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janeiro - fevereiro / 2015 JORNAL DE CHIADOR 8 JORNAL DE CHIADOR Com nícias de Parada Braga , Penha Longa e sede Comunitário de Verdade / janeiro - fevereiro de 2015 / Ano VII - Nº 51/ Distribuição Gratuita D esde a infância sem- pre frequentei Chia- dor, esse lugar é especial demais para mim. Foi aqui que eu conheci o grande amor da minha vida; mas isso é uma outra estória. Aqui eu convivi com os meus tios preferidos, Odí- lio e Arina, na casa da an- tiga Estação de Chiador. Que momentos maravilho- sos ali nós compartilha- mos! Tudo muito simples e verdadeiro. Muito carinho e respeito mútuo; sauda- de sincera, de querer estar perto das pessoas que eram tão especiais para mim. Lembro-me da minha amada tia Arina, que sem- pre que eu me despedia para voltar ao Rio onde morava, me dizia com a sua fala mansa: “Minha filha, não demora a voltar não, assim que você puder, vem passar um pouquinho de ‘mau’ aqui comigo.” E eu ria, achando graça do seu jeitinho carinhoso de falar. Nunca me esqueço, tam- bém, do meu amado tio Odílio, que ao retornar da fazenda do Dilermando onde trabalhava, acompa- nhado de seu amigo ‘Seu Nicacinho’, sentávamos os três na entrada da casa, na antiga venda e eu logo pedia para pôr o seu cha- péu de palha, enquanto tomávamos um ‘reme- dinho’ antes da refeição: ‘Pra abrir o apetite’ ele me dizia; enquanto enrolava um cigarrinho de palha, que eu também me atrevia a fumar. Como era forte aquele cigarro! Não existia pernilongo que suportasse o forte cheiro, todos inva- riavelmente sumiam! Anos passados, eu já adulta e meus tios infeliz- mente já desencarnados, continuei frequentando esse lugar e quando eu chegava na velha e ainda poeirenta estrada de chão, próximo a Penha Longa, minha vontade era de parar o carro e deitar ali mesmo, de braços abertos, como num abraço de reencon- tro com minhas origens, minhas raízes e beijar o chão! Como eu queria poder voltar àquele tempo, mas me conforta saber que vivi com verdadeiro amor e prazer, cada momento que não voltará mais. E o “progresso” veio… E o ‘progresso’ veio, ele ‘finalmente chegou’. Hoje, a fazenda foi desativada e com ela, a antiga casa onde meus tios moravam foi abandonada e está destru- ída. Mesmo diante desse ce- nário tão triste, me permito visitar o local e recolhendo cacos, pedaços do piso do chão, velhas tomadas que não se fabrica mais, braça- deiras das portas, tramelas e algumas plantas, tento imortalizar materialmen- te o que me é tão precio- so, antes que o tempo e os ‘vândalos’ levem o pouco que restou daquele lugar. Será que as pessoas que ‘vieram depois’ olham aquelas ruínas e não con- seguem perceber que ali existiu vida?! Que ali habi- tou uma família e que por isso existe uma estória por detrás de cada parede que ainda se mantém erguida?! Tem uma música que minha tia gostava muito, ‘Triste Berrante’ – Solange Maria, da novela Pantanal, que retrata bem essa reali- dade [veja quadro]. Não imaginava que essa música fosse um dia fazer parte de minha vida, da forma como faz atualmen- te, infelizmente!... Sentada hoje, em pe- daços de paredes caídos pelo chão, da antiga casa de meus tios, envolvida por essas lembranças ma- ravilhosas, ouço um som familiar que em frações de segundo me leva novamen- te àqueles dias! Quando como corríamos para ver o trem passar e dar adeus ao maquinista! Num rápido reflexo, cor- ro buscando fazer o mes- mo trajeto daqueles dias distantes, buscando a porta principal que já não existe mais, apenas a silhueta no chão, de onde ela se po- sicionava. Mesmo assim corro para acenar como de costume para o maquinis- ta. Mas infelizmente, ele já não olha para o lado da casa, onde me encontro. Triste Berrante Christiane Ohara “Triste Berrante” - Solange Maria Já vai bem longe esse tempo bem sei, Tão longe que até penso que eu sonhei! Que lindo quando a gente ouvia distante, O som daquele triste berrante e um boiadeiro a gritar: ‘Eia!’ E eu ficava ali na beira da estrada, Vendo caminhar a boiada, até o último boi passar. Ali, passava boi, passava boiada, Tinha uma palmeira na beira da estrada onde foi gra- vado muito coração! .... E esse tudo (o progresso) que é o meu nada, Hoje tenho que acatar, e chorar! Mas mesmo vendo gente, carros passando, meus olhos estão enxergando Uma boiada a passar! E eu estou ali, misturando lembranças felizes, com essa realidade triste. Penso então nos meus tios e digo para mim mesma: ‘Meus tios, onde vocês estarão agora? Eu estou aqui na casa de vocês, o trem passou! Onde vocês estiverem, saibam que é aqui no meio dessas ruí- nas, que eu me sinto verda- deiramente em casa! Aqui, nesse exato lugar, mesmo sem teto, sem água ou pa- redes, me sinto mesmo de- baixo do sol, segura e em paz!’ Obrigada meu Deus, por tudo que eu vivi aqui, que o Senhor conserve, através das pessoas, que verdadei- ramente amam a terra, esse lugar tão especial. Pois eu amo esse lugar, esse verde, esse ar. Eu amo Chiador! D. Arina e Sr. Odílio em sua casa, na antiga Estação de Chiador Foto: Arquivo pessoal - Christiane Ohara RELIGIÃO Uma reflexão a respeito da fragilidade da vida. PÁG. 6 TRISTE BERRANTE As lembranças emocionadas de Christiane Ohara. PÁG. 8 PERFIL Conheça a história de José Lara Resende. PÁG. 3 FOLIA Um relato sobre os antigos carnavais de Chiador. PÁG. 4 CULINÁRIA Aprenda uma saborosa receita de bolo de mortadela. PÁG. 6 Acesse, comente e curta nossa página no Facebook: facebook.com/jornaldechiador LITERATURA Ronaldo Canedo Silva convida colaboradores para seu livro. PÁG. 7 Foto: Arquivo pessoal - Christiane Ohara Foto: Arquivo pessoal - Cezar Alvim Foto: Arquivo - Escola Santa Tereza facebook.com/ jornaldechiador + fotos em nossa página no Facebook:

