28
Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000 Jornal Mensal Ano 12 - Nº146 JULHO 2012 PREÇO: 0,85 EUROS Guadiana Baixo Baixo Guadiana JORNAL DO PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS TAXA PAGA PORTUGAL CEM NORTE OFERTA “Vou recandidatar-me em 2013” Luís Gomes é presidente da câmara municipal de Vila Real de Santo António e recentemente foi reeleito presidente do Partido Social Democrata no Algarve. Enquanto autarca confessa que, em dois mandatos à frente dos destinos vila-realenses, o que mais o está a marcar são os dois últimos anos de crise intensa. Avança, no entanto, que em 2013 vai recandidatar-se neste concelho. Enquanto líder do PSD na região tem como topo das prioridades, precisamente, as autárquicas do próximo ano, prometendo rostos novos. > P 13/14 e 15 CASTRO MARIM Inauguradas duas avenidas que antecipam a «nova Castro Marim» > P 5 VRSA Novo Regulamento do Espaço Público apresenta concelho mais ordenado > P 12 ALCOUTIM Governo “abandona” ponte internacional e conclusão do IC27 > P 7 Grande Reportagem «Escola Realmadrid VRSA/Castro Marim» mudou a vida de 115 crianças > P 8/9 Autárquicas VRSA PUB

JBG - Edição Julho 2012

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Julho 2012 com começo de verão, animação noturna, festas, santos populares, entrevista Luis Gomes

Citation preview

Page 1: JBG - Edição Julho 2012

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2012 | 1

Director: Carlos Luis FigueiraPropriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

Jornal Mensal

Ano 12 - Nº146

JULHO 2012

PREÇO: 0,85 EUROS

GuadianaBaixoBaixo

Guadiana

JORNALDO

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADODE PLÁSTICO OU PAPELPODE ABRIR-SE PARAVERIFICAÇÃO POSTALDE 01132011 SNS/GSCS

TAXA PAGAPORTUGALCEM NORTEOFERTA

“Vou recandidatar-me em 2013”Luís Gomes é presidente da câmara municipal de Vila Real de Santo António e recentemente foi reeleito presidente do Partido Social Democrata no Algarve. Enquanto autarca confessa que, em dois mandatos à frente dos destinos vila-realenses, o que mais o está a marcar são os dois últimos anos de crise intensa. Avança, no entanto, que em 2013 vai recandidatar-se neste concelho. Enquanto líder do PSD na região tem como topo das prioridades, precisamente, as autárquicas do próximo ano, prometendo rostos novos.

> P 13/14 e 15

CASTRO MARIMInauguradas duas avenidas que antecipam a «nova Castro Marim»

> P 5

VRSANovo Regulamento do Espaço Público apresenta concelho mais ordenado

> P 12

ALCOUTIMGoverno “abandona” ponte internacional e conclusão do IC27

> P 7

Grande Reportagem «Escola Realmadrid VRSA/Castro Marim» mudou a vida de 115 crianças > P 8/9

Autárquicas VRSA

PUB

Page 2: JBG - Edição Julho 2012

2 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2012

JBGJornal do Baixo Guadiana

Editorial

Vox Pop

R: Este Código do Trabalho é o pior de tudo o que pode acontecer aos tra-balhadores deste país; nem no tempo do Salazar isto acontecia. Tudo o que o trabalhador adquiriu com tanto esforço está a ser tirado como o pão para a boca .

Nome: Maria E. DuarteProfissão: Reformada

R: Despedir é mais barato em agosto com o novo Código do Trabalho. As condições para despedimento foram simplificadas e introdu-ziram-se conceitos mais vagos. É o caso do despedimento por inadaptação, que ganha uma interpretação mais abrangente, podendo ser aplicado aos trabalhadores que registam menos «produtividade» ou «qualidade».

Também no caso de despedimentos por extinção de posto de trabalho deixaram de ser aplicados mecanismos de proteção, nomeada-mente a antiguidade. Por outro lado, também foram alteradas as regras de compensação aos trabalhadores em caso de despedimento, redu-zindo os custos para os empregadores. Nesse sentido, o valor das indemnizações baixou: para os contratos anteriores a 1 de novembro de 2011, a compensação a aplicar corresponde a um mês por cada ano de trabalho, e, depois dessa data, contam- se vinte dias por cada ano ao serviço. São porém esperadas, até ao final do ano, novas reduções nos dias a considerar.As novas alterações ao Código do Trabalho é uma exploração aos direitos de quem trabalha e promove a precariedade laboral.

Nome: João FavaProfissão: Eletrotécnico, Auditor eDirigente Sindical

Diretor:Carlos Luis Figueira

Sub-Diretor:Vítor Madeira

Chefe de Redação:Susana de Sousa

Redação:Antónia-Maria,Carlos Brito,Joana Germano,José CruzVictoria Cassinello

Colaboradores da Edição:Ana BrásAna Lúcia GonçalvesEusébio CostaFernando PessanhaHelena VitóriaHumberto FernandesJoão RaimundoJosé Carlos BarrosPedro PiresRui RosaAssociação AlcanceAssociação GUADIDECOEurope Direct Algarve - CCDRAlge Associação Odiana

Departamento Comercial:[email protected]@gmail.com

Sede e Redação:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21 8950-909Castro MarimTel: 281 531 171Fax: 281 531 080966 902 [email protected]

Propriedade:Associação OdianaRua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21,8950-909 CASTRO MARIMTel: 281 531 171Fax: 281 531 [email protected]

Pessoa Colectiva: 504 408 755

Direção Executiva:Associação Odiana

Design e Paginação:Daniela VazRui Rosa

Impressão:Postal do Algarve, LdaRua Dr. Silvestre Falcão,nº 13 C8800-412 TAVIRATel: 281 320 900

Tiragem desta edição:3.000 exemplares

Registo no ICS: 123554

Depósito legal: 150617/00

JBG ONLINEhttp://issuu.com/jornalbaixoguadianaeFacebook

NIB: 00350 234 0000 586 353 080 Caixa Geral de Depósitos

No contexto de uma economia regio-nal em muito dependente da activi-dade turística é com evidentes sinais de intranquilidade que a época alta se inicia porque dos resultados obti-dos a partir de Julho até meados de Setembro dependerá, termos ou não, um Outono e Inverno menos penoso, com mais ou menos desemprego, numa região que já suporta uma das taxas mais elevadas do País.

Os tempos estão sombrios, marca-dos por incertezas múltiplas. No plano interno há medidas de austeridade, como as do corte dos subsídios de Natal e Férias a funcionários públi-cos e pensionistas que seguramente influenciarão as decisões de muita gente quanto ao modo de passarem férias, e em caso de se decidirem para fora das suas residências, de que forma e porque períodos, sabendo-se do peso que o turismo interno tem no extremo Sotavento. Já no plano externo a per-sistência do Governo em manter o pagamento das portagens na Via do Infante pode vir a ter um efeito desas-troso, porque condicionador, junto do mercado espanhol que até aqui dava sinais de crescimento sustentado. É pois sob um céu de chumbo que se inicia a época alta. Desde há muito que assim não era.

É também até meados de Julho, final de legislatura, que na Assembleia da República, em princípio, se vota-rão os diplomas da chamada «Reforma Administrativa». Alguns deles com

forte impacto nas próximas eleições autárquicas, decorrente da limitação de mandatos, em modificações sobre a formação dos órgãos executivos, do número de eleitos a tempo inteiro, da organização interna dos municípios e do papel e número de chefias. A «Lei dos Compromissos», que a ser apro-vada nos termos em que está, repre-sentará não só um profundo golpe na autonomia da gestão do poder autár-quico, como constituirá um fortíssimo e desadequado condicionador à acção corrente dos municípios, podendo conduzi-los para a completa inactivi-dade. Julgo mesmo que nos termos em que se apresenta, se trata de uma Lei impraticável. Veremos o que o futuro nos reserva. De fora fica a reforma das reformas, nunca equacionada neste processo. A criação das Regiões Admi-nistrativas, facto que nunca será por demais assinalar.

Este Governo tem vindo, igualmente, a decidir medidas em função do seu projecto de reorganizar administrati-vamente o País, numa postura como

se observasse o território a partir de uma janela aberta sobre o Tejo, num fim de tarde luminoso. Só assim se pode explicar o facto de, a dada altura, como bem assinala José Carlos Barros na sua crónica, se terem dado conta que fechar tribunais, repartições de finanças, estações de correio, linhas férreas, postos médicos do SNS, locais para se pagar a electricidade, escolas, toda essa imponderada saga, condu-ziria a esvaziar de gente grandes áreas do nosso território. Ao darem-se conta, tardiamente, do desastre que estavam a provocar, criaram agora uma comis-são para concertar tais medidas, julgo que sem outro propósito para além de dividir um pouco “ o mal pelas aldeias” como é corrente dizermos. Em maté-rias desta amplitude impunha-se maior rigor e competência no seu tratamento. A redução de custos, quando mal equa-cionada, conduz invariavelmente ao aumento da despesa, a comprometer o futuro e ao sacrifício inútil de vidas.

[email protected] Luis Figueira

R: Na minha opinião é algo que nem o Salazar teria coragem de fazer. Des-truíram conquistas dos trabalhadores; algumas feitas muito antes de Abril de 1974...

Nome: António RobertoProfissão: Desenhador Projectista,

Coordenação e Fiscalização de Costrução Civil

R: Acho um disparate porque as restri-ções aos trabalhadores são muitas, mas a compensação é pouca. O facto de os salários serem reduzidos faz com que o próprio tra-balhador esteja em desvantagem perante o que lhe é exigido, ou seja trabalhamos mais e recebemos menos o que provoca descon-tentamento

Nome: Tiago MonteiroProfissão: Estuda Jornalismo/Ator

ABERTURA

Qual a sua opinião sobre o novo Código do Trabalho?

- DEVIDO A UM LAPSO DA GRÁFICA QUE TRATA DA IMPRESSÃO DO JORNAL DO BAIXO GUADIANA OCORREU UM ERRO ALTERANDO AS VALIDADE DE TODAS AS ASSINATURAS DO JBG. DESDE JÁ LAMENTAMOS O TRANSTORNO CAUSADO AOS NOSSOS ASSINANTES, SENDO QUE NESTA EDIÇÃO A VALIDADE JÁ ESTÁ CORRETA. - FOI EFETUADA UMA TRANSFERÊNCIA BANCÁRIA PARA PAGAMENTO DE ASSINATURA DO JBG CUJO JBG DESCONHECE A IDENTIDADE. PARA FINS DE REVALIDAÇÃO DE ASSINATURA E CONTABILÍSTICOS AGRADECEMOS QUE O ASSINANTE CONTACTE O JBG: TRF ALEXANDRE CARLOS € 10,00 01 JUNHO 2012

[email protected]@gmail.com

281 531 171

cARO ASSINANTE

Page 3: JBG - Edição Julho 2012

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2012 | 3

cRÓNIcAS

Ainda a digerir a quarta avaliação posi-tiva da troika sobre o desempenho de Portugal no cumprimento do res-gaste financeiro, o receio de perigar o acordo de concertação social assinado em Janeiro com os parceiros sociais e a ameaça do governo não conseguir cumprir com o tecto do défice público de 4,5% no final de 2012, por causa da quebra das receitas fiscais de 3,5% registada no mês de Maio, gostava de partilhar com os nossos leitores uma opinião acerca de «A Casa de Ode-leite», cuja inauguração decorreu no dia 24 de Junho, feriado municipal, em Castro Marim.

Trata-se do conjunto arquitectónico mais importante de Odeleite, encra-vado no casario da aldeia presépio, cujas platibandas denunciam um dos mais belos exemplares da arquitetura popular, tendo desempenhado um papel nuclear na vida das gentes do Baixo Guadiana, visto ter sido o princi-pal entreposto comercial do princípio do século XX.

A franca e soberba atividade comer-cial do espaço está bem patente na quantidade de produtos transaciona-dos nos anos 20 e 30, desde os frutos secos aos tecidos, passando pelos

cabedais, graças ao dinamismo do proprietário da Casa de Odeleite, João Xavier de Almeida, um dos grandes comerciantes e proprietários da época, que soube aliar a navegabilidade da ribeira de Odeleite e do rio Guadiana ao êxito da actividade económica.

Num rasgo de inteligência e de um empreendedorismo militante, a Câmara Municipal de Castro Marim adquiriu em 1999 a Casa de Odeleite, “memória das gentes de Odeleite”, tendo desenvolvido um projecto de recuperação do imóvel que permi-tiu a sua adaptação às componentes

museológica e gastronómica, respei-tando de modo muito rigoroso a traça arquitéctónica existente, bem como o desenvolvimento de um trabalho atu-rado de investigação e tratamento do acervo documental da casa.

«A Casa de Odeleite» agora inau-gurada é uma colecção visitável, que se assume como a sala de visitas da aldeia. A mesma insere-se numa estra-tégia de desenvolvimento turístico do interior do concelho e do território do Baixo Guadiana, integrando outros elementos, como o moinho das Perna-das, o rio Guadiana, o Parque Aventura

e a ribeira de Odeleite. O grande desafio colocado a Ode-

leite e ao Município é conseguirem dar vida própria a esta Casa que, quer pela sua história, quer pela sua localização, tem condições únicas para receber o visitante. Se houver capacidade de gestão, inovação e criatividade para lançar a marca «A Casa de Odeleite», apoiada numa política agressiva de marketing, que permita a sua venda no mercado turístico, através dos pro-dutos tradicionais, da gastronomia local e do envolvimento das famílias da aldeia na disponibilização de dor-midas para os visitantes, a aposta do turismo no Baixo Guadiana será uma aposta ganha e com futuro.

«A Casa de Odeleite» pode igual-mente dar um contributo decisivo no combate tenaz ao despovoamento e desertificação do interior do Nordeste Algarvio, através da fixação de mais pessoas neste vasto território, dina-mizando o mercado de emprego e reforçando a economia local.

Basta querermos!

Vítor Madeira

O insubmisso

O Governo acaba de responder com um NÃO rotundo a duas das mais caras aspirações das populações do concelho de Alcoutim e de todo o Baixo Gua-diana: a ponte Alcoutim Sanlúcar e o prolongamento do IC 27 até Beja.

A resposta do Governo, que foi dada a propósito de um requerimento de deputados do PCP, choca especial-mente pela absoluta insensibilidade governamental em relação ao interior do país, que se revela tanto na preten-são de querer arrumar a questão para todo o sempre, como também pelos argumentos usados.

Em relação à ponte, o Governo clas-

27, com projecto há muito tempo aprovado, o Governo limita-se a argu-mentar que a EN 122 entre Alcoutim e Beja «responde às necessidades» (vê-se mesmo que não passam por cá) e para o que serve e para quem serve não é preciso melhor, nada de gastos.

O tratamento expedito e simplista que o Governo se permite dar a estas duas questões, sem considerar minima-mente a ameaça de desertificação que a falta de medidas e de investimentos no interior faz cair sobre quase metade do território nacional e toda a questão estratégica da fronteira com Espanha, põe em evidência a imaturidade e falta de sentido de Estado da generalidade dos membros do actual executivo.

É assim que o interior é penalizado, pela medida grande, em matéria de

austeridade e, no entanto, não se lhe pode assacar quaisquer culpas na dívida e no agravamento da crise financeira e económica em que o país está cada vez mais afundado.

Lá veio cabisbaixo o Ministro das-Finanças, por estes dias, anunciar, embora sem reconhecer o caminho errado em que persiste, que a execu-ção orçamental corre mal, a receita fiscal diminui e o objectivo do deficit de 4,5 por cento, em finais de 2012 está em perigo.

Este resultado negativo foi repetido e insistentemente previsto e denun-ciado pelos partidos da oposição e pelos economistas que não estão tomados da cegueira ideológica que afecta os membros do Governo.

A austeridade na dose brutal com

que foi imposta está a provocar uma recessão profunda, o país está a parar em ramos de actividade essenciais e assim sendo a receita fiscal não pode deixar de diminuir.

Vai o Governo recorrer a novas medidas de austeridade? O Primeiro- Ministro diz que por enquanto não, mas quem o acredita depois do que tem acontecido com suas anteriores promessas neste domínio?

A austeridade está a matar o país. A massa dos desempregados que já ultra-passou o milhão, cresce todos os dias, o mesmo acontece com os milhares das empresas falidas ou encerradas, as obras suspensas ou abandonadas, os projectos de desenvolvimento adiados, enquanto pioram, à míngua de recur-sos, a saúde, a justiça, a educação, a segurança social, a cultura.

É tempo de o Governo perceber que o país não suporta mais a austeridade que lhe está a impor e que tem de encarar de frente a renegociação dos prazos e dos juros do plano de resgate, como outros países estão a fazer.

sifica-a como «uma ligação de interesse local» e como tal «a sua construção e financiamento competirá ás autori-dades locais», querendo assim imitar, de forma ridícula, os espanhóis que dizem que no caso de Espanha a ponte competirá às autoridades regionais da Andaluzia. Só que esta é uma poderosa Região com 87 mil quilómetros qua-drados de superfície (quase o tamanho de Portugal) e 7 milhões de habitantes, enquanto o concelho de Alcoutim (a autoridade local, no caso) é dos mais despovoados e pobres do país. Será a ele que o Governo quer entregar a construção e o financiamento de uma ponte internacional sobre um rio com mais de 200 metros de largura de água?

Quanto ao prolongamento do IC

Carlos Brito

«A Casa de Odeleite» – Uma aposta no turismo do Baixo Guadiana

1. Uma das principais defesas do novo mapa judiciário é a racio-nalidade que introduz no sistema ao prever essencialmente o encer-ramento de tribunais que não se justificam dada a fraca procura potencial. Fecham os tribunais, por-tanto, nos territórios em perda. O argumento, irrebatível, é o mesmo que justifica o encerramento de urgências e a redução de valências em serviços de saúde e o encerra-mento de escolas e maternidades. E é o mesmo que, encerrados os tribunais, justifica o encerramento das repartições de Finanças e dos correios. E é o mesmo que justi-

fica o encerramento de troços dos caminhos de ferro – porque os ter-ritórios mais afastados do centro vão perdendo gente e portanto fecha-se mais um serviço porque o número de utentes já o não jus-tifica e depois fecham-se os outros serviços porque já não há gente nenhuma.

O mais certo é que tudo isto, ou grande parte disto, esteja muito certo do ponto de vista técnico. Caso a caso, isoladamente, lêem-se as memórias justificativas e nada se encontra de relevante a opor.

Depois de se fecharem as esco-las e as urgências, porque os ter-ritórios em perda têm cada vez menos gente, encerra-se a linha de caminhos de ferro porque já não

há utentes que justifiquem ficar a gente a ver passar os comboios. E uma coisa puxa a outra: fecha um restaurante porque fechou o tribunal e a escola e a repartição das Finanças.

A questão é política e é relevante – e não devia ficar dependente das justificações dos relatórios técnicos de assessores que vivem nas ruas dos ministérios e se esqueceram ou nunca chegaram a aprender que coisa é essa tão abstracta: um país.

Um país que é feito de pessoas e das almas e dos corações delas. Um país com aldeias e cidades, com rios e bosques de caducifólias, com áreas industriais, com praias e montanhas, com incêndios flo-

restais, com engarrafamentos nas vias rápidas, com centros culturais e muros de pedra a delimitar o cadastro de terras agrícolas dei-xadas ao domínio das silvas e da avoadinha.

2. Um dos principais objectivos da nossa política de desenvolvi-mento, de acordo com o Programa Nacional de Política de Ordena-mento do Território, seria (era suposto que fosse) o de «assegu-rar a equidade territorial no pro-vimento de infra-estruturas e de equipamentos colectivos e a uni-versalidade no acesso aos serviços de interesse geral, promovendo a coesão social».

Tudo ao contrário: 200 mil pes-soas vivem actualmente a mais de

uma hora de viagem de um serviço público de urgência médica. Mas o que são 200 mil pessoas da perife-ria se nos esquecermos por instan-tes da equidade territorial?

O problema é que isso que designamos por «interior», e onde estas coisas acontecem, decorre de uma simplificação apressada. O «interior» cada vez mais é um território imenso que junta diver-sificadas periferias. E um destes dias acordamos e descobrimos com surpresa que continuamos perifé-ricos ou que o passámos ou vamos passando a ser.

3. Quase é bem feito. Fomos nós todos, em referendo, que rejeitá-mos a regionalização e continua-mos a fugir da discussão dela como o diabo da cruz.

E Lisboa está longe de mais e tem mais com que se preocupar do que com os investimentos parados no sotavento algarvio ou com o encerramento do tribunal de Mon-chique.

José Carlos Barros

Cada vez mais periféricos

A austeridade está a matar o país,a começar pelo Interior

* Os autores não escrevem ao abrigo do acordo ortográfico

Page 4: JBG - Edição Julho 2012

4 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2012

Miguel Gomes eleito coordenador nacional

240 crianças aprendem e divertem-se em «Férias Ativas»

Martinlongo comemorou «Dia do Leite e da Criança»

EDUcAÇÃO/JUVENTUDE

Depois de assumir uma coordena-ção regional para o ensino básico e secundário, o jovem de Vila Real de Santo António assume maiores voos e encabeça a coordenação desta matéria ao nível nacional. Miguel Gomes foi eleito no I Congresso dos Estudantes Social Democratas, que decorreu no início de junho em Ansião.

O lema do jovem é «Um Com-promisso com uma Educação De Futuro!», com o qual se candida-tou. Em comunicado a JSD lembra que “o coordenador nacional terá como competências delinear a polí-tica educativa da JSD, bem como trazer as ideias, os anseios, as pre-ocupações e os contributos dos estudantes para a JSD”. Para Miguel Gomes é preciso “um maior rigor na seleção dos docentes, um maior apoio e promoção do associativismo estudantil, bem como a valorização do ensino profissional como opção

A iniciativa «Férias Ativas» é da câmara municipal de Castro Marim, e conta com o apoio da Empresa Municipal NovBaesuris. As premis-sas desta iniciativa são a sua ocupa-ção saudável durante a interrupção letiva de Verão e o seu desenvolvi-mento cultural, social e pessoal. As atividades este ano passam por ati-vidades como a patinagem, dança, equitação e cerâmica. “Outra das disciplinas a que as «Férias Ativas» dão particular importância é o teatro, na medida em que auxilia a criança no seu crescimento cultural e na sua formação como indivíduo, havendo, por isso, a realização de workshops de teatro, no auditório da Biblioteca Municipal”, pode ler-se no comunicado de imprensa do município que também refere aulas de piano, visitas semanais ao Centro de Ciência Viva, em Tavira, à Quinta do Vale para aulas de golf e canoagem, jogos desportivos, idas à praia, natação e hidroginástica na Piscina Municipal, entre outras.

Os participantes do 2º ciclo terão

A câmara municipal de Alcoutim premiou os melhores alunos das escolas do concelho. A iniciativa marcou o encerramento de mais um ano letivo, no dia 15 de junho, e contou com a presença do execu-tivo municipal.

Ao melhor aluno de cada turma (do 1º ao 9º ano), e respetivos encar-regados de educação, foi oferecida a estadia, durante um fim de semana, numa Pousada da Juventude.

Com a ação, a câmara municipal de Alcoutim pretende reconhecer, valorizar e estimular o esforço, a dedicação, o mérito e desempenho escolares.

Freguesia também distingue

Há seis anos que a junta de

freguesia de Alcoutim premeia o melhor aluno de cada ano da escola local no sentido de incenti-var os alunos a estudar mais, e por outro lado, reconhecer aqueles que trabalharam melhor ao longo do ano letivo. Os premiados deste ano já são conhecidos. Os alunos vão receber cheques-vale para material didático, jogos e livros, a levantar na papelaria «Odiana» e vão ainda fazer uma viagem que ainda está a ser decidida pela entidade organi-zadora do concurso. Os referidos prémios foram entregues na festa da escola e contaram com a pre-sença do presidente da freguesia, pelo secretário e pelo presidente da freguesia de Pereiro.

A seleção dos alunos foi da res-ponsabilidade da escola.

dicionais e atividades desportivas no pavilhão José Rosa Pereira e na Piscina Municipal.

A iniciativa teve o apoio das Asso-ciações de Pais das escolas de Mar-tinlongo e Alcoutim.

Final do Ano com muita animação

Entretanto, já decorreu o final do ano letivo. De Martinlongo chegou-nos a informação que a comomora-ção teve lugar no dia 14 de junho através de diversas atividades, entre elas a «II Corrida Anual de BTT», «Pinhata de Doces» e o «I Torneio de Natação». Foram, ainda, entregues os prémios no âmbito dos concur-sos «Leitura Expressiva» e «Novo Acordo Ortográfico». Também este dia esteve a cargo da organização da Associação de Pais de Martin-longo.

