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Outubro e Novembro / 2010 - Nº 78 Juros Arbitragem Cláusulas Abusivas Vulnerabilidade Entrega das Chaves Atraso na Obra Desafios da Casa Própria

MURAL NOVEMBRO 2010

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Desafios da Casa Própria

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M U R A LDireito em Movimento

Outubro e Novembro / 2010 - Nº 78

Juros

Arbitragem

Cláusulas Abusivas

Vulnerabilidade

Entrega das Chaves

Atraso na Obra

Desafios da

Casa Própria

NEM TUDO COMO DANTES...

ROSSANA FISCILETTICoordenadora

Jornalista Responsável: Carlos Wesley - MTb/RJ 17.454Coordenação geral: Rossana FiscilettiReportagem, Editoração eletrônica e Projeto gráfico: Mídia JurídicaDiagramação e capa: Jorge Raul de SouzaImagem de capa: Biffspandex/istockphotoRevisão: Lívia PortoComercial: Paulo MoretzsohnDistribuição: Rosaria FiscilettiAtendimento ao leitor: Raphael Trigueiro

Para falar com a Redação: Tel.: (21) 2215-7291 Av. Almirante Barroso, 2, 18º andar, Cep: 20.031-000E-mail: [email protected] anunciar ligue: RJ: (21) 2215-7291Projeto de marketing e publicidade: Webcom Comunicação, Marketing e Publicidade Ltda.

M U R A L é uma publicação de CULTURA JURÍDICA da Réplica Publi-cações (Mídia Jurídica) dirigida a estudantes e operadores do Direito.

A Mídia Jurídica não se responsabiliza por informações e opiniões contidas nos artigos, entrevistas e depoimentos, bem como pelo teor dos anúncios publicitários.

Eu me deitei e dormi; acordei, porque o SENHOR me sustentou. Sal. 3:5

MURAL Jurisprudência

Constitucional, Processo Civil e Trabalho........................... 12-17

ENTREVISTA

Conhecimento, habilidade e atitude Carlos Antônio Bottino.................................................................. 4-5

Colunas

Terminamos mais uma campanha eleitoral... Gra-ças a Deus!

De tantas quantas tivemos oportunidade de viven-ciar, foi, sem dúvida, a de nível mais baixo. Quase nada se mostrou de propostas e pode-se afirmar, sem medo de errar, que o eleitor não recebeu nenhum esclarecimento a respostas dos programas das candi-daturas, que se resumiram em acusações e denúncias escandalosas ou na trivialidade de falácias, casuísmo e factóides.

Isto nos remete a um questionamento que se torna recorrente: a Lei nº 9.504/97, que regula a propa-ganda eleitoral dos partidos políticos, precisa passar por uma revisão. Sua finalidade é a de informar o eleitor quanto ao pensamento político, a formulação de propostas, incluindo posições dos candidatos a respeito dos problemas e soluções, dos temas em curso em nossa sociedade.

É evidente que o eleitor não ficou esclarecido a respeito de alguma coisa. Provavelmente seja esta a razão pela qual o candidato mais votado para o legislativo federal foi o palhaço Tiririca. Nada contra o Tiririca, muito menos contra os palhaços, mas con-tra o “picadeiro” que ficou transformado o cenário político brasileiro.

Gostaríamos muito de ver nas campanhas a abor-dagem de inúmeros assuntos que afligem nosso povo a respeito de Educação; Economia; Saúde e Sanea-mento Básico; Transporte, infra-estrutura de estrada e portos; Reforma Política e eleitoral; Esporte, Copa do Mundo e Olimpíada; Cultura; Habitação; Previ-dência Social; Política Social e distribuição de rendas; Pré-sal, marco regulatório e fundo de participação. São apenas alguns exemplos que mereciam amplo debate, mas que não mereceram senão comentários superficiais nos debates pela TV.

Então a proposta é reformar a Lei nº 9.504/97, fazendo com que se cumpra mesmo seus objetivos, para que o eleitor seja mais informado, o tempo não se esgote e fique tudo como dantes.

DROPS

Desafios da casa própria: Por André Costa e Rossana Fisciletti ......................................... 8-11

Matéria de Capa

................................................ 18

Artigo Dez dicas de Ética Profissional para o Exame de OrdemPaulo Machado............................................................................... 6

M U R A LDireito em Movimento

Outubro e Novembro / 2010 - Nº 78

Juros

Arbitragem

Cláusulas Abusivas

Vulnerabilidade

Entrega das Chaves

Atraso na Obra

Desafios da

Casa Própria

ENTREVISTA

Mural – O que o levou a escolher o Direito?

Bottino – O conhecimento do Direito é essencial para quem atua na área condomi-nial. Percebi que com conhecimentos sólidos, buscando a realidade dentro das normas, poderia atuar com mais segurança dentro do condomínio. Hoje, o síndico gestor deve visar esse aspecto. Há uma grande demanda em relação a esse aperfeiçoamento.

Mural – Qual é na verdade a atuação de um síndico gestor?

Bottino – O síndico profissional ou gestor é aquele que administra com conhecimento, habilidade e atitude. O conhecimento é tudo aquilo que nós aprendemos, fruto da vivência. Habilidade é a prática do dia-a-dia, dotado do conhecimento, desenvolvimento do potencial. E atitude são aquelas emoções que leva em determinado momento, como em um incêndio, a ser lançar na defensa do condomínio, é também ser arrojado na tomada de decisões.

Mural – Além de pró-ativo, um síndico precisa ter uma boa baga-gem jurídica ou não é necessário?

Bottino – Sim, é necessário. O síndico gestor tem que ser bem preparado. Hoje, não existe mais aquele síndico passivo, que aponta o dedo e que fica sentado em casa vendo televisão e coloca um funcionário para fazer tudo, não existe mais essa mentalidade. O síndico pode ser até de fora, por exemplo, se um prédio tem 30 apartamentos e, desses 30, ninguém queira ser síndico, o condomínio poderá contratar um síndico gestor.

Mural – Quantas horas o síndico deve estar presente para fazer uma boa gestão, em um contexto global entre atividades condomini- ais e atividade de atendimento aos moradores?

Bottino – No momento trabalho meio expediente porque estou cursando Direito, mas, para isso, estou há nove anos na função. Passei um período muito grande trabalhando

Conhecimento, habilidade e atitudeCarlos Antônio Bottino é aluno de Direito e ganhador do 1º lugar do Prêmio Destaque SECOVI/RIO 2010 na categoria Gestão do Síndico. Após a palestra da Semana Jurídica da Universidade Moacyr Sreder Bastos, o entrevistado nos contou sua experiência como síndico gestor e da importância desta atividade e, ainda, sobre algumas estratégias preventivas para manter a paz entre os condôminos.

Quem é: Síndico gestor há nove anos de um conjunto de 25 blocos, 400 aparta-mentos e uma área de 49 mil m²; eleito o melhor síndico gestor 2010; aluno do 6º período de Direito da UNIMSB.

24h, fazendo ronda dentro do condomínio, zelando pela segurança, dias de só entrar em casa às 5h da manhã, até sentir segurança no condomínio e corrigir todas as coisas erradas. Não gosto de moradores brigando entre si, prefiro apaziguá-los, gosto de mediar conflitos.

Mural – Na área condominial, você recomenda aos síndicos que con-tratem mão de obra terceirizada de empresa ou façam a contratação direta dos seus empregados?

Bottino – Terceirização não dá certo, devido aos custos. O síndico deve ter preo-cupação com os gastos. A mão de obra sai mais barata se, por exemplo, o condomínio montar sua própria serralheria, ter profissio-nais e materiais para agir rapidamente em qualquer situação. Tudo que o condomínio precisa para sua manutenção deve estar guardado: tampa de caixa d’água, tampa de lixeira, massa corrida. Os profissionais estão

lá para fazer os consertos de grades, soldas e tudo o que for preciso. Sai mais em conta pagar um salário razoável do que terceirizar. Mesmo que se faça uma cotação, de qualquer maneira, a desproporção é muito grande.

Outra vantagem é a de que os empre-gados conhecem toda a estrutura hidráulica, elétrica e de gás e sabem onde podem que-brar, onde pode estar havendo vazamento e, como todos os problemas são iguais, só muda o apartamento, tudo funciona corretamente e o morador fica satisfeito.

Mural – Existem condomínios que optam por contratar uma adminis-tradora que traz em si as funções de síndicos, cobranças condomi-niais; como é isso?

Bottino – A administradora, na verdade, não administra vivenciando a rotina do con-domínio. Ela faz a parte burocrática. O síndi-co é eleito pelos moradores e pode contratar a administradora para fazer a parte burocrática, o serviço contábil. No meu condomínio não há essa despesa, porque usamos programas que são perfeitos para nós.

Mural – Qual o conflito de vizinhaça que mais ocorre?

