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Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000 Jornal Mensal Ano 15 - Nº186 JANEIRO 2016 PREÇO: 0,85 EUROS PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS TAXA PAGA PORTUGAL CEM NORTE P 10 P 11 P 23 P 8 e 9 Protocolo com Ministério da Agricultura assegura mais espaço municipal Autarquia de Castro Marim reduz IMI a famílias com filhos Universidade de Coimbra na rota do iluminismo pelas mãos de Luís Gomes ALCOUTIM CASTRO MARIM VRSA “Os ayamontinos têm muito a aprender com os portugueses no que diz respeito à relação de vida com o rio Guadiana” Em Janeiro sondagens de petróleo e gás vão ser tema de conferência com concessionárias no Algarve P 13 a 15 Alberto Fernández é o alcalde de Ayamonte depois de umas eleições que colocaram pela primeira vez naquele ayuntamiento um alcalde do Partido Popular (PP). O PP transformou-se na força mais votada a 24 de maio passado, tirando a cadeira ao PSOE. Em entrevista ao Jornal do Baixo Guadiana Alberto F. dá-nos conta da dívida municipal que ascende aos 50 milhões de euros, dos salários dos funcionários que agora são pagos a tempo e horas e conta-nos sobre projetos de futuro, tendo como prioritária a requalificação ribeirinha através de fundos comunitários. O mês de dezembro foi intenso no que diz respeito ao tema da exploração de petróleo e gás no Algarve. A polémica instalou-se quando os autarcas algarvios acusaram a Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC) de “falta de transparência” quanto aos contratos assinados para a exploração de combustíveis fósseis na região.

Jbg janeiro 2016

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Edição de Janeiro de 2016

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Page 1: Jbg janeiro 2016

Director: Carlos Luis FigueiraPropriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

Jornal Mensal

Ano 15 - Nº186

JANEIRO 2016

PREÇO: 0,85 EUROS

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADODE PLÁSTICO OU PAPELPODE ABRIR-SE PARAVERIFICAÇÃO POSTALDE 01132011 SNS/GSCS

TAXA PAGAPORTUGALCEM NORTE

P 10

P 11

P 23

P 8 e 9

Protocolo com Ministério da

Agricultura assegura mais espaço municipal

Autarquia de Castro Marim

reduz IMI a famílias com filhos

Universidade de Coimbra na rota do iluminismo pelas

mãos de Luís Gomes

ALCOUTIM

CASTRO MARIM

VRSA

“Os ayamontinos têm muito a aprender com os portugueses no que diz respeito à relação de vida com o rio Guadiana”

Em Janeiro sondagens de petróleo e gás vão ser tema de conferência com concessionárias no Algarve

P 13 a 15

Alberto Fernández é o alcalde de Ayamonte depois de umas eleições que colocaram pela primeira vez naquele ayuntamiento um alcalde do Partido Popular (PP). O PP transformou-se na força mais votada a 24 de maio passado, tirando a cadeira ao PSOE. Em entrevista ao Jornal do Baixo Guadiana Alberto F. dá-nos conta da dívida municipal que ascende aos 50 milhões de euros, dos salários dos funcionários que agora são pagos a tempo e horas e conta-nos sobre projetos de futuro, tendo como prioritária a requalificação ribeirinha através de fundos comunitários.

O mês de dezembro foi intenso no que diz respeito ao tema da exploração de petróleo e gás no Algarve. A polémica instalou-se quando os autarcas algarvios acusaram a Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC) de “falta de transparência” quanto aos contratos assinados para a exploração de combustíveis fósseis na região.

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2 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JANEIRO 2016

JBGJornal do Baixo Guadiana

Vamos entrar num ano muito particular para a vida dos portugueses e, naturalmente, também quanto ao futuro do País. As razões estão associadas às mudanças políticas que ocorreram após as eleições de Outubro para a Assembleia da República, que pro-duziram alterações substantivas no xadrez político até ai vigente, dando formação a um novo Governo com base em acordos parlamentares, que não se verificavam desde há 40 anos entre PS e forças à sua esquerda ( PCP e BE ) e com a entrada do novo ano temos à porta a eleição para a Presidência da República, órgão que seja qual for o candidato que as ganhe, representará, igualmente, o início de um novo ciclo quanto ao seu papel na vida política e sobretudo no seu relacionamento com a Constituição, os interes-ses reais do País e a vida dos portugueses.

Estamos, assim, no início de um novo ciclo a que não chamaria tempo novo porque me encontro entre a imensidão de portugueses que aspirando a esse novo tempo

e com ele a reposição de justiças sociais e a criação de condições para um mais sólido crescimento da nossa economia, não deixo de estar marcado por desilusões quanto à evolução do País, pelas incerte-zas que continuam a marcar o nosso caminho, como preocupado continuo com o desprezo que a maioria dos portugueses conti-nua a manifestar em relação à sua participação cívica em assuntos que directamente lhes dizem respeito, enquanto outros por medo se silen-ciam, afastam, ou definitivamente desistem.

É neste particular contexto que iniciamos o percurso deste novo ano no qual o JBG não estará ausente, na preservação da sua indepen-dência como órgão destinado, em primeiro lugar, a valorizar o terri-tório a que corresponde, o Baixo Guadiana, continuamente subli-nhando as suas potencialidades e os desafios que lhes estão coloca-dos para suprir atrasos quanto ao desenvolvimento económico desta particular região, valorizando o que com pouco muito se realiza, só pos-sível quando o esforço é determi-nado para a criação de emprego, o combate ao isolamento, a valori-zação da cultura como elemento de atractividade, como estratégico se revela a cooperação com os nossos vizinhos do outro lado da margem

do Guadiana. E neste conjunto de obra feita e de

desafios futuros temos de reconhecer que em muitas circunstâncias, ocu-pando espaços que não lhe estavam cometidos, comprometendo recurso para áreas que não lhe estavam à partida destinados, nestes anos de chumbo, porque temos vindo a passar, o poder local, as autar-quias, porque próximas dos cida-dãos, revelaram-se estruturas em múltiplos exemplos pelas decisões tomadas, como fundamentais para minimizar pobreza extrema. É desta memória que devemos continuar a preservar porque nos será bem útil para discutir o futuro.

Finalmente, para sublinhar e chamar a atenção dos nossos leitores para a riqueza de informação sobre temas tão diversos, quanto impor-tantes, que nesta edição de início do ano vos trazemos, ímpar no plano da imprensa regional, tais como: a prospecção de petróleo e gás na nossa costa e as decisões sombrias que envolvem decisões tomadas; as questões da sazonalidade que permanecem e se têm acentuado na actividade turística e a actitude que permanece, na posição da vas-tidão dos seus agentes - hoteleiros, agentes de viagem e institucionais, como Região de Turismo, autarquias, associações profissionais - como se tratasse de um mal endémico a

que claramente falta a procura de outros caminhos que não só o encer-ramento de unidades e o recurso ao trabalho mal pago e sem direi-tos; a boa noticia, a confirmar-se, de Portugal ter obtido um acordo de pescas no quadro da União Europeia que protege melhor os interesses da nossa frota que opera em águas territoriais, como a que se destina à pesca industrial no mar do norte e, finalmente, assunto que nos continuaremos a ocupar com a atenção que merece, estarmos na reta final da institucionalização do processo de criação da EuroCidade do Guadiana, notícia avançada pela interessante entrevista que aqui publicamos com o presidente do município de Ayamonte.

É neste caminho que desejamos continuar, o qual, volto a sublinhar, estará sempre norteado pelos inte-resses da região que o suporta e à qual deve responder, sem nos transformarmos numa espécie de reduto isolacionista sem qualquer sentido.

Bom Ano para todos.

Carlos Luis [email protected]

ABERTURA * O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Diretor:Carlos Luis Figueira

Sub-Diretor:Vítor Madeira

Chefe de Redação:Susana Helena de Sousa CPJ 9621

Redação:Antónia-Maria,Carlos Brito,Joana Germano,José CruzVictoria Cassinello

Colaboradores da Edição:Alexandra GonçalvesAlmerinda Romeira (CPJ 1203)Ana Amorim DiasCarlos BrásCarlos CampaniçoEusébio CostaFernando PessanhaHumberto FernandesJoão ConceiçãoJoão RaimundoJosé Carlos BarrosJosé CruzNuno Miguel AntónioMiguel GodinhoPedro PiresRui RosaAssociação AlcanceAssociação GUADIAssociação RodactivaCruz Vermelha Portuguesa VRSADECONEIPEurope Direct Algarve - CCDRAlge Associação Odiana

Departamento Comercial:[email protected]/[email protected]

Sede e Redação:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21 8950-909Castro MarimTel: 281 531 171966 902 856Fax: 281 531 [email protected]

Propriedade:Associação OdianaRua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21,8950-909 CASTRO MARIMTel: 281 531 171Fax: 281 531 [email protected]

Pessoa Colectiva: 504 408 755

Direção Executiva:Associação Odiana

Design e Paginação:Rui Rosa

Impressão:FIG - Indústrias GráficasRua Adriano Lucas,3020-265 Coimbra,Tel: 239 499 922

Tiragem desta edição:3.000 exemplares

Registo no ICS: 123554

Depósito legal: 150617/00

JBG ONLINEhttp://issuu.com/jornalbaixoguadianaeFacebookNIB: 00350 234 0000 586 353 080 Caixa Geral de Depósitos

R: Que resolvam a história da via do infante de uma vez por todas E que se investigue Cavaco silva depois das elei-ções.

R: Os meus desejos para 2016 são: que o presente ano seja o ano da mudança e que de uma vez por todas cessem os conflitos existentes, quer a nível de raça, religião ou país. Espero ainda que, a nível cultural (que por sinal tanto existe por fazer no nosso país) este seja “O ANO” e a cultura passe a ter um papel fundamental e a ser mais valorizada porque: “Um povo sem cultura é um povo sem alma”.

Nome: Pedro ReisR: Faço votos para que 2016 seja um ano de crescimento económico sustentável no Algarve, de paz e harmonia das suas gentes e visitantes. Mas, espero, também, que seja o ano de consagração para uma nova abordagem de desenvolvimento regional, que aposte claramente nos recursos culturais e ambientais da região, nas suas comunidades e suas tradições, nos jovens e seu poder criativo, na ino-vação e na diferenciação. Espero que sejamos participantes activos no “Ano internacional do Entendimento Global” e que possamos agir no local e pensar no global.

Nome: João MinistroNome: João BartolomeuR: Para 2016 gostaria de ter saúde para acompanhar o desenvolvimento do meu filho, trabalho e esperança de uma vida melhor

Nome: Elsa Saraiva

Vox Pop

Editorial

Quais os seus desejos para 2016?

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JANEIRO 2016 | 3

CRÓNICAS

Neste tempo de balanço do ano de 2015, que agora terminou com o turbilhão do alegado adiamento da venda do Banif para não perturbar a “saída limpa” de Portugal do Pro-grama de Assistência Económica, com as diferentes sondagens a indi-carem que Marcelo Rebelo de Sousa pode ganhar as eleições presidenciais à primeira volta e a ilusão criada por alguns junto dos portugueses que a austeridade chegou ao fim, gostaria de discorrer sobre a requalificação do Mercado Municipal de Castro Marim.

Percebendo a necessidade de incre-mentar a actividade económica no concelho e de conferir uma melhor funcionalidade ao Mercado Muni-cipal de Castro Marim, o executivo

liderado por José Estevens apre-sentou em 2013 uma candidatura através da empresa municipal Nov-Baesuris ao programa comunitário PRODER (Programa de Desenvol-vimento Rural), que financiou em 60% a requalificação daquela área comercial, num investimento de 200 mil euros.

As obras mandadas executar pelo autarca Francisco Amaral, cujo pro-jecto tem a assinatura do arquitecto José Alberto Alegria, o homem que revolucionou a arquitectura em Castro Marim, contemplaram a subs-tituição total da cobertura do edifício, a requalificação das pérgulas exterio-res e a transformação do fontanário aí existente numa fonte decorativa, sendo ainda de referir a instalação de

dois painéis de azulejaria magrebina que identificam o novo espaço do Mercado Local.

Com a inauguração das obras de requalificação e reabilitação do Mer-cado Municipal, no passado mês de Junho, Castro Marim passou a dispor de um moderno e atractivo espaço, que tem na sua génese a revitalização dos saberes tradicionais e produtos locais, a promoção e valorização do património cultural e natural.

Hoje, quando o turista visita os patrimónios da vila tem à sua disposi-ção no Mercado Municipal uma oferta diversificada de produtos de grande qualidade, que fariam os encantos de qualquer loja gourmet, desde a cesta-ria de cana à renda a bilros, uma das pérolas do artesanato do concelho,

passando por uma variedade enorme de compotas, vinhos, frutos secos, mel, assim como a flor de sal e o sal marinho de Castro Marim, o qual se assume, cada vez mais, como uma das principais actividades económi-cas da terra.

Estou firmemente convencido que o Mercado Municipal é um projecto desafiante para a NovBaesuris, que decerto colocará todo o seu empre-endedorismo e competência na afir-mação da excelência da marca Castro Marim, desenvolvendo uma inter-venção concertada com os artesãos e produtores locais para que estes possam mostrar e comercializar os produtos diferenciadores do Baixo Guadiana, gerando assim mais-valias para a economia deste território.

A requalificação e a reabilitação do Mercado Municipal de Castro Marim, que transformou e dinamizou um espaço que estava moribundo numa estrutura dinâmica e proactiva capaz de gerar negócios, é um bom exemplo das políticas que as autarquias devem promover no sentido de fomentarem parcerias com os agentes económicos para a criação de riqueza e prosperi-dade nas comunidades que servem, ao invés de estimularem a política dos coitadinhos e dos pobrezinhos, trasvestida de acção social, em que certos presidentes de câmara se espe-cializaram.

Vítor Madeira

Conta-se que certa vez duas amigas se encontraram e uma delas perguntou sobre os dois filhos da amiga (um filho e uma filha), ambos casados.

– A minha filha casou muito bem. O marido levanta-se cedo, vai ao pão, dá banho aos meninos, lava a louça, passa a ferro, faz o jantar. Casou com um santo.

– E o teu filho? – perguntou a amiga.

– Esse teve azar com o casamento. A mulher não faz nada em casa. O meu filho é que tem de fazer o jantar, lavar

Invariavelmente, a ocorrência de tra-gédias como em Paris desencadeia um movimento solidário generalizado com inevitáveis repercussões na comunicação social. Se as marcas de pesar, as afirmações da condolência e da compaixão e as garan-tias de comunhão solidária manifestadas aos familiares das vítimas ou àqueles que de alguma maneira lhes estão ligados, seja por laços afectivos seja por laços de nacionalidade, por exemplo, são perfeita-

tema financeiro. Em seis anos, o Estado teve de salvar seis bancos privados com o dinheiro dos cidadãos portugueses. Um absurdo. Num país onde fecharam milhares e milhares de empresas à custa da dita Austeridade, as únicas empresas privadas que o Estado não deixa falir são os bancos que faliram por culpas próprias. Antes, quando os mesmos geraram muitos milhões de lucro foram divididos pelos seus accionistas. Agora arruinados, devido ao jogo da especu-lação, são salvos pelo nosso dinheiro. A bem de quem? Do País? Ou a bem de interesses tão grandes que me escuso a imaginar o seu princípio e o seu fim.

Dito isto, António Costa claudicou no primeiro grande teste: salvou o Banif às nossas custas. Bem sabemos que foi

e que já enviaram a respectiva mensagem a A, B ou C. Chegado aqui, lembro-me sempre daquela norma jornalística: “notí-cia não é o cão que morde o homem, mas sim o homem que morde o cão”. De facto, seria possível o PR, o PM britânico ou o Papa não se sentirem destroçados com o que se passou? Seria possível algum de nós não se sentir profundamente magoado com o sofrimento do semelhante?

O discurso condolente – que preenche nas relações interpessoais da comuni-dade, uma função performativa, isto é, que faz aquilo que diz, que, neste caso, ao enunciar a solidariedade do locutor,

mais uma herança do governo ante-rior, mas faltou ideologia nesta decisão e sobrou o espírito situacionista dos políticos dos últimos quarenta anos. O PSD salvou o Orçamento Rectificativo. A troco de que silêncios? Um homem de esquerda não deveria pôr o interesse dos bancos à frente dos interesses dos contribuintes, digo eu.

Falta ainda perceber o que fará o novo governo com outros interesses ins-talados. Que acontecerá às PPP? Serão renegociadas? E os contratos SWAPS? É que o denominador comum destas três tipologias de rombo nos cofres do País é serem aventuras de milionários pagas por gente de trabalho. Não será preciso ser visionário para se perceber que estas delapidações deixam menos dinheiro

efectiva a solidariedade no próprio acto da elocução, independentemente de pos-teriores desenvolvimentos que dêem a essa solidariedade outra consistência – surge, assim, na sua mediatização, como um discurso postiço, oco, inoperante, e só não desencadeia a gargalhada porque a seriedade do momento desaconselha manifestações susceptíveis de interpre-tação menos benévola.

Perguntar-me-ão: qual a alternativa? Só vejo uma: a contenção. Que os jornalis-tas e repórteres se deixem de floreados e se abstenham de comentar, ou tão-só de noticiar o óbvio.

para se investir no que é básico: Saúde, Educação, Acção Social, Cultura.

E a Via do Infante? António Costa prometeu em campanha a abolição das portagens na A22. Não aceitaremos menos do que isso.

E a Regionalização, quando voltare-mos a falar dela?

Falta, pois, muito esclarecimento deste Governo sobre muitas das maté-rias que importam. Se me permite, caro Dr. Costa, não edifique uma casa nova em cima das ruinas do antigo governo. Vá mais fundo. Comece a construir pelos alicerces.

Também me abstenho, aqui, de comen-tar as diferenças de tratamento das tra-gédias ocorridas na Europa e nos EUA, relativamente a tragédias de igual ou muitíssimo maior dimensão ocorridas em África, no Médio Oriente, ou em qualquer outro lugar habitado por seres humanos que não conhecem os nossos padrões civilizacionais, a nossa peculiar “way of life”. É bem sabido que a proximidade é factor preponderante na percepção. Mas é desejável que nos interroguemos sobre as causas das tragédias evitáveis.

a louça, dar banho aos miúdos, passar a ferro, ir às compras.

Pois bem, serve esta rábula para caricaturar a maneira como avaliá-mos de forma dissemelhante o mesmo fenómeno dependendo de como pen-samos.

Nesse sentido, assumo por inteiro a forma como penso: 2016 só pode ser melhor que 2015, pois sem Passos, sem Portas e sem Cavaco estão reunidas condições mínimas para que o Estado tenha uma relação de maior dignidade para com o cidadão comum, até aqui considerado um estorvo.

Mas nem tudo são rosas. Aliviado, sim. Eufórico, não.

Falta ainda perceber que ideias tem o Governo de Costa para regular o sis-

mente naturais na comunidade, já o tra-tamento nos mass media da tragédia e da condolência manifestada por responsáveis políticos e religiosos peca, muitas vezes, por imperícia ou por excesso de zelo. No primeiro caso, incluiria aquelas peças em que o repórter, pungido, pergunta ao fami-liar, às vezes muito próximo, como se sente com a perda sofrida; no segundo, estão as notícias de que o Presidente da Repú-blica se diz profundamente comovido, o Primeiro-ministro britânico, chocado e o Papa horrorizado com o atentado horrível, ignóbil, desumano, atroz que acaba de vitimar tantas vidas indefesas e inocentes

Carlos CampaniçoEscritor

Fernando MartinsEscritor

O Insubmisso

Que políticas, agora?

Vacuidade e inconveniência do discurso condolente no seu tratamento jornalístico

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Mercado Municipal de Castro Marim – Uma montra de excelência para os produtos do Baixo Guadiana

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4 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JANEIRO 2016

Elias Gato apresentou livro cuja ilustração lhe valeu 1.º prémio nacional

Poesia Jovem do Baixo Guadiana atraiu os mais novos de um lado e outro do rio

EDUCAÇÃO&JUVENTUDE

«Poesia Jovem do Baixo Guadiana» é uma antologia poé-tica bilingue, que reúne 13 jovens poetas, portugueses e espanhóis, “que tiveram a coragem de expor os seus sentimentos”, como subli-nhou o diretor do Agrupamento de Escolas de Castro Marim, José Nunes, na apresentação da obra. A apresentação desta obra de iniciativa do grupo «Poetas do Guadiana» ficou marcada pela presença dos jovens autores e de outros jovens que se disponibili-zaram para as suas leituras.Emoções à flor da pele marca-ram esta tarde que se tornou inolvidável para protagonistas e para o público. Não é todos os

dias que os jovens têm oportuni-dade de expor as suas emoções em livro e depois apresentar em público.

Esta apresentação contou com as presenças da vice-presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, Filomena Sintra, da vere-adora da Cultura de Ayamonte, Gema Martin, do diretor regional Instituto Português do Desporto e da Juventude, Luís Romão, entre outros representantes de entida-des locais dos dois lados do rio.

“Esta é uma iniciativa que resulta da energia dos Poetas do Baixo Guadiana. O trabalho da autarquia foi apenas acolhê-los e é essa dinâmica que queremos impelir à Casa do Sal”, salientou

Filomena Sintra.Esta tarde cultural envolveu

jovens do Clube de Dança do Agrupamento de Escolas de Castro Marim, que apresentou algumas performances, uma apresen-tação idiossincrática de temas originais do baixista Pedro Reis, numa fusão de música clássica e contemporânea, e uma instalação artística sobre poesia de Vilma André.Nesta tarde foi também apresen-tada a obra «La Noche en Blanco» uma edição de José Luís Rúa, que é o resultado da inspiração de 11 poetas, das duas margens do Guadiana, que se unem na lin-guagem dos sentimentos, que é a poesia [ver peça pág. 7].