A iniciativa educativa «Missão: Cres-cer Saudável Mimosa» funcionou em parceria com a escola Professor Joaquim Moreira, em Martinlongo, e juntos levaram a cabo no passado dia 1 de junho as comemorações do «Dia do Leite e da Criança». Os alunos dos infantários e das duas escolas do concelho de Alcoutim, bem como os alunos de Cachopo (Tavira), desfruta-ram de um dia diferente e com muitas atividades lúdico-desportivas. Nas comemorações estiveram presentes o Diretor Regional de Educação do Algarve, Alberto Almeida, o Presi-dente da Câmara Municipal de Alcou-tim, Francisco Amaral, e os vereadores José Carlos Pereira e Hugo Barradas, bem como o diretor do Agrupamento de Escolas do concelho de Alcoutim, Professor António Amorim. Uma música sobre os benefícios do leite serviu para os alunos darem as boas vindas a todos os convidados. O resto do dia preencheu-se com jogos tra-

de facto e não apenas como recurso para alunos com piores notas”. A especialização dos professores do ensino primário numa das três áreas (estudo do meio, matemática e língua portuguesa) e partilha desses professores entre turmas, em vez do professor único por turma a lecionar as três áreas, é outra das convicções de Miguel Gomes.

O jovem defende, ainda, o reforço da autonomia das escolas na selec-ção de professores; responsabiliza-ção dos pais pelo comportamento dos alunos e perda de alguns direi-tos sociais pela sua ausência não justificada nas reuniões de pais que a escola convoca; redução do número de alunos por turma; educação de excelência, assente na qualidade dos programas e no rigor dos critérios de avaliação, revendo os programas e sincronizando-os dentro da mesma área curricular e uniformizando os critérios de ava-

um ateliê de arqueologia, ações de sensibilização sobre questões da saúde em colaboração com o Agrupamento dos Centros de Saúde [ACES] do Sotavento e da segurança (com a colaboração da GNR).

Para a câmara municipal de Castro Marim, o projeto «Férias Ativas» “tem por finalidade assegurar às crianças e jovens vivências diver-

sificadas e enriquecedoras para as suas aprendizagens que lhes possam abrir novos horizontes num futuro desafiante e de grandes exigências. É, ainda, de salientar a importância deste programa para os pais e encar-regados de educação que, durante este período, não possuem forma de assegurar a ocupação dos tempos livres dos seus educandos”.

liação que valorizem o mérito.Para ter convicções, e apresentar

alternativas, o jovem está convicto que tal só é possível “ouvindo os estudantes, os decisores políticos, os professores, os diretores, os pais e encarregados de educação”

Recorde-se que Miguel Gomes é o atual vice-presidente da JSD/VRSA.

Melhores alunos foram premiados

Castro Marim

JSD

No total participam nas «Férias Ativas» 240 alunosAlunos do agrupamento de escolas de Martinlongo tiveram oportunidade de realizar diversas atividades a 1 de junho

Jovem de Vila Real de Santo António soma e segue na política

A dança é uma das novidades das «Férias Ativas»; programa para ocupação dos jovens durante a interrupção letiva de verão. A iniciativa prolonga-se entre 18 de junho e 10 de setembro para alunos do 1º, 2º e 3º ciclos do concelho.

Alcoutim

CMCM

Page 5: JBG - Edição Julho 2012

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2012 | 5

Dia do Município de Castro Marim Hugo Cavaco e ARCDAA têm mérito

Duas vias que “rasgam a nova Castro Marim”

Revelim «ao rubro»

LOcAL

A manhã no dia 24 de junho acor-dou cedo os castro-marinenses que pelas 08h tiveram a alvorada. Pelas 09h houve lugar para o hastear da bandeira nos Paços do Concelho e às 10h a missa solene na Igreja de Nossa Senhora dos Mártires.

O feriado municipal este ano teve um programa longo de comemora-ções que, na verdade, começaram na véspera com o Arraial de São João que animou a Praça 1.º de Maio com sardinha assada a dar mais sabor aos festejos.

No dia do concelho a sessão solene, que aconteceu na biblioteca municipal de Castro Marim, contou com uma assistência bem preen-chida, sendo que, entre outros, a completar a primeira fila estiveram os diretores regionais da Economia e da Educação, o vice-presidente da Comissão de Coordenação Regional do Algarve, o presidente da câmara municipal de Alcoutim e cônsul de Marrocos.

A sessão solene foi aberta pelo presidente da Assembleia Muni-cipal, General Lino Dias Miguel, que confessou que gostaria de ter “feito mais” pelo município que o viu nascer, deixando o apelo aos mais novos para que “dediquem mais tempo à sua terra-natal”.

Seguidamente teve lugar a apre-sentação por parte do professor doutor Luís Marques que dedicou a sua comunicação a um olhar refle-xivo sobre a importância da valoriza-ção do património cultural imaterial

No Dia do Município o profes-sor Historiador Hugo Cavaco foi distinguido com a medalha de mérito «Grau Ouro». Na ocasião o edil castro-marinense lembrou que o distinto merecedor desta medalha municipal, “apesar de não ter nascido em Castro Marim tem dedicado muito do seu estudo a esta terra”.

A segunda distinção seguiu para a Associação Recreativa Cultural

avançar não fosse a crise aguda que se abateu no país”, anunciou José Estevens, enumerando concreta-mente o «Plano de Pormenor da Zona Nascente» que irá urbanizar 7 hec-tares de solos municipais e o «Plano de Pormenor do Parque de Lazer e Zona desportiva de Castro Marim» destinada a recreio e lazer.

Foram inauguradas duas avenidas em Castro Marim: «Avenida Dr. José Afonso Gomes» - que já havia sido aberta à circulação - e a «Avenida General Lino Dias Miguel» - cujas obras terminaram nas vésperas da inauguração. Trata-se de “uma peça importante de um conjunto de outros projetos que estariam prontos para

e o para o melhor desenvolvimento local, elogiando a oportunidade dada pelo município de Castro Marim para esta abordagem atenta que se debruçou também sobre os valores imateriais do património local, tais como a gastronomia, o artesanato e os cantares; panóplia integrante da etnografia do lugar.

Rigor na gestão do erário público

No seu discurso José Estevens, presidente da câmara municipal de Castro Marim, falou para os presen-tes, lembrando que ao longo dos seus mandatos o rigor tem regido “uma gestão à medida da realidade do muni-cípio de Castro Marim”, dizendo-se “orgulhoso” por ter as contas em dia”. Lembrou que “à semelhança do muni-cípio de Alcoutim” a autarquia castro-marinense é “das poucas autarquias que, num gesto de respeito e consi-deração pelo eleitorado, tem as suas contas saudáveis”, congratulando-se pelo município que lidera não contri-buir “para o desacerto da atividade económica de muitos agentes” que se relacionam com a câmara.

Num discurso que procura manter envolto num tom de esperança, apesar das dificuldades, o autarca, salientou que o “quadro é de muita dificuldade”, referindo que se não fosse um conjunto de alterações de regras que “surpreenderam” a sua administração ordinária as promessas feitas “seriam todas cumpridas”. Nesta

e Desportiva dos Amigos da Alta Mora – ARCDAA. De acordo com José Estevens esta “jovem associa-ção do concelho tem trabalhado para lutar contra a desertificação do Interior”, lembrando que apesar da ARDCAA estar situada “nas brenhas da serra” tem dinamizado inúmeras atividades e captado a atenção de milhares de pessoas de todo o país e da vizinha Espanha para o Interior de Castro Marim.

A fechar as comemorações do feriado municipal o grupo «Amor Electro», eletrizou o Revelim de Santo António que esteve mais cheio do que nunca para ouvir, cantar e dançar ao som da música eletrónica da banda que está a agitar as sono-ridades em Portugal.

sequência lembrou a entrada em vigor da «Lei de Compromissos» que criti-cou pelos “entraves que veio colocar na administração local”, lembrando também “um conjunto de normas do Orçamento de Estado que vieram destruir direitos constituídos e que per-turbam a continuação de uma gestão de realização de compromissos para a melhoria da qualidade de vida dos castro-marinenses”.

Para além das dificuldades

Assim, sem esconder as dificulda-des o edil enfatizou que o município não está parado. Para além da gestão ordinária, lembrou as obras de valo-rização do património, dando como exemplo disso, a recém-inaugurada «Casa de Odeleite» [ver caixa abaixo], a dinamização do Revelim de Santo António, do Forte de São Sebastião e Centro Multiusos do Azinhal, entre outros.

No setor das obras públicas J. Este-vens anunciou que “em breve vai ser concluído um prédio de habitação social em Altura e retomada a obra do núcleo museológico do Sal”, estando em condições avançadas de início de obra o troço «Altura-Furnazinhas» - que aguarda para isso o Visto do Tribu-nal de Contas – e a 1.ª fase do sistema central do abastecimento de água.

No dia do município foram inau-guradas duas novas vias que anteci-pam o crescimento da vila [ver caixa abaixo].

O historiador Hugo Cavaco e a ARCDAA, pela mão do presidente Valter Matias, receberam as medalhas de mérito pelas mãos de José Estevens

(Da esqu.ª para a D.ta) General Lino Dias Miguel e Dr. Afonso Gomes viram os seus nomes atribuídos às duas novas avenidas de Castro Marim

«A Casa de Odeleite» abriu as portasTambém «A Casa de Odeleite» abriu as portas no Dia do Município de Castro Marim. Trata-se de um núcleo museo-lógico que nasce de um antigo edifício do núcleo central de Odeleite, que foi um importante entreposto comercial do início do século XX. A solução ado-tada para o Núcleo Museológico de Odeleite contempla uma Recepção, Salas Polivalentes, Espaços Multifun-cionais e Administrativos, Cozinha,

Instalações Sanitárias, Pátios e Espaços Verdes de enquadramento.

O objetivo é que este novo espaço funcione como um elemento dinami-zador e revitalizador da vida social e cultural da vila de Odeleite e que con-tribua para o desenvolvimento de toda a cultura do concelho e região.

Na edição de agosto vamos dedicar uma reportagem alargada sobre este projeto.

«A Casa de Odeleite» vai funcionar como um núcleo museológico que se pretende em constante diálogo com a aldeia e visitantes

Amor Electro CMCM

CMCM

Page 6: JBG - Edição Julho 2012

6 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2012

LOcAL | EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANHA

por Antónia-Maria

Los faros de la costa occidental de huelva

La Hermandad de San Antonio de Padua en la Punta Del Moral

Visita cultural a Ayamonte

El ajo blanco andaluz

Orquesta del Algarve en Ayamonte

12 metros de altura. Está situ-ado en el puerto. El faro nuevo se encuentra a poca distancia y tiene 24 millas de alcance

El faro de Vila-Real de Sto.Anto-nio, por su proximidad a la fron-tera y su influencia en los puertos pesqueros de Ayamonte, Punta del Moral e Isla Cristina, está obli-gatorio en esta ruta. Este faro es el mas oriental del país vecino,

Ayamonte, convertida hoy, en estu-dio y lugar de eventos del conocido pintor Florencio Aguilera.

Otros lugares a destacar fue la visita guiada al molino de mareas del “Pintado”, restaurado reciente-mente, y la torre de vigía de Canela frente al océano Atlántico para la defensa de la costa de los ataques berberiscos.

La visita fue guiada, de forma magistral, por el profesor Enri-que Arroyo Berrones, que durante muchos años dirigió, y fue el “alma” de las Jornadas de Historia de Aya-monte de esta Ciudad.

mayor elogio.La recoleta iglesia de San Antonio,

en esta la barriada marinera fue el lugar elegido para al presentación del cartel de las Fiestas de San Antonio 2012, obra del conocido y polifacético pintor ayamontino Juan Vázquez, y representa una joven ataviada con traje tradicional que ofrece una cesta de caracolas, símbolo de los produc-tos del mar y del duro trabajo de los que viven diariamente de él para su sustento.

Portugal, y empezó a funcionar en 1923; está situado sobre un lecho arenoso y tiene 46 metros de altura y 26 millas de alcance. Emite luz blanca.

Como curiosidad hay que des-tacar que este faro se encuentra a mas de 1600 metros de la costa portuguesa y sólo a 750 metros de la frontera con la provincia de Huelva.

La costa occidental de Huelva esta surcada de faros y balizas a lo largo de ella.

Se inicia la ruta en el faro de la Higuera en la playa de Matalas-cañas con una altura de 46 metros y 20 millas de alcance. Emite luz blanca. Más adelante se encuentra el de Mazagón, en la localidad del mismo nombre, con una altura de 25 metros siendo su foco lumi-noso de 25 millas de alcance.

El faro de Punta Umbría emite una luz de 5 millas de alcance.

En la desembocadura del rio Odiel, y situado en el extremo del dique de Juan Carlos I, que protege el puerto de Huelva, se encuentra el faro del rio Odiel. Su altura es de 26 metros

El faro de Mazagón, llamado, también, el “Picacho”está asen-tado sobre una meseta arenosa y se remonta al año 1844. Tiene 25 metros de altura y su foco lumi-noso es de 25 millas de alcance.

En la playa del Rompido, encon-tramos dos faros: el primero y más antiguo es una torre blanca de

Profesores del país vecino, que forman parte de la Asociación de Solidaridad Social, en el Algarve, realizaron, durante el mes de Abril, una visita cultural a la ciudad fron-teriza de Ayamonte.

La visita transcurrió por los lugares mas emblemáticos de este munici-pio como la iglesia de las Angus-tias, patrona de la Ciudad, y la de San Francisco, junto al claustro del antiguo convento de franciscanos tan ligada a la convulsa historia de frontera con el país vecino.

Junto a esta iglesia, visitamos la casa solariega de los Marqueses de

La Hermandad de San Antonio de Padua en la localidad marinera de Punta del Moral, viene desarrollando, desde hace mucho tiempo, una impor-tante labor desinteresada, en esta pequeña barriada de Ayamonte, por mantener las tradiciones y las activi-dades propias de todo el año: cabal-gata de Reyes, certamen de “saetas” en Semana Santa, cruces de Mayo, fiestas de San Antonio y procesión de Nuestra Señora del Carmen…

Su Presidente, Juan José Alonso, es el artífice de todo este trabajo, sin descanso y escalonado a través del año para que las personas de todas las edades se sientan integradas en su comunidad y participen en todas estas actividades.

En esta labor está acompañado por el Presidente de la Asociación de Vecinos, el joven y entusiasta, Juan Moreno de los Angeles, que realiza éstas y otras actividades como talleres de pintura, clases de música, de baile etc…impartidas en el módulo cultu-ral de esta localidad para disfrute y entretenimiento de todos los vecinos a lo largo del año.

Una ardua labor la de estos dos reconocidos “punteros” digna del

La orquesta del Algarve actuó en el teatro Cardenio de Ayamonte, en el mes de Junio con un interesante pro-grama en el que destacó las Cuatro Estaciones de Astor Piazzola, y con la presencia del destacado acordeo-nista Gonzalo Pescada, considerado uno de los solistas mas destacados del país vecino.

Los componentes de la orquesta, actualmente, son de 17 nacionalidades diferentes y tienen entre sus principa-les objetivos llevar la música clásica a todos los rincones de Portugal, ademas de organizar giras internacionales en los mas prestigiosos auditorios de Europa.

Su director Cesário Costa, es una de las batutas mas destacadas del momento musical internacional siendo, también, director artístico de la Orquesta Metropolitana de Lisboa.

El faro de Mazagón en la playa del mismo nombre

La visita transcurrió por los lugares mas emblemáticos de Ayamonte

La orquesta del Algarve actuó en el teatro Cardenio de Ayamonte, en el mes de Junio

“Los faros son lugares mágicos y un lugar de encuentro entre la tierra y el mar, de la oscuridad con la luz, del hombre con la Naturaleza. Son el acantilado a donde se asoma la soledad. El amigo callado que está siempre ahí para ayudar. Es imposible llegar a un lugar donde hay un faro y no sentir interés por él, por su forma, su pasado por todo lo que esconde su alma de viejo lobo de mar…”

“Del viejo farero”

El ajo blanco es una variante de gazpacho que, aunque originario de la provincia de Córdoba, se consume en parte de Andalucía y también en la región de Extremadura.

En los meses calurosos de verano es un alimento completo y nutritivo, hecho a base de productos natura-les de la tierra, principalmente: la almendra, el pan y el aceite.

Ingredientes: 120 grs de almendras peladas100 grs de miga de pan 1 diente de ajoAceite de oliva, cinco cucharadas de

sopaUnas gotas de vinagre de manzanaUvas sin piel a voluntadMelón cortado en cubitosSal a voluntad

Preparación:Se mezcla en la batidora las almen-

dras, el aceite y la miga de pan y el ajo.

Cuando se convierte en una pasta fina, se añade el vinagre y se pone a enfriar en el frigorifico. En el momento de servir se le mezcla las uvas y el melón.

La Hermandad de San Antonio de Padua viene una importante labor desinteresada por mantener las tradiciones y las actividades propias de todo el año

junio Receta

Page 7: JBG - Edição Julho 2012

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2012 | 7

LOcAL

Socialistas foram a votos

Paços do Concelho de Alcoutim vai ganhar cara nova

Francisco Amaral “a ponderar” candidatura a Castro Marim

O apoio dos castro-marinenses

O edil de Alcoutim diz-se “surpre-endido com as manifestações de sim-patia e apoio” que garante receber dos castro-marinenses, realçanco que “não esperava que fosse assim tanto”. O facto de “diariamente receber apoio de várias pessoas para uma candidatura a Castro Marim irá pesar na balança”, afiança.

O autarca que também é fun-

com a maior celeridade possível; não ficando à espera de uma lei, ao contrário dos outros”.

Ainda é cedo para decisões

“Estamos a ano e meio das elei-ções; acho que é muito cedo para decidir alguma coisa”, acautela, no entanto, Francisco Amara que lembra que no concelho que dirige há duas décadas “trabalha-se em velocidade de cruzeiro; com obras a decorrer, num município sustentável que geriu bem os seus recursos”.

Garante que nunca irá abando-nar Alcoutim, onde irá continuar “a morar e acompanhar os problemas dos cidadãos”, diz. Quanto à equipa que lidera acredita que “irá conti-nuar a fazer um bom trabalho e a lutar pelos alcoutenejos”.

Contra a fusão de VRSA e Castro Marim

No que toca a fusões F. Amaral é “totalmente contra, quer de fusões de freguesias quer de municípios como até já se ouve falar”, defen-dendo que “há que respeitar a história e a cultura dos fregueses, munícipes e municípios”. Considera que esta questão “é um disparate absoluto”, esperando da parte do Governo “bom senso”.

dador da Associação Odiana lembra que, ao longo dos anos, enquanto dirigente desta entidade, foi sempre estando a par dos vários problemas dos três concelhos (VRSA, Castro Marim e Alcoutim). “Nada disto é novidade para mim; são 20 anos de autarca e muitos deles como membro da direção da AMAL”, sublinha, referindo que “a diferença entre um autarca e um deputado ou um ministro é que o autarca lida diretamente com os problemas e há que os resolver

Depois de José Estevens, presidente da câmara municipal de Castro Marim, ter avançado que irá, provavelmente, candidatar-se ao concelho de Tavira agora, Francisco Amaral, edil alcou-tenejo, avança que apesar de “estar ainda a ano e meio de eleições autár-quicas, e concentrado unicamente no trabalho autárquico em Alcoutim”, tem “ponderado uma possível can-didatura a Castro Marim” face “ às inúmeras manifestações de apoio” que tem recebido nesse sentido, bem como “ao desafio que constitui liderar um concelho que tem serra, barrocal, mas que também tem litoral”.

F. Amaral considera-se “uma pessoa para o serviço público”, lembrando que há “similitudes entre ser médico e ser autarca; sendo que ambos ser-viemn as pessoas”.

Sendo alcoutenejo, lembra que também é da serra nordestina algarvia, do Baixo Guadiana, consi-derando, por isso, que “não é muito estranha uma candidatura por Castro Marim”.

O atual presidente da câmara municipal de Alcoutim poderá ser o potencial candidato pelo Partido Social Democrata (PSD) ao concelho de Castro Marim. Ao JBG mostrou-se veemente contra a fusão de VRSA e Castro Marim.

Autárquicas 2013

Susana de Sousa

Governo “abandona” ponte Alcoutim-Sanlúcar e conclusão de IC27

Para os comunistas “o Governo abandona, na prática, o projeto de construção da Ponte Interna-cional Alcoutim-Sanlúcar, visto que, obviamente, as autoridades locais não dispõem de meios para financiar e construir esta infraes-trutura, assim como abandona o projeto de conclusão do IC27”. Para o PCP, ao tomar esta medida “o Governo manifesta a sua total indiferença pelo futuro do Nor-deste Algarvio e Sudeste Alente-jano, abandonando estas regiões à sua sorte”. Os comunistas pro-metem não se resignar “com o crescente declínio das regiões

O custo da obra vai ascender a perto dos 615 mil euros. Trata-se de uma remodelação que terá início no princípio do mês de julho e que deverá prolongar-se pelos próximos 14 meses. Ou seja, em setembro de 2013 Alcoutim terá um novo Paços do Concelho que será recuperado, fazendo jus ao edifício original que remonta ao século XIX, com janelas de sacada e gradeamentos de ferro forjado.

O projeto de recuperação é do alcoutenejo Vítor Brito e a obra assume uma grande importância local, por se tratar de um edifício, histórica e culturalmente, ligado às noções de serviço público locais. Depois de remodelado, o edifício dará de novo lugar à autarquia que, entretanto, está distribuída por espaços improvisados na vila alcouteneja.

A obra é comparticipada em 50% pela Administração Central, resultado de um protocolo, assinado em 2010, entre o Presi-dente da Câmara de Alcoutim e o então Secretário de Estado da Administração Local.

interiores do País”, e vão continuar “a lutar pela concretização da Ponte e do IC27, infraestruturas essenciais para a dinamização das atividades económicas e para a fixação de habitantes nas regiões do Nordeste Algarvio e Sudeste Alentejano”.

Alcoutim lamenta

De imediato o município de Alcou-tim lamentou a decisão do Governo, dizendo que desta forma está a “secundarizar a construção da ponte Alcoutim/Sanlúcar, assim como a construção do IC27, que ligaria Alcoutim a Albernoa (Beja)”, lem-

Foi o PCP que avançou com a notícia, explicando em comuni-cado que “foi em resposta a uma pergunta dos deputados Paulo Sá e João Ramos do Grupo Parlamen-tar do PCP, que o Governo infor-mou que considera que a Ponte Internacional Alcoutim-Sanlúcar é «uma ligação de interesse apenas local», pelo que o seu financia-mento e construção competem apenas às autoridades locais”. Para o executivo de Pedro Passos Coelho o IC27 existente “entre Alcoutim e Albernoa (ligação ao IP2, perto de Beja) responde às necessidades”, denunciou o PCP.

brando que são duas infraestruturas de primordial importância para o desenvolvimento de duas das sub-regiões mais deprimidas da União Europeia. Francisco Amaral, edil alcoutenejo, afirma que “na peu-gada dos anteriores Governos, o atual manifesta uma total insensi-bilidade e desinteresse no combate à desertificação, despovoamento e empobrecimento de toda a serra algarvia, todo o Alentejo e todo o Interior do país em geral, não colaborando com os esforços que as autarquias locais vêm desenvol-vendo no combate às assimetrias deste país”.

O município de Alcoutim já lamentou a decisão do Governo em deixar de fora do investimento a ponte internacional Alcoutim-Sanlúcar e a conclusão do IC27 até Beja.

Segundo o PCP

Decorreram as eleições socialistas às diversas concelhias por todo o país. No que diz respeito ao Baixo Guadiana Célia Brito, em Castro Marim, venceu a disputa, destro-nando nas urnas Tiago Nené. A atual presidente da concelhia PS de Castro Marim foi a votos no passado dia 1 de junho.

Por sua vez, a 2 de junho, em Vila Real de Santo António assumiu a liderança da concelhia de Vila Real de Santo António Célia Paz. Em Alcoutim José Galrito foi reeleito pelos socialistas. Estes últi-mos com listas únicas nas respetivas concelhias.

Carlos Nóbrega candidato para autárquicas 2013

Célia Brito confirmou ao JBG que já esolheu o candidato para as autárquicas 2013. É o empresário alturense Carlos Nóbrega, que a ter unanimidade na concelhia de Castro Marim terá a sua apresentação oficial em meados de julho.

A líder da concelhia está “con-fiante em Carlos Nóbrega porque é um empresário com visão e que tem tudo para levar o concelho para um desenvolvimento que faz falta”, relevando para além da cultura, património, educação, saúde e apoio social, “outras dinâmicas como o turismo”.

Francisco Amaral atinge limite de mandatos em Alcoutim em 2013

Page 8: JBG - Edição Julho 2012

8 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2012

GRANDE REPORTAGEM

«Escola Realmadrid VRSA/Castro Marim» mudou a vida de 115 crianças

Fomos ao encontro de quem viveu de perto a escola sócio desportiva do Realmadrid e ficámos a conhecer resultados, expectativas e também lacunas que aos poucos se pretendem

colmatadas, se possível já em 2012/2013.Pais satisfeitos, alunos entusiasmados e técnicos empenhados fazem agora uma pausa nas aulas da primeira escola sócio desportiva da fundação madrileña em Portugal. Esta escola é gerida pelos municípios de Castro Marim e Vila Real de Santo António que, tendo como

parceira a Associação Odiana, mudou a vida de 115 crianças entre os 5 e os 12 anos.