JC - Janeiro/Fevereiro de 2015

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Edição 51 do Jornal de Chiador

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Page 1: JC - Janeiro/Fevereiro de 2015

janeiro - fevereiro / 2015 JORNAL DE CHIADOR

8

JORNAL

DE

CHIADORCom notícias de Parada Braga, Penha Longa e sede

Comunitário de Verdade / janeiro - fevereiro de 2015 / Ano VII - Nº 51/ Distribuição GratuitaDesde a infância sem-

pre frequentei Chia-dor, esse lugar é especial demais para mim. Foi aqui que eu conheci o grande amor da minha vida; mas isso é uma outra estória.

Aqui eu convivi com os meus tios preferidos, Odí-lio e Arina, na casa da an-tiga Estação de Chiador. Que momentos maravilho-sos ali nós compartilha-mos! Tudo muito simples e verdadeiro. Muito carinho e respeito mútuo; sauda-de sincera, de querer estar perto das pessoas que eram tão especiais para mim.

Lembro-me da minha amada tia Arina, que sem-pre que eu me despedia para voltar ao Rio onde morava, me dizia com a sua fala mansa: “Minha filha, não demora a voltar não, assim que você puder, vem passar um pouquinho de ‘mau’ aqui comigo.” E eu ria, achando graça do seu jeitinho carinhoso de falar.

Nunca me esqueço, tam-bém, do meu amado tio Odílio, que ao retornar da fazenda do Dilermando onde trabalhava, acompa-nhado de seu amigo ‘Seu Nicacinho’, sentávamos os três na entrada da casa, na antiga venda e eu logo pedia para pôr o seu cha-péu de palha, enquanto tomávamos um ‘reme-dinho’ antes da refeição: ‘Pra abrir o apetite’ ele me dizia; enquanto enrolava um cigarrinho de palha,

que eu também me atrevia a fumar. Como era forte aquele cigarro! Não existia pernilongo que suportasse o forte cheiro, todos inva-riavelmente sumiam!

Anos passados, eu já adulta e meus tios infeliz-mente já desencarnados, continuei frequentando esse lugar e quando eu chegava na velha e ainda poeirenta estrada de chão, próximo a Penha Longa, minha vontade era de parar o carro e deitar ali mesmo, de braços abertos, como num abraço de reencon-tro com minhas origens, minhas raízes e beijar o chão!

Como eu queria poder voltar àquele tempo, mas me conforta saber que vivi com verdadeiro amor e prazer, cada momento que não voltará mais.

E o “progresso” veio…

E o ‘progresso’ veio, ele ‘finalmente chegou’. Hoje, a fazenda foi desativada e com ela, a antiga casa onde

meus tios moravam foi abandonada e está destru-ída.