Elias Gato é um jovem adulto de Castro Marim que esteve na sua terra-natal a apresentar o livro que lhe valeu em 2015, e tal como o JBG informou oportunamente, o primeiro prémio nacional num concurso de ilustração. A apresen-tação contou com muitos amigos, familiares e pessoas que vivem a cultura. “Vir de Lisboa e ver, ainda na estrada, o meu castelo, é emocio-nante”. Foi assim, de uma forma apaixonada, que Elias Gato, vence-dor do Prémio de Literatura Infan-til do Pingo Doce na categoria de Ilustração, descreveu o regresso a Castro Marim, tendo apresentado na Casa do Sal «Orlando, O cara-col apaixonado», ilustrado por si e escrito por Sérgio Mendes.

Do público Elias Gato conseguiu recolher olhares e sorrisos de orgulho. E falou do “sonho” que para ele representou estar a fazer uma apresentação de uma obra sua na vila que o viu nascer. Ao JBG contou também que o espaço que hoje é a Casa do Sal foi um jardim de infância, o seu jardim de infância, tendo ali “corrido e brincado muito”, sendo, aquele, sem dúvida, um espaço “muito, muito especial e de grande simbo-lismo para apresentar o primeiro trabalho editado”.

Durante a apresentação do livro a vereadora com o pelouro da cul-

tura, e vice-presidente da câmara municipal de Castro Marim, Filomena Sintra, recordou que “são as pessoas que dão massa e alma aos nossos territórios”, sublinhando o orgulho de Castro Marim no jovem conterrâneo, “que, além de artista, é uma pessoa com uma grande humildade e com uma grande ligação à sua terra”.

Elias Gato formou-se na Faculdade de Belas Artes de Lisboa, onde se licenciou em Pintura, e depois no Instituto de Educação, onde se tornou professor de Artes Visuais. Desde então, tem trabalhado na área de Educação, seja como voluntário numa ONGD ou como animador no Museu de Eletricidade.

Jovens de ambos os lados do Guadiana protagonizaram a apresentação de um livro que marca a juventude raiana

Elias Gato na apresentação do livro que ilustrou. Evento teve lugar na Casa do Sal em Castro Marim

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JANEIRO 2016 | 5

EDUCAÇÃO

Iniciativa teve uma componente solidária

O novo programa vai beneficiar 23 alunos e 3 professores numa aprendizagem intercultural

Escola de Hotelaria e Turismo de VRSA fez solidariedade com o «Melhor Bolo-Rei do Mundo»

Direitos da criança – a perseverança do colibri

As escolas que compõe a rede nacional das Escolas de Hotela-ria e Turismo, do Turismo de Por-tugal (EHT), na qual se inclui a EHT Vila Real de Santo António, confeccionaram o «Melhor Bolo-Rei do Mundo». Trata-se de uma inicia-tiva de solidariedade social, que ao longo de um mês envolveu os mais de 3.400 alunos que estudam nas doze Escolas que constituem a Rede Escolar do Turismo de Portugal.Neste âmbito a EHT Vila Real de Santo António, através sua forma-dora de Pastelaria e dos alunos do curso de Gestão e Produção de Cozi-

Adotada pela Assembleia Geral da ONU em 1989 e ratificada por Por-tugal em 1990, a Convenção dos Direitos da Criança visa a defesa e proteção das crianças. Estas, pela sua vulnerabilidade, encontram-se mais expostas a situações de risco e perigo. Na Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamou-se que a infância tem direito a uma ajuda e assistência especiais. Vinte e seis anos volvidos sobre a assinatura, desta convenção, houve progressos em várias partes do mundo. Principalmente, no que res-peita aos cuidados básicos de saúde, como a vacinação, ou o acesso a bens fundamentais, como a água potável. A promoção e proteção dos direi-tos da criança é uma tarefa sempre incompleta, tal como na história do Colibri. Este, fugindo dum incêndio

nha, produziu cerca de 100 Bolos-Rei para entrega direta a instituições de solidariedade social: Santa Casa da Misericórdia de VRSA (no dia 11 de Dezembro) e Associação de Benificiência Mão Amiga (no dia 15 de Dezembro). Por sua vez estas IPSS’s fizeram a distribuição junto das famílias mais desprotegidas e que habitualmente acompanham e apoiam.«O Melhor Bolo-Rei do Mundo» esteve disponível para degustação do público geral no 18 de Dezembro na Aldeia de Natal, na Praça Mar-quês de Pombal em Vila Real de Santo

António.A receita de “O Melhor Bolo Rei do Mundo” foi criada pelo Chef Inácio, da EHT de Lisboa, e inclui um ingre-diente secreto e inesperado. Este ano, pela primeira vez, a receita foi partilhada com todas as Escolas do Turismo de Portugal, dando lugar a uma mega operação com fins soli-dários.A iniciativa foi comunicada nas redes sociais das EHT – Facebook, Twitter, Instagram e Youtube – onde irão sendo desvendados alguns segredos da confecção, através da revisitação da história dos Reis Magos.

Intercâmbio escolar entre Alcoutim e Blain foi reforçado com apoio camarário“No mundo global, falar outras línguas e compreender outras culturas são competências funda-mentais. Para ajudar os estudantes e professores a adquiri-las, o pro-grama de intercâmbio escolar vai permitir a 23 alunos e 3 professo-res, do Agrupamento de Escolas de Alcoutim, explorar a aprendizagem intercultural. Promover o intercâm-bio entre os alunos de Alcoutim e os alunos de Blain é o objetivo do apoio cedido pela Câmara Municipal ao Agrupamento de Escolas de Alcou-tim”. É desta forma que o município de Alcoutim dá a conhecer a medida de reforçar o apoio à geminação Alcoutim-Blain que tem juntado os jovens portugueses e franceses, cada vez mais ligados entre si.Vai haver novo intercâmbio que acolherá alunos franceses entre dia 6 a 13 de fevereiro, e a visita dos alunos do Agrupamento de Esco-

las de Alcoutim a Blain entre 25 de março a 2 de abril. “O intercâmbio representa para os alunos a oportunidade de viajar e experimentar atividades diversas, assim como, o convívio com uma família francesa, apreendendo formas de comunicar e de viver uma troca de experiências bastante enriquecedora e única, face ao isola-mento social e cultural que muitos deles experimentam”, pode ler-se na nota de imprensa camarária.

4 mil euros de apoio

Considerando que a escola não tem possibilidades de assegurar o custo total do projeto, a Câmara Municipal de Alcoutim concedeu 4 mil euros para o intercâmbio esco-lar 2015/16, assim como o apoio logístico na receção dos alunos franceses.

juntamente com todos os animais da floresta, apanhava gotas de água de um lago e atirava-as para o fogo. Os outros animais questionavam a utili-dade do seu gesto duvidando que ele fosse capaz de apagar o incêndio com as pequenas gotas que trazia no bico. “Sozinho, sei que não vou, mas estou a fazer a minha parte». Quem trabalha com crianças e jovens desenvolve esforços para mudar o mundo. Mas o modo como este (mal)trata as crianças desafia, os profissio-nais, a conciliar diariamente frustra-ção e combatividade. A guerra, as migrações dela decorrentes, a crise atual e a desagregação do tecido social e familiar trazem-nos imagens de meninos que foram obrigados a ‘’despedir-se da vida à beira da praia’’. Que desperdício de vida(s), de sonho, de esperança. Ou outros, ainda, que morrem queimados às mãos da inca-

pacidade parental, a cheirar a vinho e torpor. E não é sempre uma espécie de mal indecifrável que vicia os desti-nos destas crianças e que lhes oferece sofrimento quando ainda nem sabem o que isso é. A falta de dignidade na vida conduz muitas famílias a ruas de sentido único, na contramão da felicidade. Na verdade, cada um de nós faz a diferença, em cada gesto. E desistir é deixar de existir. Por isso, mais do que nunca torna-se urgente falar sobre os Direitos Humanos e agir em defesa das crianças. A propósito do Dia Internacional dos Direitos Humanos-dia 10 de dezembro, a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens do Concelho de Alcoutim celebrou os direitos da Criança, dando a conhecer a exposição «Crianças no Mundo com Direitos» do IAC-Instituto de Apoio à Criança.

Todos os alunos do Agrupamento de Escolas de Alcoutim, do 1º ao 9ºano, tiveram a oportunidade de participar em sessões de sensibilização, através de vídeos, testemunhos reais, repor-tagens, histórias sobre diversidade e casos de vida. O principal objetivo foi consciencializá-los sobre os direitos da Criança e alargar o seu conheci-mento sobre formas de protecção. Esta iniciativa contou com o apoio da Câmara Municipal de Alcoutim e do Agrupamento de Escolas do Con-celho. Procurou, ainda, consolidar a relação de proximidade e confiança da CPCJ de Alcoutim com os alunos. Este tipo de ações permitem clarificar, na comunidade, o papel pedagógico e preventivo desta Instituição que se assume como uma estrutura de apoio tecnicamente capacitada e humana-mente preparada. Em tempo de balanço em que (nos)

questionamos e projetamos vonta-des, algumas certezas serão renova-das: a de que o concelho de Alcoutim qualificado como ‘’desertificado’’, se revela um interlocutor humanizado nas respostas aos problemas sociais da sua população; que o trabalho da CPCJ de Alcoutim é feito de entreajuda, diálogo e de liderança comprometida e atenta. E que só na cooperação ativa, onde se elege o melhor de cada um, se conseguem combater desigualdades e dar voz à dignidade das crianças.

Cristina Crista – Representante do Minstério

da Educação na CPCJ de Alcoutim

Page 6: Jbg janeiro 2016

6 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JANEIRO 2016

EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANHA

Ayamonte brilla en Navidad

Concluyen las obras de dragado de la dársena del puerto de deportivo de Ayamonte

El monumento a la mujer conservera vuelve a lucir tras su restauración

Decimos adiós al otoño y el invierno se adueña de nuestras calles. Los responsables de la parte lúdica, de comercio, economía o empleo de nuestro ayuntamiento, así como las asociaciones relacionadas con el comercio local, ponen de nuevo a prueba su ingenio y lo sacan a las céntricas calles deAyamonte, dándole un toque propio de estas fechas. Artesanos y comerciantes se instalan por los lugares más transcurridos. En la Laguna, se ocupan las cuatro esquinas, como

El alcalde de Ayamonte ha seña-lado el empeño del equipo de gobierno por recuperar las señas de identidad del municipio

El monumento a la Mujer Con-servera vuelve a ocupar su lugar habitual, en el Muelle de Portugal, tras las labores de restauración a las que ha sido sometido para devolverle su estado original, que había sido seriamente dañado tras sufrir diversos ataques vandálicos que habían ocasionado importan-tes daños en la estatua.

El alcalde de la ciudad, Alberto Fernández, ha asistido esta mañana a la reposición del monumento, que ha sido restaurado por su autor, el escultor ayamontino Pepe Gámez, quien ha explicado que la obra

El Delegado del Gobierno de la Junta de Andalucía en Huelva, Francisco José Romero, ha visitado esta mañana Ayamonte para conocer in situ las labo-res de dragado que se han llevado a cabo en la dársena del puerto depor-tivo de la localidad y que han llegado a su fin.

El Delegado llegó acompañado por el director gerente de la Agen-cia Pública de Puertos de Andalucía, Alfonso Rodríguez, y la Delegada Territorial de Fomento y Vivienda en nuestra provincia, María José Beja-rano, quienes fueron recibidos por el teniente de alcalde José Manuel Correa, quien se mostró agradecido con la visita.

Tras una explicación técnica del trabajo realizado, Francisco José Romero detalló ante los medios de comunicación presentes en la visita las circunstancias que han rodeado estas labores, que han supuesto una inversión de ochocientos mil euros y que han conllevado importantes exi-

si de un juego se tratara, y mues-tran lo mejor de sus productos, ya sean de ocio o de consumo. Unos lo hacen de manera fija, otros nómadas y algunos de forma tes-timonial, pero todos se muestran en conjunto.

Para mayor colorido y como mejor reclamo, los artesanos y los dependientes, dan su toque colo-rista al ambiente, y echan mano a las vestimentas de otras épocas. Productos perecederos, de regalo, de recuerdo, de degustación o

estaba muy deteriorada. El artista ha explicado que ha sido necesario reponer las sardinas que forman parte del conjunto, así como la tijera que la mujer porta en sus manos, entre otros elementos.

El monumento a la Mujer Con-servera fue inaugurado el ocho de marzo de dos mil tres, coin-cidiendo con la celebración de Día Internacional de la Mujer. La obra rinde homenaje a las muje-res trabajadoras en general, pero muy especialmente a aquellas que han dedicado su vida laboral al trabajo en las empresas conserve-ras del municipio, una actividad tradicional y artesana y uno de los principales motores económi-cos del municipio durante mucho

gencias medioambientales con el fin de evitar daños en el entorno. Asimismo, el delegado adelantó que Ayamonte será una de las localidades en las que se llevarán a cabo nuevas actuaciones el próximo año.

Por su parte, Alfonso Garrido des-tacó las bondades de esta actuación, al tiempo que señaló que “vamos a empe-zar un nuevo plan en toda Andalucía, que comenzará en Ayamonte, y que pretende convertir nuestros puertos deportivos en “puertos de atraque” para caravanas”. Un plan que podría estar concluido el próximo verano, según señaló el gerente de la APPA.

José Manuel Correa, por su parte, en nombre del Ayuntamiento, se mostró agradecido con la administración auto-nómica por las actuaciones realizadas en Ayamonte y “en especial por el dra-gado del puerto deportivo, que facili-tará el acceso de las embarcaciones a la dársena, que junto con otras actua-ciones, como el dragado de la barra del Guadiana, -dijo el concejal- facilitará la

llegada de un mayor numero de visi-tantes a nuestra localidad, así como de mayores inversiones”. Correa tendió la mano a las administraciones, a las que ofreció la colaboración del Ayun-tamiento de Ayamonte, al tiempo que les instó a que sigan invirtiendo en las necesidades y mejoras de la localidad. El teniente de alcalde señaló que “tene-mos que conseguir que, de una vez por todas, Ayamonte mire al río, dado que tenemos en nuestro municipio un gran entorno y un espacio maravilloso al que debemos sacarle todo el partido que nuestra ciudad merece”.

Cabe recordar que el dragado de la dársena del puerto deportivo de Aya-monte dio comienzo el pasado mes de septiembre. Una actuación muy necesaria dado que la dársena ha ido acumulando arena durante los últimos años por efecto de la erosión del río, por lo que se hacía necesario retirarlas para mejorar el servicio a la flota de recreo e impulsar la utilización de sus amarres. Hasta el momento, el acceso

de las embarcaciones a la dársena, que cuenta con 316 atraques, ha estado sujeto al estado de las mareas, especialmente en el caso de barcos de mayor calado. Esta actuación permitirá que la entrada a la dársena sea libre, y evitará que las embarcaciones de recreo se vean obligadas a aguardar la crecida de las mareas para poder atracar, como ha ocurrido hasta ahora.

Las obras se han llevado a cabo de la mano de la empresa Acciona Infra-estructuras S.A. Los trabajos realizados se han traducido en la extracción de unos 100.000 metros cúbicos de materiales del lecho marino para que el calado mínimo, a la máxima bajamar del año, sea de tres metros de profundidad.

tiempo.El primer edil se mostró satisfe-

cho por la reposición de la estatua, al tiempo que recordó que el actual equipo de gobierno sigue traba-jando en la recuperación de las señas de identidad de Ayamonte. En este sentido, comentó que el Ayuntamiento ha encargado a Gámez la restauración de otras obras emblemáticas de la locali-dad, como el monumento home-naje a los caleros.

Fernández apeló a la ciudadanía para que, “entre todos, cuidemos nuestro patrimonio”, al tiempo que lamentó “los actos vandálicos que dañan lo que es de todos y que entre todos debemos cuidar y conservar”.

de recreación hacen las delicias de los visitantes y los curiosos. Por cualquier esquina suenan los sones de los campanilleros. Ante los escaparates y las puertas de los comercios, obsequios y regalos como agradecimiento a la partici-pación, como recuerdo de momen-tos nuevos y especiales.

Los campanilleros de La Punta del Moral se dejan escuchar y aceptan los aplausos a tan mag-nificas voces y tan especial carac-terización. Por otra calle, menos

numerosos pero igual de anima-dos, los campanilleros de Muniz. En la puerta del bar de moda, la guitarra y la voz de Juan el Churrero, que contagia e invita al acompañamiento. No muy lejos de allí, “Los informales” se arrancan pletóricos. La música en sus más diversas expresiones se hace dueña de las plazas y las calles. Y por en medio de la plaza, un puesto atre-vido que regala los mejores versos que se crean en la desembocadura de este viejo y gran rio. Libros de

autores lusos y españoles, por indi-vidual o colectivo, pero siempre poniendo por delante la creación poética más actual.

Inventos estudiados al detalle e improvisación salpicada de enorme creatividad. Ayamonte recibe la Navidad con un ambiente que sor-prende a todos, y es que la noche en blanco, la noche de lunares o la nochebuena, son motivos más que suficientes para lanzar las ilusio-nes al vuelo y esperar un poco de tiempo para recoger la cosecha.

Los trabajos realizados se han traducido en la extracción de unos 100.000 metros cúbicos de materiales del lecho marino

El monumento a la Mujer Conservera vuelve a ocupar su lugar habitual

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EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANHA

Los niños de ayamonte se interesan por los problemas del municipio

Los ayamontinos Eladio Orta y Rúa Nácher presentan poemarios en Portugal

Presentacion de poemarios en Castro Marin

Sometieron al alcalde a una intensa ronda de preguntas y le trasladaron sus preocupaciones e inquietudes

Un grupo de alumnos de quinto de Educación Primaria de los distintos cen-tros escolares de Ayamonte ha visitado el Ayuntamiento de la localidad fron-teriza para participar en una actividad que se ha llevado a cabo bajo el lema “Tengo una pregunta para usted” y que ha permitido a los pequeños exponer al alcalde, el popular Alberto Fernández, sus preocupaciones y preguntarle por asuntos de su interés.

Esta actividad, que se ha desarrollado

Era la hora en la que el sol se esconde tras las bajas montañas que se divisan en el horizonte portugués. La gente comenzaba a llegar a la biblioteca de Vila Real de Santo António, de una orilla, y de otra. Todo listo para dar la salida al acto, y todos dispuestos a disfrutar de poemas puestos en boca de sus creadores: ‘Ahínco’ de Eladio Orta y ‘Versos de color’ de Rúa Nácher, que fueron los protagonistas de la noche.

Joao Pereira era el primero en tomar la palabra y en vaciarse en elogios hacia la poesía del autor de ‘Versos de color’. Define a Rúa Nácher “como ese autor sensitivo, físico y táctil capaz de hacer aflorar todas las sensaciones en un solo instante”. Y sabe que su afición por la fotografía le lleva a ser poeta de la imagen, un ser inmerso en un mundo de extrema sensibilidad y que a través de sus poemas de amor es capaz de

Pedro Tavares, poeta y mente inquieta donde las haya, fue el responsable de la organización de una tarde cultural dis-tinta, de una sesión cargada de buenas vibraciones y sentimientos más allá de las fronteras. En el recinto cultural “Casa de la Sal” de Castro Marín, con la presencia de Filomena Sintra, conce-jala de cultura de la Cámara de Castro Marín, de Gema Martin, concejala de cultura del ayuntamiento de Ayamonte, de Rúa Nácher, autor del poemario “La noche en blanco”, y de una sala repleta de un público expectante, se dio inicio a una jornada repleta de versos, música y palabras, muchas palabras.

Ana Francisco abrió las puertas de la velada, con esa manera tan personal que tiene de decir las cosas, de susurrar palabras capaces de conformar los mejo-res versos y de secuenciar los minutos para transformarlos en nuevas historias. Filomena se dejó llevar por la emoción de ver de nuevo a escritores de un lado y otro de este Guadiana, cada vez más inmenso. Gema por su parte se sintió satisfecha de ver como por primera vez, asistía a una invitación que la dejaba

en el salón de plenos del edificio con-sistorial, ha sido organizada por los Servicios Sociales Municipales, y ha contado, asimismo, con la participación de la teniente de alcalde responsable del Área, Laura Sánchez Perera.

Los pequeños, una veintena de niños y niñas de diez y once años que se han mostrado muy interesados por la actu-alidad del municipio y por los proble-mas de sus barriadas, han planteado al primer edil local numerosas preguntas de diversa índole, desde cuestiones per-sonales a asuntos profesionales, que han obtenido la respuesta, siempre

adueñarse de las memorias más sensi-tivas. Para el autor de ‘Versos de color’, hay que prestarle especial atención porque tiene la urgencia del tiempo que se agota y que queda reflejado en cada uno de los muchos poemas que nos recuerdan los calendarios vencidos y los próximos que habitan en la sala de espera de este tiempo que transcurre con la pleamar de cada tarde.

Antonio Cabrita, más ligado a la responsabilidad política, a la toma de decisiones de aquellas cuestiones que tienen que llevar el sello de la municipa-lidad, encuentra en los versos de Eladio Orta una defensa a ultranza de tantos y tantos actos como se deben manifestar a través de la rebeldía y la lucha social. Distancia ideológica, proximidad de implicación en la lucha social, hacen que Antonio sienta especial admiración por el poeta del campo de Canela. Le

sorprendida por su capacidad de con-vocatoria, y finalmente el autor, capaz de agradecer en dos palabras tanta generosidad y nivel poético por parte de los autores que conforman este nuevo poemario de los Poetas del Guadiana. Los versos de Tavares, Cabrita, Joao Pereira, Ana Francisco o Joao Viegas quedaron colgando junto a los de los pequeñines que ya habían sido deposi-tados en los espacios abiertos de la sala. Y unos minutos después, les siguieron en castellano, los poemas de Clemen Esteban, Rua Nacher, Estrella García o Ana Ontiveros. Casados de nuevo los poemas lusos y los españoles.