Susana de Sousa

e suas famílias. “Existem alunos que conhecemos bem do contexto escolar e que agora reconhecemos que melhora-ram a vários níveis; e também os seus encarregados de educação confirmam isso mesmo”. Tanto para Flávio como para David “isso é o mais gratificante”, lembrando que o objetivo das aulas da fundação «Realmadrid» não é a competição, mas sim formar melhores cidadãos no futuro. “Por isso mesmo, ao invés da competição fomentou-se a cooperação”, acentua Flávio.

Projeto para as crianças, mas em articulação com famílias

Carlos Afonso é Chefe de Divisão de Desporto e Juventude da Câmara Municipal de Vila Real de Santo Antó-nio e desde o início que acompanha o processo de formação da escola da Fundação Realmadrid em Vila Real de Santo António/Castro Marim. Recorda que a ideia surgiu em terras pomba-linas e que mais tarde se estendeu ao concelho vizinho. Esta fusão tem resul-tado “muito bem”, garante, satisfeito

pela abrangência dos alunos atingidos nos dois concelhos, num total de cinco turmas distribuídas em quatro polos – Castro Marim, Vila Real de Santo António (sede da escola), Vila Nova de Cacela e Monte Gordo.

No concelho de VRSA surgiram os três polos de modo a tornar mais aces-sível a todo o público-alvo. A prática do basquetebol e futebol foi feita de acordo com as condições existentes em cada localidade. Por isso, em Monte Gordo, a escola abriu para uma turma de futebol, em Cacela para uma de basquetebol e em Vila Real de Santo António para uma de futebol e uma de basquetebol.

Cada turma foi ministrada por dois professores e um auxiliar. A câmara municipal contou este ano com três estagiários de desporto da Universi-dade do Algarve que também auxilia-ram a escola do Realmadrid.

Carlos Afonso recorda que este pro-jeto é feito para as crianças, mas que é preciso trabalhar as famílias. “Traba-lhar o seio familiar é o mais complexo, pois em Vila Real de Santo António há muitos casos de carência social e a

Castro Marim ganhou uma moda-lidade que até aqui não era prati-cada no concelho: o basquetebol. Tratou-se de uma inovação que chegou no âmbito de outra: a Escola Sócio Desportiva da Fundação Real-madrid Vila Real de Santo António/Castro Marim; de resto a primeira escola desta fundação madrileña em Portugal.

Já depois de a escola ter encer-rado estivemos à conversa com José Félix, pai da pequena Patrícia, de 9 anos. Essencialmente, pretendemos perceber a apreciação que faz desta escola depois de um primeiro ano de existência. Diz-se “satisfeito” apesar de ao início não estar con-victo que a filha se integrasse tão bem na turma, já que a pequena Patrícia é uma acérrima adepta do futebol. “Mas correu muito bem e ela quer continuar para o próximo ano”, testemunha o pai orgulhoso da sua filha desportista. “Veio sempre satisfeita das aulas; não só porque conseguiu desempenhar bem o seu papel, mas porque teve oportuni-dade de contactar com um desporto diferente”, diz-nos José F. que faz um “balanço bastante positivo”.

O desporto na vida de Patrícia concilia-se com um bom desempe-nho na escola; aliás, essa é a regra de ouro lá de casa. “Não deixar os estudos para trás”, reforça o pai. Patrícia quer “continuar para o ano a praticar basquetebol” porque afinal é também um desporto “giro”. Quanto às regras que aprendeu considera que “foram importan-tes”, lembrando que lhe valeram os cartazes divulgativos afixados na escola que lhe chamaram a atenção para a nova escola internacional no concelho.

O pequeno Afonso Reis, de oito anos, é colega de Patrícia na escola da fundação espanhola. Também ele um grande apaixonado pelo fute-bol assume-se hoje, depois desta experiência nova, mais adepto do basquetebol e irá inscrever-se para as aulas do próximo ano. “Gosto deste desporto, dos professores e das regras que aqui aprendemos”, confirma-nos, garantindo que sabe que esta escola não servirá para formar jogadores para o clube de Cristiano Ronaldo e Pepe.De ressal-var que quando esta escola surgiu no Baixo Guadiana muitos foram os pais e jovens que pensaram que serviria para captar talentos de futebol para o clube Real Madrid. No entanto, todos os equívocos foram insistentemente desfeitos pela equipa que coordena o projeto, tanto em Vila Real de Santo António como em Castro Marim.

Técnicos apontam sucesso e lacunas

Na vila de Castro Marim David Livramento e Flávio Oliveira são os dois técnicos de desporto da câmara municipal afetos à escola madrileña. Ou seja, foram eles que ministraram as aulas que aconteceram duas vezes por semana, ao longo de hora e meia, no pavilhão municipal.

Tanto na opinião de David como de Flávio, caso houvesse maior dis-ponibilidade de recursos humanos “muito mais se teria feito”, nomea-damente o número de turmas seria pelo menos de duas, já que a lista de espera ascende a cerca de 30 alunos em Castro Marim.

No entanto, explica-nos David, que a turma que surgiu em 2012 não foi constituída exclusivamente pelo público-alvo inicialmente pretendido. Recorde-se que esta escola é sócio des-portiva, ou seja, através do desporto pretende chegar a públicos mais des-favorecidos socialmente ou crianças com dificuldades motoras, e melhorar a sua qualidade de vida, promover a integração social e ministrar regras essenciais para uma melhor forma-ção pessoal.

Mas captar exclusivamente crian-ças que se encaixassem no perfil pretendido não foi tarefa fácil. David acredita que muitas terão ficado de fora porque as famílias não tiveram capacidade financeira para promover o transporte até aos treinos. “O concelho de Castro Marim é grande e disperso”, recorda David que apesar de desta-car positivamente a assiduidade dos alunos, salvaguarda que “houve casos de crianças que não vieram a todas as aulas por dificuldades dos pais em trazê-las até ao pavilhão”.

Para contornar esta dificuldade, e poder constituir uma turma, foi necessário abri-la a outras crianças, criando uma grande heterogeneidade no grupo.

Flávio enfatiza o fator da heteroge-neidade, mas garante que “todos os objetivos foram cumpridos e a essência desta escola não foi posta em causa”.

A turma de Castro Marim foi cons-tituída por crianças entre os 5 e os 10 anos e os treinos decorreram às quartas e sextas-feiras. “Neste grupo três crianças tinham dificuldades motoras que foram trabalhadas de modo a evoluir positivamente”. Flávio realça a “solidariedade do grupo que promovia a integração e entreajuda entre os alunos”. Por isso mesmo este técnico assegura que o balanço que faz é “extremamente positivo, tanto ao nível motor, social como afetivo”.

Tanto Flávio como David ministram aulas de desporto nas escolas no âmbito das «Aulas de Enriquecimento Curri-culares», o que lhes permite ter um contacto muito direto com as crianças

Esta escola funciona nos dois concelhos num total de cinco turmas distribuídas por cinco polos. É a única em Portugal com as modalidades de futebol e basquetebol

O grande lema da fundação Realmadrid é «Educar pelo Desporto»

Page 9: JBG - Edição Julho 2012

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2012 | 9

GRANDE REPORTAGEM

Além da vertente motora, a escola desportiva de integração social de Vila Real de Santo António e Castro Marim da Fundação Real Madrid tem como objetivo oferecer alternativas de lazer às crianças em situações de risco, contribuindo para o desenvol-vimento da sua personalidade.

Por outro lado, visa incentivar formas de vida saudáveis e incutir aos jovens sinalizados, pelas enti-dades parceiras, valores como soli-dariedade, espírito de equipa ou a promoção de valores éticos.

De forma a garantir um acompa-nhamento integrado dos jovens, o trabalho dos formadores é desenvol-vido em paralelo com os professores, centros de saúde e encarregados de educação, que serão periodicamente chamados para conhecer o percurso desenvolvido pelos seus educandos.Além disso, as metodologias aplica-das visam premiar o mérito e têm em conta fatores como as classificações escolares, o comportamento, bem como a assiduidade dos alunos a fre-quentar as atividades da fundação.

Luís Gomes e José Estevens, edis de Vila Real de Santo António e Castro Marim, respetivamente, são unânimes e congratulam-se por terem trazido para o território do Baixo Guadiana a primeira escola da fundação madrileña. Realçam ainda o objetivo social a que se propõe esta instituição. “Formar mais e melhor as crianças e jovens para que sejam melhores cidadãos amanhã”.

Rosa Roncal, Relações Internacio-nais da Fundação, disse ao JBG que as oportunidades para a abertura das escolas desta Fundação espanhola “são as mais diversas”, congratulan-do-se, neste caso, com o empenho da Odiana e dos municípios locais que no início de 2011 iniciaram as nego-ciações para a abertura da escola de VRSA e Castro Marim.

O programa de formação é «Eles correm, nós formamos» e envolveu 115 crianças entre os 6 e os 12 anos, tendo sido dada prioridade às crian-ças e jovens com carências sociais. O desporto é utilizado para incutir valores de formação pessoal que per-mita um futuro melhor “tornando-os melhores cidadãos”.

Espalhadas por todo o mundo existem 158 escolas da Fundação Realmadrid, de caráter totalmente gratuito.

2011Setembro - A Fundação Real-

madrid abriu oficialmente a Escola Sócio Desportiva de VRSA e Castro Marim no dia 28 de setembro. O momento inaugural foi o hastear da bandeira da fundação no complexo desportivo de VRSA, onde funciona a sede da escola.

A formação dos formadores ini-ciou-se a 27 de setembro. Os téc-nicos madrileños estiveram cerca de três dias em VRSA a ensinar o programa da Fundação numa for-mação em participaram cerca de 20 técnicos, não apenas de Vila Real de Santo António e Castro Marim, mas também das outras três cidades em que a Fundação de Florentino Peres instalou escolas sócio desportivas: Gaia, Funchal (Madeira) e Manique (Lisboa).

Outubro 2011 – Vila Real de Santo António acolhe desde outubro a escola Realmadrid constituída por turmas mistas na prática de futebol e basquetebol.

2012Janeiro – foi assinado um acordo

entre a Fundação Realmadrid e os municípios de Vila Real de Santo António e Castro Marim. Estava oficialmente criada a «Escola Real-madrid» inserida no Projeto Portugal da Fundação Realmadrid que por todo o mundo promove o lema «Eles jogam, nós educamos».

Escola abre em Castro Marim em Janeiro com uma turma mista na modalidade de basquetebol.

São abrangidas crianças entre os 5 e os 12 anos em ambos os conce-lhos.

Março - a 17 de março, no Pavi-lhão Ilídio Setúbal, em VRSA, teve lugar a cerimónia de entrega dos equipamentos desportivos às 160 crianças que se encontram a fre-quentar a escola. Os jovens recebe-ram ainda a mensagem surpresa de alguns jogadores do clube espanhol: Cristiano Ronaldo, Fábio Coentrão e Pepe. Para completar a atividade realizaram-se diversos jogos de fute-bol e basquetebol.

Abril – teve lugar a formação de basquetebol. Puderam participar treinadores de basquetebol de todo o Algarve. De referir que em Portugal esta é a única escola do Realmadrid que tem as duas modalidades: fute-bol e basquetebol.

Junho – no dia 10 realizou-se um encontro/convívio de atletas de doze clubes de basquetebol do Algarve. Aqui marcaram presença as equipas de basquetebol da Escola Realmadrid de VRSA/Castro Marim com uma excelente participação e onde os familiares e amigos tiveram oportunidade de ver o talento das suas crianças.

Julho – em VRSA vai realizar-se mais uma reunião com as famílias e os alunos de Castro Marim e VRSA;. Os pequenos vão ser convidados a assistir no Estádio da Luz o jogo Ben-fica X Real Madrid a 27 de julho.

Escola Realmadrid é um projeto social

«Escola Realmadrid VRSA/Castro Marim» mudou a vida de 115 crianças

Fomos ao encontro de quem viveu de perto a escola sócio desportiva do Realmadrid e ficámos a conhecer resultados, expectativas e também lacunas que aos poucos se pretendem

colmatadas, se possível já em 2012/2013.Pais satisfeitos, alunos entusiasmados e técnicos empenhados fazem agora uma pausa nas aulas da primeira escola sócio desportiva da fundação madrileña em Portugal. Esta escola é gerida pelos municípios de Castro Marim e Vila Real de Santo António que, tendo como

parceira a Associação Odiana, mudou a vida de 115 crianças entre os 5 e os 12 anos.

formação que é dada aos mais novos nesta escola tem de se conciliar com a formação que têm em casa; o que por vezes não é nada fácil; daí a importân-cia que demos a um constante diálogo com as famílias”. Em julho haverá uma última reunião a encerrar o primeiro ano e que juntará alunos, famílias, técnicos e executivo municipal.

Professores titulares de turma sinalizam alunos

Um dos pontos de sucesso que Carlos Afonso aponta foi “a ótima sele-ção feita dos alunos”, levada a cabo pelos professores titulares de turma nas escolas do concelho que encami-nharam crianças pelas mais diversas razões. Falta de empenho escolar, de integração – nomeadamente alunos imigrantes que não dominam a língua portuguesa – dificuldades sociais, risco de obesidade infantil e falta de mobi-lidade representam as grandes linhas pelas quais os professores titulares se guiaram para encaminhar crianças entre os 6 e os 12 anos para a escola da Fundação Realmadrid, não tendo

surgido qualquer lista de espera de crianças nestas circunstâncias.

O chefe de divisão municipal afirma que a grande preocupação nesta escola foi chegar aos alunos mais novos, explicando que “se for captada uma grande fatia de alunos, já com 11 ou 12 anos, apenas poderão frequentar esta escola durante pouco tempo”.

Recorde-se que o grande lema da fundação Realmadrid é «educar pelo desporto». Do balanço que é possível fazer, não havendo qualquer estudo nesse sentido, Carlos Afonso assegura que “de acordo com os professores titu-lares houve alunos a melhorar com-portamento e notas”, referindo que também a equipa da autarquia quis acompanhar o desempenho escolar dos alunos para perceber a sua evolu-ção a par da sua prestação na escola da fundação madrileña. “Esse é objetivo: que o que apreendem nas aulas de basquetebol e futebol se estenda pelo resto das vertentes da sua vida”.

Alunos integram clubes locais

A evolução dos alunos foi de tal ordem, tendo havido alguns que foram, entretanto, convidados para integrar o Lusitano – na vertente de futebol – e o Juventude Basquetebol Clube . “Acreditamos que tudo isto é muito bom sinal; porque a par de uma formação desportiva e humana gratuita, estes jovens veem as portas abertas para a área da competição por revelarem inúmeras capacidades que até aí lhes eram desconhecidas”. De referir, também, que em abril, quando decorreu a formação de bas-quetebol pela Fundação Realmadrid, os treinadores dos clubes da modali-dade no Algarve tiveram oportunidade de a integrar. Carlos Afonso considera “que esta foi uma excelente oportuni-dade para fomentar nos clubes que, para além da competição, é impor-tante, paralelamente, desenvolverem a formação de outros valores juntos dos seus jogadores, tornando-os para além de bons atletas, melhores seres humanos”.

27 de julho crianças vão ver Benfica X Real Madrid

Para terminar «em cheio» o primeiro ano desta escola sócio desportiva de VRSA/Castro Marim, as crianças vão ser convidadas a assistir no estádio da Luz ao jogo amigável entre o Benfica e o Real Madrid, com as estrelas a marcarem presença e a prometerem tornar este dia inesquecível para os mais pequenos que vão partir do Baixo Guadiana com destino a Lisboa.

Esta escola funciona nos dois concelhos num total de cinco turmas distribuídas por cinco polos. É a única em Portugal com as modalidades de futebol e basquetebol

CRONOLOGIA

Page 10: JBG - Edição Julho 2012

10 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2012

LOcAL

Formação às famílias

Na sessão foram desmistificados alguns juízos sobre o álcool e sobre a doença, tendo os médicos transmi-tido ao auditório algumas ferramen-tas para ajudar o doente alcoólico a assumir-se e a querer tratar-se. A luta contra o álcool é “difícil e demorada”, alertaram, contando com o apoio de Francisco Amaral, edil alcoutenejo e médico que avançou que vai ser ministrada às famílias alcoutene-jas, afetadas pelo problema, uma formação técnica para ajudar neste processo.

“Há uma inconsciência do alcoo-lismo, quase coletiva”, declarou na ocasião o autarca, referindo que, muitas vezes, não basta o alcoólico

Álvaro Pereira e António Camacho são dois médicos do Centro de Apoio aos Toxicodependentes de Olhão e deslocaram-se até à vila alcouteneja para desfazer alguns mitos à volta do consumo crónico do álcool. Depois de uma introdução à história do alcoo-lismo, António Camacho aproveitou para desfazer na audiência alguma ideias pré-concebidas sobre o álcool, lembrando que “não abre o apetite, não mata a sede, não aquece”. A cen-tena de pessoas escutou atentamente as palavras também do especialista Álvaro Pereira que apelou para que os cidadãos “nunca mais pensem que o alcoolismo é um vício”, sublinhando que o alcoolismo é uma “doença do cérebro, como a alzheimer ou a esqui-zofrenia”.

não acordar, como as pessoas que o rodeiam já não acreditarem na sua recuperação. “Porque é que nos sensi-bilizamos tanto com hipertensos e dia-béticos e com os alcoólicos deixamos andar?”, reclamou, por sua vez, Álvaro Pereira, pedindo que estes doentes fossem verdadeiramente ajudados.

Partilha de experiência

A partilha de experiências entre o público e os palestrantes fechou o encontro. Um contributo importante foi trazido pelo José Pepo, médico na Amareleja, que partilhou a sua experiência com esta comunidade, comprovando que o envolvimento e a responsabilização sociocultural ajudam a combater o alcoolismo.

Alcoolismo é uma doença cerebral e não um vício

Há já cerca de três anos, ininterrupta-mente, que todas as primeiras sextas-feiras de cada mês a Rádio Guadiana, em Vila Real de Santo António, transmite o programa «Viver Aqui». Trata-se de um programa de rádio dedicado aos imigrantes que esco-lheram o concelho pombalino, e con-celhos vizinhos, para viver. A ideia partiu do Centro Local de Apoio à Integração de Imigrantes (CLAII) que viu neste projeto uma plataforma de comunicação inovadora para estar mais próximo dos imigrantes.

O estúdio enche-se de pessoas interessadas em veicular informa-ção sobre os seus países de origem, bem como comunicar com os seus concidadãos que optaram por imi-grar para o concelho pombalino. As nacionalidades russa, ucraniana, bra-sileira e moldava marcam presença numa rotina mensal que tem tido o mérito de unir a população imi-grante e autóctone, sobrevalorizando a integração.

Aqui conversa-se, convive-se, trazendo para cima da mesa temas da maior importância, tanto para a comunidade imigrante, bem como para os vila-realenses que desta forma ficam a conhecer as histórias de quem teve que deixar para trás a terra-natal e a família de modo

a encontrar melhores condições de vida num país estrangeiro.

Aos microfones abordam-se episó-dios reais do quotidiano, bem como se testemunham datas, tradições, hábitos e costumes dos imigrantes nas suas terras.

A autêntica partilha de vivências em que se traduz o programa dá um brilho especial. E, acima de tudo, tal como transmite o jingle do programa, o importante é mostrar que «Viver Aqui é bom!». Não se escondem angústias, dificuldades, processos

difíceis de integração, mas dão-se como exemplos de vida histórias de esperança, concretização e força de vontade.

Pelas vozes de Neuza (Brasil), Oksana (Rússia), Juliana (Ucrâ-nia), Olesea (Moldávia) e Patric (Brasil) ficamos a perceber como o fenómeno da imigração consegue ser tão complexo.

Também a enfermeira Inês, da Cruz Vermelha Portuguesa, tem mar-cado presença neste programa com o objetivo de transmitir a melhor

«Viver Aqui» dá voz ativa aos imigrantes

O troço final da Avenida da República, junto à rotunda do Bairro do Lazareto, esteve con-dicionado à circulação automó-vel durante o mês de junho, na sequência do abatimento da via provocado pela deterioração de uma caixa antiga de um coletor. A intervenção foi executada pela empresa municipal Socie-dade de Gestão Urbana (SGU).

Terão sido já vários os assaltos ocorridos a viaturas estaciona-das no parque da Praia de Santo António, em VRSA. Foram já várias as queixas, sendo que esta já foi uma questão levantada no Conselho Municipal de Segurança do município vila-realense..

Ao que o JBG conseguiu apurar a maioria das situações acontece a viaturas cujos proprietários deixam materiais de valor à vista. As autoridades garantem estar atentas a este fenómeno, mas deixam o conselho para que os utentes deste parque salvaguar-dem os bens da vista dos margi-nais.

A cooperação mais a nordeste do Baixo Guadiana vai fazer com que durante o verão os jovens de Alcoutim convivam mais com jovens espanhóis. É que o Grupo Desportivo de Alcoutim (GDA) juntou-se à Associação espanhola La Viñavila, de Sanlúcar de Gua-diana, para uma colaboração que visa aproximar os jovens de ambas as margens.

Durante o verão o GDA orga-niza, o curso «Iniciação à Canoa-gem», para crianças entre os 8 e os 17 anos, ao passo que a associação La Viñavila se responsabiliza por trazer sete crianças de Sanlúcar de Guadiana à atividade. Com este acordo de colaboração, as asso-ciações promovem o convívio e a interculturalidade das crianças lusas e espanholas.

Esta é o primeiro passo da Asso-ciação Viñavila, que quer fomen-tar e complementar ações entre as populações de Sanlúcar de Guadiana e Alcoutim.

informação na área da saúde.

CLAII mobiliza imigrantes

Uma das interlocutoras fundamen-tais para o surgimento do programa foi Rita Prieto. A coordenadora do CLAII tem conseguido mobilizar os imigrantes mensalmente, entusias-mando-os com a produção de um novo «Viver Aqui». Pela antena da Rádio Guadiana já passaram temas tão diversos como a Integração, o Amor de Mãe, as relações entre países emissores e recetores, a informa-ção que vem da pátria, entre tantos outros. É um programa conduzido em tom coloquial que coloca num patamar justo quem dá a cara pela imigração na real aceção da palavra: Integração.

O sentimento de união permitiu que Cruz Vermelha, Rádio Guadiana e comunidade civil se juntassem pela causa nobre da Imigração, com os olhos postos na melhor integração de todos num mundo que se quer global e justo.

Este programa está inserido numa candidatura a um projecto no âmbito do Fundo Europeu para a Integra-ção de Nacionais de Países Terceiros (FEINPT) em vigor desde 2010.

A ideia tem resultado de tal forma que este é já um programa de culto transmitido a nível local em 90.5 FM ou em

radioguadianafm.com para todo o mundo.

Há cerca de três anos que a rádio local de Vila Real de Santo António emite um programa mensal onde os imigrantes residentes no concelho pombalino dão voz aos muitos estrangeiros que escolheram terras vila-realenses para viver.

O alerta foi deixado por especialistas em Alcoutim que no passado dia 6 de junho deram uma conferência sobre o alcoolismo. Cerca de 100 pessoas esclareceram dúvidas.

Programa «Viver Aqui» marca presença em 90.5 FM na primeira sexta-feira de cada mês

Reparação de coletor condicionou trânsito junto ao Lazareto

Parque da Praia de Santo António na mira de assaltos

Crianças de Sanlúcar e Alcoutim convivem

Programa de rádio local

Acordo entre associações promove intercâmbio de verão

Intercâmbio

Page 11: JBG - Edição Julho 2012

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2012 | 11

LOcAL

Torneio trouxe a VRSA milhares de visitantes que animam turismo local

Em comunicado a SGU deu conta que no início do mês de junho surgi-ram em Vila Real de Santo António “indivíduos externos aos serviços do Município – Câmara e empresa municipal Sociedade de Gestão Urbana (SGU) –, com o intuito de divulgar informações falsas relati-vamente à água do concelho de Vila Real de Santo António, pondo em causa a sua qualidade”, avançando a empresa que “estas abordagens são normalmente seguidas de demons-trações ao domicílio com um único objetivo: a compra de um produto, neste caso um filtro ou algo seme-lhante, que alegadamente «purifi-que a água», colocando em causa a qualidade da água da Rede de Abastecimento Público de VRSA”.

A SGU não tem dúvidas que “estas manobras se tratam de um embuste e são baseadas em informações falsas”, garantindo que “a missão da SGU, bem como da autarquia, é melhorar a qualidade de vida dos seus muní-cipes e, como tal”, frisando que diariamente as entidades em causa trabalham para atingir esse objetivo, sendo de todo impossível que fosse fornecida água que não estivesse em boa qualidade para consumo

doméstico”.

Água de qualidade «excelente»

A água da rede vila-realense “é analisada mensalmente por uma empresa externa e especializada, havendo recolhas em diversos pontos do concelho baseadas no Plano de Controlo da Qualidade da Água regulada e supervisionada pela

Mais uma edição do Copa Foot 21 em Vila Real de Santo Antó-nio reuniu milhares de jovens de todo o país para mais de 360 jogos que se realizaram entre 24 e 30

dores da autarquia vila-realense e antigas estrelas do futebol, entre eles o Chalana, artistas e algumas caras da televisão. A equipa visi-tante acabou por vencer por duas bolas a zero, mas o resultado não impediu que a boa disposição se prolongasse durante toda a tarde do passado dia 24 de junho.