Mesmo diante desse ce-nário tão triste, me permito visitar o local e recolhendo cacos, pedaços do piso do chão, velhas tomadas que não se fabrica mais, braça-deiras das portas, tramelas e algumas plantas, tento imortalizar materialmen-te o que me é tão precio-so, antes que o tempo e os ‘vândalos’ levem o pouco que restou daquele lugar.

Será que as pessoas que ‘vieram depois’ olham aquelas ruínas e não con-seguem perceber que ali existiu vida?! Que ali habi-tou uma família e que por isso existe uma estória por detrás de cada parede que ainda se mantém erguida?!

Tem uma música que minha tia gostava muito, ‘Triste Berrante’ – Solange Maria, da novela Pantanal, que retrata bem essa reali-dade [veja quadro].

Não imaginava que essa música fosse um dia fazer parte de minha vida, da

forma como faz atualmen-te, infelizmente!...

Sentada hoje, em pe-daços de paredes caídos pelo chão, da antiga casa de meus tios, envolvida por essas lembranças ma-ravilhosas, ouço um som familiar que em frações de segundo me leva novamen-te àqueles dias! Quando como corríamos para ver o trem passar e dar adeus ao maquinista!

Num rápido reflexo, cor-ro buscando fazer o mes-mo trajeto daqueles dias distantes, buscando a porta principal que já não existe mais, apenas a silhueta no chão, de onde ela se po-sicionava. Mesmo assim corro para acenar como de costume para o maquinis-ta. Mas infelizmente, ele já não olha para o lado da casa, onde me encontro.

Triste BerranteChristiane Ohara

“Triste Berrante” - Solange Maria

Já vai bem longe esse tempo bem sei,Tão longe que até penso que eu sonhei!Que lindo quando a gente ouvia distante,O som daquele triste berrante e um boiadeiro a gritar: ‘Eia!’E eu ficava ali na beira da estrada,Vendo caminhar a boiada, até o último boi passar.Ali, passava boi, passava boiada,Tinha uma palmeira na beira da estrada onde foi gra-vado muito coração!....E esse tudo (o progresso) que é o meu nada,Hoje tenho que acatar, e chorar!Mas mesmo vendo gente, carros passando, meus olhos estão enxergandoUma boiada a passar!

E eu estou ali, misturando lembranças felizes, com essa realidade triste. Penso então nos meus tios e digo para mim mesma:

‘Meus tios, onde vocês estarão agora? Eu estou aqui na casa de vocês, o trem passou! Onde vocês estiverem, saibam que é aqui no meio dessas ruí-nas, que eu me sinto verda-deiramente em casa! Aqui, nesse exato lugar, mesmo sem teto, sem água ou pa-redes, me sinto mesmo de-baixo do sol, segura e em paz!’

Obrigada meu Deus, por tudo que eu vivi aqui, que o Senhor conserve, através das pessoas, que verdadei-ramente amam a terra, esse lugar tão especial. Pois eu amo esse lugar, esse verde, esse ar.

Eu amo Chiador!

D. Arina e Sr. Odílio em sua casa, na antiga Estação de Chiador

Foto: Arquivo pessoal - Christiane Ohara

RELIGIÃO

Uma reflexão a respeito da fragilidade da vida.

PÁG. 6

TRISTE BERRANTE

As lembranças emocionadas de Christiane Ohara.

PÁG. 8

PERFIL

Conheça a história de José Lara Resende.

PÁG. 3

FOLIA

Um relato sobre os antigos carnavais de Chiador.

PÁG. 4

CULINÁRIA

Aprenda uma saborosa receita de bolo de mortadela.

PÁG. 6

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LITERATURA

Ronaldo Canedo Silva convida colaboradores para seu livro.

PÁG. 7

Foto: Arquivo pessoal - Christiane Ohara

Foto: Arquivo pessoal - Cezar Alvim

Foto: Arquivo - Escola Santa Tereza

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janeiro - fevereiro / 2015 JORNAL DE CHIADOR janeiro - fevereiro / 2015 JORNAL DE CHIADOR

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EXPEDIENTE:JORNAL DE CHIADOR é um veículo comunitário e sem fins lucrativos editado pela Associação Comunitária Amigos do Jornal de Chiador. CNPJ 10.966.847/0001-89Jornalista responsável: Rodrigo Galdino - MTb 15.219/MG | Projeto gráfico: Daisy Cabral | Diagramação: Caroline Frizeiro| Revisão: Bruno Fuser, Caroline Frizeiro, Rodrigo Galdino

Colaboradores: Arlety de O. e Silva, Carla Izidora, Carlos H. I. Ferreira, Cezar Alvim, Christiane Ohara, Gabriel Lara Resende Ferreira, Ione Guadelupe, Janaina Flores de Matos, Janice Costa Salomão, João Cassaro, Kaio Silva Pacheco, Leandro Pacheco, Luciano Santos, Marcia Cristina Gonçalves, Nara Mariosa, Ovandas Rodrigues, Ronaldo Canedo Silva, Vânia Afonso, Wladimir Flores de Matos.