Música de guitarra acústica, danza de las alumnas del colegio cercano, recitales poéticos en boca de algunas alumnas del colegio de Agrupamiento de Castro Marín, palabras del Delegado territorial del Algarve de Juventud y Deporte, Luis Romao. Y de nuevo se abren las páginas de una nueva publi-cación, que en esta ocasión viene de la mano de “los libros del estraperlo” de la editorial ayamontina Crecida. “Poesía Joven del Bajo Guadiana” recluta las

amable, del alcalde. Fernández señaló ante los escolares que una de sus prio-ridades es atender los derechos de los menores, lo que le ha llevado a hacer partícipes a los niños del municipio en la toma de decisiones sobre algunos asuntos relacionados con la infancia. Todas las propuestas, quejas y pregun-tas planteadas por los escolares en el transcurso de esta actividad han sido recogidas para su traslado a las distintas concejalías, con el fin de darle solución a cada una de ellas.

Cabe recordar en este sentido que, coincidiendo con el Día Internacional

define cerca de la tierra en la que se asienta, próximo a retamales y bajamar, a fango y garzas a sueño y versos capri-chosos con sus parques naturales.

Palabras que van y vienen y que levan-tan el vuelo entre los asistentes al acto, como lo hacen los autores cada vez que se tiran a tumba abierta entre folios en blanco y líneas paralelas, residencia de nuevos versos y discursos tan dispares. Pero se intuye una enorme satisfacción por escuchar la propia voz de un Eladio fiel a sus principios y de Rúa capaz de ir madurando cada palabra que se va asentando en esas estaciones que escu-pen trenes incapaces de detenerse en el tiempo o de escapar de las prisas.

Una presentación, en la que se ha podido ver entre el público a fieles al discurso de los poemas de ‘Ahínco’ y a pintores, autores de las ilustraciones de los poemas de Rúa. Pero tanto los

nuevas voces de la creativa tanto de una margen como de la otra de este inmenso Guadiana. UN nuevo poema-rio y con ello, se mantiene la creación literaria escapando a corsés e indica-ciones, dando libertad a los nuevos creadores.

En primer lugar es Antonio MIra-vent, miembro de Los libros del Estra-perlo, quien hace una semejanza entre aquellos poetas jóvenes ayamontinos de principio de los 80, cuando de la mano del primer ayuntamiento democrático de Ayamonte, sacan a la luz un poema-rio de poetas Jóvenes. Allí están Eladio Orta, Aurora Cañada, Diego Mesa o León Acosta, hoy líderes de Poetas del Guadiana. Suenan las comparativas cre-adoras de antaño y de hoy. Suenan en la voz de Miravent y abren la ventana de la nostalgia.

Poco a poco, acompañados por las voces mas pequeñas que parecen haber escapado del aula, recitan los poemas de esos Poetas Jóvenes y nos dejan el buen sabor de boca, de quien se reco-noce en la inquietud y en las esencias reivindicativas. Por el micrófono pasan

unos como los otros, satisfechos de un resultado que invita a seguir en la lucha por abrir puertas a creadores de una y otra orilla, bien solos o bien, al amparo de las publicaciones de “Los libros del Estraperlo”. Porque si hoy se presentaban estos poemarios, en los próximos días lo harán otros nuevos, donde voces más jóvenes por un lado y las voces de siempre por otro, se nos mostraran en su más desnuda expresión. Gracias a estos poetas que mantienen la llama encendida de la poesía más actual, en estas tierras del Bajo Guadiana.

Adonai Segura, Enrique Martin o Ana Ontiveros cada uno con su carga emotiva y sus juicios entre rebeldes y sociales. Y de la mano de Pedro Tavares, aparecen Graziela Costa, Ricardo Jerónimo, Sofía Borges y Ana Francisco. Para ellos, la sonrisa de los más pequeños de la clase recitando sus versos. Sus profesoras de antaño, hoy sus compañeras de recitales más recientes. Voces autorizadas y prestigiosas dejándose oír, Paula Laranjo dejando su impronta traída desde Faro y algunas otras llegadas de Tavira y Olhao.

Y en la sala, un público fiel y expectante, capaz de recrearse con cada lectura y de emocionarse con cada verso. Una tarde-noche que ya queda escrita en la memoria de este centro cultural a los pies de unas fortalezas que han soportado el paso del tiempo, como los versos hoy escuchados, que les van a seguir en su camino. Un gozo para nuestra salud cultural y un agradecimiento para tanta inquietud unida en el tiempo y el espacio.

del Niño, el alcalde de Ayamonte se sumó el pasado mes de noviembre a la firma de un acuerdo institucional en defensa de la infancia y la adolescencia, cuyos principales objetivos son el refuerzo de las políticas públicas de protección del colectivo y la mejora de la coordinación entre las distintas administraciones. Una iniciativa en la que participaron, asimismo, la Junta de Andalucía, la Diputación Provincial de Huelva y los restantes Ayuntamientos de más de 20.000 habitantes de nuestra provincia.

Tanto el alcalde como la concejala han señalado que desde el Área de Servicios Sociales del Ayuntamiento de Ayamonte se seguirán desarrollando actividades como ésta, dirigidas a los menores de la localidad.

Sometieron al alcalde a una intensa ronda de preguntas

Una presentación, en la que se ha podido ver entre el público a fieles al discurso de los poemas de ‘Ahínco’

En la sala, un público fiel y expectante, capaz de recrearse con cada lectura

José Luis Rúa

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GRANDE PLANO

Depois de uma reunião a 18 de Dezem-bro entre a ENMC e a AMAL, Paulo Carmona da Entidade de Combustíveis disse que a 12 de janeiro vai ser pro-movida uma conferência na Universi-dade do Algarve “onde estarão todos os concessionários das explorações” na região e convidou “toda a população que queira entrar nesse esclarecimento e num diálogo científico sobre o que se está a fazer” assim como a pedir “escla-recimento junto da ENMC”, garantindo que “as respostas serão dadas no prazo máximo de cinco dias”.

Estas declarações foram feitas à saída da reunião com autarcas algar-vios, a 18 de dezembro e depois destes terem acusado aquela entidade de falta de transparência no processo de concessão da exploração de petróleo. Foram cerca de duas horas e meia de encontro.

ENCM fala em 2020 como data provável para exploração petrolífera

Paulo Carmona afirmou que não foram feitos investimentos em termos de on shore mas que em termos de off shore “já foram investidos perto de 14 milhões de euros no ano passado” e que será feita nova prospecção em Junho e em Setembro.

“Já foram feitos 179 furos em Portu-gal (...) gastos 900 milhões de euros desde 1939 e ainda não se encontrou petróleo em condições para ser explo-rado”.

“Uma plataforma, para fazer um furo, gasta cerca de 60 milhões de dólares e o risco é de 80%”, esclareceu o presidente da ENMC, “eles ainda só gastaram o dinheiro mas o risco é da parte do operador” e garante que “se descobrirem petróleo ou gás, todo o processo de consulta pública seguirá o trâmite normal” e que “não haverá qualquer género de exploração de petróleo ou gás em Portugal antes de 2020” porque é tecnicamente impos-sível.

AMAL e ENCM não se entendem

A reunião, marcada de urgência, entre a AMAL e a ENMC surgiu depois desta contestar, em comunicado, e em resposta célere às acusações de falta de transparência que lhe foram ende-reçadas pelos municípios algarvios, no âmbito de uma posição conjunta.

A ENMC, que diz ter recebido a posi-ção dos municípios “com surpresa”, garante que, apesar de o processo de concessão de pesquisa e prospeção de hidrocarbonetos no Algarve ser

“recente”, colocou “todos os contratos assinados e informações respetivas no seu site, no dia seguinte ao da assina-tura dos ditos contratos”.

Com essa disponibilização no site, a ENMC diz que, enquanto “entidade supervisora e logo primeira responsá-vel pela defesa do interesse nacional e público, procurou desde o primeiro momento garantir todas as condições de transparência e informação insti-tucional”.

De referir que em sede da AMAL os presidentes de todas as autarquias algarvias aprovaram, por unanimi-dade, uma posição pública onde consideraram que “o contrato que foi assinado entre o Estado Português e uma empresa do ramo, para a conces-são de direitos de prospeção, pesquisa, desenvolvimento e produção de petró-leo nas áreas designadas por Aljezur e Tavira, é uma situação que ultrapassa em todos os limites o admissível no que respeita ao direito de acesso à informa-ção, esclarecimento, discussão pública e, acima de tudo, ao respeito que as autarquias merecem”.

No seu comunicado, a Entidade garante, porém, que, “no passado dia 28 de outubro (cerca de um mês e meio antes desta tomada de posição dos municípios), a ENMC enviou ao presidente da AMAL um convite para a realização de uma reunião de traba-lho com todas as autarquias algarvias, para que fossem desenvolvidos todos os canais de informação e esclareci-mento sobre o que está, realmente, em causa nesta concessão”.

Para esta entidade, a reunião com os municípios “foi solicitada de forma atempada, muito antes de qualquer posição pública das referidas autar-quias”.

Na sua forma de ver, isso demonstra-ria “total respeito pelos representantes autárquicos das populações que, real-mente, merecem todos os esclareci-mentos e que não subsista qualquer dúvida que resulte de desinformação ou alarmismo sem justificação”.

Por seu turno, Jorge Botelho, presi-dente da AMAL, garantiu que o convite da ENMC “só foi feito depois de assina-dos os contratos de concessão. Onde está a transparência que apregoam, se não quiseram saber da nossa opinião, enquanto autarcas, previamente?”, questionou.

Quanto à disponibilização dos con-tratos no site da ENMC, que Jorge Botelho salienta também só ter sido feita “depois de assinados esses contra-tos”, sem que os Municípios envolvidos tenham sido «tidos nem achados» de forma prévia. Além disso, considera, “como é que nós havíamos de adivi-

nhar que esses contratos estavam publi-cados no site? Só se andássemos a ver todos os sites, todos os dias…”.

Por isso, sublinha o presidente da AMAL, “não adianta muito à ENMC vir agora falar de transparência”.

De referir que no comunicado de 9 de Dezembro o presidente da AMAL afirmou que “desde 2005 que a AMAL vem acompanhando o processo relativo à eventual exploração de petróleo e gás natural no Algarve, de forma muito atenta e particularmente preocupada com o secretismo em torno deste assunto.

A ausência constante de informação quer aos municípios quer à Comunidade Intermunicipal do Algarve, bem como aos cidadãos algarvios por parte dos sucessivos Governos é injustificável e um dos pecados capitais de todo este processo.”

Jorge Botelho afirma ainda que “coloca as mais sérias e fundamenta-das dúvidas quanto à compatibilização das atividades autorizadas/licenciadas, com os valores ambientais e a biodiver-sidade em presença, nomeadamente em territórios de Reserva Agrícola Nacio-nal, Reserva Ecológica Nacional, Rede Natura 2000 e Parques Naturais.

A mais recente assinatura de con-tactos entre o Estado Português e uma empresa do ramo, para a concessão de direitos de prospeção, pesquisa, desen-volvimento e produção de petróleo nas áreas designadas por Aljezur e Tavira, ultrapassa em todos os limites o admis-sível no que respeita ao direito de acesso à informação, esclarecimento, discussão pública e acima de tudo ao respeito que merecemos, sendo certo que a questão está na opinião pública associada a um alarmismo que não queremos por a nossa região”.

E termina Jorge Botelho: “a AMAL arroga-se desde já a todas as formas legais que lhe assistem para contrariar os processos em curso, com o objetivo de revertê-los.”

ENMC reage

No dia 10 de Dezembro a ENMC con-testou o comunicado da AMAL garan-tindo que foram colocados “todos os contratos assinados e informações res-petivas no seu site, no dia seguinte ao da sua assinatura”. A ENMC diz ainda que enquanto “entidade supervisora e primeira responsável pela defesa do inte-resse nacional e público, procurou desde o primeiro momento garantir todas as condições de transparência e informação institucional”.

De acordo com a ENMC existe “um contrato assinado que se encontra no site da ENMC” que “permite fazer sonda-

Em Janeiro sondagens de petróleo e gás vão ser tema de conferência com concessionárias no AlgarveO mês de dezembro foi intenso no que diz respeito ao tema da exploração de petróleo e gás no Algarve. A polémica instalou-se quando os autarcas algarvios através da AMAL acusaram a Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC) de “falta de transparência” quanto aos contratos assinados para a exploração de combustíveis fósseis na região.

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GRANDE PLANO

gens.” Serão feitas sondagens “no próximo ano, se calhar, ou de aqui a dois ou três anos”. O concessionário desse contrato “vai verificar se há petróleo no Algarve”.

“Os direitos pressupõem obrigações”, continua o presidente da ENMC. Se real-mente descobrirem petróleo, e for feito um estudo de impacto ambiental e esse estudo for negativo, “pura e simplesmente não o podem explorar. Se as populações se objectarem contra isso, como é que eles vão fazer a exploração contra as populações e contra os autarcas? Se o estudo de impacto ambiental der negativo, o concessionário não pode explorar, é posição do contrato”, finaliza.

A opinião dos que se manifestam

No dia da reunião do passado dia 18 estiveram à porta da AMAL, em Faro, mani-festantes contra a exploração do petróleo provindos de várias zonas da região. Esta-vam representadas organizações como Almargem, ASMAA, PALP, Preservar Alje-zur, Quercus, Tavira em Transição, assim como representantes dos moradores da Ilha da Culatra e Ria Formosa e outros cidadãos preocupados com esta situação.

Maria de Fátima Noronha, uma das manifestantes, considera que “após a Cimeira do Clima onde se discutiu a importância das energias renováveis em substituição dos combustíveis fósseis”, é “completamente anacrónico que se esteja a pôr a hipótese da exploração do petróleo em Portugal, sobretudo numa região que vive do turismo e investe no turismo da natureza”. Preocupa-a o processo “com-pletamente abafado”, a população “não está minimamente informada e é vendida como no caso do TTIP, à falácia que isto vai trazer imensos empregos. Não traz, porque tem que haver mão-de-obra especializada, não são as pessoas que trabalham em bares no Verão que vão trabalhar para as pla-taformas de petróleo no resto do ano” e conclui “se as petrolíferas estão envolvidas é porque há um outro interesse por trás. Estas empresas não estão minimamente preocupadas com o impacto ambiental, só estão preocupadas com os seus interesses económicos”.

Jesus Pereira afirma que “se nos preo-cuparmos com o lucro rápido, mais tarde vamos ter que gastar muito mais para reverter as situações criadas. O que foi decidido na Cimeira do Clima já diz um bocadinho isso”.

Miguel Rodrigues confessa que o assusta “tanto a exploração off shore como a in shore. O próprio processo em si, o fracking, é destruidor. Está provado por experiências noutros locais que aquilo que for sujeito ao fracking fica destruído para sempre”. Quanto ao modo como as coisas se têm desenrolado “é normal em Portugal e no resto da Europa: esconde-se o que se está a fazer até que seja praticamente irreversível”

e conclui: “a própria população tem que fazer um esforço para se informar sobre aquilo que lhe diz respeito. Se isto vai para a frente ou não, também depende da população”.

Ricardo Domingos comentava que “dizem que vão fazer uma prospecção controlada. Controlada, ou não. Eles não sabem o que vai acontecer. Existem as placas tectónicas. Se uma dessas placas se desloca o que será feito da cidade de Faro? Da Fuzeta, Olhão, Tavira?”

Por sua vez, Elvira Martins do movi-mento Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP) afiançou que “estão assinados 15 contratos em todo o país e as áreas que estão ainda para concessio-nar são enormes, quatro ou cinco vezes a área de Portugal Continental. Pode-se dizer que é criminoso um país que tem vinte e sete óscares de turismo estar a assinar contratos de concessão com empresas petrolíferas quando o resto do mundo está a abandonar a exploração petrolífera e a substituir por energias renováveis. Inclusive as próprias consul-toras das petrolíferas assim o recomen-dam. Neste momento, o investimento na exploração de petróleo não é rentável. O petróleo está a um valor abaixo e mesmo que subisse não seria rentável. Os custos de exploração estão, cada vez mais, a aumentar” e informa “temos uma peti-ção em discussão na Assembleia da Republica e gostávamos muito que o governo actual tomasse conta, a sério, desta questão e que fizesse mesmo a anulação do decreto-lei 104/94 que tem vinte e um anos, está completamente desatualizado e foi feito exclusivamente para favorecer as petrolíferas”.

Filipe Costa do grupo Preservar Alje-zur está aqui para “mostrar que a popu-lação está com os presidentes de câmara nesta negociação. Queremos mostrar a nossa indignação e o nosso apoio à posição tomada pela AMAL”. Preservar Aljezur pretende “informar a população. Toda esta desinformação não serve a ninguém. Se as populações estiverem informadas não ficarão indiferentes a esta situação”.

O primeiro autarca a sair desta reu-nião foi Rogério Bacalhau, edil farense. “Estamos a falar de prospecções apenas e não de exploração”, afirmou, “agora se essas prospecções forem positivas, o que vem a seguir é a exploração”. Consi-dera que “são muitos milhões em inves-timentos mas para a população só fica a parte negativa. Não nos foi apontado nenhum factor positivo para o Algarve nem para o país”.

Jorge Botelho manteve-se perentório: “os autarcas estão contra a exploração de petróleo no Algarve. Essa é a linha que temos seguido e que, consciente-mente, continuamos a seguir”.

Em Janeiro sondagens de petróleo e gás vão ser tema de conferência com concessionárias no Algarve

Em ExecuçãoApresentação da situação atual de pesquisa e exploração de recursos petrolíferos em Portugal

Concessões e ContratosO direito ao acesso e exercício das atividades de prospeção, pesquisa, desenvolvi-mento e produção de petróleo é subordinado a um único título - Contrato de Con-cessão (e Adenda(s) respetiva(s)), contemplando todas as fases de atividade. No que respeita à zona imersa profunda (profundidade de coluna de água superior a 200 metros), o modelo de contrato foi definido no âmbito do Concurso Público Internacional de 2002 para atribuição de áreas de concessão na zona imersa profunda e de acordo com o Decreto-Lei 109/94, de 26 de abril.Onshore - Bacia Lusitânica: 3 Áreas A Australis Oil & Gas Ltd. requereu a atribuição de três concessões, mediante Negociação Direta.Os contratos de concessão das áreas denominadas “Batalha” e “Pombal” foram assinados, em 2015/09/30, com a empresa Australis Oil & Gas Portugal.Onshore - Bacia do Algarve: 2 ÁreasOs contratos de concessão foram assinados, em 2015/09/25, com a empresa Portfuel, petróleos e gás de Portugal Lda.Deep-Offshore - Bacia do Alentejo: 2 ÁreasA Kosmos Energy LLC requereu a atribuição de duas concessões, mediante Nego-ciação Direta.Deep-Offshore - Bacia do Algarve: Áreas “Sapateira” e “Caranguejo”Os contratos de concessão foram assinados, em 2015/09/04, com o consórcio Repsol / Partex. Deep-Offshore - Bacia do Algarve: Áreas “Lagosta” e “Lagostim”Os contratos de concessão foram assinados, em 2011/10/21, com o consórcio Repsol / RWE. Desde 2012/09/13, por Adendas aos contratos, estas concessões são detidas pelo consórcio Repsol / Partex.Deep-Offshore - Bacia de Peniche: Áreas “Camarão”, “Amêijoa”, “Mexilhão” e “Ostra”Os contratos de concessão foram assinados, em 2007/05/18, com o consórcio Petrobras / Galp / Partex.Desde 2013/05/18, por Adendas aos contratos, estas concessões são detidas pelo consórcio Repsol / Galp / Partex.Deep-Offshore - Bacia do Alentejo: Áreas “Lavagante”, “Santola” e “Gamba”Os contratos de concessão foram assinados, em 2007/02/01, com o consórcio Hardman / Galp / Partex.Em 2010/03/25, por Adendas aos contratos, estas concessões passaram a ser detidas pelo consórcio Petrobras / Galp.Em 2014/02/01, por Adendas aos contratos, estas concessões passaram a ser detidas pela empresa Galp.Desde 2014/12/18, por Adendas aos contratos, estas concessões são detidas pelo consórcio ENI / Galp.

Prospeção e Pesquisa de Petróleo 2015/16Deep-Offshore:Bacia do Alentejo: 1 sondagem de pesquisa a realizar pelo consórcio ENI / GalpBacia do Algarve: 1 sondagem de pesquisa a realizar pelo consórcio Repsol / Partex.

Como aceder aos dados de pesquisa?Os dados de prospeção e pesquisa resultantes da atividade de empresas que operaram em Portugal, ao longo dos anos, estão disponíveis nas instalações da ENMC.

Recomendação da Comissão:No âmbito da RECOMENDAÇÃO DA COMISSÃO de 22.1.2014 relativa a princípios mínimos para a exploração e a produção de hidrocarbonetos (designadamente gás de xisto) mediante fracturação hidráulica maciça, informa-se:o Número de projetos de poços concluídos e planeados que envolvem fracturação hidráulica maciça: Nenhum.o Número de licenças concedidas, os nomes dos operadores envolvidos e as con-dições de licenciamento: Nenhum.o Estudo da situação inicial realizado nos termos dos pontos 6.1 e 6.2, assim como os resultados da monitorização efetuada nos termos dos pontos 11.1, 11.2 e 11.3, alíneas b) a e): Nenhum.Nota: Foi estabelecido um grupo de trabalho para preparação de um documento de práticas recomendadas a serem seguidas durante as atividades de pesquisa/produção de “gás de xisto”.

