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Distribuição gratuita Ano XXII - nº 234 A P E S P Trabalhadores da Segurança - Irmãos de ofício Jul / Agos de 2015 Heróico Cabo Valdeci - degolado pelo MST há 25 anos na esquina democrática da Capital do Estado gaúcho, Rua dos Andradas com Avenida Borges de Medeiros Pág -15 Atenção empresário anunciante Se for utilizado indevidamente o nome Correio Brigadiano, solicite a credencial da empresa e, na insistência, denuncie imediatamente à polícia. (BM ou PC) direção do abc/JCB Pág -03 Sgt João Rodrigues O conceito da invalidez na Brigada Militar Pág. 13 Construtores da Segurança Pessoas que devotaram sua vida ao serviço da sociedade Queremos que a história da segurança pública do Estado do Rio Grande do Sul, quando lida, pesquisada ou processada, para qualquer finalidade, tenha a referência concreta de todos os seus construtores e de todas as suas instituições policiais (BM, PC, Susepe, IGP e Detran). Sgt Alfredo Rodrigues Pai do Cel Ubirajara Anchieta Rodrigues Pág. 11 Eduardo Túlio Barcelos Juiz Militar - JME/RS Memórias 30/32 Pág. 09 Arlindo Guedes Maurício Jr Guarda Municipal paraense especializando-se aqui Pág. 05 Beato Antônio de Categeró Para padroeiro da Segurança Pública Pág. 07 A história da SACFO “os cadetes da BM” Polícia em 4 dimensões - uma voz na segurança pública Pág -04 O conceito da invalidez na BM Pág -15 Sgt da reserva João Nunes (a esquerda), que junto com o Sgt Rodrigues (a direita) fundaram a entidade de apoio aos acidentados em serviço da Brigada Militar, conhcida como ABASP - Associação Beneficente dos Acidentados da Segurança Pública

JCB 234 JUL/AGOSTO 2015

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Jornal ABC da Segurança Pública, também conhecido como Correio Brigadiano.Destinado como famílias dos integrantes de Órgãos da Segurança Pública BR / RS (SSP / RS) Brigada Militar, Polícia Civil, Susepe e IGP.

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Correio Brigadiano pág 1 Jul/Agos de 2015

Distribuição gratuita

Ano XXII - nº 234 A P E S P Trabalhadores da Segurança - Irmãos de ofício Jul / Agos de 2015

Heróico Cabo Valdeci - degolado pelo MST há 25 anosna esquina democrática da Capital do Estado gaúcho, Rua dos Andradas com Avenida Borges de Medeiros

Pág -15

Atenção empresário anunciante Se for utilizado indevidamente o nome Correio Brigadiano, solicite a credencial da empresa e, na insistência, denuncie

imediatamente à polícia. (BM ou PC)direção do abc/JCB

Pág -03

Sgt João RodriguesO conceito da invalidez

na Brigada MilitarPág. 13

Construtores da SegurançaPessoas que devotaram sua vida ao serviço da sociedade

Queremos que a história da segurança pública do Estado do Rio Grande do Sul, quando lida, pesquisada ou processada, para qualquer finalidade, tenha a referência concreta de todos os seus

construtores e de todas as suas instituições policiais (BM, PC, Susepe, IGP e Detran).

Sgt Alfredo RodriguesPai do Cel Ubirajara Anchieta Rodrigues

Pág. 11

Eduardo Túlio Barcelos Juiz Militar - JME/RS

Memórias 30/32Pág. 09

Arlindo Guedes Maurício JrGuarda Municipal paraense

especializando-se aqui Pág. 05

Beato Antônio de CategeróPara padroeiro da Segurança Pública

Pág. 07

A história da SACFO“os cadetes da BM”

Polícia em 4 dimensões - uma voz na segurança públicaPág -04

O conceito da invalidez na BM

Pág -15

Sgt da reserva João Nunes (a esquerda), que junto com o Sgt Rodrigues (a direita) fundaram a entidade de apoio aos acidentados em serviço da Brigada Militar, conhcida como ABASP

- Associação Beneficente dos Acidentados da Segurança Pública

Correio Brigadiano pág 2 Jul/Agos de 2015M

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Medidas amargas X clamor justo

O USO DE ALGEMAS NA ATIVIDADE POLICIAL Análise Doutrinária sobre o Uso de Algemas

Parte 6

Questões Legais Marlene Inês Spaniol - Cap RR da BM/RSMestre em Ciências Criminais pela PUC/RS

Doutoranda em Ciências Sociais pela PUC/RS

Jornal “abc da Segurança Pública”Associação Pró-Editoração à Segurança Pública

Utilidade Pública Estadual e MunicipalCorreio Brigadiano Editora Jornalística Ltda

CNPJ 05974805/0001-50

Presidente: Ten Claudio Medeiros BayerleVice-Presidente: Cel Délbio Ferreira Vieira Tesoureiro: Ten RR Luiz Antonio R. VelasquesSecretário: Maj RR Pércio Brasil Álvares

Diretor: Vanderlei Martins Pinheiro – Ten Cel RRRegistro no CRE 1.056.506 INPI nºs 824468635 e 824466934

Administrativo: Franciele Rodrigues Lacerda Relações Institucionais: Cel Délbio Ferreira Vieira e Ten Valter Disnei (colaboradores) Comercial: Paulo Teixeira e equipe de vendedores (ver www.abcdadeseguranca.org.br) Secretária da redação e postagens web: Gislaine Guimarães Estagiária de atendimento e elaboração de anúncios: Nicolly VieiraCirculação: Ten Jorge Ubirajara Barros (colaborador) Redação: TC Vanderlei Martins Pinheiro – MTb/RS nº 15.486Assessoria: TC e Jorn Paulo César Franquilin Pereira – MTb/RS nº 9751 (colaborador) Web Mídia: Ricardo LopesFotografia: Samuel Jeferson Arruda - Fotógrafo / Colaborador

Distribuição gratuita para todos os servidores civis e militares, da ativa e inativos da BM, policiais da ativa e aposentados da Polícia Civil, servidores da Susepe, IGP, instituições municipais de segurança, vereadores, prefeitos e parlamentares.

Informações e arquivos JCB:(HIst.de Vida) www.abcdaseguranca.org.br(Notícias) www.correiobrigadiano com.br(Notícias) [email protected](comercial) correiobrigadiano. [email protected](Adiminsitração) [email protected]

Telefones:(51) 3058-1431 (51) 8481-6459

Tiragem: 15.000 exemplares Impressão: Gráfica Grupo Sinos

Endereço: Rua Bispo Willian Thomas, 61 - CEP: 91720-030 - Porto Alegre/RS

Ano XXII – nº 234– Jul/Ago de 2015 – Correio Brigadiano: uma voz na Segurança Pública

Menu: ARTIGOS E COLUNAShttp://www.abcdaseguranca.org.

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Colaborador do jornalSgt Abrão Souza

Foto: 07/07

Rose Cristoffari Viúva do Juarez Cristoffari

Foto: 29/06

Sgt Nascimento jornalista Ana Fátima

Foto: 09/07

Cel MedinaFoto: 26/06

Cel Délbio Ferreira VieiraEterno colaborador do JCB

Foto: 10/07

Sgt RodriguesFoto: 16/06

Este é um tema de suma importância, tanto que a nossa Lei Maior traz, já no seu artigo primeiro, no inciso terceiro, a dig-nidade da pessoa humana como funda-mento da República Federativa do Brasil para que o país efetivamente se constitua num estado democrático de direito.

Vários doutrinadores analisam, pes-quisam e discutem a questão do uso de algemas a luz da nossa legislação vigente, sendo que o ponto de partida sempre é a dignidade da pessoa humana como um valor universal, espiritual e moral ineren-tes a todas as pessoas, que se manifesta de forma individual na autodeterminação consciente e responsável da própria vida e que traz o respeito por parte das demais pessoas. Segundo Moraes (2002) este é o mínimo que todo arcabouço jurídico de uma nação deve assegurar, de maneira que as limitações ao exercício dos direi-tos fundamentais só possam ser feita de maneira excepcional, em circunstâncias extremas, como decisão de um conjunto de poderes e jamais de forma unilateral.

Do princípio da dignidade da pessoa humana decorrem o respeito à integrida-de física e moral da pessoa, bem como

o princípio da razoabilidade e proporcio-nalidade nos atos e ações que diminuam estes direitos. Silva Neto (2008) nos ex-plica que a razoabilidade teve origem no direito anglo-saxão onde, com o advento da Magna Carta Libertatum (em latim sig-nifica grande carta das liberdades), em meados de 1215, que limitou e impediu o poder absoluto dos monarcas. Segundo esta Magna Carta, João Sem Terra deve-ria renunciar a certos direitos e respeitar determinados procedimentos legais, bem como reconhecer que a vontade do rei estaria sujeita à lei. Esta Carta em seu artigo 39 dizia que nenhum homem livre deveria ser detido, preso, privado de seus bens, colocado fora da lei, exilado, ou de qualquer modo molestado, senão me-diante um julgamento regular pelos seus pares ou de harmonia com as leis do país.