Luís Gomes, presidente da Câmara Municipal de VRSA, des-taca a vertente lúdica do evento e o “papel que a festa do futebol tem na formação dos quase 2000 jovens em competição”, destacan-do-o como um dos “eventos-chave do concelho, quer pelos seus posi-tivos impactos económicos, quer pela sua repercussão ao nível clu-bístico”.

Como acontece ao longo de todas as Copas, marcam pre-sença equipas oriundas de todos os distritos nacionais, a que se

Entidade Reguladora de Serviços de Água e Resíduos (ERSAR)”, explica a SGU que deixa o apelo para que os munícipes não se deixem enganar. “A nossa água é de excelente quali-dade e todos os resultados das aná-lises podem ser consultados na Loja da Água ou em www.vrsa-sgu.pt”, informa a empresa municipal que apela para que os munícipes alertem a autarquia, SGU, DECO ou autori-dades caso se sintam lesados.

de junho.A abertura do evento ficou

marcada por muita animação e o jogo inaugural levou ao confronto, ainda que amigável, entre joga-

juntam os grandes clubes nacio-nais, transformando Vila Real de Santo António numa referência incontornável em termos despor-tivos. Nesta edição, a Copa conta também com a equipa indiana do Bhaichung Bhutia Football Scho-ols.

Por sua vez, Jorge Andrade, diretor técnico do torneio, refe-riu que além de este torneio ser o espelho dos novos valores do futebol, o seu sucesso deve-se, ano após ano, “aos pais que acom-panham os atletas durante uma semana, à autarquia de VRSA, bem como à dedicação e ao fair play de todos os atletas”.

Ao longo do torneio disputa-ram-se mais de 360 jogos. Uma vez que a edição do JBG foi impressa antes do final deste tor-neio; daremos os resultados na próxima edição.

SGU denuncia embuste sobre qualidade da água

Empresa Municipal

Turismo

A câmara municipal de Alcoutim assinou a 6 de junho a consigna-ção da empreitada do arranjo pai-sagístico do cais de Laranjeiras. A empreitada tem um custo total de 106.103,35 euros e é financiada em 75% pelo Programa de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal (POCTEP).

O projeto incide na valorização e funcionalidade do espaço existente, na margem do Rio Guadiana. Para isso vai formalizar o percurso pedo-nal e redefinir a zona de campo de jogos, já existente. Vão ser ainda criadas áreas de sombra e insta-lado um quiosque com esplanada, à semelhança daquilo que já acon-teceu na remodelação do cais de Guerreiros do Rio.

As obras começaram em junho e deverão ser terminadas até outubro próximo.

Em meados do mês de junho, a empresa municipal de Vila Real de Santo António «SGU» denunciou indivíduos que estariam a divulgar informações falsas relativamente à água do concelho pombalino.

Munícipes deverão recorrer à «Loja da Àgua» para pedir esclarecimentos

Copa Foot 21 é “evento-chave” em VRSACais de Laranjeiras renovado

No concelho de Castro Marim existem três pontos de acesso à Internet sem fios: em Altura, na zona de lazer da Avenida 24 de Junho e Clube Recreativo Alturense; na vila de Castro Marim, o hotspot está instalado no Centro de Interpretação do Território, no Revelim de Santo António.

Um verão mais acessível é o que os moradores e muitos turistas vão ter em Altura e Castro Marim. É que as zonas wi-fi duplicaram nestas localidades.

Pontos de acesso

Duplicaram zonas wi-fi em Altura e Castro Marim

Graças à parceria entre a agência de desenvolvimento regional Glo-balgarve, os municípios algarvios e as empresas «Olá« - do grupo Unilever - e Vex Portugal, que o concelho de Castro Marim explan-diu desde o mês de maio, de uma para duas, as zonas de wi-fi em Altura e Castro Marim. Trata-se de um modelo de cobertura total gratuita de acesso à Internet sem fios, a partir dos hotspots, que permite aceder a este conglome-rado de redes à escala mundial, em computadores, telemóveis ou tablets.

O Algarve é a primeira região do país com 100 hotspots gratuitos, distribuídos pelos vários conce-lhos, designadamente, próximo dos edifícios das câmaras muni-cipais.

Para a câmara municipal de Castro Marim, o projeto “Olá, aqui há free wi-fi”, constitui uma mais-valia para a democraticidade das

novas tecnologias e, em particular, no acesso à Internet sem custos, permitindo novas formas de comu-nicação online entre utilizadores e, ao mesmo tempo, o aparecimento de uma nova geração do conheci-mento no espaço planetário.

Mais acessibilidade

Page 12: JBG - Edição Julho 2012

12 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2012

LOcAL

Concelho de VRSA vai estar mais ordenado este Verão

Novo documento prevê planos de ordenamento específicos. O primeiro criado foi para o centro pombalino

Ordenamento do Espaço Público cuja aprovação é uma responsabi-lidade da câmara municipal e que, de acordo com José Carlos Barros, “possibilita uma gestão flexível”, permitindo atuar de uma forma direcionada às necessidades que vão surgindo. “O núcleo pombalino há cinco anos atrás não tinha ocupação de cafés, nomeadamente esplanadas, que colocassem problemas especiais de avaliação e de licenciamento das ocupações. Mas tem vindo a aconte-cer uma alteração significativa que recomenda um olhar específico sobre essa realidade e estamos a fazê-lo através destes Planos consagrados no novo Regulamento Municipal”, concretiza o autarca.

Simplificação nos licenciamentos

A aplicação do «Licenciamento Zero» que decorre do Programa Simplex também é uma alteração significativa que este regulamento prevê. “Há maior simplificação em processos: se um estabelecimento quiser ter uma placa a publicitar o seu nome, desde que cumpra as áreas previstas, pode fazê-lo sem pedir o licenciamento à câmara e sem andar com tramitações administrativas nem pagamento de taxas”, esclarece. Nestes casos estão, a título de exem-

mais o espaço público. Em qualquer dos casos reinava a

desordenação que agora o municí-pio pombalino espera ver resolvida através do novo regulamento do espaço público que entra em vigor em julho.

José Carlos Barros, vice-presi-dente da câmara municipal do exe-cutivo pombalino, e vereador com o pelouro da gestão dos espaços públicos, lembra que o regulamento que estava em vigor desde o ano de 2000 “já não estava adaptado às necessidades; era demasiado normativo no sentido em que não tinha os mecanismos que permi-tissem olhar para realidades mais concretas existentes no concelho”, referindo a este propósito, e a título de exemplo, que “as regras para a ocupação do espaço público em Cacela, Santa Rita, Monte Gordo, Centro Histórico Pombalino devem ser diferenciadas”. O regulamento que entrou em vigor prevê regras gerais em relação à ocupação do espaço público, mobiliário urbano e publicidade em todo o concelho, mas também contempla Planos de

plo, os cafés que não têm esplanada, mas que precisam de uma mesa no exterior e que podem tê-la desde que não exceda a área de 1,5 metros qua-drados; já para um comerciante que queira ter uma banca de produtos pode ter desde que não ultrapasse um metro quadrado de área.

José Carlos Barros lembra que “um entendimento crescente de que uma ocupação ordenada e intervenção sobre o espaço público com princí-pios de ordenamento é favorável à economia e é do interesse público”, frisando que “um espaço público ordenado é mais atrativo”.

Atualmente está em vigor um POEP para o núcleo pombalino e entra em vigor em julho um para Monte Gordo, que vai abranger desde a zona do Casino, passando pela Rua Pedro Álvares Cabral até ao Hotel «Navegadores», bem como as artérias adjacentes.

Para fazer cumprir o novo regu-lamento a fiscalização será “perma-nente”, avisa o autarca.

ACRAL parceira no processo

De acordo com José Carlos Barros a delegação de VRSA da Associação de Comerciantes (ACRAL) tem sido interlocutora neste processo e “tem sido muito importante para esta-belecer o diálogo junto dos comer-ciantes”.

No mês de julho Vila Real de Santo António vai estar já sob o novo regulamento do espaço público. Entre outras novidades, surgem os Planos de Ordenamento do Espaço Público (POEP) que vão permitir atuar mais cirurgicamente, cumprindo as especificidade dos lugares.

Desde há cerca de cinco anos a esta parte, o centro histórico de Vila Real de Santo António conheceu um cres-cimento assinalável do número de espaços comerciais e de esplanadas, sendo que estas últimas por vezes faziam-se notar, em certa medida,

por alguma desordenação, condi-cionando a mobilidade e acessibi-lidade. Ora eram as esplanadas que cresciam, para fazer face ao número de clientes, ora eram os anúncios publicitários que se faziam ver em estruturas que vinham ocupar ainda

Novo Regulamento do Espaço Público

Taxa turística municipal prevê 800 mil euros de receita

Em entrevista nesta edição do JBG [págs. 13 a 15] o presidente da câmara municipal de Vila Real de Santo António avança que a des-pesa anual do complexo desportivo municipal ascende aos três milhões de euros para uma receita que não ultrapassa os 120 mil euros. O edil também explica que é graças a este investimento camarário que os hotelereiros do município usu-fruem de ocupação nas unidades no concelho que denota “ótimos resul-tados, sobretudo na época baixa, animada pelos eventos desporti-vos promovidos pela autarquia”. Para conseguir esbater este desiqui-líbrio financeiro a autarquia decide agora avançar com a proposta de uma taxa turística municipal, no

VRSA

valor de um euro, a aplicar nas uni-dades hoteleiras do concelho. A taxa destina-se a cobrar um euro por dor-mida no final da estadia, “não inter-ferindo na contratualização feita com os operadores”. Luís Gomes estima que esta medida permita arrecadar uma receita que “deverá atingir os 800 mil euros/ano”. O autarca explica que o executivo opta, assim, por aplicar uma taxa diretamente a quem mais beneficia da dinâmica de eventos e da manu-tenção deste complexo desportivo público “ao invés de fazer recair esta obrigação a todos os munícipes”.Esta medida surge, assim, para ajudar a compartilhar despesas num esforço que até aqui a câmara muni-cipal reclama grandemente para si,

Estacionamento pago para assegurar rotatividade Em comunicado a autarquia pomba-lina explica que o estacionamento pago é instalado na época balnear em Monte Gordo e Manta Rota. O objetivo é “assegurar a rotativi-dade de lugares e facilitar o acesso às praias do concelho”. O plano de tarifários para 2012 mantém as características do ano passado, permanecendo gratuitas a quinta e a sexta horas de estacionamento. Por outro lado, adapta-se aos tempos médios de parqueamento de quem visita as principais zonas balnea-res de Vila Real de Santo António. De forma a não onerar residentes, comerciantes e hoteleiros, foram criados sistemas de avenças mensais e semanais, cuja pré-reserva pode ser desde já efetuada na sede da SGU, em VRSA, através de email ou telefone. A medida entrou em vigor a 15 de junho e prolonga-se até 30 de setembro. Segundo o presidente da câmara municipal de VRSA, Luís

Gomes, “a medida irá aumentar o número de estacionamentos dispo-níveis durante a época alta, através do aumento da rotatividade. Por outro lado, evita as práticas abu-sivas de viaturas que permaneciam mais de uma semana no mesmo lugar”. Com vista a diferenciar o tipo de parqueamento, foram cria-das áreas destinadas a estaciona-mentos de longa duração, na zona Poente de Monte Gordo, no campo do Beira-Mar.

Onde não se paga:

Quer na Manta Rota, quer em Monte Gordo, à exceção dos par-ques situados junto à zona de praia e do campo do Beira-Mar, todos as restantes zonas de estacionamento irão manter-se gratuitas. Também em Monte Gordo, a última bolsa de parqueamento (zona Poente) mantém-se gratuita.

Manta Rota e Monte Gordo

Depois de apresentada na Assembleia Municipal segue para discussão pública. A nova taxa no concelho de Vila Real de Santo António tem como objetivo arrecadar receita para diminuir a despesa anual de três milhões de euros do Complexo Desportivo Municipal de VRSA.

no que toca a dinamizar o concelho e promover a ocupação hoteleira.

“Além da aposta neste equipamen-to-chave, a autarquia tem, ao longo dos últimos sete anos, suportado, com verbas próprias, um programa de eventos constante e regular, o que tem contribuído para a fidelização de visitantes e para o combate da sazonalidade”, atenta Luís Gomes.

Uma parte do valor cobrado desti-na-se a ações promocionais junto dos mercados tradicionais, mas também a contribuir para a prospeção de novos mercados internacionais.

Com o objetivo de debater a proposta, a câmara municipal irá colocar esta proposta em discus-são pública, recolhendo contri-butos de todos os interessados.

Page 13: JBG - Edição Julho 2012

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2012 | 13

GRANDE ENTREVISTA

Presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António e do PSD Algarve

Existem entidades

públicas para as

quais parece que

não estamos

num período difícil

da crise económica...

Luís Gomes

Page 14: JBG - Edição Julho 2012

14 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2012

GRANDE ENTREVISTA

“Vou recandidatar-me em 2013”

Luís Gomes garante que os últimos dois anos de crise intensa foram os que mais marcaram

Luís Gomes é presidente da câmara municipal de Vila Real de Santo António e recentemente foi reeleito presidente do Partido Social Democrata no Algarve. Enquanto autarca confessa que, em dois mandatos à frente dos destinos vila-realenses, o que mais o está a marcar são os dois últimos anos de crise intensa. Avança, no entanto, que em 2013 vai recandidatar-se neste concelho. Enquanto líder do PSD na região tem como topo das prioridades, precisamente, as autárquicas do próximo, prometendo rostos novos.

Jornal do Baixo Guadiana: Esta-mos em plena época alta do turismo. Como espera que seja o desempenho do concelho que lidera?

Luís Gomes: Espero bem que, apesar do momento difícil que esta-mos a atravessar, os portugueses vão de férias e possam eleger o concelho de VRSA como o seu destino turístico. O Algarve precisa que este seja um bom ano turístico e para isso precisa de um bom verão, pois trata-se da sobrevivên-cia de muitas unidades de alojamento, de muitas empresas, durante o inverno e de muitos postos de trabalho, natu-ralmente.

JBG: Tem razões para sorrir já que as cinco praias do concelho foram distinguidas pela QUER-CUS com o galarão de «Ouro»…

LG: Naturalmente dá-nos orgulho estar num concelho que tem das melho-res praias do país. Temos afirmado, jus-tamente, vezes sem conta, isso mesmo. É fruto de um trabalho de sete anos à frente dos destinos da câmara municipal de Vila Real de Santo António e é um incentivo numa altura difícil…

JBG: Acredita que esta distin-ção vai atrair mais turistas?

LG: Acredito que na hora da decisão as pessoas focam as suas escolhas em critérios objetivos; nomeadamente o ambiental, o da água, o paisagístico e a envolvente. Esta distinção é claramente um fator competitivo que nós temos e que é muito importante.

JBG: Mais uma vez temos esta-cionamento pago na Manta Rota e Monte Gordo. Qual o impacto real desta medida?

LG: Se falamos em qualificação temos também de falar em ordem; e antes de termos os estacionamentos pagos tínhamos desordem. Não pode-mos por um lado falar em qualidade, e por outro, quando se tomam medi-das mais difíceis, tornar se em objeto de crítica. O estacionamento pago nas frentes de praia de VRSA tiveram como primeira medida, naturalmente, a arre-cadação de receita; isso é importante para nós. Hoje as câmaras municipais têm de encontrar outras formas de se financiar. Em segundo lugar juntarmos

o útil ao agradável: o facto de termos mais receita e também proporcionarmos a disciplina de ocupação e tráfego auto-móvel. Antes muitas pessoas não iam à praia para tomar um café nem para comer, nem até para tomar um banho, porque não conseguiam ter lugar para estacionar. Decorrente do inquérito que lançámos logo no primeiro ano em que implementámos esta medida temos tido um feedback bastante favorável. O que nos dizem é que antes não iam à praia e hoje vão.

JBG: Anuciou recentemente a Taxa Turística Municipal no con-celho. Não considera que esta exigência poderá ferir alguma suscetibilidade em tempos tão difíceis?

LG: Devo dizer que nós temos tido contactos com os hoteleiros; vamos contactando um a um, e o feedback tem sido bastante aceitável. A taxa da ocupação hoteleira é a arrecadação de uma receita, mas com um fim especí-fico; nós temos um equipamento impor-tante para o nosso concelho, que é o Complexo Desportivo Municipal que, por sua vez, tem um desequilíbrio anual na ordem dos três milhões de euros que é mais de 10% da nossa capacidade de arrecadação de receita; portanto, não há milagres e o dinheiro tem de vir de algum lado. Havendo este dese-quilíbrio nós temos de o tapar; não há uma varinha mágica que nos faça descobrir dinheiro. Pode dizer-se «bom, mas gastou-se dinheiro em eventos...», e isto e aquilo; está bem, mas isto não tem nada a ver com isso – tem a ver com o facto que desde o dia em que se abre a porta até que se fecha, há um custo estrutural; de funcionários, de gestão, de energia, de água, de químicos para tratamentos de relvado e por aí fora. Este é um dinheiro que se gasta para uma receita de 120 mil euros/ano!... Há um desequilíbrio total. O complexo desportivo tem permitido que as nossas unidades hoteleiras sejam competitivas face ao quadro da região, com resulta-dos que todos hoje nós conhecemos; temos as maiores taxas de ocupação hoteleira da região do Algarve…

JBG: Sobretudo na época baixa...

LG: Exatamente. Portanto, nós tínha-mos dois caminhos: ou implementá-vamos mais uma taxa para todas as pessoas, ou tomávamos a decisão que

tomámos que é direcionar a arrecada-ção da receita para quem tira partido direto da utilização deste equipamento. O que acontece é que há um negócio que os hoteleiros têm tido, e pelo qual nos regozijamos, à custa de todos os contribuintes que têm que tapar aquele buraco financeiro. Isso parece-nos que nos tempos de hoje não é justo; e nós atualmente temos de tomar decisões difíceis. E esta é uma decisão difícil, mas coerente. Não faz sentido que seja qualquer um dos cidadãos, com poucos recursos, mais uma vez a financiar este tipo de equipamentos. O que é justo é que quem tira partido direto da ativi-dade turística que a ajude a financiar. É um documento que vai à Assembleia Municipal e se passar vai para discussão pública e estamos disponíveis, tal como temos vindo a fazer, a reunir todos os contributos dos nossos hoteleiros.

JBG: Há pouco adiantou que o feedback dos hoteleiros tem sido positivo. Está confiante que esta medida chegue a bom porto?

LG: Nós temos tido a delicadeza de irmos falando com o setor. Tenho falado pessoalmente hoteleiro a hoteleiro; ainda não falei com todos, é verdade, mas as pessoas compreendem que as coisas não estão fáceis, que tem que haver aqui um maior envolvimento. Agora vamos discutir os modos e os termos em que o vamos fazer.

JBG: Em quanto é que esta taxa pode minimizar o impacto da despesa do município com o complexo desportivo?

LG: Nós gostávamos de arrecadar um valor de 800 mil euros/ano com esta taxa.

JBG: Ao nível da animação para o verão quais vão ser os pontos altos do concelho de VRSA?

LG: Eu acho que Vila Real de Santo António está a ultrapassar uma fase do ponto de vista estratégico. Ou seja, investimos bastante nos últimos anos na animação; sobretudo até 2009. Temos vindo a decrescer esse investimento e a deixarmo-nos substituir, e assim é que deve ser, pela iniciativa privada. Havia um objetivo claro desde o início; VRSA não tinha notoriedade, não era destino turístico de referência no Algarve, não tinha eventos de referência. Portanto, desde 2005 temos dado notoriedade, exposição mediática e exposição pública

ao destino turístico pombalino. Pode-mos concordar ou não se se fez bem ou se fez mal, mas é um facto inequívoco a exposição mediática que Vila Real tem, com eventos como o «Manta Beach», concertos, festivais, «Torneio do Gua-diana», e por aí fora.

Agora estamos numa altura em que temos menos recursos financeiros do que tínhamos e não faz sentido estar-mos a gastar rios de dinheiro na anima-ção turística. O dinheiro e os fundos que temos têm que ser aplicados na quali-dade de serviços urbanos, na ação social nalguma intervenção de caráter urgente que temos de fazer. O que estamos a fazer é proporcionar dinâmicas para que a iniciativa privada se possa substituir ao nosso trabalho e dentre os limites que possamos definir ao nível de apoio logístico e de equipamentos, e nunca financeiro, fazemo-lo. Já lançámos o concurso para o «Manta» e Pablo Albo-rán virá a Vila Real a 20 de Julho. É o artista mais bem posicionado ao nível da Península Ibérica e a custo zero para a câmara municipal; apenas cedemos as instalações do complexo desportivo.

JBG: Ao longo dos últimos anos as ruas mais movimentadas em Vila Real de Santo António têm ganho uma nova dinâmica. O novo regulamento municipal do espaço público dará uma maior qualidade a esta inovação?

LG: Com certeza que sim. O novo regulamento foi construído com as pes-soas; tudo o que temos de normas que interferem na atividade económica e na vida das pessoas não as construímos de costas viradas para a população ou agentes económicos. Pelo contrário, envolvemo-los na discussão, no pro-cesso da concertação e da resolução. Vila Real de Santo António e o centro histórico não tinham vida noturna antes de cá chegarmos. Desde 2005 que o centro histórico é dos mais movimen-tados do Algarve. Vamos avançar com os quiosques dentro do espaço público; estamos mobilizados e a trabalhar para que o processo possa ser uma realidade. Temos iniciativas privadas já, mas que-remos atrair mais. É importante que as pessoas notem precisamente isso; até 2005 não se passava nada no centro histórico da cidade. Criámos uma «Sociedade de Gestão Urbana» para dar dinâmica ao centro da cidade. A partir daí criámos a «Associação para o Desenvolvimento da Baixa de Vila Real

de Santo António». O centro ganhou dinâmica, ganhou juventude, ganhou animação e ganhou cultura; hoje é um centro histórico vivo, ao contrário de muitos outros que andam a morrer.

JBG: Focando as dificuldades financeiras; no seio do funcio-namento da autarquia, e devido às restrições orçamentais, vários têm sido os contratos que não têm sido renovados. Como encara esta realidade?

LG: Isso não tem sido devido às res-trições orçamentais, mas sim devido a restrições legais. As câmaras municipais estão impedidas de lançar novos concur-sos públicos ou renovação de contratos sem que reduzam entre 3% a 5% da sua massa salarial.

JBG: Que apreciação faz da «Lei dos Compromissos»?

LG: É uma lei muito difícil de cum-prir; é um murro no estômago das autarquias, muito honestamente. O Governo para se ajustar teve que assinar um plano da Troika e está a ser assistido com financiamento direto. As câmaras municipais vão ter que cumprir uma «Lei dos Compromissos» que vai conduzir a que as câmaras parem e, naturalmente, isso preocupa-nos.

JBG: E quanto à Reforma Administrativa que está a ser preparada; do esboço à reali-dade, qual acredita que será o seu impacto?

LG: Aqui em Vila Real de Santo António não temos esse problema; nem em relação à fusão de freguesias nem extinção de empresas municipais. A empresa municipal não vai ser extinta porque cumpre já os requisitos da lei; isso foi badalado, inclusivamente aqui pelo Jornal do Baixo Guadiana, relati-vamente à empresa municipal SGU ter sido a que deu mais prejuízo em 2010, mas depois não se referiu que já deu lucro em 2011…

JBG: À data a notícia referia-se aos dados disponíveis de um anuário [Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses] que reportava até 2010…

LG: Pronto; mas hoje a empresa

Susana de Sousa

Page 15: JBG - Edição Julho 2012

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2012 | 15

GRANDE ENTREVISTA

“Vou recandidatar-me em 2013”

Luís Gomes garante que os últimos dois anos de crise intensa foram os que mais marcaram

a ser conduzida com serenidade, com diálogo. É bom dizer que o Secretário de Estado, que foi quem deu a cara por este trabalho, correu o país todo de lés a lés, no sentido de explicar, de concertar, de encontrar soluções, de ajudar…Estamos num tempo de reformas. Portugal não pode ultrapassar a crise sem abraçar reformas estruturais…

JBG: Mas são reformas apenas para a poupança?

LG: Acho que devemos ter em conta sempre três pontos de vista nas refor-mas. Naturalmente, para a poupança porque não faz sentido reformar-se para se gastar mais; em segundo lugar a reforma tem de significar modernização e terceiro tem que significar competiti-vidade e desenvolvimento.

JBG: Portanto, num cenário de fusões também encara a possibi-lidade de se fundirem as empre-sas municipais, nomeadamente aqui no Baixo Guadiana [existem duas: em Castro Marim a «Nov-Baesuris» e em VRSA a «SGU»]

LG: Com certeza; eu até acho que era sinal de um bom processo de relaciona-mento e de modernidade haver fusão de alguns serviços entre os dois conce-lhos; para gerar escalas, mais-valias e outro tipo de capacidade de resposta e também de eficácia.