Bottino – Hoje, em todo o Brasil, há o questionamento da lei do silêncio. Consegui amenizar isso no meu condomínio com a conscientização, com diplomacia. Claro, precisei ser rígido em algumas situações, emitindo notificação de descumprimento das normas do condomínio e as de âmbito muni-cipal, estadual e federal, além da legislação penal e cível. Então, quando o notificado lê, resolve cumprir, afinal, ninguém quer mexer no bolso. O maior medo dos condôminos é a multa, é nesse momento que precisa retroceder.

Mural – O que fez para ser esco lhido como melhor síndico de 2010?

Bottino – Diversos cursos e especializações. Sou filiado ao SECOVI, órgão que tem cursos periódicos e pela internet; me interessei sobre os temas deste setor. Foi sacrificante? Muito,

Conhecimento, habilidade e atitudeporque alguns cursos começavam na parte da tarde e terminavam às 22h. Procurei fazer todas as especializações pertinentes à área condominial. Estou sempre me atualizando.

Mural – �ecentemente você com-– �ecentemente você com- �ecentemente você com-bateu um incêndio de grandes proporções em um dos blocos do condomínio em que trabalha. O síndico precisa estar preparado para combater incêndios e fazer os primeiros socorros. Isso é uma verdade?

Bottino – Se, como síndico, não tivesse tido a disposição de agir rápido, o prédio teria pegado fogo. Isso é inegável. Ainda mais porque estava com os moradores e não sabia a situação dentro da unidade em chamas, minha preocupação era apagar o incêndio.

Mural – Dentro da sua atividade, você propõe também aos mora-

dores em assembleia dicas para prevenção de incêndios?

Bottino – Sim, através de informes. Além disso, temos todos os equipamentos de segurança. Faço parte da CIPA – Comissão de Prevenção de Acidentes. Acima de 30 funcionários, o condomínio precisa ter uma CIPA, fazer curso e etc.

Mural – Como é a questão da multa pelo atraso do pagamento da cota condominial?

Bottino – Tem muitos condomínios que aplicam multa exageradamente. Abusam. A legislação não é tão completa em relação a isso. Acho razoável aplicar 1% por mês e a cor-reção monetária, aquilo que dispõe o Código Civil. Para correção dos valores atrasados uso o índice de correção do TJ. Coloco o valor do condomínio e o programa do TJ corrige e atribui o valor. Então, não faço nada abusivo, só o correto. Não tenho problema em relação a isso.

Mural – Como é a remuneração de um síndico?

Bottino – Quando entrei na função, tirava um salário e meio, mas para o tra-balho que eu fazia não era justo, mesmo assim suportei por uns dois anos, ante as determinações da convenção condomi-nial. Depois desse tempo, estudei o novo Código Civil que dispõe que a assembleia ordinária pode deliberar o pró labore do síndico. O assunto foi colocado em pauta na sequencia da dotação orçamen-tária. Hoje ganho um salário que não é astronômico, mas dá para brigar pelas necessidades do condomínio. O salário de um síndico profissional está na faixa de 10 salários, mas esse valor é mensurado dependendo do tamanho do condomínio.

Mural - A eleição de síndico é muito concorrida?

Bottino – Comigo não tem aconteci-do. Só nos primeiros três anos e depois ninguém apareceu. Fico até chateado por não ter competidores, acredito que a eleição estimula a participação dos moradores.

ARTIGO

1 – Historicamente, independente da banca organizadora, um dos assuntos mais exigidos é sobre

tipos de inscrição (art. 10 da Lei 8.906/94 – Estatuto da Advocacia e da OAB). É importante lembrar que, com a inscrição principal, o advogado pode exercer a sua atividade, ilimitadamente, naquele estado no qual é inscrito e, eventualmente, em qualquer outro estado. Caso passe a atuar em mais de cinco causas por ano em outro estado, deverá providenciar a inscrição suplementar (art. 10, § 2º, do Estatuto da Advocacia e da OAB - EAOAB).

2 – Outros pontos extremamente im-portantes são: licença, cancelamento,

impedimento e incompatibilidade. O art. 28 do Estatuto traz, num rol taxativo, os casos de incompatibilidade (proibição total do exercício da advocacia). Porém, algumas dessas atividades incompatíveis têm caráter definitivo (o que leva ao can-celamento da inscrição – art. 11, IV, do Estatuto) e outras têm caráter temporário (levando à licença – art.12, II, do Estatuto).No art. 30 do EAOAB, encontramos em dois incisos as hipóteses de impedimento

Dez dicas de Ética Profissional para

o Exame de OrdemPaulo Machado* (proibição parcial do exercício da advo-

cacia).

3 – Ainda em matéria de impedimento e incompatibilidade, o candidato deve

se atentar para o disposto no ar. 28, I, in fine, do Estatuto, que determina que são incompatíveis os membros da Mesa do Poder Legislativo, ao passo que são ape-nas impedidos os membros do Legislativo que não compõem a Mesa (art. 30, II).

4 – O art. 7º, § 2º, do Estatuto da Ad-vocacia traz a questão da imunidade

profissional do advogado em relação à injúria, difamação e desacato. Porém, por força da ADI nº 1.127-8, a expressão “de-sacato” foi considerada inconstitucional. Observe que a imunidade profissional do advogado não é absoluta, uma vez que a OAB poderá puni-lo pelos excessos que cometer.

5 – Os mandamentos do Código de Ética e Disciplina são sempre objeto

de prova. Leia-os atentamente, principal-mente os arts. 2º ao 43.

6 – Na responsabilidade penal do advo-gado há crimes que o mesmo pode vir

* Advogado, professor de Deontologia Jurídica e Direito Processual Penal da UCAM, FGV e dos cursos Cej 11 de Agosto, Forum, Iuris e Companhia Jurídica. Autor do Manual de Ética Profissional da Advocacia.

a cometer no exercício da sua profissão, e que não há imunidade, sendo alguns deles: violação de sigilo profissional (art. 154, CP), sonegação de autos (art. 356, CP), patrocínio infiel, tergiversação e pa-trocínio simultâneo (art. 355, CP).

7 – As infrações e sanções disciplinares (arts. 34 ao 41 do EAOAB) devem

ser estudadas com afinco. Observe o art. 37, II, que trata da reincidência, e os parágrafos 2º e 3º do mesmo artigo, que determinam que a suspensão, nesses casos, será por prazo indeterminado.

8 – A reabilitação disciplinar é tratada no art. 41 do Estatuto e pode ser

requerida um ano após o cumprimento da sanção disciplinar, diante de provas efetivas de bom comportamento. En-tretanto, o parágrafo único do mesmo artigo determina que quando a sanção disciplinar resultar da prática de crime, o pedido de reabilitação disciplinar depende da corresponde reabilitação criminal.

9 – A prescrição das infrações disciplina-res ocorre em cinco anos a partir da

constatação oficial do fato pela OAB (art. 43, EAOAB). Existe também a prescrição intercorrente. Nesse caso, se o processo ficar parado por mais de três anos, o mesmo deve ser arquivado (art. 43, § 1º, EAOAB).

10 – A banca tem cobrado muito, nas últimas provas, o Regulamento

Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB. Embora o RG repita muita coisa do que está no EAOAB e no Código de Ética e Disciplina, estude-o completamente e dê ênfase aos artigos que tratam dos órgãos da OAB, quais sejam: arts. 62 a 127.

Bons estudos e excelente prova!

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INFORME MURAL

Marcos Juruena Villela SoutoComunicamos com pesar o

falecimento do jurista MARCOS J U R U E N A V I L L E L A S O U TO, Presidente da Comissão de Direito Administrativo do Instituto dos Advogados do Brasil (IAB).

Marcos Juruena Villela Souto, aos 22 anos, em 1986, decidiu mudar o rumo de sua carreira, deixando a promissora posição de advogado da White Martins, para se lançar ao sonho da advocacia pública. Logo na primeira tentativa foi aprovado no disputado concurso da Procuradoria Geral do Estado. Ali, a sua vocação par o Direito Público foi rapidamente reconhecida pelo Procurador e Jurista Diogo de Figueiredo Moreira Neto, que o orientou para a esplêndida trajetória da Administração Pública e no magistério.

Marcos prestou uma contribuição inestimável para a estruturação jurídica dos mais importantes projetos do Estado do Rio de Janeiro das últimas duas décadas, especialmente nas áreas de Direito Administrativo econômico, regulação de serviços públicos, licitações e contratos administrativos. Neste cenário, ainda jovem, passou a ser reconhecido

como um dos maiores expoentes do Direito Administrativo Brasileiro.

Mestre e Doutor em Direito, lecionou na Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, na Fundação Getúlio Vargas, nos mestrados Universidade Cândido Mendes e da Universidade Gama Filho. Foi conferencista dos mais importantes congressos e seminários na área de Direito Administrativo. Em 2008, tornou-se Professor Visitante da Universidade de Poitiers, na França.

No setor privado, foi consultor jurídico da Confederação Nacional da Indústria e requisitado parecerista, sempre ao lado dos seus inseparáveis sócios e amigos Flávio Amaral Garcia, Aline Paola Câmara de Almeida e Paulo César Melo da Cunha.