O grande constitucionalista Ale-xandre de Moraes (2002) defende que o princípio da razoabilidade está inserido na atual Constituição brasileira, ao assegurar no artigo 5º, que ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal, onde lhe tenha sido pos-sibilitada a ampla defesa e o contraditório,

pois tem por finalidade a proteção dos direitos fundamentais contra condutas administrativas e legislativas do poder público.

O princípio da razoabilidade, segun-do Dallari (1996), prega que a adminis-tração pública tenha uma atuação justa e adequada no exercício de suas ativi-dades, visando à limitação do poder pú-blico em relação a seus administrados e os fins por ela almejados, levando-se em conta critérios racionais e coerentes. Em contrapartida, o princípio da proporcio-nalidade busca o controle dos atos esta-tais conforme a lei e adequado aos fins que se quer buscar, de modo a causar o menor prejuízo possível.

(Na próxima edição do JCB será dada sequência ao tema Uso de Alge-mas na Atividade Policial: Análise da Legislação, Doutrina, Jurisprudência e questões atuais controversas)

A anunciada crise financeira do Es-tado pelo governante bateu na porta do brigadiano, sem pedir licença e sem aviso prévio das medidas amargas que prospe-raram, tudo num pressuposto de que um achincalhamento a mais seria suportável por essa gente e seus similares na folha de pagamento.

O fato está consumado e tor-na-se dispensável repetir, neste espaço, as expressões manifestas pela categoria atingida. Tamanha indignação já tomou as ruas, vez que o resultado dessa decisão inusitada atinge, frontalmente, toda a so-ciedade, cujo parcelamento da pecúnia parcela também a prestação pública, a confiança no governante e multiplica a apreensão e o crime.

Se silenciarmos, permitiremos mais avanços desapropriantes com refle-xos no abalo no nosso crédito, na digni-dade da nossa existência e sucumbência do nosso investimento laboral. Então des-ponta disso termos sidos os escolhidos seletivamente, enquanto nada muda para muitos em face do temor do governante, de discurso tão inflamado e ameaçador, mas de práticas tão ternas para aqueles

a quem se nega enfrentar. Quem sabe não seja a verdadeira marca de um governo?

Afora isso, espraia-se um clima de ceticismo e desconfiança quanto ao al-cance das medidas, pois se vislumbra dis-criminações dentro do próprio Executivo, o que gera mais revolta, fragiliza a confian-ça e esmaece eventual negociação entre as partes envolvidas no processo.

Há muito, clama-se por trata-mento isonômico entre os servidores dos diversos Poderes, segundo suas qualifi-cações e habilitações, mas sempre se es-barra na mão dos fortes que se apropria-ram, em conta de firulas e malabarismos jurídicos, do fruto do suado tributo de to-dos. Agora segue nossa sina a contemplar inaceitável ausência de paridade no sacri-fício, regado ainda por verdades parciais provindas de quem deveria ser exemplar e atuar de forma inquestionável, bem como se sabe que medidas de contensão, que divulgam acontecer, só recairão para al-guns diletos colaboradores, quando se implementarem condições que os favo-reçam e possam os diferenciar ainda mais dos seus congêneres.

O desprezo é tanto que dis-

pensa servidores qualificados, ora atin-gidos pelo parcelamento dos salários de integrar anunciados Comitês de estudos sobre o tema em pauta, mesmo que es-tes poderiam muito dar sua contribuição, por serem partes legítimas na adminis-tração do Estado, de forma permanente e não eventual, caso do próprio gover-nador, que, depois de quatro anos no cargo, auferirá uma pensão vitalícia de topo. Esta fórmula é temerária e deve ser repudiada, na medida em que tende a en-fraquecer ainda mais a luta legítima dos atingidos e a fortalecer as tradicionais e reconhecidas castas que sugam o erá-rio, cujos contracheques se apresentam a demonstrar existir qualquer crise real, pois fosse do contrário, todos estariam em pé de igualdade na apreensão diante das demandas do dia a dia.

Até que se busca motivação para o que ora nos acomete, mas tudo

Continuação do editorail no link:http://www.abcdaseguranca.org.

br/?p=6974Nelson Pafiadache da Rocha

Cel PM Ex- comandante geral da BM

Correio Brigadiano pág 3 Jul/Agos de 2015 P O L Ê M I C A

E S P A Ç O

Assistência social IBCM tem foco na prevenção

O processo de atualização pelo qual vem passando a IBCM e que possibilitou fazer parte do grupo de entidades reguladas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) também altera o trabalho da equipe de assistentes sociais da instituição. O setor foca agora na prevenção, ou seja, em estimular para que as pessoas façam exames, informem-se sobre formas de contágio e, com isso, evitem doenças e complicações.

Desde 2008 o Serviço Social IBCM vem desenvolvendo ações beneficiando os associados. O trabalho minimizou efeitos da vulnerabilidade e proporcionou inclusão social. É papel atual dos assistentes buscar a prevenção, ou seja, agir na disseminação do conhecimento para evitar problemas de saúde.

Nesse novo trabalho, os assistentes sociais serão o elo entre diferentes profis-sionais e setores da IBCM com os associados, que mensalmente serão convidados a participar das atividades promovidas com o propósito de explicar sobre problemas de saúde e formas de preveni-los. Os encontros serão divulgados com a antecedência necessária para os interessados fazerem as inscrições.

Crédito das fotos: Assessoria de Imprensa/IBCM

Após os fatos da morte de Valdeci e de seu enterro não houve uma pressão dos policiais militares ao governo por ga-rantias contra as ações do MST. A própria mídia deixava em aberto o fato como uma consequência da repressão às manifesta-ções trabalhadoras. Houve um engessa-mento social que perpassava os poderes públicos e entorpeceu a própria socie-dade. Nossa conduta em não prantear nosso herói devidamente, é o melhor indi-cador dessa questão. As diversas mani-festações nestes 25 anos foram mínimas, em relação ao valor do fato. E, algumas, bastante sabotadas como é o caso do monumento existente, escondido entre árvores, na esquina das avenidas Silva Só com Ipiranga, ao lado do ginásio da BM, único local na época permitido pelo mu-nicípio administrado pelo PT. Duvidam? Perguntem ao proponente da iniciativa, que deveria ser no Centro da Capital, ve-reado João Dib. Mas, o histórico de todas as homenagens nestes 25 anos, fica para uma próxima edição.

Os legalistas não se rebelam com o descumprimento da lei, mas se revoltam e se sentem humilhados. Assim, se sen-tirão historicamente os policiais militares gaúchos, com aquela ação do MST. Nesse momento o MST era gaúcho e já começa-ra a se estender a todo o Brasil.

Mas, o assassinato de reputação, que é um termo em moda, está bem adequa-do, ao que se sucedeu no assassinato por degola, do então Sd Valdeci Antunes, promovido a Cabo – post Mortem. A de-

gola ocorreu no ponto mais conhecido, pela liberdade de expressão, da Capital do Estado. O palco foi a rua dos Andradas, esquina com avenida Borges de Medeiros, tanto que historicamente, já se denomi-nava de esquina democrática, quando a degola foi praticada. Foi um grupo, de integrantes do Movimentos dos Trabalha-dores Sem Terra - MST, que em 8 de agos-to do ano de 1990, realizou a barbárie.

Naquela época, o MST era, no Estado do Rio Grande do Sul, a grande obra do Partido dos Trabalhadores e, já conquis-tava um espaço de aceitação forte na so-ciedade. E foi essa aceitação que liberou aos atos criminosos deles, uma tolerância desmedida, inclusive, no descumprimento de leis. É bem nesse momento histórico que, absurdamente, proprietários rurais perderam o direito de defender sua pro-priedade, com o emprego do esbulho possessório. O recurso jurídico foi es-tancado e caiu em desuso, se tornando qualquer tentativa, nesse sentido, um pejo com direito de crítica social. O MST estava no auge e o PT surfava nas suas ondas.

Foi esse estado social que propiciou a barbárie de mais de meia dúzia de inte-grantes do MST atacarem, gratuitamente, um patrulheiro da BM, que estava naquele local, sem qualquer ligação com os fatos que se passaram na Praça da Matriz, em frente do Palácio Piratini, momentos an-tes. Nesse local (praça) há mais de uma semana o movimento mantinha acampa-mento e ameaçou invadir poderes legis-lativo e executivo. Rechaçados pela tropa de choque saíram em debandada na dire-ção de seus protetores e mentores no pla-nejamento dessas suas ações, à época.

Mas, o mais chocante foram as ações do prefeito Olívio Dutra e do vice Tarso Genro na defesa dos assassinos. Pres-sionavam o governo do Estado, e este ao órgão de segurança, na liberação do cer-co à prefeitura, onde estavam homiziados os facínoras. O comandante da tropa que fazia o cerco ao prédio da prefeitura da Capital era o, então, Major Nivaldo Fraga Pereira, comandante do 9º BPM, batalhão a que pertencia o Sd Valdeci.