JBG: Esta reforma deverá estar concluída atempadamente já que 2013 será ano de autárquicas. Já decidiu se se vai candidatar novamente por VRSA?

LG: Eu já o disse publicamente que sim.

JBG: Há dois mandatos a lide-rar os destinos de VRSA o que mais o marcou até aqui e o que é mais difícil de concretizar?

LG: O que me está a marcar mais são naturalmente os últimos dois anos que têm sido muito difíceis. A câmara municipal perdeu nos últimos três anos 30 milhões de euros da sua receita; significa que em três anos perdemos um de orçamento líquido. É quase que diabólico manter os ordenados sempre em dia, naturalmente com dificuldades de pagamento, mas dando respostas sociais únicas como hoje ainda damos. Estes são momentos que marcam para a vida, momentos em que vimos pes-soas passar grandes dificuldades, sendo que temos de garantir a qualidade da resposta.

JBG: O apoio social está no topo das prioridades…

LG: Está, claramente. Mas no meio destas dificuldades temos que lançar projetos que criem riqueza e moder-nidade em Vila Real de Santo António com zero de envolvimento público. É preciso ser-se criativo e em breve iremos apresentar algumas ideias importan-tes, para além dos quiosques no centro histórico, que já referi, e que promove o auto-emprego e a vida no centro da cidade.

JBG: E o que está mais difícil

de concretizar em VRSA?LG: Há dificuldades para resolver,

nomeadamente na frente ribeirinha. Temos uma entidade que é o IPTM [Ins-tituto Portuário e dos Transportes Marí-timos] que demora a decidir, sobretudo ao nível central. Existem determinadas entidades públicas para as quais parece que não estamos num período difícil da crise económica.

“As autárquicas de 2013 são a grande prioridade [do PSD Algarve]

JBG: Foi reeleito Presidente do PSD Algarve. Quais as linhas atuais da distrital algarvia laranja?

LG: Atualmente temos uma prio-ridade clara. Por um lado ir acom-panhando a dinâmica e evolução do Algarve, por outro preparar o processo autárquico para 2013; essa é de facto uma grande prioridade. Este mandato vai-se marcar por aí.

JBG: As últimas eleições foram antecipadas para preparar as eleições autárquicas de 2013. Como serão escolhidos os can-didatos e até quando será feita essa escolha?

LG: A Comissão de Coordenação Autárquica é neste momento liderada pelo Dr. Nuno Marques; um quadro do nosso partido que tem um conhe-cimento profundo das autarquias, que conhece o Partido por dentro e que conhece bem os interlocutores. Está a constituir uma equipa e metodologia de trabalho. Aliás, a própria comissão política desde há um ano a esta parte, tem vindo a contactar as secções no sentido de marcar uma posição e um calendário relativamente às autárqui-cas. Queremos continuar maioritários na região do Algarve e esse é o nosso propósito neste momento.

JBG: É comum ouvir-se falar em trazer sangue novo para a política. Começou na política cedo e tem singrado. Gostaria de ver as concelhias com mais caras novas, numa prática de rotatividade?

LG: Cada concelhia tem as suas pró-prias dinâmicas, mas é bom verificar-se que temos tido novas caras; quase todas as concelhias, desde que eu estou a pre-sidir o Partido no Algarve, têm mudado os seus rostos; é sinal que o PSD está vivo. Nós não queremos mal às pessoas que cá estão há muito tempo; pelo con-trário temos orgulho, estima, considera-ção, mas é bom haver uma renovação e tem havido uma renovação dos rostos no PSD no Algarve.

JBG: Está confiante nas elei-ções do próximo ano?

LG: Ainda é cedo para falar nisso. Naturalmente, estou confiante no tra-balho que os autarcas do PSD estão a fazer; em qualquer um dos concelhos marcaram uma posição clara. Existem cinco autarcas que fizeram um excelente trabalho e que não vão poder recan-didatar-se. O partido e as populações têm de lhes estar gratos pelo excelente trabalho que fizeram. Mudaram cada um dos concelhos: Alcoutim não era o mesmo do que é agora com Francisco Amaral, Castro Marim idem, Loulé tem um concelho estruturado e qualificado com Seruca Emídio. Isabel Soares pôs

Silves no mapa, e é importante que se diga. Desidério Silva fez uma obra extraordinariamente importante em Albufeira; recolocou no mapa interna-cional, fazendo de Albufeira a capital do turismo do Algarve. Todos nós temos de estar orgulhosos do trabalho que reali-zaram; agora há outros Quadros que os vão substituir; iremos ver quem são, e há outros concelhos que são oposição e vamos para ganhar.

JBG: Com exceção de VRSA, no Baixo Guadiana os edis de Castro Marim e Alcoutim atin-gem a limitação de mandatos. Ambos já levantaram a ponta do véu quanto ao seu futuro. Como encara a possibilidade de Francisco Amaral candidatar-se a Castro Marim e José Estevens seguir para Tavira?

LG: Naturalmente essas candidaturas foram concertadas comigo e se estão no terreno é porque são duas mais-valias que o Partido tem. Como tal, temos total confiança que vão fazer uma grande campanha; acima de tudo vão entrar num processo de contacto direto com os munícipes e cada um traz consigo um património de obra feita muito grande e isso é uma vantagem tanto para eles, como para o PSD e para as populações que sabem o que valem esses candidatos.

JBG: Com o PSD no Governo é mais fácil ou mais difícil rei-vindicar sobre os problemas da região?

LG: Temos que manter uma coerên-cia de discurso. Eu não posso pensar diferente do que quando há um ano o PSD estava na oposição. Aliás eu ata-quei o ano passado o Partido Socialista pela taxa de desemprego e este ano, há pouco tempo, fiz o mesmo relati-vamente ao Governo de maioria PSD/CDS. Mas hoje posso afirmar que temos um Governo que está preocupado com a situação do Algarve e que quer con-tribuir para a solução do problema, e isso posso testemunhar.

JBG: Duas bandeiras do PSD Algarve são: diminuir o desem-prego e incentivar o investimento na região. Como será isso possí-vel do seu ponto de vista?

LG: Tendo pessoas nos diversos cargos que têm de decidir devidamente capacitadas para o fazer; eu acho que este Governo nomeou pessoas com grande sentido pragmático, com grande qualificação técnica e, sobretudo, com grande conhecimento da região e talhadas para decidir, e é assim que se pode mudar para melhor os destinos do Algarve.

JBG: Não sendo o Algarve apenas sol e praia, como encara o estado dos setores produtivos como a agricultura e a pesca?

LG: Temos que repensar estes setores, tendo consciência que não é uma solu-ção de curto prazo; demorará porque, infelizmente, deixou-se depauperar a nossa frota pesqueira desde que entrá-mos para a União Europeia. Houve uma visão pobre e uma destruição que pode ser contestada. Temos uma Plataforma Continental, temos o mar imenso e não podemos perder as atividades relacio-nadas com o mar.

JBG: Recentemente o Governo

anunciou a aplicação da medida «Impulso Jovem» para o Algarve. Era grave se não o fizesse…

LG: A nossa posição é só uma. Nós não somos como o Partido Socialista que se calou quando o PEPAL [Programa de Estágios Profissionais na Administração Local], criado pelo Governo de Sócrates, deixou de fora o Algarve, mas agora vêm criticar o Governo do PSD! Têm duas caras e nós temos uma só. Fizemos os esforços para que o Algarve ficasse integrado na medida «Impulso Jovem» e ficou. O Governo está preocupado com a situação do Algarve e está empenhado em encontrar soluções. E espero que a próxima proposta seja interferir nas tarifas das portagens da Via do Infante; é preciso repensar o modelo e ser con-sequente.

JBG: Como encara o fim das isenções?

LG: O Governo não pode fugir a um balanço das portagens. Desde que se implementaram as portagens que eu disse que no final do primeiro trimestre teria que se fazer um balanço e ter que se ser consequente com esse balanço. O que acho é que se houver uma redução do tráfego, como parece que há, nós não podemos ficar iguais. O Governo não pode ser autista, e estou convencido que não será. Assim como acho que o regime das isenções devia manter-se.

JBG: Portanto, do seu ponto de vista, acabar com as portagens nunca.

LG: Naturalmente que se me pergun-tar se devemos acabar com as portagens: Sim. Mas temos de ser pragmáticos; e se defendesse um cenário que sei que o Governo não vai pôr em cima da mesa não estaria a fazer um bom trabalho para o Algarve.

JBG: O que tem a dizer sobre a paragem da requalificação da EN 125?

LG: É lamentável, mas é bom que as pessoas saibam que não tem que ver com o Governo, mas sim com a parceria criada pelo Partido Socialista que pôs a alavanca destas obras na banca e a banca não tem dinheiro para financiar os privados.

JBG: Como encara o desenvol-vimento regional algarvio?

LG: A situação é muito preocupante do ponto de vista social e naturalmente que o Governo tem de deitar mãos ao Algarve.

JBG: Mas há empresários a querer investir…

LG: Apesar de haver empresários a querer investir existem muitos entraves a esses investimentos e é isso que tem que mudar. A administração pública tem de mudar a sua postura. Existem exceções que é preciso realçar; hoje a CCDR [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional] do Algarve está vocacionada para decidir, bem como a Direção Regional da Economia o está. Porém, temos entidades como o IPTM que está totalmente centralizado e demora a responder; e é isso que é inaceitável. Neste momento em Vila Real temos um projeto de 12 milhões de euros com previsão de criação de 50 postos de trabalho que não arranca por falta de resposta do IPTM. Isto é inacei-tável, sobretudo em tempo de crise, e o Governo tem de saber disso.

municipal reúne todos os critérios para se manter, devido a um processo de rees-truturação que se iniciou em 2009. Nós estamos a reduzir bruscamente as des-pesas correntes…

JBG: O património também tem um peso importante no cum-primento destes critérios.

LG: Tem um peso importante; mas quando se fala da dívida mete-se a dívida do património! De facto a empresa municipal tem uma dívida, mas é pre-ciso saber que uma parte esmagadora foi para comprar património; portanto não é uma dívida de dinheiro que se perdeu, mas antes garantimos 80 a 100 milhões de euros de património.

JBG: Em algumas entrevistas que tem dado denota-se que é um defensor das fusões; quer de freguesias, quer de municípios. Qual o mapa administrativo que o agradaria para o Baixo Gua-diana?

LG: Não vou falar de fusões de muni-cípios do Baixo Guadiana nem de lugar nenhum porque isso não está em cima da mesa, e seria até deselegante para com os meus colegas.

JBG: Mas noutras circunstân-cias já se afirmou disponível para uma fusão entre Castro Marim e VRSA…

LG: Disse que se houvesse uma dinâ-mica legislativa nesse sentido eu estaria disponível para discutir. Acho que não somos pessoas tapadas e obtusas que tenhamos que fugir das discussões; as discussões não querem dizer que nós concordemos ou que se faça assim…

JBG: Mas há quem seja total-mente contra. O senhor presi-dente não tem essa posição…

LG: Pois, mas enquanto há quem seja contra a limitação de mandatos eu sou a favor. Acho que tudo tem um tempo na vida e é bom as pessoas mudarem; a democracia é rica assim. Agora, quando se fez a limitação de mandatos era para tudo; deputados, primeiros-ministros. A injustiça é que os autarcas estão sempre a levar pela mesma tabela; são as cobaias das experiências legislativas. Eu acho que a reforma do poder local está

Page 16: JBG - Edição Julho 2012

16 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2012

LOcAL

A câmara municipal de Alcoutim cedeu quatro infraestruturas de apoio à pesca no cais de Guerreiros do Rio. A pesca é uma atividade económica com expressão naquela aldeia ribeirinha do Guadiana, nomeadamente a pesca do muge, saboga, robalo e enguia. Após o arranjo paisagístico na beira-rio, com espaços verdes e um quiosque,

a autarquia criou quatro apoios de pesca, com o objetivo também de incentivar à exploração da ati-vidade piscatória. A entrega das chaves das infraestruturas aos pes-cadores aconteceu no dia 8 de maio e contou com as presenças do edil alcoutenejo Alcoutim, Francisco Amaral, e do Capitão do Porto, Luís Matias.

Falta de respostas do ICNB leva município a vigiar mata

Sessões de sensibilização dão a conhecer vantagens da Via Algarviana

“O Instituto da Conservação da Natu-reza e Biodiversidade (ICNB) ao longo dos últimos anos, tem ignorado a Mata Nacional das Dunas Litorais de VRSA, votando-a a uma situação de abandono”, avança o município vila-realense que considera a atitude do ICNB “preocupante”.

Segundo Luís Gomes, presidente da câmara municipal “é lamentável que em 2004 o ICNB tenha proposto à câmara municipal um acordo para a gestão da mata nacional e o tenha vindo sucessivamente a adiar. É con-tudo ainda mais preocupante que o próprio instituto já tenha aceitado os termos do acordo, mas não lhe tenha dado seguimento”, queixa-se o res-ponsável.

Sapadores Florestais avançam no terreno

Está no terreno uma equipa de Sapadores Florestais – composta por uma viatura e cinco elementos – que durante o verão, e de forma diária, vai assegurar a vigilância da mata, tendo em vista o combate a incêndios.

“É só devido à atitude proactiva da autarquia que situações como o incên-dio ocorrido no dia 8 de junho não

A equipa de gestão da Via Algarviana está a realizar, durante os meses de junho e julho, sessões de sensibiliza-ção e esclarecimento junto de todos os interessados em conhecer as ações previstas na candidatura. As sessões, que terão lugar em local e horário a definir, serão dinamizadas em todos os municípios parceiros e abertas à população em geral.

Estas sessões têm como objetivos apresentar os resultados obtidos até ao momento com o projeto, iden-tificar e explicar as ações previstas até ao final do ano por município, bem como perceber de que forma as empresas e população podem beneficiar com a Via Algarviana e aproveitar os seus recursos.

A primeira das 11 sessões previs-tas, teve lugar no dia 4 de junho, no salão do Centro Náutico de Alcoutim, local cedido pelo respe-tivo município. Estiveram presentes

têm tido maiores consequências, o que prova que a câmara municipal está mais do que habilitada para iniciar a tão adiada gestão partilhada daquela área verde”, frisa o edil.

Em comunicado a autarquia asse-gura que ao longo dos últimos meses, “o Serviço Municipal de Proteção Civil de Vila Real de Santo António, através da sua equipa de Sapadores Florestais, tem estado a cumprir as ações que caberiam ao ICNB, nomeadamente a limpeza da mata e a desobstrução de aceiros”.

Desta intervenção, feita com verbas

mais de uma dúzia de munícipes, representantes de negócios locais, associações, entidades e estudantes, incluindo o vereador municipal Hugo Barras, tornando o balanço da sessão bastante positivo. Foram discutidos

autárquicas, constam ainda o alarga-mento das vias para passagem de veí-culos de emergência, a preservação de espécies e ainda o arranjo das vedações que se encontravam degradadas.

“Estamos a cumprir muito mais do que nos é solicitado, pelo que gos-taríamos de ver atitude semelhante por parte de quem tem efetivamente responsabilidades na gestão da mata. Temos a consciência de que todos os incidentes que se verificarem naquele espaço não serão seguramente da res-ponsabilidade da autarquia, mas sim do ICNB”, afirma o social-democrata Luís Gomes.

vários pontos de vista e debatidas sugestões muito interessantes para o futuro da Via Algarviana. Depois teve lugar em Castro Marim, no dia 8 de junho, no auditório da Biblioteca Municipal.

Luís Gomes, edil vila-realense, já deitou mãos à obra e fez iniciar a vigilância da Mata Nacional das Dunas Litorais de VRSA, mas não sem antes criticar duramente “a falta de respostas do ICNB”.

Algumas das primeiras sessões de sensibilização sobre o projeto Via Algarviana passaram pelos concelhos de Castro Marim e Alcoutim.

Município cede apoios de pesca

No total foram fornecidos 4 apoios de pesca no cais de Guerreiros do Rio

Desde 2004 que o município tenta acordos com o ICNB

Alcoutim foi a primeira localidade a receber sessão de sensibilização

VRSA Alcoutim

68 fT dsd sf etj ejtjtjrt g

fsf3trt gfgsdgthtjtj

hfjtetjj4l3 grhht etjt

tjtjt tjtrettjj4-hg wrp rrh

68 fT dsd sf etj ejtjtjrt g

fsf3trt dg rg sg00 sgko 0gsdg gs ogfgsdgthtjtj

hfjtetjj4l3 grhht etjt

tjtjt tjtrettjj4-hg wrp rrh168 fT dsd sf etj ejtjtjrt g

fsf3trt dg rg sg00 sgko 0gsdg gs ogfgsdgthtjtj

hfjtetjj4l3 grhht etjt

tjtjt tjtrettjj4-hg wrp rrh

90.5

90.5 FM | www.radioguadianafm.com

Publicidade

Aluguer de equipamento de som e luz

Agenciamento de artistas

Mega Festas de Espuma

rádio guadiana

geral 281 512 337 | 281 513 861 | 281 541 767telemóvel 91 784 35 34 fax 281 512 338

directo estúdio 281 542 206e-mail [email protected]

[email protected]

PUB

Page 17: JBG - Edição Julho 2012

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2012 | 17

LOcAL

O parque de caravanismo do Pereiro, no concelho de Alcou-tim, foi inaugurado pelo presi-

No dia 16 de junho o Clube Desportivo de Vaqueiros recebeu o «Projeto + Saúde» . Trata-se de um projeto da iniciativa do Clube Desportivo de Vaqueiros e surgiu com o objetivo de promover um envelhecimento ativo, através do exercício físico e outras ativida-des que estimulem as funções cognitivas e incentivem a uma boa nutrição.

Neste projeto vão ter lugar diversas atividades que funcio-nam como espaços de formação, informação, convívio e como forma de intervenção psicosso-cial. O grande objetivo do projeto passa por incentivar o autocui-dado.

A Associação Vicentina, a Associação In Loco e a Associa-ção Terras do Baixo Guadiana abrem no dia 2 de julho de 2012 um concurso de ideias.

Pretendem, ao fazê-lo, dotar o projecto «Um Outro Algarve» de uma imagem coerente e apela-tiva, que funcione como um ins-trumento de promoção da oferta turística do território de Baixa Densidade da região.

O vencedor terá direito a um prémio no valor de quatro mil e quinhentos euros (a que acresce IVA à taxa legal).

O concurso fecha no dia 10 de agosto, data-limite para a recep-ção de candidaturas,

Para consultar o Regulamento do Concurso de Ideias «Um Outro Algarve» e outras informa-ções, consulte: www.atbaixogua-diana.pt ou www.in-loco.pt ou www.vicentina.org

dente da CCDR Algarve, David Santos, a 23 de junho. A infraes-trutura foi equipada com mesas,

O executivo da câmara municipal de Alcoutim e a direção da Associação Alcance, reuniram a 30 de maio, em Mértola, com a Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM), com o objetivo de recolherem informa-ções sobre as múltiplas experiências positivas desta associação de desen-volvimento, que emprega mais de 40 jovens. Com um papel ativo inicial no desenvolvimento local do concelho de Mértola, a ADPM alargou, durante a última década, o âmbito temático e geográfico das suas áreas de interven-ção. Instituição de Utilidade Pública e considerada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros Português como ONGD – Organização Não Governa-mental para o Desenvolvimento - a ADPM é hoje um exemplo de atuação estratégica nos processos de desenvol-vimento locais.

Parcerias na mira

Na reunião, as entidades debateram novas parcerias, estratégias e métodos, que permitam um maior desenvolvi-mento económico, social e cultural dos territórios e das suas gentes. A explo-ração dos recursos endógenos, como as plantas aromáticas, o figo da índia, a floresta e a cinegética, foram alguns dos temas tratados. O aproveitamento exaustivo dos programas comunitários foi definido como elementar para os desafios que se propõem.

A inauguração aconteceu a 23 de junho. Este equipamento representa uma nova atração turística para Alcoutim, um concelho cada vez mais apetecível para os autocaravanistas.

Foi num encontro em Faro, com o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR Alg), David Santos, que os membros do grupo «Pró Futuro de Alcoutim» puderam manifestar os seus anseios.

Inaugurado parque de merendas e auto caravanismo do Pereiro

«Pró Futuro de Alcoutim» apresentou Plano de Açãopara Guadiana

Alcance recolheu boas práticas da ADPM

Clube de Vaqueiro alerta para malefícios do calor

Concurso de ideias para o Projecto “Um Outro Algarve…”

À CCDR Algarve

bancos, disponibiliza grelhadores, instalações sanitárias e zona de estacionamento automóvel. Tem também uma plataforma para a prática informal de desporto. Com lugar para 16 caravanas, é idên-tico àquele que já foi criado em Alcoutim, permitindo aos cara-vanistas abastecer-se de água potável, carregar baterias e liber-tar águas residuais, nas devidas condições sanitárias. A estação poderá ser usada por dois veículos em simultâneo e será self-service, com utilização de moedeiro.

A obra custou 174.900,00 euros, sendo cofinanciada pelo PO Algarve.

Decorreu no dia 19 de junho em Faro, um encontro entre o Pre-sidente da CCDR Alg e represen-tantes do grupo «Pró Futuro de Alcoutim», onde foram discutidos diversos temas relacionados com o desenvolvimento deste concelho. O grupo entregou um «Plano de Ação para o Guadiana», evidenciando o seu enorme potencial e apontando medidas e intervenções no sentido de serem melhoradas as condi-

ções de navegabilidade e atração deste rio, de forma a trazer cada vez mais visitantes a esta região. O Presidente da CCDR Alg justi-ficou a importância dos projetos comunitários/transfronteiriços, informando da aprovação de uma candidatura no âmbito do Programa Operacional de Cooperação Trans-fronteiriça (POCTEP)entre Espanha e Portugal, «que tem como objetivo tornar o Guadiana navegável o mais

Novo equipamento serve para piqueniques e autocaravanas

Rio Guadiana está no centro das atenções deste grupo alcoutenejo

A iniciativa «Noites de Lua Cheia» tem granjeado cada vez mais adep-tos. E, tal como avança a organiza-ção, são perto de quatro centenas de pessoas que se juntam para fazer o percurso de bicicleta e a pé, em que cada dia é reservado para uma modalidade diferente, tendo os participantes idades tão diferentes entre os 6 e os 80 anos. Este ano têm a oportunidade de percorrer os trilhos da cidade, mata e praia, com a iniciativa de também ajudar a Cruz Vermelha Portuguesa de Vila Real de Santo António. Ou seja, cada parti-cipante pode levar alimentos para ajudar aquela instituição que sofre muitas dificuldades para ajudar os cidadãos que, em cada vez maior número, procuram ajuda para a sua alimentação no dia-a-dia. “Este ano, o Grupo de Voluntariado da Junta de Freguesia de VRSA, em parceria com o Banco Alimentar da Cruz Vermelha, associou-se à iniciativa «Noites de Lua Cheia» no sentido de angariar comida para os mais desfa-vorecidos. Quem participar, puder e tiver vontade, pode levar qualquer bem alimentar que posteriormente será distribuído por quem neces-sita”, confirma a organização que já avançou com o calendário para os vários passeios. Assim, em julho a 3 (marcha-passeio), a 4 (BTT) e em agosto a 1 e 29 (marcha-Passeio) e a 2 e 30 (BTT). Os passeios iniciam-se sempre às 21h30 junto à marina de VRSA.

possível». O grupo deu igualmente conhecimento de outras iniciati-vas que está a desenvolver, como sejam um workshop sobre língua portuguesa, com o tema «Ler para bem Escrever», orientado pela Prof. Teresa Rita Lopes, a realizar no dia 7 de julho, nos Guerreiros do Rio; também um seminário sobre desen-volvimento local, programado para a primeira quinzena de outubro, a realizar em Alcoutim.

«Noites de Lua Cheia» apoiam Cruz Vermelha

em Mértola

Page 18: JBG - Edição Julho 2012

18 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2012

LOcAL

O balanço foi feito pela Associação Nacional de Conservação da Natureza (QUERCUS). A informação foi avançada pelo município galardoado.

Após a introdução de portagens na Via do Infante a quebra de circulação automóvel ascende aos 56% no primeiro trimestre de 2012. A Comissão de Utentes já agendou novas ações de luta.

Avança QUERCUS

Valem «Ouro» as praias de Vila Real de Santo António

Alcoutim tem bandeiras «Azul» e «Praia Acessível»

Quebra de automóveis na A22 ascende aos 56%

Os turistas e residentes que este ano se banhem nas cinco praias de Vila Real de Santo Anto Antó-nio fazem-no em praias que valem «Ouro», no que diz respeito à qua-lidade. A QUERCUS avançou com a informação de que Fábrica-Mar, Lota, Manta Rota, Monte Gordo e Santo António são as cinco praias vila-realenses distinguidas com o galardão da Quercus que premeia as zonas balneares do país cuja água apresenta os melhores resul-tados em termos de qualidade.

Para receber a classificação de praia com «Qualidade de Ouro», uma zona balnear tem de respeitar um conjunto de critérios predefini-dos tais como apresentar qualidade da água «boa» nas três épocas bal-neares entre 2007 e 2009, ter regis-tado qualidade da água «excelente» nas duas últimas épocas balneares e possuir resultados «excelentes» em todas as análises realizadas durante a época balnear de 2011.