Os seus livros, pareceres e artigos são referência para aqueles que lidam com o Direito. A sua conduta como ser humano simples e generoso, um exemplo para o nosso tempo.

Falecido aos 9 de novembro de 2010, de forma inesperada e precoce, aos 47 anos, deixa uma legião de discípulos e amigos. Fonte: www.iabnacional.org.br

Magistratura – Ministério Público

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ArbitragemNo dia 7 de dezembro, às 9h30, acontecerá

a palestra gratuita “Poder Judiciário e arbitragem. Panorama da jurisprudência brasileira em matéria de arbitragem”. A realização do evento é da Comissão de Arbitragem da OAB/RJ, na OAB (Av. Marechal Câmara, 150, 4º andar). Informações pelo telefone (21) 2272-2097

Advocacia Corporativa

Qual o perfil que as empresas exigem do advogado corporat ivo, como se preparar adequadamente? Quais desafios e oportunidades para os advogados em razão das olimpíadas de 2016? Como melhorar o relacionamento entre escritórios e departamentos, aumentando a eficácia e eficiência dos serviços jurídicos? Quais são as formas de desenvolvimento e retenção de valores para a área jurídica? Executivos jurídicos de grandes empresas debaterão sobre estes assuntos no dia 24 de novembro, das 9h30 às 12h, no Fórum da Barra da Tijuca. As inscrições são gratuitas: 3150-1954 e 3388-5572. Serão atribuídas 3 horas de estágio OAB. Realização OAB BARRA.

CAPA

Desafios da casa própria: Repercussões judiciais e extrajudiciais

da compra do imóvel na plantaCom a febre das construções imobiliárias, novos edifícios brotam do chão, como árvores. O ‘Boom’ da casa própria tomou conta de várias cidades, trazendo a oportunidade da realização deste sonho, mas será que os consumidores estão de fato fazendo um bom negócio ao adquirir unidades condominiais na planta? Nossa equipe foi convidada para analisar alguns contratos imobiliários e o que vimos foi um cardápio de cláusulas abusivas das quais os consumidores se queixam e se tornam reféns.

DURANTE A OBRA. “JUROS NO PÉ”. ABU-SIVIDADE. INEXISTÊNCIA DE EMPRÉSTIMO, FINANCIAMENTO OU QUALQUER USO DE CAPITAL ALHEIO. 1. Em contratos de promessa de compra e venda de imóvel em construção, descabe a cobrança de juros compensatórios antes da entrega das chaves do imóvel - “juros no pé” -, porquanto, nesse período, não há capital da construtora/incorporadora mutuado ao promitente comprador, tampouco utilização do imóvel prometido. 2. Em realidade, o que há é uma verdadeira antecipação de pagamento, parcial e gradual, pelo comprador, para um imóvel cuja entrega foi contratualmente diferida no tempo. Vale dizer, se há aporte de capital, tal se verifica por parte do comprador para com o vendedor, de sorte a beirar situação aberrante a cobrança reversa de juros compensatórios, de quem entrega o capital por aquele que o toma de empréstimo. 3. Recurso especial improvido. (STJ - REsp 670.117 - PB - 4ª T. - Rel. Min. Luis Felipe Salomão - DJ 23.09.2010).

“Tenho medo de ter que repassar ou devolver o imóvel”1. JU�OS

O sistema capitalista justifica-se pelo incenti-vo ao acúmulo de bens, o que ocorre, na maio-ria das vezes, no âmbito do principal instrumento de negociação, que é o contrato. É nele que a Economia e o Direito se encontram e criam mecanismos para tornar acessível à conquista da propriedade imóvel pelos cidadãos. Através do financiamento imobiliário, a aquisição da casa própria passou a ser “facilitada”, muito embora os juros cobrados sejam corrigidos por índices exorbitantes que favorecem às incorpo-radoras e instituições financeiras ao longo do período contratual, normalmente estendido por eventuais atrasos na entrega das unidades, o que, sem dúvida, gera inúmeros prejuízos aos adquirentes.

O revogado §3º do artigo 192, da nossa Constituição Federal deixou saudade, uma vez que o mesmo servia como parâmetro regula-dor da taxa de juros em 12% ao ano. Embora houvesse a discussão sobre sua autoaplicabi-lidade, combatida pelo STF na súmula 648 e na súmula vinculante nº 7, no sentido da sua eficácia estar condicionada à Lei Complemen-tar, persistia a discussão em vários tribunais, o que ensejou o julgado:

EMENTA EMPRÉSTIMO BANCÁRIO – APLI-CAÇÃO DO CDC – JUROS REMUNERATÓ-RIOS – CORREÇÃO MONETÁRIA – TARIFA DE EMISSÃO DE BOLETO BANCÁRIO. 1. É pací-fico nos Tribunais que as instituições bancárias devem ser regidas pelos ditames consumeristas, estando tal matéria inserida no verbete sumular 297/STJ, não havendo ofensa ao ato jurídico perfeito e ao princípio do pacta sunt servanda. 2. Os juros remuneratórios pactuados não podem ser limitados sob o viés de aplicação do art. 192, § 3º da CF/88, em razão da edição da Súmula Vinculante n. 7/STF. Entretanto, por

“Comprei um imóvel no Rio Centro, em julho de 2010, e não tive nenhuma dificuldade na liberação do crédito. O valor do imóvel foi de R$ 160.000, dei uma entrada de R$ 15.000 e pagarei R$ 15.000 durante a obra, uma intermediária de R$ 15.000 e, na entrega das chaves, financiarei os R$ 115.000 restantes com uma instituição bancária, em 2012. O problema é que tanto o valor cobrado para a entrega das chaves quanto o do saldo devedor estão sendo corrigidos mensalmente pelo o INCC (índice da

André Costa* e Rossana Fisciletti**

ser alvo de incidência da Lei de Usura (Dec. n 22.626/33), devem ser limitados ao percentual de 12% ao ano. 3. É inaplicável a correção monetária quando além de não estar pactuada é rechaçada pela própria instituição financeira, dada as particularidades do contrato firmado (...). Inteligência dos artigos 39, V, e 51, IV e XII, ambos do CDC. (AP. 22878/2009 - classe CNJ 198 - 5º Câmara Cível. TJ/MT). Apelante: T. M. B. Rel. Des. Carlos Alberto Alves da Rocha. Data do Julgamento: 03.06.2009).

O dirigismo contratual vem sendo feito pelo Poder Judiciário, que, quando provocado, intervém nas relações interprivadas, no socorro dos contratantes vulneráveis. Nesse contexto, a decisão do Superior Tribunal de Justiça, publi-cada em setembro de 2010, veio atender as inúmeras reivindicações de consumidores como Leandro Santos e Jorge Henrique:

DIREITO CIVIL E DO CONSUMIDOR. PRO-MESSA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. COBRANÇA DE JUROS COMPENSATÓRIOS

construção civil), em apenas quatro meses houve um acréscimo de 10.000 ao saldo devedor. O meu medo é de que esses R$ 115.000 se transformem em R$ 180.000, por exemplo, e, na época, eu não consiga o crédito com o banco e tenha que repassar o apartamento, o que já vi acontecer com várias pessoas, ou, ainda, tenha que devolver o imóvel para a construtora e perder muito dinheiro com isso”.Leandro Santos, auxiliar administrativo, Campo Grande.

“Não vejo vantagem em comprar imóvel na planta”“Comprei um imóvel na planta no valor de R$ 154.000. Desde setembro de 2009, já investi mais de R$ 9.000,00, mas até o mês de outubro de 2010 o saldo devedor, ao invés de ser de aproximadamente 145.000, está em 155.000, não houve abatimento da quantia paga. O meu receio é que o valor de venda

anteriormente estipulado chegue a um valor maior do que a valorização do imóvel, por isso não vejo vantagem de comprar na planta, já que as unidades restantes do mesmo empreendimento ainda estão sendo vendidas pelo mesmo valor que eu comprei em setembro do ano passado.”Jorge Henrique, técnico em mecânica, Sulacap.

O advogado Hamilton Quirino, presidente da CIMA (Câmara Imobiliária de Mediação e Arbitragem), considera positiva a decisão do STJ: “Houve a atuação do Ministério Público, que iniciou com uma ação civil pública e termi-nou com um termo de ajustamento de conduta, pelo qual, a partir de janeiro de 2006 não mais deveriam cobrar juros durante a obra. As questões judiciais em andamento se referiam (no caso do Rio de Janeiro) a contratos firmados até dezembro de 2005. A jurisprudência era vaci-lante, com tendência favorável ao incorporador, o que passará a ser modificada, por conta dessa importante decisão do STJ”.

2. A�BIT�AGEM

Atualmente, muitas construtoras utilizam a cláusula compromissória em sede de escritura de promessa de compra e venda de unidade imobiliária na planta.

A cláusula compromissória (ou arbitral) é a convenção através da qual as partes em um con-trato comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a surgir, relativamente a tal contrato, art. 4º da Lei de Arbitragem (Lei n. 9.307/90).