Naquela época, as comunicações não

eram tão efetivas quanto hoje, o celular não era a base central de decisões e precisou linha empresta da própria pre-feitura. Consta do depoimento, desse oficial, em sua História de Vida publica-da pelo Correio Brigadiano e constante na Internet no endereço sobre ter rece-bido ordem do comandante da Brigada Militar, da época para liberar o cerco. Eis os termos: ... o “comandante-geral, por orientação do governador, estava determinando que fosse retirado o cer-co”. http://www.abcdaseguranca.org.br/?p=2536

Ele mesmo depôs, que se rebelou a pseuda ordem de Pedro Simom, governador do Estado, e manteve o cerco. Como o título de sua história de vida, no Correio Brigadia-no: “Cel Nivaldo Fraga Pereira fez a “desob-diêcia Legal”. Ele teria dito: “Nem o Collor me tira daqui”. “O governador assinou minha nomeação para o cargo no 9º BPM. Ele pode me exonerar, expedir outra portaria e aí, manda esse outro oficial, me substituir aqui” Ele já havia tentado fazer contato com o pre-feito e foi obstaculizado. Tentou então, com o vice-prefeito e também, não foi recebido. Enquanto isso orientado pelos dois manda-tários municipais, Olívio e Tarso, os 170 co-lonos tomaram banho, rasparam as barbas, cortaram os cabelos e trocaram de roupas. Essas autoridades eram legítimas para até, acolher seus companheiros de invasões e destruições no Interior de nosso Estado, como outros governantes o fariam, mas não para burlar a lei. Assim, Olívio e Tarso, sendo este segundo, um excelente jurista, comete-ram um grave crime contra a administração da justiça, que não foi nesse sentido enten-dido pelas autoridades judicias da época. Eles intencionalmente descaracterizaram e dificultaram a identificação os criminosos.

O TABU político Cabo ValdeciO assassinato da reputação dos legalistas - 25 anos

Continuação do texto e suas ilustrações no endereço: http://www.abcdaseguranca.org.br/?p=6975

A partir desta edição haverá um espaço permanete na página 3, sobre o valdeci.

Cabo Valdeci Antunes

Cel N

ivaldo

Frag

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Correio Brigadiano pág 4 Jul/Agos de 2015 I N S T I T U C I O N A L

Uma voz à Segurança PúblicaNelson Pafiadache da Rocha - Cel PM Ex-comandante geral da BM

Polícia em 4 dimensõesO assunto desta pauta parece não

ser novidade para o mundo policial, ao menos no cogito ou em algumas refle-xões que sempre perpassam em nossa mente, pois se constitui em pergunta sem resposta clara e reside no destino do produto do crime, que não significa a mera apreensão da res furtiva, mas o seu uso, circulação, negociação e fonte de suprimento para a perpetração de subsequentes delitos. Fala-se então dos meios de subsistência da cadeia do cri-me, que envolve o suprimento material.

Conhecemos muito bem três dimensões do combate ao delito, des-de a sua prevenção, a repressão e os elementos necessários a fundamentar o processo penal, que pode, muitas ve-zes, levar criminosos ao cumprimento de penas ou certas medidas restritivas de direitos ou imposições diversas de limitações a sua liberdade plena de atuar na condição de cidadão livre.

Da ação preventiva acometi-da à Polícia parece ser dispensável neste azo tecer maiores considerações e até seria recomendável atuar em silêncio, mesmo que a demanda da sociedade, hoje, mais se reporte e requisite esta modalidade do agir policial em face da sensação de insegurança pública que se experimenta, assim como pela ascensão do crime e da violência que, diante dos números parece ocorrer em progressão geométrica em relação a tempos não muito distantes. Falar-se somente em escassez de efetivo, falta de recruta-mento e ausência de programas sólidos na busca da mantença dos policiais em atividade pós-tempo de serviço, com

aporte de remuneração sob a modalidade de “plus” e tudo o mais são pautas corren-tes e sempre reclamadas ou debitadas na conta da contabilidade social que avilta a vida do contribuinte e dependentes.

Para isso os comandos da se-gurança atuam com respostas públicas nem sempre convincentes, mas pelo que parece, fazem o que podem e até se ex-põem quando falta argumentos e fragiliza o convencimento, valendo-se de respos-tas em sentido figurado, aplaudida por al-guns e rechaçadas por outros. O melhor, parece, é a sobriedade e a demonstração de cultura profissional e geral, pois mes-mo que entendam o sentido, paira a re-percussão oportunista.

Já na segunda dimensão, também assunto por mais batido e que corre mais por conta da Polícia Judiciá-ria, vê-se muita atuação em operações e resultados positivos, mas que ainda se percebe aquém do almejado pelo cida-dão, pois quando o fato problema envolve a individualidade, sobram reclamações de que falta o retorno esperado, pois todos nós queremos a contraprestação do que nos é devido. Por vezes se recupera al-gum bem, alguém que nos constrangeu é identificado para se submeter aos rigores da lei e tudo o mais, mas resta com supre-macia descontentamento da maioria dos lesados. Num caso próximo, convive-se com o amargor do resultado de um assal-to e desaparecimento do veículo e a gran-de dificuldade do lesado em, ao menos, ver disponibilizado um reconhecimento de fotos ou filmagens atualizado e centra-lizado. Tudo parece um périplo e uma com-partimentação de aparente falta de sentido.

Mesmo assim, algo de con-sistente é levado ao Judiciário para completar o ciclo policial, que opera bi-partido em muito, aproximado em outro tanto e despido da devida integração em face de muitas causas, notadamente a falta de uma política de segurança públi-ca séria que deveria ser manejada pela experiência e pela seriedade, com gente capacitada e infensa a interesses outros que não somente o da causa: preserva-ção de vidas e do patrimônio do cidadão – tranquilidade pública.

Chega-se então a quarta dimensão, que envolve a polícia como origem, mas também a ação sistêmica do Estado, pouco visível ou inexistente, que deveria abranger todo aparato es-tatal para o resgate de bens auferidos direta e indiretamente dos atos ilícitos e com demonstração de resultados, para ao final a sociedade se tranquilizar e crer que o crime não compensa. Fala-se en-tão de integração policial com a Fazenda Pública e seus órgãos de fiscalização e controle de bens e valores com foco na origem. Assim, sinais exteriores ou mes-mo encobertos de agregação ao patri-mônio não só de meliantes, mas também de parentes e pessoas de fachada viriam a lume e seriam resgatados.

Antes de redigir este texto, interagi com colegas de armas, tradicio-nais estudiosos de assuntos da Segu-rança Pública e restou consenso de ha-ver um vazio nesta última dimensão, ou falta de sistematização, o que em muito viria a desencorajar a sanha criminosa de muitos que se acham fortalecidos finan-ceiramente com o delito.

Correio Brigadiano pág 5 Jul/Agos de 2015 História de Vida JCB 234

E S P A Ç OSeminário Anual da Sicredi Mil

No dia 04 de Julho (sábado) deste ano a Sicredi Mil reuniu no Seminário Anual junto a Presidência e a Diretoria as colaboradoras das três Unidades de Atendimento: Centro, Menino Deus e Coronel Aparício Borges, na Sede da Fazenda Quinta da Estância localizada em Via-mão, das 8h às 17h, a reunião foi para estabelecer as diretrizes gerais para os próximos cinco anos da cooperativa.

A vida é melhor quando é cooperativa! Fernanda de Brum, Andressa Ayres Soares, Paola Fernanda Daniel, Ivilin Correa Rodri-

gues, Cel. RR Luiz Antonio Fouchi de Leon, Rafaela da Silva Tavares, Thais Evaldt, Rafaela Pi-nheiro de Boit, Cel. RR Rudy da Silva Martins, Maira Luciane de Oliveira e Silva, Tamara Oliveira, Anna Carolina Biacchi Castiglia, Maristela Konzen, Angela Regina Neitzke, Clarissa Martins Terra Scipioni, Karen Pagno de Alencastro, Silvana Matheus Dias, Letícia Gazzola da Costa, Alessandra Graciano Navas.

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Arlindo Guedes Mauricio Junior, servidor da Guarda Municipal de Belém/PA (GMB) há 20 anos. Nascido na Bolívia, com pais brasileiros, foi registrado na cidade de Rio Branco – AC, onde viveu parte de sua infância. Ainda criança mu-dou-se para a Cidade de Belém/PA, onde atualmente com 42 anos construiu sua vida. Hoje GM classe IV da Guarda Mu-nicipal de Belém exerce a atividade de segurança Pública em prol da cidadania.

ARLINDO como é chamado, sem-pre desenvolveu um excelente trabalho na área de segurança pública; como atividade operacional na segurança e proteção da população; no Município foi responsável pela realização de seguran-ça de autoridades por 04 anos; Por seis anos exerceu a atividade Especializadas no Grupamento de Ações Tática da GMB (GAT);Na atualidade desempenha a fun-ção de motorista operacional de ronda e/ou encarregado de ronda; É instrutor nos cursos de formação de GM’s; e ministra instrução na formação de Segurança Pri-vada em diversas disciplinas nas quais é credenciado pela Policia Federal. Forma-do em Gestão Pública e Pós-Graduando em Gestão e Políticas de Segurança Pú-blica (FAP-Estácio), Instrutor de Bastão

Arlindo Guedes Maurício JrUm Guarda Municipal, boliviano/brasileiro, de Belém do Pará

fazendo especialização no IDC/CTTE - Porto Alegre

Arlindo Guedes Mauarício Jr, de Belém do Pará, está em Porto Alegre, cursando uma especialização em Ope-rações Especiais Policiais, em nível de pós-graduação. Este curso é desenvol-vido pelo CTTE-Centro de Treinamento de Técnicas e Táticas Especiais, em convênio com o IDC-Instituto de De-senvolvimento Cultura, carga horária de 360 Horas com 20hs mês com três semestres. O responsável pelo curso é o bacharel em Direito, doutorando e Inspetor de 4ª Classe, aposentado da Polícia Civil Gaúcha, Vinícius Souza pro-prietário da CTTE.