O objetivo da QUERCUS é real-çar as praias que, ao longo de vários anos (cinco, neste caso), apresentem sistematicamente boa

A praia fluvial do Pego Fundo, em Alcoutim, foi galardoada com a «Bandeira Azul» e, ostenta, à semelhança de anos anteriores, a Bandeira «Praia Acessível, Praia para Todos!».

A bandeira azul é um certificado de qualidade ambiental, que dis-tingue o esforço que a autarquia de Alcoutim tem realizado nesse sentido, cumprindo a praia fluvial as normas exigidas nas áreas de informação e educação ambiental, gestão e segurança e qualidade da água.

O galardão «Praia Acessível – Praia para Todos», conquistado consecutivamente há oito anos, distingue zonas balneares, marí-

Algarve que diziam que iriam apelar “a um levantamento das populações” caso as obras de requalificação paras-sem? Antes também prometeram que “portagens no Algarve nunca”! São deputados eleitos pelo PS, PSD e CDS e que têm, sistematicamente, votado no Parlamento contra a suspensão das portagens na Via do infante. São vozes completamente silenciadas e vendidas aos interesses nefastos do governo da Troika, vozes com-pletamente desacreditadas perante as populações da região”, critica a Comissão de Utentes.

Caos no Verão

O prognóstico para o verão é o pior. A 30 de junho terminam as isenções e aumenta o tráfego com a chegada dos turistas. “Perante tal gravidade, é lamentável que a AMAL apenas se preocupe com a paragem das obras e com o fim das isenções e não apele à suspensão imediata das portagens”, denuncia a comissão que lembra que “por outro lado, o Tribunal de Contas veio dar razão à Comissão de Utentes

qualidade ou qualidade excelente, tendo em conta a classificação da legislação em vigor («boa» era, até 2009, a melhor qualidade possível de acordo com a anterior legislação europeia).

As análises da associação são baseadas na informação pública oficial disponibilizada pelo Insti-tuto da Água, através do Sistema Nacional de Informação de Recur-

timas e fluviais, que cumpram os requisitos necessários em termos de acessibilidade e mobilidade con-dicionada. Neste sentido, a praia fluvial do Pego Fundo está equi-pada com uma rampa de acesso ao areal, passadeiras de madeira até às sombrinhas e próximas da água, instalações sanitárias adaptadas e meios auxiliares de banho. Os nadadores-salvadores estão também sensibilizados e preparados para as dificuldades e necessidades das pessoas com mobilidade condicionada.

Francisco Amaral, autarca de Alcoutim, congratula-se por ter em Alcoutim “uma praia para todos e ver esse mérito reconhecido”.

quando o seu relatório de auditorio indica que o Estado e os contribuintes saem gravemente lesados com as por-tagens. O “regime de disponibilidade” contratualizado só vai favorecer as concessionárias, incluindo a Euroscut, e as entidades bancárias”.

Ações de Luta

No final do mês de junho foi entregue uma nova petição dirigida à Assembleia da República, exigindo a suspensão das portagens; no dia 1 de julho vai ser erguido um Memo-rial às vítimas da “estrada da morte”, ao longo de toda a EN 125, nomea-damente nos “pontos negros” iden-tificados. Neste dia podem ocorrer ações surpresa contra as portagens em alguns pontos do Algarve e na primeira quinzena de julho vai pro-mover uma nova marcha de veículos envolvendo a Ponte Internacional do Guadiana, com a colaboração dos vizinhos espanhóis da Andaluzia. “Oportunamente serão divulgados o dia, a hora e os pormenores desta marcha”, adianta a comissão.

sos Hídricos (SNIRH).O município regozija-se pelo

«pleno» de um galardão que é mais um contributo na promoção de Vila Real de Santo António, em pleno Baixo Guadiana, como des-tino turístico.

De referir que as praias de VRSA também receberam o galardão de «Praia Acessível»

Para além da quebra de circulação automóvel na Via do Infante, o número de acidentes e mortos na Estrada Nacional 125 cresceu. De acordo com a Comissão de Utentes “nos primeiros meses do ano os aci-dentes de viação e os feridos graves mais que duplicaram, e as vítimas mortais são superiores, na EN 125 e vias secundárias, relativamente ao mesmo período do ano anterior”, acrescentando que “a nível social e económico a catástrofe e o desastre instalaram-se na região – a chaga do desemprego atinge mais de 50 mil pessoas e as insolvências e falências de empresas sucedem-se diariamente. O Algarve vive uma verdadeira situ-ação de emergência social e econó-mica”.

Requalificação da EN125 parada

Entretanto as dificuldades finan-ceiras levaram a que as obras da EN125 parassem, sem ser conhecida a data de arranque das obras. “Onde estão aqueles deputados eleitos pelo

O município faz o «pleno» ao ver distinguidas as cinco praias com «qualidade ouro»

Praia Fluvial volta a ser destino de qualidade aos vários níveis

Diretor Regional de Economia reuniu com executivo de Alcoutim

O Diretor Regional de Econo-mia do Algarve, Gilberto Viegas, reuniu a 19 de junho em Alcou-tim com o executivo municipal, a fim de se inteirar da situação das empresas locais, ligadas à pani-ficação, pecuária, floresta, cine-gética, construção civil, hotelaria e turismo, artesanato e apoio à terceira idade.

Após esta análise, ficou plane-ada a realização, em colabora-ção com o Instituto de Emprego e Formação Profissional, de uma sessão nos Paços do Concelho, sobre empreendedorismo jovem e os múltiplos apoios existentes. Até ao fecho de edição do JBG a data para a sessão não tinha sido avançada.

Alcoutim vai acolher sessão sobre empreendedorismo

Portagens

Page 19: JBG - Edição Julho 2012

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2012 | 19

DESENVOLVIMENTO

O Governo vai avançar com a «Agenda Criança» em Portugal e o coordenador é Luís Villas-Boas, diretor do Refúgio Aboim Ascensão, de Faro, e mentor da Emergência Infantil em Portugal.

Imposto especial sobre o consumo de cigarros: Comissão insta Portugal a alterar as suas regras

A Comissão Europeia pediu oficialmente a Portugal que alterasse as suas regras nacionais em matéria de impostos especiais de consumo no que respeita aos cigarros. Em Portugal é estabelecido um prazo-limite para a venda de cigarros, associado à estampilha aposta na embalagem. Os cigarros apenas podem ser vendidos até ao final do terceiro mês após o final do ano em que foram introduzidos no consumo.

Águas residuais e poluição da água: Comissão insta Portugal a cumprir legislação da UE

Portugal não está a tratar adequadamente as águas residuais oriundas de pequenos aglo-merados urbanos nem a cumprir as normas da UE relativas à pureza das águas conquícolas. Por recomendação do Comissário responsável pelo Ambiente, Janez Potočnik, a Comissão vai enviar pareceres fundamentados, con-vidando Portugal a cumprir a legislação da União Europeia em ambos os domínios no prazo de dois meses, caso contrário a Comissão poderá remeter os casos para o Tribunal de Justiça da UE.

Campanha da UE faz da ciência e

inovação «um mundo no feminino» Perante a necessidade de um milhão

de novos investigadores até 2020 na União Europeia, a Comissão lançou uma campanha destinada a interessar as raparigas pela ciên-cia e estimular mais mulheres a escolherem a investigação como carreira. .

Energias renováveis: aumento da

contribuição das energias renováveis para 12,4% do consumo energético da UE em 2010.

Em 2010, a energia proveniente de fontes renováveis representou, segundo as estimativas, 12,4% do consumo final bruto de energia da UE, contra 11,7% em 2009 e 10,5% em 2008. A diretiva de 2009 sobre a energia renovável fixou objetivos para cada um dos Estados Membros de tal forma que as energias renováveis atinjam 20% do total do consumo energético na UE até 2020. Os objetivos individuais dos Estados-Membros têm em conta pontos de partida diferentes, bem como o potencial de energias renová-veis e os desempenhos económicos de cada Estado-Membro. .

«Perto da

Europa»

Centro de Informação Europe Direct do AlgarveComissão de Coordenação e Desenvolvimento

Regional - CCDR Algarve Rua do Lethes nº 32, 8000-387 Faro tel: (+351) 289 895 272 fax: (+351) 289 895 279 [email protected]

www.ccdr-alg.pt/europedirect

Anuncia Governo

«Após 40 anos

Odelouca começou a fornecer água ao Algarve

Luís Villas-Boas encabeça «Agenda Criança»

“A construção da Barragem de Ode-louca foi sistematicamente adiada tendo iniciado a sua construção em Outubro de 2001, sob a juris-dição do Instituto Nacional da Água (INAG). Após diversas vicissitudes a mesma foi suspensa em Novembro de 2003”, lembra em comunicado a empresa «Águas do Algarve».

Desde Dezembro de 2006 que foi dada a incumbência da conclusão da construção da Barragem de Ode-louca à Águas do Algarve, tendo a construção sido iniciada em Feve-reiro de 2007 e concluída em junho de 2010.

“Desde então, até à presente data, cumpriram-se com todas as obrigações legais do enchimento da albufeira da Barragem até que, final-mente, foi dada a autorização pela alta entidade da água (INAG) para que se desse o pleno enchimento da albufeira”, assegura a «Águas do

Algarve».

Aspiração dos algarvios

A Barragem de Odelouca cons-titui uma aspiração de todas as

Comissão Europeia, e membro ativo da «Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas». Sendo uma defensora do direitos das crianças, lembrou que “é preciso sentar todos à mesma mesa para acabar com injustiças gritantes”, referindo-se a “decisões judiciais e pareceres de técnicos da Segu-rança Social que põe em causa o futuro das crianças”. Esta respon-sável congratulou-se pela criação

entidades e estudiosos do abaste-cimento público e a garantia de água em quantidade para o Barlavento Algarvio.

Há mais de 40 anos que esta bar-ragem vem sendo falada como uma

da «Agenda Criança», que acredita que vai ajudar a resolver muitos problemas relacionados com as crianças em Portugal.

O «Dia Mundial da Criança» ficou marcado pela assinatura de mais um protocolo entre a BP Por-tugal e o Refúgio Aboim Ascensão. De referir que nos últimos seis anos a BP já ajudou esta IPSS com um total de 180 mil euros em gasóleo e gás

imperiosa necessidade.Todo o Sistema Multimunici-

pal do Barlavento Algarvio, então gerido pela Águas do Barlavento Algarvio SA, assentava no Sis-tema primário constituído pela Barragem de Odelouca e o Túnel Odelouca-Funcho.

“Para a Águas do Algarve, SA trata-se de um marco histórico de especial relevância pelo facto de finalmente o Algarve dispor de uma infraestrutura que é o garante do abastecimento público de água de todo o Barlavento Algarvio, com a possibilidade, se necessá-rio, de fornecer água ao Sotavento através das duas Estações Eleva-tórias Reversíveis existentes no concelho de Loulé”, pode ler-se no comunicado da empresa, que acrescenta que “com esta infra-estrutura e com as Estações de Tratamento de Água de Alcanta-rilha e Tavira, garantimos não só a qualidade de água necessária e suficiente, mas também, a ele-vadíssima qualidade do Produto Água que disponibilizamos a toda a Região”.

Pedro Mota Soares falhou a sua visita ao Refúgio Aboim Ascensão, em Faro, no dia 1 de junho, devido a uma reunião de emergência com os parceiros sociais. Fez-se representar por Joaquim Caeiro, seu assessor, que leu uma missiva do ministro, em que era assegurado que “a breve trecho o Governo dará novidades em relação à Proteção, Acolhimento e Adoção da Criança em Portugal; consubstancia-das na «Agenda Criança»”.

Esta medida “visa avaliar todo o Dossier e de tal dar posterior conta ao Governo”, tal como explicou Luís Villas-Boas. O diretor do Refúgio Aboim Ascensão fez um apelo para que “enquanto se cuida das finan-ças não se esqueçam das crianças”. Afirma que “há muito para alterar em Portugal no domínio da problemá-tica da criança”, lembrando que “há muitos anos que no Refúgio Aboim Ascensão pugna-se para que Portugal tenha um Sistema Nacional de Emer-gência Infantil, um Modelo que se

revelou já, há muito, respondente.Em 2011 o índice de ocupação no

Refúgio Aboim Ascensão rondou 90% da capacidade da instituição.“Esta não é uma instituição de ficar, mas apenas de chegar e de partir”, subli-nhou Luís Villas-Boas que defende que “mais do que nunca são necessá-rias em Portugal Unidades de Emer-gência Infantil para crianças entre os 0 e os 6 anos”, defendendo “para crianças com mais de 6 anos famílias de acolhimento pagas, supervisiona-das e acarinhadas que se substituam aos Lares, obras e casas, porque todas as crianças devem crescer no seio de uma família e não entre quatro paredes de uma instituição”.

Margarida Durão Barroso enaltece «Agenda Criança»

Também a acompanhar a visita a esta IPSS esteve Margarida Durão Barroso, mulher do presidente da

Odelouca fornece todo o Algarve desde o passado dia 1 de junho

Mentor da «Emergência Infantil» em Portugal (à d.ta) vai liderar equipa de apoio à Criança

Desde o passado dia 1 de junho que a Barragem de Odelouca está a fornecer o Algarve. Esta aspiração, que agora se materializa, tem 40 anos, e por isso sabe a vitória.

Page 20: JBG - Edição Julho 2012

20 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2012

cULTURA

Antes de mais queria saudar a estimada Srª Antónia-Maria e alertá-la que, efectivamente, António Leite não é nenhum colaborador do JBG, mas sim um capitão nas praças portuguesas do Norte de África e Senhor de Arenilha por nomeação do rei D. João III. Por outro lado, não posso deixar de salientar que se a figura de D. Paio Peres Correia está viva na região da Estre-madura espanhola, também o está nas regiões do Alentejo e Algarve, como podemos constatar pelos inúmeros estudos de investigadores e histo-riadores portugueses, como os académicos José Mattoso, Joaquim Romero de Magalhães, Miguel Gomes Martins, António Castro Henriques, entre muitos outros... Com efeito, a lenda e a história confundem-se, o que dificulta qualquer reconsti-tuição segura da sua vida. Ora vejamos: natural de Portugal, é em Leão que surge pela primeira vez enquanto membro da Ordem de Santiago, durante a conquista de Cáceres, em 1226, vindo a combater ainda na conquista de Capiella, Úbeda, Baeza e Quejada. Em 1235 encontra-se atestado como comendador de Alcácer do Sal, e é com este estatuto que consegue impulsionar a conquista de um importante número de forta-lezas na região alentejana, como Moura, Serpa, Aljustrel, Alvalade, Beja e Mértola. No Algarve conquista Alcoutim, Vaqueiros, Alfajar de la Pena e Ayamonte (ambas em Espanha). Seguem-se as fortalezas de Estombar e Alvor que, por se encon-trarem demasiado afastadas pela zona dominada pelos Espatários, acaba por ser trocada com os muçulmanos pelo castelo de Cacela. Segundo a Crónica da Conquista do Algarve, Tavira foi conquistada aos mouros como represália pela morte de sete dos seus cavaleiros, seguindo-se Salir e, finalmente, Silves. Notabiliza-se na con-quista dos castelos de Lorca, Mula e Segura e, em 1248, na fase final do cerco a Sevilha. Na altura era já um dos principais conselheiros do rei de Leão e Castela, Fernando III, estatuto que a Primeira Crónica Geral de Espanha sublinha. A Crónica da conquista do Algarve também refere a participação da Ordem de Santiago e do Mestre D. Paio Peres Correia na conquista de Faro, ao lado das tropas de D. Afonso III. Conti-nuou à frente dos destinos da ordem até 1275, ano em que morre em Talavera de la Reina. No princípio do séc XVI os seus restos mortais são transladados para Tentudia, sendo realmente pouco provável que os mesmos tenham sido mais tarde transladados para Tavira, como refe-riu o cronista Rui de Pina, na sua Crónica de D. Afonso III (capítulo XV). Grosso modo, o que importa aqui salientar é que a discussão em torno da última morada dos restos mortais de D. Paio Peres Correia é bem representativa do orgulho que tanto portugueses como espanhóis têm nesta figura tão importante para a história de ambos os países. A verdade é que a memória de D. Paio Peres Correia está tão viva na memória dos portugueses que é invocada na toponímia de cidades como Tavira, Silves, Setúbal, Lisboa e Samora Correia. Diz a tradição que até a aldeia de Paio Pires, no concelho do Seixal, deve o seu nome a este grande guerreiro português, mestre da Ordem de Santiago…

Ainda sobre a figura de D. Paio Peres Correia…

Fernando PessanhaFormador «História Local»- CEPHA/UALG

cO

LU

NA

cU

LT

UR

ALSantos Populares juntaram

experiências de VRSA, Castro Marim, Andaluzia e

Trás-os-MontesGraças à participação de vários cida-dãos de Vila Real de Santo António, entre os quais um historiador, e muitos outros convivas de tempos já passados, foi possível à organização da tertúlia «Santos Populares: o seu tempo e as tradições». Recuperou-se a memó-ria viva de como a festa dos Santos Populares é muito querida no Baixo Guadiana – português e espanhol - através de testemunhos entusiastas de vila-realenses, de um castro-ma-rinense, uma andaluza e até de uma transmontana, que vive em VRSA há cerca de 20 anos. Entre outros, de Vila Real de Santo António, estivemos à conversa com o historiador Hugo Cavaco que nos falou dos primórdios dos festejos dos Santos Populares, dos mitos e das crenças. A famosa fogueira de São João, a Roda e os humildes Mastros de outros tempos, são figu-ras que fazem jus à tradição que os testemunhos dos nossos tertulianos deliciaram ao recuperar a sua história. As fogueiras iluminavam e alegravam os mais afoitos que as saltavam na noite de São João. Era acesa em cada canto onde a alma festiva assim ape-lava. As Rodas festejavam os Santos Populares, mas também serviam de momento fulcral para firmar namoros. E os Mastros eram mais humildes ao início, no entanto eram engalanados com a maior vontade de dar corpo a um costume.

Manuel Gomes, um dos poetas pom-balinos, que nos deu a honra da sua presença, animou a tertúlia conjun-tamente com sua irmã ao entoarem

Tertulianos animaram momento de partilha com tradições orais que testemunharam alguns costumes hoje perdidos

Junta de Freguesia de VRSA e Liga dos Amigos da Galeria Manuel Cabanas estão juntas nesta organização

«Estórias da Vila» promovem recolha de memórias vivas

A primeira tertúlia teve como tema «Estórias da Baixa Mar» e juntou cerca de 30 pessoas que partilharam o seu conhecimento sobre as estórias que fazem parte da história da zona ribeirinha da cidade pombalina. Aconteceu a 25 de maio no Arquivo Histórico de VRSA. É aqui que está instalada o espaço Manuel Cabanas e aqui vão realizar-se mensalmente estas tertúlias que pretendem pre-servar as estórias e memórias da vila. A segunda tertúlia aconteceu a 29 de junho sob o tema «Estórias da Praça».

Estão agendadas tertúlias até ao próximo dia 26 de outubro. Em julho, a 27, «Estórias dos Torneios

as cantigas animadas das Rodas que eram tão alegres e festivas, como românticas.

Do concelho vizinho de Castro Marim o poeta Manuel Palma lem-brou a tradição do Azinhal em que na noite de São João o festejos levavam os populares a ir buscar água a nove poços da freguesia. Em Castro Marim a tradição dos Mastros está bem viva e constitui momento de renhida disputa entre as localidades e anima o mês de junho. Manuel Palma brindou-nos com o poema «A paixão de São João» que nos diz assim no seu início: «A vila acordou em festa, é dia de São João, e toda a gente se apresta, a cumprira tradição/São João foi convidado, para vir à sua festa, e sentiu-se tão honrado, que não quis faltar a esta/ O convite formulado, leva consigo outro intento/ ao pormenor estudado, resultou, deu casamento».

Antónia-Maria Sanchez Barba, cola-boradora de redação do JBG, esteve também nesta tertúlia e apresentou-nos as Festa de Santo António 2012, da localidade pesqueira de Punta del Mural, levada a cabo pela «Herman-dad de San Antonio de Padua», cati-vando os tertulianos para este evento marcadamente tradicional.

De Vila Real de Trás-os-Montes uma tertuliana contou que que lá as tradi-

ções estão hoje em dia bem acesas no seio da população que mantém hábitos e costumes; muitos deles semelhan-tes aos que outrora se praticaram em VRSA. Ao ouvi-la os conterrâneos vila-realenses lamentaram que as tradições por cá, como a Roda e os Mastros, se tenham aos poucos indo perdendo.

A tertúlia «Santos Populares: o seu tempo e as tradições» foi uma orga-nização conjunta do Jornal do Baixo Guadiana e Biblioteca Municipal Vicente Campinas.

No passado dia 15 de junho a tertúlia no Baixo Guadiana, que se dedicou ao tema dos Santos Populares, juntou uma roda de

pessoas interessada em preservar a história dos Santos Populares.

A Junta de Freguesia de Vila Real de Santo António e a Liga dos Amigos da Galeria Manuel Cabanas iniciaram em maio encontros mensais que pretendem recolher as mais variadas memórias vivas da cidade de Vila Real de Santo António.

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Populares de Futebol; a 31 de agosto «Estórias das gentes desta terra», a 28 de setembro «Estórias dos jogos e brincadeiras de criança» e a 26 de outubro «Estórias de quem nos ensinou».

As tertúlias acontecem todas as quartas sextas-feiras de cada mês e, tal como refere a Liga dos Amigos da Galeria Manuel Cabanas (LAGM), “todos os vila-realenses estão convi-dado a partilhar as suas vivências e conhecimentos da cidade pombalina de Vila Real de Santo António”.

Esta iniciativa é organizada pela Junta de Freguesia de VRSA e pela LAGMC.

Page 21: JBG - Edição Julho 2012

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2012 | 21

cULTURA

Lucinda Mansinho lança contos infantis

Lucinda Mansinho apresentou na Biblioteca Municipal de Vila Real de Santo António, o seu livro para crianças «Estórias com bichinhos», com desenhos do próprio filho Luís Mansinho, que já ilustrou obras do historiador Hugo Cavaco.

São dezoito historietas, cada uma com a sua apropriada ilustração colorida, fábulas de animais que conversam uns com os outros, estó-rias onde todos se dão bem e, quem faz maldades, é castigado com penas à medida das suas atitudes menos próprias. É um mundo de fantasia, com argumento capaz de encantar a

São já quase três décadas de vida de uma feira de etnografia que faz jus às tradições da serra algarvia. A viagem ao passado é, assim, possível através de um evento que

Apresentação do livro aconteceu na Biblioteca Vicente Campinas

50 artesãos trabalharam ao vivo para contento dos visitantes do certame

Boss AC foi cabeça-de-cartaz deste certame e moveu uma enchente

Feira de Artesanato anima Alcoutim há 27 anos

Boss AC encheu «Festas em Honra do Coração Imaculado de Maria»

Sobretudo a noite de 16 de junho mostrou-se animada no recinto das «Festas em Honra do Coração Ima-

culado de Maria». O rapper Boss AC, cabeça de cartaz deste certame, cativou centenas de visitantes que para além

mente dos pequeninos que começam a descobrir as letras”.

O livro tem prefácio do nosso cola-borador José Estêvão Cruz.

Lucinda Mansinho, filha de pais portugueses, nasceu em 17 de Outu-bro de 1936 em Isla Cristina, provín-cia de Huelva, Espanha. Esteve dois anos no ensino primário em Tavira e, desde então, vive em Vila Real de Santo António.

Tem publicado o livro de poemas «Com o Coração na Mão» e par-ticipou na Antologia, «Outonos Inquietos», editada pela autarquia vila-realense.

proporciona a presença de meia centena de artesãos que, a traba-lhar ao vivo, fizeram as delícias dos muitos visitantes que passaram na praia fluvial do Pego Fundo, palco

do certame.“Com cerca de 50 artesãos a

trabalhar ao vivo, e uma grande riqueza etnográfica, a feira de arte-sanato recriou o antigo dia-a-dia na serra algarvia. Com a colaboração do Grupo Etnográfico do Pereiro e do Teatro Experimental de Alcou-tim, foram também reproduzidos antigos “ofícios”, que hoje já não existem profissionalmente”, refere a Associação «A Moira», organizadora do evento.

A animação de rua, com a «Ban-dinha Amigos da Música» e «Fun-farra», e as tapas de gastronomia regional completaram o evento. À noite houve espaço para dançar, com bailes animados pelo «Duo José e Vítor Guerreiro» e «Projecto RS».

A associação «A Moira» conta na organização deste evento com a colaboração do município alcou-tenejo.

de assistirem ao concerto aproveitaram para animar o recinto das festas que se completaram com a presença das asso-ciações locais, artes e ofícios, doçaria e os tradicionais «comes e bebes» que satisfizeram os apetites mais variados. Festas que ao longo dos três dias foram animadas com bastante música.