APOIO: Projeto “Chiador: Jornalismo Comunitário, História e Ação Cultural” - UFJF - FAPEMIGProjeto de Extensão Novas Tecnologias e Ação Comunitária - Coordenação: Prof. Dr. Bruno FuserGrupo de Pesquisas “Processos Comunicacionais, Educação e Cultura”/ UFJFTIRAGEM: 1.000 exemplares | PERIODICIDADE: mensal E-MAIL: [email protected]

“Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente a opinião da equipe editorial do JC”

Espaço do Leitor

Envie sua [email protected]

facebook.com/jornaldechiador Ou entregue pessoalmente à

nossa equipe!

JC responde

Há muitos anos obser-vo com curiosidade

as crenças e costumes de al-gumas religiões e noto que, segundo minhas pesquisas baseadas na Bíblia (que tive a oportunidade de ler cinco ve-zes por inteira), tais crenças e costumes entram em muitos conflitos. Mas, como se diz: “ninguém é dono de uma ver-dade absoluta”, sendo assim, o que acontece então? Por que existem milhares de reli-giões, se a Bíblia é uma só? Se cada religião ensina algo diferente da outra, quem fala a verdade segundo a Bíblia?

Com isso em mente, estou para escrever um livro, onde o tema deve ser próximo de: “Religião: mentira ou apenas enganos” (o tema pode mudar de acordo com todo o contex-to do livro). Este livro fará um levantamento frio sobre crenças e costumes de religi-ões e, para tal pesquisa, uma vez que não procurarei puxar para nenhuma religião e sim levantar questionamento e respostas das crenças, caso um servo de Deus, pastor ou qualquer outra pessoa queira participar nos temas, pode fi-car à vontade.

O primeiro dos dez temas é:

1º - segundo a Bíblia, quan-

do questionado por um ho-mem versado na Lei queren-do saber como herdar a vida eterna, Jesus Cristo disse que dentre outras coisas ele deve-ria amar o teu próximo como a ti mesmo (Lucas 10:25-28). Em outra ocasião, o Próprio Jesus disse em uma ilustra-ção sobre o Samaritano que o próximo é também o inimi-go. E em diversas passagens, a Bíblia mostra que nem no coração deves odiar seu ini-migo e que o bem se deve fa-zer a todos, independente se é amigo ou não.

Mas notei, quando se fez uma reportagem sobre pales-tinos matando israelenses e vice-versa, que um evangéli-co lamentou isso e disse que se eles seguissem o Cristo nada disso aconteceria. Bem,

entra a questão para minha pesquisa:

Quando um país entra em guerra com outro, quem par-ticipa na matança, tirando vida, deixando viúvas e ór-fãos? Quantos ateus (ou seja, pessoas que não acreditam em Deus) estão nessa guer-ra? Na sua maioria são todos professos cristãos, receberam treinamento e armas e vão lutar por causas muitas vezes simplesmente políticas. De-sejo saber assim para minha pesquisa o que a sua religião ensina sobre a participação em guerras. O que você acha desse assunto.

Talvez diga: Mas o Brasil não entra em guerra, ou não está em guerra atualmen-te... Mas sabemos que isso não impede dos religiosos

receberem o treinamento de guerra para ficarem a dispo-sição para tal, fora a questão de que, quando solicitado, o país pode mandar seus sol-dados para apoiar outros em guerra. Mas por que as religi-ões no geral não promovem o fim dessa participação pelos seus membros? Lamentam os mortos, mas aclamam os “he-róis” da guerra quando vol-tam dela? Por que matar por ordem de homens, por seus motivos egoístas, e deixar de obedecer à ordem do Cristo?

Enfim, o tema é polêmico, mas é isso que tratará o livro. Dê sua opinião, pelo email [email protected], nomes não serão divulgados, só as idéias, sugestões e vi-são religiosa e bíblica sobre o tema. Em especial, gostaria de ouvir pastores, padres ou qualquer outro líder religioso. A omissão desses será motivo de minha matéria também, na verdade, esses devem ter algo para falar.