Algemas, com certificação internacional pela ASP/USA.

Visando aumentar sua qualificação profissional e sem medir esforços, partiu na busca de um maior aperfeiçoamento na área da seguran-ça pública. Tendo encontrado em Porto Alegre/RS, um Curso Pós-Graduação em Segurança Pública, o único no Brasil que atendeu suas expectativas. Trata-se do Curso de Pós-Graduação "Lato Sensu" em Operações Especiais Policiais reali-zado de forma exclusiva, no Brasil, pela Faculdade IDC em parceria com o CTTE - Centro de Treinamento de Técnicas e Táticas Especiais. Em 2013 inscreveu--se no curso e passou mensalmente a atravessar o país na busca de sua qua-lificação, pois as aulas são realizadas sempre no último final de semana de cada mês. Com previsão para conclu-são em setembro de 2015, o curso lhe proporcionou não só um conhecimento inigualável de técnicas e táticas de con-fronto urbano, mas também a possibili-dade de realizar amizades com policiais de diversos estados e de diferentes organizações policiais que, da mesma forma que ele, buscam uma qualificação profissional mais avançada.

O perfil profissional do Guarda Municipal Arlindo foi elaborado pelo colaborador do jornal abc/JCB Samuel Cardoso.

Correio Brigadiano pág 6 Jul/Agos de 2015

Outros textos do autor em: http://www.abcdaseguranca.org.br/?cat=138

Escritores Policiais

Cel Itamar Castro Quanto tempo dura uma dose de pimenta?

Continuidade e outros textos do autor em:http://www.abcdaseguranca.org.br/?cat=137

Insp PC Nilton Moreira Maioridade Penal

Participações comerciais das áreas: Litoral - CRPO LITORALMunicípios: Maquiné, Rolante, Capivari do Sul, Atlântida do Sul, Riozinho, Torres, Tramandaí, Terra de Areia, Canguçu

O assunto que tem gerado bastante polêmica atualmente é a redução da maioridade penal. É sabido que o menor de idade não é considerado pela Lei um criminoso, visto que ele não é punido pelo Código Penal como as pessoas de maior idade, já que cumpre apenas medido sócio educativo. Com o advento do Estatuto da Criança e do Adolescente, acreditávamos que iriamos ter uma diminuição na violência, pois que os menores que delinquissem seriam mais acompanhados, e, portanto não reincidiriam no crime, afinal são sempre os mesmos que praticam as atrocidades. Temos experiência no que diz respeito à segurança pública, pois labutamos por mais de 30 anos nesta atividade e o inicio de tudo está na droga, depois no furto, seja ele

na modalidade de descuido, arrombamento e dai por diante ninguém mais segura, pois partem os nossos jovens para o uso de armas que entram pelas fronteiras e por consequência a prática de roubo. Como se dizem que o menor de 18 anos ainda não tem uma formação da personalidade concluída e como existe a tendência para o mal em alguns reencarnantes que chegam a terra, se fazem necessárias Leis adequadas e que efetiva-mente possam trazer maior segurança as pessoas que são vítimas destes que tem desvio de conduta. Sabemos que a violência tem raízes diversas e que governantes de uma maneira geral não dão atenção devida para as origens, que estão na educação, saúde e assistência às classes menos favorecidas.

Para a vida toda!1960, frio, eu com 5 anos, mandei mamãe a m.... eu queria andar no balanço da praça depois da aula e ela

dizia que estava frio, muito frio, então veio a sentença:- Passarei pimenta na tua boca!Caminhamos quase 1 km que é a distância da praça até a casa que morávamos sem ninguém falar nada,

mas a palavra "pimenta" ecoava e ainda ecoa na minha cabeça, hoje os direitos disto e daquilo classificariam como tortura a sentença de mamãe.

Chegamos e ela pegou a lata de massa de tomate passou o dedo e esfre-gou na minha boca, pronto, gritei e parece que meus lábios incharam.

Assim somente saboreei massa de tomate depois dos 12 anos quando compreendi a pedagogia de mamãe, mas nunca tive qualquer mágoa, tanto que usei a fórmula através do catchup.

Quantas latas de massa de tomate o jogador de futebol Anderson deve-ria ter saboreado durante a infância?

- Nenhuma! - mas os dirigentes e comissões técnicas que passam a mão por cima deveriam comer pelo menos uma pela manhã, uma para cada um!

Correio Brigadiano pág 7 Jul/Agos de 2015

Beato Antônio de CategeróFuturo Padroeiro da Segurança Pública brasileira ganha Praça em Porto Alegre

História de Vida JCB 234

Participações comerciais das áreas: Alto Jacuí - CRPO AJ

Municípios: Ibiruba, Panambi, Condor, Cruz Alta, Ibarama, Portão

Uma pesquisa sobre a história brasileira da de-voção ao Beato Antônio de Categeró está em de-senvolvimento pela direção do jornal Correio Briga-diano. A devoção no Brasil iniciou em cinco centros fundacionais do catolicismo, em nossa terra, onde existem grandes Categerós, dos quais a maioria barrocos: Olinda (4), Salvador (2); 16 cidades do ci-clo do ouro em Minas Gerais (16); São Paulo (15) e Rio de Janeiro (8). Nesta sequência encontramos o provável sentido da expansão devocional do be-ato, no Brasil Colônia. De todos esses centros foi em São Paulo que a devoção se desenvolveu com relativa unidade, em contraponto à diversificação imagística nos demais. Também é em São Paulo que verificamos a maior concentração de devotos. Fora das entronizações nessa área histórica existem mais de 20 grandes Categerós brasileiros e na Europa

(Portugal e Itália) mais uns 10. Estamos estimando, faltando muitas localidades brasileiras, em torno de 70 entronizações do beato. A origem histórica está em Salvador onde, no ano de 1699, foi criada uma irmandade com o nome Santo Antônio de Categeró, calcula-se que as catequeses dos jesuítas em Sal-vador datem do primeiro quartel do século XVII, bem antes de 1650.

Para Padroeiro da Segurança Pública Já faz alguns anos que a direção do jornal Cor-

reio Brigadiano vem trabalhando a devoção do Beato Antônio de Categeró, ao estudo dos órgãos canôni-cos competentes, para ser consagrado como “Padro-eiro da Segurança Pública Brasileira”.

Essa meta está sendo encaminhada para Brasí-lia, ao Arcebispado Militar, com estudo que será en-caminhado até o final deste ano. A história do beato contém todos os indicativos necessários para essa consagração. Não é um patronato corporativo e nem tem, diretamente, a ver com as instituições garanti-doras do conceito segurança pública. Esse concei-to como um setor da sociedade, só é válido quando do trato das suas instituições e de suas finalidades legais. Essa é a segurança pública setorial, pois ela

estruturalmente, abrange toda a sociedade.E é nessa abrangência, que se insere o Beato An-

tônio de Categeró, cujo trabalho em prol dos doentes, dos necessitados e dos encarcerados, mostra que dentro do conceito da segurança pública, ele traba-lhou os nichos mais carentes da teia social e, cujas demandas quando não são passíveis de atendimento, desaguam como trabalho às instituições policiais.

Entender como o “Tio Antônio”, como era co-nhecido o Beato, tinha o entendimento de que todos devam se envolver nessa questão é, também, trazer para dentro de aspectos da fé, o conceito constitu-cional brasileiro que “direito e responsabilidade de todos”.

Acreditamos que essa meta no ano de 2016 es-tará alcançada.

Santo Antônio de Categeró é a mais nova praça no Bairro Restinga em Porto Alegre

O Prefeito José Fortunati, da cidade de Porto Alegre, em 18 de junho, sancionou a lei nº 11.856, que designa de Santo Antônio de Categeró, uma praça, no loteamento Nova Restinga, localizada naquele bairro da zona Sul da Capital gaúcha. As placas denominati-vas da praça conterão, abaixo do nome do logradou-

ro, os dizeres: “Primeiro Santo Negro” por ter sido o primeiro santo negro com devoção no Brasil.

Foi proponente do nome à praça de Santo Antô-nio de Categeró, no legislativo municipal, o vereador Carlos Nedel, que recebeu essa demanda da comu-nidade católica da Restinga, através do padre Gilson Bertamoni, pároco da igreja de Nossa Senhora da Misericórdia, daquele bairro.