O sábado ficou também marcado pelas manifestações religiosas que incluíram a recitação do Terço Mariano e a celebração da Eucaristia, na Igreja de Altura e às 19h teve lugar a procis-são em Honra do Coração Imaculado de Maria, que percorreu as ruas da localidade. Recorde-se que as «Festas em Honra do Coração Imaculado de Maria» têm a organização da câmara municipal de Castro Marim, da Comu-nidade Católica local e do Clube Recreativo Alturense.

O fim-de-semana de 9 e 10 de junho ficou marcado pela realização da «Feira de Artesanato de Alcoutim», que há 27 anos cumpre a tradição de fazer homenagem às tradições da serra algarvia. O palco foi a praia fluvial do Pego Fundo.

A enchente tomou conta das «Festas em Honra do Coração Imaculado de Maria». A denotar já os muitos turistas que escolhem Altura para passar as férias, mas o rapper Boss AC contribuiu para cativar a adesão de muitos que assistiram ao concerto no dia 16 de junho.

Festa solidária a 4 de JulhoA música e a dança de vários artistas vão estar juntas pela mesma causa. Ajudar o pequeno João Miguel que está em Coimbra a ser tratado a um problema de saúde. A família para dar o apoio necessário passa, para

além de tudo, por graves dificulda-des financeiras. A entrada para esta festa de solidariedade é 5 euros, que farão toda a diferença para ajudar esta família de Vila Real de Santo António.

Centro Cultural António Aleixo

Page 22: JBG - Edição Julho 2012

22 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2012

cULTURA

Mostra Gastronómica recriou tradições

A câmara municipal de Vila Real de Santo António e a Associação de Defesa, Reabilitação, Investigação e Promoção do Património de Cacela (ADRIP) organizaram mais uma «Mostra Gastronómica de Cacela», entre os dias 16 e 30 de junho.

Mais uma vez o evento, que teve a sua quarta edição, teve o intuito de valorizar os saberes e os sabores do território de Cacela, localizado entre a serra e o mar, e pretendeu promo-ver os produtos locais e as tradições alimentares em receitas antigas ou novas criações.

No decorrer da Mostra foi possível degustar pratos tão diversos como espinheta de atum com feijão fradi-nho; carapaus alimados; soufflé de peixe e marisco; escalopes de atum marinado e recheado com presunto e queijo de cabra algarvia com rolo de grão-de-bico e ervas do campo; wok de gambas da costa com bata-ta-doce e tomate confitado; ferreira grelhada da nossa costa com batata-

doce cozida e salada à montanheira; Açorda de amêijoa da ria Formosa e camarão; biqueirão frito com gaspa-cho à algarvia; arroz de lingueirão com camarão e conquilha; bacalhau com camarão e bivalves da ria; javali à serrana; entre muitas outras igua-rias.

Para as sobremesas, as ementas reservaram especialidades como pudim de laranja ou de amêndoa e gila, cheesecake de figo e alfarroba, mousse de limão e hortelã, arroz doce com alfarroba, torta de laranja com alfarroba ou torta de alfarroba.

Muitos dos restaurantes partici-pantes encontram-se em áreas de elevado valor paisagístico e cultural, fazendo parte da lista os estabele-cimentos «Sem Espinhas», «Final-mente», «Rios» e «Ramos», na Manta Rota; «A Camponesa» e o «Cisne», em Vila Nova de Cacela; «O Pangaio», nas Cevadeiras junto à EN 125 e a «Casa de Pasto Fernanda e Campi-nas», na Corte António Martins.

POR CÁ ACONTECE A G E N D A

E V E N T O S

Festa Tradicional das Cortes Pereiras 21 julho

Baile de Aniversário do Clube Desportivo de Vaqueiros27 julho, 21h

Baile de Acordeão27 julho, 21hBalurcos de Cima

Festa do Avós 28 julhoPolidesportivo dos Balurcos

Festa Tradicional do Pereiro 28 julho

Encontro de Grupos Corais Alentejanos28 julhoAnfiteatro do Santuário de S. Domingos – Giões

Castro Marim

Santos Populares7 julho, 22hBaile com Trio Carlos NevesRio Seco

Festival de Bandas7 julhoCastro Marim

VRSA

Festa de Solidariedade a favor de João Miguel4 julho, 21h30Centro Cultural António Aleixo

Exposição de trabalhos UTL4 a 15 de julho Centro de Artes da Manta Rota

Exposição de Pintura de António Vicente Cardoso5 a 12 julhoCentro Cultural António Aleixo

«Não te atrevas a seguir-me!»Espetáculo de variedades pelo II ACTO Produções Artísticas6 e 7 julho, 22hCentro Cultural António Aleixo

Mercadinho de Verão8 julho, 17h às 23hCacela Velha

Feira do Livro de Monte Gordo13 julho a 5 de agosto – das 20h00 às 00h30Zona Poente do Casino de Monte Gordo

1.º Estágio da Orquestra de Sopros do Sotavento13 julho, 22hCentro Cultural António Aleixo

«História Breve da Lua» – Teatro pelo II ACTO Produções Artísti-cas14 e 15 julho, 22h; 25 julho, 18h Centro Cultural António Aleixo

Noite de fados com Raquel Peters Angariação de fundos a favor do Lusitano Futebol Clube20 julho, 22hCentro Cultural António Aleixo

Pablo Alborán com Carminho20 julho, 22hComplexo Desportivo VRSA

Manta Beach20 julho a 2 setembroManta Rota

Festival Juvenil de Folclore21 julho, 21h30Praça Marquês de Pombal

Espetáculo Escola de Ballet VRSA22 julho, 22hCentro Cultural António Aleixo

Mariza28 julho, 22h; Local a confirmar

Manta Books20 julho a 27 agostoCentro de Artes da Manta Rota

Encontro 3 CulturasCacela Velha Dias 27, 28 e 29 de Julho 2012

Clube de Leitura «Livros Mexidos»Em torno da obra de Gonçalo M. Tava-res30 julho, 18hBiblioteca Municipal VRSA

«Dar de Volta» - Banco de Manuais EscolaresBiblioteca Municipal Vicente CampinasRecolha até 31 de julho Pedidos a partir de 13 de agosto

Alcoutim

Exposição de Otília Paulino – «Arte para Todos»2 a 31 julhoCasa dos Condes

Exposição «Bonecas da Flor d`Agulha»1 a 31 julhoCentro de Artes e Ofícios

Música na Praça 4, 11, 18, 25 julho, 21h30Praça da República – Alcoutim

Festa Tradicional do Pessegueiro6, 7 e 8 julho

Mercado de Vaqueiros12 julho

Festival de Folclore e Feira de Arte-sanato de Martinlongo 14 julho, 16h

Festa da Barrada 20 e 21 julho

Iniciativa mostrou os melhores saberes e sabores

Workshop de língua

portuguesa No próximo dia 7 de julho vai realizar-se no Hotel «Guerrei-ros do Rio» um curso rápido,

mais comumente designado por workshop, dedicado à Língua

Portuguesa. Vai ser ministrado pela escritora, poetisa e pesso-

ana Teresa Rita-Lopes e dá pelo título «Ler para bem escrever»

e as inscrições podem ser feitas até ao próximo dia 5 de julho.Esta iniciativa é levada a cabo

pelo grupo «Amigos pró-futuro de Alcoutim» recentemente

criado em Alcoutim encabeçado por Mário Zambujal, Teresa

Rita Lopes, Carlos Brito e Gaspar Santos. O grupo conta

já com 80 subscritores.

Iniciativa é da responsabilidade do grupo «Pró Futuro de Alcoutim»

Criatividade valeu prémio a alunos de Castro MarimA equipa do Agrupamento de Esco-las de Castro Marim, que participou no concurso «Entre Palavras» - pro-movido pelo Jornal de Notícias, com o apoio da RTP e do Plano Nacional de Leitura - realizou um dos três melhores trabalhos nacionais; o enfoque foi a criatividade. O prémio por esta seleção qualitativa é uma viagem ao Parlamento Europeu, em Bruxelas, na Bélgica, que entretanto aconteceu entre 25 e 27 de junho. A equipa que participou no con-curso foi composta pelos alunos André Torrinha, Inês André, Vanessa Pereira e Gonçalo Pereira e pelos professores Rosa Nunes e Pedro Tavares. As outras duas escolas vencedoras deste concurso nacional foram o Colégio de Vizela e Escola Básica 2,3 Alfredo Silveira (Setúbal).

A chegada dos alunos aconteceu em fecho de edição do JBG pelo que na edição de Agosto prometemos uma notícia mais alargada sobre a viagem deste grupo de jovens vencedores.

Nos próximos dias 14,15 e 25 de julho, o II ACTO leva ao palco do Centro Cultural António Aleixo, em Vila Real de Santo António o Musical Infantil «História Breve da Lua», baseado no conto de António Gedeão.

ELENCO: Lua: Catarina Claro Anita: Nádia Catarro Mãe: Rita LivramentoCamilo/Agapito: Vitor CostaArtur/Jerónimo: Rui Rodrigues

«II ACTO»Estreia novo

espetáculo

Concurso Literário

Nádia Catarro e Catarina Claro

Page 23: JBG - Edição Julho 2012

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2012 | 23

POESIA

A vila acordou em festa,é dia de São João,

e toda a gente se aprestaa cumprira tradição.

São João foi convidadopara vir à sua festa,

e sentiu-se tão honradoque não quis faltar a esta.

O convite formuladoleva consigo outro intento,

ao pormenor estudado,resultou, deu casamento.

De Castro Marim Senhora,no seu castelo morou,

a linda princesa mourado Santo se enamorou.

Chamava-se Margaridae de seu porte está segura;

usava trança compridaque lhe chegava à cintura.

Num castelo à beira-marque o mouro rival rasou,depois de seus pais matar,

consigo a filha levou.

Sobraçando o Alcorão,corre à ponte da Barquinha,

receber o São João,mas o Santo não mais vinha.

Já a noite ia avançadae São João sem aparecer;

a dama desesperadanão sabia o que fazer.

Porém, decide enfrentara pé firme, essa noitada;não queria, nem a sonharver sua trama anulada.

São João está no estrangeiro,o que é muito frequente;

é Santo no mundo inteiro,mas entre nós, só da gente.

Na vizinha Espanha ancoradode regresso a Portugal,

está muito preocupado,aproxima-se temporal.

Mas, seja o que Deus quiser,a vida não vai parare, antes de anoitecer,

tem que enfrentar o mar.

E, vai carpir suas mágoasem “La Giralda”, rezando;

do Guadalquivir, suas águas,ficam sozinhas, chorando.

Levantou ferro em Sevilhae as velas ao vento içou;

já avistava Arenilha,seu bergantim naufragou.

Contra as vagas impiedosas,nas águas do mar lutou;com braçadas vigorosas

exausto, a praia alcançou.

Com o casario por perto,de Arenilha que dormia,

pelo manto da noite coberto,nem uma vivalma se via.

Pelas dunas ao passar,o vento do norte assobia;

era engolida pelo mar,toda a areia que varria.

Perdido nas trevas, sozinhomas seu dever vai cumprir;

mete-se de pronto a caminho,nada o fará desistir.

Na ponte, impaciente,estava algo que mexia;

um vulto, parecia gente,que a escuridão escondia.

Era a moura, que bulia,já cansada de esperar;

suportar mais, não podia,mas desistir, nem pensar..

Aproxima-se o São João,vestia o fato encharcado,

como sempre, folião,contudo, muito cansado.

Estão agora, frente a frente,o islão e a cristandade

mas o Santo não se sentena cena, muito à vontade.

Vendo tal hesitaçãoa bela agarena atrevida,aos beijos ao São João,agarra-se, derretida.

E jura não mais entrarnos haréns do castelão;ganha forças, vai lutar,

contra as hostes do Sultão.

Fica o Santo envaidecidoe de atitude mudou;

um namoro divertido,nessa noite começou.

Está de cabeça perdidae nem queria acreditar,que o amor da sua vida

veio nesta terra encontrar.

Com a menina da trança,vai de braço dado à feira,

não dispensam um pé de dançano arraial da ribeira.

No centro do terreiro,está o mastro engalanado;

salta p’rà roda ligeiroe entra no baile mandado.

Com a amada pela mão,rodopia, pula e salta;bate forte o coração,

faz vibrar aquela malta.

Ao rufar da pandeireta,toda a gente vai dançar;não há coxo nem maneta

que não queira experimentar.

E já alta a madrugada,o dia quase a romper,

no revelim, com sua amada,vão ver o sol a nascer.

Então, acertam por fim,do casamento tratar

e, aqui em Castro Marim,ficam p’ra sempre a morar.

Nas barbas do Sultão,sem pela vida temer;por esta louca paixão

está o Santo pronto a morrer.

Às garras do tiranoo Mago a presa arrancou;gesto corajoso e humano

que todo o mundo louvou!

Manuel Palma

Parabéns Anita pelos teus Anos

(16/07/1942)Parabéns Anita, por este teu aniversário!...

Que bom seria nossa Mãe estar também presenteA nossa, porque é também tua por criação

E por isso que fique bem assenteQue a partir de hoje seremos irmãos por adopção.

Prima por via consanguínea, é verdade!Mas criada pela nossa Mãe, serás filha por criação.

Saí Anita toda a nossa amizade.É a razão de seres nossa “mana por adopção”.

Mana se estou bem lembrado,“Mãe” era o teu tratamento já diário.

Que ainda hoje repetes com muito calor.

Tudo isto, mana no nosso coração gravado.Lembro hoje neste teu aniversário.

E também por isso somos irmãos por amor.

Relógio

Os Nossos 81 Anos(21/07/2012 e 10/09/2012)

Fazemos 81 anos de idade!Estamos no início dos “Oitentas”.Com calma, Paz e tranquilidade,

Entraremos na casa dos “Noventas”.

Preparados para lá chegar,Pois com saúde e amor tudo se faz.

Depois calma para os conservar,A necessária Alegria e muita Paz.

Nos “Noventas” o que virá depois!Eu prometo poupar-te sempre,

Embora tão velhinha como eu sou.

Seremos assim felizes os dois,E a meu lado sempre presente,

Tu uma avó bondosa, e eu, um babado avô.

Relógio

Sofrimento da NaturezaO passado é para nós esquecer

Muitos contam passagem como euMas nunca encontramos alguém

Pensando bem as penas que vida deu

É feito com amor à PrimaveraMas dormimos quentes no ninho

No outro dia almoço e jantarVemos a nossa vida com carinho

Mas ninguém me procurouComo nos tempos de infância

Vamos todos andando pelo passeioMas vemos imenso à distância

Ando na vida cheio de doresMas não é para me corar

Por vezes vou para o médicoAssim fico um pouco para aliviar

António V. Severo Martins

A VelhiceDá-me a tua mão

Deita fora a saudadeSai desta solidão

A velhice, uma realidade

Vou levar-te, vais deixar de estar tristeA solidão, a desolação, encerrou

O tempo. Aqui não existeEsquece o que ficou

A teu lado sempre, no que forVamos para uma rua, sem nome

Sem sofrimento sem dor

Sim, vais sair desta escuridãoIrei mostrar-te esse lugar

Levanta-te, dá-me a tua mão.

Manuel Tomaz

“A Paixão de São João”

Page 24: JBG - Edição Julho 2012

24 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2012

cOLABORADORES

Dispersos por todo o Baixo Gua-diana, em particular na zona serrana, os moinhos de vento desempenharam, em tempos idos, um papel importante na economia das gentes desta região. Curiosa-mente, muitos proprietários de moinhos de vento eram também

proprietários de moinhos de água, uma vez que a actividade dos moinhos de água, no Inverno, era alternada com a dos moinhos de vento, no Verão. Os moinhos de vento eram sempre construídos no cimo dos montes, onde estavam expostos aos ventos que faziam girar har-moniosamente as velas de forma triangular. O eixo de madeira, ao girar, estava ligado a um enge-nho que engrenava noutra roda e obrigava as mós de pedra a moer o trigo e a transformá-lo em farinha. Os moinhos de vento, de construção robusta em pedra e geralmente caiada, elevavam-se na paisagem em conjuntos de

dois ou mais, especializados no tipo de cereais que moíam, con-soante se tratasse de farinha para os animais ou para as pessoas. No seu quotidiano, o moleiro preocupava-se particularmente com o vento: se fazia muito vento, tinha de enrolar ou dimi-nuir o número de velas, se o não havia, o moinho não funcionava. O silvo dos búzios que estavam na armação das velas indicava ao moleiro o soprar constante do vento. Sempre que se preparava para moer, ou não o podia fazer, o moleiro comunicava-o aos seus clientes através da disposição ou do enrolar das velas. O seu paga-mento era geralmente efectuado

com sacos de trigo ou de farinha, que podia vender ou usar para consumo próprio.Na zona do Baixo Guadiana, os moinhos de vento integram-se na tipologia genérica dos moinhos de vento fixos de torre, o mais comum em Portugal. A sua prin-cipal característica é a capacidade de rotação do tejadilho em função da necessidade de acompanhar a direcção do vento. A rotação é conseguida através do sistema de tracção de sarilho ou roldana no interior do moinho, ou então, numa variante menos comum, por meio de corda ou vara lançada ao focinho do mastro, que faz girar o tejadilho. Este, tradicio-

nalmente em palha de centeio, foi entretanto substituído por uma chapa de latão.Nos dias de hoje, a totalidade dos moinhos de vento do Baixo Guadiana encontram-se inacti-vos e na sua maioria em com-pleto estado de ruína. Na Colina do Revelim de Santo António, em Castro Marim, encontra-mos um exemplo de moinho de vento restaurado, tendo por fim a sua utilização com fins pedagógicos junto das escolas da região.

Pedro PiresTécnico de Património Cultural. CEPHA/UAlg

Os Moinhos de Vento do Baixo Guadiana

“Acordar com a certeza de ajudar!”Todos os dias acordo com o senti-mento de mais um dia repleto de possibilidades e enquanto cidadã preocupada com o que me rodeia sinto que ter voz concede-me o privilégio de falar em nome daque-les que não se conseguem expres-sar em códigos linguísticos.Não sei se já se nasce a gostar de animais ou se se aprende, não sei se é inato ou social, sei que para mim gostar de animais é tão natu-ral como respirar. Doí-me na alma lusa ver o lugar que os animais ocupam na nossa sociedade, mas também sei que a mudança está dentro de nós, basta querer e unir esforços.Sei que o nosso país devido às suas características históricas, culturais e sociais, está muito longe de ser um paraíso para os animais, pelo contrário, muitas vezes os nossos animais vivem um autêntico inferno, desde o dia que nascem ao dia que morrem. Pois é … os animais não votam, não pagam impostos ou descon-tam para a segurança social e não tem capacidade de se representa-rem, de reclamarem ou de reivin-dicarem o respeito que merecem.Sei que jurídica e legislativamente o estado português, considera os animais como meras “coisas”, o que torna fácil compreender porque ainda existe uma grande tendência na sociedade portu-guesa para ver os animais também como “coisas”, Quer para o seu uso ou abuso, eles

são transformados em objectos; objectos de companhia, objectos que nos alimentam, nos vestem e calçam e onde realizamos expe-riências, sem dó nem piedade. Esquecendo que nas suas veias corre sangue igual ao nosso, que respiram como nós, que sentem dor, alegria, que com extrema faci-lidade demonstram qualidades por vezes esquecidas pelos humanos, como amar incondicionalmente e ser fiel a vida inteira, indepen-dentemente do status social ou económico do seu dono. Um cão ama de igual forma um mendigo ou um cientista, não troca de dono e nunca abandona, por vezes nem mesmo o local onde é deixado abandona, na esperança que o dono regresse.Perante esta realidade sei que existe um longo e árduo caminho a percorrer, em que as gerações mais jovens têm um papel funda-mental a representar na defesa dos direitos dos animais e na sustenta-bilidade do planeta.Importa despertar consciências adormecidas pelo frenesim das sociedades deste século.Importa ter professores atentos e empenhados na defesa dos mais desprotegidos.Importa ter pais envolvidos numa educação abrangente, em que seja estimulada a participação cívica, a solidariedade, a preservação do planeta. Importa ter jovens a ensinar os avós aquelas coisas da reciclagem Uma Castromarinense

RUBRICA DE PATRIMÓNIO

A Ocasião faz o ladrãoPretendo falar de um assunto que tem a sua relevância, aquilo sobre o qual me pretendo debru-çar tem a sua importância nos dias de hoje, e não se refere a mais dos roubos que acontecem todos os dias.Com a precariedade e tempos de crise que se vivem actualmente cada vez são mais volumosos e frequentes esses mesmos roubos, especialmente na população mais idosa do nosso país, devido em grande parte à sua vulnera-bilidade, e porque não dizê-lo, muitas vezes devido à situação de solidão em que vivem muitos dos nossos idosos. Os idosos muitas vezes são vitimas de burla por pessoas que abusam do seu pouco conhe-cimento de certas circunstâncias da vida actual e muitos destes vivendo sozinhos, não tem quem os defenda de certas pessoas que abusando da sua boa vontade muitas vezes os enredam em mentiras com o intuito de lhes sacar os seuas parcos haveres. Existem toda uma série de conselhos que podem ser dados aos mais velhos para não serem induzidos nestes enredos que muitas vezes os fazem perder muito daquilo que tinham: Os ladrões geralmente são bem falantes e quando encontram uma pessoa idosa sozinha aproveitam-se da situa-ção fazendo-se de muito amigos e conhecedores de alguém que

é familiar ao idoso, como por exemplo filhos a morar em terras distantes, e de quem eles dizem ser portadores de notícias, para assim ganhar a confiança do ancião, e vão por aí fora estabelecendo todo um rol de mentiras até aos poucos irem sacando o dinheiro ou outros bens que o pobre do idoso pensa estar apenas a dar para receber algo em troca. Muitas vezes tentam sacar o dinheiro através da igno-rância ou desconhecimento do idoso que não está desperto para determinadas realidades actu-ais, como a confusão que fazem entre euros e escudos, falando-lhe em notas que vão acabar, em dinheiro que portanto tem de ser trocado, e a pessoa idosa desco-nhecedora muitas vezes desses tramites cai na esparrela. É ainda de salientar a menor capacidade física dos idosos que os leva muitas vezes a serem um alvo mais fácil para uma abordagem mais directa, ou seja a aquilo que conhece-mos como assalto, muitos deles não sabem nada destas novas tecnologias, não sabendo sequer dirigir-se a um Multibanco, como tal aos dirigirem-se aos balcões financeiros ao saírem são uma presa fácil para o ladrão estatuto e muitas com um certo conheci-mento maldoso dos hábitos das pessoas em certas alturas do mês.

e do buraco do ozono, das quais não se falava na sua escola.Importa consciencializarmo-nos que isto é uma passagem, vamos torná-la o mais agradável possível.Foi nesta linha de pensamento, que em 2006, juntei-me a um grupo de cidadãos preocupados com os direitos dos animais, A Guadi e desde esse dia a minha vida faz mais sentido!Sou contra o abandono,Contra os maus tratos,Sou pelos animais abandonados.Creio piamente que é um bom lema, porque cuidar e proteger o planeta e os seus habitantes não é uma opção é uma obrigação !Por isto e (muito mais) gosto de acordar…

Helena Vitória

ARTIGOS DE OPINIÃO

Page 25: JBG - Edição Julho 2012

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2012 | 25

PASSATEMPOS&LAZER

Apesar das grandes dificuldades de carácter financeiro com que se debate, a Delega-ção da CVP tem continuado a desenvolver intensa actividade nas áreas social e da saúde.

Várias centenas de pessoas são apoiadas regularmente através do Apoio Alimentar e do Banco de Roupas. Desempregados nacio-nais e estrangeiros procuram diariamente esta Delegação.

Destaque-se o serviço de transporte para consultas médicas, exames ou tratamentos, contando sempre com uma voluntária que acompanha os utentes, prestando o apoio necessário.

Médicos e enfermeiros voluntários aten-deram mais uma vez o Mundialito e o Foot 21, eventos desportivos que todos os anos têm grande relevo a nível nacional e inter-nacional.

Ainda na área da saúde, esta Delegação prestará serviço nos postos de enferma-gem, em quatro praias da zona ao longo do Verão.

O nosso NIB para a sua ajuda na ajuda ao próximo: 0010 0000 37744540001 82

u m a s l i n h a s p a r a a a l m a . . .

Ajude-nos a Ajudá-los!

GUADI Centro de Animais Rua D. Pedro V, Nº 38 – 2º andar 8900 – 283

Vila Real de Santo António Contribuinte Nº 507 534 328

Contactos: 964773101 e [email protected]/

http://associacaoguadi.blogspot.comFACEBOOK

As despesas com a alimentação são um ponto central no orçamento familiar, pelo que é necessário adequar a lista de supermercado às necessidades do agregado. É importante avaliar as despesas para reduzir a compra de produtos desnecessários.

Esteja atento às promoções e verifique o prazo de validade e certifi-que-se de que consome o alimento antes do prazo de validade expirar. Evite compras supérfluas, não faça compras com apetite ou acompa-nhado de crianças pois assim será mais fácil seguir as listas das compras e evitar gastos desnecessários.

