobre o contrabando com o humorista Serafim, um seminário com oradores da Universidade do Algarve e um concurso de foto-grafia, constituíram um leque de actividades dinamizadoras no âmbito da exposição regional «Algarve do Reino à Região»; uma iniciativa da Rede de Museus do Algarve que aborda os últimos mil anos da história algarvia. “A diferença deste roteiro face aos outros está na singularidade e tipicidade dos pratos promovidos pelos restaurantes que não foram ocasionais, pelo contrário, estão desde sempre presente nas suas ementas; o roteiro veio funcionar como alavancagem desta gastronomia que coincide com o Algarve outrora reino, agora região”, assegura a organização.

E apesar do roteiro terminar os pratos ficam e a viagem prosse-gue. Nas terras nordestinas de Alcoutim os tradicionais ensopados de enguias e borrego, também a caldeirada de peixe e o cabrito assado no forno. No concelho medieval de Castro Marim os choquinhos à algarvia, a feijoada de lingueirão, o polvo panado, raia e a cataplana de amêijoas. Na cidade iluminista o atum é rei e conquista sobretudo nuestros hermanos com o bife de atum à algarvia, mormos, espetada; ainda a canja de conquilhas, o tradicional cozido à portuguesa e a cataplana de bacalhau.

Para mais informações consulte: www.3mpur.blogspot.com