O padroeiro da praça – Beato Antônio de Cate-geró, é uma das primeiras devoções trazidas para o solo brasileiro, sendo o primeiro negro a ser de-voção no Brasil. A devoção foi apresentada pelos catequistas jesuítas aos escravos de Salvador, na Bahia e de Olinda, em Pernambuco. Tendo no ano de 1699 sido criada a Irmandade de Santo Antônio de Categeró, na igreja de Nª. Sª. dos Homens de Preto, em Salvador na Bahia.

No Estado gaúcho as devoções ao beato An-tônio de categeró são encontradas nas igrejas São Carlos, na Agronomia; São Paulo em Canoas, Nª Sª das Graças (Santuário), em Ipanema, São José (ca-pela) em Capão Novo e na gruta do 15º BPM em Canoas, afora os oratórios particulares.

Site Categeró: http://categero.org.br/

Igreja São Carlos Borromeu, no Bairro Agroniomia, em Porto Alegre. Foto dos dois Categerós: o maior no altar lateral da igreja; o outro na Gruta no pátio

Igreja São São Paulo, na cidade de Canoas, Foto do Categeró existente no interior da Igreja, ao lado esquerdo do altar

Gruta em homenagem ao Beato Antonio de Categeró, no pátio dos quartéis do Comando de Policimento Metropolitano e 15ºBPM, em Canoas

http://categero.org.br/

Correio Brigadiano pág 8 Jul/Agos de 2015

Continuidade e outros textos do autor em: http://www.abcdaseguranca.org.br/?cat=127

Outros textos do autor em: http://www.abcdaseguranca.org.br/?cat=125

Ten Everaldo Pavão A Revolta das Galinhas

Ten João de D. Alves Amiga!

Escritores Policiais

Participações comerciais das áreas: Missões - CRPO M

Municípios: Ijuí, Novo Hamburgo, Campo Bom

Faz tempo que a gente não se vê, não conversamos. Por onde andas não sei, e, principalmente o que fazes?

Se estás magoada, eu tento compreender;Se estás triste, eu vivo esta culpa;Se estás feliz, é minha culpa igualmente; Olha! O bar continua no mesmo lugar,os garçons, as cadeiras, os infelizes de sempre!

Só o cantor é que não tem jeito, continua cada vez mais desafinado.

Esses dias, vi teus olhos passarem apressados, e mais esvoaçante doque nunca estavam teus cabelos.O medo, o ridículo, falaram mais alto e eu baqueei, corri, te alcancei, e aovirar-te pelos ombros, eras tão desconhecida que ••• chorei.

“Um espectro ronda os Galinheiros – o espectro do galinhismo”.Olá, tudo bem !? Não sou águia, nem pavão. Não posso a sagacidade da primeira e nem a magnificência

do último. Eu sou uma galinha. Ou melhor, um frango. Eu estou a caminho da morte. A caminho de ser abatido por choque elétrico. Pelo que dizem alguns galináceos por aí, será fatal e rápido. Desconheço o meu pecado, meu “bom cristão”! Estou com muita sede. A garganta está seca e estou com câimbra em todo corpo. Falta--me o ar. Sufocam –me as lágrimas.

Tenho quarenta e quatro dias de vida. Fiz aniversário hoje de manhã. Há quarenta e quatro dias, quebrei as cascas de meu ovo, que me prendiam debaixo das penas de minha mãe. Minha finada mãe. Toa a minha família está morta. Meu peso é de 2730 g. O meu corpo está cheio de hematomas e estou com as duas asas quebradas.

Você já quebrou um braço? Fratura exposta dói muito, néh!? E olha que na minha encarnação anterior, fui respeitado homo sapiens do ramo frigo-rifico. Enriqueci matando galinhas, porcos e vacas. Enriqueci matando tudo que é tipo de carne .... Inclusive carne humana!

Hoje me censuro por nunca ter olhado nos olhos de uma só penosa.

Correio Brigadiano pág 9 Jul/Agos de 2015 História de Vida JCB 234

Participações comerciais das áreas: Fronteira Oeste - CRPO FO

Municípios: São Gabriel

Nasceu em 1937 na cidade de Porto Alegre/RS. Em 1952 bacharelou-se em Direito pela Fa-culdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em 1960, foi nomeado Procurador do então Ministério do Trabalho e da Previdência Social. No Governo do Mal. Arthur da Costa e Sil-va foi nomeado Delegado Regional do Trabalho no Rio Grande do Sul. Em três de fevereiro de 1986, foi nomeado Juiz Civil do Tribunal Militar do Estado. Foi Vice-Presidente no biênio 1990/1992 e Presidente do Tribunal Militar do Estado no biênio 1992/1993. Aposentou-se em 1997.

PROJETO MEMÓRIA: Dr. Barcellos, conversáva-mos há pouco sobre dois pitorescos episódios de suas memórias de infância que, de uma forma ou de outra, envolvem a Brigada e a história política do Rio Grande, não é verdade?

ENTREVISTADO: Não há dúvida. Lembro-me de fatos marcantes, muito interessantes, que me voltam à memória. Um deles é o da Revolução de 1930. Na época eu morava na Rua da Praia. Num certo momento, durante à tarde, começou o tiroteio. Era a tomada do Quartel General. Outro foi em 1932, quando da despedida do meu tio que se alistou na Revolução Constitucionalista de São Paulo. Criei-me numa época em que a Brigada Militar tinha um poder de fogo e de organização talvez igual ao do Exército. Praticamente, a história do Rio Grande do Sul, a se-gurança, em termos de fronteira, estava na mão da Brigada. A Brigada Militar era a força tradicional, a for-ça guerreira do Rio Grande. O Exército tinha poucas guarnições naquela época: Santa Maria, Santiago, Porto Alegre, São Leopoldo, São Gabriel. O efetivo da Brigada era muito maior, e as praças eram profissio-nais, enquanto que, os do Exército eram recrutas que cumpriam apenas um ano de Instrução. Meu avô, o Major Eduardo Machado de Moraes Sarmento, cau-dilho da época, foi Chefe de Polícia em Porto Alegre, depois foi Diretor do Cais do Porto - na época não se chamava DEPREC -, e era o responsável por todos os armazéns. Quando o Flores da Cunha começou a se armar contra o Getúlio, ele importou o armamen-to da Tchekoslováquia. Esse armamento - jipes com metralhadoras, com alta potência de fogo, pneus à prova de bala, e também armamento leve, fuzis de repetição - vinham em caixões que eram desembar-cados no Porto. O vovô era o encarregado de colocar aquela mercadoria dentro do armazém e, se não me falha a memória, era o Armazém-5. Um dia, eu era pe-queno, chegaram os Oficiais da Brigada, abriram dois ou três caixões para examinar o armamento que es-tavam recebendo e fizeram a prova dos tiros de fuzil

nos pneus. Era o fuzil 1908 que o Exército e a Brigada usavam na época, a bala ricocheteava no pneu e não entrava. Quer dizer, o Flores estava tremendamente bem armado, e a Brigada estava pronta para Guerra, caso fosse necessário. Aí houve, aquela interferência do Arcebispo de Porto Alegre, e apaziguaram, porque, senão, seria uma das revoluções mais sangrentas essa de 1937.

PROJETO MEMÓRIA: Conta-se que Porto Alegre, inclusive, estava toda cercada por trincheiras. Já es-tava tudo preparado para a defesa.

ENTREVISTADO: Tudo preparado. Tenho um con-traparente, que veio a comandar o 7º BC. Era Tenen-te-Coronel, na época, e foi um dos que se prepararam para segurar o Flores. Quando viram que estava muito difícil a situação e que seria uma mortandade, apela-ram para o Arcebispo (D. João Becker). O Flores da Cunha era um caudilho emocional e ele foi ao Palácio mostrar que seria uma mortandade. Escapamos de uma revolução sangrenta. Recordo-me dos desfiles e que a Brigada desfilava as metralhadora pesadas, que eram transportadas em lombo de mulas.

PROJETO MEMÓRIA: Mas tudo isso antes de 1937, porque depois...

ENTREVISTADO: Depois o Getúlio sentiu que es-sas forças públicas estaduais estavam com um po-derio tal que ele perderia o controle militar e político do País. Então, ele terminou com as bandeiras dos Es-tados e nomeou um General do Exército para Fiscal das Forças Públicas. Nunca tinham pensado nisso, foi com ele que começou o controle das forças públicas.

PROJETO MEMÓRIA: O senhor tem lembrança dos interventores daquele tempo? Gen. Daltro Filho, Gen. Cordeiro?

ENTREVISTADO: O Peracchi Barcelos era Aju-

dante de Ordem do Cordeiro de Farias. Foi ali que ele começou a carreira política.

PROJETO MEMÓRIA: O Cel. Peracchi chegou a lutar na Revolução de 1932 e foi exilado?