Fonte: ENMC

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LOCAL

O Município de Alcoutim celebrou com a Direção Regional de Agricul-tura e Pescas do Algarve (DRAPALg) um protocolo de utilização do piso 0 e piso 1 do edifício denominado Núcleo de Alcoutim da DRAPALg. O protocolo prevê a utilização do espaço para o funcionamento de estruturas de apoio operacional no piso 0, arquivo e outras afetações de caracter administrativo no piso 1, ficando a Câmara Municipal responsável pela execução de obras de conservação e manutenção do edifício, assim como a limpeza diária e suportar

Durante os próximos dois anos, Francisco Amaral, na qualidade de Presidente da Odiana irá pre-sidir a ATBG, entidade gestora do programa DLBC-RURAL no Baixo Guadiana que vem dar continui-dade à abordagem LEADER. A gestão deste instrumento finan-ceiro acarreta responsabilidades acrescidas, nomeadamente ao nível da coordenação da parce-ria: 63 entidades (35 privadas e

28 públicas) e do Órgão de Gestão (7 entidades).A salientar que o DLBC aprovado para o Baixo Guadiana, no pas-sado mês de Agosto, centra-se em comunidades e agentes eco-nómicos, sociais e institucionais intervenientes nos processos de desenvolvimento rural e competiti-vidade da economia de base rural (abordagem LEADER – DLBC Rural integrado no PDR 2020). A meta é

promover uma resposta aos eleva-dos níveis de desemprego, através da dinamização económica local, do estímulo à inovação social e à busca de novas respostas à pobreza e exclusão social.Recorde que a ATBG instituiu-se, em Outubro de 2001, para dar coerência e aproveitar as oportu-nidades do programa de iniciativa comunitária LEADER +, dinami-zando o tecido empresarial, atra-

vés de apoio técnico, planificação de candidaturas e respetiva gestão. Saiba-se que a ATBG é constituída pela Associação Odiana, a Associa-ção Alcance em Alcoutim e Asso-ciação de Defesa do Património de Mértola, sendo que a presidência da entidade é rotativa.A ATBG está sedeada na vila de Alcoutim e procura dar resposta às possibilidades e propostas de investimento que possam benefi-

ciar a região. Entre 2002 e 2014 destacam-se mais de 200 projetos concluídos e cerca de uma centena de novos postos de trabalho cria-dos, gerindo uma ajuda pública que atingiu quase os 9 milhões de euros (para um total de investi-mento de cerca de 15 milhões).Saiba mais em: www.atbai-xoguadiana.pt ou www.facebook.com/terrasbaixo-guadiana

O Revelim de Santo António e o Jardim Andaluz, localizados na vila de Castro Marim foram vandalizados no mês de Dezembro. Para além de “veementes os atos de vandalismo” a câmara municipal de Castro Marim fez desde logo saber que “traduzindo a preocupação e interesse de todos os castromarinenses em ver este problema resolvido (…) apresentou queixa às autoridades competentes, pretendendo levar o caso a sede judicial própria”.

2016 já tem um calendário a partir das paisagens da sempre encantadora Cacela Velha. Trata-se de uma iniciativa da ADRIP. As fotografias sãode Agostinho Gomes, Fatinha Afonso e Jorge Araújo. A edição de fotografias Jorge Araújo. A impressão da Editora Guadiana Lda.O lucro da venda, reverterá para o pro-jecto Museu Aberto da Ria e tem um custo de 5€. Mais informações em: http://adripcacela.blogspot.pt/p/museu-aberto-da-ria.html

as despesas de água e luz de todo o imóvel. O piso 2 irá manter o normal funcionamento do Núcleo de Alcoutim da DRAPALg, o qual corresponde ao piso térreo da frente do edifício. O Presidente da Câmara Municipal, Osvaldo dos Santos Gonçalves, refe-riu que com este acordo o município reforça “junto da DRAPALg o desejo em continuar com este edifício ao dispor da população, promovendo a sua utilização e com a oferta contínua dos serviços de apoio que são essen-ciais para a população”.

Município de Alcoutim e Ministério de Agricultura celebram acordo

Odiana assume presidência da Associação Terras do Baixo Guadiana

Atos de vandalismo no Revelim de Santo António e Jardim Andaluz

Calendário reverte para Museu da Ria

O município de Castro Marim mostrou-se empenhado em fazer justiça contra este atos

O protocolo prevê a utilização do espaço para o funcionamento de serviços municipais

A Odiana, enquanto sócia da Associação Terras do Baixo Guadiana (ATBG) assumiu, no último dia 23 de Dezembro, a liderança da entidade. Meta até 2018 é a continuidade da abordagem LEADER.

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LOCAL

Autarquia de Castro Marim reduz IMI a famílias com filhos

Apoio social leva maior fatia do bolo orçamental de Castro Marim

O Município de Castro Marim aprovou a concessão de descon-tos no Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) para as famílias que têm filhos. A medida com entrada em vigor prevista este ano de 2016 “vem trazer maior equi-dade e justiça na cobrança deste imposto municipal, relevando a necessidade das famílias numero-sas terem uma casa maior”, diz o município em comunicado.

E acrescenta que “a taxa de IMI do Município de Castro Marim mantém-se nos 0,40%, mas em 2016 as famílias com filhos terão então direito a descontos: 10% para as que têm um dependente, 15% para as que têm dois e 20% para as que têm três ou mais dependentes”.

Segundo a explicação do exe-cutivo liderado por Francisco Amaral “a aplicação de uma taxa de IMI mais reduzida a famílias

Foi aprovado, em Assembleia Muni-cipal realizada no passado dia 27 de novembro, sem votos contra, o Orça-mento e as Grandes Opções do Plano do Município de Castro Marim para 2016, que se centra, na senda do ela-borado para 2015, no apoio social às famílias mais necessidades e às classes sociais mais vulneráveis e na continui-dade do abastecimento de água a toda a população do concelho. Para 2016 prevê-se então um valor global de 13.344.360€, dos quais 3.300.797€ são despesas de capital, que representam 25% do Orçamento.

Assumidas estão obras de grande peso, como o abastecimento de água a todas as povoações, a Praia Fluvial de Odeleite, o alargamento da queijaria do Azinhal, a modernização do Mercado Municipal de Altura, a modernização administrativa dos Serviços Munici-pais, a pavimentação de arruamentos em Castro Marim, Monte Francisco e Junqueira, o arranjo paisagístico do cais na Foz de Odeleite, o Largo Paco de Lucía, em Monte Francisco, entre algumas outras em que a autarquia será parceira ativa e colaborante, como a conclusão do Lar de Altura, da Associa-ção Cegonha Branca, ou a criação do Lar de Alzheimer em Castro Marim, da

numerosas encontra-se com a política de apoio social às famí-lias praticada pelo município cas-tromarinense, que tem vindo a ser reforçada”.

Além da redução do IMI, esta autarquia concede apoios à recu-peração de habitações, atribui o cartão do idoso, com redu-ção em várias taxas municipais, entre outros auxílios, as bolsas de estudo e implementou vários serviços no sentido de trazer mais qualidade de vida a todos os munícipes, como a Unidade Móvel de Saúde, com médico permanente, e o Castro Marim Consigo, um serviço gratuito de ajuda ao domicílio.

De referir que medidas como esta contribuíram para que Castro Marim fosse reconhecida, pela terceira vez consecutiva, distinguido como “Autarquia + Familiarmente Responsável.

Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim.

“Inovação e uma verdadeira enge-nharia financeira”, sustentada na materialização de candidaturas ao novo Quadro Comunitário de Apoio, “Portugal 2020”, é a orientação desta autarquia para concretizar projetos sonhados e sentidos como imprescin-díveis para Castro Marim.

A ação social, a saúde e a educação serão, no entanto, as maiores preo-cupações da Câmara Municipal de Castro Marim para 2016. O reforço do apoio social às famílias, arreigado no ano corrente, deverá manter-se, afinando o espectro das medidas já implementadas, como os apoios à recuperação de habitações, a Unidade Móvel de Saúde, agora com médico permanente, o Cartão Social, alargado ao dobro das famílias, a atribuição de bolsas de estudo, entre muitas outras medidas autárquicas, que fazem deste município um dos 41 distinguidos pelo prémio “Autarquia + Familiarmente Responsável”.

Nas áreas da cultura, desporto, recreio e lazer, a garantia de que será mantida toda a programação afirmada ao longo dos anos, com especial enfo-que nos Dias Medievais em Castro

Marim, “a marca mais internacional de que dispomos e queremos poten-ciar e que, face à experiê4ncia de 2015, obrigam a uma maior racionalização de ativos e otimização de rendimentos”, pode ler-se no enquadramento estraté-gico do novo orçamento autárquico.

“Enterrar a cabeça na areia não é comigo, julgo que estamos perante um

orçamento realista, com os pés assentes na terra, sem megalomanias ou sonhos irrealizáveis. Este orçamento acode às situações mais urgentes, porque, no fundo, o mais importante é trazer mais qualidade de vida aos munícipes”, decla-rou o presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, Francisco Amaral, na aprovação do documento.

A medida atribui descontos para famílias com filhos

Esta tendência tem marcado o desempenho do executivo liderado por F. Amaral

A taxa de IMI do Município de Castro Marim mantém-se nos 0,40%, mas em 2016 as famílias com filhos terão então direito a descontos.

Nélia Mateus responde “a mentiras da Comissão Política do Partido Socialista de Castro Marim”

Depois do comunicado do Partido Socialista de Castro Marim que dava conta que esta concelhia retirava a confiança política a Nélia Mateus, presidente da Junta de Freguesia de Altura, por esta ter aceite o cargo de adjunta do presidente da câmara muni-cipal de Castro Marim, eleito pelo PSD, a visada fala em “triste comunicado” [do PS] onde diz que constam “um conjunto de mentiras para confundir os cas-tromarinenses.

Nélia Mateus acusa mesmo que nunca sentiu que o PS de Castro Marim confiasse na sua pessoa enquanto autarca eleita pelo partido. “Acusa-me a comis-são política dso PS de que o IRS dos castromarinenses irá ser agravado no próximo ano em 5%. Esta afirmação não é ver-dadeira pois o IRS não vai ter qualquer acréscimo”, assegura Nélia M. Quanto à acusação dos socialistas de que Nélia Mateus teria impedido que fosse fixado nos 0,35% o valor na taxa de IMI, a autarca garante que essa proposta não existiu em sede de Assembleia Municipal onde tem voto na matéria. Lembrando que aqui foi presente a proposta de câmara municipal para a fixa-ção de 0,4% para 2016 com uma redução para as famílias com um ou mais descendentes. Nélia Mateus diz que votou em consciência (…) tal como no ano passado fizeram todos os elemen-tos da Assembleia Municipal e os vereadores da câmara municipal eleitos pelo PS”.

Nélia Mateus não coloca o cargo de presidente de junta de freguesia à disposição tal como sugeriam os socialistas castroma-rinenses em comunicado.

Política

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DESENVOLVIMENTO

A sazonalidade foi o destaque do painel dedicado ao Algarve no último dia do congresso da APAVT, com todos os participantes a reco-nhecerem que não há forma de eliminar o problema, mas apenas de o gerir. Sob o tema «O Futuro do Algarve» o debate contou com a participação de Desidério Silva (Turismo do Algarve), Carlos Costa (Grupo Nau), Mário Candeias (Grupo Pestana), Gilberto Jordan (Grupo André Jordan), e a mode-ração de Duarte Correia, ex-TUI Portugal e agora administrador da Scenic Tours.

Tendo como permissa «O Algarve tem Turismo a mais ou outras acti-vidades económicas a menos?», Carlos Costa fez um retrato do Algarve onde apontou diversas fragilidades.

“Os principais problemas do Algarve são problemas de produto, sazonalidade, recursos humanos, acessibilidades aéreas e problemas financeiros e sociais”, elencou.

Considerou a sazonalidade o principal problema do Algarve, lem-brando que vai “continuar a existir” e que “não há forma de eliminá-la”, sendo que a maior parte das empre-sas “gere a sazonalidade, mitigando onde é possível.” As causas para este problema são, naturalmente, o clima e as razões sociológicas, que dizem respeito, por exemplo, aos períodos de férias dos consumidores.

A sazonalidade tem como con-sequência “a rentabilidade e o encerramento de unidades; a preca-riedade laboral e qualidade de ser-viço”. Na opinião de Carlos Costa, os principais produtos do Algarve são o Sol& Mar e Golfe (época de Março a Abril e Outubro) e, apesar da existência de outros produtos, estes “nunca serão suficientes para ocupar a oferta hoteleira que temos durante todo o ano”.

As dificuldades de contratação de mão-de-obra, sobretudo qualificada, são também um problema para o sector, que tem como consequência o recurso “ao trabalho temporário e outsourcing e mão-de-obra pouco qualificada”, afirma.

Já quanto ao problema da aces-sibilidade aérea, o responsável des-taca a insuficiência de voos na época baixa e recorda o que aconteceu nos últimos anos com a descida do peso da operação charter para o destino. “Há 20 anos, o Algarve tinha ope-ração charter que assegurava 80% dos turistas para o Algarve, agora representa 10%, por causa do sur-gimento das low-cost. Consequên-cia? Redução de dormidas e estadia média. Algumas destas viagens foram deslocalizadas para outros destinos, nomeadamente de cida-des, o que explica também o cresci-mento desses destinos. Também em

consequência das low cost o viajante tornou-se independente.”

Carlos Costa deixou ainda algu-mas propostas para atenuar os problemas do Algarve, como a captação de mais empresas, não só de Turismo; atrair mais residen-tes; um programa de investimento público que contemple, por exem-plo, a requalificação da EN125; um programa de captação de investi-mento entre públicos e privados; a eliminação de barreiras à entrada de empresas e até mesmo à saída, porque ajuda ao rejuvenescimento do tecido empresarial; alteração da legislação laboral, adequada à reali-dade turística; e trabalhar na capta-ção de grandes eventos. No caso dos eventos, Carlo Costa deu o exemplo do Grupo Nau Hotels & Resorts, que recebeu, em 2014, um evento da Mercedes, tendo gerado, de janeiro a abril, cerca de 40 mil dormidas e 40 mil refeições em quatro unidades do grupo no Algarve. Em 2016, os hotéis da Nau vão voltar receber um evento, desta vez da Volkswagen, que prevê 23 mil dormidas e mais de 120 mil refeições na Herdade dos Salgados.

Por sua vez, Mário Candeias apre-sentou uma visão muito alternativa acerca da sazonalidade. Começando por dizer que “a questão da sazo-nalidade tem acompanhado todos os destinos do mundo”, o gestor hoteleiro defende que é preciso “entender e trabalhar a sazonali-dade como um indicador”, para poder responder a questões como “temos muito ou pouca sazonali-

dade? É mau? Para aumentar o PIB devemos aumentar ou reduzir a sazonalidade?”

Para entender e desmistificar o problema da sazonalidade, Mário Candeias recorreu a alguns núme-ros. “O mundo consome de forma sazonal. A taxa mundial de sazona-lidade é 32% contra os 37,1% de Portugal”. Olhando para o mercado português, o responsável tira ainda algumas conclusões: “O mercado nacional tem aumentado a sazo-nalidade a um ritmo superior ao estrangeiro (três vezes mais) para o Algarve.”

Mário Candeias lançou ainda para a discussão a ideia que “aumentar a sazonalidade não é necessariamente mau, se o 3º trimestre for melhor trabalhado. (…) As empresas querem é opti-mizar e rentabilizar os doze meses do ano. A sazonalidade existe e é dificilmente atenuada. Temos de optimizá-la. Como é que isso se faz? Por um lado, com mais infor-mação sobre os clientes (business intelligence) e trabalhar o preço e o branding do destino”.

A necessidade de requalificar a oferta foi a tónica da intervenção de Gilberto Jordan, que partilha da opinião que a sazonalidade é uma questão de gestão. Por sua vez Desidério Silva apontou a falta de reconhecimento da importância do Algarve na economia do país. Para o presidente da Turismo do Algarve, o destino tem sido “des-considerado e desqualificado”, dando como exemplo a EN125. O

responsável lamentou ainda que “muitas das propostas que fazemos não se enquadram nos apoios dis-poníveis”.

Da assistência vieram alguns comentários. A começar por Vitor Neto que considera que o Algarve tem, sobretudo, um problema estru-tural. “Não temos turismo a mais, temos outros sectores a menos. É necessário pensar o Algarve em termos estratégicos para o futuro, com uma visão integrada. Temos um problema político. A importân-cia do Algarve para a economia não é reconhecida e não temos um instrumento político de gestão da região, ao contrário da Madeira, Açores e Lisboa, que está ao pé do poder central.”

Decréscimo da operação turística para o Algarve

Duarte Correia falou da operação turística para o Algarve. “Houve uma substituição de tráfego de charters para low cost e deixou de ter interesse para os operadores operar para o Algarve. Os operado-res deixaram de assumir tanto risco nas companhias aérease, nesta fase, a missão de ter mais operação turís-tica é difícil”.

No entanto, o ex-responsável da Tui Portugal, considera que Portu-gal vai ter mais operação turística em 2016, mas por causa dos pro-blemas dos outros países. “Vamos ter maior tráfego em 2016 porque não existem destinos abertos.”

Congresso teve vários olhares

O presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira afirmou que o 41º Congresso da associação, que decorreu no Algarve, olhou “de diferentes maneiras e com dife-rentes personalidades, para vários futuros”.

O dirigente, que discursava na sessão solene de encerramento do congresso da APAVT fez um balanço do programa científico e dos temas que foram discutidos, já que não houve o formal documento das conclusões.

O futuro da chamada economia partilhada, “que ainda mal come-çou a ter um papel relevante na cena turística, e já é conhecida por um nome tão antigo e desajustado”, foi um dos painéis do congresso que, segundo Costa Ferreira “é cer-tamente uma realidade que veio para ficar, e no seio da qual, natu-ralmente, se encontram também algumas oportunidades para a dis-tribuição. Mas também se falou do futuro da TAP “onde se fica com a ideia de que nos salvámos de um grande problema, para logo nos colocarmos perante uma série de desafios importantes, que apenas serão superados com uma coope-ração estreita entre a companhia aérea nacional e os agentes de viagens”. Neste âmbito, a conversa com o presidente da TAP, Fernando Pinto, “permitiu sustentar a ideia de que a relação entre a TAP e as agências de viagens se manterá forte e plena de vitalidade”.

O futuro da indústria aérea, não foi igualmente esquecido neste con-gresso. Para o presidente da APAVT, mais uma vez “obrigará a novos ajustamentos, aprendizagem, adap-tação, por parte de toda a comuni-dade dos agentes de viagens”.

Pedro Costa Ferreira realçou ainda que “muitos constrangi-mentos foram apontados, muitas dificuldades foram identificadas, muitos desafios foram mencio-nados. Mas, também aqui, fica a sensação de que, todos juntos, saberemos identificar a direcção do êxito, independentemente do facto de todos sabermos que a identidade e a individualidade de cada um de nós determinará meios e velocida-des diferentes, ao trilharmos essa mesma direcção”, quando se falou do futuro do Algarve e do turismo português.

A finalizar a sua intervenção, o dirigente expressou a todos os stakeholders do turismo, que a APAVT estará sempre disponível para colaborar activamente em empreendimentos conjuntos que agreguem valor ao destino e que valorizem o nosso mercado”.

Setor diz que é impossível eliminar problema da sazonalidade

Congresso Nacional em Albufeira acolheu diversas perspectivas de negócio das Agências de Viagem

CONGRESSO APAVT

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JANEIRO 2016 | 13

“Os ayamontinos têm muito a aprender com os portugueses no que diz respeito à relação de vida com o rio Guadiana”Alberto Fernández é o alcalde de Ayamonte depois de umas eleições que colocaram pela primeira vez naquele ayuntamiento um alcalde do Partido Popular (PP). A 24 de maio passado o PP transformou-se na força mais votada, tirando a cadeira ao PSOE. Em entrevista ao Jornal do Baixo Guadiana Alberto F. dá-nos conta da dívida municipal que ascende aos 50 milhões de euros, dos salários dos funcionários que agora são pagos a tempo e horas e conta-nos sobre projetos de futuro, tendo como prioritária a requalificação ribeirinha através de fundos comunitários.

Grande EntrevistaAlberto Fernández Alcalde de Ayamonte

Texto e fotos: José Luís Rua com Susana H. de Sousa

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14 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JANEIRO 2016

GRANDE ENTREVISTA

Jornal do Baixo Guadiana (JBG): O ano de 2015 fica mar-cado pela obra de desassorea-mento do barra do Guadiana. As cerimónias de inauguração tiveram lugar no lado espanhol, com entusiasmo dos autar-cas das duas margens. O que representa para si este desas-soreamento no plano de desen-volvimento de Ayamonte?

Alberto Fernández (AF): Esta é uma obra de tremenda importância e que muita falta fazia para o desenvol-vimento de Ayamonte. Como gosto de dizer, a maior parte do «PIB local» vem do mar. E antes desta obra tínhamos grandes restrições no sector da pesca e da náutica de recreio pela falta de navegabilidade. Sabemos que esta é uma obra temporária, porque a barra irá novamente assorear… Entretanto, a dragagem do porto desportivo de Ayamonte também já foi feita. Estas são duas obras que de um modo directo e indirecto vão potenciali-zar o sector da pesca e incremen-tará o nicho do turismo náutico em Ayamonte.

É importante salientar que vamos baixar ainda mais os preços para atra-camento no porto desportivo. Assim teremos um rio navegável e a preços competitivos. Temos ter consciência que o turismo náutico é uma das gran-des apostas com um crescimento que é feito a partir do rio Guadiana. Sei que esta é também uma convicção dos presidentes do lado português e que connosco compartem o Guadiana.

JBG: Une-vos [neste caso Castro Marim, Vila Real de Santo António e Ayamonte] uma Eurocidade que tem de ter prioridades comuns…

AF: Claro, esse é o caminho da Eurocidade do Guadiana. Temos de ter consciência das potencialidades e fragilidades comuns. Lembremo-nos que os municípios que compõem esta eurocidade pertencem a dois extre-mos. Nós somos um extremo da Andaluzia e Castro Marim e VRSA extremo do Algarve. Temos de nos unir. Finalmente, estão a ser apro-vados os estatutos da eurocidade do Guadiana [a 18 de dezembro de 2015 em Ayamonte e meados de Janeiro em Castro Marim e VRSA]. Seremos convertidos num agrupamento, com personalidade jurídica, o que nos dará mais força. Não nos esqueçamos que em toda a Europa apenas existem sete eurocidades… Existe um conjunto de potencialidades que temos de apro-veitar.