A referida cláusula goza de autonomia em relação ao contrato, conforme dispõe o artigo 8º da Lei de Arbitragem, tanto é que a nulidade deste não implica, necessariamente, a nulidade da cláusula compromissória. Assim, apesar de a lei permitir a inserção da cláusula arbitral nos contratos de adesão, a mesma deve ser de iniciativa do aderente ou de sua concordância expressa, segundo o §2° do artigo 4º da lei supracitada.

A arbitragem é uma técnica bem antiga, como ensina Hamilton Quirino: “A arbitragem é meio de solução de conflitos, praticado desde o direito judaico, ou seja, bem antes da era cristã. Sua maior prática ocorre, hoje, na área do comércio internacional e entre as grandes cor-porações do mundo globalizado. Se formos fazer um estudo no âmbito interno do Brasil, veremos que a Constituição do Império já disciplinava a arbitragem no artigo 160. A ideia que passou a predominar, principalmente com a Constituição

de 1946, tinha a ver com o sagrado direito de recorrer ao Poder Judiciário. Essa ideia fez com que, durante vários anos, se mantivesse, junto ao Supremo Tribunal Federal, a tese da incons-titucionalidade de textos importantes da Lei da Arbitragem, o que acabou sendo superado na decisão final.

O advogado salienta que só recentemente se resgatou a noção da utilização da arbitragem em questões relacionadas aos direitos reais disponíveis, e por vontade das partes: “Quem adota a convenção de arbitragem não abre mão de seus direitos constitucionais, mas, apenas, procura uma solução técnica, menos custosa, e célere”.

O juiz Alexandre Gavião destaca que não se deve confundir o princípio da informação com o da transparência, de sorte que a imposição unilateral da cláusula que estabelece a arbitra-gem contra a vontade do consumidor ou sem a sua anuência é considerada abusiva. “Pessoas bem informadas, como médicos, engenheiros, professores até conhecem o instituto, mas não suas consequências reais. É óbvio que muitos dos direitos que envolvem a relação de consu-

mo podem ser considerados como disponíveis pelo consumidor, que é livre para contratar. O princípio da autonomia da vontade é de observância obrigatória, porém é claro que se uma cláusula contratual confrontar com o CDC, esta não poderá prosperar, pois os direitos ali assegurados são inafastáveis pela vontade das partes, afinal a Lei 8.078/90 deve prevalecer por ser de assento constitucional e atender outros princípios basilares como o da função social e o da dignidade da pessoa humana”.

A arbitragem deveria ser usada somente na contratação entre grandes empresas, plena-mente informadas de seus direitos, com corpo jurídico atuante, diferente do consumidor, que é vulnerável. Por isso, a cláusula de arbitragem em contrato de adesão pode ser discutida e conside-rada nula, até porque o consumidor é protegido por lei bem mais específica, que é o CDC.

2.1 A�BIT�AGEM E VULNE�ABILIDADE INFO�MACIONAL

Em contratos típicos de adesão, ao anuir com uma cláusula arbitral, os contratantes estarão optando pela esfera extrajudicial para solução de conflitos que possam advir, pondo de lado a apreciação pela esfera judicial. Deste modo, a adoção da arbitragem se constitui em uma causa de extinção do processo sem julga-mento do mérito, como dispõe o artigo 267, VII, do CPC. Ocorre que, em sede de contrato de adesão, tal fenômeno não deve ocorrer, uma vez que o aderente não teve a chance de escolher a via para dirimir eventuais conflitos, em face da sua vulnerabilidade informacional.

Na lição de Cláudia Lima Marques: “Esta vulnerabilidade informativa não deixa, porém, de representar hoje o maior fator de desequi-líbrio da relação vis-à-vis dos fornecedores, os quais, mais do que experts, são os únicos verdadeiramente detentores da informação. Presumir a vulnerabilidade informacional (art. 4º, I, do CDC) significa impor ao fornecedor o dever de compensar este novo fator de risco na sociedade” (Contratos no Código de Defesa do Consumidor: O Novo Regime das Relações Contratuais. 5. ed. São Paulo: RT, 2006, p. 330).

Hamilton Quirino também entende que o consumidor é vulnerável informacional quan-do assina o contrato de compra e venda de imóveis, razão pela qual a Lei de Arbitragem prevê formalidade específica para adoção das cláusulas compromissórias nos contratos de adesão. Destaca ainda que hoje em dia preva-lece na maioria das incorporações imobiliárias o Sistema Financeiro Imobiliário, com base na

Hamilton Quirino Camara, Advogado, articulista, consultor dos jornais Extra e o Globo, autor dos livros Manual do Síndico; Falência do Incorporador Imobiliário; Gestão Condominial e Condomínio Edilício (todos editados pela Lumen Juris). Professor presencial e de cursos à distância do Secovi�io. Palestrante convidado da UniverCidade, PUC e UE�J, Árbitro e Presidente da CIMA – Câmara Imobiliária de Mediação e Arbitragem.

“Não quero assinar o contrato com a cláusula compromissória”“Em outubro de 2009 adquiri um apartamento na planta. Na época assinei o pré-contrato, onde me comprometi ao pagamento de 48 parcelas, acrescidas de quatro intermediárias, mais saldo devedor. Em 9 de setembro de 2010 estive na sede da empresa para assinar a referida documentação, contudo fu i surpreendida com a disposição da cláusula de arbitragem inserida no corpo do contrato. Diante do fato, não quis assinar a

documentação, requerendo expressamente que a referida cláusula fosse retirada para efetivação da compra. Ocorre que até a presente data a incorporadora não deu resposta, o que tem sido motivo de grande apreensão, uma vez que despendi de grande valor entre o sinal e prestações. O que fazer quando somos obrigados a aceitar cláusulas sem ao menos poder discuti-las?”C. A, estudante de Direito, Bangu.

CAPA

Lei 9.514/97, cujo artigo 34 estabelece que “os contratos relativos ao financiamento imo-biliário em geral poderão estipular que litígios ou controvérsias entre as partes sejam dirimidos mediante arbitragem, nos termos do disposto na Lei 9.307/96”.

2.2. DESCONSTITUIÇÃO

Ao decidir procurar abrigo no Poder Judiciá-rio, muitas vezes o consumidor sequer sabe que declinou desta esfera ao assinar a cláusula em sede de compra e venda de imóvel na planta, contudo, mesmo assim, poderá ser atendido pelo mesmo. É o que explica o juiz Alexandre Gavião: “O consumidor lesado poderá ingressar com ação declaratória de nulidade dessa cláusula contratual. Certamente, quando o fornecedor for citado, irá arguir a extinção do processo sem resolução do mérito, dizendo que a discussão não poderá ser dirimida pelo Poder Judiciário, argumentando que ambas as partes livremente estabeleceram a arbitragem. O juiz no momento da prolação da sentença, ou até mesmo no saneador, se a questão tramitar na Vara Cível, poderá rechaçar, rejeitar essa preliminar e con-siderar competente o Judiciário Estadual, por exemplo, para dirimir a lide e apreciar o mérito de todas as questões relacionadas à abusividade de cláusulas”.

Na mesma linha de pensamento entende o advogado Hamilton Quirino, ressaltando que a arbitragem tem que ser vista como um facilitador para a rápida solução de conflitos. Se entendermos que determinada questão será mais rapidamente resolvida no âmbito do Poder Judiciário, não temos porque tentar aplicar a ar-bitragem. Assim, as vantagens seriam em relação às cláusulas que, com a arbitragem, serão mais eficazes para as partes.

O advogado exemplifica casos onde a arbi-tragem traz vantagens e desvantagens: “No con-trato de locação não residencial de cinco anos, deve-se optar pela arbitragem na renovação do contrato, na revisão de valores, na discussão so-bre o estado do imóvel na devolução, nas benfei-torias realizadas, na hipótese de venda do imóvel a terceiro, e em situações similares. Mas, na falta de pagamento deve-se recorrer ao protesto e à ação judicial de despejo, porque nesse caso as soluções serão mais rápidas. Outro exemplo é o da convenção de condomínio onde se deve estabelecer a arbitragem para dirimir questões relacionadas com o direito de vizinhança (baru-lho, animais, infiltrações, entre outros similares), entretanto a falta de pagamento deve ser objeto de protesto, execução judicial ou da ação de cobrança pelo procedimento comum sumário”.

A liberdade de contratar não é mais absolu-

ta, como era outrora; a vontade dos contratantes está subordinada ao interesse coletivo: “Se na ocasião do contrato de compra e venda, o consumidor tiver sido devidamente informado, se as cláusulas tiverem sido bem destacadas, e, portanto, não tenha havido por parte do forne-cedor, qualquer violação do princípio da infor-mação plena, ainda assim, a cláusula que impõe unilateralmente a arbitragem nos contratos de compra e venda será nula de pleno direito, uma vez que traz vantagem exagerada para uma das partes, causando um desequilíbrio contratual. Até porque, geralmente o árbitro é escolhido somente pelo fornecedor. Então, os contratos de adesão devem ser interpretados com muito cuidado, porque o consumidor não tem o poder de alterar suas condições, entre elas, a que dispõe sobre a cláusula compromissória”, alerta Gavião. Em razão da compulsoriedade, ressalva o juiz que se o consumidor não quiser anuir pela convenção de arbitragem, provavelmente o contrato não será celebrado: “O caminho é o ajuizamento de uma demanda no Poder Judiciário em caso de eventuais conflitos”.