Se achar que isso não tem nada a ver, veja muitos filmes de guerras e ouça relatos dos sobreviventes e de parentes dos mortos para ter uma visão clara desse assunto para um cristão! Em outras matérias colocarei os demais temas... Restam nove após esse.

O livro que quero escreverRonaldo Canedo Silva

Imagem: Internet

Nosso momento de féArlety de O. e Silva

“Pai nosso que estás no céu”. Assim começa

a principal oração do Cristia-nismo, ela resume tudo o que é necessário pedir a Deus para o físico e o espiritual.

Além dela, há inúmeras ora-ções direcionadas aos santos, os anjos da guarda, a Virgem Maria, e tantos outros, para os mais diversos problemas. Por meio delas, você pode recon-quistar sua paz interior e sentir viva a esperança de que o po-der divino está no comando.

“E tudo o que vocês na ora-ção pedirem com fé, vocês re-ceberão” (Mateus 13:5, 8)

Quer prova maior de que Deus está sempre pronto a nos ajudar do que essas palavras da Bíblia?

Não basta, porém, rezar sem sentimentos, sem confiança de que o Poder Divino agirá na sua vida e lhe socorrerá.

É preciso acreditar do fundo do coração e nunca duvidar da força de nosso Senhor, como dizem as palavras.

Muitas bênçãos à sua vida!

Imag

em: I

nter

net

Adoro essa cidade, tenho pri-mos, tios em Penha longa.

Um dia pretendo morar aí… Moro na capital do RJ, mas fui registrado em Penha Longa/MG, minha vó mora em Três Rios. (Leandro Pacheco, pelo Facebook, em 19 de janeiro de 2015)

Um grande abraço para todos os participantes do Jornal

de Chiador e um especial para o meu amigo Rodrigo Galdino. (Lu-ciano Santos, de Penha Longa, pelo Facebook)

Agradecemos aos leitores Leandro e Luciano pelas mensagens enviadas através do Facebook. Nossa

página já alcançou mais de 250 curtidas, e nossas matérias foram comentadas e compartilhadas por diversas pessoas. Aproveitamos para convidar todos os leitores para partici-parem do JC - das nossas reuniões de pauta presenciais e online, das discussões no Facebook e também através do e-mail. Envie seu conteúdo!

Piadinhas do KaioKaio Silva Pacheco

-Qual é o santo protetor do banheiro?O são bonete (sabonete)

Jhony Silva Ferreira- 10/02

Jhony: desejamos que você tenha um futuro lindo, cheio de saúde, paz, amor e felicidades. Que sua vida seja repleta de alegria, e

que Deus te abençoe em todos os momentos. Admiramos muito você, que sempre traz alegria pra nossa família, com seu carinho e atenção. Feliz aniversário, querido!

São os votos das tias Carla e Rogéria; de todos os seus tios, seu avô José Izidoro e toda a sua família.

Foto: Arquivo pessoal - Carla Izidora

A cliente entra na perfumaria e pergunta:- Tem xampu?

- Claro! Para que tipo de cabelo?- Para cabelo sujo, oras!

-Qual é o cúmulo da vaidade?Comer flores para enfeitar os vasos san-

guíneos.

-Qual é o destino preferido dos turistas no Natal?

O peru.

Mariana Mariosa Albor – 13/02Mariana, há sete anos você chegou e encheu a nossa vida de alegria e hoje você é essa linda menina, inteligente. Que Deus te abençoe e te faça brilhar por toda a sua vida. Sua família te ama, parabéns. (Nara Mariosa)

Jhonny, aniversariante do dia 10/02Foto: Nara Mariosa

Mariana, aniversariante do dia 13/02

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janeiro - fevereiro / 2015 JORNAL DE CHIADOR janeiro - fevereiro / 2015 JORNAL DE CHIADOR

36Poeme-se!

Você faz parte da minha vida.Momentos de tempestade ecalmaria em nossas vidasvamos encontrar porémjuntos tudo se resolverá.Nosso amor é como as águasdos rios que rolam serenas para o mar.É como a noite de chuva for-tea relampejar e trovejar .É noites escura sem luarÉ dias quentes com o sola nos iluminar .É como caldeiras ferventesa nos queimar .È fogo que arde nas entra-nhas.O vento sopra em meu rostotrazendo o teu perfumeque penetra em minhas nari-nas.Fecho os olhos, sinto, paranão ver passar o tempopara não esquecer destelouco momento.Noites sedentas em minha camafico a te esperar e para sem-prepoder te amar.Em sonhos me entregueipalavras lindas para tieu falei em poemasmeu amor por ti reciteiteu nome para mimeu guardei.