JBG: E estamos a falar, con-cretamente, de que tipo de benefícios para os cidadãos,

neste caso eurocidadãos?! ...AF: Desde logo é importante que

enquanto agrupamento a eurocidade tenha acesso directo a fundos euro-peus que de outra forma era inviável. Acreditamos que em união ganhamos escala e que o desenvolvimento será mais célere e efetivo. Por exemplo, em Portugal temos o caso do rio Douro que se desenvolveu graças a uma dinâmica intermunicipal, tendo sido muito beneficiado o setor do turismo, que por sua vez alavancou outros setores.

Para a Eurocidade do Guadiana queremos criar uma rede circular de transportes que envolva a rede viária e fluvial, estando a ser estudado um bilhete único.

Ao nível da saúde queremos envol-ver protocolos a partir da Junta da Andaluzia e da Comissão de Coorde-nação e Desenvolvimento Regional do Algarve que permitam aos cidadãos aceder aos serviços do setor público disponíveis de um lado e outro.

Sem autonomia para atuar e aceder a fundos comunitários é como que estar a construir uma casa pelo telhado. Temos de ter as bases sólidas para avançar.

No total são 30 km de praia e cerca de 1 milhão e 300 mil dormi-das por ano. É preciso reposicionar a eurocidade do Guadiana, comunicá-la, divulgar ao mundo, junto dos princi-pais operadores turísticos. Para isso há que criar uma marca e vender os seus produtos. Tudo isto levará cerca de um ano a ganhar corpo.

JBG: E no campo do turismo, Ayamonte é bastante penalizado pela sazonalidade também. O que está a ser feito para mini-mizar esse impacto?

AF: Estamos a lutar contra a sazo-nalidade; para isso já falámos com os hoteleiros. Temos o caso da Isla Canela em que os hotéis são propriedade de uma empresa e que esta já está sensi-bilizada para chegar a acordo com os arrendatários que exploram aquelas unidades hoteleiras de modo a ajus-tarem os preços de acordo com os níveis de ocupação para tornar mais sustentável o negócio e permitir que os hotéis estejam abertos mais tempo ao longo do ano. Tanto em Isla Canela como na Punta Del Moral estão a ser fechados acordos neste sentido.

Por exemplo, em 2014 e 2015 temos casos de hotéis que abriram apenas seis meses e que em 2016 perspetivam estar a funcionar entre Março e Outubro. Temos de negociar com os operadores turísticos, que são a chave de tudo isto….Há que nego-ciar com eles porque as cadeias hote-leiras estão a 15 km da autoestrada.

Possivelmente, teremos de encontrar formas de financiar os transfer dos operadores turísticos para aumentar as vendas e tornar atrativo o destino. São várias as hipóteses que estão em cima da mesa…

JBG: Recentemente Alcoutim inaugurou a obra de navegabi-lidade do rio, com balizamento e alguma dragagem, entre a vila e a Ponte Internacional do Guadiana. Não esteve pre-sente nesta efeméride qualquer representante de Ayamonte. Alguma razão em especial?

AF: Na verdade houve uma con-fusão da parte da organização que não nos permitiu agendar a presença. Esse foi o único motivo. Para nós é de grande importância esta obra e reconhecemos o potencial que tem para o desenvolvimento do Guadiana. Aliás, tenho excelentes relações com meu colega de Sanlúcar de Guadiana e sei que este balizamento é bastante relevante para o seu incremento eco-nómico, bem como de todas as locali-dades que ladeiam o Guadiana.

JBG: Estamos no primeiro terço de vida do atual quadro comunitário de apoio, sendo que a 18 de dezembro termi-nou a data para a entrega da primeira chamada no âmbito do INTERREG V A. Quais são as prioridades de Ayamonte?

AF: Estamos focados num pro-jeto que consideramos estruturante e que é o desenvolvimento urbano de toda a linha do Guadiana. Nesse campo temos que aprender muito com os portugueses, sendo que o caso de Vila Real de Santo António é flagrante. Os vilarealenses sempre viveram voltados para o rio e no caso de Ayamonte a margem ao longo do rio não é das imagens mais bonitas que podemos ter… Queremos levar a cabo uma requalificação ribeirinha em que os acessos aos centro se façam pela margem. A nossa estratégia passa por viver mais para o Guadiana do que até aqui.

JBG: Em que situação se encontram os ordenados dos funcionários do Ayuntamiento, depois de últimos anos muito conturbados a esse nível?

AF: Estão em dia. JBG: Essa regularização está

a levar ao endividamento do ayuntamiento?

AF: Não, nem um euro. Quando entrei no ayuntamiento assinei um crédito de 4 mihões e 200 mil euros que já tinha sido deixado preparado pelo anterior alcalde.

JBG: Qual é a dívida real do ayuntamiento de Ayamonte?

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GRANDE ENTREVISTA

AF: 53 milhões de euros.JBG: E como se pode pagar?AF: Não se pode pagar.JBG: Significa que o municí-

pio irá à bancarrota?AF: Não vamos à bancarrota…

Sou o único alcalde de Espanha, pelo menos essa é a informação que tenho, que não delegou as competências de Economia e Finanças em nenhum consejal [equivale a um vereador em Portugal]. E fi-lo porque sabia que era muito complicado ter a cabeça fria para gerir uma dívida desta dimen-são; sabendo que temos de encontrar forma de sobreviver…

JBG: O excesso de recursos humanos do ayuntamiento sobrecarrega a economia local?

AF: Ayamonte não está sobre-dimensionado quanto a pessoal. Há ayuntamientos da Provincia de Huelva mais pequenos que o nosso e que têm mais trabalhadores…

JBG: Os cortes nacionais estão a afetar Ayamonte?

AF: Não estão porque a economia municipal não depende dos cortes nacionais, mas sim da distribuição dos impostos que nos correspondem por lei.

JBG: Mas com as eleições nacionais recentes [20 Dezem-bro] se o PP tivesse perdido podia influir negativamente a nível local já que nem a Dipu-tacion Huelva nem Junta de Andaluzia são PP?...

AF: Sim poderia porque não tería-mos o mesmo acesso rápido às instân-cias superiores em Madrid…

JBG: Está prevista uma subida de impostos em Janeiro?

AF: Não. Aprovei uma baixa de impostos e taxas há três meses.

JBG: Em que ponto se encon-tra a requalificação da praia de Isla Canela?

AF: Esse é o tema que mais me tira o sono…

JBG: E qual a solução?AF: A única solução para que não

se complique ainda mais depende de Portugal… Há 40 anos o Governo de Portugal construiu a barra. Para nós seria importante que houvesse uma redução da barra porque a força da água arrasta as areias que se acumulam em frente e reduzem o tamanho daquela importante praia de Ayamonte.

JBG: Foi solucionado o pro-blema que existe em determi-nados pontos de Ayamonte que sofrem inundações quando chove muito?

AF: Neste caso até que não chova não se sabe onde está o problema.

O único que surgiu foi em São Fran-cisco porque não estava bem limpo e na rotunda das bandeiras, na zona de praia no sentido Portugal. Aqui a única solução seria levantar as ruas e fazer nova canalização…

JBG: Quanto à estrada de Punta Del Moral quando estará terminada porque como está não dá para circular em nenhum dos sentidos…

AF: Em Novembro de 2016 estará terminada. Contudo, na Semana Santa e no Verão vai ser assegurado que existe um sentido a funcionar para permitir aquele acesso.

JBG: Significa que vamos estar um ano inteiro sem qual-quer acesso naquela estrada quando poderíamos ter já um sentido a funcionar, porque os trabalhos que estão a ser feitos neste momento são mínimos?

AF: Não podemos ter por questões de segurança e não podemos fazer de outra forma. Existe um plano de segu-rança que impõe que assim seja.

JBG: Houve uma auditoria externa feita ao ayuntamiento. Em que ponto se encontra? …

AF: Está feita e entregue a audito-ria urbanística, mas nenhum partido a tornou pública. Eu não a tornei pública, pois tenho-a para minha informação de forma a comparar com os dados que detenho.

JBG: E qual a finalidade de auditoria atual?

AF: Saber o que se fez ao dinheiro…

JBG: Mas vai chegar-se ao final e saber realmente o que se passou com o dinheiro?...

AF: É uma auditoria económica e quando soubermos os resultados daremos conhecimento. Desde o ano de 1995, sensivelmente, até, também sensivelmente, 2007 40% de tudo o que se construiu na província de Huleva foi-o em Ayamonte. Depois de isso tudo eu herdo um ayuntamiento com 50 milhões de euros de dívida... Tenho que saber o que se passou com o dinheiro.

JBG: Woody Alen tem uma frase que diz que o poder corrompe. O que gostaria de comentar em relação a esta afirmação?

AF: Não tem de ser assim, é triste pensar que assim é. Eu não me con-formo com essa ideia. Eu já fui parla-mentar andaluz que é o que todos os alcaldes querem ser. Onde ganhava o dobro, aliás em toda a minha vida nunca ganhei tão pouco. No ayun-tamiento existem 40 trabalhadores que ganham mais que o alcalde… Eu tenho a convicção que é impor-

tante servir as pessoas e é isso que me motiva nesta função.

JBG: E como está o empreendimento Costa Esuri que tem arrastado no tempo a imagem de uma «Ayamonte Fantasma»?

AF: Neste momento a empresa está em liquidação. Está tudo parado como sabemos. A Costa Esuri vai ter de ser vendida a um preço baixo e quando isso acontecer pode ser que a situação avance e haja um desen-volvimento positivo.

JBG: Como vê o caso das portagens na Via do Infante e a luta dos vizinhos algarvios para a sua suspensão. Sendo que existem grandes falhas na informação para quem entra em Portugal via Espanha?

AF: Estamos solidários com todos os algarvios. Choca-nos, particular-mente, que haja informação errada e que leve muitos automobilistas a pensar que se paga para ir para o Baixo Guadiana, quando sabemos que isso não é verdade e que se pode circular no troço da A22 até Altura… Depois a forma de paga-mento também está muito mal pen-sada. Tudo o que isso representa, sobretudo a confusão que causa nesta entrada é muito má para a imagem turística do Baixo Guadiana e para a Eurocidade do Guadiana.

JBG: No que diz respeito à importante «Festas das Angús-tias». Como encara esta tra-dição de Ayamonte? Estão pensadas novidades para 2016?

AF: Queremos melhorar e inovar esta festividade. Este ano retirámos um dia e poupámos cerca de 20 mil euros – verba que destinámos à ajuda de famílias para pagamento de água, luz, aluguer de casas… Esse valor está praticamente esgotado, e em cerca de quatro meses apenas. Este ano inovámos ao realizar um prémio de pintura. A edição do próximo ano será integralmente da responsabilidade do nosso executivo e poderemos fazer um balanço melhor, sendo que tentaremos inovar.

JBG: Muitas pessoas ques-tionam o facto da Praça de Touros estar fechada. Qual o ponto de situação desta infraestrutura histórica de Ayamonte e em pleno coração da cidade?

AF: A Praça de Touro é privada e está, de facto, fechada. Posso adiantar que tentaremos chegar a um acordo com os proprietários para ver as possibilidades de colocá-la com uma dinâmica para a comunidade.

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DESENVOLVIMENTO

A Associação Transfronteiriça Alcoutim Sanlúcar (ATAS) foi criada em 1999 por um grupo de cidadãos com preocupações com a manutenção da proximi-dade entre as duas populações ribeirinhas e com a possibilidade da criação de uma ponte que jun-tasse as duas margens e as duas localidades raianas que sempre mantiveram boas relações. A ATAS lançou uma petição para a construção da ponte que obteve grande apoio das populações de ambos os lados do rio, organi-zou uma grande manifestação fluvial com barcos de todo o tipo e presença de deputados de vários partidos, teve encontros com representantes do Governo e conseguiu levar o processo até à fase de elaboração do «estudo prévio». Uma alteração na com-posição da acção governativa mudou a vontade política e paralisou estes avanços. Carlos Brito observou-nos: “estivemos à beira do que teria sido um grande salto qualitativo no desenvolvi-mento do Baixo Guadiana. Con-seguimos alguma coisa: o IC27 até Alcoutim, que é importante, mas também ficou a meio. Isto é, faltou-nos uma perna e meia para saltarmos.”Carlos Brito, Victoria Cassinello, Miguel Angel, Francisco Morato e Mari Cármen, entre outros, muito apoiados pelos respon-sáveis autárquicos de então – Francisco Amaral e Cândido Saldanha - estiveram na origem desta Associação. A Associação teve uma intensa actividade atra-vés de publicações, intercâmbios entre escolas, reivindicação de serviços para ambas as locali-dades, projectos e dinamização cultural. Durante vários anos a ATAS assegurou a participação de Portugal na Semana Cultural de Sanlúcar.A dinamização cultural também passou pela Procissão no Rio, designada “Procissão de Nossa Senhora dos Marinheiros” e foi um dos eventos organizados pela ATAS desde o início da Associa-ção até ao fim, com o envolvi-mento das duas paróquias e os dois municípios.Francisco Morato, tal como Mari Cármen, ambos professores, que, como foi referido, estiveram na génese desta Associação conside-raram que “a ATAS foi o sonho de unir duas comunidades numa só”.De 1999 a 2005 a Associação foi-se afirmando através de diver-

sas actividades. Em 2006, a ATAS elaborou, publicou e distribuiu amplamente o Guia Bilingue Alcoutim-Sanlúcar, correspon-dendo à ideia de constituírem em conjunto, nas suas semelhanças e diversidades, uma proposta de turismo integrada. Em Março de 2009, depois de

diversas vicissitudes, ganhou novo folego com a colabora-ção de Maria Luísa Francisco. Professora do ensino superior e investigadora, que enquanto preparava a sua tese de douto-ramento foi colaborando com a ATAS, envolvendo-se no traba-lho com a comunidade acabou por dedicar mais tempo à ATAS. Referiu que foi uma aprendiza-

gem trabalhar com e para as pes-soas conhecendo o seu dia-a-dia, as suas dificuldades e desejos enquanto população de um dos concelhos mais desertificados do Algarve.Maria Luísa Francisco salien-tou que “foi muito estimulante contribuir para a revitalização

da Associação ATAS, através do convite de Victoria Cassinello e Carlos Brito, tornando-nos companheiros nesta caminhada transfronteiriça”. Em termos associativos já tinha exercido lugares de responsabilidade em Associações regionais tal como em Organizações Não-Governa-mentais (ONG’s). A dinâmica transfronteiriça já tinha sido estu-

dada por Maria Luísa Francisco quando, em 2008, integrou uma equipa de investigação em par-ceria com a Univ. de Huelva, no âmbito do Projeto GIT III inclu-ído na iniciativa INTERREG III: Estudo Sociológico Técnico sobre a Realidade Social na Andaluzia, Algarve e Alentejo.

De 2009 a 2012 foi uma fase muito marcante para a ATAS, inclusivamente foi feita uma festa de aniversário dos 11 anos da ATAS em 2010, onde, na Praça de Alcoutim se partilharam momen-tos de poesia com contributos dos dois lados da fronteira, tal como momentos de dança e canto e o bolo de aniversário. Os concertos de Natal foram um marco nas

actividades da ATAS, juntando população dos dois lados do rio e a comunidade estrangeira. Em 2009 após o concerto fizeram uma fogueira à porta da Igreja acompanhada com bolo-rei e no ano seguinte acompanhada com caldo verde para toda a comuni-dade. As actividades neste perí-odo incluíram ainda excursões, workshops, apresentações de livros, dois debates, exposições, encontros transfronteiriços de idosos com grupos musicais e em 2010 um concorrido magusto transfronteiriço com baile ao som de acordeón.Em 2013 pelo facto de a inves-tigadora passar a coordenar um projeto entre a Câmara Municipal de Alcoutim, a Universidade do Algarve e a Alcance e nesse segui-mento ter criado uma empresa de eventos culturais ficou com menos tempo para dedicar à ATAS, assim aos poucos a actividade da Asso-ciação foi diminuindo tendo sido decidido em 2015 o encerra-mento da ATAS. O processo foi feito dentro dos procedimentos legais com encerramento da actividade da Associação junto das devidas entidades, nomeada-mente do Instituto dos Registos e Notariado.Carlos Brito acrescenta que “a Drª Maria Luísa Francisco tem um trabalho de investigação bastante rico. “É importante haver uma investigadora que estude a dinâmica migratória e o caso dos estrangeiros do Rio Guadiana tem contornos muito particulares, que têm permitido à investigadora, com trabalho academicamente reconhecido, escrever uma interessante tese de doutoramento.”Referiu ainda que foi muito positiva a criação da ATAS, e que “apesar de a ponte não ter seguido em frente, a ATAS criou outras pontes culturais de liga-ção entre as duas povoações transfronteiriças”. Carlos Brito conclui referindo que a última Direcção da ATAS, da qual foi presidente, agradece a todos os colaboradores, sócios e não sócios que estiveram envolvidos ao longo destes 16 anos, tal como à Câmara Municipal de Alcoutim e ao Ayuntamiento de Sanlúcar. “A ATAS diz adeus, mas o seu espírito continua presente”, como constatamos ao falar com duas pessoas de gerações diferentes, que têm Alcoutim sempre presente neste espirito transfronteiriço: Carlos Brito e Maria Luísa Francisco.

Associação Transfronteiriça Alcoutim Sanlúcar (ATAS) encerra actividade após 16 anos de cooperação transfronteiriça para dar lugar a formas mais abrangentes de cooperação, especialmente apoiadas no sector público.

A ATAS diz adeus, mas o seu espírito continua presente

Participação da ATAS em atividades transfronteiriças

Diversidade de atividades da ATAS: Magusto transfronteiriço junto ao Guadiana

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JANEIRO 2016 | 17

DESENVOLVIMENTO

O Grupo Parlamentar do PCP questionou o Ministério da Saúde sobre as medidas que serão toma-das para garantir a contratação dos médicos especialistas em falta no Centro Hospitalar doAl-garve. “O ataque desencadeado pelo anterior Governo PSD/CDS contra o Serviço Nacional de Saúde agravou a carência de médicos especialistas no Centro Hospitalar do Algarve e a degra-dação dos cuidados de saúde prestados à população”, dizem os comunistas que lembram que “no Hospital de Faro o serviço de cirurgia perdeu 7 especialistas e 5 internos, no serviço de Anes-tesia só há 12 médicos, quando o respetivo quadro prevê 31, e o Serviço de Ortopedia perdeu 8 médicos desde 2013, restando apenas 12, passando de 176 horas de utilização de bloco operatório para apenas 72 horas em agosto e 102 em setembro”. O PCP referiu ainda que “desde o início de 2015, a cada cirurgião é exigida a reali-zação de 48 horas de urgência por semana, circunstância que conduz ao cansaço extremo destes pro-fissionais”.

No comunicado enviado às

A Ponte Internacional do Guadiana, que liga Castro Marim a Ayamonte, foi palco, a 8 de Dezembro, da última manifestação contra as portagens da Via do Infante. Tratou-se de uma ação promovida pela Comissão de Uten-tes da A22 e teve como vozes ativas também a AMAL, representada pelo presidente Jorge Botelho e o Clube Motard de Faro.

A data escolhida assinalou os quatro anos sobre os quais passou a introdu-ção de portagens na Via do Infante, que atravessa o distrito de Faro e que passou, desde então, a ser designada por A22.

Em declarações ao JBG João Vascon-celos, da Comissão de Utentes lembrou que “estas portagens agravaram a crise económica e social do Algarve, uma região que vive quase exclusivamente do turismo”, referindo “as falências, encerramentos de empresas e altos índices de desemprego”. Segundo a comissão de utentes, o Algarve “perdeu competitividade em relação à vizinha Andaluzia, elevando-se as perdas do mercado espanhol em mais de 25%, com perdas anuais de 30 milhões de euros; a mobilidade na região regrediu cerca de 20 anos, voltando a EN 125, uma “rua urbana”, a transformar-se numa via muito perigosa, com exten-sas e morosas vila de veículos e onde os acidentes de viação se sucedem, com muitas vítimas mortais e feridos graves”. A CUVI está na expectativa de mudanças quanto à redução das

redações pode ler-se que “o Ser-viço de Urgência funciona com apenas um ou dois ortopedis-tas, forçando à transferência de doentes com patologia cirúrgica urgente para o Hospital de Santa Maria em Lisboa. Na escala de setembro, havia médicos escala-dos que se encontravam de férias autorizadas e outros a quem não foi dado conhecimento atempado de que as suas férias tinham sido canceladas”.

Os comunistas denunciam que “o número de consultas externas no Centro Hospitalar do Algarve (hospitais de Faro e Portimão) diminuiu de 328.308 em 2011 para 299.987 em 2014. Os tempos médios de espera para essas con-sultas são inaceitáveis, atingindo em algumas especialidades cen-tenas de dias (no Hospital de Faro, de acordo com dados dis-ponibilizados pela ARS do Algarve em março de 2015: 789 dias em Oftalmologia, 699 dias em Uro-logia, 663 dias em Neurocirurgia, 627 dias em Ortopedia e 428 dias em Reumatologia)”.

Comissão Parlamentar de Saúde do PS visitou

portagens com o Governo de António Costa.

BE e PCP pressionam PS

Por sua vez, os partidos mais à esquerda na Assembleia da República, Bloco de Esquerda e PCP, têm vindo a pressionar o PS para abolir portagens na Via do Infantes, tendo já manifes-tado a expetativa de que o Governo apoie as últimas propostas legislativas de abolição das portagens da Via do Infante, no Algarve.

Recorde-se que o Bloco de Esquerda entregou na Assembleia da República, um Projeto de Lei que prevê a aboli-ção de portagens na A22, enquanto o PCP entregou um Projeto de Resolu-

o Algarve A Comissão de Saúde da Assem-

bleia da República realizou a 15 de Dezembro, uma visita de tra-balho ao Algarve, com carácter de urgência, na sequência de uma iniciativa do Grupo Parlamentar do Partido Socialista.

Os deputados pretenderam avaliar in loco as preocupações de profissionais, utentes e autar-cas relativas ao funcionamento do Centro Hospitalar do Algarve e dos serviços de saúde primários na região.