Escolha produtos mais baratos, os testes comparativos da DECO PROTESTE indicam que é possível comprar produtos como lacticínios, conservas, bebidas alcoólicas, alimentos frescos e congelados com boa qualidade e mais baratos. Também produtos como a pescada congelada, pastéis de bacalhau, rissóis de camarão, leite UHT meio gordo, chá verde e preto e vinho, entre outros produtos, apresentam uma óptima relação qualidade e preço.

Em casa uma boa conservação dos produtos também significa poupar. Ao guardar os produtos faça-o de forma correcta, por exemplo algumas frutas como as bananas e maçãs, aceleram o amadurecimento das res-tantes, pelo que deve guarda-las numa fruteira separada das restantes. No caso de sobras de refeições anteriores, deve colocá-las na zona mais fria do frigorífico, pois se bem cozinhadas ainda aguentam alguns dias. Caso preveja que não vai consumir esses alimentos no espaço de 1 a 3 dias, congele o excedente.

Uma boa gestão do frigorífico e da despensa é uma ajuda fundamental, pois colocando os alimentos com os prazos de validade mais curtos à frente, estes serão consumidos em primeiro lugar.

Aproveite as sobras e recicle ingredientes de refeições anteriores para as seguintes. Por exemplo, se sobrar carne, pode reaproveitá-la para fazer um empadão e do pão pode fazer torradas ou tostas.

a GUADI apela

Susana Correiajurista

“como posso reduzir as minhas despesas com as compras de

supermercado? E será possível acondicionar os alimentos para que não se estraguem tão

facilmente?”

Número solidário: 760 300 012

1) Sabor2) Arunca3) Nabão4) Chança5) Vascão

6) Oeiras7) Cobres8) Torto9) Ardila10) Alva

Quadratim - n.º97

Auto

r: Jo

ão R

aim

undo

Jogo da Paciência n.º 103

“HIDROGRAFIA DE PORTUGAL”

Não é com redução de salários e pensões que por si só alguns já são baixos, nem cortes em subsídios de férias, Natal e outros, que a ECONOMIA renasce. É preciso repor estes valores com urgência. Nem as exportações, de que tanto se faz bandeira terão esse privilégio, pois é necessário que sejam superiores em valores às importações.

A austeridade nunca foi sustentáculo de riqueza em termos globais, quer para o País quer para a maioria dos cidadãos, só aumenta a miséria, a fome, as doenças e os roubos.

Pelo caminho correcto do Quadratim vá ao encon-tro da ECONOMIA.

Soluções Jogo da Paciência - n.º102

O

M A ME G O BM O N

M AA M E G

C A V I

NS LK B

R T R

A

D

S

I M A R U

V X W L

C

U

O Q A O

OA S

T

E V E R

T F GN L AA J C A N H

SX DR A MI S

T V E S

H

I D

D S R R

A B E GD E P A A A

S U L R

C AR V R A I V

O V X CO T M A T E

E AO R

G UM R

O HR M E M

M I N H

W A

V D O P B RI V

B DA O A G U E K O

E ID A O ZR M

D A

V M

Y N A B

O SF O A R C N

O M X SZ A T B I H

L NA M

T AV A

R IR A L P

O C R E

X V

A D E U A ZA Z

T AR E X C P N Y L

I SC R O XI Z

K N

A L

Z E Z E

A NR L N D E V

T M A LA U W A I R

A TG R

J OT E

R SW K B Y

H O T U

D O

A D O C A IO O

T WD O U R O E V A

S XS R I BU A

C A

R O

L I M A

S RA G I O E I

O

M A ME G O BM O N

M AA M E G

C A V I

NS LK B

R T R

A

D

S

I M A R U

V X W L

C

U

O Q A O

OA S

T

E V E R

T F GN L AA J C A N H

SX DR A MI S

T V E S

H

I D

D S R R

A B E GD E P A A A

S U L R

C AR V R A I V

O V X CO T M A T E

E AO R

G UM R

O HR M E M

M I N H

W A

V D O P B RI V

B DA O A G U E K O

E ID A O ZR M

D A

V M

Y N A B

O SF O A R C N

O M X SZ A T B I H

L NA M

T AV A

R IR A L P

O C R E

X V

A D E U A ZA Z

T AR E X C P N Y L

I SC R O XI Z

K N

A L

Z E Z E

A NR L N D E V

T M A LA U W A I R

A TG R

J OT E

R SW K B Y

H O T U

D O

A D O C A IO O

T WD O U R O E V A

S XS R I BU A

C A

R O

L I M A

S RA G I O E I

11) Ceira12) Ponsul13) Erges14) Lena15) Coura16) Homem17) Sousa18) Côa19) Sabor20) Corgo

Cruz Vermelha Vila Real de Santo António

Page 26: JBG - Edição Julho 2012

26 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2012

PUBLIcIDADE

cARTÓRIO NOTARIAL DE ALcOUTIM A cargo da Adjunta de Notário

Lic. Margarida Rosa Molarinho de Brito Simão

Certifico para efeitos de publicação quer por escritura outorgada hoje numa casa sita no Lugar de Tacões, freguesia do pe-reiro, concelho de Alcoutim, a folhas noventa e sete do Livro de Notas para Escrituras Diversas número “trinta e três – D”, Maria Antónia Dias Gonçalves Madeira, N.I.F. 110.041.790, natural da freguesia e concelho de Alcoutim e marido, Manuel Madeira, N.I.F. 110.041.798, natural da freguesia de Pereiro, concelho de Alcoutim, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes em Corte Tabelião, Alcoutim.Que são donos e legítimos possuidores com exclusão de outrem dos seguintes prédios urbanos, sitos na freguesia e concelho de Alcoutim, inscritos na matriz cadastral em nome da justificante mulher, aos quais atribuem valores iguais aos patrimoniais tributários e nãos descritos na Conservatória de registo Predial de Alcoutim:a) Prédio sito em Corte Tabelião, composto edifício de um piso, com duas divisões e logradouro, destinado a arrumos, com a área coberta de quarenta e dois metros quadrados e área descoberta de onze metros quadrados, inscrito na matriz sob o número 2601, que confronta do norte, sul e nascente com via pública e poente com António Mestre Cavaco, com o valor patrimonial tributário de mil seiscentos e setenta e quatro euros e trinta e sete cêntimos.b) Prédio sito em Corte Tabelião, composto de edifício de um piso, com duas divisões, destinado a habitação, com a área coberta de quarenta e quatro metros quadrados, inscrito na matriz sob o número 2783, que confronta do norte e poente com via pública, sul com Cândida Encarnação Pissarra Martins Pereira e nascente com João Manuel Martins Pereira com o valor patrimonial tributário de mil seiscentos e setenta e quatro euros e trinta e sete cêntimos.Que os justificantes casaram entre si em cinco de Março de mil novecentos e setenta e quatro e que os referidos prédios entraram na sua posse, já no estado de casados, em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e cinco e portanto há mais de vinte anos, pelo que os prédios objecto da presente escritura têm a natureza de bens comuns do casal.Que adquiriram os referidos prédios, por partilha verbal feita com os demais interessados dos bens da herança aberta por óbito do pai da justificante mulher, António Gonçalves, o qual faleceu no estado de casado com Maria Patrocínio, sob o regime da comunhão geral, e residente que foi na Corte Tabelião, na freguesia e concelho de Alcoutim.Que, desde a referida data, eles justificantes entraram na posse e fricção dos citados imóveis, ininterruptamente, à vista de toda a gente, sem oposição de quem quer que seja, com a consciência de utilizarem e fruírem coisas exclusivamente suas, adquiridas de anteriores proprietários, habitando o imóvel, destinado a habitação, e guardando instrumentos agrícolas, no imóvel afecto aa arrumos, suportando os encargos dos mesmos, pagando as respectivas contribuições e impostos, enfim deles retirando todos os seus normais frutos, produtos e utilidades.Que em consequência de tal posse, em nome próprio, pacífica, pública, continua e de boa-fé, adquiriram os ditos prédios por usucapião, posse essa, que invocam expressamente para justificar o seu direito de propriedade para fins de registo.

Está conforme com o original.Cartório Notarial de Alcoutim, aos vinte de Junho de dois mil e doze.

A Adjunta do Notário, em substituição legal,(Margarida Rosa Molarinho de Brito Simão)

Conta:Art.º 20.º n.º4.5……€ 23,00São: Vinte e três euros.Conta registada sob o n.º23

Jornal do Baixo Guadiana, 01 de Julho 2012

NOTARIADO PORTUGUÊSJOAQUIM AUGUSTO LUcAS DA SILVA

NOTÁRIO em TAVIRANos termos do Artº. 100, nº.1, do Código do Notariado, na redacção que lhe foi dada pelo Dec-Lei nº. 207/95, de 14 de Agosto, faço saber que no dia treze de Junho de dois mil e doze, de folhas cento e dezasseis a folhas cento e dezasseis verso, do livro de notas para escrituras diversas número cento e cinquenta e oito – A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de Rectificação, na qual: ALMERINDA DOMINGAS PEREIRA DIAS, que também usa e é conhecida por ALMERINDA DOMINGOS PEREIRA DIAS, NIF 159.969.557, natural da freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim e marido JOSÉ DIAS, NIF 135.876.257, natural da freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes no sitio da Igreja, Caixa Postal 447-Z, Pechão, Olhão, declararam: Que outorgaram neste Cartório Notarial, no dia vinte e sete de Fevereiro de dois mil e doze, uma escritura de Justificação, exarada de folhas treze a folhas quinze verso, do livro de notas para escrituras diversas número cento e cinquenta e sete – A. Que, rectificam a mencionada escritura, no sentido de passar a constar que as verbas aí identificadas pelas letras b) a m) inclusive, adquiridas por partilha amigável e verbal, nunca reduzida a escritura pública, são bens comuns do casal e não bens próprios da outorgante mulher, como por lapso ficou mencionado. Que, em tudo o mais se mantém o constante da escritura ora rectificada.Vai conforme o original.

Tavira, aos 13 de Junho de 2012A funcionária por delegação de poderes;

(Ana Margarida Silvestre Francisco – Inscrita na O.N. sob o n.º 87/1)Conta registada sob o nº. PAO 722/2012 Factura nº.-------------

Jornal do Baixo Guadiana, 01 de Julho 2012

cARTÓRIO NOTARIAL DE cASTRO MARIMA cARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO cARMO cORREIA cONcEIÇÃONos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia vinte e sete de Junho de dois mil e doze foi lavrada neste Cartório, de folhas oitenta e três a folhas oitenta e cinco do Livro de Notas para Escrituras Diversas número vinte - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram:Joaquina Gertrudes Cipriano Madeira e marido, Manuel Madeira Serafim, casados sob o regime de comunhão geral de bens, naturais, ele da freguesia de Azinhal, ela da freguesia de Odeleite, ambos do concelho de Castro Marim, residentes na Portela Alta de Cima, em Odeleite, portadores dos bilhetes de identidade números 2246779 e 2246778, emitidos vitaliciamente a 27 de De-zembro de 2004 e 1 de Março de 2002, pelos Serviços de Identificação Civil de Faro, respectivamente, contribuintes fiscais números 105 637 939 e 103 964 827, e pelos outorgantes foi dito, são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios, ambos localizados na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, não descritos na Conservatória do Registo Predial deste concelho:a) Prédio urbano sito na Portela Alta de Cima, composto por edifício térreo com uma divisão e logradouro, destinado a arrecadação, com a área total de cento e doze vírgula quarenta e nove metros quadrados, dos quais trinta vírgula cinquenta e três metros quadrados são de área coberta, a confrontar a Norte com caminho, a Sul e Poente com Francisco Estevão Pereira e a Nascente com Herdeiros de Manuel Francisco, inscrito na matriz urbana sob o artigo 2351, proveniente do artigo 369, com o valor patrimonial tributável de 840,38 euros;b) Prédio misto sito na Portela Alta de Cima, com a área total de sete mil oito-centos e oitenta metros quadrados, a parte rústica composta por vinha e cultura arvense, e a parte urbana composta por edifício térreo com logradouro, destinado a habitação, com a área coberta de cento e quarenta e três vírgula dez metros quadrados, dos quais cinquenta e cinco vírgula sessenta metros quadrados são de área bruta privativa e oitenta e sete vírgula cinquenta de área bruta dependente, a confrontar a Norte com caminho, a Sul com Herdeiros de José Guilhermino Anacleto, a Nascente com Herdeiros de Manuel Dionísio e a Poente com Ilarina da Conceição Alberto e Claudina Gertrudes, a parte rústica inscrita na respectiva matriz predial sob o artigo 406, secção BH, com o valor patrimonial tributável de 206,34 euros, e a parte urbana inscrita na respectiva matriz urbana sob o artigo 2492, com o valor patrimonial tributável de 12.098,80 euros.Que atribuem aos prédios acima referidos os respectivos valores patrimoniais tributáveis, calculados para efeitos de Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis e de Imposto de Selo, pelo que somam os mesmos o valor de treze mil cento e quarenta e cinco euros e cinquenta e dois cêntimos.Que os referidos prédios lhes pertencem por os mesmos terem entrado na sua posse, já no estado de casados, por partilha verbal, nunca reduzida a escrito, feita com os demais interessados, em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e dois, por óbito dos pais da outorgante mulher, Joaquina Gertrudes e António Pedro, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram na Portela Alta de Cima, freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim.E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os primeiros outorgantes na posse dos referidos prédios, cuidando da sua manutenção, arando suas terras, colhendo os seus frutos, fazendo uso da habitação, pagando suas contribuições, enfim usufruindo-os no gozo pleno de todas as utilidades por eles proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os primeiros outorgantes adquiriram os referidos prédios por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito.Está conforme o original. Castro Marim, aos 27 de Junho de 2012.

A Colaboradora, (Ana Rita Guerreiro Rodrigues)

(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/3, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a 05.01.2012, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de

Janeiro)

Conta registada sob o n.º 80/06 Factura / Recibo n.º 2952

Jornal do Baixo Guadiana, 01 de Julho 2012

Page 27: JBG - Edição Julho 2012

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | JULHO 2012 | 27

DESPORTO

Futebolândia

Olá! Sejam bem-vindos a mais um «Futebolândia»!

Desde já agradeço todas as crí-ticas positivas que tenho recebido todos os meses com a minha cró-nica, mostrando que é um enorme sucesso junto dos leitores do Jornal do Baixo Guadiana!

Quando esta edição estiver nas bancas o «Euro 2012» já terá terminado, mas não podia deixar passar a oportunidade de falar um pouco sobre essa competição que tem o «cabeça de baguete» (foi o nome mais engraçado que encon-trei em francês!) - Michel Platini como representante máximo do futebol europeu.

Portugal, além de levar com a Troika, com o Manuel Luís Goucha, com as novelas brasi-leiras, portagens nas ex-SCUT, com o Pedro Abrunhosa sempre de óculos de sol, e um sem fim de parvoíces em que este país é rico, (não vou falar de todos senão eram precisas mais de 500 páginas e estamos em redução de custos!), temos que levar com as parvoíces de Michel Platini; cada vez que fala gera polémica (merde em francês).

Disse em pleno «Euro 2012» que na final estariam Alemanha e Espanha; ele que já mostrou os seus dotes de vidente (pessoa que só vê um dente) na final da Liga dos Campeões, quando afirmou que a final seria Real Madrid-Barcelona e foi o que se viu.

O futebol é cada vez mais um conjunto de jogadas de bastidores onde quem tem dinheiro mani-pula tudo e todos. Parece-me que os que estão à frente da UEFA, FIFA e outras entidades, são lá colocados por aqueles que mani-pulam o sistema; como diria Dias da Cunha (ex-presidente do Spor-ting) - ainda hoje não sei se ele se referia ao Sistema Nacional de Saúde…

Enfim, dá que pensar e daqui gostava de enviar uma mensagem ao Michel Platini, à boa moda do Manuel Moura dos Santos (não sei se sabem quem é…faz parte do júri do programa «Ídolos» da SIC que está à procura de um Ídolo não sei do quê...). «Platini, vai-te encher de moscas.»….Merci.

Eusébio Costa, radialista e licenciado em

ciências da comunicaçã[email protected]

A Associação de Futebol do Algarve, em estreita colabora-ção com a câmara municipal de

Vila Real de Santo António e os Casinos Solverde, promoveu uma homenagem ao treinador vila-rea-lense Manuel José. Este momento solene decorreu na 4.ª edição da «Festa do Futebol», que aconteceu a 3 de junho no Casino de Monte Gordo. Recorde-se que Manuel José é o treinador algarvio com maior e melhor currículo, que viu o seu percurso reconhecido na terra em que nasceu e onde deu os primeiros pontapés na bola.

A Associação de Futebol inves-tiu na condição de sócios honorá-rios sete antigos dirigentes. Teve ainda lugar a habitual entrega dos prémios de Dirigente do Ano, o Treinador do Ano (fute-bol e futsal), o Jogador do Ano (futebol, futsal masculino e futsal

Decorreu no dia 17 de junho em Espo-sende, a 2ª prova do Campeonato Nacional de Esperanças, onde o Grupo Desportivo de Alcoutim (GDA) contou com as presenças de 18 atletas tendo ficado no 11º lugar coletivo, em meia centena de clubes. O destaque desta prova vai para a atleta menor, Joana Ramos 1º lugar, e Beatriz Ribeiros 3º lugar; para o 2º lugar do K2 menor de Daniela Mestre/Ana Palma e ainda para o K2 Iniciado Luís Simão/Pedro

Lourenço com um 3º lugar. Nos 4km’s Infantis o atleta Pedro Jeremias foi impedido de lutar pelo lugar mais alto do pódio por outro atleta que acabou desclassificado, não o impedindo de chegar a um honroso 3º lugar, no K2 Rodrigo Romão/Bruno Ramos foram 12º, enquanto que Ricardo Martins/André Madeira ficaram-se pela 16ª posição. A partir deste ponto as con-dições climatéricas pioraram bastante, sendo que Joana Mestre ficou na 18ª

posição com alguma dificuldade em terminar a prova. Nos 6km’s cadetes, mais uma vez depois de estar no grupo da frente, a dupla Micael Marques/Alejandro Villegas contou com a falta de fair-play de alguns adversários ao virarem-nos numa das rondagens. Por fim o atleta Hugo Carmo também passou por dificuldades ao embaraçar-se com bastantes atletas virados no rio ter-minando mesmo assim em 6ºlugar.

Baixo Guadiana sobre rodas

crónicas

Amaro Antunes (Carmim Prio Tavira), sagrou-se no passado dia 22 de Junho, medalha de bronze nos Campeonatos Nacionais de Contra-Relogio ao percorrer os 27.8kms em 37m17s.

Com isto o corredor natural das Hortas, Vila Real Santo António, ficou a 35 segundos de se sagar cam-peão nacional desta especialidade, ganha pelo ciclista da equipa Pro-

tour, Leopard/Trek, Fabio Silvestre. Amaro Antunes também disputou o Campeonato Nacional de fundo do escalão Sub23, mas aqui teve uma prestação mais modesta, tendo sido o 26º a cortar a meta em Pataias, Alcobaça, onde se disputaram estes campeonatos. Nesta vertente o ven-cedor foi Pedro Paulinho (Mortágua) o irmão mais novo do medalhado olímpico, Sérgio Paulinho.

Quanto aos Campeonatos Nacio-

nais de fundo na categoria de Elites, o consagrado foi Manuel Cardoso (Caja Rural), corredor que estará presente nos Jogos Olímpicos de Londres 2012. Samuel Caldeira (Carmim Prio Tavira) ainda alcan-çou um honroso 7 lugar depois de um intenso trabalho de todos os seus companheiros de equipa, para levar a corrida controlada, e onde se inseria Ricardo Mestre que apenas participou com o intuito de ajudar

o seu colega.Ao que o JBG apurou as próxi-

mas provas doas atletas do Baixo Guadiana serão o Prémio Joaquim Agostinho e Volta a Portugal, ambas provas ganhas pelo natural da Cor-telha, Ricardo Mestre.

Quanto ao BTT do Baixo Gua-diana, Hugo Conceição foi o melhor representante na 2ª prova da Taça do Algarve de Maratonas, disputada no passado dia 17 de Junho na Concei-ção de Faro e ganha pelo elite Marco Fernandes (Clube BTT Conceição de Faro). Hugo Conceição (Núcleo Spor-tinguista Vila Real Stº António) foi assim 17º da geral e 6º da sua catego-ria Veteranos A. Por equipas a equipa do Núcleo Sportinguista Vila Real Stº António foi nona, tendo sido a equipa BTT Loulé / BPI a vencedora.

Humberto Fernandes

Amaro Antunes é medalha de bronze

Festa do Futebol homenageou Manuel José

Alcoutim conquista 7 pódios no Nacional de Esperanças II de canoagem

GDA atingiu o 11.º lugar coletivo em meia centena de clubes

Treinador de VRSA foi distinguido

«PDA»

feminino), o Árbitro do Ano (fute-bol e futsal), o Jogador Jovem do Ano e a Equipa Jovem do Ano. Como tem vindo a suceder nas edições anteriores, nos principais prémios estiveram presentes as três figuras mais votadas, ficando a conhecer-se o vencedor.

A Festa do Futebol é organi-zada, desde 2009, pela Associa-ção de Futebol do Algarve, com o objetivo de promover a reunião da “família” do futebol e do futsal da região, havendo lugar à dis-tribuição de prémios e a home-nagens a figuras com relevantes contributos prestados à modali-dade. A atribuição dos prémios, acima mencionados, resulta da votação dos dirigentes de todos os clubes algarvios e dos treinado-

res das equipas participantes nos campeonatos não profissionais, à exceção do prémio para o Jovem Jogador do Ano. Com base nas classificações da época 2011/12, é ainda atribuído o prémio do Árbitro do Ano, que coube, esta temporada, a Bruno Brás (fute-bol) e a Emanuel Camilo (futsal). O Departamento Técnico da AF Algarve indica, por sua vez, a Equipa Jovem do Ano – Iniciados do FC S .Luís – e os nomeados para o prémio de Jogador Jovem do Ano, que constam acima. A AF Algarve distinguiu, pelo seu con-tributo à arbitragem, Humberto Viegas (membro do Conselho de Arbitragem da FPF) e José Albino (árbitro que encerra a carreira esta época).

Há cerca de três anos que a rádio local de Vila Real de Santo António emite um programa mensal onde os imigrantes residentes no concelho pombalino dão voz aos muitos estrangeiros que escolheram terras vila-realenses para viver.

Page 28: JBG - Edição Julho 2012

28 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JULHO 2012

Enquanto cozinha existem muitas formas de salvaguardar o meio ambiente e a sua carteira:- Antes de cozinhar, retire do frigorífico todos os ingredientes de uma só vez.Evite o abre-fecha sempre que precisar de qualquer ingrediente para o jantar.- Aprenda a cozinhar em panela de pres-são, dá para cozinhar tudo! É muito mais rápido e economiza 70% de gás.- Cozinhe com fogo mínimo pois por mais que aumente o lume a comida não cozinhar mais depressa, pois a água não ultrapassa 100ºC.

A tradição dos mastros dos Santos Populares em Castro Marim mantém-se bem viva e vai prolongar-se até ao próximo dia 7 de julho. A organização municipal da XIII edição do Concurso de Mastros do concelho permite que muitas mãos deem asas à criatividade e criem os tradicionais engalanados mastros que ao longo do mês de junho têm alegrado e decorado os bailaricos ao som de música animada e ao sabor da famosa sardinha assada.

Ao longo do último mês, várias associações locais mete-ram “mãos à obra” e deram expressão artística a mastros tradicionais, incluindo as marchas e a elaboração de qua-dras alusivas aos Santos Populares, que um júri constituído para o efeito irá avaliar e premiar os melhores.

Foi durante o Arraial de São João, realizado dia 23 de junho, à noite, na Praça 1º de Maio, em Castro Marim, que foram conhecidos os vencedores do XIII Concurso de Mastros. No 1º lugar a ARCDAA, 2º lugar a Associação de Bem Estar Social da Freguesia de Odeleite, 3º lugar o Clube Recreativo do Rio Seco. Esta foi uma organização da câmara municipal de Castro Marim e contou com a par-ticipação da Associação Recreativa Cultural e Desportiva dos Amigos de Alta Mora (ARCDAA), da Associação de Pesca Desportiva de Castro Marim, Associação Social da Freguesia de Odeleite do Campesino Recreativo Futebol Clube e do Clube Desportivo e Cultural de Rio Seco.

A iniciativa conta com as colaborações do Agrupamento de Escolas de Castro Marim, da Associação Odiana, do Centro de Cultura e Desporto do Pessoal da Autarquia (CCD) e do Sapal Verde, que integram o júri.

O último baile destes Santos Populares acontece a 7 de julho com o «Trio Carlos Neves» na Sede do Grupo Desportivo e Cultural de Rio Seco pelas 22 horas.

Tradição dos Mastros preservada em castro Marim

CartoonECOdica

PUB

Odelouca já fornece água ao Algarve após 40 anos de espera

Praias de VRSA são «Qualidade Ouro», de acordo com a destinção da QUERCUS

Governo abandona conclusão do IC27 e Ponte Alcoutim-Sanlúcar

Sotavento Algarvio

CMCM