Ione Guadelupe

Padaria São Geraldo

“O pão nosso de cada dia”Obrigado pela preferência

Tel: (32) 3285-1252

José Lara Resende

José Lara Resende nasceu em Venda Nova, Belo

Horizonte, aos 27 de março de 1944, filho de Luís Evaris-to de Resende e Maria Afon-sina Lara. Veio para Chiador com 2 anos e morou na Fa-zenda Fortaleza, Tocaia.

Estudou em colégio inter-no em Paraíba do Sul, onde aprendeu a tocar sanfona. Perdeu a mãe aos 14 anos, precisou parar de estudar e veio trabalhar com seu pai. Casou-se, teve um filho, foi vereador, acreditando na igualdade social.

Hoje, aposentado, vive no Sitio Fortaleza, o que mais gosta de fazer é andar de bi-cicleta. Conhece Chiador de

canto a canto sobre rodas.Sempre que é convidado

toca sanfona nas festas juni-nas e forrós. Devoto de N. S. Aparecida, visita o santuário em Aparecida do Norte todos

(*) Redação escolhida como a melhor entre as várias escritas sobre o sr. José Lara Resende pelos alunos que participaram na Escola Municipal Santa Tereza das atividades da 4ª Jorna-da Mineira do Patrimônio Cultural, que teve em 2013 o tema: “Griôs: os mestres de nossa cultura”.

Gabriel Lara Resende Ferreira (*)

José Lara toca sanfona para os alunos da escola Santa Tereza

Arquivo - Escola Santa Tereza

José Lara - à direita - em apresentação junto com Geraldinho

Foto: Arquivo - Escola Santa Tereza

Ingredientes

4 ovos1 lata de creme de leite1 copo americano de leite1 copo americano de azeite1 pitada de sal2 cubos de caldo de galinha3 copos americano de farinha de trigo2 colheres de sopa de fermen-to em pó químicoMargarina e farinha para un-tar

Recheio

3 copos americano de morta-dela raladaMeio copo de azeitona verde picada

Bolo de MortadelaCarla Izidora

Receita

Imagem: Internet

1 cebola grande raladaSalsinha e cebolinha a gosto.

Modo de fazer

No liquidificador bata os ovos, o creme de leite, o lei-te, o azeite, o sal e os cubos de carne. Transfira para um recipiente e misture os ingre-dientes do recheio. coloque a farinha de trigo e o pó quími-co. Mexa com uma colher de pau. Coloque em duas formas untadas e enfarinhadas,leve pra assar em forno médio aquecido por 30 minutos ou até dourar.

Bom apetite!

A fragilidade, a brevi-dade e a incerteza da

vida devem frear a presun-çosa confiança de todos os nossos projetos para o futuro. Em Tiago, capítulo 4, ver-sículo 13 e 14, ele diz: “eia agora vós, que dizeis: ‘hoje e amanhã, iremos a tal e tal ci-dade e lá passaremos um ano, e contrataremos e ganhare-

mos’. Digo-vos porém, que não sabeis o que acontecerá amanhã”.

Podemos até estabelecer a hora e o minuto da saída e da entrada do pôr do sol, mas não podemos fixar a hora cer-ta em que acabarão as trevas sobre nossa vida, somente se aceitarmos a Jesus em nossas vidas. Pois tão curta e irreal

é a vida humana, com todos os prazeres que a ela acompa-nham; mas as bênçãos do Se-nhor serão para sempre e se-rão conforme a nossa conduta neste momento tão passagei-ro. Porém uma coisa é certa: sempre teremos que depender da vontade de Deus.

Nossos tempos não estão em nossas mãos senão à dis-

posição de Deus. Nossas ca-beças podem até estar cheias de preocupações e pensamen-tos voltados para nós mesmo, nossas famílias ou amizades, mas a providência divina muitas vezes confunde nos-sos planos. Tudo o que pen-samos e o que façamos deve somente depender da sub-missão a Deus. Tolos, porém,

A incerteza do amanhãJanice Costa Salomão, seminarista e teóloga da EETAD

Está

no

ar...

Arte: Leandro Marcelino

Confira!Na sua internet, através do YoutubeAcesse: youtube.com/tvchiador

Em minhas lembrançasSaudades daquele ChiadorOnde havia esperançaHarmonia, paz e amor.

Onde tudo era lindoOu pelo menos, parecia serAs pessoas indo e vindoDava gosto de ver.