“Questões como a perda de idoneidade formativa da cirur-gia e a resposta insuficiente em serviços como a ortopedia, anes-tesia e obstetrícia / ginecologia, a falta de recursos humanos e a alta conflitualidade laboral que tem originado múltiplas queixas dos profissionais de saúde e à saída de vários médicos da região são algu-mas das situações que os depu-tados vão avaliar”, explicaram os socialistas. A visita contemplou reuniões com diversas entidades ligadas à saúde e representantes dos médicos, enfermeiros e uni-versidade do Algarve, divide-se

ção que passou depois à comissão de especialidade, e que deve ir a votação na mesma altura.

PSD exige redução de valor

Do lado da Comissão Política Distri-tal do PSD Algarve houve a aprovação, por unanimidade, a intenção de soli-citar ao Governo e à Assembleia da República a redução imediata do custo das portagens na Via do Infante.

Os social-democratas algarvios querem ainda que seja prosseguido «o esforço de renegociação dos contratos com a concessionária, no sentido de manter uma progressiva diminuição do custo até à sua even-

em dois períodos. Luís Graça, deputado do PS que promoveu a visita ao Algarve da Comissão de Saúde, considera que “os cui-dados de saúde hospitalares na região atingiram uma situação de pré-rotura”.

“O atual modelo de gover-nação do Centro Hospitalar do Algarve está esgotado e é inca-paz de inverter a situação de deterioração da qualidade e da capacidade de resposta dos ser-viços hospitalares pelo que é necessário efectuar uma avalia-ção rigorosa sobre o que falhou e virar a página estabelecendo para a saúde noAlgarve uma nova missão académica e assistencial promotora da colaboração e par-ceria entre os hospitais, centros de saúde e o curso de medicina da universidade do Algarve”, alerta o deputado do PS.

Depois da reunião a opinião dos membros da Comissão Parlamen-tar de Saúde é consensual: “o fun-cionamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS), no Algarve, não é bom e há que encontrar novas soluções, nomeadamente no que toca à gestão do Centro Hospita-lar do Algarve (CHA)”.

tual extinção».O PSD Algarve sublinha ainda a

«necessidade de precaver a sustenta-bilidade a longo prazo das medidas tomadas».

Em complemento à sua inédita tomada de posição contra as porta-gens, o PSD Algarve reconhece agora que a introdução de portagens na Via do Infante, em 2011, «levou à degra-dação da mobilidade na região».

Subida de preços

Entretanto no início do ano foi anunciada subida de preço para os veículos classe 4 no valor de 5 cên-timos entre o troço Tavira - Monte Gordo.

No final do ano partidos debruçaram-se sobre os problemas de saúde do Algarve

Ponte Internacional do Guadiana palco da última manifestação anti-portagens de 2015

Esta manifestação assinalou os quatro anos que passaram sobre a introdução das portagens na Via do Infante

Portugal aderiu à União Europeia há 30 anos

O pedido formal de adesão de Portugal à União Europeia aconteceu em 1977. Depois, a 12 de Junho de 1985 foi assinado o Tratado de adesão. A assinatura aconteceu no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa. Mas foi a 1 de Janeiro de 1986 que o nosso país passou a fazer formalmente parte da União Europeia.Este ano comemoram-se, portanto, os 30 anos de adesão de Portugal à EU. Serão várias as iniciativas que vão marcar esta efeméride.

As prioridades Junker

Jean-Claude Junker, presidente da Comissão Europeia traçou as 10 prioridades para o seu mandato. Estas prioridades ocuparão lugar de destaque na comunicação da rede Europe Direct durante o ano de 2016.

As prioridades são as seguintes:

1. Emprego, Crescimento e Investimento2. Mercado único digital3. União da energia4. Mercado Único5. União económica e monetária6. Acordo de comércio livre UE-EUA (TTIP)7. Justiça e Direitos fundamentais8. Migração9. A UE na cena mundial10. Mudança democrática

Centro de Informação Europe Direct do Algarve

Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do AlgarvePraça da Liberdade, 2, 8000 -164 Faro

(+351) 289 895 272 [email protected]

http://europedirect.ccdr-alg.pt

João Conceição

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18 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JANEIRO 2016

DESENVOLVIMENTO

Acordo em Bruxelas para as pescas em 2016

Por determinação da Comissão Europeia a maioria das popula-ções de peixes com venda comer-cial está sujeita a totais admissíveis de capturas (TAC) ou possibilida-des de pesca que fixam limites de captura, expressos em peso ou quantidades.

Para preparar as suas propostas, a Comissão baseia-se em parece-res científicos sobre o estado das unidades populacionais, emitidos por organismos consultivos como o CIEM ou o CCTEP.

Alguns planos plurianuais pre-veem regras para o cálculo dos totais admissíveis de captura que são fixados anualmente para a maioria das unidades populacio-nais e, de dois em dois anos, para as unidades populacionais de pro-fundidade.

Quem os fixa são os ministros das pescas dos países da UE, reu-nidos em Conselho. Para as uni-dades populacionais partilhadas e geridas em comum com países terceiros, os TAC são decididos conjuntamente com esses países ou grupos de países.

Estes limites são repartidos pelos países da UE sob a forma de quotas nacionais. Estas são calculadas de acordo com uma percentagem fixa, que varia em função da unidade populacional e do país em causa, de acordo com o sistema de «esta-bilidade relativa».

Os países da UE podem trocar quotas entre si, devendo utilizar critérios transparentes e objetivos para distribuir as quotas nacionais pelos pescadores e são responsá-veis por assegurar que essas quotas são respeitadas. Quando se esgota a quota disponível para uma dada espécie, a pescaria deve ser encer-rada.

Quotas para o ano de 2016

A Comissão Europeia propôs quotas de pesca para os Estados-membros a partir de 1 de Janeiro de 2016 onde se apontava o aumento das quotas de captura no caso de 35 unidades popula-cionais e a redução das capturas de outras 28 unidades, com base em pareceres científicos do Conselho Internacional de Exploração do Mar (CIEM).

Bruxelas propõe um aumento das possibilidades de pesca para

ajudar os pescadores no processo de transição para a nova obrigação de desembarcar todas as capturas. É a primeira vez que a Comissão propõe quotas extra para todas as pescarias sujeitas à obrigação de desembarque. O “extra” tem como objetivo compensar o número de peixes suplementar que os pesca-dores terão de desembarcar.

Este é um dos pilares da reforma da política comum das pescas

(PCP), ou seja, procurar garantir níveis sustentáveis de pesca de todas as unidades populacionais, respeitando o rendimento máximo sustentável (RMS), que permite ao sector retirar do mar a maior quan-tidade de peixe possível, mantendo as unidades populacionais piscíco-las a um nível saudável.

O acordo alcançado

No acordo entre ministros da União Europeia alcançado em Dezembro último, Portugal con-seguiu um aumento global de cerca de 11 por cento de quota de pesca para 2016 e uma atenuação de cortes nas capturas de algumas espécies. Mantém-se as restrições na pesca da sardinha.

Os pescadores portugueses podem assim capturar mais 63.524 toneladas do que este ano, o que equivale a um acréscimo de 11,4 por cento. Em 2015, foram auto-rizadas 57.016 toneladas de cap-turas.

A maior quota cabe ao carapau, tendo sido autorizada a pesca de

50.839 toneladas, seguindo-se o biqueirão (5.542 toneladas) e a pescada (3.097 toneladas).

A quota de lagostim, um marisco com elevado valor comercial, sobe 26 por cento, acima dos 20 por cento inicialmente propostos pela Comissão Europeia, e a de raias mantém-se.

A ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, classificou o acordo como um “bom resultado” para Portugal,

atendendo às propostas originais que estavam em cima da mesa, nas quais estava inicialmente previsto um corte de 10 por cento. Os por-tugueses passam ainda a poder capturar mais uma espécie de raia. Há, porém, cortes na quota do tam-boril e da pescada. No entanto, a ministra realça conquistas nestes pontos, com cortes não tão pro-fundos como o previsto. Portugal conseguiu que, no tamboril, o corte de 19 por cento fosse suavizado para 10 por cento e, no caso da pescada, o corte inicial seria de 61 por cento e acabou por ser de 25 por cento.

No que respeita ao bacalhau, a quota sobe 1 por cento, para 2.497 toneladas, em águas do Canadá, geridas pela Organização de Pescas do Atlântico Noroeste (NAFO) e está proposto um corte de 14 por cento na Noruega, para as 2.365 toneladas, que deverá ser com-pensado com a cedência de uma reserva de 25.000 toneladas da quota global de verdinho.

Depois do lagostim (26 por cento), o carapau é a espécie que tem o maior aumento de quota de pesca (15 por cento), seguido do biqueirão (10 por cento).

A sarda, cujas unidades popu-lacionais também são geridas no âmbito de acordos com países ter-ceiros, sofre um corte de 15 por cento, para as 6.971 toneladas.

O presidente da Associação dos Armadores das Pescas Industriais, Pedro Jorge, considerou que o acordo alcançado em Bruxelas “é uma vitória e uma janela de espe-rança”, considerando brilhante o trabalho do Governo. Aquele dirigente teve em conta que a proposta da Comissão Europeia era extremamente negativa, por retirar a Portugal a possibilidade de pesca num conjunto de espé-cies que são importantes para o país e iria causar grandes prejuízos económicos para os trabalhadores, empresas e para o país.

Desembarque obrigatório

O desembarque obrigatório das capturas tem como objetivo, segundo fonte comunitária, esti-mular seletividade dos pescadores, de modo a que se concentrem em pescar peixes de maior dimen-são.

Os peixes com dimensão abaixo do autorizado, deixam de poder ser deitados borda fora. Uma vez que não têm valor comercial para con-sumo, apenas podem ser vendidos para a indústria transformadora de rações, a um preço mais baixo.

José Cruz

A Comissão Europeia propôs quotas de pesca para os Estados-membros a partir de 1 de Janeiro de 2016 onde se apontava o aumento das quotas de captura no caso de 35 unidades populacionais e a redução das capturas de outras 28 unidades, com base em pareceres científicos do Conselho Internacional de Exploração do Mar (CIEM).

Fontes: Comissão Europeia,

Expresso, RTP Notícias, Jornal I

Novas diretivas comunitárias trazem mais capacidade de pesca para os portugueses

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JANEIRO 2016 | 19

DESENVOLVIMENTO

Parques de VRSA integram Rede de Autocaravanas do AlgarveOs Parques de Autocaravanas de VRSA e Manta Rota e o Parque de Campismo Municipal de Monte Gordo já fazem parte da Rede de Acolhimento ao Autocaravanismo na Região do Algarve (RRARA).

A rede foi criada em janeiro de 2015 e integra, até ao momento, 22 estruturas, entre parques de campismo e caravanismo (11), áreas de serviço de autocarava-nas (6) e parques de campismo rurais (2).

O projeto decorre de um pro-tocolo de colaboração entre a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, a Região de Turismo do Algarve, a Associação de Turismo do Algarve e a Comunidade Inter-municipal da Região do Algarve (Amal).

A estrutura tem como vocação

a promoção de espaços de aco-lhimento, onde legalmente se pode estar e pernoitar com as condições de qualidade, conforto e segurança exigidas pelos auto-caravanistas.

A iniciativa ganha ainda mais relevo tendo em consideração que, na época baixa (Inverno), 80% dos autocaravanistas que estão em Portugal escolhem a região do Algarve, reforçando a importância desta atividade turística para o desenvolvimento regional e local.

No futuro, a rede poderá vir a integrar outras unidades que cum-pram os requisitos necessários e contribuam para melhorar a oferta turística do Algarve, aliando a promoção turística aos princípios de ordenamento do território e às boas práticas ambientais. No total são três parques de autocaravanismo no concelho de Vila Real de Santo António

Protocolo assinado entre Câmara e Movijovem evita o encerramento sazonal da Pousada

Alcoutim assegura Pousada da Juventude todo o ano

Odiana já está a dar formação no território

O Município de Alcoutim assinou um protocolo de colaboração com a Movijovem – Mobili-dade Jovem, entidade respon-sável pela gestão da Pousada de Juventude de Alcoutim, bem como da restante Rede Nacional das Pousadas de Juventude.Assim, mediante o protocolo, o Município adquire um pacote anual de reservas de alojamento, no valor de 25 mil euros.“O protocolo visa evitar o encer-ramento sazonal da Pousada da Juventude de Alcoutim e, por outro lado, contempla aloja-mento, proporcionando uma maior mobilidade a pessoas e/ou grupos nas diversas insta-

A Associação Odiana volta a dar for-mação no Baixo Guadiana nas áreas de agricultura e idiomas. O objetivo é aumentar as competências dos recursos locais e contribuir para a empregabilidade dos jovens.No âmbito da Medida Vida Ativa, do Instituto de Emprego e Formação Pro-fissional (IEFP) a Odiana encontra-se a realizar três cursos de formação com término previsto em Fevereiro de 2016. São precisamente 950 horas de formação que se pretendem que contribuam para a empregabilidade

da população, sendo que o requisito obrigatório era a inscrição nos cen-tros do IEFP.De momento já estão a ser lecionados três cursos: Língua Alemã Turismo - Nível 4 (150 horas) na Junta de Freguesia de VRSA de 2ª a 6ª das 9h às 13h; Língua Francesa Turismo - Nível 4 (150h) de 2ª a 6ª das 14h00 às 18h00 também na Junta de freguesia vilarealense; Agri-cultura - horticultura - Nível 2 (200h – sala, 450 h – contexto de trabalho), na sede da Associação Odiana, de 2ª

a 5ª das 09h às 17h.A certificação, nos termos do Sistema Nacional de Qualificações (SNQ), permite à Odiana a realização de cursos de formação (financiada e não financiada) de forma a aumen-tar as competências dos recursos locais, bem como contribuir para a empregabilidade de jovens, nas áreas de maior desenvolvimento atual no território.Para informações acerca da Forma-ção contacte: [email protected]

lações das unidades de aloja-mento geridas pela Movijovem, organizados pelo Município de Alcoutim”, informa a autarquia de Alcoutim em comunicado.Osvaldo dos Santos Gonçal-ves, presidente da Câmara de Alcoutim, sublinha a importân-cia da Pousada de Juventude no território, “fundamental pelas suas componentes turísticas, lúdica, desportiva e de juven-tude. A manutenção e o funcio-namento todo o ano da Pousada da Juventude de Alcoutim é pri-mordial e contribui para refor-çar a vertente turística que se pretende para o Município de Alcoutim”.

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20 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JANEIRO 2016

CULTURA

A G E N D A

Castro Marim

Exposição de Fotografia “O Sal”

Casa do Sal - Castro Marim

terça-feira a sábado, entre as 10h00 às

13h00 e as 14h00 e as 18h00.

Mercado Mensal CM - 9 de Janeiro

Teatro Infantil “A bruxinha que era

boa”

10 de Janeiro às 16h00

Biblioteca Municipal de Castro Marim

Encontros de Hidroginástica

Piscina Municipal de Castro Marim

15 de Janeiro às 16h00

Encontro para Bebés

23 de Janeiro, às 10h30

Piscina Municipal de Castro Marim

Grandiosa Festa do Acordeão

31 de Janeiro – Quinta do Sobral - Castro

Marim

VRSA

Marcha/Corrida Solidária «Juntos

Contra a Fome»

3 janeiro - 10h00

Praça Marquês de Pombal

Visitas Guiadas *

10h00 - Arquivo Histórico Municipal

António Rosa Mendes | VRSA

15 janeiro > Exposição sobre a

Indústria Conserveira

22 janeiro > Arquivo Histórico Municipal

29 janeiro > Espaço Manuel Cabanas

Interclubes

Clube Ténis VRSA e Mikes Lipschitz

Academy de Inglaterra

15 janeiro - Clube de Ténis | VRSA

Dinamização do Guia Mamãs e

Bebés

16 janeiro - 16h00

Biblioteca Municipal Vicente Campinas |

VRSA

Sessão «O Bullying»

Sessão para pais, educadores e

professores

27 janeiro - 18h00

Biblioteca Municipal Vicente Campinas

| VRSA

Gamming Day da Vila

30 janeiro - 11h00

Centro Cultural António Aleixo | VRSA

Partilha de saberes *

Atividades criativas para o público sénior

segunda a sexta-feira

Biblioteca Municipal Vicente Campinas

| VRSA

Biblioteca fora de portas*

Atividades criativas para o público sénior

segunda a sexta-feira

Centros de dia, Lares e Casas do Avô |

VRSA

Ginástica Sénior

terças e quintas-feiras (até junho 2015)

9h00 > 9h45 / 9h45 > 10h30 / 10h30

> 11h15

Ginásio nº2 | Complexo Desportivo VRSA

Marcha passeio

domingos (até junho 2015)

Concentração: 9h00

9h30

Parque Estacionamento | Complexo

Desportivo VRSA

Programa ANDA +

Projeto de combate à obesidade infantil

terças e quintas-feiras

18h00 > 19h30

Complexo Desportivo | VRSA

Projeto «Marcha e Corrida»

segundas, quartas e sextas-feiras

18h30 > 19h30

Complexo Desportivo | VRSA

Presépio Gigante

até 10 janeiro

todos os dias* | 10h00 > 13h00 - 14h30

> 19h00

Centro Cultural António Aleixo | VRSA

Exposição de fotografia «Alena’s

project»

Fotografias de artistas de 110 países em

torno da problemática do bullying | Lusine

Breitscheidel | Peace and Art Society – PAS

6 > 30 janeiro

segunda a sexta - 9h15 > 19h45 | sábado -

14h00 > 19h45

Biblioteca Municipal Vicente Campinas |

VRSA

Exposição de fotografia e pintura

«Juntos nas Artes»

de São Passos e Marques Valentim

8 > 29 janeiro

segunda a sexta | 9h30 > 13h00 - 14h00

> 16h45

Arquivo Histórico Municipal António Rosa

Mendes | VRSA

Exposição de Automóveis Antigos

31 janeiro

9h30 > 13h00

Praça Marquês de Pombal | VRSA

Apresentação do livro «Con la luz

de mis ojos»

de Joaquina Vázquez com momento

musical de fado e flamenco

15 janeiro

18h00

Biblioteca Municipal Vicente Campinas |

VRSA

Apresentação do livro «Retalhos de

uma jornada»

de Sandra Estevão Rodrigues

21 janeiro

14h00

Biblioteca Municipal Vicente Campinas |

VRSA

Clube de leitura

Obra de Vargas Llosa

21 janeiro

18h00

Biblioteca Municipal Vicente Campinas |

VRSA

III Jornadas de História do Baixo

Guadiana

22 janeiro

9h30 > 16h30

Arquivo Histórico Municipal António Rosa

Mendes |VRSA

Apresentação do livro «7 contos

ilustres»

Coletânea de contos de vários autores

algarvios, ilustrados e com prefácio de

Miguel Real | Coordenação de Fernando

Esteves Pinto | Edições Lua de Marfim

29 janeiro

18h00

Biblioteca Municipal Vicente Campinas |

VRSA

Mercado de Usados

10 janeiro

9h00 > 17h00

Sede do Motoclube do Guadiana | Aldeia

Nova

Mercado Guadi

23 janeiro

8h30 > 13h00

Mercado Municipal | VRSA

«Aos sábados na Biblioteca: Oficina

de música para pais e filhos»

por Fernando Malão

9 janeiro

15h00 > Cânticos do mundo através da

voz e do jogo de vozes

18h00 > Concerto do Coral Atlântico

Juvenil de Sines

Biblioteca Municipal Vicente Campinas |

VRSA

Noite de Poesia

Leituras | Tertúlia | Improviso |

Música

Poetas do Guadiana e de todos aqueles que

quiserem vir assistir ou ler os seus textos

22 Janeiro

21h30

Sala CA2 | Centro Cultural António Aleixo

VRSA

Espetáculo Audiovisual «António

Aleixo»

Banda Filarmónica de Castro Marim +

Banda Filarmónica de Tavira, Direção e

composição musical da autoria de Pedro

Reis, com a presença de vários artistas

performativos e visuais

29 janeiro

21h30

Centro Cultural António Aleixo | VRSA

Alcoutim

Cantar as Janeiras

A partir de dia 06 de janeiro

Martim Longo

Cantando os Reis pela Aldeia de

Martim Longo

06 de janeiro

Cantar as Janeiras

08 de janeiro

Alcoutim

Serão na Taberna

09 de janeiro

Farelos

Baile “Soltar o Entrudo”

23 de janeiro - 21h00

Laranjeiras

Mercado do Pereiro

31 de janeiro

Largo da Igreja - Pereiro

Exposição “Memórias da Vida e do

Trabalho”

15 janeiro a 15 fevereiro

Sede da Associação Estrela Pereirense,

Pereiro

Exposição dos trabalhos dos utentes

da ASMAL (Associação de Saúde

Mental do

Algarve)

05 a 29 de Janeiro

Casa dos Condes

Apresentação do livro “Subsídios

para a História do Baixo Guadiana e

dos Algarves d’aquém e d’além mar”

com a presença do

autor e apresentado por Maria Luísa

Francisco

22 de janeiro - 18h00

Casa dos Condes

2º Torneio de Karaté do concelho de

Alcoutim

31 de janeiro

Pavilhão Municipal José Rosa Pereira,

Martim Longo

POR CÁ ACONTECE

A imagem peregrina de Nossa Senhora passou pelo Baixo Guadiana no mês de Dezembro. Os concelhos de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António acolheram com a adesão de milhares de pessoas a imagem que marcou ao nível religioso o final do ano no território. Entre maio de 2015 a maio de 2016, a Imagem Peregrina de Nossa Senhora passará por todas as dioceses de Portugal, numa grande peregrinação festiva, que pretende assinalar o Centenário das Aparições. “Com esta iniciativa, pretendemos envolver todas as dioceses portuguesas na celebração do Centenário das Aparições, mas também ajudar as comunidades eclesiais a viver a mensagem e a espiritualidade de Fátima. Temos consciência do grande impacto que uma iniciativa deste género poderá ter, quer pelo número de fiéis que pode congregar, quer pela oportunidade que oferece de anunciar Jesus Cristo, a quem a Virgem Maria sempre nos conduz”, pode ler-se no website do Santuário de Fátima.