ENTREVISTADO: De 1934 a 1937, esteve fora da atividade militar, de onde foi afastado, reformado, por motivos políticos, tendo neste período, pelo que me falou certa vez, vendido rádios e geladeiras para sus-tentar a família, indo de casa em casa. Depois veio a anistia, e ele voltou. Freqüentei o Palácio, na época do General Ernesto Dornelles, que era primo do Getúlio e que foi bom Interventor. Esse relacionamento surgiu porque o filho dele, Ernesto– de apelido Neneco - foi cadete comigo no tempo da guerra. O Dornelles era um homem de rigidez de caráter e foi um bom admi-

PDF do material completo, coletado pelo Projeto Memória TJME disponível em:

http://www.abcdaseguranca.org.br/?p=6973

Juiz Eduardo Túlio Sarmento BarcelosImportante memória da participação brigadiana nos movimentos de 1930 e de 1932

Correio Brigadiano pág 10 Jul/Agos de 2015

Outros textos do autor em: http://www.abcdaseguranca.org.br/?cat=128 Continuidade e outros textos do autor em: http://www.abcdaseguranca.org.br/?cat=140

Mário Mércio - SusepeProibido Beber

Inspetor Quaresma A Morte

Escritores Policiais

Participações comerciais das áreas: Planalto - CRPO PLANALTO

Municípios: Getúlio Vargas, Erechim, Passo Fundo, Severiano Almeida

Nem tanto recentemente, teve início a campanha para que se fixe nas garrafas o aviso, digo alerta contra a própria bebida. Assim como nas carteiras de cigarro. Acho isso uma panaceia, pois ninguém vai deixar de beber, por ser chamado de panaca ou idiota num aviso , que, sabe-se, não resolve nada. Mas os “estudiosos” acham que resolve.

Assim também com algumas religiões que proíbem seus fiéis a consumires bebidas alcoólicas. Mas nunca vi eles proibirem matar. E sabemos que eles matam mesmo, por este mundo afora. O escritor Adilson

L. Gonçalves a quem me reporto, é enfático: “ In vino veritas!” Ou seja: a verdade está no vinho! Citando que os gregos tiravam proveito dessa bebida e até Noé, como vimos no filme Arca de Noé” recentemente, vivia bêbado pela arca cheia de bichos.

Os “sabidos “publicitários querem colocar fotos de carros batidos, gente morta e o escambal nas garrafas de bebida, nos dando um sen-sação triste numa hora de completo relaxe, na frente de uma cervejinha ou aquele vinho esperto com salgadinho. Amanhã ou depois também vão proibir o salgadinho mostrando um porco comendo no cocho sujo e imundo.

Hoje fumar está proibido em todos os lugares e os fumantes estão sitiados, encurralados, sem terem alternativas. E os bebuns também não

Final de tarde, lá estava eu na fila da padaria do mercado para comprar pão cacetinho quentinho, como sempre faço. Nisto chegou um menino de uns 4 anos, trajando calça jeans, camiseta e tênis, veio correndo e passou direto pela fila, chegando ao balcão, gritava quero “sassicha”. Atrás dele veio uma mulher, que logo soube ser sua avó. A moça que estava em minha frente desfaleceu e caiu. O menino olhou para ela e disse para sua avó -Ela morreu...ela morreu vovó. Próximo à moça juntaram- se várias pessoas, um já gritou que estava ligando para a SAMU... Um outro já chegou nela, olhava seu pulso e disse está viva....uma mulher opinou- Ela desmaiou. O

menino ali atento a tudo e a todos... Agora questionava- Vovó por que a mulher morreu?...Ela morreu né...? Logo em seguida, chegou o socorro... Peguei meus pães e fui para o caixa... O menino e sua avó continuaram no local...

Saí do mercado pensando como aquela criança sabe da morte... o que é morrer para ela, ainda é um inocente...De todos os animais que habitam este planeta, o único que tem consciência da morte é o homem...desde a concep-ção, através dos sentimentos de nossa mãe,tomamos ciência da morte...Em toda nossa vida ela faz parte, pela perda de um parente, amigo ou alguma no-tícia de alguém que morreu e até mesmo que ela chegará para nós um dia...A própria corrida dos espermatozoides é um jogo de vida e morte, apenas um sobreviverá...os outros perecerão...Fiquei sabendo depois que a moça havia sofrido um mal súbito e desmaiado e... estava bem

Correio Brigadiano pág 11 Jul/Agos de 2015

3º Sgt Alfredo Guimarães RodriguesPai do Cel Ubirajara Anchieta Rodrigues, deixou na BM: Cel Anchieta e o Sgt Miguel Clito, depois PC/RS, já falecido

História de Vida JCB 234

Participações comerciais das áreas: Fronteira Noroeste - CRPO FNO

Municípios: Três Passos, Seberi, Santo Ângelo

Alfredo com 82 anos e a 1ª neta

A direita Alfredo na praça na cidade de Dom Pedrito/RS em 1940 A direita Alfredo a esquerda sua esposa Aldina e ao centro seu tio Maj Manoel Rodrigues e a Esposa Alzira

O 3º Sargento ALFREDO GUIMARÃES RODRI-GUES filho de Apolônio Rodrigues e Alfonsina Gui-marães Rodrigues, nasceu em Dom Pedrito sub distrito de Santa Maria Chico, hoje Fontouras, em 12 de outubro de 1910. O quarto de uma série de 12 ir-mãos, criado em campanha foi peão de estância até 1932. Trabalhava na estância de Sizinio Simões onde seu pai era capataz (avô do Cel Anchieta).

Quando estourou a revolução de 32 recebeu junto com outro peão a incumbência de emigrar com a cavalhada da estância, para o Uruguai onde seria recebido na estância de um amigo de seu patrão, e eles ficaria lá como tumbeiros e cuidando da cava-lhada. Era muito comum na época das revoluções tanto no Brasil como no Uruguai os estancieiros da

faixa de fronteira trocarem favores em ambos os lados para protegerem seus patrimônios, principal-mente a cavalhada.

Terminada a revolução recebeu ordem de voltar. Ao chegarem próximo a linha divisória chegaram em um bolicho para fazer uma ligeira refeição, era um do-mingo e tinha muita gente no local. Ao se retirarem ouviram de um dos presente: -“andá brasileño covar-de, a defender tu pátria!”, ouvindo isso não puderam retrucar pois os castelhanos eram muitos e eles ape-nas dois. Ao chegarem na Estância de origem Alfredo entregou a cavalhada, pediu as contas ao pai e disse: “-Pai vou pra Livramento sentar praça na brigada, vou pra guerra.’

Pediu um cavalo emprestado e um peão para ir

com ele e trazer o cavalo de volta. Lá chegando pro-curou o ajudante do 2º Regimento que era o seu tio Tenente Manoel Rodrigues que chegara recentemen-te de São Paulo onde combateu com o Regimento e foi promovido por bravura em combate.

Alfredo era analfabeto, sabia apenas escrever seu nome e muito mal, mas escrevia. Sentou praça no dia de sua apresentação e logo que passou pronto foi designado para ordenança do seu tio, Manoel, o Manecão, avô do Cel Freddy Aguirre. Acompanhando O Ten Maneco serviu em Severino Ribeiro quando um esquadrão do 2º Rgt construiu a estrada Quaraí/Alegrete. Posteriormente acompanhou-o quando De-legado de Policia e Alegrete e Uruguaiana. Finalmen-

te serviu no 2º Batalhão em Porto Alegre até 1937, quando o Tio foi para a reserva, Alfredo volta para o 2º Regimento e destaca para dom Pedrito.

Retorna para a sede do regimento em 1950, e destacou para os postos policiais do Armour e do Wilson onde 1957, concluído seu tempo de serviço foi para a reserva na graduação de 3º sargento em função de benefício da Lei da Praia, ou “praieira”.

Nesse momento compra um terreno em lote-amento recém lançado e constrói ele mesmo uma casa de madeira onde passa a morar com a mulher e três filhos. Primeiro morador do loteamento, foi o construtor de todas as casas de madeira da rua. Era bom carpinteiro. Nessa profissão trabalhou até os 65 anos. Do seu casamento com Aidina Anchieta Rodri-gues nasceram três filhos, Ubirajara, Miguel Clito e Jair. Ubirajara é Coronel da Brigada Militar, Miguel, fa-lecido foi Sargento da Brigada e depois passou para a Policia civil com Inspetor, Jair é Pastor Evangélico.

Cel Ubirajara Anchieta Rodrigues

O Sgt Alfredo Guimarães Rodrigues é pai do Cel Anchieta. Este Sgt legou à Brigada Militar um ofi-cial participe da construção Cultural Brigadiana. Anchieta autor de livros, participante e ganhador de festivais de músicas regionalistas, pesquisa-dor de folclore e história militar gaúcha.

Correio Brigadiano pág 12 Jul/Agos de 2015

-Outros textos do autor em: http://www.abcdaseguranca.org.br/?cat=132 Continuidade e Outros textos do autor em: http://www.abcdaseguranca.org.br/?cat=131

Cap Oscar Bessi FilhoPalavrão

Cel Afonso Camargo As Lagartas da Soja

Escritores Policiais

Participações comerciais das áreas: Serra - CRPO SERRAMunicípios: Nova Petrópolis, Gramado, Três Coroas, Bento Gonçalves, Severiano de Almeida

Não sou um sujeito habituado aos palavrões. Mas, vez em quando, eles escapam. Dia desses, por exem-plo, eu cozinhava, fui fritar um ovo e me queimei. Barbeiragem masculina. O grito furioso veio meio milésimo de segundos depois. Outro dia, o culpado foi o Nilmar. Perdeu um gol imperdível e, quando vi que a bola não entrou, o palavrão saiu, junto com o pulo que dei no sofá e o soco no ar. Não posso assistir futebol ou ficar bra-bo, que aí o lado italiano de pai fala mais alto. E bem alto. Tenho esse defeito e é bem chato, reconheço. Acho que foi um dos motivos para o psiquiatra dobrar meus remédios: se a tristeza é nociva, certos gritos também são. No mais, sou calmo. E falo pouco, exceto quando me empolgo num debate. Ou quando converso com estudantes sobre literatura. Aí, fico tagarela. Mas não digo palavrões.