Hamilton Quirino explica que os árbitros são especialistas como advogados, médicos, enge-nheiros, dentistas etc, a depender da questão e, em se tratando da área imobiliária, devem ser árbitros juristas com especialidade nesta mo-dalidade, assim como engenheiros, arquitetos, economistas, contadores, ou seja, profissionais de renome, com conhecimento técnico que os possibilite julgar com pleno conhecimento da matéria, sabendo-se que não cabe recurso das sentenças arbitrais. Os mediadores – importante instrumento de facilitação prévia, antes da arbi-tragem – devem ser escolhidos entre os mesmos profissionais mencionados, assim como entre psicólogos e profissionais afins, que saibam lidar com os conflitos humanos.

Destaca ainda que as despesas em juízo

arbitral, quando este for de consenso entre as partes, serão divididas: “Os contratos, adotando a cláusula compromissória, devem estipular a forma de pagamento de honorários e das taxas administrativas. Via de regra, tais despesas são divididas entre as partes, em valores iguais, ca-bendo a parte que perder a arbitragem pagar os honorários finais”, explica.

As cláusulas compromissórias são nulas de pleno de direito ante a ação civil pública inten-tada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, em que houve a seguinte decisão do TJ/RJ (apelação cível 2007.001.37257): “Cláusula de arbitragem inserida em contrato de adesão, importando em imposição aos consumidores - flagrante violação ao Código de Proteção a Consumidor - nulidade de pleno direito da referida cláusula, nos termos do artigo 51, IV, do prefalado Código Consumerista. Precedentes jurisprudenciais. Desprovimento do recurso. Rel. Des. Ernani Klausner - julgamento: 10/06/2008 – 1ª. Câmara Cível.

Hamilton Quirino informa que esta decisão foi confirmada pelo STJ no Agravo de Instrumento n. 1.101.015-RJ (2008/0219287-0), relator o Ministro Aldir Passarinho Júnior.

2.3. LEILÃO

O Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) é disciplinado pela Lei 9.514/97, que institui a alienação fiduciária de bens imóveis para fins de garantia. Hamilton Quirino observa que a partir de agosto de 2004, com a Lei 10.931, que al-terou pontos importantes da Lei 9.514, a grande maioria dos contratos de compra e venda de imóveis na planta contemplavam a cláusula de arbitragem (cláusula compromissória), seguindo, formalmente, as exigências do artigo 4º da Lei de arbitragem: “O texto veio a ser considerado abusivo, tendo sido anulado em inúmeras decisões judiciais, como no caso da alienação fiduciária inserida nos contratos com previsão da possibilidade de leilão extrajudicial de rápida execução, com base na mencionada Lei 9.514. O incorporador ou o agente financeiro, em caso de inadimplência, fazia a notificação e executava o leilão, sem ter que recorrer à arbitragem, mas se o comprador quisesse suspender o leilão, eventualmente por alguma irregularidade, teria que recorrer à arbitragem. Porém, como fazer isso, por exemplo, às vésperas de um leilão? Se fosse a juízo corria o risco de perder o processo liminarmente, por carência de ação, devido à cláusula de arbitragem. Estava, portanto, o con-sumidor em nítida desvantagem em relação ao incorporador. Por tudo isso entendo que, nesses casos, deve ser assim estabelecido: questões re-lacionadas com o atraso na obra, juros, defeitos

Alexandre Guimarães Gavião Pinto, Juiz de Direito do TJ/�J, professor da Escola Superior de Administração Judiciária (ESAJ).

de construção e similares, podem ser objeto da cláusula compromissória. A falta de pagamento pode ser dirimida com a notificação e o leilão. E o comprador, nesta questão (leilão) pode recorrer ao Judiciário”.

3. CLÁUSULAS ABUSIVAS,

CONT�ADITÓ�IAS E AMBÍGUAS

Em rol exemplificativo, o artigo 51 do CDC elenca cláusulas passíveis de nulidade. O juiz Alexandre Gavião assevera que cláusulas abusivas, contraditórias ou ambíguas são consideradas nulas de pleno direito por violação do princípio da boa-fé objetiva: “Elas violam a probidade que se exige de qualquer contratante, tanto do fornecedor quanto do consumidor, ambos tem que agir com lealdade, probidade e honestidade. Cláusulas que geram ambiguidade, contradição no intuito de induzir o consumidor ao erro são consideradas abusivas e, na maior parte das vezes, inteiramente nulas. No entanto, o Poder Judiciário deve assegurar a máxima preservação do contrato, retirando apenas as cláusulas tidas como abusivas. Respeito a opinião de vários colegas, mas acredito que nesses casos não há

que se falar em autonomia da vontade, porque o consumidor não é inteiramente livre para contratar, ele foi compelido a aceitar aquela cláusula que o coloca numa posição totalmente desfavorável. É óbvio que não podemos ter uma visão paternalista dentro da relação de consumo, devemos respeitar os contratos, senão iremos admitir o caos social, e nenhum contrato será mais cumprido, as obrigações assumidas não serão mais respeitadas”.

4. CONCLUSÃO

É possível, a partir da análise de contratos de promessa de compra e venda e outros pactos, observar algumas divergências na aquisição de imóvel na planta. O preço da fração ideal, as acessões, o sinal, a forma e o prazo de pagamento e a previsão de conclusão da unidade são previstos em cláusulas estipuladas de forma bastante claras. Contudo, em razão de outros pactos, tais cláusulas são excepcionadas no mesmo instrumento, através de outras que operam a mutação daquilo que foi inicialmente convencionado. As disposições sobre a correção monetária até a entrega das chaves, as hipóteses de não cumprimento do prazo de conclusão da

**�ossana Fisciletti, advogada, mestre em Direito, professora da UCAM, USS, UNIMSB, UniverCidade. Professora convidada da FGV e do Curso Companhia Jurídica. Coordenadora da �evista MU�AL.

*André Costa, advogado, professor do Curso Companhia Jurídica, pós-graduado em Direito Processual Civil e em Direito Penal e Processual Penal pela UCAM e pesquisador da Mídia Jurídica.

MANHÃ/TARDE/NOITE

E SÁBADO

EM NOVEMBRO

MANHÃ/TARDE/NOITE

E SÁBADO

EM NOVEMBRO

SÁBADO DE 8 ÀS 17H

EM JANEIRO DE 2011

16/11/2010 13/11/2010

43º

1ª FASE RETA FINAL

ESCOLHA O MELHOR.ECOLHA IURIS.

A MELHOR EQUIPE DE PROFESSORES.

DECONTOS PARA GRUPOS A PARTIR DE 5 PESSOAS.

Curso IU

RIS C

urs

o I

UR

IS C

urso

IURIS Curso IURIS C

urso

IUR

IS Curso IURIS

12Anos

OAB-FGV

43º

EM FEVEREIRO

obra, são exemplos de técnicas redacionais que fogem da esfera de conhecimento do consumidor adquirente.

O fenômeno do excesso de produção legislativa não pode retirar do cidadão suas garantias. Ao contrário, a confiança dispensada ao Poder Público não pode sucumbir frente a um processo legislativo capitalista, escondido debaixo do argumento da proteção da função social de uma moradia digna. Relativizar e dispor de direitos assegurados pela Constituição Federal poderá impedir que no futuro o consumidor planeje sua vida de forma plena e saudável. Não se pretende afastar o instituto da arbitragem, mas há clara necessidade de olhos bem atentos por parte do Judiciário, procurando enxergar e evitar lesão a direitos materialmente constitucionais, incorporados ao cotidiano dos cidadãos.

Julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 631102, ajuizado no STF pela defesa de Jader Barbalho, candidato

ao Senado pelo Pará. Ele recorreu ao Su-premo depois de ter seu pedido de registro de candidatura indeferido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei Complementar 135/10, a chamada Lei da Ficha Limpa. Decisão: Verificado o empate, após os votos dos Senhores Ministros Joaquim Barbosa (Relator), Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski,

MURAL JURISPRUDÊNCIA

CONSTITUCIONAL Ayres Britto e Ellen Gracie, negando provimento ao recurso, e os votos dos Senhores Ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Marco Aurélio, Celso de Mello e Cezar Peluso (Presidente), dando-lhe provimento, o Tribunal rejeitou questão de ordem suscitada da tribuna pelo patrono do recorrente no sentido de suspender o julgamento, contra os votos dos Senhores Ministros Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Marco Aurélio. Em seguida, o Tribunal decidiu aplicar, por analogia, o inciso

A Constituição de 1988 comprome-teu-se em romper com o arraigado patrimonialismo do Estado brasi-

leiro e com as práticas imorais que lon-gamente habitam os costumes de nossas elites políticas. Para tanto, a Constituição zelosa da probidade administrativa e da moralidade dos mandatários políticos, listou um série de inelegibilidades, dentre as quais destacamos as do § 9º do artigo 14, que considera a vida pregressa do candidato.