Havia uma cumplicidadeDava pra ver no olharHavia sinceridadeNos gestos, e no jeito de fa-lar.

E os papos de esquinaEram uma linda tradiçãoBrincadeiras de rotinaBom dia, e o aperto de mão.

Chiador de outroraWladimir Flores de Matos

Teu nome eu guardei

Na praça a criançadaBrincava de polícia e ladrãoOs jovens dando risadasSó pra chamar a atenção.

Carnaval era a festaOnde todos eram um sóE o hoje o que nos restaSão lembranças que nos dão dó.

Hoje tá tudo diferenteA cidade entristeceuTem gente que nem olha pra genteO que foi que aconteceu?

Eu não consigo entenderComo pode isso acabarAs lembranças vieram me di-zerQue só nos resta recordar.

Foto:Arquivo pessoal - Wladimir F. de Matos

são os que se gabam das coi-sas do mundo e dos projetos futuros que ainda não foram realizados.

Assim, neste começo de ano, onde tantos fazem pla-nos para o futuro, possamos falar como Tiago no capítulo 4 e versículo 15: “se o Senhor quiser, e se vivermos, fare-mos isto ou aquilo”.

+ fotos em:facebook.com/jornaldechiador

Perfil

No dia 25 de dezembro, uma ação de amor aconteceu para alegrar nossos corações mais uma vez. É que o

menino que se chama Edson Wander, e vive com senhor Ser-gio aqui na comunidade de Penha Longa, recebeu como pre-sente de alguns moradores de Chiador uma bicicleta novinha.

A bicicleta foi entregue a ele pelo Ovandas Rodrigues (o Vando da Edy). Nesse dia a alegria foi tanta que mal cabia em seu coração. Um ato como esse é que nos faz continuar com a chama do amor sempre acesa. (Ovandas Rodrigues e Vânia Afonso)

Foto: Ovandas Rodrigues

Wandinho realiza seu sonho

Os alunos da turma de violão de 2014 se apresentaram na tarde do dia 18 de dezembro na biblioteca municipal.

O repertório foi variado, com acompanhamento do público em vários momentos. (Da redação)

Foto: Carú Rezende

os anos.Deixa um recado aos jo-

vens: só o amor, o compro-misso e a força de vontade fazem da vida um ponto de encontro.

Aconteceu

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janeiro - fevereiro / 2015 JORNAL DE CHIADOR janeiro - fevereiro / 2015 JORNAL DE CHIADOR

4 5AgradecimentoJanaina Flores de Matos

Sei que estou fugindo um pouco da linha de

minhas últimas matérias mas acho muito importante por vezes parar e refletir um pou-co sobre tudo que acontece ao nosso redor.

Venho através deste meio de comunicação agradecer, deixando bem claro que não é ao partido PT e sim à pessoa de Moisés (prefeito de Chia-dor) pelas obras que têm sido realizadas onde moro, “Penha Longa”, obras estas há muito esperadas e tão necessárias para a população.

Tenho certeza que falo, se não por todos, mas por uma grande maioria que, como eu, estão satisfeitos.

Valendo a pena ressaltar que tais obras: praça, capela mortuária e calçamento são de excelente qualidade e bom gosto, os arquitetos também estão de parabéns.

Em toda a minha existência é a primeira vez que vejo o lugar onde moro ser valoriza-do, claro que falta muito a fa-zer, mas é um bom começo!

Deixo um apelo para a po-pulação local: vamos cuidar, conservar. Ajudem a fiscali-zar as crianças e até mesmo os adultos para que não des-truam aquilo que tanto servi-rá a todos.

Quem viveu já viuCezar Alvim

O Carnaval, como se sabe, uma das maiores festas

populares do mundo, era um movimento que acontecia mui-to timidamente em Chiador.

As pessoas daqui, jovens em sua maioria, eram obrigadas a se deslocarem para as cidades vizinhas a fim de terem uma participação maior. Isto se tor-nava um transtorno, provocado pelo cansaço, gasto financeiro e desconforto, já que havia di-ficuldade de transporte, obri-gando todos se a locomoverem em caminhões lotados pelas estradas em condições precá-rias.

Cansados disso, um grupo de amigos, quase todos estu-dantes, resolveu mudar esse quadro. No final dos anos 70, mais precisamente em 1978, surge com as cores azul e bran-co o Bloco Fina-Flor. Poderia ser também denominado Em Cima da Hora, pois a organiza-ção não era bem o forte de seus idealizadores. Tudo era feito às pressas, às vezes, em uma se-mana.