E os palavrões existem em todas as línguas da humanidade. Co-nheço os nossos, óbvio, e alguns em inglês - resquícios de certos filmes proibidos que vi na adolescência -, poucos em espanhol e só os mais corriqueiros em italiano. Alguns em alemão já me ensinaram. Um palavrão em japonês, ou em árabe, só entendo pela careta. Coisa incrível é que todos eles remetem às mesmas imagens: sexo, órgãos sexuais, necessidades fisiológicas. Tento entender o sentido disto. O que me fez, ao queimar o dedo, gritar o nome mais vulgar da genitália

Dentre as pragas que atacam as lavouras de soja, duas são provocadas por lagartas. Um tipo de lagarta ataca o pé da planta logo ao nascer, devorando as folhas, o outro tipo, ataca o pé já adulto, furando as vagens. Pelos furos entra a água das chuvas e a vagem apodrece não dando grãos.

Lá pelo ano de 1976, uma praga de lagartas, do segundo tipo, atacou as lavouras, fazendo com que as vagens apodrecessem.

O nosso conhecido vereador da “terrinha”, que tinha algumas lé-guas de campo plantava soja com financiamento do Banco do Brasil.

Preocupado com os prejuízos causados pela lagarta que estava atacando as vagens da planta, o vereador procurou o gerente do se-tor, que carinhosamente era conhecido por “Beiçudo”.

- Seu “Beiçudo”, não vou poder saldar o financiamento este ano, pois minha lavoura está com praga. Eu preciso de novo prazo.

Muito preocupado, o “Beiçudo” perguntou:- Mas o que foi que houve, vereador?- Pois não é que uma tal lagarta VAGINAL está comendo TODO O MEU SOJA?

Correio Brigadiano pág 13 Jul/Agos de 2015 História de Vida JCB 234

Sgt João Fernandes Ventura Rodrigues Dom Quixote brigadiano em defesa de um conceito correto de invalidez

Participações comerciais das áreas: Vale do Rio dos Sinos - CRPO VRS

Municípios: Portão, São Leopoldo, Igrejinha, Nova Hartz, Novo Hamburgo

João Fernandes ventura Rodrigues, 3 Sgt Apo-sentado, filho de filho de João Rodrigues da Silva e Conceição Ventura Rodrigues, és de família humilde agricultores já falecidos, nasceu em 21 de maio de 1942, no Município de Lavras do Sul RS, há seis qui-lômetros da cidade, na localidade Passo do Lagoão, eram seis irmãos hoje vive Luiz o mais moço e João Fernandes em São Paulo.

Estudou primeiramente em colégio de campa-nha, depois no Pedro Américo na Cidade de Lavras do Sul, onde trabalhava no balcão de um armazém e tratava cavalo de carreira em troca da moradia e o tempo para estudar.

Aos quinze anos voltou para a campanha para ajudar os seus pais na agricultura de milho, feijão, trigo e frutas como melancia, morango e abóboras para vender na cidade, nos intervalos das plantações cortava lenha em talhas para venda na cidade em car-roça de boi, levantava quando apontava a barra do dia e o cantar do galo que era o seu despertador, saia de casa em direção a cidade ainda noite, para descarre-gar a lenha ao sair do sol e voltar para a casa e conti-nuar o trabalho do dia.

A plantação era feita a pescoço de boi, no inver-no com a geada branqueando, buscava as vacas para retirar o leite e os boi para lavrar e plantar o trigo ainda escuro, de tamanquinho seus pais não tinham condi-ções de lhe dar calçados mais adequado com muito frio nos pés, levantava os animais que ainda estavam deitados, tiravam as tamancas e esquentavam os pés no local que o animal estava deitado.

Serviu o Exercito em Dom Pedrito no 14 RC, não conseguiu enganjar, voltou para a campanha em 1961, venho para Porto Alegre morar na casa de um tio trabalhou em metalúrgica, fez o curso de corretor de imóveis.

Em 24/07/1967, ingressou na Brigada Militar no Corpo de Bombeiros Porto Alegre no Central foi transferido para Partenon, onde nas horas de folga, trabalhava de corretor de imóveis e motorista de ôni-bus na Empresa Murialdo que fazia a linha do Beco do Carvalho, onde foi perseguido pelo então na época Tenente Nascimento. Hoje Coronel Nascimento, Sgt. Conte e Walquir, quando foi ordenado que largasse o ônibus e não obedecesse ao passar em frente a Es-tação dirigindo eles iriam me prenderem, indo para o fim da linha sem saber o que fazer enxergou na para-da o Cap. Firigolo dentista, contou para ele o fato, lhe orientou que seguisse trabalhando que estaria na pa-rada lhe esperando para o acompanhar até a estação do Partenon, quando vinha chegando na parada em frente, estavam os três lhe esperando, abriu a porta e o Ten Nascimento disse: _ te dei uma ordem.

O Cap Firigolo levantou do banco e disse: _ quem vai falar contigo sou eu, pode seguir a viajem Rodri-gues.

No outro dia Rodrigues foi transferido para o cen-tral onde ele trabalhava.

Fez curso de Cabo na Escola em Santa Maria, venho para a PRM que depois se tornou o 11º BPM.

Casou-se 20/12/1980 com Nadir Belbute Rodri-gues. Com quem tem dois filhos, Rudimar (33) e Regis (32), os dois trabalham como taxista.

Sua 1ª OPM - Bombeiros Central e Partenon óti-mo.

2ª Escola em Santa Maria Ótimo.3ª 1972, PRM e posterior 11º BPM, quando se

acidentou. Ser honesto, exigir seus direitos sem medir es-

forços mas sempre dentro das Leis, respeitar a todos e exigir respeito, visto que perante a lei somos iguais.

Cabo

Soldado Sargento

Convivi com o então, Cabo Rodrigues, no 11ºBPM, na Zona Norte de Porto Alegre, nos idos de 1972. Um policial militar modelo para seus pa-res. Talvez, um pouco a frente de seu tempo, pois não tinha a noção simples do dever e obediência, pois trabalhava escudado na Lei, o que poderia ge-rar problemos pessoais, na cultura institucional da sua época. Acidentado em serviço se tornou a refe-rência para a avaliação desse problema da Brigada Militar capaz de mexer nas estruturas desse tema.

VMP

Correio Brigadiano pág 14 Jul/Agos de 2015

Cel Joaquim MoncksO Poetinha JM

TC Franquilin

Paulo Cézar Franquilin Pereira TC QOEM

Jornalista e Escritor

Esperando pelo sol para ter água

Escritores Policiais

Lagoa Vermelha

Colaboradores para a circulção do jornal, no Interior do Estado, por respectivos municípios

Passo Fundo

Ten José Luiz Zibetti Fone: 54 33136077

São Leopoldo

Ten Erico Leal da Rosa Fone: 53 91003960

Pelotas

Sgt Leoni Aguiar [email protected]

Santa Cruz

Vacaria

Gramado e Canela

São Jerônimo e Região

Santa Maria Santo Ângelo

Ten Nelton José Busin Fone: 54 91735419

Ten Plinio Bernardi Fone: 54 32311300

Sgt Jorge Luis Ferrão Fone: 54 32821611

Sgt Zingale Bueno Fone: 51 37171100

Ten Hélio Valdoir Fone: 55 30284128

Sgt Rui dos SantosFone: 55 33134318

Sgt Abraão SouzaFone: 51 99293823

Novos Colaboradores: Cruz Alta: Paulo Proensi dos Santos Pelotas: Adão Roberto Pinto Valente Três Passos: Bento Antonio Bonn Santa Maria: Sebo Fulô (Daniel Souza)

A INCURÁVEL CONDENAÇÃOO que resta pra nós, que vivemos a ilusão de escrever e de acreditar que

estamos sendo lidos? Acho que terei de diminuir a edição de livros impressos devido aos altos custos e baixa vendagem. Mas, o que fazer? O que nos dá te-são mesmo é o cheiro do papel impresso, as figuras – animais ao campo an-dando nas páginas com Alberto Caieiro, o pastor para quem o pensar obstrui a visão – imagens desordenadas que se movem de dentro para fora, o escrever nele sem pejo, fazer cotas à margem para não perder o encanto, etc. Tudo isto remonta à infância do menino pobre que ficava catando descartados livros para ler à luz do candeeiro, e que permanecem vivos – ambos – pelo milagre de ain-da andarmos no mundo como afetos antigos. No entanto, tristemente, também acredito que no Brasil há uma incurável falta do hábito de leitura. Aprendamos com aquilo que está ali, na estante, imóvel, à nossa espera para que possamos ativar os indolentes neurônios... Lutemos contra o ócio!