Habemus legem. A Lei Complementar exigida pela Carta Magna que prevê ou-tras hipóteses de inelegibilidades é a de nº 64/1990, já alterada anteriormente. Ela recebeu nova modificação por meio da LC 135/2010, a famosa “Lei da Ficha Limpa”, cuja proposta partiu de iniciativa popular que reuniu mais de 1,5 milhão de assinaturas.

A polêmica na votação e na aprovação às pressas (publicação em 07/06/2010) se desdobrou no STF, em dois recursos extra-ordinários: o caso Roriz (RE 630.147, de relatoria do Min. Ayres Brito), julgado em

STF e a Lei Ficha LimpaIvan Garcia*

II do parágrafo único do artigo 205 do Regimento Interno, e manter a decisão recorrida, vencidos os Senhores Ministro Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Marco Au-rélio, que determinavam a aplicação do voto de qualidade do Presidente previsto no inciso IX, do artigo 13 do RISTF. Votou o Presidente. Falaram, pelo recorrente, o Dr. José Eduardo Rangel de Alckmin e, pelo Ministério Público Federal, o Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos, Procurador-Ge-ral da República. Plenário, 27.10.2010.

Doutor em Direito, Doutorando em Filosofia, advogado, professor adjunto da UF�J, professor da UCAM, EME�J e outras instituições. Autor de diversas obras jurídicas.

Acórdão comentado

MURAL JURISPRUDÊNCIA

24 de setembro deste ano, e o caso Jader Barbalho (RE 631.102, de relatoria do Min. Joaquim Barbosa), julgado no último dia 27 de outubro. A princípio superada a questão da inconstitucionalidade formal levantada por Cezar Peluso, o nó persistiu quanto à aplicabilidade ou não das alterações para as eleições de 03/10/2010.

No primeiro julgamento, estabeleceu-se o empate no mérito (5 a 5, já que a aposen-tadoria de Eros Grau deixou uma cadeira vaga). A discussão acalorada alimentou teses razoáveis de ambos os lados, que merecem destaque:

De um lado a tese levantada pelo Rela-tor Ayres Brito (adesão de Carmem Lúcia, Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowsky e Ellen Gracie) ressalta o princípio repu-blicano e o da moralidade como óbice à inscrição do candidato, dada a renúncia para evitar a cassação, hipótese da nova alínea “k” do inciso I do artigo 1º da LC nº 64/90. Sustenta ainda que a inelegibili-dade é anterior ao processo eleitoral e não se confunde com ele, sendo superada a

anterioridade do artigo 16 da Constituição.De outro, as posições capitaneadas

pelo Presidente Peluso (adesão de Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Marco Aurélio e Celso de Mello), fundadas na segurança jurídica, na previsibilidade, equilíbrio isonômico e estabilidade do processo eleitoral, protegido pela anterioridade contra casuísmos, aceitaram a vigên-cia das alterações da ficha limpa, mas refutaram sua eficácia para antes de 07/06/2011. Dentre outros argumentos, ainda se levantou o direito adquirido à renúncia e a irretroatividade da restrição da inelegibilidade.

Na declaração do resultado, nova po-lêmica: uma lacuna no Regimento Interno do Supremo gerava três soluções possíveis: a levantada por Lewandowsky, do artigo 146, no caso de empate em recursos que exigem maioria absoluta (que não era o caso) dever-se-ia proclamar resultado con-trário ao recurso, prevalecendo a decisão do TSE favorável à aplicação imediata da lei da ficha limpa; a solução do parágrafo

único do artigo 173 que impõe a suspen-são do julgamento de inconstitucionalida-de (o que também não era o caso) diante da ausência de um ministro; e, a solução do voto de qualidade (artigo 13, IX, “b”), que não encontrou ressonância nem no próprio presidente.

A sessão foi suspensa e o caso resol-veu-se com a renúncia da candidatura por Roriz.

No segundo caso (Jader) novo empate no mérito. A diferença foi que na pro-clamação do resultado o ministro Celso de Mello (acompanhado pelo presidente Peluso) levantou tese semelhante àquela de Lewandowsky no caso anterior, mas escorando-se no inciso II do parágrafo único do artigo 205 do RISTF.

A situação está remediada, mas não resolvida.

O episódio serve para lembrar que as velhas oligarquias, fração da contraditó-ria classe dominante, ainda mostram os dentes, adjetivando de casuísta a lei e de barbárie a sua aplicação.

A análise do presente julgamento, proferido pelo STJ, envolve questões interessantes acerca das modalidades

de expropriação disciplinadas pelo CPC e, em especial, a possibilidade de arrematação do bem penhorado pelo próprio credor-exequente. No

MURAL JURISPRUDÊNCIA

Arrematação por preço vilCelso Belmiro*

AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CI-VIL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

VALOR EXORBITANTE. REEXAME DE PROVA. SÚMULA Nº 7/STJ. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. 1. “Nas causas de pequeno valor, nas de valor inestimável, naquelas em que não houver condenação ou for vencida a Fazenda Pública, e nas execuções, embargadas ou não, os honorários serão fixados consoante aprecia-ção eqüitativa do juiz, atendidas as normas das alíneas a, b e c do parágrafo anterior.” (artigo 20, parágrafo 4º, do Código de Processo Civil). 2. A alteração do quantum fixado em sede de honorários advocatícios, à luz do parágrafo 4º do artigo 20 do Código de Processo Civil, requisita que o juiz analise o grau de zelo do profissional, o lugar de prestação do serviço e a natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço, implicando o reexame do acervo fáctico-probatório dos autos, vedado pela letra do enunciado nº 7 da Súmula do Superior Tribu-nal de Justiça. 3. Esta Corte Superior de Justiça possui já jurisprudência firmada em que a revisão da verba honorária somente é possível nesta instância especial quando se mostrar exorbitante ou ínfima, de modo a caracterizar violação das normas federais que disciplinam a sua fixação. 4. Não são exorbitantes os honorários advo-catícios fixados fundamentadamente em 5% sobre o valor da causa. 5. Agravo regimental improvido. (STJ - AgRg-AI 1.313.521 - SP - Proc. 2010/0099696-6 - 1ª T. - Rel. Min. Hamilton Carvalhido - DJ 04.10.2010)

MEDIDA CAUTELAR. RECURSO ESPECIAL. PLAUSIBILIDADE DO DIREITO ALEGADO. URGÊNCIA. VIABILIDADE DO APELO. JUÍZO DE COGNIÇÃO SUMÁRIA. ART. 26-C DA LC 64/90, INCLUÍDO PELA LC 135/10 (“LEI DA FICHA LIMPA). LIMINAR DEFERIDA. 1. Busca o requerente “conferir efeito suspensivo” (rectius resguardar a efetividade) a recurso especial inter-posto contra aresto do Tribunal de Justiça do Es-tado do São Paulo, proferido nos autos de ação civil pública por improbidade administrativa, ajuizada pelo Ministério Público Estadual, com fundamento no art. 11, caput, da Lei 8.429/92, de forma a afastar o óbice indicado no art. 1º, I, “l”, da LC 64/90, com a redação incluída pela LC 135/10. 2. Em situações excepcionais, o Su-perior Tribunal de Justiça admite a concessão do provimento cautelar para assegurar a utilidade do julgamento do recurso especial regularmente

PROCESSO CIVIL interposto, desde que efetivamente demonstra-das: (a) a plausibilidade do direito alegado; (b) a urgência da prestação jurisdicional; e (c) a viabilidade do apelo nesta Corte. 3. No caso, a regra do art. 26-C da Lei Complementar 64/90, incluído pela Lei Complementar 135/10 (“Lei da Ficha Limpa”), dispõe que “[o] órgão colegiado do tribunal ao qual couber a apreciação do recurso contra as decisões colegiadas a que se referem as alíneas d, e, h, j, l e n do inciso I do art. 1º poderá, em caráter cautelar, suspender a inelegibilidade sempre que existir plausibilidade da pretensão recursal e desde que a providência tenha sido expressamente requerida, sob pena de preclusão, por ocasião da interposição do recurso”. 4. Considera-se plausível a afirmação de contrariedade ao art. 535, II, do CPC, vei-culada no recurso especial, quando o Tribunal de origem deixa de enfrentar questão essencial ao correto deslinde da controvérsia, qual seja, o elemento volitivo da conduta do agente. 5. A urgência da prestação jurisdicional fica demons-trada com a proximidade das eleições gerais de 2010, marcadas para o próximo dia 03 de outubro, de forma que a demora no deferimento da medida inviabilizará qualquer pretensão elei-toral do requerente. 6. Medida liminar deferida. (STJ - MC 17.202 - SP - 2ª T. - Rel. Min. Castro Meira - DJ 20.09.2010)

PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC INOCORRENTE. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. ENTIDADE FILANTRÓPICA. PRE-SUNÇÃO DE HIPOSSUFICIÊNCIA ECONÔMI-CA. INEXISTÊNCIA. AUSÊNCIA DE NULIDADE DE CITAÇÃO. TEORIA DA APARÊNCIA. APLI-CAÇÃO. 1. Inexiste a alegada violação do art. 535 do CPC, pois o Tribunal a quo apreciou a controvérsia de modo integral e sólido. 2. É entendimento da Corte Especial do STJ que “o benefício da gratuidade pode ser concedido às pessoas jurídicas apenas se comprovarem que dele necessitam, independentemente de terem ou não fins lucrativos” (EREsp 1.015.372/SP, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, DJ 1º.07.09). 3. As pessoas jurídicas sem fins lucrativos - entidades filantrópicas e beneficentes - que têm objetivo social de reconhecido interesse público, também devem comprovar a insuficiência econômica para gozar desse benefício, o que não ocorreu na hipótese. 4. “Aplicação do entendimento prevalente da Corte Especial no sentido de adotar-se a Teoria da Aparência, reputando-se válida a citação da pessoa jurídica quando esta é recebida por quem se apresenta como repre-sentante legal da empresa e recebe a citação sem ressalva quanto à inexistência de poderes de representação em juízo” (AgRgEREsp 205.275/PR, Relatora Min. Eliana Calmon, DJ 28.10.02). 5. Recurso especial não provido. (STJ - REsp 1.195.605 - RJ - 2ª T. - Rel. Min. Castro Meira - DJ 22.09.2010)

caso concreto, o REsp foi interposto por executa-do que, irresignado com o valor da arrematação efetuada pelo exequente, pretende sua anulação por ser o valor vil.

Com efeito, a modalidade definida no CPC como “Alienação em hasta pública” (art. 686) permite que, após a realização de uma hasta sem arrematação, proceda-se a uma segunda, onde

PROCESSO CIVIL. ARREMATAÇÃO PELO CREDOR. OFERECIMENTO DE MAIS DE 50% DO VALOR DO BEM. ATUALIZAÇÃO DE LAUDO. INEXISTÊNCIA. PREÇO VIL. RECONHECIMENTO. 1. O indeferimento do pedido de produção de provas não implica violação ao direito da parte se os fatos a se-rem comprovados são inúteis ao deslinde da causa. 2. É possível ao credor participar do leilão de bem imóvel independentemente da

Acórdão comentado concorrência de outros licitantes. Precedentes. 3. O juiz deve determinar de ofício a atuali-zação do laudo de avaliação, quando entre sua realização e a data da alienação judicial decorrer tempo significativo. 4. É lícito ao devedor apresentar embargos à arrematação com fundamento em preço vil decorrente da falta de atualização, independentemente do questionamento da matéria antes da praça. 5. Recurso conhecido e provido. (STJ - REsp 1.006.387 - SC - 3ª T. - Relª Minª Nancy Andrighi - DJ 15.09.2010).

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o bem penhorado poderá ser arrematado por valor inferior ao da avaliação, desde que não seja vil (art. 686, VI, e 692). Certo é que não há previsão legal ou critério objetivo para se definir o que é preço vil, mencionando-se doutrinaria e jurisprudencialmente os percentuais de 60% ou 50% do valor da avaliação.

O julgado é interessante especialmente porque o recorrente argumenta que o valor é vil não em relação ao que constava da avaliação, mas sim em relação ao seu preço de mercado, estando, portanto, defasada a avaliação. Ocor-re que esta alegação não foi apresentada antes das hastas, o que levou o tribunal de origem a reconhecer a preclusão. Decidiu o STJ, porém, que é imperativa a atualização do laudo, de-vendo o juiz agir de ofício em tais casos. Assim, eventual ausência de requerimento do executa-do antes da arrematação não lhe retira o direito de alegar a matéria em posteriores embargos. Com este fundamento, deu provimento ao REsp e anulou a arrematação, considerando não o valor da avaliação realizada dois anos antes, mas o preço de mercado do bem no momento da arrematação (com base em parecer de

*Notário, ex-Procurador da Fazenda Nacional, mestrando em Direito, pós graduado em Direito Notarial/�egistral e professor de Direito Processual Civil da Emerj e do CEJ 11 de Agosto.

corretor de imóveis e do valor venal constante de carnê de IPTU).

Uma última observação: não se pode confundir a arrematação feita pelo exequente e eventual adjudicação do bem penhorado, especialmente no que se refere aos valores envolvidos. Assim, é possível que o exequente pretenda a propriedade do bem penhorado, quando então requererá a adjudicação, ofe-recendo preço não inferior ao da avaliação (art. 685-A). De outro passo – e ainda com a finalidade de ter para si o bem penhorado – é lícito ao credor participar da alienação judicial (art. 690-A), como aconteceu no caso concreto e, nesta, como visto, é possível a obtenção do mesmíssimo bem penhorado por valor inferior ao da avaliação, desde que não seja vil. Assim, revela-se significativamente mais interessante ao credor buscar a arrematação do bem em uma eventual segunda hasta do que, de imediato, pretender adjudicar o bem, tendo em vista a relevante diferença entre os valores envolvidos (somente o da avaliação, para o caso de ad-judicação e 50%-60% do mesmo valor para o caso de arrematação).

MURAL JURISPRUDÊNCIA

ACIDENTE DO TRABALHO. DANOS MATERIAIS, MORAIS E ESTÉTICOS. VALOR DA INDENIZAÇÃO. A forma

ideal de arbitramento das indenizações devidas ao trabalhador que sofreu acidente do trabalho são a pesquisa jurisprudencial de grupos de casos típicos, de acordo com o interesse con-cretamente lesado e consoante a identidade ou similitude das circunstâncias de fato que envolvem o ato danoso (critério pretoriano), a fim de evitar a excessiva oscilação dos valores. (TRT4 – Acórdão do processo 0114200-94.2009.5.04.0801 (RO) - Relator: RICARDO HOFMEISTER DE ALMEIDA MARTINS COSTA DeJT 08.10.2010)

AGRAVO REGIMENTAL EM AÇÃO RES-CISÓRIA. DECADÊNCIA. Muito embora se verifique nos autos a presença de decisões judiciais proferidas nas esferas criminal e civil, reconhecendo a fraude perpetrada contra o

DIREITO DO TRABALHO autor, bem como, a inexistência da relação contratual entre este e a executada, oponível “erga omnes” desde 30/09/1996, prolatadas, respectivamente, em junho de 2006 e março de 2010, é certo que as mesmas não são passíveis de conferir impedimento, interrupção ou suspen-são do prazo decadencial previsto no artigo 495 do CPC, cujo termo final ocorreu em junho de 2005, pelo que restou extrapolado o biênio ali previsto em face do ajuizamento da presente ação apenas em 2010. Nesse sentido, dispõe o artigo 207 do Código Civil. Destarte, nada há que ser reconsiderado quanto ao despacho atacado, eis que indeferiu o processamento da ação em face da decadência constatada, conforme o permissivo inserto nos artigos 295, IV e 490, I, ambos do CPC. Não se olvide que permanece preservado o direito de regresso do autor contra a empresa executada. (TRT2 - 11110201000002006 - AR01 - Ac. SDI

2010013407 - Rel. MARCELO FREIRE GON-ÇALVES - DOE 23/09/2010)

MINUTOS RESIDUAIS. TOLERÂNCIA ES-TATUÍDA EM NORMA COLETIVA. As cláusulas normativas que regulam o período de tolerân-cia, estabelecendo tempo superior a 10 minutos diários não são válidas porque ofendem dispo-sição de ordem pública, voltada a assegurar a saúde do trabalhador, a teor do entendimento contido na OJ 372/SBDI-1/TST, conforme o qual: “A partir da vigência da Lei 10.243, de 27.06.2001, que acrescentou o §1º ao art. 58 da CLT, não mais prevalece cláusula prevista em convenção ou acordo coletivo que elastece o limite de 5 minutos que antecedem e sucedem a jornada de trabalho para fins de apuração das horas extras” (TRT3 – 01646-2009-037-03-00-0-RO – Data de Publicação 14/10/2010 8ª T. - Órgão Julgador Turma Recursal de Juiz de Fora Relator Heriberto de Castro)

De acordo com a disposição contida no art. 37, IX, da CF/88, a lei esta-belecerá os casos de contratação por

tempo determinado para atender a necessida-de temporária de excepcional interesse público.

A Lei nº 8.745/93 disciplina as hipóteses de contratação temporária pela União Fede-

SDI-2 declara a incompetência da JT para julgaração de empregada

temporária contra municípioFábio Villela* ral. Trata-se de função pública que, em razão

da natureza temporária e emergencial desta contratação, dispensa a prévia aprovação em concurso público.

Não raro, porém, os entes públicos vêm desvirtuando esta modalidade excepcional de contrato temporário, para suprir necessidades permanentes e ordinárias de pessoal em ser-viços públicos relevantes, notadamente nas

áreas de saúde e de educação (CF/88, arts. 196 e 205).