Com aproximadamente 120 componentes, em média, a Fi-na-Flor, como o bloco era cha-mado, era dividida em 4 alas, sendo uma de bateria, além de mestre-sala e porta-bandeira e carros alegóricos. Suas fanta-sias, às vezes confeccionadas pelos próprios foliões, eram marcadas pela simplicidade. Porém, a garra e animação, suas características principais, conquistavam aplausos do pú-blico, sempre numeroso, que assistia as suas apresentações. Seus enredos, que falavam de coisas da região, eram canta-dos com entusiasmo pelos vi-

Tantas ideias surgiram na nossa cabeçaPara o enredo que meu bloco vai lançarMas descobrimos que ele é o próprio enredoPra ser cantado tarde ou cedoFazendo a galera esquentarE o povo se agitar

Até falaram que a Fina-Flor morreuE de repente ela chegaCom um carnaval que é só seuO importante é que ela apareceuSob os olhos da cidade que com ela já viveu

São poucos anos de exis-tência e euforiaE pela sua permanência eu vou lutarPra que ela seja bem mais forte a cada diaE que consiga a cada anoSempre ser mais popular

Bate palma, bate o péVem cantar com muito amorDiz ao povo como éO samba da Fina - Flor

Carnaval de 1981

“Fina Flor, A Alegria da Cidade”

Letra: Cezar AlvimMúsica: Evandro Terra

Carnaval de 1999

“A Juventude Cochilou, mas não Dormiu”

Letra: Cezar AlvimMúsica: Felipe Deslandes

O dia clareouNunca acordei tão felizVi de novo a Fina-FlorNeste pedacinho de paísMinha cidade se acendeuCom saudades de um tempo que passouSei que o passado não voltaMas voltou o carnaval de Chiador Dança menina, balançaRemexe seu corpo com graçaDança que o samba não cansaBalança o chão desta praça Por um momento a juventudeProcurou o carnaval por aíFoi bom assim, mas encontrou por aquiEsse filme já passouFilme ruim!Não vale a pena ver de novoMelhor assimSacudindo, agitando nosso povo Quem não viu quer verQuem viveu já viuA juventude cochilou, mas não dormiu

Fotos: Arquivo pessoal - Cezar Alvim

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Os Sambas da Fina-Flor

A praça construída no distrito de Penha Longa.

Foto: Marcia C

ristina Gonçalves

sitantes e por foliões.A praça de Chiador, decora-

da pelos integrantes do próprio bloco, era o palco principal dos desfiles, que aconteciam aos sábados, domingos e às terças-feiras.

No ano de 1990 chega ao fim aquele que foi um dos maiores movimentos culturais e festivos da história de nossa cidade.

Obs: Este texto foi cedido por mim para um trabalho escolar, entretanto, no fim da década de 90, surgiu a tentativa de retor-no. Foram acrescentadas mais duas alas: índios e baianas. Tinha tudo para seguir, mas foram apenas mais três anos. Infelizmente, deu certo, mas não vingou.

Rejuvenescida e vivaçaEx-libris da cidadeTão bela está a PraçaNosso orgulho e vaidade Acolhedora e coloridaEspraiam-se nela esplanadasBuliçosa e envolvidaDe gentes refasteladas Agradável a quem passaÉ o coração da cidadeA nossa tão velha PraçaRespira graciosidade Sala de visitas de LeiriaAlegre e irrequietaDe todos é companhiaAté do Rodrigues Poeta Em tempos rosa perdidaQue por milagre e graçaA Rainha Santa deixou caídaE se transformou em Praça

A Praça(Isabel Batista)

AGR Mat. de

construção

Tel: 3285-1328 / 8421-1435Rua Dona

Santinha, 170Entrega

a Domicílio

Posto Companheiro

Chiador-MG

Tel: (32)3285-1166

Era sábado de carnaval (ainda não existia a Fina-Flor). Nós aprendíamos os sambas-enredos das esco-las do Rio. Entramos em Mar de Espanha cantando um deles, circulando de caminhão, lotado de ho-mens e mulheres daqui, pelo centro da cidade. Fo-mos chamados de “Pau de Arara” pelas ruas e portas de bares. No dia seguin-te, domingo, voltamos no mesmo caminhão lotado, só que, em resposta, mu-damos o enredo, cantando: É a mãe... É a mãe... É a mãe... (Cezar Alvim)

“Quase na Ponta da Língua”

QUIOSQUE DA PRAÇANão existem limites para nossos

sonhos, basta acreditar.

Tel: 32 8419-4528 32 8431-1022

Carnavais da antiga em Chiador