Imagem peregrina de N.ª Senhora de Fátima esteve no Baixo Guadiana

Entre maio de 2015 a maio de 2016, a Imagem Peregrina de Nossa Senhora passará por todas as dioceses de Portugal

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JANEIRO 2016 | 21

CULTURA

O município de Vila Real de Santo António apresentou a 18 de dezembro, às 21h30, no Centro Cultural António Aleixo, em VRSA, a «Sala CA2».Este novo espaço tem como objetivo a promoção da criação artística - com oferta de uma programação regular - e está sobretudo vocacionado para a comunidade local, com especial destaque para a juventude.Com uma capacidade de 50 lugares, a «Sala CA2» pretende ampliar o cartaz e a oferta cul-tural do concelho, acolhendo produções de menor dimensão, num ambiente mais intimista, em que o palco do Centro Cul-tural passa a ser a própria sala de espetáculos.Numa primeira fase, o equipa-mento irá receber uma sessão mensal, às sextas-feiras, com uma programação que inclui

A TVI iniciou em outubro a transmissão dos documentários algarvios produzidos e realizados pela Algarve Film Commission (AFC). A escolha foi feita depois do famoso apresentador por-tuguês Manuel Luís Goucha ter conhecido o projeto e tê-lo reconhecido qualidade. A transmissão foi feita com enorme regojizo da AFC. Eduardo Soares Pinto, da AFC, salientou a importância deste projecto para a divulgação e promoção do interior do Algarve.Recorde-se que com este projeto, a Algarve Film Commission (AFC) pretende promover a valorização e divulgação do Património Cultural Local, e gerar uma nova dinâmica em torno das Actividades Criativas ligadas ao audiovisual.“Através da criação de conteúdos, pretende-se contribuir para a preservação, recuperação, valorização e promoção da cultura, memória e identidade locais. Recorrendo às gerações mais antigas, promove-se a continuidade do conhecimento através do seu legado cultural, como fonte inestimável de estórias e tradições que servem de base aos conteúdos vídeo, pro-duzidos em colaboração com talentos criativos locais.Em todas as fases, desde pesquisa, recolha e divulgação, tem sido promovido diálogo com Entidades e Autoridades locais, Municípios, Juntas de Freguesia, Centros de Investigação, Escolas, Associações culturais e sociais”, lembra-nos a AFC.

Objetivos

Os objectivos da Algarve Film Commission passam por produzir conteúdos audiovisuais com vista à Valorização e Promoção da Cultura Local, com recurso a Equipas de talentos criativos locais; registar, organizar e manter uma base de dados de Edifícios e Locais de Interesse Patrimonial e Cultural; Agentes criativos locais e, Factos e Estórias do Património e Cultura Local; dispo-nibilizar na Internet, através destas páginas web, toda a informação que consta nestas Bases de Dados, mantendo-as em aberto para que possam crescer e serem actualizadas também com o contributo da população em geral.

diversas disciplinas artísticas, desde a música, ao teatro, passando pela dança.De forma a manter a relação com os agentes culturais locais, a «Sala CA2» irá apostar em parcerias interdisciplinares, mas estará apta a receber praticamente todo o tipo de espetáculos, performances, tertúlias ou iniciativas.«Com este novo palco, a autarquia de Vila Real de Santo António pretende a criação de novos hábitos culturais no município, a par do desenvolvimento de uma programação mais regular e diversificada», nota Luís Gomes, presidente da Câmara Municipal de VRSA.A apresentação da «Sala CA2» contou com as atuações de «In tento», «Pasión Flamenca», «Te-Atrito» e «Poetas do Guadiana». A entrada está sujeita a marcação e à capacidade da sala.

«Sala CA2» subiu ao palco do Centro Cultural António Aleixo

Projeto DOCUMENTAR foi escolhido pela TVI para exibição

Miguel Godinho mentor do projeto foi agraciado com poema

Inauguração da nova sala contou com teatro e outras artes

Algarve Film Comission é responsável pela produção e realização destes documentários

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22 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JANEIRO 2016

CULTURA

João Caldeira Romão

A Biblioteca Municipal Munici-pal Vicente Campinas em Vila Real de Santo António foi em Dezembro palco da apresenta-ção do livro «O Associativismo em Portugal - Estudo de Caso - A Ginástica em Vila Real de Santo António», do professor e antigo conceituado ginasta João Caldeira Romão. A sessão contou com a presença e a intervenção da Vice-Presidente da câmara municipal de VRSA a Conceição Cabrita, a Directora Regional da Cultura Alexandra Gonçalves, o Director Regional do IPDJ e filho do autor Luís Romão, o Professor Univer-sitário e Historiador José Carlos Vilhena Mesquita e o Presidente do Clube Náutico de VRSA Joa-

Hugo Pena conquistou o prémio «Escritor do Ano 2015», atribuído pela Arte, associação que, no Algarve, promove e premeia a nível nacional quem se distin-gue em diversas áreas culturais.A primeira incursão de Hugo Pena pelo mundo da escrita aconteceu em 2013, com o policial «Porquê Eu?». Em 2014 lançou o seu segundo romance policial, «Justiça Cega», também com a chancela da Chiado Editora, que relata a história do rapto de Joana Gomes, uma criança de tenra idade, cujo desaparecimento despoleta transtornos diversos. Este último livro acabaria por lhe dar agora a distinção que muito honra o Baixo Guadiana.

Gilda Pereira fez formação em foto-grafia em Lisboa e em Dezembro teve a primeira oportunidade de expor em Castro Marim.«O Sal», exposta na Casa do Sal, em Castro Marim reúne 29 fotografias das salinas de Castro Marim e representa uma “justa homenagem a este patri-mónio e às suas gentes”. A viagem de Gilda às salinas e o aprofundar do conhecimento junto de salineiros e de outros trabalhadores e trabalhadoras do sal foram determinantes na elaboração deste trabalho que teve origem num projeto do seu curso de fotografia.Na inauguração da exposição, a vice-presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, Filomena Sintra, agra-deceu e elogiou o trabalho desta jovem fotógrafa, residente em Castro Marim e licenciada em Artes Plásticas e Multi-média, que integrou um projeto cultural da autarquia castromarinense, «Artistas de Cá», um estímulo à criação e promo-ção artística, particularmente ligada ao

património e cultura do território, mas também forma de valorização de artistas e produtores a quem Castro Marim encha a alma.Gilda Pereira, a autora da exposição, manifestou, durante a apresentação, a sua intenção de apelar à beleza do sal em todos os seus sentidos, cores, texturas e simetrias, e reconhecer o expressivo e enriquecedor trabalho dos salineiros, que todos os dias trabalham por impelir o sal de Castro Marim para o mundo.A Casa do Sal acolhe esta exposição até ao final de janeiro de 2016, de terça-feira a sábado, entre as 10h00-13h00 e as 14h00-18h00.

quim Manuel Filipe Martins. A sala do auditório da biblioteca esteve sobrelotada e contou, entre outros, com a presença de membros de varias associações do concelho assim como o grupo de escoteiros de VRSA. Trata-se de uma obra sobre as associações vila realenses, onde a ginástica ocupa um lugar central. Um livro que representa um importante teste-munho documental que também nos transmite a história do movi-mento associativo quanto às suas dinâmicas de carácter sociológico em Vila Real de Santo António. E para ilustrá-lo foi determinante o testemunho na apresentação do presidente do Clube Náutico do Guadiana.

«O Associativismo em Portugal - Estudo de Caso - A Ginástica em Vila Real de Santo António» em livro

Hugo Pena distinguido como «Escritor do Ano 2015»

Gilda Pereira expôs em Castro Marim na «Casa do Sal»

João Caldeira Romão escreveu livro que marca a história do associativismo em VRSA

Hugo Pena alcança destaque literário com esta distinção

Gilda Pereira expõe pela primeira vez em Castro Marim

Artistas de mais de 100 países abordam Bullying em fotografiaDepois de ter arrancado em Munique no ano de 2011 e ter percorrido pela Rússia e o Brasil e mais tarde Faro, Portugal, o tema Bullying pela mão de mais de 100 artistas do mundo vai estar desta vez em exposição em Vila Real de Santo António já no início do ano. Esta exposição conta neste momento com 125 trabalhos foto-gráficos oriundos de países como o Reino do Bornéu, Nova Zelândia, Argentina e Cuba, entre tantos outros.Trata-se de uma iniciativa da Peace and Art Society-PAS, associação internacional de arte com sede em Faro que conta desta vez com o importantíssimo apoio da câmara municipal de Vila Real de Santo António para chamar a atenção de todos para uma problemática que afeta muitas crianças e jovens e as suas famílias.Este projeto começou em 2011, em Munique, Alemanha, e conta a histó-

ria de Alena Breitscheidel, menina de nove anos que foi vítima de abusos físicos e emocionais, numa reputada escola da cidade onde reside. A mãe, artista plástica, após infrutíferas ten-tativas de acabar com o sofrimento da filha, teve a ideia de apelar à ajuda de dezenas de artistas espa-lhados pelo mundo, tendo assim nas-cido um extraordinário movimento solidário a nível global.A exposição vai estar patente em VRSA entre os dias 6 e 31 de janeiro e será pretexto para o encontro com especialistas, nomeadamente, psicólogos, que vão levar a cabo sessões de esclarecimento sobre a fenómeno social bullying direcio-nadas para crianças, jovens, pais e professores. Recorde-se que a associação Peace and Art Society entre Março e Abril de 2015 trouxe até à Eurocidade do Guadiana a exposição internacional de arte «Minha Fukushima».

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JANEIRO 2016 | 23

CULTURA

João Caldeira Romão escreveu livro que marca a história do associativismo em VRSA Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela integra direção desta rede

Cerimónia em Coimbra marcou nova etapa da Aicei

VRSA integra direcção de Rede de Museus do Algarve

Universidade de Coimbra na rota do iluminismo pelas mãos de Luís Gomes

Declaração dos Direitos Humanos assinalada em Dezembro

O Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela (CIIPC) integrou a direção da Rede de Museus do Algarve (RMA). Esta rede foi criada em 2007 e conta na direção, igualmente, com o Museu do Trajo de São Brás de Alportel, o Centro de Inves-tigação e Informação do Património de Cacela (Vila Real de Santo António) e o Museu de Portimão.

Entretanto, a Rede acaba de alargar o seu âmbito, com a adesão dos Cen-tros Ciência Viva do Algarve (Faro) e de Tavira e ainda do Parque Natural da Ria Formosa. «A Rede passa agora a ter uma componente natural, que não tinha», comentou José Gameiro, dire-tor científico do Museu de Portimão, e membro da direção da RMA.

A Rede de Museus do Algarve integra atualmente o Centro de Interpretação

O presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, Luís Gomes, também Secretário-geral da Associação Internacional de Cidades e Entidades do Iluminismo (Aicei), participou na cerimónia do 9º aniversário do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra.

O ato assinalou a integração da Universidade de Coimbra na Asso-ciação Internacional de Cidades e Entidades do Iluminismo, já que é à sua guarda que se encontra grande parte do espólio (científico, cultu-ral, arquitetónico) que testemunha o passado iluminista da academia de Coimbra.

Na cerimónia, o autarca vila-rea-lense discursou ao lado do Reitor da Universidade de Coimbra, tendo em consideração o facto de Vila Real de Santo António acolher atualmente

a sede e Secretaria Geral da Aicei (o órgão máximo do organismo), durante os próximos três anos, e de constituir um dos melhores exem-plos de arquitetura iluminista do país.

A Aicei destina-se à promoção conjunta da importância económica e cultural das urbes que tiveram a sua fundação no período iluminista do século XVIII.

A Associação Internacional de Cidades e Entidades do Iluminismo (AiCEi) nasce do acordo entre uma série de municípios e entidades que contam com um rico património per-tencente ao período do iluminismo, com o intuito de facilitar e favore-cer o seu conhecimento, proteção e divulgação.

Esta instituição baseia o seu carácter internacional no intuito

de criar uma rede entre países de diversos continentes, onde o cha-mado «Século das Luzes» teve uma notável presença.

Na Aicei têm-se integrado, de uma forma consolidada, várias Cidades e Entidades que apresentam um espe-cial interesse na identificação e pre-servação do património, no estudo e investigação deste período nas suas diversas manifestações: arquitec-tura, arte, pensamento, ciência, valores humanistas.

A origem desta Associação está associada ao denominado Fórum do Iluminismo no ano de 2001, promovido pela Fundación Ferrol Metrópoli, sendo que a sua consoli-dação como associação reconhecida juridicamente e dotada de estatutos aprovados, ocorreu na cidade de Valência em Maio de 2007.

A efeméride foi proclamada em 1950 pela ONU com o objectivo de alertar os governantes de todo o mundo para o cumprimento da Declaração Univer-sal.

Tem como objectivo alertar os governantes de todo o mundo para o cumprimento da Declaração Univer-sal, assegurar a igualdade de todos os cidadãos o direito a uma vida digna, o direito ao trabalho a à segurança, o direito à saúde e à educação, o respeito pela diversidade e pela dignidade de todas as pessoas

A Declaração Universal nasceu em resposta à barbárie praticada pelo nazismo contra judeus, comunistas, ciganos e homossexuais e também as bombas atómicas lançadas pelos Estados Unidos sobre Hiroshima e Nagazaki (Japão), matando milhares de inocentes.

Segundo o documento (Declara-ção Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas), todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

A ideia de direitos humanos tem origem no conceito filosófico de direi-tos naturais que seriam atribuídos por Deus, mas alguns sustentam que não haveria nenhuma diferença entre os direitos humanos e os direitos natu-rais e vêem na distinta nomenclatura etiquetas para uma mesma ideia.

Outros argumentam ser necessário manter os termos separados para eli-minar a associação com características normalmente relacionadas com os

direitos naturais.Muitas declarações de direitos

humanos, emitidas por organizações internacionais regionais, põem um acento maior ou menor no aspecto cultural e dão mais importância a determinados direitos, de acordo com sua trajectória histórica.

A Organização da Unidade Africana proclamou em 1981 a Carta Africana de Direitos Humanos e de Povos, que reconhecia princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos e adi-cionava outros que tradicionalmente se tinham negado na África, como o direito de livre determinação ou o dever dos Estados de eliminar todas as formas de exploração económica estrangeira.

Mais tarde, os Estados africanos, que acordaram a Declaração de Túnis, em 6 de Novembro de 1992, afirma-ram que não se pode prescrever um modelo determinado a nível univer-sal, já que não podem se desvincular as realidades históricas e culturais de cada nação e as tradições, normas e valores de cada povo.

Em uma linha similar se pronun-ciam a Declaração de Bangkok, emi-tida por países asiáticos em 23 de Abril de 1993, e de Cairo, firmada pela Organização da Conferência Islâmica em 5 de Agosto de 1990.

“A pobreza é, ao mesmo tempo, causa e produto das violações de direitos humanos. Devido a esta dualidade, a pobreza é provavel-mente o mais grave dos problemas dos direitos humanos no mundo”, afirma a ONU em mensagem de celebração da data.

de Vila do Bispo, o Museu Municipal de Loulé, o Museu Municipal Dr. José Formosinho (Lagos), o Museu do Trajo de São Brás de Alportel, o Museu de Portimão, o Museu da Cidade de Olhão, o Museu Municipal de Tavira, o Museu Municipal de Arqueologia de Silves, a Rede Museológica de Alcou-tim, o Museu Municipal de Arqueolo-gia de Albufeira, o Museu Marítimo Almirante Ramalho Ortigão (Faro), o Centro de Investigação e Informação do Património de Cacela (Vila Real de Santo António), o Museu Muni-cipal de Faro, o Centro Ciência Viva de Tavira, o Centro Ciência Viva do Algarve (Faro), o Parque Natural da Ria Formosa, e as Câmaras Munici-pais de Lagoa, Aljezur e Castro Marim, bem como a Direção Regional de Cul-tura do Algarve.

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24 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JANEIRO 2016

CULTURA

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que, no dia vinte e três de Dezembro de dois mil e quinze, foi lavrada neste Cartório, de folhas setenta e um a folhas setenta e dois verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número trinta e cinco - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram:Alexandrino José Francisco Guilherme e mulher, Maria Eugénia Gomes Martins Guilherme, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, ambos naturais da freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, onde residem no Monte do Cerro, em Alta Mora, contribuintes fiscais números 199 161 623 e 198 560 192.Que declaram que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano sito na Soalheira, na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, composto por edifício térreo, com vários compartimentos e logradouro, destinado a habitação, com a área total de setecentos e vinte e oito metros quadrados, dos quais cinquenta e três são de área coberta, a confrontar a Norte com Eduardo José Francisco Guilherme, a Sul com Herdeiros de Maria Bárbara, a Nascente com caminho e a Poente com Nélia Maria Amaro Martins, não descrito na Conservatória do Registo Predial deste concelho, inscrito na respectiva matriz urbana sob o artigo 2866, com o valor patrimonial tributável e atribuído de três mil novecentos e sessenta euros.Que o referido prédio lhes pertence, por o primeiro outorgante marido o ter adquirido, já no estado de casado, por doação verbal, e nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e seis, feita por seus pais António Francisco e mulher, Maria Bárbara, casados que foram sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram em Alta Mora, na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, ambos já falecidos.E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse e fruição do referido prédio, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, suportando os encargos de obras de conservação, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os primeiros outorgantes adquiriram o prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito.Está conforme o original.

Castro Marim, aos 23 de Dezembro de 2015.

A Colaboradora,

(Ana Rita Guerreiro Rodrigues)(Colaboradora inscrita sob o n.º 400/5, conforme despacho de autorização da Notária Maria do Carmo Correia Conceição, publicado a

08.01.2015, no portal da Ordem dos Notários, nos termos do disposto no artigo 8º do Estatuto do Notariado e da Portaria n.º 55/2011, de 28 de Janeiro)

Conta registada sob o n.º 73/12 Factura / Recibo n.º 5424

1 de janeiro de 2016Jornal do Baixo Guadiana

«Nascer e Viver»

De Janeiro a DezembroOu na Páscoa ou no Natal

Faça a paz com toda a genteQue pode não ter tempo para tal

Com a angústia dos desgostosOs remorosos são ansiedade

A harmonia é saudávelViva sempre com piedade

Deus o ajude a ser felizMas dê aos outros felicidade

A vida pode ser curtaA existência não tem idade

…Feliz Natal e Ano Novo Próspero

Feliz y Próspero Año NuevoBonne et Heureuse Nouvelle AnnéeHappy and Prosperous New Year

Anno Nuovo Lieto e ProsperoGelukking En Voorspoedig Nieuwjaar

Erfolgbringendes Neues Jahr

João Raimundo

RTA lidera candidatura à integração na lista indicativa da UNESCO enquanto «lugares da primeira globalização»No âmbito das Jornadas Europeias do Património e do Dia Mundial do Turismo celebrado a 27 de setem-bro, a Região de Turismo do Algarve, a Direção Regional de Cultura do Algarve, a Universidade do Algarve e oito municípios algarvios subscre-veram a pré-candidatura conjunta à integração na lista indicativa da UNESCO, com a designação «Luga-res da primeira globalização». A can-didatura enquadra-se no critério de «Paisagem Cultural» (Associativa), integrando elementos patrimoniais, mas também a história associada aos lugares, reconhecendo o seu valor universal. O Algarve alberga vários locais, símbolos, mitos e personagens, que é fundamental salvaguardar na narrativa da His-tória de Portugal e do Mundo. Estes «Lugares da Primeira Globalização», que se prendem com o período de abertura da expansão marítima das rotas comerciais, estão na génese de um novo modo de conceção do mundo e de relações entre os povos, e detêm assim um valor universal a preservar. Além dos municípios algarvios de Vila do Bispo, Lagos, Aljezur, Monchique,

Portimão, Silves, Tavira e Castro Marim, a candidatura conta já com a participação da Cidade Velha de Cabo Verde (Património Mundial) e pretende envolver Ceuta, Alcá-cer Céguer em Marrocos, Arguim na Mauritânia, e os arquipélagos atlânticos. O objetivo desta candi-datura de cooperação internacional é promover valores de tolerância, aumentar o conhecimento sobre o património e a diversidade cultural, promover a preservação do patrimó-nio histórico, assim como fomentar melhores relações entre os povos. A Região de Turismo do Algarve, cuja missão está centrada na valorização turística da Região, encabeça assim esta proposta de candidatura, tendo em conta o papel fulcral do turismo na preservação do património cul-tural, natural, material e imaterial. Quando, no século XV, se inicia a grande era dos Descobrimentos, período considerado por muitos a primeira fase do fenómeno de Glo-balização, o Algarve assume o seu papel no novo desenho do mundo, com o Infante D. Henrique a fazer do extremo Barlavento o local de controlo de navegação entre o

Atlântico e o Mediterrâneo. Mas a Região possui ainda marcos histó-ricos muito mais vastos, como os indícios da presença dos mouros, os testemunhos do tráfico de escravos em Lagos, etc.: património que se pretende, através desta candidatura, promover e preservar, pelo seu valor histórico inquestionável. No final de 2015 as entidades promotoras pro-cederam a uma apresentação oral de defesa da candidatura junto da Comissão Nacional da UNESCO, da qual se espera uma decisão final até ao final do próximo ano.

Um processo iniciado em novembro de 2002

A candidatura a «Lugares de Primeira Globalização» é o resul-tado de um processo iniciado em 2002, quando o Turismo do Algarve entregou na Comissão Nacional da UNESCO um pedido de inscrição de Sagres na Lista Indicativa do Património Mundial. A Comissão emitiu observações que inviabili-zaram a candidatura e preconizou a integração numa candidatura mais ampla. Sagres manteve-se

desde então integrado na candi-datura da «Costa Sudoeste», colo-cada na Lista indicativa de Bens Portugueses a Património Mundial da UNESCO. No entanto, a Região de Turismo do Algarve e a Dire-ção Regional de Cultura do Algarve sempre mantiveram o interesse na elevação de Sagres e dos lugares associados aos Descobrimentos

Henriquinos a Património Mundial, assumindo desta vez um carácter transnacional. Em Junho de 2014, foi reiniciado pelo Comité Nacio-nal da UNESCO uma atualização das candidaturas, tendo sido reto-mado este processo, assim como o relativo «À Costa Sudoeste» pelas entidades regionais da cultura e do turismo.