A finalidade transitória e emergencial desta contratação é desvirtuada para atender a in-teresses pessoais escusos de alguns gestores públicos, em claro atentado ao princípio do concurso público (CF/88, art. 37, II).

Este desvirtuamento acarreta um grande número de ações perante a Justiça Trabalhista,

RECURSO ORDINÁRIO EM AÇÃO RESCISÓRIA. SERVIDOR PÚBLICO. CON-TRATAÇÃO TEMPORÁRIA (ART. 106 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1967, COM REDAÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIO-NAL Nº 1, DE 1969; ART. 37, INCISO IX, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988). ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL Nº205 DA SBDI-1 DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO CANCELAMENTO. COMPRE-ENSÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRA-

Acórdão comentado BALHO. 1. No julgamento do RE 573202/AM (em 21.8.2008; acórdão publicado em 5.12.2008), com o reconhecimento de repercussão geral da questão constitucional, o Supremo Tribunal Federal, em composição plena, decidiu pela incompetência da Justiça do Trabalho para os litígios instaurados “entre o Poder Público e seus servidores submetidos a regime especial disciplinado por lei local editada antes da Constituição Republicana de 1988, com fundamento no art. 106 da Constituição de 1967, na redação que lhe deu a Emenda Constitucional 1/69, ou no art. 37, IX, da Constituição de 1988” (Relator Ministro

Ricardo Lewandowski). 2. Atento à interpre-tação constitucional assim fixada, o Tribunal Superior do Trabalho, em 23.4.2009, cancelou a Orientação Jurisprudencial nº 205 da SDI-1. 3. Em consequência, impõe-se a submissão ao norte outorgado pelo Supremo Tribunal Federal, restando necessário o reconhecimento da incompetência da Justiça do Trabalho para processar e julgar a reclamação trabalhista. Recurso ordinário conhecido e provido. (DEJT - 05/11/2010. fls. 8. PROCESSO Nº TST-ReeNec e RO-106300-65.2009.5.03.0000. Remetente TRT 3ª REGIÃO. Recorrente MUNI-CÍPIO DE SANTA LUZIA).

A

MURAL JURISPRUDÊNCIA

com pedidos de reconhecimento do vínculo de emprego e de pagamento de verbas tra-balhistas.

Contudo, a Suprema Corte vem enten-dendo não ser da competência da Justiça do Trabalho, mas da Ordinária, o julgamento das ações que tenham fundamento nestes contratos temporários, haja vista submeterem-se a regi-me jurídico administrativo especial.

O C. TST, curvando-se ao posiciona-mento do E. STF, cancelou a OJ nº 205 da SBDI-1 que, em seu item II, assim dispunha: “A simples presença de lei que disciplina a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excep-cional interesse público (art. 37, inciso IX, da CF/1988) não é o bastante para deslocar a competência da Justiça do Trabalho se se alega desvirtuamento em tal contratação, mediante a prestação de serviços à Admi-nistração para atendimento de necessidade permanente e não para acudir a situação transitória e emergencial”.

Refutamos com veemência esta mudança de entendimento da Corte Superior Trabalhis-

ta, alertando que a competência jurisdicional vincula-se à pretensão e à causa de pedir veiculadas na petição inicial.

Havendo pedido de reconhecimento de vínculo de emprego e de pagamento de par-celas trabalhistas, tendo como causa petendi o desvirtuamento da contratação temporária, a Justiça do Trabalho é a competente para julgamento.

Não havendo comprovação do alegado desvirtuamento, conclui-se pela improcedên-cia da pretensão, por se tratar de matéria de natureza meritória. Caso comprovado, a declaração da nulidade contratual pela falta de prévia aprovação em de concurso público se impõe, atraindo os efeitos da Súmula nº 363 do C. TST.

Até porque a nulidade absoluta que in-quina os atos de investidura praticados em fraude ao concurso público (CF/88, art. 37, § 2º) constitui óbice à incidência do regime especial, não deixando, contudo, de configurar uma relação de trabalho, que, por isso, atrai a competência da Justiça Obreira, nos termos do inciso I do artigo 114 da CF/88.

*Procurador do Ministério Público do Trabalho no Estado do �io de Janeiro. Professor de Direito do Trabalho do Curso Toga Estudos Jurídicos.

A abertura solene da Semana Jurí-dica 2010 do Centro Universitá-rio Moacyr Sreder Bastos teve a

presença marcante da jurista e professora Maria Berenice Dias. O teatro lotado e a participação dos alunos no debate com Maria Berenice sobre ‘Atualidades em Matéria Homoafetiva’ foram essenciais para o sucesso do evento, que contou com a apresentação do reitor Adilson Rodrigues Pinto, do coordenador do cur-so de Direito Bruno Corrêa Bastos e do aluno do 10º período de Direito Carlos Roberto Lima Firmino.

Após a palestra, Maria Berenice Dias recebeu uma “homenagem surpresa”,

A inda na Semana Jurídica do Centro Universitário Moacyr Sreder Bastos, tendo em vista a matéria publicada

na edição n° 77 da Revista Mural, aconteceu um acalorado debate sobre a Transmissão Voluntária do HIV, no dia 29 de outubro.

Estiveram debatendo, ao vivo, o advogado Pedro Guilherme Moniz Freire, o procu-rador de Justiça do Ministério Público do Rio de Janeiro, Ricardo Ribeiro Martins e o advogado e professor André Costa, sob a mediação da professora Rossana Fisciletti e apresentação do professor Rodrigo Plaza..

DROPSPresença marcante

Transmissão voluntária do HIV na MSB

Abertura da Semana Jurídica 2010 da UNIMSB é marcada pela palestra da Professora Maria Berenice Dias

através da placa anexada ao Laboratório de Práticas Jurídi-cas, que recebeu seu nome. “Uma verdadeira surpresa! Estou emocionada, não espe-rava uma homenagem como essas!”. O coordenador e professor Bru-no Bastos declarou que a homenagem é mais do que merecida, muito embora seja singela diante de tantas contribui-ções que a professora Maria Berenice tem dado ao cenário jurídico.

Ao longo da Semana Jurídica, entre os dias 22 e 29 de outubro, palestraram o procurador da Fazenda Nacional, Ra-fael Garcia; os professores Antônio Celso

Pereira, Rosane Pinheiro, Calixto Sandes e Thiago Minagê; o desembargador do TRT Marcus Cavalcanti; o delegado de polícia Renato Bezerra Gonçalves; a promotora de Justiça Cláudia Barros; o advogado Carlos Leony Neto, o defensor Jorge Luiz da Silva Neto, o juiz de Direito Lúcio Durante, entre outros.

O assunto é bastante polêmico e não há uma unanimidade entre os pontos de vista tanto da doutrina quanto dos Tribunais entre as hipóte-ses de tipificação por lesão corporal, transmissão de moléstia grave ou tentativa de homicídio, pelo que o debate “pegou fogo”, inclusive, com intensa participação dos alunos da MSB.

Decisão do STFAliás, a esse respeito, o STF decidiu afastar

a hipótese da tentativa de homicídio, deixando, por assim dizer, a critério dos juízes e tribunais a decisão pelos tipos dos artigos 131 ou 129,

§2º, II, ambos do CP. Eis o tão esperado acórdão

do STF (publicado no informativo 603): PORTADOR DO VÍRUS HIV E TENTATIVA DE HOMICÍDIO: “Em conclusão de julgamento, a Turma deferiu habeas corpus para imprimir a desclassificação do delito e determinar o envio do processo para distribuição a uma das varas criminais comuns esta-duais. Tratava-se de writ em que se discutia se o portador do vírus

HIV, tendo ciência da doença e deliberada-

mente a ocultando de seus parceiros, teria praticado tentativa de homicídio ao manter relações sexuais sem preservativo. A defesa pretendia a desclassificação do delito para o de perigo de contágio de moléstia grave (CP: “Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio: ...”) — v. Informativo 584. Entendeu-se que não seria clara a intenção do agente, de modo que a desclassificação do delito far-se-ia necessária, sem, entre-tanto, vinculá-lo a um tipo penal específico. Tendo em conta que o Min. Marco Aurélio, relator, desclassificava a conduta para o crime de perigo de contágio de moléstia grave (CP, art. 131) e o Min. Ayres Britto, para o de lesão corporal qualificada pela enfermidade incurável (CP, art. 129, §2º, II), chegou-se a um consenso, apenas para afastar a imputação de tentativa de homicí-dio. Salientou-se, nesse sentido, que o juiz de Direito, competente para julgar o caso, não estaria sujeito sequer à classificação apontada pelo Ministério Público (grifo nosso). (HC 98712/SP, rel. Min. Marco Aurélio, 5.10.2010).

A Jurista Maria Berenice Dias ao lado do reitor Adilson Rodrigues e do coordenador Bruno Bastos

Rodrigo Plaza, André Costa, Rossana Fisciletti, Ricardo Martins e Pedro Moniz

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