– Do livro OFICINA DO VERSO, 2014/15.

DE CAMA E MESAEstou com saudade de ti, de teu cafezinho cheiroso, de

teu cantar de cigarra e poemas. Meus pés estão duros de in-vernia, liga o ar condicionado e talvez o tempo passe mais rá-pido entre cochichos e o chuveiro quente. Se der, põe algum agradinho por perto ou em cima do fogão a lenha e deixa que o cheiro bom das cheganças atice o estômago. Enche os pulmões de desejo que eu vou chegar com fome. Por vezes, confesso, sou antropofágico. Faz algum mal ser de cama e mesa? Joga a chave pela janela que – depois – vamos dormir com muito mais vontade entre o vinho e cansaços. Ah! Tenho dó dos travesseiros e suas penas. Amanhã, parecerá ao eventual observador que por lá lamberam o pelo a gosto mais que dois felinos no cio. Abelhas zumbem, e arde fortemente a parte que não pensa. A rainha pica a memória dos lençóis. E este calor que não dá trégua... Todos os passos conduzem à horizontal de viver.

– Do livro POESIA DE ALCOVA, 2015.http://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/5280101

Estamos vivendo dias difíceis nas cidades, está faltando água devido à ele-vação do nível dos rios que abastecem as bombas das empresas, responsáveis pela captação para tratamento e distri-buição aos moradores.

Com as inundações decorrentes deste volume descomunal de chuvas nos últimos dias, muitas das casas de bombas foram invadidas pelas águas, impossibili-tando o funcionamento das máquinas, as-sim temos diversas áreas com água bar-renta tomando conta de tudo, enquanto as torneiras não possuem uma única gota de água potável.

As pessoas estão sem água tanto para consumo, como para higiene pes-soal, num caos enorme, por que além de

perderem tudo, tem que conviver com a falta de um item básico para a sobrevi-vência.

Esta situação vai perdurar até que os níveis baixem e sol permaneça brilhando no céu, pois se continuarem as chuvas, as bombas continuarão sem funcionar e a população ficará sem água por mais tem-po, numa cadeia de acontecimentos sem nenhum controle humano, dependemos somente da natureza.

Os sistemas de captação de água, de uma forma geral, são antigos e com tecnologia defasada, não possuímos, por exemplo, um sistema de cisternas nas residências, onde a água da chuva pode ser acumulada e usada para limpeza, di-minuindo a necessidade da água potável

para este fim.Os governos agora estão na busca

das soluções quando mais de 60 cidades decretaram estado de emergência devi-do ao excesso das chuvas, reunidos para tentar minimizar os problemas das popu-lações, mas tudo é paliativo, não se vis-lumbra um planejamento há longo prazo, com soluções definitivas para as mazelas das enchentes.

Cabe às populações atingidas ape-nas observar e continuar sofrendo com o descaso governamental, que não investe em novas tecnologias de captação e dis-tribuição, nem em sistemas de contenção das águas. Se isso acontecesse teríamos soluções para dois problemas: a falta de água potável e as recorrentes inundações.

Correio Brigadiano pág 15 Jul/Agos de 2015 Escritores Policiais

Articulistas abc on-line do Correio Brigadiano

http://abcdaseguranca.org.br/abc/

DH do TC FranquilimPaulo Cézar Franquilim Pereira – TC QOEM

- A Grécia serve de modelo a toda [email protected] - (51) 86156749 http://www.abcdaseguranca.org.br/?cat=8

Cristo no comabate às drogasSgt Joel Vieira Lopes – Capelão Evangélico

- Como se tornar um [email protected] - (51) 81734272 http://www.abcdaseguranca.org.br/?cat=7

TransendentalNilton Moreira – Inspetor da PC/RS

- Alguns [email protected] - (51) 86156749 http://www.abcdaseguranca.org.br/?cat=137

Questões de TrânsitoLauro Pedot – 1º Ten RR Consultor em Trânsito

- Cinco mitos sobre a pontuação do [email protected] - (54) 99622762 http://www.abcdaseguranca.org.br/?cat=18

Arte de somar... ParlamentosJosé Luiz Zibetti – Ten PM de Passo Fundo

- Manifestações de luta [email protected] - (54) 99775735 http://www.abcdaseguranca.org.br/?cat=65

Justiça RestaurativaJaime Roberto Amaral dos Santos – Sd

- Uma polícia restaurativa na perspectiva da justiça [email protected] - (55) 99130604 http://www.abcdaseguranca.org.br/?cat=144

História da BM - Pesquisas...Paulo Rogério Machado Porto Cel – Pesquisador

- Os combates da Revolução de 1893 - Passo do Mariano [email protected] - (51) 99912726 http://www.abcdaseguranca.org.br/?cat=72

CotidianoPaulo Ricardo Argiles – Sd

- Um exemplo prático de inversão de valorespauloricardo.argiles?fref=ts - (51) 99278045 http://www.abcdaseguranca.org.br/?cat=147

AmorCarlos Alberto Brusch Terres – TC QOEM

- Lembrei só agora o momento final [email protected] - (53) 84635039 http://www.abcdaseguranca.org.br/?cat=167

O livro apresenta a história institucional da SACFO, a sigla de Sociedade Acadêmica do Curso de Formação de Oficiais, da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul, no período de 1941 a 1991. É uma praxe histórica, na vida Militar, denominarem –se aos militares ( jovens ou não) que estejam em curso com vistas ao oficialato de Cadetes. Neste

caso, independente da lei posterior ter alterado o nome para Alunos Oficiais, estes continuaram sendo carinhosamente chamados de “cadetes”. Por isso o título do livro exalta esse aspecto da cultura das academias militares. Reunindo a documentação existencial daquele centro acadêmico, nos seus primeiros 50 anos de atividade.

O autor é o Cel Aroldo Medina, então Tenente, Bem ao início de sua carrei-ra. Ele deu continuidade como oficial às iniciativas culturais que como cadete e presidente da SACFO, em sua época, como a Revista Espadim entre outras .A história de vida do Cel Medina foi publicada no abc/JCB nº 207 setembro de 2012 e segue o link abaixo da história de vida.

Sociedade Acadêmica dos Cadetes da BM - SACFO

http://www.abcdaseguranca.org.br/?p=1011http://issuu.com/brigadiano/docs/_livro_sociedade_acad__mica_dos_cad

Paira sob a Brigada Militar duas questões do gerenciamento de Recursos Humanos incômodo aos níveis gerenciais superiores e um embaraço conceitual desnecessário à corporação. O primei-ro, não o mais antigo, já há algum tempo, está em discussão pública. Trata-se de saques de Diárias indevidas com sua oneração tida como indevida ao erário. O outro, também representa desperdício do erário, seja por sua não otimização operacional, mas cujo fator mais importante é a não observância dos preceitos legais. Sobre estes fatos, tanto o TCE, quanto a PGE, já firmaram posição sobre os erros administrativos. Mas, a ofensa aos direitos huma-nos, dos servidores indevidamente reformados por incapacidade, é o mais grave e poderá representar o detonador de um processo maior.

Um Sargento reformado por incapacidade (definitiva e inválido), João Fernandes Ventura Ro-drigues, vem há muitos anos, questionando as autoridades administrativas sobre a interpretação restritiva da lei. Interpretação que segundo, ele diz ser arbitrária e intencional; que prejudica policiais militares, a sociedade e o Estado. E, conclui, dizen-do que um dia, com certeza, o Estado arcará com todo um ônus desnecessário, o qual se esvai mês a mês, em torno de 2 milhões de reais, com policiais inativados irregularmente e trabalhando na vida ci-vil, mas querendo retomar suas atividades na BM. O Sgt Rodrigues garante, que eles, um dia ganha-rão seus direitos e a sociedade, através do Estado, os indenizará. Assim o Sgt Rodrigues com colegas (Sgt Nunes), fundaram uma associação (ABASP) e com ela criou uma articulação com as entidades de

classe e com a Federação das Entidades Brigadianas Independentes, capaz revelar toda a extensão desse problema e, através de processos em órgãos do po-der público, com questões já ganhas, fazer prova de que está trabalhando com a verdade a favor dos PMs inativados ou que venham a se inativar com laudo de “apto” às atividades civis.

A declaração pessoal que o Sgt Rodrigues quer, neste momento seja expressa e difundida, exprime: “A minha questão pessoal, de documentos fraudu-lentos e outras condutas indevidas ou criminosas, não trato através das associações, seja da ABASP (que é presidente), da Federação das Entidades In-dependentes (onde é Secretário pela ABPSP) ou qualquer outra. As minhas questões pessoais, eu as administro diretamente, inclusive três já estão ajuiza-das, além de IPM recém iniciado. ” (Continua no Site)

Incapacidade definitiva-inválido: “Estou magoado. Pois roupa suja deve ser lavada em casa”: Sgt Rodrigues

http://www.abcdaseguranca.org.br/?p=6976

Correio Brigadiano pág 16 Jul/Agos de 2015

Edição 234 - Jul/Ago de 2015

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