Infante D. Henrique inspira candidatura

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JANEIRO 2016 | 25

PATRIMÓNIO&PSICOLOGIA

No imaginário popular, as moiras ou mouras encantadas são entidades míti-cas, modelos de beleza feminina e figuras centrais de lendas em que o maravilhoso se mistura muitas vezes com os factos históricos. Relatadas através das várias gerações da mesma família, são conhe-cidas lendas de mouras encantadas associadas a hortas ou poços, fontes ou rios, guardando tesouros e aliciando os homens para que as ajudem a quebrar o seu encantamento e lhes roubar a alma. É igualmente comum, quando se procura atribuir uma datação a algum aconteci-mento de período desconhecido, referir respeitosamente como sendo algo “do

tempo dos mouros” ou da “moirama”. A origem do monte dos Fortes é popu-larmente atribuída aos mouros, que, segundo as gentes, cortaram o curso da ribeira para no local construírem as primeiras casas. Se neste caso não é possível corroborar a versão popular, noutros casos, como nos Castelos de Alta Mora, os vestígios arqueológicos confirmam uma ocupação passada do local.

Nesse sentido, deslocámo-nos ao local, guiados pelo senhor Gualdino Gonçalves, conhecedor excepcional da zona. O cerro dos castelos de Alta Mora localiza-se a sudoeste da povo-ação da Cumeada de Alta Mora, na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim. Os vestígios na paisa-gem ainda hoje denunciam a sua ante-rior ocupação, que, segundo os dados atribuídos pela arqueologia remontará aos séculos IX/X, em plena ocupação islâmica da região algarvia. Estes ves-tígios pertenciam a um forte sistema defensivo que ocupava as duas mar-gens da ribeira do Beliche, segundo a

Os Castelos de Alta Mora

RUBRICA DE PATRIMÓNIO

arqueóloga Helena Catarino (autora de publicações sobre o local). Na ele-vação dominante, o intitulado Cerro do Castelo, situar-se-ia o recinto for-tificado principal e, afastadas entre si cerca de 500m, mais duas peque-nas fortalezas, nas Correntezas e na Lagartixa, que seriam atalaias com vista privilegiada sobre a paisagem.

As três fortificações foram constru-ídas em xisto e grauvaque, matérias-primas abundantes na região. Numa observação de superfície, ainda encontramos vestígios destes mate-riais, em pedras soltas trabalhadas pelo homem, porém, as estruturas estão na sua maioria soterradas e ocultas pela vegetação, dificultando o reconhecimento do perímetro amu-ralhado. Segundo informações orais, a fortificação principal, no Cerro do Castelo, estaria protegida por uma fossa virada para o curso da ribeira. Também nos indicam a existência de necrópoles nesse cerro e no das Correntezas, entretanto destruídas pela lavoura. Quem se desloca ao

local, pode encontrar fragmentos de cerâmica comum espalhada por uma vasta área, elementos de cor alaranjada e/ou esbranquiçada que pertenciam a grandes potes, malgas e panelas utilizados nas lides domésti-cas quotidianas, ou telhas decoradas com traços ondulantes de dedadas.

Podemos perceber mais facilmente a localização deste complexo fortifi-cado no local. Os castelos rurais do período islâmico, a que pertencem os castelos de Alta Mora, situam-se geralmente em pontos estratégicos destacados na paisagem e dominam os principais cursos de água, neste caso a ribeira do Beliche. Outro factor importante para o estabelecimento neste local prende-se com a sua localização num dos cursos entre Cacela Velha, Alcoutim e Mértola, as principais povoações do atual Baixo Guadiana durante a ocupa-ção muçulmana. Funcionaria como dominador e protector dos núcleos populacionais rurais circundantes que já apresentam vestígios de ocu-

pação nessa época, casos da Alcaria da Arraia, Alcaria do Marroquil, Corte do Gago, Barranco dos Mouros, Pego dos Negros e nos Corujos.

Num último olhar, referimos que o sítio apresenta indícios de pro-fanação, praticada por amadores que, na procura por objectos de valor, destroem e contaminam a área, destruindo irreversivelmente um local de alto valor patrimonial e importante para a compreensão da ocupação islâmica no território do Baixo Guadiana.

Pedro PiresTécnico de Património Cultural |

Membro do CEPAC/UAlg (Centro de Estudos de Património,

Ambiente e Construção da Universidade do Algarve)

Muitas dúvidas podem surgir nesta fase do ano. Temos um ano pela frente e com ele a oportunidade de criar novas experiências, fazer novas aprendizagens, criar novas relações, deixar para trás aquilo que já não queremos, olhar para o mundo de forma mais humana e humilde, desafiar-nos e sair da zona de conforto, conhecer sítios novos, ler novos livros, criar um novo trabalho, um novo estilo de vida...

Os planos podem ser muitos mas a determinada altura da vida podemos passar por uma certa passividade e não sermos capazes de realizar as mudanças pretendidas. Encontramo-nos estagnados nas nossas próprias vidas e sentimos que nada corre bem. Uma coisa é certa: não podemos ter tudo aquilo que pretendemos. Por vezes, para conseguirmos algo, temos de abrir mão de outra coisa. Esperamos alcançar a recompensa sem o risco, os resultados sem o processo e o ganho sem a dor. Não funciona desta forma grande parte das vezes. Vivemos focados na obtenção da felicidade e temos de aceitar e compreender que a incapacidade de se lidar com as emoções negativas e o sofrimento são parte integrante da vida. Ninguém pode libertar-nos do sofrimento ou sofrer no nosso lugar.

Não podemos controlar o que nos acontece na vida mas temos a liberdade de escolher o que iremos fazer quanto àquilo que nos acontece. Ao tomarmos uma decisão não podemos pensar apenas no lado positivo. Não podemos perder tempo a encontrar um culpado para o sofrimento e nem desistir à primeira dificuldade. Devemos tentar compreender que as situações, excecionalmente difíceis, são aquelas que dão oportunidade de crescer e superar.

Temos de tomar decisões ativas, com coragem, sem medo e dotadas de um objetivo para evitar cair numa rotina desgastante e num rumo incerto e passivo da vida. Somos responsáveis por procurar as respostas adequadas aos desafios e ultrapassar os problemas.

Na tomada de decisão é legitimo errar. Aprender, muitas vezes, implica ter de falhar. São as falhas que mostram se a decisão tomada nos leva para o caminho certo ou não e, caso seja necessário, corrigir para se poder chegar-se à meta. Tudo vale a pena desde que se tenha um propósito. Quando fazemos algo que nos motiva, todo e qualquer sofrimento, acaba por valer a pena. Por exemplo um familiar que vai trabalhar para longe da família com objetivo de poder sustentá-la. Pois mediante uma luta ou um esforço encontra-se uma razão para o sofrimento desta família. Ou o caso de um atleta que, aos olhos de muitos, parece passar uma série de sacrifícios e sofrimentos no seu percurso mas encara todo o seu trabalho com muito prazer e satisfação.

O amor da família e amigos pode constituir uma das principais fontes dos sentidos da vida mas também fazer algo de significativo no trabalho, até mesmo outras atividades e passatempos pessoais. A atitude que adotamos é fundamental perante os desafios e as oportunidades da vida. Uma atitude negativa intensifica a dor e as desilusões, reduz o prazer e a satisfação. Pode levar-nos a desistir, achar que tudo se torna inútil e, em última instância, levar à depressão ou à doença física.

Ouvimos inúmeras vezes alguém dizer: “já não tenho nada que esperar da vida”. E se pensarmos: o importante não é o que

esperamos da vida mas acreditar e aceitar que ela “põe-nos à prova” e espera que nós superemos as dificuldades de forma ativa e positiva.

O importante é focarmo-nos nas muitas vivências que ainda estão por viver, nas muitas oportunidades que se podem criar, nas alegrias e amor que podemos sentir. Sermos conscientes que temos de ter uma razão, uma meta para prosseguir e decidir, pois “aquele que tem uma razão de viver pode suportar quase tudo.”

Ano Novo... Vida Nova?

NEIP (Núcleo de Estudos e Interven-ção Psicológica) – Ana Ximenes, Cata-rina Clemente, Dorisa Peres, Fabrícia

Gonçalves, Inês Morais, Jorge Hilá-rio, Patrícia Santos, Pedro Costa,

Sílvia Cardoso. Colaboração: Patrícia C. Rodrigues, Patrícia Canhoto,

Tânia Mateus

www.facebook.com/[email protected]

Começa um novo ano,

e agora?

Que importância tem viver

mais um ano?

Que faremos com todo

esse tempo?

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PASSATEMPOS&LAZER

No portal da Mobilidade Internacional de Doentes, •é possível o médico assistente apresentar logo o pedido de assistência médica no estrangeiro. O utente pode, por exemplo, preencher o formulário para reembolso de despesas médicas e enviá-lo aos serviços. Também dispõe de informação sobre todas as possibilidades de tratamento no estrangeiro.

Um ano após a entrada em vigor da directiva que •regula o acesso a cuidados de saúde comparticipados na União Europeia, apenas sete pedidos deram entrada na Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e seis deles já foram recusados. “A maioria dos pedidos apresentados não se encontrava correctamente instruída, por falta de documentação”, justifica Rui Santos Ivo, presidente do Conselho Directivo da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), em entrevista à DINHEIRO & DIREITOS de Setembro.

Entre os principais documentos em falta estão a avaliação •clínica, emitida por um médico de medicina geral e familiar, que comprove a necessidade de diagnóstico e de tratamento, e a autorização prévia para a realização do tratamento, nos casos em que tal é obrigatório.

No caso de ter direito a reembolso, o doente recebe do •Estado o mesmo valor que o Serviço Nacional de Saúde suportaria para a realização do mesmo tratamento em território nacional, descontando ainda a respectiva taxa moderadora. Se, porventura, o tratamento for mais caro no estrangeiro, o Estado não cobre o valor remanescente, que fica a cargo com o doente. Também não são comparticipadas viagens ou despesas de alojamento.

Os reembolsos só são efectuados mediante a •apresentação dos comprovativos originais das despesas. Se estes estiverem em língua estrangeira, cabe ao doente apresentar uma tradução certificada, cujo custo também terá de suportar. Todos os pedidos devem dar entrada no Portal do Utente.

Susana Correiajurista

“Quem teve assistência médica noutro Estado-Membro da União Europeia e quer ser reembolsado ou está a procurar

tratamento fora de Portugal tem agora uma plataforma online. Onde posso aceder a essa informação?”

Delegação Regional do Algarve

CONSULTÓRIO DO CONSUMIDOR / DECO

Quadratim - n.º138Autor: João Raimundo

Jogo da Paciência n.º 144

Há quem defenda a proibição das touradas em Portugal sem pensar nas consequências desastrosas que essa intenção desencadearia com a extinção de centenas de postos de trabalho directos/indirectos na agricultura, pecuária, indústria, comércio, serviços, hotelaria, restauração, turismo, exportação, etc. Só porque meia dúzia de farpas se penduram espetadas na pele grossa dos touros que só existem porque há tauromaquia. Isto é uma aberração. Se assim não fosse teria de se proibir também a caça aos pardais, pombos e patos bravos, codornizes, perdizes, coelhos bravos, lebres, raposas, lobos, javalis e o abate de gado bovino/vacum, ovelhas, cabras, coelhos, galináceos, suínos, etc. Muitos deles dão-nos a pele, a lã, o leite, a força e apesar dessas dádivas ainda os abatemos e comemos. Então só os touros é que são «coitadinhos»? As praças de touros enchem-se de público, de todas as classes sociais, ávidos de ver a valentia e coragem dos forcados que sem «rede», enfrentam o touro e só os portugueses têm esta aptidão e a mestria do toureiro a pé e a cavalo com os trajes reluzentes; a dignidade e o respeito entre os intervenientes no cumprimento rigoroso e salutar de um regulamento taurino existente; o toque da corneta com luvas brancas e o som musical próprio e único. Deixemo-nos de ver «fantasmas» e lutemos, isso sim, contra a doença, a fome, a miséria, o desemprego, as dependências negativas que afligem milhares de famílias. Lutemos também a favor dos deficientes – invisuais, dificuldades de motricidade, etc. - na abolição das barreiras arquitectónicas e do estacionamento automóvel em passeios ou passagens de peões que só dificulta a sua livre passagem, etc. Por agora, chega. Voltarei. Pelo caminho correcto do quadratim vá ao encontro de – FELIZ ANO (JBG) 2016.

Rotulagem de carnes

Alguns dos nossos meninos encontram uma nova vida ao lado de um humano que os ama e que sem preconceitos adoptou um cão adulto.

Este é o 1º natal que tem em familia e que venham muitos mais. Boateng, Aladin e Bent um

feliz ano para vocês! *******************

Some of our boys find a new life next to a human who loves them and unprejudiced adop-ted an adult dog. This is the 1st Christmas they have in family and many more will. Boateng,

Aladin and Bent Happy New Year for you!

GUADI Centro de Animais Rua D. Pedro V, Nº 38 – 2º andar 8900–283

Vila Real de Santo António Contribuinte Nº 507 534 328

Contactos: 964773101 e 927167755 (12:30 às 14:00)NIB - 0035 0234 0000 6692 13002

[email protected]/http://associacaoguadi.blogspot com FACEBOOK

GUADI

No passado 27 de Dezembro duas centenas suinicultores realizaram uma ação de sensibilização no Pingo Doce do Braga Parque. Para além de sensibilizar a população para a importância e benefício do consumo de carne nacional e simultaneamente chamar a sua atenção para o baixo preço pago aos produtores, esta mobilização serviu também para denunciar o incum-primento das novas regras de rotulagem, por parte de alguns supermercados (este inclusive).A 1 de Abril de 2015 entraram em vigor as novas normas europeias relativas à rotulagem de carne de porco, ovelha, cabrito e aves. Estas novas disposi-ções aplicam-se a todo o tipo de carnes (fresca, refri-gerada e congelada). Passa então a ser obrigatório constar no rótulo, para além da informação habitual, o seguinte:1. “Criação em” – país em que a peça foi criada.2. “Origem em” – no caso de animais nascidos, cria-dos e abatidos num mesmo país.3. “Abate em” – país em que a peça foi abatida.Esta medida visa dar ao consumidor informação valiosa acerca do que está a consumir, tendo assim este, poder de decisão sobre a origem dos produtos que consome.

Carlos BrásEng. Alimentar

Ideias a Conservar

Viver para Recordar

Soluções Jogo da Paciência - n.º143

Janeiro1. Fevereiro2. Março3. Abril4. Maio5. Junho 6. Julho 7. Agosto8. Setembro9. Outubro10.

Novembro11. Dezembro12. Trezentos 13. (sessenta seis dias)

Segunda14. Terça15. Quarta16. Quinta17. Sexta18. Sábado19. Domingo20.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JANEIRO 2016 | 27

DESPORTO

Companhias «Splash» e «Idade de Ouro» brilham em Espanha

Nelson Évora fez estágio em VRSA Centro de Alto Rendimento de VRSA recebe 20 mil euros para apetrechamento

Lima Pereira é o novo treinador do Lusitano de VRSA

Alcoutim vai ser palco de Campeonato de Canoagem em 2016

As companhias de dança «A Idade de Ouro» e «Splash», ambas de Vila Real de Santo António, repre-sentaram com orgulho o nome de VRSA no concurso «Vive tu Sueño, realizada em Adra (Alme-ria), na vizinha Espanha.

Na gala, que reuniu um total de 78 coreografias, a companhia de dança «Idade de Ouro», que participou com 26 membros - conquistou o primeiro lugar em estilo contemporâneo nas catego-rias juvenis e adultos, garantindo entrada direta na grande final de Madrid.

Prestação igualmente notável foi a da companhia «Splash», que consegue levar três coreografias

O atleta tem na mira a prepara-ção do Campeonato do Mundo de Pista Coberta, que será disputado em Portland (Estados Unidos), mas o foco está apontado para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016, nos quais irá tentar regressar ao Pódio, repetindo o feito alcan-çado em Pequim 2008.

Em VRSA, Nelson Évora treinou com outros dois saltadores do Ben-fica – Susana Costa e Bruno Costa –, sempre acompanhado pelo olhar

Alcoutim foi o palco escolhido pela Federação Portuguesa de Cano-agem (FPC) para a realização do Campeonato Nacional de Esperan-ças de 2016. A competição está agendada para o dia 15 de maio e contará com atletas dos 8 aos 16 anos.

Depois do Grupo Desportivo de Alcoutim ter organizado, este ano e pela primeira vez, um evento à escala nacional, a FPC achou que em termos organizativos foi um sucesso e voltou a acreditar no trabalho do grupo alcoutenejo.

A organização acredita que conseguirá fazer ainda melhor em 2016 e deseja que o Guadiana, desta vez, ajude a que seja o evento “perfeito”. O GD Alcoutim espera que o número de particpantes em 2016 seja superior ao deste ano, que contou com 600 jovens canoistas.

António Lima Pereira é o novo treinador do Lusitano equipa de futebol profissional de Vila Real de Santo António e 3.º classi-ficado da Série H do Campeo-nato Nacional Prio. Lima Pereira sucede a Ivo Soares no comando técnico dos vilarealenses.

A chegada de Lima Pereira insere-se numa parceria entre

O município de Vila Real de Santo António, através da VRSA SGU, assinou a 22 de Dezembro, em Rio Maior, com a Fundação do Desporto, um protocolo de financiamento para o Centro de Alto Rendimento Desportivo de VRSA no valor de 20 mil euros. O montante envolvido ascende aos 20.500 euros e destina-se ao apetrechamento e equipamento tecnológico da infraestrutura.

O Complexo Desportivo de Vila Real de Santo António foi oficial-mente integrado, no passado mês de outubro, pela Fundação do Desporto, na rede nacional de Centros de Alto Rendimento Desportivo, estando vocacionado para as modalidades de atletismo, judo, futebol, triatlo e natação.

Com esta distinção, o Complexo Desportivo amplia ainda mais a sua notoriedade nacional e inter-nacional e passa a constituir-se como uma instituição de exce-lência que agrega as valências de treino, investigação, medicina, psicologia, fisioterapia e nutri-ção, sendo a única do género a sul do Tejo.

Na foto: administrador dele-gado da VRSA SGU, Pedro Pires, e Carlos Marta, presidente da Fun-dação do Desporto.

para Madrid, ao ter conquistado o segundo e terceiro prémios (estilo livre) no grupo cadete e o segundo prémio (estilo livre) no grupo juvenil. Assinale-se que, dos 34 participantes levados a concurso pelas «Splash», todos se apuraram para as finais.

A grande final de Madrid tem lugar nos dias 12 e 13 de março de 2016. Além das formações vila-realenses, estarão represen-tados os vencedores de Andalu-zia, Estremadura, Catalunha e Madrid.

Agora é altura de preparação-para a grande final e angariação de apoios para uma participação muito ambicionada.

atento do treinador João Ganço.Em 2015, o atleta do Sport

Lisboa e Benfica conquistou o título europeu de pista coberta, disputado em Praga, e chegou ao bronze no Campeonato Mundial de Atletismo de 2015, em Pequim.

O Complexo Desportivo de Vila Real de Santo António foi ofi-cialmente integrado, no passado mês de outubro, pela Fundação do Desporto, na rede nacional de Centros de Alto Rendimento Des-

a direção do clube raiano e um fundo, estando previsto um apro-fundamento dessa relação num futuro próximo.

Lima Pereira iniciou a época em curso ao serviço do Barrosas, dos distritais do Porto, e conta com passagens pelo Felgueiras, Espo-sende, Portosantense, Académico de Viseu e Vitória de Cernache.

portivo, estando vocacionado para as modalidades de atletismo, judo, futebol, triatlo e natação.

Com esta distinção, o Complexo Desportivo amplia ainda mais a sua notoriedade nacional e inter-nacional e passa a constituir-se como uma instituição de exce-lência que agrega as valências de treino, investigação, medicina, psicologia, fisioterapia e nutri-ção, sendo a única do género a sul do Tejo.

Bailarinos de VRSA impressionaram em Espanha e regresso em Março para grande final Madrid

Campeão Olímpico escolhe o complexo de VRSA

Pedro Pires da SGU assinou protocolo em Rio Maior

Novo treinador sucede a Ivo Soares

Importante competição vem para o Baixo Guadiana

O campeão olímpico de triplo salto Nelson Évora escolheu o Centro de Alto Rendimento do Complexo Desportivo de Vila Real de Santo António para efetuar um estágio de 15 dias.

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28 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |JANEIRO 2016

Ano Novo Vida Nova. Hábitos novos. Bons hábitos. Um deles será, certamente, acabar com o gasto de «energia fantasma». Não deixe carregadores ligados à tomada quando não estão a ser utilizados. Gasta-se muito sem ser útil = Des-perdício total...

O Natal acontece até ao próximo dia 6 de Janeiro quando estaremos a chegar aos nossos assinantes, reservando o JBG a pró-xima edição para a compilação de imagens de tudo o que foi feito pelo território até essa data em nome da quadra natalícia. Entretanto, já chegámos a mais um ano. A festa percorreu o Baixo Guadiana, tendo os municípios de Alcoutim e Vila Real de Santo António levado a cabo noites anima-das de passagem de ano.

A música, a alegria e o fogo-de-artifício foram os pontos altos dos festejos que jun-taram milhares de pessoas nas ruas.

Em Alcoutim a festa teve lugar no cais e em Vila Real de Santo António na Praça Marquês de Pombal e na zona poente de Monte Gordo.

Desejamos um Feliz 2016 a todos os nossos leitores!

ECOdica

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Algarve recebeu Congresso Nacional das Agências de Viagens

Candidatura de Algarve à Unesco destaca a região no mundo

Exploração de petróleo e gás no Algarve é processo mal explicado

Festejos marcaram saída de ano velho e chegada a ano novo. Feliz 2016!

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